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Versão Almeida Revista e Atualizada

1º Coríntios 12.

1- A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais


ignorantes.

2- Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-


vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados.

3- Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo
Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus!, senão pelo Espírito Santo.

4-Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.

5- E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o


mesmo.

*Exegese de 1° Coríntios 12. 1-5

12.1— Paulo continua a discutir sobre a devida ordem na igreja


com o tema do exercício dos dons espirituais na casa de Deus. Ele
apresenta a inter-relação correta entre unidade do corpo, mas com a
diversidade de dons, a função apropriada dos dons e a primazia do amor
no uso dos dons espirituais. O apóstolo está respondendo à outra
pergunta na carta aos Coríntios (1º Coríntios 7.1, 25; 8.1). Dons
espirituais. O texto grego não contêm a palavra dons, mas, simplesmente,
diz espirituais (pneumatikon), que pode se referir a coisas ou pessoas
espirituais. Muitos acreditam que se refira aos dons (charismata) de 1°
Coríntios 12.4-11, mas é provável que este não seja o caso, por causa do
modo como o termo é usado nos capítulos 12— 14.

12.2 — Os gentios eram considerados bárbaros ou incultos, termo


que Paulo usa para enfatizar o estado de ignorância deles. Infelizmente,
os que são ignorantes não gostam de admitir isso, assim, Paulo tem de
deixar isso bem claro. Por causa de sua ignorância, eles foram levados ou
ficaram entusiasmados. Paulo considera as forças demoníacas que estão
por trás da adoração a ídolos. Assim, é possível que esta ação pessoal de
ser violentamente atraído esteja por trás de sua expressão. O termo
reflete o erotismo de grande parte da religião pagã, no qual o participante
era arrebatado e não mantinha o autocontrole característico da obra do
Espírito, como ensinou o apóstolo no capítulo 14, ídolos mudos é uma
expressão que seria imediatamente reconhecida pelos coríntios
familiarizados com a idolatria do Antigo Testamento (compare com 1 Rs
18.26-29; SI 65.4-8; Is 46.7). Podemos intender que, Paulo tenha
comparado o silêncio dos ídolos ao grande alvoroço (inspirado por
demônios) dos adoradores desses objetos de adoração.

12.3 —  Uma pessoa que realmente esteja falando por intermédio


do Espírito Santo nunca amaldiçoará (isto é, depreciará ou difamará)
Jesus, e todos os que genuinamente proclamam o senhorio de Cristo
agem assim graças à capacitação do Espírito. O vs. 3 é fundamental para
entendermos o ministério do Espírito Santo na vida de todo crente. Paulo
afirmava que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: "Jesus seja
amaldiçoado"; e ninguém pode dizer: "Jesus é Senhor", a não ser pelo
Espírito Santo. Isso é muito importante! Os dons podem ser diversos, mas
o Espírito é o mesmo. Os coríntios exageravam a importância do dom de
línguas, de modo que Paulo lembrou-os de que a variedade de dons
distribuídos à igreja procede do mesmo Espírito. As expressões "o Senhor
é o mesmo" e "o mesmo Deus" revelam a importância da doutrina da
Trindade e apoiam a preocupação de Paulo quanto à unidade em meio à
diversidade. Temos assim diversidade nos tipos de dons, de ministérios e
na forma de atuação, mas sempre o Senhor é um só e o objetivo disso
tudo é visando a um fim proveitoso: a edificação do corpo de Cristo. O
cristão pode interpretar de modo totalmente errado o propósito dos dons
espirituais (chamados aqui de "manifestação do Espírito") caso passe a
utilizá-los visando a objetivos egoístas. Os dons são variados porque as
necessidades da comunidade cristã também são variadas.

12.4-5- A palavra usada para dons, pela primeira vez, contrasta


com pneumaúkonde 1 Coríntios 12.1. Charismata se refere a dons da
graça de Deus em cada cristão, por meio dos quais Deus pode fortalecer
Seu povo. Diversidade aparece nos versículos 4,5 e 6 sob a forma da
mesma palavra grega. Observe a diversidade na obra da Trindade. No
versículo 4, o Espírito distribui cada um deles ao cristão (1 Co 12.11). No
versículo 5, o Filho de Deus determina ao cristão o modo específico como
o dom é manifestado no corpo (1 Co 12.12-27).

Contexto Histórico da Cidade de Coríntios

A cidade surgiu na Era Neolítica, aproximadamente em 6000 a.C.


Existem várias versões sobre a fundação da cidade. Os coríntios da
época de Pausânias (geógrafo) diziam que a cidade havia sido fundada
por Corintos, filho de Zeus, e que Éfira, filha de Oceano, foi a primeira
moradora da região (que se chamava Efireia)[3].

Corinto foi uma das mais florescentes cidades gregas


da Antiguidade Clássica, tendo sido autônoma e soberana durante
o Período Arcaico da história da Grécia. Desde aqueles tempos, Corinto
experimentou um notável desenvolvimento comercial devido à sua
localização, o que trouxe benefícios sobre as artes (principalmente
seus vasos de cerâmica) e a cultura de um modo geral, bem como a
acumulação de riquezas pela aristocracia local. Contudo, no final dessa
fase áurea, a pólis foi governada por um tirano denominado Cípselo,
provavelmente entre 657 a.C. e 625 a.C., quando iniciou-se um curto
período de expansionismo em que foram fundadas colônias no noroeste
da Grécia. Paulo era um missionário estrategista. Ele escolhia as cidades
para as quais se dirigia com muito critério e cuidado. Corinto era uma as
maiores e mais importantes cidades do mundo como também Roma
Éfeso e Alexandria. Por que Paulo escolheu Corinto? Por que ele
permaneceu dezoito meses nessa cidade? Eis abaixo algumas questões
porque Paulo resolveu plantar uma igreja nesta cidade.

 Razão geográfica

Corinto era uma cidade grega, de grande importância. Ela ficava


bem próxima de Atenas, a grande capital da Grécia, e a capital intelectual
do mundo. Corinto era uma cidade banhada por dois mares, o mar Egeu e
o mar Jônico. Em Corinto ficava um dos mais importantes portos da
época, o ponto de Cencréia. Portanto, a cidade de Corinto era
cosmopolita. O mundo inteiro dentro dela. Evangelizar Corinto era um
plano estratégico, pois o evangelho a partir de Corinto poderia se
espalhar e alcançar o mundo inteiro. Essa foi um das razões pó que Paulo
se concentrou nessa cidade.

A Razão Social

Corinto era uma grande e importante cidade. A maior parte do


comércio entre o Oriente e o Ocidente do Mediterrâneo optava por passar
por Corinto. Também era uma cidade florescente com respeito à cultura.

A cidade fora destruída e totalmente arrasada pelos romanos no


ano de 146 a.C. e somente por volta do ano 46 a.C. é que César Augusto
a reconstruiu. Quando Paulo chegou a Corinto, ela já era uma cidade
nova. Paulo entendeu que o florescimento da cidade favorecia a
semeadura do evangelho e pavimentava o caminho para a plantação de
uma nova igreja.

 A Razão Cultural

 Corinto era uma das cidades mais importantes do mundo, naquela


época, e isso por 3 razões:
 Pelo seu comércio

 Corinto era uma cidade marítima tinha um porto, e, naquela época,


era uma rota comercial importante e o comércio do mundo passava por
ali. Isso foi visto por Paulo como uma porta aberta para a pregação.
Plantar uma igreja em Corinto era abrir janelas de evangelização para o
mundo.

 Pela sua tradição esportiva

 Corinto era, também, uma cidade importantíssima na área dos


esportes. A prática dos jogos ístmicos de Corinto só era superada pelos
jogos olímpicos de Atenas. Corinto era uma cidade que atraía gente do
mundo inteiro para a prática esportiva.

 Pela sua abertura a novas idéias

 Corinto era uma cidade altamente intelectual. O principal hobby da


cidade era ir para as praças e ouvir os grandes filósofos e pensadores
exporem suas idéias. Era uma cidade que transpirava cultura e
conhecimento. Paulo entendia que o evangelho poderia chegar ali e
mudar a cosmovisão da cidade..

 A Razão Moral

 Embora Corinto fosse uma cidade acentuadamente intelectual, era


ao mesmo tempo profundamente depravada moralmente. Talvez, Corinto
tenha ganhado a fama de ser uma das cidades mais depravadas da
história antiga. A palavra korinthiazesthai,  viver como um coríntio, chegou
a ser parte do idioma grego, e significava viver bêbado e na corrupção
moral.

A cidade de Corinto era corrompida por algumas razões:

A prostituição. Naquela cidade, a deusa Afrodite era adorada e


tinha o seu templo sede na Acrópole, uma montanha com mais de 560
metros de altura, na parte mais alta da cidade. Afrodite era considerada a
deusa do amor. Mil sacerdotisas trabalhavam com prostitutas cultuais
nesse templo de Afrodite. “Milhares de coríntios adoravam seus deuses
‘visitando” essas “sacerdotisas” 

O homossexualismo. Corinto era uma cidade onde ficavam os


principais monumentos de Apolo. A adoração a Apolo induzia a juventude
de Corinto bem como a juventude grega em geral a se entregar ao
homossexualismo. Talvez Corinto fosse o centro homossexual do mundo
na época. Muitos membros da igreja de Corinto, antes da sua conversão,
tinham vivido na prática do homossexualismo (1Co 6.9-11)

 A Carnalidade. Havia na igreja de Corinto divisões e práticas


sexuais desregradas. A igreja de Corinto era uma igreja infantil e carnal.

 5.   A Razão Espiritual

 Corinto era uma cidade com muitos deuses e muitos ídolos. Até
hoje, quando se visita Corinto, pode se visualizar enormes estátuas e
monumentos que foram dedicados aos deuses. Por ver a cidade perdida
no cipoal de uma infinidade de deuses, Paulo entendeu que estavam
precisando do Deus verdadeiro.

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