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Integral Definida

Integral Definida

Beto Rober Bautista Saavedra

UNIVASF

June 26, 2023


Integral Definida

Sumário

1 Introdução

2 Somatória

3 Somas de Riemann
Rb
4 A Integral Definida a f (x)dx

5 Exercícios Resolvidos
Integral Definida
Introdução

Introdução
Integral Definida
Introdução

Escopo Norteador

Mostrar o Cálculo como uma ferramenta básica para a Otimização e o Estudo


Analítico de Problemas do Mundo Físico.
Competência e Destreza no uso das Noções Básicas de Derivação e
Integração de Funções de uma variável real.
Integral Definida
Introdução

Epigrafe1

“ Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma
oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da
beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da
comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer ”

Albert Einstein.
Integral Definida
Introdução

Epigrafe2

“ ..... Não existe uma estrada real para a ciência, e somente aqueles que não
temem a fadiga de galgar suas trilhas escarpadas têm chance de atingir seus
cumes luminosos. ”

Tirado do Prefácio da Edição Francesa do O Cápital. Karl Marx Londres, 18 de


março de 1872.
Integral Definida
Introdução

Epigrafe3

“ Ex nihilo nihil fit ≈ Nada surge da nada 1 ”

Poeta e Filósofo Lecrecio.

1
Enuncio este princípio na sua obra De Rerum Natura.
Integral Definida
Introdução

Epigrafe4

“ ... Muitas das atuais teorias matemáticas surgiram da ciência aplicada, e só


depois adquiriram aquel aspecto axiomático e abstrato que tanto dificulta o seu
aprendizado. ”

V.I. Arnold.Eminente Matemático.


Integral Definida
Somatória

Somatória
Integral Definida
Somatória

Somatória-1

Para expressar a soma de um número finito termos, de forma compacta, usaremos a seguinte
notação
Xm
ai = an + an+1 + ... + am ,
i=n

onde
m é o limite superior da somatória,
n é o limite inferior da somatória,
i é o índice da somatória (pode ser usado qualquer letra) e
ai é a fórmula para o i-ésimo termo.
Integral Definida
Somatória

Somatória-2

Exemplo1.
5
X
i = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15.
i=1

Exemplo2. Exemplo5.
5 5
i+1 2
X
2 (−1) i = 1 − 4 + 9 − 16 + 25 = 15.
X
i = 1 + 4 + 9 + 16 + 25 = 55.
i=1 i=1

Exemplo3. Exemplo6.
5
X 5
X
3i = 3 i = 45.
6 i=1 i=1
2
X
(i − 1) = 1 + 4 + 9 + 16 + 25 = 55.
i=2 Exemplo7.
5 5 5
2 2
X X X
3i + i = 3 i+ i = 45 + 55 = 100.
Exemplo4.
i=1 i=1 i=1

5
2 2
X
i −(i−1) = (4−1)+(9−4)+(16−9)+(25−16) = 25−1 = 24.
i=2
Integral Definida
Somatória

Somatória-3

Teorema1. Seja k uma constante qualquer.


Pm
(a) i=1 k = mk .
Pm Pm Pm
(b) i=1 kai + bi = k i=1 ai + i=1 bi .
Pm Pm+j
(c) i=n ai = i=n+j ai−j .
Pm
(d) i=2 ai − ai−1 = am − a1 .
Pn Pn
(e) ai ≤ bi , i = 1, 2, ..., n implica i=1 ai ≤ i=1 bi
Pn Pn
(f) i=1 ai ≤ i=1 |ai |

.
Provaremos o item (d) de modo não muito rigoroso. As provas dos outros itens se fundamentam nas propriedades asociativa, comutativa e distributiva
da soma e nas propriedades das desigualdades. Deixam-se a cargo do discente.

m
X
ai − ai−1 = (a2 − a1 ) + (a3 − a2 ) + (a4 − a3 ) + .... + (am−1 − am−2 ) + (am − am−1 )
i=2
= −a1 + (a2 − a2 ) + (a3 − a3 ) + .... + (am−1 − am−1 ) + am
= am − a1 
Integral Definida
Somatória

Somatório-4
Teorema2. Seja n um inteiro positivo qualquer.
Pn n(n+1)
(a) i=1 i = 2
.
Pn 2 n(n+1)(2n+1)
(b) i=1 i = 6
.
n(n+1) 2
Pn  
3
(c) i=1 i = 2
.
m+1
r i = 1−r
Pm
(d) i=0 1−r
, ∀r ∈ R − {1}.
.
Pelo Teorema 1.d, tem-se

n n n n
2 2 2 2 2
X X X X
i − (i − 1) = n − 1 ⇒ 2i − 1 = n − 1 ⇒ 2 i− 1=n −1
i=2 i=2 i=2 i=2
n n
2 2 2
X X
⇒ 2 i = 1+n −1=n−1+n −1=n+n −2
i=2 i=2
n n
X 2
X n2 + n (n + 1)n
⇒ 2 i =n+n ⇒ i = =
i=1 i=1
2 2

As outras somatórias, se provam analogamente; exceto a somatória do item (d) que é a soma dos termos de uma progressão geométrica de razão
r 6= 1 
Integral Definida
Somas de Riemann

Somas de Riemann
Integral Definida
Somas de Riemann

Somas de Riemann-1

Seja f : [a, b] → R definida no intervalo fechado e limitado [a, b].


Sejam os números reais a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn−1 < xn = b que são extremos de n subintervalos [xi−1 , xi ]. O conjunto
formado por estes números
P = {a = x0 , x1 , x2 , x3 , . . . , xn−1 , xn = b}

será chamado de Particão do Intervalo [a,b].


Cada i-ésimo intervalo [xi−1 , xi ] tem comprimento 4xi = xi − xi−1 . A norma da partição P é definida como o maior de todos os
comprimentos dos subintervalos, ou seja,
|P| = max {4xi }.
1≤i≤n

Sejam os pontos arbitrarios c1 , c2 , . . . , cn nesses subintervalos de tal forma que ci está no i−ésimo subintervalo [xi−1 , xi ].

Definimos a Soma de Riemann de f, relativa à Partição P e à escolha dos pontos ci por


n
X
S(f ; P) = f (ci )4xi
i=1
Integral Definida
Somas de Riemann

Se a função f é não negativa, isto é,


f (x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b],
S(f;P) é a área da região formada pela união dos retângulos de base [xi−1 , xi ] e de altura f (ci )
como mostra a figura a seguir
Integral Definida
Somas de Riemann

No caso geral, o valor de S(f , P) pode ser positivo ou negativo ou nulo,


dependendo dos valores f (ci ). Veja a figura aseguir,
Integral Definida
Somas de Riemann

Somas de Riemann-2

Vamos visualizar o comportamento dinâmico das Somas de Riemann S(P, f ) quando


|P| → 0, sob escolhas de pontos notáveis ci ∈ [x−1 , xi ]. Simplificamos a tarefa supondo a função
f : [a, b] → R crescente, continua e não negativa. Além disso, dividimos o intervalo em n
subintervalos de comprimento b−a n
. Ou seja, |P| = b−a
n
. Não se perde generalidade, pensar na
2
função f (x) = x restringida ao intervalo [0,1].
Integral Definida
Somas de Riemann

Pelo Teorema de Weierstrass aplicado a f sobre cada [xi−1 , xi ], existem os pontos notáveis
xi? , xi] ∈ [xi−1 , xi ] tais que
f (xi? ) ≤ f (x) ≤ f (xi] ), ∀x ∈ [xi−1 , xi ].
Denotemos as seguintes somas de Riemann com estes pontos notáveis:
n
X n
X
Ln = f (xi? )4xi e Rn = f (xi] )4xi
i i
b−a
Como |P| = tem-se |P| → 0 ⇔ n → +∞. A seguir, ilustramos o comportamento de Ln e
n
,
Rn quando n → +∞.
Integral Definida
Somas de Riemann
Integral Definida
Somas de Riemann
Integral Definida
Somas de Riemann

Seja S a região planar limitada pelo gráfico de f , pelas retas verticais x=a e x=b, e pelo eixo X. Ver
figura abaixo

No caso particualr da função f (x) = x 2 ,restringida ao intervalo [0, 1], tem-se


Integral Definida
Somas de Riemann

Denotamos o area da região S por A(S). Se observa que

Ln ≤ A(S) ≤ Rn , ∀n ∈ N.

Além disso, as ilustrações nos induzem a presumir que os valores Ln e Rn se aproximam de


A(S) quando n → +∞, ou, equivalentemente, quando |P| → 0.
Salienta-se que estamos tratando dois típos especiais de somas de Riemann; pois, o intervalo
[0, 1] foi dividido em n subintervalos de comprimento n1 , e os pontos ci são os pontos extremos
de cada subintervalo. Na seguinte seção, registraremos a condição que garante a convergência de
todas somas de Riemann de uma função a um único limite. No caso particular da função ser não
negativa, o limite seria A(S), definido acima.
Integral Definida
Somas de Riemann

Rb
A Integral Definida a f (x)dx
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-1
Estamos interessados em aquelas funções f : [a, b] → R, cujas somas de Riemann S(f ; P) se aproximam de um único valor I quando a norma
|P| tende a zero, sem importar se o intervalo [a, b] foi dividido em subintervalos [xi−1 , xi ] de igual comprimento, nem tampouco, como foram
selecionados os pontos ci ∈ [xi−1 , xi ]. Formalizaremos estas exigências como segue:

Seja a função f : [a, b] → R. A função f é integrável em [a,b] se


existe um número I tal que, para todo  > 0 dado, existe um
δ > 0 tal que, para toda partição P para a qual |P| < δ, com
ci ∈ [xi−1 , xi ] arbitrário, i = 1, 2, ..., n, tem-se
n
X
f (ci )4xi − I < 



i=1

Neste caso escrevemos


n
X
I = lim f (ci )4xi = lim S(f ; P).
|P|→0 |P|→0
i=1
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

Rb
O número I é chamado de Integral Definida de f de a até b e denotado por a
f (x)dx. Assim,
Z b n
X
f (x)dx = lim f (ci )4xi ,
a |P|→0
i=1

se o limite existir. As componentes do símbolo


Z b
f (x) dx
a |{z}
integrando
são o limite inferior de integração, a, o limite superior de integração, b, a diferencial de x, dx, e o
integrando f(x)
R
O símbolo parece a letra s alongada e faz alusão a uma soma enquanto dx faz alusão ao
comprimento dos subintervalos [xi−1 , xi ], aliás, veremos futuramente a grande utilidade técnica de
dx para a integração.
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-2
Considerando os comentários e as notações, dadas na seção anterior, em torno de A(S),
analisamos a integrabilidade de uma função não negativa. Seja f : [a, b] → R uma função
integrável não negativa. A região limitada pelo gráfico de f, pelas retas verticais x=a e x=b, e, pelo
eixo X, é denotada por S.E, a área dessa região é denotada por A(S). Ver o gráfico

Na seção anterior vimos que


Ln ≤ A(S) ≤ Rn
Rb
Como f é integrável , as somas de Riemann Ln e Rn convergem a a
f (x)dx. Portanto,
Z b
A(S) = f (x)dx.
a
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

Observação Importante. Colateralmente, estamos mostrando que se a função f : [a, b] → R é


não negativa, isto é,
f (x) ≥ 0, ∀x ∈ [a, b],
então Z b
f (x)dx ≥ 0.
a
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-3

Registramos a condição suficiente, sem justificação , que garante a integrabilidade de uma função:
Teorema 1. Se a função f : [a, b] → R é limitada e continua, salvo um número finito de pontos
Rb
em [a.b], então f é integrável, isto é, existe a integral definida a f (x)dx.
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-4

Se k é uma constante, provar que


Z b
R
kdx = k (b − a)
a

.
Já que a função f (x) = k é continua sobre [a,b], f é integravel. Logo, para calcular a Integral definida, usaremos a fórmula

Z b n
X
kdx = lim f (ci )4xi .
a |P|→0
i=1

De fato,
Z b n
X n
X
kdx = lim f (ci )4xi = lim k 4xi
a |P|→0 |P|→0
i=1 i=1
n
X
= lim k 4xi = lim k (b − a) = k (b − a) 
|P|→0 |P|→0
i=1

Existe outra forma de calcular essa integral definida ?


Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-5

Calcular a integral definida


Z b
xdx
0

Já que a função f (x) = x é continua sobre [0,b], f é integravel. Logo,


Logo,
para calcular a Integral definida, usaremos a fórmula
n n n
Z b n X X ib b b2 X
X f (ci )4xi = . = i
xdx = lim f (ci )4xi . n n n 2
0 |P|→0 i=1 i=1 i=1
i=1
b2 n(n + 1) b2 1
= = (1 + )
Álias, a integrabilidade nos permite considerar só as partições do tipo n2 2 2 n

b 2b (n − 1)b
P = {0, , , ..., , b} Então
n n n n
X b2 1 b2
lim f (ci )4xi = lim (1 + )=
que divide [0,b] em n subintevalos do mesmo comprimento bn e escolher |P|→0
i=1
n→+∞ 2 n 2

Portanto,
ib
b2
Z b
ci = , i = 1, 2, .., n,
n xdx = 
0 2
(i−1)b Existe outra forma de calcular essa integral definida ?
que é o ponto extremo direito de [ n , ibn
].
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-6

Calcular a integral definida


Z 1
x 2 dx
0

Já que a função f (x) = x 2 é continua sobre [0,1], f é integravel. Logo, Logo,


para calcular a Integral definida, usaremos a fórmula
n n n
X X i2 1 1 X 2
n f (ci )4xi = . = i
Z 1
n 2 n n 3
2
X
x dx = lim f (ci )4xi . i=1 i=1 i=1
0 |P|→0
i=1 1 n(n + 1)(2n + 1) 1 1 1
= = (1 + )(2 + )
n3 6 6 n n
Álias, a integrabilidade nos permite considerar só as partições do tipo

1 2 n−1 Então
P = {0, , , ..., , 1}
n n n n
X 1 1 1 1 1
lim f (ci )4xi = lim (1 + )(2 + )= .1.2 =
que divide [0,1] em n subintevalos do mesmo comprimento n1 e escolher |P|→0
i=1
n→+∞ 6 n n 6 3

i Portanto,
ci = , i = 1, 2, .., n, Z 1
1
n 2
x dx = 
0 3
que é o ponto extremo direito de [ i−1
n
, ni ]. Existe outra forma de calcular essa integral definida ?
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

f(x)= x
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-7

Calcular a integral definida


Z 1
x 3 dx
0

Já que a função f (x) = x 3 é continua sobre [0,1], f é integravel. Logo, Logo,


para calcular a Integral definida, usaremos a fórmula
n n n
Z 1 n
X X i3 1 1 X 3
3
X f (ci )4xi = . = i
x dx = lim f (ci )4xi . n 3 n n 4
0 |P|→0 i=1 i=1 i=1
i=1
1 n(n + 1) 2 (n(n + 1)) 2
   
= =
Álias, a integrabilidade nos permite considerar só as partições do tipo n 4 2 2n 2

1 2 n−1
P = {0, , , ..., , 1} Então
n n n
n 2  2
1 1 1 1

que divide [0,1] em n subintevalos do mesmo comprimento n1 e escolher
X
lim f (ci )4xi = lim + = =
|P|→0 n→+∞ 2 2n 2 4
i=1
i
ci = , i = 1, 2, .., n, Portanto,
n Z 1
3 1
x dx = 
que é o ponto extremo direito de [ i−1 , ni ]. 0 4
n
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

f(x)= x
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-8

Teorema 2(Propriedades Básicas da Integral definida). Sejam f , g : [A, B] → R funções


integráveis. Se a, b, d ∈ [A, B] e C uma constante real arbitrária, então:
Ra
(1) a f (x)dx = 0;
Ra Rb
(2) b f (x)dx = − a f (x)dx;
Rb Rd Rb
(3) a f (x)dx = a f (x)dx + d f (x)dx;
(4) Cf é integrável em [A,B] e
Z b Z b
Cf (x)dx = C f (x)dx;
a a

(5) f + g é integrável em [A,B] e


Z b Z b Z b
(f + g)(x)dx = f (x)dx + g(x)dx.
a a a
.
As provas dessas propriedades se encontram no livro texto adotado.
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

Observação Importante. A Propriedade (2) nos permite certas liberdades:

Rb
1 Para formular uma Integral Definida a
f (x)dx não é necessário supor a < b.
2 Para aplicar a Propriedade (3) com as condições dadas no enunciado , não é necessário
supor que a < d < b. Por exemplo, a seguinte igualdade é possivel
Z 2 Z 3 Z 2
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx
1 1 3
Z 3 Z 3 Z 2 Z 3 Z 3
= f (x)dx − f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx − f (x)dx.
1 2 1 2 2

3 No seguinte exemplo, apreciamos a pertinência da Propriedade (1):


Z a Z b Z a
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx = 0.
a a b
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

Observação Importante. Na Propriedade (3), usamos um fato válido, implícitamente: Se a função


f : [a, b] → R é integrável e [c, d] ⊂ [a, b], então f : [c, d] → R é
integrável.Ora, inversamente, Se f : [a, c] → R e f : [c, b] → R são funções
integráveis, então f : [a, b] → R é integrável.
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-9

Calcular Z 1
2x + 3x 2 − 4x 3 dx
0

Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2x + 3x 2 − 4x 3 dx = 2xdx + 3x 2 dx + −4x 3 dx
0 0 0 0
Z 1 Z 1 Z 1
= 2 xdx + 3 x 2 dx − 4 x 3 dx
0 0 0
1 1 1
= 2. + 3. − 4. = 2 − 1 = 1 
2 3 4
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-10

Teorema 3. Sejam f , g : [a, b] → R funções integráveis


(1) Se f (x) ≥ 0 para toda x ∈ [a, b], então
Z b
f (x)dx ≥ 0.
a

(2) Se f (x) ≥ g(x) para toda x ∈ [a, b], então

Z b Z b
f (x)dx ≥ g(x)dx.
a a

(3) Se existem números m, M ∈ R tais que


m ≤ f (x) ≤ M, ∀x ∈ [a, b],

então Z b
m(b − a) ≤ f (x)dx ≤ M(b − a).
a

(4) A função y = |f (x)| é integrável sobre [a,b] e

Z b Z b
| f (x)dx| ≤ |f (x)|dx
a a
Integral Definida
Rb
A Integral Definida a f (x)dx

A Integral Definida-11

A Propriedade (1) foi preconizada anteriormente;contudo, existe uma prova elegante das
propriedades (1) e (2) no livro texto adotado. A propriedade (3) é um efeito da propriedade (2); pois
Z b Z b Z b Z b
mdx ≤ f (x)dx ≤ Mdx ⇒ m(b − a) ≤ f (x)dx ≤ M(b − a).
a a a a

Provar que a função |f | é integrável não é difícil; porém ocupa muito pelos detalhes.Agora, se f é
continua, então |f| é continua;logo, |f | é integrável. É oportuno frisar que integrabilidade não é
equivalente a continuidade.
É evidente que
−|f (x)| ≤ f (x) ≤ |f (x)|, ∀x ∈ [a, b]
Segue-se, pela Propriedade (2), que
Z b Z b Z b
Z b
Z b

− |f (x)|dx ≤ f (x)dx ≤ |f (x)|dx ⇔ f (x)dx ≤ |f (x)|dx
a a a a a
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Exercícios Resolvidos
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Exercício Resolvido-1

Seja f : [−a, a] → R uma função integrável tal que


f (x) = f (−x), ∀x ∈ [−a, a],
isto é, f é uma função par. Ver figura

f(x)=x

-a a

Mostrar que Z a Z a
f (x)dx = 2 f (x)dx
−a 0
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Como f é integrável sobre [-a,a], é irrelevante como é dividido o intervalo [-a,a] e como é
selecionado o ponto ci em cada subintervalo [xi−1 , xi ]. O que importa é selecionar uma coleção
infinita de partições cujas normas convergem a zero;
R a pois, pela integrabilidade,as somas de
Riemann respectivas convergem a único limite −a f (x)dx. Em efeito, seja a partição genérica
P = {−a, −xn−1 , . . . , −xi , −xi−1 , . . . , −x2 , −x1 , 0, x1 , x2 , ..., xi−1 , xi , . . . , xn−1 , a},

cuja norma |P| = na . Escolhemos o ponto ci = xi do subintervalo [xi−1 , xi ] e o ponto


di = −xi do subintervalo [−xi , −xi−1 ]. Logo, a soma de Riemann genérica respectiva é
n
X n
X
S(f , P) = f (di )4xi + f (ci )4xi
i=1 i=1
n
X n
X
= f (−xi )4xi + f (xi )4xi
i=1 i=1
n
X
= 2 f (xi )4xi .
i=1
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Por outro lado, o conjunto

P1 = {0, x1 , x2 , . . . , xi−1 , xi , . . . , xn−1 , a}

é uma partição genérica do intervalo [0,a] com norma |P1 | = na . Assim, podemos escrever
n
X n
X
S(f , P1 ) = f (ci )4xi = f (xi )4xi
i=1 i=1

Portanto,
Z a Z a
f (x)dx = lim S(f , P) = 2 lim S(f , P1 ) = 2 f (x)dx 
−a |P|→0 |P1 |→0 0
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Exercício Resolvido-2
Seja g : [−a, a] → R uma função integrável tal que
f (−x) = −f (x), ∀x ∈ [−a, a],
isto é, f é uma função impar. Ver figura
f(x)=x

A
-a -A a

Mostrar que Z a
f (x)dx = 0
−a
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Agimos e justificamos como anteriormente. Seja a partição genérica


P = {−a, −xn−1 , . . . , −xi , −xi−1 , . . . , −x2 , −x1 , 0, x1 , x2 , ..., xi−1 , xi , . . . , xn−1 , a},

cuja norma |P| = na . Escolhemos o ponto ci = xi do subintervalo [xi−1 , xi ] e o ponto


di = −xi do subintervalo [−xi , −xi−1 ]. Logo, a soma de Riemann genérica respectiva é
n
X n
X
S(f , P) = f (di )4xi + f (ci )4xi
i=1 i=1
n
X n
X
= f (−xi )4xi + f (xi )4xi
i=1 i=1
n
X n
X
= −f (xi )4xi + f (xi )4xi = 0
i=1 i=1

Logo, Z a
f (x)dx = lim S(f , P) = 0 
a |P|→0
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Exercício Resolvido-3

Seja f : [a, b] → R continua e não negativa. Se existe c ∈ [a, b] tal que f (c) > 0, então
Z b
f (x)dx > 0.
a

f (c)
Vamos supor que c ∈ (a, b). As provas dos casos restantes deixo como exercício. Dado  = 2
> 0, existe um δ > 0 tal que

f (c) f (c) f (c)


x ∈ [c − δ, c + δ] ⊂ [a, b] ⇒ f (c) − < f (x) < f (c) + ⇒ f (x) > .
2 2 2

Logo,
Z b Z c−δ Z c+δ Z b Z c+δ
f (c) f (c)
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx + f (x)dx ≥ 0 + dx + 0 = .[(c + δ) − (c − δ)] = δ.f (c) > 0
a a c−δ c+δ c−δ 2 2

Portanto, Z b
f (x)dx > 0 
a
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

f(c)

f(c) /2

a c-d c c+d b
Integral Definida
Exercícios Resolvidos

Exercício Resolvido-4

Provar que a função f : [0, 1] → R, definida por



 1, se x ∈ Q;
f (x) =
0, se x ∈
/Q

não é integrável.

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