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A Dança Diante do Nível Cultural

 Contexto e Introdução

Enquanto a filogênese determina a origem das diferenças entre as espécies, a

ontogênese divide e define as diferenças comportamentais entre os indivíduos, o terceiro

nível se enquadra na compreensão do ser humano, sendo dito como o nível cultural.

Esse nível envolve a seleção de práticas culturais por meio da interação com o ambiente

durante o tempo de vida de um grupo social.

Suponhamos que conforme os humanos começaram a viver em grupos sociais, os

grupos desenvolveram certas práticas grupais para lidar com aspectos importantes de

suas vidas. Essas práticas podem ter tido relação com agricultura, irrigação,

domesticação e criação de animais, religião, proteção de recursos naturais, produção de

energia, descarte de resíduos, manufatura, economia e o tratamento dispensado aos

outros no grupo - idosos, jovens, doentes, carentes. O ponto dessa discussão recai então

sobre “as formas de fazer coisas”, que o grupo como um todo adota, mesmo que as

vezes isso possa ser contra-produtivo para sobrevivência do grupo.

Absorvido o que foi dito, agora se pode debater sobre como a “dança” se concretizou na

cultura, e que benefícios e herança ela trará para a humanidade.

 Raízes dançarinas:

A dança é a mais antiga das artes criadas pelo homem. Nas pinturas das cavernas pré-

históricas, podemos ver a tentativa dos primeiros artistas de mostrar o homem primitivo

dançando instintivamente, usando seus movimentos e gestos para agradar vitórias,

celebrar alguma festa. O homem dançava em cada manifestação de vida.


O ritmo, que acompanha o gesto, é uma descarga emocional servindo para regular e

medir todas as forças vitais; é ele que estabelece a harmonia e equilíbrio dos

movimentos, preside à ordem das coisas e dá aos gestos do homem e às suas reações a

força e a expressão. O ritmo é o primeiro movimento da vida que incide sobre os

músculos do corpo humano (TAVARES, 2005).

A dança em grupo passou assim a aconteceu através dos rituais religiosos, em que as

pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros

registros dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de

Cristo. Com efeitos meramente simbólicos para a humanidade, a dança foi selecionada e

se tornou uma prática cultural por ter um valor sobre as preces e esperanças das pessoas.

Mais tarde, as danças foram perdendo o costume religioso, e apareceram na Grécia, em

virtude das comemorações aos jogos olímpicos. Enquanto no Japão, foi preservado o

caráter religioso e até os dias atuais as danças são feitas nas cerimônias dos tempos

primitivos. Já em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem

ao deus Baco (deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais.

Com o tempo a dança parou de se apoiar em alguns sentidos e motivos, passando a ser

usada por todos, entrando no âmbito pessoal de cada um, e hoje se encontrar em tudo,

desde rituais, festas, apresentações etc.

Sendo assim quando a dança sobreviveu, suas práticas foram replicadas por meio dos

arranjos sociais entrelaçados do grupo e transmitido a futuras gerações por meio de sua

linguagem. Tais práticas foram então expressas em futuras gerações. Essa característica

é a de replicação diferencial, que permitiu que a dança se diversificasse cada vez mais

entre as populações, até se encontram no mundo moderno.


 Benefícios

A dança passa se manifestar cada vez mais, por conta da sua simplicidade e pratica com

bom retorno. Já relacionada a uma atividade divertida o ato de dançar, embora nunca

útil diretamente para a sobrevivência de uma espécie trazia ótimos resultados na saúde e

mente das populações.

Leal e Haas (2006) relatam que a dança pode ter seis funções; autoexpressão,

comunicação, diversão e prazer, espiritualidade, identificação cultural, ruptura e

revitalização da sociedade. Mostram-nos ainda que a dança tem um forte caráter

sociabilizado e motivador, seja em par ou sozinho seja idoso ou criança, seja homem ou

mulher ao dançar todos se sentem bem.

Quem dança, manifesta movimentos rítmicos numa explosão de sentidos, como forma

de conhecimento do corpo que possibilita uma intervenção direcionada para a

ampliação da expressividade dos sujeitos dado o qual permite ler a gestualidade humana

como uma linguagem, fazendo com que essa compreensão se aproxime da concepção de

movimento humano.

Até onde se sabe a dança sempre acompanhou a evolução humana, se tornando cada vez

mais complexa em forma e acompanhado o desenvolvimento do ser. É questionável,

sobre por quanto tempo a dança se manterá ao lado da humanidade, e quem vai perecer

primeiro.

Referencias:

CONSEQUÊNCIAS, S. C. P. BEHAVIORAL SELECTION BY CONSEQUENCES SELEÇÃO

COMPORTAMENTAL POR CONSEQUÊNCIAS JAY MOORE.

https://core.ac.uk/download/pdf/267987174.pdf
SILVA, F. J., Martins, L., & MENDES, C. (2012). Benefícios da dança na terceira idade. IV

Seminário de Pesquisas e TCC da FUG, 24-42.

https://fug.edu.br/repositorio/2012-2/EdiFisica/BENEFÍCIOS%20DA%20DANÇA%20NA

%20TERCEIRA%20IDADE.pdf

EARO, A. J. (1987). História da dança.

https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/33721032/Historia_da_Danca-with-cover-page-v2.pdf?Ex

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