Você está na página 1de 2

CATEQUESE Nº 34: “DISTRAÇÕES, ARIDEZ, ACÍDIA”

FORMAÇÃO ESPIRITUAL
Seminário Nossa Senhora de Guadalupe
Maringá, 01 de setembro de 2.022.
1º Parágrafo: O Catecismo da Igreja católica e o Papa, reforçam que as distrações, a
aridez e a acídia, são as maiores (e principais) dificuldades da vida de oração. É preciso
conhecê-las para identificá-las, porque muitas vezes podemos encontrá-las e achar que
estamos perdendo a fé, mas na verdade é que estamos passando por alguma dessas
dificuldades, por descuido nosso.
2º Parágrafo: a oração convive com a distração, e a razão principal disso, ensina o
Catecismo, é que é muito natural e humana, porque a mente humana tem dificuldade de
concentrar-se em uma realidade por muito tempo, também porque ela quer sempre concentrar-
se nas realidades à nossa volta. Contudo, não devemos nos preocupar, pois isso também
ocorre nas outras áreas de nossa vida. Podemos tornar objeto da nossa a oração algumas das
distrações que nos vierem à mente.
3º Parágrafo: “o quanto é importante desenvolver a disciplina mental”, tem situações
em que é mais fácil alcançar essa disciplina, como ao ver um filme ou lendo um livro. É
importante lutar para desenvolver essa capacidade. É importante, não evitar as distrações, mas
lutar para que consigamos alcançar a disciplina mental e, dessa forma, não nos distraiamos tão
facilmente. É egoísmo pedir para que os outros deixarem de fazer o que estão fazendo para
que não atrapalhe a nossa meditação ou estudo: é preciso aprender a caminhar com o mundo
girando e não querer que ele gire à nossa volta.
4º Parágrafo: as distrações não são culpáveis, ou seja, uma distração são pensamentos
espontâneos que nos tomam de assalto, motivadas às vezes por algo exterior ou por um
sentimento interior. A distração não é voluntária, mas é voluntário que nós no atemos a ela ou
deixá-la passar para se ter perseverança naquilo que se está fazendo, como a oração. Portanto,
não podemos ficar nos culpando. Todavia, Jesus nos convida à vigilância: vigiar significa
trabalhar, não desperdiçar o tempo com a distração. Quando se dá voluntariamente à distração
e nos deixamos ser guiados por ela e nos atemos a ela, aí sim somos culpados: uma coisa é
assentir, outra coisa é assentir, ou seja, uma coisa é vê-la e deixá-la passar, outra coisa é vê-la
e abraçá-la. É preciso deixá-la passar. “Feliz o empregado que o Senhor, quando voltar, o
encontrar em seu labor”.
5º Parágrafo: como definir a aridez? Ela é o sentimento de ausência de Deus, que é o
sentimento “mãe” da aridez. É aquele momento em que tenho vontade de rezar, me disponho
a tal coisa, mas quando me coloco em oração, não sinto nada, não ouço nada e também não
tenho vontade de dizer nada, com o ânimo abatido. E não é preguiça, estou disposto a rezar.
Sinto como se Deus estivesse totalmente em silêncio, ou até mesmo eu, a ponto de não dizer
nada a Deus. “O coração está seco, sem gosto pelos pensamentos lembranças e sentimentos,
mesmo espirituais. É o momento da fé pura, que se aguenta fielmente ao lado de Jesus na
agonia e no sepulcro” (Catecismo nº 2731). “É importante estar sempre aberto, é preciso
aguardar com esperança, mas não devemos nos fechar no coração cinzento”. É como o
agricultor que planta mesmo em tempo de seca: ele planta com a esperança de que vai chover.
Aquele que não tem a esperança e não planta, a graça da chuva será derramada, contudo,
como não plantou, não poderá aproveitar a graça, não colherá os frutos (esse foi um exemplo
que eu dei).
6º Parágrafo: acídia. Um dos sete pecados capitais, ou seja, a preguiça. Relaxamento
e negligência que causa essa preguiça espiritual e que pode levar à morte da alma.
7º Parágrafo: não relaxar. Rezar mesmo sem vontade, porque um dia, que sem
vontade, deixei de rezar, isso poderá perpetuar. É como praticar exercício físico: se fico com
preguiça de fazer um dia, vou perdendo o condicionamento físico que estava. Mesmo com as
distrações, não desanimar. Se queixa aquele que sabe que Deus dará as razões para aquilo que
está acontecendo: não nos queixamos com quem não pode fazer nada, nos queixamos com
Quem pode fazer tudo.
8º Parágrafo: “Não esqueçais a oração do “porquê?”. Ter coragem de dizer a Deus:
“mas porquê?”. Despertar a relação de filho com o Pai. Esses questionamentos (“porquê?”), é
um modo de perseverar, de não cair no relaxamento. Nos questionarmos é importante para
saber por que estamos naquela situação. Por isso é importante, no final do dia, haja um tempo
considerável para um exame de consciência.

Você também pode gostar