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Para começar a delinear sobre a história do educandário, preciso vol
tar no tempo, para a época do império brasileiro. Conforme os escritos de
Frei Valentim, Curitibanos tornouse Freguesia em 1864, sendo assim, rece
beu seu primeiro Vigário, um italiano de nome Braz Grassano. Ele foi subs
tituído em 24 de dezembro de 1875 pelo Padre Gregório Fernandes
Villanueva. Esse Padre tinha uma doença que limitava a sua locomoção, fa
lecendo no dia 3 de dezembro de 1885.
Foi substituído em seus serviços pelo Vigário de Campos Novos, Padre
Tomás Sobrinho, que trabalhou em Curitibanos até 1894, já na era republi
cana. Em 1895, com a instalação definitiva dos Padres Franciscanos em La
ges, os trabalhos em Curitibanos, foram executados remotamente. Naquele
mesmo ano, Frei Rogério Neuhaus, realizou em Curitibanos, 118 batizados e
26 casamentos. Em 15 de fevereiro de 1896, foi nomeado o Vigário Hercula
no Limpinsel para a vila de Curitibanos. A situação era complicada e dificul
tosa para os Padres, principalmente, por ser ainda uma região de sertão e de
difícil acesso. Por essa razão mudaramse para a região de Blumenau, dei
xando em Lages, Frei Rogério e Frei Redento Kullmann.
Finalmente, em 24 de julho de 1900, chegou em Curitibanos o novo
Vigário, Frei Osvaldo Schlenger, juntamente com o seu companheiro, Frei
Willehael Haess, que não encontrando pronta a casa paroquial, hospeda
ramse provisoriamente na casa de uma senhora de nome Cândida Hoefling.
Foi nessa ocasião que Frei Osvaldo requereu da superintendência um peda
ço de terras para a construção de uma horta e um potreiro. Quem assinou a
doação foi o coronel Henrique Paes de Almeida (Sênior). A solicitação de ter
renos para a construção de uma casa paroquial foi de 1899 e já havia sido
concedida, pois quando Frei Osvaldo chegou em Curitibanos, a Casa Paro
quial já estava em construção.
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No dia 14 de julho de 1912, a vila de Curitibanos se tornou Paróquia
Independente, Frei Menandro Kamps foi nomeado o primeiro Vigário nessa
nova fase do catolicismo franciscano na região. Estava também na paróquia,
Frei Gaspar Flesch. Desde maio daquele ano as Missas dominicais eram ce
lebradas na escolinha, pois a velha matriz ameaçava ruir, e já não dava ne
nhuma segurança. A construção da nova matriz se tornou muito penosa
para Frei Gaspar, principalmente por desentendimentos com o superinten
dente Francisco Ferreira de Albuquerque e a situação dos fanáticos. Entre
tanto, naquele ano iniciaram a construção da nova Igreja Matriz, inaugurada
em 4 de dezembro de 1915, que serviu aos curitibanenses católicos até o
ano de 1964.
Após construída a nova Igreja Matriz, os Padres foram removidos. As
paróquias de Curitibanos e Campos Novos foram anexadas à de Lages. Em
1916, esteve remotamente, à frente da Paróquia de Curitibanos, o Padre je
suíta Luiz Steiner. Em 1917, o Bispo de Florianópolis, numa visita a Curiti
banos, prometeu enviar para o local, um novo Padre. Nesse tempo, a
escolinha dos Padres já não existia mais. Preciso ressaltar aqui, que mesmo
com o funcionamento da escolinha dos Padres (Colégio São José), havia em
Curitibanos, desde a época do Império uma escola para alunos do sexo
masculino, mantida pelo Estado. Contudo, ela foi destruída pelos fanáticos,
então a partir de 1915, foi improvisada e restaurada. Mesmo com a sua des
truição, e de maneira improvisada, continuou com as suas atividades a par
tir do ano de 1915. A jovem lageana Josefina Amorim foi a primeira
professora nomeada para ensinar em Curitibanos nessa nova etapa da esco
la. Ela atuou desde 1915 até 1933, quando se aposentou por motivos de
saúde. A escola pública para alunos do sexo masculino ensinava às crian
ças, somente o conteúdo, que era chamado de escola primária, ou seja, qua
tro anos. Depois desses anos iniciais, caso o aluno fosse privilegiado e os
pais pudessem arcar com as despesas, era mandado para outros centros,
como Florianópolis, Caçador e/ou Curitiba.
Curitibanos era um lugar de difícil acesso, por tratarse de um local
interiorano, onde a lei chegava, às vezes, tardiamente. Frei Valentim escre
veu que os tempos eram difíceis no final dos anos da década de 1920 e início
de 1930. Entretanto, segundo suas palavras:
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1934, foram de reviravolta para a área estudantil de Curitibanos. Frei Justi
no, juntamente com o prefeito Antonio Granemann de Souza, mobilizou os
seus contatos para trazer para a cidade as Irmãs Franciscanas da Sagrada
Família. Frei Justino já trabalhara anteriormente num lugar chamado de
Gaurama, no Rio Grande do Sul e já tinha conhecimento do trabalha dessas
freiras.
Tão logo chegou em Curitibanos, mandou reformar o antigo lugar, on
de funcionava a escolinha São José, que estava abandonada desde a saída
dos Padres, em 1916. No dia 31 de janeiro de 1933 a casa estava reformada,
uma nova cozinha havia sido construída e estava em condições de abrigar as
três irmãs que chegaram em Curitibanos no dia 4 de fevereiro de 1933. A
Madre Provincial atendeu o pedido do Bispo e do Padre, enviando para Curi
tibanos três Irmãs. Elas vieram de Curitiba, Paraná. Tratavase das três pri
meiras Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria a se estabelecerem
em solo curitibanense. Seus nomes ficaram registrados nos anais da histó
ria, não só nos arquivos eclesiásticos católicos, mas também, na história lo
cal e regional.
Se chamavam: Irmã Irene Wisniewski, Irmã Felícia Greboge e Irmã Isi
dora Charnikowska. Tinham como missão, na doutrina católica, de realizar
seus trabalhos, servindo a Cristo e à Igreja, conforme os ensinamentos de
São Zygmunt Felinski. O Padre fez com que o povo, preparasse uma memo
rável acolhida. Todos, na pequena Curitibanos, vibraram de alegria, não
perdendo tempo em escolher o nome para o novo colégio: “Colégio Santa Te
resinha”.
As freiras se instalaram no prédio que era a casa dos antigos Padres
franciscanos. Com o auxílio da Congregação, iniciaramse as construções
das salas de aula e de um ambiente propício para o funcionamento do grupo
escolar. Isso com muito sacrifício, pois na época, não existiam materiais de
construção disponíveis, lembrando, que as vias de transporte eram muito
precárias, em alguns lugares, sem o mínimo de manutenção.
No mesmo ano de 1933, as freiras iniciaram as suas atividades no no
vo colégio, com a implantação do curso primário de 1.ª a 4.ª série, inicial
mente, com 83 alunos. Além do trabalho na escola, essas freiras ajudavam
na Igreja e na catequese. A irmã Irene, na ocasião, foi nomeada pela Madre
Provincial como a Madre Superiora da comunidade Santa Teresinha, e tam
bém, do internato. No colégio, a Irmã Irene trabalhou como professora.
Essa escola que as Irmãs da Sagrada Família administravam era de
cunho particular. Havia, em Curitibanos, muita gente analfabeta. Muitas
crianças eram pobres e não tinham instrução alguma. As famílias eram po
bres e não podiam pagar pelos estudos oferecidos pelo então Colégio Santa
Teresinha.
No dia 19 de outubro de 1933, no mesmo ano da chegada das freiras
em Curitibanos, o Interventor Federal em Santa Catarina, o senhor Aristilia
no Ramos, juntamente com o apoio do Bispo de Lages, Dom Daniel Hostin,
criou o Grupo Escolar Arcipreste Paiva. Esse novo educandário visava con
templar essas crianças oriundas de famílias desprovidas de recursos finan
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ceiros. Seria uma nova escola, não apenas para crianças do sexo masculino,
mas, para ambos os sexos, substituindo a antiga escola onde a professora
Josefina Amorim ministrava.
O Grupo Escolar Arcipreste Paiva foi inaugurado em 1.º de maio de
1934, funcionando provisoriamente num prédio que serviu de Teatro e que
também foi utilizado pela Superintendência, na época em que os fanáticos
incendiaram 22 casas, no ano de 1914. Esse velho Teatro ficava localizado
onde, posteriormente, foi construído o Cine Teatro Monte Castelo. No local,
iniciouse as aulas do Grupo Escolar Arcipreste Paiva. O primeiro Diretor foi
o professor Antonio Francisco de Campos, nomeado pelo Interventor Federal
em Santa Catarina, o senhor Aristiliano Ramos.
Então, no ano de 1934, o Colégio Santa Teresinha, que tinha natureza
particular, passou a ser conhecido e chamado de Grupo Escolar Arcipreste
Paiva, de natureza pública. A partir desse ano, as Irmãs da Sagrada Família
começaram uma mobilização para a construção de uma casa que pudesse
abrigar moças em regime de internato. Posteriormente, com financiamentos
da Caixa Econômica Federal, começaram a construir as instalações que pu
dessem contemplar mais crianças no ensino formal. Ainda não existia em
Curitibanos, outros colégios para atender a demanda. Isso ocorreu a partir
de 1937.
Na década dos anos de 1940, houve reformas estruturais no ensino no
Brasil. De 1.ª à 4.ª série era chamado de primário (4 anos). De 5.ª a 8.ª série
de Ginásio (4 anos). O Colegial era classificado em duas categorias, Clássico
e Científico (3 anos). Então, as Irmãs da Sagrada Família viram a oportuni
dade de criar o Curso Normal Regional, ao qual denominaram de Professor
Egídio Abbade Ferreira. Dessa forma, os alunos poderiam estudar de 1.ª a
8.ª séries no Grupo Escolar Arcipreste Paiva, depois, aqueles que tinham vo
cação ou aptidão, poderiam fazer o Curso Normal nas mesmas dependências
das Irmãs da Sagrada Família. Aqueles que não tinham tais vocações ou ap
tidões para o magistério, poderiam escolher continuar os seus estudos em
outras cidades, ou, a partir de 1958, fazer o curso científico no novo Colégio
Secundário Casimiro de Abreu.
No ano de 1971, houve mudanças significativas no sistema de ensino
no Brasil. Em Curitibanos, o Grupo Escolar Arcipreste Paiva passou a ser
denominado de Escola Básica Arcipreste Paiva, oferecendo vagas para crian
ças de 1.ª a 8.ª.séries (1.º Grau). Conforme as leis vigentes na época, o ensi
no de 2.º Grau deveria ser orientado para uma habilitação profissional.
Dessa forma, as Irmãs da Sagrada Família conduziram a Escola Básica Ar
cipreste Paiva, com turmas do 1.º Grau, mantido pelo Estado de Santa Ca
tarina, e turmas do 2.° Grau, habilitação para o Magistério. Nessa época
foram criadas turmas de 1.ª a 4.ª séries, através do Colégio Santa Teresinha,
bem como, turmas para o Jardim de Infância Santa Teresinha, de natureza
particular.
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dual Arcipreste Paiva. Essa Portaria autoriza o
funcionamento do curso de segundo grau de
educação Geral, Curso de Magistério de pri
meiro Grau — 1ª a 4ª Série e Estudos Adicio
nais em PréEscolar. Foi extinto, então, no ano
de 1989 o curso de formação de professores na
rede particular, mantido pela Associação das
Irmãs da Sagrada Família, dando lugar a um
curso do Estado (ALMEIDA, p. 15–16).
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Educação Básica Santa Teresinha.
Professor Egídio A. Ferreira. A Gazeta. A Voz do Povo. Ano II, n.º 306. Floria
nópolis, sábado, 31 de agosto de 1935. p. 6