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Volume I
GUILHERME GUIMARÃES FELICIANO
JOÃO URIAS
Coordenadores
Volume I
EDITORA LTDA.
© Todos os direitos reservados
Junho, 2013
Vários autores.
Bibliografia.
12-15272 CDU-34:331.042
Apresentação.................................................................................................................. 7
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Meio ambiente do trabalho e proteção jurídica do trabalhador: (re) sig-
nificando paradigmas sob a perspectiva constitucional
Aline Moreira da Costa, Leandro Krebs Gonçalves, Victor Hugo de Almeida.................................... 123
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APrESENTAÇÃo
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constitucional que o assunto engendra e a sua respectiva malha principiológica); (c) o meio ambiente do
trabalho em sua dimensão preventiva (na concreção do princípio da precaução/prevenção); (d) o meio
ambiente do trabalho em sua dimensão repressiva (na concreção dos comandos constitucionais que exi-
gem respostas administrativas e penais — faltando-nos, neste volume, um capítulo sobre o Direito Penal do
Trabalho em sede labor-ambiental, que todavia deverá compor o segundo volume); (e) o meio ambiente
do trabalho em sua dimensão reparatória (na concreção do princípio do poluidor-pagador, desaguando
na responsabilidade civil do empregador por lesões decorrentes do desequilíbrio labor-ambiental); (f) a
poluição ou desequilíbrio labor-ambiental (nas suas mais variadas manifestações, como as de cariz físico,
químico, biológico, ergonômico, psicológico etc.); e (g) as conexões do Direito Ambiental do Trabalho
com as ciências afins (a Física, a Química, a Biologia, a Psicologia, a Ecologia etc.).
Não nos ateremos, porém, ao que está aqui. Voltaremos à carga com ao menos um segundo volume,
programado para 2013, abordando aqueles mesmos eixos temáticos propedêuticos. E, para o mais, dir-nos-
-á a receptividade editorial destes escritos.
É de NIETZSCHE o reconhecimento de que a objeção, o desvio, a desconfiança e a vontade de troçar
são sinais de saúde; ao revés, “tudo o que é absoluto pertence à patologia”. Se é mesmo assim, exercer o legítimo
direito de desconfiança científica é um sinal veemente de saúde e vigor intelectual, sobretudo em searas
ainda mal estribadas, como é esta que agora nos toca. E, caminhando do (anti)niilismo nietzschiano para a
fenomenologia husserliana (das propriedades que se transferem pelo processo cognitivo), bem poderemos
prescrever que, com boa saúde na atitude cognoscitiva, perseguiremos mais eficazmente os predicamentos
da saúde no objeto fenomenológico a conhecer. Porque é disso, afinal, que se trata: resgatar, no caldo de
incertezas da pós-modernidade, os paradigmas de saúde laboral e de autorrealização pelo trabalho que se
perderam nos três séculos que nos separam da Primeira Revolução Industrial. Repensar, de modo sistemá-
tico e pós-positivista, as grandes questões do Direito Ambiental do Trabalho. E resgatá-lo, afinal, do seu
calabouço discursivo: o trabalho, antes de ser fator de produção, é projeção da pessoa.
Boa leitura!
São Paulo, 10 de setembro de 2012.
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Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento,
que só à humanidade pertence.
Bertolt Brecht (1898-1956)
o mEio AmBiENTE Do TrABALHo
E A rESPoNSABiLiDADE CiViL PATroNAL:
1 INTRODuçÃO
Muito se tem discutido as questões de meio ambiente do trabalho na doutrina trabalhista recente.
Páginas e páginas de estudos, entre livros, artigos e ensaios. Pode-se mesmo asseverar ser esse, hoje, um dos
“temas da moda” do Direito do Trabalho. Se não o mais momentoso, decerto um dos que ocupa o topo da
respectiva lista(1). Alguns autores já chegam a referir o Direito Ambiental do Trabalho, pretendendo recon-
duzir as questões de segurança, saúde e higiene no trabalho a uma das camadas deontológicas do próprio
Direito Ambiental, dada a sua natural e histórica transversalidade epistemológica.
O curioso, porém, é que muito pouco se tem conectado em termos principiológicos. Se aquelas ques-
tões delimitam zonas de intersecção entre o Direito do Trabalho e o Direito Ambiental, é de se esperar que
os próprios princípios normativos que regem esses dois ramos da enciclopédia jurídica comuniquem-se for-
temente. E, na realidade, isso é de simples demonstração: princípios jurídico-ambientais clássicos como o
da prevenção, o da precaução, o do poluidor-pagador, o da informação e o da participação são facilmente iden-
tificáveis na própria legislação trabalhista e previdenciária, como valores-conceitos entremeados, a despeito
de maior ou menor antiguidade daquela legislação. Reservaremos esse estudo, porém, para outro momento.
Neste capítulo, queremos apenas demonstrar como — e quando — o princípio do poluidor-pagador
manifesta-se e opera no imo das relações de trabalho (conquanto alguns outros princípios terminem tam-
bém alcançados a latere). E, para isso, é fundamental partirmos de uma premissa conceitual bem posta: o
que é o meio ambiente do trabalho e quais dimensões da realidade ele alcança?
Começemos com isso.
(*) Juiz Titular da 1ª Vara do Trabalho de Taubaté/SP. Professor Associado do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Professor Assistente Doutor (licenciado) do Departamento de Ciências Jurídicas da
Universidade de Taubaté (UNITAU). Doutor e Livre-Docente em Direito (FDUSP). Vice-Presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do
Trabalho da 15ª Região (AMATRA XV).
(1) A própria grade temática dos eventos científicos bem o demonstra. Recentemente, no curto espaço de três meses, este Autor teve ocasião de
participar de dois deles (como presidente de mesa e como palestrante, respectivamente): o III Seminário Internacional da Associação dos Magistrados
da Justiça do Trabalho da 15ª Região, que reuniu cerca de 120 participantes em Montevideo, entre os dias 9 e 10 de setembro de 2010, com o mote
“Meio Ambiente do Trabalho”; e a 2ª Semana Jurídica do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, realizada em Cuiabá entre os dias 22 e 23 de
novembro de 2010, para desenvolver o tema “Meio Ambiente do Trabalho: aspectos gerais”. Uma busca na rede mundial de computadores revelará,
ademais, como pululam por todo o território nacional eventos de igual interesse.
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2 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: CONCEITO E CONSECTÁRIOS
Os autores definem o meio ambiente do trabalho com os mais variados matizes. Há quem prefira
definições mais simples, entendendo como meio ambiente do trabalho “o local em que se desenrola boa parte
da vida do trabalhador, cuja qualidade de vida está, por isso, em íntima dependência da qualidade daquele
ambiente”(2). Em definição menos empírica, diz-se ainda que é “o conjunto de fatores físicos, climáticos ou
qualquer outro que interligados, ou não, estão presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa”(3). Essa última
definição adapta à espécie o preceito do art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81, que define meio ambiente em geral
(“conjunto das condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas”).
Doutrinariamente, o meio ambiente do trabalho aparece ao lado do meio ambiente natural (consti-
tuído pelos elementos físicos e biológicos nativos do entorno: solo, água, ar atmosférico, flora, fauna e suas
interações entre si e com o meio); do meio ambiente artificial (constituído pelo espaço urbano construído,
que compreende o conjunto de edificações — espaço urbano fechado — e o dos equipamentos públicos
— espaço urbano aberto; alguns autores referem, ainda, o meio ambiente rural, relativo ao espaço rural
construído); e do meio ambiente cultural (constituído pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico,
paisagístico e turístico, que agregou valor especial pela inspiração de identidade junto aos povos)(4), sendo
todos manifestações particulares da entidade meio ambiente, que temos de conceber como Gestalt. Assim:
Meio ambiente
humano
Meio ambiente do
Meio ambiente Meio ambiente Meio ambiente
trabalho
natural artificial cultural
(art. 200, viii, cf)
espaço urbano
fechado
(= edificações)
espaço urbano
Aberto
(= equipamentos
públicos)
(2) SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 1995. p. 5.
(3) SANTOS, Antônio Silveira R. dos. Meio ambiente do trabalho: considerações. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.
asp?id=1202>. Acesso em: 7.12.10.
(4) Cfr., por todos, José Afonso da Silva, op. cit., p. 3. Sobre meio ambiente rural, cfr. Michel Prieur, Droit de l’environnement, 3. ed., Paris, Dalloz,
1996. p. 721-731.
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Os conceitos correntes de meio ambiente do trabalho tendem a pecar em dois aspectos cruciais.
A uma, porque não esclarecem a que “trabalhador” se referem (e bem se sabe que, no Direito do Trabalho,
saber a sua qualificação — se subordinado, autônomo, eventual, avulso, voluntário etc. — pode ser a pedra
de toque para reconhecer-lhe todos ou nenhum direito). A duas, porque olvidam uma dimensão própria e
inerente ao meio ambiente de trabalho, que nas demais manifestações da Gestalt ambiental (natural, artifi-
cial, cultural) não tem relevância: a dimensão psicológica.
Assim, para albergar esses dois aspectos e responder à crítica, preferimos assim conceituar o meio am-
biente do trabalho (partindo da descrição legal do art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81): é o conjunto (= sistema) de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica e psicológica que incidem sobre
o homem em sua atividade laboral, esteja ou não submetido ao poder hierárquico de outrem.
Em termos puramente empíricos, não é difícil focalizar as manifestações mais pungentes de litigio-
sidade em torno do meio ambiente do trabalho. Discute-se o meio ambiente do trabalho ecologicamente
equilibrado quando se debate o problema do trabalho perverso(5) (periculosidade, insalubridade e penosi-
dade — art. 7º, XXIII, da CRFB; arts. 189 usque 197 da CLT; Lei n. 7.369/85), como também em tema de
acidentes de trabalho (art. 7º, XXVIII, da CRFB; arts. 19 e 21 da Lei n. 8.213/91) e entidades mórbidas
equivalentes (moléstias profissionais e doenças do trabalho — art. 20, I e II, da Lei n. 8.213/91) e, em geral,
riscos inerentes ao trabalho e tutela da saúde, da higiene e da segurança no trabalho (art. 7º, XXII, da
CRFB; arts. 154 usque 201 da CLT).
Já a natureza jurídica desses litígios traduz, não raro, vexata quaestio entre os estudiosos. Ora persegue-
-se a tutela de um interesse difuso (assim, e. g., na cessação de atividade poluente que afetava os trabalhadores e a
própria comunidade do entorno), ora um interesse coletivo (e. g., na tutela da higidez dos trabalhadores, atuais e
futuros, em uma dada fase do processo produtivo de determinada empresa), ora, ainda, um interesse individual
homogêneo (p. ex., na ação plúrima movida por grupo certo de trabalhadores que, críticos da política de segu-
rança e de salários da empresa, foram relegados a atividade insalubre). Nada obstante, é forçoso admitir que os
aspectos negativos do meio ambiente de trabalho podem ser também objeto de tutela exclusivamente individual,
ao critério do juiz, mediante provocação do interessado. É conhecida, aliás, a passagem em que Mozart Victor
Russomano, então juiz do Trabalho, apreciou reclamação trabalhista em que o trabalhador, ronda noturno de
certa empresa (a quem competia fazer a vigilância externa dos pátios e adjacências do estabelecimento), pleiteou
em juízo a alteração das condições de trabalho, vez que idoso e acometido por dores reumáticas e nevrálgicas, para
não mais ficar exposto à umidade, à chuva, ao sereno e ao frio. Esse conflito, observa Russomano, “tinha em vista
alterar as condições de trabalho, não com fundamento em norma jurídica anterior e vigente, mas, apenas, com ampa-
ro em princípios de equidade, que sempre ou quase sempre inspiram a solução dos conflitos de natureza econômica”,
donde concluir ter julgado, na espécie, um conflito individual de natureza econômica, por visar à criação de
novas condições de trabalho(6).
O juiz Russomano não fazia mais do que ajustar o ambiente de trabalho à capacidade física do traba-
lhador, em condições hígidas e equilibradas: houve, indubitavelmente, um provimento jurisdicional de tutela
do meio ambiente do trabalho, com predominância de carga condenatória e mandamental (e, por outro lado,
sem a carga criativa geral que poderia de fato se traduzir em exercício individual de poder normativo...).
Não o disse, é claro, porque à época o conceito ainda não estava sedimentado. Pode-se afirmar, já por isso,
(5) A expressão, vazada para o gênero de que são espécies a periculosidade, a insalubridade e a penosidade, emprestamo-la de José Luiz Ferreira
Prunes (cfr. Trabalho Perverso. Curitiba: Juruá, 2000, v. I e II, passim).
(6) RUSSOMANO, Mozart Victor. Princípios Gerais de Direito Sindical. Rio de Janeiro: Forense, 1995. p. 232-233. O autor sustenta, assim, que
tanto os conflitos individuais como os coletivos podem ser de natureza jurídica (cujas pretensões baseiam-se em norma jurídica vigente, no sentido
de dar-lhe execução) ou de natureza econômica (de pretensões consistentes na criação de normas que revisam ou criam condições de trabalho, à
míngua de norma concreta de conduta, ainda se — como pensamos — amparada em princípios gerais ou regras programáticas). No mesmo ensejo,
refere escólio de Américo Plá Rodriguez em igual sentido (admissão de conflitos individuais de natureza econômica), com alguma crítica (op. cit.,
p. 233, nota n. 9).
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que o juiz do Trabalho, ao dispor sobre condições de trabalho e dimanar mandados proibitivos (= não
fazer), permissivos (= deixar fazer) ou coercitivos (= fazer), pode exercitar — no âmbito individual (caso
citado) ou coletivo (ações civis públicas em geral) — autêntico poder criativo, com menor ou maior índice
de generalidade.
Daí a dúvida: o direito ao meio ambiente do trabalho ecologicamente equilibrado é um direito (= inte-
resse) individual, individual homogêneo(7), coletivo(8) ou difuso(9)? A resposta é tão multifacetada quanto
a pergunta, relativizando a sua própria circunstância: a sua qualificação jurídica depende do contexto de
conflito em que se insere a pretensão — se individual, individual homogêneo, coletivo ou difuso. É o que
decorre, mutatis mutandi, do magistério de Nelson Nery Junior, já no âmbito do processo: o direito não se
classifica segundo a matéria genérica in abstracto, mas segundo o tipo de tutela jurisdicional que se pretende
com a ação judicial. Não se pode dizer, aprioristicamente, que o direito ao meio ambiente seja um direito
difuso, ou que o direito do consumidor seja coletivo; antes, um mesmo evento — o autor cita o acidente
com o Bateau Mouche IV em 1988 — pode ensejar interesse individual (pretensão de indenização de uma
das vítimas, em ação ordinária de perdas e danos), individual homogêneo (pretensão de indenização a
favor de todas as vítimas, em ação ajuizada por entidade associativa), coletivo (pretensão de obrigação de
fazer, em ação coletiva movida por associação das empresas de turismo, com vistas à manutenção da boa
imagem do segmento econômico local) ou difuso (tutela da vida e da segurança das pessoas em geral,
mediante ação coletiva ajuizada pelo Ministério Público para interditar a embarcação e evitar novos
acidentes)(10).
Assim, no campo do Direito do Trabalho, Nery Junior refere o interesse em obrigar a empresa a
colocar dispositivos de segurança em suas máquinas, para evitar acidentes do trabalho, que é, a depender do
enfoque, difuso (reduz-se o custo do produto final para o consumidor e — acrescentamos — a incidência de
sequelados na comunidade local, desonerando o INSS) ou coletivo (por beneficiar diretamente todo o grupo
de trabalhadores da empresa); refere, ainda, o interesse em obter reajuste salarial legal, que é, a depender da
circunstância, coletivo (todos os membros da categoria profissional, naquela base territorial, fazem jus ao
reajuste, que não será pago, indiscriminadamente, a empregados atuais e futuros) ou individual homogêneo
(a omissão ilegal da empresa faz nascer, para cada trabalhador em atividade, o direito a certa parcela em
atraso)(11).
Convém reconhecer, todavia, que em termos conceituais (sem a minúcia da circunstância), o direito
ao meio ambiente do trabalho ecologicamente equilibrado é um direito difuso, como é, de resto e in genere,
o direito geral ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, designado constitucionalmente como “bem
de uso comum do povo” e destinado às “presentes e futuras gerações” (i. e., titulares indeterminados ligados
pela condição mesma de ser humano). Em igual sentido, USSIER reconhece o interesse social — diríamos
mais, interesse público primário — em reprimir a espoliação e o aviltamento das forças de trabalho, a cres-
cente legião de mutilados e a sangria paulatina dos cofres da Previdência Social(12).
(7) Interesses individuais autônomos, determinados ou determináveis, porém enfeixados por uma origem comum (art. 81, parágrafo único, III,
da Lei n. 8.078/90).
(8) Interesses transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con-
trária por uma relação jurídica base (art. 81, parágrafo único, II, da Lei n. 8.078/90).
(9) Interesses transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (art. 81,
parágrafo único, I, da Lei n. 8.078/90).
(10) Princípios do processo civil na Constituição Federal. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p. 55-56. No mesmo sentido, cfr. ainda NEL-
SON NERY JUNIOR, O Processo do Trabalho e os Direitos Individuais Homogêneos — Um Estudo sobre a Ação Civil Pública Trabalhista, in
Revista LTr 64-02/151-160, e NORMA SUELI PADILHA, Do Meio Ambiente do Trabalho Equilibrado. São Paulo: LTr, 2002. p. 51. No artigo, Nery
Junior aduz que a pedra de toque que identifica um direito como difuso, coletivo ou individual homogêneo não é propriamente a matéria, [...] mas o
tipo de tutela jurisdicional que se pretende quando se propõe a competente ação judicial, redimensionando os exemplos com a hipótese de um acidente
nuclear: cabem, em tese, ações para tutela de interesses difusos (interdição da usina), coletivos (ação dos trabalhadores para impedir o fechamento
da usina, com vistas à preservação dos empregados) e individuais homogêneos (indenização aos proprietários da região, prejudicados com a perda
de lavouras e propriedades), às vezes com objetos contrapostos (e. g., primeira e segunda hipóteses).
(11) “O Processo do Trabalho [...]”, p. 155.
(12) USSIER, Jorge Luiz. A defesa do meio ambiente do trabalho e da saúde do trabalhador pelo Ministério Público estadual, in Justitia 171/45-48.
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