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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO
RURAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PROFISSIONAL AGRÍCOLA DO


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, SECRETARIA DE AGRICULTURA FAMILIAR
E COOPERATIVISMO

RELATÓRIO TÉCNICO
PERÍODO: 05 de junho a 05 de julho de 2022

Joel Marques de Oliveira

UNIDADE
EMATER-RIO, ESLOC de Guapimirim

Guapimirim
2022

1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

No dia 6 de julho de 2022, recebemos no ESLOC o produtor José Geraldo Magalhães,


solicitando orientações na agroindústria de queijo. Ao longo do mês, diariamente o escritório
recebe produtores com diversas demandas. A principal demanda foi a renovação da DAP
(Declaração de Aptidão ao PRONAF). Os produtores foram incentivados a renovarem suas
DAPSs, tendo em vista que a DAP foi reformulada. A partir do dia 1 de julho a DAP foi
substituída pelo Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). Os cadastrados no CAF
deverão emitir nota fiscal de sua produção. Essa atividade possibilita o contato profissional
com lideranças e produtores, além do conhecimento das vias de acesso às políticas públicas
para a agricultura familiar.
No dia 9 de julho, acompanhamos a segunda reunião do Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC 2) da Comperj. O Movimento Viva Água - Baía de Guanabara, visa compensar danos
ambientais causados pela indústria petroquímica. As ações buscam promover o aumento da
cobertura florestal e a promoção da agricultura sustentável na Bacia Guapi-Macacu. O projeto
envolve mais de 15 instituições, entre elas a Prefeitura Municipal de Guapimirim, a
EMATER-Rio e a UFRRJ. Este encontro entre lideranças locais dos produtores rurais,
ocorreu no Parque Estadual dos Três Picos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Nele
os moderadores desenvolveram metodologias participativas com os representantes, onde
foram levantadas as demandas percebidas pela população assentada na bacia. Com os
resultados obtidos será possível um melhor direcionamento do recurso de aproximadamente
R$ 3,5 milhões. Esta atividade de extensão nos possibilitou uma experiência profissional de
aplicação de metodologias participativas e contato com as lideranças dos produtores rurais.

FIGURA 1: Apresentação do projeto do Termo de Ajustamento de Conduta 2 (TAC2) da


Comperj.

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FIGURA 2: Material utilizado para auxílio das metodologias participativas.

A Secretária de Agricultura em parceria com o SENAR sedia quase que semanalmente


capacitações com temáticas de interesse à comunidade rural. Nesse mês foram ministrados
cursos de produção de cogumelos, cultivo hidropônico, plantas ornamentais tropicais,
operação e manutenção de tratores agrícolas. Do dia 13 ao dia 15, acompanhamos o curso de
plantas ornamentais tropicais, ministrado pela agrônoma da secretaria, Silvia Michele, que
também é instrutora do SENAR. No curso foi apresentado aspectos da cadeia produtiva das
plantas ornamentais tropicais. As plantas ornamentais tropicais têm como principal produção
partes vegetativas. Essas folhagens são utilizadas na confecção de arranjos florais. Também
são produzidas e comercializadas partes reprodutivas, as flores e inflorescências. Esse
segmento da floricultura possui a vantagem de maior durabilidade dos arranjos e maior
facilidade de produção, comparado com o cultivo de plantas ornamentais de clima temperado,
como as rosas. O curso foi focado em plantas para corte, onde visitamos empreendimentos
com essa finalidade. Também visitamos um horto, onde foi visto a produção para
comercialização em vasos. Um nicho de mercado citado para esse segmento é o aluguel das
plantas em vasos para a decoração de eventos. Esta atividade foi uma importante fonte de
informações técnicas e um exemplo de atividade de extensão complexa.

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FIGURA 3: As duas primeiras imagens mostram duas diferentes propriedades visitadas nos
cursos, exemplificando a produção para corte. A terceira e a quarta foto nos mostram uma
propriedade urbana, cujo a produtora comercializa sua produção, em vasos, na Feira do
Produtor Rural do Município.

No dia 20, acompanhamos uma vivência em extração de óleos essenciais do grupo de


trabalho em plantas medicinais, promovido pela Secretaria de Agricultura, coordenado pela
agrônoma Silvia Michele. A vivência aconteceu na Fazenda Colomi, um antigo latifúndio,
onde se produziam bananas. A fazenda possui uma extensa área montanhosa que com o passar
dos anos foi se tornando floresta novamente. Atualmente a área é, quase que em sua
totalidade, floresta secundária no bioma Mata Atlântica. A pequena área que que não é
floresta, ao redor da sede, é jardim e está sendo implantado um cultivo de plantas medicinais.
A atividade da fazenda é o ecoturismo. A fazenda promove vários cursos com a temática de
fitoterapia. Na vivência executamos uma extração de óleo essencial do Cymbopogon citratus,
que possui vários nomes populares tais como: capim-cidreira, capim-limão e capim-santo. Os
óleos essenciais são associados à defesa da planta. Possuem diversos usos antrópicos, como
medicamentos, cosméticos e terapias. Apesar do nome, os óleos essenciais não são lipídeos e
sim terpenos voláteis, receberam esse nome devido a sua baixa densidade, o que faz os
mesmos sobrenadarem em solução aquosa. A extração pode ser feita por vários métodos que
variam com o tipo de material utilizado. A metodologia utilizada na vivência foi a extração
por arraste a vapor, realizada com um destilador. Um dos produtos da extração é o hidrolato,
anteriormente tido como subproduto e atualmente com vários destinos. Esta atividade foi de
extrema importância para o conhecimento técnico-científico, tendo em vista que alguns óleos
essenciais podem ser utilizados na agricultura como defensivos ou medicamentos para
animais.

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FIGURA 4: A primeira imagem é o jipe utilizado para ter acesso à fazenda, pois é um local de
difícil acesso. A segunda imagem é uma área de agrofloresta com bananeiras, presente na
fazenda. A terceira imagem é a área cultivada com plantas medicinais, onde vemos os
canteiros com capim-cidreira. A quarta imagem é do capim colhido, lavado e picado. Pronto
para ser inserido no destilador. O equipamento é mostrado na quarta imagem. A quinta

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imagem é do funil de separação, onde vemos o óleo essencial na fase sobrenadante. Na fase
abaixo, vemos o hidrolato.

No dia 29, acompanhamos uma reunião onde estava presente o Secretário de Agricultura,
Rafael Vivas; representantes de associações de produtores e cooperativas; supervisores da
EMATER-Rio e demais representações políticas. Nesta reunião se discutiu o fornecimento de
alimentos por produtores locais para a alimentação escolar. As ofertas e demandas da região.
Esta atividade foi importante para se entender o ambiente corporativo, as políticas públicas e a
administração pública.
No dia primeiro de julho visitamos três produtores da comunidade da Cotia, todos filhos de
japoneses. A do produtor Takuo Tiba, onde se produzia goiaba, feijão, mandioca e milho; a do
produtor Paulo onde se produzia goiaba e a do produtor Hugo Naka Akiyoshi, que estava
cogitando implantar a atividade de piscicultura, além da produção presente na propriedade.
Fomos acompanhados de um funcionário da secretaria, antigo funcionário da extinta
Cooperativa Cotia, que atendia os produtores desta localidade. Atualmente os produtores se
queixam das cooperativas que os atendem, por demorarem a pagarem pelos produtos
entregados. O produtor Paulo nos relatou golpes por parte de vendedores autônomos. Essas
são queixas recorrentes, que tenho ouvido várias vezes, em diferentes locais, ao longo da
minha vida acadêmica. Essa atividade me fez notar a recorrência destes problemas, na
agricultura convencional, que conta com uma maior aquisição de insumos e uma maior
produção, necessitando atravessadores. Com toda certeza existe a necessidade das
cooperativas adotarem ações que visem o pagamento à vista dos produtos adquiridos. Isso
aumentará a confiança por parte dos produtores. Quanto aos vendedores, temos percebido
uma total falta de ética em muitos casos. Pois muitas empresas de insumos pagam seus
funcionários por comissão e os mesmos possuem metas a bater. Não importando se o produto
que vendem ao produtor é necessário ao mesmo ou trará o retorno prometido.

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FIGURA 5: Na primeira imagem vemos a cultura do aipim recém implantada, consorciada


com o milho. Na segunda e terceira figura vemos o trato cultural de poda e calagem das
goiabeiras.

2 ATIVIDADES DE FORMAÇÃO CONTINUADA

NOME DA ATIVIDADE: Curso de extensão SENAR


OBJETIVO: Qualificação de produtores rurais
CARGA HORÁRIA: 15h
LOCAL: Secretaria de Agricultura de Guapimirim
MEDIADOR(ES): Silvia Michele

3 DIFICULDADES ENCONTRADAS

Neste período me inscrevi para dois programas de mestrado, e tive que providenciar a
documentação, além de realizar uma prova. Me inscrevi também na bolsa de extensão do
SEBRAE, divulgada no grupo de Whatsapp dos residentes. Esses processos seletivos me
tomaram um pouco de tempo. Com esse motivo, realizei menos acompanhamentos
comparado ao mês anterior.

4 ATIVIDADES EM ANDAMENTO/ PROGRAMADAS

● Visita à Feira Agroecológica de Guapi Mirim.


● Atendimento aos produtores que procuram a Empresa e a Secretaria.
● Realização de atividades de formação continuada.
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● Prosseguimento com o acompanhamento das atividades do TAC2 Comperj.

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Anexo II: Instrumento de acompanhamento, monitoramento e avaliação dos resultados

Resultados Mensais Alcançados


Meta
Ações de ATER 2022 2023
Anual Total
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
1-Conhecimento da
realidade
socioeconômica e X X
ambiental da área de
atuação
2-Conhecimento da
estrutura e missão da X X
EMATER-RIO
3-Capacitação em
metodologias de
ATER, com ênfase
em ATER remota.
4-Capacitação em
mercado institucional
5-Capacitação em
crédito rural e
agrofundo
6-Apoio a Feiras da
X
Agricultura Familiar
7- Apoio a
associações e
X X
cooperativas da
agricultura familiar

1

8-Apoio na
realização de
metodologias de 3 3
ATER grupais e
complexas
9-Participação na
organização de
cursos ou outra 0 1
atividade de
treinamento
10-Participação na
organização de 1 0
Evento
11-Participação em
Reunião Técnica 2 2

12-Outras ações de
extensão 12 18

13-Número de
Agricultores
279 30 20
atendidos (sem
repetição)
14-Mulheres
atendidas (sem xx 15 10
repetição)
15-Jovens atendidos
xx 1 2
(sem repetição)

2

16-Participação na 0
Elaboração de
xx 0
Projetos de crédito*
(sem repetição)
17-Apoio aos 1
produtores ou
participação na xx 1
execução de projetos
de PNAE e PAA

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Anexo I: Controle da Frequência do Profissional residente


FOLHA DE FREQUÊNCIA
Programa Residência Profissional Agrícola MAPA/UFRRJ/EMATER-RIO
NOME RESIDENTE: LOTAÇÃO: MÊS/ANO:

PRIMEIRO
EXPEDIENTE SEGUNDO EXPEDIENTE VISTO
DIA (8:30 às 12:00) (14:00 às 17:30) SUPERIOR
1
2
3      
4 Sábado Sábado ********
5 Domingo Domingo ********
6      
7      
8
9
10      
11 Sábado Sábado ********
12 Domingo Domingo ********
13      
14      
15
16
17      
18 Sábado Sábado ********
19 Domingo Domingo ********
20      
21      
22
23
24      
25 Sábado Sábado ********
26 Domingo Domingo ********
27      
28      
29

1

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Guapimirim, 05 de julho de 2022

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Supervisor Local
Ronaldo Willemen de Faria

Obs.: Considerar as informações no item 6 do edital Nº 02/2022


PROEXT/INSTITUTO DE AGRONOMIA, relativas à frequência do profissional residente.

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