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1 2 2 1
Nildo
Alves
Batista ,
Cristiano
Gil
Regis ,
Ivanete
Silva ,
Sylvia
Helena
Batista
1
Departamento
Saúde,
Educação
e
Sociedade;
Programa
Interdisciplinar
em
Ciências
da
Saúde;
Campus
Baixada
Santista,
Universidade
Federal
de
São
Paulo.
nbatista@unifesp.br;
sylvia.batista@unifesp.br
2
Programa
Interdisciplinar
em
Ciências
da
Saúde,
Campus
Baixada
Santista//Universidade
Federal
de
São
Paulo.
Cristiano.regis@ymail.com;
ivanete.silva@bol.com.br
Resumo.
Este
artigo
tem
como
objetivo
mapear
e
analisar
os
estudos
qualitativos
publicados
nos
periódicos
Medical
Education
(MEO)
e
Revista
Brasileira
de
Educação
Médica
(RBEM),
no
período
de
2011-‐2015,
enfatizando
referencial
teórico-‐metodológico,
tipos
e
instrumentos
de
pesquisa,
processo
de
análise
de
dados.
A
partir
da
análise
documental,
trabalhou-‐se
com
141
artigos
da
MEO
e
94
da
RBEM
que
tiveram
a
abordagem
qualitativa
como
orientadora
da
pesquisa.
Observa-‐se
que
pesquisas
de
educação
médica
com
abordagem
qualitativa
correspondem,
aproximadamente,
a
39%
do
total
de
pesquisa
neste
campo
(38,6%
na
MEO
e
39,6%
na
RBEM).
Estes
achados
indicam
a
relevante
contribuição
metodológica
que
esta
abordagem
tem
dado
para
o
avanço
do
conhecimento
relacionado
com
a
formação
de
médicos,
bem
como
um
esforço
para
colocar
em
diálogo
diferentes
aspectos
desse
processo.
A
análise
destas
pesquisas
reafirma
a
complexidade
da
pesquisa
qualitativa,
tanto
na
amplitude
de
seus
referenciais
teóricos
como
na
diversidade
de
objetos
de
estudo.
Palavras-‐chave:
educação
médica,
pesquisa
qualitativa,
análise
documental
1 Introdução
A
educação
médica
pode
ser
compreendida
como
um
campo
de
produção
de
conhecimento
que
envolve
investigações
sobre
múltiplos
níveis
e
aspectos
da
formação
em
Medicina
que
demandam
espaço
e
tempo
historicamente
situados,
uma
formação
sólida
e
consistente
na
área
e
diálogos
com
outras
áreas
de
conhecimento
em
uma
perspectiva
interdisciplinar
(Aguiar,
2004).
Nesta
perspectiva
complexa
e
multireferenciada,
a
educação
médica
abrange
diversos
momentos
de
formação
profissional:
desde
a
graduação,
residência
médica,
mestrado
e
doutorado,
até
a
educação
permanente
do
médico.
Minayo
(2014)
adverte
que
a
Educação
Médica
no
Brasil
“ainda
está
sob
a
influência
de
dois
processos
estruturantes:
o
modelo
flexneriano,
que
forma
médicos
especialistas,
e
o
positivismo,
que
estrutura
a
cabeça
do
cientista”.
Repensá-‐la
representa
movimentos
dialeticamente
articulados
de
buscar
caminhos
novos,
críticos
e
comprometidos
com
os
itinerários
educacionais
e
com
a
melhoria
da
qualidade
dos
serviços
de
saúde
(Eva
&
Lingard,
2008).
912
>>Atas
CIAIQ2016
>>Investigação
Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
Assim,
analisar
a
Educação
Médica
em
tempos
de
tão
profundas
transformações
exige
a
ousadia
de
não
enquadrar
as
demandas
em
velhos
modelos
de
aprendizagem,
assim
como
a
lucidez
de
encontrar,
nas
situações
concretas,
suas
potencialidades.
Assumi-‐la
como
campo
de
investigação
científica
nos
leva
a
reconhecer
que
a
pesquisa
“alimenta
a
atividade
de
ensino
e
a
atualiza
frente
à
realidade
do
mundo.
Portanto,
embora
seja
uma
prática
teórica,
a
pesquisa
vincula
pensamento
e
ação”
(Minayo,
2010,
p.
17).
Minayo
(2014)
acentua
que
a
educação
médica,
fundada
nas
raízes
das
ciências
naturais
e
historicamente,
distanciada
das
ciências
humanas
e
sociais,
tem
favorecido
a
formação
de
profissionais
no
paradigma
racionalista,
secundarizando
os
processos
de
subjetivação
e
intersubjetividade.
Schuwirth
e
van
der
Vieuten
(2006)
situaram
que,
dentro
dos
desafios
prementes
para
o
campo
da
Educação
Médica,
destaca-‐se
a
necessidade
de
um
aprimoramento
das
pesquisas,
abrangendo
o
alargamento
das
metodologias
de
investigação
(superando
o
modelo
biomédico
de
produção
de
conhecimento),
a
formação
de
pesquisadores
(rompendo
com
as
mera
recolha
de
dados),
a
criação
de
redes
colaborativas
entre
centros
de
educação
médica,
investindo
em
estudos
multicêntricos.
A
pesquisa
em
educação
médica
possibilita
explorar
e
investigar
uma
rede
de
objetos
de
estudos
relacionada
com
o
processo
ensino-‐aprendizagem-‐avaliação,
currículo,
metodologias
de
ensino,
gestão,
políticas
de
saúde
e
educação,
integração
ensino-‐serviço-‐comunidade,
dentre
outras
(Bligh
&
Parsell,
1999).
Aguiar
(2004)
discute
a
pesquisa
na
e
sobre
a
educação
médica
no
Brasil,
enfatizando
que
reconhece-‐
la
orientada
pelas
necessidades
de
saúde
é
um
disparador
para
o
trabalho
cooperativo
entre
os
diferentes
sujeitos
partícipes,
triangulando
metodologias
de
investigação
e
construindo
um
campo
comum
de
linguagem
e
práticas
de
produção
científica.
Neste
panorama,
um
conhecimento
mais
consistente
na
área
das
metodologias
qualitativas
mostra-‐se
como
fundamental,
tendo
em
vista
seu
potencial
de
aprofundamento
no
entendimento
do
significado
das
questões
que
a
envolvem.
A
abordagem
qualitativa
contribui
decisivamente
para
a
investigação
de
representações,
crenças,
valores,
que
se
expressam
nas
interações
sociais
produtoras
e
produzidas
na
Educação
Médica
(Silverman,
2010).
A
pesquisa
qualitativa,
segundo
Minayo
(2014),
ancora-‐se
nas
categorias
científicas,
na
intersubjetividade,
na
criatividade
e
na
comunicabilidade.
Insere-‐se,
desta
maneira,
o
desafio
de
aproximar-‐se
das
pesquisas
qualitativas
como
interlocutoras
crítico-‐reflexivas,
conhecendo
suas
metodologias,
ponderando
sobre
teorias
e
métodos
e
discutindo
seus
paradigmas
(Someckh
&
Lewin,
2015).
O
presente
estudo
busca
a
referida
aproximação
por
meio
do
estudo
da
literatura
científica:
em
movimentos
de
leitura,
exame
e
reflexão,
parte-‐se
do
reconhecimento
de
que
os
textos
científicos
publicados
não
são
monolíticos,
abrangem
campos
diversos
de
produção
de
conhecimento
e
estão
inscritos
socialmente.
(Someckh
&
Lewin,
2015)
A
questão
central
proposta
é:
como
a
abordagem
qualitativa
está
sendo
utilizada
nas
pesquisas
em
educação
médica?
E
como
indagações
secundárias:
com
qual
frequência
estão
sendo
utilizadas?
Quais
os
referenciais
teórico-‐metodológicos
assumidos?
Quais
os
tipos
de
estudo
utilizados?
Quais
os
instrumentos
de
produção
de
dados?
Como
é
descrita
a
análise
dos
dados?
Assume-‐se
como
objetivo
deste
artigo
mapear
e
analisar
os
estudos
qualitativos
publicados
em
dois
periódicos
de
referência
na
área
no
período
de
2011-‐2015,
sendo
um
nacional
e
um
internacional.
2 Metodologia
Este
estudo
compreende
uma
análise
documental
de
artigos,
identificados
como
estudos
originais,
que
utilizam
abordagens
qualitativas,
publicados
nos
periódicos
Medical
Education
On
Line
(MEO)
e
913
>>Atas
CIAIQ2016
>>Investigação
Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
Revista
Brasileira
de
Educação
Médica
(RBEM),
no
período
de
2011
a
2015,
enfatizando
referencial
teórico-‐metodológico,
tipos
e
instrumentos
de
pesquisa,
processo
de
análise
de
dados.
A
análise
documental
é
considerada
uma
técnica
exploratória
bastante
valiosa,
por
permitir
desvelar
aspectos
novos
de
um
tema
ou
problema,
utilizando
os
materiais
escritos
para
se
obter
fontes
de
informações
sobre
o
comportamento
humano
(Alves-‐Mazzotti
&
Gewandsznajer,
2002;
Ludke
&
André,
2005;
Bogdan
&
Biklen,
1994;
Chizzotti,
2008).
É
bastante
utilizada
em
estudos
do
tipo
descritivo-‐exploratório,
de
abordagem
qualitativa,
pois
procura
analisar
a
realidade
segundo
a
visão
de
seus
sujeitos,
em
face
de
suas
condições
sociais,
históricas,
com
suas
classes,
valores
e
significados
(Minayo
2010;
Denzin
&
Lincoln,
2003).
Os
periódicos
foram
escolhidos
pela
relevância
que
têm
no
campo
da
educação
médica.
De
âmbito
inernacional,
MEO
é
uma
revista
científica
de
acesso
aberto,
peer-‐reviewed,
com
a
finalidade
de
divulgar
informações
sobre
a
educação
e
formação
de
médicos
e
outros
profissionais
de
saúde.
Foi
lançada
em
1996
como
o
primeiro
jornal
on-‐line
disponível
gratuitamente
no
campo
da
educação
médica
e
desde
então
tem
crescido,
tornando-‐se
uma
fonte
altamente
relevante
de
informação
nesta
área.
Tem
uma
periodicidade
mensal
e
está
indexada
na
base
PubMed.
A
Revista
Brasileira
de
Educação
Médica
(RBEM),
lançada
em
1977,
é
um
periódico
de
tiragem
trimestral
indexado
na
Scientific
Electronic
Library
Online
(SciELO).
É
atualmente
o
único
periódico
nacional
especializado
na
área
e
publica
trabalhos
científicos
originais,
debates,
análises
e
resultados
de
investigações
sobre
temas
considerados
relevantes
nas
áreas
de
Educação
Médica.
A
partir
da
questão
central
-‐
como
a
abordagem
qualitativa
está
sendo
utilizada
nas
pesquisas
em
educação
médica?
–
empreendeu-‐se
um
busca
ancorada
nas
seguintes
estratégias:
(1)
leitura
dos
resumos
dos
artigos,
identificando
a
abordagem
qualitativa
na
descrição
metodológica
e/ou
no
referencial
teórico
adotado;
(2)
seleção
dos
artigos
para
leitura
integral
dos
textos;
(3)
leitura
integral
apreendendo
referencial
teórico-‐metodológico,
tipos
e
instrumentos
de
pesquisa,
processo
de
análise
de
dados.
Como
critérios
de
inclusão
foram
considerados
os
artigos
originais
que
utilizaram
abordagem
qualitativa,
publicados
nos
dois
periódicos
entre
os
anos
de
2011
e
2015.
Este
critério
foi
estabelecido
a
partir
do
objetivo
assumido,
para
este
estudo.
Foram
excluídos
os
estudos
que
não
eram
pesquisas
originais
(artigos
de
natureza
editorial,
ensaios,
relatos
de
experiências)
e/ou
que
não
assumiram,
no
resumo,
a
abordagem
qualitativa
no
seu
referencial
teórico-‐metodológico.
A
análise
dos
dados
procurou
caracterizar
os
artigos
selecionados
quanto
a
tipo
de
estudo,
referencial
teórico-‐metodológico
adotado,
instrumentos
de
produção
de
dados
e
métodos
de
análise
de
dados,
organizando-‐os
em
tabelas
e
gráficos.
3 Resultados
Nos
60
números
publicados
pela
MEO
de
2011
a
2015,
identificamos
365
artigos
originais,
dos
quais
141
(38,6%)
apresentam
pesquisas
que
adotaram
a
abordagem
qualitativa
em
seus
percursos
metodológicos.
Destes,
16
utilizam
abordagem
quantitativa
juntamente
com
a
qualitativa.
Refinando
o
olhar
sobre
as
metodologias
propostas,
identificamos
que,
em
sua
maioria,
os
artigos
não
trazem
informações
sobre
o
referencial
teórico
adotado
(74,6%
deles)
e
sobre
o
tipo
de
estudo
(63,9%).
No
escopo
de
análise,
20
estudos
são
baseados
na
Teoria
Fundamentada
nos
Dados
e
12
nomearam-‐se
estudos
qualitativos.
Há,
ainda,
7
estudos
exploratórios,
5
estudos
de
caso,
2
914
>>Atas
CIAIQ2016
>>Investigação
Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
Tabela
1.
Características
metodológicas
de
artigos
de
abordagem
qualitativa
publicados
no
periódico
Medical
Education
On
Line
de
2011
a
2015.
Características
n
%
Referencial
teórico
adotado
Referencial
teórico
não
especificado
105
74,6
Construtivismo
15
10,6
Fenomenologia
9
6,4
Construtivismo
Social
4
2,8
Teoria
da
Atividade
2
1,4
Figured
Worlds
Theory
2
1,4
Interacionismo
1
0,7
Teoria
Social
Cognitiva
1
0,7
Genre
Systems
Theory
1
0,7
Hermenêutica
Fenomenológica
1
0,7
Tipo
de
estudo
Tipo
de
estudo
não
especificado
90
63,9
Teoria
Fundamentada
nos
Dados
20
14,2
Estudo
Qualitativo
12
8,5
Estudo
Exploratório
7
5,0
Estudo
de
Caso
5
3,5
Pesquisa-‐ação
2
1,4
Estudo
Etnográfico
2
1,4
Estudo
Narrativo
2
1,4
Estudo
Fenomenológico
1
0,7
Análise
de
dados
Análise
descrita,
mas
não
nomeada
54
38,3
Teoria
Fundamentada
nos
Dados
33
23,4
Análise
temática
29
20,6
Análise
de
conteúdo
10
7,1
Análise
fenomenológica
8
5,7
Análise
de
conteúdo
temática
3
2,1
Análise
de
discurso
3
2,1
Imersão-‐cristalização
1
0,7
Software
para
análise
de
dados
qualitativos
Não
utilizou
software
89
63,1
Software
NVivo
32
22,7
Software
ATLAS.ti
13
9,2
Software
MaxQDA
4
2,8
Software
Dedoose
2
1,4
Software
MINDGENIUS
1
0,7
915
>>Atas
CIAIQ2016
>>Investigação
Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
Entrevista
semiestruturada 66
Grupo
focal 38
Entrevista 25
Narrativa 13
Questionário
aberto 10
Filmagem 7
Observação
não-‐participante 5
Diário
de
campo 4
Observação
participante 4
Entrevista
em
profundidade 3
Fig.
1.
(Instrumentos
de
coleta
de
dados
utilizados
em
pesquisas
de
abordagem
qualitativa
publicados
no
periódico
Medical
Education
de
2011
a
2015.)
A
RBEM
publicou,
no
período
estudado,
237
pesquisas
originais,
dentre
as
quais
64
utilizaram
metodologias
qualitativas
e
30
utilizaram
tanto
metodologias
qualitativas
quanto
quantitativas,
perfazendo
94
artigos
(39,6%)
com
abordagem
qualitativa.
Apenas
5
pesquisas
utilizaram
referencial
teórico
metodológico
em
sua
condução.
Três
deles
basearam-‐se
na
Teoria
das
Representações
Sociais,
um
no
Interacionismo
e
um
no
Construtivismo.
Cinquenta
por
cento
dos
artigos
não
explicitaram
o
tipo
de
estudo
realizado,
16%
realizaram
estudos
do
tipo
descritivo
e
exploratório,
10,4%
apenas
descritivo
e
9,6%
apenas
exploratório.
Os
demais
14%
referiram-‐se
a
estudos
intitulados
como
qualitativos,
estudos
de
caso,
etnográficos,
pesquisa-‐ação
e
comparativo.
A
análise
de
conteúdo
foi
o
método
de
análise
mais
utilizado
(36,2%),
seguida
de
análise
temática
(13,8%),
análise
de
conteúdo
temática
(10,6%),
discurso
do
sujeito
coletivo
(8,5%)
e
análise
de
discurso
(3,2%).
Em
13,8%
dos
artigos,
a
análise
de
dados
foi
descrita,
apesar
de
não
ter
sido
nomeada
e
6,4%
não
descreveram
ou
nomearam
a
análise.
Apenas
2
estudos
utilizaram
softwares
de
análise
de
dados
qualitativos.
Tabela
2.
Características
metodológicas
de
artigos
de
abordagem
qualitativa
publicados
no
periódico
Revista
Brasileira
de
Educação
Médica
de
2011
a
2015.
Características
n
%
Referencial
teórico
adotado
Referencial
teórico
não
especificado
89
94,6
Teoria
das
Representações
Sociais
3
3,2
Interacionismo
1
1,1
Construtivismo
1
1,1
Tipo
de
estudo
Tipo
de
estudo
não
especificado
47
50,0
916
>>Atas
CIAIQ2016
>>Investigação
Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
Características
n
%
Estudo
Descritivo
e
Exploratório
15
16,0
Estudo
Descritivo
10
10,4
Estudo
Exploratório
9
9,6
Estudo
Qualitativo
4
4,3
Estudo
de
Caso
4
4,3
Estudo
Etnográfico
2
2,1
Pesquisa-‐ação
1
1,1
Pesquisa
convergente-‐assistencial
1
1,1
Estudo
Comparativo
1
1,1
Análise
de
dados
Análise
de
conteúdo
34
36,2
Análise
temática
13
13,8
Análise
descrita,
mas
não
nomeada
13
13,8
Análise
de
conteúdo
temática
10
10,6
Discurso
do
Sujeito
Coletivo
8
8,5
Sem
descrição
de
análise
de
dados
6
6,4
Análise
de
discurso
3
3,2
Hermenêutica-‐Dialética
2
2,1
Análise
ideográfica
e
nomotética
2
2,1
Discurso
do
Sujeito
1
1,1
Leitura
Isotópica
1
1,1
Método
de
Interpretação
dos
sentidos
1
1,1
Software
para
análise
de
dados
qualitativos
Não
utilizou
software
92
97,8
Software
QualiQuantiSoft®
1
1,1
Software
ATLAS.ti
1
1,1
A
entrevista
semiestruturada
foi
o
instrumento
de
coleta
de
dados
mais
utilizado
nas
publicações
analisadas,
sendo
citada
em
44
delas.
Grupos
focais,
questionários
com
questões
discursivas
e
entrevistas
são
instrumentos
utilizados
em
18,
16
e
12
pesquisas,
respectivamente.
Observação
participante
e
não-‐participante,
narrativa,
diário
de
campo,
tarjeta,
entrevista
em
profundidade
e
filmagem
também
foram
utilizadas,
mas
em
menor
número.
Entrevista
semiestruturada 44
Grupo
Focal 18
Questionário
aberto 16
Entrevista 12
Observação
não-‐participante 4
Narrativa 3
Diário
de
campo 2
Tarjeta 2
Observação
participante 2
Entrevista
em
profundidade 2
Filmagem 1
Fig.
2.
(Instrumentos
de
coleta
de
dados
utilizados
em
pesquisas
de
abordagem
qualitativa
publicados
na
Revista
Brasileira
de
Educação
Médica
de
2011
a
2015).
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Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
4 Discussão
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Qualitativa
em
Saúde//Investigación
Cualitativa
en
Salud//Volume
2
pesquisa
interpretativa
situada
como
uma
variante
dentro
do
interacionismo
simbólico,
voltada
para
o
conhecimento
do
significado
que
determinada
situação
ou
objeto
tem
para
o
outro
(Cassiani,
Caliri,
&
Pelá,
1996).
Nos
artigos
nacionais,
identifica-‐se
uma
centralidade
em
estudos
descritivos
e
exploratórios.
A
pesquisa
descritiva,
juntamente
com
a
pesquisa
exploratória,
são
empreendidas
pelos
pesquisadores
sociais
preocupados
com
a
atuação
prática
(Polit,
Beck,
&
Hungler,
2004),
No
que
se
relaciona
à
análise
de
dados,
os
artigos
estudados
no
periódico
MEO
situam
novamente
a
Teoria
Fundamentada
nos
Dados:
segundo
Strauss
e
Corbin
(1990)
o
processo
analítico
tem
por
objetivos
construir
a
teoria,
dando
ao
processo
científico
o
rigor
metodológico
necessário.
Neste
sentido,
caracteriza-‐se
como
um
referencial
de
análise
que
orienta
o
investigador
que
pretende
utilizá-‐la
e
como
um
referencial
metodológico
para
estudos
interacionistas
(Cassiani
et
al.,
1996).
Nos
artigos
nacionais
selecionados
e
analisados,
verifica-‐se
que
a
análise
de
conteúdo
emerge
como
uma
proposta
analítica
bastante
presente
no
campo
da
educação
médica.
Rodrigues
e
Leopardi
(1999)
afirmam
que
a
análise
de
conteúdo
refere-‐se
ao
estudo
dos
conteúdos
latentes
(nas
figuras
de
linguagem,
reticências,
entrelinhas)
e
dos
manifestos.
5 Conclusões
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919
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>>Investigação
Qualitativa
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Cualitativa
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2
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