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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

FUNDAMENTOS DE CONCRETO ARMADO II

1º TRABALHO PRÁTICO

ALUNA: GABRIELA ALVES ESTRELA N := 21 αe := 1.2

e := 13

Questão 1

Item a:

fck := 50 1 +  N  MPa


  fck = 56.563 MPa [Concreto Alta Resistência]
  160 

fck
fcd := = 40.402 MPa
1.4

Para saber a tensão que atua no concreto dada sua deformação, a NBR 6118, em seu item
8.2.10.1, define um diagrama tensão-deformação idealizado, em que os valores de ε e σ são
dados em módulo.
Os valores adotados, no concreto desta questão [Conc.de alta resistência - fck > 50MPa], para os
parâmetros εc2 (deformação específica de encurtamento do concreto no início do patamar
plástico) e εcu (deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura) são os seguintes:

- Para concretos de classes de C50 até C90 [valor em módulo]:

2 0.085 0.53 -3
εc2 := +  ( fck - 50) = 2.23  10
1000 1000

1.2
4 εc1 :=
εcu :=
2.6
+ 
35  ( 90 - fck )  -3 1000
 = 3.038  10
1000 1000  100 
2.5
εc2 :=
4 1000
( 90 - fck ) 
n := 1.4 + 23.4   = 1.693
 100  -1.8
εc3 :=
1000
  n
   εc  
σc( εc) :=
0.85 fcd  1 -  1 - 
εc2 
if εc < εc2
    
( 0.85 fcd ) if εc  εc2  1.2 
 1000 
x :=   y :=
εc := 0 , ..
0.001 6.5  2.5 
1000 1000  1000 

Gráfico Tensão - Deformação para Concreto fck=56,563 MPa


55

45.83

36.67

( )
σc εc
27.5
y

18.33

9.17

0
-3 -3 -3 -3 -3 -3
0 1 10 210 3 10 410 5 10 610
εc , x

Através das fórmulas fornecidas pela NBR 6118, para cálculo de εc2, εcu, n e σc (ou através do
gráfico acima elaborado) é possível concluir que:

A primeira deformação fornecida ε= -1.2‰ é uma deformação de compressão (sinal negativo) e é


menor em módulo do que o valor calculado εc2 (deformação necessária para plastificar o concreto),
portanto seu cálculo segue o primeiro "if" e o resultado é:

1.2
εc1 :=
1000
( )
σc εc1 = 22.987 MPa [Tensão de Compressão]

A segunda deformação fornecida ε= -2.5‰ é uma deformação de compressão (sinal negativo) e é


maior em módulo do que o valor calculado εc2 (deformação necessária para plastificar o concreto),
portanto seu cálculo segue o segundo "if" e o resultado é:

2.5
εc2 :=
1000
( )
σc εc2 = 34.342 MPa [Tensão de Compressão]

0.85 fcd = 34.342 MPa

A terceira deformação fornecida ε= +1.80‰ é uma deformação de tração (sinal positivo).


Considerando a hipótese, no ELU, de que o concreto tem resistência nula à tração, por
conseguinte não resiste à essas tensões tampouco alongará perante elas; sendo assim a tensão
de tração pro concreto é zero, tendo em vista que assumimos que o mesmo não resiste à esse
tipo de solicitação.

Ainda assim essa solicitação de tração, numa análise no ELS, para o concreto é muito maior do
que ela resiste. Segundo a norma o concreto só resiste a tensões de tração equivalentes à uma
deformação de 0.15‰, ou seja a deformação fornecida ε= + 1.80‰ >>>>> εrcu.

-1.8
εc3 := σc( 0 ) = 0 MPa [Tensão de Tração]
1000

Item b:
Segundo a NBR 6118 (item 8.2.8), quando não forem realizados ensaios para a determinação do
módulo de elasticidade do concreto, estima-se o mesmo como sendo:

Módulo de Elasticidade Inicial:

1
3
Eci := 21.5 10  αe  + 1.25
3 fck 4
= 4.913  10 MPa [Para concretos com fck de 55 a 90 MPa]
 10 

Módulo de Elasticidade Secante:

fck
αi := 0.8 + 0.2 = 0.941 [αi < 1 OK!]
80

4
Ecs := αi  Eci = 4.625  10 MPa [Módulo de Elasticidade a ser considerado em
análises estruturais]
Item c:

A resistência do concreto à tração pode ser determinada pelo ensaio de compressão diametral, de
acordo com a NBR 7222. Na ausência de ensaios, seus valores médio e característicos - inferior e
superior - podem ser estimados em função da resistência à compressão fck, já conhecida, pela
fórmula:

f ctm := 2.12 ln( 1 + 0.11 fck ) = 4.191 MPa [Para concretos com fck de 55 a 90 MPa]

f ctkinf := 0.7 f ctm = 2.934 MPa [Resposta ao item c da questão 1]

Questão 2:

Item a:

Aço CA-50 f yk := 50 MPa

1.2  1 + 
N

εs1 :=
 200  -3
= 1.326  10
1000

-2.2  1 + 
N

εs2 :=
 200 
= -2.431  10
-3
1000

No ELU, para o aço, considera-se um diagrama tensão-deformação bilinear genérico, definido pela
NBR 6118, item 8.3.6. O patamar de escoamento é definido, sem acréscimo de tensões após a
deformação de escoamento.

Conseidera se para todos tipos de aço:

Es := 210000 MPa Es := 21000 kN/cm²

f yk
f yd1 := = 43.478 kN/cm²
1.15

f yd1 -3
εyd1 := = 2.07  10
Es

Como o gráfico de tensão-deformação do aço é uma reta bilinear com sua inclinação sempre
igual, valendo Es, para encontrar as tensões de deformação no concreto basta aplicar a lei de
Hooke quando as deformações estiverem dentro de um intervalo de -εyd até + εyd. Ou seja,
tanto para tração, quanto para compressão, se as deformações estiverem dentro do intervalo
mencionado basta aplicar a lei de Hooke para descobrir a tensão de deformação atuante. Caso
as deformações excedem esse intervalo e superem a taxa de 2.07‰ , o aço plastificando, as
tensões de escoamento atingem seu patamar e ficam constantes em fyd ou fycd (a depender do
tipo de solicitação) até a deformação correspondente à ruptura de 10‰ (para tração) e -3.5‰
(para compressão).
[Lei de Hooke: σ = E.ε]

Para a primeira deformação deste item a tensão é de tração (sinal positivo) e não supera a
deformação de escoamento do aço ( < 2.07‰). Portanto podemos através da fórmula abaixo
calcular sua tensão de deformação:

( )
σs εy := (Es εy) if -εyd1  εy  εyd1

10
(fyd1 ) if εyd1 < εy 
1000
-3.5
(-fyd1 ) if
1000
 εy  -εyd1

( )
σs εs1 = 27.846 kN/cm² [Tensão Tração] [Resposta questão 2 item a.1]

Para a segunda deformação desta questão a tensão é de compressão (sinal negativo) e supera a
deformação de escoamento do aço ( > 2.07‰). Portanto podemos através da mesma fórmula
acima calcular sua tensão de deformação, ou apenas afirmar de que como sua deformação foi
superior a deformação correspondente ao escoamento do aço, a tensão, neste caso é constante e
igual em módulo ao fyd:

( )
σs εs2 = -43.478 kN/cm² [Tensão Compressão] [Resposta questão 2 item a.2]

Item b:

Aço CA-60 f yk := 60 MPa

1.2  1 + 
N

εs3 :=
 200 
= 1.326  10
-3
1000

-2.2  1 + 
N

εs4 :=
 200 
= -2.431  10
-3
1000

De maneira análoga ao item a, será feito o item b


f yk
f yd2 := = 52.174 kN/cm²
1.15 [Aqui vou ressaltar como o valores de resistência
e deformação se alteram quando aumentamos a
resistência característica do aço]

f yd2 -3
εyd2 := = 2.484  10
Es

O fato de aumentar a resistência característica do aço, de 50 para 60 MPa, muda seu valor de
tensão e deformação de escoamento. Isso significa que a linha de tensão-deformação translada pra
cima e para direita, mas continua sendo bilinear e tendo Es=21000 kN/cm2, portanto podemos
continuar aplicando a Lei de Hooke para deformações menores que a deformação de escoamento
para o Aço CA-60 (εyd = 2.484‰) e para as deformações superiores à esse valor a tensão de
deformação será igual em módulo à tensão de escoamento do aço analisado.

Para a primeira deformação deste item a tensão é de tração (sinal positivo) e não supera a
deformação de escoamento do aço ( < 2.484‰). Portanto podemos através da fórmula abaixo
calcular sua tensão de deformação:

( )
σs2 εy := ( Es εy) if -εyd2  εy  εyd2

10
( fyd2 ) if εyd2 < εy 
1000
-3.5
( -fyd2 ) if
1000
 εy  -εyd2

( )
σs2 εs3 = 27.846 kN/cm² [Tensão Tração] [Resposta questão 2 item b.1]

Para a segunda deformação deste item a tensão é de compressão (sinal negativo) mas não supera
a deformação de escoamento do aço ( > 2.484‰). Portanto podemos através da mesma fórmula
acima calcular sua tensão de deformação:

( )
σs2 εs4 = -51.051 kN/cm² [Tensão Compressão] [Resposta questão 2 item b.2]

f yd2 = 52.174 kN/cm²

Que é ligeiramente inferior à tensão de escoamento, visto que a deformação deste item quase
chega na deformação de escoamento do Aço CA-60 a resposta é bem consistente.
( )
σs εy := Es εy if -εyd1  εy  εyd1 ( )
σs2 εy := ( Es εy) if -εyd2  εy  εyd2

10 10
(fyd1 ) if εyd1 < εy 
1000
( fyd2 ) if εyd2 < εy 
1000
-3.5 -3.5
(-fyd1 ) if
1000
 εy < -εyd1 ( -fyd2 ) if
1000
 εy < -εyd2

-3.50 -3.49 10
εy := , ..
1000 1000 1000

Gráfico Tensão- Deformação para Aço CA-50 e CA-60


60

30

( )
σs εy
0
σs2 ( εy)

- 30

- 60
-3 -4 -3 -3
- 3.5 10 - 1.25 10 3.25 10 6.625 10 0.01
εy

Questão 3:

Dados:

Mgk := -16  1 +  = -18.24 kN.m


N
 [Momento Fletor devido ao peso própio da laje]
 150 
Mvck := -5   1 +  = -5.875 kN.m
N
 [Momento Fletor devido às cargas de verticais
 120 
de utilização na fase de construção]

Mvnk := -6   1 +  = -6.9 kN.m


N [Momento Fletor devido às cargas de verticais
 de utilização na fase de utilização normal]
 140 

e = 13 cm

Item a:

Combinação de Fase de Construção no ELU

Caso a menor dimensão de lajes em balanço, pilares e pilares-parede for inferior à 19cm,
deverá ser considerado um coeficiente adicional (γn) de majoração de cargas

b := e = 13 cm

γn := 1.95 - 0.05 b = 1.3

Sendo b a menor dimensão da seção transversal da peça em cm, de acordo com o item 13.2.3
da norma.
O coeficiente adicional é justificado pelo aumento de probabilidade de falhas de construção em
peças estreitas/esbeltas e da maoir importância relativa dos desvios construtivos.

A norma estabelece coeficientes de ponderação para cada tipo de situação; a que nos deparamos
diante dessa item é na condição de fase de construção, quando as ações são desfavoráveis, no
ELU, na qual a norma define os seguintes coeficientes de ponderação:

Fd =(1.3 Fgk + 1.2 Fqk + 1.2 Fεk)γn

( )
Mdc := 1.3 Mgk + 1.2 Mvck  γn = -39.991

Item b:

Combinação Última Normal no ELU

A norma estabelece coeficientes de ponderação para cada tipo de situação; a que nos deparamos
diante dessa item é na condição de combinação última normal, quando as ações são desfavoráveis,
no ELU, na qual a norma define os seguintes coeficientes de ponderação:
Fd =(1.4 Fgk + 1.4 Fqk + 1.2 Fεk)γn

( )
Mdn := 1.4 Mgk + 1.4 Mvnk  γn = -45.755

Questão 4:

Dados:
Considerar Flexão Composta Reta - em torno do eixo X
50
f yd :=
Aço CA-50 f k := 50 MPa εyd := 2.07 ‰ 1.15

40
fck 40MPa f cd := = 28.571 MPa
1.4

b := 0.30 m b := 30 cm

h := 0.65 m h := 65 cm²

As1 := 7.2 cm²

As2 := As1 = 7.2 cm²

d lin := 0.05 m

d 2lin := d lin = 0.05 m [demais armaduras consideradas nulas]

x := 0.67 1 +  N  = 0.698 m


 
  500 

x := 69.8 cm

Item a:

Para determinar os valores das deformações nas armaduras de aço é preciso primeiro saber em
que domínio, que a norma estabelece, nós estamos.
Os esforços, para esta questão estão esquematizados a seguir:

O esquema de tensões mostra que a seção está comprimida tanto em sua face superior, quanto
inferior; para essa situação é possível afirmar que estamos no domínio 5 (Compressão não
uniforme, sem tração).
Para o domínio 5 temos, segundo a norma, que:

-x 14
εc := = -3.328 ‰
( x 7 - h  3 )
As deformações específicas no nível da armadura genérica i, podem ser obtidas por relações
geométricas. Em que no final se obtem a seguinte equação para deformação na armadura:

onde ti é a distância da face infeior ao centro de gravidade da seção/camada que se deseja obter as
deformações.

t 1 := 5 cm [para a camada inferior s1]

 t1 + x - h 
 
εs1 := εc
 x  = -4.673  10- 4
1000

t 2 := 60 cm [para a camada superior s2]

 t2 + x - h 
 
εs2 := εc
 x  = -3.09  10- 3
1000

Item b:

εs1 < εyd [Portanto podemos aplicar a Lei de Hooke para saber as tensões,
porque o aço ainda não plastificou.]

σs1 := Es εs1 = -9.813 kN/cm² [tensão de compressão]

εs2 > εyd [Nesse caso a deformação foi tanta que o aço plastificou, portanto
consideramos que a tensão de compressão no aço é -fyd]

σs2 := -f yd = -43.478 kN/cm² [tensão de compressão]

item c:
0.8 x = 55.84

Uma verificação que deve ser feita para o cálculo das tensões no concreto é se a "normalização"
do diagrama parábola - retângulo é aceita; para isso 0.8x deve ser menor que 1 e nesse caso é,
portanto o cálculo de Fc será:

-1 3
Fc := -0.85 f cd  10  b  0.8 x = -4.068  10 kN [tensão de compressão]

item d:
Para o equilíbrio de momentos é necessário definir a distância e do ponto de aplicação da força
Fc à face inferior da seção, que é dada por:

t c := h - 0.4x = 37.08 cm

O equilíbrio entre forças externas aplicadas e forças internas leva aos esforços externos
equilibrantes. Para o esforço normal resistênte de cálculo Nd, temos:

N d := Fc +
 Fi
i
Fi é a força na armadura, que pode ser calculada, como:

Fs1 := σs1  As1 = -70.656 kN Fs2 := σs2  As2 = -313.043 kN

3
N d := Fc + Fs1 + Fs2 = -4.452  10 kN

item e:

De maneira análoga ao item anterior por equilíbrio de forças é possível determinar o Momento
Resistênte Md atuando, como:

t 1 := 5
t 2 := 60

h
Md := Nd  - Fc t c -
2  ( Fi  t i )
i

h 4
Md := N d  - Fc t c - Fs1  t 1 - Fs2  t 2 = 2.53  10 kN.cm
2

Md := 253 kN.m

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