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A CULTURA DO MOVIMENTO NAS DANÇAS

INDÍGENAS

Gerson Souza da Conceição 1


Gustavo Ferreira Fonseca¹
Judson Allef Quaresma Maia¹
Renilson do Espirito Santo Sanches¹
Prof.ª Juliana Varla da Silva Oliveira²

RESUMO

A palavra cultura tem origem do termo em latim colere, o qual significa cuidar, cultivar ou crescer.
Este trabalho traz como objetivo averiguar e demonstrar qual a importância da cultura do
movimento corporal através da dança no meio indígena, e quais são as mais conhecidas e praticadas
entre eles. A construção deste trabalho se deu de maneira bibliográfica e contou com pesquisas em
sites, artigos já publicados anteriormente com conteúdo relacionado a esta temática, matérias da
web e etc. Os autores que dão base teórica a este trabalho são: AIDAR (2021-2023); ALVES (2019);
SIGNIFICADOS (2011-2023); BOTELHO (2021); CANEDO (2009); OLIVEIRA (2018); SANTOS
(2023) e SANTOS (2009). Através deste trabalho, percebemos que o papel da cultura é muito
importante no mundo todo, pois, através dela é possível manter vivas tradições, danças, costumes e
etc. Este trabalho também nos proporcionou a oportunidade de conhecer um pouco sobre cada
cultura de alguns povos indígenas brasileiros, observar como elas são mantidas até os dias atuais e
ainda compreender a importância de cada uma delas.

Palavras-chave: Cultura; Movimento: Danças Indígenas.

1 INTRODUÇÃO

A cultura pode ser configurada como comportamento, tradições ou conhecimentos de um


grupo social específico, podendo incluir a língua, comidas características, religiões, música local, a
arte, a veste, entre várias outras características. Para as ciências sociais bem como a sociologia e a
antropologia, cultura é considerada uma rede que faz um compartilhamento de símbolos, significados
ou valores de um grupo ou sociedade. Estes são desenvolvidos artificialmente pelo homem, uma
forma não natural.

1 Gerson da Conceição - Gustavo Fonseca - Judson Allef Maia - Renilson Sanches


2 Juliana Varla da Silva Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura em Educação Física – FLC21545BEF – Prática
do Módulo IV – xx/xx/2023
2

A palavra cultura tem origem do termo em latim colere, o qual significa cuidar, cultivar ou
crescer. Por esse motivo, o termo está ligado também a outras palavras, como por exemplo a
agricultura, que aborda o cultivo e o crescimento das plantações. Os componentes de uma cultura são
partilhados pelos membros da sociedade, criando uma identidade cultural.

A cultura brasileira é popular devido sua grande miscelânea de povos, as amplas festas como
o carnaval, a variedade musical e até mesmo o bom futebol. Mas não é certo falar que todos os
brasileiros, bem como os cidadãos de países à fora, têm os mesmos comportamentos ou possuem a
mesma cultura pelo qual o seu país é manifesto, pois, todo estado ou mesmo pequena região tem sua
cultura caracteristicamente local, com diferentes comidas, estilos musicais, comportamentos,
linguajares, dentre diferentes aspectos, que designam a identificação de um determinado grupo social.

A cultura é ainda um organismo cumulativo, porquanto as transformações ocasionadas por


uma geração sobrevêm à geração subsequente. Ela perde e incorpora diferentes características, de
maneira que possa aperfeiçoar a existência das novas gerações e adicionar novas informações. Dessa
maneira, a cultura está em constante modificação, causada, na maioria das vezes, pela barganha entre
povos diferentes. Além do mais, não é possível falar sobre cultura sem falar sobre a troca, um aspecto
que diferencia as culturas ao redor do mundo.

A dança é considerada uma arte que abrange a expressão corporal, pois, é realizada por
diferentes movimentos. Tal atuação normalmente é acompanhada por música de ritmos diferentes.
Dançarinos empregam esse artifício, geralmente, para fazerem apresentações tanto em teatros, como
em ruas, ou outros lugares.

Ao se tratar da dança indígena compreende-se que ela tem certa singularidade em comparação
a outras danças, não só brasileiras, como de qualquer outro estilo. Quando os índios realizam este ato,
possuem o objetivo de praticar um ritual. Os desígnios são os mais variáveis, como por exemplo:
afastar maus espíritos, expelir doenças, agradecer pela colheita e caça, marcar a mudança de etapa do
jovem para a idade adulta, etc.

A dança indígena tem como finalidade a realização de rituais que podem ser por diferentes
motivos, como: homenagear pessoas que já morreram, agradecer pela colheita, pela, mas também por
outros motivos. Sendo assim, compreende-se que a dança indígena possui finalidades que são
diferentes de outras danças comuns, porque ela é uma prática que compreende rituais e costumes.

De acordo com ALVES (2019) A dança indígena é realizada tanto por homens, quanto por
mulheres. É bastante comum que eles usem ornamentos para a realização desses rituais. Os mais
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conhecidos são: amuletos, símbolos, instrumentos musicais, entre outros. De acordo com o objetivo
de cada ritual, essas peças podem variar.

Conforme AIDAR (2021-2023), a dança indígena é uma importante revelação da cultura dos
povos oriundos brasileiros. São vários os tipos de danças, dependendo de cada finalidade e de cada
etnia. Uma das características, que conecta praticamente todas as outras danças realizadas pelas mais
diversas tribos é o seu “caráter ritualístico”, de maneira que as mesmas são carregadas de um valor
simbólico.

São também caracterizadas como uma forma da comunidade se relacionar com a


ancestralidade e com os elementos da natureza, além de manter os costumes e fortalecer
vínculos sociais. Executadas em coletivo ou por apenas poucos indivíduos, as danças
indígenas geralmente contam com o apoio de outros elementos, como amuletos, pinturas
corporais feitas especialmente para a ocasião, o canto e a música. (AIDAR, 2021-2023, P. 1)

Este trabalho traz como objetivo averiguar e demonstrar qual a importância da cultura do
movimento corporal através da dança no meio indígena, e quais são as mais conhecidas e praticadas
entre eles. O mesmo dar-se início com o tópico 1. INTRODUÇÃO, que faz uma breve apresentação
sobre a temática e quais os demais tópicos deste trabalho. Em seguida, o tópico 2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, que mostra todo o embasamento teórico que auxiliou esta
construção, como autores, livros, sites, matérias etc. Logo após, segue-se com o tópico 3.
METODOLOGIA, onde tratará sobre qual tipo de pesquisa utilizamos, como a fizemos, entre outros.
Depois teremos o tópico 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO, o qual fala sobre os resultados que
obtivemos em nossa pesquisa e um breve parecer da nossa equipe. Após este, teremos o tópico 5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS, com um apanhado geral a respeito de todo o conteúdo abordado, nosso
ponto de vista e em que gostaríamos que este trabalho contribua, tanto na área docente quanto na área
acadêmica. Por último, consta as referências deste trabalho mostrando de onde foram retiradas
informações e citações.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com SANTOS (2009), a cultura é uma preocupação presente nos dias atuais, que é
bem viva. Algo que gera preocupação em entender os caminhos que levaram os grupos de seres
humanos às suas presentes relações e suas expectativas de futuro. A evolução da humanidade está
assinalada por contatos e desordens entre estilos variados de se estabelecer a vida sociedade, de se
apropriar dos recursos naturais e modificá-los, de idealizar a realidade e também expressá-la.
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Como salienta BOTELHO:

Vale nesta linha de continuidade a incorporação da dimensão antropológica da cultura, aquela


que, levada às últimas consequências, tem em vista a formação global do indivíduo, a
valorização dos seus modos de viver, pensar e fruir, de suas manifestações simbólicas e
materiais, e que busca, ao mesmo tempo, ampliar seu repertório de informação cultural,
enriquecendo e alargando sua capacidade de agir sobre o mundo. O essencial é a qualidade
de vida e a cidadania, tendo a população como foco (BOTELHO, 2007, p.110).

“A evolução do significado de cultura no debate entre estes dois países marcou a formação
das duas concepções de cultura que estão na base dos estudos das Ciências Sociais. O entendimento
francês de cultura como característica do gênero humano deu origem ao conceito universalista”
(CANEDO, 2009, p. 3).

SANTOS (2009, p. 7) também destaca que estudar as culturas e as transformações que cada
uma sofre é fundamental porque “enfatizar a relatividade de critérios culturais é uma questão estéril
quando se depara com a história concreta, que faz com que essas realidades culturais se relacionem e
se hierarquizem”.

Existem distintos conceitos e usos da palavra cultura em voga na contemporaneidade. A


cultura possui caráter transversal, pois perpassa diferentes campos da vida cotidiana. Além
disso, o termo é utilizado em áreas multidisciplinares de conhecimento, o que amplia o leque
de possibilidades de compreensão da cultura. (CANEDO, 2009, p. 8).

“Existem realidades culturais internas à nossa sociedade que podem ser tratadas, e muitas
vezes o são, como se fossem culturas estranhas. Isso se aplica não só às sociedades indígenas do
território brasileiro, mas também a grupos de pessoas vivendo no campo ou na cidade”, tanto
ambientes isolados, de particularidades peculiares, ou ajuntamentos religiosos fechados que vivem
no interior das grandes cidades. “Pode-se tentar demonstrar suas lógicas internas, sua capacidade de
emitir pronunciamentos, de interpretar a realidade que as produz, de agir sobre essa realidade”.
(SANTOS, 2009, p. 19).

Os povos indígenas mantêm as suas crenças e rituais por meio das forças da natureza e dos
espíritos ancestrais nas suas práticas cerimoniais. A memória cultural e a tradição oral
contribuem para organizar a vida e a convivência entre as comunidades indígenas,
consolidando as suas relações e dando continuidade à existência, preservando o
conhecimento e a cultura. Esse mecanismo de resistência fortalece a identidade étnico-racial
e resgata amplamente sua condição humana, tão subalternizada e violentada desde a
colonização portuguesa (OLIVEIRA, 2018, p. 12).

Segundo SANTOS (2023), os povos indígenas do Brasil apresentam várias danças tradicionais
que geralmente não são conhecidas pela grande maioria das pessoas, o que causa certa falta de
popularização de outros tipos de dança de tais povos.

“A música dos povos indígenas brasileiros representa não somente a riqueza cultural dessas
comunidades, mas um forte instrumento de socialização que também se estende, promovendo
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conexão com a ancestralidade e a natureza em suas mais variadas expressões” SANTOS, (2023, p.
37).

SANTOS (2023) também cita que a particularidade da música indígena brasileira é polimorfa,
com sua sonoridade carregada de complexidade em relação aos timbres e alturas, embaraçando, desta
maneira, sua organização através da partitura ocidental. O ritmo, de maneira geral, é binário ou
ternário, contendo ciclos de repetições e alterações constantes.

A transferência dos arranjos mais antigos é repassada de forma oral de geração em geração,
“existindo, desta maneira, canções que privilegiam diferentes momentos da vida cotidiana nas aldeias,
como em ritos de passagem, festas em homenagem aos mortos, celebrações cíclicas, cultos aos
ancestrais e festas guerreiras” SANTOS (2023, p. 37-38).

Segundo a concepção de SANTOS vemos que:

Não apenas os recursos naturais devem ser considerados quando se pensa no


desenvolvimento dos grupos humanos. Mais importante ainda é observar que o destino de
cada agrupamento esteve marcado pelas maneiras de organizar e transformar a vida em
sociedade e de superar os conflitos de interesse e as tensões geradas na vida social. Assim,
por exemplo, a sedentarização que mencionei antes não é uma simples resposta às condições
dos recursos naturais. Ela só se tornou viável porque os grupos humanos envolvidos
conseguiram reorganizar sua vida social de modo satisfatório, criando novas possibilidades
de desenvolvimento, e ao fazer isso conseguiram inclusive alterar as condições dos recursos
naturais, como a domesticação de animais e plantas pode provar. São também variadas as
formas de organização social, mas do mesmo modo há aqui tendências dominantes, como a
de formação de poderosas sociedades com instituições políticas centralizadas. (SANTOS,
2009, p. 11).

É lícito afirmar, baseado em SANTOS (2009), que muito se tem falado sobre a forma como
se ordenam as culturas dessas diferentes espécies. Para muitos deles, como os europeus e os chineses,
é possível traçar longas histórias e procurar episódios que mostrem mudanças nas relações das
pessoas com o seu ambiente (especialmente as relações entre os membros do ambiente). Contudo, as
tentativas de integrar todas as culturas humanas numa única imagem padrão não tiveram sucesso.

SANTOS (2009) ainda destaca que embora muitos acontecimentos possam ser observados na
história da humanidade, é impossível estabelecer um quadro claro que mostre as etapas pelas quais
cada cultura passou. Cada cultura é produto da sua história e da sua relação com outras culturas, que
podem ter valores diferentes. Assim, por exemplo, falar sobre as categorias de selvageria, selvageria
e civilização pode ajudar a compreender a emergência da sociedade burguesa na Europa, mas não é
suficiente falar sobre as culturas que foram criadas neste mundo durante um longo período de tempo.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS

A construção deste trabalho se deu de maneira bibliográfica e contou com pesquisas em sites,
artigos já publicados anteriormente com conteúdo relacionado a esta temática, matérias da web e etc.
A estrutura de pesquisa se deu através da seguinte forma de busca: O que é Cultura?; Cultura Indígena
e sua Importância; As Principais Danças Indígenas. De acordo com ANDRADE:

A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez que
constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório
ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários,
painéis, debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela
é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa,
no desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões. Portanto, se é
verdade que nem todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é
menos verdadeiro que todos, sem exceção, para elaborar os diversos trabalhos solicitados,
deverão empreender pesquisas bibliográficas (ANDRADE, 2010, p. 25).

Desta maneira, vemos que a pesquisa científica começa com a pesquisa bibliográfica. Na
pesquisa bibliográfica, os pesquisadores buscam publicações relevantes para compreender e analisar
o tema problema da pesquisa que estão realizando. Isto é útil desde o início, pois é realizado com o
objetivo de determinar se já existem estudos científicos sobre o tema da investigação a realizar e
ajudar na escolha do problema e do método adequado. Tudo isso é possível com trabalhos já
publicados. A pesquisa bibliográfica é essencial para a construção da pesquisa científica, pois permite
uma compreensão mais profunda do fenômeno em estudo. Os instrumentos utilizados para realizar a
pesquisa bibliográfica são livros, artigos científicos, tratados, dissertações, anuários, periódicos, leis
e outros tipos de material escrito já publicado.

De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é realizada:

[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios


escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a
respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).

Com isso, compreendemos que todo estudo ou pesquisa baseia-se antes em pesquisas teóricas
publicadas anteriormente. Portanto, é muito importante que o pesquisador domine a leitura do
conhecimento e sistematize todos os materiais analisados. Ao realizar pesquisas bibliográficas, o
pesquisador deve ler, refletir e escrever sobre o que estudou, reconstruir teorias e dedicar-se à
pesquisa para aprimorar seus fundamentos teóricos. É importante que os pesquisadores organizem os
trabalhos selecionados que contribuam para a estrutura do estudo em forma de mapa.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

São várias as manifestações em formato de dança dos povos nativos. Algumas são bem mais
conhecidas. Mostraremos algumas das danças mais populares aqui no Brasil. Essas são ocasiões
especiais que tem como finalidade a celebração ou agradecimento pela colheita, passagem de uma
etapa da vida, como a puberdade, cerimônias fúnebres e demais intenções coletivas.

4.1 TORÉ

Toré é como é chamada uma dança executada por várias etnias latino-americanas, popular no
Nordeste do Brasil e no estado de Minas Gerais. Geralmente é realizado ao ar livre, em roda, com
instrumentos musicais e música tradicional tocada. O objetivo do toré é ter uma conexão maior com
a natureza e os espíritos da floresta, para curar e conectar-se com os ancestrais. A dança também é
um símbolo na perspectiva das dificuldades e resistências vividas pelos povos indígenas antes de se
perderem cada vez mais na história social e na cultura brasileira.

Figura 1: Momento em que está sendo realizado o toré em uma aldeia indígena.

Fonte: https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/2020/02/pankararus.jpg

WIKIPÉDIA nos proporciona uma informação interessante à cerca do toré:

Toré é uma religião ameríndia, na qual as pessoas buscam remédios para as suas doenças,
procuram conselhos com os caboclos que baixam. Já o mestre defuma, receita e aconselha.
Certamente é o mesmo Catimbó dos arredores das capitais e grandes cidades nordestinas,
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onde os destituídos da fortuna procuram como oráculo para minorar os penares e desditas.
(WIKIPÉDIA, 2023, p. 1).

WIKIPEDIA (2023, p. 1), ainda nos conta que, na prática do Toré, é feita a busca do título da
moléstia e adivinhação mágica. “Além da defumação usam ervas e dentre elas se destaca a jurema
em cujos poderes mágicos os sertanejos acreditam piamente. É, portanto, medicina mágica cujo
oficial e executor é o presidente do Toré, também chamado Mestre". Assim, podemos perceber que é
bem mais que uma prática de dança cultural, mas também espiritual para eles.

4.2 KUARUP
Uma dança que é ritual e destaque dos indígenas do Alto Xingu, em Mato Grosso, é a
Kuarup ou Quarup.

Figura 2: Dança durante a comemoração do Kuarup, na aldeia Kamayurá.

Fonte: Foto de Marcello Casal Jr. - Agência Brasil

Está intimamente relacionado com a árvore daquela área, o nome desta árvore é Kuarup. Esta
é uma parte importante da cerimónia, decorada em amarelo e vermelho para criar uma pintura cheia
de significado. Esta dança homenageia os mortos e se despede dos entes queridos que não estão mais
neste plano.

Portanto, as aldeias próximas se agrupam e os participantes rezam aos deuses, fazem oferendas
e agradecem. O evento acontece apenas nas noites de lua, quando as pessoas soltam fogos de artifício
e rezam até o amanhecer.
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Conforme WIKIPÉDIA (2023), O kuarup é um ritual que presta homenagem aos mortos
ilustres e é celebrado pelos povos indígenas. O ritual é centralizado na figura de Mawutzinin,
o demiurgo e primeiro homem do mundo de acordo com sua mitologia. Em sua procedência o Kuarup
teria sido um cerimonial que tem como objetivo trazer os mortos novamente à vida.

4.3 DANÇA DA ONÇA

A dança da onça é característica dos Bororo, em Mato Grosso, e esta, se trata de um ritual de
passagem onde um jovem rapaz passa para a vida adulta. Nesta dança, o rapaz é exaltado por ter de
maneira suposta matado uma onça sem auxílio de outros caçadores.

Figura 3: Tribo Bororo realizando o ritual da dança da onça.

Fonte: https://www.dancastipicas.com/wp-content/uploads/2019/05/dan%C3%A7as-ind%C3%ADgenas-da-
on%C3%A7a-e1557865296620.jpg

Deste modo, ele se traja com a pele da onça e também usa uma máscara para poder encarnar
o espírito do animal. Os seus movimentos corporais são pulos e batidas de pés, acompanhados pelos
demais componentes da tribo.

De acordo com o comentário em GASPAR:

Criados em contato íntimo com a natureza – em meio a florestas exuberantes, rios caudalosos,
fauna e flora ricas e diversificadas – os índios brasileiros são impregnados pelos seus
mistérios onde paira o misticismo. Nos seus rituais e crenças, a dança e a música têm um
papel fundamental e uma grande influência na sua vida social. (GASPAR, 2023. p. 1).
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GASPAR (2023, p.1) diz que, “o índio dança para celebrar atos, fatos e feitos relativos à vida
e aos costumes. Dançam enquanto preparam a guerra; quando voltam dela; para celebrar um cacique,
safras, o amadurecimento de frutas, uma boa pescaria” isto se aplica também quando querem apontar
a fase da puberdade de um adolescente, entre outras coisas.

4.4 DANÇA DOS PRAIÁS

O povo da tribo Pankararu, localizada na província de Pernambuco, tem tradição de dançar


praiás como parte de grandes rituais sagrados. Durante esta cerimônia, os dançarinos usam saias de
grama intrincadas e máscaras antigas para cobrir o rosto.

Figura 4: Tribo Pankararu realizando a Dança dos Praiás.

Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/345379559/figure/fig4/AS:954827790106628@1604660093628/Figura-6-
Danca-dos-Praias-povo-indigena-Pankarare-Foto-de-Alzeni-de-Freitas-Tomaz.png

Uma dança que acontece em forma de círculo ou enfileirados em que o canto é o som principal
que os acompanha. Segundo BRASIL (2023), no modelo do princípio do Toré Pankararu, a vida
cerimonial se aplica a um único ou num baixo número de terreiros mais importantes servindo também
à dança dos Praiás dos zeladores menores. Assim, não se permite que dois Torés sejam realizados ao
mesmo tempo em dois ambientes diferentes, ou que Praiás vizinhos, ou de terreiros mais importantes,
não sejam convidados para cada Toré feito. De tal modo, quanto menos terreiros, melhor, pois a
centralização cerimonial alcança no plano simbólico uma união social e política da tribo.
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A domínio moral e religioso, consequentemente, está profundamente relacionado à


competência de criar lealdades, não só por meio da concepção de um amplo batalhão de Praiás, mas
ainda pela habilidade de acrescentar, dos arredores de um mesmo terreiro uma boa quantidade de
dançadores e também de outros Pais de Praiá.

4.5 DANÇA JACUNDÁ

Uma dança que tem origem dos povos indígenas da Amazônia é o Jacundá. Tal manifestação
sobrevém em forma de círculo, onde os homens e as mulheres participam de mãos dadas e uma pessoa
escolhida fica no meio da roda tentando sair.

Figura 5: Indígenas executando a Dança Jacundá.

Fonte: https://www.efdeportes.com/efd184/dancas-circulares-tradicionais-brasileiras-18.jpg

Ele pode salvar-se e quem o deixar escapar tomará o seu lugar. Esta prática é realizada através
da repetição de sons cantados, criando um “mantra”.

GASPAR define da seguinte forma:

Jacundá, dança muito popular no Pará, que representa a pesca do peixe do mesmo nome. Tem
diversas modalidades no interior do país. No Amazonas é conhecida como piranha. Os
dançarinos fazem uma roda, alternando um homem e uma mulher, que representa o cerco ao
animal. No centro da roda, um homem e uma mulher dançam representando o peixe.
Cantando e dançando procuram fugir da roda. Aqueles que os permitem vão substituí-los no
centro da roda em meio a zombaria de todos. (GASPAR, 2023, p. 1).
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Baseado nisto, podemos identificar que assim como esta dança (jacundá), que possui mais de
um nome, no entanto, é a mesma, outras danças também possuem mais de um nome tanto no Pará
quanto fora dele.

4.6 DANÇA CATERETÊ

Essa dança que é chamada também de "Catira" é praticada hoje em dia no interior do estado
de São Paulo e pertence também a cultura sertaneja do país. Suas origens indígenas também incluem
africanas e europeias devido à mistura de diferentes culturas em solo brasileiro.

Figura 6: Dança Cateretê ou Carita de origem indígena sendo praticada por um grupo não
indígena.

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/ErmnvgbGAmE/maxresdefault.jpg

Primeiramente, só os homens faziam isso, mas agora as mulheres na sociedade indígena


também são apreciadas. As pessoas se organizam em fila, cara a cara, e dançam com as mãos e os pés
como em um estilo sapateado.

GASPAR configura deste modo:

Cateretê, considerada uma das mais genuínas danças rurais brasileiras, cujo nome vem da
língua tupi. É uma espécie de sapateado com bate-pé ao som de palmas e violas, sendo
bastante conhecida nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás (onde é denominada
catira). (GASPAR, 2023, p. 1).
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Com estas informações e baseado na imagem anterior, podemos identificar que o Cateretê não
é praticado apenas pelos povos indígenas, mas também por outros povos não indígenas. Isso nos faz
perceber que a cultura se espalha e afeta diretamente outros povos dos arredores do originário.

CONCLUSÃO

Através deste trabalho, percebemos que o papel da cultura é muito importante no mundo todo,
pois, através dela é possível manter vivas tradições, danças, costumes e etc. O governo poderia
investir em políticas públicas para fortalecer cada vez mais estes costumes. Quando falamos do
conceito de cultura moderna e da importância de políticas públicas que atendam às diversas
necessidades das pessoas, lembra-se que muitos lugares vão lentamente perdendo sua identidade
característica devido ao enfraquecimento cultural com passar do tempo.

Este trabalho também nos proporcionou a oportunidade de conhecer um pouco sobre cada
cultura de alguns povos indígenas brasileiros, observar como elas são mantidas até os dias atuais e
ainda compreender a importância de cada uma delas. Podemos entender que a cultura do movimento
está diretamente ligada a dança, pois, ambas se completam relacionando-se entre elas. As danças
indígenas são a identidade de cada tribo, uma maneira característica que cada grupo utiliza para se
diferenciar dos outros.

Cada dança está ligada a uma tradição de uma determinada tribo. Elas as mantêm com
fidelidade e o vão passando de geração para geração, conseguindo assim, manter as tradições por
completo para que não se perca com o passar do tempo. A cultura do movimento, assim como
qualquer outra cultura, é de suma importância, pois, além de proporcionar momentos de lazer,
também proporciona prazer, relaxamento, serve como exercícios para o corpo e muito mais.

Esperamos que esta pesquisa possa servir para que outras pessoas, tanto acadêmicos quanto
educadores para repensar a respeito da temática tratada neste conteúdo, podendo também auxiliar na
construção de outros trabalhos, sejam eles universitários ou de quaisquer tipos. Com isso, encerramos
aqui nossa fala e esperamos que possa contribuir e somar àqueles que o acessarem.
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REFERÊNCIAS

AIDAR, Laura. Danças Indígenas: tipos, características e objetivos. 2021 - 2023. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/dancas-indigenas-tipos-caracteristicas-e-objetivos/. Acessado em:
01/11/2023.

ALVES, Jessica. Dança indígena. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/danca-indigena. Postado em:
15/01/2019. Acessado em: 01/11/2023.

SIGNIFICADOS, Equipe do. O que é a Cultura. Significados: mais do que uma simples enciclopédia.
Uma enciclopédia simples. 2011 - 2023 7Graus. Disponível em:
https://www.significados.com.br/cultura/ - Acesso em: 01/11/2023.

BOTELHO, Isaura. Dimensões da cultura e políticas públicas. São Paulo em Perspectiva, São Paulo,
v. 15, n. 2, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
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BRASIL, Povos Indígenas no. Pankararu. 2023. Disponível em:


https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Pankararu. Acesso em: 24/11/2023.

CANEDO, Daniele. “Cultura é o Quê? ” - Reflexões Sobre o Conceito de Cultura e a Atuação


dos Poderes Públicos. V ENECULT - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura 27 a 29 de
maio de 2009 - Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil. Disponível em:
https://www.cult.ufba.br/enecult2009/19353.pdf - Acesso em: 03/11/2023.

GASPAR, Lúcia. Danças Indígenas do Brasil. Fundação Joaquim Nabuco - Biblioteca Blanche
Knopf. 2023. Disponível em:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=839:
dancas-indigenas-do-brasil&catid=39:letra-d. Acessado em: 24/11/2023.

OLIVEIRA, Marilza. Danças Indígenas e Afro-brasileiras. DANA97 - Universidade Federal da


Bahia - Licenciatura em Dança - Escola de Dança – Salvador, 2018. Disponível em:
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/430190/2/eBook_Dan%C3%A7as_Ind%C3%ADgen
as_e_Afrobrasileiras_UFBA.pdf – Acesso em: 03/11/2023.

SANTOS, Nilsy. Você já ouviu falar em Danças Tradicionais Indígenas? E na Dança do Búzio?
Indigena do Povo Tariana, da Comunidade de Marabitana - AM. Academica do curso de Direito, na
Universidade Federal do Pampa. Atua em trabalhos voltados a visibilidade e extensões do
Protagonismo Indígena e realiza pesquisas nesse campo. Copyright 2023 - InformaSUS-UFSCar.
Disponível em: https://informasus.ufscar.br/voce-ja-ouviu-falar-em-dancas-tradicionais-indigenase-
na-danca-do-buzio/ - Acesso em: 03/11/2023.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura – editora brasiliense – coleção 110 primeiros passos -
Primeira edição, 1983 – 16ª edição, 1996 16ª – reimpressão, 2009. Disponivel em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5767487/mod_resource/content/1/O%20que%20%C3%A9
%20Cultura%20%20-%20Jose%20Luiz%20dos%20Santos.pdf – Acesso em: 03/11/2023.

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