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Sabemos que os judeus usavam (e ainda usam) as fases da lua como base de

seu calendário. Entretanto, o ciclo lunar, que tem 29 dias, 12 horas, 44


minutos e 2,9 segundos, leva 354 dias para perfazer o que chamam de ano.
Isso significa que eles necessitam, a cada 3 anos, de acrescentar um mês – e,
de vez em quando, ainda acrescentam alguns dias para que as estações não
deixem de corresponder a seus meses.

Este, o calendário lunar, é tido por alguns como o único autorizado pela Bíblia
já que o Salmo 104.19 diz: “Fez a lua para marcar o tempo”.

Porém, desde antes de Cristo, já se sabia calcular o ano solar.


Fincava-se uma haste no chão e marcava-se o lugar da primeira
sombra ao nascer do dia. Depois marcava-se o lugar onde a sombra
se esmaeceu ao final do dia. Entre as 2 marcações, a divisão era o
meio-dia.

No correr do ano essas marcações formam um ângulo mais fechado


indicando dias menores e um ângulo mais aberto para os dias
maiores. Contando-se os dias desde um ponto até sua repetição (por
exemplo: desde quando os dias começaram a ficar menores até
quando eles voltaram a ficar menores de novo), se obtém o valor
aproximado de 365 dias, que é o calendário solar.

Ou seja: os 365 dias, que hoje chamamos de ano, não correspondem


ao que os judeus na época de Cristo tinham como o período em que
se repetia as 4 estações, e orientava a agricultura, a pecuária, e as
festas religiosas. Principalmente estas, que eram contadas de acordo
com a lua, precisavam cair em determinadas estações. Por exemplo:
a Páscoa deveria cair antes do plantio do trigo e o Pentecostes no
começo de sua colheita.

Hoje, nós acrescentamos um dia em fevereiro a cada 4 anos para


compensar as 6 horas a mais que temos depois dos 365 dias. Porém,
na realidade, o assunto é mais complicado, pois 6 horas é um
arredondamento, já que a terra gastou no ano, 365 dias, 5 horas, 48
minutos e 45 segundos para rodear o sol. E desde o ano que
convencionamos chamar de ano 1, a velocidade da terra diminuiu
cerca de 0,5 segundos por século, acumulando no ano 2000, 10
segundos de atraso. Tanto é que na virada de 2006 tivemos um
ajuste de 1 segundo.

Bobagem! Diria alguém que vê pouca importância nestes valores


pequenos. Porém os valores se somam: em 1582 (oitenta e dois anos
após a descoberta do Brasil), o Papa Gregório XIII determinou que
aquele ano, de 4 de outubro passasse diretamente para 16 de
outubro, eliminando os dias 5 a 14, para realinhar o calendário com o
ano solar. Observe que nestes 9 dias foi suprimido um domingo.
Esse calendário de Gregório só foi plenamente aceito na maioria dos
países católicos em 1584, e nos países protestantes em 1752, após a
Inglaterra ter eliminado os dias 3 a 13 de setembro para realinhar
seu calendário que também era diferente.

Geralmente, quando pedimos como Moisés “ensina-nos a contar os


nossos dias para que alcancemos coração sábio”, espiritualizamos o
sentido. Não há dúvida de que Moisés estava se referindo a uma vida
em que os dias sejam passados debaixo da “conta” do Senhor.
Porém, como haveríamos de alcançar corações sábios sem lembrar
dos acontecimentos bons e ruins, e de suas respectivas lições, que
nos ocorreram nos dias que recebemos de Deus?

Tanto melhor será se consideramos os anos que nossos antepassados


viveram e registraram para nosso conhecimento. Se entendermos
como funciona a ordem temporal de Deus e os dias que ele
estabeleceu para o ritmo de nossa vida e nosso “desfrutar” de sua
presença.

Você reparou que em nenhuma dessas frações de tempo (ano solar,


ano lunar ou mês) há qualquer divisão natural que nos induza a
observar o “Dia do Senhor” a cada período de 7 dias? Pois é: se
quisermos fazer isto teremos que esquecer o “livro da natureza” e
obedecer ao “Livro Sagrado”. Ou seja: “aprender a contar nossos dias
para alcançarmos coração sábio”.

Gregório, e seus assessores erraram e hoje, que dizemos ser o


primeiro dia de 2023 anos após o nascimento de Nosso Senhor,
estamos, mais ou menos a 2028 anos dele.

Vivamos, portanto, como se estivéssemos a 1 minuto de sua volta.


Pois ela é certa. E nela daremos conta do que fizemos com os dias
que o Senhor nos concedeu.

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