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A

1 Políticas Públicas para


o Esporte no Brasil
Cássia Damiani
Adriano César Carneiro Loureiro

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL

1
Copyright © 2023 by Fundação Demócrito Rocha

FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) GESTÃO MULTIDISCIPLINAR DO ESPORTE:


Presidente PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
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Diretor Administrativo-Financeiro Valéria Xavier
André Avelino de Azevedo Coordenadores de Conteúdo
Gerente-Geral Ricardo Catunda e Valéria Xavier
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Gerente de Marketing & Design Welton Travassos
Andrea Araujo Ilustrador
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UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
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Desenvolvedora Fron-End
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Estagiárias em Mídias e tecnologia para Educação
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Rebeca Azevedo
Estagiária em Pedagogia
Arielly Ribeiro

Este fascículo é parte integrante do projeto Programa de Capacitação para Gestão


Multidisciplinar do Esporte, em decorrência do III Edital de Projetos Desportivos e
Paradesportivos: incentivo ao esporte cearense. Processo nº 11403815/2019.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD


P964 Programa de Capacitação para Gestão Multidisciplinar do Esporte/
vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; ilustrado por Carlus
Campos. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2023.
192 p. : il. : 26cm x 30cm.

Inclui bibliografia.
ISBN Coleção: 978-65-5383-041-7
ISBN F1: 978-65-5383-042-4

1. Esporte. 2. Educação física. 3. Políticas públicas. 4. Formação.


5. Pedagogia do esporte. 6. Gestão de projetos. 7. Gestão de pessoas.
8. Esporte de rendimento. 9. Gestão financeira. I. Catunda, Ricardo. II.
Campos, Carlus. III. Título.

2023-236 CDD 613.7


CDU 796

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410


Índice para catálogo sistemático:
1. Educação física 613.7
2. Educação física 796

Todos os direitos desta edição reservados à:

Fundação Demócrito Rocha


Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
Tel/WhatsApp: (85) 99123.1327
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Plataforma de cursos: cursos.fdr.org.br
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO
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POLÍTICA PÚBLICA: O QUE
É? PARA QUE SERVE?
5
CARACTERÍSTICAS DO
ESPORTE COMO DIREITO
7
O ESPORTE ENTRE AS
POLÍTICAS DE ESTADO E AS
POLÍTICAS DE GOVERNO
12
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
15
REFERÊNCIAS
15
3
1
APRESENTAÇÃO
E
studar e pensar em Política Públi- uma Política de Estado ser uma Polí-
ca é essencial para compreender tica democrática. Como esta Política é
como lidar com as necessidades e constituída? O que são os direitos so-
direitos que são postos pela sociedade ciais? Como pensar as necessidades
e que devem ser atendidos pelo Estado. humanas? Qual a real função do Estado
Este texto foi elaborado para auxiliar as e qual a correlação de força existentes
pessoas a pensarem sobre as Políti- entre os governos e a população? Quais
cas Públicas, entendendo esta Política os elementos constitutivos de uma Po-
não como ações pontuais, mas como lítica de Estado? Como pensar e o que
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ações com visão de permanência, de pensar quando se quer uma Política pe-
continuidade. O objetivo deste fascículo rene, que não atenda apenas interesses
é trazer reflexões sobre elementos que de alguns setores da sociedade? As-
irão auxiliar a pensar o que é a Política sim, convidamos você para esta leitura
Pública para o Esporte, além de refletir e esperamos poder auxiliá-lo na reflexão
quais elementos são importantes para sobre estas e outras questões.

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2
POLÍTICA PÚBLICA:
O QUE É? PARA
QUE SERVE?
P
ara iniciar nossa conversa é pre- Deste modo, as necessidades bá-
ciso entender o que são as Políti- sicas correspondem à preservação da
cas Públicas e para que servem. sobrevivência física que assegura a exis-
Segundo Macêdo (2018), as Políticas tência das pessoas e à garantia da auto-
Públicas são “ações e programas de- nomia que possibilita às pessoas a par-
senvolvidos pelo Estado para garantir e ticipação social e as escolhas legítimas,
colocar em prática direitos que são pre- compreensíveis e democráticas. Com as
vistos na Constituição Federal e em ou- necessidades básicas satisfeitas, todo o
tras leis”. São medidas práticas, progra- ser humano pode constituir-se como tal,
mas criados pelos governos, dedicados diferindo-se dos animais, e realizar qual-
a garantir o bem-estar da população quer outro propósito socialmente reco-
em geral, sendo caracterizado com uma nhecido (PEREIRA, 2011).
necessidade fundamental. Assim, é pos- O esporte pode ser considerado
sível dizer que o esporte está no rol de como direito. Segundo Athayde et al.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL


atividades relacionadas ao bem-estar da (2016), o esporte pode ser considerado
população. O esporte é, portanto, uma uma necessidade intermediária e, por-
atividade inalienável do ser humano. tanto, é um dos componentes necessá-
As Políticas Públicas estão relacio- rios para alcançar os direitos de cidada-
nadas às necessidades humanas e para nia plena.
tal compreensão Doyal e Gough (1991) As necessidades intermediárias, se-
trazem explicações a esse respeito, con- gundo Doyal e Gough (1991), compõem
siderando a existência de necessidades um conjunto de variedades de satisfato-
humanas básicas, intermediárias e de res (bens, serviços, atividades, relações)
aspiração e desejos. A principal orien- que, em maior ou menor grau, podem
tação entre elas é apreciar elementos ser utilizados para satisfazer as neces-
que considerem a integridade humana, sidades básicas. Apesar de universal,
evitando a ocorrência de prejuízos à vida comum a todos, as necessidades bá-
material dos homens e à atuação destes sicas não são padronizadas na sua sa-
como sujeitos, caso as necessidades tisfação. Esses autores identificam as
humanas básicas não sejam adequada- características de satisfatores que em
mente satisfeitas. qualquer lugar são reconhecidos como
5
fatores de melhoria da saúde física e da
autonomia dos seres humanos.
Portanto, consideramos o esporte
uma necessidade humana intermediária
que, complementando as necessidades
humanas básicas (segurança, alimenta-
ção, saúde, capacidade de tomada de
decisão, entre outros), fazem parte da
formação, do desenvolvimento integral
e do conjunto de direitos humanos.
Desta forma, as Políticas Públicas
resultam do empenho da população
para conquistar projetos, programas,
ações e serviços com o objetivo de aten-
der estas necessidades. Simplificando,
as Políticas Públicas devem atender es-
tas necessidades humanas reconheci-
das pelo Estado e devem ser considera-
das um direito do cidadão. Nos Estados
democráticos, estes direitos são reco-
nhecidos sem muitas dificuldades.
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#FICAADICA
Uma boa dica de leitura é a Tese
de Doutorado da professora Cás-
sia Damiani, do Programa de Pós-
-graduação em Ciência do Movi-
mento Humano da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, inti-
tulado Contradições e tendências
para a instituição de uma Política
de Estado de esporte no Brasil
(2003 a 2015).
O trabalho é recente (2021) e faz
uma abordagem Política e reflexiva
sobre a trajetória recente das Polí-
ticas Públicas esportivas no país.

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3
CARACTERÍSTICAS
DO ESPORTE COMO
DIREITO
A
Constituição Federal (CF) de
1988, denominada “Constituição
Cidadã”, restaurou o Estado de di-
TÁ NA LEI
reito democrático em um clima de rede- Art. 217 da Constituição Federal de
mocratização que transcorria em todo 1998:
o país. Reconheceu como dever do Es-
É dever do Estado fomentar prá-
tado o fomento das práticas esportivas
ticas desportivas formais e não
formais e não formais, bem como esta-
formais como direito de cada um,
beleceu o lazer como um direito social,
observados:
e assim o acesso a ambos deve ser al-
I - A autonomia das entidades des-
cançado por toda a população brasileira.
portivas dirigentes e associações,
No Art. 217 da CF consta que “É
quanto à sua organização e funcio-
dever do Estado fomentar práticas des-
namento;
portivas formais e não formais, como
direito de cada um...”. Pela primeira vez, II - A destinação de recursos públi-
a expressão “é dever do Estado” apare- cos para a promoção prioritária do
ce no texto constitucional, referindo-se desporto educacional e, em casos
ao esporte. Isso atribuiu ao Estado uma específicos, para a do desporto de
responsabilidade sobre o esporte que alto rendimento;

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL


até então inexistia. III - O tratamento diferenciado para
Com esse espírito de democrati- o desporto profissional e o não
zação abriu-se a possibilidade para a profissional;
ampliação de acesso às práticas espor- IV - A proteção e o incentivo às ma-
tivas, quando se diferenciou o Esporte nifestações desportivas de criação
Educacional e o Esporte de Participa- nacional.
ção como práticas esportivas não for- § 1º O Poder Judiciário só admiti-
mais e o Esporte de Rendimento como rá ações relativas à disciplina e às
prática esportiva formal. Mais recente- competições desportivas após es-
mente, em 2015, o Esporte de Formação gotarem-se as instâncias da Justi-
também foi incluído na “Lei Pelé”. ça Desportiva, regulada em Lei.
§ 2º A Justiça Desportiva terá o
prazo máximo de sessenta dias,
contados da instauração do pro-
cesso, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o la-
zer, como forma de promoção social.
7
TÁ NA LEI
Art. 3º da Lei Pelé (nº 9.615/98)
O desporto pode ser reconhecido
em qualquer das seguintes mani-
festações:
I - desporto educacional, pratica-
do nos sistemas de ensino e em
formas assistemáticas de educa-
ção, evitando-se a seletividade,
a hipercompetitividade de seus
praticantes, com a finalidade de
alcançar o desenvolvimento inte-
gral do indivíduo e a sua forma-
ção para o exercício da cidadania
e a prática do lazer;
II - desporto de participação, de
modo voluntário, compreenden-
do as modalidades desportivas
praticadas com a finalidade de
contribuir para a integração dos
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praticantes na plenitude da vida


social, na promoção da saúde e
educação e na preservação do
meio ambiente;
III - desporto de rendimento, pra-
ticado segundo normas gerais
desta Lei e regras de prática des-
portiva, nacionais e internacio-
nais, com a finalidade de obter
resultados e integrar pessoas
e comunidades do país e estas
com as de outras nações;
IV - desporto de formação, carac-
terizado pelo fomento e aquisição
inicial dos conhecimentos des-
portivos que garantam competên-
cia técnica na intervenção despor-
tiva, com o objetivo de promover
o aperfeiçoamento qualitativo e
quantitativo da prática desportiva
em termos recreativos, competiti-
vos ou de alta competição.

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Tais manifestações são significa- lamentadas após a CF. Se considerar-
tivas para o entendimento do conceito mos as manifestações esportivas que
de esporte e a concepção de “direito” vigoram na Lei Pelé, temos as mani-
que constam na legislação, ao mesmo festações do Esporte Educacional, do
tempo em que se criou a possibilidade Esporte de Participação, do Esporte de
de ampliação do acesso ao esporte à Rendimento e do Esporte de Formação
população. Em seu texto, a CF traz o que derivaram da Lei Zico, acrescidas
esporte como direito de cada um, em da manifestação do Esporte Espetá-
vez de um direito de todos e todas. Essa culo. Considerando que a “espetacula-
compreensão abre espaço para uma rização” é característica do Esporte de
discussão sobre o Estado poder facultar Rendimento, esse acréscimo poderia
o acesso universal ao esporte, ao aten- ser entendido como redundante e como
der os interesses individuais, conforme reafirmação da tendência à priorização
o desejo de cada um de praticá-lo. do Esporte de Rendimento na Lei. Pos-
Na Constituinte, o debate esteve teriormente, entretanto, houve exclusão
sob a influência de alguns setores do da manifestação do Esporte Espetáculo.
esporte que tinham como questão cen- Quanto ao conceito de esporte na
tral, naquele momento, a autonomia das legislação, percebemos que o Esporte
entidades representativas do Esporte de de Rendimento é o mais regulamen-
Rendimento, quanto à sua organização tado e com maior predominância de
e funcionamento internos. dispositivos. Pimentel (2007) diz que
Vale destacar que consta também há uma contradição entre o que consta
na CF orientações sobre a Justiça Des- na Lei vigente e o que ocorre na prática,
portiva, instância existente somente pois caberia ao Estado priorizar as ma-
no Brasil e que está vinculada ao Es- nifestações do Esporte Educacional e
porte de Rendimento, uma vez que sua do Esporte de Participação, “tendo em
atuação é exclusiva a essa manifesta- vista os valores trazidos pela própria le-
ção esportiva. gislação: cidadania, democratização e
Percebemos também o enfraqueci- a função social do Estado, bem como o
mento da obrigatoriedade do Estado em fato de o Esporte de Rendimento não ser
garantir o acesso ao lazer como um di- o mais adequado para atender os refe-

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL


reito social de cidadania. Ao afirmar que ridos valores” (PIMENTEL, 2007, p.165).
o Estado incentivará o lazer, a CF não É importante entender que as
aponta para qualquer mecanismo que Políticas Públicas são, na maioria das
o assegure. vezes, uma luta e conquista popular,
A legislação infraconstitucional do mas também pode ser uma concessão
Esporte da década de 1990, composta a partir do olhar dos governantes. É in-
pela “Lei Zico” (no 8.672/1993) e pela teressante destacar que em regimes
subsequente “Lei Pelé” (no 9.615/98), políticos mais autoritários, com me-
influenciadas pelo contexto político e nor participação popular na tomada
econômico vigentes nas décadas de de decisões, os recursos financeiros e
1990 e 2000, tinha como preocupação o acesso às muitas Políticas Públicas
a modernização do futebol profissional são mais difíceis.
e a regulamentação dos dispositivos Dito isto, é importante discutir o
constitucionais. que é de fato o esporte. Qual a sua real
Na Lei Pelé, essas tendências fica- importância para a sociedade? Para re-
ram mais evidentes, entre as leis regu- ver o conceito de esporte, partimos do

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reconhecimento de que foi um avanço do “Esporte como uma Política de Es-
constar na CF um conceito que abrange tado, com vistas ao desenvolvimento da
diferentes manifestações, além do Es- nação, ao fortalecimento da identidade
porte de Alto Rendimento, e que prioriza cultural, da cidadania, da autodetermina-
o Esporte Educacional como dimensão ção de seu povo e que visa à defesa da
formativa, apesar de admitir que tal pre- soberania do país” (BRASIL, 2005).
ceito não tenha se materializado de for- O que se pode extrair desse docu-
ma satisfatória desde a sua sanção. mento é que, no conceito de esporte
Podemos inferir que os conceitos abordado, o esporte e o lazer são tidos
das manifestações esportivas, da forma como dimensões inseparáveis. Na PNE
em que foram elaborados e que se apre- (BRASIL, 2005) e na segunda CNE (BRA-
sentaram como um avanço à época, SIL, 2009), por exemplo, há documentos
não expressam, no atual momento, con- que nos remetem a pensar o conceito de
tornos teóricos claros, inconfundíveis, esporte de forma unitária, sem fragmen-
entre si. Tais conceitos mais se parecem tações entre o que é entendido como
com enunciados que tentam identificar Esporte Educacional, Esporte de Partici-
práticas com características diferentes. pação, Esporte de Rendimento e Esporte
Além disso, com as várias modificações de Formação.
sofridas pela Lei Pelé, identificamos um Parece-nos falso a contraposição
amparo maior ao Esporte de Rendimen- do “Esporte” Educacional e Participação
to. Além disso, a Lei fragmenta as for- “ao Esporte” de Alto Rendimento como
mas particulares de esporte, o que não polos opostos e excludentes. Para satis-
reflete a forma em que o esporte ocorre, fazer as necessidades sociais, o Estado
na realidade. deve oferecer acesso ao esporte como
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Nas resoluções da II Conferência direito de todos, que o acessarão de


Nacional do Esporte (CNE), realizado acordo com as suas possibilidades, de-
em 2006, com mais de mil delegados sejos e condições particulares.
representando diversos municípios de Portanto, a grande questão que se
todas as unidades federativas do Brasil, impõe é que, na sociedade atual, o es-
declarou-se que, para a consolidação porte tornou-se uma mercadoria, e não
de um Sistema Nacional do Esporte um componente inalienável da constitui-
(SNE), era preciso entender que as ma- ção humana. É nisto que reside a con-
nifestações, ou dimensões esportivas, tradição: o uso que se faz do esporte
“não são excludentes entre si, mas ar- torna-o dividido e, assim, na atualidade,
ticuladas, de forma equânime, em uma determina, condiciona e explora sua
estrutura aberta, democrática e des- face competitiva, impondo níveis cada
centralizada, que envolve municípios, vez mais altos de desempenho, por meio
estados e União, nos âmbitos públicos de métodos também cada vez mais so-
e privados, primando pela participação fisticados para dele se extrair lucro má-
de toda a sociedade” (BRASIL, 2009). ximo. Sob esse argumento, já vemos ser
Essas dimensões deveriam e deverão hipervalorizada e padronizada outra for-
estar coerentes com a Política Nacional ma particular do esporte, seja lúdica ou
do Esporte (PNE) (BRASIL, 2005), apro- expressiva, como algumas atividades de
vada no Conselho Nacional do Despor- lazer e de Esporte Educacional que tam-
to (CND), em 2005, como resultado da I bém alçou a condição de mercadoria.
CNE, realizada em 2004. Enfim, outras manifestações, além do
Deve-se, portanto, afirmar, pela atu- rendimento, podem ser e são exploradas
alidade do debate, os preceitos aprova- como mercadoria, tendo descaracteriza-
dos na PNE, que trazem o entendimento das as suas essências.
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Fig. 1 - Mapa Mental de Alguns Benefícios da
Prática Esportiva para a Sociedade

Mente Corpo Imunidade

Medalhas e
Saúde Física Desenvolvimento
Troféus Espiríto de
Equipe Social de Equipe

Certificados
Vontade Benefícios dos
de Esporte para a Atitude
Objetivos Vencer Sociedade
Maiores Liderança

Esportividade
Personalidade Responsabilidade
Dinâmica Coletiva
Comportamento Instinto de
de Grupo Sobrevivência

Resolução
Empatia Inspiração Disciplina Foco
de Conflito

Outro esforço no sentido de discu- mantes de desigualdade social. Para


tir e reformular o conceito de esporte ampliar e atualizar o conceito do espor-
ocorreu na elaboração da proposta do te, coerentes com perspectiva presente
SNE, realizado em 2015, por Grupo de na PNE e nos documentos referentes ao
Trabalho, amplo e diversificado, sob a SNE (BRASIL, 2009), podemos admitir,
coordenação do Ministério do Esporte com Athayde et al. (2016), que o esporte

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL


(ME). Foi um momento de construção é uma das necessidades humanas que
coletiva e de consolidação da partici- devem incidir no rol de direitos sociais
pação social, aos níveis mais elevados, atendidos pelo Estado, por meio de Po-
que tratou da definição conceitual do líticas Públicas, na perspectiva da cida-
esporte. Isso porque assegurou a pre- dania ampliada.
sença das principais representações do Talvez uma pergunta central seja
universo esportivo, bem como garantiu por que o esporte é considerado um
o conteúdo aprovado nas edições da pilar básico de uma sociedade e deve
CNE. Esse esforço originou um consen- ser fomentado pelo Estado como Políti-
so possível sobre o conceito de esporte ca Pública? Acima, é possível observar
construído com o conjunto de forças alguns dos benefícios, comprovados
Políticas diversas dos segmentos es- cientificamente, que demonstra o que a
portivos (BRASIL, 2015). prática esportiva pode proporcionar para
Desta forma, no Brasil, é fundamen- a população (Figura 1). Uma sociedade
tal a presença do Estado para assegurar que consiga entender de fato a impor-
o acesso aos direitos de cidadania, pro- tância destes benefícios inclina-se a ser
movendo Políticas Públicas de Esporte uma sociedade mais justa, livre, fraterna,
e Lazer, considerando os índices alar- igualitária, solidária. 11
4
O ESPORTE ENTRE AS
POLÍTICAS DE ESTADO E AS
POLÍTICAS DE GOVERNO
É
crucial entender que o Estado é No entanto, o que há de novo sobre a di- poder para a sua consecução e a apro-
maior do que o governo. O Estado ferença dos tipos de políticas é a manei- vação por meio de instrumentos legais.
é a estrutura que deve ser adminis- ra como elas são institucionalizadas. Existem alguns mecanismos de
trada pelas diretrizes do governo, que Uma Política de Estado tem que permanência, categorias, para estabe-
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por sua vez é formado por eleitos pelo estar assentada e reconhecida como di- lecer as Políticas de Estado, presentes
voto popular. reito, constar na CF. Isto é fundamental, no estudo de Damiani (2021). As condi-
Partindo-se do conceito ampliado pois se esta não for reconhecida como ções necessárias para a Política de Es-
de Estado, passamos a tratar da noção direito, pode ser retirada a qualquer mo- tado de Esporte são as categorias cap-
básica sobre o governo como um todo mento, e o que está descrito na CF pode tadas e adensadas a partir das alusões
de pessoas que têm autoridade tem- ser reivindicado pela sociedade a qual- e referências presentes na literatura
porária para conduzir, gerir Políticas e quer momento. sobre os atributos que constitui uma
administrar o Estado. Do ponto de vista O que não está na Constituição, Política de Estado.
operacional, o Estado é a organização mesmo que se reivindique, não existe São 7 (sete) as categorias que apon-
política e jurídica que, por meio de um uma base legal que a sustente. Então, tam as condições necessárias para uma
esquema institucional, existe em uma por exemplo, no caso do Brasil, num Política de Estado de Esporte, a saber:
sociedade, sendo que sua existência possível governo autoritário, mínimo, (1) ser relevante*
transcende vários períodos de governo. por exemplo, por mais que os dirigentes (2) permanente*
A Política de governo conforma-se queiram retirar a saúde ou o esporte da (3) contínua*
como uma orientação política de um população, não seria possível, pois saú- (4) sustentável**
determinado governo, que assume e de e esporte são reconhecidos como (5) abrangente**
desempenha as funções do Estado no necessidades e direitos estabelecidos (6) democrática** e
tempo circunscrito do mandato que na Constituição. (7) estruturada***
exerce. Tais políticas conjugam um con- Portanto, as Políticas de Estado não
junto de programas e projetos que são são descontinuadas, quando há alter- (*) MELO, 2007; OLIVEIRA, 2011; MEZZADRI,
propostos pela sociedade ao longo dos nância de governos ou de governantes, 2011; ALMEIDA, 2018; CASTELLANI FILHO, 2019.
(**) BOSCHETTI; BEHRINGER, 2011; CARNEIRO;
tempos (HÖFLING, 2001). As Políticas devendo ser compulsoriamente cum- MASCARENHAS, 2018.
de Estado são aquelas que conseguem pridas por eles, porque exigiram o en- (***) SANTOS, 2013; MENDES; CODATO, 2015;
ultrapassar os períodos de um governo. volvimento de vários setores e níveis de ALMEIDA, 2018.
12
A Política Relevante deve ser en- lúdicas e formação de lideranças es-
tendida como uma necessidade tão evi- portivas, nos estados e municípios, por
dente para a vida da população que esta VOCÊ SABIA? meio de parcerias.
deve estar garantida na CF como uma Para se assegurar uma Política
Política de Estado. Ou seja, quando há Em 2003, foi criado o  Ministério Sustentável, financeiramente é preciso
o reconhecimento do direito ao esporte do Esporte (ME). instituir mecanismos que perenizem o
como uma necessidade humana a ser fluxo dos recursos públicos, e isso não
satisfeita pelo Estado que, por meio de Com uma pasta específica no go- está seguro pelo orçamento discricioná-
um consenso ativo, conste como um verno federal, a gestão do esporte rio, devendo ocorrer por meio de um fun-
valor proeminente da sociedade. Ade- ganhou mais autonomia e diver- do nacional público e fundos estaduais/
mais, ela contribui como propulsora do sos programas. Três anos após municipais e de indexação de percentu-
desenvolvimento cultural, social e eco- a criação do ME, a Lei de Incen- al orçamentário ao Orçamento Geral da
nômico do país. tivo ao Esporte (nº 11.438/2006) União destinado ao esporte. É também
A Política Permanente significa que foi aprovada. Essa Lei seguiu os importante outras medidas que imple-
um conjunto de leis infraconstitucionais mecanismos de incentivo da Lei mentem formas de ampliação e diversi-
(por exemplo: Lei Pelé, Lei do Bolsa Atleta, Federal de Incentivo à Cultura ficação, como as leis de incentivo ao es-
Lei de Incentivo ao Esporte, Estatuto do (Rouanet) e da Lei do Audiovisu- porte, o patrocínio de empresas estatais
Torcedor) devem assegurar que o direito al, que já haviam sido testados. e privadas, recursos advindos de loterias
seja consolidado como Política Pública Hoje,  pessoas físicas que  decla- esportivas, entre outras que possibilitem
perene, com garantias irrefutáveis do ram o Imposto de Renda podem crescimento ou manutenção do volume,
direito ao esporte, sendo resistentes às incentivar o esporte com até 7% suficientes e compatíveis para a cober-
alternâncias de poder dos governos, por do seu imposto e empresas com tura dos benefícios devidos às Políticas.
terem conquistado institucionalidade na até 2% do imposto devido. Entretanto, a Política Sustentável
sociedade. Por isso, permanece por mui- deve ter também o reconhecimento da
tos anos, independente do governo que iniciativa privada. Em vários países do
está no poder, não podendo ser extinta A Política Contínua é aquela com mundo, além do Estado, a iniciativa pri-
ou ter a sua essência alterada, mesmo capacidade de seguir de forma conse- vada disponibiliza muito recurso para o
com mudanças advindas das disputas cutiva e que, independentemente da esporte, tendo um impacto significativo
presentes no percurso. Podemos ter, vontade do governante, não seja inter- no Produto Interno Bruto (PIB). Assim,
como exemplo, o Programa Bolsa Atle- rompida devido à sua relevância social e uma Política só pode ser consolidada
ta que, pela importância, tornou-se Lei, e aos mecanismos e dispositivos legais de forma mais direta, se tiver um fundo

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE NO BRASIL


oferece um valor em dinheiro diretamen- que asseguram a sua continuidade. independente, com regras, voltada para
te ao atleta que alcança os critérios pre- Isto é, ocorre quando as propriedades a maioria da população, sendo que este
vistos, garantindo condições para a sua inerentes aos planos, programas, pro- fundo deve garantir as atividades que não
manutenção e treinamento, de acordo jetos e ações são ininterruptas e cons- sejam atrativas para a iniciativa privada.
com categorias, desde o atleta escolar tantes, asseguradas por meio de meca- Para se considerar uma Política de
até o atleta de alto rendimento. Tais pro- nismos democráticos com pactos entre Estado, também é preciso ser uma Po-
gramas são tão importantes na disputa os outros setores de políticas sociais e lítica Abrangente. O principal dado que
de recursos que são replicados em leis outros entes federados com garantias compõe esse indicador é o número de
de vários estados e municípios. legais. São políticas com alta capacida- pessoas beneficiadas. Assim, esse in-
de de transversalidade e intersetoriali- dicador deve sempre ser relacionado ao
dade e de estabelecer relações com di- universo a que a política e/ou programa
versos níveis federativos. São exemplos deveria se destinar. Então, quando há
dessa Política, programas federais de um programa com todas as caracterís-
inclusão social, denominados Progra- ticas de uma Política universal, mas esta
ma Segundo Tempo (PST), voltado à não consegue atingir um percentual mí-
formação esportiva para crianças e jo- nimo do universo existente, isto é um de-
vens, e o Programa Esporte e Lazer da nominador para indicar que não houve
Cidade (PELC), orientado em atividades consolidação desta Política.
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A Política Democrática é reconheci-
da quando por um lado está organizada
de forma multidimensional, que abrange Permanente
diversos segmentos e a diversidade hu-
Relevante Contínua
mana com relações intercomunicantes
e, por outro, deve incorporar mecanis-
mos de interlocução e participação da
sociedade para o estabelecimento de
Fig. 2 - Categorias
ações, assegurando o controle social. Necessárias para Política
Sustentável
Os princípios da gestão democrá- Estruturada de Estado de Esporte
tica podem ser observados sob dois
aspectos:
1º aspecto: refere-se à democrati- Abrangente
zação da gestão, ou seja, a participação Democrática
popular nas decisões do rumo da Polí-
tica. O que não indica, necessariamen-
te, que haverá intervenção na gestão do tica do orçamento e, consequentemen- Em síntese, uma Política Pública
órgão administrador. O que importa é te, a pulverização de vários programas para se tornar relevante, permanente,
que a opinião da população vai pesar que eram oferecidos. Atualmente, o ME contínua, sustentável, abrangente, de-
na decisão sobre o rumo da Política e foi recomposto e, com isto, temos uma mocrática e estruturada, tem que estar
na sua avaliação, com a realização de retomada da trajetória para consolida- na Constituição, tem que ter força de Lei
conferências nacionais, estaduais e mu- ção das Políticas Públicas do Esporte. e ter movimentos sociais de luta para a
nicipais, e, quando existentes, conselhos consolidação do direito ao esporte, com
paritários e deliberativos, fóruns de de- entregas valorosas e ininterruptas de Po-
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bates, entre outros. líticas à sociedade brasileira (Figura 2).


2º aspecto: diz respeito à demo-
cratização do acesso baseado na di- SAIBA MAIS
versidade humana. Ou seja, que envolva
idosos, crianças, adolescentes, adultos, A ciência já confirmou que o es-
pessoas com deficiência, mulheres, ne- porte é um fenômeno humano BOAS PRÁTICAS
gros, LGBTQIA+ e outros segmentos da que proporciona diversos benefí-
sociedade que devem ter acesso às Po- cios para uma sociedade. O Centro de Liderança Pública
líticas Públicas. (CLP), uma organização suprapar-
Sua prática regular traz inúmeras
Um outro aspecto que caracteriza tidária, entende que Boas Práticas,
vantagens para a vida e para a
uma Política de Estado é que esta deve dentro do conceito de Políticas
saúde (combate à violência; pro-
ser uma Política Estruturada, assentada Públicas, são atividades gover-
moção de saúde, prevenção e re-
no comando único de um órgão público namentais que devem necessa-
abilitação de doenças, inclusive
próprio, com estrutura administrativa riamente gerar resultados e alto
mentais; ganhos na capacidade
e quadro de servidores suficiente para impacto. Assim, elas devem ser
de raciocínio e na função cogni-
formular, implementar e acompanhar a replicáveis, consistentes, adaptá-
tiva), em todas as suas dimen-
Política Pública, além de deter o plane- veis e com a facilidade de utilizar
sões, naqueles em quem o prati-
jamento que garanta a sua continuidade novos recursos e metodologias
ca, formando cidadãos críticos e
ao longo do tempo. É muito importante colaboradores. Por isto, através (https://www.clp.org.br).
ter uma estrutura forte. Por exemplo, do esporte, ocorre melhoria na
recentemente, o Ministério do Esporte qualidade de vida da população,
(ME), criado em 2003, foi extinto e redu- sendo esse o motivo da sua im-
zido à condição de Secretaria Especial portância como Política Pública.
do Esporte, dentro do Ministério da Ci-
dadania, e com isto houve redução drás-
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5
CONSIDERAÇÕES REFERÊNCIAS
FINAIS
ALMEIDA P. R. Políticas de Estado e políticas de
governo. 2018. Disponível em: http://diplomati-
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C
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dencia-se que as Políticas de Es- a partir de diagnósticos situacionais; le- de cidadania. Pensar a prática, v. 19, n. 2, p. 489-
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2023.
Percebe-se que é relevante a articulação informacionais e a pessoas qualificadas.
entre setores públicos e privados, pois É importante também o equilíbrio entre BOSCHETTI, I.; BEHRING, E. R. Política social:
as entregas não devem ser somente de as várias manifestações esportivas na fundamentos e história. 8. ed. São Paulo: Cortez,
elaboração das Políticas Públicas. 2011.
responsabilidade do Poder Público para o
fortalecimento das Políticas Públicas de Por fim, é interessante destacar a per- BRASIL. Ministério do Esporte. Política nacional
uma área, como o esporte. Outro aspecto tinência de Políticas democráticas para do esporte. Brasília: ME, 2005. arquivo.esporte.
que deve ser observado é a importância uma sociedade mais justa e igualitária. gov.br/arquivos/politicaNacional/politicaNacio-
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BRASIL. Ministério do Esporte. Coletânea Es-
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Doutora em Ciências do movimento humano pela UFRGS, Mestre em Edu-
DOYAL, L.; GOUGH, I. A theory of human need. cação pela UFC, Licenciada em Educação Física pela UFMT, Professora As-
London: MacMillan, 1991. sociada 1 do Instituto de Educação Física e Esporte da UFC. Foi gestora do
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campo: políticas públicas de esporte no governo Pós-doutor em Fisiologia pela UFRJ, Doutor em Ciências (Fisiologia) pela
Lula e o aprofundamento do projeto neoliberal
de terceira via. Licere, Belo Horizonte, v. 10, n. 2,
UFRJ, Mestre em Ciências Fisiológicas pela UECE, Graduado em Educação
ago. 2007. Física pela UNIFOR, Professor Adjunto da UECE, Membro da Comissão de Edu-
cação Física e Saúde do CREF5 e ex-Conselheiro do CREF5, Membro do Time
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MENDES, A.; CODATO, A. The institutional con-


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ILUSTRADOR
89-102, 2011. Carlus Campos
OLIVEIRA, A. A. B. et al. Ensinando e aprenden- Artista visual que há mais de 30 anos é ilustrador do Jornal O POVO. Na pro-
do esportes no Programa Segundo Tempo. dução de suas ilustrações, utiliza várias linguagens como: desenho, pintura,
Maringá: Eduem, v.1, 2011. aquarela, gravura e fotografia. Ao longo dos anos 90, além de ganhar diversos
PEREIRA, P. A. P. Necessidades humanas: subsí- prêmios com arte gráfica, fez incursões pelas artes plásticas participando de
dios à crítica dos mínimos sociais. 6. ed. São Pau- diversos Salões de Arte. Desde 2014,a xilogravura ocupa considerável espaço
lo: Cortez, 2011. em sua produção chegando a participar do coletivo IN-GRAFIKA .Em 2019 fun-
PIMENTEL, E. S. O conceito de esporte no in- da, com mais 7 artistas cearenses, o Ateliê Coletivo Kraft.
terior da legislação esportiva brasileira: do
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(Mestrado em Educação Física) - Departamento
de Educação Física, Setor de Ciências Biológi-
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Apoio: Patrocínio: Realização:

CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 5ª REGIÃO

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