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FASCÍCULO 1:
DELIMITAÇÃO DA PASSAGEM
1. OBJETO DA DELIMITAÇÃO
• Os limites da passagem.
2. NECESSIDADE
• O texto bíblico foi escrito, originalmente, em escrita contínua, sem espaço entre as
palavras e sem subdivisões de versículos, perícopes e capítulos.
• Atual divisão em versículos e capítulos é de Stephan Langton, arcebispo de Cantuária,
em 1227.
• Objeto de estudo da Delimitação da Passagem: seus limites.
3. OBJETIVO
Estabelecer os limites, com a maior precisão possível, do texto de uma passagem a ser
interpretada. Em outras palavras, identificar a completude da passagem, ou seja, uma
unidade autônoma de sentido, o início e o fim de uma perícope.
Nota: “o texto constitui unidade autônoma quando seu conteúdo possui uma mensagem
própria e característica, distinta da mensagem dos textos anteriores ou subsequentes.”
(Wegner, 1998, p. 86)
4. DEFINIÇÃO
5. CRITÉRIOS
Dentre os critérios utilizados para delimitar um texto para a interpretação, estão (cf. Stuart;
Fee, 2008, p. 31-33; 207):
a) Coerência interna, isto é, “[...] o texto constitui uma unidade autônoma quando seu
conteúdo possui uma mensagem própria e característica, distinta da mensagem dos
textos anteriores ou subsequentes.” (Wegner, 2001, p. 86);
b) Limites estabelecido nas duas versões do texto grego (NA e GNT);
c) Comparação com as principais versões em língua portuguesa (CRF, ARA, RA, BJ, NVI
etc.);
d) Mudança de gênero. Ex.: Mc 4.30-32 + 4.35-41;
e) Mudança cronológica: observar o emprego de advérbios temporais: “[...] nu=n (agora),
sh/meron (hoje), prwi/ (cedo), o)ye/ (de tarde), e)/ti (ainda), e)/peita (em seguida),
eu)quj (imediatamente), pa/lin (novamente) e outros”. (Wegner, 2001, p. 353);
f) Mudança topográfica. Ex.: Em Mc 1.9 Jesus vai para o rio Jordão; em 1.12 encontra-
se no deserto; em 1.16, junto ao Mar da Galileia); em 1.21, em Cafarnaum [...] (Wegner,
2001, p. 353);
g) Mudança de personagens. Ex.: “Em Mc 1.16-20, a história gira em torno de Jesus,
Simão, Tiago e João; em 1.21ss, a história tematiza o encontro de Jesus e um homem
possesso de espírito imundo.” (Wegner, 2001, p. 353);
h) Mudança de conteúdo geral: quando isso acontece, significa que está havendo mudança
dos assuntos abordados. Exs.: “[...] o trecho de Mc 2.18-22, geralmente considerado
uma unidade de sentido, pode, em verdade, ter reunido duas mensagens distintas: 2.18-
20 + 2.21-22.” (Wegner, 2001, p. 353);
i) Mudança de linguagem. Ex.: de uma linguagem discursiva (Mc 4.39) para uma narrativa
(Mc 4.10);
j) Natureza das conjunções: em textos argumentativos a natureza das conjunções
utilizadas pelo autor podem estar sinalizando a conclusão ou a continuidade de um
assunto. Exemplificando: para “[...] finalizar um conteúdo, são mais empregadas as
conjunções coordenativas conclusivas”: ga/r / kai/ ga/r (porque, com efeito),
toigaro/un (pois, portanto), dio/ / dio/ti (portanto, por isso), e a)/ra e ou)=n
(portanto) e as subordinativas finais i(/na, w(j, o(/pwj (para que, a fim de que); mh/, i(/na
mh/m i(/pwj mh/ (para que não). (Wegner, 2001, p. 353)
6. ETAPAS DA ANÁLISE
7. MODELO
1 DELIMITAÇÃO DA PASSAGEM
1.1 TEXTO
Quanto ao texto bíblico em utilização, é aquele disponibilizado na 5ª. edição da
UBS (UBS4), como segue:
4 )Adelfoi/ mou, e)a/n tij e)n u(mi=n planhq$= a)po\ th=j a)lhqei/aj kai\
e)pistre/y$ tij au)to/n, 20 ginwske/tw o(/ti2 o( e)pistre/yaj
a(martwlo\n e)k pla/nhj o(dou= au)tou= sw/sei yuxh\n au)tou= e)k
qana/tou3 kai\ kalu/yei plh=qoj a(martiw=n. (Tg 5.19-20)
1.2 CRITÉRIOS
Para a realização dessa atividade, foram utilizados, dentre os vários critérios
estabelecidos para a delimitação de passagens do Antigo e do Novo Testamentos (que
consideram o gênero literário da obra e de sua forma literária, a própria peculiaridade do
texto, entre outros), os seguintes:
1. Coerência interna;
2. Limites estabelecido nas duas versões do texto grego (NA e UBS) em relação
às versões modernas;
3. Mudança de conteúdo geral.
1.3 DELIMITAÇÃO
REFERÊNCIAS
FEE, Gordon. STUART, Douglas; FEE, Gordon. Manual de exegese bíblica: Antigo e Novo
Testamentos. São Paulo: Vida Nova, 2008. p. 31-33 e 255-266.
WEGNER, Uwe. Cap. 4. In: WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de
metodologia. São Leopoldo: Sinodal; São Paulo: Paulus, 2001. p. 84-88.