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MOSSORÓ
2022
RESUMO
Os movimentos que falam sobre a gordofobia (um sistema estrutural que discrimina
pessoas gordas) tem crescido e levantado a voz contra a forma como a sociedade
enxerga e trata essas pessoas. Infelizmente, os prejuízos causados à saúde mental das
pessoas gordas são um tema ainda pouco abordado, inclusive pelo feminismo.
O foco no corpo feminino, na beleza e em manter-se dentro dos padrões aceitos pela
sociedade, são formas de manter as mulheres sob controle. Sendo assim, está claro
que se o feminismo busca a igualdade de direitos, oportunidades e justiça para as
mulheres, a gordofobia precisa ser analisada sob a ótica feminista. A gordofobia afeta,
sobretudo, a saúde mental das pessoas gordas, pois viver em uma sociedade que nos
é hostil obviamente é um fator que causa sofrimento e, consequentemente, ansiedade,
pânico. Os perigos desses ataques são muito agudos, isso afeta completamente a
percepção que o indivíduo tem de si mesmo, muitas vezes as pessoas passam a se
odiar. E conseguir alterar isso é um processo muito longo e complexo.
O corpo gordo, exige que seja garantido a ele lugares maiores, uma assistência
médica respeitosa, aparelhos que o suportem, se faz necessário que isso seja garantido
sem maiores frustração, não se deve nivelar ou comparar os outros corpos que não
necessitem de tais especificidades, como parâmetro para não o fazer.
Sendo assim, o corpo gordo, que diferentemente de ser algo minimamente aceito
para ter suas garantias preservadas pelo Estado, leva consigo todo o repúdio e exemplo
do que não ser seguido para a obtenção de um meio de vida saudável, e ser respeitado.
Concordantemente ao que o pré modernismo ressalta, onde há de se encaixar em um
padrão pré-estabelecido, mas que tem suas regras todos os dias aprimoradas, para algo
fora do comum ou natural, e reforçado na maioria das vezes por grandes influencers.
Ao se tratar dos dias atuais, é impossível não falar dos influencers que ganharam
grande notoriedade na internet, como fora dele. Uma nova profissão que surgiu nos
últimos anos, e que se baseia em pessoas sendo referências em estilo de vida, uso de
produtos, e também formadoras de opinião. No início, o palco era dado àqueles que já
possuíam a estética perfeita, caracterizando o modo de vida cotidiano tranquilo, sem o
stress de coisas básicas relacionadas a vida como contas, salário, tempo, causando a
sensação de fracasso aos telespectadores que comparam suas vidas a tais segmentos.
2. SAÚDE MENTAL E GORDOFOBIA
WOLF, Naomi. O mito da beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as
mulheres. Editora Rosa dos Tempos, 7 de junho de 2018