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com

Mordida humana como arma de assalto

Samuel Ohayi Robsam1, Emeka Udeh Ihechi2, William Odesanmi Olufemi3

1. Histopatologia ESUT College of Medicine Park lane, Enugu,

Enugu 10003 Nigéria.
2. Universidade da Nigéria, campus de Enugu, Cirurgia
3. Universidade Estadual de Ekiti, Anatomia Patológica Ado Ekiti, Nigéria

Abstrato:
Fundo:A mordida humana é uma preocupação crescente de saúde pública. Pode ser visto tanto em vítimas quanto em agressores após a agressão. Os
efeitos da mordida humana são sociais e médicos.
Objetivos.Este estudo tem como objetivo determinar a prevalência e as características de lesões por mordidas humanas relacionadas a agressões em Enugu,
Nigéria.
Métodos:Neste estudo prospectivo, um questionário estruturado objetivo foi aplicado a vítimas de agressão atendidas na unidade forense do
Hospital Universitário da ESUT entre novembro de 2013 e outubro de 2014. Os dados obtidos foram analisados.
Resultados:Dos 219 pacientes que apresentaram lesões clínicas, 29 (13,2%) sofreram ferimentos por mordida humana. A média de idade foi de
32,2±11,30 anos e 34,3±12,4 anos para vítimas e mordedores, respectivamente. As fêmeas foram mais envolvidas do que os machos. Lesões graves
resultaram mais em mordidas envolvendo mulheres do que homens. Contusão (47,6%) e laceração (31,0%) foram as mais comuns. Os membros
superiores foram os mais acometidos (44,7%), seguidos da face (29,0%). Lesões relacionadas ao romance afetaram seios e coxas. A maioria dos
incidentes (62,1%) ocorreu dentro de casa/residência. A maioria dos mordedores eram conhecidos de suas vítimas.
Conclusão:A mordida humana é um resultado comum de agressão e, portanto, deve ser antecipada em casos de agressão. Padrões de localização das mordidas
parecem relacionados à natureza do crime.
Palavras-chave:Mordida humana, dentes, arma, agressão, vítima,
mordedor. DOI: https://dx.doi.org/10.4314/ahs.v18i1.12
Citar como:Robsam SO, Ihechi EU, Olufemi WO. Mordida humana como arma de assalto. Afri Health Sci 2018;18(1): 79-89. https://dx.doi.
org/10.4314/ahs.v18i1.12

Introdução Os dentes de mordida são geralmente os seis dentes da frente, ou

O uso de mordida humana como arma em assaltos é uma preocupação
crescente de saúde pública. Os efeitos de uma mordida humana em uma
vítima são tanto sociais, por exemplo, cosmese, quanto médicos, por
exemplo, infecção. Mordida humana é encontrada em crimes violentos,
incluindo abuso infantil, homicídios, agressão sexual e também em
tentativas de suicídio1. Pode ser encontrado na vítima, mas também em
um agressor como um ferimento de defesa de uma vítima2. Pode ocorrer
em agressões, durante eventos esportivos e às vezes pode ser auto-
infligido intencionalmente para incriminar falsamente alguém3.
Autor correspondente:
Samuel Ohayi Robsam,
seja, os incisivos centrais, incisivos laterais e as cúspides.3,4.
Normalmente, uma lesão por mordida humana é de forma elíptica
ou circular e registra as características específicas dos dentes
infligidos, chamadas características de classe de dente, que são
características, características ou padrões que distinguem uma
marca de mordida de outras lesões padronizadas.5. Além disso,
pode ser composto por dois arcos em forma de U separados em
suas bases por um espaço aberto3. O diâmetro da lesão varia de
25 a 40 mm6. Quando uma lesão por mordida é de apenas um dos
dois arcos, o padrão deixado geralmente fornece informações
muito limitadas ao investigador3.
A análise da marca de mordida humana inclui a identificação de uma lesão

Histopatologia, ESUT College of Medicine Park padronizada como uma marca de mordida humana e, em segundo lugar, a

lane, Enugu, Enugu 10003 Nigéria. E-mail: análise do padrão da marca de mordida para identificar características

robohayi@yahoo.com individuais dos dentes que mordem que podem fornecer informações
sobre o agressor3. Amostra da dentição do agressor é obtida

africano @ 2018 Robsam et al; licenciado em Ciências da Saúde Africana. Este é um artigo de Acesso Aberto distribuído sob os termos da Creative Commons Attribution License
Ciências da Saúde (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0), que permite uso, distribuição e reprodução irrestritos em qualquer meio, desde que o trabalho original seja
devidamente citado.

79 African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018

de mordidas de teste onde o suspeito é feito geralmente por uma
ordem judicial para morder objetos inanimados e alimentos, enquanto
a saliva deixada no local da mordida na vítima é esfregada para
análise de DNA3,6.
As marcas de mordida podem ser classificadas em não criminosas
(como “mordidas de amor”) ou criminosas, dependendo dos eventos
que levaram a elas. O tipo penal pode ainda ser classificado em
ofensivo (sobre a vítima por agressor) e defensivo (sobre o agressor
por vítima).7,8. As lesões por mordida humana podem resultar de um
de dois mecanismos, a saber, a lesão do punho fechado ou “mordida
de luta” (quando o punho atinge um dente ou dentes com força
suficiente para romper a integridade da pele) ou a lesão por mordida
oclusiva (quando os dentes fechar com força suficiente para romper e
até mesmo avulsionar o tecido)9.
Qualquer parte do corpo humano pode receber ferimentos por
mordida humana com circunstâncias da lesão, sexo e idade da vítima
sendo fatores que podem afetar a localização das mordidas10.
Mordidas humanas após agressão sexual ocorrem principalmente no
rosto, lábios, seios, ombros, pescoço, coxas, genitais e testículos;
aqueles após agressão física podem ser vistos em qualquer parte do
corpo, enquanto os ferimentos de defesa afetam principalmente as
porções distais do membro superior3'10-12. As circunstâncias que levam
à mordida humana variam com a idade das vítimas, por exemplo, as
que ocorrem em bebês são geralmente punitivas e muitas vezes em
resposta ao choro e sujeira enquanto na infância e na velhice,
geralmente ocorre após agressão.11.
Pessoas com alto risco de mordida humana incluem aqueles
confinados a instituições como prisões e hospitais psiquiátricos,
funcionários de tais instituições, agentes da lei12,13e pessoas que
freqüentam “bebedouros”, ou seja, bares9. Existem poucos
trabalhos sobre lesões por mordida humana em nosso meio e, até
onde esses autores sabem, não há nenhum especificamente
focado em lesões por mordida humana relacionadas a agressões.
Este estudo visa, portanto, destacar as características das lesões
por mordidas humanas relacionadas a agressões e, assim, chamar
a atenção de profissionais preocupados e formuladores de
políticas para esse crescente problema de saúde pública.
Pacientes e métodos
Este foi um estudo prospectivo. Entrevistador-anúncio pré-testado
African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018
questionários estruturados objetivos ministrados foram usados para
coletar dados de vítimas de agressão atendidas na unidade forense do
Hospital Universitário da Universidade Estadual de Enugu, (ES-UTH),
Enugu entre 1º de novembro de 2013 e 31 de outubro de 2014.
Participaram do estudo aqueles que responderam ao questionário
perguntas do entrevistador ou preencher o questionário. Vinte e nove
(29) indivíduos completaram o estudo, dos quais 10 eram do sexo
masculino e 19 do sexo feminino.
Contexto:O estudo foi realizado na unidade forense do Hospital
Universitário da Universidade Estadual de Enugu (ESUTH), Enugu.
A unidade que trabalha em colaboração com as unidades e
departamentos hospitalares apropriados dedica-se à gestão
forense de todos os casos de agressão na cidade de Enugu e
arredores. O próprio hospital está situado no centro da cidade.
Todos os pacientes compareceram à unidade por
encaminhamento policial por meio de boletim de ocorrência
policial D44. Os dados coletados incluíram a demografia da vítima
e do mordedor, a natureza das lesões por mordida e as
circunstâncias que cercaram o ataque. Fotografias das marcas de
mordida foram tiradas.
Ético aprovação (ESUTHP/C-MAC/RA/012/
Vol.07/02) foi obtido junto ao comitê de ética do hospital. O
consentimento informado foi obtido dos pacientes, enquanto
para os menores de 18 anos foi obtido o consentimento deles
e o consentimento informado dos pais/responsáveis. Os dados
obtidos foram digitados em planilha do Microsoft Excel e
analisados. Foram geradas tabelas de frequência e gráfico de
barras para as variáveis selecionadas. O software GraphPad
Prism 5 (GraphPad Software Inc., CA, EUA foi utilizado para
determinar os testes de significância estatística; para variáveis
categóricas e variáveis contínuas foram utilizados o teste
exato de Fisher ou o teste T. Valor de p < 0,05 foi considerado
estatisticamente significativo.
Resultados
Um total de 1.877 pessoas cujas características demográficas
aparecem na Tabela 1 foram atendidas na unidade forense
durante o período do estudo. Duzentos e dezenove (11,7%) deles
tiveram lesões clínicas e 29 (13,2%) daqueles com lesões clínicas
sofreram ferimentos por mordida humana. As lesões por mordida
foram infligidas em 29 incidentes e por 31 mordedores.
80
 Tabela 1: Características demográficas de todos os pacientes atendidos na unidade forense

Anos de idade) Macho (%) Fêmea (%) Total (%)

≥ 10 21 (1,1) 34 (1,8) 55 (2,9)
11 - 20 91 (4,8) 78 (4,2) 169 (9,0)
21 - 30 527 (28,1) 407 (21,7) 934 (49,8)
31 - 40 212 (11,3) 186 (9,9) 398 (21,2)
41 - 50 81 (4,3) 66(3,5) 147(7,8)
51 - 60 53 (2,8) 49 (2,6) 102 (5,4)
> 60 31 (1,7) 34(1,8) 65 (3,5)
Desconhecido 5 (0,3) 2 (0,1) 7 (0,4)
Total 1021 (54,4) 856(45,6) 1877 (100%)

A Tabela 2 mostra as características de idade e sexo das vítimas e
mordedores. Para as vítimas, a faixa etária foi de 15 anos a 67
anos e o pico de idade foi de 21 anos a 30 anos (51,7%; n=15). A
idade mediana foi de 28 anos, enquanto a idade média foi de
32,2±11,30 anos. A média de idade para homens e mulheres foi de
32,1±12,74 anos e 32,32±13,78 anos respectivamente.
li (p = 0,97). Dos mordedores, a idade de três anos era
desconhecida; a faixa etária foi de 16 anos a 60 anos, o pico de
idade foi de 21 anos a 40 anos (68,5%; n=24) e a mediana de idade
foi de 30 anos. Enquanto a média geral foi de 35,54 anos, a média
de idade para homens e mulheres foi de 39,14±11,58 anos e
31,94±8,4 anos, respectivamente (p = 0,97).

Tabela 2: Distribuição e análise de idade e sexo das vítimas e mordedores

Distribuição de vítimas e mordedores por idade e sexo

Vítima Mordedor

Anos de idade) Macho Fêmea Total Macho Fêmea Total

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
11 - 20 1 (3,45) 2 (6,9) 3 (10,3) 1 (3,2) 1 (3,2) 2 (6,5)
21 - 30 6 (20,7) 9 (31,0) 15 (51,7) 2 (6,5) 12(38,7) 14(45,2)
31 - 40 2 (6,9) 4 (13,8) 6 (20,7) 3 (9,7) 4 (12,9) 7 (22,6)
41 - 50 - 2 (6,9) 2 (6,9) 1 (3,2) 3 (9,7) 4 (12,9)
51 - 60 - 1 (3,45) 1 (3,5) 1 (3,2) - 1 (3,2)
> 60 1 (3,45) 1 (3,45) 2 (6,9) - - -
Desconhecido - - - 1 (3,2) 2 (6,5) 3 (9,7)
Total 10(34,5) 19(65,5) 29 (100) 9 (29,0) 22(71,0) 31(100)
Médias e testes de significância estatística

Sexo Vítima Mordedor teste T de Significa

significa valor
do
número
de mordedor

por
vítima
Observado Idade média de Observado Idade média de
não. do mordedores não. vítimas
mordedores de vítimas
Macho 10 32,1±12,74 9 39,14± P=0,26 1,22±0,44
11,58
Fêmea 19 32,31±13,78 22 31,94±8,4 P=0,92 1,5±0,92
teste T de P=0,97 P=0,97
significa P=0,4

81 African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018

A proporção entre homens e mulheres foi de 1:1,9 e 1:2,4 para vítimas e
mordedores, respectivamente. Dezenove (19; 86,4%) mordedores do sexo
feminino morderam outras fêmeas enquanto 7 mordedores do sexo masculino
(77,8%) morderam companheiros do sexo masculino. Houve forte correlação
positiva (r = 0,78) entre o sexo das vítimas e dos mordedores (p = 0,001).
A Tabela 3 mostra as ocupações das vítimas e mordedores. As vítimas do
sexo feminino eram em sua maioria donas de casa, 5 (17,4%), enquanto os
homens eram em sua maioria artesãos, 5 (17,4%). A maioria das
mordedoras (6:19,4%) eram donas de casa.

Tabela 3: Ocupação de vítimas e mordedores

Ocupação Vítimas Mordedores

Macho Fêmea Total Macho Fêmea Total

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Pequeno comerciante 1 (3,45) 4 (13,8) 5 (17,2) - 5 (16,1) 5 (16,1)
Dona de casa Não aplicável 5 (17,2) 5 (17,2) - 6 (19,4) 6 (19,4)
Funcionário público 2 (6,9) 3 (10,35) 5 (17,2) 2 (6,45) 4 (12,9) 6 (19,35)
Profissional 1 (3,45) 2 (6,9) 3(10.35) 1 (3,2) - 1 (3,2)
Aluna 1(3,45) 2 (6,9) 3 (10,35) 2 (6,45) 1 (3,2) 3 (9,65)
Artesão 5 (17,2) 3 (10,35) 8 (27,6) 3 (9,7) 4 (12,9) 7 (22,6)
Desconhecido - - - 1 (3,2) 2 (6,5) 3 (9,7)
Total 10(34,45) 19 (65,5) 29 (100) 9 (29,0) 22 (71,0) 31 (100)

A Figura 1 mostra a relação dos mordedores com suas vítimas por vítimas antes do assalto. Dos conhecidos, 16 (51,6%)
sexo. Vinte e sete (87,1%) dos mordedores eram bem conhecidos de eram vizinhos (moravam no mesmo cortiço)
suas vítimas, enquanto 4 (12,9%) eram desconhecidos de seus enquanto 4 (12,9%) eram parceiros íntimos e
familiares, respectivamente.

Fig. 1: Relação do mordedor com a vítima por sexo

African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018 82

As mordidas em nosso estudo ocorreram em 29 diferentes após conflitos entre vizinhos ou pessoas da mesma casa. As fêmeas
incidentes de agressão de diferentes circunstâncias (Tabela 4). foram mais vítimas e mordedores em incidentes domiciliares. Todas
Dezoito incidentes (62,1%) ocorreram nos alojamentos as 4 vítimas (13,8%) de lesões por mordida relacionadas a romance
eram do sexo feminino.

Tabela 4: Circunstância da mordida humana

Circunstância Macho (%) Fêmea (%) Total (%)

Quintal (moradia) - 4 (13,8) 10 (34,5) 14 (48,3)
relacionados
Disputa doméstica 2 (6,9) 2(6,9) 4 (13,8)

Relacionado a negócios/trabalho 2 (6,9) 2 (6,9) 4 (13,8)

Relacionado a romance - 4 (13,8) 4 (13,8)

Rua/Bebedouro 1 (3,45) 1 (3,4) 2 (6,9)

Disputa de terras 1 (3,45) - 1 (3,4)

Total 10 (34,5) 19 (65,5) 29 (100)

A tabela 5 mostra o tipo de lesão por vítima e mordedor, enquanto a média geral de 1,5 ferimentos por mordida por vítima. As fêmeas
tabela 6 mostra a distribuição anatômica e frequência de lesão nas tiveram mais mordidas múltiplas com uma média de 1,63±0,68 por
vítimas. Um total de 42 feridas por mordida foram vistas dando uma pessoa a 1,1±0,31 pessoa para os machos (p=0,017).

Tabela 5: Tipo/gravidade de lesão em vítimas e mordedores (n=42)

Vítimas Mordedores

Tipo de lesão Macho Fêmea Total (%) P Macho Fêmea Total (%) P
(%) (%) valor valor
Laceração 5(11,9) 8(19.1) 13 (31) 0,7 4(9,5) 9(21,4) 13 (31) 0,12
Amputação 1(2,4) 1(2,4) 2 (4,8) 1,0 1(2,4) 1(2,4) 2 (4,8) 1,0
Abrasão 1(2,4) 3(7.1) 4 (9,5) 0,48 2(4,8) 2(4,8) 4 (9,5) 1,0
Contusão 3(7.1) 17(40,5) 20 (47,6) 0,039 2(4,8) 18(42,8) 20 (47,6) 0,001
Avulsão 1(2,4) 2 (4,8) 3 (7.1) 1,0 2(4,8) 1(2,4) 3 (7.1) 1,0
Complexo(>1 1 6 7 0,08 2 5 7 0,56
tipo de lesão)

83 African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018

 Tabela 6: Distribuição anatômica e frequência de lesões nas vítimas

Distribuição anatômica nas vítimas (n=29)

Local Macho (%) Fêmea (%) Total (%) Valor P (Fisher
teste exato)
Enfrentar 1(20,7) 10 (34,4) 11 (37,9) P=0,029
Membro superior 6 (20,7) 10 (34,4) 16 (55,2) P=0,70
Seios - 2 (6,9) 2 (6,9) P=0,33
Porta-malas 3 (10,3) 2 (6,9) 5 (17,2) P=0,76
Genitália 1 (3,4) - 1 (3,4) P=1
Coxa - 2 (6,9) 2 (6,9) P=0,33
Vários sites 1 (3,4) 5 (17,2) 6 (20,7) P=0,029
Número de lesões por vítima por sexo (n=42)
Nº de lesões Nº de mordidas/ Significa valor do
Sexo 1 2-3 >3 Nº de vítimas mordidas por vítima

Macho 9 1 - 11/10 1,1±0,31

Fêmea 13 4 2 31/19 1,63±0,68
Teste T para média P=0,017

Cinco tipos de lesão foram identificados com contusão (47,6%) foram laceração (31,0%) e abrasão (9,5%)
como a mais comum (Fig. 2 Contusão da mama). Outros mostradas na Fig. 3 (Abrasão e Laceração da
mama) e Fig. 4 Abrasão da coxa.

Fig. 2 Contusão da mama

African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018 84

 Fig. 3 Abrasão e Laceração da mama

Fig. 4 Abrasão da coxa

O restante foi avulsão (7,1%) e amputação (4,8%) Fig. 5 (Amputação do
lábio superior) e Fig. 6 (Amputação do lóbulo da orelha direita). Lesões
graves, nomeadamente laceração, avulsão e amputação, ocorreram
mais em incidentes envolvendo mulheres como vítimas ou como
mordedores. Os membros superiores (44,7%) foram os mais
acometidos seguidos pela face (29,0%). A mama esquerda foi
envolvida duas vezes; a coxa direita duas vezes e o escroto uma vez e
todos os casos resultaram de disputas relacionadas ao romance. Mais
mulheres do que homens (10:1; p=0,029)
foram mordidas na face e em vários locais (5:1; p=0,08). Os
machos foram mordidos mais na mão do que em qualquer outro
lugar. Apenas 2 pacientes (6,9%) planejavam entrar com ação
judicial contra seus agressores. Os demais estavam apenas ou
principalmente interessados em recuperar o dinheiro gasto em
tratamento e atendimento à polícia. O pico de apresentação foi de
49 a 72 horas após o incidente, com a maioria das vítimas (n=24;
82,8%) apresentando após 12 horas após o incidente. Nenhum de
nossos pacientes relatou lesões autoinfligidas ou de defesa.

85 African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018

 Fig. 5 Amputação do lábio superior

Fig. 6 Amputação do lóbulo da orelha direita

African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018 86

Discussão
Os seres humanos descobriram, consciente ou inconscientemente, os
dentes como uma verdadeira arma de ataque ou defesa em
momentos de várias emoções. Este estudo mostra uma incidência de
13,2% de uso dos dentes como arma de assalto. Altas incidências
semelhantes de mordida humana também foram relatadas na
Tanzânia13, EUA e Reino Unido14,15e Papua Nova Guiné16. A média de
idade e a faixa etária de pico das vítimas neste estudo foram
semelhantes às relatadas em outros estudos13,15,17-20. Ao contrário do
relato de Freeman et al.10, em nosso estudo as idades médias das
vítimas do sexo masculino e feminino foram as mesmas. A maioria das
vítimas e mordedores em nosso estudo estavam em períodos ativos
da vida, época em que estão mais propensos a serem expostos a
circunstâncias que geram agressão. Isso é semelhante a relatos de
outros estudos13,21,24.
Nosso achado de mais vítimas do sexo feminino e mordedores do que
do sexo masculino não é estatisticamente significativo (p = 0,25 e 0,39,
respectivamente), mas concorda com um relatório do Zimbábue22e
tem alguma semelhança com outros estudos10,19,20. No entanto, está
em desacordo com outros estudos que relataram mais envolvimento
masculino16,18ou igual incidência de sexo em vítimas e mordedores23.
Nosso achado de que as fêmeas tendem a morder mais as fêmeas e
os machos tendem a morder mais os machos (r=0,78) é
estatisticamente significativo, p=0,001. O envolvimento de mulheres
mais do que homens como mordedores pode reforçar a forte
percepção em nosso ambiente de que as mulheres são fisicamente
mais fracas que os homens. Nosso estudo mostra que a maioria das
mordidas afeta o braço seguido pela face semelhante ao relato de
Freeman et al.12em que o braço é o mais comumente afetado, seguido
pela perna, mama e face. No entanto, outros estudos relataram a face
como o local mais comum9,14,24.
O lábio (27,3%) e a orelha (27,3%) são as partes da face mais comumente
afetadas em nosso estudo em comparação com resultados de estudos
anteriores na Nigéria e no Quênia18,23. Relatamos um achado
estatisticamente significativo (p=0,029) de que as mulheres são mais
propensas do que os homens a serem mordidas na face. Ao contrário de
outros estudos13,23, nosso estudo mostrou uma alta taxa de lesão por
mordida envolvendo as áreas genital e perigenital. A maioria das mordidas
faciais, como nos seios, escroto e coxas, resultou de conflitos relacionados
ao romance. Múltiplas mordidas/locais de lesão foram mais prováveis de
ocorrer em mulheres do que em homens (P=0,029). A contusão é mais
comum em nosso estudo, semelhante a outros estudos13,14e é mais
provável de ser visto em mordidas femininas do que masculinas (p=0,039).
Em nosso estudo, as fêmeas sofrem maior número de mordidas do que os
machos
87
(p=0,017). Semelhante a relatos de outros trabalhadores10,25, este
estudo mostra que os padrões de localização, número e gravidade
das lesões se correlacionam com a circunstância do crime e a
idade e sexo da vítima. Parece que os mordedores visam o rosto e
o peito das vítimas, ambos centrais para atrações românticas,
possivelmente para degradar o valor do oponente em tais casos.
Além disso, o membro superior recebeu frequentes feridas de
mordida humana provavelmente porque são inevitavelmente
empregadas em casos de violência interpessoal sendo o principal
órgão de preensão.
A maioria de nossos pacientes era conhecida por seus mordedores.
Isso concorda com outros estudos17,18. Da mesma forma, os conflitos
em torno da casa/quartos formaram a maior fonte de lesões por
mordida humana. Nossos pacientes eram de vários estratos sociais
semelhantes ao achado de Olaitan20. Embora Eardley et al.24
estabeleceram uma ligação clara entre beber no fim de semana e
lesões por mordida humana, nenhum de nossos pacientes apresentou
histórico de uso de álcool antes da mordida. Foi difícil afirmar ou
refutar isso, pois a maioria dos pacientes apresentou-se tardiamente.
Como em outros estudos17,20,24, as razões para lesões por mordidas
humanas relacionadas a agressões variaram amplamente em nosso
estudo e incluem ciúmes, disputas domésticas ou no local de trabalho
e disputas matrimoniais. Esses fatores parecem amplificados pela
tensão social e pela competição que se seguem à superlotação e às
duras condições econômicas.
Embora todos os nossos pacientes tenham relatado seus
ferimentos à polícia, como outros estudos nigerianos18,20, uma
proporção muito pequena de nossos pacientes planejava buscar
reparação legal. A maioria estava mais interessada em recuperar
o dinheiro gasto ou perdido por vários motivos após o ataque.
Parece que o sistema sociocultural afeta a atitude das vítimas de
agressão em relação à busca de reparação legal. As razões dadas
pelos nossos pacientes para a sua apatia em relação ao legal
incluem a intervenção de líderes religiosos ou socioculturais/
comunitários, dúvidas sobre a polícia, lentidão percebida do
processo legal e ignorância da lei. Um esmagador 82,7% (n = 24)
de nossos pacientes apresentou mais de 12 horas após a lesão,
com o pico de apresentação sendo 49 – 72 horas após a lesão.
Isso é semelhante a outros estudos9,24. Os atrasos são atribuídos
principalmente à atitude policial, à procura de ajuda de
revendedores de medicamentos patenteados e às tentativas de
mediação de terceiros, entre outros. A acusação de mordida
humana associada a agressão oferece alguns desafios únicos em
um cenário de recursos limitados como o nosso. A única
ferramenta adicional (além do his-
African Health Sciences Vol 18 Edição 1, março de 2018
tório e exame) que o médico forense possa ter a(s) fotografia(s) da
lesão por mordida. Faltam instalações para recuperação de DNA e
confecção de moldes para a lesão por mordida, bem como para os
dentes do suspeito. Além disso, não há odontologistas forenses.
Assim, o valor probatório da mordida humana em nosso ambiente
é altamente limitado. Linda e doce26
podem ter tido nosso tipo de situação em mente quando concluíram,
após uma revisão de casos anteriores de mordida humana, que, além
de seus valores forenses, a análise de marcas de mordida também
pode ser inimiga da justiça natural.
Conclusão
A mordida humana é prontamente utilizada como arma de assalto em
nosso meio ambiente. Como tal, as pessoas que apresentam agressão
devem ser devidamente avaliadas para mordida humana e vice-versa. Além
disso, a localização da mordida humana pode apontar para as
circunstâncias que levaram à lesão. Há necessidade de educar a sociedade
sobre a necessidade de buscar reparação legal após mordida humana
relacionada a agressão e outros ferimentos.
Reconhecimentos
Os autores agradecem as contribuições da
Matrona Offia e SNO Nweze da Unidade Forense
e do Departamento de Acidentes e Emergências,
respectivamente, e a Sra. .
Conflito de interesses
Nenhum
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