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MARIA CHRISTINA CHAGAS FERREIRA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR 03

Síntese e questões para debate referentes


aos textos “Vigilância em saúde e território
utilizado: possibilidades teóricas e
metodológicas”, “Modelos assistenciais e
vigilância da saúde”, “Saúde Pública e Saúde
Coletiva: campo e núcleo de saberes e
prática” e “Clínica e Saúde Coletiva
compartilhadas: Teoria Paidea e reformulação
ampliada do trabalho em saúde”
apresentados na disciplina de Saúde e
Diversidade Sociocultural na Amazônia em
Saúde do Curso de Mestrado Profissional em
Ciências da Saúde, da Universidade Federal
de Roraima - UFRR, para complementação
da avaliação do semestre.

Professor: Prof.ª Dr.ª Marcos Antonio


Pellegrini

BOA VISTA, RR
2023
RESUMO

A saúde coletiva é um tema fundamental para entendermos os modelos


assistenciais e o conceito expandido de vigilância em saúde. Como destacam
Monken e Barcellos (2005), a saúde abriga uma dimensão coletiva, e a busca
de um novo patamar na abordagem das doenças e seus processos deve
abranger a relação entre saúde e sociedade e as práticas de saúde que visam
a promoção, proteção e recuperação da saúde de grupos e coletividades.
Nesse sentido, a vigilância em saúde deve ser entendida como uma prática
que envolve o monitoramento e a análise da situação de saúde de uma
determinada população, com a finalidade de identificar e controlar os fatores de
risco e doenças que afetam a coletividade em seus múltiplos níveis, desde o
individual até os determinantes ambientais e sociais de âmbito de toda a área
estudada.

Ao tratar dos modelos assistenciais e vigilância em saúde, Teixeira, Paim e


Vilas Bôas (1998) enfatiza a importância de conhecer as condições de vida e
trabalho das pessoas em um território específico para planejar e programar o
desenvolvimento da Vigilância da Saúde. Também destaca a necessidade de
diálogo permanente com os representantes dos órgãos governamentais e não
governamentais, grupos sociais e pessoas em geral, para envolvê-las em um
trabalho coletivo em defesa da saúde e das melhores condições de vida. Para
os autores, é decisivo articular ações de promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação, em uma dupla dimensão, individual e coletiva, em uma abordagem
semelhante à de Monken e Barcellos.

Campos (2000) destaca a importância da saúde coletiva envolvendo a


interdisciplinaridade no cuidado em saúde. A saúde coletiva permite a
articulação entre diferentes práticas de saúde, tanto aquela proveniente do
saber produzido na dentro da racionalidade médica quanto aquele observado
no processo saúde/doença a partir da observação epidemiológica e social. Já
em seu texto sobre clínica e saúde coletiva compartilhadas, o mesmo autor, no
texto de 2013, apresenta a necessidade de se pensar a saúde de forma
integrada e interdisciplinar, com a participação de diversos setores e áreas de
conhecimento. Nesse sentido, uma importante ferramenta na promoção da
saúde seria a integração da perspectiva do doente s seu entorno, seus saberes
tradicionais, associando a esses o conhecimento científico em prol do cuidado
com a saúde. O artigo também destaca a importância da estruturação de
equipes de saúde que contemplem uma abordagem integral, com a
participação de profissionais de diversas áreas e com olhares diversificados
coerentes com a cultura local, e que trabalhem de forma articulada e integrada,
considerando as especificidades do território e das populações atendidas.

Todos os textos se direcionam ao enfoque da saúde coletiva como campo


fundamental para o entendimento dos modelos assistenciais e da vigilância em
saúde. A adoção de uma abordagem interdisciplinar e intersetorial, a
organização de equipes multiprofissionais e a incorporação dos saberes
tradicionais são fundamentais para uma abordagem mais abrangente e
adequada às necessidades da população, reforçando a importância de que os
profissionais de saúde e gestores atuem de forma comprometida e engajada
na promoção da saúde coletiva, reconhecendo a importância dos diferentes
saberes e práticas no cuidado em saúde.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MONKEN, Maurício; BARCELLOS, Christovam. Vigilância em saúde e território


utilizado: possibilidades teóricas e metodológicas. Cadernos de Saúde Pública, vol 21,
n. 3, p. 898-906, 2005.
TEIXEIRA, Carmem Fontes; PAIM, Jairnilson Silva; VILAS BÔAS, Ana Luiza. Modelos
assistenciais e vigilância da saúde. Informe Epidemiológico do SUS, vol.7, n. 2, 1998.
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza. Saúde Pública e Saúde Coletiva: campo e
núcleo de saberes e práticas. Sociedade e Cultura, v. 3, n. 1 e 2, jan/dez. 2000, p. 51-
74
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza. Clínica e Saúde Coletiva compartilhadas: Teoria
Paidea e reformulação ampliada do trabalho em saúde. In CAMPOS, Gastão Wagner
de Souza et all. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 2013. pp. 39-78

QUESTÕES:

1. Como aplicar esses conceitos a uma população semi-nomade que vive


em área geográfica dispersa?
2. Como lidar com esses conceitos em situações que extrapolam a
prevenção em saúde?

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