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Os Quarenta Dias
Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 20, 21; Atos 1:1–12
B.S. Dean
1. A Ressurreição. — A ressurreição do
Messias fora distintamente predita pelos profetas
(Salmos 16:10; Isaías 55:3; cf. Atos 2:25–31; 13:34–
37) e repetidamente predita pelo próprio Jesus
(Mateus 16:21; 17:9; 20:19; 26:31, 32). Mas as
mentes dos discípulos estavam tão preocupadas
com noções de um reino político que não conse-
guiam pensar no Cristo de fato morrendo. A
morte de Jesus, portanto, deixou-os confusos,
paralisados. Aos olhos humanos, nenhuma causa
estava mais incorrigivelmente perdida do que a
causa de Jesus quando Ele expirou na cruz. As
esperanças dos discípulos foram enterradas com
o corpo de Jesus no túmulo de José. Se Jesus não
tivesse ressuscitado, as esperanças deles jamais
se reacenderiam. Se Jesus não tivesse ressusci-
tado, o mundo jamais teria ouvido a respeito
dEle. O nascimento, a pessoa e a ressurreição —
estes são os três milagres essenciais e criativos,
que constituem a única e suficiente chave para o
cristianismo. O sábado passou — um sábado
triste para os discípulos golpeados. Com o
amanhecer vieram as mulheres devotas, “as
últimas na cruz e as primeiras no sepulcro” — as
duas Marias e as outras. Tinham visto o local do
sepultamento, mas nada sabiam a respeito do
selo e da guarda. Levaram especiarias para
terminar aquilo que não tiveram tempo de fazer
na noite da crucificação. Mas o túmulo estava
vazio! Pedro e João estavam próximos dali e logo
chegaram ao sepulcro. O primeiro pensamento
de todos foi que o corpo fora roubado; mas uma
visão de anjos revelou a ressurreição.
2. Os Dez Aparecimentos de Jesus. — 1) A
Maria Madalena. Os discípulos foram embora
mais desnorteados do que nunca. Maria, porém,
demorou-se no sepulcro. Foi ao olhar extasiado
dessa mulher que Jesus apareceu pela primeira
vez, com uma mensagem para os discípulos.
2) Às outras mulheres um pouco mais tarde.
Jesus apareceu às outras mulheres quando estas
saíam em busca dos discípulos, e mandou com
elas uma mensagem aos Seus irmãos. 3) A Simão
Pedro: mencionada incidentalmente em Lucas
24:33, 34; também por Paulo (1 Coríntios 15:5).
4) A dois discípulos a caminho de Emaús. No
mesmo dia, Cléopas, juntamente com outro
discípulo, foi levar uma notícia ao povoado
vizinho de Emaús. Ouviram a respeito do túmulo
vazio e dos anjos. Ao caminharem, falando de
tudo o que sucedera, o próprio Jesus juntou-Se a
eles, perguntou por que estavam tristes, mostrou-
lhes as profecias relativas a Si mesmo e finalmente
revelou-Se enquanto partiam o pão. Voltando
para Jerusalém naquela mesma noite, encontra-
ram os apóstolos e outros conversando avida-
mente sobre o aparecimento de Jesus a Simão1 . O
relato pessoal deles deve ter atiçado a chama já
acesa; apesar disso, mantinham-se incrédulos.
5) Aos apóstolos e a outros na ausência de Tomé.
Bem no meio da agitação, o próprio Jesus apare-
ceu de repente no meio deles, cumprimentando-
os com uma saudação: “Paz seja convosco!”2 e
repreendeu-lhes pela incredulidade. Com o
propósito de certificar-lhes a realidade da Sua
ressurreição e do Seu aparecimento, mostrou-
lhes as mãos e os pés perfurados e comeu na
presença deles. Todos os aparecimentos acima
ocorreram no dia em que Jesus ressuscitou.
6) Aos apóstolos, incluindo Tomé. Tomé estivera
ausente na reunião de sábado à noite e não cria
no testemunho dos outros. Uma semana mais
tarde, eles estavam todos juntos quando Jesus
apareceu novamente. Tomé rendeu-se ao teste-
munho de seus próprios sentidos e tornou-se o
último apóstolo (com exceção de Paulo) conven-
cido do fato da ressurreição. 7) Aos sete discípulos
1
Pedro.
2
Lucas 24:36; João 20:19.
1
junto ao mar da Galiléia. Os discípulos tinham de poder” 4 ; porque “sereis batizados com o
voltado à velha profissão de pescadores. Após Espírito Santo, não muito depois destes dias”5 .
uma noite de trabalho inútil, foram orientados Essa foi, em essência, a última comissão sob a
por um estranho na praia a lançarem as redes no qual o trabalho de evangelização mundial tem
lado direito. Os resultados revelaram finalmente sido levado adiante há vinte séculos cristãos.
a João que aquele era o Mestre; mas foi Pedro 4. A Ascensão. — “Mas eu vos digo a ver-
quem primeiro se atirou nadando até a praia dade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não
para cumprimentá-lO. Foi nessa ocasião que Jesus for, o Consolador não virá para vós outros; se,
extraiu de Pedro as três afirmações do seu amor, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (João 16:7). E
como se aquela fosse uma revogação, sem dúvida, assim Jesus levou os discípulos até o monte das
da sua negação tríplice. 8) A quinhentos discí- Oliveiras e “e, erguendo as mãos, os abençoou.
pulos. Isto provavelmente aconteceu na Galiléia Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se
(cf. Mateus 28:16, 19; 1 Coríntios 15:6), onde retirando deles, sendo elevado para o céu”6 . A
viviam os discípulos. Não temos detalhes desse ascensão derramou uma nova luz sobre a missão
encontro. 9) A Tiago (1 Coríntios 15:7). 10) Aos do Messias. Os velhos sonhos carnais dos apósto-
apóstolos no monte das Oliveiras, na hora da los começaram a desaparecer. Deus desceu
ascensão. É provável que durante os quarenta até o homem para poder erguer o homem até Ele.
dias, desde a ressurreição até a ascensão, Jesus E assim os onze voltaram alegremente para
tenha estado com os discípulos muito mais vezes Jerusalém, encerrando-se a história do evangelho
do que o que foi registrado, dando-lhes muito com os discípuos à espera do Espírito prometido.
mais instruções do que o que aparece na história
fragmentada (veja Atos 1:3).
4
3. A Última Comissão. — No final da última Lucas 24:49; veja também Atos 1:4.
5
Atos 1:5.
conversa ou durante as várias conversas após a 6
Lucas 24:50, 51.
ressurreição, Jesus deu aos apóstolos a comissão
final. A missão de João Batista, a missão pessoal
de Jesus, a primeira missão dos doze e a dos
setenta foram todas preparatórias. A mensagem Uma Cronologia do
delas era: “O reino está próximo” (cf. Mateus 3:2; Novo Testamento
4:17; 10:7; Lucas 10:9) e se restringia a Israel LIVRO DATA (d.C.)
(Mateus 10:5; 15:24). Os apóstolos não tinham Mateus 60?
permissão nem para pregar que Jesus era o Cristo Marcos 65
Lucas c. 60
(Mateus 16:20; 17:9). Cristo veio para viver e João déc. 90–99
padecer e ressuscitar para que houvesse um Atos 62
evangelho a ser pregado. Agora, todas as restri- Romanos 54–59
1 Coríntios 53–54
ções, exceto uma, foram retiradas. Eles deveriam 2 Coríntios 54–55
pregar um evangelho pleno e definitivo — isto é, Gálatas 48–49
Efésios c. 62
“Cristo e este crucificado” (1 Coríntios 15:1–4; Filipenses c. 62
2:1); a “toda criatura”; para fazer “discípulos de Colossenses c. 62
todas as nações” por meio da fé em Cristo, do 1 Tessalonicenses 51–52
2 Tessalonicenses 52–53
arrependimento dos pecados e do batismo “em 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito 64–68
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”3 . Filemom c. 62
Mas ainda não estavam completamente qualifica- Hebreus 63–66
Tiago 44–45
dos; por isso disse-lhes Jesus: “...permanecei, 1 Pedro 64–67
pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos 2 Pedro 67–68
1 João, 2 João, 3 João 90–95
Judas 65–70
Apocalipse 90–96
3
Mateus 28:19.

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