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O TEMPO E OS CALENDÁRIOS

Pedro J.

Como a nossa vida é relativamente curta, estamos acostumados a pensar em 10 ou


20 anos, por isso um século costuma ser uma referência de um longo período de
tempo. Mas temos que nos lembrar de que a história do nosso planeta e da raça
humana vai muito mais além do que os livros nos contam. Devemos lembrar-nos que
existem períodos de tempo muito maiores, pensando em milhões e biliões de anos.

O tempo é medido por mudanças e é dessa forma que percebemos o tempo. Existem
muitas formas de marcar o tempo como, por exemplo, o pêndulo, relógio de areia,
movimento da Lua ao redor da Terra e da Terra ao redor do Sol. São fenómenos
físicos cíclicos ou periódicos, ou seja, repetem-se em períodos determinados e
sempre iguais.

Inicialmente a civilização ocidental pensava que a Terra seria tão velha quanto
os seres humanos, possuindo aproximadamente 6000 anos, quando Tudo teria sido
criado, inclusive o tempo. Uma tentativa de quantificação importante,
considerada em calendários de alguns Ritos até hoje, ocorreu em 1654 quando um
arcebispo irlandês calculou, com base em dados bíblicos, que a Terra teria sido
criada em 4004 a.C.. Um outro cálculo, feito por um pastor anglicano, chegou a
4000 anos a.C..

Actualmente, além dos calendários, a metodologia de datação absoluta, através


dos métodos C14, tem grande aceitação. Estabeleceu-se assim que a Terra
ter-se-ia formado há 5,0 biliões de anos, as rochas mais antigas há 4,5 biliões
de anos e a vida humana surgiu há 2,0 milhões de anos.

Os calendários são as tentativas de elaboração de sistemas que se baseiam em


fenómenos astronómicos, envolvendo a posição e movimento do Sol e da Lua. Os
primeiros calendários tentavam marcar o início e o fim do Inverno e do Verão. O
homem logo percebeu que em determinadas épocas do ano o Sol estaria mais próximo
ou mais afastado da Terra.

Assim foram definidos os chamados equinócios, 21 de Março e 23 de Setembro,


datas do ano em que o dia e a noite são exactamente iguais em duração, e
solstício, 21 de Junho e 21 de Dezembro, datas do ano em que são mais desiguais.

Com o passar dos tempos o sistema de contagem de tempo ficou mais sofisticado,
foram elaborados os calendários, que foram aperfeiçoados ao longo da história.
Mas o meu objectivo é mesmo definir os calendários que formaram o calendário
maçónico.

O calendário gregoriano é resultante da reforma do calendário juliano e foi


introduzido pelo Papa Gregório XIII, onde em cada quatro anos existe um ano
bissexto, que está em uso até hoje. Para efeito de acerto para implantação, foi
estabelecido na ocasião que o dia 04.10.1562 passaria a ser 15.10.1562.

O calendário hebraico é lunar e solar ao mesmo tempo e leva em consideração o


ano agrícola, religioso e o civil. Se considerarmos o ano agrícola e o
religioso, o ano hebraico inicia-se no mês de Nissam, Março. Considerando o ano
civil, o ano tem início em Tishiri, Setembro. Para se calcular o ano no
calendário hebraico basta somar ao ano da E∴ V∴ o número 3760.
No calendário maçónico gregoriano, o ano tem início em 21 de Março, dividido em
12 meses com 30 ou 31 dias. O 12° mês, Fevereiro, possui apenas 28 dias. Tanto
os meses como os dias não recebem denominações especiais. Trata-se na verdade de
uma mistura entre os calendários gregoriano e hebraico. Para se saber o ano,
acrescenta-se o número 4000 ao ano da E∴ V∴ .

O Rito Escocês Antigo e Aceito utiliza, nos Graus Superiores, o calendário


hebraico devido ao facto deste Rito ter sido fundado por Irmãos de origem
judaica. Este mesmo Rito utiliza no Brasil um calendário baseado no hebraico com
início em 21 de Março, acrescentando-se ao ano da E∴ V∴ o número 4000 . Noutras
partes do globo, é utilizado o calendário gregoriano ao qual se acrescem 4000
anos.

O calendário do Rito Moderno, atribui aos meses igual número de dias que o
calendário gregoriano, acrescentando o número 4000 ao ano da E∴ V∴ , formando
assim o ano da V∴ L∴ , quando teria sido criada a Terra e Tudo o que nela
existe. Recordando o Génesis: “Faça-se a Luz e a Luz feita”
..
Pedro J.

Bibliografia
SPOLADORE, H. 1991 Calendários e Maçonaria

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