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Análise de falha por

meio dos lubrificantes


Análise de óleo
• A Análise de óleo é uma das técnicas preditivas que
mais se tem usado hoje em dia na prevenção de
falhas.
• Uma análise do óleo utilizado no processo nos diz
muita coisa sobre máquinas e equipamentos,
condições de uso e suas condições atuais.
Análise do óleo
• A análise do lubrificante nos permite identificar,
quantificar, traçar um perfil de desgaste do
equipamento e componentes, além de avaliar a sua
degradação natural.
• Do lubrificante que circula entre as partes do
equipamento se obtém todas as informações
necessárias sobre o seu estado. As partículas de
contaminação e as partículas de desgaste estão
nele presentes e, identifica-las através de análises
específicas
Manutenção preditiva
• Manutenção preditiva é aquela que indica as condições
reais de funcionamento das máquinas com base em dados
que informam o seu desgaste ou processo de degradação.

• Alguns dos objetivos da manutenção preditiva são:


• determinar, antecipadamente, a necessidade de serviços de
manutenção numa peça específica de um equipamento;
• eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção;
• aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos;
• reduzir o trabalho de emergência não planejado;
• impedir o aumento dos danos;
Análise de óleos
• Os objetivos da análise dos óleos são dois: economizar
lubrificantes e sanar os defeitos

• A economia é obtida regulando-se o grau de


degradação ou de contaminação dos óleos. Essa
regulagem permite a otimização dos intervalos das
trocas.
• Identifica os primeiros sintomas de desgaste de um
componente a partir do estudo das partículas sólidas
(geradas pelo atrito entre os componentes) que ficam
misturadas com os óleos.
Tipos de análise
• A análise de óleo pode ser feita em três tipos de fluidos:

• Diesel: quando contaminado, pode comprometer a


produtividade dos equipamentos e apresentar falhas
prematuras de bombas e bicos injetores.
• Hidráulico: um sistema hidráulico contaminado pode
apresentar falhas em bombas e válvulas, perder a eficiência
por fugas internas, desgastar prematuramente o
equipamento e demandar excesso de troca de óleo.
• Lubrificante: a contaminação no óleo lubrificante pode
comprometer a sua eficácia e acarretar maiores problemas
ao maquinário.
Análise de óleo
Tipos de análise
• Análise físico-química:
avalia as condições do
lubrificante
• Cor;
• Densidade;
• Viscosidade;
• teor de água.
Análise fisico-quimica
• A medição da acidez, por exemplo, poderia nos
indicar o momento de troca do óleo.
• Nesse caso encontraríamos máquinas onde apesar
de estar em boas condições, o lubrificante afetar os
metais com desgaste corrosivo.
Tipos de análise
• Análise espectrográfica: com esse método é possível
identificar os elementos químicos presentes no lubrificante,

Entre os elementos encontrados:


 Sílica: que indica pó introduzido pelo ar;
 Ferro: que revela o desgaste dos anéis e das camisas de
um motor, ou de engrenagens;
 Estanho, Chumbo, Cobre ou Prata: revelam desgaste de
mancais;
 Alumínio: demonstra desgaste dos pistões;
 Cromo: que constitui um indício do desgaste de camisas
de cilindros cromadas.
Análise espectrográfica
• A espectrometria de absorção ou de emissão , em
termos gerais, indica a presença dos elementos
químicos.
• A amostra é introduzida numa câmara de
combustão e os materiais presentes são
"desintegrados" até o seu nível atômico. Cada
elemento químico possui freqüências particulares,
como "impressões digitais", tornando possível sua
identificação. Pela energia envolvida determina-se
a concentração.
Tipos de análise
• Análise de contaminações: identifica a presença de
substâncias que podem contaminar o sistema.
• Entre os mais comuns:
• Pedaços de estopa
• Poeira
• Água

• ISO 4406:1999 limita a quantidade de partículas no


óleo
Ferrografia
• É uma técnica de avaliação das condições de desgaste dos
componentes de uma máquina por meio da quantificação e
observação das partículas em suspensão no lubrificante.

Essa técnica satisfaz todos


os requisitos exigidos pela
manutenção preditiva e
também pode ser
empregada na análise de
falhas e na avaliação
rápida do desempenho de
lubrificantes.
Ferrografia
O desenvolvimento da técnica foi baseada nas seguintes
premissas:

• Todas as máquinas se desgastam.


• O desgaste gera partículas.
• O tamanho e a quantidade das partículas geradas indicam o grau de
severidade.
• O formato, o estado das superfícies e a cor das partículas geradas,
indicam o tipo de desgaste e apontam possíveis causas.
• A maior parte das partículas geradas é constituída de ligas de ferro, que
são magnéticas.
• Desde que a velocidade de fluxo seja baixa o suficiente, a maioria das
partículas suspensas no óleo (desgaste, contaminação, etc.), se
decantam.
Ferrografia
• Sobre uma lâmina de vidro (ferrograma) bombeia-se a amostra. As
partículas são depositadas e posteriormente examinadas com o auxílio
de um microscópio ótico especial (ferroscópio).
• A amostra sofre a ação de um campo magnético cuja distribuição das
linhas de força não é uniforme, mas de intensidade menor na entrada
do fluxo e, num gradiente crescente, tem sua intensidade máxima na
saída.
Ferrografia
• As partículas paramagnéticas ou não magnéticas (ligas de
cobre, alumínio, prata, chumbo etc. e contaminantes como
areia, borracha, fibras de pano, papel etc. ) depositam-se de
forma aleatória. São encontradas ao longo de todo
ferrograma.

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• Cada tipo de
desgaste pode
ser identificado
pelas diferentes
formas que as
partículas
adquirem ao
serem geradas.
Ferrografia
• O desgaste mais comum é a Esfoliação. É gerada
sem a necessidade de contato metálico, mas
apenas pela transmissão de força tangencial entre
uma peça e outra por meio do filme lubrificante.
• A quantidade e o tamanho destas partículas
aumentará caso a espessura do filme seja reduzida
devido à sobrecarga, diminuição da viscosidade do
óleo, diminuição da velocidade da máquina etc.
• Esfoliação

• “Amaciamento”
Ferrografia
• Outro desgaste bastante comum é a Abrasão. Gera
partículas assemelhadas a cavacos de torno. A principal
causa para este tipo de desgaste é a contaminação por
areia. Os pequenos grãos de areia na máquina se incrustam,
por exemplo, num mancal e o canto vivo exposto "usina" o
eixo que está girando, tal qual um torno mecânico.

Partícula semelhante a
cavaco de usinagem,
gerada pela presença de
areia no sistema.
Ferrografia
• Devido à formação de ácidos no lubrificante, podemos ter
um desgaste corrosivo. Esse tipo de desgaste é percebido
pelo aparecimento de uma quantidade imensa de partículas
muito menores que 1 mícron.
Ferrografia
• Partículas em amostras de graxa podem ser examinadas dissolvendo-a
num solvente adequado, e depois preparar o ferrograma.
• Partículas grandes abrasivas numa graxa é mais prejudicial do que as
mesmas partículas no óleo, pois uma vez aplicada não há mais
oportunidade de remover estas partículas por filtragem.
Coletas de amostras de
lubrificante
• Para se coletar uma amostra de lubrificante em
serviço, deve-se escolher criteriosamente o
ponto de coleta; o volume a ser recolhido e qual
método deverá ser utilizado na coleta.
Coletas de amostras de
lubrificante
• As partículas que interessam para a análise são aquelas
geradas recentemente.
• Considerando este pré-requisito, o ponto de coleta deverá
ser aquele em que uma grande quantidade de partículas
novas estejam presentes em região de grande agitação.
Em muitos reservatórios de óleo lubrificante o
registro de drenagem encontra-se em posição
levemente acima do fundo do reservatório.
Recomendações
• É considerado preferível coletar a amostra com a máquina
em operação. Caso não seja possível, a amostragem deve
ser feita tão logo possível após a parada do equipamento.
• Se for feita a coleta da amostra do fundo do reservatório, há
possibilidade de obter-se uma alta concentração de
partículas como resultado da sedimentação.
• Se a tubulação for muito grossa e o fluxo for muito lento,
amostragem do fundo do fundo do tubo deve ser evitada.
• Válvulas em tubulações tem que sofrer flushing, pois ela é
um foco de deposição de partículas, além de contribuir com
partículas geradas durante sua abertura e fechamento.
Métodos de coleta
• Os principais métodos de coleta de lubrificantes
envolvem válvulas de coleta, bombas de coleta e
imersão.
Válvula de coleta
Bomba de coleta de óleo
Imersão
• Se o lubrificante estiver em constante agitação, a amostra
poderá ser coletada pelo método da imersão que consiste
em mergulhar o frasco no lubrificante.
AMOSTRA DE GRAXA
• Abrir a tampa e coletar com espátula algumas
gramas da graxa da região de carga.
• Injetar graxa pelo pino graxeiro até que comece a
sair pelo dreno a graxa trabalhada, reconhecível
pela cor ou por avaliação de volume.
Escolha de Máquinas a Serem
Monitoradas
• Custo:
a) máquinas de importância no processo produtivo;
b) máquinas que apresentam dificuldades de manutenção (acesso ou
sobressalentes raros);
c) equipamentos cuja parada implica em perdas de matéria prima cara.
• Segurança:
a) locais onde a parada/ quebra implica em risco ao patrimônio;
b) risco ao ser humano ou ambiente.
• Qualidade:
a) equipamentos cuja parada, quebra ou perda de performance afeta a
qualidade do produto.
Casos
Redutor de velocidade de uso em equipamento ferroviário. O primeiro
ferrograma indica alta concentração de partículas de Esfoliação. Com a
alteração da viscosidade de ISO 150 para ISO 220 o desgaste diminuiu. O
tipo de óleo e o fabricante não foram alterados.
Casos
• Compressor de ar tipo parafuso. O monitoramento permitiu que fosse
postergada a intervenção programada regular de 10.000 horas para
26.000 horas. Cada intervenção era estimada em US$ 18.000.
• A parada para manutenção foi decida apenas quando se observou
aumento na concentração de partículas. A desmontagem confirmou
problemas em rolamento e dentes de engrenagem.
Análise sensorial
O exame visual pode permitir importantes informações,
como:
• Cor - oxidação devido a temperaturas elevadas, escurecem
o óleo.
• Turvamento - a presença de água ou gás no óleo provoca
um turvamento.
• O grau de presença de sedimentos pode ser observado após
curto tempo.
• Partículas de desgaste muito severas - partículas grandes
individuais podem ser observadas à olho nu.
• Presença de líquidos estranhos - por exemplo a presença de
um líquido mais pesado que o óleo pode se decantar no
fundo.
Presença de água em
óleo lubrificante turva
o aspecto
Referências
• CARRETEIRO, R.P. Lubrificantes & Lubrificação Industrial.
Rio de Janeiro: Interciência-IBP, 2006

• NEPOMUCENO, L. X. Técnicas de Manutenção Preditiva. Vol


I. Ed. Edgard Blücher, SP, 1999.

• LOBO, MARCOS T. Como diagnosticar falhas em


componentes mecânicos. Disponível em:
<http://portallubes.com.br/2017/10/componentes-
mecanicos/ > Acesso em: 08 de outubro de 2018

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