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GÊNEROS TEXTUAIS ESTUDADOS NESTE


VOLUME DO 6o ANO 
Anúncio publicitário
 Esse gênero textual tem como objetivo estimular o leitor a consumir um
produto ou serviço ou a agir de determinada maneira.
 Os anúncios são textos persuasivos, isto é, buscam convencer alguém de uma
ideia, e costumam articular várias linguagens em sua produção.
 Um anúncio deve buscar formas originais para conquistar o leitor.
A criatividade é um dos importantes recursos para conquistar a atenção de
quem lê o anúncio.
 O anúncio pode ser um dos gêneros textuais utilizados em uma campanha
publicitária, a qual pode envolver gêneros como fôlder, jingle, spot,
filme, card etc.
 Uma campanha publicitária precisa contar com uma identidade visual e
uma mensagem comum, definida segundo o perfil de quem deseja atingir,
levando em conta poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.
 Em geral, um anúncio apresenta frases concisas, que esclarecem a ideia central.
 O anúncio costuma trazer a identificação do anunciante por meio de
um logotipo, que é um símbolo formado por letras e imagem, e pode contar
também com um slogan, constituído de uma ou duas frases bem curtas e de fácil
memorização que caracterizam o produto ou a marca.

Comentário de leitor
 É um gênero textual opinativo, isto é, trata-se de um texto que expressa um
ponto de vista, uma opinião. É divulgado em publicação impressa ou digital.
 Um leitor, motivado por um fato noticiado ou por um texto opinativo (editorial,
artigo de opinião, crônica, charge etc.), expressa o seu ponto de vista sobre o
que leu.
 O leitor também pode fazer um comentário referente a decisões de uma
publicação sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um
profissional etc.
 Há comentários que se limitam a apresentar uma crítica ou a fazer um elogio.
Há ainda aqueles que procuram trazer uma opinião sustentada por
argumentos.
 O comentário de um leitor pode contribuir com novas informações sobre o
assunto comentado.
 O grau de formalidade do comentário de leitor pode variar conforme o veículo
de sua publicação.
 Os jornais e as revistas impressas, em geral, divulgam o comentário escrito em
linguagem formal, principalmente quando atingem um grande público.
 Na internet, o grau de formalidade varia em função do site, do assunto
comentado e do próprio estilo de escrita de quem o produziu. Há uma liberdade
maior em relação às regras da modalidade escrita e a presença de palavras
escritas em letras maiúsculas, abreviações e abandono da pontuação.
 Os comentários de leitor podem dialogar com outros comentários já publicados.

Conto
 É um gênero textual que consiste em uma narrativa breve, geralmente
construída em torno de um fato principal.
 A descrição dos personagens, do espaço e do tempo e a apresentação das ações
pelo narrador limitam-se ao que é importante para contar a história.
 O narrador pode ser um narrador-observador, quando conta a história sem
participar dela, ou um narrador-personagem.
 No caso de narrador-observador, a narrativa é feita na terceira pessoa e o
narrador pode ser onisciente, isto é, conhecer todos os fatos, até mesmo o que se
passa no interior dos personagens.
 O narrador-personagem pode ser o personagem principal ou um personagem
secundário, e a narrativa é feita em primeira pessoa. Esse tipo de narrador conta
somente aquilo que viu e não tem acesso ao que se passa na mente dos demais
personagens.
 No texto, o narrador também pode fazer comentários sobre aquilo que conta.
 A sequência de fatos ou ações da narrativa forma o enredo, que é constituído de
quatro partes:

a. Situação inicial, que contextualiza a história.


b. Conflito ou complicação, que apresenta o fato responsável por alterar a situação
inicial.
c. Clímax, que é o momento de maior tensão na narrativa.
d. Desfecho, que é a solução do conflito ou complicação.

 A fala dos personagens pode aparecer de forma direta (discurso direto) ou


indireta (discurso indireto).
 O discurso direto caracteriza melhor os personagens, mostrando a maneira
particular como eles se expressam. O discurso indireto traz a fala dos
personagens apresentada pelo narrador.
 Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores.
Dependendo do assunto e das características, o conto é classificado como conto
social, conto fantástico, conto de amor, conto de humor, conto de ficção
científica, conto de terror etc.

Diário
 É um gênero textual constituído de textos que relatam fatos vividos pelo
autor e que apresentam reflexões, opiniões e sentimentos relacionados aos
acontecimentos relatados. É uma comunicação íntima, particular.
 Os textos de um diário não têm uma estrutura fixa, mas em geral
apresentam data, vocativo e assinatura. Geralmente, o destinatário ou leitor de
um diário costuma ser o próprio autor dos textos.
 A linguagem utilizada costuma ser simples, descontraída. Quando são
publicados, os textos de um diário podem passar por alterações, para se
adequarem a uma comunicação pública.
 Diário ficcional: diário que apresenta um conteúdo inventado, utilizando para
isso um personagem fictício.

História em quadrinhos
 É um gênero textual narrativo em que a história é apresentada por meio de
quadrinhos em sequência. É também conhecido como HQ.
 As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos curtas, pois ocupam poucos
quadros. Costumam ter poucos personagens.
 Os quadrinhos devem formar uma sequência em que seja possível identificar o
começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.
 Em geral, o objetivo das histórias em quadrinhos é entreter e divertir o leitor
por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis.
 As HQs podem ter uma função didática, quando são usadas para transmitir
ensinamentos ou estimular reflexões.
 Em geral, as histórias são compostas por imagens e por balões de fala e de
pensamento. Eventualmente são usadas legendas. Existem exemplos que
dispensam a linguagem verbal.
 O formato dos balões indica se o seu conteúdo foi dito ou apenas pensado e
pode indicar também como esse conteúdo foi expresso.
 Nas HQs, as legendas são textos verbais atribuídos ao narrador. Elas podem
informar o tempo e o espaço da narrativa; podem também oferecer informações
de contextualização.
 Podem também ser usados outros recursos de construção, como onomatopeias,
palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Os personagens podem ser
representados com traços simples.
 Em alguma medida, as narrativas feitas em quadrinhos apresentam informações
implícitas, exigindo que o leitor as complete com a sua imaginação.
 Predomina a linguagem coloquial.
 HQ eletrônica ou webcomic: é um gênero textual que alia características da HQ
impressa (balões, quadros e ilustrações) a recursos digitais (imagens que se
alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links externos
etc.).
 Assim como a HQ, a HQ eletrônica ou webcomic é um exemplo de texto
multissemiótico, pois articula várias linguagens ou semioses — verbal (escrita
ou falada), sons, imagens (estáticas ou em movimento), elementos gráficos
(tipos e cores de letras, setas, balões de fala), disposição das palavras no papel
etc.

Poema
 É um gênero textual do campo literário, caracterizado pelo trabalho apurado
com as palavras e pelo uso de diferentes recursos de linguagem, como a
distribuição das letras ou o formato do texto na página.
 A voz que fala no texto, chamada de eu lírico ou eu poético, pode expressar
uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. O eu lírico pode se
expressar em primeira ou terceira pessoa.
 Nos poemas, os recursos de linguagem são mobilizados intencionalmente para
construir sentidos inusitados e efeitos expressivos e causar efeito sobre o
leitor.
 Os poemas estão repletos de imagens poéticas, pois, em lugar de apresentar
diretamente uma ideia, criam relações inesperadas.
 O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras criando associações
novas, inesperadas. Eles usam as palavras com sentido diferente do habitual, isto
é, empregam a linguagem figurada.
 Cada grupo de versos de um poema constitui uma estrofe. Os poemas mais
tradicionais exploram um número fixo de versos por estrofe. Outros organizam
os versos em uma única estrofe ou criam estrofes com número de versos
variados.
 A rima é recurso importante para a sonoridade do poema, mas também podem
ser explorados outros recursos para isso, como o uso de palavras com sons
semelhantes etc. Há poemas com versos sem rima, chamados de versos
brancos.
 Os poemas visuais exploram a disposição das palavras no papel, o formato das
letras e cores diferenciadas na composição.
 Os haicais são poemas compostos de três versos, com temas ligados à natureza
ou à percepção da passagem do tempo. Têm origem japonesa.

Relato de experiência
 Trata-se de um gênero textual em que o falante conta uma experiência real e
marcante vivida por ele. Pode ser falado ou escrito. É também chamado de
depoimento.
 A experência relatada apresenta um evento incomum, como testemunhar um
terremoto, ou um evento exemplar, como ser voluntário em um campanha
social.
 O relato apresenta fatos, causas e consequências, decisões e sentimentos sempre
sob um ponto de vista pessoal.
 Dependendo do veículo de circulação em que o relato será apresentado e dos
interlocutores a que se destina, a linguagem utilizada pode ser mais formal ou
menos formal.
 O relato é uma fala pública, por isso a atenção à clareza é necessária, o que é
conseguido com uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do
corpo.

Verbete
 É um gênero textual com função informativa, sendo encontrado em dicionários
e enciclopédias. A palavra que serve de título para esse gênero de texto constitui
a entrada do verbete.
 Os dicionários e as enciclopédias apresentam, respectivamente, verbetes
línguísticos e verbetes enciclopédicos. Existem dicionários bilíngues,
dicionários etimológicos, dicionários de regionalismos, dicionários de termos
técnicos etc.
 Os verbetes linguísticos têm como foco a palavra: suas acepções, o sentido de
locuções em que aparecem, informações gramaticais (pronúncia, classe
gramatical, gênero, formação do plural etc.), uso social (formal, informal,
regionalismo etc.) e, em alguns casos, mudanças da palavra ao longo do tempo.
 Os verbetes enciclopédicos apresentam informações amplas relativas à “coisa”
designada pela palavra de entrada: descrição, contextualização histórica, relação
com um campo de conhecimento (física, dança, culinária etc.), entre outras.
 Os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos da sociedade, por isso
devem ser bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa que apresentem
informações corretas.
 Os verbetes procuram apresentar informações completas e resumidas, ainda
que nem sempre sejam textos curtos. Não expressam opiniões nem sentimentos.
 Na redação dos verbetes, emprega-se a linguagem formal, precisa e objetiva.
Em situações específicas, como em obras destinadas ao público infantil ou
juvenil, podem aparecer expressões informais e marcas de subjetividade.

GÊNEROS TEXTUAIS ESTUDADOS   NESTE


VOLUME DO 6o E 7o ANO 
Anúncio publicitário
 Esse gênero textual tem como objetivo estimular o leitor a consumir um produto
ou serviço ou a agir de determinada maneira.
 Os anúncios são textos persuasivos, isto é, buscam convencer alguém de uma
ideia, e costumam articular várias linguagens em sua produção.
 Um anúncio deve buscar formas originais para conquistar o leitor.
A criatividade é um dos importantes recursos para conquistar a atenção de
quem lê o anúncio.
 O anúncio pode ser um dos gêneros textuais utilizados em uma campanha
publicitária, a qual pode envolver gêneros como fôlder, jingle, spot,
filme, card etc.
 Uma campanha publicitária precisa contar com uma identidade visual e uma
mensagem comum, definida segundo o perfil de quem deseja atingir, levando
em conta poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.
 Em geral, um anúncio apresenta frases concisas, que esclarecem sua ideia
central.
 O anúncio costuma trazer a identificação do anunciante por meio de
um logotipo, que é um símbolo formado por letras e imagem, pode contar
também com um slogan, constituído de uma ou duas frases bem curtas e de fácil
memorização que caracterizam o produto ou a marca.

Comentário de leitor
 É um gênero textual opinativo, isto é, trata-se de um texto que expressa um
ponto de vista, uma opinião. É divulgado em publicação impressa ou digital.
 Um leitor, motivado por um fato noticiado ou pela leitura de um texto opinativo
(editorial, artigo de opinião, crônica, charge etc.), expressa o seu ponto de
vista sobre o que leu.
 O leitor também pode fazer um comentário referente a decisões de uma
publicação sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um
profissional etc.
 Há comentários que se limitam a apresentar uma crítica ou a fazer um elogio.
Há ainda aqueles que procuram trazer uma opinião sustentada por
argumentos.
 O comentário de um leitor pode contribuir com novas informações sobre o
assunto.
 O grau de formalidade de um comentário de leitor pode variar conforme o
veículo de sua publicação.
 Os jornais e as revistas impressas, em geral, divulgam o comentário escrito
em linguagem formal, principalmente quando atingem um grande público.
 Na internet, o grau de formalidade varia em função do site, do assunto
comentado e do próprio estilo de escrita de quem o produziu. Há uma liberdade
maior em relação às regras da modalidade escrita e a presença de palavras
escritas em letras maiúsculas, abreviações e abandono da pontuação.
 Os comentários de leitor podem dialogar com outros comentários já
publicados.

Conto
 É um gênero textual que consiste em uma história curta, uma narrativa breve,
geralmente construída em torno de um fato principal.
 A descrição dos personagens, do espaço e do tempo e a apresentação das ações
pelo narrador limitam-se ao que é importante para contar a história.
 O narrador pode ser um narrador-observador, quando conta a história sem
participar dela, ou um narrador-personagem.
 No caso de narrador-observador, a narrativa é feita na terceira pessoa e o
narrador pode ser onisciente, isto é, conhecer todos os fatos, até mesmo o que se
passa no interior dos personagens
 O narrador-personagem pode ser o personagem principal ou um personagem
secundário, e a narrativa é feita em primeira pessoa. Esse tipo de narrador conta
somente aquilo que viu e não tem acesso ao que se passa na mente dos demais
personagens.
 No texto, o narrador também pode fazer comentários sobre aquilo que conta
 A sequência de fatos ou ações da narrativa forma o enredo, que é constituído de
quatro partes:

a. Situação inicial, que apresenta o fato inicial, contextualizando a história.


b. Conflito ou complicação, que apresenta o fato que altera a situação inicial.
c. Clímax, que é o momento de maior tensão na narrativa.
d. Desfecho, que é a solução do conflito ou complicação.

 A voz que conta os fatos em uma narrativa pertence ao narrador, mas é comum
aparecer também a fala dos personagens, de forma direta (discurso direto) ou
indireta (discurso indireto).
 O discurso direto caracteriza melhor os personagens, mostrando a maneira
particular como eles se expressam. O discurso indireto permite ao narrador
resumir a fala dos personagens
 Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores.
Dependendo do assunto e das características, o conto é classificado como conto
social, conto fantástico, conto de amor, conto de humor, conto de ficção
científica, conto de terror etc.

Conto fantástico
 A palavra fantástico é utilizada para se dizer que algo é ótimo, admirável, mas
esse termo também está relacionado à fantasia. Nos estudos de literatura, é usado
quando há mistura do real com o imaginário.
 O  gênero  textual  conto  fantástico  caracteriza-se  por  narrar  histórias  que 
ocorrem  no  mundo real, envolvendo personagens que são pessoas comuns, mas
incluem situações que são ilógicas, absurdas, incompreensíveis. Em resumo,
narra algo que ocorre no mundo real, mas que contém alguma
situação inexplicável, absurda
 Nos contos fantásticos há um fato inusitado, improvável, estranho, que
interfere no mundo real que está sendo apresentado. A situação inusitada, muitas
vezes, serve para fazer o leitor perceber que há algo errado, absurdo, em seu
próprio mundo
 Embora os contos fantásticos misturem situações reais e irreais, a história
contada é aceita pelo leitor. Os fatos narrados estão encaixados e há uma lógica
entre eles, efeito que é cha-mado de verossimilhança e que é uma característica
das narrativas em geral
 Em alguns casos, por meio da narrativa fantástica, é feita uma denúncia ou
uma crítica de comportamentos sociais.

Diário
 É um gênero textual constituído de textos que relatam fatos vividos pelo
autor e que apresentam reflexões, opiniões e sentimentos relacionados aos
acontecimentos relatados. É uma comunicação íntima, particular.
 Os textos de um diário não têm uma estrutura fixa, mas em geral
apresentam data, vocativo e assinatura. Geralmente,
o destinatário ou leitor de um diário costuma ser o próprio autor dos textos.
 A linguagem utilizada costuma ser simples, descontraída. Quando são
publicados, os textos de um diário podem passar por alterações para se
adequarem a uma comunicação pública
 Diário ficcional: diário que apresenta um conteúdo inventado, utilizando, para
isso, um personagem fictício.

Entrevista
 É um gênero textual que se caracteriza pelo diálogo entre um ou mais
entrevistadores e entrevistados.
 As entrevistas têm extensão variada e algumas delas, mais curtas, podem estar
inseridas em notícias, em reportagens e em outros gêneros jornalísticos.
 Uma entrevista é uma situação de fala organizada. Geralmente tem início com
a apresentação do entrevistado pelo entrevistador, que justifica a escolha desse
entrevistado.
 O entrevistador direciona a conversa, faz perguntas ou comentários, indica
assuntos a serem desenvolvidos e, por fim, encerra o diálogo. Ele determina o
rumo da entrevista, solicitando o aprofundamento de alguma ideia e a
complementação dos dados, indicando um novo assunto etc.
 Em geral, o entrevistador parte de um roteiro, preparado antecipadamente. Para
realizar uma entrevista de modo eficiente, o entrevistador precisa produzir
perguntas coerentes e interessantes.
 As entrevistas são comunicações públicas e chegam a muitas pessoas. Por isso,
os interlocutores procuram apresentar informações completas e acessíveis, em
linguagem adequada ao tema e ao público-alvo
 As entrevistas têm objetivos variados: o entrevistado pode falar de um fato que
testemunhou, expor conhecimentos especializados ou sua opinião sobre um
tema, relatar uma experiência pessoal, responder a curiosidades sobre a própria
vida etc.

Hacai
 Os haicais são poemas compostos de três versos, com temas ligados
à natureza ou à percepção da passagem do tempo. Têm origem japonesa.
História em quadrinhos
 É um gênero textual narrativo em que a história é apresentada por meio de
quadrinhos em sequência. É também conhecido como HQ.
 As tiras, ou tirinhas, são histórias em quadrinhos curtas, pois ocupam poucos
quadros. Costumam ter poucos personagens.
 Em geral, as histórias são compostas por imagens, legendas e balões de fala e
de pensamento. Existem exemplos que dispensam a linguagem verbal.
 Os quadrinhos devem formar uma sequência em que seja possível identificar
o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.
 Em geral, o objetivo das histórias em quadrinhos é entreter e divertir o leitor
por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis.
 As HQs podem ter uma função didática, quando são usadas para transmitir
ensinamentos ou estimular reflexões.
 O formato dos balões indica se o seu conteúdo foi dito ou apenas pensado e
pode indicar também como esse conteúdo foi expresso.
 Nas HQs, as legendas são textos verbais atribuídos ao narrador. Elas podem
informar o tempo e o espaço da narrativa; também podem oferecer informações
de contextualização.
 Em alguma medida, as narrativas feitas em quadrinhos apresentam informações
implícitas, exigindo que o leitor as complete com a sua imaginação. Predomina
a linguagem coloquial.
 Além dos desenhos e dos balões de fala, podem ser usados variados recursos
de construção, como onomatopeias, palavras destacadas e linhas para indicar
movimento.

HQ eletrônica
 É um gênero textual que alia características da HQ impressa (balões, quadros
e ilustrações) a recursos digitais (imagens que se alteram conforme a
navegação, inserção de trilha sonora, uso de links externos etc.). É também
chamada de webcomic.
 A  HQ  eletrônica  ou  webcomic  é  um  exemplo  de  texto  multissemiótico, 
pois  articula  várias linguagens ou semioses — verbal (escrita ou falada), sons,
imagens (estáticas ou em movimento), elementos gráficos (tipos e cores de
letras, setas, balões de fala), disposição das palavras no papel etc.

Mangá
 É uma história em quadrinhos de origem japonesa. Sua leitura não segue a
ordem da leitura ocidental, que é feita da esquerda para a direita.
 Um mangá é classificado de acordo com o público a que se destina. O mangá
destinado ao público jovem masculino é o shonen, e o destinado às meninas é
o shoujo.

Notícia
 É um gênero textual jornalístico que consiste no relato de um fato real, atual e
relevante para o público. Os assuntos, a linguagem e os recursos da notícia são
definidos de acordo com as características do veículo de comunicação e as
expectativas de seu público
 As notícias são veiculadas pelos jornais impressos ou digitais, que levam ao
público as informações mais recentes sobre o que está acontecendo no mundo.
Elas tratam de fatos novos e de interesse público.
 Partes que formam uma notícia: o título principal ou manchete, a linha fina, a
lide (parágrafo inicial ou introdutório) e a continuação do texto (o
desenvolvimento da notícia).
 A linha fina é um título auxiliar e aparece logo depois do título principal
(manchete), complementando seu sentido.
 A lide traz as informações básicas sobre o conteúdo da notícia: O
que aconteceu? Quem participou do
acontecimento? Quando aconteceu? Onde aconteceu? As perguntas “Como?” e
“Por quê?” também podem ser respondidas nessa parte.
 A continuação do texto desenvolve as informações do parágrafo introdutório,
incluindo falas de especialistas ou de pessoas que acompanharam o
acontecimento.
 As notícias precisam ter credibilidade, isto é, gerar confiança no público a
respeito do que está sendo noticiado. Por isso a inclusão de falas de especialistas
ou de pessoas que acompanharam o acontecimento. Essa inclusão também torna
a notícia mais interessante.
 Para tornar a notícia mais completa, são usados frequentemente recursos
auxiliares, como fotografias, vídeos, infográficos, mapas etc.
 A notícia falada deve apresentar todos os dados necessários à compreensão do
evento, mas não pode ser longa. Deve incluir os elementos básicos que
costumam aparecer no lide da notícia escrita.
 A notícia falada conta com certo planejamento, porque é uma situação de fala
pública. O ouvinte espera acompanhar uma fala organizada e clara. É preciso
criar um roteiro com a sequência das informações a serem apresentadas.

Palestra e seminário
 A palestra e o seminário são gêneros orais que têm como objetivo transmitir
conhecimento a um público em um evento determinado. Constituem falas sobre
temas culturais, científicos, sociais.
 Em geral, um dos objetivos dos seminários é apresentar o resultado de um
estudo, por isso são textos predominantemente expositivos.
 As palestras e os seminários são falas planejadas e, durante a apresentação, os
comunicadores cuidam para que sejam bem entendidos pelos ouvintes.
 Em  geral,  esses  dois  gêneros  orais  são  comunicações formais,  ainda  que 
algum  grau  de  informalidade possa existir, dependendo do público.
 Nos seminários, emprega-se uma linguagem monitorada, com vocabulário
variado, construções precisas, atenção à concordância verbal e nominal etc.
Além disso, são utilizadas palavras e expressões que organizam o discurso para
que o ouvinte o entenda com mais facilidade.

Petição on-line
 Tem a mesma função de um abaixo-assinado, mas é criada em sites e
compartilhada por meio da internet. Expressa uma solicitação coletiva e reúne
assinaturas digitais daqueles que concordam com ela.
 Embora não tenham efeito jurídico, ou seja, sua entrega para uma entidade
pública ou empresa não garanta que serão atendidas, as petições funcionam
como um instrumento de pressão social para que algumas mudanças sejam
feitas.
 Roteiro para se produzir uma petição on-line:
1. Criar um título conciso e objetivo
2. Indicar o destinatário: pessoa, entidade pública ou empresa que pode
resolver o problema
3. Explicar qual problema precisa ser resolvido e por que isso precisa ser
feito.
4. Apresentar uma proposta.

Poema
 É um gênero textual do campo literário, pois utiliza a língua do dia a dia de um
modo especial.
 Caracteriza-se por ser um trabalho apurado, especial, com as palavras e o uso
de diferentes recursos de linguagem, como a distribuição das letras ou o formato
do texto na página.
 Nos poemas, os recursos de linguagem podem ser mobilizados
intencionalmente para construir sentidos e causar efeito sobre o leitor.
 A voz que fala no texto é chamada de eu lírico ou eu poético, que pode
expressar uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. O eu lírico
pode se expressar em primeira ou terceira pessoa.
 Cada grupo de versos de um poema constitui uma estrofe.
 Os poemas estão repletos de imagens poéticas, pois, em lugar de apresentar
diretamente uma ideia, criam relações inesperadas.
 As palavras não são empregadas da forma mais comum. Elas são escolhidas,
dispostas e eventualmente articuladas com outros recursos visuais, de modo a
construir sentidos inusitados e efeitos expressivos.
 O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras criando associações
novas, inesperadas. Eles usam as palavras com sentido diferente do habitual, isto
é, empregam uma linguagem figurada.
 A rima é recurso importante para a sonoridade do poema, mas também podem
ser explorados outros recursos para isso, como o uso de palavras com sons
semelhantes etc. Há poemas com versos sem rima, chamados de versos
brancos.
 Os poemas mais tradicionais exploram um número fixo de versos por estrofe.
Outros organizam os versos em uma única estrofe.
 Os poemas visuais exploram a disposição das palavras no papel, o formato das
letras e cores diferenciadas na composição.

Poema narrativo
 O poema narrativo mescla recursos típicos da linguagem poética e do texto
narrativo. Apresenta um enredo organizado em versos, com ações realizadas
por personagens em uma sequência temporal e contadas por alguém
 Os versos podem formar uma ou mais estrofes e ter ou não rimas. Muitos
poemas narrativos contemporâneos abrem mão da pontuação e da organização
dos versos em várias estrofes.
 Os poemas narrativos concentram-se em um evento central. Alguns
são bastante longos, enquanto outros se desenvolvem em poucos versos. São
constituídos de situação inicial, conflito, clímax e desfecho.
 O uso do discurso direto, na representação da fala de um personagem, é um
recurso possível no poema narrativo.

Relato de experiência
 Trata-se de um gênero textual em que o falante conta uma experiência real
e marcante vivida por ele. Pode ser falado ou escrito. É também chamado
de depoimento.
 A experiência relatada apresenta um evento incomum, como testemunhar um
terremoto, ou um evento exemplar, como ser voluntário em um campanha
social.
 O relato apresenta fatos, causas e consequências, decisões e sentimentos sempre
sob um ponto de vista pessoal.
 Dependendo do veículo de circulação em que o relato será apresentado e dos
interlocutores a que se destina, a linguagem utilizada pode ser mais formal ou
menos formal
 O relato é uma fala pública, por isso a atenção à clareza é necessária, o que é
conseguido com uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do
corpo.

Relato de viagem
 Apresenta experiências reais de um viajante, assim como informações sobre
determinado lugar. Inclui também explicações e descrições, além de impressões,
sentimentos e opiniões, que são elementos mais subjetivos.
 O produtor de um relato de viagem deseja transmitir sua experiência ao leitor,
estimulando-lhe a imaginação e a sensibilidade.
 A linguagem utilizada no relato segue as variedades urbanas de prestígio, sem
ser excessivamente formal.
 Grande parte dos relatos de viagem é elaborada por um viajante
que observa a cultura do local visitado e conversa com os residentes.
 É muito comum que o relato de viagem apresente um choque entre culturas, já
que a pessoa que está viajando entra em contato com hábitos e valores diferentes
dos seus.
 O relato deve contribuir para que o interlocutor visualize os cenários, as
pessoas e os objetos apresentados: incluir adjetivos junto aos substantivos,
mencionar ações e estimular os órgãos dos sentidos, entre outras estratégias,
contribuem para esse objetivo
 As descrições  permitem  ao  produtor  de  um  texto  apresentar  as 
características  de  um  objeto, de um ser, de um ambiente etc. de modo mais
objetivo ou mais subjetivo.
 Uma boa  descrição  permite  ao  leitor  experimentar  sensações  parecidas 
com  as  que  o  produtor do texto sentiu ou inventou. A descrição de algo ou de
alguém também pode ser feita com o relato de suas ações.

Resenha crítica
 Esse gênero textual tem como objetivo orientar o leitor quanto à decisão de
conhecer ou não um objeto cultural: filme, exposição, livro, game, show,
série, álbum musical etc.
 O texto expõe o conteúdo do objeto cultural, compara-o com outras produções
do mesmo segmento (cinema, música, literatura etc.), avalia sua qualidade
e argumenta para sustentar a opinião emitida.
 Os critérios para a análise de um objeto cultural são definidos pelo segmento
em que ele se insere, e o tipo de público define se a resenha deverá ser mais ou
menos técnica e sua linguagem menos ou mais formal.
 As resenhas costumam ser escritas por especialistas ou conhecedores de um
segmento cultural (literatura, games, teatro etc.). O resenhista deve mostrar
cultura ampla e bom conhecimento do segmento cultural em que se insere o
objeto que analisa.
 Uma resenha crítica pode se destinar a um público específico, também
conhecedor do assunto, ou a um público amplo e heterogêneo.
 Quando feita para divulgação em publicação especializada, pode contar
com vocabulário técnico e análise aprofundada.
 Quando escrita para um público amplo e heterogêneo, oferece linguagem e
descrições mais acessíveis.
 As resenhas críticas publicadas em jornais e revistas impressos costumam contar
com recursos complementares, como fotografias do objeto analisado.
 As resenhas críticas divulgadas na internet podem se valer
de links para trailers, entre outros recursos. Nas resenhas críticas de CDs, pode
ser incluído o link para ouvir uma de suas faixas.
 Além das resenhas escritas, existem as resenhas orais, que são apresentadas em
programas de televisão, rádio ou em canais de vídeos na internet.
 Há algumas décadas, as resenhas críticas eram publicadas apenas em jornais e
revistas impressos e eram escritas por especialistas. Hoje são comuns em blogs e
canais de vídeos organizados por pessoas interessadas em determinada área
cultural.

Texto teatral
 É o texto em que a situação é informada por meio de falas e ações dos
personagens, a partir das quais a história vai sendo contada. Indicam-se apenas
as ações principais.
 O texto teatral costuma ser dividido em atos e cenas. Os atos são cenas
interligadas por um tema. As cenas são divididas conforme a entrada e a saída
de personagens do palco.
 As ações são deduzidas a partir das falas dos personagens ou vêm descritas nas
chamadas rubricas, que são as orientações apresentadas entre parênteses ou em
texto diferenciado.
 As rubricas  informam  a  entrada  e  a  saída  dos  personagens  do  palco,  os 
elementos  que  compõem o cenário e o tom de algumas falas em cena. Também
podem orientar alguns aspectos da atuação dos atores.
 As rubricas substituem o narrador. Elas são usadas em algumas falas para
contextualizar a leitura do texto, mas não em todas, pois as decisões sobre a
encenação cabem ao diretor do espetáculo.
 A primeira rubrica de uma cena teatral costuma indicar o ambiente em que
ocorrem as ações, além da posição inicial dos personagens.
 O espaço, o lugar onde se passa a ação, é um elemento importante da história.
Ele situa os personagens em um lugar geográfico ou social e pode influenciar
comportamentos, antecipar ações, entre outras funções.
 O espaço pode contribuir para contar a história, porque traz informações sobre
os personagens e suas ações, podendo, inclusive, ajudar a explicitar seus
sentimentos.
 Os textos teatrais tradicionais costumam apresentar um conflito, que leva ao
clímax e provoca a expectativa do público quanto à solução final. Nos textos
teatrais contemporâneos, isso nem sempre acontece e há muitas variações
 A linguagem usada pelos personagens ajuda a caracterizá-los, sugerindo
origem, nível de escolaridade, maior ou menor simpatia etc

Verbete
 É um gênero textual com função informativa, encontrado em dicionários e
enciclopédias. A palavra que serve de título para o texto constitui a entrada do
verbete.
 Os dicionários e as enciclopédias apresentam, respectivamente, verbetes
linguísticos e verbetes enciclopédicos. Existem dicionários bilíngues,
dicionários etimológicos, dicionários de regionalismos, dicionários de termos
técnicos etc
 Os verbetes linguísticos têm como foco a palavra: as diferentes acepções, o
sentido de locuções em que aparecem, as informações gramaticais (pronúncia,
classe gramatical, gênero, formação do plural etc.), o uso social (formal,
informal, regionalismo etc.) e, em alguns casos, as mudanças da palavra ao
longo do tempo.
 Os verbetes enciclopédicos apresentam informações amplas relativas à “coisa”
designada pela palavra de entrada: descrição, contextualização histórica, relação
com um campo de conhecimento (física, dança, culinária etc.), entre outras.
 Os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos da sociedade, por isso
devem ser bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa que apresentem
informações corretas.
 Os verbetes procuram apresentar informações completas e resumidas, ainda
que nem sempre sejam textos curtos. Emprega-se linguagem formal, precisa e
objetiva. Não expressam opiniões ou sentimentos.
 Em situações específicas, como em obras destinadas ao público infantil ou
juvenil, a linguagem do verbete pode conter expressões informais e marcas de
subjetividade.

GÊNEROS TEXTUAIS ESTUDADOS   NESTE


VOLUME DO 8o ANO 
Tipo, gênero e domínio
 O tipo textual tem uma estrutura definida, reconhecida por características
ligadas à sua finalidade e à sua linguagem. São tipos textuais:
a. A narração: apresenta uma sequência de ações de personagens, contada por um
narrador; está contextualizada no tempo e no espaço.
b. A argumentação: apresenta uma opinião, sustentada por argumentos.
c. A injunção: apresenta instruções para o interlocutor.
d. A descrição: apresenta um retrato, com palavras, de uma pessoa, coisa ou
situação.
e. A exposição: apresenta informações sobre um assunto. 

 Em geral, em um gênero textual é possível identificar mais de um tipo textual,


os quais se complementam, mas há um tipo predominante. O conto, por
exemplo, é um gênero textual predominantemente do tipo narrativo, embora
tenha, com frequência, sequências descritivas.
 O gênero textual define um modelo de texto usado nas comunicações sociais.
 Os gêneros textuais são mais específicos do que os tipos textuais, porque são
determinados pelos interlocutores, pela forma de circulação (televisão, jornal
impresso etc.), pela finalidade, pelos temas mais comuns, pelos recursos
linguísticos mais usados, pelo domínio textual, entre outros fatores.
 São alguns dos muitos gêneros textuais: estatuto, regulamento, conto, diário,
verbete, história em quadrinhos, notícia, fábula, boletim do tempo, seminário,
conversa telefônica, reportagem, entrevista, poema, artigo de opinião etc.
 O domínio textual é a esfera da atividade humana à qual um gênero textual
pertence ou se relaciona: instrucional (ou do conhecimento), jornalístico,
literário, da saúde, jurídico, publicitário etc.
Anúncio publicitário
 É um gênero textual que tem como objetivo estimular o leitor a consumir um
produto ou serviço ou a agir de determinada maneira.
 Os anúncios são textos persuasivos, isto é, buscam convencer alguém de uma
ideia, e costumam articular várias linguagens em sua produção.
 Um anúncio deve buscar formas originais para conquistar os leitores.
A criatividade é um dos importantes recursos para chamar a atenção de quem lê
o anúncio.
 O anúncio pode ser um dos gêneros textuais utilizados em uma campanha
publicitária, a qual pode envolver gêneros como fôlder, jingle, spot,
filme, card etc.
 Uma campanha publicitária precisa contar com uma identidade visual e
uma mensagem comum, definida segundo o perfil de quem deseja atingir,
levando em conta poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.
 Em geral, um anúncio apresenta frases concisas, que esclarecem sua ideia
central.
 O anúncio costuma trazer a identificação do anunciante por meio de
um logotipo, que é um símbolo formado por letras e imagem, e pode contar
também com um slogan, constituído de uma ou duas frases bem curtas e de fácil
memorização que caracterizam o produto ou a marca.

Artigo de opinião
 É um gênero textual da esfera jornalística que expressa o ponto de vista de um
autor, geralmente um especialista, acerca de um tema. É sempre assinado.
 Frequentemente dialoga com um fato mais recente e de interesse público,
relatado em notícia que circula na mídia.
 No artigo de opinião, o autor expõe uma tese, cuja validade é provada com base
em argumentos. A tese explicita, de modo sucinto, o ponto de vista que o
articulista defende.
 O texto pode apresentar marcas de 1ª pessoa, mas seu foco não é a expressão de
sentimentos ou o relato de experiências pessoais. O articulista reflete
sobre questões de interesse social.
 A estrutura dos artigos de opinião é composta de:

a. Introdução – apresenta o tema que será discutido e, com bastante frequência, a


tese. Ocupa o primeiro parágrafo, podendo estender-se ao segundo.
b. Desenvolvimento – apresenta os argumentos que sustentam a tese, usando
estratégias como citação de dados, análise de exemplos ou perguntas retóricas
para persuadir o leitor.
c. Conclusão – encerra a linha de raciocínio, confirmando o ponto de vista e a
conclusão que se pode tirar do que foi apresentado. Deve ressaltar os pontos
fortes do raciocínio, sem repetir palavras já usadas.

 A linguagem usada é formal e predominantemente objetiva, mas, dependendo


do contexto, pode apresentar expressões coloquiais, que devem ser poucas.
Comentário de leitor
 É um gênero textual opinativo, isto é, trata-se de um texto que expressa um
ponto de vista, uma opinião. É divulgado em publicação impressa ou digital.
 Um leitor, motivado por um fato noticiado ou pela leitura de um texto opinativo
(editorial, artigo de opinião, crônica, charge etc.), expressa o seu ponto de
vista sobre o que leu.
 O leitor também pode fazer um comentário referente a decisões de uma
publicação sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um
profissional etc.
 Há comentários que se limitam a apresentar uma crítica ou a fazer um elogio.
Há ainda aqueles que procuram trazer uma opinião sustentada por
argumentos.
 O comentário de um leitor pode contribuir com novas informações sobre o
assunto comentado.
 O grau de formalidade do comentário de leitor pode variar conforme o veículo
de sua publicação.
 Os jornais e as revistas impressas, em geral, divulgam o comentário escrito em
linguagem formal, principalmente quando atingem um grande público.
 Na internet, o grau de formalidade varia em função do site, do assunto
comentado e do próprio estilo de escrita de quem o produziu. Há uma liberdade
maior em relação às regras da modalidade escrita e a presença de palavras
escritas em letras maiúsculas, abreviações e abandono da pontuação.
 Os comentários de leitor podem dialogar com outros comentários já publicados.

Conto
 É um gênero textual que consiste em uma narrativa breve, geralmente
construída em torno de um fato principal.
 A descrição dos personagens, do espaço e do tempo e a apresentação das ações
pelo narrador limitam-se ao que é importante para contar a história.
 O narrador pode ser um narrador-observador, quando conta a história sem
participar dela, ou um narrador-personagem.
 No caso de narrador-observador, a narrativa é feita na terceira pessoa e o
narrador pode ser onisciente, isto é, conhecer todos os fatos, até mesmo o que se
passa no interior dos personagens.
 O narrador-personagem pode ser o personagem principal ou um personagem
secundário, e a narrativa é feita em primeira pessoa. Esse tipo de narrador conta
somente aquilo que viu e não tem acesso ao que se passa na mente dos demais
personagens.
 No texto, o narrador também pode fazer comentários sobre aquilo que conta.
 A sequência de fatos ou ações da narrativa forma o enredo, que é constituído de
quatro partes:

a. Situação inicial, que contextualiza a história.


b. Conflito ou complicação, que apresenta o fato responsável por
alterar a situação inicial.
c. Clímax, que é o momento de maior tensão na narrativa.
d. Desfecho, que é a solução do conflito ou complicação.

 A fala dos personagens pode aparecer de forma direta (discurso direto) ou


indireta (discurso indireto).
 O discurso direto caracteriza melhor os personagens, mostrando a maneira
particular como eles se expressam. O discurso indireto traz a fala dos
personagens apresentadas pelo narrador.
 Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores.
Dependendo do assunto e das características, o conto é classificado como conto
social, conto fantástico, conto de amor, conto de humor, conto de ficção
científica, conto de terror etc.

Conto fantástico
 Nos estudos de Literatura, a palavra fantástico é usada quando há mistura do
real com o imaginário.
 O gênero textual conto fantástico caracteriza-se por narrar histórias que ocorrem
no mundo real, envolvendo personagens que são pessoas comuns, mas incluem
situações que são ilógicas, absurdas, incompreensíveis. Em resumo, narra algo
que ocorre no mundo real, mas que contém alguma situação
inexplicável, absurda.
 Nos contos fantásticos há um fato inusitado, improvável, estranho, que interfere
no mundo real que está sendo apresentado. A situação inusitada, muitas vezes,
serve para fazer o leitor perceber que há algo errado, absurdo, em seu próprio
mundo.
 Em alguns casos, por meio da narrativa fantástica, é feita uma denúncia ou uma
crítica de comportamentos sociais.
 Embora os contos fantásticos misturem situações reais e irreais, a história
contada é aceita pelo leitor. Os fatos narrados estão encaixados e há uma lógica
entre eles, efeito que é chamado de verossimilhança e que é uma característica
das narrativas em geral.

Crônica reflexiva
 Existem vários tipos de crônica: reflexiva, narrativa, acadêmica, esportiva etc.
 As crônicas reflexivas são textos que apresentam um fato da vida comum sob
uma perspectiva nova e pessoal (subjetiva).
 A crônica reflexiva apresenta observações e impressões do cronista acerca de
um elemento do cotidiano, estimulando uma reflexão que amplia o seu sentido.
 No texto, predominam o registro informal e uma linguagem mais criativa,
pois o objetivo é entreter o leitor, surpreendê-lo com um ponto de vista
diferente, encantá-lo com um novo modo de expressar as ideias.
 Esse gênero textual permite construções que, algumas vezes, lembram as de uma
conversa, e um dos recursos usados para criar essa sensação é a interlocução, a
fala dirigida diretamente ao leitor.
 A intertextualidade é um recurso frequente na escrita das crônicas, pois
contribui para o estabelecimento de relações novas, inesperadas.
 As crônicas costumam ser publicadas em jornais, revistas e blogs. Muitas
vezes, são criadas com base nos mesmos fatos relatados em notícias e
reportagens ou apresentados em artigos de opinião ou editoriais, por exemplo.

Debate regrado
 É um gênero textual oral produzido pela interação dos falantes e tem como
principal objetivo ampliar o conhecimento sobre um tema, podendo, muitas
vezes, levar a um consenso e à tomada de uma decisão.
 Os debates podem conter opiniões complementares ou divergentes: quando a
ideia é aprofundar a discussão, prevalecem ideias complementares; quando o
tema é polêmico, predominam ideias divergentes.
 É um confronto de ideias de forma organizada apresentado em situações
públicas diante de espectadores e exibido nos meios de comunicação.
 O mediador é uma figura centrale deve estar preparado tanto para conduzir a
discussão quanto para reinstaurar um debate organizado. Ele também tem a
função de encerrar o debate com uma síntese dos argumentos apresentados e o
agradecimento aos debatedores e ao público.
 Os debatedores devem respeitar o turno conversacional, permitindo que todos
expressem seu ponto de vista.
 O turno conversacional é o uso da fala por parte de cada um dos interlocutores
e corresponde não apenas ao que eles dizem, mas também às suas hesitações e
aos seus silêncios.
 As opiniões apresentadas pelos debatedores precisam estar sustentadas
por argumentos consistentes, capazes de convencer o ouvinte de sua validade.
 Nos debates, é comum o falante usar a contra-argumentação, que consiste na
introdução de argumentos contrários ao ponto de vista defendido e a
desconstrução deles na sequência.
 Os debates são públicos e, por isso, empregam-se, em geral, as variedades
urbanas de prestígio e o nível de linguagem formal. Nos debates dirigidos a
um público mais jovem ou com abordagens descontraídas, podem aparecer
expressões informais, inclusive gírias.

Diário
 É um gênero textual constituído de textos que relatam fatos vividos pelo
autor e que apresentam reflexões, opiniões e sentimentos relacionados aos
acontecimentos relatados. É uma comunicação íntima, particular.
 Os textos de um diário não têm uma estrutura fixa, mas em geral
apresentam data, vocativo e assinatura. Geralmente, o destinatário ou leitor de
um diário costuma ser o próprio autor dos textos.
 A linguagem utilizada costuma ser simples, descontraída. Quando são
publicados, os textos de um diário podem passar por alterações, para se
adequarem a uma comunicação pública.
 Diário ficcional: diário que apresenta um conteúdo inventado, utilizando para
isso um personagem fictício.

Entrevista
 É um gênero textual que se caracteriza pelo diálogo entre um ou mais
entrevistadores e entrevistados.
 As entrevistas são comunicações públicas e chegam a muitas pessoas. Por isso,
os interlocutores procuram apresentar informações completas e acessíveis, em
linguagem adequada ao tema e ao público-alvo.
 As entrevistas têm objetivos variados: o entrevistado pode falar de um fato que
testemunhou, expor conhecimentos especializados ou sua opinião sobre um
tema, relatar uma experiência pessoal, responder a curiosidades sobre a própria
vida etc.
 As entrevistas têm extensão variada e algumas delas, mais curtas, podem estar
inseridas em notícias, em reportagens e em outros gêneros jornalísticos.
 Uma entrevista é uma situação de fala organizada. Geralmente tem início com
a apresentação do entrevistado pelo entrevistador, que justifica a escolha desse
entrevistado.
 O entrevistador direciona a conversa, faz perguntas ou comentários, indica
assuntos a serem desenvolvidos e, por fim, encerra o diálogo. Ele determina o
rumo da entrevista, solicitando o aprofundamento de alguma ideia e a
complementação dos dados, indicando um novo assunto etc.
 Em geral, o entrevistador parte de um roteiro, preparado antecipadamente, mas
o amplia incluindo novas perguntas formuladas com base nas respostas do
entrevistado.

Fanfiction ou fanfic
 É uma narrativa ficcional produzida por fãs com base em romances, séries,
filmes, quadrinhos e videogames.
 Os fãs-autores apropriam-se dos personagens e do universo de suas histórias
favoritas para criar novas narrativas, que são divulgadas por meio
de sites, blogs e plataformas de autopublicação e compartilhamento de textos.
 O roteiro da fanfiction deve manter-se coerente com o universo ficcional
original.
 Mesmo quando é parte de um conjunto de produções com personagens
conhecidos, a fanfiction deve manter sua autonomia e permitir a compreensão
de quem não conhece o que veio antes.

Fotorreportagem
 Esse gênero textual tem o mesmo objetivo da reportagem, mas está centrado
em fotografias acompanhadas por textos breves. Em geral, um texto de abertura
contextualiza a sequência de imagens.
 O conjunto das fotografias deve construir um relato coeso e aprofundado do
tema. Em geral, as fotorreportagens apresentam elementos de uma paisagem,
costumes de grupos ou acontecimentos pontuais.
 A fotorreportagem não é um texto imparcial: a escolha das imagens revela o
posicionamento do jornalista diante do que relata ou o efeito que ele deseja
provocar no leitor.

História em quadrinhos
 É um gênero textual narrativo em que a história é apresentada por meio de
quadrinhos em sequência. É também conhecido como HQ.
 As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos curtas, pois ocupam poucos
quadros. Costumam ter poucos personagens.
 Os quadrinhos devem formar uma sequência em que seja possível identificar
o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.
 Em geral, o objetivo das histórias em quadrinhos é entreter e divertir o leitor
por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis.
 As HQs podem ter uma função didática, quando são usadas para transmitir
ensinamentos ou estimular reflexões.
 Em geral, as histórias são compostas por imagens e balões de fala e de
pensamento. Eventualmente são usadas legendas. Existem exemplos que
dispensam a linguagem verbal.
 O formato dos balões indica se o seu conteúdo foi dito ou apenas pensado e
pode indicar também como esse conteúdo foi expresso.
 Nas HQs, as legendas são textos verbais atribuídos ao narrador. Elas podem
informar o tempo e o espaço da narrativa; também podem oferecer informações
de contextualização.
 Outros recursos de construção também podem ser usados, como
onomatopeias, palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Os
personagens podem ser representados com traços simples.
 Em alguma medida, as narrativas feitas em quadrinhos apresentam informações
implícitas, exigindo que o leitor as complete com a sua imaginação.
 Predomina a linguagem coloquial.

HQ eletrônica
 É um gênero textual que alia características da HQ impressa (balões, quadros
e ilustrações) a recursos digitais (imagens que se alteram conforme a
navegação, inserção de trilha sonora, uso de links externos etc.). É também
chamada de webcomic.
 A HQ eletrônica ou webcomic é um exemplo de texto multissemiótico, pois
articula várias linguagens ou semioses — verbal (escrita ou falada), sons,
imagens (estáticas ou em movimento), elementos gráficos (tipos e cores de
letras, setas, balões de fala), disposição das palavras no papel etc.

Mangá
 É uma história em quadrinhos de origem japonesa. Sua leitura não segue a
ordem da leitura ocidental, que é feita da esquerda para a direita.
 Um mangá é classificado de acordo com o público a que se destina. O mangá
destinado ao público jovem masculino é o shonen, e o destinado às meninas é
o shoujo.
 Apresenta alguns traços estilísticos comuns, como o formato arredondado e
grande dos olhos dos personagens e a irregularidade na forma dos quadrinhos.

Miniconto
 É uma narrativa ainda mais enxuta do que um conto; apresenta apenas
a essência da situação narrativa.
 Cabe ao leitor imaginar os fatos anteriores ao momento narrado e suas
consequências, as características dos personagens e do cenário etc. O leitor
“deve preencher” a narrativa.
 Embora muito sintéticos, os minicontos apresentam um sentido completo e
podem produzir no leitor um efeito dramático, cômico, crítico, reflexivo, entre
outros.
 Há autores que dispensam o título em seus minicontos para garantir que fiquem
realmente bastante curtos; outros, porém, preferem manter o título, usando-o
como um elemento que contribui para a contextualização e para o sentido da
narrativa.
 Parte dos minicontos mantém os componentes tradicionais do enredo narrativo
(situação inicial, conflito, clímax e desfecho), mas os sintetizam mostrando
apenas ações essenciais.
 Há ainda os chamados microcontos, que registram um flagrante único, com base
no qual o leitor compõe a situação narrativa. Geralmente, são compostos de
poucas frases, acompanhadas ou não de título.

Notícia
 É um gênero textual jornalístico que consiste no relato de um fato real, atual e
relevante para o público. Os assuntos, a linguagem e os recursos da notícia são
definidos de acordo com as características do veículo de comunicação e as
expectativas de seu público.
 As notícias são veiculadas pelos jornais impressos ou digitais, que levam ao
público as informações mais recentes sobre o que está acontecendo no mundo.
Elas tratam de fatos novos e de interesse público.
 Partes que formam uma notícia: o título principal, a linha fina, o lide e o
desenvolvimento.
 A linha fina é um título auxiliar e aparece logo depois do título principal
complementando seu sentido.
 O lide, que é o parágrafo introdutório, traz as informações básicas sobre o
conteúdo da notícia: o que aconteceu? Quem participou do acontecimento?
Quando aconteceu? Onde aconteceu? As perguntas “como?” e “por quê?”
também podem ser respondidas nessa parte.
 O desenvolvimento dá continuidade às informações do parágrafo introdutório.
 Como as notícias precisam ter credibilidade, costumamos incluir falas de
especialistas ou de pessoas que acompanharam o acontecimento.
 Para tornar a notícia mais completa, são usados frequentemente recursos
auxiliares, como fotografias, vídeos, infográficos, mapas etc.
 A notícia falada apresenta os mesmos componentes da notícia escrita. Por ser
uma situação de fala pública, conta com certo planejamento. O ouvinte espera
acompanhar uma fala organizada e clara.

Palestra e seminário
 A palestra e o seminário são gêneros orais que têm como objetivo transmitir
conhecimento a um público em um evento determinado. Constituem falas sobre
temas culturais, científicos, sociais etc.
 São falas planejadas e, durante a apresentação, os comunicadores cuidam para
que sejam bem entendidos pelos ouvintes.
 Em geral, esses dois gêneros orais são comunicações formais, ainda que algum
grau de informalidade possa existir, dependendo do público.
 Neles, emprega-se uma linguagem monitorada, com vocabulário variado,
construções precisas, atenção à concordância verbal e nominal etc. Além disso,
são utilizadas palavras e expressões que organizam o discurso para que o ouvinte
o entenda com mais facilidade.
 É frequente o uso de recursos complementares em palestras e seminários:
projeção de slides com textos curtos, fotografias, tabelas etc. e trechos de áudios
ou vídeos.
 Em geral, um dos objetivos dos seminários é apresentar o resultado de um
estudo, por isso são textos predominantemente expositivos.
 Quando apresentados em grupos, os seminários precisam contar
com planejamento rigoroso para que as entradas sejam organizadas e não
ocorra a sobreposição de falas.

Petição on-line
 Tem a mesma função de um abaixo-assinado, mas é criada em sites e
compartilhada por meio da internet. Expressa uma solicitação coletiva e reúne
assinaturas digitais daqueles que concordam com ela.
 Embora não tenham efeito jurídico, ou seja, sua entrega para uma entidade
pública ou empresa não garanta que serão atendidas, as petições funcionam
como um instrumento de pressão social para que algumas mudanças sejam
feitas.
 Roteiro para se produzir uma petição on-line:

1. Criar um título conciso e objetivo.


2. Indicar o destinatário: pessoa, entidade pública ou empresa que pode resolver o
problema.
3. Explicar qual problema precisa ser resolvido e por que isso precisa ser feito.
4. Apresentar uma proposta.

Poema
 É um gênero textual do campo literário, caracterizado pelo trabalho apurado
com as palavras e pelo uso de diferentes recursos de linguagem, como a
organização das letras ou o formato do texto na página.
 A voz que fala no texto, chamada de eu lírico ou eu poético, pode expressar
uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. O eu lírico pode se
expressar em primeira ou terceira pessoa.
 Nos poemas, os recursos de linguagem são mobilizados intencionalmente para
construir sentidos inusitados e efeitos expressivos.
 Os poemas estão repletos de imagens poéticas, pois, em lugar de apresentar
diretamente uma ideia, criam relações inesperadas.
 O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras criando associações
novas, inesperadas. Eles usam as palavras com sentido diferente do habitual, isto
é, empregam a linguagem figurada.
 Cada grupo de versos de um poema constitui uma estrofe. Os poemas mais
tradicionais exploram um número fixo de versos por estrofe. Outros organizam
os versos em uma única estrofe ou criam estrofes com número de versos variado.
 A rima é recurso importante para a sonoridade do poema, mas também podem
ser explorados outros recursos para isso, como o uso de palavras com sons
semelhantes etc. Há poemas com versos sem rima, chamados de versos
brancos.
 Os poemas visuais exploram a disposição das palavras no papel, o formato das
letras e cores diferenciadas na composição.
 Os haicais são poemas compostos de três versos, com temas ligados à natureza
ou à percepção da passagem do tempo. Têm origem japonesa.

Poema narrativo
 O poema narrativo mescla recursos típicos da linguagem poética e do texto
narrativo. Apresenta um enredo organizado em versos, com ações realizadas
por personagens em uma sequência temporal e contadas por alguém.
 Os versos podem formar uma ou mais estrofes e ter ou não rimas. Muitos
poemas narrativos contemporâneos abrem mão da pontuação e da organização
dos versos em várias estrofes.
 Os poemas narrativos concentram-se em um evento central. Alguns são
bastante longos, enquanto outros se desenvolvem em poucos versos. São
constituídos de situação inicial, conflito, clímax e desfecho.
 O uso do discurso direto, na representação da fala de um personagem, é um
recurso possível no poema narrativo.

Rap
 É um gênero textual poético, além de ser um tipo de música. Faz parte
da cultura hip-hop.
 Constitui um gênero textual oral produzido para ser declamado com um fundo
musical; parece uma declamação ritmada.
 Sua força poética é obtida pela exploração da sonoridade e do sentido das
palavras e pela construção de imagens expressivas.
 O arranjo da música que acompanha a letra é, em geral, bastante simples. O
texto pode ser apresentado sem acompanhamento musical ou vir acompanhado
por sons produzidos com a boca e o nariz ou, ainda, por uma base montada
eletronicamente ou por instrumentos.
 Caracteriza-se pela presença de rimas, e a linguagem é marcada por palavras,
expressões e construções típicas das variedades linguísticas empregadas por
jovens das periferias urbanas.
 De maneira geral, os temas dos raps relacionam-se às experiências desses
jovens. Muitos raps parecem relatar situações vividas de verdade, expondo uma
realidade marcada por dificuldades.
 Nos raps, predominam temas críticos e a denúncia da exclusão social, do
preconceito racial e das condições precárias de vida nos bairros pobres. Mas
também estão presentes temas relacionados à produção artística.
Regulamento e estatuto
 O regulamento e o estatuto são gêneros textuais inseridos no domínio jurídico,
que se refere ao campo do Direito, das leis e da Justiça.
 São textos com regras e leis que orientam o comportamento das pessoas em
situações específicas ou no convívio social mais amplo.
 O regulamento orienta o comportamento das pessoas em situações específicas,
apresentando regras a serem seguidas e penalidades para quem não as cumprir.
 O estatuto orienta o comportamento das pessoas no convívio social mais
amplo. Ele se dirige a todos que, num dado momento, estão incluídos no
conteúdo previsto em suas normas.
 Ambos obedecem a orientações de formulação que determinam sua
organização e linguagem. Devem seguir uma ordem lógica e empregar
linguagem clara e precisa, limitando os termos técnicos àqueles necessários para
a legislação em uma área específica.
 Os estatutos são, em geral, textos longos e divididos em artigos, incisos e
parágrafos. Os regulamentos costumam ser divididos em seções (temáticas),
compostas de artigos, e são textos bem minuciosos.

Relato de experiência
 Trata-se de um gênero textual em que o falante conta uma experiência real e
marcante vivida por ele. Pode ser falado ou escrito. É também chamado
de depoimento.
 A experiência relatada apresenta um evento incomum, como testemunhar um
terremoto, ou um evento exemplar, como ser voluntário em um campanha
social.
 O relato apresenta fatos, causas e consequências, decisões e sentimentos sempre
sob um ponto de vista pessoal.
 Dependendo do veículo de circulação em que o relato será apresentado e dos
interlocutores a que se destina, a linguagem utilizada pode ser mais formal ou
menos formal.
 O relato é uma fala pública, por isso a atenção à clareza é necessária, o que é
conseguido com uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do
corpo.

Relato de viagem
 Apresenta experiências reais de um viajante, assim como informações sobre
determinado lugar. Inclui explicações e descrições, além
de impressões, sentimentos e opiniões, que são elementos mais subjetivos.
 O produtor de um relato de viagem deseja transmitir sua experiência ao leitor,
estimulando-lhe a imaginação e a sensibilidade.
 A linguagem utilizada no relato segue as variedades urbanas de prestígio, sem
ser excessivamente formal.
 Grande parte dos relatos de viagem é elaborada por um viajante
que observa a cultura do local visitado e conversa com os residentes.
 É muito comum que o relato de viagem apresente um choque entre culturas, já
que a pessoa que está viajando entra em contato com hábitos e valores diferentes
dos seus.
 O relato deve contribuir para que o interlocutor visualize os cenários, as
pessoas e os objetos apresentados: incluir adjetivos junto aos substantivos,
mencionar ações e estimular os órgãos dos sentidos, entre outras estratégias,
contribuem para esse objetivo.
 As descrições permitem ao produtor de um texto apresentar as
características de um objeto, de um ser, de um ambiente etc., de modo mais
objetivo ou mais subjetivo.
 Uma boa descrição permite ao leitor experimentar sensações parecidas com as
que o produtor do texto sentiu ou inventou. A descrição de algo ou de alguém
também pode ser feita com o relato de suas ações.

Reportagem
 É um gênero textual da esfera jornalística que aprofunda o relato de um fato,
novo ou pontual, resultando em um texto com exposições, depoimentos,
gráficos, infográficos etc.
 O texto da reportagem resulta de um trabalho investigativo, que conta com o
levantamento de dados e a checagem de sua veracidade, entrevistas e pesquisa
de documentos.
 As reportagens costumam ser textos relativamente longos, pois procuram ser
completas. Algumas delas optam, inclusive, por apresentar um conjunto de
textos com temas relacionados.
 O nível de objetividade pode variar: algumas reportagens procuram expor
dados de maneira mais neutra, enquanto outras deixam clara a opinião de quem
as produziu (repórter ou órgão de imprensa que ele representa).
 Predomina a linguagem com função informativa, mas pode haver passagens
em que a linguagem é trabalhada para se obter também um efeito estético.
 As reportagens são divulgadas em veículos variados: jornais, revistas, sites,
programas de rádio e de televisão etc.
 O perfil do veículo determina o tema da reportagem, o grau de aprofundamento
e os recursos complementares utilizados (fotografias, gráficos, mapas, arquivos
de vídeos etc.).
 Em geral, a linguagem segue as formas usuais das variedades urbanas de
prestígio em seu registro formal. No entanto, dependendo do assunto e do
veículo de divulgação, podem ser empregadas expressões mais informais e a
linguagem ser mais criativa.

Resenha crítica
 Esse gênero textual tem como objetivo orientar o leitor quanto à decisão de
conhecer ou não um objeto cultural: filme, exposição, livro, game, show,
série, álbum musical etc.
 O texto expõe o conteúdo do objeto cultural, compara-o com outras produções
do mesmo segmento (cinema, música, literatura etc.), avalia sua qualidade
e argumenta para sustentar a opinião emitida.
 Os critérios para a análise de um objeto cultural são definidos pelo segmento
em que ele se insere, e o tipo de público define se a resenha deverá ser mais ou
menos técnica e sua linguagem mais ou menos formal.
 As resenhas costumam ser escritas por especialistas ou conhecedores de um
segmento cultural (literatura, games, teatro etc.). O resenhista deve mostrar
cultura ampla e bom conhecimento do segmento cultural em que se insere o
objeto que analisa.
 Uma resenha crítica pode se destinar a um público específico, também
conhecedor do assunto, ou a um público amplo e heterogêneo.
 Quando feita para divulgação em publicação especializada, pode contar
com vocabulário técnico e análise aprofundada.
 Quando escrita para um público amplo e heterogêneo, oferece linguagem e
descrições mais acessíveis.
 As resenhas críticas publicadas em jornais e revistas impressos costumam
contar com recursos complementares, como fotografias do objeto analisado.
 As resenhas críticas divulgadas na internet podem se valer de links para trailers,
entre outros recursos. Nas resenhas críticas de CDs, pode ser incluído o link para
ouvir uma de suas faixas.
 Além das resenhas escritas, existem as resenhas orais, que são apresentadas em
programas de televisão, rádio ou em canais de vídeos na internet.
 Há algumas décadas, as resenhas críticas eram publicadas apenas em jornais e
revistas impressos e eram escritas por especialistas. Hoje são comuns em blogs e
canais de vídeos organizados por pessoas interessadas em determinada área
cultural.

Roteiro de cinema
 É o gênero textual que descreve o que será visto em um filme. É um texto
fundamental para o planejamento e a produção de um filme.
 O roteiro de cinema é um texto relativamente longo e conta uma história
completa, com começo, meio e fim.
 O texto descreve brevemente ações e falas dos personagens, indicando o
espaço, a locação e o momento em que as cenas acontecem (definir como as
cenas serão filmadas cabe ao diretor e à equipe técnica do filme).
 Informações detalhadas e importantes das cenas são apresentadas
pelas rubricas, que no texto vêm isoladas das falas.
 O roteiro pode indicar alguns direcionamentos de câmera, com a opção por
planos gerais ou por planos mais fechados. Podem ser incluídas algumas
indicações de efeitos sonoros e de detalhes da iluminação ou da atuação dos
personagens.
 Os personagens são as pessoas ou seres ficcionais que aparecem na narrativa.
São classificados conforme sua importância e suas características.
 Tipos de personagem conforme sua importância:

1. Protagonista – personagem central da história, com maior importância e em


torno do qual a narrativa se desenvolve.
2. Antagonista – personagem que cria obstáculos para o protagonista. Pode ser
uma pessoa, um animal, um objeto ou uma situação.
3. Coadjuvante – personagem secundário a quem parte da história se refere. Ele
ajuda a narrativa a se desenvolver.
4. Figurante – personagem que não interfere na trama principal. Ele contribui para
a contextualização da narrativa e compõe a sociedade que cerca o protagonista.

 Tipos de personagem conforme suas características:


a. Personagem redondo – é um personagem complexo, marcado por várias
características, podendo, até mesmo, ter pensamentos contraditórios. As ações
dele não são previsíveis.
b. Personagem plano – é um personagem mais simples, construído em torno de
poucas características e cujas ações e pensamentos são previsíveis.

Spot
 É um gênero textual oral que tem como objetivo principal divulgar ideias de
uma campanha publicitária de maneira rápida.
 A locução do texto pode ser feita por uma ou mais vozes, contando,
opcionalmente, com recursos sonoros e música de fundo.

Texto teatral
 No texto teatral, a história é contada por meio de falas e ações dos personagens.
Indicam-se apenas as ações principais.
 O texto teatral costuma ser dividido em atos e cenas. Os atos são cenas
interligadas por um tema. As cenas são divididas conforme a entrada e a saída
de personagens do palco.
 As ações são deduzidas a partir das falas dos personagens ou vêm descritas nas
chamadas rubricas, que são as orientações apresentadas entre parênteses ou em
texto diferenciado.
 A linguagem usada pelos personagens ajuda a caracterizá-los, sugerindo
origem, nível de escolaridade, maior ou menor simpatia etc.
 As rubricas substituem o narrador. Elas informam a entrada e a saída dos
personagens do palco, os elementos que compõem o cenário e o tom de algumas
falas em cena.
 As rubricas são usadas em algumas falas para contextualizar a leitura do texto,
mas não em todas, pois as decisões sobre a encenação cabem ao diretor do
espetáculo.
 A primeira rubrica de uma cena teatral costuma indicar o ambiente em que
ocorrem as ações, além da posição inicial dos personagens.
 O espaço, o lugar onde se passa a ação, é um elemento importante em qualquer
narrativa. Ele situa os personagens em um lugar geográfico ou social e pode
influenciar comportamentos, antecipar ações, entre outras funções.
 Os textos teatrais tradicionais costumam apresentar um conflito, que leva ao
clímax e provoca a expectativa do público quanto à solução final. Nos textos
teatrais contemporâneos, isso nem sempre acontece e há muitas variações.

Verbete
 É um gênero textual com função informativa, sendo encontrado em dicionários
e enciclopédias. A palavra que serve de título para o texto constitui a entrada do
verbete.
 Os dicionários e as enciclopédias apresentam, respectivamente, verbetes
linguísticos e verbetes enciclopédicos. Existem dicionários bilíngues,
dicionários etimológicos, dicionários de regionalismos, dicionários de termos
técnicos etc.
 Os verbetes linguísticos têm como foco a palavra: suas acepções, o sentido de
locuções em que aparecem, informações gramaticais (pronúncia, classe
gramatical, gênero, formação do plural etc.), uso social (formal, informal,
regionalismo etc.) e, em alguns casos, mudanças da palavra ao longo do tempo.
 Os verbetes enciclopédicos apresentam informações amplas relativas à “coisa”
designada pela palavra de entrada: descrição, contextualização histórica, relação
com um campo de conhecimento (física, dança, culinária etc.), entre outras.
 Os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos da sociedade, por isso
devem ser bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa que apresentem
informações corretas.
 Os verbetes procuram apresentar informações completas e resumidas, ainda
que nem sempre sejam textos curtos. Não expressam opiniões ou sentimentos.
 Na redação dos verbetes, emprega-se linguagem formal, precisa e objetiva.
Em situações específicas, como em obras destinadas ao público infantil ou
juvenil, podem aparecer expressões informais e marcas de subjetividade.

GÊNEROS TEXTUAIS ESTUDADOS NOS QUATRO


VOLUMES DA COLEÇÃO

 Tipo, gênero e domínio 


 O tipo textual tem uma estrutura definida, reconhecida por características ligadas à sua
finalidade e à sua linguagem. São tipos textuais:
a. A narração: apresenta uma sequência de ações de personagens, contada por um
narrador; está contextualizada no tempo e no espaço.
b. A argumentação: apresenta uma opinião, sustentada por argumentos.
c. A injunção: apresenta instruções para o interlocutor.
d. A descrição: apresenta um retrato, com palavras, de uma pessoa, coisa ou situação.
e. A exposição: apresenta informações sobre um assunto.

 Em geral, em um gênero textual é possível identificar mais de um tipo textual, os


quais se complementam, mas há um tipo predominante. O conto, por exemplo, é um
gênero textual predominantemente do tipo narrativo, embora tenha, com frequência,
sequências descritivas.
 O gênero textual define um modelo de texto usado nas comunicações sociais.
 Os gêneros textuais são mais específicos do que os tipos textuais, porque são
determinados pelos interlocutores, pela forma de circulação (televisão, jornal impresso
etc.), pela finalidade, pelos temas mais comuns, pelos recursos linguísticos mais usados,
pelo domínio textual, entre outros fatores.
 São alguns dos muitos gêneros textuais: estatuto, regulamento, conto, diário, verbete,
história em quadrinhos, notícia, fábula, boletim do tempo, seminário, conversa
telefônica, reportagem, entrevista, poema, artigo de opinião etc.
 O domínio textual é a esfera da atividade humana à qual um gênero textual pertence
ou se relaciona: instrucional (ou do conhecimento), jornalístico, literário, da saúde,
jurídico, publicitário etc.
 

 Abaixo-assinado 
 É um instrumento de manifestação coletiva, que pode ser a reivindicação de um
grupo, um protesto ou a expressão de apoio a algo ou alguém.
 Em geral, o título do abaixo-assinado explicita o seu objetivo; um vocativo identifica o
destinatário; e há local e data.
 

 Anúncio publicitário 
 É um gênero textual que tem como objetivo estimular o leitor a consumir um produto
ou serviço ou a agir de determinada maneira.
 Os anúncios são textos persuasivos, isto é, buscam convencer alguém de uma ideia, e
costumam articular várias linguagens em sua produção.
 Um anúncio deve buscar formas originais para conquistar os leitores. A criatividade é
um dos importantes recursos para chamar a atenção de quem lê o anúncio.
 O anúncio pode ser um dos gêneros textuais utilizados em uma campanha
publicitária, a qual pode envolver gêneros como fôlder, jingle, spot, filme, card etc.
 Uma campanha publicitária precisa contar com uma identidade visual e
uma mensagem comum, definida segundo o perfil de quem deseja atingir, levando em
conta poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.
 Em geral, um anúncio apresenta frases concisas, que esclarecem sua ideia central.
 O anúncio costuma trazer a identificação do anunciante por meio de um logotipo, que é
um símbolo formado por letras e imagem, e pode contar também com um slogan,
constituído de uma ou duas frases bem curtas e de fácil memorização que caracterizam
o produto ou a marca.
 

 Artigo de divulgação científica 


 É um gênero textual que tem como objetivo comunicar os novos conhecimentos
científicos que pesquisadores e cientistas de diferentes áreas produzem.
 Caracteriza-se por transformar um discurso da área científica ou tecnológica em um
texto que pode ser entendido por um público amplo.
 O produtor do texto deve empregar palavras acessíveis e estratégias (comparações,
exemplos etc.) que facilitem a compreensão do que foi produzido por especialistas, sem
perder a precisão necessária à exposição do conhecimento.
 Frequentemente são feitas relações entre o tema e assuntos de conhecimento geral e
são suprimidas informações muito complexas.
 A linguagem de um artigo de divulgação científica é, geralmente, formal, mas pode
conter algumas marcas de informalidade dependendo do público a que se destina.

 Artigo de opinião 
 É um gênero textual da esfera jornalística que expressa o ponto de vista de um autor,
geralmente um especialista, acerca de um tema. É sempre assinado.
 Frequentemente dialoga com um fato recente e de interesse público, relatado em
notícia que circula na mídia.
 No artigo de opinião, o autor expõe uma tese, cuja validade é provada com base
em argumentos. A tese explicita, de modo sucinto, o ponto de vista que o articulista
defende.
 O texto pode apresentar marcas de 1a pessoa, mas seu foco não é a expressão de
sentimentos ou o relato de experiências pessoais. O articulista reflete sobre questões de
interesse social.
 A estrutura dos artigos de opinião é composta de:

a. Introdução – apresenta o tema que será discutido e, com bastante frequência, a tese.
Ocupa o primeiro parágrafo, podendo estender-se ao segundo.
b. Desenvolvimento – apresenta os argumentos que sustentam a tese, usando estratégias
como citação de dados, análise de exemplos ou perguntas retóricas para persuadir o
leitor.
c. Conclusão – encerra a linha de raciocínio, confirmando o ponto de vista. Deve ressaltar
os pontos fortes do raciocínio, sem repetir palavras já usadas.

 A linguagem usada é formal e predominantemente objetiva, mas, dependendo do


contexto, pode apresentar expressões coloquiais, que devem ser poucas.
 

 Biografia 
 É o gênero textual que se caracteriza por apresentar a história de vida de uma pessoa,
geralmente alguém por quem o público tem curiosidade.
 É um texto que informa e, ao mesmo tempo, entretém e emociona o leitor.
 São relatados os principais fatos da vida do biografado, as dificuldades que enfrentou e,
muitas vezes, dados particulares. Os fatos são apresentados geralmente em ordem
cronológica.
 A sequência das ações e as indicações do momento em que ocorrem são fundamentais
para que a narrativa seja coerente.
 A biografia pode ser escrita por um biógrafo ou pelo próprio biografado, sendo
chamada neste segundo caso de autobiografia. É sempre um texto de circulação
pública.
 O texto pode ser mais neutro ou conter marcas que revelam uma opinião do biógrafo
sobre a personalidade em foco. Uma biografia pode exaltar uma pessoa, mas
também pode criticá-la.
 É comum conter recursos típicos da literatura, como a inserção de diálogos, e pode
apresentar trechos de documentos, cartas escritas ou recebidas pelo biografado, fotos
etc.
 

 Caricatura 
 É um gênero de humor gráfico produzido para circular em jornais e revistas impressos
ou on-line.
 Esse gênero artístico enfatiza e exagera características físicas de uma pessoa. Muitas
caricaturas retratam pessoas públicas, como artistas, esportistas, políticos etc.
 Há caricaturas que expressam críticas ao exagerar elementos sob um ângulo que
desperta a indignação. Orelhas disformes e boca exagerada, por exemplo, podem dar à
imagem de um político ou empresário corrupto um caráter monstruoso, sugerindo uma
crítica.
 A caricatura pode incluir objetos para evidenciar a identidade do retratado.
 
 Carta aberta 
 É um gênero textual usado para fazer solicitações para o bem coletivo
ou protestar contra decisões políticas e comportamentos sociais determinados.
 É um instrumento para a conscientização das pessoas, ao tratar de temas de interesse
social.
 O texto expõe um ponto de vista e apresenta argumentos para sustentá-lo, com o
objetivo de convencer os interlocutores (responsáveis por determinado setor da vida
social) e demais leitores.
 Os argumentos são provas que servem para negar ou afirmar um fato e são o principal
alicerce de um texto persuasivo.
 Pode ter um título e trazer fórmulas de despedida,
como Atenciosamente ou Cordialmente.
 A localidade e a data podem aparecer no início ou no final do texto, ou podem ser
omitidas quando a mídia em que foi publicada já apresenta tais dados.
 O texto é escrito em linguagem formal, e o produtor assina a carta em nome dele ou do
grupo que representa e a destina a um interlocutor específico ou à sociedade toda.
 As cartas abertas têm circulação pública e são divulgadas em revistas, jornais, blogs ou
panfletos.
 

 Charge 
 Esse gênero textual refere-se a fatos de natureza política, social e cultural que estão
circulando na mídia impressa ou on-line. Satiriza personalidades públicas, mostra
problemas cotidianos ou simplesmente trata de um evento curioso.
 Na charge estão associados o humor e a crítica. O humor produzido pela charge tem
como objetivo o riso seguido de reflexão. É importante que o texto faça o leitor refletir.
 As charges exigem leitores que consigam reconhecer o fato e a ideologia (ponto de
vista) nele envolvida, para ser possível entender a sátira e a crítica produzidas pelo
chargista.
 São recursos comuns na produção de uma charge: o ridículo, o exagero e
a intertextualidade. O ridículo e o exagero enfatizam defeitos ou erros e ampliam o
humor.
 Geralmente, é composta de um quadro único e pode associar várias linguagens:
palavras, imagens, diferentes tipos de balões de fala, cores e tamanhos de letras
variados etc.
 Costuma apresentar um desenho simplificado, apenas com pormenores necessários à
caracterização de personagens e ambientes, para ser possível reconhecer a figura
pública, o comportamento ou o fato satirizados.
 

 Comentário de leitor 
 É um gênero textual opinativo, isto é, trata-se de um texto que expressa um ponto de
vista, uma opinião. É divulgado em publicação impressa ou digital.
 Um leitor, motivado por um fato noticiado ou pela leitura de um texto opinativo
(editorial, artigo de opinião, crônica, charge etc.), expressa o seu ponto de vista sobre o
que leu.
 O leitor também pode fazer um comentário referente a decisões de uma publicação
sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um profissional etc.
 Há comentários que se limitam a apresentar uma crítica ou a fazer um elogio. Há
ainda aqueles que procuram trazer uma opinião sustentada por argumentos.
 O comentário de um leitor pode contribuir com novas informações sobre o assunto
comentado.
 O grau de formalidade do comentário de leitor pode variar conforme o veículo de sua
publicação.
 Os jornais e as revistas impressas, em geral, divulgam o comentário escrito em
linguagem formal, principalmente quando atingem um grande público.
 Na internet, o grau de formalidade varia em função do site, do assunto comentado e do
próprio estilo de escrita de quem o produziu. Há uma liberdade maior em relação às
regras da modalidade escrita e a presença de palavras escritas em letras maiúsculas,
abreviações e abandono da pontuação.
 Os comentários de leitor podem dialogar com outros comentários já publicados.
 

 Conto 
 É um gênero textual que consiste em uma narrativa breve, geralmente construída em
torno de um fato principal.
 A descrição dos personagens, do espaço e do tempo e a apresentação das ações pelo
narrador limitam-se ao que é importante para contar a história.
 O narrador pode ser um narrador-observador, quando conta a história sem participar
dela, ou um narrador-personagem.
 No caso de narrador-observador, a narrativa é feita na terceira pessoa e o narrador
pode ser onisciente, isto é, conhecer até mesmo o que se passa no interior dos
personagens.
 O narrador-personagem pode ser o personagem principal ou um personagem
secundário, e a narrativa é feita em primeira pessoa. Esse tipo de narrador conta
somente aquilo que viu e não tem acesso ao que se passa na mente dos demais
personagens.
 O narrador também pode fazer comentários sobre aquilo que conta.
 A sequência de fatos ou ações da narrativa forma o enredo, que é constituído de quatro
partes:

a. Situação inicial, que contextualiza a história.


b. Conflito ou complicação, que apresenta o fato responsável por alterar a situação
inicial.
c. Clímax, que é o momento de maior tensão na narrativa.
d. Desfecho, que é a solução do conflito ou complicação.

 A fala dos personagens pode aparecer de forma direta (discurso direto) ou indireta


(discurso indireto).
 O discurso direto caracteriza melhor os personagens, mostrando a maneira particular
como eles se expressam. O discurso indireto traz a fala dos personagens apresentada
pelo narrador.
 Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores.
Dependendo do assunto e das características, o conto é classificado como conto
social, conto fantástico, conto de amor, conto de humor, conto de ficção
científica, conto de terror etc.
 
 Conto fantástico 
 Nos estudos de Literatura, a palavra fantástico é usada quando há mistura do real com
o imaginário.
 O gênero textual conto fantástico caracteriza-se por narrar histórias que ocorrem no
mundo real, envolvendo personagens que são pessoas comuns, mas incluem situações
que são ilógicas, absurdas, incompreensíveis. Em resumo, narra algo que ocorre no
mundo real, mas que contém alguma situação inexplicável, absurda, estranha.
 A situação inusitada, muitas vezes, serve para fazer o leitor perceber que há algo
errado, absurdo, em seu próprio mundo.
 Em alguns casos, por meio da narrativa fantástica, é feita uma denúncia ou uma crítica
de comportamentos sociais.
 Embora os contos fantásticos misturem situações reais e irreais, a história contada é
aceita pelo leitor. Os fatos narrados estão encaixados e há uma lógica entre eles, efeito
que é chamado de verossimilhança e que é uma característica das narrativas em geral.
 

 Conto psicológico 
 É um gênero textual narrativo que relata uma sequência de ações envolvendo um ou
mais personagens com foco na sua vida interior.
 A narrativa pode se apresentar em primeira ou em terceira pessoa. O narrador
colocará em primeiro plano o universo íntimo dos personagens.
 A história enfatiza os sentimentos, as memórias e as motivações secretas dos
personagens. As ações externas são apenas o acesso para algo que está escondido
embaixo delas.
 O foco da narrativa é a experiência interna dos protagonistas, que contamina o
mundo exterior e determina o ritmo de andamento do tempo, a caracterização dos
espaços, a percepção dos demais personagens etc.
 A predominância da experiência interna sobre as ações externas aparece, por exemplo,
na maneira como a referência temporal é organizada: o tempo psicológico, isto é, a
percepção pessoal da passagem do tempo, sobrepõe-se ao tempo cronológico, que se
submete à duração real dos fatos narrados.
 A expressão dos personagens é mais subjetiva, fazendo uso frequente da linguagem
figurada, pois a narrativa dá espaço para suas interpretações do mundo e para a
maneira pessoal, íntima, de viver suas experiências.
 

 Crônica reflexiva 
 Existem vários tipos de crônica: reflexiva, narrativa, acadêmica, esportiva etc.
 As crônicas reflexivas são textos que apresentam um fato da vida comum sob uma
perspectiva nova e pessoal (subjetiva).
 A crônica reflexiva apresenta observações e impressões do cronista acerca de um
elemento do cotidiano, estimulando uma reflexão que amplia o seu sentido.
 No texto, predominam o registro informal e uma linguagem mais criativa, pois o
objetivo é entreter o leitor, surpreendê-lo com um ponto de vista diferente, encantá-lo
com um novo modo de expressar as ideias.
 Esse gênero textual permite construções que, algumas vezes, lembram as de uma
conversa, e um dos recursos usados para criar essa sensação é a interlocução, a fala
dirigida diretamente ao leitor.
 A intertextualidade é um recurso frequente na escrita das crônicas, pois contribui para
o estabelecimento de relações novas, inesperadas.
 As crônicas costumam ser publicadas em jornais, revistas e blogs. Muitas vezes, são
criadas com base nos mesmos fatos relatados em notícias e reportagens ou apresentados
em artigos de opinião ou editoriais, por exemplo.
 

 Debate regrado 
 É um gênero textual oral produzido pela interação dos falantes e tem como principal
objetivo ampliar o conhecimento sobre um tema, podendo, muitas vezes, levar a um
consenso e à tomada de uma decisão.
 Os debates podem conter opiniões complementares ou divergentes: quando a ideia é
aprofundar a discussão, prevalecem ideias complementares; quando o tema é polêmico,
predominam ideias divergentes.
 É um confronto de ideias de forma organizada apresentado em situações públicas
diante de espectadores e exibido nos meios de comunicação.
 O mediador é uma figura central e deve estar preparado tanto para conduzir a discussão
quanto para reinstaurar um debate organizado. Ele também tem a função de encerrar o
debate com uma síntese dos argumentos apresentados e o agradecimento aos
debatedores e ao público.
 Os debatedores devem respeitar o turno conversacional, permitindo que todos
expressem seu ponto de vista.
 O turno conversacional é o uso da fala por parte de cada um dos interlocutores e
corresponde não apenas ao que eles dizem, mas também às suas hesitações e aos seus
silêncios.
 As opiniões apresentadas pelos debatedores precisam estar sustentadas por argumentos
consistentes, capazes de convencer o ouvinte de sua validade.
 Nos debates, é comum o falante usar a contra-argumentação, que consiste na
introdução de argumentos contrários ao ponto de vista defendido e na desconstrução
deles na sequência.
 Os debates são públicos e, por isso, empregam-se, em geral, as variedades urbanas de
prestígio e o nível de linguagem formal. Nos debates dirigidos a um público mais
jovem ou com abordagens descontraídas, podem aparecer expressões informais,
inclusive gírias.
 

 Diário 
 É um gênero textual constituído de textos que relatam fatos vividos pelo autor e
que apresentam reflexões, opiniões e sentimentos relacionados aos acontecimentos
relatados. É uma comunicação íntima, particular.
 Os textos de um diário não têm uma estrutura fixa, mas em geral
apresentam data, vocativo e assinatura. Geralmente, o destinatário ou leitor de um
diário costuma ser o próprio autor dos textos.
 A linguagem utilizada costuma ser simples, descontraída. Quando são publicados, os
textos de um diário podem passar por alterações, para se adequarem a uma comunicação
pública.
 Diário ficcional: diário que apresenta um conteúdo inventado, utilizando para isso um
personagem fictício.
 
 Entrevista 
 É um gênero textual que se caracteriza pelo diálogo entre um ou mais entrevistadores
e entrevistados.
 As entrevistas são comunicações públicas e chegam a muitas pessoas. Por isso, os
interlocutores procuram apresentar informações completas e acessíveis, em linguagem
adequada ao tema e ao público-alvo.
 As entrevistas têm objetivos variados: o entrevistado pode falar de um fato que
testemunhou, expor conhecimentos especializados ou sua opinião sobre um tema,
relatar uma experiência pessoal, responder a curiosidades sobre a própria vida etc.
 As entrevistas têm extensão variada e algumas delas, mais curtas, podem estar
inseridas em notícias, em reportagens e em outros gêneros jornalísticos.
 Uma entrevista é uma situação de fala organizada. Geralmente tem início com a
apresentação do entrevistado pelo entrevistador, que justifica a escolha desse
entrevistado.
 O entrevistador direciona a conversa, faz perguntas ou comentários, indica assuntos a
serem desenvolvidos e, por fim, encerra o diálogo. Ele determina o rumo da entrevista,
solicitando o aprofundamento de alguma ideia e a complementação dos dados,
indicando um novo assunto etc.
 Em geral, o entrevistador parte de um roteiro, preparado antecipadamente, mas o
amplia incluindo novas perguntas formuladas com base nas respostas do entrevistado.
 

 Fanfiction ou fanfic 
 É uma narrativa ficcional produzida por fãs com base em romances, séries, filmes,
quadrinhos e videogames.
 Os fãs-autores apropriam-se dos personagens e do universo de suas histórias favoritas
para criar novas narrativas, que são divulgadas por meio de sites, blogs e plataformas de
autopublicação e compartilhamento de textos.
 O roteiro da fanfiction deve manter-se coerente com o universo ficcional original.
 Mesmo quando é parte de um conjunto de produções com personagens conhecidos,
a fanfiction deve manter sua autonomia e permitir a compreensão de quem não
conhece o que veio antes.
 

 Fotorreportagem 
 Esse gênero textual tem o mesmo objetivo da reportagem, mas está centrado
em fotografias acompanhadas por textos breves. Em geral, um texto de abertura
contextualiza a sequência de imagens.
 O conjunto das fotografias deve construir um relato coeso e aprofundado do tema. Em
geral, as fotorreportagens apresentam elementos de uma paisagem, costumes de grupos
ou acontecimentos pontuais.
 A fotorreportagem não é um texto imparcial: a escolha das imagens revela o
posicionamento do jornalista diante do que relata ou o efeito que ele deseja provocar no
leitor.
 
 História em quadrinhos 
 É um gênero textual narrativo em que a história é apresentada por meio de quadrinhos
em sequência. É também conhecido como HQ.
 As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos curtas, pois ocupam poucos quadros.
Costumam ter poucos personagens.
 Os quadrinhos devem formar uma sequência em que seja possível identificar a situação
inicial, o desenvolvimento e o desfecho da história.
 Em geral, o objetivo das histórias em quadrinhos é entreter e divertir o leitor por meio
de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis.
 As HQs podem ter uma função didática, quando são usadas para transmitir
ensinamentos ou estimular reflexões.
 Em geral, as histórias são compostas por imagens e balões de fala e de pensamento.
Eventualmente são usadas legendas. Existem exemplos que dispensam a linguagem
verbal.
 O formato dos balões indica se o seu conteúdo foi dito ou apenas pensado e pode
indicar também como esse conteúdo foi expresso.
 Nas HQs, as legendas são textos verbais atribuídos ao narrador. Elas podem informar o
tempo e o espaço da narrativa; também podem oferecer informações de
contextualização.
 Outros recursos de construção também podem ser usados, como onomatopeias,
palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Os personagens podem ser
representados com traços simples.
 Em alguma medida, as narrativas feitas em quadrinhos apresentam informações
implícitas, exigindo que o leitor as complete com a sua imaginação.
 Predomina a linguagem coloquial.
 

 HQ eletrônica 
 É um gênero textual que alia características da HQ impressa (balões, quadros e
ilustrações) a recursos digitais (imagens que se alteram conforme a navegação,
inserção de trilha sonora, uso de links externos etc.). É também chamada de webcomic.
 A HQ eletrônica ou webcomic é um exemplo de texto multissemiótico, pois articula
várias linguagens ou semioses — verbal (escrita ou falada), sons, imagens (estáticas ou
em movimento), elementos gráficos (tipos e cores de letras, setas, balões de fala),
disposição das palavras na tela etc.
 

 Gif 
 É uma animação simples sob o formato de arquivo de tamanho compacto e
descarregamento rápido.
 Um gif pode ser montado com imagens em movimento, originadas de um pequeno
filme gravado pelo celular, por exemplo.
 Muitos gifs são produzidos com o objetivo de criar um efeito cômico, mas podem ter
outros propósitos, como uma exposição didática.
 Muitas vezes, os gifs utilizam uma sequência de imagens estáticas que, trabalhadas
quadro a quadro, ganham movimento.
 
 Mangá 
 É uma história em quadrinhos de origem japonesa. Sua leitura não segue a ordem da
leitura ocidental, que é feita da esquerda para a direita.
 Um mangá é classificado de acordo com o público a que se destina. O mangá destinado
ao público jovem masculino é o shonen, e o destinado às meninas é o shoujo.
 Apresenta alguns traços estilísticos comuns, como o formato arredondado e grande dos
olhos dos personagens e a irregularidade na forma dos quadrinhos.
 

 Manifesto 
 É um gênero textual que consiste em uma declaração pública e solene em que um
grupo (governo, instituição etc.) expõe uma decisão ou opinião a respeito de um fato ou
acontecimento.
 

 Miniconto 
 É uma narrativa ainda mais enxuta do que um conto; apresenta apenas a essência da
situação narrativa.
 Cabe ao leitor imaginar os fatos anteriores ao momento narrado e suas consequências,
as características dos personagens e do cenário etc. O leitor “deve preencher” a
narrativa.
 Embora muito sintéticos, os minicontos apresentam um sentido completo e produzem
no leitor um efeito dramático, cômico, crítico, reflexivo, entre outros.
 Há autores que dispensam o título em seus minicontos para garantir a brevidade;
outros, porém, preferem mantê-lo, usando-o como um elemento que contribui para a
contextualização e para o sentido da narrativa.
 Parte dos minicontos mantém os componentes tradicionais do enredo narrativo
(situação inicial, conflito, clímax e desfecho), mas os sintetiza mostrando apenas ações
essenciais.
 Há ainda os chamados microcontos, que registram um flagrante único, com base no
qual o leitor compõe a situação narrativa. Geralmente, são compostos de poucas frases,
acompanhadas ou não de título.
 

 Notícia 
 É um gênero textual jornalístico que consiste no relato de um fato real, atual e
relevante para o público. Os assuntos, a linguagem e os recursos da notícia são
definidos de acordo com as características do veículo de comunicação e as expectativas
de seu público.
 As notícias são veiculadas pelos jornais impressos ou digitais, que levam ao público
as informações mais recentes sobre o que está acontecendo no mundo. Elas tratam
de fatos novos e de interesse público.
 Partes que formam uma notícia: título principal, linha fina, lide e desenvolvimento.
 A linha fina é um título auxiliar e aparece logo depois do título principal
complementando seu sentido.
 O lide, que é, geralmente, o parágrafo introdutório, traz as informações básicas sobre o
conteúdo da notícia: o que aconteceu? Quem participou do acontecimento? Quando
aconteceu? Onde aconteceu? As perguntas “como?” e “por quê?” também podem ser
respondidas.
 O desenvolvimento dá continuidade às informações do parágrafo introdutório.
 Como as notícias precisam ter credibilidade, costumamos incluir falas de especialistas
ou de pessoas que acompanharam o acontecimento.
 Para tornar a notícia mais completa, são usados frequentemente recursos auxiliares,
como fotografias, vídeos, infográficos, mapas etc.
 A notícia falada apresenta os mesmos componentes da notícia escrita. Por ser uma
situação de fala pública, conta com certo planejamento. O ouvinte espera acompanhar
uma fala organizada e clara.
 

 Palestra e seminário 
 A palestra e o seminário são gêneros orais que têm como objetivo transmitir
conhecimento a um público em um evento determinado. Constituem falas sobre temas
culturais, científicos, sociais etc.
 São falas planejadas e, durante a apresentação, os comunicadores cuidam para que
sejam bem entendidos pelos ouvintes.
 Em geral, esses dois gêneros orais são comunicações formais, ainda que algum grau de
informalidade possa existir, dependendo do público.
 Neles, emprega-se uma linguagem monitorada, com vocabulário variado, construções
precisas, atenção à concordância verbal e nominal etc. Além disso, são utilizadas
palavras e expressões que organizam o discurso para que o ouvinte o entenda com mais
facilidade.
 É frequente o uso de recursos complementares em palestras e seminários: projeção
de slides com textos curtos, fotografias, tabelas etc. e trechos de áudios ou vídeos.
 Em geral, um dos objetivos dos seminários é apresentar o resultado de um estudo, por
isso são textos predominantemente expositivos.
 Quando apresentados em grupos, os seminários precisam contar com planejamento
rigoroso para que as entradas sejam organizadas e não ocorra a sobreposição de falas.

 Paródia 
 É a recriação de uma obra com a intenção de provocar um efeito cômico ou crítico.
 

 Petição on-line 
 Tem a mesma função de um abaixo-assinado, mas é criada em sites e compartilhada
por meio da internet. Expressa uma solicitação coletiva e reúne assinaturas digitais
daqueles que concordam com ela.
 Não tem efeito jurídico, ou seja, sua entrega para uma entidade pública ou empresa não
garante que seja atendida, mas funciona como um instrumento de pressão social para
que algumas mudanças sejam feitas.
 A petição on-line conta com título conciso e objetivo; indicação
de destinatário (pessoa, entidade pública ou empresa que pode resolver o problema);
explicação do problema a ser resolvido e por que isso precisa ser feito; apresentação
de proposta.
 

 Poema 
 É um gênero textual do campo literário, caracterizado pelo trabalho apurado com as
palavras e pelo uso de diferentes recursos de linguagem, como a organização das
letras ou o formato do texto na página.
 A voz que fala no texto, chamada de eu lírico ou eu poético, pode ou não expressar
uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. O eu lírico pode se
expressar em primeira ou terceira pessoa.
 Nos poemas, os recursos de linguagem são mobilizados intencionalmente para
construir sentidos inusitados e efeitos expressivos.
 Os poemas estão repletos de imagens poéticas, pois, em lugar de apresentar
diretamente uma ideia, criam relações inesperadas.
 O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras criando associações novas,
inesperadas. Eles usam as palavras com sentido diferente do habitual, isto é, empregam
a linguagem figurada.
 Cada grupo de versos de um poema constitui uma estrofe. Os poemas mais tradicionais
exploram um número fixo de versos por estrofe. Outros organizam os versos em uma
única estrofe ou criam estrofes com número de versos variado.
 A rima é um recurso importante para a sonoridade do poema, mas também podem ser
explorados outros recursos para isso, como o uso de palavras com sons semelhantes etc.
Há poemas com versos sem rima, chamados de versos brancos.
 Os poemas visuais exploram a disposição das palavras no papel, o formato das letras e
cores diferenciadas na composição.
 Os haicais são poemas compostos de três versos, com temas ligados à natureza ou à
percepção da passagem do tempo. Têm origem japonesa.

 Poema narrativo 
 O poema narrativo mescla recursos típicos da linguagem poética e do texto
narrativo. Apresenta um enredo organizado em versos, com ações realizadas por
personagens em uma sequência temporal e contadas por alguém.
 Os poemas narrativos concentram-se em um evento central. Alguns são bastante
longos, enquanto outros se desenvolvem em poucos versos. São constituídos de situação
inicial, conflito, clímax e desfecho.
 Os versos podem formar uma ou mais estrofes e ter ou não rimas. Muitos poemas
narrativos contemporâneos abrem mão da pontuação e da organização dos versos em
várias estrofes.
 O uso do discurso direto, na representação da fala de um personagem, é um recurso
possível no poema narrativo.
 

 Poema-protesto 
 No poema-protesto o eu lírico declara sua discordância e crítica em relação a algo. É
um poema usado para insurgir-se.
 Os poemas-protestos denunciam problemas políticos, problemas
sociais, injustiças etc. e costumam identificar os responsáveis pelo problema
denunciado.
 Além de abordar o problema, os poemas-protestos procuram indicar para o
interlocutor modos de atuação.
 Caracteriza-se pelo trabalho com a linguagem, buscando a musicalidade do texto e a
criação de imagens.
 Possui formas variadas de composição: os poetas usam tanto formas regulares quanto
versos livres e estrofes de tamanhos diversos.
 Recursos que contribuem para a musicalidade de um poema:

a. A rima, a repetição expressiva de palavras e a pontuação, que ajudam a criar


uma sequência regular de sons formando um tipo de melodia.
b. A métrica, isto é, a medida do verso, dada pelo número de sílabas poéticas.
 

 Rap 
 É um gênero textual poético, além de ser um tipo de música. Faz parte da cultura hip-
hop.
 Constitui um gênero textual oral produzido para ser declamado com um fundo musical;
parece uma declamação ritmada.
 Sua força poética é obtida pela exploração da sonoridade e do sentido das palavras e
pela construção de imagens expressivas.
 O arranjo da música que acompanha a letra é, em geral, bastante simples. O texto
pode ser apresentado sem acompanhamento musical ou vir acompanhado por sons
produzidos com a boca e o nariz ou, ainda, por uma base montada eletronicamente ou
por instrumentos.
 Caracteriza-se pela presença de rimas, e a linguagem é marcada por palavras,
expressões e construções típicas das variedades linguísticas empregadas por jovens
das periferias urbanas.
 De maneira geral, os temas dos raps relacionam-se às experiências desses jovens.
Muitos raps parecem relatar situações vividas de verdade, expondo uma realidade
marcada por dificuldades.
 Nos raps, predominam temas críticos e a denúncia da exclusão social, do preconceito
racial e das condições precárias de vida nos bairros pobres. Mas também estão
presentes temas relacionados à produção artística.
 

 Regulamento e estatuto 
 O regulamento e o estatuto são gêneros textuais inseridos no domínio jurídico, que se
refere ao campo do Direito, das leis e da Justiça.
 São textos com regras e leis que orientam o comportamento das pessoas em
situações específicas ou no convívio social mais amplo.
 O regulamento orienta o comportamento das pessoas em situações específicas,
apresentando regras a serem seguidas e penalidades para quem não as cumprir.
 O estatuto orienta o comportamento das pessoas no convívio social mais amplo. Ele se
dirige a todos que, num dado momento, estão incluídos no conteúdo previsto em suas
normas.
 Ambos obedecem a orientações de formulação que determinam sua organização e
linguagem. Devem seguir uma ordem lógica e empregar linguagem clara e precisa,
limitando os termos técnicos àqueles necessários para a legislação em uma área
específica.
 Os estatutos são, em geral, textos longos e divididos em artigos, incisos e
parágrafos. Os regulamentos costumam ser divididos em seções (temáticas),
compostas de artigos.
 São textos bem minuciosos.

 Relato de experiência 
 Trata-se de um gênero textual em que o falante conta uma experiência real e
marcante vivida por ele. Pode ser falado ou escrito. É também chamado
de depoimento.
 A experiência relatada apresenta um evento incomum, como testemunhar um
terremoto, ou um evento exemplar, como ser voluntário em um campanha social.
 O relato apresenta fatos, causas e consequências, decisões e sentimentos sempre sob
um ponto de vista pessoal.
 Dependendo do veículo de circulação em que o relato será apresentado e dos
interlocutores a que se destina, a linguagem utilizada pode ser mais formal ou menos
formal.
 O relato é uma fala pública, por isso a atenção à clareza é necessária, o que é
conseguido com uma boa organização das ideias e um bom uso da voz e do corpo.
 

 Relato de viagem 
 Apresenta experiências reais de um viajante, assim como informações sobre
determinado lugar. Inclui explicações e descrições, além
de impressões, sentimentos e opiniões, que são elementos mais subjetivos.
 O produtor de um relato de viagem deseja transmitir sua experiência ao leitor,
estimulando-lhe a imaginação e a sensibilidade.
 A linguagem utilizada no relato segue as variedades urbanas de prestígio, sem ser
excessivamente formal.
 Grande parte dos relatos de viagem é elaborada por um viajante que observa a cultura
do local visitado e conversa com os residentes.
 É muito comum que o relato de viagem apresente um choque entre culturas, já que a
pessoa que está viajando entra em contato com hábitos e valores diferentes dos seus.
 O relato deve contribuir para que o interlocutor visualize os cenários, as pessoas e os
objetos apresentados: incluir adjetivos junto aos substantivos, mencionar ações e
estimular os órgãos dos sentidos, entre outras estratégias, contribuem para esse objetivo.
 As descrições permitem ao produtor de um texto apresentar as características de um
objeto, de um ser, de um ambiente etc., de modo mais objetivo ou mais subjetivo.
 Uma boa descrição permite ao leitor experimentar sensações parecidas com as que o
produtor do texto sentiu ou inventou. A descrição de algo ou de alguém também pode
ser feita com o relato de suas ações.
 
 Reportagem 
 É um gênero textual da esfera jornalística que aprofunda o relato de um fato, novo ou
pontual, resultando em um texto com exposições, depoimentos, gráficos, infográficos
etc.
 O texto da reportagem resulta de um trabalho investigativo, que conta com o
levantamento de dados e a checagem de sua veracidade, entrevistas e pesquisa de
documentos.
 As reportagens costumam ser textos relativamente longos, pois procuram ser
completas. Algumas delas optam, inclusive, por apresentar um conjunto de textos com
temas relacionados.
 O nível de objetividade pode variar: algumas reportagens procuram expor dados de
maneira mais neutra, enquanto outras deixam clara a opinião de quem as produziu
(repórter ou órgão de imprensa que ele representa).
 Predomina a linguagem com função informativa, mas pode haver passagens em que a
linguagem é trabalhada para se obter também um efeito estético.
 As reportagens são divulgadas em veículos variados: jornais, revistas, sites, programas
de rádio e de televisão etc.
 O perfil do veículo determina o tema da reportagem, o grau de aprofundamento e os
recursos complementares utilizados (fotografias, gráficos, mapas, arquivos de vídeos
etc.).
 Em geral, a linguagem segue as formas usuais das variedades urbanas de prestígio
em seu registro formal. No entanto, dependendo do assunto e do veículo de
divulgação, podem ser empregadas expressões mais informais e a linguagem ser mais
criativa.
 

 Resenha crítica 
 Esse gênero textual tem como objetivo orientar o leitor quanto à decisão de conhecer
ou não um objeto cultural: filme, exposição, livro, game, show, série, álbum musical
etc.
 O texto expõe o conteúdo do objeto cultural, compara-o com outras produções do
mesmo segmento (cinema, música, literatura etc.), avalia sua qualidade
e argumenta para sustentar a opinião emitida.
 Os critérios para a análise de um objeto cultural são definidos pelo segmento em que
ele se insere, e o tipo de público define se a resenha deverá ser mais ou menos técnica e
sua linguagem mais ou menos formal.
 As resenhas costumam ser escritas por especialistas ou conhecedores de um segmento
cultural (literatura, games, teatro etc.). O resenhista deve mostrar cultura ampla e bom
conhecimento do segmento cultural em que se insere o objeto que analisa.
 Uma resenha crítica pode se destinar a um público específico, também conhecedor do
assunto, ou a um público heterogêneo.
 Quando feita para divulgação em publicação especializada, pode contar
com vocabulário técnico e análise aprofundada.
 Quando escrita para um público amplo, oferece linguagem e descrições mais
acessíveis.
 As resenhas críticas publicadas em jornais e revistas impressos costumam contar com
recursos complementares, como fotografias do objeto analisado.
 As resenhas críticas divulgadas na internet podem se valer de links para trailers, entre
outros recursos. Nas resenhas críticas de CDs, pode ser incluído o link para ouvir uma
de suas faixas.
 Além das resenhas escritas, existem as resenhas orais, que são apresentadas em
programas de televisão, rádio ou em canais de vídeos na internet.
 Há algumas décadas, as resenhas críticas eram publicadas apenas em jornais e revistas
impressos e eram escritas por especialistas. Hoje são comuns em blogs e canais de
vídeos organizados por pessoas interessadas em determinada área cultural.
 

 Romance 
 É um gênero textual que apresenta acontecimentos fictícios, organizados em uma
sequência temporal quase sempre longa.
 Esse gênero textual apresenta diferentes tipos de história: romance romântico,
romance policial, romance histórico, romance de aventuras, romance de ficção
científica etc.
 A maior parte dos romances narra fatos e explora o aspecto interior dos personagens,
oferecendo uma visão aprofundada sobre sua personalidade.
 Como as demais narrativas, caracteriza-se por
apresentar enredo, narrador, personagens, espaço e tempo.
 Por ser extenso, o romance permite a existência de mais de um conflito, além de
apresentar descrições detalhadas, ações contadas com minúcias, mais falas de
personagens etc.
 Em geral, é dividido em capítulos, organizados em uma sequência lógica, que pode
estar em ordem cronológica ou não.
 No texto, são empregadas comumente as variedades urbanas de prestígio e ainda
podem aparecer outras variedades linguísticas, usadas por personagens em coerência
com os seus traços pessoais e com o contexto. As características do narrador também
definem o estilo mais formal ou menos formal da linguagem.
 O narrador é a voz que relata os acontecimentos, a partir de um ponto de vista,
chamado de foco narrativo. Dependendo desse foco, criam-se narrativas que são mais
confiáveis ou menos confiáveis, histórias que podem valorizar os elementos internos ou
externos dos personagens, entre outros efeitos.
 O narrador em terceira pessoa conta os fatos apenas como ele os observa. Quanto a
esse aspecto:

a. Há casos em que o narrador é onisciente, isto é, ele conta a história como conhecedor
de todos os fatos e até dos sentimentos e pensamentos dos personagens.
b. Há casos em que o narrador conta a história a partir de um ponto de vista limitado, que
pode ser, por exemplo, o de um personagem.

 O narrador em primeira pessoa é um personagem da história e seu campo de visão é


limitado. Ele só pode contar o que viveu, pensou e sentiu ou aquilo que soube. Além
disso, parte do que conta é fruto de uma interpretação pessoal e, portanto, a visão dos
fatos é subjetiva.
 O personagem narrador em primeira pessoa pode ser protagonista, chamado
de narrador-protagonista, ou personagem secundário, denominado de narrador-
testemunha.
 

 Romance e conto de ficção científica 


 É chamado de ficção científica o enredo que enfatiza fatos e ambientes ligados à
ciência e à tecnologia em um mundo que ainda não existe.
 Os autores de uma narrativa de ficção científica a desenvolvem imaginando um cenário
futuro, com base nos conhecimentos que a humanidade já tem.
 Há narrativas de ficção científica muito rigorosas quanto ao conteúdo científico,
buscando ser absolutamente plausíveis, enquanto outras admitem situações mais
fantasiosas.
 As narrativas de ficção científica podem tomar a forma de conto, novela e romance,
além de ser a base de roteiro de filme, animação, videoclipe etc.
 O gênero romance é mais longo que o gênero conto, havendo, geralmente, uma
contextualização em seus capítulos iniciais.

 Como narrativa, o conto é composto de enredo (situação inicial, complicação, clímax e


desfecho), narrador, espaço, tempo e personagens.
 Na ficção científica, o espaço deve ser bem explorado, pois é o principal
caracterizador do contexto futurista da narrativa.
 Nesses gêneros de texto, costuma-se empregar linguagem monitorada. O uso de
expressões informais ocorre em situações pontuais.
 

 Roteiro de cinema 
 É o gênero textual que descreve o que será visto em um filme. É um texto fundamental
para o planejamento e a produção de um filme.
 O roteiro de cinema é um texto relativamente longo e conta uma história completa,
com começo, meio e fim.
 O texto descreve brevemente ações e falas dos personagens, indicando o espaço, a
locação e o momento em que as cenas acontecem (definir como as cenas serão filmadas
cabe ao diretor e à equipe técnica do filme).
 Informações detalhadas e importantes das cenas são apresentadas pelas rubricas, que
no texto vêm isoladas das falas.
 O roteiro pode indicar alguns direcionamentos de câmera, com a opção por planos
gerais ou por planos mais fechados. Podem ser incluídas algumas indicações de efeitos
sonoros e de detalhes da iluminação ou da atuação dos personagens.
 Os personagens são as pessoas ou seres ficcionais que aparecem na narrativa. São
classificados conforme sua importância e suas características.
 Tipos de personagem conforme sua importância:

a. Protagonista – personagem central da história, com maior importância e em torno do


qual a narrativa se desenvolve.
b. Antagonista – personagem que cria obstáculos para o protagonista. Pode ser uma
pessoa, um animal, um objeto ou uma situação.
c. Coadjuvante – personagem secundário a quem parte da história se refere. Ele ajuda a
narrativa a se desenvolver.
d. Figurante – personagem que não interfere na trama principal. Ele contribui para a
contextualização da narrativa e compõe a sociedade que cerca o protagonista.

 Tipos de personagem conforme suas características:


a. Personagem redondo – é um personagem complexo, marcado por várias
características, podendo, até mesmo, ter pensamentos contraditórios. As ações dele não
são previsíveis.
b. Personagem plano – é um personagem mais simples, construído em torno de poucas
características e cujas ações e pensamentos são previsíveis.
 
 Spot 
 É um gênero textual oral que tem como objetivo principal divulgar ideias de uma
campanha publicitária de maneira rápida.
 A locução do texto pode ser feita por uma ou mais vozes, contando, opcionalmente,
com recursos sonoros e música de fundo.

 Texto teatral 
 No texto teatral, a história é contada por meio de falas e ações dos personagens.
Indicam-se apenas as ações principais.
 O texto teatral costuma ser dividido em atos e cenas. Os atos são cenas interligadas
por um tema. As cenas são divididas conforme a entrada e a saída de personagens do
palco.
 As ações são deduzidas a partir das falas dos personagens ou vêm descritas nas
chamadas rubricas, que são as orientações apresentadas entre parênteses ou em texto
diferenciado.
 A linguagem usada pelos personagens ajuda a caracterizá-los, sugerindo origem, nível
de escolaridade, maior ou menor simpatia etc.
 As rubricas substituem o narrador. Elas informam a entrada e a saída dos personagens
do palco, os elementos que compõem o cenário e o tom de algumas falas em cena.
 As rubricas são usadas em algumas falas para contextualizar a leitura do texto, mas
não em todas, pois as decisões sobre a encenação cabem ao diretor do espetáculo.
 A primeira rubrica de uma cena teatral costuma indicar o ambiente em que ocorrem as
ações, além da posição inicial dos personagens.
 O espaço (o lugar onde se passa a ação) é um elemento importante em qualquer
narrativa. Ele situa os personagens em um lugar geográfico ou social e pode influenciar
comportamentos, antecipar ações, entre outras funções.
 Os textos teatrais tradicionais costumam apresentar um conflito, que leva ao clímax e
provoca a expectativa do público quanto à solução final. Nos textos teatrais
contemporâneos, isso nem sempre acontece e há muitas variações.
 

 Verbete 
 É um gênero textual com função informativa, sendo encontrado em dicionários e
enciclopédias. A palavra que serve de título para o texto constitui a entrada do verbete.
 Os dicionários e as enciclopédias apresentam, respectivamente, verbetes
linguísticos e verbetes enciclopédicos. Existem dicionários bilíngues, dicionários
etimológicos, dicionários de regionalismos, dicionários de termos técnicos etc.
 Os verbetes linguísticos têm como foco a palavra: suas acepções, o sentido de locuções
em que aparecem, informações gramaticais (pronúncia, classe gramatical, gênero,
formação do plural etc.), uso social (formal, informal, regionalismo etc.) e, em alguns
casos, mudanças da palavra ao longo do tempo.
 Os verbetes enciclopédicos apresentam informações amplas relativas à “coisa”
designada pela palavra de entrada: descrição, contextualização histórica, relação com
um campo de conhecimento (física, dança, culinária etc.), entre outras.
 Os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos da sociedade, por isso devem ser
bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa que apresentem informações corretas.
 Os verbetes procuram apresentar informações completas e resumidas, ainda que nem
sempre sejam textos curtos. Não expressam opiniões ou sentimentos.
 Na redação dos verbetes, emprega-se linguagem formal, precisa e objetiva. Em
situações específicas, como em obras destinadas ao público infantil ou juvenil, podem
aparecer expressões informais e marcas de subjetividade.

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