Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos
Livro Histórico da Igreja
Atos
Atos, capítulo um (1)
A fundação da igreja em Jerusalém (1:1 -8:3). O quinto
Evangelho, a prática dos ensinamentos de Jesus
ministrados nos outros quatro evangelhos. A obra
prefigurada do Espírito Santo no envio da pombinha
desde os dias de Noé: (1) No primeiro envio (Gn
1:2); (2) no segundo envio sobre Cristo, depois de
“sete dias” (Mt 3:16); (3) no terceiro envio, depois
de sete dias, sobre a Igreja, e para sempre (At 2:1 -4)
.Jesus praticava antes o que ensinava depois. Esse
primeiro livro (referido) foi chamado de Evangelho
de Lucas. Lucas, como companheiro de Paulo, foi uma
resposta de Deus em quase todos os seus momentos
de enfermidade. Em Trôade, ele cuidou da saúde
de Paulo, que ainda cambaleava. Com exceção de
algum tempo no início da segunda viagem, Lucas
esteve sempre na companhia de Paulo (Cl 4:14; 2 Tm
4:11). Até à morte de Paulo, Lucas sempre esteve
em sua companhia; morreu com quase oitenta e
cinco anos na Beócia, uma cidade localizada entre
os golfos de Eubéia e Corinto, onde, naquele tempo,
havia muitas cidades importantes, inclusive Tebas,
que era a principal (ali em Tebas, uma cidade-estado
localizada acima de Atenas, ao norte, Timóteo foi
enterrado). Tendo estudado medicina, debruçado
nos livros gregos, Lucas era considerado um médico
moderno nos seus dias. Como todos os médicos
com características gregas, era convidado pelos
comandantes dos navios para acompanhá-los nas suas
viagens, a fim de cuidar dos seus muitos enfermos.
Lucas também era um grande pesquisador e escritor
muito atento. Tendo sido influenciado pelas grandes
universidades de seus dias em Atenas, Alexandria e
Tarso, nunca deixou a sua humildade. Era um jovem
de caráter ilibado, educado e prudente, cuja fidelidade
era inquestionável
A to s 1 :1 : Escrevi o primeiro livro, ó Teófi-
lo, a respeito de todas as coisas que, desde
0 princípio, Jesus com eçou a fazer e a en ­
sinar, (Lc 1:3,4)
O registro do chamado dos apóstolos está em Mateus
10:2-4, em Marcos 3:16-19 e em Lucas 6:14-16: Aqui
está a lista de todos os doze apóstolos com diferentes
nomes, porque, em uma lista, são chamados pelo
primeiro nome, em outras, pelo apelido, e em outras,
pelo nome de família, a saber: (1) Simão Cefas Pedro
Barjonas (Mc 10:2; Mc 3:16;Jo 1:42); (2) André
1 Barjonas (Mt 10:2; Lc 6:14); (3) Tiago Benzebedeu
Boanerges (Mc 3:17); (4) João Benzebedeu Boanerges
(Mc 3:17); (5) Filipe de Betsaida (Mt 10:3; Mc 3:18); (6)
Natanael Bartolomeu; (7) Tomé Dídimo(Joó:15; 11:16;
21:2); (8) Mateus (Levi); (9) Tiago Benalfeu, o menor
(Mt 10:3; Mc 3:18; Lc 6:16; Jo 14:22); (10) Lebeu Tadeu
461
Judas Iscariotes (Mt 10:4; Mc 3:19; Lc 6:15; At 1:13; Jo
14:22); (11) Simão Zelote Cananeu (Mt 10:4; Lc 6:15);
(12) Judas Benalfeu, irmão de Tiago (Lc 6:16). Mas
Judas Iscariotes estava morto
Atos 1:2: até o dia em que foi recebido nos
Céus, depois de ter dado mandamentos, pela
unção do Espírito Santo, aos apóstolos que
escolhera; m28:i9j
Depois de sua primeira entrada na Glória, regressou
por quarenta dias (SI 24:7,8; Jo 20:17). Jesus, depois
de ter ressuscitado, esteve quarenta dias com os
seus discípulos. Primeira aparição de Cristo: a Maria
Madalena (Jo20:11-17). Segunda aparição de Cristo (Mt
28:9,10): a outra Maria, no local da sepultura. Terceira
aparição de Cristo (Lc24:34; 1 Co 15:5): a Pedro. Quarta
aparição de Cristo (Mc 16:12,13; Lc 24:13-31). A quinta
aparição de Cristo (Mc 16:14; Lc24:36-51 ;Jo 20:19-23).
A sexta aparição de Cristo (Mc 16:14; Lc 24:36-51; Jo
20:19-23): a dez discípulos. A sétima aparição de Cristo
(Jo 21:1 -23): a sete discípulos no Mar da Galiléia. A oitava
aparição de Cristo (1 Co 15:6): a quinhentos irmãos.
A nona aparição de Cristo (1 Co 15:7):aTiago,oirmão
dejesus. A décima aparição de Cristo (Mt28:16-20):
aos 11 discípulos nas montanhas da Galiléia. Décima
primeira aparição de Cristo (At 1:3-9; Lc24:44-53): aos
apóstolos, na ocasião de sua ascensão. A décima segunda
aparição de Cristo (At 7:55): a Estêvão, na hora de seu
martírio. A décima terceira aparição de Cristo (At 9:3-6):
a Saulo. A décima quarta aparição de Cristo (G11:12-
17). A décima quinta aparição de Cristo (At9:26,27): a
Paulo, no templo (At 22:17-21). A décima sexta aparição
de Cristo (At 23:11): a Paulo, quando estava na prisão
em Cesaréia. A décima sétima aparição de Cristo (Ap
1:12-20): ao apóstolojoão. Os quarenta dias que Jesus
permaneceu com os seus discípulos, depois dos três dias
de sua paixão, completaram 43 dias, o que concorda
com a profecia prática vivida por Noé, ao esperar mais
sete dias para enviar apombinhaem definitivo para fora
da arca, tipo do Espírito Santo enviado pelo Pai, a fim de
permanecer para sempre com a Igreja do Senhor Jesus,
completando os 50 dias para a celebração da festa de
Pentecostes (Gn 8:12). Depois da ressurreição, o Pai
começou a recompensa pela obra realizada através do
Filho, a começar dos quarenta dias de jejum, oferecendo-
lhe o prêmio de quarenta dias na terra, no poder do corpo
da ressurreição. Sua mensagem tratava apenas de um
assunto: O Reino de Deus
Atos 1:3: aos quais também, depois de ter
padecido, apresentou-se vivo, com muitas
provas incontestáveis, aparecendo-lhes
por espaço de quarenta dias e falando-lhes
1:4
das coisas concernentes ao Reino de Deus.
(Mt28:17; /.c24:34; I Co 15:5-71
Jerusalém não era a cidade definitiva. Eles teriam de
permanecer ali até a promessa do Pai, no Pentecostes;
depois, teriam que ir para a Galiléia, onde era a vontade
de Cristo que a Igreja se estabelecesse. Mas eles
desobedeceram, e permaneceram em Jerusalém
Atos 1:4: E, ceando com eles, ordenou-
lhes que não se ausentassem de Jerusalém,
mas que esperassem a Promessa do Pai, a
qual, disse ele, “de minha boca ouvistes”.
(Lc24:4Q;Jo 14:! òj
João estava labutando profeticamente no átrio do
Tabernáculo, e eles entrariam no lugar Santo, onde o
Candeeiro estava aceso. A diferença entre o batismo de
João e o batismo com o Espírito Santo é a mesma entre
o batismo nas águas e o batismo com o Espírito Santo.
No batismo nas águas, o Espírito Santo nos batiza no
corpo de Cristo e nos torna membros do corpo de Cristo;
no batismo com o Espírito Santo, somos batizados por
Cristo no Espírito Santo, que nos capacita para executar
as tarefas do corpo com poder e autoridade; no batismo
com fogo, somos batizados por Cristo na natureza do
Pai, que nos capacita a manter uma vida de santidade
diante do mundo e em nossos relacionamentos, com um
excelente e contínuo testemunho de vida
Atos 1:5: Porque João verdadeiramente
batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muitos dias de­
pois destes. m 3 : i i ; a c u .-ió i
A ascensão de Cristo: Os discípulos estavam
preocupados com a glória nacional de Israel, como nos
dias de Salomão, e eles não pertenciam mais àquele
povo. Eles eram, agora, a Igreja de Cristo e não era da
competência deles esse negócio
Atos 1:6: Então, aqueles que se haviam
reunido, perguntaram-lhe, dizendo: “Se­
nhor, é nesse tempo que restaurarás o reino
a Israel?”(Mt24:3;
Esses tempos se referem às setenta semanas de Daniel
que estão determinadas sobre Israel e sobre Jerusalém.
Agora, os discípulos eram os apóstolos da Igreja de
Cristo, e não anciãos das tribos de Israel (1 Ts 5:1 -4). As
profecias relacionadas a Israel, como o capítulo 24 de
Mateus e os textos semelhantes de Lucas e Marcos, não
dizem respeito à Igreja, mas a Israel (Mt 1:17}
Atos 1:7: E respondeu-lhes: “Não vos com­
pete saber os tempos ou as estações que o
Pai reservou à sua própria autoridade, /m
24:36; M c ! 3:32>
A Promessa do Consolador: A promessa era
aparentemente contrária a Gênesis 6:3, mas Jesus
explicou bem (Gnó:3;Jo 14: ló;Jo 7:38,39; 16:7; 17:1,2;
462
Atos i ;8
Dn 9:12,13; Ap 5:8-9; Ez 1:4; At 1:4). Quando Jesus
desenvolveu o seu ministério terreno, o Espírito Santo
foi prometido aos seus discípulos, porquejesus: (1)
sabia que o Espírito fora tirado da Terra (Gn 6:3); (2)
sabia que o Espírito não podia ser dado aos discípulos: \
(a) até que ele fosse glorificado; (b) até que os seus
discípulos fossem regenerados e recebessem o Espírito.
Por isso, orava para que o Pai o glorificasse. Ele sabia
que a sua glorificação liberaria o Espírito para vir a Terra
(Jo 7:37-39). Este era o principal fator de sua vinda,
glorificar o Filho, como o Filho havia glorificado o Pai.
Jesus queria que o Espírito Santo enchesse a cada um
dos seus discípulos, e não os possuísse. Jesus sabia
que a possessão era temporária e que ela bloqueava a
identidade individual; que a possessão sujeitava a mente
e o espírito humano; que a possessão era perigosa,
porque uma pessoa poderia ser possuída pelo Espírito
Santo e, depois seguir a sua própria vontade, sob os
domínios da carne, como aconteceu com Sansão e
muitos outros que, temporariamente, foram possuídos
pelo Espírito Santo. Jesus queria que o Espírito Santo
permanecesse com os seus discípulos e que, também,
ele não os abandonasse, por causa do ato do pecado,
mas que os convencesse disso, dajustiça e do Juízo. Se o
homem não aceitasse a sua correção, isto se tomaria de
sua inteira responsabilidade
Atos 1:8: Mas recebereis a virtude do Es­
pírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis
m inhas testem unhas em Jerusalém , em
toda a Judéia e Samaria, e até os confins da
terra”. (At2:l-4;Lc24:48;Jo15:2/1
A segunda entrada dejesus em glória (SI 24:9,10). Ele
já tinha entrado ali depois da ressurreição (Jo 20; SI
24:7,8). A lembrança dos anjos aos galileus (Lc24:49).
Jerusalém não podia seduzi-los, pois os dias daquela
cidade estavam contados e eles precisavam ficar ali
até o derramamento do Espírito Santo. Em menos de
quatro décadas, Jerusalém seria destruídapelo general
Tito. Os discípulos o viram subir, literalmente. Ele já
tinha entrado no Céu como sacerdote, logo depois
de sua morte, antes de sua descida ao Hades e de sua
ressurreição. E, depois, em um intèryalo de quarenta
dias, houve duas entradas, após a suã ressurreição.
Daniel o viu entrarem glória, por meio de uma visão (Dn
7:13,14). Nesta visão, Cristo vinha da Terra. João foi
arrebatado àquele tempo da eternidade, até aquele dia,
e o viu entrar em sua revelação (Ap 5:1-6). Observe que
a sua ascensão e o seu ministério sacerdotal foram duas
entradas diferentes na glória. Na sua primeira entrada
(Jo 20:17; SI 24:7): (1) Ele transporta os justos diante
do Pai, e os santos que ressuscitaram na ocasião de sua
morte. (2) Regressa em corpo imortal. (3) Ocorre a sua
apresentação diante do Pai (Dn 7:13,14). (4) As almas
dos santos foram transportadas, mas não foram vistas.
Não houve ressurreição dos justos (anão ser aqueles
que ressuscitaram na ocasião de sua morte), pois eles
foram transladados do Seio de Abraão, que ficava no
Hades, sem ressuscitarem, para a Nova Jerusalém (Hb
12:22-24). (5) Os justos no Hades esperavam a morte do
SumoSacerdote (Nm35:28). Aentrada definitiva: (a)
Após a ascensão em Atos 1:7-9. (b) Em Salmos 24:7-10,
1:9
vemos duas entradas proféticas. De sua primeira entrada
vem com todo o poder, mas não com o corpo de glória.
Em sua segunda entrada, ele é glorificado e o Espírito
Santo é enviado (Jo 7:37,38). Finalmente, nesta última
entrada, descrita profeticamente pelo salmista, ele entra
para assentar-se à destra do Pai nas alturas, segundo o
que havia proposto (Hb 12:2)
Atos 1:9: Tendo dito estas coisas, ele
foi arrebatado às alturas, e uma nuvem
o recebeu, encobrindo-o dos seus olhos.
!Lc 24:51; At 1:2)
Anecessidade do poder do Espírito Santo para pregar o
Evangelho além das fronteiras. A liderança de Jesus foi
perfeita; não deveriam ficar olhando para o céu, antes,
deveriam voltar ao Cenáculo e orar. Eles ficaram com
os olhos fitos no céu, mas era necessário buscarem o
outro Consolador que estava para chegar. Na questão da
substituição, muitos ficam olhando para o céu e deixam
de receber o Consolador, que continuará o trabalho de
Cristo
Atos 1:10: E, estando eles com os olhos
fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que
dois varões apareceramvestidos de branco
juntOdeles, ILc24:4;]o20:12)
A promessa da sua vinda em glória. A primeira
promessa do Novo Testamento após a ascensão de
Cristo é a respeito de sua vinda. Os anjos disseram
algo que influi muito em nossa vida ministerial:
“Varões galileus”. Eles lembram aos apóstolos: “Vocês
são da Galiléia”. “Vocês são dos lugares humildes,
não são de Jerusalém. Ponham isto na mente de
vocês. Vocês devem ficar aqui até que do alto sejam
revestidos de poder”. O Cristo que vocês amam
voltará da mesma forma como o viram subir. Mas agora
é tempo do Consolador. Tiago, Pedro e João sabiam
disso (Mt 17:1-8)
Atos 1: 11: os quais lhes disseram: “Varões
galileus, por que estais olhando assim para
o céu? Esse mesmo Jesus, que dentre vós foi
arrebatado para o Céu, do mesmo modo há
de retornar, assim com o para o Céu o vistes
SUbir”. (Mt24:30;Mc Í3:26;Jo 14:3)
Começo da Igreja. Os discípulos em oração. Jesus não
os fez quebrantar a Lei, mas a jornada de um sábado
do monte das Oliveiras até o Cenáculo, em Jerusalém,
é muito especial. A jornada de um sábado seria o
tempo do trabalho da Igreja na terra. A jornada de um
sábado é o tempo da graça, o ano aceitável e o tempo
do trabalho do Espírito Santo. O sábado é tipo da graça,
pois foi estabelecido para quem não tem direito, para o
descanso dos jumentos, dos escravos, dos servos e das
servas. O sábado não foi estabelecido para os patrões
judeus, mas para aqueles que não tinham direito. Agora
é tempo do trabalho da Igreja, e ela deveria receber
o poder do Espírito Santo para agir, mas Pedro queria
fazer política ministerial. (1) A igreja em Jerusalém
463
A tos 1:13
nasceu com quase 3.120 membros, pastoreada por
Pedro e Tiago, irmão dejesus (At 15:13; Mc 6:3). Os
seus primeiros sinais (At2:43): Em função das ameaças,
todos os seus membros passaram a tertodas as coisas
em comum (At 2:44). Todos os fiéis passaram a viver em
comum acordo (At2:46). Investiam tempo em oração
(At 2:46). Testemunhavam em qualquer oportunidade
(At 3:12). Falavam dejesus Cristo (At 4:13). Os irmãos
permaneciam em pureza diante de Deus (At2:47; 5:14);
cresciam constantemente (At 2:47; 5:14); passaram
grande tribulação e perseguição unidos (At 4:1 -13; 7:54-
69; 8:1 -3); levantaram diáconos (At 6:1 -7); batizaram (At
2:41,46); enviaram missionários (At 8:5-14); reuniram-
se em Concílio (At 8:5; 11:22; 15:22); pregarama
Palavra de Deus (At 2:16-36). Os irmãos lutavam por sua
fé (At 15:1-21). Infelizmente, eles se comprometeram
com os judaizantes, aceitando-os em seu meio (At21:18-
25). Tornou-se uma igreja preconceituosa contra os
novos apóstolos e obreiros por causa dos judaizantes
A to s 1:12: Depois disso, voltaram para Je­
rusalém, do monte chamado das Oliveiras,
que está perto de Jerusalém, à distância da
jornada de um sábado ( “u m q u ilô m e t r o ”).
O hotel do Cenáculo, um bom lugar para começar.
Estavam hospedados de dois em dois. Todo lugar em que
a Igreja põe os pés torna-se temporário. Ela cresce, ela se
desenvolve. O lugar em que ela está é como a roupa de
um bebê
A to s 1:13: Após entrarem na cidade,
subiram ao nível do cenáculo, onde es­
tavam hospedados Pedro e João, Tiago
( “s u p l a n t a d o r ”) e André ( “h o m e m f o r ­
t e ”), Filipe ( “o q u e a m a c a v a l o s ”) e Tomé
( “g ê m e o ”) , Bartolomeu ( “o f i l h o q u e
s u s p e n d e a s á g u a s ”) e Mateus ( “d o m d e
D e u s ”f Tiago, filho de Alfeu ( “m ilh a r ”),
Simão ( “o b e d i e n t e ”) , o Zelote, e Judas
( “s e m e l h a n t e a J u d á ”) , irmão de Tiago.
(Mt 10:2 4;AtQ:37,3Q;20:8;Mc3:ló-19;lcó:l4 ló)
Pedro, precipitadamente, quebrou a unanimidade
da oração. Os irmãos estavam unânimes em oração,
e Pedro quebrou aquela unidade. Observe como,
na reunião apostólica, as mulheres não eram
afastadas em um lugar à parte daquela reunião. Elas
estavam presentes no seu lugar. Quando a reunião é
administrativa ou ministerial, é bom que cada ministério
esteja no seu lugar, mas quando se trata de comunhão
de oração, as esposas dos obreiros devem estar ali, para
que orem juntos. Esta unanimidade gerou um ambiente
propício para a glorificação de Cristo e para avinda do
Espírito Santo. A unanimidade foi resultado da oração
intercessora de Cristo em João 17. E tinha um modelo:
“Assim como nós somos um ”. Esta unanimidade moveu
os Céus durante sete dias
1:14
A tos 1:14: Todos estes perseveravam unâ­
nimes em oração e clamor, com as m ulhe­
res, e com Maria, mãe de Jesus, e com os
irmãos dele. (.At 2:1,46; Mc 12:46; Lc23:49,55}
A substituição não autorizada dejudas Iscariotes.
O discurso de um Pedro vazio e sem o poder do
Espírito Santo, baseado no Salmo 109. Dez vezes
mais (120) o número dos primeiros apóstolos,
mas, segundo a mentalidade de Pedro, o ministério
“não poderia crescer” com novas figuras. Pedro,
sem o poder do Espírito Santo, quebra a ordem da
reunião. Mas devemos permitir que Deus fale nos
momentos decisivos de nosso ministério. No monte
da Transfiguração, no meio daquela glória revelada
em Cristo, ele quis falar. Muitos são os que querem
estabelecerieis e estatutos, quando deveriam ficar
quietos e orar. Cento e vinte era o total de pães que
estavam na nova mesada apresentação no templo de
Salomão. Inicialmente, eram doze pães na mesa do
Tabernáculo de Moisés; agora, o número de líderes
tinha aumentado; eram quase cento e vinte pessoas.
Precisavam de mais trigo e de mais mesas. A obra
cresceu. Agora, a Igreja necessitava de dez vezes
mais líderes. Pedro não deveria levantar-se ainda.
Há um momento certo para um ministro levantar-se.
Sua mente não estava pronta para obedecer àquilo
que Cristo tinha ordenado, mas estava pronto para
manifestar o seu sentimento e a sua intenção carnal
A tos 1:15: E, naqueles dias, pondo-se Pe­
dro em pé no meio dos irmãos (e o núm e­
ro de pessoas em um m esm o lugar era de
quase cento e vinte), e lhes disse: /jo21.-33;At
6:3; 0:301
Veremos a diferença entre o sermão de Pedro no
capítulo um - exclusivista e político - daquele sermão
no capítulo dois, cheio do Espírito Santo
A tos 1:16: “Varões irmãos, era necessá­
rio que se cumprisse a Escritura, que de
antemão 0 Espírito Santo falou pela boca
de Davi, a respeito dejudas, que foi 0 guia
daqueles que prenderam a Jesus; ao /.?.■/&
Lc22:47;Jo 18:3}
Pedro deveria agradecer a Deus por tudo o que
aconteceu, pois ele poderia ter sido o traidor, se Jesus
não orasse pelo fortalecimento de sua fé. O diabo não
queriajudas, que já era seu. Qualquer um poderia ser
o traidor; ninguém estava marcado para ser o traidor.
Em uma daquelas noites, o diabo apareceu a Cristo e
lhe pediu a Pedro. Mas Jesus orou por ele e o avisou.
Agora, sem o dom do Espírito Santo, ele é o primeiro a
denunciar o seu colega caído e morto
A tos 1 :1 7 :0 qual era contado entre nós e
teve herança neste ministério, ooójo, 7i;At
1:25;20:24; 21:16}
464
Atos 1:20
O juízo de Deus é natural na vida de quem peca e cai.
Mas não devemos revelar detalhes daquele que cai
publicamente, derramando as suas entranhas mais
uma vez. O objetivo não era defender Judas, pois ele
já pagara o seu preço. Um homem sem o poder do '
Espírito Santo não tem respeito quando ofende o seu
colega caído, mas faz questão de dizer que as tripas dele
ficaram expostas (Mt 27:1 -10). São muitos que ainda,
sem a graça de Deus, optam pelo caminho da desonra,
ao expor publicamente as entranhas morais de seus
colegas caídos. Este é o verdadeiro tipo do discurso de
um homem sem o poder do Espírito Santo
A to s 1:18: Ora, ele adquiriu um campo
com o salário da sua iniqüidade; e, enfor-
cando-se, arrebentou-se pelo meio, e todas
as suas entranhas se derramaram, tM 2 7 :3 -io :
26:14,15/
O traidor receberá a sua maldição (SI 109). Mas,
sejudas mostrasse evidências de arrependimento,
conforme Deus propõe a todos os pecadores até os dias
de hoje (pois não quer que nenhum deles se perca),
teria sido perdoado. Mas o problema é que Judas se
auto-sacrificou para mostrar sua tristeza pelo que fez.
Seu arrependimento foi autocomiserativo, e não foi um
arrependimento genuíno, confirmado pela confissão
de fé no único sacrifício de Cristo. Se ele tivesse crido
no sacrifício de Cristo, não teria se enforcado, pois a sua
precipitação de nada valeu, se não levá-lo à perdição
eterna
A to s 1:19: E isto tornou-se notório entre
todos os moradores de Jerusalém; de tal
maneira que, na linguagem própria deles,
esse campo se chama Acéldama, isto é,
Campo de Sangue.
Na verdade, o que está descrito no Salmo 109 a respeito
do traidor é lamentável. Pedro queria preparar o
terreno para introduzir sua idéia. A habitação do traidor
ficaria deserta, e não haveria prole para povoá-la. Outro
tomaria o seu ministério, mas, com todâ certeza, não
seriaMatias. No coração de Deus, um homèm chamado
Saulo, que ficou com as roupas de Estêvão e cõnsentiu
na sua morte, seria o próximo apóstolo. Este assunto é
atual e Deus ainda tem os seus propósitos
A to s 1:20: Pois está escrito no livro dos
Salmos: Fique deserta a sua habitação, e
não haja quem habite nela; e: tom e outro o
ofício de seu bispado, / s i 69:25; io9:8;
Fechando as portas para novos apóstolos e as regras
do novo estatuto (1 Co 9:1-5). Poresse motivo, Paulo
justificará o seu apostolado no início de todas as cartas.
Matias foi votado para ser um desconhecido. Primeira
regra: o próximo apóstolo deve ser veterano: “Dos
varões que conviveram conosco todo o tempo em que o
Senhor Jesus andou entre nós”. Quem não cumprir esta
regra, está fora. A escolha de Deus: 1 C oríntiosl5:9e
Efésios 2:3-9.
1:21
Atos 1:21: Convém, pois, que dentre os
varões que nos acompanharam todo o tem­
po em que o Senhor Jesus entrou e saiu
entre nós, (Lc24-.3)
Segunda regra: “começando desde o batismo dejoão”.
Quem não se enquadrar nesta regra, está fora. A regra
de Deus: Paulo conhecia outro batismo. Eo começo do
seu ministério foi no dia em que suas escamas caíram.
Terceira regra: “até o dia em que dentre nós foi levado
para cima”, tem de ser testemunha ocular. Deve ter
visto Jesus súbir. Regra de Deus: Paulo viu Jesus descer.
Quem teve uma visão de Cristo descendo, serve?
Quarta regra: “um deles se torne testemunha conosco
da sua ressurreição”. Tem de ser testemunha da sua
ressurreiçãõ, Regra de Deus: Paulo foi testemunha de
sua glorificação (2 Co 12:1-5,11,12). Ele disse: “Estive
no Paraíso e conheci o Cristo glorificado que vocês
jamais viram. Vocês conheceram ojesus ressuscitado,
mas eu conheci o Cristo glorificado”.
Serve para ser apóstolo?
Atos 1:22: começando desde o batismo de
João até o dia em que, dentre nós, foi rece­
bido nos Céus, que um deles seja ordenado
testemunha conosco da sua ressurreição.
(Lc24:48;Mc 1:1;At 1:8;2:32)
Aqueles homens cumpriam as regras dos homens, e não
se encaixavam perfeitamente nas regras de Deus para o
apostolado
Atos 1:23: E apresentaram dois: José, cha­
mado Barsabás, que tinha por sobrenome o
Justo, eMatias.
Deus queria que o Espírito Santo falasse, e não o poder
político do voto (At 13:2). A ordem era orar até o
derramamento do Espírito Santo. A escolha do novo
apóstolo deveria ser uma obra do Espírito Santo
(At 13:1 -3). Mesmo querendo fazer coisas espirituais,
se atuamos na carne, sem autorização, embora a decisão
tenha fins maravilhosos, é pecado de desobediência.
Jesus mandou que ficassem ali no Cenáculo orando; eles
estavam fazendo política ministerial
Atos 1:24: E, orando, disseram: “Tu, Se­
nhor, que conheces os corações de todos,
manifesta qual destes dois escolheste, (At6:6;
13:3; 1Sm 16:7;Jr 17:10;At lS:8;Rm 8:27)
Esta era uma atribuição única e exclusiva do Espírito
Santo e, até hoje, ele não abre mão dessa prerrogativa,
que é somente dele (At 13:2,3)
At;os 1:25: para que tome lugar neste mi­
nistério e apostolado, de onde por trans­
gressão caiu Judas e se desviou para ir ao
Seu prÓpriO lugar”. (At9:ll;Sl69:27)
A oração deles não foi respondida. Eles ainda não
465
Atos 2:i
conheciam opoderdo Espírito Santo e sua indicação
infalível para o santo ministério. Eles deveriam orar. Se
eles orassem, o Espírito Santo seria dado e eles ouviriam
a sua voz: “Esperem um pouco e verão o vaso de bênção
que tenho preparado para ser o próximo apóstolo. Ele
tem ordens sacerdotais, prenderá alguns de vocês, e
blasfemará do caminho. Ele será o próximo. Como Deus
gosta de nos surpreender. Observe 1 Timóteo 1:13,14:
“Ainda que outrora eu era blasfemador, perseguidor, e
injuriador; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por
ignorância, na incredulidade; e a graça de nosso Senhor
superabundou com a fé e o amor que há em Cristojesus”
Atos 1:26: Então, lançaram sortes, e a sor­
te caiu sobre Matias, que foi agregado aos
onze apóstolos. (Lvió .-sj
A to s , c a p ítu lo d o is (2 )
O advento do Espírito Santo. O dom do Espírito dado
ao corpo, particularmente, e não coletivamente,
como em Números 17:17,25, e de forma contínua.
Pentecostes é som (louvor e Palavra), luz (revelação de
Deus) e movimento (avivamento). Desde a morte de
Cristo, na Páscoa, até o Pentecostes, conta-se cinqüenta
dias. Pentecostes é o tipo do Jubileu. Nele, muitas
coisas preciosas aconteciam. O ano do jubileu era o
qüinquagésimo ano. Pentecostes é um minijubileu de
significados extraordinários. É a aplicação de todos os
recursos advindos da morte expiatória de Cristo. Jesus
ressuscitou no terceiro dia e permaneceu mais quarenta
dias com os seus discípulos, e alguns dias após a
ascensão dejesus cumpriu-se o dia de Pentecostes. Eles
teriam de esperar quase sete dias no Cenáculo do hotel
de Jerusalém, onde estavam hospedados. Jesus havia
ressuscitado e estado com eles quarenta dias. Ele tinha
experimentado a vida sobrenatural no mundo sendo
um homem ressurreto. Ele viveu no mundo como um
ressuscitado. Os seus quarenta dias de jejum no deserto
estavam sendo pagos. Depois da ressurreição, ele ainda
ficou na terra 40 dias
Atos 2:1: Ao cumprir-se o dia de Pente­
costes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar. !At20:lÔ; l:14;Lv23:15;Dt 16:9;At !:14)
Veio do Céu: Em Ezequiel 1:4, vemos que o trono de
Deus se move como um grande transporte de fogo, e tem
rodas e propulsão. O altar de incenso é a força motriz
do trono, e o incenso de nossas orações e louvores é o
seu combustível. Todos os detalhes do trono de Deus e
de seu movimento (pois nesta ocasião o Espírito Santo
estava no trono do Pai), nós os identificamos também
em Ezequiel 1:4. De acordo com o texto de Ezequiel,
o texto de Atos é a continuação da visão de Ezequiel.
A visão é do movimento do trono. O trono está se
movendo segundo a revelação de Ezequiel. O Espírito
Santo está no meio das rodas do trono. Em Apocalipse
1:5 e 5:6, respectivamente, o Espírito está diante do
trono, e quando Jesus é apresentado diante do trono
do Pai, ouve-se imediatamente que o Espírito Santo
foi entoado à Terra! Entre o capítulo 1 de Apocalipse e
o capítulo 5, ocorre o envio do Espírito Santo à Terra.
2:2
Este envio é registrado em Atos 2. Mas ele não poderia
vir sem o consentimento do Pai e sem a glorificação
de Cristo, fator preponderante para que o Espírito
Santo fosse derramado em plenitude na Terra. O efeito
da glorificação de Cristo. No livro dejoão, temos a
exigência do Pai, isto é, que o Espírito fosse enviado à
Terranovamente, depois do rogo do Filho (Jo 16:16,17;
Jo 7:37). A glorificação pessoal de Cristo aconteceu no
dia em que ele entrou no Céu, mas os efeitos somente
foram vistos sete dias depois, na Terra. Esta glorificação
é vista em Apocalipse 5. Esta glorificação esperava que
ele deixasse o estado de humilhação e assumisse a sua
glória. A glorificação de Cristo: a Bíblia fala da adoração
ao Filho. Vemos o Filho entrarno Céu e, como os anjos
não estavam acostumados com ele, foi recebido com
a mesma autoridade, diante do Pai, dos 24 anciãos e
dos anjos; inclusive, o próprio Pai ordena que todos os
seus anjos, logo após sua chegada da Terra, o adorem
(Hebreus 1:4-6)
Atos 2:2: De repente, estalou do céu um
estrondo, como que de um vento forte que
vinha com ímpeto, e encheu toda a casa
onde estavam assentados. (At4:3i;Êxi4.-2i)
Pentecostes é som, imagem e movimento do Espírito
Santo. O fogo que foi visto sobre cada um dos irmãos
equivale à pombinha que desceu sobre Cristo no
momento de seu batismo. Foi um derramamento
coletivo, corporativo, não somente sobre alguns dos
apóstolos, mas sobre todos. Agora, o Espírito Santo
não estaria apenas sobre um líder, mas sobre todos
os membros do corpo de Cristo, que, unidos em
concordância, realizariam a obra de Deus. Não era mais
privilégio de alguns, mas do corpo de Cristo como um
todo, unido segundo o modelo da unidade da divindade
(Jo 17:21,22)
Atos 2:3: Então, apareceram-lhes línguas
como de fogo, que se repartiam e, sobre
cada um deles, pousou uma.
O incenso de Babel. Uma língua universal para a Igreja:
as novas línguas. A unidade de língua restaurada na
Igreja. Quem concede as línguas é o Espírito, e quem
fala é o crente, pela fé. Fala cheio do Espírito Santo, pelo
Espírito Santo, sem haver possessão. Ali, agora, havia
uma cooperação, não uma possessão do Espírito. Eles
experimentavam algo que nenhum profeta do Antigo
Testamento experimentou: “O espírito do profeta
estava sujeito à alma do profeta ”. Isso quer dizer que a
obra do Espírito Santo no Novo Testamento não é uma
possessão. A pessoa não pode dizer: “Ah! Eu não me
lembro... eu não sabia o que estava fazendo, estava sem
controle, etc”. Todos cheios do Espírito Santo! Isto é um
milagre. (1) Os profetas do Antigo Testamento sabiam
que “todos” jamais poderiam ser cheios do Espírito
Santo. Pois, no Antigo Testamento, se estivesse sobre
um, não estava sobre o outro. (2) Outra novidade é
que, ao se mover, a partir do trono, o Espírito Santo não
podia estar em duas pessoas em um mesmo tempo,
principal mente se elas tivessem o mesmo ofício. Por
exemplo, no caso de Davi: Quando o Espírito Santo
466
Atos 2:4
entrou em Davi, saiu de Saul. Vemos esta diferença entre
0 reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá), porque,
quando os profetas se manifestavam em um reino,
cessavam de profetizar no outro. A manifestação não era
simultânea. Com isto, tornou-se notório que o Espírito
Santo agia, simultaneamente, nos dias da graça, mais
digno de glória e de valor (1 Rs 22:24; 1 Sml6:13,14;Nm
11:16-25). Em alguns casos, sua permanência era um
milagre, como no caso de Davi (SI 51:10,11). Líderes,
profetas e sacerdotes tiveram o privilégio de sentir a
sua presença por algum tempo. Mas era algo distinto
de hoje, pois o Espírito Santo permanece em nós para
sempre. Aqui, é a mesma revelação que temos em
Apocalipse 1:5. Porquç, no capítulo 5 de Apocalipse,
ele é enviado à Terra porquejesus foi glorificado (Jo
7:38,39). Esta é a única forma de recebermos o Espírito
Santo, isto é, glorificando a Cristo. O Espírito Santo
estava no trono desde Gênesis 6:3, e de lá vinha e
regressava. É por isso que, muitas vezes, vemos os textos
que descrevem: “Eveio sobre ele o Espírito Santo”.
Porque ele não permanecia por muito tempo na mesma
pessoa; somente em casos especiais, como aconteceu
com alguns reis, profetas, sacerdotes e líderes
Atos 2:4: E todos foram cheios do Espíri­
to Santo, e começaram a falar em outras
línguas, segundo o Espírito lhes concedia
que falassem. (Mc 1ó:17; At 4:8,31; 9:17; 13:9,52;
1 Co 12:10,11; 14:21)
Estavam ali para a Festa das Primícias, para a Festa de
Pentecostes. Mas o que era a festa de Pentecostes? (a)
A Festa de Pentecostes - no fim da Festa das Semanas.
Um tipo poderoso da vinda do Espírito Santo e da grande
colheita de almas por intermédio do ministério de
Pedro (At 2:1 -4; Lc 18:12; Mt 28:1): Levítico 23:15: "E
contareis sete semanas completas, desde o primeiro dia
depois do sábado da Páscoa, ou seja, desde o dia em que
trouxestes o ômer ("duzentos e vinte e dois litros”) da
ofertade movimento (“as prim ícias do sacerdote”) ”.
Desde o dia da celebração da ressurreição de Cristo
(23:11) até a chegada do Espírito Santo à Igreja; isto é,
até o domingo do Pentecostes: dia de oferta vegetal (ou
de manjares), o maior tipo da Ceia do Senhor- celebrada
no domingo; justamente celebrada pela Igreja Primitiva,
porque a oferta de manjares nunca era apresentada
independentemente do sacrifício anim al-pórisso,
na mesa do Senhor, temos pão (da oferta de manjar)
e vinho (como memorial do sangue do Cordeiro),
1 Co 16:8. Levítico 23:16: “Até o dia seguinte áo sétimo
sábado, contareis cinqüenta dias; então oférecereis
uma nova oferta vegetal (“de m anjares”)ao Senhor
Jeová”. O pão das primícias é tipo do corpo de Cristo
que recebeu o Espírito Santo (Mt 13:33). Aefaeraa
medida da quantidade do trigo dedicado às ofertas de
ações de graça. Mas sempre há um poder espiritual
contrário às nossas ofertas de ação de graças que quer
o domínio de nossas medidas (Zc 5:6,7), que deve
ser dominado e lançado fora de nossos domínios (Zc
5:10,11). As duas mulheres vistas em Zacarias são tipos
da Igreja e da nação de Israel, que levarão aquela mulher
ímpia para a destruição, a Falsa Igreja (Ap 18). Os dois
2:4
pães. Geralmente, dedicamos a Deus dez por cento
de nossos ganhos e o mínimo de dez por cento desses
lucros, nas ofertas voluntárias. Estas ofertas são a nossa
manifestação de ações de graças por tudo o que Deus
fez por nós e por nossa família. Levítico 23:17: “Então,
de vossa morada trareis dois pães para oferta alçada em
movimento; pães cozidos com dois décimos de uma efa
(“doislitros edois decilitros") de flor de farinha de trigo,
com levedura, como primícias para o Senhor Jeová”.
Sacrifícios e oferta de manjar completa (tipo da Ceia do
Senhor) e o holocausto, tipo da morte substitutiva de
Cristo (Dt 21). Lá, em Levítico 9, temos, pela primeira
vez, todos os fundamentos das ofertas de uma só vez:
(1) Sacrifício expiatório pelo pecado; (2) holocausto; (3)
sacrifício pacífico. Levítico 9:2: (1) “oferta de sacrifício
expiatório pelo pecado e (2) um carneiro sem defeito
para holocausto”. Levítico 9:3: “U m (l)b od ecom o
oferta de sacrifício expiatório pelo pecado; um (2)
bezerro, um cordeiro, sem defeitos, para holocausto”.
Levítico 9:4: “Um (3) novilho e um carneiro como ofertas
pacíficas ao SenhorJeová, e uma oferta vegetal ( “de
m anjar”)misturada com azeite, porque hoje o Senhor
vós aparecerá”. E em Levítico capítulo 23, temos uma
repetição dos mesmos sacrifícios, com pouca diferença.
Cada umcleles tem um significado, um detalhe
importante que termina em Cristo. ( 1 )0 sacrifício pelo
pecado era oferecido no altar de sacrifícios, no átrio
do Tabernáculo, que é tipo da morte de Cristo por sua
nação. (2) Os holocaustos eram oferecidos (imolados)
diante do altar, sua gordura (queimada) e o seu sangue
(posto nos chifres e derramado ao redor do altar) eram
apresentados no mesmo altar, mas a cabeça, carne,
couro e excrementos eram queimados fora da porta, em
outro altar, um tipo da morte de Cristo por todo o mundo,
pois foi oferecido fora da porta, no Calvário. (3) As
ofertas pacíficas eram compostas de animais limpos com
bolos ou pães, pois esta oferta era composta de animal e
vegetal - sangue e trigo. Em outras palavras, as ofertas de
manjares se juntavam às ofertas de sacrifício e formavam
uma só: a oferta pacífica, um tipo da Ceia do Senhor, pois
o Cordeiro de Deus foi imolado, e nós continuamos,
como memorial, oferecendo os pães ao lado do vinho
(1 Co 11:25). Levítico 23:18,19: “Ejuntamente com
o pão oferecereis sete cordeiros sem mancha, de um
ano, um novilho e dois carneiros para holocausto ao
Senhor Jeová, acompanhados de uma oferta vegetal
(“dem anjar")e uma libação ( “vinho"). Serão ofertas
queimadas de cheiro agradável ao Senhor Jeová. E
logo sacrificareis um bode como oferta de expiação
pelo pecado, e dois cordeiros de um ano como oferta
de sacrifício pacífico”. O ato de levantar e movimentar
diante do Senhor: As ofertas eram levantadas e
movimentadas diante de Deus para que o cheiro fosse
dedicado a Deus (e fosse aceito como cheiro agradável a
Deus), ao mesmo tempo em que o sacerdote agradecia
por sua porção. Isto é uma oferta de movimento, ou
oferta movida, ou oferta de movimento alçada. Observar
que sempre, juntamente com qualquer oferta vegetal
(de trigo), um animal limpo era sacrificado, para que
o sentido da mesa do Senhor não perdesse o seu valor
real: pão e vinho. Os dois pães e os dois cordeiros são
um memorial dos dois pactos, do antigo e do novo. Os
Atos 2:5
dois cordeiros são tipos do cordeiro imolado desde
a fundação do mundo, e o Cordeiro de Deus, que é o
antítipo daquele. Eles são ofertas memorativas, pois são
acompanhados com oferta de manjar e foram dedicados
como oferta pacífica de ação de graças. Levítico 23:20:
“E o sacerdote as levantará e os movimentará sobre
o pão das primícias, como oferta alçada diante do
Senhor Jeová; mas os dois pães, juntamente com os dois
cordeiros consagrados ao Senhor Jeová, serão para os
sacerdotes”. Mais um dia de descanso. Levítico 23:21:
“E nesse dia não fareis nenhum trabalho servil, mas
ele será de santa convocação para vós. Será estatuto
perpétuo para vós e para a vossa posteridade, onde quer
que habitem”. A ressurreição dos últimos salvos, depois
da Grande Tribulação. Um tipo da graça que alcança
os gentios da terra, os quais procuram pelas espigas
que ficam, como Rute, a moabita, por quem a semente
dos ancestrais de Davi passará. Isto significa que um
ato de misericórdia abunda em graça e em realizações
para nós mesmos (Rt 1-4). Um tipo da grande colheita
de Deus (1 Co 15:24), no tempo do fim. Um tipo do dia
de Pentecostes, quando os israelitas, judeus e gentios
experimentaram a grande glória de Deus; e nós, os
gentios, até hoje estamos recolhendo as espigas. Levítico
23:22: “E na época de vossas colheitas, não segareis até
os rincões extremos de vosso campo, nem recolhereis as
espigas que sobrarem. Deixareis o que ficar para o pobre
e para o forasteiro. EU SOU O QUE SOU, QUE ERA E
QUE SEREI (“Eu, oSenhorJeová”), vosso Deus”
Atos 2:5: Achavam-se então em Jerusalém
judeus, varões piedosos, de todas as nações
que há debaixo do céu. (At8:2)
(1) A Babel - foi a confusão pela diversidade que
nos separou. Pentecostes - a confusão por causa da
linguagem que nos uniu. A tipologia geral do Espírito
Santo: Encontramos em Gênesis 8:7-12: (1) A primeira
saída da pomba. Saiu da arca e regressou (Gn 1:2; 6:3).
Não encontrou lugar para pousar. Não pôde habitar
no coração dos homens (v. 9). (2) Segunda saída da
pomba da arca. Noé esperou outros sete dias (v. 10).
E voltou a enviá-la fora da arca. Ela voltou no horário
da tarde. Essa hora tipifica os momentos da morte de
Cristo. A pomba regressou ao céu por meio de Cristo,
na ocasião de sua morte, quando Jesus entregou seu
Espírito ao Pai. Mas ela tinhauma folha de oliveira no
bico. O juízo de Deus sobre os homens havia terminado.
Jesus havia pago o preço, mas ainda não havia lugar
para pousar. Somente havia encontrado uma oliveira,
que era Cristo. Mas era um grande sinal que “as águas
se haviam baixado”. (3) A pomba vem pela terceira vez
(v. 12). “Mas não tornou mais a ele”. Étipo do Espírito
Santo que foi resultado dos rogos profundos de Cristo
diante do Pai, porque o mundo não podia recebê-lo.
Jesus tinha em mente Gênesis 6:3. Mas ele veio para
a Igreja e não para o mundo. Veio nos ensinar como
adorar a Deus. Assim como fez com os querubins,
agora ele tinha que fazer com a Igreja. Veio estar
conosco para sempre. Apombinha já não regressaria.
A trajetória do Espírito Santo: No Antigo Testamento, o
Espírito Santo inspirou os profetas para que vivessem
antecipadamente a vida de Cristo, projetando o Messias
467
2:6
que havia de vir (1 Pe 1:10,11). O EspíritoSantofoi
retirado da terra por causa da corrupção dos filhos
dos poderosos com as filhas dos homens (Gn 6:3). O
Espírito Santo, depois da sua saída da terra, foi para o
trono, onde operou poderosamente entre os querubins
no meio das rodas. Daí saiu para ser derramado sobre
a Igreja. Enquanto estava lá, atuou de forma limitada
sobre os lideres, reis e profetas (At 2:1 -4). Estas
línguas eram (1) como sinais e (2) dons. Aqueles que
se aperfeiçoaram nas suas variedades, tinham um
dom maravilhoso que poderia ser interpretado, não
traduzido. Aqueles que apenas receberam o batismo
com o Espírito Santo poderiam desejar outros dons (1
Co 12:3-12). Mas a variedade de línguas, como sinal
(não como dom), é uma grande ferramenta da Igreja de
Cristo. (2) Aquela primeira manifestação foi distinta.
Ali estavam reunidos para a festa de Pentecostes
milhares de pessoas vindas de muitas nações, por
causa da dispersão feita pelos reis assírios contra as
dez tribos de Israel, e ainda pelo cativeiro babilónico,
e muitos da casa de Israel não moravam na sua pátria,
e conheciam idiomas de diferentes lugares. O Espírito
Santo usou aqueles homens e mulheres, quase cento
e vinte, para profetizarem nas línguas das nações
onde eles viviam. Mesmo sem saber o que estavam
dizendo, proferiam as línguas mediante a fé e eram
compreendidos (1 Co 14:10)
Atos 2:6: Quando ouviu-se aquele estron­
do, ajuntou-se a multidão, e estava con­
fusa, porque os ouvia falar na sua própria
língua.
Deus escolheu as coisas débeis deste mundo para
confundiras fortes e sábias. No plural, “começaram” a
falar. Outro milagre. A diferença entre a Palavra escrita e
a falada. Estudemos o caso de Zacarias (Lc 1:5-15), pois
este sacerdote representaa diferença entre a palavra
recebida em nós e a palavra proferida por nós
Atos 2:7: E todos estavam atônitos e se
admiravam, dizendo uns aos outros: “Eis
aí, pois! Não são todos esses galileus? (At
2: 12; 1: 11)
Por um canal fluíam diversidades de línguas nativas.
Falavam cheios do Espírito Santo, a partir do Espirito
Santo, sem haverpossessão. Ali, havia uma cooperação,
não uma possessão do Espírito. Eles experimentavam
algo que nenhum profeta do Antigo Testamento
experimentou: “o espírito do profeta estava sujeito à
alma do profeta”. Isso quer dizer que a obra do Espírito
Santo no Novo Testamento não é uma possessão. A
pessoa não pode dizer: “Ah! Eu não me lembro... eunão
sabia o que estava fazendo, estava sem controle, etc ”..
Em Gênesis 11, temos aterra unida em um só continente
usufruindo desta unidade em todos os sentidos. Mas esta
unidade favoreceu o orgulho pessoal e a sede pelo poder
mundial de Ninrode. A terra vivia esta bênção ao
compartilhar a mesma língua e a mesma cultura.
Quando o Senhor interveio contra o poder do anti-Deus
e confundiu a língua dos povos, automaticamente,
468
Atos 2:7
mudou toda etnia, isto é, tudo o que envolvia a raça, tais
como: a maneira de viver, a cor da pele e a cultura de
forma geral. Quando o Senhor mudou a cultura, também
fez mudanças geográficas por meio de um grande
terremoto, que, posteriormente, foi o fruto das
conseqüências do grande dilúvio; pois tal tremor dividiu
a terra em grandes continentes, quando grandes partes
da terra também afundaram e outras ficaram na
superfície, sob e sobre o nível do mar. Desde que Deus
dividiu a terra nos cinco continentes, tomou-se
premente a evangelização mundial a respeito da
Divindade. Isto significa que o mesmo Deus que mudou
a linguagem, mudou as culturas, aetnia, isto é, todas as
raças com seu habitat Lendo Gênesis 10:8, observamos
que Ninrode se tornou um grande rebelde contra Deus
na terra, pois era filho de uma geração que não estava
coberta nem com o sinal de Caim, nem pelo Espírito
Santo. Daqueles descendentes de Cão saiu a trindade
Egito, Amaleque e Palestina: símbolos bíblicos do
mundo, da carne e dos homens que habitam na porta de
seus inimigos. Ninrode, filho de Cão, fundou Babel, que
significa confusão; tudo o que pode fluir do coração de
um homem rebelde é visto tipologicamente nahistória
dessas três raças. Mas, contra quem Ninrode se rebelou?
Contra a ordem enfática de Deus ao homem: dominar,
crescer, multiplicar-se e encher a terra. Por isso, houve
um grande ataque satânico contra a Igreja emjerusalém,
pois esta ordem foi dada novamente no Pentecostes. Por
isso, Pentecostes é o avesso de Babel, e não poderia ser
um centro de culto ao homem, nem um centro de
unidade em torno de uma só igreja local. Satanás e os
seus demônios odeiam esses benefícios (Gn 1:28):
frutificar, multiplicar, encher, sujeitar e dominar, porque
eles são ilimitados; mas o homem não estálimitado,
pode multiplicar-se. Esta foi a graça que Deus concedeu a
cadaum de nós, e a vida humana deveria girar em torno
daquilo que Deus ordenou. Esses cinco poderes são
restaurados no dia de Pentecostes, registrado em Atos
dos Apóstolos. Aglobalização destrói a criatividade das
civilizações e é manipulada para beneficiar o governo do
Anticristo. O monopólio da globalização não permite a
multiplicação da diversidade, mas castra as espécies. O
poder do Pentecostes não é para facilitar o falar em
línguas desconhecidas, simplesmente, mas, para fazer
funcionar os cinco poderes enfáticos de Deus dados ao
homem. O espírito de Ninrode é contra o domínio do
homem pelo crescimento, pela multiplicação e pelo
enchimento da vida plena na terra. O enchimento da
terra é um sinal para um novo tempo proposto no
coração de Deus. Quando lemos Gênesis 11:3,4,
observamos que Ninrode constrói uma torre que tinha o
utópico destino de explorar os céus; isto é, uma pirâmide
de culto aos deuses que eles denominariam de guias, de
astros, dando início à idolatria anti-Deus. Este mesmo
espírito tem atacado a muitos líderes hoje, os quais
desejam juntar todos os seus fiéis ao redor de uma torre
de “quatro paredes”, onde o seu nome, sua imagem e
seus sonhos imperam. É possível liderar e influenciar a
muitos, mas não é possível pastorear, com tranquilidade,
mais de trezentas pessoas se não houver liderança sobre
outros discípulos mais chegados. Quando o Senhor Jesus
edificou a sua Igreja, ensinou-nos como abrir novos
2:8
campos para multiplicação. Por isso, perguntamos, qual
é a importância e que poderhá no Pentecostes? É
necessário uma compreensão profunda. Lucas e Atos
nos revelam a resposta. Jesus multiplicou os pães para o
seus discípulos, os discípulos para a multidão, e a
multidão para as cestas. A multiplicação estava nas mãos
dos discípulos e este poder foi dado aos homens. Muitos,
ainda hoje, vão a lugares longínquos a fim de buscar um
método de multiplicação para implantá-lo nos seus
ministérios, quando, na realidade, o segredo está na
Palavra de Deus. O Pentecostes veio para nos ensinar
que a Igreja pode restaurar esses cinco poderes.
Pentecostes veio para restaurar os cinco poderes:
frutificar, multiplicar, encher, sujeitar, dominar, mas
Satanás tem lutado com a mesmafilosofia de Ninrode no
coração de muitos líderes, que ainda estão lutando por
“levantar um nome” que não é o de Cristo. Muitos deles
estão lutando por levantar u m edifício: “façamos uma
torre”. Muitos buscam, a todo custo, a liderança nacional
e mundial, dizendo: “celebremos o nom e”, os quais
mostram sua fraqueza: o desejo de poder! Lutam para
não ser espalhados sobre a terra, sem qualquer coração
missionário, sem qualquer sentimento pelo povo. A
filosofia de Ninrode é submeter o homem para que seja
regido põr um só nome, contrariando aquilo que Deus
planejou. Em Gênesis 11:5, vemos uma tipologia dos
poderes eclesiásticos de hoje. Uma torre, uma só igreja
dominada por um poder único. Mas Jesus ensinou que se
o grão de trigo principal cair na terra e não morrer, fica
ele só. Temos visto o poder de Babel, isto é, o mesmo
poder para destinos diferentes. Eles usaram a unidade e
o poder da unidade para fazer o mal, e, mesmo assim,
nadapoderia detê-los. “E o Senhor disse: eis que o povo
é um e tem a mesma língua; nada poderá detê-los”. O
próprio Deus deu testemunho disso. Deus disse: “Se são
um não haverá restrição contra eles”. Ninrode estava
usando o poder da unidade para o mal, e ninguém
poderia restringi-los, porque o próprio Deus deu
testemunho a respeito do poder da unidade. Eles se
uniram para o mal, pois a unidade tem poder, não
importa o propósito pelo qual é alcançada. Somente o
cumprimento do Pentecostes pode destruiros efeitos de
Babel. Tinha que começar com a unidade. “E todos
estavam reunidos no mesmo lugar”. Por isso,
Pentecostes começa com unidade. Eles estavam
reunidos no mesmo lugar; não havia um Ninrode, mas
havia um grupo apostólico que deveria ser disperso em
Jerusalém, najudéia, em Samaria e nos confins da terra.
Deus precisa de um grupo de homens e mulheres
destemido para realizar a sua obra, que queira frutificar,
multiplicar, encher, sujeitar e dominar, a fim de que o
Reino de Deus seja conhecido de todos os homens. Uma
nova visão do Pentecostes destrói o poder de Ninrode: o
batismo com o Espírito Santo não é para transformar
aquele que o experimenta em um Ninrode, mas, sim, em
um frutificador e multiplicador pelo Reino de Deus. Mas,
de repente, a tentação de ficar em Jerusalém começou a
travá-los. E como Deus fez para dissipá-los? Enviou
tribulação, e uma nova Diáspora (dispersão) chegou, de
maneira que a igreja foi dispersa pelo mundo por causa
da perseguição. Deus provocou um escândalo para que a
Palavra fosse semeada por todos os lados e começasse a
Atos 2:10
germinar e a multiplicar-se. O Pentecostes chegou com
este poder de dispersão e divulgação: o Espírito Santo.
Deus não queria que a igreja ficasse somente em
Jerusalém, mas que fosse formada na Galiléia, onde
Jesus estabeleceu o seu ministério, e se isto tivesse
acontecido, a história da evangelização mundial seria
outra. Lendo Atos 2:42, parece que temos ali uma
igreja-modelo, maravilhosa, mas estava diante da ordem
de Jesus; estava sofrendo também sob a tentação do
espirito de Ninrode; e isto era tão evidente que, mesmo
depois da perseguição, tomou-se refém de uma seita de
judaizantes. Deus é Deus de diversidades: de dons,
ministérios, operações, etc. Sabemos que tudo começou
bem, e os irmãos tinham todas as coisas em comum
acordo, e tudo parecia dar certo, mas logo os gregos
foram desprezados à mesa; logo, os apóstolos se
cansaram de servir comojesus. A Galiléia dos gentios foi
desprezada, e poucos começaram a importar-se com os
samaritanos, como Filipe (Mt 10:11). Os apóstolos
continuavam contemplativos, como ficaram quando o
anjo os chamou: “Varões galileus, o que vocês estão
fazendo aqui? Olhando para as alturas?”. Muitos ainda
estão assim: contemplativos, falando em línguas,
construindo suas torres, e sofrendo sob a tentação do
espírito de Ninrode. E foi inevitável o ministério de Paulo
entre os gentios. Porisso, Jesus começou seu ministério
onde Babel terminou. Aquilo que Babel espalhou, a Igreja
deveria ajuntar. Por causa da rebelião humana, Deus os
espalhou negativamente e sem o Evangelho de Deus,
sem o Espírito Santo, com muitas línguas; mas, agora, por
meio do seu Espírito Santo derramado, ele querajuntar
tudo aos seus pés, interpretando estas línguas,
concedendo-lhes a linguagem do Espírito Santo. A ordem
era “permanecei, pois, na cidade de Jerusalém, até que
do alto sejais revestidos de poder” (Lc24:49). Mas, se
Deus nos der uma ordem e esta não for obedecida, virá
tribulação. Algrejaprimitiva vendia tudo o que possuía
porque os profetas anunciavam que uma grande
destruição viria em breve e isto se cumpriu no ano 70 d.C.
Os apóstolos sabiam que deveriam aplicar este dinheiro
em missões. Deus ainda está esperando que os “homens
dejerusalém” invistam nas missões mundiais, pelo
poder do Espírito Santo, mesmo sabendo que são muitos
aqueles que querem construir o seu império ao redor de
suas torres
Atos 2:8: Como, pois, os ouvimos falar,
cada um, na língua em que fomos criados?
Como em Babel, todas as nações experimentaram o
poder de Deus nas línguas dadas às nações (Gn 11:1-5).
O dia de Pentecostes foi o dia em que Deus trouxe uma
linguagem que podia ser compreendida mediante a fé
pelos israelitas, judeus e todos os gentios
Atos 2:9: Nós, partos, medos, e elamitas; e
os que habitam na Mesopotâmia, najudéia
e na Capadócia, e no Ponto e na Ásia, (i Pe u i;
A t6:9; 16:6;Rm ló:5;! Co 16:19;2Co 1:8)
Atos 2:10: na Frigia e na Panfília, no Egito
e nas partes da Líbia, próximas a Cirene, e
469
2:11
forasteiros romanos, tantos judeus como
prosélitos,
O objetivo das novas línguas: falar das grandezas de
Deus (1 Co 14:10). Observar que até os árabes estavam
presentes no dia de Pentecostes. Como deve ter
sido maravilhoso todas as nações aos pés de Cristo,
ali, na mesma cidade em que Jesus fora sacrificado e
ressuscitara
Atos 2:11: cretenses e árabes; como os
ouvimos falar em nossas próprias línguas
das grandezas de Deus?”
A reação do incrédulo (1 Co 14:23-25) foi como a
reação do povo no deserto, diante do maná: “Que é
isto?” Aqui reside um grande segredo, pois o Espírito
Santo jamais fora dado para duas pessoas ao mesmo
tempo. O Espírito Santo trabalhava de forma diferente
no Antigo Testamento: era dado somente em porção.
Ele estava sobre a pessoa que o recebia, e não habitava
nela. Ele estava concentrado em uma pessoa. Ele se
retirava sem aviso prévio, e era instável na pessoa.
Agora, nós o vemos repousando sobre cada um deles.
No Antigo Testamento, esta concentração gerava grande
prejuízo na obra de Deus, e, ainda hoje, muitos crêem
que o Espírito Santo está concentrado em determinado
ministério, de onde flui para todos. Entenda como era
a obra de concentração do Espírito sobre um profeta ou
líder do povo: “sobre”, e não na pessoa, como seria a
partir de agora. No Antigo Testamento, a concentração
do Espírito Santo em uma ou, no máximo, setenta
pessoas, era uma doutrina pouco conhecida nos dias do
Antigo Pacto. Esta era a idéia real que todos os profetas
tinham em suas limitações (1 Rs 22:24): “Poronde
passou de mim o Espírito do Senhorpara falar ati?”.
Havia alguns pecados que eram comuns por causa da
doutrina da concentração do Espírito Santo em uma só
pessoa: (1) Em um ministério. Como aconteceu com
os discípulos de Moisés, Elias e Samuel, os quais não
podiam ter nenhuma ambição em seguir o exemplo do
seu líder, porque estavam sempre debaixo da sombra de
seu nome. Somente depois que Moisés morressejosué
poderia realizar a obra de Deus. Era uma sucessão pós-
morte, e improdutiva. A concentração do Espírito Santo
hoje, em uma só pessoa, poderia ser dissipada se alguns
Jetros se levantassem para ensinar alguns líderes de hoje
que estamos no Novo Testamento, que todos podem ser
cheios do Espírito Santo para executar ordenadamente
as obras de Deus (Ap 1:5,6), que todos podem ministrar
(Mc 16:15-17)sobo poder do Espírito Santo, e não
somente uma elite ministerial. Hoje, as portas do Hades
não podem prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt
16:16-18). Jánão estamos mais nos dias em que Moisés
tirava do Espírito que estava sobre ele para concedê-lo
a algum de seus líderes. Agora, aquele que crê recebe
diretamente do Senhor o Espírito Santo para proveito da
congregação
Atos 2:12: E todos, atônitos e fora de si,
diziam uns aos outros: “Que quer dizer
isto?” (At2:7)
Atos 2:13
Nenhuma pessoa bêbada pode agir tão corretamente,
falando centenas de idiomas diferentes, como
aconteceu ali
Atos 2:13: E outros, zombando, diziam:
“Estão embriagados com vinho novo”.
(1 Co 14:23)
O sermão pentecostal de Pedro: Agora não vemos um
Pedro político que quer lançar sortes para ver quem
ficaria no lugar de Judas, mas vemos um Pedro disposto
a ganhar novas vidas para Cristo e a comunicar com
poder e intrepidez a Palavra do Evangelho de Cristo.
Ao estudarmos sobre o que aconteceu com Maria e
Elizabete, aprendemos por que a palavra falada tem
poder. ( 1 )0 sacerdote Zacarias tinha toda a revelação
a respeito de João, mas não podia comunicá-la com
poder. As nove verdades que foram ditas pelo anjo não
podiam ser comunicadas, a não ser por acenos. Os
acenos não tinham o mesmo efeito da palavra falada;
não transmitiam poder nem demonstração do Espírito.
Zacarias sabia tudo com respeito à vinda de João,
conhecia os benefícios que ela traria, mas não havia
unção para convencer os seus ouvintes, porque a fé
vinha somente pelo ato de ouvir a Palavra de Deus. (2)
O povo esperava que falasse, mas somente podia usar
sinais. Quantos ministros estão falando por acenos e,
porisso, não há resultados práticos, porque acenos não
trazem unção. Nunca permita que os acenos tomem
lugar da palavra falada. (3) O poder da palavra falada:
Deus sabia que Elizabete jamais seria cheia do Espírito
Santo se não escutasse a palavra falada. Por isso, Deus
enviou Maria à sua casa. Agora, Maria estava cheia
do Espírito Santo e de Jesus. Maria estava cheia, não
somente do Espírito Santo, mas de Jesus, o nosso Senhor.
Aqui está o peso da palavra falada, do poder da pregação
do Evangelho: quando falamos cheios do Espírito Santo,
respaldados pela Palavra revelada que também reside
em nós, em nosso espírito. É a Palavra de Deus em
nosso coração que nos livra do pecado, mesmo com o
Espírito Santo em nosso espírito humano. Aqui está a
obra da Palavra em nosso coração. A palavra revelada
é guardada em nosso coração, mas a palavra escrita
pode ser guardada na mente e no coração. Aqui está a
diferença entre a palavra revelada e a escrita. Por isso, o
Pentecostes de Atos é o som da Palavra, a imagem que
revela um povo ousado e o movimento que impulsiona
o povo de Deus às missões do Reino. Foi esta ousadia
que Pedro e os outros colegas receberam nesse dia.
O poder do Espirito Santo para comunicar o Verbo de
Deus ao mundo. (4) O encontro com Maria. Pelo fato de
Maria estar cheia do Espírito Santo e de Jesus, a palavra
que ela falou tinha poder. Elizabete sentiu o impacto da
palavra revelada. Os acenos de Zacarias, o sacerdote,
não fizeram o mesmo efeito, ainda que conhecesse toda
a revelação. Havia unção na palavra pregada, revelada
e proferida. Nela, há poder e demonstração de Espírito,
como disse Paulo. Por esta razão que o encontro foi
significativo, e trouxe resultados práticos. Elizabete e
João foram cheios do Espírito Santo. A comunicação
da Palavra entre Maria e Elizabete causou um impacto
em João, desde o ventre de sua mãe. Seu corpo sentiu
o impacto da palavra de Maria, porque fluía sobre a sua
470
2:14
mãe e sobre ele, simultaneamente; era a Palavra de Deus
que vinha cheia de unção a partir de Jesus que estava em
Maria. (5) A palavra falada e revelada é uma operação
do Espírito sobre a Palavra escrita, no poder do nome de
Jesus Cristo, corporalmente e com fé. Somente a palavra
escrita ou falada e revelada produz resultados. Depois
de muitos dias de sua vida, já em ministério, João pôde
conhecer a Cristo, aquele que batizava com Espírito e
com fogo, porque o seu subconsciente havia guardado
o tom desta palavra que era tão rara em seus dias. Ele se
lembrou que a havia escutado, já desde o ventre de sua
mãe, e então disse: “Eis aí o Cordeiro, ele vos batizará
com Espírito e com fogo”. Por que o reconheceu? Ele
já tivera a experiência na sua carne. Ele conhecia o que
estava falando. Ele não falava por acenos, mas com
experiência. Isto é o que Deus espera de cada um de
seus ministros: falar com experiência. A experiência
é a coroa da peregrinação. Este ato de começar a falar
era importante. Começar a falar produziria milagres,
produziria fé. Este é o segredo da pregação do
Evangelho. Pedro tinha experimentado este poder, o
poder da Palavra, e neste poder vai usar a sua voz
Atos 2:14: Mas Pedro pôs-se de pé junta-
mente com os onze, levantou a voz, e disse-
lhes: “Varões judeus e todos os habitantes
de Jerusalém, ouvi e atentai às minhas pa­
lavras.
Pelo fato de conhecerem as características de uma
pessoa embriagada eles imaginaram que os discípulos
estavam embriagados; pela alegria, pela sinceridade,
pela verdade dita sem medo, pela ousadia, pela
autoridade de expressão
Atos 2:15: Estes homens não estão em­
briagados, como vós suspeitais, pois ainda
estamos na terceira hora do dia ( “à s n o v e d a
m a n h ã ”) , (i rs sm
Pedro cita o texto de Joel usando uma versão que
continha parte do texto, mas o próprio Pedro mostrou
que Deus usa o pregador segundo a sua cultura, segundo
a sua capacidade
Atos 2:16: Senão que istojé o que foi dito
pelo profetajoel: íg i2.-28-32)
A poderosa mensagem pentecostal de Pedro, mesmo
com o uso de “do” em lugar de “o” (J12:28). “Do” é
parte; “o ” é plenitude. Do meu Espírito sobre toda a
carne: uma obra mundial. E os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão: um alcance familiar. Os vossos
jovens terão visões: uma obra que alcança as transições
humanas. Os vossos anciãos terão sonhos: uma obra
que daria sentido ávida dos anciãos. Os jovens deveriam
sonhar, mas, no poder do Espírito Santo, os anciãos
teriam uma nova razão de viver. No poder do Espírito
Santo, eles ainda poderiam sonhar
Atos 2:17: E acontecerá nos últimos dias,
diz o Senhor Deus, que derramarei do meu
Atos 2:20
Espírito sobre toda a carne; e os vossos fi­
lhos e as vossas filhas profetizarão, os vos­
sos jovens terão visões, e os vossos anciãos
terão sonhos; (ls44:3;Jl2:28-32;Zcl2:10;Jô7:38;At
10:45;21:9j
Os servos e as servas não podiam falar. Agora, poderiam
profetizar. Esta bênção não somente alcançou os filhos
herdeiros, mas também os servos. Somente no Espírito
de Deus não há diferença. Este é o resultado da obra do
Espírito Santo em todos. Filhos profetizam, adolescentes
têm visões, anciãos têm sonhos e servos profetizam. Os
servos gozam dos mesmos privilégios dos filhos, quando
a obra do Espírito é manifestada! Na obra do Espírito,
servos e filhos fazem a mesma coisa: profetizam
Atos 2:18: e sobre os meus servos e sobre
as minhas servas, naqueles dias, derramarei
do meu Espírito, e profetizarão. (At2i.-4,9, io)
O prelúdio do grande avivamento mundial: Sinais
no Céu e na Terra. Este será o resultado do grande
avivamento que acontecerá antes do arrebatamento da
Igreja. Sinais no Céu - os quais serão confundidos pelos
homens como coisas esotéricas; sinais na Terra-para
confundir os sábios e entendidos; sangue - redenção
de milhares de vida pelo poder do sangue de Cristo
revelado; vapor de fum aça- incenso produzido pelo
louvor da Igreja na Terra, de maneira sobrenatural, como
jamais foi visto antes. Sinais da presença literal de Deus
sobre a Terra: prodígios no Céu para chamar a atenção
do homem; sinais embaixo, para ajudarem a Igreja no
grande avivamento; sangue, para gerar santidade; fogo,
para purificar o povo; vapor de fumaça, como resultado
do incenso da adoração da Igreja (Ap 8:1 -3)
Atos 2:19: Emostrarei prodígios em cima
no céu, e sinais embaixo na terra, sangue,
fogo e vapor de fumo.
O término do grande avivamento se dará entre a saída da
Igreja da Terra e a iminente volta de Cristo com a Igreja
nos ares. O sol sentirá o impacto do avivamento que
manifestará elementos como sangue, fogo e incenso
derramado. O impacto nas regiões celestes será visto.
Os adoradores de ídolos (sol), e os lunáticos, verão seus
deuses abalados. Deus destronará todo poder fixo! Deus
fará maravilhas tais, que os poderes imóveis se moverão!
Porque estes serão os sinais do derramamento do
Espírito sobre aTerra
Atos 2:20:0 sol se tornará em trevas, e a
lua em sangue, antes que venha o grande
e magnífico Dia do Senhor. (Mt24:29; Mci3:24;
Lc2í:25)
O último ato de um novo converso (Ap 14:6,7): Este
tempo será um tempo de grande tribulação, quando
os anjos de Deus atuarão (Ap 14:6,7). Mas a Igreja de
Cristo não estará mais na Terra. Logo após aqueles
dias de grande avivamento ela será retirada da
Terra. Os homens procurarão pela Palavra de Deus
471
2:21 Atos
e não a encontrarão; mas aquele que invocar o nome
Senhor neste tempo será salvo, apesar de saber que
imediatamente será martirizado pelo Anticristo
Atos 2:21: E acontecerá que todo aquele
que invocar o nome do Senhor será salvo.
(Rm 10:13)
O varão nazareno. A pessoa de Cristo. Arca era guiada
pela nuvem. Cristo usado pelo Espírito Santo: OJesus-
homem, que teve endereço em Nazaré, provaa sua
humanidade. Teve parentes humanos (Lc 1:31; G14:4).
Estes parentes não creram no seu ministério, pois,
certa vez,entenderam que ele estava endemoninhado e
vieram para amarrá-lo com cordas e levá-lo (Mc 3:20-22,
23,31,32). Jesus teve um corpo humano (M t26:12).
Este corpo foi preparado e criado por Deus antes da
fundação do mundo (Cl 1:15). Era a imagem do Deus
invisível. Ele via semelhante ao homem (Jo 4:9). Esteve
no mundo sofrendo as mesmas tentações que qualquer
homem sofre, pois foi tentado em todas as nossas
tentações. Possuiu carne e sangue (Hb 2:14). Seu sangue
representavaa vidahumana, mas a água que estava nele
era divina, era o Espírito Santo. Os dois elementos ele
derramou na cruz. Ele cresceu (Lc 2:40). O primeiro
homem foi feito grande, mas ele experimentou todos
os aspectos do crescimento humano; foi adolescente
e passou por todos os conflitos de cada faixa etária
que atravessava. Faziaperguntas (1x2:46). Cresceu
em sabedoria (1x2:52). Havia se esvaziado de sua
sabedoria divina. Ele orou (Mc 1:35; Lc 11:1). Conhecia
todas as coisas do Pai, pois esteve com o Pai em todo o
tempo e conheceu toda a sua glória; mas, agora, tinha
que pedir tudo ao Pai pelos caminhos da oração, a
fim de nos ensinar que estes caminhos são eficazes
e funcionam. A sua oração intensa teve resultados
extraordinários. Foi tentado (Mt4:1; Hb 2:18; 4:15).
Em todas as suas tentações, ele sofreu de igual forma.
A Deus não se tenta, mas ele teve de experimentar
este conflito terrível. Aprendeu a obediência (Hb 5:8).
Teve de aprender com José, seu pai adotivo. Teve que
aprender com sua mãe. Um Deus que havia criado
todas as coisas pela sua Palavra, agora, teve de aprender
como homem as coisas do homem. Ele sofreu (1 Pd
4:1). O sofrimento gerou nele uma paciência especial
para usá-la na sua paixão e morte; e sem o sofrimento
ele não estaria experimentado para o Calvário. Suou
como gotas de sangue (Lc 22:14). Experimentou a luta
contra sua vontade. Teve de depositar a sua vontade no
altar. Quem não sacrifica o seu eu no Getsêmani não
pode considerar válido o seu sacrifício no Calvário. Ele
esteve atribulado (Mc 14:35-34;Jo 11:33; 12:27; 13:21).
Alegrou-se (Hb 12:2; Lc 10:21). Sua alegria, muitas
vezes, era “estar cheio do Espírito Santo” com todas as
prerrogativas deste privilégio: chorar, falar em línguas
celestiais, etc., como no momento em que o vemos
exultarnoEspírito(Lc 10:21). Indignou-se (Jo 11:35; Lc
10:41). Sua indignação revela as quatro faces de seu ser
como águia, como boi, como leão e como homem. Ele
manifestou as características de seus temperamentos.
Algumas vezes, vem osjesus como leão, em outras,
como bezerro. Teve fome e sede (Mc3:5). Eranatural
que ele tivesse fome e sede, mas Deus também tem
2:21
fome e sede. Depois de sua ressurreição, pediu o que
comer. Teve compaixão (Mt 9:36). A paixão humana por
algo que gerava nele a piedade que os homens sentem,
ele também experimentou. Com essa compaixão,
se colocava no lugar das pessoas a quem ministrava.
Jesus amou ( Mc 10:21). Seu amor é incomparável, pois
investiu a sua própria vida em favor dos pecadores.
Dormiu (Mt 8:24). Dormiu no barco e em qualquer outro
lugar. Mas ele era pontual, trabalhador. Teve sede (Jo
4:6). Cansou-se (Jo 4:7; 10:28). Ele, com o seu corpo
físico não-glorificado, se cansou. Jejuou (Mt 4:2; 21:18).
O jejum foi uma grande arma para estar em comunhão
direta com o Pai. Os quarenta dias que utilizou para
jejuar foram poderosos antes de seu ministério. Ele
sangrou (Jo 19:34). Qsangramento é um estado humano
humilhante e que requer cuidado, por isso precisou de
cuidados. Ele morreu (Mt 27:50; 1 Co 15:3). Esta é a
maior manifestação de sua humanidade, pois o Espírito
Santo necessitou sair dele para que ele morresse. Jesus
passou por um funeral (Mt 27:59,60). Mas foi um varão
aprovado porDeus sem pecado. A dependência de
Cristo: (1) Não dependia de sua imortalidade. Agora,
j
ele podia dizer que o Pai era maior do que ele (Jo 14:6;
Fp 2:6). E falou assim por causa de sua humilhação.
Nesta época, não usurpou o ato de ser igual a Deus.
Hoje, não poderia dizer assim. (2) Não dependia de sua
Onisciência: “O Pai me ensina todas as coisas” (Jo 5:20).
Isto não quer dizer que ele não sabia todas as coisas.
No momento de sua encarnação, Jesus estava limitado.
Tinha que atuar assim, pois o seu ministério terreno
dependia de sua humilhação, porque estava agindo
como exemplo fundamental para sua Igreja, que atuaria
depois dele. Aqui estava a peça fundamental de ataque
de Satanás contra ele. Por esta razão, no momento
da tentação, Satanás lhe disse: “Se és Filho de Deus”,
porque atacando e sua moralidade, supostamente
esperava quejesus provasse a sua identidade com a
Deus, masjesus foi sábio e lhe disse: “Sou hofnem, vim
como homem...”. Quando disse que nem ele e nem
os anjos do Céu sabiam o dia de sua vinda, não queria
dizer que ele não era Deus por não saberisso, mas que,
naqueles momentos, estava em humilhação (Fp 2:5-8)
e não poderia usar de sua Divindade para o seu proveito
próprio, mas confiava plenamente no Espírito Santo que
estava nele para realizar as obras de Deus (ls 61:1; Mt
24:36; 4:1). Conheceu a Natanael pelo Espírito Santo,
manifestado em si próprio. Utilizou os dons do Espírito.
Atuou usando o dom da palavra de conhecimento. Da
mesma forma como o Espírito Santo atuou em Eliseu,
também agiu em Cristo. Eliseu não era Deus, mas estava
atuando pelo poder do Espírito Santo. (3) Ele podia
fazer descer fogo do céu, mas conhecia o poder que nele
operava. Todo o poder que Jesus possuía antes no Céu,
somente foi-lhe dado para o seu uso e potestade após
sua ressurreição, quando anunciou aos seus discípulos:
“Todo poder me foi dado nos Céus e na terra”. Isto não
queria dizer que ele não possuía nenhum poder (Jo
17:4,5), porque era Deus, antes e depois. Mas, por si
mesmo, não podia fazer nada 0 ° 5:19), porque estava
nos dias de sua humilhação. Tudo o que fez, foi feito
sob o poder do Espírito Santo. Se não fosse assim, onde
estaria sua humilhação? (At 10:38). Jesus, durante sua
472
 2:22
■
encarnação, foi totalmente dependente do Pai. Ele não
veio para fazer a sua vontade, e isto continuará até que
estabeleça o seu Reino literal na terra. Por isto, somos
capazes de realizar as obras que ele fez, pelo poder do
Espírito Santó (At 10:38)
Atos 2:22: Varões israelitas, escutai estas
palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprova­
do da parte de Deus entre vós, com prodí­
gios, maravilhas e sinais, que Deus fez por
intermédio dele no meio de vós (como vós
m eS m O S O S a b e is ) ; (]o3:2;At 10:38;Jo 4:48I
O determinado conselho (D t21:1 -9). Jesus morreu
como homem
Atos 2:23: a este, que foi entregue pelo
determinado conselho e presciência de
Deus, vós, pelas mãos de iníquos, o matas­
tes, crucificando-o; (At4:28;5:3;Mt26:24;Lc22:22;
A t3:18;3:lty
Seu ministério após a morte (Is 61:1,2a), no Hades, e
sua vitória completa. Por causa do selo recebido do Pai
(Joó:27)
Atos 2:24: a quem Deus ressuscitou, sol­
tando os grilhões da morte, porquanto não
era possível que fosse enclausurado por ela.
(At3:15; 4:10; 10:40; 13:30; Rm 4:24; 2 Co 4:14; E}1:20; Cl
2:12;Hb 13:20; 1Pe 1:21)
As figuras de Cristo profetizadas por Davi. A revelação
e a confissão de Davi, o profeta. O nome “Espírito
de Cristo” revela uma característica específica do
Espírito Santo, que era promover a vinda do Messias,
seus sofrimentos e glórias na vida de cada profeta ou
pessoa específica. O Espírito de Cristo éespecialista
em completar o que falta dos sofrimentos de Cristo
(Cl 1:24). O Espírito de Cristo estava nos profetas,
fazendo-os viver aspectos da vinda do Messias (1 Pe
1:10,11). Um vivia a sua vida. Outro vivia a sua morte
e humilhação, comojó (Jó 17:13-16). Ele esperava
exaltação maior do que a anterior (jo 17:4,5). Outro vivia
o seu sepultamento, a ressurreição e ascensão como
Daniel (Dn 6:19-23). Outro vivia a sua perseguição
e glória, como Davi. Outro vivia seu rechaço, solidão
na morte, como lemos no Salmo 22. Outro previa os
seus sofrimentos e benefícios redentores na hora da
sua morte, como Isaías 53. Assim, o Espírito de Cristo
estava neles, originando circunstâncias para a previsão
completa do advento do Messias. O Espírito de Cristo
que estava neles gerava circunstâncias profetizadas
no compêndio dos livros de salmos, que não estão
registradas em um só livro, mas em toda a Bíblia,
segundo o que lemos em 1 Pedro 1:10-13
Atos 2:25: Porque Davi fala a respeito dele:
Sempre via o Senhor diante de mim, porque
à minha destra está, para que eu não seja
A tos 2:27
abalado; ísiió.-s ii )
O motivo das línguas: a vitória de Cristo. Ele
experimentou algo especial quando se alegrou: a sua
língua exultou (Lc 10:20). Aqui é uma linguagem pessoal
do Messias. A sua carne não veria corrupção. Foi a
pergunta de Jó: “A minha esperança descerá ao Sheol?”.
A sua carne repousaria em esperança porque ele
cumpriu a Lei, e esta era a promessa de Deus para quem
cumprisse a Lei - triunfar sobre a morte e sobre todos
os seus cooperadores (Lv 18:5; Rm 10:5,6). Isto quer
dizer que quem cumprisse a Lei ressuscitaria dentre os
mortos. Por isso, a sua carne repousaria em esperança
na sepultura, pois não seria tocada pela corrupção. O
fato de Cristo ter cumprido a Lei lhe dava total segurança
e esperança pela ressurreição (Lv 18:5)
Atos 2:26: portanto, o meu coração se re­
gozijou, e a minha língua exultou; e, além
disso, a minha carne repousará em espe­
rança;
Sua alma fez o seu trabalho no Hades (Rm 10:5,6; Ef 4:9-
11). O Hades era também uma grande prisão. Vemo-lo
na Bíblia e o confundimos com o Inferno, na maioria das
vezes. Para aquele lugar iam todos os ímpios e justos
até a morte de Cristo. Após a morte e ressurreição de
Jesus, os justos foram transladados deste lugar para a
Novajerusalém (Hb 12:22,23). O Hades era um lugar
intermediário, até a abertura do verdadeiro Lago de
Fogo. Não era um purgatório. Os justos não necessitam
purificar-se na morte, pois isto deve ser feito durante a
vida terrena. O Hades era um lugar intermediário, não
somente para os justos, mas também paraos ímpios.
Com a morte de Cristo, já em seu ministério na morte,
que consistiana libertação dos cativos e na libertação
dos encarcerados, os justos foram transportados para
o Paraíso de Deus, a Novajerusalém celestial (Is 61:1,
2a). O Hades, ainda que com suas divisões especificas
para justos, ímpios e demônios, era um cativeiro. Com
a vitória de Cristo em sua obra expiatória, tudo o que
Adão havia perdido foi resgatado (Lv25:47; Ap 1:18)
às mãos de Cristo, inclusive o poder completo sobre
o Hades. Pelo fato de Jesus ter cumprido a Lei, ele
não podia ser tocado pelos germes da corrupção. Sua
autópsia não revelou nenhum pecado. O caso particular
de Cristo. (1) Seu Espírito foi entregue ao Pai. (2) Sua
almafoi ao Hades. (3) Seu corpo ficou na sepultura,
esperando a ressurreição. Como ele havia nascido do
Espírito, o diabo não o tocou, e como ele nunca pecou,
seu corpo era semelhante ao de Adão antes do pecado.
Os bichos que destroem o corpo em putrefação, não
podiam destruí-lo! Nem sua alma poderia ficar presa no
Hades, porque ele não merecia estar ali, pois era lugar de
pecadores, mesmo no Seio de Abraão, onde estavam os
justos aperfeiçoados
Atos 2:27: pois não deixarás a minha alma
no Hades ( “lu g a r d o s m o r t o s ”), nem per­
mitirás que o teu Santo veja os germes da
corrupção; m 1i:23;At 13.35)
Os caminhos da vida levam à ressurreição dos mortos.
E como havia cumprido a Lei, venceu o pecado,
473
2:28
triunfou sobre Satanás e sobre a morte. Jesus foi
ungido para vencer a morte e o Hades (Is 61:1; Jo 6:27;
At 2:24-32). A missão de Cristo na morte era libertar
os cativos e proclamar abertura de prisão aos justos
que estivessem ali. Por isso, Samuel jamais esteve
com Saul. Ninguém podia sair do Hades senão por
meio da ressurreição. Jesus foi temporariamente um
prisioneiro no Hades, mesmo sendo justo. Os santos
justos permaneceram lá no Hades até o aparecimento
da luz (ls 9:1 -2); a luz de Cristo apareceu a todos
quantos estavam nas trevas e na morte
Atos 2:28: fizeste-me conhecer as sendas
da vida; e me encherás de regozijo na tua
presença.
Davi era um tipo de Cristo (1 Pe 1:1 -12). A mesma
mensagem será pregada por Paulo em sua primeira
viagem missionária em Antioquia da Pisídia (At 13:14)
Atos 2:29: Varões irmãos! Seja-me permi­
tido dizer-vos com liberdade a respeito do
patriarca Davi, que morreu e foi sepultado,
e o seu sepulcro está entre nós até o dia de
hoje. (A t7:8,9; 13:36; IR s2:IO ;N e3:Ió)
A lembrança da promessa feita a Maria pelo anjo Gabriel
Atos 2:30: Mas, sendo ele profeta, e saben­
do que Deus lhe havia prometido com jura­
mento que um dos frutos de seus lombos
levantaria o Cristo, segundo a carne, e que
ele assentar-se-ia no seu trono; 12Sm 7:12, i3;si
132:11;Rm 1:3)
O corpo do Messias não passa pelo processo de
decomposição, porque nunca pecou (Jo 6:27; Hb 10:5).
Ele triunfou sobre a Lei e, por isso, recebeu o poder de
ressuscitar (Lv 18:5)
Atos 2:31: então ele, prevendo isto, falou a
respeito da ressurreição de Cristo, que a sua
alma não seria deixada no Hades, nem a sua
carne veria a corrupção. (At i3 :3 s; s ii6 : io )
A exaltação de Cristo. A visão de Davi a respeito da
vitória de Cristo na cruz e no Hades (SI 18). A cronologia
das aparições de Cristo nos Evangelhos em um espaço
de tempo de quarenta dias: (1) Para Maria de Magdala.
A princípio, ela não o reconheceu (Jo 20:11 -18). (2)
Apareceu para Pedro (1 Co 15:5). Não é descrito por
Lucas, mas o mesmo fato é relatado pelos outros
apóstolos. Não está claro se isto ocorreu antes ou
após o aparecimento de Emaús, mas pode ter sido
simultaneamente, comprovando a sua onipresença,
após a sua ressurreição. (3) Para Lucas e Cléofas,
quando caminhavam em direção a Emaús (Lc 24). (4)
Para os discípulos (não incluindo Tomé) no mesmo dia
(1 Co 15:5). Eles estavam aprisionados no Cenáculo,
com medo dos judeus. Jesus apresentou-se entre
eles e os saudou. Comeu e desapareceu, enquanto os
Atos 2:34
apóstolos estavam jantando; Lucas e Cléofas já estavam
em Jerusalém de regresso (Jo 20:19-23). (5) Uma
semana depois apareceu para os discípulos, incluindo
Tomé, chamado Dídimo (Jo 20:24). (6) Apareceu
para Tiago, depois de todos os apóstolos (1 Co 15:7).
(7) Apareceu para os discípulos no lago de Genasaré.
Para Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael
de Caná da Galiléia, e outros dois dos seus discípulos,
no lago de Tiberíades, na ocasião da pescaria de cento
e cinqüenta e três peixes. (8) Apareceu para mais
de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Co 15:6). (9)
Depois apareceu para a Igreja em Jerusalém, quarenta
dias após a ressurreição (At 1:3). Dali, foi para a
Galiléia. (10) Para os onze apóstolos em um monte da
Galiléia, onde havia marcado um encontro com eles
(M t28:16-20), fato relembrado pelas mulheres. (11) A
grande despedida foi em Betânia, de onde foi assunto ao
Céu (Lc24:50-51; At 1:11)
Atos 2:32: Deus ressuscitou a este Jesus,
do qual todos nós somos testemunhas. (At
2:24; 1:8)
A promessa cumprida depois da glorificação dejesus
Cristo (Jo 7:38,39). Se Jesus não fosse glorificado, o
Espírito Santo não poderia ser dado. O corpo de Cristo
foi ressuscitado imortal e não glorificado. Ele somente
foi glorificado quando chegou na presença do Pai pela
segunda vez após a sua morte, pois ele entrou na sua
presença assim que subiu da sepultura, e depois voltou
para ficar com os discípulos por quarenta dias; depois
disso, foi assunto ao Céu nas nuvens diante de seus
discípulos. Por causa de sua glorificação, recebemos o
Espírito Santo (Jo 7:39). Haviauma condição para que o
Espírito Santo viesse habitar em sua Igreja: que o Filho
fosse glorificado (Jo 7:38,39). Aexaltação de Cristo era a
condição fundamental para que o Espírito Santo viesse,
e é exatamente sobre isso que Pedro está falando neste
verso de Atos. Este é o Espírito Santo, ouvido é visto
Atos 2:33: Sendo exaltado pela destra de
Deus, e tendo recebido a promessa do Pai,
derramou o Espírito Santo, este que agora
VÓS vedes e ouvis. (Fp2:9; At 5:3/;]o 7:39; 14:26;
15:26;A t 10:45)
Até quando Jesus está assentado à destra do Pai?
(1 Co 15:20-28). No contrato feito entre o Ancião de Dias
e o Verbo, de filiação e de paternidade, estabeleceu-se
o tempo, desde a humilhação, até que o Pai ponha os
seus inimigos debaixo de seus pés. Depois, haverá uma
grande metamorfose, pela qual a plenitude da Divindade
única habitará no corpo precioso do Filho (Cl 2:9).
Observe as palavras que Pedro usa, citando o texto de
Salmo 110:1: Dizendo, em outras palavras: “OSenhor
Jeová declarou ao Senhor-homem que estava na terra,
executando o seu ministério: Vem e assenta-te à minha
destra”. A grande revelação desta mensagem vem em
seguida, quando Pedro proclama com toda certeza que “a
este homem Adonai, Deus o fezjeová e Messias" (v. 36)
Atos 2:34: Porque Davi não foi assunto aos
474
2:35
Céus, mas ele m esmo declarou: Disse o Se­
nhor ( “J e o v á ”) a m eu Senhor ( “A d o n a i ”):
Assenta-te à minha destra, (siiiO :i;Mt22:44)
Depois, veremos a Divindade única e verdadeira
habitando no corpo do Filho. Então, o que era antes
será invertido. O Filho habitando no Seio do Pai e o Pai
habitando no seio do Filho (Jo 1:18; 1 Co 15:28; Ef 4:6)
Atos 2:35: até que eu ponha os teus inimi­
gos por estrado de teus pés.
Aposição de Cristo como nosso Parente Remidor (Ap 5).
Pedro fala claramente aqui que a Casa de Israel crucificou
a Cristo. Leia também a respeito da responsabilidade
do morto no livro de Deuteronômio 21:1-9. Aqui
entendemos o texto: “Todo poder me foi dado no Céu e
na Terra”
Atos 2:36: Saiba, pois, com certeza toda a
casa de Israel, que Deus fez Senhor ( “J e o ­
v á ”) e Cristo ( “M e s s i a s ”) a esse m esm o
Jesus, .ab[uem vós haveis crucificado”, ( u
2: 1-1)
Passos para a salvação e o efeito da Palavra revelada:
O novo Pedro, cheio do Espírito Santo. A mensagem
havia chegado ao seu ápice. Quando o ouvinte faz a
pergunta, a mensagem alcança o seu alvo. O Pedro que
não conseguiu convencer a criada nos momentos da
paixão de Cristo, agora, pelo poder do Espírito Santo,
leva uma multidão à salvação. Eles perguntavam a Pedro
com o coração compungido. Eles perguntavam aos
apóstolos. Eles queriam saber. E, agora, pela primeira
vez, o Espírito Santo começará a formar a doutrina da
salvação a partir do arrependimento individual, pois eles
souberam quejesus herdou o seu nome de família (Hb
1:4; 2:12): Jeová, e esta foi a causa da contrição deles: o
trabalho de João, o Batista, estava completo
Atos 2:37: Então, quando eles ouviram
isto, sentiram-se compungidos em seu cora­
ção, e disseram a Pedro e aos demais apósto­
los: “Que devem os fazer, varões irmãos?”.
(At16:30; Lc 3:10;At 9:6)
A mensagem: Jesus salva, batiza1, redime e dá dons
do Espírito Santo. A mensagem de João Batista foi
ampliada: (1) Arrependimento é necessário. (2) Batismo
é necessário. (3) Ser cheio do dom do Espírito Santo é
necessário. Vejamos os diferentes tipos de batismos: (1)
O batismo com o Espírito Santo no dia do Pentecostes
(At 1:5; Mt 3:11). Este foi o primeiro batismo, quando
o Espírito Santo batizou o corpo inteiro, o corpo de
Cristo. Dele, flui para todos os membros de Cristo, sem
havernecessidade que ele desça do Céu outra vez.
Ele flui da Igreja aos novos membros. Este batismo é
administrado por Cristo. Ele é quem batiza com Espírito
Santo. O batismo do Calvário, quem o administra é
o Espírito Santo, pois ele nos introduz no interior do
corpo de Cristo. Mas, neste batismo, o batizador é o
Espírito Santo. (2) O batismo do Espírito Santo, quando
475
Atos 2:37
os fiéis são batizados no Corpo de Cristo (1 Co 12:13). É
o mesmo batismo do Espírito Santo, pois ele nos batiza
no corpo de Cristo. A diferença é que o primeiro foi o
original, efetuado por Cristo na ocasião de sua morte, e o
segundo foi a aplicação do primeiro sobre os membros.
Foi nesse batismo que o ladrão na cruz se encaixou, por
isso, ele foi verdadeiramente batizado, literalmente!
Ele creu e foi batizado. Ele foi batizado no batismo da
morte de Cristo, o batismo do Calvário (Rm 6:1 -4). (3)
O batismo de Moisés na nuvem e no mar, no deserto
(1 Co 10:2). Este é o batismo que cada filho de Israel
passou ao cruzar o mar Vermelho, e inclui os outros
que nasceram durante o deserto, passaram no monte
Sinai. (4) O batismo dejoão para arrependimento (Mt
3:15,16). Ele reviveu o batismo de Israel, que passou
pelo mar Vermelho com os filhos de Israel. Ele o fazia
para preparar o caminho do Senhor. Neste batismo,
Jesus esteve e foi batizado. Quando ele foi batizado,
o batismo foi completo. (5) A unção pessoal de Jesus
pelo Pai, com o Espírito Santo (Mt 3:15,16). Foi singular
porque foi um profeta que o realizou. Foi singular porque
o Espírito Santo estava presente em forma corpórea de
pomba. Foi singular porque o Pai estava presente. Foi
singular porque era o Filho que estava sendo ungido. Foi
à semelhança dessa unção que ele nos mandou batizar:
“em nome do Pai em nome do Filho ” e “em nome
do Espírito Santo”, isto é, assim como aconteceu na sua
unção, quando foi vista toda a divindade manifestada,
assim também quer que façamos o batismo dos novos
membros!. O batismo é uma ordem dejesus, e deve
ser feito em nome dejesus, aquele que deu a ordem
de batizar. Mas, no batismo, deve estar presente toda a
divindade; o Pai dá testemunho, o Filho recebe o novo
membro no seu corpo, e o Espírito Santo é o que batiza
no Filho. O batismo é feito em nome de toda a divindade,
porque eles operam juntos, e o recipiente é somente
um: o crente. O dom do Espírito Santo é o batismo com
o Espírito Santo. O batismo, como ordenança, deve
ser feito em nome de quem o ordenou; e o ato deve ser
celebrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O batismo com o Espírito Santo acontece quando o
Espírito de Deus, que já está em nosso espírito, flui para
todo o nosso ser: alma e corpo, pois ele já está no nosso
espírito, porque, na ocasião do novo nascimento, ele
vem habitar em nosso espírito humano. Alguns recebem
o dom do Espírito Santo, na ocasião da sua confissão
de fé em Cristo, quando nascem de novo, e outros
somente dias depois. Os irmãos de Atos o receberam
imediatamente na hora em que creram. Outros recebem
o dom do Espírito Santo na ocasião em que são batizados
nas águas, e outros antes de serem batizados nas águas,
depois de terem crido. Os apóstolos usaram a frase “em
nome dejesus" para diferenciar daqueles que pregavam
que o batismo de João era o verdadeiro. Eles viviam
desfazendo aquilo que os apóstolos faziam. “Em nome
dejesus ” deixava claro que tipo de batismo estavam
administrando. Pois o batismo dejoão perdeu o seu
valor a partir do momento em que Jesus morreu na cruz,
porque, agora, o antítipo era maior que o tipo (Mt 3:6).
João batizava no deserto para restaurar a doutrina do
batismo que havia sido esquecida, assim que o povo
entrou na terra da promessa. A doutrina do batismo foi
restaurada porJoão, assim como a doutrina da Ceia do
2:38 Atos
Senhor foi restaurada por Cristo com a reintrodução do
pão e do vinho, segundo a ordem de Melquisedeque.
Os discípulos dejesus foram todos batizados por
João, em nome de João, em nome de Moisés. Jesus
não desconsiderou o batismo de nenhum deles, nem
ordenou-lhes que se rebatizassem somente porque não
tinham sidos batizados em nome dejesus, ou em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele considerou o seu
batismo, pois todos apontam para o batismo original
da cruz. Pelo contrário, os seus discípulos eram os que
batizavam, e o próprio Jesus não batizava, porque aquele
batismo era feito em Cristo; logo, o batizador deveria ser
outro, tipificando a pessoa de Cristo, pois ele mesmo não
batizava (Jo 4:1 -3). Assim, ele batizava mais discípulos
do que João. Os discípulos não batizavam porque
eram diáconos ou auxiliares, mas porque Jesus era o
elemento em que, pela fé, os fiéis eram batizados. Nós
somos batizados em Cristo pelo ministro que representa
o Espírito Santo. Este foi o maior batismo do Novo
Testamento. Agora, Pedro acrescenta algo novo após a
remissão de pecados, o dom do Espírito Santo. Ele faz
alusão ao batismo de João Batista, mas acrescenta algo.
Usa afrase “em nome dejesus” para diferenciar o tipo
de batismo e mostrar sob que nome a ordem foi dada
Atos 2:38: Então Pedro respondeu-lhes:
“Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nom e de Jesus Cristo, para
remissão de vossos pecados; e recebereis
0 dOm dO EspíritO SantO. (Lc24:47;At3:19;22:l6;
5:31; 8:12,16)
A promessa que vem depois ou no ato da salvação.
A porta aberta a todos os homens (SI 100), em todos
os lugares e em todos os tempos. O batismo com
o Espírito Santo no dia do Pentecostes (At 1:5; Mt
3:11): Este foi o primeiro batismo, quando o Espírito
Santo batizou o corpo inteiro, o corpo de Cristo.
Dali, ele flui para todos os membros de Cristo, sem
haver necessidade que ele desça do Céu outra vez.
Ele flui da Igreja aos novos membros. Este batismo
é administrado por Cristo. Ele é quem batiza com
Espírito Santo. O batismo do Calvário, quem o
administra é o Espírito Santo, pois ele nos introduz
no interior do corpo de Cristo. Mas, neste batismo, o
batizador é o Espírito Santo. A promessa do dom do
Espírito Santo foi um bem para aqueles que viviam nos
dias de Pedro e para os que vivem em nossos dias
Atos 2:39: Porque a vós pertence a pro­
messa, e a vossos filhos, e a todos aqueles
que estão longe; e a quantos o Senhor nosso
Deus chamar”. (Is57:19;Jl2:32;At!0:45;Ff2:13)
A apresentação do altar de sacrifício: a cruz de Cristo,
por onde a salvação era oferecida àquele povo - o altar de
sacrifício do Tabernáculo (1 “peça)
Atos 2:40: E com muitas outras palavras
testificava-lhes, e exortava-os, dizendo:
“Salvai-vos desta geração perversa”.
476
2:42
A mensagem que compungia tem seus ingredientes: (1)
Revelação bíblica; (2) base nos profetas; (3) tipologia;
(4) conhecimento; (5) exaltação e exultação (2:26);
(6) conhecimento teológico (2:27); (7) promessa do
Espírito Santo; (8) exaltação de Cristo como herdeiro
do nomejeová; (9) produz reação dos ouvintes (2:37);
(10) gera arrependimento (2:28); (11) produz remissão
de pecados; (12) propicia comunhão entre os povos
separados. Cumpriu-se a palavra dejesus Cristo a
Pedro, no dia de sua restauração (Jo 21). Pedro estava
começando a apascentar os cordeiros e as ovelhas de
Cristo. Vejamos os passos no caminho da fé e os feitos
da obra do Espírito Santo em uma igreja que continuou
cheia do Espírito Santo: (1) Eram batizados os que
receberam a sua Palavra. Era algo imediato, não havia
demora. A salvação era genuína e sem dúvida. (2)
“Agregaram-se quase três mil almas”. Havia membresia
dos fiéis. Não ficavam sem ser arrolados e sem cuidados
- a bacia de bronze do Tabernáculo estava sendo usada
(2apeça). Por que a igreja primitiva batizava os novos
crentes sem a necessidade de um “curso de batismo?”
Porque, já na sua mensagem, o pregador embutia o
curso da fé e, mesmo sendo uma longa mensagem,
o novo convertido já recebia todo o ensinamento
que o responsabilizava a caminhar sem vacilar na fé.
Hoje, nossas mensagens necessitam de uma ajuda
à parte e, com isso, provamos para nós mesmos que
desaprendemos a pregar o Evangelho genuíno
Atos 2:41 : Aqueles que receberam a sua
palavra foram batizados; e naquele mesmo
dia agregaram-se cerca de três mil almas;
A doutrina dos apóstolos: (1) Palavra; (2) congregação;
(3) Ceia do Senhor; (4) e orações.
Efeitos da obra do Espírito Santo em uma igreja que
continuou cheia do Espírito Santo (continuação do
verso anterior): (3) Perseveravam na doutrina dos
apóstolos. Estavam sempre aprendendo com os seus
líderes. (4) Perseveravam na comunhão, no partir do
pão e nas orações - eles perceberam que a comunhão
era fundamental para haver um relacionamento
cristão saudável entre eles. Perceberam que a Ceia
do Senhor era a reunião íntima com Cristo: a mesa do
Tabernáculo. Aigreja que ora tem poder. Aigreja que
ora enche as taças proféticas que estão diante dos vinte
e quatro anciãos. A igreja que ora move o trono de
Deus. A comunhão não é algo superficial no átrio, é algo
do lugar santo. É ao redor da mesa. É impossível não
haver comunhão entre duas pessoas que participam da
mesma mesa - a mesa do Tabernáculo (3apeça)
Atos 2:42: e perseveravam na doutrina
dos apóstolos e na com unhão, no partir do
pão, e nas orações. (At20:7; ui4;Rm 12:121
A comunhão dos cristãos: Efeitos da obra do Espírito
Santo em uma igreja quecontinuou cheia do Espírito
Santo (continuação do verso anterior): (5) Em cada
alma havia temor. Não havia rebelião entre eles. O
temor a Deus é o princípio da sabedoria. E servir a Deus
com os nossos bens é um aprendizado para quem quer
viver o temor (Dt 14:24). O temor no templo, o respeito
2:43
entre os irmãos, o temor a Deus e aos seus profetas. O
resultado da perseverança, da comunhão, do partir do
pão e das orações: prodígios. (6) E muitos prodígios
e sinais eram feitos pelos apóstolos - como resultado
daquela cadeia de submissão e autoridade - o (4apeça)
candeeiro do Tabernáculo. O primeiro ato de fé dos
novos membros é crer na doutrina dos apóstolos
Atos 2:43: E e m ca d a a lm a h av ia tem or, e
m u ita s m a ra v ilh a s e sinais e ra m feitos p o r
meÍO dOS apÓStOlOS. (AtS:l2;Dtl4:24,)
O modelo de unidade da divindade (Jo 17:21,22).
Efeitos da obra do Espírito Santo em uma igreja que
continuou cheia do Espírito Santo (continuação do
verso anterior): (7) Todos os que criam estavam unidos.
A fé nos une, somente a fé nos une. (8) Tinham tudo
em comum. Somente a unidade com compromisso
produz beneficência. O modelo da unidade para o
corpo de Cristo. É o mesmo modelo de unidade entre
a divindade. É o mesmo modelo que ele deseja para
nós: tinham tudo em comum (Jo 17:10). Um glorificava
o outro (Jo 17:5,6). Um dava cobertura ao outro (Jo
11:42). Cada um sabia o seu tempo easuah orad e ação;
um buscava não contradizer o outro (Jo 5:19). Cada um
dava testemunho do outro. Cada um queria estar onde
o outro estava. O fato de terem tudo em comum revela
a humildade de cada um naquilo que lhe pertencia, a tal
ponto de utilizar um bem para benefício de outrem em
sua necessidade. O Evangelho não tira a privacidade
de ninguém, mas tudo o que temos deve ser usado
para o bem de todos os domésticos da fé, quando eles
necessitarem
Atos 2:44: Todos os crentes viviam uni­
dos e tinham todas as coisas em comum;
(At4:32,34)
Adestruição de Jerusalém foi profetizada e investir
na obra era melhor; por isso, eles vendiam as suas
propriedades que, em pouco tempo, seriam destruídas
e, assim, investiam na obra missionária. Avida social e as
obras sociais da Igreja (SI 133).
Efeitos da obra do Espírito Santo em uma igreja que
continuou cheia de sua presença (continuação do
verso anterior): (9) E vendiam as suas propriedades
e os seus bens e os repartiam entre todos, segundo a
necessidade de cada um - era umaígreja de fé e de obras.
Porisso, Tiago acrescentou que fé sem obras é morta.
Eles não ficavam sem propriedade, mas negociavam
as propriedades para repartir com aqueles que não
tinham nada. Este é o efeito social do Evangelho do
Reino de Deus - o altar de incenso do Tabernáculo (5a
peça). A venda das propriedades dos membros da Igreja
primitiva tem sido explicada como uma obrigação dos
membros da igreja hodierna como se fosse parte da
doutrina da eclesiologia. Mas não é verdade. O Espírito
Santo voltou a alertar a Igreja primitiva por meio de seus
profetas. Ágabo era membro da igreja em Jerusalém,
e nele havia palavra de conhecimento. Deus o usava
sobre isso, como aconteceu em Cesaréia a respeito
de Paulo (At 21:8). Desde quandojesus foi assunto ao
Céu em Atos 1, os anjos reafirmaram o quejesus havia
ordenado aos discípulos: “ficai aqui em Jerusalém até
Atos 2:46
o Pentecostes”. Eles desobedeceram. Permaneceram
em Jerusalém. A obra missionária não foi feita pela
igreja em Jerusalém, mas sim pela igreja em Antioquia.
A igreja em Jerusalém começou a mesclar-se com os
legalistas judaizantes. Desde o ano 39 depois de Cristo,
até avinda do general Tito, no ano 70 d.C., a contagem
da vida útil da igreja emjerusalém era de apenas trinta e
um anos, aproximadamente. O fato de os irmãos terem
sentido pelo Espírito Santo que eles ficariam ali por
trinta e um anos apenas, e que algo muito grande, isto é,
uma catástrofe, aconteceria em breve, gerou um grande
temor entre os irmãos e estes começaram a vender tudo
o que tinham e a investir na obra de Deus. Isto foi feito.
A atitude deles foi correta, pois, no ano 70 d.C., Roma
destruiu Jerusalém, por intermédio do general Tito. O
fato era tão esperado pela igreja que eles não queriam
deixar de investirna obra com suas propriedades, tendo
em vista a iminente destruição que se aproximava.
Hoje, estamos vivendo em uma época de incerteza
econômica mundial, prestes ao grande evento de
nosso arrebatamento e a chegada do Anticristo, e ainda
estamos insensíveis à evangelização mundial. Eis aqui o
grande exemplo da igreja primitiva
Atos 2:45: pois vendiam as suas posses e
propriedades e repartiam entre todos, se­
gundo a necessidade de cada um.
Avidadalgreja atraía novos conversos, os quais o
próprio Senhor acrescentava à Igreja pelo seu exemplar
testemunho público.
Efeitos da obra do Espírito Santo em uma igreja que
continuou cheia do Espírito Santo (continuação do verso
anterior): (10) Perseverando unânimes todos os dias no
templo - sabiam da importância de congregar na casa
de Deus. Não era uma vez por semana, mas todos os
dias. 11) E partindo o pão em casa, comiam com alegria
e singeleza de coração- cada membro tinha um amor
todo especial por suafamília, individualmente. Tinham
casa e em casa tinham comunhão com os outros irmãos.
Sabiam da importância das pequenas reuniões em casa -
no Santíssimo do Tabernáculo (6apeça)
Atos 2:46: Todos os dias, em comum acor­
do, assiduamente, reuniam-se no Templo,
e partiam o pão em casa, comiam juntos o
alimento com alegria e singeleza de cora­
ção, (At5:42;20:7; 1 Co 10:16)
Efeitos da obra do Espírito Santo em uma igreja que
continuou cheia da sua presença (continuação do
verso anterior): (12) Louvando a Deus, e caindo na
graça de todo o povo - a igreja entendeu o poder do
louvor sobre vida das pessoas incrédulas. (13) E cada
dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo
salvos- Deus começou a acrescentar almas naquela
igreja-modelo: almas que ainda iriam se salvar. Deus
apressava a salvação deles. As grandes denominações
encontraram nas casas de seus membros o segredo de
seu crescimento. Tudo que é domesticado torna-se
útil. Os cultos nos lares com todos os elementos da
eclésia (igreja) produz uma igreja curada, forte e que
se multiplica. As grandes igrejas que vivem apenas
477
2:47
de palavra e aparência, sem convívio, evaporam na
tribulação, mas a igreja que pratica os cultos nos lares
cresce, de igual forma como Jesus dividia a multidão
para comer o pão: cresce e se fortalece, pois está sendo
alcançada; é assim que o sangue da comunhão corre
no seu organismo. É claro que daqui surgiram as festas
ágape, por onde muitas falsas doutrinas entraram
na igreja, mas isso ocorreu por falta de ensinamento
genuíno, após a morte dos seus líderes principais
Atos 2:47: louvando a Deus, e alcançando
graça diante de todo o povo. E o Senhor ia
agregando à igreja, cada dia, aqueles que
h a v i a m d e S er SalVOS. lAt4:33;Rm I4:18;AtS:14;■
11:24/
Atos, capítulo três (3)
A igrejatrabalha emjerusalém. O segundo sermão de
Pedro: a cura do coxo. O resultado da obra do capítulo
2 produziu transformação na vida dos apóstolos. Os
homens que dificilmente eram vistos unidos, embora
estando perto, agora, estão j untos - no mesmo passo,
indo ao templo para orar. Eles aprenderam a orar. O
que não pode fazer o dom do Espírito Santo na vida de
obreiros sonolentos, políticos e cansativos? Houve
uma transformação radical em suas vidas. Vê-los no
templo na hora da oração era um grande milagre de
Deus. As arestas haviam sido aparadas entre ambos
(a) Jo 18:15,16; (b) 20:4-8; (c) 21:20-22). Ambos se
suportavam, como muitos obreiros hoje em dia. Estão
juntos porque ambos são amados por seus líderes, mas,
sozinhos, eles se digladiam, porfiam e se ironizam. Mas
Jesus orou por eles 0o 17:21,22). Naquela hora, a oração
estava sendo ouvida: “Pedro ejoão subiam juntos..”.. O
que houve? Pois João sempre lhe demonstrou carinho,
e Pedro sempre esteve arredio. Quando ele ouviu que o
seu futuro seria como esse coxo 0o 21:18), sendo levado
de um lado a outro, depois de muitas noites pensando,
resolveu mudar de atitude: “E Pedro ejoão subiram
juntos..”.. O que Pedro não deve ter pensado, ao ver
aquele coxo, após ter sido advertido por Jesus 0o 21:18)?
Ele foi cheio do Espírito Santo e mudou de atitude. Agora
os vemos “juntos no templo às três horas da tarde para
orar”. Este é outro milagre. No grupo de obreiros de
Jesus havia dois grupos. (1 )Um grupo de oito discípulos
que sempre estava buscando conforto - esse grupo nem
vigiava nem orava. Jesus os deixava à distância. Ele não
os obrigava a vigiar, nem a orar. Ele sabia que não serviam
para orar nem para vigiar (Mt 26:36). (2) O outro grupo
(dos onze) era composto de três homens apenas. A estes
Jesus convidou que o acompanhassem mais adiante,
e ali disse-lhes: “Vigiai comigo”. Não lhes pediu para
orar. Orar ainda era um grande esforço para eles. Mas já
estavam melhor do que os oito. Judas não contamos. Ele
somente conhecia o caminho. Depois, Jesus andou um
outro tanto e, prostrando-se, começou a orar. Observe:
Um grupo assentado, outro de pé tosquenejando, ejesus
com o rosto em terra. Depois de uma hora, Jesus voltou
e disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”
(M t26:40,41). Somente depois de uma hora de oração,
Jesus os considerou prontos para orar e lhes revelou
Atos 3:2
um segredo: “Querem não cair em tentação, orem”
(Mt 26:41). Depois de muitos dias, já batizados com o
Espírito Santo, eles se lembraram: “Vamos orar juntos?”
Atos 3 : 1: Pedro e João subiam ao Templo à
hora da oração, que era a nona ( “à s q u i n z e
h o r a s ”) . (At2:46;SI55:17)
Na descrição de Josefo, o grande historiador, “no
Templo havia nove portas revestidas de ouro e prata
em todos os lados, mas ali estava uma porta que, fora
do santo Templo, era de bronze original de Corinto e
muito excedia àquelas que eram apenas revestidas de
ouro e prata. Contudo, a porta de Corinto, que abria
para o nascente do Solara muito maior, pois a sua altura
era cerca de 25 metros, e era adornada da forma mais
rica, tendo placas mais ricas e engrossadas de prata e
ouro, mais do que as outras. Esta última era, talvez, a
porta chamada Formosa, porque ficava no exterior do
Templo, para a qual havia fácil acesso, vistoqueeraa
de maior valor”. A porta Formosa era o lugar do pão de
cada dia daquele coxo. Estar emjerusalém era outro
milagre, desde os dias de Davi (2 Sm 5:6-8). Depois
da grande história de Mefibosete, a convivência com
as pessoas coxas tornou-se normal. Mas aquela porta
exterior era a última parada de um cego ou coxo (2
Sm 5:8). A porta Formosa contrastava com a condição
daquele homem. Naqueles dias, ele pedia esmolas
aos ministros, mas hoje não são poucos os falsos
ministros que pedem grandes somas de dinheiro
ao povo desde os seus púlpitos, levando os seus
assistentes a uma conscientização distorcida do Reino
de Deus, os quais, constrangidos, não entendem mais
o verdadeiro sentido das ofertas e dízimos. Embora a
maioria dos líderes seja homens santos de Deus, há um
grupo de falsos ministros que permeia a obra de Deus
trazendo grandes escândalos para a causa do Mestre:
coxos moralmente, coxos profissionalmente, coxos
ministerialmente, os quais não poderiam apresentar o
pão no altar de Deus, segundo o cerimonial. Mas, sém
perder o foco, o coxo era um devorador na entrada do
Templo, semelhante aos que vendem coxinhas nos
templos de hoje. A casa de Deus é casa de pão, mas pão
oferecido, pão da casa do Pai (Ml 3:8). Os coxos de hoje
não ficam mais na porta, eles avançaram ao interior do
templo e ainda não foram curados. O coxo também é
a visão atual de templos formosos, cujos congregados
continuam pobres. Onde estão os Joões e os Pedros de
nossa geração? (2) Aquele coxo também era um tipo
dos próprios fariseus que não entravam pela porta nem
deixavam que outros entrassem
Atos 3:2: E certo homem, coxo de nascen­
ça, era carregado, a quem punham diaria­
mente à porta do Templo, chamada Formo­
sa, para pedir esmolas aos que entravam. (At
14:8; Lc 16:20;3:10)
Os coxos de hoje continuam olhando para Pedro ejoão.
O que lhes era mais fácil dar: esmolas. Mas aqueles
ministros tinham mais do que o normal: tinham o poder
maravilhoso de Deus. Aquele coxo queria esmola
porque não se atrevia a pedir a sua cura naqueles
478
3:3
dias. Jesus havia morrido, e ele havia perdido a sua
oportunidade. Ciente disso, ele somente pedia esmolas.
O coxo não sabia que o grão de trigo havia caído em
terra e tinha dado muitos frutos. Agora, existiam vários
pequenos cristos espalhados na cidade
Atos 3:3: Este, vendo a Pedro e ajoão que
iam dispostos a entrar no Templo, rogava
que lhe dessem uma esmola.
O coxo jamais esperava a atenção fixa de dois homens
de Deus interessados pela sua situação. Olharparaos
ministros de Deus foi a primeira atitude de fé exigida de
um homem que esperava o desnecessário: dinheiro
Atos 3:4: E Pedro, fitando os olhos nele,
juntamente com João, disse-lhe: “Olhapara
nÓS”. (At 10:41
O seu olhar estava interessado em moedas, e não em sua
completa restauração
Atos 3:5: E olhava atentamente para eles
e aguardava receber de suas mãos alguma
coisa.
Os ministros de Deus não tinham prata nem ouro. O que
eles tinham? Poder para curar. Era de graça. Devia ser
ordenado. Devia ser usado na autoridade de um Nome
que era sobre todo nome: Jesus. Mesmo que ele não se
movesse, a ordem deveria ser dada: “Anda!”
Atos 3:6: Então, disse-lhe Pedro: “Não te­
nho prata nem ouro; mas o que tenho, isso
te dou: em nom e de Jesus Cristo, o Nazare­
no, levanta-te e anda”. (At4.w;9:34j
Mas ele não andou. O que faltou? Faltou a ousadia
para colocá-lo de pé. Esta foi a grande revelação. Ele
precisava de ajuda pela mão direita. Jesus está assentado
à mão direita do Pai; Jesus mandou que os discípulos
lançassem a rede pelo lado direito. Paulo, ao nascer de
novo, foi encaminhado à rua chamada Direita. Este coxo
precisa ser tomado pela mão direita. As mãos apostólicas
o levantaram, e os seus pés e artelhos se firmaram.
Foi o que aconteceu com Jesus, quando foi ferido pela
serpente (Gn 3:15; Si 18:19,36)
Atos 3:7: E, tomando-o pela mão direita,
o levantou, e imediatamente os seus pés e
artelhos foram fortalecidos.
Os passos para a restauração: (1) Olhe. (2) Receba o que
é oferecido, não oqueseespera.(3) Valorize a sua saúde
mais do que ouro e prata. (4) Creia no Nome de Jesus. (5)
Esforce-se para sair andando. (6) Aceite ajuda e firme-se.
(7) Dê um salto e ponha-se em pé. (8) Comece a fazer o
que não fazia normalmente. (9) Seja agradecido e entre
no Templo com os seus pastores. (10) Ande. (11) Salte,
se desejar. (12) Louve a Deus
Atos 3:8: Então, ele deu um salto e pôs-se
em pé, e com eçou a andar, e entrou jun-
479
A tos 3:13
tamente com eles no Templo, andando e
saltando, e louvando a Deus. (A tu-.io)
Sua cura é um motivo para adoração a Deus e inspira a CO
fé de outros. Quem não sabe louvar, mas reconhece,
assombra-se e pasma. Mas seria bom se o homem
soubesse louvar a Deus. O testemunho do coxo valia por
mil pregações
Atos 3:9: E todo o povo, ao vê-lo andar e CO
louvar a Deus, (At4:10,211
Atos 3:10: 0 reconheciam, pois era 0 m es­
mo que sempre estivera assentado a pedir ‘H
esmola na porta Formosa do Templo; e to­ CO
dos ficaram cheios de admiração e atônitos,
por causa daquilo que lhe acontecera, (jo
A
9:8)
Aquele homem ficou com medo do povo e estava
rs
espantado ao refugiar-se nos apóstolos. A partir de co
então, ele tomar-se-ia um testemunho vivo do Cristo
ressurreto e um centro de atração evangelizadora
Atos 3:11: E aquele homem não se separa­
va de Pedro e de João; então, todo 0 povo, O
CO
maravilhado, concorreu para estar junto
deles, no pórtico chamado de Salomão.
(Lc22:8;Jo 10:23;At 5:12)
Ele não disse “varões judeus”, mas “varões israelitas”.
O alcance do seu testemunho era nacional. ( 1 )0 povo
estava admirado por causa do homem. O nível não era de
admiração, mas de adoração. (2) O povo cria que Pedro
e João o tinham feito andar. Quem o havia feito andar foi
H
o poder do nome de Jesus. Eles deveriam fitar os olhos
em Cristo. Eles sabiam que novos milagres dependiam O
deste reconhecimento. (3) O povo pensava que eles CO
tinham tal poder. O poder estava no nome de Jesus
Atos 3:12: Pedro, ao ver isto, disse ao ??
’“ 3
povo: “Varões israelitas, por que vos admi­
rais disto? Ou, por que fixais os vossos olhos CO
sobre nós, como se por nosso próprio poder
ou piedade o tivéssemos feito andar?
l*"3
A grande oportunidade de Pedro. Ele levava a
mensagem; como estava cheio do Espírito Santo, O
também estava cheio da Palavra de Deus em seu co
coração. Ele estava pronto a defender o Evangelho a
partir da pessoa de Jesus Cristo, desde a sua paixão
e morte. Ele lembra aos varões israelitas que Jesus
estava glorificado, antes de qualquer coisa. Apesar de
ter sido (1) entregue por eles; (2) apesar de Jesus ter
sido negado por eles diante de Pilatos, mesmo tendo
sido declarado inocente várias vezes, Deus o havia
glorificado (Jo 7:39)
Atos 3:13:0 Deus de Abraão, de Isaque e
\esr
de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a
CO
3:14
seu servo Jesus, a quem vós entregastes e
negastes perante a face de Pilatos, quando
este já havia resolvido soltá-lo. >jo i7:i;Mt27:2;
Is 52:13; A t5:30; 2:23; Lc23:4)
Desde asuaprimeira apresentação diante de Pilatos
(Jo 18:28,29), quandojesus foi julgado às seis horas
da manhã, os israelitas deixaram marcado na História
as suas injustiças contra o homem inocente. Pedro se
lembrava bem, pois aquele encontro não tardou mais
do que quinze minutos, pois eles estavam fazendo
tudo com muita pressa (Lc 22:66-71), enquanto Pilatos
esperava. Poucos minutos antes das seis, Pilatos saiu
para falar com eles. E perguntou: “Que acusação trazeis
contra este homem?” (Jo 18:29,30), e, na conclusão dos
outros julgamentos religiosos realizados antes, Jesus
foi acusado de blasfêmia; mas eles não o mencionaram
por medo. Estavam enfrentando problemas com
Pilatos. Por isso, queriam enganá-lo, dizendo: “Se este
não fosse malfeitor, não to entregaríamos” (Jo 18:30).
Eles tentaram fazer com que Pilatos pronunciasse uma
sentença sem investigar os fatos. Os líderes religiosos
e civis sabiam que a acusação de blasfêmia não seria
aceita pelo governador. Deviam agir com toda pressa.
Mas Pilatos estava disposto a absolvê-lo. Isto queria
dizer que, por algum meio, tinham de esclarecer o
que estavam fazendo. Em Lucas 23:2, lemos que eles
trazem uma nova acusação, eoacusam de traição.
Observando o texto de João 18 e 19, podemos perceber
que eles fizeram assim; mas como eles formularam outra
acusação? (1) Que Jesus proibia dar o tributo a César.
Mas, lendo o texto em suas próprias palavras, vemos que
esta acusação é falsa (Lc 20:19-25). (2) Tentaram acusá-
lo como rebelde e como quem se autoproclamou rei
contra o Império de Roma. Mas Pilatos comprovou que
era mentira, e o declarou inocente. Pedro relembrou
tudo isso em seu sermão, e quando Pilatos decidiu
libertá-lo, eles exigiram que soltassem o homicida e
matassem o inocente
Atos 3:14: Mas vós renegastes o Santo e o
Justo, e pedistes que se vos concedesse um
homem homicida; (Mc 1:24,-At4:27;7:52;M c 15:11;
Lc23:18 25}
Com o texto acima, observe os nomes com os quais
Pedro se refere a Cristo: Santo, em vez de inocente.
Justo, em vez de injustiçado. Autor da vida, em vez de
vítima; ressuscitado, em vez de morto
Atos 3:15: e entregaste à morte o Autor
da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os
mortos: do que nós somos testemunhas. ím
2:24,32; 5:31)
O seu Nome começa a realizar milagres, não pela sua
ausência física, mas pelos grãos de trigo que foram
produzidos na sua morte. Fortalecimento e perfeita
saúde - Deus aproveitou para curá-lo de todas as suas
enfermidades, na presença de todos eles
Atos 3:16: E, por meio da fé em seu Nome,
Atos 3:20
este, a quem vós tendes visto e conhecido,
foi fortalecido; isto é, a fé que vem por meio
do seu Nome, concedeu-lhe esta perfeita
saúde, na presença de todos vós.
A compreensão de Cristo na vida de Pedro. Eles não
sabiam o que faziam. Mas tinham a oportunidade de se
arrepender. Mas eles não o fizeram (v. 19)
Atos 3:17: E agora, irmãos, eu sei que o fi­
zestes em ignorância, assim como o fizeram
os vossos governantes. (Lc23.34;At 13:27i
Surge a pergunta: Entêjo, onde está a culpa do povo, se
Deus já havia anunciado a morte de seu Filho pela boca
dos profetas? Eles, por meio do sacerdote, poderiam
tê-lo apresentado, como apresentavam o animal para o
holocausto; mas, antes, deveriam transferir a sua culpa
e os seus pecados sobre ele, com imposição de mãos;
mas eles declararam a culpa sobre si mesmos, e não
sobre o seu holocausto (Dt 2 1 :6,7). Pedro, agora, está
mostrando a necessidade de arrependimento da parte
deles, dando-lhes uma nova oportunidade
Atos 3:18: Mas o que Deus havia anun­
ciado de antemão pela boca dos profetas,
que o seu Cristo havia de padecer, assim o
cumpriu. (At2:23;Lc24:27;A t 17:3;26:23!
Eis a oportunidade para lançar sobre Cristo a culpa deles
(D t21:l-9).0 arrependimento da nação, confirmado
com a conversão a Cristo, retiraria de sobre eles a
maldição que lançaram sobre si (Mt27:25); pois a
ausência de maldição lhes traria refrigério pela presença
do Senhor. O arrependimento e a conversão antecipam
tempos de refrigério e atraem a presença do Senhor em
nossa vida. Quer experimentar tempos de refrigério em
sua agonia? Eis a receita
Atos 3:19: Arrependei-vos, pois,js conver­
tei-vos, para que sejam apagados os vossos
pecados! Para que, assim, venham os tem ­
pos de refrigério pela presença do Senhor,
(At2:38)
O arrependimento de Israel o despertaria como Nação,
e Cristo deveria voltar quando este despertasse do
seu sono. A segunda vinda de Cristo para Israel será
imprescindível, porque nela dar-se-á a vingança do
Parente Vingador contra o posseiro, que não sairá da
propriedade já resgatada a preço de sangue inocente
e santo. Este Cristo foi antecipadamente designado a
Israel, mas este o rejeitou (Jo 1:11). A desconfiança de
João Batista tornou-se em profecia para a sua nação: “És
tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?”
Atos 3:20: para que ele envie a Jesus, o
Cristo, que de antemão já vos foi designa­
do;
A restauração de todas as coisas, a começar de Gênesis
2, quando a Criatura deràluzoseu fruto: novos céus e
480
3:21
nova terra (Rm 8:22), antes anunciado pelos profetas.
Tempo em que a terra passará por uma metamorfose,
a fim de se recuperar de todas as pendências desde
o dilúvio, quando aquela passou por transformações
terríveis, das quais ainda não se recuperou. A
restauração é geológica, geográfica, natural, mineral,
moral, ministerial, espiritual e física. Inclui todas as
coisas, a fim de que tudo venha a convergir em Cristo
(Ef 1:10). Depois do dilúvio, a terra sofreu variações e
mudanças em todos os sentidos: no clima, na fauna e na
flora. Milhares de espécies desapareceram. Depois da
degradação humana, os animais sofreram mudanças em
todas as áreas e a cadeia alimentar sofreu uma revolução;
mas tudo será restaurado com a vinda de Jesus Cristo
- então virão os tempos de refrigério: (1) A terra será
restaurada (Rm 8:22), conforme o projeto original de
Deus. (2) As instituições de Deus serão restauradas.
(3) O sacerdócio, segundo a ordem de Melquisedeque,
será restaurado. (4) O governo da terra será restaurado.
(5) O ano sabático será restaurado (2Cr36:21). (6) A
tenda de Davi será restaurada (At 15:15,16). (7) Os céus
serão restaurados (Ap 21:1). (8) O trono de Davi será
restaurado. (9) O corpo humano será restaurado. (10)
Os animais serão restaurados. (11) A vegetação será
restaurada. (12) Os planetas serão restaurados e tudo o
que for temporário será destruído. (13) Os ministérios
serão restaurados
Atos 3:21 : a quem convém que o Céu o
retenha até os tempos da restauração de
todas as coisas ( “a p o ca tá sta ses”), de tudo
o que Deus falou pela boca dos seus santos
profetas, desde o princípio. (At i.-ip M t 17. / 1;
Lc 1:70/
Este profeta já veio, e ele é Jesus Cristo. A figura de Cristo
profetizada por Moisés é vista em Deuteronômio 18:15:
“O Senhorjeová, vosso Deus, suscitará no meio de
vós, de entre os vossos irmãos, um profeta semelhante
a mim; a ele ouvireis”. Não quiseram o batismo com
fogo, mas, sim, um intercessor. Deuteronômio 18:16:
“Foi o que pediste ao Senhorjeová, teu Deus, no monte
Horebe, quando vos convidei no dia da assembléia,
dizendo: Não queremos mais ouvira voz do Senhor,
nosso Deus, nem tomar a ver mais este grande fogo,
para que não morramos”. Deuteronômio 18:17: “O
Senhorjeová me disse, então: Está bem o que eles têm
dito ”. Um tipo de Cristo: eles pediram um Mediador.
Deuteronômio 18:1$: “Um profeta como tu suscitarei
dentre os seus irmãos, e porei as minhas palavras na sua
boca e ele lhes pronunciará tudo o que eu lhe ordenar”
(Is 51:16; Jo 12:49,50). O Cristo veio e lhes falou as
palavras de seu Pai, mas eles não quiseram ouvir:
Deuteronômio 18:19: “Mas aquele que não atender
às palavras que ele pronunciarem meu Nome, eu
mesmo lhe pedirei contas”. O Anticristo prefigurado:
Deuteronômio 18:20: “O profeta, porém, que tiver a
ousadia insolente de anunciarem meu Nome alguma
palavra que não lhe mandei dizer, ou falar em nome de
outros deuses, esse profeta há de morrer” (Dt 13:1 -5)
Atos 3:22 : Porque Moisés, em verdade,
A tos 3:25
disse: O Senhor, vosso Deus, suscitar-vos-á,
dentre os vossos irmãos, um Profeta sem e­
lhante a mim; a ele haveis de ouvir, confor­
m e a tudo quanto vos falar, fpt /&■15, i8;At7:37i
O teste do profeta: Deuteronômio 18:21: “E se disseres
no teu coração: Como saberemos quando a Palavra do
Senhorjeová, realmente, não forproferida?”. O profeta
não deve ser temido: pela sua presunção, quando a sua
palavranão se cumprir, e ele falou por sua própria conta.
Deuteronômio 18:22: “Quandooprofetafalaremnome
do Senhorjeová e essa palavra não se realizar, então essa
palavra não veio do Senhor, o Senhor não a disse. Tal
profeta falou presunçosamente por sua própria conta.
Não o temerás”
Atos 3:23: E acontecerá que toda alma que
não obedecer a esse profeta, será extermi­
nada dentre o povo. fotis.-içi
O Espírito de Cristo que estava neles anunciava
antecipadamente os sofrimentos e as glórias que
haviam de vir através do Messias, o Profeta. Os Salmos
e o Tabernáculo de Davi são uma predição perfeita do
Espírito de Cristo. O Espírito usava a pessoa deles em
suas diversas circunstâncias. Cada profeta manifestava
uma faceta da vida, do ministério e dos propósitos
redentores de Cristo. O Espírito de Cristo não lhes
revelava, nem lhes explicava nada a respeito do seu
propósito. Eles tinham de viver pela fé a indicação do
Espírito de Cristo. “Diante de mim quer dizer, vivo o seu
serem mim, sonho com ele, tenho experimentado o
seu Espírito, o Espírito de Cristo”. A contínua presença
do Pai com Cristo em toda a sua missão, até mesmo no
Calvário (SI 18)
Atos 3:24: Assim, todos os profetas, des­
de Samuel e os que lhe sucederam, todos
quantos falaram, também profetizaram
destes dias.
Quando cremos na mensagem profética nos tornamos
filhos dos profetas, como nas escolas de profetas
dirigidas por Samuel, Elias e Eliseu. Eles eram o grande
laboratório profético de seus dias e, por meio deles, a
mensagem profética ganhou outra direção. Ao Messias,
revelando todas as doutrinas dafé do Novo Testamento
com antecipação, tais como: o novo nascimento, o
derramamento do Espírito Santo. Pelafamília de
Benjamin, via Paulo, os gentios foram alcançados por
meio da Semente de Abraão: Cristo. Paulo e Ester foram
os grandes meios difusores desta mensagem
Atos 3:25: Vós sois filhos dos profetas e do
Pacto que Deus concertou com vossos pais,
dizendo a Abraão: Em tua Semente serão
benditas todas as famílias da terra. (Cn3: is;
12:3;At2:39; Rm 9:4,8; Cn 28:141
Jesus Cristo era o homem eleito que substituía o povo
eleito, salvando-o e recolocando-o na posição de bênção
para todas as famílias da terra (Gn 12:3), com o fim
481
3:26
de desviar o povo da maldição que eles reclamaram
sobre si mesmos nos momentos anteriores à morte de
Cristo na cruz. Alguns creram. Este texto termina com
a confirmação da promessa feita a Abraão: “Em ti serão
benditas todas as famílias da terra”, porjesus Cristo.
No manuscrito consultado não aparece o nomejesus,
embora se saiba que é dele que Pedro está falando
Atos 3:26: Então, Deus enviou primei­
ramente o seu Filho ( “filh in h o ”), e tendo
ressuscitado a seu Servo para separar a cada
um de suas iniqüidades e para vos abenço­
ar”. (AC13:46;2:24; 3:22)
Atos, capítulo quatro (4)
Começa a oposição. Pedro e João naprisão: Jesus tinha
subido ao Céu, e seus discípulos eram o resultado de
seu trabalho (Is 53:11). O dom dapalavrafoi dado aos
sacerdotes, mas não era eles que estava m falando no
Templo. O ministério de servir e de expiar pecados foi
dado aos sacerdotes, mas não eram eles que convertiam
o povo, na porta do Templo. Observe que os saduceus
eram amigos dos sacerdotes - os oficiais do Templo
comungavam das suas heresias, mas não aceitavam que
pessoas simples e humildes ensinassem ao povo, coisa
que eles desprezavam
Atos 4:1 : Enquanto eles falavam ao povo,
sobrevieram-lhes os sacerdotes, o oficial
( “estra teg o ”) do templo e os saduceus, (ic
22:4;Mt3:7;Atò:12j
Dói àquele que detém poder, mas não tem autoridade.
Tem a vocação, mas não tem unção. Tem o dom, mas não
tem comunhão. Tem a posição, mas não tem revelação.
Tem a liderança, mas não é amado. Tem o Templo, mas
não tem a Arca; tem o altar, mas não tem a ressurreição -
realmente dói
Atos 4:2: indignando-se muito de que ensi­
nassem ao povo, e anunciassem cumprida
em Jesus a ressurreição dos mortos; (A ti7:i8;
23:8)
Como prisioneiros culpados ousavam prender os
inocentes? Os libertos. Como ousavam prender aqueles
que traziam a liberdade à sua porta? Realmente era
tarde, era tarde demais
Atos 4:3: e os tomaram, e os puseram na
prisão até o amanhecer do dia seguinte;
porque já era tarde. íacs.-is j
Prendê-los indignava mais os seus discípulos e dava-lhes
ainda mais intrepidez. Eles conheceram o poder da
ressurreição e perderam o medo da morte, pois sabiam
o que o Senhor deles fizera à sepultura (1 Co 15:55).
Uma noite na prisão inspirou a multiplicação do povo:
cinco mil pessoas se revoltaram e passaram a crer no
Evangelho. Cinco mil pessoas acostumadas à liderança
de Cristo, em alguns dias, foram reunidas sob o poder do
482
Atos 4: 10
Espírito Santo
Atos 4:4: Muitos daqueles que ouviram
a palavra, creram, e o número de homens
chegou a quase cinco mil. (At2:4i)
A defesa de Pedro diante do Concílio: Aquilo iria
aumentar. Alguns dias atrás, eles estavam julgando o
Cristo deles, sem testemunhas, sem defesa, sem provas,
sob muitas ilegalidades. As mais dignas autoridades
estavam presentes. O baú da tesouraria estava
vazio, pois os soldados levaramIquase tudo, a fim de
divulgarem a não-ressurreição, e eles se esqueceram dos
discípulos do Mestre. Eles tinham a mensagem, tinham
o poder, tinham a autoridade e tinham o povo
Atos 4:5: Na manhã seguinte, reuniram-
se em Jerusalém os príncipes do povo, os
anciãos, e os escribas, (Lc23:13)
A cúpula e os substitutos estavam presentes.
Um deles conhecia a Saulo. As engrenagens estavam
sendo encaixadas
Atos 4:6: e Anãs, o sumo sacerdote, Caifás,
João, Alexandre, e todos quantos eram da
linhagem sacerdotal. (Lc3:2;Mt26:3)
Eles haviam feito esta pergunta, e Lucas a registrou. Mas
Jesus não lhes deu resposta
Atos 4:7: E, colocando-os no m eio deles,
perguntaram-lhes: “Com que poder ou em
nom e de quem haveis feito isto?” (M t2i:23)
Aquele que teve medo de uma criada agora estava
irreconhecível. A espada que ele estava usando agora
era outra
Atos 4:8: Então Pedro, cheio do Espírito
Santo, disse-lhes: “Príncipes do povo e vós,
anciãos, (At 13;9;Lc23:13;At4:5)
Aqueles que podem fazer e não o fazem perturbam
aqueles que o fazem
Atos 4:9: já que hoje som os inquiridos
sobre esta boa obra feita a um hom em
enfermo, e em virtude do modo com o foi
curado,
Jesus deixou a resposta para os seus discípulos: em
nome dejesus Cristo; em nome do Nazareno; em nome
do crucificado; em nome do ressuscitado. Este Nome
tirou aquele homem da porta Formosa e o introduziu
nesse lugar
Atos 4:10: seja notório a todos vós, e a todo
o povo de Israel, que em nome dejesus Cris­
to, o Nazareno, a quem vós crucificastes e
a quem Deus ressuscitou dentre os mortos,
na virtude desse Nom e, ele está aqui, são,
4:11
d i a n t e d e VÓS. (At3:6; 2:24}
Ele cita o Salmo 118, pois neste texto está toda a
trajetória da entrega, da morte e da ressurreição de
Cristo. A pedra que os edificadores rejeitaram era pedra
de esquina, isto é, um esquadro feito para medir os
ângulos de todos os tipos na edificação do Templo. Ela
foi rejeitada, porque os edificadores não a conheceram
- até hoje os homens querem soldá-la nas suas
construções denominacionais; mas a pedra angular
não se acimenta, não se solda - é a pedra da medida, da
fiscalização, da aferição
Atos 4:11: Esta é a pedra que foi rejeitada
por vós, os edificadores, a qual veio a ser a
pedra angular. (SU18:22;ls28:16;Mt21:42}
A pedra angular é única e apta para dar salvação por si
mesma. Nenhum outro nome tem este poder e esta
autoridade. Só existe um, o qual está assentado à direita
do Pai. Em nenhum outro nome há salvação: Jesus
quer dizer Salvador. No seu Nome hásalvação; ele traz
çorísigo a salvação do poder do pecado
Atos 4:12: E em nenhum outro há salva­
ção; porque não há debaixo do céu outro
nome, dado aos homens, no qual possamos
ser salvos”. m i:2i,-At ia-43; / m 2:5,óí
Pedro e João são postos em liberdade: Homens iletrados
falam como iletrados, mas aquilo que eles falam
receberam do Verbo. Se estiveram comjesus, deviam
falar admiravelmente. Homens iletrados falam com
intrepidez; homens iletrados não têm vergonha de
demonstrar de quem é a sua doutrina; homens iletrados
são dignos de admiração quando falam; homens
iletrados mostram que têm estado comjesus. Homens
iletrados que estiveram com jesus reúnem concílios
inteiros para que ouçam a respeito de quem gostariam
de se livrar para sempre
Atos 4:13: E eles, ao verem a intrepidez de
Pedro e João, e sabendo que eram hom ens
iletrados e plebeus, admiravam-se; pois re­
conheceram que haviam estado com jesus.
(M4:31;Mt 11:25; 1 Co !:27j
As palavras de Pedro ejoão e o homem em pé são dois
aliados contra a incredulidade dos saduceus. As palavras
de Pedro ejoão e o homem em pé, diante deles e ao lado
de Pedro ejoão, são como um exército invencível diante
de muitos inimigos
Atos 4:14: E vendo o hom em que fora
curado, de pé no meio deles, nada podiam
dizer em contrário.
“Ex-coxo, Pedro ejoão, os três, saiam, por favor! ”
Aquele coxo jamais imaginou em toda a sua vida que
andar e saltar no templo seria tão odioso assim, nem que
a sua cura seria motivo de conferência
Atos 4:15: Então, mandando-os sair do
483
Atos 4:20
Sinédrio, conferenciaram entre si, wts-.cc:
A ressurreição de Jesus fora negada e eles tinham dado
dinheiro aos soldados para divulgarem que Jesus não
ressuscitara. Os agnósticos - os saduceus modernos -,
até hoje, continuam pagando para anunciar que Jesus
não ressuscitou. Mas, quando um coxo se levanta diante
de seus olhos, não dá para negar dizendo que isto foi
mentira ou uma farsa. Eles não podiam negar a sua cura
Atos 4:16: dizendo: “Que havemos de fa­
zer com estes homens? Porque é evidente a
todos os que habitam em Jerusalém que um
milagre notável foi feito por intermédio de­
les; e não o podemos negar, oo i i.-47;At3:7 toj
Falar, agora, era desnecessário, pois o grande milagre
retumbavana cozinha dos sacerdotes, entre as famílias
mais simples da cidade. O milagre era um pregador
silencioso que inspirava todos a glorificarem a Deus. O
Nome, antes de inquietar os demônios, inquietava os
poderes religiosos vazios, sem unção, sem metas, sem
vida e sem autoridade
Atos 4:17: No entanto, para que este acon­
tecim ento não seja mais divulgado entre o
povo, ameacemo-los para que não falem
mais neste nome a ninguém ”.
Pregar e ensinar o nome de Jesus estava proibido pelo
sacerdócio. “Não falem que o sacrifício foi perfeito. Não
digam que o seu sacrifício não tinha defeito algum. Não
falem que ele levou sobre si as enfermidades. Não falem
nada, pois nós não estamos dentro deste grupo nem
sabemos como usar este Nom e”
Atos 4:18: E, depois de chamá-los, intima­
ram-lhes que não falassem absolutamente
nem ensinassem em nom e de Jesus, i m s m í
Será que eles obedeceriam a um sacerdócio obsoleto,
um sacerdócio corrompido, um sacerdócio criminoso,
um sacerdócio sem cordeiro, um sacerdócio sem sangue
inocente, um sacerdócio sem sumo sacerdócio, um
sacerdócio sem Arca? Ou será que prefeririam a própria
Arca, o próprio sumo sacerdote dos bens futuros, tendo
sido santificados pelo seu sangue, tendo servido ao
próprio Cordeiro de Deus, não somente inocente, mas
também santo e justo juiz, cujo sacerdócio era segundo a
ordem deMequisedeque?
Atos 4:19: Mas Pedro ejoão, responden­
do-lhes, disseram: “Julgai vós mesmos se é
justo diante de Deus ouvirmos antes a vós
do que a Deus; (At5:28,29/
Os príncipes dos sacerdotes tinham visto o sinal e
queriam que os apóstolos se calassem. Os príncipes dos
sacerdotes tinham ouvido o sinal, mas pagavam para que
houvesse silêncio
Atos 4:20: pois, quanto a nós, não pode-
4:21
mos deixar de falar das coisas que temos
vistoe ouvido”. [At22:15; 1:8;2:32)
Se a sepultura de Cristo foi aberta, nenhuma prisão os
prenderia. Se a Igreja foi edificada, nem as portas do
Hades prevaleceriam contra ela. O que eram algumas
portas de ferro diante do poder da liberdade do
Evangelho? Os líderes têm medo do grito do povo, ainda
mais quando ele adora a Deus
Atos 4:21: De m odo que eles os am ea­
çaram ainda mais, e, não achando como
castigá-los, os soltaram, por causa do povo;
porque todos glorificavam a Deus pelo que
havia acontecido; (Àtsaó;3:7,8)
Aquele homem tinha cerca de sete anos quando Jesus
nasceu. Davi havia recebido um coxo na sua mesa, e
o filho de Davi curava os coxos. O primeiro milagre
operado pelos apóstolos no Novo Testamento não
foi por acaso. Tinha algo em comum com o Reino que
receberia na mesa os coxos, os paralíticos, e os cegos
que eram odiados nos dias de Davi e rejeitados na família
sacerdotal
Atos 4:22: pois o hom em , no qual se ope­
rara esta cura milagrosa, tinha mais de qua­
renta anos.
Informaram à igreja o que os sacerdotes disseram.
Por outro lado, os sacerdotes não relataram às suas
famílias o que os apóstolos disseram, mas o que eles
fizeram. Deus os libertara, estavam livres para sair de
Jerusalém
Atos 4:23: E, quando foram postos em
liberdade, voltaram aos seus, e lhes conta­
ram tudo o que os principais sacerdotes e os
anciãos lhes disseram.
A oração parece linda. Mas não foram os gentios que se
levantaram. Estavam usando um Salmo fora do contexto.
Este texto se refere ao grande Armagedon. Mas eles
ainda não estavam no Armagedon
Atos 4:24: Eles, quando os ouviram, levan­
taram a voz unânimes a Deus e disseram:
“Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, a
terra, o mar, e tudo o que neles há; /At u i4 ; is
37:16;2 Rs 19:15J
Mas não foram os reis da terra que se levantaram, nem os
gentios. Foram os sacerdotes, seus patrícios, seus santos
homens! Que bom Deus permitir que isto acontecesse
para mostrar à Igreja hodierna como usamos textos
da Bíblia para acusar a quem não tem culpa, com o fim
de cobrir nossa desobediência missionária: “ficai em
Jerusalém até que sejais revestidos de poder”
Atos 4:25: que, por intermédio do Espíri­
to Santo, pela boca de nosso pai Davi, teu
484
Atos 4:30
servo, disseste: Por que se enfureceram os
gentios, e os povos imaginaram vãos proje­
tos? (S12:1-2;23:1,2;A t 1:16j
Este salmo ainda não se cumpriu até hoje, mas se
cumprirá na grande guerra do Armagedon, liderada pelo
Anticristo e o Falso Profeta
Atos 4:26: Levantaram-se os reis da terra,
e os príncipes ajuntaram-se à uma contra o
Senhor e contra o seu Ungido ( “U n gido”).
/Hb 1:9/
Mas uma coisa boa vemos com perfeição: a consciência
e a convicção da igreja de que Deus estava no controle de
todas as coisas; que a presciência e o conselho de Deus
estavam de acordo no cumprimento da sua vontade e da
sua palavra profética
Atos 4:27: Porque verdadeiramente se
ajuntaram, nesta cidade, contra o teu
santo servo Jesus, a quem tu ungiste, Hero-
des e Pôncio Pilatos, com os gentios e as
tribos de Israel, (Lc 23: 0-12,-A t 4.3 o,-l c 4.-is jo io .z ó ;
Mt 14:1!
Paulo teve esta compreensão ao escrever que Deus
utiliza os vasos da ira para mostrar por intermédio deles
o seu poder. Mas, antes, ele dá oportunidade aos vasos
da ira para que se arrependam (Rm 9:22)
Atos 4:28: para fazer tudo quanto a tua
mão e o teu conselho haviam predetermi­
nado para ser feito. /At2.-23)
As ameaças os empurrariam para fora dejerusalém,
onde eles queriam se estabelecer. Deus não queria que
eles fossem mártires;Jesusjáhavia morrido por eles,
e desejava que eles anunciassem a Cristo por todo o
mundo, da mesma forma como Cristo anunciou o Reino
de Deus entre eles
Atos 4:29: Agora, pois, ó Senhor, olha para
as suas ameaças, e concede aos teus servos
que falem com toda intrepidez a tua Pala­
vra, (E}6:2Ó;M 13:31; 9:27; 13:46; 28:31)
Deus cooperaria com eles se eles saíssem dali e fossem
para onde lhes havia ordenado: em todajudéia, Samaria,
e até os confins da terra. A mão de Deus cooperaria
com eles fazendo milagres, operando curas em nome
dejesus. Somente depois, porcausa de Paulo, eles
resolveram obedecer àquela ordem de Cristo. O
comodismo pode ser a tentação que promete descanso
fora do tempo. Então, como Deus percebeu que eles não
iriam cumprir a ordem, Saulo já estava em sua mira: Atos
13:47: “Porque assim nos ordenou o Senhor: Eu te pus
como luz para os gentios, a fim de que sejas para salvação
até os confins da terra”
Atos 4:30: enquanto estendes a tua mão
4:31
para curar, de modo que sinais e prodígios
sejam feitos em nome de teu santo servo
Jesus. (Ar2:43;5:12;3:6, / 6;4:27)
Um novo mover do Espírito: Uma renovação do primeiro
grande derramamento do Espírito Santo. A renovação
fez tremer o lugar onde estavam. Outra vez, todos foram
cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a
Palavra de Deus. Parece bonito o que estavam fazendo,
mas ainda faltavam-lhes algo: obedecer completamente.
Faltavam ir àJudéia, Samaria, e aos confins da terra.
Era bom o grande movimento de milhares de pessoas
chegando para o grande culto, cheias da manifestação
de Deus, mas a obediência não era completa. Assim
temos vivido hoje como Igreja. Temos fechado os olhos
para os outros povos; gostamos de nossos cultos em
Jerusalém, do mover de nossos cultos, com cantores
prediletos, com grandes pregadores, mas não estamos
dispostos a enviar os nossos Paulos e os nossos Bamabés
à obra que Deus ordenou que fizéssemos. É muito fácil
anunciar com intrepidez a mensagem nos lugares onde
Jesus já evangelizou com suaprópria morte; difícil
é deixarmos os nossos cultos cheios de “poder de
Deus” e darmos um passo a mais, afim de chegarmos a
Samaria. Filipe percebeu esta necessidade e foi sozinho,
atraindo os próprios apóstolos para lá. Os varões galileus
esqueceram que eram galileus, e permaneceram em
Jerusalém. Algo teria que acontecer
Atos 4:31: E, tendo orado, tremeu o lu­
gar onde estavam reunidos; e todos foram
cheios do Espírito Santo, e anunciavam
livremente com intrepidez a Palavra de
Deus. (At2:2,4;4:29)
A comunhão era linda, mas era apenas entre eles,
os irmãos da mesma raça, da mesma cor de pele.
Esta era avontade de Deus para eles, desde que
permanecessem em Jerusalém. Tinham tudo em
comum, mas Jerusalém seria destruída dentro de trinta
e dois anos. O general Tito entraria ali e destruiria toda
a cidade. Jesus queria evitar este sofrimento entre eles.
Mas eles permaneceram juntos emjerusalém. É triste
reconhecer que nenhuma viagem missionária de Paulo
partiu do seio da Igrejaem Jerusalém. O Evangelho de
Jesus não foi dado para o compartilhamento de bens
terrenos, mas para salvar almas e abençoar todas as
famílias da terra. Ter tudo em comum causaria um grave
problema adiante e aquelas festas ágape se tornariam
um problema difícjl de resolver. Os gregos foram
afastados, as outras raças foram postas de lado. Este “ter
tudo em comum” precisava ser revisto
Atos 4:32:0 coração e a alma da multidão
dos que criam era um só; e ninguém dizia
ser sua propriedade alguma das coisas que
possuía, mas todas as coisas lhes eram co­
muns. (At2:44;5:12J
Parece lindo o que faziam os apóstolos. Que igreja
primitiva, não? Mas eles estavam pregando apenas
emjerusalém. Embora parecesse admirável o seu
H l 485
A tos 4:36
trabalho, eles estavam desobedecendo, ejesus estava
observando isto. Era algo bem camuflado, bem-
feito, emocionalmente maravilhoso, mas estavam
desobedecendo. Ê lindo falar da ressurreição de Cristo,
e ser cheio de abundante graça, mas, em desobediência,
o que acontecerá? Haverá martírio, mas não era para
ocorrer isso. Emjerusalém? De novo? O que houve
de errado? Vendo pelos olhos da aprovação humana,
parecia lindo o que faziam: tremenda comunhão, grande
exemplo de amor ao próximo, maravilhoso exemplo de
união. Mas estavam em desobediência. Eles precisavam
anunciar o Evangelho a todo o mundo. Mas estavam se
multiplicando na cidade onde, alguns anos mais tarde,
não ficaria pedra sobre pedra. Eles nunca poderiam
imaginar que igrejas simples de outros lugares, fundadas
por um homem que teve a visão - Paulo -, ainda
enviariam ofertas para a grande igreja em Jerusalém
:p*
Atos 4:33: Com grande poder, os apóstolos kx*ol
davam testemunho da ressurreição do Se­ / “ s
nhor Jesus, e todos os fiéis desfrutavam de Cf i
uma abundante graça. (At u s; 1:221
Era belo o exemplo daigreja.Maselaperdeuofoco.
Deixou de ser evangelística para ser beneficente, em
que os recursos eram para aqueles que pertenciam à
o
sua raça, aos de sua gente. Isto ainda acontece hoje. Ç/5
Geralmente, quando a igreja toma um rumo, permanece
nele, perde o foco e se perde nas metas estabelecidas
naquelas reuniões de conselho, onde os mais céticos
são ouvidos e os mais ousados são chamados de loucos
e, por isso, rejeitados; onde os racionais são aceitos e os O
missionários são considerados como pesos Ç/5
Atos 4:34: Não havia entre eles nenhum
necessitado; porque todos os que possuí­
am herdades ou casas, depois de vendê-las,
traziam 0 valor daquilo que vendiam e 0
depositavam aos pés dos apóstolos. /A t2:45)
Que lindo exemplo de amor! Devemos vivê-lo, e é
iNéJ
possível vivê-lo. Em alguns lugares, já temos notícias de
que foi possível. Mas Jesus queria que eles incluíssem os
confins da terra nesta koinonia, entre os outros povos.
Mas, infelizmente, a maioria não quis ultrapassaras
barreiras dejerusalém e perdeu o foco com algo que
parecia bonito, mas não era o alvo principal
Atos 4:35: Erepartia-se a cada um, segun­ o
do a necessidade que tivesse. (A t 4:37; 5:2;2:45;
6:1/
O exemplo de Barnabé: O filho da consolação abriu os
23
olhos para a obra missionária além das suas próprias
fronteiras: Antioquia! Era um levita. Poderia sonhar com
o seu serviço no Templo emjerusalém, mas resolveu 03
desistir de seus sonhos e assumir os sonhos de Deus
Atos 4:36: EJosé, cognominado pelos após­ >
tolos “Barnabé”, que quer dizer filho da con­
solação, levita, cipriota por linhagem, O
fJ ti
4:37
Ele vendeu a sua herdade. Mas a verdade é que ele sabia
que as profecias estavam se cumprindo. A iminente
entrada do exército romano em Jerusalém era um
fato. Vender era melhor, e aplicar aquele dinheiro na
obra missionária seria mais lucrativo. Então, ele creu e
agiu (Lv 25:23-28). Aos pés dos apóstolos parecia uma
profecia. “Saiam com ele! Andem, vão! Não se queixem
de que não há recursos! ” Mas, aqueles pés não queriam
sair dali. Hoje vivemos na iminência da chegada do
Anticristo
Atos 4:37: possuindo uma herdade, ven-
deu-a, trouxe o valor e o depositou aos pés
dos apóstolos.
Atos, capítulo cinco (5)
A disciplina na igreja. Em toda igreja, sempre haverá
um casal, pelo menos, que não concordará com a ética
do Novo Testamento, nem se submeterá ao padrão de
doutrina. Pelo significado de seus nomes, podemos
perceber o perfil deste casal. Chegou, então, o dia
em que Deus lhes respondeu. Barnabé vendeu a sua
propriedade, e logo Ananias também quis vender a dele.
É comum este tipo de disputa na congregação. O casal
Ananias e Safira não agiu por amor, mas por disputa,
tentando mostrar que também tinha poder econômico.
Mas logo arrependeu-se de sua falsa beneficência.
Segundo Levítico 25, uma propriedade era u ma herança
que não poderia ser vendida, mas o direito de posse sim
(Lv25:23). Ananias mostrou claramente sua disputa
contra Barnabé
Atos 5:1: Mas certo homem chamado Ana­
nias ( “ele respon de ”), com Safira ( “aquela
que fala ”), sua mulher, vendeu uma posse
de terra,
Aquele que, na obra de Deus, age porfiando na carne, não
tem forças para cumprir os detalhes que são preenchidos
somente com o amor. A cumplicidade no pecado gera
a morte. Com base no significado de seus nomes,
perguntamos quem teria tido a idéia? Esta atitude (reter)
foi a causa da morte de Caim, que reteve as suas primícias
até que, depois de muitos dias, resolveu trazê-las ao
altar. Cada vez que retemos o que recebemos como lucro
de vendas, serviços prestados, salários e produções,
em cumplicidade com a mente (“Ananias”), enquanto
“Safira” discute com os nossos pensamentos, caímos
diante do altar e do Espírito da Verdade. Envelopes que
registram somas mentirosas apregoam o sepultamento
de quem os deposita no altar. Ananias e Safira são
também tipos da alma e da consciência atuando em
pecado, sendo cúmplices um do outro
Atos 5:2: e reteve parte do valor, em co­
mum acordo com a sua mulher; e, levando
a outra parte, depositou-a aos pés dos após­
tolos. [M4:37l
Quem processa a retenção? Satanás. Como Satanás faz
isto? Enchendo o coração de mentira. Na questão das
Atos 5:7
ofertas, com quem tratamos? Com o Pai, com o Filho ou
com o Espírito Santo? Na questão dos dízimos e ofertas,
tratamos com o Espírito Santo, pois é ele quem nos ajuda
a triunfar contra o espírito de Mamon
Atos 5:3: Então disse Pedro: “Ananias, por
que encheu Satanás o teu coração, para que
m entisses ao Espírito Santo, e retivesses
parte do valor do terreno? í d i 23.2 i ; lc 22 .3; jo
13:2,7;At5:9j
O pecado não foi ter dado uma parte daquilo que se
vendeu, mas sim a mentira diante do vigia do altar: o
Espírito Santo. Cada vez que recebemos onossosalárioe
deixamos de cumprir o nosso dever e mentimos na hora
de ofertar agimos como Ananias. Nestes dois versos
vemos claramente que o Espírito Santo é Deus
Atos 5:4: Enquanto o possuías, não era
para teu benefício? E quando vendido, não
estava em teu poder? Como, pois, conce­
beste este desígnio em teu coração? Não
mentiste aos hom ens, mas a D eus”.
Ananias teve a resposta de Deus de acordo com as
palavras concordadas com a sua mulher faladora. O
casal tomou-se em exemplo negativo para toda a igreja.
Quando o homem mente ao Espírito Santo, já está
morto; a sua queda é questão de tempo
Atos 5:5: E ouvindo Ananias estas pala­
vras, caiu e expirou. E veio um grande te­
mor sobre todos os que ouviram a respeito.
(At! 0:11)
Os jovens obreiros foram os condutores do defunto. Para
os jovens obreiros, este juízo seria de grande impacto em
seus ministérios. É natural que os mais velhos sempre
procurem um meio de salvar os seus velhos amigos, mas
os obreiros mais jovens primam em cumprií as ordens
de seus senhores: Os velhos obreiros raposas serão,
enfim, sepultados por jovens obreiros aprendizes
Atos 5:6: E os jovens, levantando-se,
cobriram-no e, transportando-o para fora,
sepultaram-no. (Jo w m )
Ananias esteve perto de sua salvação, e chegou três
horas antes de sua mulher no Lugar de Tormentos, no
Hades. Aquele que reteve com mentira o que prometeu
ao Senhor, terá alguns de seus privilégios retidos, tais
como sepultar o seu ente querido, e saber o que houve
com ele
Atos 5:7: Ao fim de um intervalo de quase
três horas, entrou também a sua mulher,
sem saber o que havia acontecido.
A misericórdia de Deus foi demonstrada pela
oportunidade que lhe foi dada de confessar o seu pecado
diante do mesmo Espírito. Deus sempre nos dá a última
oportunidade
486
5:8
A tos 5:8: E Pedro perguntou-lhe: “Dize-
me: vendestes por tanto aquele campo?” E
elarespondeu: “Sim, portanto”. (Átsai
Esse tipo de juízo é um dos rudimentos menos conhecido
da doutrina da igreja (Hb 6:1,2). O juízo eterno está entre
os outros rudimentos descritos em Hebreus 6:1 -2
A tos 5:9: Então, disse-lhe Pedro: “Porque
combinastes entre vós para tentar o Espírito
do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepul­
taram o teu marido, e te sepultarão também
a Ú ” .'(At5:3J
O espírito humano atende ao comando do Espírito Santo,
e quando o espírito humano sai do homem, o homem
morre. O casal que viveu mentindo em vida, viverá uma
verdade na morte: o juízo de Deus
A tos 5:10: E imediatamente ela caiu a seus
pés, e,e^pirou. E, ao entrarem os jovens,
acharam-na morta e, tirando-a para fora, a
sepultaram ao lado de seu marido. (AtstSj
Como aprender a temer aDeus(Dtl4:24)? Ofertando
com sinceridade e triunfando sobre a mentira
A tos 5:11: E veio grande temor sobre toda
a igreja, e sobre todos quantos ouviram a
respeito destas coisas. (At5:5;i9:i7j
O resultado da lição aprendida, na prática, com Ananias
e Safira: estar em comum acordo com o corpo de Cristo e
não estarem comum acordo para mentirão Espírito Santo
A tos 5:12: E pelas mãos dos apóstolos eram
feitos muitos sinais e prodígios entre o povo.
E todos se reuniam em comum acordo no
pÓrtiCO de SalomãO. (At2f43;3:ll;4:32j
Os judeus os observavam, mas não se uniam a eles. O
Pórtico de Salomão era o local onde a igreja primitiva se
reunia previamente. Mas uma grande perseguição se
levantaria contra ela
A tos 5:13: E nenhum dos outros, porém,
ousava unir-se com eles; mas o povo os con­
siderava com grande estima. /At2:47;4:21/
Tal acontecimentoinspirou a inveja dos judeus. Aigreja
estava sendo formada sem nenhum preconceito. A
grande agregação de pessoas à reunião era também uma
tentação para os apóstolos: Jerusalém deveria ser o centro
de liderança da Igreja. Mas isto estava diametralmente
contra a vontade de Deus, pois a ordem era “ficar em
Jerusalém até o Pentecostes”
A tos 5:14: E em grande número agrega­
vam-se ao Senhor aqueles que criam, uma
multidão de homens como de mulheres; (At
11:24;2:47.')
487
Atos 5:19
Um dos deveres da Igreja no mundo é a beneficência:
Beneficiar o homem, tanto em sua vida terrena como
em sua vida espiritual. Aqui, vemos os primeiros sinais
das diversidades de operações. Quando não pudermos (J S
tocar, a sombra do Onipotente se estende sobre a
imagem do homem de Deus, da mesma forma como
a sombra do Altíssimo deu cobertura aMaria.Afése
estende a partir de um ponto profético
Atos 5:15: de tal maneira que transporta- 'D
vam os enfermos para as ruas, colocando-os
em camas e leitos, para que Pedro, ao pas- vPf
sar, pelo menos a sua sombra pudesse cobrir
alguns deles. m 9:21; 14:36;At 10. 1%
A ordem era ir às cidades. Mas a tentação de permanecer
em Jerusalém começou com a afluência sutil do povo à
cidade. Muitas vezes, temos sinais que nos confundem
na hora de obedecer. Até mesmo os sinais e os prodígios
em Jerusalém podem tirar o nosso foco principal, que é (
evangelizar najudéia, em Samaria, na Galiléia e até nos
confins da terra
Atos 5:16: E a Jerusalém também concor­
riam das cidades circunvizinhas multidões, i?
trazendo enfermos e atormentados por es-
píritos imundos, e todos eram curados.
O sumo sacerdote estava rodeado de homens incrédulos ;
que não criam em anjos nem em ressurreição. Quetipo
de sacerdote é esse que não crê na manifestação de
Deus, o qual habita entre os querubins e é servido pelos
serafins? Os homens que deveriam agir pela fé estavam
sendo auxiliados pelos inimigos da fé
Atos 5:17: E, levantando-se 0 sumo sa­
cerdote e todos os que com ele estavam,
isto é, a seita dos saduceus, encheram-se de
inveja, í4f4.-/.ó,/5.-5,j
Ao se tornarem inimigos dos amigos de Deus, os
sacerdotes estavam pedindo sobre si mesmos os juízos 3
de Deus. Estes mesm os sacerdotes sofreriam nas mãos
dos governadores Félix e Festo e de Agripa II, pois
seriam mantidos futuramente presos em Cesaréia.
Quando Paulo voltasse da sua terceira viagem
missionária, muitos deles estariam mortos ou presos --M*
ali em Cesaréia
Atos 5:18: e lançaram mão dos apóstolos, 0
e os puseram na prisão pública. (Àt4.-3j
Estes são os registros da maneira como esse anjo do
Senhor os livrou da prisão, tirando-os para fora - como é
digno da verdadeira igreja
Atos 5:19: Mas um anjo do Senhor, du­
rante a noite, abriu as portas da prisão e,
tirando-os para fora, disse: (At i2:7; ió:2òí
A ordem era pregar o Evangelho no Templo. O lugar
da morte e do sacrifício deveria ser, agora, o lugar de
anúncio da Vida
5:20
Atos 5:20: “Ide, apresentai-vos no Tem­
plo, e falai ao povo todas as palavras que se
referem à Vida”. (jo6:53,68/
A verdade não foge de seus desafios. A liberdade
sobrenatural não impede que a verdade volte ao
seu lugar original: o Templo
Atos 5:21 : Eles obedeceram; e entraram,
ao amanhecer, no Templo e ensinavam.
Entretanto, o sumo sacerdote, juntamen­
te com os seus, convocou o Sinédrio, com
todo o senado dos filhos de Israel, e envia­
ram guardas à prisão para trazê-los. (At4:5,6;
5:27,34,41/
O anjo os transportou através daprisão, assim como
Jesus atravessou pelas paredes do Cenáculo. O pregador
da liberdade sempre estará livre
Atos 5:22: Mas tendo os guardas ali ch e­
gado, não os acharam na prisão; e, voltan­
do, anunciaram-lhes o fato,
Quando Deus liberta, não deixa marcas. Quando Deus
liberta, transtorna os carcereiros! Torna vã a guarda e
a prisão
Atos 5:23: dizendo: “Acham os a prisão
fechada com toda a segurança e os guar­
das estavam em pé junto às portas; mas, ao
entrarmos ali, a ninguém encontram os”.
“Para onde eles foram levados? Onde eles estão?”
Atos 5:24: E quando o oficial do Templo
e os principais dos sacerdotes ouviram
estas palavras, foram surpreendidos, m e­
ditando sobre o que havia acontecido com
eleS. (At4:1)
A coragem da Verdade que volta à sua casa também
se recusava sertirada de seu altar. Esta é a ousadia do
Espírito Santo
Atos 5:25: N este instante, chegou al­
guém que lhes com unicou: “Eis que os
hom ens que pusestes na prisão estão no
Templo em pé, e ensinando ao p ovo”.
A covardia religiosa pode ser tão criminosa como
qualquer outra. A covardia pode até utilizar-se da
violência legalizada, mas também pode esconder-se
sob o medo da opinião pública
Atos 5:26: Então, o oficial do Templo
saiu com os guardas, e os trouxe, mas sem
violência, porque temiam ser apedrejados
pelO POVO. (At4:21}
488
Atos 5:32
O Sinédrio estava se especializando em lutar contra a
Verdade e seus fatos
Atos 5:27: E quando os trouxeram, fo­
ram apresentados ao Sinédrio. Então, o
sum o sacerdote os interrogou, dizendo:
A culpa imperava na mente de todos os levitas e na
consciência de quase todos os membros do Sinédrio.
O problema do Sinédrio não eram os apóstolos,
mas a responsabilidade pela morte de Cristo que
pesava sobre eles (Mt 2-7:25)
Atos 5:28: “Não vos ordenam os solen e­
m ente que não ensinásseis nesse nome? E
enchestes a Jerusalém da vossa doutrina,
e ainda quereis lançar sobre nós o sangue
desse hom em ?”. (At 4:IS;2:33,36;3:/5; 7:52;Mt
23:35;27:25/
Quanto à responsabilidade do futuro da vida
humana, obedecer a Deus é primordial
Atos 5:29: E, respondendo Pedro e os
apóstolos, disseram: “É necessário obe­
decer antes a Deus do que aos hom ens.
(At 4:19)
O madeiro foi uma viga (Ed 6:11,12; Mt 24:2) tomada
da residência de Jesus, por causa de suas palavras
em relação ao Templo (Jo 12:32,33). A mensagem da
ressurreição de Cristo atormentava os seus mentores
(At 1:3)
Atos 5:30: O D eus de nossos pais res­
suscitou a Jesus, a quem vós m atastes,
suspendendo-o no madeiro; (A t3:i3,i5;22:i4;
10:39; 13:29; Ct3:13; 1 Pe2:24)
A ressurreição de Jesus dava a Israel a oportunidade
de ser perdoado, porque ele não permaneceu na
morte. Se ele perm anecesse na morte, não poderia
perdoá-los enquanto vivessem . A ressurreição de
Cristo o apresentou vivo, com poder para perdoar
os seus traidores. O perdão que pediu ao Pai em
favor de Israel, agora, estava à disposição deles pela
ressurreição
Atos 5:31 : E a este, Deus o exaltou pela
sua destra com o Príncipe e Salvador, para
outorgar a Israel, pelo arrependim ento, a
remissão de pecados. (Dt21:8;At 13:38;Lc24:47;
A t2:33; Hb 2:10; At 3:15)
A afirmação dos apóstolos é baseada na promessa
de Cristo a respeito do envio do Espírito Santo, que
somente foi possível depois da exaltação de Cristo
(Jo 7:37-39)
Atos 5:32: E disso nós som os testem u­
nhas, bem com o o Espírito Santo, que
5:33
Deus outorga àqueles que lhe obedecem ”.
ÍJo 15:26,27; Lc24:48; Rm 8:16j
O conselho de Gamaliel, o professor de Saulo. Os
apóstolos teriam morrido bem cedo se Deus não
interferisse em favor deles
Atos 5:33: M as eles, ao ouvirem isto,
sentiram corroer-se o coração e, enfureci­
dos, queriam matá-los. (At2:37;7:54)
Nem todo o Sinédrio era mau. Dois grandes aliados da
verdade passaram por aii: Arimatéia e Gamaliel. Um
silencioso e o outro, orador e ético. Gamaliel foi o neto de
um grande educador judeu. Líder entre as autoridades do
Sinédrio. Agora estavam a quase vinte anos da destruição
do templo de Jerusalém, reformado por Herodes
Atos 5:34: Então, um certo fariseu cha­
mado Gamaliel (“recompensa de Deus”),
honrado pelo povo, doutor da Lei, pondo-
se de pé no meio do Sinédrio, m andou que
retirassem aqueles hom ens por um pouco
de tem po; (At22:3)
Gamaliel pediu cautela
Atos 5:35: e disse-lhes: “Varões israeli­
tas, tende cautela a respeito do que estais
para fazer a estes hom ens.
Gamaliel pediu para que considerassem o levante de
Teudas-cuja obra, depois de sua morte, se desfez. Isto
é, se a obra é do homem, morre com o homem. Mas, de
quem ele está falando? De Cristo. Ele está lembrando
da pessoa de Jesus. Porque se estivesse se referindo a
Pedro ou a um dos apóstolos, um deles deveria morrer
para ver se as palavras de Gamaliel eram certas:
“mas ele foi morto, e todos quantos lhe obedeciam
foram dispersos e reduzidos a nada”. Mas está claro
que fazia referência a Cristo. Mas eram palavras
muito sábias, pois tentavam lavar a consciência dos
principais sacerdotes: “Jesus está morto; esta obra há
de desaparecer com o tempo, semelhantemente como
aconteceu com Teudas”
Atos 5:36: Porque, algum tem po atrás,
levantou-se Teudas, dizendo ser ele al­
guém; ao qual se ajuntou um núm ero de
hom ens, quase quatrocentos; mas ele foi
m orto, e todos quantos lhe obedeciam
foram dispersos e reduzidos a nada.
Gamaliel pediu para que considerassem o levante
de Judas, o galileu. Da mesma forma, com a morte do
homem, desapareceu a sua obra. Em outras palavras,
estava pedindo que dessem tempo ao tempo
Atos 5:37: Depois dele levantou-se Ju­
das, o galileu, nos dias do recenseam ento,
e agregou o povo após si; mas também este
Atos 5:41
pereceu, e todos quantos lhe obedeciam
foram dispersos. ílc2-.2)
Gamaliel não pediu a morte deles. Mas um castigo.
Assim, ele dizia: o chefe deles já morreu. Eles se
dispersarão. Gamaliel estava profetizando. Pois eles
deveriam de fato se dispersar. A dispersão estava por
vir, por causa da desobediência deles. Mas a dispersão
deles seria uma explosão evangelística que jamais
houve antes, a ponto de o Evangelho chegar a todo o
mundo de então. Jerusalém estava sendo uma cidade-
tentação para os apóstolos de Cristo. Gamaliel estava
profetizando. “Não os matem, fazei com que sofram
um pouco, e eles se dispersarão”. Mas, por que a obra
deles, depois de dispersos, não foi reduzida a nada?
Porque o líder deles ressuscitou!
Atos 5:38: Agora, pois, eu vos digo: Apar-
tai-vos destes hom ens, e deixai-os; porque
se este conselho ou esta obra é de homens,
se desfará; mis.-n)
A obra era de Deus e não puderam derrotá-los, porque
Jesus era maior do que Teudas e maior do que Judas.
Ele ressuscitou para ajudar os seus discípulos, e eram
mais do que cinco mil almas
Atos 5:39: mas, se é obra de Deus, não
podereis desfazê-la; para que não sejais
achados combatendo contra Deus”. (At23:9;
7:51; 9:5; 11:17)
Mais um aviso de Deus. Ele lhes concedeu a liberdade,
pela segunda vez, para saírem dali, a fim de pregarem
o Evangelho nos lugares que Cristo lhes ordenou que
pregassem. Eles estavam pedindo para ser mártires,
mas Jesus não os chamou para ser mártires, mas para
serpregadores do Evangelho. Eles não tinham que se
regozijar porque sofriam afronta pelo nome dejesus,
mas sim porque eram dignos de pregar o Evangelho
Atos 5:40: E concordaram com ele; e cha­
mando a si os apóstolos, açoitaram-nos e os
intimaram a que não falassem em nome de
JeSUS, e OS SOltaram. (At4:18;M t IO:17;Mc 13:9)
Eles eram poucos, e a multidão aindanão estava bem
discipulada para enfrentar uma grave perseguição.
Eles teriam que se retirar dali: “Ficai emjerusalém, até
que do alto sejais revestidos de poder”. Estavam livres
de novo. O regozijo deles pareceu semelhante àquele
descrito por Lucas (Lc 10:20), quando Jesus os advertiu
que aquele não era o foco, que aquela não era a meta
Atos 5:41: E eles retiraram-se da presença
do Sinédrio, regozijando-se por terem sido
achados dignos de padecer afronta por cau­
sa do nome dejesus. n Pe4:i3,i6;jo 15.21)
Parecia lindo o trabalho deles. Invejável! Todos os dias
nos cultos. Todos os dias de casa em casa. Todos os dias
anunciando a Cristo para os mesmos ouvintes. Não
489
5:42
cessavam de ensinar todos os dias. Mas tudo aquilo
era apenas uma escola para o que eles teriam de fazer
quando a verdadeira perseguição os expulsasse da
cidade, por causa do seu crescimento, com a permissão
de Deus. Tudo o que estavam fazendo era exemplar,
mas com um grave erro: eles esqueceram a outra parte
do texto: “... Judéia, Samaria, e os confins da terra”. No
próximo capítulo, veremos a razão
Atos 5:42: E todos os dias, no Templo e nas
casas, não cessavam de ensinar e de procla­
mar a boa-nova de que Jesus era o Cristo.
[At2:46; 8:35; 11:20; 17:18; CA1:16/
Atos, capítulo seis (6)
A instituição dos primeiros diáconos: Tudo teve início
nas inovações em que os apóstolos perderam o foco, que
era evangelizar e fazer missões. Atos 4:33: “Com grande
poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça”. Era admirável o exemplo da igreja. Mas ela havia
perdido o foco. Deixou de ser evangelística para ser
beneficente, que somente beneficiava os que pertenciam
à sua raça. Isso ainda acontece hoje. Geralmente, quando
aigreja toma um rumo, permanece nele, perde o foco e
se perde nas suas metas estabelecidas naquelas reuniões
de conselho, onde os mais céticos são ouvidos e os mais
ousados são chamados de loucos e, porisso, rejeitados;
onde os críticos são aceitos e os missionários chamados
de pesos. Depois, eles se perguntam por que os Saulos,
os Barnabés e os Silas não querem congregar com eles.
Na verdade, abeneficência deve ser feita, mas não é o
foco principal, é o resultado. O alvo é o evangelismo.
Jesus estava rodeado pela multidão, e multiplicou os pães
duas vezes até completar o número de pães que indicava
o mesmo número de seus apóstolos: 5 + 7 = 1 2 (Duas
vezes em três anos). Ele não perdeu o foco jamais. Em
que nós temos nos detido, hoje em dia? Em que e como
estamos gastando os nossos recursos? Que tipo de meta
nós temos? Como estamos enfrentando os céticos de
nossas diretorias que não têm nenhum amorpelas almas
que se perdem? Atos 4:34: “Pois não havia entre eles
necessitado algum; porque todos os que possuíam terras
ou casas, vendendo-as, traziam o valor do que vendiam
e o depositavam aospés dos apóstolos”. Que lindo
exemplo de amor! Devemos vivê-lo, e é possível vivê-lo.
Mas Jesus queria que eles incluíssem os confins da terra
nesta koinonia, para beneficiar a outros povos. Mas,
infelizmente, a maiorianão quis ultrapassar as barreiras
de Jerusalém e perdeu o foco com várias ocupações que
deveriam continuar sendo feitas e pareciam dignas de
admiração, mas não eram o alvo principal. Atos 4:35:
“E se repartia a qualquer um que tivesse necessidade”.
Agora, os apóstolos despertaram e perceberam que
tinham perdido o foco da evangelização regional,
nacional e mundial. Mas o tempo estava passando. A
linda comunhão que viviam estava também se tornando
em enfado para eles, e começou a ocorrer acepção de
pessoas. Aquilo que era uma obra de caridade, agora,
virou direito beneficente de todos, inclusive daqueles
que não tinham necessidades. Todos os recursos da igreja
estavam sendo usados para a beneficência, e não para o
490
Atos 6:4
evangelismo. Isto é compreensível, pois é mais fácil optar
unicamente pela beneficência, que não deve ser deixada
de lado, quando não se tem alimento espiritual para
oferecerão povo, quando não há poder de Deus, quando
não há autoridade para expulsar demônios. Os gregos
estavam de fora das mesas redondas, atoalhadas, floridas
e reservadas somente para os filhos de Jerusalém
Atos 6:1: Naqueles dias, devido à multi­
plicação do número dos discípulos, houve
uma murmuração da partq dos helenistas
( “g r e g o s”) contra os hebreus, porque as
suas viúvas eram esquecidas na distribuição
diária. (At2:4í,47; 6:7: 9:26; 11:20; 4:35)
Como eles tinham perdido o foco, perceberam que
haviam se transformado em garçons do povo, em vez
de serem pastores do povo. Porisso, devemos perceber
a tempo o que estamos fazendo ao tentar inovar com
um projeto já riscado e questionado. Os apóstolos
se cansaram, porque aquele não era o foco. Assim,
eles abriram os olhos para o alvo: o evangelismo pela
Palavra pregada
Atos 6:2: Então os doze, convocando a
multidão dos discípulos, disseram: “Não é
razoável que nós abandonemos a Palavra
de Deus para servir às mesas.
A escolha do diaconato foi algo acertado. Mas, como
deveriam ser os diáconos? Tratar com pessoas no corpo
de Cristo é algo que requer certos atributos e certas
virtudes. O diácono deveria (1) ser cheio do Espírito
Santo; (2) cheio de sabedoria; (3) encarregado do serviço
da mesa (ou da beneficência). A escolha de cada um
foi feita pelo povo, mas não tinha poder ordenatório
sem a imposição de mãos dos apóstolos. Infelizmente,
algumas versões traduziram a palavra “buscar” como se
fosse “eleger”, sem nenhuma base
Atos 6:3: Irmãos, escolhei dentre vós sete
hom ens de boa reputação, cheios do Espí­
rito e de sabedoria, aos quais constituamos
sobre este serviço. (At i 6.2; 1 Tm 3:7;j o 21 .23; At
1:15)
(4) os diáconos cobrem o ofício de seus pastores diante
da necessidade material do povo; (5) os diáconos dão a
seu pastor a oportunidade de se dedicarem à comunhão
com Deus e à ministração da Palavra de Deus
Atos 6:4: Mas nós nos ocuparemos con­
tinuamente na oração e no ministério da
Palavra”.
A primeira escolha eficaz da igreja em Jerusalém:
Estêvão. Pelo significado de seus nomes vemos que
tipo de diáconos a primeira igreja tinha à sua disposição
para servi-la. Vocacionalmente: os diáconos conheciam
o valor dos (1) transportes - Filipe, da (2) música
profissional-Prócoro, (3) da conquista de almas-
6:5
Nicanor, (4) da honra às pessoas -T im ão, (5) da firmeza
na doutrina - Pármenas, eda (6) liderança-Nicolau,
mas Estêvão era a coroa desse grupo. Por quê? Porque
ele era cheio do Espírito Santo e de fé. Todos eram cheios
do Espírito Santo e de sabedoria (v. 3), e tinham boa
reputação; mas Estêvão sobrepujava a todos porque
era cheio de fé e de graça (v. 8). Ele sobrepujava a todos
nas virtudes do Espírito Santo. A terra não era digna de
homens como Estêvão
Atos 6:5: E a proposta agradou a toda a
multidão; e escolheram a Estêvão ( “uma
coroa ”), hom em cheio de fé e do Espíri­
to Santo, e a Filipe (“o que ama cavalos”),
Prócoro (“mestre do coro”), e a Nicanor
(“conquistador”), e a Timão (“aquele que
honra ”) , e a Pármenas (“firm e”), e a Nico­
lau ( “vitorioso sobre o povo ”), prosélito de
Antioquia; /At8:5,26;2I:8;H:19,24j
Escolhidos pela igreja, mas ordenados com imposição
de mãos pelos apóstolos
Atos 6:6: aos quais apresentaram diante
dos apóstolos, e estes, tendo orado, im pu­
seram-lhes as mãos. (At 1:24; 8:17; 9:17; 13:3; 1 Tm
4:14; 5:22; 2 Tm 1:6!
Aobra que eles faziam era perfeita em Jerusalém.
Mas estavam em débito para com outros lugares.
Os sacerdotes que obedeciam à fé se tornariam um
problemapara eles, pois agrupariam um bom número
de fiéis para estabelecer a doutrina dos judaizantes:
O enredo estava sendo formado
Atos 6:7: E a palavra de Deus continuou
frutificando, de sorte que o núm ero dos
discípulos multiplicava-se grandem ente
em Jerusalém, e um grupo numeroso de
sacerdotes submetia-se à fé. (At i2:24: ívao;
13:8; 14:22; Ci 1:23; 6:10}
O primeiro martírio: a prisão de Estêvão. Estêvão era
cheio do Espírito, de sabedoria, de fé, de graça, de
poder, e tinha sinais em seu ministério. Ele foi escolhido
diácono porque a porta do apostolado estava fechada
segundo o estatdto criado por Pedro (At 1:21,22).
Estêvão não cabia naquelas prerrogativas. Atos 1:21:
“É necessário, pois, que dentre os varões que têm
convivido juntamente conosco todo o tempo em que
o Senhorjesus entrou e saiu entre nós”. Atos 1:22:
“Começando desde o batismo de João, até o dia em que
dentre nós foi recebido nos Céus, e que um deles tenha
se tornado testemunha conosco da sua ressurreição”.
Nem ele nem Filipe se encaixavam nas cláusulas do
estatuto. Mas o que é um estatuto ditado por homens
para competir com o Espírito Santo?
Atos 6:8: E Estêvão, cheio de fé e poder, fa­
491
Atos 6:11
zia prodígios e grandes sinais entre o povo.
Em Atos, a igreja em Jerusalém era composta de muitos
lideres que se infiltraram no seu seio, desde os dias
de Estêvão, e foram se estabelecendo como grupos de
“considerados”; estes considerados tinham assistência
na igreja da Judéia e grande poder político nas regiões;
entre eles, havia aqueles que se converteram ao
Judaísmo, mas com algumas reservas (At 6:9): (a) Os
libertinos; (b) os cireneus; (c) os alexandrinos; (d)
os intelectuais da Cilicia e da Ásia. Os libertinos não
aceitavam mensagens como as de Estêvão, de Filipe e
de Paulo. Não era permitido ser muito duro na palavra.
Os libertinos queriam continuar, segundo o seu próprio
nome, a sua doutrina. Pregadores assim eram um perigo!
Os alexandrinos eram os aristocratas. Eles se sentiam
ofendidos com tudo. Eles reclamavam do barulho,
da metodologia, da modernidade. Eles inventavam
qualquer desculpa para mostrar a sua indignação, o
seu temor e a sua dor de cotovelo. Os cireneus eram
os problemáticos, pois eles não podiam ouvir falar em
renovação, nem em mudanças, pois isso, certamente, os
afetaria. Eles viviam da glória de seus pais, daquilo que
fizeram os seus antepassados. Eles apenas preenchem
espaço e para nada servem. Hoje, os intelectuais da
Cilicia aparecem apenas nas convenções; eles gritam,
resmungam, desafiam, ameaçam, desrespeitam,
mostram o gênio. Os obreiros considerados daÁsia
abandonavam os amigos por qualquer situação negativa
(2 Tm 1:15). Esse pessoal considerado da Ásia jamais se
juntou a Paulo. Sempre haverá um grupo incrédulo no
ministério e os homens de fé o enfrentarão e a luta não
será nem pequena nem curta
A tos 6:9: Mas levantaram-se alguns que
eram da sinagoga conhecida como dos li­
bertinos, dos cireneus, dos alexandrinos,
e dos da Cilicia e Ásia, e disputavam com
Estêvão;
Como o quinteto da incredulidade poderia resistir ao
Espírito Santo e a Cristo na vida de Estêvão?
A tos 6 :10: e não podiam resistir à sabe­
doria e ao Espírito com que falava. (ic2ni5;
At 5:39;
O quinteto da incredulidade tem poder, tem dinheiro
e tem influência religiosa e política. Eles não lutam
segundo a sabedoria de Deus, mas segundo as forças do
sistema do mundo. Eles estavam atribuindo blasfêmia às
palavras do Espírito Santo que saíam da boca de Estêvão
A tos 6:11: Então, subornaram alguns va­
rões para que dissessem: “Temos ouvido
que ele profere palavras de blasfêmias con­
tra Moisés e contra Deus”. (M t 20 5 -0, 00•>
Observe que um homem do segundo escalão
ministerial, um diácono, começou a importunar o
Sinédrio. Os apóstolos começam a sair de cena e os
novos obreiros começam a levantar-se: Estêvão, Filipe,
Barnabé e Paulo. Eles não cabiam nas cláusulas do
estatuto. O poder da incredulidade será envergonhado
juntamente com os seus mentores, porcausa do
r
6:12
testemunho de Deus a ser mostrado visivelmente no
rosto do diácono Estêvão
Atos 6:12: E comoveram o povo, e os an­
ciãos, e os escribas; e, sobrevindo contra
ele, o arrastaram e o levaram perante o Si­
nédrio.
As mesmas acusações que fizeram contra Cristo, agora,
faziam contra o seu diácono! Eles deixaram de lado os
apóstolos e começaram a atacar os seus diáconos
Atos 6:13: Apresentaram falsas testem u­
nhas, que diziam: “Este hom em não cessa
de proferir palavras de blasfêmias contra
este Santo Lugar e contra a Lei; (At7:58;21=28)
Por meio de sua acusação, confessavam que Jesus vivia;
ele estava vivo em Estêvão
Atos 6:14: porque nós 0 ouvim os dizer
que esse Jesus, 0 Nazareno, destruirá este
lugar e mudará os costumes que Moisés nos
entregou”. 026:61; 15:1;21:21;26:3;28:17)
Diante de suas acusações, que para nada serviam,
tanto o povo como o quinteto da incredulidade, os
escribas, sacerdotes e membros gerais do Sinédrio
(o Conselho), puderam ver o que o rosto de Estêvão
denunciava. O seu rosto era como o rosto de um anjo.
De nada servem as falsas acusações se o rosto do
acusado é como de um anjo de Deus
Atos 6:15: E todos os que estavam assenta­
dos no Sinédrio, fitando os seus olhos nele,
viram 0 seu rosto com o 0 rosto de um anjo.
Atos, capítulo sete (7)
A defesa de Estêvão e a sua mensagem completa: O
sacerdote olha para ele e certamente vê o que todos
vêem: o seu rosto era como de um anjo. Eles nunca
poderiam se queixar de que jamais viram um anjo
Atos 7:1: Então, disse 0 sumo sacerdote:
“Porventura, são assim estas coisas?”
Ele os tratou como se fossem a sua família: “irmãos e
pais”, e começou o seu grande discurso, diante do qual
estava um homem chamado Saulo, aluno de Gamaliel.
E lecom eçacom G ên esisl2-com o chamado de
Abrão - e traz uma informação nova: Abrão estava na
Mesopotâmia (“é uma região de interesse histórico e
geográfico mundial. Trata-se de um planalto de origem
vulcânica localizado no Oriente Médio, delimitado entre
os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual
território do Iraque e terras próximas” - Wikipédia). Isto
quer dizer que Abrão jáhavia sido chamado por Deus
antes do evento narrado em Gênesis 11:31. Isto quer
dizer que foi difícil para Abrão deixar a sua parentela,
e que o seu pai o acompanhou até certo ponto, e que o
seu pai conheciao seu chamado. O campo do chamado
missionário mais importante, hoje, é um deserto
Atos 7:5
espiritual tal como Jerusalém
Atos 7:2: E Estêvão respondeu: “Varões
irmãos, e pais, escutai: O Deus da glória
apareceu ao nosso pai Abraão, quando ele
habitava na Mesopotâmia, antes que habi­
tasse em Harã, (Gn 12:3í;At22:ífS129:3; Gn 11:31;
15:7i
A ordem foi clara, mas avisão da terra estava
condicionada à libertação da sua patenteia (Gn 13:14),
fato que aconteceu somente quando houve problemas
entre os pastores de Abrão e os pastores de Ló. Somente
depois que ambos se separaram Deus revelou para
Abraão a visão prometida: “Aterra que eu te mostrarei”.
A igreja de Jerusalém não queria se separar do Judaísmo
Atos 7:3: e disse-lhe: Sai da tua terra e do
meio da tua parentela, e vai para a terra que
eu te mostrarei, (ga n - n
Eles percorreram quase a metade do caminho,
segundo o que lem os no livro de G ênesis 11.
Embora ele tivesse ordem para deixar a sua terra e
a sua parentela, observamos que ele veio com a sua
parentela até certa parte do caminho, esperando que o
seu pai falecesse. Somente assim, ele estaria livre para
peregrinar na terra da promessa. Seu pai poderia ter
ficado vivo na Mesopotâmia
Atos 7:4: Então, ele saiu da terra dos cal­
deus e habitou em Harã. Dali, depois da
morte de seu pai, Deus o trasladou para
esta terra, na qual, agora, vós habitais. (Cn
11:31; 12:4,5/
Estando na terra não lhe foi dada herança alguma, nem
meio côvado sequer. Mas Deus lhe prometeu que a
mesma herança seria dada à sua descendência. Por quê?
Alguém teria que peregrinar antes. Outros se tiám os
seus conquistadores. A terra não lhes foi dada porque
eles eram bons, mas porque os cananeus, filhos de Noé,
não estavam se comportando corretamente diante de
Deus; e Deus estava apenas esperando que o cálice da
sua ira se enchesse, enquanto os cananeus eliminavam
da terra as feras. Não devemos nos precipitar se outros
trabalham na terra de nossa possessão para o nosso
benefício. Enquanto não temos produzido frutos,
a promessa é apenas nossa; se produzimos frutos,
Deus inclui novos elementos na promessa e amplia a
revelação original
Atos 7:5: E não lhe deu nela nenhuma her­
dade, nem sequer um espaço de terra da
medida de um pé; mas prometeu que lhe
daria aquela terra com o herança, e à sua
descendência, depois dele, quando ele ain­
da não tinha filho. (Cn 15:13; 12:7; 17:8;26:3}
Estêvão deixa claro que a peregrinação é importante
enquanto o filho não chega. Que a escravidão no Egito
492
7:6
seria um refúgio para que os filhos de Jacó não se
envolvessem com os cananeus, como Diná, logo que
Jacó regressou da casa de Labão, e comojudá, entre os
cananeus, ainda na terra da promessa. O Egito faria bem
para eles. Lá aperfeiçoariam a vocação de fabricantes
de tendas para construir um melhor Tabernáculo, e
aprenderiam a técnica da construção civil fazendo tijolos
e construindo cidades-armazéns. Mas sairiam de lá
com grandes riquezas: espirituais, éticas, profissionais,
culturais, econômicas e morais
Atos 7:6: Assim Deus lhe disse: A tua des­
cendência habitará como peregrina na terra
de estrangeiros, que a escravizarão e a mal­
tratarão por quatrocentos anos. (Cn is:i3 ,i4 ;
Êx 12:40!
Estêvão mostra que o Egito seria julgado, mas que Israel
seria libertado. Mas mostra também o fim principal de
sua vinda à terra: para servir ao Senhor Jeová
Atos 7:7: Mas eu julgarei a nação que os es­
cravizará, disse Deus; e depois disto sairão,
e me tributarão culto neste lugar. i L kj .-i .?
Estêvão mostra que a circuncisão foi o grande segredo
da multiplicação, e hoje, na experiência do batismo nas
águas, por causa do novo nascimento, temos a nossa
circuncisão no coração, para gerarmos frutos para Deus
Atos 7:8: E outorgou-lhe o pacto da circun­
cisão; e assim gerou a Isaque. Então, ele o
circuncidou ao oitavo dia; e Isaque gerou a
Jacó, e Jacó aos doze patriarcas. (Cn 17.-9-14;
21:2-4;25:26;35:23; 29:31)
Indiretamente, Estêvão está mostrando um tipo da Igreja
e sua multiplicação e, agora, falará da inveja dejosé, e
da forma como o Sinédrio está atuando, isto é, como os
irmãos dejosé: sendo que, nesta mensagem,José é um
tipo do corpo de Cristo
Atos 7:9: E os patriarcas, movidos de inve­
ja, venderam a José para o Egito. Mas Deus
era com ele, fCn37.-4,11,28;39:2,21,23,1
Estêvão mostra quejosé foi cheio de graça e de
sabedoria diante do Egito gentio. Uma profecia a
respeito do que aconteceria com a Igreja, brevemente,
em felação aos gentios
Atos 7:10: e 0 livrou de todas as suas tribu­
lações, e deu-lhe graça e sabedoria diante
de Faraó, rei do Egito, que 0 constituiu go­
vernador do Egito e de toda a sua casa. (Gn
41:37; 42:6}
Estêvão mostra que Deus usa as circunstâncias adversas
para cumprir as profecias. A fome em Canaã e a falta de
alimentos geraram uma grande tribulação, com o fim
de conduzir o povo de Deus de Canaã ao Egito, a fim de
493
Atos 7:13
guardá-los da contaminação com os ímpios cananeus >
H!
Atos 7:11: E sobreveio então a fome em W
todo o Egito e em Canaã, com grande afli­
ção; de modo que os nossos pais não acha­
vam sustento. (Cn41:541 >
José havia sido enviado primeiramente como uma H
semente de trigo que caiu em boa terra O
Atos 7:12: Mas, ouvindo Jacó que havia
trigo no Egito, enviou para lá os nossos pais
pela primeira vez. (Cn42:i,2j
Estêvão revela que, na primeira vez, o seu povo não o
reconheceu, isto é, um tipo de Cristo, o Messias que
veio a primeira vez e eles não o reconheceram, mas
quando vier a segunda vez, ele se revelaráe eles o
>
reconhecerão - na segunda manifestação; então Israel
será reconhecido no mundo Hl
Atos 7:13: E, na segunda vez, José deu-se O
OO
a conhecer a seus irmãos, e a linhagem de
José foi manifestada a Faraó. /Gn45:i-4,iói
Foram setenta pessoas da família de Jacó que desceram ú
ao Egito (Gn 46:27; Êx 1:5) ou setenta e cinco, conforme O
a narração de Estêvão (At 7:14) ? Quantos foram,
da família de Jacó, ao Egito: 66 almas (Gn 46:26),
70 almas (Gn 4:27) ou 75 almas, segundo Estêvão?
Lendo a genealogia, encontramos um a um dos >
descendentes dejacó: (1) Rúben (filho); (2) Enoque H
(neto); (3)Palu(neto); (4) Hezron (neto); (5)Carmi
(neto); (6) Simeão (filho); (7)JemueÍ(neto); (8)Jamim
O
(/i
(neto); (9) Oade (neto); (lO)Jaquim (neto); (11) Zoar
(neto); (12)Saul(neto); (13)Levi(filho); (14)Gérson
(neto); (15)Coate(neto); (ló)Merari(neto); (17)
Judá (filho); (18) Er (neto) - como morreu em Canaã,
não entrou no Egito; (19) Onã (neto) - como morreu
em Canaã, não entrou no Egito; (20) Selá (neto); (21)
Perez(neto); (22)Zerá(neto); (23) Hezron (bisneto);
(24) Hamul (bisneto); (25) Issacar(filho); (26)Tola
(neto); (27) Puva (neto); (28)Jó(neto); (29)Sinrom
(neto); (30) Zebulon (filho); (31)Serede(neto); (32) {mad
Elom(neto); (33)Jaleel (neto); (34) Gade (filho); (35)
w
Zifiom (neto); (36)Hagi(neto); (37)Suni(neto); (38)
Esbom(neto); (39)Eri(neto); (40)Arodi(neto);(41)
Areli(neto); (42) Aser (filho); (43) Imna(neto); (44)
Isvá(neto); (45) Isvi (neto); (46)Berias (neto); (47)
Zerá(neto); (48) Héber (bisneto); (49)Malquiel ja» i4
(bisneto); (50) Benjamin (filho); (51) Bela (neto); (52) f *s
Béquer(neto); (53)Asbe!(neto); (54) Gera
(neto); (55) Naamã (bisneto); (56) Ei (neto); (57)Rôs
(neto); (58)Mupim(neto); (59) Hupim (neto); (60)
Arde (bisneto); (ó 1) Dã (filho); (62)Husim(neto); (63)
Naftali(neto); (64)Jazeel (neto); (65)Guni(neto); (66)
Jezer(neto); (67) Silém (neto); (68) acrescentando-se
Diná (filha dejacó) ao total dos que descenderam dele
e que desceram sem contar as amas de Raquel e Léia
(Gn 46:26); (69) Manassés (filho dejosé no Egito); (70)
Efraim (filho dejosé no Egito). (71) José (ele não nasceu
no Egito). (72) O própriojacó que os trouxe (Gn 46:27): ■.*a*jl
(73) Léia (esposa); (74) Bila (concubina); (75) Zilpa; (76) X
A nova ama de Rebeca, antes de sua morte (Gn 3 5 :8);
7:14
(77) A ama de Léia. Na verdade, Jacó abençoou os filhos
dejosé depois de ter vindo para o Egito. E, de fato, os
filhos dejosé nasceram depois deste acontecimento no
Egito. Agora diminua os números de 18e 19eterá75.
Atos 7:14: De modo queJosé mandou cha­
mar a seu pai Jacó, com toda a sua parente­
la: setenta e cinco almas. (c,n 45:9, w; 46:26,2.7;
Dt 10:22}
Estêvão apresenta o Cristo que desceu a este mundo,
onde encarnou-se e morreu, mas não permitiu que
o seu corpo permanecesse no Egito, indicando a sua
ressurreição e ascensão. Apresenta a encarnação e a
ressurreição de Cristo
Atos 7:15: E desceu Jacó ao Egito, onde
m o r r e u , e le e n O S S O S p a iS ; IGn 46:5; 33:19;49:33;
Êx 1:6!
Estêvão mostra a tipologia da ressurreição de Cristo
por meio de Jacó e a sua ascensão ao trono do Pai - lugar
garantido por seu pai Abraão
Atos 7:16: e foram trasladados a Siquém
( “p o r ç ã o ”), sendo postos na sepultura que
Abraão comprou por certo preço, emprata,
dos filhos de Hamor ( “j u m e n t o ”) , pai de
Siquém. (}s24à2;Gn33:iq&3:l6}
O tempo da promessa era quatrocentos anos, enquanto
a geração dos cananeus enchia o cálice da ira
Atos 7:17: Mas, enquanto aproximava-se
otempo dapromessaque Deus haviajurado
a Abraão, o povo crescia e multiplicava-se
nO EgitO; (Èx 1:7 9;SI 105:24,25}
Estêvão mostra que o crescimento, o poderio e a
multiplicação não garantem ao povo de Deus uma
vida mansa e quieta, se o mundo e seus líderes não
conheceram ajosé. Mostra que, mesmo multiplicados
e fortes, necessitamos de um representante. Um povo
forte e multiplicado sem liderança é como o cavalo forte,
que não serve para se defender
Atos 7:18: até que se levantou sobre o Egi­
to outro rei, que não conhecia ajosé.
Embora saibamos que a falta de umaliderança sobre
o povo forte e multiplicado é uma lacuna no meio do
povo de Deus, ainda assim, Deus o guardou. Pois Faraó
mandou matar os meninos, mas o segredo estava nas
meninas (Gn 3:15). O Messias viria pela semente da
mulher. Mais uma vez, Satanás estava enganado
Atos 7:19: Este rei, usando de sofismas
contra a nossa raça, afligiu os nossos pais,
até fazê-los enjeitar os seus próprios fi­
lhos, para que não se propagassem.
/Êx1:10,11,1522j
Atos 7:26
Ao maltratar os meninos, ordenando que os lançassem
no rio, ele estava obrigando que Deus colocasse, no seu
palácio, o libertador de seu povo, para que fosse criado
à sua mesa como seu próprio filho, eliminando todas as
tribulações que José passou para chegar ao governo
Atos 7:20: Naquele tempo, nasceu Moi­
sés, e era sumamente formoso aos olhos de
Deus, e foi criado três meses na casa do pai.
(Êx2:2; Hbl 1:23!
Assim, Faraó criou o libertador do Egito em sua própria
casa, com todos os direitos de filho
Atos 7:21: Tendo sido posto em perigo, a
filha de Faraó o recolheu e ocriou como seu
próprio filho. íAt2.-ioj
Mostra a instrução do homem de quarenta anos:
poderoso orador, conhecedor de todas as ciências -
pois iria precisar delas na promulgação das leis físicas,
químicas, arquitetônicas, geográficas, astronômicas,
botânicas, geológicas, matemáticas, morais, cerimoniais
e todas as outras leis. Então, ele não era gago
Atos 7:22: E Moisés foi instruído em toda
asabedoria dos egípcios, e era poderoso em
palavras e obras. (iRs4.G0;isi9:i ii
Quando ele tinha quarenta anos, faltavam apenas dez
anos para completar-se os quatrocentos anos
da promessa
Atos 7:23: Mas, ao completar quarenta
anos, veio-lhe ao coração visitar os seus ir­
mãos, os filhos de Israel. /êxz-i i , 12,:
Ele foi rejeitado por seu povo, mesmo sendo o seu juiz e o
seu libertador
Atos 7:24: E vendo um deles padecer in­
justiça, defendeu-o, e vingou 0 injustiçado,
matando 0egípcio;
As mãos de Moisés não poderiam substituir as mãos
libertadoras de Deus - que eram as asas da grande
águia - , e nem se comparavam ao seu braço estendido
- que representava a futura cruz de Cristo operando a
salvação de Israel
Atos 7:25: e supunha que os seus irmãos
entenderiam que Deus lhes havia de dar a
liberdade por meio de suas mãos; mas eles
não 0 entenderam.
O povo teve a sua chance de receber o seu libertador
dez anos antes dapromessa ser cumprida. Sabendo que
estavam escravizados, elè os chamou de senhores
Atos 7:26: No outro dia, aproximou-se de
alguns, enquanto brigavam, e queria recon­
duzi-los à paz, dizendo: Senhores, sois ir­
494
7:27
mãos; por que vos maltratais um ao outro?
Ao cobrir o seu erro na areia, Moisés mostra que
os homens honestos não sabem pecar e esconder
o seu pecado
Atos 7:27: Mas aquele que injuriava o seu
próximo o empurrou, dizendo: Quem te
constituiu com o príncipe e juiz sobre nós?
Deus usou as circunstâncias adversas para levá-lo
à preparação pastoral, espiritual e cerimonial que
necessitava para dirigir o povo de Deus no deserto
Atos 7:28: Queres matar-me, como ontem
mataste o egípcio?
Em Midiã, entra em nova universidade: a universidade
dejetro, seu sogro, que era sacerdote. Ali, aprendeu
como pastorear e como sobreviver no deserto.
Aprendeu os cerimoniais dos sacrifícios e holocaustos
Atos 7:29: Com esta palavra Moisés fugiu,
e foi habitar como peregrino na terra de M i­
diã, onde gerou dois filhos. ( d â : i s ; w a )
Estêvão mostra que, depois do curso na grande
universidade dejetro, ele estava pronto, mesmo com o
atraso de trinta anos, o que não aconteceu por sua culpa.
Ao aparecer-lhe, o Anjo do Senhor, no deserto do Sinai,
mostrava a Moisés o seu fim: era como a sarça que não se
consumia no fogo. Assim, a sua vida humana e perene,
passageira e temporária, de oitenta anos, saía debaixo
do juízo de Deus, e passava para o esconderijo do
Altíssimo, onde Deus lhe daria abundância de dias e lhe
mostraria a sua salvação (SI 90:10; 91:1 -16), pois todo
homem que está sob a ira de Deus somente vive os dias
determinados; a menos que Deus o quisesse arrebatar
antes como Enoque, Elias e outros poucos homens, sem
nenhum acréscimo de dias. Pela sarça percebemos que
ele teria abundância de vida
Atos 7:30: E depois de cumprir-se quaren­
ta anos, apareceu-lhe o Anjo do Senhor no
deserto do monte Sinai, numa chama de
fogo em uma sarça ardente. (Éx3a,7;sijf0:i6j
Quando Deus quer chamar um homem,
ele se revela por meio daquilo que mais lhe chama a
atenção: Moisés admirava o fogo
Atos 7:31: E Moisés, vendo-o, maravilhou-
se diante daquele espetáculo; e, ao aproxi-
mar-se para examiná-la, ouviu a voz do Se­
nhor, dizendo:
Deus revela o seu Nome usando senhas especiais
como esta, que incluía o nome de seus três principais
patriarcas
Atos 7:32: Eu sou o Deus de teus pais, o
Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. E M oi­
sés tremia e não ousava vê-lo.
495
Atos 7:38
Moisés, ao voltar do Egito, parecia um egípcio. Durante
quarenta anos, ele se libertou daquela indumentária e
aprendeu uma nova ética com santidade. Mas ele ainda
tinha algo do Egito: as sandálias, e elas o impediam de
pisar na terra de Deus
Atos 7:33: Então, disse-lhe o Senhor: Tira
as alparcas dos teus pés, porque o lugar
onde estás é terra santa.
Deus veio identificar-se com o seu povo, pisando o
barro que eles pisavam, experimentando o sofrimento
que eles sofriam. Deus veio até ele em Midiã para
comissioná-lo àquela missão de livramento
Atos 7:34: Tenho visto a aflição do meu
povo no Egito e ouvi os seus gemidos, por
isso eu desci para livrá-lo; vem, pois, agora,
e eu te enviarei ao Egito.
Aqui está a prova de que Deus cumpriu a sua parte, mas
eles rejeitaram o seu libertador naprimeira vinda. O
mesmo que os principais sacerdotes fizeram com Cristo
na sua primeira vinda
Atos 7:3 5: A este Moisés, a quem eles ha­
viam rejeitado, dizendo: Quem te consti­
tuiu príncipe e juiz? A este Deus enviou
com o príncipe e libertador, pela mão do
Anjo que lhe aparecera na sarça. /Nm20:ió;
Êx 14:19)
Na sua segunda vinda, ele lhes deu libertação completa
do Egito (chamando o seu povo para fora-tipificando
a Igreja, “eclesia, a elite do Reino entre as nações”),
por meios de sinais contra o poder de Satanás, o qual é
simbolizado por Faraó
Atos 7:36: Foi este que os tirou para fora,
tendo feito maravilhas e sinais na terra do
Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto,
durante quarenta anos. (êx 12:41; u á i )
Agora, Estêvão já não falará mais por simbologia,
mas claramente, pois Jesus é o grande libertador,
semelhante aMoisés
Atos 7:37: Este é aquele M oisés que disse
aos filhos de Israel: Deus vos levantará um
profeta semelhante a mim, do meio de vos­
sos irmãos, e a ele ouvireis. (At3:22;Dti8:15, w>
Moisés, 0 tipo perfeito de Cristo, que esteve na
congregação semelhante ao Sinédrio. Assim como
Moisés, Jesus também recebeu palavras de vida para
lhes dar, mas eles as rejeitaram, como naquele tempo
Atos 7:38: Este é aquele que esteve entre
a congregação ( “e c l e s i a ”) no deserto, com
0 Anjo que lhe falava no monte Sinai, e com
nossos pais; 0 qual recebeu oráculos viven-
r
7:39
tes para nos outorgar; (êx 19.3, 17,20; is63.-9;Rm
3:2; Hb 5:12; 1Pe4:í 1)
Como eles também não quiseram receber as palavras
dos apóstolos e dos profetas daqueles dias, Estêvão dizia
que eles agiam como os seus pais no deserto; e, em seu
coração, regressavam ao mundo - mesmo que não em
corpo (Hb4:12)
Atos 7:39: a quem os nossos pais não qui­
seram obedecer, senão que o rejeitaram, e
voltaram para o Egito em seus corações,
O povo rejeitou a Moisés, e queria um ídolo. Assim
como aqueles sacerdotes e autoridades civis rejeitaram
a Cristo, querendo o Anticristo; eles não podiam ficar
quarenta dias sem uma imagem diante de seus olhos,
isto é, não sabiam viver pela fé
Atos 7:40: dizendo a Arão: Esculpe-nos
a imagem de Eloim que vá adiante de nós;
porque quanto a esse Moisés que nos tirou
da terra do Egito, não sabemos o que lhe
aconteceu. /tx32:i,23j
Qual era o bezerro deles nos dias de Anãs e Caifás? O
Templo. Eles amaram o Templo e rejeitaram a Arca
(Mt24:l-3)
Atos 7:41: E naqueles dias fizeram um
bezerro, e ofereceram sacrifício ao ídolo,
e se regozijaram nas obras de suas próprias
mãOS. (Am5:25;Êx32:4,6;Sl 106:19)
Uma tipologia atual que Estêvão mostrou: Jesus Cristo
foi assunto aos céus, e os entregou nas mãos de Roma
e de seus ídolos. Deus sabia que eles guardavam
secretamente os ídolos de seus antepassados, os quais
vieram passando de mãos em mãos secretas até Betuel
e Labão; e, mesmo durante a trajetória no deserto, eles
os tinham bem guardados por Raquel. Então, Deus está
perguntando: “Pensais que não via os vossos cultos
secretos e os vossos cultos externos?”. Estêvão está
mostrando que Deus sabia que entre o povo, no deserto,
havia ídolos escondidos entre as tendas (Am 5:25-27)
Atos 7:42: Então, Deus virou-lhes as costas
e os abandonou para que prestassem culto
ao exército do céu, conforme está escrito
no livro dos Profetas: Porventura, vós me
oferecestes vítimas e sacrifícios durante
quarenta anos no deserto, ó casa de Israel?
(Dt 4:19; Am 5:25,39; Ez20:25,39)
Esses ídolos foram trazidos da Mesopotâmia entre as
bagagens e no coração dos parentes de Abrão. Ficaram
depois com Labão; Raquel os conduziu e, depois de
sua morte, alguém os guardou. Estêvão revela que eles
permaneciam entre o povo e que o Cativeiro seria o juízo
por causa da sua idolatria. Uma predição daquilo que
os filhos de Israel fariam no decorrer da sua história:
Atos 7:44
optaram pela idolatria vigente no meio dos povos, aos
quais não puderam exterminar, passando a servir aos
deuses nativos da terra. Os demônios que trabalham
na história dos nativos de uma nação atuam com muito
mais poder do que aqueles demônios que invadem
aquele território entre os bens históricos que vêm na
bagagem dos imigrantes que ali chegam, embora haja
também transferência de informação entre eles sobre a
tendência daquela geração. Os demônios não morrem.
Se não forem lançados no Abismo, eles atuam de forma
veloz e sem misericórdia, a fim de escravizar uma vida.
No Evangelho de Lucas, tratamos mais sobre isso. Essa
atitude mostra a independência do serviço sacerdotal e a
rebelião contra Deus - cultos independentes do Templo
eram considerados idolatria, pois, geralmente, eram
sacrifícios oferecidos a demônios, segundo o costume
dos povos nativos. Levítico 17:3: “Todo varão da casa
de Israel que degolar um boi, um carneiro ou uma cabra
no acampamento ou fora dele”. (Deus não admitia
nenhum sacerdócio independente do Tabernáculo
de Testemunho; já naquele tempo Deus lutava contra
a pirataria ministerial). Levítico 17:4: “Equemnão
trazê-lo à entrada do Tabernáculo do Testemunho para
apresentar a oferta (“oblação”) ao Senhorjeová, diante
de sua morada, será responsável porter vertido sangue
ilicitamente, pelo que aquele homem será cortado do
meio do povo”. Sacrifícios ilegais que Deus não admitia.
Uma previsão daquilo que os filhos de Israel fariam
durante o tempo de seus reis, depois da morte de
Davi. Ainda assim, houve alguns que traziam os seus
sacrifícios e os ofereciam a Moloque, enganando
o sacerdote. “Desterrar-vos-ei, pois, para além da
Babilônia” quer dizer que Deus os devolveria às suas
origens, nos dias do Cativeiro de seu povo, e lá deixariam
os seus ídolos
Atos 7:43: Mas, convosco não levavas
o tabernáculo de Moloque e a estrela do
deus Renfã, as figuras que vós fizestes para
adorá-las? Desterrar-vos-ei, pois, paraalém
da Babilônia.
Levítico 17:3 revela que Israel não poderia oferecer
sacrifício escondido no campo, mas eles o faziam,
mesmo tendo um Tabernáculo, rejeitando o trabalho do
sumo sacerdote oficial
Atos 7:44:0 Tabernáculo do Testemunho
estava entre os nossos pais no deserto, se­
gundo ordenou aquele que falou a Moisés
dizendo que o fizesse segundo o modelo
q u e t i n h a ViStO. (Èx25:9,40;Hb8:5)
Nesse Tabernáculo deveriam oferecer todos os
sacrifícios, mas eles também tinham o seu culto pessoal,
mesmo que esse Tabernáculo tenha sido uma evidência
clara da presença de Deus no meio deles. Ele fala que
Deus foi expulsando as nações daqueles dias até os dias
de Davi, porque a cidade mais importante foijerusalém,
que somente foi conquistadanos dias de Davi (2 Sm
4:6-8), inclusive as terras de Moriá, que estavam sob a
496
7:45
possessão de Araúna. Josué é um tipo de Cristo
A tos 7:45: Ao qual também nossos pais,
segundo o tempo de seu turno, o introdu­
ziram sob a direção de Josué ( “S a l v a d o r ”),
quando tomaram posse da terra das nações
que Deus foi expulsando da presença de
nossos pais, até os dias de Davi, (jS3:i4-i7; si
44:2;2SmS:0 10!
Estêvão se refere ao Tabernáculo de Davi, levantado em
Jerusalém, no lugar que Davi havia comprado de Araúna,
o mesmo Moriá, que foi desprezado, onde Abraão havia
oferecido Isaque, o qual representa o repouso da Arca -
que tipifica a consumação do trabalho de Cristo, depois
de sua morte, ressurreição e ascensão à destra do Pai
A tos 7:46: que achou graça aos olhos de
Deus-,' e pediu para encontrar uma habita­
ção para o Deus dejacó. i2Sm7:8i6;sii32:i st
(1) Estêvão fala do explêndido governo do Messias,
tipificado no governo de Salomão. Aqui ele se prepara
para dar o golpe final: Cristo está assentado à destra de
Deus, assim como no Reino de Salomão a Arca chegou
ao seu devido e definitivo lugar, completando a sua
trajetória. Assim, Estêvão começa em Abraão e termina
na glória de Salomão, mostrando que o templo de
Salomão é um tipo do Trono de Deus nos Céus. (2) Davi
não teria encontrado o lugar da habitação se não tivesse
contado o povo, fato que o levou a Moriá, ondeoAnjo
esteve com a espada desembainhada em Araúna. Assim,
aquele lugar foi dedicado ao Templo
A tos 7:47: Mas foi Salomão quem lhe edi­
ficou C a s a ; (1 Rs 6: 1; 8:20,í
Estêvão mostra que o Templo dos sacerdotes estava
vazio e que a Arca jamais entraria nele. O sangue dos
sacerdotes estava fervendo de ódio
A tos 7:48: no entanto, o Altíssimo não ha­
bita em templos, obras das mãos humanas,
segundo nos diz o profeta: /.A t17:24;is66:1,2; 1
Rs 8:27;2Cr2:6!
Assim, Estêvão prova que Cristo está à destra do Pai,
perguntando: Que casa é a minha casa? (Is 66:1,2). Se
Cristo é o seu templo e este já está nos Céus, onde era o
lugar de seu repouso?
A tos 7 :4 9 : 0 Céu é meu trono, e a terra o
escabelo dos meus pés. Que casa me edi­
ficareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do
meu repouso? (.\s66:l,2;MÍS:34,35/
Estêvão conclui, dizendo: “Não é esta a minha
obra desde o princípio?”, provando que Deus
sempre esteve no controle de tudo
A tos 7:50: Não fez a minha mão todas es­
tas coisas?
497
A tos 7:55
Agora, o golpe de misericórdia: trata os membros do
Sinédrio com as mesmas palavras que Deus tratou os
filhos de Israel no deserto: homens de dura cerviz
A tos 7 :5 1 : Duros de cerviz, incircuncisos
de coração e de ouvido, vós sempre resistis
ao Espírito Santo; assim como foram os vos­
sos paiS, aSSimtambém VÓS. (Êx32:9;33:3;Jr4:4;
Lv26:41;]ró:lG; 9:26!
Ele cita os homicídios de seus pais contra os profetas
que anunciaram avinda do Messias, ojusto - não só
inocente, masjusto. E os coloca nas mesmas condições
de Judas Iscariotes, que o vendeu. Estêvão mostra que
não houve um só profeta que eles não perseguissem ou
matassem. Estêvão mostra que aquela geração era uma
raça de homicidas
A tos 7:52: A qual dos profetas não perse­
guiram os vossos pais? Mataram aqueles
que dantes vos anunciaram a vinda do Jus­
to, a quem vós haveis traído e assassinado,
(2 Cr36:l6;Mt23:31,37;At 3:14)
Então, ele conclui falando da mensagem e do
testemunho dos anjos que estavam presentes no dia em
que Moisés recebeu a Lei, e nos dias do nascimento de
Cristo, cujos anjos cantaram e louvaram a Deus diante
dos pastores do campo - aproveitando o seu semblante
que era como de um anjo
A tos 7:53: vós, que recebestes a Lei por
ministração dos anjos, e não a guardastes”.
(Êx20:l;Hb2:2!
O apedrejamento de Estêvão. Eles, deliberadamente,
não se importavam que Estêvão era como um anjo de
Deus ali. Mas agiam como endemoninhados diante de
tanta revelação
A tos 7:54: E, ouvindo estas coisas, eles
sentiram corroer-se o coração e rangiam os
dentes contra Estêvão.
Então, Jesus Cristo lhe deu o privilégio de ver o trono
de Deus. Enquanto eles viam apenas o rosto de um
anjo, Estêvão via a face de Cristo e o trono de Deus.
A diferença que havia entre eles, em termos de nível
espiritual, era muito grande. Uma grande mensagem
colocajesus de pé no trono! Eles fitavam os olhos cheios
de ódio sobre Estêvão, e ele fitava os seus em Cristo. Eles
viam um rosto de anjo, e Estêvão via a glória de Deus;
eles ouviam a tipologia a respeito de Cristo, Estêvão via o
Cristo em pé, literalmente, à destra do Pai
A tos 7:55: Mas ele, estando cheio do Espí­
rito Santo, olhou firmemente para o Céu e
viu a glória de Deus, e Jesus, posto em pé à
direita de Deus,
A grande revelação de Estêvão para os seus assassinos:
Cristo está vivo, em pé à direita do Pai. Eles não podiam
7:56
suportar isso porque criam que, cada vez que entrassem
no Santuário, Deus estaria ali no Templo. Mas Estêvão
lhes mostra onde verdadeiramente o Messias está, no
lugar Santíssimo celestial; e ele, sem ser sacerdote,
o está vendo diante de seus olhos, sem véu e sem
intermediários sacerdotais. A comprovação do lugar
Santíssimo
Atos 7:56: e disse: “Eis que vejo os Céus
abertos, e o Filho do homem, posto empé à
direita de Deus”. (Mt3:i6;Dn7:i3)
Esta era uma frase que eles não podiam impedir de
ecoar. Ela ainda ecoa até hoje
Atos 7:57: Mas eles, clamando em altas
vozes, taparamos ouvidos, e arremeteram
unânimes contra ele.
O lençol do ministério do Evangelho aos gentios
foi, primeiramente, apresentado a Pedro e também
recusado três vezes. Paulo foi indicado por Deus
no toque da capa de Estêvão, que morreu por outro
tipo de perseguição externa; a capa era profética,
semelhante àquela que Eliseu recebeu de Elias (2
Rs 2:13; At 7:58). Estando na ocasião da morte de
Estêvão, estava bem perto da porta do Céu que ali
se abriu sobre o rosto de seu colega, diácono para os
homens, mestre e evangelista para Deus. Que sucessor
de Estêvão nascia! Somente Estêvão e Filipe podem
comparar-se a Paulo no conhecimento da Lei e na
comunicação do Evangelho. Cristo se revelou nele, não
a ele. A pregação do Evangelho aos gentios requeria
consulta a Deus. A carne e o sangue naquele momento
representavam as autoridades dejerusalém, e ele sabia,
por discernimento, que, por enquanto, ainda não seria
aceito. Estêvão morreu pregando o Evangelho sob o
testemunho de Cristo, que assistia o seu trabalho, mas a
sua unção ficou aos pés de Saulo. Agora, eles vão praticar
as verdades profetizadas por Estêvão, que os declarou
geração de homicidas
Atos 7:58: E, arrastando-o para fora da
cidade, o apedrejaram. E as testemunhas
depositaram as suas vestes aos pés de um
jovem que se chamava Saulo. (Lc4:2Q;Lv24:1ó;
Dt 13:9,10)
Uma morte semelhante à de Cristo - mais um profeta
que eles mataram, e que os líderes da igreja em
Jerusalém pensavam que era apenas um diácono.
Quantos morreram diáconos, assassinados pelos
membros do Conselho? Mas os tais, verdadeiramente,
eram profetas, eram grandes homens diante de Deus
Atos 7:59: E apedrejaram a Estêvão, que
orava, dizendo: “Senhor Jesus, recebe o
meu espírito”, mí9:
Morreu como Cristo e dizendo o mesmo que Cristo,
sentindo o mesmo sentimento de Cristo, perdoando
como Cristo. Saulo estava perdoado antecipadamente
498
Atos 8:3
Atos 7:60: E, pondo-se de joelhos, clamou
emaltavoz: “Senhor, não lhes imputes este
pecado”. E, tendo dito isto, adormeceu no
Senhor.
Atos, capítulo oito (8)
A obra de um evangelista: Judéia, Samaria e até
Antioquia. O ministério do qvangelista Filipe em
Samaria. Vemos, na vida de Filipe, o grande evangelista
do Novo Testamento, a obra do evangelista. “Faze a
obra de um evangelista”: O evangelista prega a Palavra
em meio à grande perseguição (At 8:1). O evangelista
faz o seu trabalho, mesmo que os seus líderes não
se movam (At 8:1 d). O evangelista aproveita as
circunstâncias adversas, como a dispersão (At 8:1 c).
Saulo o ouviu e aquela unção que estava sobre
a vida de Estêvão o influenciou muito, principalmente
porque ele levou consigo a capa de Estêvão. As
diásporas, segundo a história bíblica, iniciaram-se
em 722 a.C., quando o Reino de Israel, com suas dez
tribos e meia, ao norte, foi destruído pelos assírios e foi
levado cativo à Assíria e distribuído entre as nações; e
Judá passou a pagar altíssi mos impostos para evitar a
invasão; negociação que não foi possível ser feita com
Nabucodonosor, no ano de 586 a.C., pois o imperador
babilónico invadiu o Reino de Judá e destruiu Jerusalém,
bem como o seu templo, deportando os judeus para a
Babilônia. Dali, os judeus se dispersaram pelo mundo.
Esta Diáspora não envolve os judeus, mas somente a
igreja. A nova Diáspora dos judeus acontecerá depois
da invasão do general Tito emjerusalém, em 70 d.C.,
que dará cumprimento histórico parcial às profecias
de Cristo em Mateus 24. Mas, então, a igreja tinha uma
dívida de obediência: pregar o Evangelho na Judéia e em
Samaria. No entanto, os apóstolos permaneceram em
Jerusalém
Atos 8:1: Saulo também consentia na mor­
te dele. Iniciou-se naquele dia,uma grande
perseguição contra a igreja emjerusalém;
e todos, com exceção dos apóstolos, foram
dispersos pelas regiões da Judéia e de Sa­
maria. (At 11:9; 7:58)
O evangelista não tem medo da história de morte e
ameaças contraasuavida,com oasam eaças executadas
contra os seus colegas
Atos 8:2: E alguns varões piedosos reco­
lheram Estêvão à sepultura, e fizeram so­
bre ele um grande pranto. (Cn23:2; 50:i0;2Sm
3:31)
O evangelista não teme ameaças de morte nem de
prisão, pois ele crê em mudanças radicais
Atos 8:3: Mas Saulo assolava a igreja, en­
trando de casa emcasa, arrastando homens
8:4
e m ulheres, aos quais encerrava na prisão.
(1 Co 15:9; Glil:13; Fp 3:6; At 7:58; 22:4; 26:10,11; 1 Tm
1:13i
O evangelista não tem medo de ir a todas as partes da
terra pregando a Palavra
Atos 8:4: Aqueles que foram dispersos
andavam por toda a parte anunciando a
Palavra. (At 11:19; 8:1; 15:35)
O evangelista não teme descer às partes mais baixas em
busca da ovelha perdida, mesmo em Samaria. A cidade
de Samaria já conhecia o Evangelho do Reino,
pois ali uma grande igreja foi iniciada pela mulher
samaritana. Filipe sempre desejou cuidar daqueles
irmãos. Aquela cidade fazia parte da seara que estava
branca para a ceifa
Atos 8:5: E Filipe, descendo à cidade de
Samaria, pregava-lhes a Cristo, (m ó -s;
O evangelista atrai as multidões para ouvir a sua
mensagem. O evangelista atrai as multidões porque
ele tem (a) mensagem, (b) sinais e prodígios (atos
sobrenaturais e libertação dos espíritos malignos). A
multidão ouve e vê a obra do evangelista; ele é um terror
para os espíritos malignos. O Evangelho do Reino havia
crescido ali. O trabalho da mulher samaritana e a obra
beneficente do Bom Samaritano foram fundamentais
Atos 8:6: As m ultidões escutavam com
toda atenção as palavras ditas por Filipe,
ouvindo-o e vendo os sinais que fazia.
Os sinais do ministério evangelístico: (a) libertação de
vidas da possessão demoníaca; (b) independência das
enfermidades pelas maravilhas; (c) a alegria entre o
povo
Atos 8:7: Porque os espíritos imundos sa­
íam de muitos possessos gritando em altas
vozes; e muitos paralíticos e coxos foram
CUradOS. (Mt4:24)
O evangelista causa grande alegria na cidade. Os
milagres operados através de Filipe foram parte
daquilo que faltava em Samaria. Os samaritanos eram
hospitaleiros, adoradores e crédulos, conheciam o
rosto de quem estava disposto a ir ajerusalém, eram
beneficentes. Filipe percebeu que em Samaria haveria
umagtande igreja
Atos 8:8: E houve grande alegria naquela
cidade.
A falsa conversão de Simão, o mágico. O evangelista
desfaz as farsas, desmascara as falsas personalidades e
as falsas virtudes de Deus que iludem o povo (At 8:9,10).
Feitiçaria e mágica são duas coisas que não têm parte na
Igreja de Deus
Atos 8:9: Mas um certo homem, chamado
Simão, que estava na cidade, exercendo
A tos 8:14
a magia, assombrava o povo de Samaria, Jj
dizendo que ele era o grande; (Ati3:6;5:3òj
Até hoje este espírito continua enganando o povo de j/ J
Deus. Hoje, os simões estão disfarçados de profetas, de
evangelistas e de preletores - adivinhando, lançando
setas de adivinhação com objetivos econôm icos-em
nome do poder de Deus, mas operam no poder da
mentira e do engano. É mais fácil expulsar demônios do
que ver-se livre de um falso homem ilustre
Atos 8:1 0: ao qual todos afluíam, desde o »w
menor até o maior, dizendo: “Este homem M
é o poder de Deus que se chama grande”. Q
(At 14:11; 28:6j
O poder de Deus não é fantástico, é real; não é mágica, é
demonstração de Espírito e de poder
Atos 8:11: Eles o atendiam cativados, H
porque havia muito tem po que os tinha
assombrado com suas artes mágicas.
O evangelista tem uma mensagem do Reino de Deus; há
um nome sob o qual trabalha (At 8:12) e
discípula as almas que ganha, batizando-as, sem
acepção de pessoas. O evangelista impacta a todos
(At 8:12,13). A pregação é prioridade, o batismo é
resultado. O batismo não é a prioridade, mas sim o
evangelizar. Batismos, curas e maravilhas são apenas
resultados
Atos 8:12: Mas, quando creram em Filipe, Q.
que lhes pregava as Boas-Novas do Reino ^
de Deus e o nom e de Jesus, hom ens e mu-
lheres eram batizados. (Atí:3;2:38j
O evangelista entende que seus líderes sabem e têm f *V
mais experiências (At8:13-16).Muitosseaproximam
do povo de Deus para aprender como se faz a obra, para
depois dividir e enganar. Um fato comum hoje: são
muitos os “Simões” que estão ao lado de
grandes evangelistas tentando comprar este poder Mig
inegociável
Atos 8:13: E o próprio Simão creu; e, sen­
do batizado, perm aneceu continuam ente ^
com Filipe; e estava assombrado vendo os
sinais e os grandes milagres que se faziam. Q
(At 8:6; 19:1 Ti
O evangelista trabalha em comum acordo, em
submissão aos seus líderes principais (At 8:14)
e de acordo com aqueles que lhe enviaram para
supervisionar a obra. Filipe sabia que não estava em / r-\
Samaria por sua conta
Atos 8:14: E ouvindo os apóstolos, que
estavam em Jerusalém, que Samaria havia ^
recebido a palavra de Deus, enviaram para
lá Pedro e João; (M8:ij
499
8:15
O evangelista trabalha com o fim de contribuir para
o crescimento da obra, mas os apóstolos devem
preocupar-se em estabelecer o fundamento da fé e da
doutrina. Não podem abrir mão da doutrina (Hb 6:1,2)
Atos 8:15: os quais, tendo descido, ora­
ram por eles, a fim de que recebessem o
Espírito Santo, (At2:38)
O batismo nas águas era executado, geralmente, como
de costume, em nome daquele que o inaugurava.
O batismo de João preparava Israel para Cristo, e o
batismo dejesus preparava a Igreja para Cristo (1 Co
12:12,13). Paulo recusou que os irmãos diferenciassem
o batismo dejoão do batismo ordenado por Jesus, ao
denominarem o batismo como “batismo em nome de
Paulo”; ele recusou isto (1 Co 1:13). Por isso, obatismo
eclesiástico, embora efetuado por algum apóstolo,
continuou sendo caracterizado pela pessoa que o
havia ordenado, a exemplo do batismo de Moisés (1
Co 10:1,2); esse batismo em nome dejoão, como vemos
no texto, é a semelhança disso: em nome dejesus,
isto é, segundo a ordem dejesus. Mas, no batismo nas
águas, deve-se lembrar ao discípulo que ainda lhe falta o
batismo com o Espírito Santo e com fogo, por isso Jesus
disse: "Batizando-o, em nome do Pai” (o batismo com
fogo), “em nome do Filho” (nas águas) e “em nome do
Espírito Santo” (o batismo com o Espírito Santo). Por
isso, batizamos em nome da Divindade (do Pai, do Filho
e do Espírito Santo), segundo a ordem dejesus
(1 Co9:20;Mt28:19)
Atos 8:16: porque, até então, sobre ne­
nhum deles havia descido; mas somente
tinhamsido batizados emnome do Senhor
JeSU S. (At 19:2;Mt28:19;At 10:48; 19:5)
O evangelista respeita a decisão de seus líderes
(At8:17-21). Os apóstolos tinham uma visão mais
elevada para aqueles novos discípulos. Os apóstolos
vieram suprir o que faltava ao evangelista. A imposição
de mãos é um dos seis rudimentos da doutrina (Hb 6:1,2)
Atos 8:17: Em seguida, lhes impuseram
as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.
(Atò:ò;2:4)
Ele entendia de engano e truques. Pensava que aquilo
era um truque que se comprava, mas era o poder
maravilhoso de Deus que já estava pago
Atos 8:18: Quando Simão viu que, pela
imposição das mãos dos apóstolos, o Espíri­
to Santo era dado, ofereceu-lhes dinheiro,
O evangelista sabe que a decisão apostólica é
fundamental. Esta potestade não se compra, é resultado
de obediência básica e contínua, tal como o nascer de
novo, crer no Evangelho, o ato de dar fruto, o ser cheio do
Espírito Santo. A imposição das mãos é obra apostólica,
não é instrumento de homem aventureiro inconverso
Atos 8:19: dizendo: “Dai-me também a
Atos 8:24
mimessa potestade, para que sobre aquele
que eu impuser as mãos, receba o Espírito
Santo”.
A prata: (1) Não pode salvar da perdição; (2) não pode
comprar um dom de Deus; (3) não pode incluir-nos no
ministério; (4) pode ser considerada como oferta se o
coração for reto; (5) está atada à iniquidade como o seu
dono (20-23)
Atos 8:20: Mas Pedrojhe disse: “A tua
prata seja contigo para perdição, pois pen­
saste que o dom de Deus se adquire com
dinheiro. (At2:38; Mt 10:8; 2 Rs 5:16)
A autoridade apostólica é temida, quando manifestada.
Homens espertos sempre tentarão apegar-se aos líderes
amados, respeitados pela manifestação de grandes
sinais, mas sempre haverá uma liderança apostólica
que triunfará sobre eles com o poder do discernimento
de espíritos. O novo nascimento, o discipulado, os
cerimoniais de nossa ética, a submissão ministerial, os
dons do Espírito, ainda são fundamentos inabaláveis da
Igreja de Cristo. Mesmo que os “Simões” assombrados
desejem adquirir este poder, jamais lhes será concedido
se não percorrerem a senda da fé em Cristo
Atos 8:21: Tu não tens parte nem sorte
neste ministério, porque o teu coração não
é reto diante de Deus. (Si78.-37j
Mas Deus lhe mostra a saída de seu pecado de avareza
Atos 8:22: Arrepende-te, pois, dessa tua
maldade, e roga ao Senhor para que, por­
ventura, te perdoe o mau pensamento do
teu coração;
Os apóstolos lhe deram o diagnóstico de sua vida
espiritual
Atos 8:23: porque vejo que estás em fel de
amargura, e sob ataduras de iniquidade”.
(Is 58.6;At 12:15)
Simão pediu que orassem por ele, dando á entender que
não desejava aquilo sobre a sua vida. Qualquer um dos
homens mais vis que rogar pela misericórdia de Deus,
sinceramente, será atendido
Atos 8:24: E Simão, respondendo, dis­
se: “Rogai vós por mim ao Senhor, para
que nada disso que dissestes venha sobre
mim”.
O evangelista é um guerreiro de frente (At 8:25,26).
Seus líderes voltaram paraJerusalém, mas ele continuou
abrindo frentes de trabalho. Este texto também é mais
uma prova da desobediência apostólica (Lc 24:49). A
tentação de ficar em Jerusalém era grande, embora
dando satisfação à sua consciência missionária. Mas
quanto aos confins da terra, isto continuava sendo um
500
8:25
desafio diante de seus olhos, e o tempo estava passando.
E isto desagradava a Deus, o qual já preparava a entrada
de Saulo no cenário do Novo Testamento
Atos 8:25: Eles, pois, tendo testificado e
falado a palavra doSenhor, retornarampara
Jerusalém, e evangelizarammuitas aldeias
dos samaritanos. (Lc i6^8;M8:40)
O evangelista tem experiência com anjos, mas conhece
a voz do Espírito Santo (At8:26,29).
O evangelista obedece quando tem de descer, quando
tem de ir ao território do inimigo, quando o Espírito
Santo o impulsiona ao deserto (At 8:26)
Atos 8:26: Mas um anjo do Senhor falou a
Filipe, dizphdo: “Levanta-te e vai em dire­
ção do sul, pela via que desce deJerusalém
à Gaza, a qual está deserta”. (At8:s;5:ioi
O evangelista (em disposição para grandes aventuras (At
8:27). O evangelista chega onde outros jamais chegam,
entra onde outros jamais entraram (At 8:27b).
Desde os dias de Salomão, em função de suas
associações com as nações pagãs, por meio de
casamentos com várias muiheres gentias, os prosélitos
eram muitos e de muitas partes. Nos dias escatológicos,
Israel terá muitas surpresas como esta, em que
vemos um gentio vir aJerusalém para adorar. Candace
era um título atribuído a uma dinastia de rainhas que
detinha o poder do reino de Meroe, antiga cidade na
margem leste do rio Nilo, na N úbia, a região do vale do
rio Nilo, que atualmente é partilhada pelo sul do Egito e
que, antes da Era Cristã, formava uma etnia matriarcal
e era considerada território da Etiópia. Na antiguidade, o
vocábulo etíope era utilizado também para
denominar a região originária dos povos negros do
continente africano, como se fazia ao referir-se aos povos
da Núbia, no sul do Egito, e ao Sudão. Outro grande
milagre que vemos aqui é o tesoureiro interessado no
conhecimento da Palavra de Deus, sendo também um
adorador
Atos 8:27: E levantou-se e foi; e eis que
um varão da Etiópia, eunuco, mordomo
poderoso de Candace, rainha dos etíopes,
que era encarregado de todo o seu tesouro,
e tinha vindo a Jerusalém para adorar, tjo
12:20;Sl 68:3\;Sf3:10;Jo h2:20)
Jesus revelou-se para Paulo, mas não pregou para ele;
assim como o anjo se revelou para Comélio e não pregou
para ele; o livro do profeta Isaías chegou às mãos do
etíope, mas não podia auto-interpretar-se para ele. Estes
são os meios que Deus dispõe para salvar as pessoas que
pensam que estão fazendo um trabalho para Deus, mas
estão no erro. Mas os meios não pregam, não salvam
automaticamente. Os homens que os recebem devem
ouvir as indicações que os meios fazem: Ananias, Pedro
e Filipe. Ananias foi a oportunidade de salvação para
Paulo, como Pedro para Comélio e como Filipe ao
Atos 8:32
eunuco. Isto quer dizer que todos têm sua oportunidade,
mas nem todos a aproveitam
Atos 8:28: voltava, sentado no seu carro,
lendo o profeta Isaías.
O evangelista tem força para correr e acompanhar uma
carruagem que se dirige à perdição levando uma alma
(Jr 12:5; At 29). Deus somente pede estas coisas ao
evangelista: “Alcança este carro”. Filipe quer dizer “o
que ama cavalos”. A carruagem conduzia o etíope para
a perdição e Filipe deveria alcançá-la. Esta é a obra do
evangelista
Atos 8:29: Disse o Espírito a Filipe: “Apro­
xima-te, e ajunta-te a esse carro”. í m i o -.iq;
11:12; 13:2;20:23;21:11)
O evangelista conhece o tom da Palavra de longe
(At 8:30). Característica de um evangelista: tem
conhecimento da Palavra (Jo 1:45; At 8:30)
Atos 8:30: EFilipe, correndo até ele, ouviu
que ele estava lendo oprofeta Isaías, e disse:
“Entendes, pois, o que estás lendo?”
O evangelista tem disposição para ensinar a Palavra
(At 8:31,35)
Atos 8:31: Então, ele respondeu: “Pois
como poderia, se alguémnão me tutorar?”
E rogou a Filipe que subisse e se sentasse
com ele.
O evangelista conhece as passagens que facilitam a
pregação do Evangelho de Cristo (At 8:32-34). Observe
que, naquele tempo, jáhavia versões diferentes do texto
Atos 8:32: Eo texto da Escritura que esta­
va lendo era este: “E como ovelha foi leva­
do ao matadouro; e, como cordeiro mudo
diante dosseus tosquiadores, assim, ele não
abriu a sua boca. (is53;7>
Esta é aversão alterada do verso sete. Ele lia uma
versão ruim do texto, mas mesmo naquela versão ele
foi alcançado. Nos seis julgamentos, isto é, nos três
julgamentos civis e nos três julgamentos religiosos,
nenhuma justiça lhe foi feita. Conhecemos todas as
ilegalidades de seus julgamentos sem defesa, e cheio
de injustiças. Isaías profetizou, inclusive, os golpes que
Jesus receberia, em cujos momentos aqueles que o
feriam lhe perguntavam: Quem te feriu? Como homem,
o profeta revela que o Messias não teve filhos nem
descendência; dela ninguém contará nada. Um golpe
no gnosticismo, que arranjou uma família terrena para
Cristo no sul da França! Isaías 53:8: “Por meio do juízo
iníquo foi arrebatado, e quanto à sua geração quem
relatará? Porque foi cortado da terra dos viventes; por
causa da transgressão de meu povo, a quem se atribui o
golpe?”. Quando fala de “humilhação” refere-se à sua
humanidade, que sofreu em seus julgamentos civis e
religiosos, nos quais os seus direitos lhes foram negados
501
8:33
Atos 8:33: N a s u a h u m ilh a ç ã o a ju s tiç a foi
tira d a n o s e u ju lg a m e n to ; q u e m r e la ta rá a
re sp e ito d e su a d e s c e n d ê n c ia ? P o rq u e a s u a
v id a foi a r r e b a ta d a d a te r r a ” .
A sede daquele jovem pela Palavra de Deus era
tão grande que o Espírito Santo moveu Filipe para
anunciar-lhe o Evangelho do Reino. Filipe estava
preparado para falar do personagem de quem Isaías
havia profetizado: o Messias. Mesmo o eunuco sabia
que, hermeneuticamente, poderia estar fazendo u ma
projeção profética, ainda que tratando de algumas
situações proféticas domésticas
Atos 8:34: E, r e s p o n d e n d o o e u n u c o a Fi­
lipe, d isse: “R o g o -te, e n tã o ; d e q u e m o p r o ­
feta e stá falan d o ? D e si m e s m o , o u d e a lg u m
o u tr o ? ”
Isaías 53 é um texto ganhador de almas. Nele, consta
toda a obra expiatória de Cristo, falando inclusive da sua
ressurreição
Atos 8:35: E n tã o , Filipe a b riu a s u a b o c a e,
c o m e ç a n d o p o r e s ta E s c ritu ra , a n u n c io u -
lh e as B o as-N o v as d e J e s u s , m 5:2; Lc 24:27;
At 17:2; 18:28;5:42)
O evangelista deve completar sua obra, batizando
seus discípulos (At 8:36).Observe por onde passou a
carruagem: (1) Pelo evangelista; (2) pela revelação;
(3) pelas águas. Muitos que vão “nas carruagens” não
percebem por onde passam
Atos 8:36: E c o m o ia m p e lo c a m in h o , c h e ­
g ara m p e rto d e o n d e h a v ia ág u a ; e n tã o o e u ­
n u c o d isse: “ Eis a q u i á g u a s; o q u e im p e d e
q u e e u se ja b a tiz a d o ? ” (AtW:47)
O evangelista sabe que a salvação não é emoção,
é confissão verdadeira (At 8:37). Na conclusão da
mensagem veio a confissão de fé do novo crente
Atos 8:37: E n tã o d isse F ilipe: “ S e c rê s d e
to d o o c o ra ç ã o , líc ito é ” . E, r e s p o n d e n d o ,
d isse-lh e: “C re io q u e J e s u s C risto é o F ilh o
d e D e u s ” . /mció.-ió»/
O evangelista se envolve na sua obra (At 8:38): “tanto
Filipe como o eunuco”entraram nas águas. A carruagem
pára quando ocorre o batismo
Atos 8:38: E n tã o , m a n d o u p a r a r o c a rro , e
a m b o s e n tra ra m n a á g u a , Filipe e o e u n u c o ;
e F ilipe o b a tiz o u .
O evangelista pode seguir em sua missão, que os
seus discípulos ficarão jubilosos em continuar seu
trabalho (At 8:39). O arrebatamento físico será uma
das características mais comuns entre os sinais do
arrebatamento da Igreja
Atos 9:2
Atos 8:39: E, q u a n d o s u b ir a m d a á g u a , o
E sp írito d o S e n h o r a r r e b a to u a F ilipe, e o
e u n u c o já n ã o o v iu m a is; e se g u iu p e lo s e u
c a m in h o , re g o z ija n d o -se . (t rs i 8:12;2Rs 2.ió;
Ez3:12,14)
O evangelista anuncia o Evangelho em todas as cidades
(At 8:40). Assim, vemos em Filipe o cumprimento desse
ministério. O mais importante de tudo é que Filipe
começou a fazer a obra de urti evangelista quando o
próprio Saulo era o seu perseguidor (At 8:1; 9:1). A casa
de Filipe ficava em Cesaréia
Atos 8:40: E F ilip e a c h o u -s e e m A z o to ; e,
a tra v e s s a n d o as c id a d e s , as e v a n g e liz a v a ,
a té c h e g a r a C e sa ré ia .
Atos, capítulo nove (9)
A conversão de Saulo (Paulo). O seu chamado no
caminho de Damasco. Depois de convertido (At 9),
Saulo permaneceu alguns dias em Damasco, viajou à
Arábia, mas regressou rapidamente para Damasco.
Ali permaneceu três anos. Temos que conhecer o
progresso de Saulo em sua salvação, pois permaneceu
em Damasco, mesmo querendo voltar parajerusalém.
Os vocábulos “subir”, “carne e sangue”, “Jerusalém”,
“os apóstolos que eram antes dele” significavam, para
ele, a mesma coisa. Ele precisava de estratégias. Ele
precisava de preparo. Ele precisava se retirar um pouco.
A retrospectiva da história de Saulo é maravilhosa. Ele
apareceu como um jovem que testemunhou a morte de
Estêvão (At 7:58), quando a capa daquele profeta caiu
a seus pés. Estêvão orou por ele, pedindo a Deus que
não lhe imputasse aquele pecado (At 7:58-8:1). Saulo
assolava a igreja e prendia os irmãos (At 8:3); Saulo
causou uma dispersão sem comparação na igreja, e
somente os apóstolos permaneceram em Jerusalém (At
8:1-3); assim que Estêvão morreu, Deus levantou outro
diácono como poderoso pregador da Palavra, com sinais
e prodígios (At 8:8-40)
Atos 9:1 : E S a u lo , a in d a r e s p ir a n d o á m e a -
ç a s, e c o m o d e s e jo d e m a ta r, c o n tra o s d is­
c íp u lo s d o S e n h o r, a p r e s e n to u - s e a o s u m o
s a c e rd o te , (At8:3;22:4-16;26:Q-18J
Paulo pede cartas para Damasco, a fim de prender alguns
dos santos que encontrasse (At 9:1 -2);Jesus Cristo se
revelou nele e para ele e o habilitou com grande rapidez,
preparando-o em três dias para pregar o Evangelho,
como jamais aconteceu com qualquer ser humano
antes (At 9:1 -20; SI 68:27). Caminho foi o nome que a
igreja recebeu aprincípio. Jerusalém, agora, era lugar de
liberdade e não de prisão. O “Caminho” era exatamente
o local onde Deus se revelaria para Saulo
Atos 9:2: e p e d iu -lh e c a rta s p a r a D a m a s ­
c o , d irig id a s às sin a g o g a s, a fim d e q u e , se
e n c o n tr a s s e a lg u n s d a s e ita d o C a m in h o ,
502
9:3
hom ens e mulheres, os conduzisse amar­
rados ajerusalém .
Deus tinha pressa com ele, e o progresso da sua salvação
e preparação foi magnífico: Deus se interpôs no seu
caminho (At 9:3), quando ele tinha um propósito sério
aos seus olhos (At 9:1,2). Saulo fazia tudo aquilo na
sinceridade de seu coração, pensando que prestava um
serviço a Deus. Deus sempre considera a sinceridade
dos homens. Saulo precisava conhecer o amor de
Deus e a sua sinceridade foi um fator importante que
atraiu a misericórdia de Deus sobre a sua vida. Jesus
lhe apareceu como um meio de salvação e ainda lhe
concedeu a oportunidade para ser salvo: o discípulo
Ananias, A salvação é como algo súbito (At 9:3). A
salvação chega ao nosso caminho e à nossa estatura para
nos atrair; a salvação é um grande resplendor de luz
celeSte sobre a vida do homem (At 9:3 c), é Cristo
Atos 9:3: E, quando ele já estava no cami­
nho, em viagem, já perto de Damasco, re­
pentinam ente viu-se cercado pelo resplen­
dor de uma luz do Céu; /At22 :0.-20 : 12,- / co is:8j
Qualquer homem chamado desde o ventre de sua mãe
cairá diante da luz da sua salvação; qualquer homem
ouvirá a voz que o chama pelo nome, revelando a
sua rebelião contra o seu propósito (At 9:4b). Triste
momento aquele em que Paulo se deu conta que havia
pedido cartas para perseguir a Cristo! Ele aprendeu
cedo que aquele que persegue a Igreja de Deus está
perseguindo a Cristo
Atos 9:4: e, caindo por terra, ouviu uma
voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me
persegues?” ÍAt22:7;26:14j
(4) Quando o homem se coloca na posição de ataque às
coisas de Deus, Deus começa a tratá-lo como a um cavalo
(At 9:5). Ele aprendeu que somente o Senhor tinha poder
para lançá-lo ao chão, e que Cristo é a cabeça da Igreja,
embora o seu corpo esteja ainda, em parte, na terra
Atos 9:5: Ele respondeu: “Quem és tu,
Senhor?” E ele respondeu: “Eu sou Jesus, o
Nazareno, a quem tu persegues. Dura coisa
é recalcitrar contra os aguilhões! ”
(5) A confirmação do atendimento ao chamado da
salvação requer resposta: tremor, e reconhecimento
do senhorio de Cristo (At 9:6). Atender ao chamado
divino requer do homem humilhação e submissão a este
senhorio, imediatamente. (6) O processo da salvação
imediata começa com a disposição de estar de pé e (a)
levantar-se; (b) entrarna cidade. Há uma cidade que nos
espera, há um corpo que cuidará de nós; (c) obedecer o
que há de ser dito para sua conveniência. Levantar-se,
entrar e obedecer, imediatamente. Quanto mais rápido
obedecemos, mais rápido Deus conclui a obra
Atos 9:6: Então ele, trem endo e atônito,
disse: “Senhor, que queres que eu faça?” E
A tos 9:11
o Senhor lhe disse: “Levanta-te e entra na
cidade; e ali te dirão o que deves fazer”.
(7) A salvação é individual e não coletiva (At 9:7).
As pessoas que estão próximas daquele com quem
Deus está tratando ouvem a voz, mas não podem nem
entender e nem ver a revelação. Ela é individual.
Haverá testemunho de outros, mas a experiência será
apenas de um
Atos 9:7: Os hom ens que viajavam com
ele se detiveram, sem poder falar, ouvindo,
na verdade, a voz, mas sem ver a ninguém.
tjo 12:29)
(8) Deus fecha os olhos do homem para que não veja
mais aquele mundo antigo. Ele tem pressa, e sabe como
adiantar o nosso tempo, se queremos obedecer (At
9:8); (9) precisamos aceitar o cuidado dos outros irmãos
anônimos da história da Igreja, que nos guiam ao lugar
de obediência a Deus (At 9:8)
Atos 9:8: Então, Saulo levantou-se do solo
e, abrindo os olhos, nada via. E, guiando-o
pela mão, introduziram-no em Damasco.
(At22:9:2ô:l3,l 4)
(10) Deus quer saber se temos disposição de nos separar
para ele com jejum (At 9:9). Ele começou com jejum.
Nesses três dias, ele será preparado por Deus para
realizar uma obra urgente entre os gentios. O fato de os
discípulos terem permanecido em Jerusalém causou um
atraso grandioso na obra missionária mundial. Se eles
tivessem ido à Galiléia dos gentios, teriam alcançado
toda aquela igreja dispersa que ficou na região do Lago
de Genezaré
Atos 9:9: Ali esteve três dias privado de sua
visão, sem comer e sem beber.
Saulo é batizado por Ananias. A urgência de Deus
na preparação de Paulo. (11) Deus prova a nossa
mansidão e humildade e nos conduz à escola
onde o professor é um discípulo, quando já somos
considerados mestres (At 9:10); (12) Deus trabalha
no coração daqueles que vão estar cuidando de nós,
dando testemunho a nosso respeito, por causa de
nossa conduta anterior (At 9:10-15)
Atos 9:10: E havia em Damasco um certo
discípulo chamado Ananias, a quem o Se­
nhor lhe disse em visão: “Ananias!” E ele
respondeu: “Eis-me aqui, Senhor”. /Am: 12/
(1 3 )0 elemento do chamado de Deus deve procurar
a ruaDireita da suafé e evitar os questionadores
da Esquerda (At 9:11); (14) Saulo aprendeu a orar.
Devemos aprender imediatamente a orar (At 9:11 c)
Atos 9:11 : E o Senhor lhe disse: “Levanta-
te e vai à rua chamada Direita e procura, na
casa de Judas, a Saulo de Tarso ( “tarsense ”)\
503
9:12
pois eis que ele está orando; (At2i:39;22:3)
(15) Deus nos dará visões que se cumprem (At9:12a);
(16) devemos buscar a diversidade dos rudimentos da
doutrina de Deus que nos separam para o ministério,
como a imposição de mãos (Hb 6:1,2; At 9:12c)
Atos 9:12: e teve uma visão de um ho­
mem chamado Ananias, que entrava e
impunha-lhe as mãos, para que recupe­
rasse a vista”.
(17) Não devemos nos importar com as opiniões
diferentes de nossa fé, quando já estamos no Caminho
Direito (At 9:13,14). A fofoca não pode ser maior do
que a opinião de Deus a respeito daquele homem que
ele escolheu. Muitos se levantarão para dar opinião,
mas quando a indicação é feita por Deus, que pode
fazer o homem?
Atos 9:13: Mas Ananias respondeu: “Se­
nhor, não é de hoje que ouvi a respeito
desse homem; quantos males tem feito
aos teus santos emJerusalém;
As informações a respeito de Saulo já eram obsoletas.
As pessoas mudam. Podemos ter informações antigas
a respeito das pessoas que Deus escolheu, de muitos
anos atrás; mas elas não são definitivas enquanto Deus
estiver trabalhando em vidas humanas com o poder
transformador de sua Palavra. Se ficarmos muitos anos
longe de uma pessoa que som ente nos causou danos,
não quer dizer que a nossa opinião nos valerá no
futuro. Podemos estar com as informações obsoletas,
como Ananias
Atos 9:14: e aqui também tem potestade
da parte dos príncipes dos sacerdotes para
prender a todos aqueles que invocam o
teu Nome”. (At9:21; 7:59; 1Co l:2;2 Tm2:22)
(18) O que importa, depois de já estarmos em Cristo, é
o testemunho de Deus e daquilo que Ele espera de nós
(At 9:15). Mesmo que ainda não estejamos fazendo
o que Ele nos mandou, mas já estamos no Caminho
Direito, Ele já nos considera um vaso de bênção (At
9:15); (19) devemos estar prontos a padecer por seu
nome (At 9:16), não como vingança de Deus, mas
como um dos estágios de nossa caminhada ministerial;
(20) devemos dizer sim para o ministério que temos
recebido por meio de profecia e sob o testemunho
daqueles que nos discipularam (At 8:15b). N esse
dia, Paulo recebeu a ordem de ministrar aos gentios e
também aos filhos de Israel (At 8:15c). Ele não seria
um vaso, ele já era um vaso escolhido de Deus. Gálatas
1:15: “Mas foi do agrado de Deus, que me separou
desde o ventre de minha mãe, e m e chamou pela sua
graça”. Este homem, separado desde o ventre de
sua mãe, preparado aos pés de Gamaliel, excedia a
todos da sua idade no conhecimento do Judaísmo;
vaso escolhido por Deus e que deveria ser chamado
por Deus e pela sua graça. Ele trata disso usando aqui
e ali algumas palavras que fazem parte do grupo de
Atos 9:17
cinco poderosos vocábulos da eleição: conhecimento,
predestinação, chamado, justificação e glorificação
(Rm 8:29,30). Paulo estava naquela condição de
muitos, que precisam saber que são eleitos para
que sejam salvos. 2 Timóteo 2:10: “Portanto, tudo
suporto por amor aos eleitos, para que eles também
encontrem com eterna glória a salvação que somente
encontra-se em Jesus Cristo”. O encargo: a Igreja,
os eleitos. Mas estes eleitos ainda precisam ouvir o
Evangelho. Paulo era um caçador dos eleitos. Eles,
embora eleitos, precisavam saber que eram eleitos.
Eles precisavam encontrar com glória a sua salvação.
Eles precisavam se decidir por Cristo (isto em meio ao
grande paganismo de então, não na facilidade da fé do
Evangelho já pré-conhecido como hoje, no Ocidente).
Esta mesma dificuldade ainda existe na maioria dos
países do Oriente e da Ásia. Paulo suportava aquele
sofrimento por causa dos eleitos que ainda
iria encontrar, tal como Onesíforo! Pois ele havia
estado naquela condição d eeleitoeain d a não-salvo
(At 9:15)
Atos 9:15: Mas o Senhor lhe disse: “Vai,
porque este é para mim um vaso escolhi­
do, para levar o meu Nome aos gentios, e
aos reis, e aos filhos de Israel; (At 13.2;ej3=7,8;
Gt2:7; A t25:22,23; 26:1)
Cada um cumprirá a sua missão segundo a escolha de
Deus, mas não perderá o seu galardão (Cl 1:24)
Atos 9:16: e eu lhe mostrarei quanto lhe
convém padecer pelo meu Nome”. (At
20:13;21:ll;2Co 11:23)
Teremos o testem unho de outros a respeito de nosso
ministério; não precisaremos falar (At 9:17); agora
estaremos prontos para ver o novo mundo de Deus (At
9:17); estaremos prontos para ser cheios do Espírito
Santo (At 9:17c); o batismo com o Espírito Santo, para
aqueles com quem Deus tem pressa, pode vir ahtes do
batismo nas águas. Aquele que tentou informar á Deus
a respeito do caráter de Saulo, teve que se humilhar
e, em reconhecimento, chamá-lo de irmão. Quahdo
o testemunho é de Deus, nenhuma fofoca ministerial
poderá sobrepujar esta informação
Atos 9:17: E Ananias foi, e enfrou na
casa, e impondo-lhe as mãos, disse: “Ir­
mão Saulo, o Senhor Jesus, aquele que te
apareceu no caminho por onde andavas,
enviou-me para que tornes a ver e sejas
cheio do Espírito Santo”. (A t22:12, 13; 8=17;
2:4; 4:31}
O processo do discipulado faz cair as escamas que
nos impedem de ver (At 9:18); O batismo que muitas
pessoas recebem em primeiro lugar, foi, na verdade,
o último passo para completar a justiça de Deus em
Saulo (At 9:18c)
504
9:18
Atos 9:18: E logo lhe caíram de seus
olhos como umas escamas, e voltou a ver,
instantaneam ente; e, levantando-se, foi
batizado.
Apregação de Saulo em Damasco: O batismo nas águas é
o testemunho público daquilo que cremos com respeito
à morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Pois ele
veio, cumpriu a Lei e recebeu o poder de vencer a morte
(Rm 10:5), a fim de que não creiamos mais em nossas
próprias obras e, sim, na justiça de Cristo. A seguir, ele
começou a pregar o Evangelho (At 9:19-20). Ficou em
Damasco alguns dias
Atos 9:19: E, tendo se alimentado, forta-
leceu-se. Depois Saulo permaneceu alguns
dias com os discípulos que ora estavam em
Damasco; !At20:20,;
O obreiro abortivo é preparado por Deus em três dias.
Mas há outros que levam quarenta anos, outros que
levam três anos. Dependerá muito de seu desejo de
servir a Deus
Atos 9:20: e, logo entrou nas sinagogas, e
pregava que este Jesus era 0 Filho de Deus.
Saulo em Damasco, na Síria - bem longe de Jerusalém:
Damasco ficanum planalto situado a 690 m acima do
nível do mar e é limitada pela cordilheira anti-Líbano a
oeste e pelo deserto da Síria ao leste. A Antiga Damasco
concentra-se numa extensa Cidade Velha, que abrange o
gigantesco Mercado, sendo a cidade-capital mais antiga
do planeta. Quando houver dúvida do nosso testemunho
sincero, por causa da antiga reputação
Atos 9:21: E estavam atônitos todos aque­
les que o ouviam, e diziam: “Não é este
o que assolava aqueles que invocavam
este Nome, em Jerusalém, e não veio aqui
por isso? Para levar aos tais, aprisionados,
aos príncipes dos sacerdotes?” (A t q.-2; 8:3; a
1:13,23!
Devemos nos fortalecer cada vez mais naquele que nos
transformou. O resultado será a confusão daqueles que
não crêem
Atos 9:22: Saulo, porém, fortalecia-se cada
vez mais, e confundia os judeus que habita­
vam em Damasco, comprovando que Jesus
era o Messias ( “Cristo (A t 18:28]
Em ordem de perseguição mortal: Pedro ejoão, Tiago,
Estêvão e, agora, Paulo
Atos 9:23: Tendo passado muitos dias, os
judeus resolveram, em conselho, matá-lo.
(A t2 3 :l2 ;2 5 :3 )
Mas ainda não havia chegado a hora. Havia grandes
505
Atos 9:26
missões a cumprir
Atos 9:24: Mas a deliberação deles chegou
ao conhecimento de Saulo. E eles vigiavam
as portas de dia e de noite para arrebatar-lhe
a vida. (2 Co u -.22,33)
As portas para os gentios estavam abertas, embora os
judeus de Jerusalém o perseguissem
Atos 9:25: Então os discípulos, tomando-o
de noite, desceram-no pelo muro, dentro
de um cesto.
Paulo conta em suas próprias palavras o que o Dr.
Lucas não escreveu. Gálatas 1:15: “Mas, foi do agrado
de Deus, que me separou desde o ventre de minha
mãe, e me chamou pela sua graça”. E em Gálatas 1:16:
“Revelar seu Filho em mim, a fim de que eu certamente
o pregasse entre os gentios, de imediato, não consultei
carne ou sangue”. Depois de convertido (At 9), Paulo
permaneceu alguns dias em Damasco, viajou para a
Arábia, mas regressou rapidamente para Damasco.
Ali permaneceu três anos. Gálatas 1:17: “Nem subi a
Jerusalém aos que eram apóstolos antes de mim, mas
parti para a Arábia, e voltei de novo a Damasco”. Depois
desse trabalho narrado por Lucas (At 9:19-22), com
muita perseguição levantada pelos próprios ex-colegas
do judaísmo (At 9:23), pois queriam anulá-lo para
que não lhes desse trabalho (At 9:24); isto aconteceu
no espaço de três anos de trabalho em Damasco; ao
terminar esse tempo, Paulo saiu fugido de Damasco num
cesto (At 9:23-25)
Atos 9:26: E, tendo chegado a Jerusalém,
procurava juntar-se aos discípulos; mas to­
dos o temiam, não crendo que fosse discí­
pulo. (At 22:! 7; G! 1:17,18;
Como todos os grandes homens, sempre há uma pessoa-
chave na indicação de seu sucesso: para Naamã, aquela
menina desconhecida; para Paulo, foi Barnabé. Ele foi
dali parajerusalém, e, pelo que lemos, foi um “querer”
com grande ajuda da perseguição (At 9:26). Gálatas
1:18: “Então, depois de três anos, quis subir aJerusalém
para avistar-me com Pedro, com quem estive quinze
dias”. Saulo não significava muito para eles, tanto que
não apareceram. Tiago apareceu para ver quem era
Saulo. Continuava curioso, embora muito mais maduro
e imparcial. Gálatas 1:19: “E não vi nenhum outro dos
apóstolos, senão Tiago, o irmão de nosso Senhor”. Todas
as jornadas de Paulo estão escritas por Lucas em Atos
dos Apóstolos, e nos capítulos finais damos uma lista
completa de cada detalhe. No decorrer dos dias após
a sua chegada ajerusalém, procurava ajuntar-se aos
discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse
um verdadeiro discípulo (At 9:26). Mas Deus levantou
a Barnabé para ajudá-lo. Foi então que Pedro o recebeu
por quinze dias, com a intermediação de Barnabé.
Naqueles dias, Barnabé contou o seu testemunho e
também deu testemunho de seu trabalho em Damasco.
E entrava e saía com os apóstolos. Falou aos gregos que
viviam ali, embora os gregos quisessem matá-lo (At 9:29)
9:27
Atos 9:27: Então Barnabé, tomando-o
consigo, trouxe-o aos apóstolos; e lhes con­
tou como ele vira o Senhor no caminho e
que lhe falara, e como em Damasco falara
ousadamente emnome deJesus. (At i3.-2; 4:36;
0:20.22;
Esteve ali com os apóstolos por algum tempo, mas seu
coração estava com os gentios. Finalmente, os apóstolos
começaram a realizar a obra além de Jerusalém. Por isso,
Saulo não viu quase nenhum dos apóstolos. Eles tinham
saído pelajudéia, Samaria e Galiléia. Igrejas começaram
a ser fundadas em todaajudéia, Galiléia e Samaria. Paulo
iria completar a parte que faltava: até os confins da terra
Atos 9:28: E estava com eles; assim, en­
trava e saía em Jerusalém, pregando com
denodo o nome do SenhorJesus.
Paulo novamente no meio dos gentios, mas os
judaizantes estavam sempre presentes com o intento
de matá-lo
Atos 9:29: Efalava e disputava com os he-
lenistas ( “g r e g o s ”), mas eles procuravam
matá-lo. (At6:1; 11:20;2Co 11:26,1
Os irmãos preferiram aconselhá-lo a ir a Cesaréia e
de lá o enviaram a Tarso, onde ficou por muitos anos
depois de sua conversão (At 9:30). Nesse período,
enquanto Saulo estava em Tarso, a igreja seguia sob
perseguição, embora as igrejas dajudéia, da Galiléia e
de Samaria tivessem paz e fossem edificadas (At 9:31).
Deus estava no controle de tudo. Então, Deus usou os
dispersos anônimos que foram para a Fenícia, Chipre
e Antioquia, mesmo não anunciando aos gentios o
Evangelho. Mas havia entre eles dois varões que tinham
outra mentalidade, os quais queriam a salvação dos
gentios, e entraram em Antioquia e começaram a pregar
aos gregos. Gálatas 1:20: “Nas coisas que vos escrevo,
eis que na presença de Deus testifico, e não minto”, A
narrativa de Paulo aos gálatas, desde o primeiro capítulo
até aqui, dura mais de quatorze anos (At 15:40,41). Em
Gálatas 1:21 -24, ele terminará a narrativa em ordem,
pois, no capítulo dois, voltará a fazer menção retroativa
da sua vinda àJerusalém, para participar do Concílio
descrito em Atos 15, e trazendo consigo a Tito. Mesmo
sem conhecer a sua face, os irmãos queriam conhecê-
lo com alegria. Gálatas 1:22: “Mas não conheciam a
minha face as congregações das igrejas dajudéia, que
estavam em Cristo”. A igreja estava feliz. Os membros
são mais humanos do que muitos ministros. Quando
o assunto é poder, a hospitalidade é deixada de lado.
Gálatas 1:23: “Senão que somente ouviam dizer isto: O
que em outro tempo nos perseguia, agora, prega a fé que,
antes, devastava ”. Mas a igreja tinha a verdadeira visão
dos olhos de Deus. A igreja quer pasto verde. Ela sabe
quando está sendo enganada, quando seus líderes não
oram mais, não buscam a Deus, e quando seus líderes se
assentam no poder. Aigreja quer ver os sinais, e o maior
deles é a salvação de um grande pecador e a sua posterior
A tos 9;35
transformação em um poderoso evangelista. Gálatas
1:24: “E glorificavam a Deus por minha causa”
Atos 9:30: E quando os irmãos conhece­
ramos seus planos, conduziram-no até Ce­
saréia, e dali o enviaram aTarso.
Pedro, enfim, por causa da perseguição, começou a
preocupar-se com a evangelização dajudéia
Atos 9:31: Assim, as igrejas em toda aJu-
déia, Galiléia e Samaria tinhampaz, e eram
edificadas; e andavamno temor do Senhor
e no consolo do Espírito Santo, e iam cres­
cendo.
O ministério de Pedro: Enéias é curado. Lida era uma
pequena cidade no caminho de Jerusalém perto da
cidade litorânea de Jope (hoje chamada Jaffa) .Lida era
uma cidade dajudéia, onde Pedro, agora, pregava
Atos 9:32: E aconteceu que, enquanto
Pedro atravessava por toda parte, desceu
tambémaos santos que habitavamemLida.
(At 9:13)
Jesus ainda não havia começado o seu ministério,
quando Enéias caiu doente em uma cama. Jesus não foi à
sua casa, mas enviou a Pedro
Atos 9:33: E encontrou ali certo homem,
chamado Enéias, que havia oito anos jazia
numleito, porque estava paralítico.
Quem sabe ele tenha ouvido falar de Jesus, tão perto dali.
Agora, chegou o dia da sua resposta à oração. Homens
precisam aprender a fazer a sua cama. Homens precisam
aprender a levantar-se. Que prazer haveria para ele
preparar a sua própria cama! “Volta à tua família, sai da
dependência humana; desfruta a tua vida”
Atos 9:34: Disse-lhe Pedro: “Enéias,Jesus
Cristo te cura; levanta-te e faze a tua cama”.
E ele logo se levantou. (Ats-.ó-. ió.-4,ioj
Aparalisiatiradohomemo poder de desfrutar dos seus
deveres domésticos, de viver moralmente de pé; de
cumprir com as pequenas coisas de sua vida. Asáim é o
homem que perde a autoridade de movimentar-se na
sua casa por causa de algum problema moral. Sua cama
estava em desordem
Atos 9:35: E todos os que habitavam em
Lida e Sarona oviram, os quais se converte­
ramao Senhor, a crs.-iói
Dorcas é ressuscitada. Prefigura as obras sociais: Tabita é
o tipo da pessoa que dificilmente se ouve falar, por causa
das suas obras silenciosas. Tabita vivia em Jope. Seu
nome em aramaico significa “corça”, cujo equivalente
em grego é Dorcas. Sendo discípula, ela fora salva pela
sua fé em Cristo, e mostrava a sua fé pelas suas obras
(Tt 3:8; Tg2:17). Ela é uma mulher de grandes obras,
506
9:36 Atos
e não de grandes pregações. A história de Tabita é
semelhante ao testemunho daqueles que trabalham
e não são notados; é o tipo do obreiro que trabalha e
não é reconhecido, e, por isso, acaba morrendo. Jope é
uma cidade portuária. Tabita poderia terfundado uma
empresa de exportação somente com as suas obras. Mas
ela nasceu para a beneficência. Tabita (Dorcas) estava
cheia de boas obras; Tiago tinha um grande apreço por
ela e ela era sua amiga; Paulo disse que as obras sem fé
são como nada. Mas Tiago, por causa de Tabita (Dorcas),
disse que a fé sem obras está morta. Tiago exaltava as
obras diante dos homens e Paulo exaltava a fé diante
de Deus. Paulo falava da fé vertical e Tiago, das obras
horizontais. Deus quer a sua fé, mas os homens querem
as siíás obras. Tabita (Dorcas) era uma discípula cheia
de boas obras para com os homens. Todos os dias ela
fazia muitas esmolas, mas um dia, ela morreu. A pessoa
q(ue trabalha não pode morrer; os preguiçosos não
fazem falta, mas quem trabalha faz falta. Tabita não pode
morrer. Se Tabita viera morrer, Deus levantará um Pedro
para ressuscitá-la. O inimigo da Igreja sabe quando o teu
cenáculo está vazio, sem fé, sem obras, sem avivamento,
e ele põe as viúvas para chorarem ali. Mas Deus quer
transformar o nosso cenáculo. O nosso cenáculo não é
lugar de funeral
Atos 9:36: E havia em Jope uma discípu­
la chamada Tabita, que em grego é Dorcas
( “g a z e l a ”). Ela abundava em boas obras e
dava esmolas, n T m zio; m -.s-jn ia )
Tabita (Dorcas) é um tipo do primeiro amor; é um tipo do
grande braço da igreja que morreu: a igreja do primeiro
amor. Hoje, dificilmente encontramos uma igreja
cuidando de crianças abandonadas, cuidando de famílias
sofridas; mas encontramos muitas congregações que
ganham almas com o objetivo de aumentar os valores
de seus caixas, com o fim de aumentar a sua economia
para outros fins. Mas houve algo com Tabita: ela morreu
e não quiseram enterrá-la. Mas levaram Tabita a um
lugar especial, diferentemente de Ananias e Safira. Eles
creram que ela não poderia ser enterrada. A Igreja nasceu
com boas obras; errou ao fazer beneficência somente
entre os membros exclusivos de sua congregação, mas a
perseguição chegou para ensiná-los que havia almas em
toda ajudéia, Samaria e até nos confins da terra. Estas
regiões mereciam viver este amor ágape. Desde Atos
2:42, Tabita estava fazendo a obra social. Qual era motivo
que fazia a igreja crescer? Tabita. Ela era uma grande
evangelista entre eles, pela beneficência. Mas aquele
amor foi esfriando. Em Atos 2:47, está escrito que o
Senhor acrescentava almas à igreja por causa do exemplo
de amor entre os irmãos. Tabitas não se enterram! Se
eu tiver somente fé, terei uma sociedade de teólogos
frios nas igrejas, onde o Senhor não deseja acrescentar
almas. As obras de beneficência em amor são uma das
ferramentas para o crescimento da Igreja. Tabita é um
departamento ministerial da igrej ajelaocupaumlugar
alto. Tabita morreu, e quem ficou no seu lugar? As línguas
estranhas, os dons da fé. Nada mais foi feito. Pessoas
necessitam de assistência, mas apenas oramos por elas,
e elas, cheias de fé, baterão nas portas de quem lhes der
507
9:39
comida, mesmo ensinando falsas doutrinas, porque
Tabita está morta. Onde colocaram Tabita? Levaram-na
para o cenáculo, um lugar semelhante ao lugar onde
os apóstolos receberam o Espírito Santo. Aquele lugar
lembrava algo. Lembrava o lugar onde a Igreja nasceu;
ali puseram Tabita. Como ninguém subia mais ao
cenáculo, levaram o seu caixão para lá. A oração que
tremia o lugar havia acabado, amisericórdia e o poder já
não se manifestavam. Se o cenáculo não for mais usado,
será transformado em cemitério de esperanças que
morreram pela frustração. O cenáculo era o lugar onde
se realizava a ceia, e lembrava o local onde os irmãos
receberam o Espírito Santo em Jerusalém. Como manter
Tabita viva? Todos nós devemos voltar ao primeiro amor;
temos de manter Tabita viva; as nossas ofertas mantêm
Tabita viva
Atos 9:37: E aconteceu, naqueles dias,
que ela, adoecendo, morreu; e, depois de
a terem lavado, puseram-na no cenáculo.
(At 1:13)
Esta era a missão de Pedro. Deus o constituiu para
ressuscitar. Quando o assunto é morte, não podemos
demorar. Tabita poderia se decompor
Atos 9:38: E como Lida estava perto de
Jope, os discípulos ouviram que Pedro
estava ali, e enviaram-lhe dois varões, ro­
gando-lhe: “Não tarde emvir ter conosco”.
(At 11:26)
“Levantando-se Pedro, foi tercom eles”. Pedro era
especialista em cenáculo e as viúvas são pessoas que
choram por causa dos ministérios mortos; elas estavam
chorando porque seus maridos morreram, e Dorcas
era a única que as compreendia. As viúvas mostravam
as roupas bordadas por Dorcas. Viúvas ministeriais
lembram as realizações do passado. Mas as viúvas
choravam porque Tabita as sustentava. As viúvas, agora,
estavam desesperadas. É muito caro o preço que se paga
por causa das obras sociais. A igreja silenciou na questão
das boas obras; as boas obras são uma das ferramentas
de crescimento. As viúvas vendiam a produção das mãos
de Dorcas, porque ela fazia o bem às pessoas e os seus
produtos eram incomparáveis
Atos 9:39: Elevantou-se Pedro e veio com
eles; e quando chegou, conduziram-no ao
cenáculo; e todas as viúvas o cercaram,
chorando e mostrando-lhe as túnicas e os
vestidos que Dorcas fizera quando estava
come h s . (At 6:i)
Pedro, fazendo sair a todos e voltando-se para Tabita, tipo
das obras sociais, disse-lhe: “Levanta-te". Ela abriu os
olhos e viu a Pedro, o homem de Deus. E ela se assentou.
O apóstolo veio e, pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-
se para o corpo, ordenou-lhe que se levantasse. Essa foi
uma das poucas vezes que encontramos um homem de
Deus fazendo um milagre de joelhos. As obras sociais hão
9:40
de se levantar como sinal do primeiro amor ressuscitado.
Era necessário que TaJbita ouvisse a voz de autoridade de
Pedro. Eranecessário que Tabita visse aPedro. Quantos
dias, meses e anos fazem que os líderes não visitam as
suas obreiras que fazem obras sociais? Os orfanatos,
as casas de recuperação, as prisões, as creches? Tabita
recebe alento quando Pedro vem para ressuscitá-la
Atos 9:40: Mas Pedro, depois de tê-las feito
sair dolocal, ajoelhou-se e orou; e, dirigindo-
se ao corpo, disse: “Tabita ( “g a z e la levan­
ta-te”. Então, ela abriu os olhos e, quando
viu a Pedro, assentou-se. m 5:41, 42,-M tQ as;
At 7:60j
Como pastores, temos de dar as mãos às pessoas
que querem praticar a beneficência. A beneficência
produz glórias a Deus (2 Co 12:13-15). Necessitamos
de ministros que chamem os membros da igreja para
apresentar-lhes Tabita viva
Atos 9:41: Então Pedro, estendendo a
mão, a levantou. E, chamando os fiéis e as
viúvas, apresentou-a viva. (A t9 .-i3 j
Uma igreja torna-se fria no cenáculo porque perdeu
a disposição de fazer beneficência, porque a sua
Dorcas morreu com o seu Pentecostes. Dorcas não
é um departamento do governo federal, mas é uma
manifestação dequeoprimeiroamor ainda vive na igreja.
Entregar Dorcas ao cenáculo é entregar as obras sociais
ao Governo, sendo que esta é uma responsabilidade de
quem ama o Cristo que está nu, faminto, preso, forasteiro
e com frio nas pessoas que sofrem
Atos 9:42: Eisto se tornou conhecido por
toda a cidade de Jope, e muitos creram no
SenhOT. (Jo 11:45; 12:11/
Deus estava tratando com Pedro. Estar na casa de um
curtidor era tudo o que ele jamais desejou na vida. Não
queria estar perto de animais mortos, sentindo um
cheiro nada agradável; então, começou a fazer jejum.
Mas algo sobrenatural estava para acontecer: ele teria
uma visão provavelmente baseada nos mesmos animais
que ele vira curtir, e que considerava imundos. Um
chamado missionário lhe estava sendo oferecido, antes
de ser dado a outro: Paulo
Atos 9:43: Pedro ainda permaneceu mui­
tos dias emJope, na casa de Simão, chama­
do o curtidor. íauo.-ói
Atos, capítulo dez (10)
A visão e a conversão de Cornélio. Cesaréia, a capital
romana na Judéia, porto marítimo mais conhecido, que
ficava na costa. Cesaréia era a sede do governo romano
para a região da Palestina, e lá vivia o centurião Cornélio.
A coorte era um regimento do exército romano que
correspondia à décima parte de uma legião, composta de
voluntários italianos de grande confiança do imperador.
508
Atos io :2
Ali estava uma legião composta de seis mil homens sob
o comando de Cornélio. Cesaréia desempenhou um
importante papel no início da história do Cristianismo.
Foi ali que se realizou o batismo do centurião romano
Cornélio e de lá o apóstolo Paulo, partiu para a sua
viagem pelo Mediterrâneo, e onde foi preso e enviado à
Romapara julgamento (At23:23,24)
Atos 10:1: Vivia em Cesaréia um homem
chamado Cornélio, centurião da coorte de­
nominada italiana, '
Características de Cornélio: (1) piedoso, mas não bastava
ser piedoso, deveria adicionar à piedade o amor fraternal
(2 Pe 1:7); (2) temente a Deus com toda a sua casa, mas
não bastava ser temente a Deus sem a manifestação
principal (Dt 14:23); (3) fazia muitas esmolas ao povo,
mas não bastava dar ofertas ao povo sem dar o seu
coração a Deus; (4) de contínuo orava aDeus, mas não
bastava orar a Deus sem conhecer a Cristo
Atos 10:2: piedoso e temente a Deus, com
toda asua casa, o qual fazia muitas esmolas
ao povo, e orava a Deus continuamente,
(At 10:22,35)
Os anjos são de natureza espiritual, de essência
espiritual, e foram criados eternos. Não são oniscientes
nem possuem nenhum atributo divino, não são deuses.
Não devem receber adoração. Muito tempo atrás,
Deus se manifestou neles para se revelar aos homens.
É por essa razão que vemos Cristo revelado no Antigo
Testamento como Anjo do Senhor. Hoje, Deus já não
utiliza esse tipo de manifestação, porque Jesus já
assumiu o corpo humano definitivamente. Os anjos
foram criados distintos dos homens. Os homens foram
criados depois dos anjos, mas com algumas diferenças.
(1) Os anjos foram criados imortais e eternos. Como
se eles já tivessem comido da árvore da vida. Por isso,
quando pecaram, se tornaram pecadores eternos. (2) Os
homens foram criados mortais. Antes de comerem da
Árvore do conhecimento bem e do mal, eram mortais.
Somente se comessem daÁrvore da Vida, teriam o
privilégio de ser imortais. Mas, por causa do pecado,
Deus não podia permitir que comessem do fruto da
Árvore do conhecimento do bem e do mal, para evitar
que se tornassem pecadores eternos (Gn 3:22). (3) Os
anjos possuem corpos espirituais. Os homens ppásuem
corpos físicos. Nenhum anjo pode habitar na Terra sem a
permissão de Deus. Nenhum anjo pode mover qualquer
coisa no mundo físico sem a expressa autorização de
Deus. Este domínio foi dado aos homens por causa do
corpo humano. O corpo humano é o passaporte para
estar na Terra. Qualquer atuação na Terra sem esta
autorização é ilegal. O corpo do homem é a porta de
entrada ao mundo físico. Por isso, os demônios querem
dominá-los através da possessão demoníaca, porque ao
homem foi dado o domínio do mundo físico. (4) Nenhum
anjo pode estar na Terra sem a permissão de Deus.
Todos os anjos caídos que estiverem na Terra, estarão
nela ilegalmente. Por isso, diz-se que estão fora do seu
domicílio, que é a Região Celestial. (5) Qualquer anjo
caído que vive fora de seu domicílio está sujeito a ser
10:3
enviado ao Abismo. (6) Nenhum anjo de Deus sabe, por
sua própria experiência, o que é fé. Eles vivem por vista,
pelo que vêem. Aqui está a grande diferença e a razão
pela qual eles respeitam a cada servo de Deus que vive
pela fé. (7) Nenhum anjo caído pode nascer de novo.
Este é um privilégio que somente os homens que vivem
na terra podem ter. O novo nascimento somente poderá
ocorrer enquanto o homem viver em seu corpo humano.
(8) Nenhum anjo pode dizer que tem o privilégio de ter
nascido de novo. Este privilégio somente podem ter os
homens que crêem em Jesus Cristo como seu Salvador
pessoal. (9) Os anjos são espirituais, de essência
espiritual. (10) Eles são diferentes da constituição dos
homens. Os homens têm corpos físicos e eles, corpos
espirituais, sendo capazes de se transformarem em
objetos ou animais. (11) Criados eternos. Não foi uma
gíande vantagem para os anjos terem sido criados
imortais, antes de decidir, na rebelião do Luzeiro, a
sua eleição. (12) O homem e os anjos. Os anjos são
superiores aos homens, mas em muitos aspectos os
homens são superiores aos anjos. (13) A salvação dos
anjos. Os anjos eleitos não passarão jamais por qualquer
circunstância que os faça perder a sua eleição. Este
direito lhes foi outorgado no dia em que elegeram o
Capitão dos exércitos do Senhor, na ocasião da rebelião
do Luzeiro. Os anjos caídos, por sua natureza, já se
tornaram pecadores eternos, ao assumirem a condição
de malignos, conforme temos estudado. Como a
personalidade dos anjos está em seu espírito, isto é, sua
natureza psicológica reside no seu espírito enãoem sua
alma, eles não têm espaço para a habitação do Espírito
Santo. Eles têm vida eterna, mas longe de Deus. (14)
O comportamento dos anjos (1 Rs 22:22). Os anjos se
confundem quando há disputa entre o mesmo corpo
de profetas e ministros. Para não executarem ordens
confusas, deixam de executá-las. Eles não entendem por
que temos o Espírito Santo e, mesmo assim, há discórdia
entre nós
Atos 10:3: Um dia ele viu claramente em
visão, quase à hora nona ( “q u in z e h o ra s ”),
um anjo de Deus que se dirigia para ele,
dizendo: “Cornélio!” (At9:w;3:i;s:i9)
O altar da memória diante de Deus recebe as ofertas que
ainda serão processadas, mas, antes, o seu ofertante
precisa cumprir alguma coisa (Mt 5:23,24). Se temos um
problema com algum irmão para ser resolvido, a oferta
deverá ficar no altar da memória, até ser resolvido. A
oferta que ficava no altar da memória não era contada
com as outras, pois estqva em espera. Da mesma forma,
as orações: eram ouvidas, mas aindanão respondidas.
Aconteceria como Jesus disse ao jovem rico: “Falta-te
alguma coisa”
Atos 10:4: Este, fitando nele os olhos, e
muito atemorizado, perguntou: “Quemés,
senhor?” Então, o anjo lhe respondeu: “As
tuas orações e as tuas esmolas têm subido
como memorial diante de Deus. (At3.-4;Ap8:4;
M26.-13)
509
Atos 10:9
Será concedido a Pedro a grande oportunidade de
realizar o ministério entre os gentios. Jope, hoje, é Jaffa,
uma antiga cidade portuária de Israel, que é tida como
uma das mais antigas do mundo. A partir de 1950 foi
incorporada a Tel-Aviv. Assim como Cristo se revelou
a Saulo como a grande oportunidade de sua salvação, o
anjo foi a revelação da grande oportunidade da salvação
de Cornélio. Mas Cristo não pregou o Evangelho a Saulo,
nem o anjo a Cornélio; pois eram apenas a manifestação
da grande oportunidade de serem salvos. Agora, eles
precisavam encontrar os meios: Saulo, a Ananias, e
Cornélio, a Pedro. Neste segundo encontro, a salvação
de cada um seria completada se eles cressem por
intermédio dos meios que lhes foram apresentados. Isto
ainda acontece hoje, com todas aquelas pessoas que, em
sinceridade, pensam estar prestando um serviço a Deus,
mas ainda estão no erro. Deus, então, oferece-lhes a
grande oportunidade e indica-lhes os meios de salvação
Atos 10:5: Agora, pois, envia homens a
Jope, e manda chamar a Simão, cujo sobre­
nome é Pedro.
O meio da salvação de Cornélio estava sendo preparado
na casa de um curtidor que, naquele tempo, era
considerado imundo pela comunidade dos fariseus e por
outros grupos. Mas ali, entre animais mortos que eram
curtidos e exportados, estava Pedro, sendo preparado
por Deus para um convite sobrenatural: o ministério
entre os gentios
Atos 10:6: Ele está hospedado com um
certo Simão, curtidor, cuja residência está
junto ao mar. Ele te dirá o que deves fazer”.
(At 9:43)
Homens piedosos se cercam de pessoas domésticas e
piedosas
Atos 10:7: Assimque o anjo que lhe falava
retirou-se, Cornélio chamou dois dos seus
domésticos e a um piedoso soldado dentre
os que o assistiamcontinuamente,
Homens domésticos e piedosos são bons missionários
que vão em busca da salvação de seu senhor
Atos 10:8: e, depois de ter-lhes contado
tudo, enviou-os aJope.
A visão de Pedro. Enquanto os enviados piedosos e
domésticos estavam a caminho, já perto, Deus começou
a revelar a Pedro o seu ministério entre os gentios.
Pedro estava em jejum: o mau cheiro daquele lugar o
importunava. Já era quase meio-dia
Atos 10:9: No dia seguinte, estando eles a
caminho, e aproximando-se da cidade, Pe­
dro subiu ao eirado para orar, quase à hora
SeXta ( “d O Z eh o ra s”). !AtU:5-l4;Mt24:17)
Deus estava trabalhando simultaneamente com ele e
com os enviados de Cornélio. O êxtase é algo comum
io : ío
para quemestáemplenojejum.Ojejumpropiciavisões
e revelações. A fome natural de Pedro equivalia à fome
espiritual de Cornélio. O êxtase era a porta aberta para
entrar nas revelações de Deus (2 Co 12:1 -3)
Atos 10:10: Tendo fome, quis comer; e,
enquanto lhe preparavam a comida, veio
sobre ele um êxtase; (Atii:5;22:i7)
O céu aberto enviava uma notícia. O grande lençol era
o mundo dos gentios; era o prato oferecido por Deus
a Pedro. Ao ser baixado pelas quatro pontas, revelava
os quatro pontos cardiais do mundo. Estavam em
um lençol para serem servidos sobre a mesa de seu
coração missionário
Atos 10:11: e viu o céu aberto e um reci­
piente descendo, como um grande lençol
que, pendendo de suas quatro pontas,
baixava sobre a terra, (At7:56;AP i9 : in
No grande lençol estavam todos os animais descritos
em Deuteronômio como impuros para ser comidos.
Aqueles animais eram os gentios da terra que estavam
prontos para receber o Evangelho do Reino de Deus.
Observe que eram somente quadrúpedes, répteis e
aves do céu
Atos 10:12: no qual havia toda classe de
quadrúpedes e de répteis da terra, e de
aves do céu.
Pedro deveria matá-los e prepará-los para comer.
Estava nas suas mãos a grande bênção de pregar aos
gentios. Saulo, nesse momento, já recém-convertido,
passou por Cesaréia (At 9:30). Mas Deus ainda não
dera a Paulo o ministério dos gentios, por causa de
Pedro
Atos 10:13: E ecoou uma voz que lhe
dizia: “Pedro, levanta-te, mata e come”.
A sua primeira rejeição ao ministério dos gentios
(At 11:19)
Atos 10:14: Ao que Pedro respondeu,
dizendo: “De maneira nenhuma, Senhor;
porque nunca comi coisa alguma comum
OU imunda”. (Lv 11:4; At 9:5;Lv20:25;Dt 14:3,7;Ez
4:14)
A sua segunda rejeição ao ministério dos gentios
Atos 10:15: E, pela segunda vez, a voz
lhe falou: “Aquilo que Deus purificou, tu
não o chames de comum”. (At io:28; m is.-ii;
Rm 14:14,17,20; 1 Co 10:25; 1 Tm 4:4; Tt 1:15)
O ministério foi recolhido e o lençol seria dado a outro:
Saulo. O orgulho sutil de Pedro - ao lembrar-se do
lençol que ele rejeitou (At 15:7-14)
Atos 10:16: E isto aconteceu por três
510
Atos i 0:22
vezes; e logo foi o recipiente recolhido
ao céu.
Os enviados de Cornélio chegaram à casa de Simão em
busca de Pedro. O primeiro animal: uma ave romana
Atos 10:17: E, enquanto Pedro refletia so­
bre o que seria aquela visão que havia tido,
eis que os homens enviados por Cornélio
perguntavampela casa dç Simão, e estavam
parados no átrio da casa. (At io.-3)
Para eles, era umahospedaria; para Pedro, uma
base missionária
Atos 10:18: E, chamando, averiguavam
se Simão, que tinha por sobrenome Pedro,
estava hospedado ali.
O Espírito Santo estava ali, assistindo a tudo. Pedro
conhecia a sua voz, mas o Espírito Santo queria que
ele aprendesse a discernir por si mesmo; mas a
dúvida pairava em seu coração, por causa da igreja em
Jerusalém e dos judaizantes que ali faziam o seu ninho.
Aquilo incomodava muito a Pedro, que vivia um grande
dilemaem sua vida. O Espírito Santo o admoestou
duramente: “Sem duvidarde nada”
Atos 10:19: E, enquanto Pedro ainda me­
ditava sobre a visão, disse-lhe o Espírito:
“Eis que três homens te procuram. (Atu-.iz)
O Espírito Santo sabia o que estava acontecendo com
Pedro, desde quandojesus lhe disse: “Cuidado com o
fermento dos fariseus" (At 11:19)
Atos 10:20: Levanta-te, pois, desce, e vai
com eles, sem duvidar de nada; porque a ti
eu os enviei”, (a u s -j)
O lençol foi recolhido, mas umaavezinha romana ficou.
Pedro, agora, tinha os meios de salvação de Cornélio
Atos 10:21: Pedro desceu ao encontro
desses homens, e disse: “Eis que eu squ a
quem buscais; qual é a razão por que estais
aqui?”
Mais qualidades de Cornélio são destacadas
Atos 10:22: E eles responderam: “Cor­
nélio, o centurião, varão justo e temente
a Deus, que goza de bom testemunho de
toda a nação dos judeus, foi revelado por
umsanto anjo que te chamasse à sua casa e
ouvisse as tuas palavras”. (Atio:2;ii:i4)
Como Deus prepara o coração de um homem cheio de
legalismo para realizar uma obra fora de seus próprios
padrões: na casa de um curtidor, dormindo no mesmo
teto com os romanos que levaram o seu Senhor à
10:23
cruz, sob aquele mau cheiro de animais mortos, com
uma visão que não lhe calava. Alguns irmãos de Jope
foram com eles - eram judaizantes da circuncisão e
exclusivistas, como a maioria dos irmãos da igreja em
Jerusalém (At 11:19)
Atos 10:23: Pedro, então, convidou-os
a entrar e os hospedou. No dia seguinte,
levantou-se e partiu com eles; e certos ir­
mãos, dentre os deJope, o acompanharam.
(At 10:45; 11:12)
A visita de Pedro a Cornélio: os italianos! Eis aí os
italianos, os primeiros a ouvir pela boca de Pedro
â mensagem do Evangelho do Reino de Deus. O
evángelismo realizado em casas é um dos meios mais
eficazes de crescimento de uma congregação e um forte
instrumento de salvação de almas. Nenhum outro meio
de evángelismo é mais eficaz e eficiente do que os cultos
domésticos
Atos 10:24: Um dia depois, entraram em
Cesaréia. E Cornélio os esperava, tendo
reunido os seus familiares e amigos impor­
tantes.
Ele, como todo novo converso, tinha um coração
quebrantado. Mas nem o anjo recebeu ou exigiu sua
adoração, quanto mais Pedro!
Atos 10:25: Quando Pedro entrava, Cor­
nélio saiu ao seu encontro e, inclinando-se
a seus pés, o adorou.
Nem a posição nem a pessoa do ministro de Deus lhe dá
o direito de ser adorado por homem algum
Atos 10:26: Mas Pedro o levantou, dizen­
do: “Levanta-te, porque eu também sou
homem como tu”. (At 14:15;24:14,15;Ap 19:10)
O grande milagre: um galileu entrar na casa de um
gentio, e ainda romano. Eis o primeiro culto na casa de
um gentio
Atos 10:27: E, conversando com ele, en­
trou, e viu que ali havia reunido a muitos;
Pedro, vivendo a sua maior crise ministerial, sob o poder
de uma revelação, considerou a palavra que lhe foi dita
no terraço da casa de Simão. Entendeu perfeitamente o
significado da visão recebida
Atos 10:28: então disse-lhes: “Vós bem
sabeis que não é lícito para um judeu rela­
cionar-se ou achegar-se a estrangeiros; mas
Deus me mostrou que não devo chamar
comum ou imundo a homem nenhum: /jo
4:9; 18:28;At 11:3; 15:8,9)
Sob a palavra de exortação do Espírito Santo, como
ele ousaria opor-se? Afinal, foi o Espírito Santo que o
511
Atos 10:34
autorizou avir
Atos 10:29: pelo que, aoser chamado, vim
semreplicar. Agora, pois, eu pergunto: Sob
que palavra me mandastes chamar?”.
Como Jesus experimentou, quando se dirigiu até
Betânia, na morte de Lázaro: quatro dias de grande
luta interior; assim Pedro chegou à casa de Cornélio.
E Cornélio começou a relatar com exatidão o seu
testemunho, sem esquecer hora, situação, a presença do
anjo, suas vestes, e o que lhe foi dito
Atos 10:30: ECornélio disse: “Quatro dias
atrás eu estava em jejum e oração até esta
hora; e eis que na nona hora um varão se
deteve diante de mim com vestiduras res­
plandecentes,
(At l:10;Mt28:3;Mc 16:5; Lc24:4)
Atos 10:31: e disse: Cornélio, atua oração
foi ouvida, e as tuas esmolas estão em me­
mória diante de Deus.
Ao ouvir isso, Pedro, naturalmente, lembrou dos
detalhes sincronizados de tudo o que lhe acontecera
Atos 10:32: Envia mensageiros a Jope e
manda chamar Simão, cujo sobrenome
é Pedro; ele está hospedado junto ao mar
em casa de Simão, curtidor. Ele, vindo, te
falará.
A responsabilidade agora estava com Pedro. O que lhe
foi ordenado pelo Senhor não era uma tarefa fácil, nem
ele estava muito disposto a realizar. Vivendo o grande
dilema de Jonas - pregar aos gentios - o qual, do mesmo
lugar onde estava -Jope - , fugiu para Társis, Pedro
começou a falar aos gentios (Jn 1:3), tentando fugir, na
sua alma, mas sem poder, principalmente porque estava
acompanhado dos judaizantes que eram seus amigos (At
10:45), os quais criam na circuncisão
Atos 10:33: Portanto, enviei quem te
chamasse, e fizeste uma bela ação em vir.
Agora, pois, todos estamos aqui, diante da
face de Deus, para ouvir tudo quanto te foi
ordenado da parte do Senhor.
Enfim, o sermão de Pedro a Cornélio: Ele pregou
lembrando-se dos animais do lençol e dos
outros mortos na casa de Simão, o curtidor
Atos 10:34: E Pedro, abrindo a sua boca,
disse: “Na verdade, reconheço que Deus
não faz acepção de pessoas; (D tio:i7; R m 2 :ii;E f
6:9; C13:25; 1Pe 1:17)
A promessa de Deus a Abraão era abençoar todas as
famílias da terra (Gn 12:3)
10:35
Atos 10:35: senão que, em qualquer na­
ção, aquele que teme ao Senhor e pratica a
justiça, é aceito por ele.
Atos 10:36: Esta é apalavra que ele enviou
aos filhos de Israel, anunciando o Evange­
lho da paz porJesus Cristo, que é o Senhor
de tOdOS. íls57:19;Mt28:18;Rm 10:12;Ef1:20,22)
Pedro se referia ao ministério de Jesus, o qual começou
a ser pregado na Galiléia. Mas, agora, o Evangelho havia
começadoemjerusaléme, vagarosamente, estava
sendo pregado na Judéia e na Galiléia, mas os confins da
terra ainda esperavam. O preconceito ainda era enorme
e Pedro vivia este mesmo dilema. Pedro faz diferença
entre o batismo de João, a quem havia servido como
discípulo, e o de Cristo
Atos 10:37: Vós sabeis que esta palavra foi
proclamada por toda aJudéia, começando
pela Galiléia, depois do batismo pregado
porjoão;
Pedro apresenta a Cristo, o nazareno, como ungido de
Deus com o Espírito Santo (Is 61:1,2), dado testemunho
dos seus milagres de cura e de libertação dos demônios
e da presença de Deus na sua vida
Atos 10:38: como Deus ungiu aJesus de
Nazaré com o Espírito Santo e com poder,
o qual andou fazendo o bem e curando a
todos os oprimidos do diabo, porque Deus
era COmele. (LE4:18;At2:22;]o3:2)
Pedro se revela como testemunha de Cristo do seu
ministério, da sua morte na cruz e da sua ressurreição
dentre os mortos. Nenhuma mensagem pode deixar de
revelar o Calvário e o preço da salvação:
o sangue de Jesus derramado em favor do homem
Atos 10:39: E nós somos testemunhas
de tudo o que fez, tanto na terra da Judéia
como em Jerusalém; ao qual mataram,
pendurando-o na cruz. (Hc24:48; A t s m
Nenhuma mensagem pode deixar de falar do poder da
ressurreição de Cristo, nem de seu cumprimento ao
terceiro dia
Atos 10:40: A este Deus ressuscitou ao
terceiro dia, e operou para que se manifes­
tasse, (At 2:24)
A sua manifestação durou quarenta dias: a cronologia
das aparições de Cristo nos Evangelhos em um espaço
de tempo de quarenta dias. Ver Atos 2:31
Atos 10:41: não a todo o povo, mas às
testemunhas que, anteriormente, Deus
escolhera: anós, que comemos e bebemos
512
Atos 10:45
juntamente com ele, depois que ressus­
citou dentre os mortos; (At t3-.3i-.io i4-.i7,22;
21:13)
No meio da sua mensagem ele revela o seu
exclusivismo, que somente pode ser visto nas palavras
originais em grego: “Povo por excelência”. Mas, ainda
assim, devemos entender que toda mensagem deve
revelar o juízo reservado a todos os homens, vivos ou
mortos. Toda mensagem deve revelar que existe vida
após a morte.
Atos 10:42: ele nos mandou pregar ao
povo e testificar que este é o que foi cons­
tituído por Deus como juiz dos vivos e dos
mortos. (.2 Tm 4:1; Mt 28:19,20; Rm 14:9; 2 Co 5:10;
1Pe 4:5)
Toda mensagem deve revelar que o que vem os é
o cumprimento daquilo que os profetas de Deus
anteriormente falaram. Toda mensagem deve revelar
os meios para o perdão e remissão dos pecados. Toda
mensagem deve revelar que a fé é o primeiro elem ento
para receber a remissão (perdão mediante um preço
pago) dos pecados; e o preço não é prata nem ouro,
mas o sangue de Jesus Cristo, que foi derramado na
cruz do Calvário
Atos 10:43: Arespeito dele todos os profe­
tas testificam: pelo seu Nome todo aquele
que nele crê receberá a remissão dos peca­
dos. (At 13:38; Is 53:11; A! 26:22; 15:9;Rm 10:11; G13-.22)
O batismo de Cornélio. Toda mensagem deve ser
pregada com sinais do derramamento do Espírito
Santo, resultado da comunicação com intrepidez
da mensagem do Evangelho, que alcança a todos os
ouvintes
Atos 10:44: Enquanto Pedro ainda falava
estas palavras, o Espírito Santo foi derrama­
do sobre todos os que ouviam a palavra. (At
11:15;4:3I;8:I5,16; 15:8)
Os crentes que eram da circuncisão, que serão
bombardeados depois por Paulo, em Gálatas,
responsáveis por impedir que Pedro desenvolvesse o
seu ministério entre os gentios, estavam ali e se faziam
amigos de Pedro, os quais foram o fruto da permanência
de Pedro emjerusalém depois do Pentecostes. Toda
mensagem deve ser pregada sem temor de agradar
a uns e causar escândalos a outros, principalmente
quando se refere à verdadeira doutrina de Cristo, entre
elas, o santo batismo com o Espírito Santo
Atos 10:45: E todos os fiéis que tinham
vindo com Pedro, que eramda circuncisão,
maravilharam-se de que também sobre os
gentios se derramasse o dom do Espírito
SantO; (Atl0-.23;ll:18)
10:46
O primeiro batismo com o Espírito Santo registrado
entre os gentios foi recebido pelos membros da
coorte italiana, em Cesaréia. Em Jerusalém eles
testemunharam, em Cesaréia eles foram registrados
oficialmente. Aqui mostra o batismo com o Espírito
Santo sendo dado no meio da pregação, antes do
batismo nas águas, entre os gentios, diante dos
judaizantes, diante dos criadores de problemas na
doutrina, entre os romanos, e com o sinal do falar em
línguas e estas magnificando a Deus, isto é, eram línguas
que cultuavam, e não apenas línguas faladas ao vento
Atos 10:46: porque os ouviam falar em
língq-ás e magnificar a Deus. Então Pedro
respondeu:
Ainda hoje se proíbe a água para muitos, porque a
tradição religiosa herdou dos antigos judaizantes
muitas mazelas doutrinárias que adiam o batismo
nas águas. Mas sabemos, por meio de confirmação
textual inquestionável, que as pessoas eram batizadas
imediatamente após a sua confissão de fé, no momento
de seu novo nascimento; mas os homens criaram
muitos modismos para, inconscientemente, negar a
água do batismo a muitos. Mas Deus tem levantado
alguns Pedros que pregam a verdade, não obstante
estarem diante dos “crentes da circuncisão”, isto é, que
valorizam mais as obras mortas do que a fé em Deus
Atos 10:47: “Estes também, como nós,
receberam o Espírito Santo. Alguém, por­
ventura, poderia recusar-lhes a água para
que não sejam batizados?” (A tii:i7 ; i5:8;8:36)
Os apóstolos usam a frase “em nome do Senhor
Jesus” para se diferenciarem daqueles que, nos
mesmos dias, pregavam que o batismo de João era o
verdadeiro batismo. Eles viviam desfazendo aquilo
que os apóstolos faziam. “Em nome do Senhor Jesus”
era para deixar claro que tipo de batismo estavam
administrando. Pois o batismo dejoão perdeu o seu
valor a partir do momento em que Jesus morreu na
cruz, já que o antítipo era maior que o tipo (Mt 3;ó).
João batizava no deserto para restaurar a doutrina do
batismo, que havia sido esquecida assim que o povo
entrou na terra da promessa. A doutrina do batismo foi
restaurada por João, assim como a doutrina da Ceia do
Senhor foi restaurada por Cristo com a reintrodução do
pão e do vinho, segundo a ordem de Melquisedeque,
que recebeu a revelação de Noé (Gn 8:20,21; 9:20).
Os discípulos de Jesus foram todos batizados por
João, em nome dejoão, em nome de Moisés. Jesus
não desconsiderou o batismo de nenhum deles, nem
ordenou-lhes que se rebatizassem somente porque não
haviam sidos batizados em nome de Jesus, ou em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele considerou o seu
batismo, pois todos apontam para o batismo original
da cruz. Pelo contrário, os seus discípulos eram os
que batizavam, e o próprio Jesus não batizava, porque
aquele batismo era feito em Cristo, logo o batizador
deveria ser outro, tipificando a pessoa de Cristo, pois ele
mesmo não batizava (Jo 4:1 -3). Assim, ele batizava mais
discípulos do que João. Os discípulos não batizavam
513
A tos 11:3
porque eram diáconos ou auxiliares, mas porquejesus
era o elemento em que, pela fé, os fiéis eram batizados.
Nós somos batizados em Cristo pelo ministro que
representa o Espírito Santo. Este foi o maior batismo
do Novo Testamento. Pedro acrescenta algo novo após
a remissão de pecados, o dom do Espírito Santo. Ele
faz alusão ao batismo dejoão Batista, mas acrescenta
algo. Usa a frase “em nome do Senhor Jesus” para
diferenciar o tipo de batismo e mostrar sob que nome
a ordem foi dada. Os dias nos quais Pedro ficou com
eles foram suficientes para apresentar-lhes a doutrina
do Evangelho, que se divulgaria de forma maravilhosa
entre os romanos e os da casa de César
Atos 10:48: E ordenou que eles fossem
batizados emnome do SenhorJesus. Então
lhe rogaramque permanecesse ali comeles
por alguns dias. (1 Co }:17;At2:38;8:16;19:5)
Atos, capítulo onze (11)
Pedro defende a evangelização dos gentios e ocorre
o nascimento da igreja em Antioquia. Os irmãos de
Jope que foram com Pedro eram fofoqueiros e logo
anunciaram aos irmãos da igreja exclusivista de
Jerusalém o que Pedro havia feito. Eis a razão por que
Paulo advertirá a Pedro de sua hipocrisia (G12:13,14)
Atos 11:1: E, ouviramos apóstolos e os ir­
mãos que estavam por toda a Judéia, que
também os gentios haviamrecebido a pala­
vra de Deus.
Os irmãos de Jope logo anunciaram aos judaizantes
de Jerusalém que Pedro, agora, estava pregando
aos incircuncisos. Quem havia feito de Cristo o
exclusivo senhor dos judeus? Deus quis evitar que isso
acontecesse, mas os apóstolos demoraram muito em
Jerusalém, depois do Pentecostes. Assim como muitos
egípcios se juntaram ao povo de Israel, no Êxodo,
sacerdotes do templo se convertiam de fachada para criar
problemas, assim como ocorre hoje, muitos se infiltram
no meio do povo de Deus para causar escândalos. Esses
homens, do grupo da circuncisão, hão de amputar o
poder evangelístico de Pedro (G12:13,14). O lençol das
missões mundiais deverá ser entregue a outro
Atos 11:2: E, quando Pedro subiu a Jeru­
salém, os fiéis da circuncisão contenderam
contra ele, (Atio-ASj
Os falsos irmãos dejope também estavam com Pedro na
casa do curtidor. Isto não era ilegal, a seus olhos?Jesus
tinha avisado a Pedro: “...Te levarão aonde não queres
ir” (Jo21:18). No texto original, a palavra incircunciso
está escrita assim: “varões com prepúcio”
Atos 11:3: dizendo: “Tu te associaste com
varões com prepúcio e comeste com eles”.
(At 10:28; Cl2:12}
O testemunho diplomático de Pedro. Aqui, vemos a arte
11:4
da homilia: colocar os acontecimentos em ordem
Atos 11:4: Pedro, então, começou a expor
os acontecimentos por ordem, dizendo:
(Lc 1:3!
Agora ele sabia que o lençol significava o ministério dos
gentios aos quatro cantos da terra
Atos 11:5: “Eu estava orando na cidade de
jope e, em êxtase, tive uma visão: Descia
um recipiente, como um grande lençol,
pendente do céu pelas quatro pontas, e
aproximou-se de mim. /At io.-9-32j
Pedro acrescentou: répteis. Alguns répteis
intragáveis hão de aparecer
Atos 11:6: E, fitando nele os meus olhos,
contemplei e vi animais terrestres: quadrú­
pedes, feras, répteis e aves do céu.
A ordem vinha de cima, embora ele tivesse, à sua
disposição, a voz do Espírito Santo dentro dele. Era a voz
de Cristo
Atos 11:7: E ouvi também uma voz que
me dizia: Pedro, levanta-te, mata e come.
Primeira recusa ao seu chamado aos gentios
Atos 11:8: Mas eu respondi e disse: “De
maneira nenhuma, Senhor; porque jamais
entrou na minha boca qualquer coisa co­
mum e imunda”.
Ele novamente a recusou
Atos 11:9: Mas a voz respondeu-me do
Céu, pela segunda vez: Aquilo que Deus
purificou, não o chames tu de comum. (At
10:15)
Como ele havia negado três vezes a Cristo,
agora nega três vezes o ministério dos gentios.
Muitos têm sido chamados, mas a oportunidade deles
tem sido recolhida ao Céu e dada a outros
Atos 11: 10: Eisto sucedeu por três vezes; e
imediatamente tudo foi recolhido ao céu.
Homens piedosos e domésticos da casa de Cornélio
Atos 11:11: E eis que, naquele mesmo
instante, três homens pararam em frente
à casa onde estávamos, os quais me foram
enviados de Cesaréia.
Aqui, ele aponta os judaizantes que foram com ele -
sabendo que entre eles havia um caluniador
Atos 11:12: E o Espírito me disse que eu
fosse com eles, sem duvidar de nada; e
514
Atos 11:17
também estes seis irmãos foram comigo e
entramos na casa daquele homem. (At8:29;
15:9; 10:23j
Aquele que para Cornélio foi um Anjo, para Paulo foi o
próprio Jesus, e para o eunuco da rainha de Candace foi
o livro do profeta Isaías. O meio que para Cornélio foi
Pedro, para Paulo foi Ananias, e parao eunuco etíope
foi Filipe
Atos 11:13: E ele nos contou como vira um
anjo em sua casa, que estava em pé e lhe disse­
ra: Envia mensageiros ajopeemanda chamar
a Simão, cujo sobrenome é Pedro, (At i gaios
O Evangelho busca restauração de famílias inteiras. A
salvação é para toda a família. Toda a casa será fortalecida
em todas as áreas quando a família for salva
A tos 11:14: o qual te dirá palavras pe­
las quais serás tu salvo, e toda a tua casa.
(At 16:31}
O Espírito Santo veio com Pedro e em Pedro. Sua
mensagem saiu de seu coração da mesma forma como
o Espírito Santo fluiu sobre todos ali. Como estamos
precisando desse derramamento ocorrido no princípio,
quando o primeiro amor absorvia e se transformava em
combustão ministerial para grandes ousadias, para a glória
de Deus
Atos 11:15: E, ao começar a falar, foi derra­
mado sobre eles o Espírito Santo, assim como
foi derramado sobre nós, no princípio. (At2:3-,
10:44)
Pedro se lembrou em parte, pois faltou “fogo” (Mt3:11)
da mesma forma como disse “do meu Espírito”, em lugar
de “o meu Espírito” (J12:28), o que é muito comum nos
oradores de improviso
Atos 11:16: E lembrei-me da palavra do
Senhor, e de como disse: João, na verdade,
batizou com água; mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo. (Mt3:ii;At us-jo 1:20,33;n
2:28; 3:18)
Se Deus dera o seu Espírito, quem era Pedro para negar-
lhes a água do batismo, resistindo a Deus? Os crentes da
circuncisão ficaram envergonhados. Mas não descansarão
com isso
Atos 11:17: Ora, se, semelhantemente,
Deus lhes concedeu 0 mesmo dom que
também nos deu, depois de crermos no Se­
nhor Jesus Cristo, quem era eu para resistir a
Deus?” (At 15:8; 10:45,4/)
O fermento dos fariseus havia contaminado a
muitos deles
11:18
Atos 11:18: Ao ouvirem estas coisas, ca-
laram-se e glorificaram a Deus, dizendo:
“Assim, pois, Deus concedeu também aos
gentios o arrependimento para a Vida”.
(Rm 10:12,13;2Co7:10)
Afalta de aviso dos crentes da não-circuncisão. Os crentes
que conheciam a verdade se acomodavam, enquanto que
os que eram da circuncisão trabalhavam para divulgar a
sua doutrina. De fato, os crentes fiéis não podiam pregar
aos gentios porque não sabiam o que havia acontecido a
Pedro em Cesaréia. A dispersão dos irmãos emjerusalém
fói permitida e ocasionada por Deus; foi também uma
profecia de Gamaliel, por causa do exclusivismo do
Evangelho que imperava na igreja em Jerusalém
Atos 11:19: Aqueles, pois, que foramdis­
persos pela tribulação suscitada por causa
de Estêvão, atravessarama Fenícia, Chipre
e Antioquia, anunciando a palavra, mas so­
mente entre os judeus. (At&i,4)
Se os obreiros dejerusalém não queriam anunciaro
Evangelho, Deus disporia do seu poder para fazer as
pedras clamarem. As pedras, agora, eramcíprias e
cirenenses. Desde os dias do ministério de Cristo, os
gregos queriam conhecer o Evangelho. O grão de trigo,
que era Cristo, havia caído em terra e dado fruto, mas
os frutos não queriam ser plantados em toda a terra!
Antioquia quer dizer “veloz como um carro de guerra”,
e foi uma cidade erguida na margem esquerda do rio
Orontes, hoje chama-se Antakya, e fica na Turquia. Foi
fundada no fim do século IV a.C., por Selêuco I Nicanor,
um dos generais de Alexandre, o Grande. Ali, Paulo
e Barnabé começaram o seu ministério, e de onde
Paulo foi enviado às missões pelo Espírito Santo. João
12:20,21: “Ora, entre os que tinham subido a adorar
na festa havia alguns gregos. Estes, pois, dirigiram-se a
Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe,
dizendo: Senhor, queríamos ver ajesus”. Estavam
profetizando sem saber. Após a sua ascensão, Jesus,
no coração de seus discípulos e no poder da Palavra,
aproveitaria o helenismo para responder aos gregos que
viriam conhecê-lo pela influência de Filipe. A dispersão
dos gregos facilitaria a divulgação do Evangelho e já
era um pano de fundo para a chegada de um apóstolo
levantado entre os gentios. Assim como o inglês facilitou
a comunicação entre as gentes de nossos dias, e a cultura
americana se expandiu criando um só modismo entre a
maioria das nações, e uma linguagem computadorizada,
o helenismo dispersou-se entre as nações da terra por
causa das conquistas de Alexandre, o Grande, que
preparou o caminho para facilitar a comunicação do
Evangelho pela instrumentalidade de Paulo, João e
outros apóstolos (Jo 7:35). Quem foram esses homens?
Talvez, Lúcio e os filhos de Simão Cirineu
Atos 11:20: Havia, porém, entre eles
alguns cíprios e cirenenses ( “d o n o r te d a
Á fr ic a ”) , os quais, entrando emAntioquia,
Atos i i :24
falaram também aos gregos, anunciando
as Boas-Novas do Senhor Jesus. (At 4^6; 6:5;
\ 13:1; 5:42)
A mão de Deus era com os cíprios e com os cirenenses.
Pessoas completamente desconhecidas e de lugares
que até hoje são pobres, tomaram uma decisão:
começaram a pregar o Evangelho aos gregos, enquanto
os líderes dejerusalém estavam discutindo sobre a
circuncisão e a incircuncisão. Oquepodiam fazer as
mãos do Senhor? O que acontece com duas pessoas
quando a mão do Senhor resolve estar com eles? Qual
era o nome deles? Um grande número de pessoas se
converteu ao Senhor. Nascia a igreja em Antioquia, a
500 quilômetros dejerusalém
Atos 11:21: Eamão do Senhor estava com
eles, e grande número, crendo, converteu-
se aO Senhor. (Lc l:66;At2:47; 9:35)
Como essa notícia deve ter chegado aos ouvidos dos
líderes dejerusalém e aos crentes da circuncisão? Eles
romperam o paradigma. Eles começaram, a despeito
de todas as regras conhecidas, usando as mesmas
palavras de Pedro aos sumo sacerdote: “Importa
obedecer a Deus do que aos hom ens”. Barnabé tinha
vendido sua propriedade e depositado o dinheiro
aos pés dos apóstolos, e agora vivia na dispensação
de Deus. Então, o enviaram como missionário a
Antioquia. Onde estava Saulo? Não deu mais noticias.
Quem sabia onde ele estava?
Atos 11:22: E a notícia destas coisas che­
gou aos ouvidos da igreja que estava em
Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antio­
quia. (At 9:27)
Barnabé, um homem manso e quieto, cheio de consolo,
saiu em direção a Antioquia. Ali viu a graça de Deus, viu
motivos de alegria, exortou a todos à fidelidade a Deus,
no meio de uma cidade perversa e cheia de mulheres
indecentes, que cultuavam a Astarote. Ali, onde
abundava o pecado, superabundou a graça de Deus
Atos 11:23: Ele, havendo chegado ali, viu
agraça de Deus e se alegrou; e exortava a to­
dos aperseveraremno propósito doSenhor
com firmeza de coração. (At 13:43; i4:22>
Barnabé era como os diáconos, cheio do Espírito Santo
e cheio de fé, mas também era abençoado. Estas são
características de um firme pastor; as pessoas sentem
confiança em homens assim. Mas ele se sentia só
naquela missão e conhecia a pessoa certa para estar ali
ao seu lado
Atos 11:24: Porque era um bom homem,
e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita
gente agregou-se ao Senhor, (Ats.14; ó.-S; 11.21)
Tarso é uma cidade da Turquia, localizada na região da
Cicília, atual Mersin, na foz do rio Çay, de frente para
515
11:25
o mar Mediterrâneo. Localiza-se a 15 quilômetros de
Mersin e a 40 quilômetros de Adana. Ali estava ele, na
cidade das tendas, muito tempo depois de sua conversão
no caminho de Damasco
Atos 11:25: Epartiu para Tarso, embusca
de Saulo; e, quando o encontrou, o condu­
ziu aAntioquia. (At 9:11,30)
Com dificuldades, ele o encontrou. Ali estava Saulo,
esperando um novo chamado de Deus, em silêncio,
esquecido de seus pais espirituais. Sentia-se estrangeiro
na sua própria nação, e sob rigorosa disciplina de Deus;
cheio de energia e preparado para uma missão que,
talvez, jamais chegasse. Observava os movimentos
filosóficos dos gregos, a espiritualidade dos judeus
e as orgias dos pagãos. Talvez sentisse que aqueles
anos estavam completamente perdidos, mas eram
os anos da morte do grão de trigo. Sem saber, os
Céus lhe preparavam as visões e as revelações (2 Co
12:1-13), quando conheceria pessoalmente o Mestre;
nelas, o Senhor lhe prometeu a sua graça. O seu
conhecimento do cristianismo estava se fortalecendo,
para vir a escrever grandes obras que perdurariam
milênios, cujos resultados seriam eternos. Estava
experimentando o processo de morte, sepultamento e
ascensão de Cristo na sua vida (Rm 6:7,8). Ali, aprendeu
a morrer com ele e a viver com ele. Ali, aprendeu que
o cristianismo não é ética, doutrina ou culto, mas a
revelação da nova vida em Cristo. Barnabé o arrancou
dali, daquele mercado de tapetes e sedas da China.
O novo cenário de sua vida seria Antioquia, a terceira
cidade do Império. Residência oficial do legado da Síria.
Cidade dos selêucidas, herdeiros de Alexandre; o lugar
ideal para uma igreja que pretendia chegar aos confins
da terra. O poder que regia o oriente do Império vivia
ali, com todo o Conselho e a Administração do Estado,
cidade rodeada por uma muralha invejável, diante
de mansões riquíssimas esculpidas em mármore,
com mais de 350 torres. A cidade era uma mistura
de sacerdotes, impostores, barqueiros, feiticeiros,
magos, charlatões e barqueiros, em meio ao luxo,
loucuras, corridas, danças, procissões, bacanais, orgias,
superstições e fanatismos. Ali, onde vivia o orgulhoso
romano, o grego sensual, o sírio adaptável e serviçal e
inferior, e o judeu pretensioso a favorito de Deus; ali,
onde os templos eram a moralidade da imoralidade.
Para esse lugar, Saulo foi levado
Atos 11:26: E aconteceu que, por espaço
de umano inteiro, se reuniram com a igre­
ja, e instruíram muita gente; e em Antio­
quia os discípulos foram chamados, pela
primeira vez, cristãos. (At2ó.-28)
Ao chegar ali, a igreja experimentou um grande
avivamento que se completava com salvação,
curas, maravilhas, batismo com o Espírito Santo e
transformações radicais das pessoas que ali viviam.
Os profetas deixaram Jerusalém já dominada pelos
crentes da circuncisão e foram apoiar a grande obra de
Antioquia
Atos 12:2
Atos 11:27: E, naqueles dias, desceramal­
guns profetas deJerusalém para Antioquia;
(At 18:22; 1 Co 12:28)
A profecia de Ágabo. O mesmo, provavelmente, que
profetizou a dispersão da igreja em Jerusalém, agora
estava profetizando a grande fome que aconteceria
no mundo, provavelmente nos anos 45-47 d.C. Não
há avivamento sem profeta. Os profetas desceram de
Jerusalém. Quando os profetas abandonam o barco,
algo está para acontecer
Atos 11:28: e, levantando-se um deles,
chamado Ágabo ( “p a i d o r e g o z ijo dava
a entender, pelo Espírito, que haveria uma
grande fome por todo o mundo habitado,
o que ocorreu no dias de Cláudio ( “c o x o
(At 21:10)
Nos dias dagrande abundância emjerusalém, a igreja
local pensou apenas nela mesma, como os bons judeus.
Agora, ela estava recebendo ajuda de uma igreja que
verdadeiramente estava fazendo a obra universal de
Cristo, jamais pensando somente nela mesma. Para os
irmãos dejerusalém receberem aquelas ofertas já seria
outra história. Quem as levaria?
Atos 11:29: Eos discípulos determinaram
enviar, cada um conforme as suas posses,
auxílio aos irmãos que habitavamnaJudéia;
(Rm 15:2b; 1 Co ló:l;2Co 9:1)
Barnabé teve a primazia. Saulo obedecia
Atos 11:30: o que efetivamente fizeram,
enviando-o aos presbíteros por mão de Bar­
nabé e de Saulo. /At 12.25; u m )
Atos, capítulo doze (12)
Quando a fome e a perseguição assolam juntas? Deus
não queria que eles fossem mártires, mas servos
obedientes. A perseguição de Herodes, o martírio de
Tiago e a prisão de Pedro eram avisos: “Ide por todo,o
mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Pedró
havia voltado de sua viagem pela Síria. Mas Herodes
estava furioso. Este Herodes era neto do Herodes que
tentou enganar os reis do Oriente que vieram em busca
dejesus, recém-nascido: Herodes Agripa I, sob o poder
do Imperador Cláudio, educado na corte com Tibério e
amigo de infância de Calígula
Atos 12:1: Naquele mesmo tempo, 0 rei
Herodes ( “A g r ip a I ’j estendeu as mãos para
maltratar a alguns da igreja;
Tiago morreu experimentando o mesmo
cálice do Mestre (Mt 20:22)
Atos 12:2: e matou à espada aTiago, irmão
dejoão. (Mt4:2!;20:23)
516
12:3
(1) Pedro voltou para a testa dos Pães Ázimos. Observe
em que consistia a Festa e veja se Pedro não estava
influenciado pelos judaizantes que ainda sacrificavam
no Templo, mesmo sabendo sobre o sacrifício de
Cristo. Sábado: começa a Festa dos Pães Sem Fermento,
conhecida como Festa dos Pães Ázimos, que era
realizada na primavera. Refere-se à morte de Cristo e
ao seu sacrifício por nós. Êxodo 23:15:“Guardarás a
Festa dos Pães Sem Fermento, os quais comerás durante
sete dias, como te mandei, no tempo marcado no mês
da primavera, pois nele saíste do Egito, e ninguém
apresentar-se-á diante mim com as mãos vazias”.
Levítico 23:6: “E no dia quinze do mesmo mês, será a
festa dos pães sem levedura (“ázimos”) para o Senhor
Jeová. Durante sete dias comereis pão sem levedura”.
O primeiro dia: Sábado. O segundo dia é um domingo:
Jèsus ressuscitou e apresentou-se a seus discípulos e
ficou oito dias sem vê-los. Ele deixou passar todos os
dias dos pães ázimos, sem fermento. Levítico 23:7:
“O primeiro dia será de santa convocação e não fareis
nenhum trabalho servil”. O sétimo dia: sábado. Sete dias
de ofertas queimadas. Somente depois deste último dia
da Festa dos Pães Ázimos, ele se revelou para os seus
discípulos de forma categórica, desafiando Tomé (jo
20:19-26), mostrando parte de seu corpo como prova
de sua ressurreição. Hoje sabemos que a Festa dos Pães
Ázimos, sem fermento, significa a ausência de Cristo, a
fim de revelar a nossa pobreza, incerteza e desamparo,
que termina com a sua revelação ressurreta e definitiva
(At 1:3). Levítico 23:8: “E oferecereis ofertas queimadas
ao Senhor Jeová nesses sete dias. O sétimo dia será de
santa convocação e nele não fareis trabalho servil”. (2)
Tiago estava morto, os judeus - incluindo os falsos que
no meio deles estavam - delataram a Pedro, que chegara
de sua viagem
Atos 12:3: Vendo que isto agradava aos
judeus, continuou e tambémmandou pren­
der a Pedro. Isto aconteceu na festa dos
Pães Ázimos. íAt24:27;Êx 1 2 : 1 5;23:15)
Tiago não acompanhava Pedro e João. Ele foi pego
de surpresa. Os dias de amargura para o apostolado
chegaram em Jerusalém. Os dias de pães ázimos não
estavam reservados paraalgreja. Devemos transformar
os nossos dias amargos em dias de oração e de adoração.
O objetivo do inimigo é prender os homens valorosos
no seu dia amargo, a fim de que ele seja a atração, como
foi feito com Sansão. Pedro estava preso entre dezesseis
soldados. Mas ele não foi chamado para morrerali. Jesus
o avisou de que ele iria ficar velho. Então, ele lembrou
disso e dormiu
Atos 12:4: E, havendo-o prendido, lan-
çou-o no cárcere sob o encargo de quatro
grupos de quatro soldados cada um, para
o guardarem, com o propósito de exibi-lo
diante do povo depois da Páscoa.
Na prisão, elevai aprender a valorizar a oração daigreja.
Aigreja fazia oração por ele incessantemente.
A oração dos intercessores tem muito valor
517
Atos 12.9
Atos 12:5: Enquanto Pedro estava sob
custódia no cárcere, aigreja orava continu­
amente por ele, commuito fervor, diante de
Deus. (Efò:18; 1Ts5:17)
Pedro é libertado da prisão. Ele aprendeu a não
fechar as portas para ninguém. Aprendeu também
que a promessa de Cristo de que ele ficaria velho era
verdadeira. Ele não morreria ali na prisão. Ele também
deve terlembrado quejesus lhe deu chaves que abrem e
fecham portas
Atos 12:6: E, na noite anterior ao dia em
que Herodes se propunha exibi-lo ao povo,
Pedro dormia entre dois soldados e preso
com duas cadeias, e as sentinelas guarda­
vama prisão diante das portas.
A mensagem do anjo foi: “Levanta-te depressa”. Deus
tinha pressa na sua restauração. Deus tinha pressa em
eliminar todas as pendências da vida de Pedro. O pai do
filho pródigo guardou para o seu filho: (1) os sapatos; (2)
os vestidos e (3) o anel. Quem tem roupa de ministro,
sapatos do Evangelho e capa de profeta não pode ficar
preso. O toque do anjo ao lado de Pedro: (1) o despertou;
(2) abriu as cadeias da prisão. Antes de Deus dar
livramento, ele revela a sua luz
Atos 12:7: E eis que ali apresentou-se um
anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu no
calabouço; e ele tocou nas costas de Pedro
e o despertou, dizendo: “Levanta-te depres­
sa; e as cadeias caíram-lhe das mãos”. (At
5:19; 16:26)
Não podia sair sem as sandálias, símbolo do Evangelho.
Não podia sair dali sem a sua identidade de profeta.
Anjo de Deus não pode guiar quem não tem identidade
ministerial
Atos 12:8: Eacrescentou o anjo, dizendo-
lhe: “Cinge-te, e calça as tuas sandálias”. E
ele o fez assim. Edisse-lhe mais: “Revista-te
com a tua capa e segue-me”.
Os homens que vivem muito da realidade não
reconhecem o espiritual e aqueles que não sabem
dosar o sobrenatural e o natural se confundem. Jesus o
levou à prisão para lembrar-lhe de que ele tinha chaves
poderosas para abrir e fechar, mas, ele havia esquecido
(Mt 16:18), Quantas vezes Deus terá de nos relembrar
de suas grandes promessas?
Atos 12:9: E Pedro, saindo, o seguia, e não
compreendia que erarealidade oque estava
sendo feito por intermédio do anjo, mas
julgava que estava tendo uma visão, (aiq .-io/
Pedro foi um homem do Pentecostes, andou com
Jesus, mas conhecia bem o mundo espiritual. Pedro
12:10
precisava saber o que era realidade e o que era uma
visão. Muitos vivem no mundo da visão e não sabem
o que é literal. Pedro e o anjo passaram por todas as
portas da prisão, que se abriram automaticamente. O
anjo apartou-se dele e ele não soube quando. Muitas
vezes, não reconhecemos quem abre as portas para nós
e cometemos injustiças. O anjo conduziu Pedro até a
rua e o deixou. Aquilo que podemos fazer, os anjos não
fazem. Somente o Espírito Santo permanece conosco
todo o tempo
Atos 12:10: E, quando passarama primei­
ra e asegunda sentinelas, chegaram à porta
de ferro, que conduzia à cidade, a qual se
abriu automaticamente; e, tendo saído,
passaram por uma rua; e, neste ponto, o
anjo apartou-se dele, (At i6:26)
Pedro reconheceu que Deus o havia livrado de dois
grandes inimigos: o político e o religioso. A mão e a
expectativa do inimigo. Deus nos livra da expectativa
do povo. A expectativa do povo foi destruída pelo
livramento de Deus. Ali, Pedro também lembrou de
sua mágoa contra o Senhor Jesus, quando João estava
na prisão e Jesus não esboçou interesse de ir visitá-lo.
Mesmo que João esperasse que o Messias fosse visitá-lo
e livrá-lo, Jesus não foi libertá-lo. Na mesma prisão,
Jesus mostrou a Pedro que, se há algum propósito (em
qualquer circunstância), Deus pode operar segundo a
sua vontade
Atos 12:11: Então Pedro, voltando a si,
disse: “Agora sei verdadeiramente que o
Senhor enviou o seu anjo e me livrou da
mão de Herodes e de toda a expectativa
do povo dos judeus”. /Lc 15:27; Dn 3:28; 6:22; 2
Co l:IO;2Pe2:9)
O testemunho de Pedro e a revelação de Marcos,
sobrinho de Barnabé. A congregação dos irmãos tinha
um motivo: Oração. Aqui, também vemos a ligação
de Marcos a Pedro. Saulo ainda estava em Antioquia.
Ambos ainda não se conheciam bem
Atos 12:12: E, considerando aquele fato,
foi à casa de Maria, mãe de João, cujo so­
brenome era Marcos, onde muitas pessoas
estavamcongregadas e em oração. (Ati5:37:
12:5)
Entre eles havia uma menina
chamada Rode (“semelhante a uma rosa”)
Atos 12:13: Quando ele bateu à porta
do átrio da casa, uma menina chamada
Rode ( “c o m o u m a r o s a ”) saiu a escutar;
íJo 18:16,17)
As portas mais difíceis, Deus abriu, mas quando chegou
à porta natural e terrena, Pedro precisou bater e esperar.
Atos 12:18
Aporta mais difícil é a porta do coração do homem.
Nela, Jesus também bate e pede que alguém a abra.
Deus abriu as portas da prisão, mas à porta do coração
dos homens Pedro deveria bater e esperar que alguém a
abrisse. A menina Rode atendeu, mas não abriu a porta.
A porta é humana. Muitas vezes, à porta do coração dos
irmãos, teremos de bater e esperar
A tos 12:14: e, reconhecendo a voz de
Pedro, pelo regozijo, não abriu a porta do
átrio; mas, correndo, adentrou a casa e
anunciou que Pedro estava em frente à
p o rta . (Lc24:41)
(1) Estavam orando e não criam no resultado da oração.
Estavam orando para que Pedro fosse libertado, mas
não acreditavam no poder da sua oração. A porta mais
difícil que Deus abrirá em toda a sua vida é a porta
do coração da igreja que pastoreamos. Mas não se
sinta rejeitado, continue batendo. A igreja primitiva
já conhecia a doutrina da existência do anjo pessoal
enviado por Deus para nos guardar. Mas também
vemos, nessa história, que nem sempre ele está
presente. (2) Era mais fácil crer no invisível do que no
visível. Os homens oram, mas não crêem na sua oração
cheia de fervor
A tos 12:15: Eles lhe disseram: “Estás fora
de si”. Mas ela afirmava que era assim. En­
tão, eles diziam: “É o seu anjo”. /Gn48:i6;Mt
18:10)
Pedro continuava batendo. Aquele que abre portas
de ferro sabe também como abrir portas de carne (Ap
3:20). Pedro se lembrou das doces palavras de nosso
Senhor: “batei evos será aberto”
Atos 12:16: Entretanto, Pedro prosseguiu
batendo; e, quando abrirama porta, viram-
no e ficaram assombrados.
Pedro manda avisar a Tiago, mas não sabia que seu
amigo já estava na Glória. Embora houvesse outro Tiago
na liderança da igreja em Jerusalém, Pedro manda um
aviso a Tiago. Como foi difícil para Pedro obedecer à
ordem de Cristo: “Ficai em Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder”
Atos 12:17: Mas ele, acenando-lhes com
a mão para que se calassem, contoü-lhes
como o Senhor o tirara do cárcere, e disse:
“Anunciai isto a Tiago e aos irmãos”. E,
partindo, foi para outro lugar. (At2i:Í8; i3.-i6;
19:33; 21:40)
Anjos que abrem portas de sepulturas sabem também
como abrir as portas de simples e pesadas prisões
Atos 12:18: Logo que amanheceu, houve
grande alvoroço entre os soldados, porque
518
12:19
não se sabia o que teria acontecido com
Pedro.
Como os reis do Oriente o enganaram, agora o anjo fez
o mesmo. Deus mostra o seu controle e vela pela sua
Palavra. Dali, Herodes voltou para Cesaréia, a cidade
do quartel-general romano na Palestina. Mal imaginava
que o Evangelho já havia chegado lá por intermédio de
Pedro
Atos 12:19: E quando Herodes o procu-
roíq/sem poder encontrá-lo, inquiriu as
septinelas e mandou que fossem condu­
zidos à morte; e, descendo da Judéia para
Cesaréia, alise deteve. iÀti64?;27:42)
A morte de Herodes. O motivo da glória de Herodes:
a humilhação de seus inimigos. A injustiça feita por
Herodes será cobrada por Deus (2 Co 12:1 - 5)
Atos 12:20: Herodes relutava emseu pró­
prio ânimo contra os tírios e os sidônios.
Mas estes, em comum acordo, vieram e
apresentaram-se a ele e, depois de alcan­
çarem o favor de Blasto, o camareiro do
rei, pediam paz, porquanto a sua região
era abastecida pelo país do rei. m / i Rs
5:9,1 1;E z 27: 17'!
Homem nenhum, quando propositalmente se
veste de suas próprias roupas reais para mostrar
o seu poder, dará glória a outrem
Atos 12:21: E, em um dia designado, He­
rodes, vestindo-se de trajes reais, sentou-se
no trono e pronunciou-lhes um discurso
popular.
O espírito do Anticristo (Ez 28:3-11) em Herodes.
Os elogios hipócritas das pessoas o afundaram. Eles
estavam cometendo o mesmo erro que Israel cometeu
quando construiu um bezerro de ouro e deu-lhe o nome
de Jeová. Estavam atribuindo poderes da Divindade às
palavras de um homem corrupto e perverso
Atos 12:22: Eo povo exclamava: “Voz de
Deus, e não de homem”.
Foi transformado vivo em comida de serpentes.
Assim como acontece com todos aqueles políticos e
ministros que não glorificam a Deus, atribuindo a si
mesmos a glória de seus feitos (Gn 6:4)
Atos 12:23: No mesmo instante, umanjo
do Senhor o feriu, porquanto não havia
glorificado a Deus; e, comido de vermes,
eXpirOU. I I Sm25:38:2Sm24:!7; 016:41
A igreja estava a caminho de cumprir seu propósito:
a evangelização mundial
519
A tos 13:1
se multiplicava mais e mais. íAt6:7; i9:20j
Barnabé ainda tinha a primazia: Barnabé e Saulo. Agora,
um novo personagem culto, conhecedor e testemunha
dos milagres de Cristo, nos mínimos detalhes, entra
em cena. Dois grandes escritores ao lado de Paulo.
Nas viagens, as informações eram passadas entre
eles. O serviço que eles foram prestar: levar as ofertas
ajerusalém (At 11:29). Marcos, apegado a Barnabé,
resolver ir com eles para Antioquia. Com ele contou-
lhes o que havia acontecido na sua casa, acerca da
libertação de Pedro
A tos 12:25: E Barnabé e Saulo, tendo
cumprido aquele serviço, voltaram de
Jerusalém, levando consigo a João, cujo
sobrenome era Marcos. (At n.-s, i3; 15:37/
Atos, capítulo treze (13)
A igreja em Antioquia começa a ganhar força com os
rejeitados. O Império Romano e Paulo (13: í -28:31):
A primeira viagem missionária; o chamado de Paulo e
Barnabé. (2) A igreja em Antioquia: uma igreja livre
(At 13:1 -4). Para ela concorreram os profetas, devido
aos grandes movimentos de Deus. Havia pessoas que a
igreja emjerusalém jamais aceitaria, como os da família
de Herodes, os negros da África, e os ex-delinqiientes,
como Saulo. Todavia, nela havia um grande pastor que
tinha grande visão, e ele chamou a Saulo, que estava
abandonado em outra região distante. O ministério de
Jerusalém foi informado do seu crescimento, e enviou
obreiros para dirigir aquela igreja, mas um deles não
quis voltar ajerusalém e permaneceu definitivamente
em Antioquia (At 15). Fundada em grande perseguição,
depois da morte de Estêvão (At 11:19), experimentou
grande avivamento com salvação de almas (At 11:21).
Barnabé foi recebido por ela (At 11:22,23). Muitos
membros se agregaram a ela (At 11:24). Paulo tornou-
se o seu pastor associado (At 11 .-25). Paulo e Barnabé
trabalharam nela por um ano (At 11:26). Ali, os crentes
foram chamados pela primeira vez “cristãos” (At
11:30). Tornou-se a igreja dos primeiros missionários
aos gentios (além das fronteiras), por intermédio de
Paulo e de Barnabé (At 13:1-3). Igreja pela qual Silas
optou (At 15:34), mesmo tendo sido membro de
Jerusalém. Herodes, o tetrarca, era um mau exemplo
em toda a sua casa. Manaém bebeu do mesmo leite que
Herodes bebeu e, pelo fato de ter crido em Cristo, teve
a oportunidade de vertransformado o seu futuro. Isto
quer dizer que não importa se, ao nosso redor, temos
maus exemplos, se quisermos ser transformados pelo
poder do Espírito Santo em um profeta e mestre. Saulo,
segundo o seu nome, será solicitado pelo anjo a ir para a
Macedônia
Atos 13:1: Havia na igreja em Antioquia
( “r á p id o c o m o u m c a rro ”) profetas e dou­
tores, a saber: Barnabé ( “fi l h o d a c o n s o la ­
ç ã o ”/, Simeão ( “o q u e o u v e ”), chamado
13:2
Níger( “n e g r o ”j, Lúcio ( “l u z ”) de Cirene,
Manaém ( “c o n fo r ta d o r ”!, irmão de leite
de Herodes, o tetrarca, e Sauio ( “o d e m a n ­
d a d o ”). At 11:22
(1) No próprio testemunho de Sauio, em Gálatas 1:7,
lemos um pouco da história desse mestre chamado
Sauio, que, originário da tribo de Benjamin, chegou para
completar a vocação de sua tribo, segundo o propósito
de Deus para os gentios: “Ainda que não haja outro, mas
sim há alguns que os perturbam e querem perverter
o Evangelho do Cristo". Em Gálatas 1:11: “Porque
vos faço saber, irmãos meus, que o Evangelho que por
mim é pregado não é segundo doutrina dos homens ”.
A doutrina dos homens é a doutrina da circuncisão dos
judaizantes (At 15). A doutrina dos homens fecha a
porta para novos e talentosos obreiros, porque procura
a estabilidade de um grupo principal que sobrepuja a
outro, mantendo-o na inferioridade, para que não haja
problema de continuidade no primeiro. (2) Aigreja em
Antioquia tinha valor e coragem para enviar os seus
melhores obreiros para a obra missionária. Temos
sido testemunhas de homens e mulheres frustrados,
rejeitados em suas congregações, com problemas morais
graves, que se lançam à obra missionária como uma
opção a mais em suas vidas, mas sem nenhum chamado
missionário. Aigreja em Antioquia enviou o seu melhor
àobra missionária: Barnabé e Sauio. Geralmente, os
melhores são conservados e os piores enviados. Mas eles
fizeram a diferença neste aspecto. (3) Diferentemente
da escolha de Matias em Atos 1, feita por sortes, antes do
derramamento do Espírito Santo, Barnabé e Sauio foram
escolhidos e indicados diretamente pelo Espírito Santo.
Observe que a escolha dos diáconos foi feita por eleição,
pela igreja, mas a escolha de obreiros foi uma obra direta
do Espírito Santo - sem sortes, sem eleição, mas sob
jejum e imposição de mãos
Atos 13:2: Entretanto, ministrando eles
perante o Senhor e jejuando, disse o Espíri­
to Santo: “Separai-me a Barnabé e a Sauio
paraaobra aque os tenho chamado”. imq:is;
22:21; 14:26/
Jejum, oração e imposição de mãos, depois da indicação
do Espírito Santo. Depois disso, a despedida
Atos 13:3: Então, após jejuarem e orarem,
impuseram sobre eles as mãos, e os despe­
diram. (Ató:6; 14:26)
Começa a primeira viagem missionária: o ministério de
Paulo em Chipre. O grande segredo. Foram enviados
de Antioquia pelo Espírito Santo, que ali tinha total
liberdade. Selêucia foi uma cidade fluvial que ficava a
oito quilômetros da desembocadura do rio Orontes,
que desaguava no mar Mediterrâneo. Dali, Antioquia
distava vinte e seis quilômetros. Cidade construída por
Seleuco I Nicanor, em 301 a.C., onze anos depois do
reino selêucida ter sido implantado. Estava localizada
aos pés do monte Rosus e ladeada por uma bela e
Atos i3:7
fértil planície. Tendo passado pela ponte de Oronte,
acompanhados pelos presbíteros, Barnabé, Marcos e
Sauio zarparam de Selêucida em direção a Chipre, uma
ilha de 150 quilômetros em linha reta. Reis, soldados
e cruzados partiram dali, e somente destes servos de
Deus a história se lembra. Que foram fazerem Chipre,
a cidade do Cipreste? Desceram no porto mercantil de
Chipre, Salamina
Atos 13:4: Estes, pois, enviados pelo Espí­
rito Santo, descerama Selêucia e dali nave­
garampara Chipre. (At 13:2,3; 4:36/
Estavam na cidade de Barnabé, que foi recebido pelos
parentes e amigos. Encontraram ali os judeus vindos
da Diáspora. Herodes havia enviado para lá judeus a
fim de trabalharem na mina de cobre que recebera
de Augusto. Barnabé e Sauio caminharam portodas
as quinze aldeias, onde pregaram as Boas-Novas.
Passando pomares e florestas, gastaram quarenta dias
atravessando toda aquela ilha. João Marcos estava com
eles como obreiro auxiliar ou cooperador, o que é muito
comum na igreja desde os dias apostólicos. Os auxiliares
fiéis eram promovidos a grandes responsabilidades no
ministério
Atos 13:5: E, chegados a Salamina, anun­
ciavam a palavra de Deus nas sinagogas
dos judeus; e tinham aJoão como auxiliar.
(AU 2:25; 13:13; 9:20!
Pela antiga estrada romana, chegaram a Pafos, tendo
visto das montanhas todos os templos dedicados a
Afrodite, Astarote e Baal, onde seus fiéis os cultuavam
sob grandes orgias. A esta altura, a magia judaica gozava
de grande prestígio nas altas camadas sociais e ali havia
um mago charlatão conhecido como filho de Jesus.
Quantos charlatões não viveram naquele tempo!
Atos 13:6: E, quando atravessaram toda
a ilha até Pafos ( “o q u e é m u ito q u e n t e ”), \
acharam um certo mago, falso profeta,
judeu, cujo nome era Bar-Jesus ( “filh o d e
JeSUS”), (At8:Q)
Observe que ele se chamava Elimas, mas se dizia
Bar-Jesus. A questão era a identidade. Barnabé ainda
continuava na liderança. Sauio ainda era conhecitjo
como Sauio, nome correspondente judeu. Mas, como
estava diante de uma autoridade romana, deveriaiisar o
seu nome de cidadania, Paulo, assim como o procônsul
chama-se também Paulo. Assim, as verdadeiras
identidades se revelaram em meio a uma grande luta
espiritual. O falso profeta podia fazer maravilhas, mas
nada ficava no coração sedento de Sérgio Paulo. Ele
desejou ouvir a Palavra de Deus pela boca de Paulo
Atos 13:7: o qual estava com o procônsul
Sérgio Paulo, varão prudente; e este, cha­
mando a si Barnabé e Sauio, desejava ouvir
a palavra de Deus. (Atem .
520
13:8
Satanás estava perdendo o domínio sobre Sérgio, mas
o seu enviado queria deter a atenção deles para que
não ouvisse a Paiavra de Deus. Seu nome verdadeiro foi
revelado. Filho de Jesus? Ele era filho do diabo
Atos 13:8: Mas Elimas, oencantador, por­
que assim se interpreta o seu nome, opon-
do-se, procurava desviar a fé do procônsul.
(At 8:9; 7:12; 6:7)
A demonstração dopoderdoEspírito Santo foi sempre
um sinal na vida missionária de Paulo. Aqui, ele revela o
seu nome como mensageiro aos gentios, na sua primeira
experiência com os gentios, depois de ter sido enviado
de Antioquianasua primeira viagem missionária: olhos
cheiòs de luz contra os olhos cheios de engano e trevas
Atos 13:9: Todavia Saulo, tambémchama­
do Paulo, cheio do Espírito Santo, fitandoos
olhos nele, (At4:8)
A revelação do falso filho de Jesus: filho do diabo.
Observe o caráter deste homem! Qual era o seu
verdadeiro papel? Perverter os caminhos do Senhor por
meio do engano, da malícia e da injustiça
Atos 13:10: disse-lhe: “Ó filho do diabo,
cheio de todo o engano e de todo o dolo,
inimigo de toda a justiça, não cessarás de
transtornar os caminhos retos do Senhor?
(]o8:44;Mt 13:38; Os 14:9)
A autoridade apostólica de Paulo é usada. O juízo eterno
veio sobre Elimas e revelou a sua verdadeira condição
como ser humano - em trevas. Saulo já havia estado
naquela condição de cegueira espiritual
Atos 13:11: Eis que a mão do Senhor, ago­
ra, está sobre ti, e ficarás cego, semver osol
por algum tempo”. E, imediatamente, caí­
am sobre ele obscuridade e trevas e, giran­
do, andava procurando por quem oguiasse
pela mão. (êxq.s )
A mensagem do Evangelho seguida de sinais é
incontestável. Naquele combate, a luz venceu as trevas.
Este foi o segundo triunfo do cristianismo sobre as artes
mágicas, o primeiro que levou à conversão um cidadão
romano. Assim, um centurião da coorte italiana antes,
e, agora, um procônsul, se tornaram membros da igreja
de Cristo
Atos 13:12: O procônsul, vendo o que
acontecera, creu, maravilhado da doutrina
dO Senhor. (At7:8;8:25)
O ministério de Paulo em Perge e em Antioquia da
Pisídia. (3) A igreja em Antioquia da Pisídia começou
com Paulo em sua primeira viagem missionária (At
13:14). Foi onde Paulo pregou o seu primeiro sermão
registrado (At 13:1 ó). Os irmãos acabavam de vir de
521
Atos 13:13
um culto na sinagoga, e tristes com o andamento de
suas reuniões, convidaram a Paulo para pregar-lhes
o Evangelho (At 13:43). Observe que, a partir desse
momento, Lucas passa a designar a Saulo como Paulo,
usando sua verdadeira cidadania romana, e coloca
Paulo na liderança: “Tendo Paulo e seus companheiros
navegado”.João Marcos precisava de alguma desculpa
para se apartar daqueles dois homens de fé, tendo
diante de si a realidade dos grandes desafios da viagem;
(1) as constantes doenças, como a malária, entre
outras ainda desconhecidas, pois os lugares eram
verdadeiramente insalubres. (2) O desafio dos bárbaros.
(3) Os piratas que ali navegavam. (4) Os sustos da
travessia das gargantas do Tauro e a vegetação adversa.
(5) Os caminhos abruptos. (6) Aliderança de Paulo.
Na verdade, João Marcos voltou ajerusalém desejoso
de começar seu livro, mas, no fundo, a sua família era
amiga de Pedro (1 Pe 5:13), e Marcos era o grande
discípulo de Pedro; cresceu em Jerusalém no meio dos
apóstolos e sentia falta da sinagoga; mais tarde, ele se
tomaria um grande colaborador de Paulo, mas, por
enquanto, queria voltar ajerusalém. Então, seria bom
ele dizer que não estava disposto a enfrentar aquelas
mudanças climáticas. De onde eles partiram a altitude
era de oitenta metros acima do nível do mar, Antioquia
da Pisídia ficava a 1.200 metros, e as outras cidades
adiante tinham, em média, 1.100 metros acima do nível
do mar; a alimentação era precária: todos os dias pão
duro com azeitonas e azeite de oliva. As hospedagens
eram desconhecidas. Às vezes, ficavam em albergues
muito simples e outras, em chão duro ou sobre rochas e
cavernas escuras cheias de morcegos; noites frias e dias
quentes. Animais, feras, cães ferozes, eram comuns.
Assim, Marcos considerou que era melhor partir.
Mas Paulo e Barnabé tornaram-se grande amigos e se
uniram em profunda comunhão naquela missão comum
pelo mundo misterioso de Deus, enfrentando as mais
diversas aventuras. Laços indissolúveis de amizade
foram forjados em todos os perigos narrados em 2
Coríntios ó. Alguns dias depois, entraram na região
montanhosa dos gálatas. Ali, Men era o deus deles, e
os gálatas conheciam a mãe das deusas, Cibele. Paulo
conhecia todas aquelas cerimônias, pois, em Tarso,
a influência daquele falso deus era grande, também
conhecido com outros nomes: Shamashe, Baal, Átis,
Hélios, Mitra, e os gálatas eram seus escravos (G14:8)
Atos 13:13: E, navegando de Pafos, Paulo
e seus companheiros chegaram a Perge,
naPanfília ( “d e to d a r a ç a ”). EJoão [ “g ra ç a
d e D e u s ”), apartando-se deles, voltou a
Jerusalém. (At 15.3 7 ,38)
João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.
Este era o grande estilo de Paulo. Procurava os judeus
para anunciar-lhes o Evangelho de Cristo abertamente,
usando toda a ética possível. Antioquia foi uma cidade
da província romana da Pisídia e uma das várias cidades
que receberam o nome de Antioquia, fundadas por
Selêuco 1Nicanor (312-280 a.C), em honra a seu pai,
Antíoco. Hoje, as ruínas dessa cidade ficam perto
de Halovaque, na Turquia moderna. Esta cidade
_L
13:14
específica tinha recebido a posição de colônia romana
e era a principal cidade da área conhecida como Frigia
Galática. É uma cidade montanhosa, que está a 1.200
metros acima do nível do mar. Essa cidade, na verdade,
não se encontrava na Pisídia, mas, sim, na Frigia, e ficava
próxima da fronteira com a Pisídia. Assim sendo, veio a
ser chamada Antioquia da Pisídia, a fim de distingui-la
da outra Antioquia, existente na Cária. Era uma colônia
e um posto militar avançado dos romanos, sendo a
cidade mais importante da Galácia do Sul
Atos 13:14: Mas eles, passando por Per-
ge, chegaram a Antioquia da Pisídia; e,
entrando na sinagoga, no dia de sábado,
assentaram-se. (At n .-u q j i .- i s .-W; iq :8; l c 4:1ó;
At 16:13)
Esperava a oportunidade. Somente Deus sabia o que eles
tinham passado para chegar ali
Atos 13:15: E, depois da leitura da Lei e
dos Profetas, os príncipes da sinagoga en ­
viaram mensageiros, dizendo-lhes: “Varões
irmãos, se tendes alguma palavra de exorta­
ção ao povo, falai”.
Depois de Estêvão, esta é a primeira mensagem de Paulo
registrada, usando o velho estilo de Pedro no dia de
Pentecostes. Quem disse que um amigo não pode pregar
a mensagem de outro ainda não leu estes dois sermões
de um modo comparativo
Atos 13:16: Então Paulo levantou-se e,
pedindo silêncio assinalando com a mão,
disse: “Varões israelitas, e os que temeis a
DeUS, OUVÍ: (At 13:26,
Paulo começa o seu sermão a partir da saída de Israel do
Egito. Estêvão começou desde o chamado de Abraão.
Paulo mostra que conhece o grande segredo da saída de
Israel do Egito: sob as mãos poderosas de Deus, as asas
da grande águia, exaltando o seu povo no Egito. A palavra
braço estendido é uma tipologia da obra de Cristo na
cruz, quando, com os braços estendidos, nos libertou do
poderdo Egito
Atos 13:17:0 Deus deste povo de Israel
escolheu a nossos pais e exaltou o povo,
quando eles eram estrangeiros na terra do
Egito, e com braço poderoso os tirou dali;
(Dt 7:6-8}
No deserto, Paulo revela o que Deus sofreu ao suportar a
rebelião daquele povo durante quarenta anos
Atos 13:18: e, pelo espaço de quase qua­
renta anos suportou os seus maus costumes
no deserto; (ÊxlO:35;Nm 14:33,34;Dt 1:31}
A razão por que Deus lhes tomou esta terra está em
Levítico 18:1 -4. As nações ou etnias estão registradas
Atos 13:24
em Deuteronômio 7:1
Atos 13:19: e, quando ele destruiu as sete
etnias na terra de Canaã, dividiu a terra de­
les em lotes, por sorte. (D t7:ijs i4:i; w :S ií
Depois dos dias da conquista porjosué, deu-lhes juízes
em tempos vergonhosos, até o chamado do profeta
Samuel. Este ungiu a Davi como rei e deu fim a uma
geração que vem desde Abraão (Mt 1:17), e estabeleceu
a Escola de Profetas que traria uma nova revelação
no culto do Tabernáculo e mostraria uma nova unção
profética nas composições dos salmos
Atos 13:20: Depois disto, deu-lhes juízes
pelo espaço de quatrocentos e cinqüenta
anos, até o profeta Samuel, ( j z 2: i 6; i s m 3 . 2 0 j
Pediram um rei, e como ainda não era tempo da tribo de
Judá reinar, ele escolheu a menor tribo para reinar, para
não queimar Judá precipitadamente; assim, Benjamin
não tem de que se queixar, pois teve a sua oportunidade
Atos 13:21: E, dali em diante pediram um
rei, e Deus lhes deu a Saul (“o solicitado ”),
filho de Cis (“laços do passarinheiro”),
varão da tribo de Benjamin, por quarenta
anO S. (1 Sm 8:5; 10:1!
Depois da falha de Saul, Deus levantou a tribo original
do reino: Judá. Dela, tirou Davi, e de Davi tirou Natã, e
de Natã veio Maria, de quem nasceujesus como
herdeiro direto do trono de Davi, sem intermediários,
segundo a genealogia de Lucas
Atos 13:22: E, tendo-o removido, levan­
tou-lhes a Davi como rei, do qual também,
dando testemunho, disse: Achei a Davi, fi­
lho de Jessé, varão segundo o meu coração,
que executará todos os m eus desígnios.
!2 Sm 5:3; 1Sm 13:! 4; 15:23.26,
O homem eleito substituindo o povo eleito
Atos 13:23: De cuja linhagem, segundo
a promessa, Deus levantou para Israel um
Salvador: Jesus; tIsll:l;Mtl:2 l;R:nli:2(>.!
Aintrodução da mensagem de Paulo: o ministério de
João Batista. Uma maravilhosa introdução para ganhar
os gálatas judeus. O batismo dejoão foi o ponto de
separação entre as obras de sacrifícios do Templo e o
arrependimento e a remissão pela fé
Atos 13:24: tendo João, antes do apare­
cimento dele, pregado o batismo de arre­
pendimento a todo o-povo de Israel. (Mt3:i;
Lc.3:3)
Com a introdução dejoão Batista, Paulo baseia sua
mensagem de forma categórica e incontestável, pois
João era considerado profeta pelo povo. Ao colocar
522
13:25
que João completava a carreira, também introduz o
Cristo de Deus e o exalta como o Enviado de Deus para
redimir o seu povo, sendo que o batismo é o sinal de
arrependimento, a fim de recebê-lo
Atos 13:25: E quando João completava
o seu curso, disse: Quem vós pensais que
eu sou? Não o sou. Mas eis que, depois de
mim, vem aquele a quem não sou digno de
desatar as alparcas dos pés. (Mt3:u;u3:i6)
Paulo mostra que eles, mesmo sendo filhos de Abraão,
necessitavam da salvação, com ojesus disse a respeito
de Zaqueu, o qual era filho de Abraão, mas precisava ser
salvo naquele dia em que a Salvação entrou em sua casa
Atos 13:26: Varões irmãos, filhos da estir­
pe de Abraão, e que estais aqui presentes,
vós que temeis a Deus: a vós foi enviada a
palavra desta salvação.
Paulo lhes mostra que deveriam ter compreendido as
palavras dos profetas para não levarem sobre si o sangue
deCristo(Dt21:l-6)
Atos 13:27: Pois os habitantes de Jerusa­
lém e os seus príncipes não o conheceram,
nem as vozes dos profetas, que a cada sába­
do são lidas; mas cumpriram-nas, conde­
nando-o. (.lc23:13;At3:17;Lc24:27)
Paulo mostra quenosseus três j ulgamentos civis ele
foi considerado inocente em todos; mas, ainda assim,
pediram a sua morte, mesmo sendo considerado
inocente, mostrando a grandeza de seu sacrifício como
Cordeiro de Deus
Atos 13:28: Sem encontrar nele alguma
causa de morte, pediram a Pilatos que ele o
fizeSSe morrer. (At3:13;Mt27:22}
Paulo lembra o papel de José de Arimatéia, que o
sepultou na sepultura de sua propriedade, jamais usada,
e na qual puseram do Senhor do Sábado, que o cumpriu
cabalmente
Atos 13:29: E, quando consumaram todas
as coisas que a respeito dele foram escritas,
tirando-o do madeiro, puseram-no na se­
pultura. (Mt27:59,00; Lc !8:3lj
Paulo lembra que, com ojesus cumpriu a Lei, venceu o
pecado, a morte não tinha poder sobre ele, e,
consequentemente, a corrupção não pôde tocá-lo
Atos 13:30: Mas Deus o ressuscitou dos
mortos; (Mt28.-61
Paulo afirma que ele apareceu para muitos irmãos. A
cronologia das aparições de Cristo nos Evangelhos em
um espaço de tempo de quarenta dias: (1) Para Maria
de Magdala. No começo, ela não o reconheceu (Jo
523
ATOS 13:33
20:11-18). (2) Apareceu para Pedro (1 Co 15:5).Nãoé
descrito por Lucas, mas o mesmo fato é relatado pelos
outros apóstolos. Não está claro se isto ocorreu antes
ou após o aparecimento de Emaús, mas pode ter sido
simultaneamente, comprovando a sua onipresença,
após a sua ressurreição. (3) Para Lucas e Cleofas, quando
caminhavam em direção a Emaús (Lc24). (4) Para os
discípulos (não incluindo Tomé) no mesmo dia (1 Co
15:5). Eles estavam trancafiados no Cenáculo, por medo
dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles, e os
saudou. Comeu e desapareceu, enquanto os apóstolos
estavam jantando; Lucas e Cleofas já estavam em
Jerusalém de regresso (Jo 20:19-23). (5) Uma semana
depois, apareceu para os discípulos, incluindo Tomé,
chamado Dídimo (Jo 20:24). (ó) Apareceu para Tiago,
depois de todos os apóstolos (1 Co 15:7). (7) Apareceu
para os discípulos no lago de Genezaré: para Simão
Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, de Caná da
Galiléia, Zebedeu e seus filhos e outros dois dos seus
discípulos, no lago de Tiberíades, por ocasião da pescaria
de cento e cinquenta e três peixes. (8) Apareceu para
mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1 Co 15:6). (9)
Depois apareceu para a igreja emjerusalém, quarenta
dias após a ressurreição (At 1:1 -11; Lc 24). Dali, foi para
a Galiléia. (10) Para os onze apóstolos em um monte da
Galiléia, onde havia marcado um encontro com eles
(Mt28:16-20), fato relembrado pelas mulheres.
(11) Agrande despedida foi em Betânia, de onde foi
assunto ao Céu (Lc 24:50,51; At 1:11)
A tos 13:31: e foi visto durante muitos dias
por aqueles que subiram com ele da Galiléia
para Jerusalém, os quais, agora, são suas tes­
tem unhas diante do povo. (Lc24:48;Mt28:16)
Paulo e Barnabé se denominam os mensageiros do
Evangelho profeticamente anunciado. Jesus Cristo erao
cumprimento da promessa das Boas-Novas (Evangelho)
de Deus, a semente de Abraão. Ele é bem claro ao
dizer que, pela ressurreição de Cristo, a promessa
foi cumprida. Apromessa não foi cumprida pela
encarnação, mas pela ressurreição
A tos 13:32: E nós vos anunciamos as Boas-
Novas daquela promessa feita a nossos pais,
e que Deus cumpriu para com os seus filhos,
que somos nós, ressuscitando a Jesus; (At2t:6;
Gn3:15;Rm4:13)
Paulo lembra o contrato que ambos fizeram na
eternidade, o Verbo (Jo 1:18) e o Ancião de Dias
(Dn 7:13), que um deles se humilharia na condição
de Filho e o outro tomaria aposição de Pai; tal fato se
cumpriu na encarnação, quando o Ancião de Dias disse:
“Tu és meu Filho, hoje te gerei”, porque Deus jamais
teve princípio nem terá fim; somente na condição de um
ser encarnado, o Verbo toma a condição de Filho
A tos 13:33: como tam bém está escrito
no salmo segundo: Tu és meu Filho, hoje
te gerei. (si2:7>
13:34
Paulo explica como Deus prometeu as Boas-Novas de
Davi
Atos 13:34: E isto é o que Deus falou con­
cernente a este que também ressuscitou
dentre os mortos, para nunca mais retornar
àcorrupção: Dar-vos-ei as firmes beneficên­
cias prometidas a Davi. tis 55:3}
E a promessa consistia em que o Filho de Deus não
apodreceriana sepultura, porque ele cumpriu
a Lei (Lv 18:5), e a morte não teria poder sobre ele,
mas ele teria poder sobre a morte
Atos 13:35: Por isso também lê-se em ou­
tro salmo: Não permitirás que o teu Santo
veja a corrupção. (siió:io;At2:2/i
Paulo, do mesmo modo que Pedro, revela que Davi não
falava de si mesmo, mas de Cristo, que havia devir, pois
ele experimentou a corrupção
Atos 13:36: Porque Davi, certamente,
depois de servir à sua própria geração pela
vontade de Deus, dormiu, e foi reunido a
seus pais e viu a corrupção. (Atz-29; / rs2.-ioi
Jesus Cristo triunfou sobre a Lei, sobre o pecado, sobre
Satanás, e logo recebeu o poder de ressuscitar, conforme
era prometido àquele que cumprisse a Lei (Lv 18:5);
logo, ele venceu a morte e seus elementos, como a
sepultura, a corrupção e o Hades
Atos 13:37: Mas aquele a quem Deus res­
suscitou jamais viu nenhuma corrupção.
Paulo revela que a remissão de pecados não pode ser
mais feita no altar de sacrifício, mas mediante a morte e
a ressurreição de Cristo, pelo poder da fé, do sangue e da
graça de Deus; que, por Cristo, a remissão é concedida
mediante a fé, e que eles não necessitariam mais
oferecer nenhum sacrifício no Templo, que brevemente
iria ser destruído. Ele queria dizer a todos eles que, a
partir de agora, já não restava mais sacrifícios pelos
pecados, porque o sacrifício de Cristo era suficiente
para redimir pecados. Observe como Paulo apresenta a
humanidade de Cristo (Fp 2:5-8)
Atos 13:38: Seja, pois, conhecido diante
devós, varões irmãos, que, por este homem
vos é anunciada a remissão dos pecados, t u
24:47; 1lo 2:12)
A justificação que eles procuravam mediante a Lei,
agora é oferecida por Cristo
Atos 13:39: Ea respeito de todas estas coi­
sas, não pudestes ser justificados pela Lei
de Moisés, mas todo aquele que nele crê é
justificado por ele. (Rm3:28;Gl2:lò;Atl0:43)
O alerta de Paulo sobre aquilo que os judeus declararam
na ocasião da morte de Cristo (Mt27:25)
Atos 13:45
Atos 13:40: Portanto, cuidais para que
não aconteça a vós o que está escrito nos
Profetas: (j o m s )
Paulo alertava a respeito da entrada do general Tito em
Jerusalém, embora não estivesse ali, pois o texto de
Habacuque 1:5,6, trata de uma grande invasão sobre
as terras de Judá pelos caldeus, os quais tipificavam
agora os romanos e todos os inimigos de Israel durante a
História, como bem sabemos
Atos 13:41: Vede, órejeitadores, assombrai-
vos e admirai-vos; porque faço uma obra em
vossos dias, uma obra que de modo nenhum
crereis, se vos for contada”. /hc í i j
Oclamordos gentios paraouviraPalavra de Deus e as
Boas-Novas de Cristo
Atos 13:42: E, quando os judeus estavam
saindo dasinagoga, os gentios lhes rogaram
que estas palavras lhes fossem repetidas no
sábado seguinte. (Atí3-.i41
Aqui nascia a igreja da região dos gálatas, um povo
que creu na Graça de Deus; por isso, Paulo os exortará
duramente na sua epístola aos Gálatas
Atos 13:43: E, despedida a sinagoga, mui­
tos judeus e religiosos prosélitos seguiram a
Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os
exortavamaque perseverassemna graça de
Deus.(At 11:23; 14:22!
O grande dia da Galácia Sul
Atos 13:44: Nosábadoseguinte, reuniu-se
quase toda a cidade para ouvir a palavra de
Deus.
Nada é tão insuportável para aquele que tem sede de
poder de qualquer tipo do que ver outro atraindo as
multidões, pelas razões óbvias e claras que se opõem à
sua sutil filosofia e camuflados propósitos; as únicas coisas
que hão de morrer a partir de sua constatação de derrota
não lhe pertencem, mas o dominam: Variados atos
movidos, já não pela sua filosofia de liderança, rnas pelos
grandes escavadores de covas especiais parafnjstrados:
o ciúme e a inveja. Os ecos das palavras da verdáde serão
rebatidos, blasfemados, comentados com amargura,
ao mesmo tempo em que ele mastiga oalimento sem
gosto, enquanto ouve os elogios que lhe foram roubados.
Paulo falava e os judaizantes resmungavam, ladravam,
amaldiçoavam. Mas, onde eles estão hoje?
Atos 13:45: E os judeus, vendo as multi­
dões, encheram-se deinvejae, blasfemando,
contradiziamo que Paulo dizia, ia ís -i ?; i &ó; i
Pe4:4;JdI0j
Agrande decisão de Paulo e Barnabé, depois que eles
rejeitaram a Palavra do Evangelho, da mesma forma como
524
 13:46
rejeitaram aCristo. Toda e qualquer dúvida a respeito
da evangelização dos gentios terminou naquele sábado;
veja que ironia: em um sábado, eles decidiram pregar o
Evangelho sem reservas aos gentios. Esses judeus farão
j de tudo para desviar a atenção dos cristãos a respeito de
sua nova fé; por esta razão, Paulo escreverá a epístola aos
Gálatas
Atos 13:46: No entanto, Paulo e Barnabé,
: respondendo com ousadia, disseram: “Era
necessárimque, primeiramente, a palavra
de Deus vos fosse pregada; mas, já que a re­
jeitaisk vos julgais indignos da vida eterna,
eis qpe, agora, iremos aos gentios. (At3:26;
18:6,20^28:28)
Esta foi a quarta parte da ordem de Cristo:
até os confins da terra, mas os cristãos judaizantes
se opunham ferozmente; embora soubessem do
testemunho de Pedro, isto de nada adiantou. Este era o
grande objetivo de Paulo e Barnabé: cumprir a ordem de
Cristo e chegar aos confins da terra
Atos 13:47: Porque assim nos ordenou 0
Senhor: Eu te pus como luz para os gentios,
a fim de que lhes seja por salvação até os
confins da terra”, (is 49:6; u 2.32)
Quem está ordenado a receber a vida eterna? Todos que
ouviram, alegraram-se, glorificaram e creram. Estes são
os passos para herdar a vida eterna. Não é privilégio de
alguns, mas uma oportunidade para todos. Antes de ser
destinados à vida eterna, devemos ouvir e glorificar a
Palavra do Senhor, que é Cristo; não é algo automático.
Ninguém pode ser destinado para a vida eterna se nunca
glorificou a Cristo. Paulo estava naquela condição em
que muitos precisam saber que são eleitos para que
sejam salvos. 2 Timóteo 2:10: “Portanto, tudo suporto
por amor aos eleitos, para que eles também encontrem
com eterna glória a salvação que somente encontra-se
em jesus Cristo”. O encargo: aos eleitos. Mas esses
eleitos precisam ainda ouvir o Evangelho. Paulo era um
caçador dos eleitos. Eles, embora eleitos, precisavam
saberque eram eleitos. Eles precisavam encontrar com
glória a salvação. Eles precisavam decidir por Cristo
(isto em meio ao grande paganismo de então, não na
facilidade da fé do Evangelho já pré-conhecido, como
hoje, no Ocidente). Esta mesma dificuldade ainda
opera na maioria dos países do Oriente e da Ásia. Paulo
suportava aquele sofrimento por causa dos eleitos que
ainda iria encontrar, tal como Onesíforo! Pois ele esteve
naquela condição de eleito e aindanão salvo (At 9:15)
Atos 13:48: Os gentios, ouvindo isto,
alegraram-se e glorificavam a palavra do
Senhor; e todos quantos creram foram or­
denados para a vida eterna. (At2:47;Rm8.28)
A evangelização saiu do controle de Paulo e Barnabé
Atos 13:49: E a palavra do Senhor se difun­
525
Atos 13.52
dia por toda aquela província.
O Evangelho foi rejeitado, na maioria das vezes, por
pessoas da alta sociedade, porque expunha a sua vida
hipócrita; exigia-lhes um caminho estreito, e eles
estavam cheios de bagagens. Alguns se salvavam.
Mas o mesmo fizeram com Cristo em Gadara, quando
aquele povo preferiu criar porcos do que ter Jesus nos
seus termos. Então, Paulo e Barnabé fizeram o que
Cristo ensinou
Atos 13:50: Mas os judeus instigaram
algumas mulheres piedosas e de posição
distinta, e os principais da cidade, e levan­
taram uma perseguição contra Paulo e
Barnabé, e os lançaram fora dos seus ter­
ritórios.
Naamã ajuntou terras de Israel porque foi beneficiado
ao visitar Eliseu. Paulo e Barnabé não poderiam levar
nos seus sapatos as terras que, com muito custo, vieram
visitar para trazer-lhes as Boas-Novas do Reino
Atos 13:51: Mas estes, sacudindo contra
eles o pó dos seus pés, chegaram a Icônio.
(Mt 10:14;Mc 6:1 l;Lc 9:5; At 18:6)
Paulo e Barnabé deixaram os discípulos cheios de alegria
e cheios do Espírito Santo. Eles podiam partir, pois
haviam completado a sua missão
Atos 13:52: E os discípulos estavam cheios
de gozo e do Espírito Santo. (At2:4)
Atos, capítulo quatorze (14)
O ministério de Paulo em Icônio. Icônio (hoje, Konya),
historicamente conhecida, é uma cidade da Turquia e
está localizada no centro-sul da Anatólia. Esteve sob o
domínio dos frígios, dos licônios, dos capadócios e dos
gálatas. Com o domínio romano, no oitavo século, ficou
localizada mais para o sul da Galácia. Tendo atravessado
o exuberante planalto da Galácia meridional, Paulo fez
isso cheio de sonhos para aquela região com as portas
abertas às missões. O povo era extremamente acessível.
Pondo os seus olhos naqueles vulcões arrogantes, com
os seus cumes cobertos de neve fazendo saudação; ao
norte ficava o Soultan-Dagh, ao sul, o Tauro, a sudeste
o Kara-Dagh e, lá longe, a leste, o Karadja-Dagh. Ali
estavam os dois missionários de Antioquia. Enfim,
depois de uma viagem de cento e vinte quilômetros
surgiu o florescente oásis de Icônio, a uma altitude de
1.030 metros acima do nível do mar; uma cidade que
era motivo de grande orgulho para os seus habitantes.
A autoridade municipal era constituída por membros
da assembléia dos nobres romanos. Para vanglória do
Imperador, seus governantes cunhavam moedas com a
cara de Popéia, a esposa de Nero, a deusa. Constituída
por gálatas helenizados, funcionários e veteranos
romanos e judeus, a população dedicava-se à tecelagem.
Icônio era um centro de tecelagem de lã, propiciando ao
apóstolo encontrar ali alguma ocupação. Depois de mais
14:1
de um ano de expedições missionárias, muitos aldeões
creram no Evangelho, entre gregos e judeus. Ali, aigreja
existiu até depois da 1aGuerra Mundial, quando os
turcos os massacraram. Há ali muitos sinais marcados na
rocha do cristianismo fervoroso
Atos 14:1: Aconteceu que, em Icônio, en­
traram juntos na sinagoga dos judeus e, ao
falarem de tal modo, uma grande multidão
creu, não só de judeus mas também de gre­
gos. (At13:5,14,51;2:47; 18:4j
Em todos os discursos de Paulo, sempre havia um grupo
de judeus incrédulos ou algum grupo composto por
judaizantes, crentes da circuncisão. Está registrado na
História da Igreja Cristã a constante perseguição que
eles fizeram contra a obra de Deus; quando eles não
conseguiam perseguir, incitavam os próprios gentios
contra eles
Atos 14:2: Mas os judeus incrédulos in­
citaram e irritaram os ânimos dos gentios
contra os irmãos, (At 17:5)
Graça foi a palavra-chave da obra missionária naquele
lugar. Deus mesmo dava testemunho a respeito da sua
Palavra com sinais e prodígios feitos por eles
Atos 14:3: No entanto, permaneceram ali
por muito tempo, falando ousadamente do
Senhor, o qual dava testemunho à palavra da
sua graça, concedendo que, por suas mãos,
se fizessem sinais e maravilhas, imc ió:2o:
Hb 2:4;Jo 4:48;
Com subornos, os incrédulos pagavam motins. O povo
dividido enfrentava grande confusão: o batismo com
fogo não gera paz, mas guerra e divisão, pois quem é
por ele batizado recebe o caráter de João Batista e de
Elias. Tolerância zero contra o pecado. Quem são os
cinco? Lucas 12:51,52: “Pensais que eu vim trazer paz
à terra? Eu vos digo que não, mas antes divisão; porque
daqui em diante estarão cinco divididos numa família:
três contra dois, e dois contra três”
Atos 14:4: E dividiu-se a multidão da ci­
dade; e alguns eram a favor dos judeus, e
outros a favor dos apóstolos, iAt 17:4,5; m .-m.:
Paulo aprendera a distinguir o sinal do tempo de sair
da cidade; sabia que as adversidades apontavam novos
caminhos. Deus usava circunstâncias adversas para dar
cumprimento às profecias, senão ele se acomodariam
Atos 14:5: E, quando se formava um m o­
tim, tanto dos gentios com o dos judeus,
juntamente com os seus príncipes, para
ultrajá-los e apedrejá-los,
O plano de Deus agora os levava pelo caminho
das terras inóspitas da Licaônia. Tendo deixado
ATOS 14:10
os preciosos jardins de Icônio, apareceu a estepe
na paisagem de Licaônia, região pobre com vários
pântanos. Paulo e Barnabé divisavam as pastagens para
carneiros, cabras e outros animais selvagens. Ali era
uma região propícia para esconderijos dos bandidos
mais temidos e ousados da antiguidade, por causa das
vantagens oferecidas pela Montanha Negra e pelos
vales laterais do Kara-Dagh. Naquela região, os chefes
romanos procuravam os grandes bandidos daquela
época
Atos 14:6: sabendo eles, fugiram para
Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e para
a região circunvizinha; (Mt (0.-23)
Paulo registrará em sua memória a passagem por esta
região de ninguém. O “O este” de então, sem lei, sem
esperança. Ali estiveram Paulo e Barnabé
Atos 14:7: e ali pregavam o Evangelho.
(4) A igreja de Listra: organizada por Paulo na sua
primeira viagem missionária (At 14:6). Local onde
ocorreu um milagre, a cura de um paralítico (At
14:10). Local onde Paulo quase morreu arrastado (At
14:19; 2 Tm 3:11). Mais um coxo é curado por Paulo.
Naqueles dias, era comum haver uma festa anual
dedicada a Zeus, cuja equivalência romana era Júpiter.
A cidade estava cheia de cam poneses vindos de todas
as regiões. Nessas ocasiões, surgiam, como hoje,
mendigos de todos os lados. Ali, assentado, estava um
deles, enquanto Paulo e Barnabé passavam, a fim de
aproveitar a grande oportunidade
Atos 14:8: Em Listra havia um certo va­
j rão, aleijado dos pés, coxo desde o seio
de sua mãe, o qual nunca tinha andado.
(At3:2!
Paulo falava em voz alta a respeito do Evangelho de
Cristo. E aquele coxo ouvia o que ele dizia. Ao dar
testemunho do Cristo, que veio para fazer os cegos
verem, os mudos ouvirem, os coxos andarem, de
repente Paulo o encontra entre a multidão e percebe
que seus olhos expressavam a fé viva que estava nele
Atos 14:9: Este ouviu quando Paulo fa­
lava, que, fitando os olhos nele, e vendo
que tinha fé para ser curado, (M3:4; io.-4;Mt
9:28,29)
Impelido pela palavra de autoridade, ele se levanta
por si mesmo e corretamente, como qualquer homem
são. Então, saltou e andou. Paulo conhecia a fronteira
entre o natural e o sobrenatural: o nome de Jesus
Cristo
Atos 14:10: disse em alta voz: “Levanta-
te corretam ente sobre os teus pés. E ele
saltou e andou”. (At3:8)
Diante do milagre, por ocasião da festa dedicada a
Júpiter, anunciaram a encarnação de seus deuses
em forma humana. Foi o suficiente para eclodir um
14:11
alvoroço. Eles estavam considerando como algo
sobrenatural que os seus deuses Júpiter e Hermes,
utopicamente, se fizessem semelhantes aos
homens, quando o verdadeiro Verbo de Deus já havia
encarnado eritre os homens
A tos 1 4 :1 1 : As m ultidões, vendo o que
Paulo fizera, levantaram a voz, dizendo
em língua licaônica: “Os deuses d esce­
ram até nós e se fizeram sem elhantes aos
homens”. (A t8 :IO ;28:6}
Zeus erajúpiter e Hermes era o mesmo que Mercúrio.
Zeus, o deus dos deuses, e Hermes, o mensageiro,
o que falava. Para eles, tais divindades tinham
encarnado. Mas sabemos que não, e também que
o engodo do paganismo e da idolatria consiste em
reduzir a divindade e a santidade a uma condição
de rebaixamento à esfera essencialmente humana,
podre, corrupta, e elevar o humano corrupto ao divino,
tornando a distância entre o celeste e o terreno menor,
a fim de evitar confessar que Cristo foi capaz de tornar
este caminho real, sem ter se contaminado, mesmo
sendo Deus entre os homens, nem ter se elevado
corrupto como homem
A to s 1 4 :1 2 : Chamavam a Barnabé de
Júpiter ( “Z e u s ”)-, e a Paulo de Mercúrio
( “H e rm e s”), porque era ele que com uni­
cava a palavra.
Para a maioria dos modernos e corrompidos
pregadores do Evangelho na atualidade, talvez devesse
aproveitar a situação para promover, de alguma forma,
o Evangelho, a despeito de qualquer ignorância da
multidão; depois se explicaria a verdade
A tos 1 4 :13: O sacerdote do templo de
Júpiter, que estava em frente, à porta da
cidade, trouxe touros e grinaldas e, acom ­
panhado pelas multidões, queria oferecer-
lhes sacrifícios.
Ao rasgarem as suas vestes, mostrariam
imediatamente as marcas das chibatadas que os
acompanhavam a todo lugar (G16:17): as marcas do
Senhor Jesus. Em comparação à vaidade da cútis de
seus deuses, eles estavam em situação precária. Aqui,
pela primeira vez, Barnabé e Paulo são chamados de
apóstolos, mostrando que aqueles onze não seriam os
únicos da História da Igreja
A tos 14:14: Quando, porém, os apóstolos
Barnabé e Paulo ouviram isto, rasgaram as
suas vestes e saltaram para o m eio da m ul­
tidão, clamando,
Lembrando do episódio envolvendo Herodes, Paulo se
adianta e esclarece que eles eram homens como todos
ali e ainda lhes diz o que faziam, e, sem medo, chama a
tudo aquilo de “práticas vãs”, sabendo que toda glória
527
Atos 14:18
devia ser dada somente ao único Deus, o Criador de
todas as coisas, diante de quem deveriam se converter
sem demora, pregou-lhes o Evangelho, apontando o
caminho da salvação de seus pecados
Atos 14:15: e dizendo: “Varões, porque
fazeis tal coisa? N ós também som os ho­
m ens cuja natureza é sem elhante à vossa,
sujeitos às mesmas paixões, e vos anuncia­
mos o Evangelho para que vos convertais
dessas coisas vãs ao Deus vivo, que fez o
céu, a terra, o mar, e tudo quanto neles há;
(At 10:26; Gn 1:1; Tg5:í7; 1Sm 12:21;Jr 14:22; 1 Co 8:4; Sl
146:6;Ap 14:7)
Paulo mostra que Deus não queria o culto automatizado
do homem, mas o serviço voluntário, reconhecendo-o
como Senhor e Criador, dando às nações da terra a
liberdade de elegê-lo voluntariamente como seu Deus
Atos 14:16:o qual, nos tempos passados,
permitiu que todas as nações andassem
em seus próprios caminhos. (si8i. i2;At i7.-3o;
1 Pe 4:3}
Mesmo com a liberdade de escolha dos homens, Deus
nunca se afastou nem deixou de estar presente para
influir, dando testemunho de si mesmo com provisões
naturais e espirituais
Atos 14:17: Contudo, não se permitiu
ficar sem dar testem unho de si mesm o,
fazendo o bem de lá do Céu, dando-vos
chuvas e estações frutíferas, enchendo-
vos de m antim ento e de regozijo o vos­
so coração”. (At 17:27; Rm 1:20; Dt 11:14; Jó 5:10;
Sl 65:10/
A mesma multidão que nos aplaude, imediatamente
muda de opinião e apedreja. Nada é mais volátil do
que a opinião pública. Nada é mais inseguro do que
aquele que vive da opinião pública, mas nada é mais
inconfiável do que o culto humano
Atos 14:18: E, dizendo isto, com dificul­
dade fizeram com que as multidões desis­
tissem de lhes oferecer sacrifícios.
Os animais para o grande sacrifício foram substituídos
por pedras. As palavras de elogio, por críticas; a
hospitalidade, por ameaças, o altar, pelo solo onde os
arrastaram, o louvor, pela morte. Este é o culto humano
- transforma-se segundo a opinião. Por que tantos
problemas ao curar coxo? A Pedro quiseram prender
e matar; a Paulo apedrejaram, a ponto de o declararem
como morto. Mais uma vez, ele sabia que era hora de
mudar de cidade. Mas ainda voltaria ali em busca de um
jovem obreiro
14:19
Atos 14:19: Entretanto, os judeus que
vieram de Antioquia e de Icônio, persuadi­
ram as multidões e apedrejaram a Paulo, e
o arrastaram para fora da cidade, dando-o
como morto. (2 Co 11:25;A t 13:45;2Tm3:1 1}
Fazendo-se de morto, como Davi se fez de louco,
sua vida foi salva por um fio (Si 91). Ao ouvir a voz de
seus discípulos, levantou-se e partiu para Derbe; que
comunhão restauradora é ser cercado de amor pelos
discípulos que o amavam, que o cobriam em oração;
ali estava a prova, depois de tantas pedradas, ele viveu
porque estava cercado de amigos discípulos. E, ali,
como fruto daquela viagem, nasceu um discípulo por
nome Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai
grego; do qual davam bom testemunho os irmãos em
Listra e Icônio (At 16:1,2). A tristeza de Paulo pela
partida de Marcos será suavizada
Atos 14:20: Mas quando os discípulos o
rodearam, ele levantou-se e entrou na ci­
dade. No dia seguinte, partiu com Barnabé
para Derbe. (At22.-28j
(5) A igreja em Derbe (At 14:20-22): A igreja em
Licônio (At 14:2). Local onde Paulo ganhou para Cristo
gregosejudeus (At 14:2) em suaprimeira viagem
missionária. Grandes sinais e prodígios aconteceram
(At 14:3). Onde os judeus se juntaram às autoridades
para maltratar os servos de Deus. Depois de ter
ficado em Derbe por vários m eses, dali mantinha
comunicação com Icônio e Listra
Atos 14:21: Tendo proclamado o Evan­
gelho naquela cidade, onde fez m uitos
discípulos, voltaram para Listra, Icônio e
Antioquia,
Um aviso importante para as igrejas em cidades que
experimentam grandes avivamentos hoje em dia.
O trabalho de confirmação era muito importante
depois do trabalho de iniciação ao Evangelho. A (1)
confirmação, a (2) exortação e o (3) esclarecimento dos
propósitos da tribulação são importantes para que uma
pessoa entre no Reino de Deus
Atos 14:22: confirmando as almas dos
discípulos, exortando-os a perseverar na
fé, dizendo-lhes que “por m uitas e n e­
cessárias tribulações devem os entrar no
Reino de DeUS” . (At 11:23; 13:43;)ô I ó.-33; 1Ts3:3;
2Tm3:12j
Sem delegação de autoridade, nenhuma instituição
continua. Os presbíteros eram os supervisores
daquelas igrejas sob o comando dos apóstolos. Eles
conheciam a engrenagem da liderança e recebiam
instruções a respeito dos fundamentos apostólicos e
proféticos para edificarem juntos a igreja. O próprio
apóstolo João, bem como Pedro, se autodenominavam
528
Atos 14:26
anciãos ou presbíteros (1 Pe 5:1; 2 Jo 1; 3 Jo 1). Em
outros lugares, o mesmo foi feito (At20:l 7; Tt 1:5).
O presbitério era uma função de liderança local ou
regional entre os anciãos e obreiros de uma igreja. A
eleição deles não era para a função ministerial, que
já haviam recebido por imposição de mãos, mas o
mandato. O vocábulo para eleger aqui é cheirotoneó.
E aparece somente aqui e em 2 Coríntios 8:19, que
significa ordenar com confirmação pelo levantar de
mãos da congregação
Atos 14:23: E, tendo nom eado presbí­
teros, pela imposição de mãos, em cada
igreja, e orando com jejuns, os en com en­
daram ao Senhor em quem haviam crido.
: (Tt 1:5;At / 1:30; 13:3;20:32j
Começaram o caminho de volta e tinham que chegar
ao porto de Atália. Paulo se deixava levar pelas
dificuldades circunstanciais dos itinerários segundo a
vontade de Deus, que ditava as suas ordens. Dessa vez,
tiveram de escolher o caminho perigoso e demorado
que conduzia à Panfília, contaminada pela malária
advinda do Tauro. Esta é a grande diferença entre Paulo
e muitos missionários de hoje. Ele não temia nada
Atos 14:24: E, passando por Pisídia, che­
garam à Panfília.
Já com o coração em Antioquia, a saudade apressou
a sua passagem por Perge. Perge foi uma cidade da
Panfília, a uns 10 km d acostaeaó km ao oeste do rio
Kaistros (hoje Aksu). Depois, desceram para um porto
na baía de Atália, hoje Adália, vindos de Perge, algumas
horas de navegação ao norte. Uma cidade protegida
contra os piratas e vista no meio de seus preciosos
rochedos
Atos 14:25: E, tendo anunciado a palavra
em Perge ( “g ro sseiro ”), desceram a Atália
| ( “D eus aflige ”). /At n.-13, 14j
Após observar as magníficas comunidades fundadas
pelo apóstolo dos gentios, sob esforços indescritíveis,
perguntamo-nos por que motivo as igrejas cristãs na
Ásia Menor, na Armênia e no Norte da África faliram?
Por que houve o desvio do caminho direcionado por
Cristo e pelos seus apóstolos? Por não terem crido
nas exortações de Paulo aos Gálatas ou por não terem
prestado atenção ao vaticínio de João, no Apocalipse,
às igrejas da Ásia Menor. Perderam o sai? Lucas 14:34:
“Bom é o sal; mas se o sal perder o seu sabor, com que
ele mesmo será temperado?”. E porque pensamos que
nós, os afro-anglo-latinos-americanos, temos grande
vantagem sobre eles?
Atos 14:26: E dali navegaram para An­
tioquia, onde tinham sido encom endados
à graça de Deus para a obra que já haviam
cumprido cabalmente. (Ati3:i,3;ii.iQ; is.aoj
Como os setenta voltaram, cheios de alegria, eles,
depois de alguns anos longe da base em Antioquia,
 14:27
chegaram com a maravilhosa notícia: a porta da fé aos
gentios está aberta
Atos 14:27: E, quando chegaram e con­
gregaram a igreja, relataram quão grandes
coisas Deus fizera por m eio deles, e com o
abrira a porta da fé aos gentios. (At is:4 ,i2 ;
j 21:19; 1co 16:9;2co2:12; Cl4:3)
Era hora de cuidar da sua igreja por um tempo e
refazer as forças para uma nova jornada. Na igreja em
Antioquialogo encontraram rastros dos judeus crentes
da circuncisão. Muito trabalho teriam por ali; agora,
teriam que definir essa situação de uma vez por todas e
isto requereria muito tempo
Atos 14:28: E permaneceram ali com os
discípulos não pouco tempo.
Atos, capítulo quinze (15)
O Concílio de Jerusalém. Os maus irmãos que de perto
acompanharam a Pedro dejope à Cesaréiaestavam
comandando adoutrina da circuncisão na ausência
dos apóstolos. Depois do acontecido com Comélio,
procuraram chegar à Antioquia. O mesmo que dizem
alguns hoje, que se a pessoa não se batizar não será salva,
esquecendo-se do verdadeiro batismo pela fé na morte e
naressurreição de Cristo, que ocorre automaticamente
na ocasião de seu novo nascimento segundo a sua
confissão; algo ainda desconhecido de muitos ensinadores
modernos, mas profundamente ensinado pelos nossos
pais na fé (Rm 6:1 -11); pois, assim como a circuncisão
e o ato do batismo nas águas são símbolos de uma
atitude já tomada pela fé na obra redentora de Cristo,
um valia para o Antigo Testamento e outro, para o Novo
Testamento. Paulo, depois, volta a ensinar sobre isto,
dizendo: “Foi Abraão justificado estando na circuncisão
ou na incircuncisão?”. Na incircuncisão, é claro, pois
ainda estava incircunciso quando foi justificado mediante
a sua fé. Logo, o batismo é um tipo da circuncisão do
Antigo Testamento, e é um tipo da circuncisão do coração
mediante a fé. Assim, somos justificados mediante a fé,
pela graça, por causa do sangue de Cristo. Cansados das
grandes jornadas que ainda ecoavam nos seus ouvidos e
corações, lembrando das vitórias e das grandes tribulações
constantes da primeira viagem, sem contar com as
diferentes paisagens e regiões, regressaram à Antioquia,
cidade de Oronte. Agora, traziam no corpo marcas do
Senhorjesus (G16:17), as quais não eram conhecidas da
igreja em Antioquia. Com alegria, aquela igreja tão distinta
os recebeu com festa de ações de graças, querendo ouvi-
los a noite inteira. Tendo perguntado primeiro sobre as
notícias dali, os presbíteros logo revelaram que, desde a
Síria até a Silícia, novas congregações foram estabelecidas
(At 15:23). Mas Paulo notou em seus rostos uma certa
preocupação, mostrada pelas frases gaguejadas, com um
esperando pelo outro, tentando denunciar-lhe a premente
situação que os incomodava. Paulo, então, antes de
contar-lhes as novidades da obra missionária, pergunta-
lhes a respeito do que está acontecendo. Eles respondem
imediatamente, com certo cuidado, receosos de que
Atos 15:3
estivessem à beira de uma crise, diante da incompreensão
da igreja-mãe dejerusalém
Atos 15:1: Então, tendo descido alguns da
Judéia, ensinavam aos irmãos: “Se não vos
circuncidardes, de acordo com o rito da Lei
de Moisés, não podeis ser salvos”. (At i5:24;
Cl2:2;At 15:5; G15:2;At 6:14)
Aquilo que Pedro evitou, Paulo e Barnabé enfrentaram,
pois não pouco trabalho essa doutrina havia suscitado
na primeira viagem missionária deles. Chegou a hora de
contenderlAqueles judaizantes, crentes da circuncisão,
necessitavam ser parados, pois, até aquele momento,
estavam dando continuidade às mesmas obras que os
fariseus faziam nos dias dejesus, mas, agora, contra
os seus apóstolos. Eles se vestiram de cristãos, mas
continuavam os mesmos fariseus. A resolução foi
correta: Jerusalém precisava dar uma resposta certa para
ambas as partes
Atos 15:2: Com isto, iniciou-se um tumul­
to e não pequena disputa com eles, tendo se
levantado Paulo e Barnabé contra eles. Por
fim, os irmãos determinaram que Paulo e
Barnabé, acompanhados de alguns dentre
eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e
presbíteros, para consultá-los sobre aquela
questão. (At 15:7; G12:2;At 11:30)
Aigreja em Antioquia estava ao lado de Paulo e Barnabé.
Em alguns assuntos, a congregação acompanha os
seus líderes até certo ponto do caminho, mas confia
na maturidade de seus líderes. Estes, porém, mesmo
enfrentando grande contenda, estavam tranqüilos
quanto à sua vitória em Jerusalém, e ainda entraram
na Fenícia e em Samaria, no campo de Filipe, e na
igreja da samaritana e do ex-leproso, testemunhando
a conversão dos gentios. Os samaritanos não estavam
sozinhos. Paulo sobe ajerusalém acompanhado de
um novo amigo: Tito (Tt 1:4), filho de Paulo na fé. Um
valioso discípulo que servirá às missões mais penosas
(2 Co 7:15). A Igreja estava crescendo e a visão de Paulo
também. Perto do ano 48 depois de Cristo, Tito estava no
meio de uma grande discussão
Atos 15:3: E eles, sendo acompanhados
até certo trecho, foram despedidos pela
igreja, e atravessaram a Fenícia e Samaria,
relatando a conversão dos gentios, o que
produzia grande regozijo entre todos os ir­
mãos. (At 14:27;20:38;Rm 15:24; 1 Co 16:6,11)
Eram muitas as congregações dos judaizantes cristãos.
Paulo teve muitos problemas por isso, mas era
destemido ao ensinar-lhes a palavra que prevaleceu pela
escrita. Escrever foi a melhor coisa que ele fez, para que
a ética do Novo Testamento fosse conhecida entre os
gentios, em todos os tempos. A igreja estava composta
529
15:4 Atos
de apóstolos, presbíteros e membros. Pedro eTiago
foram chamados de pilares da Igreja
Atos 15:4: E chegando a Jerusalém, fo­
ram acolhidos pela igreja, pelos apóstolos
e presbíteros; e relataram quão grandes
coisas Deus tinha feito por m eio deles.
(At 15:12; 14:27)
Os judeus crentes na doutrina da circuncisão haviam
sido tirados do meio dos cerimoniais fariseus, mas ainda
divergiam entre si. No batismo, não tiraram as vestes
de fariseus, e queriam que o cristianismo se integrasse
ao velho judaísmo. Deus não era Deus de uma raça, mas
dos homens, conforme os profetas haviam ensinado e
os salmistas haviam cantado. Não era possível que os
judeus crentes na circuncisão oferecessem aos cristãos
a lei moral, afé monoteísta de Abraão, sem o essencial:
o Cristo redentor de todos os povos; mantendo-o
somente para si, como algo exclusivo de Israel. E aquele
que o quisesse não o teria mediante afé, a não ser pela
circuncisão; dando mais valor a um símbolo do que
à própria realidade que este cerimonial apontava: a
morte e a ressurreição de Cristo eram consumadas pelo
batismo, pela fé nele. Nesse caso, a morte de Cristo não
seria tão importante quanto a circuncisão. Contaram
que depois que eles se distanciaram, (1) a igreja-mãe
jamais saiu de seu ninho, (2) negavam que os novos
conversos gentios fossem verdadeiros cristãos, (3) os
quais não deveriam ser batizados sem serem educados
conforme o judaísmo, (4) e não se importavam se
o cristianismo se dividisse em duas seitas, (5) que
deveriam frequentara sinagoga; (6) que sua admissão
na igreja dependia da circuncisão e do cumprimento das
leis usuais de Moisés,
(7) reduzindo a igreja a uma extensão da sinagoga, (8)
que a universalidade da redenção era negada; (9) que
os gentios poderiam ser cristãos de segunda categoria;
(10) que somente os judeus crentes na circuncisão
seriam cristãos completos, (11) estabelecendo um
muro de separação religiosa e social. Emborajesus não
tenha dado instrução de como seus discípulos deveriam
receber os gentios, havia aceitado como discípulos
a dois deles: Lucas e o Zelote cananeu. Assim como
Jesus havia convivido com eles, eles também deveriam
conviver; mas Pedro foi instruído como deveria fazê-lo.
Cornélio não era um caso à parte. Era um exemplo a
todos os evangelizadores. Aquele problema era grave
e punha em risco toda a obra redentora de Cristo, e
não poderia ser resolvido fleumaticamente, somente
porque a igreja, recém-edificada, ainda não tinha
concretas formas de culto e cerimoniais claros diante do
judaísmo tradicionaimente estabelecido
Atos 15:5: Mas eis que se levantaram al­
guns da seita dos fariseus que tinham crido,
dizendo que seria necessário circuncidá-
los e mandar-lhes que observassem a Lei
de Moisés.
O Concílio deliberando e decidindo. Agora, sem aigreja
530
15:9
- os ministros na presença da igreja (15:12)
Atos 15:6: Então, congregaram -se os
apóstolos e os presbíteros para considerar
a respeito desta palavra.
Pedro conhecia todas as convicções cristãs dos
judaizantes, que eram, essencialmente, estas: (1)
Cristo não veio para revogar a Lei e que esta deveria
ser cumprida cabalmente; (2) que as prescrições
dos alimentos puros deveriam continuar; (3) que
a santificação do sábado deveria ser mantida; (4) que
a impureza pagã deveria ser tirada unicamente pela
circuncisão; (6) que os fundamentos de seus pais deveriam
ser respeitados. Esta não erauma mensagem pentecostal.
Era definitiva e mudaria o curso da História da Igreja.
Ele começa lem brando diante de Paulo que sempre se
deveria levar em contaque Pedro havia sido eleito para
que os gentios ouvissem por sua boca o Evangelho. Mas
ele, somente ele, sabe, com algumas testemunhas que
ouviram de sua própria boca, que ele rejeitou três vezes
este poderoso chamado. Depois de ter dito isso, parou,
pensou e disse: As palavras de Pedro se resumiram em três
fatores, segundo o texto: (1) Deus já iniciou este processo
fazendo-me um instrumento para a salvação do gentio
Cornélio em Cesaréia, com a confirmação do batismo. (2)
A Lei não pode ser cumprida por um homem moralmente
caído. (3) Asalvação épela graça. Estas palavras deram a
Paulo e a Barnabé as boas-vindas ao ministério dos gentios
oficialmente. O Espírito Santo mostrou que não tinha
preferência por judeus limitando os dons aos gentios
Atos 15:7: E, havendo uma grande discus­
são, Pedro levantou-se e disse-lhes: “Varões
irmãos, vós sabeis que há muito tempo Deus
me elegeu dentre vós, para que os gentios ou­
vissem da minha boca a palavra do Evangelho
e C reSSem . (At 10:19,20;20:24j
“Deus conhece os corações”, dando-lhes (aos gentios)
o Espírito Santo, tal como deu aos judeus, sem nenhuma
diferença, sem distinção alguma. O Espírito Santo é o
vínculo da unidade entre Deus e os homens
Atos 15:8: E Deus, o conhecedor dos cora­
ções, testemunhou a favor deles, dando-lhes
o Espírito Santo, do mesmo modo como nos
foi dado; (At10:44,47; 1:24)
Se os corações dos gentios estavam purificados mediante a
fé, por que os crentes judaizantes queriam que eles fossem
purificados pela circuncisão? Ver que afé também purifica
Atos 15:9: e não pôs distinção alguma entre
eles e nós, purificando os seus corações pela
íé . (At 10:28; 11:12)
Era uma tentação a Deus tudo aquilo que os crentes da
circuncisão queriam impor aos gentios; era um jugo
insuportável. Pedro estava sendo completamente sincero.
Depois do crescimento constante e comprovado da Igreja,
os crentes judaizantes estavam mais quietos, mas não
 15:10
ficariam assim por muito tempo, mesmo com a grande
evidência de que o Espírito Santo estava operando em
favor da salvação dos gentios
Atos 15:10: Agora, pois, por que tentais
a Deus, pondo um jugo sobre a cerviz dos
discípulos que nem os nossos pais nem nós
mesmos temos sido capazes de suportar?
i (Mt23:4; Gl5:1)
É Pedro, e não Paulo, que está falando: a salvação não
vinha por nenhuma obra da Lei. Assim como o Espírito
Santo foi dado sem distinção, a salvação também é dada
do mesmo modo
Atos 15:11: Mas cremos que somos salvos
por meio da graça do Senhor Jesus Cristo,
assim com o eles tam bém ”. (Ef2:5; Rm3:24;Ef
3:5-8; Tt2:l 1;3:4,5)
Pedro passa a palavra a Paulo e Barnabé: a multidão
calada escutava os dois. Ali, diante das autoridades da
igreja, eles fizeram um relato da sua primeira viagem
missionária, sem poupar as experiências eossinaisque
Deus fizera por meio deles
Atos 15:12: Então toda a multidão guar-
dousilêncio, e escutava a Barnabé e a Paulo,
que contavam quantos sinais e maravilhas
Deus havia feito por m eio deles entre os
gentios, tAt 14:27;Jo4:48}
Tiago esperou que terminassem de falar. Não lhes tomou
a palavra. Tiago, um dos únicos que não abandonaram
a cidade na grande perseguição, continuou a
desempenharas suas funções em meio àquela
discussão. Mas, sob sua liderança, a igreja em Jerusalém
era apenas uma piedosa seita judaica, onde ninguém se
interessava em divulgá-la, a não ser parâ os prosélitos
gentios feitos à força da faca. A morte de Estêvão
mostrou que os diáconos comandavam a fé apostólica
que começava a enfraquecer-se em Jerusalém. Tiago,
disposto, rude e conservador, tinha enviado alguns de
seus representantes radicais à Antioquia, antes que
Paulo regressasse da sua viagem missionária, por causa
das informações de Marcos. Depois da larga discussão,
decidiu com sabedoria. As palavras de Tiago, como
pastor dos judaizantes, estavam sendo esperadas,
mesmo que Pedro tivesse já falado. Dois partidos à
espera de sua decisão. Mas ele não podia agir sem ser
guiado pelo Espírito Santo. Não podia agir por si mesmo
Atos 15:13: E quando estes guardaram
silêncio, Tiago tomou a palavra, dizendo:
“Varões irmãos, ouvi-me: (At i2:i7)
Tiago honrou a Pedro e a sua preciosa palavra de
sabedoria, com muita sinceridade. A salvação de
Cornélio tornou-se em uma referência convencional.
Quem era o povo para seu nome? A Igreja, tirada do
meio dos judeus e dos gentios. A profecia a respeito da
Igreja, do seu nascimento e edificação (Mt 16:16-18):
531
Atos 15:16
Ele lembrou-se dos detalhes do Salmo 102:18: “Isto será
escrito para as gerações futuras, e um povo que ainda
será criado íouvará ao SenhorJeová”
A to s 15:14: Simão relatou como, pela pri­
meira vez, Deus visitou os gentios, a fim
de tomar dentre eles um povo para o seu
Nome.
Davi e Amós eram alguns dos profetas de quem
Tiago falava (Am 9:14,15)
A tos 15:15: E com isto concordam as pa­
lavras dos profetas; segundo está escrito:
(Am 9:11,12;At 13:40)
O tempo da restauração de Israel: depois da segunda
vinda do Messias. O Tabernáculo de Davi, aberto e livre
para todos os povos, será levantado nos dias do Reino de
Cristo (At 15:15,10). Nele será estabelecida a festa dos
tabernáculos (Zc 14), quando todas as nações virão e se
prostrarão diante do Senhor. Amós 9:14- í 5: “Também
trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão
as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão
vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e
comerão do seu fruto. Então, os plantarei na sua terra, e
não serão mais arrancados dasua terra que eu lhes dei,
diz o Senhor Jeová, teu Deus”
A tos 15:16: Depois disto voltarei, e reedifi­
carei o Tabernáculo de Davi, que está caído;
e o edificarei das suas ruínas, e o tornarei a
levantar; (Amq:i i, i2,-jr /2.-i5j
O livro de Salmos tem uma origem majestosa. Muitos
profetas salmodiavam o Senhor. Promessas messiânicas,
profecias e cânticos dos mais diversos foram escritos em
toda a Bíblia. Cada salmo foi fruto de uma circunstância
adversa e cada salmista soube como aproveitar cada
uma dessas situações e descrever, de alguma maneira
e de algum aspecto, os sofrimentos de Cristo, a glória
de seu Reino, a humilhação de seu sacrifício, algum
elemento da escatologia, tribulações vindouras ou
momentos devocionais de louvor congregacional. Nos
tempos de refrigério, temos uma demonstração da
realidade: a tenda de Moisés vem a ser o lugar santíssimo
do tabernáculo de Moisés. Em outras palavras, com a
chegada do tabernáculo de Moisés, o lugar santíssimo
tomou-se mais inacessível, fechando, assim, o Santo dos
Santos (Hb 9:9-12). O Santíssimo de Moisés veio a ser a
restauração da tenda antiga de Moisés (Êx 33:9,10). A
arca estava livre do primeiro tabernáculo, aberta a todos
os povos, como nos dias anteriores ao tabernáculo de
Moisés (SI 100), e volta ao Santo dos Santos novamente.
O tabernáculo de Davi, como uma tenda simples, sem
átrio e lugar santo, veio a ser tipo do espírito humano,
que receberia em si mesmo o Espírito Santo na ocasião
do novo nascimento. Sem átrio, sem lugar santo e sem
véu, ele profetizava a respeito dos tempos vindouros,
quando todas as nações seriam convidadas a adorar o
Rei (SI 100). Depois da (1) tenda de Moisés e depois do
(2) Lugar Santíssimo de Moisés, veio o (3) tabernáculo
de Davi. Deus fez uma promessa: o caminho do lugar
15:17 Atos
santíssimo será aberto, quando o primeiro tabernáculo
cair. Qual é o primeiro tabernáculo? Segundo o que
lemos em Hebreus, o primeiro tabernáculo é a primeira
parte do tabernáculo, depois do átrio, chamada Santo
Lugar (Hb 9:2). Davi foi o único homem que chegou a
esta conclusão, por revelação de Deus (1 Cr 28:13). A
Escola de profetas, o laboratório espiritual de Samuel,
influiu muito na vida e no conhecimento de Davi (1
Sm 19:18,19). As revelações que Samuel tiveraforam
repassadas a Davi, que as assimilou, pondo-as em
prática, imediatamente. Depois que Davi começou a
reinar, sua preocupação era construir um templo ao
Senhor. Não foi possível que ele mesmo o construísse,
mas Deus autorizou a Salomão que o levantasse. Mas
Davi recebeu a revelação do Templo (1 Cr 28:13). (1)
A revelação dada a Davi era maior do que a revelação
dada aMoisés. (2) A revelação é de acordo com o
propósito original. (3) O propósito original é de acordo
com os recursos que Deus dá. (4) O desenho dado a
Moisés foi maior do que o propósito que Deus tinha
para com a nação de Israel nos dias de Davi. Mas Davi
tinha recursos para cumprir o propósito original dado a
Moisés (Êx 19:5,6; 1 Cr25-28). AvisãodeDavieraque
o tabernáculo de Moisés estava aquém da realidade do
tabernáculo Celestial. Faltava-lhe mais peças, pois o
tabernáculo de Moisés estava longe da realidade simples
do Templo profetizado para um sacerdócio universal,
com oo de Ezequiel (Ez 40-48). Este seráogrande
tabernáculo que nele mesmo constará todas asverdades
eternas de todos os templos e tabernáculos, diante do
qual todas as nações virão para adorar o Rei dos reis, pois
o tabernáculo de Davi caiu quando o templo de Salomão
foi levantado. Amós 9:11,12: “E naquele dia tomarei
a levantar o tabernáculo de Davi (“amado”), que está
caído, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar
as suas ruínas, e as reedificarei como nos dias antigos;
para que eles possuam o remanescente de Edom, e todas
as nações que serão chamadas pelo meu nome, diz o
Senhor Jeová, que faz estas coisas”
Atos 15:17: para que o remanescente dos
homens busque ao Senhor, e todos os gen­
tios, sobre os quais o meu Nome é invoca­
do, diz o Senhor, que executa todas estas
coisas,
Falando pelo Espírito Santo, e não por eles mesmos,
Pedro eTiago foram usados pelo Espírito Santo, que
falou mais alto do que os seus preconceitos. Os homens
não estão no controle do Reino de Deus na terra, embora
pensem ao contrário, mas, sim, o Espírito Santo de Deus,
antes mesmo dos tempos em que ele pairava sobre a
terra sem forma e vazia
Atos 15:18: que são conhecidas de Deus
desde os tempos antigos, todas as suas
obras.
Quando os mensageiros começaram a conviver com
eles, depois do primeiro culto, os irmãos gentios
começaram a perceber que (1) os judaizantes crentes na
circuncisão lavavam as mãos depois que saudavam um
532
15:20
cristão gentio (ex-pagão); (2) que não conviviam com
eles, nem aceitavam nenhum convite para cear com
eles em suas casas; (3) que não se assentavam com eles
por não terem sido circuncidados; (4) nas festas ágapes
exclusivas, que tiveram início após o Pentecostes, eles
tinham as suas mesas exclusivas e exigiam a circuncisão
de todos para serem considerados salvos; (5) os
casamentos entre os cristãos e os gregos eram impuros,
mas o amor de Cristo era válido; (6) que cada um deveria
comprar o seu próprio alimento (1 Co 8:4; 10:25); (7)
ser salvo equivalia à escravidão de viver no mundo e
ser separado do resto do mundo socialmente, dando ao
cristianismo a pequenez de uma seita e não a grandeza
da liberdade que Cristo inaugurou na cruz; (8) ser salvo
era viver em um abismo social, dogmático e político;
então Paulo e Barnabé partiram para a solução. Por que
não se devia perturbá-los? Porque a graça de Deus foi
revelada a eles
Atos 15:19: Portanto, o meu parecerá que
não se deveria perturbar aqueles que, den­
tre os gentios, se convertem a Deus,
Os gentios, acostumados à idolatria, à prostituição e aos
alimentos dedicados aos falsos deuses, agora libertos,
deveriam dar testemunho público de que estavam livres
de seus antigos pecados, pois todos as formas de cultos
aos deuses eram uma forma de divinizar os seus pecados
de prostituição e humanizaras suas falsas “divindades” :
nas suas corrupções. Mas sabemos que os falsos deuses
eram demônios, os mesmos que os incitavam ao pecado.
As três observâncias seriam uma nova lei na graça: (1)
Não se assentar à mesa com os pagãos compartilhando
seus alimentos sacrificados aídolos, porcausado
relacionamento deles com as pessoas que estavam
acostumadas a isso, mesmo nas suas casas, com pessoas
não-convertidas. (2) Não participar de orgias sob a
cobertura da religiosidade nos tempos dos pagãos e
coisas semelhantes, inclusive a pederastia comum entre
os gregos. (3) Não se alimentar de carne que não tivesse
perdido o seu sangue completamente. Depois, o próprio
Paulo acrescentará ensinamentos valiosos sobre isso,
porque as carnes do mercado não tinham uma etiqueta
que as distinguia como carne de animais imolados dos
animais sufocados (Rm 14:1); assim, Paulo estabeleceu a
lei da condescência aos fracos na fé, isto é, que devemos
considerar a fraqueza dos mais fracos. Assim, aigreja
considerava a idolatria como um dos graves pecados
dos homens. Mas, por alguma razão, não ficou claro, se
junto com a isenção da igreja gentia ao ritual da Lei, que
desde então se aplicava aos ex-pagaõs gentios, também
os judeus crentes da circuncisão ficavam desobrigados
de suportar o jugo antigo da Lei. Quanto a isso, Pedro
e Tiago ficaram em silêncio, o que causou um grande
estrago às atividades missionárias de Paulo. Então,
ficou entre os discípulos um ar de que a igreja tinha duas
categorias de cristãos: os fiéis à Lei e os libertos da Lei
Atos 15:20: mas se lhes escreva que se abs­
tenham das contaminações dos ídolos, da
fornicação, do que é sufocado e do sangue.
(I Co8:l,713;Ap2:14,20; 1Co6:18;Ef5:31; 1 Ts4:3;Cn 9:4;
At 15:29; 1 Co 10:7,8,14-28; Lv3:17; Dt 12:16,23)
 15:21
Tiago estava dizendo: “Assim como Davi retirou a arca
de dentro do tabernáculo e a revelou, assim também
deixem que os pregadores saiam dajudéia e cheguem
aos confins da terra; que deixem as sinagogas com
os seus pregadores! Saiam das quatro paredes de
Jerusalém, do vosso exclusivismo judeu!”
A tos 15:21: Porque Moisés, desde as anti­
gas gerações, tem os seus pregadores; e, em
todos os sábados e em cada cidade, é lido
naS SinagOgas”. (At 13:15;2Co3:14, 15)
O comunicado da decisão do Concílio. Apesar de tudo,
Barnabé e Paulo ainda não tinham autoridade para dirigir
aquela igreja sem os homens de confiança dejerusalém.
Assim é até hoje. Lendo Gálatas 2, vemos que, ali, Paulo
foi confirmado oficialmente como apóstolo dos gentios.
Então, o lençol foi definitivamente aceito por Paulo e
reconhecido sobre Pedro, o apóstolo dos judeus. Mas o
amor de Cristo pelas almas foi mais forte, e não permitiu
uma inimizade entre eles. Mas, se aquele acordo não
fosse fechado, o cristianismo teria sofrido um grande
prejuízo. A escolha de Judas Barsabás e Silas Silvano;
este, um helenista que levava dois nomes, um judeu e
outro romano. De acordo com o significado do nome
“Silas”, assim ele será entre os apóstolos
A tos 15:22: Então pareceu bem aos após­
tolos e aos presbíteros, e a toda a igreja, es­
colher dentre eles varões e enviá-los à An-
tioquia, junto com Paulo e Barnabé: Judas
( “s e m e l h a n t e a J u d á ”), chamado Barsabás
( “fi l h o d a e x a lta ç ã o ”), e Silas ( “o te r c e ir o ”),
!
homens influentes entre os irmãos. (A tii:2 o :
j 15:27,32,40)
As cartas tinham muito podernaqueles dias. Paulo
observou bem como trabalhavam e aproveitou-se
daquela idéia para escrever cartas a todas as igrejas
que fundava. Como resultado, não temos uma igreja de
Pedro e Tiago, e outra de Paulo, pois ambos eram vasos
de Deus para o cumprimento de Seu propósito
A tos 15:23: E assim, por intermédio de
suas próprias mãos, escreveram: “Os após­
tolos e os irmãos presbíteros, aos irmãos em
Antioquia, na Síria e na Cicília, dentre os
gentios, saúde. (Atl:41;23:26;Tgl:l)
Como os judaizantes crentes na circuncisão
perturbavam, com palavras, as suas almas? (1) Negavam
que os novos conversos gentios fossem verdadeiros
cristãos, (2) diziam que eles não deveriam ser batizados
sem serem educados conforme o judaísmo, (3) não
se importavam se o cristianismo se dividisse em duas
seitas, (4) que eles deveriam frequentar a sinagoga, (5)
que a admissão deles na igreja dependia da circuncisão e
do cumprimento das leis usuais de Moisés, (6) reduziam
a igreja a uma extensão da sinagoga, (7) negavam a
universalidade da redenção, (8) que os gentios poderiam
Atos 15:28
ser uns cristãos de segunda categoria, (9) que somente
os judeus crentes na circuncisão seriam os cristãos
completos, (10) estabeleciam um muro de separação
religiosa e social
Atos 15:24: Porquanto ouvimos que
alguns, partindo do nosso meio, vos têm
perturbado com palavras, confundindo
as vossas almas, aos quais não enviamos;
(At 15:1; Gl 1:7;5:10)
A igreja em Antioquia e as outras congregações
estavam esperando por aquela decisão, que
trazia paz para toda a Igreja
Atos 15:25: então, depois de termos che­
gado a um acordo unânime, pareceu-nos
melhor escolher alguns varões e enviá-los
juntamente comosnossos amados Barnabé
e Paulo,
Aqueles homens não podiam se igualar ao quilate
dos atributos missionários de Barnabé e Paulo; mas a
humildade deles os fez recebê-los, porque os crentes
respeitavam as autoridades constituídas por Deus.
Quem nunca percebeu a ironia por trás do sorriso de
algum líderna vida?
Atos 15:26: homens que têm arriscado
a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus
Cristo. (At 14:19; I Co 15:30)
Judas se sentirá fora de seu ambiente e voltará. Silas,
por outro lado, vai amar o mover de Deus naquela igreja
e permanecerá ali, para surpresa dos apóstolos de
Jerusalém
Atos 15:27: Portanto, enviamos Judas e
Silas, os quais tambémvos anunciarão, com
suas próprias palavras, o mesmo. (At 15.-22)
Eles sabiam que a decisão era do Espírito Santo, que
estava acima dos apóstolos. Por eles mesmos, a decisão
seria outra. O Espírito Santo estava verdadeiramente
no controle de todas as coisas, e Pedro e Tiago acataram
a decisão do Espírito Santo. Isto demonstrou o amor
deles porJesus e a disposição em continuar sendo
instrumentos do Espírito Santo
Atos 15:28: Porque pareceubemao Espíri­
to Santo e anós não vos impor maior carga,
alémdestas coisas que são necessárias:
A decisão estava falada e escrita. Aos gentios era um
desafio, pois, acostumados à orgia, à adoração de
Zeus e Cibele e de todos os seus outros frutos, e ao
derramamento de sangue diante de seus altares, eles
viveram a vida inteira. Mas, como o novo nascimento
de fato é uma nova vida, eles triunfariam pela fé,
sendo conservados daqueles tipos de corrupção que
degeneram não somente o homem interior, mas o
homem exterior. A abstinência da fornicação é como um
533
15:29
sal contra esse tipo de corrupção. O adultério é manter
relações sexuais com uma pessoa casada; prostituição
é manter relações com uma pessoa dedicada à
prostituição profissional; fornicação é manter relações
sexuais com uma pessoa que apenas quer satisfazer
o seu desejo carnal, sem nenhum compromisso
matrimonial. Os três tipos de impureza geram morte,
doenças e frustrações, bem como decadência moral
Atos 15:29: Que vos abstenhais das coi­
sas sacrificadas aos ídolos, e do sangue,
e do sufocado, e da fornicação; das quais
coisas fareis bem se vos guardardes. Con­
servai-vos”. (At 15:20; 21:25; L vl 7:14)
A carta de Jerusalém trouxe paz. Esta carta foi copiada
e recopiada, mas os judaizantes não a respeitavam
Atos 15:30: Então eles, tendo-se despe­
dido, desceram a Antioquia e, reunindo a
assembléia, entregaram a epístola ( “c a r­
t a ”).
A carta trouxe consolo à igreja. A carta era a
manifestação de carinho e respeito da liderança
apostólica, e Paulo e Barnabé estavam regozijantes
pela decisão proclamada
Atos 15:31: E, quando a leram, regozija­
ram-se pela consolação.
Os profetas Judas e Silas, mesmo debaixo da
autoridade de Pedro e Tiago, sentiram que Antioquia
era uma igreja que amava a Palavra de Deus pregada
por Paulo. Embora fosse do conhecimento de todos
que Pedro e Paulo tinham uma irmandade impecável e
sem sombra de qualquer dúvida, Judas e Silas estavam
obedecendo às ordens de Pedro e Tiago de todo o seu
coração, mas um deles se identificou com os irmãos
de Antioquia. Eles participaram de alguns cultos e
sentiram a diferença no fervor do amor dos irmãos.
Os irmãos os receberam com amor e aceitaram a sua
exortação e fortalecimento em Cristo
Atos 15:32: EJudas e Silas, que também
eram profetas, consolaram os irmãos com
muitas palavras e os confirmaram.
Mas eles não puderam permanecer ali. Diante de dois
gigantes na Palavra, acharam por bem regressar. Mas,
de repente, Judas teve uma surpresa: Silas não voltaria
corneie
Atos 15:33: Então, demorando ali algum
tempo, foram enviados em paz pelos ir­
mãos, que os devolveram aos que os ti­
nham enviado. (At 16:36; 1 Co 16:ll;H b 11:31)
Silas escolheu a melhor parte e não lhe seria tirada.
Tornou-se um grande missionário com Paulo
Atos 15:34: Mas pareceu bem a Silas ( “o
te r c e ir o ”) permanecer ali.
534
Atos 15:38
Paulo ainda tinha muitas coisas a ensinar para a
igreja. Ali, ele pregou o seu primeiro sermão sobre a
circuncisão, depois escrito na carta aos Romanos, em
função de todos aqueles últimos acontecimentos
Atos 15:35: E Paulo e Barnabé permane­
ceram emAntioquia, ensinando e pregan­
do também, com muitos outros, a palavra
do Senhor.
A segunda viagem missionária: Ásia Menor.
Paulo e Barnabé se separam
Atos 15:36: Depois de alguns dias, Paulo
disse a Barnabé: “Voltemos a visitar, ago­
ra, os nossos irmãos em todas as cidades
em que temos anunciado a palavra do Se­
nhor, para ver como vão”. (At 13.4, 13, 14, 51;
14:1,6,24,25)
O envolvimento familiar no ministério, de maneira
formal, sempre foi algo bem marcante na História da
Igreja. Sobrinho de Barnabé, Marcos, influenciado pelo
tio, queria participar viagem, com algumas reservas.
Paulo reconhecia isto de forma clara, pois ainda estava
entristecido com os acontecimentos da primeira viagem.
Havia algumas mágoas. Uma recente visita de Pedro não
descrita por Lucas, mas narrada por Paulo, mostra as
razões por que Paulo e Barnabé se separaram:
Atos 15:37: Era parecer de Barnabé que
tomassem consigo aJoão, que se chamava
MarCOS. (A tl2:12)
João Marcos precisava de alguma desculpa para se
apartar daqueles dois homens de fé, tendo diante dele a
realidade dos grandes desafios daquela viagem
Atos 15:38: Mas não pareceu prudente a
Paulo levá-lo, porque os tinha abandonado
em Panfília e não continuou com eles no
trabalho. (A ti3:i3)
O motivo pelo qual houve a separação entre Paulo
e Barnabé ficou camuflado, depois de uma visita de
Pedro a Antioquia, acompanhado pelo seu discípulo
Marcos, o mesmo que abandonou Paulo e Barnabé na
suaprimeira viagem missionária. Naqueles dias, Paulo
percebeu que Pedro acomodou-se, sem nenhuma
exigência, aos costumes da igreja local, e com toda
confiança esteve ministrando entre os cristãos gentios
de Antioquia. Os irmãos de Antioquia estavam felizes
com a presença e com o comportamento dos irmãos da
igreja. Pedro não recusou os frutos da obra missionária
no rio Oronte, bem como compartilhou com eles
as festas ágapes. Mas Paulo também observou que
quando o pessoal de Tiago chegou, a fim de observá-lo,
Pedro passou a agir com hipocrisia e frieza diante dos
novos cristãos gentios. Paulo observou também como
o seu colega Pedro perdeu sua alegria e sua liberdade
diante daqueles cristãos da circuncisão que haviam
15:39
chegado de Jerusalém. Paulo percebeu que Pedro
intimidou-se, evitou a comunhão com os irmãos,
rejeitou participar da festa ágape e andou isolado com
os irmãos chegados dejerusalém. Paulo observou
como Barnabé também imitou a conduta de Pedro, por
causa do seu sobrinho Marcos. Paulo também deu-se
conta de como os irmãos da igreja em Antioquia se
sentiram diante da estranha atitude deles, e viu como
eles ficaram magoados, sentindo-se desprezados como
uma igreja de segundo escalão. E triste, Paulo percebeu
que, se aquela atitude continuasse, a decisão da igreja
em Jerusalém seria completamente relegada a nada.
Por isso, Paulo deveria intervir, para salvar o futuro da
unidade eclesiástica e da liberdade dos gentios. Muito
embora Paulo soubesse que Pedro era da mesma
opinião, conhecia mais ainda a natureza carnal do
homem. Ele também sabia que os cristãos judaizantes
queriam frustrar a decisão do Concílio dejerusalém
em favor dos cristãos gentios. Paulo percebeu que
Pedro continuava sem mudanças diante dos irmãos e
se sentia intimidado diante do partido dos judaizantes
de Jerusalém, embora considerasse aqueles irmãos na
fé. Então, Paulo lhe resistiu frente a frente, o que não
quer dizer “resistir com ódio”, mas com franqueza e
não com hipocrisia. Assim, Paulo (1) reprovou a sua
dissimulação; (2) mostrou-lhe que não estava seguindo
o verdadeiro Evangelho de Cristo; (3) lembrou-lhe
as suas convicções quando deu seu parecer diante do
Concílio em Jerusalém. Assim, Paulo declarou que
todos eles, judeus e israelitas, os quais sempre foram
levados a considerar os pagãos como pecadores,
também sabiam que o homem não pode comparecer
diante de Deus a não ser por meio da sua graça. Isto quer
dizer que se ele pudesse cumprir a lei moral ou a lei
cerimonial, oferecendo todos os sacrifícios e preceitos
da purificação, como a circuncisão, não poderia ser salvo
sem a graça. Assim, resumiu, ao escrever aos gálatas,
que Pedro, Tiago e o próprio Paulo sabiam que tinham
renunciado às obras legais da Lei e a observância da
Lei mosaica; mas que alguns deles estavám em dúvidas
quanto a isto e poderiam voltar atrás, mas já não restava
mais sacrifícios pelos pecados. Paulo também disse
que eles deveriam confiar plenamente no poder da
graça de Cristo, pois não poderiam reconstruir um
edifício que haviam derrubado; pois, com isso, estavam
declarando que a obra da graça salvadora de Cristo não
era suficiente. Neste caso, teriam de declarar que eles
haviam morrido para a Lei e a Lei havia morrido para
eles, porque Cristo já havia cumprido a Lei, e como ela
era como uma grande carreira em si mesma, para a qual
havia somente um vencedor e terminaria com a sua
conquista, quer dizer que, ao tomar-se o prêmio desta
carreira, a Lei (que cobria esta carreira) ficava obsoleta
para aqueles que quisessem continuar correndo, tendo
sido consumada, pois o seu único vencedor consumou
e conquistou a disputa. Assim, os judaizantes queriam
continuar correndo uma carreira que já fora terminada,
cujo prêmio já tinha sido dado a um só: Cristo. Por isso,
deu-se a separação entre Paulo e Barnabé. Aquela
cena ficou marcada no coração silencioso de Paulo e de
Barnabé, que o conhecia muito e sabia que algo ruim
estava noar. No momento em que Barnabé pediu a Paulo
535
Atos 15:40
que Marcos fosse com eles naquela segunda viagem,
Paulo não suportou mais o seu silêncio e houve uma
grande discussão sobre aquele assunto, que envolveu
o nome de Pedro, o de Marcos e o do próprio Barnabé.
Assim, finalmente, eles ficaram sabendo de uma vez
a posição de Paulo e por que havia resistido a Pedro.
Embora (1) Barnabé quisesse dar a Marcos uma nova
oportunidade para consertar o seu erro e (2) ajudar o seu
sobrinho a crescer no ministério. O que Paulo pensava
verdadeiramente a respeito de Marcos? (1) Ainda não
estava amadurecido para a grande tarefa missionária.
(2) Marcos aindanão estava liberto da influência dos
cristãos da circuncisão. (3) Paulo não poderia pôr em
risco aquela missão, que poderia ficar dividida durante
anova viagem. Barnabé viajou para Chipre, sua cidade
natal, e para lá levou Marcos. A partir dali, Paulo fará
somente uma menção a respeito de Barnabé (1 Co
9:6). Com algumas palavras, Paulo exalta a castidade
de Barnabé. Algum tempo depois, Marcos voltará a
estar com Paulo, e este dará razão a Barnabé, pois as
pessoas mudam e Marcos se tornou um grande amigo e
companheiro de Paulo. Barnabé já não estará com Paulo,
mas o seu discípulo Marcos o acompanhará (Cl 4:10).
E, finalmente, Paulo considera a vinda de Marcos como
de grande ajuda (2 Tm 4:11). Depois, Marcos torna-se
um grande companheiro na prisão (Fm 24). Mas Paulo
nunca deixará de lembrar que Barnabé foi um grande
companheiro. Ele o tirou do anonimato em Tarso; ele foi
buscá-lo para compartir com ele o pastoreio da igreja em
Antioquia. Ele lembrará dos momentos de lágrimas e de
que Barnabé investiu nele
Atos 15:39: E suscitou entre eles uma de­
savença tal, que se separaramumdo outro;
e Barnabé, tomando consigo a Marcos,
entregou-se à vela para Chipre.
Então, ocorreu uma separação definitiva entre eles.
Somente mais tarde o Espírito Santo trataria com cada
um, a fim de que o amor de Cristo fosse o remédio
para todas aquelas feridas de relacionamentos. Tenho
certeza que a humildade dos mesmos, dia a dia, foi sendo
manifestada, e eles de fato reconheceram que o mesmo
Espírito Santo que havia falado em Jerusalém por meio
de Pedro e Tiago, agora falava pela boca de Paulo. Depois
da resistência de Paulo a Pedro, e depois da discussão
com Barnabé, ambos deixam de ser citados em Atos.
Mas sabemos que Pedro não ficou magoado com Paulo,
porque ele escreve, em uma de suas epístolas, sobre
sua grande admiração por Paulo. Silas era um discípulo
amigo, cheio de generosidade, com um amor sacrificial,
livre de todos os resquícios oriundos dos irmãos
crentes da circuncisão; era uma pessoa que estivera
em Jerusalém e tinha a confiança de Pedro e Tiago e era
cidadão romano; ele também era especial para Pedro (1
Pe 5:12), mas era Paulo quem o chamava pelo nome de
Silvano
Atos 15:40: Mas Paulo, tendo escolhido a
Silas, partiu encomendado pelos irmãos à
graça do Senhor.
Começando a viagem com Silas, por terra, Paulo
15:41
poderia entrar em várias cidades novas. A segunda
viagem missionária começou a ser feita por terra,
pois algumas novas igrejas floresciam na Síria e na
Cilicia. Na passagem, os missionários atravessariam
paisagens singulares, começando pela estrada
romana, chegando ao topo das montanhas do
Amano, com mais de 890 metros de altitude. Já no
topo, começariam a descer pelas portas siríacas,
lugar conhecido hoje como Beilan, observando os
ribeiros que fluíam das montanhas. Eles percorreram
o mesmo local onde Alexandre Magno triunfou
sobre Dário em 333 a.C. e por ali chegaram a Adana,
para entrarem em Tarso, cidade natalícia de Paulo,
lugar já percorrido antes em uma viagem particular
(G11:21). Conhecedor do caminho, Paulo e Silas
se muniram de mantimentos em Tarso, pois daí em
diante enfrentariam uma caminhada hostil. O Tauro,
depois de junho, estaria cheio de neve. O Tauro é
uma montanha que desemboca sobre a Panfília e a
Cilicia, oferecendo passagens apertadas por onde
o simples caminhar já é muito perigoso. Depois de
muita caminhada, chegaram às “portas cilicianas”,
um perigoso desfiladeiro. Enfrentando enchentes,
vales e longas caminhadas, pontes arruinadas,
travessias provavelmente feitas a cavalo ou a nado,
em meio a muitos bandidos (2 Co 11:26), subiam e
desciam silenciosamente, às vezes cantando, às vezes
orando. Ensaiavam a canção do terremoto em Filipos.
Depois de dias chuvosos, chegaram à Capadócia do
sul e tiveram, depois, de enfrentar pântanos quase
intermináveis. Depois de terem passado por Cibistra
e Heracléia, Fmalmente chegaram a Derbe. Ali,
começaram as perguntas saudosistas a respeito de
Barnabé. Eles também encontram Gaio, o amigo Gaio.
Certamente, eles colocaram em dia as notícias durante
toda aquela noite
Atos 15:41: E passou pela Síria e Cilicia,
confirmando as igrejas. (At 16:5)
A to s , c a p ítu lo d e z e s s e is (1 6 )
A escolha de Timóteo. Eles encontraram bom
acolhimento por uma família judaica da cidade, não
completamente pagã, recomendada por alguns
irmãos de Icônio. A piedade do povo judeu do Antigo
Testamento conservava-se viva no seio dessa família
isolada naquelas paragens. A família simples era
formada por Loide, afilha Eunice, viúva de marido
pagão, e o filho Timóteo, jovem piedoso e muito
tímido (2 Tm 1:4,7). Na diáspora, diante da grande
perseguição, judias se casaram com pagãos. A mãe e a
avó ainda esperavam a salvação de Israel, àsemelhança
da fé de Simeão e Ana, e assim instruíram Timóteo
desde pequenino nas Sagradas Letras. Elas contaram
ao apóstolo que o rapaz ainda não fora circuncidado,
mas Paulo sabia como ordenar aquilo. Paulo se encheu
de afeto por aquele jovem, e estava nos planos de
Deus que ele um dia seria bispo. De fato, eles viviam
a fé de Abraão, e não o judaísmo sombrio daqueles
dias. É como o cristianismo no tempo de nossos avós
comparado com a vida efêmera e corrompida da maioria
dos cristãos hoje. Aquela casa tornou-se o centro de
Atos 16:2
reunião da igreja cristã da cidade. A partir de então,
Timóteo seriaonovo companheiro dos missionários
Paulo e Silas. Estava começando o grande ministério
de Timóteo, o melhor amigo de Paulo, ambos nascidos
naquela região dividida pelo Tauro; dali em diante,
seriam como pai e filho, unidos de coração e espírito.
Por ser Timóteo filho de pai grego e mãe judia, ainda
que tivesse testemunho dos irmãos e dos presbíteros,
inclusive de Paulo, o apóstolo, eles teriam problemas
com os crentes judaizantes na igreja em Jerusalém.
Chegaram a Listra, onde uma família especial os
esperava: afamília de Timóteo. O menino de antes havia
crescido em estatura, em graça e em sabedoria. Paulo
o observou e viu nele grande possibilidade de vir a ser
um grande ministro de Deus. Então, sem perder tempo,
Paulo expôs sua visão ministerial diante de toda família:
Eunice e Loide. A família aceitou o pedido de Paulo e
liberou Timóteo, a fim de que ele o acompanhasse na
obra, e fosse preparado para o ministério. Timóteo era
um grande conhecedor das Escrituras desde pequeno,
e muitas de suas passagens ele as tinha memorizado.
Educado desde criança nas Sagradas Letras por sua
avó Loide, ele estava preparado para a obra. Como
conhecedor do grego desde o seu nascimento, tornou-
se secretário apostólico. Ungido com imposição de
mãos pelos presbíteros, Timóteo fez sua profissão de fé
diante de uma congregação que lotava o local onde se
reuniram (lT m ó:12;2T m 2:2), perante sua mãe e avó.
Dali em diante, seria o grande companheiro que Paulo
procurava. Quem sabe se algum dia teve o privilégio de
voltar à sua terra natal e rever sua mãe e sua avó. Muitas
vezes, nas horas de solidão e enfermidade, estava
presente para animar o apóstolo. Esteve com Paulo em
Corinto, Éfeso, Jerusalém e Roma, como um incansável
secretário apostólico, unido a ele como um filho a seu pai
(1 Tm 1:2)
Atos 16:1: Eveio também a Derbe e a Lis­
tra. E eis que ali havia um certo discípulo,
cujo nome era Timóteo, filho de uma judia
crente, mas o pai era grego; tAt 14.-6; i9-.22;Rm
16:21; 1 Co4:17; 1 Ts3:2; 1 Tm 1:2;2 Tm 1:2; 1:5)
O bom testemunho o ajudará muito diante do ciúme
dos demais crentes da circuncisão. O bom testemunho
é uma carta viva que cobre o ministro, dando-lhe
confiança para continuar diante das adversidades. O
bom testemunho era dado por duas igrejas regionais.
Elas davam bom testemunho: local e regional. Alguns
têm bom testemunho em Icônio, mas péssima
recomendação de Listra, e Icônio os aceita. Paulo conta
com o apoio daigreja, então sente-se em paz quanto
ao futuro de Timóteo e continua com o seu propósito
ministerial relacionado a ele
Atos 16:2: do qual os irmãos em Listra e
Icônio davambom testemunho. (At6:3)
O mesmo não aconteceu com Tito, porque este estava
presente no dia em que a declaração do Concílio de
Jerusalém foi escrita, o que, para ele, foi uma grande
vantagem
536
16:3
Atos 16:3: Então, Paulo quis que este o
acompanhasse; e, tomando-o, o circunci­
dou por causa dos judeus que habitavam
naqueles lugares; porque todos sabiamque
o seu pai era grego. ígi2:3)
A carta de Antioquia foi divulgada não somente em
Antioquia e região (At 15), mas também em todas as
outras igrejas que Paulo havia fundado
Atos 16:4: E, quando iam passando pelas
cidades, eles entregavam aos irmãos, para
serem observadas, as decisões que haviam
sido tomadas pelos apóstolos e presbíteros
emjerusalém. (At i 5:28,29; 1 1 .30 /
Quando as igrejas são confirmadas pelos seus líderes
fundadores, elas crescem. Não podem ser abandonadas
nas mãos de homens que não conhecem o preço pago
pela suafundação. A confirmação da fé é feita (1) pela fé
de seus líderes; (2) pela Palavra de Deus, pelo padrão da
doutrina; (3) e pelaordenação de novos ministros fiéis
Atos 16:5: Verdadeiramente, as igrejas
eram confirmadas na fé, e a cada dia cres­
ciam em número, (a o s -ai )
Com os olhos voltados para terras jamais conquistadas
pelo Evangelho, Paulo desejou continuarsua viagem.
Seu desejo, agora, era o Oriente. Quis ir a Éfeso, mas
o Espírito Santo se opôs. Como Paulo estava sempre
disposto a fazer a vontade de Deus em todas as suas
viagens, ele orava. Os caminhos chegaram a uma
encruzilhada em Apaméia, e o Espírito Santo vetou sua
passagem em Éfeso
Atos 16:6: Então, atravessarama região da
Frigia e da Galácia, mas foramdetidos pelo
Espírito Santo e não puderam anunciar a
palavra na Ásia; (At / 8:23;2:9; ci uz/
Então, ele começou a procurar os caminhos que estavam
abertos. Atravessando as províncias daÁsiaMenor,
tinham diante deles a Mísia, a Bitíniae a Galácia do Norte.
Então, chegaram à Acmônia. Não querendo entrar
para o seu interior, preferiu o caminho do mar e foi para
Bitínia, que fazia parte de uma província romana da Ásia
Menor, que hoje corresponde à Turquia Asiática, ao
nordeste, e estendia-se para o nordeste de Istambul, ao
longo do litoral sul do mar Negro, onde os seus famosos
centros comerciais eram uma grande oportunidade de
evangelização. Dali, poderiam partirpara a região da costa
e chegar à Prusa, Nicéia, Nicomédia e Calcedônia. Por ali,
Paulo adoeceu (G14:13) e tiveram que, provavelmente,
ficar na Galácia do Norte, impedidos de continuar. O
mesmo Espírito que impeliu a Cristo, agora impelia a Paulo
e seus companheiros, sendo também o mesmo Espírito
que os impedia. Por que o Espírito Santo não permitiu que
Paulo fosse para Bitínia? Certamente, o seu trabalho não
era necessário naquele lugar; outros obreiros já estavam
trabalhando ali e foram fortalecidos pelo
Atos 16:9
ministério de Pedro, que, com o passar dos anos,
começou a preocupar-se com os gentios (1 Pe 1:1)
Atos 16:7: e, tendo viajado pela Mísia, in­
tentaram ir a Bitínia, mas o Espírito deJesus
não lhes permitiu. (At ib:8Lc24:49; Rm8:9;GI4:6)
Depois de Adramita, uma cidade da Mísia, seguiram
pelo sul de Ida, uma grande e alta montanha dedicada
aos deuses pagãos. Dali viram a grande planície da
famosaTróia e seus rios. A viagem parecia sem rumo,
mas o Espírito Santo de Deus estava no controle de
tudo, porque Paulo estava sendo atraído à Macedônia,
para entrar na Europa e disseminar o Evangelho. E este
sempre foi o seu grande objetivo: chegar a Roma (Rm
15:23). Em Trôade, no porto da cidade sem sinagoga,
Paulo pensou como falaria do Evangelho, mas ali teria
uma surpresa. Naturalmente, Mísia é um tipo das
cidades por onde a bênção passa e não permanece. Era
uma região localizada à noroeste da Anatólia, tendo o
mar Egeu ao ocidente
Atos 16:8: E, passando pela Mísia, desce­
rama Trôade. (A t16: 1l;2C o2:12;2tm 4:13)
De lá, teve a visão do anjo macedônico. Então, sem
duvidar, partiram para lá. A contribuição dos reinos para
que o tempo dos gentios amadurecesse, a fim de que
a graça de Deus se manifestasse, foi espetacular! Não
podemos nos esquecer da grandeza do rei Alexandre
da Macedônia, que triunfou sobre Dário, imperador
dos Medos e dos Persas, bem como sobre todos os
outros reis da terra. Qual foi o objetivo de Deus em
permitir que Alexandre conquistasse todos os reinos
e depois morresse? Daniel, muito tempo antes, já
tivera a resposta (Dn 8-11). Deus queria espalhar a
cultura grega para propiciar a divulgação do Evangelho
do Reino. Paulo, agora, entrava na Macedônia. Tudo
estava preparado, e havia chegado a hora do Reino
de Deus, e todos os Impérios, a seu tempo, foram
apenas os “Joões Batistas” para o Evangelho do Reino.
Nabucodonosor guardariajudá em suas terras para
què não se corrompesse; o Império de Dário ajudaria
Neemias a construir os muros e o Templo; a empreitada
de Alexandre espalharia o helenismo grego pelo mundo
para facilitar a divulgação do Evangelho por meio de
uma língua. Esta foi a grande prova de que Deus estava
no controle da sua viagem, conduzindo-o ao lugar em
que Deus estabeleceria a sua obra. Aqui, vemos uma
cooperação entre os anjos e o Espírito Santo. O Espírito
Santo osim pededeirem direção a Éfeso e o anjo
apresenta-se para fazê-lo entender qual era a direção
a seguir; também vemos uma das formas de Deus se
revelar: por meio de visões (2 Co 12:1-3). O homem da
Macedônia, vestido a caráter, mostra que a revelação
angelical é eclética. A cultura, a etnia e a maneira de falar
eram diferentes. O campo missionário europeu clamava
porajuda
Atos 16:9: E, emvisão à noite, apareceu a
Paulo umvarão macedônio, que estava ali,
em pé, e rogava-lhe: “Passa à Macedônia e
ajuda-nos”. (At 9:10; 18:5;20:1,3; 27:2)
537
16:10
A visão deveria ser posta em prática imediatamente: as
orações das mulheres de Filipos estavam sendo ouvidas.
A visão os conduzia diametralmente a um lugar oposto
àquele que ele desejava, que era Éfeso. Mas a direção do
Espírito era Filipos, onde Paulo começaria a aprender a
ser grego com os gregos e romano para com os romanos.
Os missionários devem falar a linguagem da igreja, que
entre o povo que deseja conquistar para Cristo
Atos 16:10: Elogo que ele teve esta visão,
procuramos partir para a Macedônia, con­
siderando que Deus nos chamava para lhes
anunciar o Evangelho. (2Co2:i3j
O ministério de Paulo em Filipos. É importante
compreender que a Macedônia fora dividida, depois
de ser conquistada pelo Império Romano, em distritos,
entre eles os mais destacados foram Tessalônica e
Filipos. Desembarcaram em Neápolis, cidade hoje
conhecida como Kavala, de onde se avistava o grande
templo dedicado a Diana. Era um evento célebre da
História da Igreja
Atos 16:11: Entregando-nos à vela desde
Trôade, fomos diretamente rumo à Samo-
trácia, e, no dia seguinte, a Neápolis; (At ió .s ,-
2Tm4:l3s)
Filipos era uma cópia menor de Roma, com todos os
departamentos: fórum, acrópole, teatros e grandes
muralhas
Atos 16:12: e dali para Filipos, que é a pri­
meira cidade-colônia do distrito da Mace­
dônia; e permanecemos alguns dias nessa
cidade. (Fp 1:1;A t 18:5; 19:21,22,29;20:1,3;27:2)
Ali não havia sinagogas e o povo procurava, à sua
maneira, respostas para asua vida espiritual.
Geralmente, em todo coração de uma mulher há um
altar de oração a Deus, mesmo que na cidade não haja
culto, sempre se encontrará no coração de algumas
mulheres da cidade um culto sendo oferecido a Deus
Atos 16:13: Eno sábado saímos da cidade
para a beira do rio, onde pensávamos
encontrar umlugar paraoração; e, sentados,
falávamos às mulheres reunidas ali. -At i3:i4)
Uma típica cultura dali envolvia as mulheres ativas, que
buscavam a liberdade e estavam sempre envolvidas nas
revoltas feitas pelo povo. A cultura religiosa pregava a
imortalidade e as muitas mulheres estavam também
comprometidas com as doutrinas daquele lugar, sempre
procurando por algo que saciasse a fome que havia em
seus corações. Havia naquele lugar uma praça rodeada
de árvores que formavam muros vivos e baixos. Ali, se
reuniam algumas mulheres judias e gentias. No meio
daquelagente, estava uma mulhernobre que se distinguia
das outras; era de Tiatira, cujo nome era Lídia. Negociava
o precioso tecido púrpura: negócio centenário que feza
cidade de Tiatiraconhecida mundialmente. Logo que
538
Atos 16:15
Paulo pregou sobre Jesus Cristo, o Salvador, Lídia o
recebeu como Senhor de sua vida. Também se salvaram
naquele dia Evódia e Síntique (F14:2). Observe os passos
da salvação de Lídia: (1) Trabalhadora; (2) vencedora
fora de sua cidade; (3) temiaa Deus; (4) deu ouvidos a
Paulo; (5) o Senhorabriu seu coração para atender às
palavras de Paulo
Atos 16:14: Euma mulher, cujo nome era
Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de
Tiatira e temente a Deus, nos escutava; e o
Senhor lhe abriu o coração para atender às
palavras que Paulo dizia, ilc24:2s ; a p i.-ii;2.-i8;
\ Lc24:45)
(6) A igreja de Filipos (At 16:15), no qual a primeira
alma que Paulo ganhou foi uma mulher chamada Lídia
(At 16:15,40). Onde Paulo libertou uma jovem dos
demônios (At 16:18). Onde o carcereiro foi salvo (At
16:33). Paulo escreveu umaepístolaparaessa igrej a
(Fp 1:1). Timóteo pastoreou essa igreja (At 2:19).
Epafrodito foi auxiliar dessa igreja (Fp 2:25), enquanto
Paulo estava na prisão. Esteve em grande risco de
legalismo (Fp 3:1-3). Onde duas mulheres pastorearam
(Fp 4:1 -3). A igreja que supria as necessidades de Paulo
(Fp 4:15,18). Lídia imediatamente convidou Paulo e
seus companheiros para se hospedarem na sua casa-
comércio. Ela, então, foi a primeira mulher a oferecer
suacasaparaa obra de Deus na Europa. Assim, Paulo
ganhou uma amiga e mãe. Dali ela começou aser uma
provedora para a obra missionária de Paulo (Fp 4:1 ó).
De suas mãossaíram muitas ofertas que ajudaram a
complementar a obra missionária empreendida por
Paulo. A obra de uma mulher foi distinta em Filipos,
na primeira investida missionária deu continuidade
àquela manhã de domingo, em que as Marias trouxeram
o anúncio de quejesus havia ressuscitado. Por esta
razão, Paulo sempre marca as cartas com louvores às
obras feitas pelas servas de Deus, as mulheres, entre
elas Priscila, Cloé de Corinto, Febe de Cencreas, Ápia,
mulher de Filemon, as filhas de Filipe em Cesaréia, sem
contar o seu apreço pelas viúvas (1 Tm 5:3-16). Assim,
Filipos tornou-se a coroa do ministério de Paulo, as
primícias do Evangelho na Europa
Atos 16:15: Depois que ela e sua casa fo­
ram batizadas, rogou-nos, dizendo: “Se
haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, ao
entrar em minha casa, permanecei ali”. E
nos constrangeu a isso. (At i i .-i 4; lc24:29)
Eles já tinham um lugar de oração em Filipos. Quando
eles chegaram, não podiam contar com tal comodidade,
mas, agora, a obra estava prosperando. Quando a obra
começa a ganhar corpo, os espíritos malignos daquele
lugar começam a se incomodar. Seus planos são bem-
feitos, mas o poder de Deus estava na vida dos seus
servos missionários. Observar o tipo e a característica do
espírito: adivinhador. Ele é uma espécie de cópia pirata
do Espírito de Profecia. Ele sempre esteve presente
onde havia um profeta de Deus. Desde o princípio da
 16:16
primeira viagem missionária que os espíritos malignos
se revelaram inimigos da obra de Paulo, com o mesmo
objetivo: causar confusão, a fim de que ele fosse
expulso da cidade. Este mesmo espírito tem sido o leal
companheiro de obreiros que perderam o temor a Deus,
de quem o Espírito da Profecia se apartou, por causa da
sua constante vida pecaminosa. Ele tem sido atuante
na vida de muitos obreiros hoje, que tentam enganar a
Igreja de Cristo com adivinhações, a fim de impressionar
o povo com o objetivo de levantar dinheiro e dar lucros
aos seus contratantes
Atos 16:16: E aconteceu que, quando
íamos ao lugar de oração, veio ao nosso
encontro uma adolescente que tinha um
espírito adivinhador, a qual dava grande
lucro a seus senhores, adivinhando, n Sm
I 28:3,7; Dt 18:11)
Precisamos nos levantar contra este poder que permeia
o povo de Deus! Este espírito quis se associar, como
os gibeonitas, ao trabalho missionário de Paulo,
semelhantemente ao mágico, que quis se associar a
Filipe em Samaria. Observe a linguagem do espírito de
adivinhação: “Eles vos anunciam um caminho”, e não “o
caminho dasalvação”
Atos 16:17: Ela, seguindo a Paulo e a nós,
clamava, dizendo: “Estes homens são ser­
vos do Deus Altíssimo, que vos anunciam o
caminho da salvação”, im c s -j .i
O próprio Espírito Santo importunava Paulo. Mas o
Espírito Santo não precisa dele para realizar a sua obra.
A diferença do ministério profético e do espírito de
adivinhação é que um exorta, consola e edifica, segundo
o convencimento do Espírito Santo, e o outro tem um só
objetivo: o lucro de seus senhores
Atos 16:18: Efez isto por muitos dias. Mas
Paulo, indignado, virando-se, disse ao es­
pírito: “Eu te ordeno, em nome de Jesus
Cristo, que saias dela”. E, na mesma hora,
ele saiu.
Os seus senhores eram os mesmos líderes da cidade.
Assim como Deus esteve indignado com os pastores de
Israel, que agiam como lobos, sendo eles os pastores,
contra as suas ovelhas que, dispersas, caíam nas garras
de outros lobos, também hoje ele está indignado com os
muitos pastores modernos que usam os adivinhadores
para adicionar a seus tesouros o lucro. Para eles, é
melhor dar liberdade a Barrabás e prender a Cristo. É
melhor deixar Paulo e Silas na prisão do que expulsar
o espírito maligno que lhes dá lucro, mas os mantém
presos nas mãos de Satanás. Não seria surpresa para
Paulo e Silas se os magistrados fossem os mesmos
senhores da menina? Que farão, hoje, os profetas de
Deus se os senhores dos adivinhadores são os mesmos
diretores das congregações? Quando, verdadeiramente,
não lhes importa se o adivinhador é um bandido ou um
539
Atos 16:23
pervertido, o que lhes importa é o lucro? Como aquela
jovem era uma escrava, todo o lucro pertencia a seus
donos; ela mesma valia muito como escrava. A exemplo
de Cristo, que jamais aceitou qualquer associação dos
demônios na propagação do Evangelho, Paulo veio e pôs
fim àquilo. Quanto à pregação de outro Deus, aqueles
senhores não se importavam, mas quando o assunto era
dinheiro, eles agiam rapidamente, como Anáse Caifás,
nos dias de Cristo, querendo manter em funcionamento
o seu negócio no templo
Atos 16:19: Mas, vendo os seus senhores
que a esperança do seu lucro desaparecera,
detiveram a Paulo e a Silas, e os arrastaram
para uma praça ( “á g o r a ”), à presença dos
magistrados. (At 19:25,26; 15:40; 17:6,7; Tg2:6)
Que juízo é este diante do qual não há defesa?
Que justiça é esta em que os donos da cidade impõem
ao magistrado a sentença?
Atos 16:20: E, conduzindo-os aos magis­
trados, disseram: “Estes homens, como
judeus que são, estão conturbando a nossa
cidade, (At 17:6)
Que juiz é este que julga costumes e não crimes? Qué
juiz é este que não se importa com a escravidão daquela
menina usada e abusada pelos senhores daquela
cidade? Pergu ntem a Cornélio em Cesaréia, perguntem
ao procônsul Sérgio Paulo que doutrina é esta que
eles pregavam, pois eles foram os primeiros a crer no
Evangelho. Eles não sabiam que Paulo e Silas eram
cidadãos romanos
Atos 16:21: e apregoamcostumes que não
nos é lícito receber nem praticar, sendo nós
romanos”.
Eles ainda não tinham usado o grande trunfo que
possuíam: Silas e Paulo eram cidadãos romanos. Eles
esperaram, movidos pelo Espírito Santo, porque Deus
desejava salvar o carcereiro (Cl 1:24). Eles estavam
revivendo os sofrimentos de Cristo, e isto seria de grande
ajuda na sua mensagem confirmadora entre as igrejas
Atos 16:22: Etoda a multidão se levantou
unânime contra eles, e os pretores, rasgan­
do os seus vestidos, mandaram açoitá-los
COm VaraS. (2 Co 11:23,25; 1 Ts2:2)
Como a salvação do homem chega até o local de seu
trabalho? Eles poderiam perguntar, agora: “Onde estás,
ó varão macedônio?"
Atos 16:23: E, depois de fazer-lhes muitas
chagas com os açoites, os lançaram na pri­
são, intimando ocarcereiro que os guardas­
se com muita segurança. (At27:36)
A prisão interior era especial, onde os prisioneiros mais
perigosos eram guardados e onde eles mais sofriam
16:24
Atos 16:24: Então, recebendo tal manda­
do, ele os lançou no calabouço e sujeitou os
seus pés no tronco. (jr20.-2,3)
Aqueles hinos foram ensaiados ao peregrinarem nas
longas e intermináveis estradas romanas, descendo
as montanhas, as encostas, atravessando os pântanos
perigosos. Ali, o eco era melhor e ouviam as suas
próprias vozes retumbarem; presos no tronco, de almas
livres, operavam a salvação de outros prisioneiros do
Estado e do pecado. Aquele dia era um dia inspirado na
famosa guerra de Josafá, quando as crianças cantavam
adiante do exército. Paulo e Silas sabiam qual seria
a melhor hora para cantar e orar, pois nesta hora
todo homem pende à meditação, ao saudosismo, ao
romantismo, à espiritualidade. Paulo e Silas, tendo
sido lançados naquele cárcere escuro, localizado no
bairro alto da cidade, tinham as suas celas no fundo da
rocha, as quais eram fechadas com portas de madeira
de lei e fortemente trancafiadas. Ali, com os pés
completamente presos a dois blocos de madeira pesada,
tinham o pescoço e as mãos presos em rústicos anéis
de ferro, ligados com correntes fixadas à parede de
pedra, sem chance de movimentação. Sentados com
o corpo paralisado, sentiam fortes dores nas costas, e
as feridas, ainda abertas, doíam-lhes como pontas de
agulhas ao simples toque. Das celas vizinhas, ouviam
maldições, promessas de vingança, gritaria, zombaria e
gemidos cheios de lamentações erecordações. No fim
da segunda vigília, todos começaram a ouvir um cântico
desafiador e cheio de júbilo; uma melodia ensaiada nas
estradas romanas. Aquelas vozes foram transformadas
de gemidos a lamentos, de lamentos a orações, de
oração em canção que não se sabia exatamente em que
lugar havia começado, mas que aumentou e difundiu-
se. Todos os outros prisioneiros se calaram e eles
começaram a cantar os salmos de libertação, e entre
eles: “Se o Senhor Jeová não houvesse estado conosco,
diga agora, ó Israel! Se o Senhor Jeová não houvesse
estado conosco, quando a sua ira acendeu-se contra
nós, eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira
acendeu-se contra nós. As águas teriam nos submergido,
as torrentes teriam passado sobre a nossa alma; sim,
as soberbas águas teriam passado sobre a nossa alma.
Bendito seja o Senhor Jeová, que não nos entregou como
presa para os seus dentes. Então, a nossa alma escapou
como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço
rompeu-se e nós escapamos. Nosso socorro é o nome do
Senhor Jeová, que fez os céus e a terra” (SI 124). Foram
vários hinos, até que um deles mexeu com o trono de
Deus. Uma antevisão daquilo que o cristianismo puro
iria fazerno mundo pagão: introduzir uma nova canção
em meio às blasfêmias dos homens
Atos 16:25: Quase à meia-noite, Paulo e
Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os
presos os escutavam, /e/ s .-iq )
O abalo causado pelo louvor de dois homens que
oravam e cantavam chegou ao Céu. O anjo macedônico
deu sua resposta aos missionários, que atenderam
ao seu convite. Os anjos são especialistas em libertar
Atos 16:30
missionários da prisão. O poder do louvor: (1) Causa
comoção na terra; (2) atrai os anjos da libertação; (3)
abalaos grandes alicerces; (4) abre todas as portas; (5)
solta os grilhões de todos. Até hoje, em Filipos, colunas
lançadas no chão testemunham o terremoto de Filipos
Atos 16:26: De repente, propagou-se um
grande terremoto que com oveu os alicer­
ces do cárcere e, instantaneamente, todas
as portas se abriram e foram soltos todos os
grilhões. /At 4:31;5:1 Q 12:7,10)
Paulo não estava ali na prisão para condenar, mas para
levar vida e salvação aos homens prisioneiros, entre os
quais, o carcereiro era o maior deles
Atos 16:27: E o carcereiro, despertando,
e vendo abertas as portas do cárcere, tirou
a espada com a intenção de suicidar-se,
crendo que os presos tivessem escapado.
(At 12:1 Qj
Ele estava ali para lhe dizer que a liberdade se conquista
com exemplo de caráter transformado e não com
planejamentos malignos, nem com subterfúgios de
engano
Atos 16:28: Mas Paulo bradou em alta
voz, dizendo: “Não te faças nenhum mal,
porque todos estamos aqui”.
Sem luz, ele não saltaria na prisão. Era profunda.
Somente os iluminados com a luz interna de Cristo
suportam estar em lugares escuros, sob as cadeias e
presos em tronco, e ainda acham tempo para cantar,
numa hora em que todos desabam, em fuga desta vida,
em lugares em que a liberdade é apenas um sonho, mas
para eles é real. Ele descobriu que havia um poder maior
do que os magistrados da cidade
Atos 16:29: Tendo ele pedido uma to­
cha, saltou para dentro e, trêmulo, pros­
trou-se diante de Paulo e Silas.
O carcereiro, naturalmente, ouvira Paulo e Silas
orarem, mas já dormia quando cantavam. Ele os ouvira
atentamente, mesmo escondido no seu poder delegado.
Depois do acontecimento extraordinário, ele não queria
nem ouvir mais nada a respeito do Evangelho, apenas
queria conhecer a conclusão e a aplicação da mensagem.
Por isso, aquele homem perguntava, à semelhança
das doutrinas dos falsos deuses: “O que é necessário
fazer?”, isto é, “quanto preciso pagar?”, “oquetenho
que oferecer?”. “Não posso acreditar que seu Deus não
pede nada em troca?”. Ele perguntava por uma obra
sacrificial, o que era bem comum ali. Mas aresposta de
Paulo é simples: “Crê no Senhor Jesus”. Isto é: “todas
as outras doutrinas e conhecimentos de outros deuses
deveriam ser rejeitados. Deveria crer unicamente no
Senhor Jesus”. Esta é a obra: crer
Atos 16:30: E, tirando-os para fora, disse:
540
 16:31
“Senhores, que devo fazer para ser salvo? ”
| !At2:37; 9:6; 22:10)
Assim como o poder do Senhor Jesus abalou os alicerces
e abriu todas as portas e soltou todos os prisioneiros,
também salva a todos de uma casa; depende somente
do seu membro principal. Nesse caso, o pai de família
precisava crer. A sua fé e o seu exemplo trariam salvação
à sua casa. A resposta era comum e unânime, não era
umaidéia ou uma opinião de um só homem
A to s 16:31: E eles responderam: “Crê no
Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua
casa”. (At / l:14;Jo3:16,36;6:47; IJo5:10j
O carcereiro foi o primeiro homem gentio que começou
pelo convite e depois ouviu a pregação. Da prisão
à casa do carcereiro sem nenhuma ordem judicial,
anãoserde Deus,oJuizdosjuízes
A tos 16:32: Então, anunciaram-lhe a pa­
lavra de Deus na presença de todos aqueles
que estavam em sua casa.
Enquanto ele lhes lavava as feridas, sob as dores que
lembravam aqueles açoites, eles ordenavam a água para
o batismo do carcereiro. Era uma troca: ele lhes lavava
as feridas e eles o sepultariam e o ressuscitariam pelo
poder do batismo. Paulo e Silas estavam apenas feridos,
mas ele e sua família estavam mortos, todavia estariam
ressurretos em poucos minutos. O discipulado na Igreja
Primitiva era feito após o batismo, pois parecia melhor
aos apóstolos, profetas e evangelistas que os novos
membros fossem discipulados como novos nascidos
de fato e não como candidatos à salvação ou como
congregados, como se a sua salvação e a vinda do Espírito
Santo, com o fim de habitar no seu espírito humano,
não tivessem ocorrido no momento de sua decisão por
Cristo! Como se o batismo nas águas fosse a salvação
em si e não um tipo daquilo que já ocorreu, pela fé, no
momento da decisão do novel discípulo (Rm 6:1-6),
porque sabemos que a salvação é simbolizada pelo
batismo nas águas; no momento em que o homem crê
que Cristo é o Salvador e redentor do poder do pecado,
o Espírito Santo o batiza no corpo de Cristo (1 Co 12:12,
13). Este é o batismo verdadeiro; deste batismo que
Jesus falava: “Quem crer e for batizado será salvo”, pois,
de outro modo, o ex-ladrão na cruz estaria condenado;
mas o ex-ladrão (ou qualquer outra pessoa que morre no
momento de seu novo nascimento), de fato, foi batizado
no batismo literal de sua morte; a única diferença entre
ele e qualquer fiel da igreja de Cristo é: que o seu batismo
simbólico inclui morte, sepultamento e ressurreição
no mesmo momento em que entra e sai das águas,
pela fé; enquanto que o ex-ladrão ainda espera o seu
cumprimento literal, pela sua ressurreição
A to s 16:3 3 : E, tomando-os consigo na­
quela mesma hora da noite, lavou as suas
feridas; e imediatamente foi batizado, ele e
todOS OSSeUS. (At 16:25)
Da prisão à mesa. Assim que Deus faz. O carcereiro que
o prendia agora era o seu servo, em Cristo. Paulo era
Atos 16:38
motivo de alegria para toda uma família, por causa da fé
confirmada naquela casa
Atos 16:34: E, fazendo-os subir à sua casa,
pôs-lhes a mesa, e houve um grande rego­
zijo da parte dele com toda a sua casa, por
terem crido em Deus. (Lc5:2Q;Atiui4)
Somente a eternidade nos revelará o que de fato
aconteceu àqueles magistrados injustos daquela cidade
naquela noite. O que teria feito o varão macedônicoa
eles?
Atos 16:35: Quando amanheceu, os ma­
gistrados mandaram os lictores, dizendo:
“Soltai aqueles hom ens”.
O carcereiro sabia que o sofrimento de Paulo foi uma
oportunidade para a sua salvação. Mais um discípulo foi
confirmado naquela cidade especial
Atos 16:36: E o carcereiro transmitiu es­
tas palavras a Paulo, dizendo: “Os pretores
( “adm inistradores da ju stiça”) mandaram
vos soltar; agora, pois, saí e ide em paz”.
(At 16:23,27)
Paulo usa o seu direito de cidadão romano e põe um
tronco de castigo político nos pés das autoridades
que o prenderam. Paulo não era homem para aceitar
aquele martírio por banalidade; como era um homem
inteligente, ele trata de deixar registrado as injustiças
pelas quais passou para abrir portas em futuras viagens,
mas contesta a forma como foi açoitado: com varas; esta
foi uma das três vezes em que foi açoitado. Preparara-se
antecipadamente para todas as eventualidades por meio
de um treino físico, realmente extraordinário. “Suportei
trabalhos, cárceres, açoites sem medida, freqüentemente
em perigo de morte... Três vezes fui açoitado com varas...”
(2 Co 11:25)
Atos 16:37: Mas Paulo respondeu-lhes:
“Depois de açoitar-nos publicamente, sem
sermos condenados, romanos como somos,
havendo-nos lançado no cárcere, e agora,
secretamente, nos lançam fora? De modo
nenhum; mas, antes, venham eles mesmos
e nos soltem”. <At22:25 -27)
A cidadania romana é um tipo da cidadania celestial.
Satanás sabe que não pode tocar sobre um cidadão
celestial. Ao exigir que aqueles homens viessem
humildemente pedir perdão pelo que fizeram, ele
lembrava aos irmãos da família do carcereiro que todos
os homens e demônios hão de vir e dobrar-se diante do
nome dejesus (F12:10). Paulo depois escreve que os
irmãos de Filipos foram participantes de suas prisões
(Fp 1:7), pois sabia que sua missão era crer e padecer por
Cristo (Fp 1:29)
Atos 16:38: E os lictores ( “guarda protetor
16:39
dos magistrados ”) foram dizer aos magistra­
dos estas palavras, e estes temeram quando
ouviram que eles eram romanos; íAt22:29}
O espírito de adivinhação agora era politiqueiro e estava
acuado. A presença de Paulo na cidade era um problema
para os demônios e para as autoridades. Eies vieram
para acompanhá-los, com todas as honras, até que
saíssem da cidade, tendo que passar primeiro pela casa
de Lídia. Evitando tumultos maiores, eles os esperaram
e lhes serviram de escolta, como senhores da situação.
Ao concordarem com as autoridades, receberiam seus
favores para sempre
Atos 16:39: vieram, pediram-lhes descul­
pas e, tirando-os para fora, rogavam que se
retirassem da cidade. (Mt8:34i
O sofrimento de Paulo era um gancho para uma
mensagem viva de confirmação que lembrava a vida
de Cristo e seus sofrimentos em lugar de todos aqueles
que créem no Salvador, que nos livra dos pecados.
Aos feridos confortavam; eles eram livres e podiam ir
deixando várias famílias livres. Aigreja dos Filipenses
estava formada. Para ela, Paulo revelou a humilhação
de Cristo, sendo em forma de Deus (F12:5-8), e também
lhes afirmou o poder do nome dejesus, diante do qual
todo joelho se dobrará e confessará que Jesus é o Senhor.
Eles saíram da cidade, mas Paulo lhes prometeu que
Timóteo estaria ali com eles novamente (Fp 2:19). A
igreja cresceu e foi formada por presbíteros e diáconos,
para dar uma resposta aos gentios que se limitavam
à doutrina pagã tão pobre espiritualmente (Fp 1:1),
onde o grande êxito dos apóstolos deveu-se aos seus
sofrimentos. Que lindo é imaginar o carcereiro como um
dos bispos de Filipos, agora, com autoridade constituída
para libertar vidas! Como deveria ser o louvar naquela
igreja? Aquela foi a única cidade de onde Paulo e seus
companheiros saíram escoltados com honras pelas
autoridades. A vida missionária tem esses contrastes.
Novas tarefas os esperavam
Atos 16:40: Então, eles saíram do cárcere
e entraram em casa de Lídia; e, vendo os
irmãos, os consolaram e partiram, (auó.-mi
Atos, capítulo dezessete (17)
Missões em Tessalônica. Paulo dá testemunho de sua
missão: “Vós mesmos sabeis, irmãos meus, que a nossa
visita ministerial não foi em vão, quando estivemos
entre vós hospedados, ainda que a princípio sofremos e
fomos ultrajados em Filipos, como vós sabeis; e, depois,
confiados em Deus, em meio a grande oposição, vos
falamos com ousada confiança o Evangelho de Deus”
(1 Ts 2:1,2), mostrando-lhes os três elementos da
profecia na mensagem: “Porque a nossa exortação,
edificação e consolação não procedem do engano, nem
da imundícia, nem são movidas à sedução mental” (1
Ts 2:3). Anfípolis era uma cidade grega habitada, na
sua maioria, por edônios. Mas hoje é uma periferia da
Macedônia e Trácia. Tendo atravessado a estrada de
Atos 17:2
pedra conhecida como Via Ignácia, rumo ao Oriente,
chegaram a Anfípolos cansados, depois de dois dias de
caminho. As feridas feitas pelas varas com que foram
injustamente açoitados, embora tivessem sido cuidadas
pelo doutor Lucas e pelo carinho da irmã Lídia, seus
pés ainda estavam roxos, por causa da compressão do
torno da prisão em Filipos. Depois de passarem pelo
vale do Strimon, de longe viram surgir a paisagem
que terminava no mar Egeu. Grande era o desejo de
chegarem à Tessalônica. As grandes cidades eram a
meta do apóstolo, pois, por meio delas, as pequenas
cidades eram facilmente alcançadas. Depois de vários
dias de viagem por meio de lindas florestas à vista do
mar, chegaram à Apolônia. Já preparados para enfrentar
as mais diversas doutrinas do paganismo, que não
podiam preenchera ânsia do homem de seu Criador,
eles chegaram à Tessalônica, a capital da Macedônia, um
poderoso porto do mar Egeu, o que lhes propiciava uma
comunicação comercial entre Roma e a Ásia, sem contar
a sua famosa via Ignácia
A to s 17:1: Após terem cam inhado por
Anfípolis e Apolônia, vieram à Tessalônica,
onde havia umasinagoga dos judeus. (At27:2;
/ T sI:l;2T sl:l)
Paulo, usando o texto de Isaías 53, pôde levar muitas
almas ao conhecimento de Cristo. Assim, esteve
portrês sábados ensinando-lhes as Escrituras que
se relacionavam a Cristo, e muitos creram. O povo,
fascinado com a sua mensagem aberta e livre, pública,
soba revelação do Espírito Santo, cria. Cria porque todas
as outras doutrinas eram místicas e todas relacionadas
ao paganismo místico e politeísta, no qual tudo era
tolerado e relativo, sem texto, misterioso e secreto,
em contraste com a mensagem que Jesus pregava,
aberta e livre (Jo 18:20,21). Até a chegada de Paulo, eles
criam em vários deuses panteístas e imanentes e suas
doutrinas eram as fontes de todo erro. Eles dividiam
tempo e matéria, mas a mensagem de Paulo trazia um
Deus criador da matéria, quequeriaimplantaroseu
reino sobre ela, pois tempo e matéria eram coisas reais. E
Deus se havia revelado por meio da matéria, encarnado
em um corpo humano: Cristo. Eles criam em deuses e
deusas, e Paulo revelava um Deus de gênero masculino.
Os deuses deles não realizavam nada, não exigiam nada;
no entanto, Paulo pregava um Deus que procurava o
homem e exigia santidade - ao contrário de todos os
deuses pagãos. Paulo pregava um Deus moralista que
exigia santidade, enquanto eles estavam acostumados a
deuses que não tinham vontade, preferência, a não sero
prazer. Paulo estava trazendo o conhecimento do Deus
verdadeiro, que ensinava ajustiça e o destino eterno
sob graça ou juízo e que ninguém chegaria a Ele se não
usasse o livre-arbítrio para elegê-lo como seu Deus
verdadeiro, culminando com os seus planos para todo
o ser criado. Ele entrava na região dos helenistas com
a mensagem de um Deus de juízo, que criou o Inferno,
que oferecia o Céu. Seria uma grande batalha, que estava
apenas começando naquela humilde sinagoga
A tos 17:2: E, segundo o costume de Paulo,
542
 17:3
quis estar com eles; e por três sábados dis­
cutiu com eles sobre as Escrituras, (Ati3:M;
18:28; 9:20; 16:13; 19:8)
Que lindas reuniões aquelas em que Paulo expunha-lhes
as Escrituras. Paulo gastou três sábados ensinando-
lhes detalhes proféticos quanto àvinda do Messias,
especificamente: que ele descenderia de Abraão
(Gn 22.8); da tribo dejudá (Gn 49:9);da linhagem do rei
Davi(2Sm7:13; lCr 17:12,13);nasceriadeumaVirgem
(Is 7.14); na cidade de Belém (Mq 5:2); propagaria a Luz
Espiritual (Is 9.1,2); curaria os enfermos (Is 35.5,6);
sofreria, seria traspassado (Gn 49:9-11), morreria, seria
sepultado em um sepulcro novo, depois ressuscitaria
dos mortos (SI 41:7-10; Is 50:5-7; 53; Zc 12:10; SI 16.9-
11); levaria as almas dos justos do Hades-Sheol (Zc 9:11);
que nem todos o reconheceriam como o Messias (Is 6:9).
Este era o Cristo que ele anunciava. O comportamento
do pregador-apóstolo em Tessalônica tem testemunhas
no Céu e na Terra. 1 TessaIonicenses2:9,10: “Porque sei
que vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e da nossa
fadiga, noite e dia, para não sermos pesados a nenhum
de vós, e assim vos proclamamos o evangelho. Portanto,
vós e nosso Deus sois testemunhas de que maneira vos
pregamos o evangelho de Deus; de quão santa, justa e
irrepreensivelmente nos comportamos diante de todos
os crentes”
Atos 17:3: abrindo-a e expondo que era
necessário que o Cristo padecesse e ressus­
citasse dentre os mortos; “e este Jesus que
. eu vos anuncio”, dizia ele, “é o Cristo”.
:Lc24:2ó,4ó; At 18:28; CA3:1 j
(7) A igreja de Tessalônica: fundada durante a segunda
viagem de Paulo (At 17:1). Testemunhou uma grande
colheita de almas (At 17:4). Onde Paulo foi acusado(At
17:11). Onde os crentes estudavam a Bíblia (At 17:11).
Paraelafoiescrxtaduascartasfl Ts 1:1).Õs seus crentes
tinham grande reputação internacional (1 Ts 1:8).
Perseguida por um grupo formado especialmente para
desbaratar as obras de Paulo (1 Ts 2:14). Timóteo foi
pastor auxiliar desta igreja (1 Ts 3:1,2). Tinham alguns
membros deficientes na fé (1 Ts 3:10). Tinham alguns
irmãos que andavam desordenadamente (2 Ts 3:11).
Tinham alguns irmãos desobedientes (2 Ts 3:14-15).
Onde Paulo foi considerado tipo de Cristo, ausente
da Igreja, esperando ir ver a Igreja, e Timóteo, tipo do
Espírito Santo, levando e trazendo notícias da Igreja
a Paulo e de Paulo àlgreja. Como o Espírito Santo traz
notícias de Cristo à Igreja e da Igreja a Cristo. Fala da
tipologia do cuidado de Cristo por nós, por intermédio
de Paulo, enviando Timóteo. A mensagem de Paulo foi
crida por judeus e gentios gregos, e por muitas mulheres
de posição, naturalmente esposas dos famosos lictores
romanos, sob o poder dos quais sofriam e choravam,
buscando consolo por causa de suas muitas prostituições
e enganos. As três motivações dos sacerdotes pagãos em
Tessalônica. 1 Tessalonicenses2:5: “Porque, comovós
sabeis, nunca usamos de linguagem sedutora mental,
nem de pretextos para surpreender, nem de cobiça
Atos 17:4
avarenta, e Deus é testemunha”. A cultura grega era
uma fortaleza nos dias em que Paulo colocou os seus
pés em Tessalônica. A comparação do Evangelho de
Paulo com a cultura greco-romana, que buscava a glória
dos homens e o pagamento de todo serviço prestado
porum genuíno cidadão. 1 Tessalonicenses2:6:“Enão
buscamos a honra da glória humana, nem de vós, nem
de outros; ainda que fosse nosso direito ser honrados
economicamente por vós, pois temos o peso da
responsabilidade como vosso apóstolo em Cristo”
A to s 17:4: E alguns deles creram e ajunta-
ram-se a Paulo e Silas; bem como uma gran­
de multidão de gregos devotos e não poucas
mulheres de alta posição; /At 18:22,27,32.40)
Os lictores, marinheiros e homens vadios foram
recrutados na cidade; nenhuma outra cidade tinha
tantos vadios como Tessalônica, que era uma atração
para os negociantes, viajantes e os grandes legionários.
Dali, 0 mundo atracava e enviava as suas grandes
comunicações mundiais. Era exatamente dali que
a Palavra do Senhor seria difundida para toda parte
(1 Ts 1:8). Nos dias de Paulo, Tessalônica tinha um
governo autônomo; mas nela havia um grupo de
lictores romanos, que eram desonestos e, por isso,
os seus cidadãos não eram confiáveis. Imiscuíam-se
nos negócios alheios, andavam de casa em casa dando
opiniões, não gostavam de trabalhar, e viviam sempre
sob 0 poder do favor dos outros; não davam valor ao
seu casamento, andavam na sensualidade, vivendo
sempre um novo romance, constantemente buscando
prazeres, e isto era um espírito que reinava no local
por causa da presença constante dos marinheiros (1 Ts
4:1 -8). Trabalhando comjason, Paulo foi surpreendido
com a turba que o buscava. Eles acusavam a Paulo,
um trabalhador, de alvoroçar a cidade; mas eles eram
quem a alvoroçavam. Os judaizantes eram covardes,
nunca queriam sujar as mãos, e pela reação do povo
eles escondiam a sua mão de todos, mas não de Deus.
Assim ainda hoje acontece. A igreja de Tessalônica não
se importava com os judaizantes. 1 Tessalonicenses
2:13: “Por isso, também nós damos graças a Deus
incessantemente, pois quando recebestes a palavra de
Deus por meio de nós, não a recebestes como palavra
de homens, mas como verdadeiramente ela é, palavra
de Deus, a qual opera efetivamente em vós, os crentes
fiéis”. Os judeus não somente haviam perseguido o
trabalho de Paulo, mas também o de Pedro najudéia.
1 Tessalonicenses 2:14: “Porque vós, irmãos meus,
viestes a ser imitadores das igrejas de Deus najudéia, as
quais estão em Jesus Cristo; porque da mesma maneira
como tendes sofrido dos vossos conterrâneos, assim
também aquelas igrejas sofreram da parte dos judeus”.
Atitudes dos judaizantes: eram os mesmos que estavam
na ocasião da morte de Cristo. Eles mesmos estavam
ali agindo contra Paulo, da mesma forma como agiram
contra Cristo. 1 Tessalonicenses 2:15,16: “Os quais
mataram o nosso SenhorJesus Cristo e os seus próprios
profetas; e, quanto a nós, nos expulsaram, e não agradam
a Deus; e transformaram-se em opositores de todos os
homens, e nos impedem de falar aos gentios para que
543
17:5
se salvem, e assim enchem o que corresponde à medida
culminante de seus pecados; por isso, a ira veio contra
eles até o extremo do cálice”. Estavam acrescentando
ao seu cálice o sangue dos fiéis em Cristo j unto ao
sangue de Cristo, o qual, em forma de juízo, pediram
que caísse sobre eles. Muitos dos judeus que estavam
ali tinham sido expulsos de Roma por Cláudio, que era
o Imperador naqueles dias. Nesse tempo, em Roma,
mulheres como Messalina e Agripina se digladiavam por
causa do Imperador. E, em meio àquela confusão, Paulo
pregava um Reino eterno e isto foi mal-compreendido
pelos rivais. Daquela tribulação saíram dois grandes
missionários: Segundo e Aristarco
(At 20:4; 27:2; Cl 4:10; Fm 24)
A tos 17:5: entretanto, os judeus não-cren­
tes, movidos de inveja, tomando consigo
alguns hom ens maus dentre os vadios e,
ajuntando a turba, tumultuaram a cidade;
e, acometendo contra a casa de Jason, os
procuravam para conduzi-los ao povo. (Rm
16:21;At 17:13)
Observe como a justiça dos judeus novamente é
mostrada. Sempre acusavam o inocente, sempre
procuravam condenar sem defesa, e com acusação falsa,
aquele que nada tem a ver com a sua inveja:Jason. Os
judeus conheciam o melhor estatuto de julgamento,
jamais dado a nenhuma nação, mas não o valorizavam.
Eles repetiram, diante dos gentios, aquilo que fizeram
com Cristo dentro de sua terra, ajudéia. “Estes”. Quem?
De que transtorno estavam falando? De uma grande
evangelização de casa em casa, de um movimento
evangelizador sem igual, jamais feito antes. A cidade
inteira foi bombardeada com o poder do Evangelho, pelo
qual muitos creram. Todos os esforços foram feitos com
o financiamento de Jason, e uma grande igreja nasceu ali
e ficou fortalecida, e eles se tornaram como filhos diante
do grande amor de Paulo por eles (1 Ts 2:8). A igreja
em Tessalônica preferiu os assuntos escatológicos,
pois todos sentiam que o Império, algum dia, acabaria
e com ele o mundo. Paulo e seus companheiros foram
escondidos ejason, um cidadão honesto e conhecido de
todos, acabou respondendo por eles
A tos 17:6: Mas, como não os acharam, ar­
rastaram a Jason e alguns irmãos à presença
dos politarcas ( “oficiais”) da cidade, cla­
mando em alta voz: “Estes que têm trans­
tornado o mundo apresentam-se também
aqui, (At 16:19,20)
(1) Tessalônica, economicamente, era uma cidade onde
a indústria de tecelagem, tapetes, tendas e todo utensílio
de couro estava em franco crescimento nos dias de
Paulo. Ali havia gente de todo lugar: daMacedônia, da
Grécia, da Ásia Menor, da Síria, do Egito, dajudéia, e
legionários romanos. Ali moravajason, proprietário
de um negócio com inúmeras lojas de comércio, e
com ele Paulo trabalharia enquanto estivesse ali,
Atos 17:9
para manter o seu sustento (1 Ts 2:9). Assim, de dia
trabalhava comjason e à noite cuidava do rebanho de
Deus. Assim iniciou-se a igreja de Tessalônica, com um
povo heterogêneo. Por três sábados esteve ensinando
Isaías 53, afim de revelar a Cristo, que fora crucificado.
(2) A acusação dos judaizantes, sob grande poder da
ira, apontava para um Jesus abstrato, que não estava
entre eles, e isto demonstrava a infantilidade deles de
forma plena. (3) O testemunho de Paulo a respeito da
sua obra em Tessalônica nos três sábados na sinagoga.
1 Tessalonicenses 2:1-2: “Vós mesmos sabeis, irmãos
meus, que a nossa visita ministerial não foi em vão,
quando estivemos entre vós hospedados, ainda que a
princípio sofremos e fomos ultrajados em Filipos, como
vós sabeis; e, depois, confiados em Deus, em meio à
grande oposição, vos falamos com ousada confiança o
Evangelho de Deus”. O testemunho de Paulo quanto à
sua mensagem profética e as três motivações do dom
de profecia, em comparação com os sacerdotes do
paganismo grego e com a obra dos judaizantes que,
hipocritamente, se uniam aos pagãos para desfazer a
obra de Paulo. 1 Tessalonicenses2:3-4:“Porqueanossa
exortação, edificação e consolação não procedem do
engano, nem da imundícia, nem são movidas à sedução
mental; ao contrário, assim como fomos aprovados por
Deus, que nos confiou o seu evangelho, assim pregamos;
não para agradar aos homens, mas para agradar
unicamente a Deus, que prova o nosso coração”
Atos 17:7: aos quais Jason acolheu; e
todos eles opõem-se aos decretos de Cé­
sar, dizendo haver outro rei, que é Jesus”.
(Lc23:2;Jo 10:12)
Os magistrados de Roma espalhados em todas as
províncias eram semelhantes a Pilatos e a Herodes. Eles
consideravam aquilo uma festa, um passatempo e uma
grande oportunidade de ganhar algum dinheiro
Atos 17:8: E alvoroçaram o povo e os
governantes da cidade que ouviram estas
coisas.
De olho na fortuna do grande comerciante Jason, os
líderes da cidade queriam dinheiro para financiar
os seus prazeres. Paulo deve ter aproveitado aquela
situação para mostrar como Jesus foi sacrificado em
Jerusalém e comojason lhes servia de símbolo
da inocência
Atos 17:9: E, tendo recebido fianças de
Jason e dos demais, os soltaram. (At 17:5}
Missões em Beréia: (8) A igreja de Beréia, onde os
irmãos buscavam o conhecimento puro. Antes de sair
daquela cidade, ele deixou marcadas as cinco atitudes
de um pastor que ama o seu rebanho. 1 Tessalonicenses
2:7-8: “Antes, (1) fomos humildes entre vós, (2) como
a ama que com amor materno acaricia ternamente os
seus filhos. Assim, (3) grande foi o nosso afeto nutrido
porvós, (4) pois quiséramos comunicar-vos não
som ente o Evangelho de Deus, mas também nossa
própria alma, (5) porque vós sois muito amados
por n ós”. Assim, a igreja em Tessalônica tornou-se
544
17:10
um tipo da Esposa do Cordeiro,de quem Jesus tem
saudade até hoje. 1 Tessalonicenses2:17, 18: “Mas
nós, irmãos m eus, por breve tempo fomos privados
de vós, e vós orfanados de nós som ente no físico,
mas não de coração; portanto, com mais diligência
nos esforçamos para ver o vosso rosto. Por isso,
quisem os ir até vós (eu mesmo, Paulo, mais de uma
vez), mas Satanás tratou de impedir-nos”, frustrando-
me com barreiras no caminho. Como Paulo considerou
a igreja em Tessalônica? 1 Tessalonicenses 2:19,20:
“Pois, quem é a nossa confiança, o nosso gozo, e a nossa
coroa de glória? Certamente que sois vós, quando, na
ocasião de sua vinda, estiverdes presentes diante de
nós, e na presença de nosso Senhorjesus. Sim, vós sois
a nossa glória e o nosso gozo”. Depois de quase um dia
de viagem, chegaram à pacífica Beréia, hoje Caraferia,
estabelecida no terceiro distrito da Macedônia, na parte
inferior do Olimpo. Na primeira epístola de Paulo aos
irmãos tessalonicenses está o registro de que ele ainda
esperou regressar algumas vezes, mas foi impedido
(1 Ts2:18)
Atos 17:10: E, de noite, os irmãos imedia­
tamente enviaram a Paulo e Silas a Beréia;
eles, tendo ali chegado, foram à sinagoga
dos judeus. (At 17:2,14;20:4)
Paulo prova que nem todos os judeus agiam como os
judeus de Tessalônica. Os judeus de Beréia tinham boa
vontade e estavam prontos para ouvir a mensagem do
Evangelho. Aquela igreja nobre atendeu ao Evangelho
da mesma forma como os irmãos mais pobres de Filipos,
mostrando o ecletismo da Igreja do Senhorjesus Cristo,
ao estudarem as Escrituras na Septuaginta, que era a
versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida
em etapas entre o terceiro e o primeiro século a. C., por
setenta e dois rabinos. Por sua nobreza, eles tinham
como ter em seu poder cópias dessas Escrituras e nelas
conferiam o que Paulo dizia
Atos 17:11: E estes eram mais nobres
do que os de Tessalônica, pois receb e­
ram a palavra com toda boa vontade, es­
quadrinhando diariamente as Escrituras,
para ver se estas coisas eram assim. (is34:i6;
Lc 16:29; Jo 5:39)
Em Beréia, outro colaborador de Paulo foi levantado
(At 20:4). N este texto, Paulo revela os frutos de suas
viagens missionárias. Ali estavam os frutos de seu
trabalho na Beréia: uma igreja forte não se faz somente
de homens. Ali, Silas e Timóteo ficaram dando apoio
aos irmãos
Atos 17:12: Muitos deles, verdadeiramen­
te, creram: um bom número de mulheres
helenistas de alta posição, e de varões, não
poucos.
O grande dilema de Paulo na sua obra evangelística era o
temor de abandonar o seu povo e partir definitivamente
para os gentios. Esta era a sua grande luta interior. Ao
545
Atos 17:15
procurar as sinagogas inicialmente, em todas as suas
viagens, sempre acabava frustrado com a recepção
insegura de seus patrícios. Somente mais tarde, na
escola de Tirano, ele entenderá o que Deus esperava
dele em relação ao ministério dos gentios: uma
separação definitiva do judaísmo; pois, ao pregar o
Evangelho de Cristo nas sinagogas, ganhava adeptos,
mas logo os judaizantes os persuadiam negativamente.
Ele precisava de um local específico onde a igreja
pudesse se reunirlivremente e ali realizar o seu culto
cristão, ainda sem cerimoniais definidos
Atos 17:13: Mas, logo que os judeus de
Tessalônica tiveram notícias de que tam­
bém em Beréia a palavra de Deus era anun­
ciada por Paulo, foram também para lá com
o fim de incitar e alvoroçar as multidões.
Silas e Ti móteo se tornaram amigos e tinham a mesma
solicitude. Silas conhecia as necessidades imediatas
da igreja nascente, tal como soube quando estava em
Antioquia, e escolheu ficar ali
Atos 17:14: Então, atuando com rapidez,
os irmãos enviaram a Paulo para que fosse
até o litoral; mas Silas e Timóteo ficaram ali.
(At17:6,10;At 16:1)
Paulo era um obreiro que não nasceu para estar só,
sem companheiros. Ele estava acostumado com eles.
Em meio àquelas circunstâncias com as quais já estava
acostumado, sentiu falta de seus amigos diante do
grande desafio que o esperava em Atenas
Atos 17:15: E dali, aqueles que acompa­
nhavam a Paulo o conduziram até Atenas.
Antes que voltassem, receberam uma or­
dem de Paulo para que Silas e Timóteo fos­
sem ter com ele o mais depressa possível;
então partiram. (At i5.-3; /z-10,21,22; is.-sj
O ministério na Grécia, em Atenas. (9) Aigreja de
Atenas: uma igreja que não pôde prosperar como as
demais. O único lugar onde Paulo não pregou de forma
clara o crucificado, e o resultado foi drástico. Mas ele se
arrependeu e voltou a Corinto dizendo que nunca mais
pregaria o Evangelho como pregou em Atenas. Atenas,
uma cidade que não calava o seu grito pela Sabedoria
que jamais conheceu de fato, pois recusou sua grande
oportunidade, deixando-a para depois. Uma cidade que,
em curto espaço de tempo, experimentou a glória da
ciência, da arte, da filosofia, da política e da cultura física,
mas que nunca perdeu a sua glória humana, embora
em ruínas ainda clamasse pelo restante da mensagem
que jamais ouvirianovamente. Depois de sua queda,
em 146 a.C., havia passado por uma grande decadência
e foi isolada como uma simples província romana,
tendo como sua fonte de sustento somente o museu
de sua glória passada. Nos seus dias, apenas Esparta e
Argos ainda tinham alguma importância. Atenas era
um grande museu. Olímpia estava em ruínas, Tebas
17:16
tinha algum vilarejo, Beócia era um deserto. Seus jovens
eram poucos, pois ainda meninos foram conduzidos à
lutanas guerras. Atenas e Corinto ainda sobreviviam.
A própria Grécia era considerada pelos romanos um
grande museu de arte, onde seus moradores eram os
guardiões. Paulo sabia que muitos de seus cidadãos
estavam exilados de sua pátria. Atenas ainda conservava
asuafama.N enhum estu diosoromanoeracultoo
suficiente se não tivesse estudado em Atenas. Ter vivido
em Atenas algum tempo era bom para o currículo de
qualquer líder naquela época. Os grandes imperadores
enalteciam a grandeza de Atenas por sua contribuição
pela expansão do conhecimento mundial. Em tamanha
cidade, cheia de riqueza e glória, Paulo se sentiu só,
no meio daqueles templos e figuras de mármores que
o rodeavam. Ele mesmo testemunhou isto (At 17:15).
Caminhando pela cidade, pôde veragrande Acrópole, o
Partenon, Atenas - o templo do deus Palas, das obras de
Fídias, o santuário de Erecteion, o templo de Augusto,
cujo culto do servilismo a Grécia foi obrigada a erigir,
figuras que honravam a música, a oratória, o drama, o
desporto. Na sua peregrinação, passou pela prisão dos
pensadores, tal como Sócrates, ali onde também dormia
um dos defensores da imortalidade e um atrevido
pensador que dedicou escritos para falar do Ser de Todo
Poder, um mártir do conhecimento, com quem Paulo se
identificou muito quando estudou aos pés de Gamaliel,
por ser ele um arauto secular que preparava a chegada
da doutrina do cristianismo no seu tempo. Os homens
que ali estiveram, tais como Pitágoras, Platão, Sócrates
e Aristóteles, contribuíram para a chegada da ética
universal do Novo Testamento ensinada por Paulo. Na
caminhada, Paulo encontrou altares, templos, bustos,
pórticos e imagens de todo material, em todo lugar, pois
Atenas era um templo. Alguém disse que em Atenas
havia mais deuses do que gente. Incrivelmente, Atenas
era uma cidade religiosa e, ao mesmo tempo, um centro
cultural. Revoltado, Paulo ficou profundamente triste,
pois era um arauto do Deus-Espírito e, naquela matéria
artística, não encontrou nenhum movimento. O grego
valorizava aforma e a beleza, mas Paulo valorizava o
Espírito, e aquele grande museu tinha somente estátuas
materiais imóveis, louvadas pelos homens mortais,
diante das quais se prostravam aqueles que perdiam a
travada batalha contra o tempo
Atos 17:16: Enquanto Paulo os esperava
em Atenas, o seu espírito se revoltava no
seu interior, ao ver a cidade entregue à ido­
latria. (2Pe2:8)
Paulo argumentou com um grupo de judeus
influenciados pelo paganismo grego, já materializados
como o mármore de Atenas, em meio à fé de alguns
gregos devotos que se sobressaíam na fé. Ali teve
uma prévia do que seria uma disputa no Areópago.
Aqueles judeus raramente frequentavam os cultos,
que nada tinham para oferecer a Paulo com respeito
às informações necessárias que ele precisava para sua
pesquisa. Conversava e argumentava com os homens
pagãos que encontrava. Ele queria saber algo. Agora
ele estava compreendendo porque o anjo Macedônio
apareceu ali. Paulo está dividindo o seu tempo entre a
546
Atos 17:19
sinagoga e o ágora (a praça), ensaiando uma separação
do culto da sinagoga
Atos 17:17: E disputava, verdadeiramen­
te, na sinagoga, com os judeus e os gregos
devotos, e na praça ( “ágora ”) todos os dias
com os que concorriam para lá.
Os epicureus consideravam homens como Paulo
introdutores de doutrina alheia, por causa de sua
miserável pobreza intelectual. Esses filósofos
naturalmente exaltavam os nomes de seus antigos
mestres, suas academias, a sabedoria de Platão, o local
onde Sócrates ensinava os seus discípulos, o liceu de
Aristóteles e o jardim à sensualidade de Epicuro, pois os
epicureus sabiam como fazer da religião uma orgia, por
meio da busca ao prazer
Atos 17:18: E alguns filósofos dos epicu­
reus e dos estoicos discutiam com ele. E
alguns deles diziam: “Que quer dizer este
charlatão?” 'Eoutros: “Parece ser arauto de
deuses estrangeiros”; pois anunciava-lhes
a Jesus e a ressurreição, o co4:iO;At4.2)
O Areópago era o local cobiçado pelos intelectuais,
o grande espaço do conhecimento em Atenas. Um
lugar onde os nobres se encontravam para formar
um poderoso tribunal, em que os conhecimentos
de religião, de moral, de ciência e de filosofia eram
julgados. O local onde, quase quatrocentos anos antes,
Sócrates, o maior pensador da Grécia, foi acusado e
condenado como ateu por causa de seus ensinos. Agora
era a vez de Paulo, que falaria diante de homens céticos,
tais como aqueles que haviam acusado Sócrates, os quais
usavam a religião e a filosofia apenas como temas de
suas frívolas conversações. Eles não queriam conhecer
a prática da sua doutrina, mas os seus argumentos. A
imaginação grega competia para confirmar a doutrina de
qualquer deus defendido por seus arautos. Agora era a
vez de Paulo. Lembre-se de que o maior dos deuses, para
eles, era Zeus, o famoso Júpiter. O Areópago constituía-
se em um conselho de membros da aristocracia
ateniense, cujas atribuições envolviam os diferentes
tipos de governos e estava formado p or31 membros,
antigos arcontes, encarregadosdojulgamento das
causas criminais mais graves
Atos 17:19: Tomando-o, levaram-no ao
Areópago ( “conselho a ten ien se”), dizen­
do: “Nós poderemos saber que nova doutri­
na é essa de que falas? (At23:io; 17.22)
Até então Paulo estava acostumado a falar nas
sinagogas, onde encontrava sempre um caminho
aberto para introduzir sua doutrina neotestamentária.
Agora 0 terreno era pagão, e ele iria experimentar
algo completamente novo na sua vida de pregador do
Evangelho. Paulo conhecia a filosofia de Sócrates, de
Platão e de Aristóteles, e estava diante de uma platéia
completamente cética
17:20
Atos 17:20: Pois trazes aos nossos ouvidos
certas coisas estranhas; queríamos saber o
que pode ser isto”.
Paulo, podia falar livremente do poder redentor divino
que enviou a Cristo, o Messias, que eles já esperavam
com base nas Escrituras que tinham em seu poder. Mas,
com os gregos não havia nada escrito, nada semelhante,
a não ser algo de seus antigos pensadores, a quem eles
haviam condenado por causa de suas doutrinas. Teria
de alcançar a consciência deles, a sua necessidade de
comunhão com Deus, mediante a encarnação de Cristo.
Mas aquele monte era púlpito de duas correntes da
filosofia: os estoicos e os epicureus. Ali gastavam seu
tempo em discussão. Quando os estóicos tomavam a
palavra, defendiam a sua doutrina filosófica, fundada
por Zenão de Cítio, com base no ensino de Heráclito,
de que todo o Universo é corpóreo e governado por
um logos divino e que a alma estava identificada com
este princípio divino, como parte de um todo, cujo
todo também lhe pertencia. Este logos ordena todas as
coisas: tudo surge a partir dele e de acordo com ele, e
graças a ele o mundo é uma harmonia. Os epicureus,
por sua vez, ao subirem naquela plataforma de pedra,
defendiam que o homem deveria ter uma boa vida. De
acordo com Sócrates e seu aluno Aristipo, o objetivo
da vida seria obter dos sentidos o máximo possível de
satisfação, que o prazer eraobem suprem o,eador,o
mal supremo, contrariando os estóicos, que ensinavam
que o homem era capaz de suportar todas as formas
de dore sofrimento. Os epicureus eram discípulos de
Epicuro, que fundou, por volta de 300 a.C. (341-270
a.C.j, em Atenas, uma escola filosófica: a escola dos
epicureus. Ele desenvolveu ainda mais a doutrina do
prazer, de Aristipo, e a combinou com a teoria do átomo,
de Demócrito; estes epicureus reuniam-se em um
jardim. Epicuro também achava que o prazer alcançado
a curto prazo devia ser compensado com um prazer
maior, duradouro e intenso, o qual seria obtido a longo
prazo. Os epicureus ensinavam que o homem possuía a
capacidade de calcular o seu prazer, o que não acontecia
com os animais. Diziam, também, que o prazer não
significa necessariamente satisfação dos sentidos, mas
que a sensação advinda pelo ato de admirar uma obra de
arte também era uma forma de prazer
Atos 17:21: Porque todos os atenienses e
os estrangeiros ali residentes, não se ocu­
pavam de nenhuma outra coisa senão em
contar ou em ouvir a última novidade.
Paulo começou falando da superstição daquele povo,
querendo dizer que poderia ser fé ou medo dos deuses
Atos 17:22: Então Paulo, pondo-se de pé
no meio do Areópago, disse: “Varões ate­
nienses, em todas as coisas percebo que sois
sobremaneira religiosos;
Em sua peregrinação em Atenas, ele encontrou um altar
dedicado a um deus ignorado, a quem honravam com
um altar consagrado a algum deus daÁsia, da Europa, da
547
Atos 17:26
África, isto é, alguma divindade estrangeira desprezada
ou esquecida. N esse fato, Paulo encontrou um gancho
para falar do Deus de Abraão, de Isaque e dejacó
Atos 17:23: porque, passando e contem­
plando os vossos santuários, encontrei >
também um altar em que estava escrito: H
“Ao deus ignorado”. A esse, pois, que vós O
venerais, ignorando-o, é Aquele que vos ^
anuncio.
Ele primeiramente o apresenta como o Criador e Senhor
do Céu e da Terra, e não se identifica com nenhum
dos templos que há ali, pois não está sujeito anenhum
templo feito por mãos humanas. Naturalmente, esta
frase inquietou os atenienses
Atos 17:24: O Deus que fez o mundo e V'"
tudo o que nele há, sendo o Senhor do céu e
da terra, e não habita em templos feitos por
mãos humanas; (At 14:15; 7:48; Is 42:5; Ml 11:25; ^
At7:48)
Ele se referia aos alimentos e oferendas vegetais que,
como dádivas, ofereciam aos seus deuses. Estas coisas
Deus não requeria deles, a não ser o reconhecimento de ■
que ele era quem, por sua fidelidade, os providenciava
para os homens como dons; ele não está distanciado
dos homens a ponto de relegá-los às intempéries da
vida, mas, pelo contrário, está interessado no bem dos
seus filhos e não despreza a sua criatura. Ao apresentá- i ,
lo como o doador da respiração e da vida, confronta-o
com as estátuas sem vida que representavam os seus
inúmeros deuses
Atos 17:25: nem é servido por mãos hu­
manas, como se ele necessitasse de alguma O
coisa; pois é ele mesmo quem dá a todos a ■"J
vida, o alento e todas as coisas; (Gn2:7;siso:io- ^
12;Is 42:5;57:16;Zc 12:1!
Ele declara algo que toca os seus deuses Zeus e Palas,
que somente amavam os gregos e rejeitavam as demais
raças e povos. Afirma aos atenienses que este Deus
desconhecido ama os homens como uma só família,
que saiu de um só sangue e de uma só respiração. Paulo U
fala que os homens não podem viver além dos limites
que Deus preestabeleceu para eles, como a terra,
segundo os tempos prévios que ele indicou para que nela
habitassem. Isto mostrava que o homem era natural,
limitado e tinha um tempo em que deveria viver na terra;
e que Deus tinha controle absoluto sobre ele
Atos 17:26: e de um só sangue fez todas
as raças dos homens, para habitarem sobre
toda a face da terra, determinando aos ho­
mens os limites da sua habitação, segundo
os tempos que já dantes lhes foram preesta- '7l
beleC idO S; (Ml2:W;Dt32:8)
17:27
Paulo faz alusão à doutrina deles, que dava tantas voltas,
para revelar uma das suas divindades, cujos cultos
secretos exigiam mais fé do que o Deus desconhecido, e
que seus longos caminhos apontavam para aperdição,
mas que ele estava lhes revelando o quanto o Deus
desconhecido estava próximo dos homens. Ele mostra
que, somente pelo tato, isto é, mesmo sendo cegos,
eles poderiam encontrar Deus facilmente, e não com a
dificuldade que eles colocavam em seu encontro com
suas divindades. Logo, Deus quer facilitar a salvação do
homem e não complicá-la, como os gregos
Atos 17:27: para que, dessa forma, pudes­
sem buscar ao Senhor, se pelo menos, tate­
ando, o pudessem achar; mas ele, todavia,
não está longe de cada um de nós; (Rm ia o ;A t
14:17)
Estava tão perto que nos moviamos nele. Eles adoravam
estátuas, imagens de mármore, madeirae ferro. Mas
ele estava vivo, e n e le - no Deus desconhecido - eles se
moviam e não nas imagens frias, estáticas e sem vida de
seus deuses. Neste ponto, ele lembrou-lhes os antigos
filósofos a quem condenaram, citando uma de suas
máximas, tentando referir-se ao homem que foi feito à
imagem e semelhança desse Deus desconhecido (Gn
1:26)
Atos 17:28: porque nele vivemos, e nos
movemos, e existimos; como também al­
guns dentre vossos poetas disseram: “Pois
somos também sua linhagem”. (a i:i7 ;m i:3 j
Eles somente veneravam aquilo que podiam ver como
belo e bem delineado esteticamente, mas as doutrinas
que envolviam a morte, o infinito, a eternidade, o destino
eterno, o sobrenatural e a vida eterna não encontravam
guarida neles de maneira nenhuma, pois viviam o hoje
com o seu prazer, e nas imagens de escultura de seus
deuses tinham a única forma de eternizá-los os seus
deuses para as gerações vindouras
Atos 17:29: Sendo, pois, linhagem de
Deus, não devemos pensar que a Divinda­
de seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à
pedra talhada pela arte, fruto da imaginação
do homem. (is40:is)
Eles jamais se sentiriam ignorantes, pois ali era a
capital do conhecimento, e a culpaera algo que eles
não conheciam. Logo, jamais se arrependeriam, pois
nunca houve uma mensagem nesse sentido; eles eram
apaixonados por si mesmos e não queriam mudar. Eles
queriam saber se o conhecimento de Paulo gerava prazer
no ato de pensar e não criam em uma verdade que os
considerasse culpados
Atos 17:30: Mas Deus, não tomando em
conta os tempos da ignorância, ordena agora
que todos os hom ens, e em todas as partes,
A tos 17:34
se arrependam; (Lc24:47;At 17:23; 14:16;Rm3:25;Tt
2:11,12; IPe 1:14)
Juízo? Algo que eles odiavam. Ressurreição do Filho do
Deus desconhecido? O que era aquilo? Que doutrina
era essa? O Deus desconhecido iria julgar o homem pelo
seu Filho, que já esteve morto? Somente depois Paulo
entendeu que a fé não era de todos (2 Ts 3:2). E nunca
mais levantou-se outro pregador que pudesse expressar
uma doutrina capaz de mudar a humanidade como Paulo,
embora não tivesse alcançado a meta. Ali, ele teve a
grande oportunidade de fazer o Evangelho chegar muito
mais rápido a todo o mundo, considerando a visita de
grandes educadores do mundo, que estavam presentes
naquele dia. Portanto, quem não prega com clareza em
Atenas terá de pregar em Roma. Quem não ganha os
filósofos em Atenas terá de ganhar soldados em Roma.
Há oportunidades que jamais retornam
Atos 17:31: posto que já determinou o Dia
em que há de julgar o mundo com justiça,
por meio do Varão a quem constituiu para
isso; e tem mostrado boa fé para com todos,
ressuscitando-o dentre os mortos”. ím u o .-is ;
At 10:42; Lc22:22;At22:4)
Quando eles ouviram falar que o Deus desconhecido
teve um Filho que morreu e ressuscitou,
eles deixaram de ouvi-lo
Atos 17:32: E, ao ouvirem falar de ressur­
reição dos mortos, alguns escarneciam; e
outros diziam: “A respeito disso te ouvire­
mos ainda outra v ez”.
Paulo percebeu que eles amavam a si mesmos, a
sensualidade, o espetáculo, a orgia, as mulheres,
que davam livre curso a seus instintos, a arte, o seu
conhecimento exclusivista, diante do qual o mundo se
curvava, a buscar os seus deuses apenas para cobrir,
por meio de seus cultos, a orgia desenfreada de sua
carnalidade. Eles não queriam morrernem ressuscitar
para um ambiente diferente daquele em que viviam
Atos 17:33: Assim, Paulo saiu do meio de­
les.
Um membro do Areópago ateniense e uma mulher,
Damaris, juntamente com poucos outros, creram em
Paulo. Eles foram, por um tempo, uma pequena igreja de
Atenas, que desapareceu rapidamente. Nem mesmo na
sua terceira viagem missionária Paulo regressou ali. Mas,
no caminho para Corinto, triste e arrasado, Paulo fez
um exame de cada palavra que falou no Areópago e uma
profunda autocrítica de sua mensagem
Atos 17:34: No entanto, alguns homens
agregaram-se a ele, e creram, entre os quais
estava Dionísio, o areopagita, e uma mu­
lher por nome Dâmaris, e outros com eles.
(At 17:19,22)
548
18:1
Atos, capítulo dezoito (18)
A caminho de Corinto, ele esteve pensando consigo
mesmo sobre os acertos e os erros de sua mensagem
em Atenas. Acertos: (1) Em mostrar o medo dos seus
deuses-demônios revelado nas suas superstições.
(2) Na introdução da mensagem, ao declarar que
conhecia o Deus desconhecido que eles honravam sem
conhecê-lo, o que era um paradoxo e um perigo. (3) Em
mostrar que o mundo e tudo o que nele há foi criado
pelo Deus que eles não conheciam, suavizando assim
o medo deles de mais um Deus. (4) Quando disse que
Deus nada requeria deles, a não ser o reconhecimento
de que Ele era o que, por sua fidelidade, providenciava
aos homens os alimentos como dons. (5) Quando
disse que Deus não estava distanciado dos homens a
ponto de relegá-los às intempéries da vida, mas, pelo
contrário, estava interessado no bem dos seus filhos e
não desprezava a sua criatura. (6) Quando apresentou
o Deus desconhecido como o doador da respiração e
da vida, confrontando-o com as estátuas sem vida que
representavam os seus inúmeros deuses. (7) Quando
apresentou o Deus desconhecido como Aquele que
fez todas as raças do mundo a partir de um só, mesmo
que isso tocasse na doutrina de Zeus e Palas, que
somente amavam os gregos e rejeitavam as demais
raças e povos. (8) Quando mostrou que este Deus
desconhecido amava os homens como uma só família,
que saiu de um só sangue e de uma só respiração. (9)
Quando falou que os homens não podem viver além
dos limites que Deus preestabeleceu para eles, como
a terra, segundo os tempos prévios que Ele indicou
para que nela habitassem. (10) Quando mostrou que
o homem era natural, limitado e tinha um tempo em
que deveria viver na terra; e que Deus tinha controle
absoluto sobre ele. (11) Quando disse que a doutrina
deles dava muitas voltas para revelar uma só de suas
divindades, cujos cultos secretos exigiam mais fé do
que o Deus desconhecido, e que seus longos caminhos
estavam apontando para a perdição, mas que o Deus
desconhecido estava decidido lhes revelar o quanto
estava próximo dos homens. (12) Quando mostrou
que, ainda que pelo tato, isto é, mesmo cegos, eles
poderiam encontrar o Deus desconhecido facilmente,
e não com a dificuldade que eles apresentavam para
obter-se um encontro com suas divindades, e que Deus
queria facilitar a salvação do homem e não complicá-la,
como os gregos. (13) Quando disse que Ele estava tão
perto de nós que nos movíamos nele e sob ele. Que eles
adoravam estátuas, imagens de mármore, madeira e
ferro. (14) Quando disse que eles somente veneravam
aquilo que podiam ver como belo e bem delineado
esteticamente, pois eles viviam o hoje com o seu prazer
e amavam as imagens de escultura de seus deuses, que
eles tinham como aúnica forma de eternizar os seus
deuses, para as suas gerações; deuses que eram segundo
a sua imaginação. Erros: (1) Quando citou um de seus
filósofos e a frase de um hino a Zeus ao invés de citar
a Escritura, que o respaldaria pela fé e não pela razão,
mesmo tendo lembrado dos antigos filósofos, a quem
os gregos condenaram, citando uma de suas máximas.
(2) Quando disse que os seus templos de nada serviam,
embora fosse uma verdade, acabou distanciando-os
549
A tos 18:1
de sua meta previamente estudada; que este Deus
desconhecido considerava os seus templos como nada
diante dele, ao mesmo tempo em que Israel havia tido
um templo conhecido mundialmente. (3) Quando
falou de arrependimento sem dar-lhes convicção de
pecado. Eles jamais se sentiram ignorantes, pois ali era
a capital do conhecimento e a culpa era algo que eles
não conheciam. Logo, jamais se arrependeriam; eles
eram apaixonados por si mesmos e não queriam mudar.
(4) Quando falou de juízo sem falar da vida pecaminosa
deles que os condenava; sem falar do pecado e dos
seus efeitos. (5) Ao falar da ressurreição do Filho do
Deus desconhecido sem revelar o seu nome, Jesus, o
qual tem todo poder; ao chamar de varão aquele que
tinha nome, diante do qual toda língua se dobraria e
confessaria o seu senhorio. (6) Ao falar que o Deus
desconhecido iria julgar o homem pelo seu Filho, que
esteve morto, sem falar o que ele fez durante a sua vida
e por que o mataram. Corinto, seiscentos hectares de
península, com mais de 23 templos, grandes locais
públicos, grandes armazéns, vários mercados, teatros e
um anfiteatro com mais de vinte e um mil lugares, dois
portos - um grande centro missionário falido
Atos 18:1: Depois disto Paulo, retiran­
do-se de Atenas, veio a Corinto. /At u -.is;
I Co 1:2)
(10) A igreja de Corinto (At 18): fundada depois
da segunda viagem de Paulo (At 18:1). Paulo foi
ajudado porÁqüila e Priscila (At 18:2). Os primeiros
a se converterem eram da sinagoga, onde Sóstenes
substituiu Crispo, pois ambos se converteram e se
tornaram pastores (At 18:17), sob grande perseguição
que pouco importava a Gálio, procônsul ( I Co 1:1).
Paulo esteve ali durante 18 meses. Paulo escreveu
importantes cartas, duas bem conhecidas no Novo
Testamento, 2 Coríntios 10:9-19. Nesta igreja, grandes
doutrinas foram resolvidas: a doutrina do batismo nas
águas (1 Co 1:12), a doutrina da sabedoria de Deus
(1 Co 1:26), a doutrina da carnalidade (1 Co 3:1 ó) e
a doutrina dos três tipos de cristãos. A doutrina do
ministério pessoal diferenciado (1 Co 4:7). A doutrina
da imoralidade (1 Co 5:1). A doutrina de levar os
irmãos a juízo (1 Co ó: 1-4). A doutrina do casamento
(1 Co 7:1). A doutrina da liberdade cristã (1 Co 8-9).
A doutrina da Ceia do Senhor (1 Co 11:17-34). A
doutrina dos dons espirituais (1 Co 12:14). Adoutrina
da ressurreição (1 Co 15). A doutrina das ofertas que
suprem necessidade entre as igrejasfl Co 16).Depois
foi pastoreada por Apoio ( 1 Co 3:16). Atenas e Corinto:
A declaração de Paulo a respeito de sua experiência
em Atenas, quando optou pela sabedoria humana,
propondo, depois, jamais abandonar a Palavra de
Sabedoria de Deus (1: 1-5). 1 Coríntios 2:1 : “E eu,
irmãos meus, quando fui ter convosco, não fui com
excelência de palavras ou de sabedoria, anunciando-
vos o testemunho de Deus”. O efeito da experiência
noAreópago de Atenas: 1 Coríntios 2:2,3: “Porque
propus a mim mesmo nada saber, estando entre vós,
senão a respeito de Jesus Cristo, e este crucificado. E
eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e com
grande tremor”. Como em Atenas: 1 Coríntios 2:4:
18:2
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram
em palavra persuasiva de sabedoria humana, mas em
demonstração de Espírito e de poder”. O apoio da fé:
1 Coríntios2:5: “Afim de que avossafé não fosse
fundamentada na sabedoria dos homens, mas no
poder de Deus”. A autêntica sabedoria é dom de Deus.
A sabedoria humana enriquece o homem natural,
mas o Espírito de Deus enriquece o homem espiritual
(2:7-16): 1 Coríntios2:6: “Naverdade, falamos da
sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria
deste século, nem dos dominadores deste século,
que estão sendo reduzidos a nada” (Ef 4:13; Fp 3:15;
1Co 1:20-28). O Cristo, o mistério escondido (Gn
1:26;Jo 1:16-18): 1Coríntios 2:7,8: “Mas nós falamos a
sabedoria de Deus em mistério, a sabedoria que esteve
oculta, a qual Deus ordenou antes dos séculos para a
nossa glória; a qual nenhum dos dominadores deste
século conheceu; porque se a houvessem conhecido,
nunca teriam crucificado o Senhor da glória”. A obra
do Espírito Santo na revelação e o espírito do homem
e o do mundo e o coração do homem: 1 Coríntios 2:9:
“Mas, como está escrito: As coisas que os olhos não
viram, nem os ouvidos ouviram, nem subiram ao
coração do homem, são aquelas que Deus preparou
para os que o amam” (Is 64:4). 1 Coríntios 2:10:
“Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque
o Espírito esquadrinha todas as coisas, até mesmo as
profundezas de Deus” (Mt 16:17; Ef3:35; Jo 14:26).
O espírito humano e o seu papel: 1 Coríntios 2:11:
“Porque qual é o homem que entende as coisas do
homem, senão o espírito do homem que está nele?
Assim também, ninguém conhece as coisas de Deus
senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido
o espírito do mundo, mas sim o Espírito que procede de
Deus, a fim de que conheçamos os dons que nos foram
concedidos gratuitamente por Deus” (Rm 8:15; 1Co
1:27). O segredo da pregação e o ensino do Espírito
Santo; o homem natural e o homem espiritual. O
pregador que tem a mente de Cristo. Como receber
a revelação de Deus? 1 Coríntios 2:13: “Das quais
também falamos, não com palavras ensinadas pela
sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo
Espírito Santo, comparando realidades espirituais
com termos espirituais”. O homem natural de
Atenas: 1 C oríntios2:14:“O ra,ohom em naturalnão
recebe as coisas do Espírito de Deus, porque lhes são
loucura; e não pode compreendê-las, porque elas
se discernem espiritualmente” (ICo 1:18; Tg3:l 5).
O caos de Atenas não servia para umabase missionária
mundial, como Paulo procurava. Tessalônica estava
povoada de judeus que participaram da morte de Cristo.
Timóteo veio e logo foi enviado de volta a Tessalônica
para saber como estavam os irmãos, e Paulo seguiu
para Corinto procurando um local para estabelecer
uma poderosa base missionária como Antioquia. Ele
sabia que de Corinto poderia dominar toda a Grécia.
Corinto era uma cidade que abrigava todas as opiniões,
e o Evangelho poderia estender ali as suas raízes.
Ele estava colocando em ordem seus pensamentos
e iria tomar uma decisão: “Nunca mais pregarei sem
deixar de falar no nome de Jesus Cristo, o crucificado e
ressurreto! Nunca mais deixarei de usar as Escrituras na
Atos 18:2
minha mensagem” (Rm 1:21). Para Corinto! A cidade
privilegiada entre dois golfos, entre altas montanhas,
onde a natureza era coroada pela magnífica neve. Mas
ali havia desafios espirituais, assim como em Atenas
e Acrópole, a Afrodite de Corinto. Atenas era uma
cidade repleta de estudiosos e estudantes, filósofos
e curiosos; Corinto estava repleta de comerciantes
de todos os lugares. Mesmo tendo sido destruída por
Múmio, seguia firme como um ponto de ligação entre
o Oriente e o Ocidente. A população era constituída
de nativos, africanos, sírios e judeus. A cidadejáhavia
sido dominada pela falsa divindade Poseidon, mas nos
dias de Paulo estava dedicada a Afrodite, a impudica.
No seu templo, mil sacerdotisas se prostituíam a seu
serviço. No meio daquele povo, caminhando por suas
ruas de pedras, viajantes nobres, estrangeiros, soldados,
marinheiros e negociantes, Paulo conheceu Áqüila e
Priscila, que foram expulsos com os judeus de Roma (39
d.C.). Vindos das tavernas portuárias, entravam e saíam
todo tipo de escória do gênero humano. Era um símbolo
do paganismo retratado nas epístolas aos Coríntios
e aos romanos. Naquele lugar, Dionísio ensinou
todo tipo de excesso sexual, acima de todas as leis de
respeitabilidade familiar, como a volúpia e os abismos da
corrupção. Ali, crianças eram degoladas e os demônios
por trás dos deuses Afrodite e Dionísio odiavam o
casamento e a procriação. E esse tipo de culto perdura
às escondidas até hoje. A depressão e o desânimo
sobrevieram ao grande missionário ao contemplar
tamanha realidade
Atos 18:2: E, encontrando um judeu cha­
mado Áqüila, cuja linhagem era do Ponto,
recém-chegado da Itália, e Priscila, sua mu­
lher, porque Cláudio havia decretado que
todos os judeus saíssem de Roma, Paulo se
uniu a eles; (Rm 16:3; I Co 16:l9;2Tm4:19;At 11:28)
Áqüila e Priscila jamais imaginariam que, na porta
de sua loja e fábrica de tecidos, entraria um homem
que conhecia o verdadeiro Deus e que peregrinava
em busca de obreiros de valor, e que os seus nomes
seriam inscritos na História da Igreja para sempre; nem
suspeitavam que, ao dar abrigo àquele missionário,
seriam tão bem servidos com o novo funcionário, a
quem eles chamariam de senhor e apóstolo. Logo
descobriram de quem se tratava: o doutor da Lei, cheio
do Espírito Santo, de uma forma que eles aindanão
tinham conhecimento. Paulo foi convidado, depois de
sua conversação, a ficar hospedado ali, onde durante o
dia trabalhava no seu ofício. A esposa de Áqüila, Priscila,
era nobre, e depois foi chamada por Paulo de Prisca.
Uma mulher influente na igreja e um apoio missionário
incomparável (Rm 16:3). Nas suas conversações,
Áqüila e Prisca contaram a sua experiência naquele
ano em que foram expulsos de Roma, e lá deixaram
todos os seus negócios, por causa de um rebelde
louco chamado Crestos. Embora esse decreto tivesse
sido posteriormente revogado, eles continuaram em
Corinto. Com este casal, Paulo montará uma base móvel,
pois eles serão vistos em Roma e, finalmente, em Éfeso,
550
18:3
e em sua casa sempre se realizaram cultos (Rm 16:3-5).
Naquele lugar, Paulo mostrou que suas grandes idéias
eram absorvidas no fiar paciente e contínuo do tecelão.
Qualquer homem perguntaria a si mesmo como seria
possível fazer uma obra tão grande com uma agulha,
uma pena e alguns pergaminhos nas mãos, em dias em
que a Grécia menosprezava todo proletariado, incluindo
os tecelões, símbolos da vergonha social. Paulo nunca
teve escravos; sabemos que ele libertou um, dando-lhe
carta de alforria
Atos 18:3: e, como tinha o mesmo ofício
que eles, permaneceu em sua casa e traba­
lhavamjuntos; pois eramambos fabricantes
de tendas. (1 Ts2:9;A t20:34; 1 Co4:12;2 Ts3:8)
Surpreso por encontrar uma família cristã em Corinto,
a quem não batizou (1 Co 1:14). Compartilhando com
eles a mesa e o púlpito, já se informava a respeito do
campo missionário de Roma. Eles iam à sinagoga para
explanar ali as Escrituras. Judeus e gregos se uniam
na mesma fé. Corinto era uma miscelânea de judeus
puros, judeus cristãos, pagãos e gregos, entre os quais
muitos interessados em formar uma sebe viva contra o
poder do vício que ali imperava. Paulo estava lançando
ali, como sábio arquiteto, os fundamentos (1 Co 3:10).
Os membros de toda a família de Estéfanas foram os
primeiros a se converter (1 Co 16:15) e se batizar nas
margens do Leuca; ele auxiliava na obra e trabalhava
(1 Co 16:16). Em seguida, vieram a Cristo Fortunato
e Acaico; depois Tício Justo, que introduziu Paulo na
sociedade culta dos romanos
Atos 18:4: Eem todos os sábados disputa­
va na sinagoga, persuadindo os judeus e os
gregOS. (At 17:2)
Depois da chegada de Silas e Timóteo, trazendo dinheiro
e suprimentos da Macedônia, ofertas de Tessaiônica
e Filipos, saudações de Lídia e dos demais discípulos,
houve uma mudança na sua situação financeira; a
partir de então, ele terá como dedicar-se mais à obra da
pregação da Palavra. Alegre com as notícias da obra, ele
pregava com mais autoridade e sem rodeios. O Cristo
crucificado ficou conhecido ali, com demonstrações do
Espírito epoderdeDeus
Atos 18:5: Mas assim que Silas e Timóteo
chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se
totalmente à pregação da palavra, testifi­
cando aos judeus que Jesus era o Messias
(“o Cristo ”). (At 17:14,15; 16:9;20:21; 18:28; 17:3)
Ofendidos e enciumados pelo êxito de um
estrangeiro, os insatisfeitos não se submeteram à
autoridade de sua doutrina. Ao sacudir o pó de seus
vestidos, Paulo mostrava-lhes que perdiam a chance
de se verem livres da maldição que eles e os seus pais
lançaram sobre si mesm os, na ocasião da crucificação
de Cristo (Mt 27:25). Com a atitude de Paulo,
entendem os que os sapatos e os vestidos contêm o
mesmo pó
551
Atos 18:8
Atos 18:6: E como estes se opunham e
blasfemavam, ele sacudiu as suas vestes,
e disse-lhes: “O vosso sangue seja sobre
a vossa cabeça; limpo estou, e agora me
dirijo aos gentios”. (At 13 :45, 40,51 ; 2 Sm i :1 ó; ez
18:13;At20:26; 13:46)
Agora, sem a sinagoga, Paulo inicia um ponto de
pregação na casa de Justo. Ali ele continuou a sua
mensagem. Dois cultos no mesmo local; e um deles
dirigido por Paulo, de casa cheia. Os judaizantes não
podiam suportar tamanha afronta, e ainda mais porque
o chefe da sinagoga não foi a um de seus costumeiros
cultos de sábado e, no domingo, estava no culto
doméstico na casa de seu grande amigo Tício Justo ou
Tito Justo. Na casa de Justo, a igreja voltaa reunir-se
aos domingos (1 Co 16:2). Na casa de Tício Justo, a
igreja começaria a implantar sua liturgia independente
das sinagogas e, dali, se espalharia por todo o mundo,
com uma evolução lentíssima. Com dois coros, um
devocional dirigido a Cristo. Depois, ao final, dupla
refeição: o ágape cristão (uma refeição tomada em
comum, em demonstração de amor entre os irmãos,
onde os mais velhos eram honrados e todos serviam
à mesa-para tal ocasião, os irmãos previamente
avisados traziam uvas, incenso, azeite, pão e sucos de
uva) e a Ceia do Senhor, quando os santos confessavam
previamente as suas faltas e Paulo recitava o de sempre
(1 Co 11:23). Depois, o restante era dividido entre os
presbíteros para ser levado aos irmãos enfermos, em
serviço ou ausentes por justa causa. Então, terminavam
com um grito de Maranata (“Amém, o Senhor vem”)
Atos 18:7: E, saindo dali, foi até a casa de
um homem temente a Deus, chamado Tí­
cio (“prazeroso”) justo, cuja casa ficava
contígua à sinagoga. /Ati6-.i4y
A sinagoga ficou sem uma família inteira. Uma família
influente que creu na mensagem de Paulo. Ele os
ensinava a respeito da Lei e dos profetas, mostrando-
lhes, na pessoa de Cristo, o seu cumprimento. Embora
Paulo lhes pregasse o Evangelho do Reino de Deus,
não os batizava (1 Co 1:15), em função da disputa
que havia entre os batizandos sobre a superioridade
ou inferioridade do batismo que um novo converso
recebia: Dependendo se era em nome de João Batista-
ou mesmo de Apoio - ou em nome de Pedro ou de Paulo,
porque Paulo reconhecia o significado do batismo e
não o poder de quem os realizava. Ao permitir aos seus
discípulos que batizassem, ele acatava o exemplo de
Cristo (Jo 4:1-3)
Atos 18:8: Crispo, chefe (“o arquisinago-
go”)da sinagoga, creu no Senhor com toda
a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo,
creram e forambatizados, /i coi:i4j
Por causa da conversão de Crispo, Paulo imaginou que
teria problemas com os irmãos da sinagoga. Naquela
18:9
noite, faltou-lhe o sono, e Deus veio consolar o seu
coração, tirando de sua mente os motivos de temor
e o desejo de parar de pregar ali, além do medo que,
a cada dia, o assolava, tendo em vista o acúmulo de
perigos quejá havia passado. Como a qualquermortal,
havia momentos em que o medo o oprimia. Mas, como
é comum para Deus, que está sempre no controle, o
Senhor vem ao nosso socorro
Atos 18:9: Então, à noite, o Senhor falou
em visão a Paulo: “Não temas; fala e não te
cales; (M 23:iij
Deus restaurou a sua confiança, manifestou a sua
presença constante e reanimou o seu ministério,
confirmando o seu povo ainda não-salvo na cidade. Os
irmãos de Corinto observaram em Paulo, com grande
admiração, os anseios e preocupações pela igreja
universal de Cristo e como o seu coração missionário
não estava limitado apenas a uma cidade, mas expandia-
se, perdendo os limites em seus sonhos futuros de uma
igreja mundial por todas as gerações vindouras. As
notícias de Tessalônica e as ameaças dos judaizantes
tiravam o seu sono durante as noites, até que Deus
consolou seu coração (2 Ts 3:1)
Atos 18:10: por esta causa, eu estou
contigo, e ninguém te acometerá para te
maltratar; pois eu tenho muito povo nesta
Cidade”. (Mt28:20j
Embora estivesse ali por dezoito meses, ele
demonstrava preocupação com as demais igrejas.
Percebendo que os correios do império não enviavam
cartas pessoais, e observando o exemplo do Sinédrio,
que mantinha uma correspondência regular com as
demais sinagogas, Paulo pretendeu ligar as suas igrejas
por meio de suas cartas doutrinárias. Assim, as cartas
eram escritas, enviadas e lidas durante os cultos e
guardadas. Por essas cartas, os irmãos passaram a ter o
mesmo respeito que tinham pelas Escrituras, até que
houve uma mudança radical no governo. A igreja de
Corinto experimentou um tipo de culto com louvor,
demonstração dos dons do Espírito Santo, que incluía os
dons de poder, de inspiração e de saber, e por eles a igreja
local era edificada, consolada e exortada, revelando o
seu Deus por meio de seus membros, em contrapartida
aos falsos deuses silenciosos, impudicos e inanimados.
Os cultos eram cheios de música, recitações, cânticos,
salmos (Ef 5:19; 1 Co 14:26), ao estilo de Davi, com
flauta, cítara, lira e harpa - onde as pessoas eram salvas
e libertas de muitos espíritos malignos. Na casa de Tício,
no ambiente mais doméstico, as mulheres passaram
aterumpapel fundamental na obra, o que era uma
surpresa para os crentes judeus, pois eles não estavam
acostumados que as mulheres participassem nos
serviços litúrgicos. Mas alguns deles lembraram que
Maria serviu ao Senhor, aos seus pés, que a samaritana
o adorou no poço de Jacó e ganhou almas em toda
a sua cidade, conduzindo-os a Cristo, e somente o
cristianismo trouxe esta boa-nova para as mulheres.
Paulo não podia deixar de aproveitar o serviço de
Damaris, das mulheres destacadas de Tessalônica e de
Atos 18:13
Lídia, em Filipos. Algumas delas possuíam o dom de
profecia, que não poderia ser desprezado. Aquilo que
Paulo fez em um ano e seis m eses, muitos dos centros
de ensino de teologia, por mais modernos que sejam,
jamais farão, porque ele não se limitou a ensinar
cultura grega, direito romano, nem as diferentes seitas
do paganismo, mas unicamente a Palavra de Deus e
esta é o que menos se estuda nos centro de ensinos de
teologia hoje. A maior parte dos membros da igreja era
da classe pobre: livres, artífices e escravos (1 Co 1:26-
28); reunidos, estavam, por um milagre do Espírito de
Deus (1 Co 6:10), aqueles que antes eram considerados
a escória de Corinto - um milagre do Evangelho, a
união entre gregos e judeus. Mas, por outro lado,
a doutrina da união mística entre Cristo e a Igreja
produzia uma desenfreada resistência do judaísmo
Atos 18:11 : E perm aneceu ali um ano e
seis m eses, ensinando entre eles a palavra
de Deus.
O anti-semitismo dos coríntios naquela época era
visível e preocupava Paulo. A população gentia cristã
crescia e a sinagoga perdia membros. Dias depois, a
igreja cresceria ainda mais, até que Erasto, o próprio
tesoureiro de Corinto, aceitou a Cristo (Rm 16:23),
sem contar a zelosa família de Cloé. Como a igreja
crescia, Deus levantava mais obreiros para ajudá-
los: Zenas, Apoio (Tt 3:13). Em 52 d.C., quando já
brotavam as flores de Corinto, o governador da Acaia
deixou vago o cargo ejúnio Gálio o ocupou. Paulo
ainda permaneceu uns seis m eses em Corinto depois
de sua posse. Embora os judeus acreditassem que
Gálio, por sua prudência e seu poder conciliador, caísse
nas suas artimanhas, encontraram-no, ao contrário,
imparcial. Procônsul, irmão de Sêneca, tio de Lucano e
amigo encarregado do então príncipe Nero, de fineza
irretocável, segundo as palavras de Sêneca
Atos 18:12: E quando Gálio ( “su g a d o r”)
era procônsul da Acaia, os judeus levanta-
ram-se unanim em ente contra Paulo, e o
levaram ao tribunal,
Diante da diplomacia e justiça de Gálio, os judeus
queriam o julgamento de Paulo. Mas Gálio friamente
desfez o complô, mantendo Paulo em seu poder, sob
uma intriga mental não despistada
Atos 18:13: dizendo: “Contra a lei, este
persuade os hom ens a render culto a
D eus”.
Paulo estava pronto para usar o poder da oratória
de Cristo, o Espírito Santo, que fluía na boca de suas
testemunhas de maneira jamais vista, como nos dias
de Pentecostes. Ele mostraria que a oratória grega
era como nada sem a sabedoria de Deus, e mostraria
que o bom orador de Cristo é um grande defensor,
tocado pela tenaz com brasas do altar! Lucas 21:15:
“Porque eu vos darei boca e uma sabedoria que
vossos adversários não poderão contra-arrestar nem
contradizer”
552
18:14
Atos 18:14: E, quando Paulo estava para
abrir a sua boca, Gálio disse aos judeus:
“Se em verdade houvesse injustiça ou in­
dícios de crime perverso, ó judeus, com
razão eu vos sofreria; (A t2 3 :2 9 ;2 5 :ii,w )
Questões de palavras, nomes, da Lei: os romanos já
haviam provado que não eram bons para julgar esse tipo
de assunto, por ocasião da morte de Cristo
Atos 18:15: se são questões de palavras, de
nom es, e da vossa lei, disso cuidai vós m es­
mos; porque eu não quero ser juiz dessas
coisas”. (Al23:29)
Aqueles acusadores foram humilhados
no tribunal, sendo expulsos dali
Atos 18:16: E os expulsou do tribunal.
Sóstenes fora posto no lugar de Crispo na sinagoga,
mostrando que se Deus não interviesse, pelas palavras
do procônsul, este seria o destino de Paulo. Mas
os gregos se encarregaram de mostrar o seu anti-
semitismo. Então, aqueles que foram para acusar
e prender, tiveram de curar as feridas de seu chefe.
Assim, a igreja de Corinto gozou algum tempo de
paz e Paulo, mais uma vez, experimentou o favor das
autoridades romanas
Atos 18:17: Então agarraram Sóstenes,
o chefe da sinagoga, o espancaram diante
do tribunal; e Gálio não se importava com
nenhuma dessas coisas, a Co i.-ij
No regresso a Antioquia, ele cumpriu um voto em
Cencréia, da irmã Febe. Não sabemos por que motivo,
mas podemos imaginar que possa ter sido um ato de
gratidão pela vitória no tribunal ou por uma porta
aberta em Éfeso, que lhe fora fechada por duas vezes
pelo Espírito Santo. Após cumprir o seu trabalho na
Macedônia, ele estava pronto para ira Éfeso. Áqiiila e
Priscila deixaram tudo para acompanhá-lo até Éfeso,
a fim de lhes preparar lugar, pois com ele estavam
Timóteo e Silas. A viagem durou quase dez dias.
Ficaram mais algum tempo em Corinto, pois ali estavam
as indústrias dos tecidos das tendas, que eram muito
usadas naqueles dias
Atos 18:18: E Paulo, permanecendo ali
ainda muitos dias, separou-se dos irmãos
e navegou para a Síria, e com ele estavam
Priscila e Áqiiila, após ter rapado a cabe­
ça em Cencréia, porque fizera um voto.
(At21:24;Rm 16:!;Nm6:18)
Preparativos da terceira viagem missionária. (11) A
igreja de Éfeso (At 18:19). Fundada durante o fim da
segunda e início da terceira viagem de Paulo (At 18:9).
Pode ter sido pastoreada por Apoio, Timóteo e pelo
apóstolo João. Testemunha de muitos milagres das
A tos is:2 i
mãos de Paulo (At 18:11 -41). Onde Paulo pregou de
porta em porta (At20:17-21). Paulo escreveu uma
carta diretamente a ela, com seu nome (Ef 1:1). João
escreveu para elano livro de Apocalipse (Ap 2:1 -7).
De acordo com João, ela deveria trabalhar mais forte
os pontos relacionados à sua paciência. Era uma igreja
forte; e sofria por Cristo. Lutou contra os licenciosos
nicolaítas; foi a igreja que teve dificuldade para regressar
ao seu primeiro amor e teve de que ser lembrada a
respeito da segunda vinda de Cristo. Éfeso, um dos
berços da arquitetura antiga, o berço da palavra logos, da
universidade de Pitágoras, a capital da ciência histórica,
o local onde o pai da filosofia ocidental fez a sua grande
declaração sobre a água como princípio de todos os
seres, o local dos primeiros rudimentos do pensamento
pré-socrático, e onde se discutia a origem do mundo;
paralánavegou Paulo, parainflaro pneuma ao logosáa
sabedoria do homem. A sinagoga de Éfeso gozava de
certa liberdade, por ser autônoma e também ser o centro
de distribuição dos dons recebidos para ser enviados a
Jerusalém. Ávidos por ouvir a respeito do cristianismo,
eles estavam ansiosos para ouvir o apóstolo. Como
sempre, havia discussão com os judeus; mas Paulo
estava passando por uma grande crise: deixar ou não
deixar os judeus e partir para abraçar de uma vez o
cristianismo. Isto, porém, somente acontecerá no último
capítulo, tal era o coração misericordioso de Paulo
A to s 1 8 :19: E quando eles chegaram a
Éfeso, Paulo os deixou ali; e, entrando na
sinagoga, disputava com os judeus. (At i 3.-m )
O navio partia para cumprir a sua rota e Paulo tinha
apenas um sábado para compartilhar com eles algumas
revelações das Escrituras. Paulo sentia grande saudade
de Antioquia. Era a manifestação do primeiro amor tão
conhecido e que foi o selo da igreja de Éfeso. Foi ali que
João descobriu algo novo: a revelação do Logos, o nome
grego para o Verbo de Deus. Aqueles demônios que
estavam por trás da falsa deusa Artemisa ainda seriam
destronados dali
A to s 18:20: Estes lhe rogavam que ficasse
por mais algum tempo, mas ele não con­
sentiu.
Ali ele foi bem recebido e prometeu voltar, segundo a
vontade de Deus
A to s 18:21: E, ao despedir-se deles, disse-
lhes: “Se Deus quiser, novamente estarei
convosco”. E navegou partindo de Éfeso.
(I Co 4:19)
Depois de vários meses em Corinto, Paulo continua a sua
terceira viagem missionária, que aporta em Cesaréia,
a cidade de Cornélio. Aigreja em Jerusalém estava
cada vez mais isolada. Pedro não estava. Por isso, Jesus
dissera a seus discípulos: “Ficai em Jerusalém, até que
sejais revestidos de poder”. Os judeus de lá não somente
rejeitaram a mensagem de Cristo, mas a mensagem
de seus apóstolos. Eles estavam vivendo o mesmo
chamado de Abraão (Gn 12:1 -3). As cidades em que ele
553
18:22
permaneceu vários dias, meses, eram mais privilegiadas
do quejerusalém. De lá, foi para Antioquia
Atos 18:22: Tendo desem barcado em
Cesaréia, subiu a Jerusalém para saudar a
igreja. Logo, dirigiu-se a Antioquia. (Atii.-wj
Paulo lembrou dos incidentes com os judeus crentes
da circuncisão, os quais, depois de sua partida pelas
regiões missionárias, decidiram praticaras teorias de
seu movimento contra a missão de Paulo e armar um
contra-ataque em todas as cidades onde ele fundasse
uma congregação da igreja. Quem sabe Pedro, João
e Marcos e Barnabé não estariam ali? Pois não eram
inimigos. Dali em diante, ele começava o momento
mais importante de sua vida, que culminaria com o
seu martírio. Era a última vez que ele os estava vendo,
antes do encontro na Novajerusalém. Nesse ponto, Tito
sentiu no seu coração de acompanhá-lo definitivamente
(2 Co 8:23) e Silas já não será mais mencionado ao seu
lado. Provavelmente ficou em Jerusalém ou mesmo em
Antioquia. Depois de tertrabalhado tanto tempo com
Paulo, talvez ele tenha se oferecido para acompanhar
daí em diante aPedroque,já velho, não poderia cuidar
de si mesmo, conforme aprofecia de Jesus (Jo 21:18).
Paulo contribuiu com Pedro na pessoa de Silvano, o
mesmo Silas. Que maravilha é o amor de Deus na vida
de dois grandes homens. Mas, antes, os familiares
dos irmãos informaram a Paulo que um grupo de
judaizantes estava planejando agir na Ásia menor
Atos 18:23: E, permanecendo ali algum
tempo, partiu e percorreu sucessivamente
as regiões da Galácia e da Frigia, fortalecen­
do a todos OS discípulos. (At lò:ó; 14:22; 15:32,41j
Ao tomar um curto caminho pela costa jónica, Paulo
tinha intenção de fortalecer as igrejas que já havia
fundado. Missões em Éfeso. Em uma viagem normal
a pé, um homem caminhava apenas vinte e cinco
quilômetros por dia; os enviados reais conseguiam
caminhar trintae cinco. Provavelmente, em 54 d.C.
Paulo chegou com os seus companheiros a Éfeso. Ele
ficou sabendo que desde que esteve ali por um sábado,
Deus enviou para lá um jovem pregador chamado Apoio.
Paulo não era o único que estava dedicando sua vida
à pregação do Evangelho. Havia um grupo dissidente
dos dias dejesus (Lc 9:49); os discípulos dejoão que
não andavam com os discípulos dejesus (M c2:18),
dos quais Apoio era um representante. Apolônio, um
judeu de Alexandria, grande conhecedor das Escrituras,
conhecido por Apoio
Atos 18:24: E dirigiu-se a Éfeso um certo
judeu chamado Apoio, cuja linhagem era
de Alexandria, varão eloqüente e poderoso
nas Escrituras. (At 19:1; 1 Co 1: 12; 3:5,6; 4:6; Tt3:13;
At 19:1)
Na verdade, o movimento dos discípulos dejoão Batista
se alastrou por muitas nações, inclusive no Egito. Desse
movimento, a igreja herdará uma escola de defesa da fé
cristã, pois Fílon tentou conciliar as doutrinas de Platão
554
Atos 18:27
com as Escrituras do Antigo Testamento e Apoio foi um
de seus fiéis discípulos. Paulo chegou a Éfeso quase
cinco anos depois da morte de Fílon de Alexandria,
e Apoio tinha recebido dele uma grande influência,
pois Fílon tentou expor uma interpretação do Antigo
Testamento à luz das categorias elaboradas pela
filosofia grega. E Apoio detinha todo aquele acervo, que
expunha a sua visão platônica do judaísmo. Ao conhecer
a doutrina de Cristo, o enviado de Deus, batizado por
João, foi ensinado nos caminhos do Senhor; fervoroso no
espírito humano - mas não batizado com o Espírito Santo
- , conhecia apenas o batismo de João. Faltavam-lhe
algumas coisas!
Atos 18:25: E ele era instruído no cami­
nho do Senhor, e era fervoroso de espírito;
falava e ensinava com exatidão as coisas
concernentes a Jesus, mesmo conhecendo
som ente o batismo dejoão. (Rmi2:ii;AtW:3)
Apesar de estar familiarizado com as Escrituras, os
discípulos de Paulo, Áqüila e Priscila, o observaram.
Aproximando-se dele, começaram a orientá-lo em
várias coisas. Que impacto para ele! Pois, como provável
discípulo de Fílon, conhecedor das Escrituras e das
doutrinas dejoão Batista, agora, estava sendo ensinado
por Áqüila e Prisca. Que humildade a dele! Que fineza,
que discípulo da graça de Deus. Uma amostra de que se
Paulo não o seguisse, Deus teria sempre alguém para
usar. Os adeptos de Apoio continuavam na sinagoga. Em
Éfeso, ele teve contato com alguns membros da igreja de
Cristo, fruto do trabalho de Paulo. Ao ouvi-lo, Áqüila e
Prisca se entreolharam e fizeram sinal um ao outro: ele
conhecia, mas faltava-lhe o poder do Espírito Santo
Atos 18:26: E este com eçou a falar ousa­
damente na sinagoga. E, quando Priscila e
Áqüila o ouviram, o acolheram, e expuse­
ram-lhe com maior precisão o caminho de
Deus.
Na casa de Áqüila, o doutor alexandrino aprendeu aos
pés do casal, como Paulo esteve aos pés de Ananias!
Ele ouvira falar que os irmãos de Corinto estavam
experimentando um grande derramamento do Espírito
Santo. E para lá desejou ir. A madeira e o fogo se atraíam.
Com carta de apresentação, como é usual no meio
dos santos, ele chegou. Sob certa influência platônica,
suas mensagens foram bem recebidas pelos irmãos
de Corinto, especialmente por causa de sua oratória
superiorà de Paulo
Atos 18:27: E, querendo ele atravessar
a Acaia, os irmãos o alentaram, e escreve­
ram aos discípulos para que o acolhessem; o
qual, tendo chegado, auxiliou muito aque­
les que criam, por meio da graça; (Ati8:i2,i8)
E logo os irmãos, na sua simplicidade, o escolheram
como líder. Mas Apoio, demonstrando uma ética
exemplar, regressou a Éfeso, de onde viera
18:28
Atos 18:28: pois refutava publicamente os
judeus, com grande autoridade, dem ons­
trando pelas Escrituras que Jesus era o Cris­
to. (At 9:22; 17:3; 13:5)
Atos, capítulo dezenove (19)
Paulo e os discípulos de João, filhos na fé de Apoio. Para
encontrar-se com Apoio, Paulo teve que atravessar as
regiões mais altas. Ao chegar em Éfeso, viu os frutos do
trabalho de seu colega, sendo sustentado porÁqüila
e Prisca, seus fiéis amigos. Naturalmente, o casal lhe
contou as grandes novidades a respeito da passagem de
Apoio entre eles
Atos 19:1: E, enquanto Apoio estava em
Corinto, Paulo atravessou as regiões su­
periores e chegou a Éfeso; e, ao encontrar
ali certos discípulos, (At 18:24; 1 Co 1:!2;3:5,6;At
18:1,19-24)
Direto ao assunto, Paulo supriu-lhes a falta daquilo que
Apoio não pôde ministrar-lhes naquele tempo. Não
se tratava do Espírito Santo que toda pessoa recebe ao
conhecer ajesus Cristo como seu Salvador, ocasião
em que o Espírito Santo nasce no espírito humano da
pessoa, no qual ocorre o novo nascimento! Tratava-se do
batismo com o Espírito Santo
Atos 19:2: perguntou-lhes: “Recebestes
vós o Espírito Santo quando crestes?”. E
eles disseram-lhe: “Nem sequer ouvimos
que haja Espírito Santo”.
Esta é a segunda parte da pergunta de Paulo. Na primeira
ele pergunta: Vós sois batizados com o Espírito Santo?
Agora, na segunda parte: Conheceis o significado do
batismo de João?
Atos 19:3: Então disse-lhes: “Em que,
pois, sois batizados?” E eles disseram: “No
batismo de João”. (At i8:2S)
Paulo mostra que todos os outros batismos identificados
pelo nome de seu principal ministrante, tal como Moisés
ou João, antes de Cristo, apontam para Cristo. Logo,
por que crer no batismo que aponta para Cristo sem
conhecer o Cristo? Por que crer no batismo por imersão
no corpo de Cristo e rejeitar o batismo com o Espírito
Santo? O batismo de João e o própriojoão anunciavam a
Cristo, e não o Anticristo
Atos 19:4: E disse Paulo: “João batizou
com o batismo do arrependimento, dizen­
do ao povo que cresse naquele havia de vir
depois dele, isto é, em Jesus Cristo”. (Mt3-.ii;
At 13:24,25)
Atos 2:41 registra o grande batismo da história da
Igreja. Em Atos 8:13 há o registro do batismo de Simão,
555
Atos 19:5
que foi batizado, mas não creu. Ele pensava que estava
enganando os apóstolos de Cristo. Em Atos 8:16, lemos
que naquela cidade nenhum deles tinha sido batizado
com o Espírito Santo, e que somente haviam sido
batizados em nome do Senhor Jesus. Isto quer dizer que
haviam sido batizados no corpo de Cristo, segundo o
batismo autorizado porJesus, mas ainda não haviam sido
batizados com o Espírito Santo. Observe que confusão
geravam aqueles que saíam batizando em nome de
João: Atos 19:3: “Em que fostes batizados então? E eles
disseram: No batismo de João”, isto significa que havia,
naqueles dias, pessoas que eram batizadas em nome de
João. Por isso, osapóstolos usavam afrase “em nome
de Jesus” para diferenciar do batismo de João, que teve
autoridade até a morte de Cristo. Em Atos 8:36, lemos
que a água era fundamental no batismo em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo: “Eis aqui água”. O
batismo deve ser feito com água. A água jamais fica
parada, ou ela evapora, ou se esvai por correntes. A água
jamais se suja, ela sempre sairá da sujeira tão límpida
como antes. A água é incorruptível. Pelo calor ela sai
da sujeira. A sujeira fica, e a água evapora límpida. A
água é o tipo do corpo de Cristo. Ele sempre se renova.
Em Atos 10:47, vemos que alguns recebem o batismo
com o Espírito Santo antes de serem batizados nas
águas. Quando cremos, recebemos o Espírito Santo.
O batismo para eles era o cumprimento da justiça.
Em Atos 10:4, vemos o apóstolo ordenando que se
batizassem em nome de Jesus Cristo. Aqui, em Atos
19:5, lemos que os fiéis eram batizados em nome de
Jesus para diferir da ordem batismal, pois aqueles que
eram batizados em nome de Jesus eram j udaizantes.
Em 1 Coríntios 1:13, Paulo nega ter uma ordem própria
de batismo: “Ou fostes vós batizados em nome de
Paulo?”. Estes dois versos juntos (At 19:5 e 1 Co 1:15)
explicam o mesmo, pois falam de diferentes tipos de
ordem batismal. Neste caso, Paulo está dizendo que os
membros da igreja não foram batizados segundo uma
ordem particular. 1 Coríntios 1:15: “Para que ninguém
diga que fostes batizados em meu nome”. Além disso,
temos registrado em 1 Coríntios 10:2 a ordem de
Moisés, antes mesmo da ordem dejoão Batista e de
outros obreiros independentes que atuavam nos dias de
Jesus: “Nanuvem e no mar, todos foram batizados em
Moisés”. Devido à falta de água no deserto, os filhos de
Israel foram introduzidos na nuvem e imersos na nuvem
do monte Sinai. Em 1 Coríntios 12:13, Paulo estabelece
definitivamente o batismo segundo a ordem de Jesus
Cristo, cujo cerimonial era feito em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. “Pois em um só Espírito fomos
todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer
gregos, quer escravos quer livres”. Mas, no mesmo
texto, ele proclama que “a todos nós foi dado beber de
um só Espírito”, que é o batismo com o Espírito Santo.
Isto quer dizer que, no mesmo versículo, há dois tipos
de batismo. E o texto de Paulo aos gálatas quer dizer
amesmacoisa. Gálatas 3:27: “Porque todos quantos
fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo”
A to s 19:5: E, quando ouviram isso, fo­
ram batizados em nom e do Senhor Jesus
Cristo.
19:6
No verso anterior, eles receberam o batismo segundo
a ordem de Cristo (M t28:l 9). Em seguida, foram
batizados com o Espírito Santo (M t3:11). Quando
Apoio voltasse, certamente os encontraria com uma
certa diferença. Algo aconteceu com eles. O batismo
com suas formas distintas, cujo elem ento era único
- o crente - e a imposição das mãos, parte dos seis
rudimentos da doutrina básica da fé em Deus (Hb
6:1,2). Observe que o batismo com o Espírito Santo
aqui não somente teve o sinal do falar em línguas
(Mc 15:17), mas, também, a manifestação imediata
de um dos dons: o dom de profecia, que é a união da
variedade de línguas com o dom da interpretação (total
de três dons e um sinal)
Atos 19:6: E, im pondo-lhes Paulo as
mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e
falavam diversas línguas e profetizavam.
(At 2:48; 2:4; 10:46)
O mesmo número dos apóstolos do Cordeiro de Deus,
dos quais dez receberam o sopro do Espírito Santo,
tendo apenas como exceção Tomé (Jo 20:19-24) e
Judas, que morreu e se perdeu. Desde a Diáspora
(A Diáspora, segundo a história bíblica, iniciou-se
em 722 a.C., quando o Reino de Israel - dez tribos
e meia - , ao norte, foi destruído pelos assírios e as
pessoas levadas cativas à Assíria e distribuídas entre as
nações; e Judá passou a pagar altíssimos impostos para
evitar a invasão, negociação que não foi possível com
Nabucodonosor, no ano de 586 a.C., pois o imperador
babilônio invadiu o Reino de Judá e destruiu
Jerusalém, bem como o seu templo, deportando os
judeus para a Babilônia. Dali os judeus se dispersaram
pelo mundo. Nova Diáspora aconteceria depois da
invasão do general Tito em Jerusalém, em 70 d.C.,
que dá cumprimento histórico parcial às profecias
de Cristo em Mateus 24). Éfeso era apenas uma
das cidades que acolheram os discípulos de João.
Depois da morte de João, alguns de seus discípulos
organizaram congregações autônomas em vários
lugares; isto confirma que todo movimento que estiver
fora da revelação empírica de Cristo necessita de
alguma coisa para torná-lo em corpo, em organismo.
Até então, era apenas uma organização. Uma nova
geração de obreiros nascia, cheia do Espírito Santo
Atos 19:7: E eram, ao todo, doze va­
rões.
Paulo na Sinagoga e na Escola de Tirano. O tempo
era curto, ele não contava mais com três anos, mas
som ente com três m eses
Atos 19:8: E, e n tr a n d o n a sin a g o g a , fa lo u
o u s a d a m e n te p o r e s p a ç o d e tr ê s m e s e s ,
d i s c u ti n d o e p e r s u a d in d o - o s a c e r c a d o
R einO d e DeUS. (At 17:2; 18:4; 1-.3;28:23)
Agora, como mestre em uma escola, eram muitas as
pessoas que o procuravam com inúmeros problemas
para ser solucionados e muitos pedidos de instruções,
das mais variadas. Não estava em uma residência,
Atos i 9 : io
onde a visita era mais difícil. Assim nasceu Epêneto
(Rmló:5).Ali, Paulo percebeu que um lugar à parte da
Sinagoga era melhor. Dessa maneira, nasceram as igrejas
independentes, que se tornaram conhecidas como o
Caminho. As discussões nas sinagogas entristeciam
o Espírito Santo, e a Igreja não era completamente
edificada na paz. Daqui em diante, veremos Paulo
freqüentando menos as sinagogas. Foi um árduo
trabalho para cortar aquele cordão umbilical. Paulo,
na escola de Tirano, estava experimentando um novo
tempo ministerial. As reuniões domésticas eram
limitadas e não podiam ser abertas para todas as pessoas
indistintamente, sem eliminar a privacidade de seus
proprietários. Esta era a grande porta que foi aberta ali
(1 Co 16:8,9). O movimento tornou-se grande entre os
missionários Aristarco, Gaio, Sópatro, Lucas, Timóteo,
Apoio e Erasto
Atos 19:9: Mas, como alguns deles se en­
dureciam e desobedeciam, injuriando o Ca­
minho do Senhor diante da multidão, Paulo
apartou-se deles e separou os discípulos, e
ensinava diariamente na escola de Tirano;
(At 14:4;2 Tm 1:15;At 9:2; 19:30)
Em Éfeso, Paulo começou a expor sua visão ministerial e,
em meio às grandes lutas espirituais, ele pregou grandes
sermões que deram origem ao maravilhoso livro de
Efésios. Ali, a igreja se estruturou; novos presbíteros
foram ordenados. Dali, missionários foram enviados a
Esmima, considerada a rainha do mar. Assim, chegaram
à cidade de Magnésia, à casa dos ferreiros afamados.
Outros foram enviados à Filadélfia e, triunfando sobre o
desfiladeiro de Timolos, alcançaram a cidade de Sardes,
onde estava instituído o templo de Cibele. De Éfeso,
saíram também missionários que evangelizaram Tiatira,
a cidade onde Lídia nasceu. Outro grupo avançou a
Pérgamo, onde se estabelecera o “trono de Satanás”,
uma referência ao grande templo de Zeus (Júpiter).
Mas, com todos os esforços de Paulo para alcançar
essas cidades, os obreiros que para lá foram enviados
o abandonaram (1 Tm 1:15). Sabemos que Epafras,
um servo de Deus natural de Colossos - hoje Chonas -
evangelizou Laodicéia-hoje Eski H issar-e Hierápolis
(Cl 1:7;6:12,13). Este homem também socorreu a Paulo
durante sua prisão em Roma (Cl 4:17; Fm 1:2; 2 Tm 2:3)
Atos 19:10: E isto durou dois anos; de
maneira que todos os habitantes da Ásia
ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus
como gregos. (At20.31; 19:22,20,27; i3.-i2)
Os milagres operados por intermédio de Paulo.
Aqui Paulo descobriu algo sobre a luta na resistência
espiritual, e ensinou sobre a armadura de Deus. Ele
estava em uma cidade onde os charlatões exploravam a
fé do povo. Aquela cidade havia gerado astrólogos que
chegaram a influenciar o poder de Roma. Antes de Paulo,
Éfeso era conhecida como a cidade do curandeirismo,
dos talismãs, da astrologia, da adivinhação, dos seus
sacerdotes e sacerdotisas que formavam as profundezas
de Satanás: teosofia, ocultismo e magia negra. Ali,
19:11
Paulo teria que pôr em prática os ensinamentos de
Corinto. Então, Paulo decidiu resistiràqueles poderes
com a armadura de Deus (Ef 6:10-18). Estes milagres
não habituais, geralmente, não são reconhecidos
pelos ministros tradicionais, mas eles são frutos das
diversidades de operações, pouco conhecidas dos
m esm os(l Co 12:5,6).Asdiversidadesdeoperações
acontecem segundo a fé e a criatividade do ministro e,
geralmente, não são habituais
A tos 19:11: E Deus operava pelas mãos de
Paulo milagres não habituais, (At8.-i3j
Visitantes chegavam, como era comum, trazendo os seus
enfermos em estado terminal e depositando-os diante
do templo de Asclépion. Ali, no meio daquela miséria de
pessoas que jaziam clamando por uma cova, à sombra da
morte, descrentes de qualquer milagre, Paulo ordenou
que lançassem sobre eles lenços e aventais ungidos
por ele e as doenças e os demônios que as operavam
saíam delas. Ele teve essa revelação em Corinto (1 Co
12), quando ministrou sobre as diversidades de dons,
de ministérios e de operações. Essas diversidades de
operações até hoje são menosprezadas pelos líderes
incrédulos, que se autoconsideram “centrados”, para
não seautodenunciarem com respeitoàsuafaltadefé
nas doutrinas que deles exigiriam autoridade espiritual
e uma custosa comunhão com o Espírito Santo
A tos 19:12: de tal maneira que tomavam
os lenços e as túnicas que Paulo usava sobre
a pele, e os colocavam sobre os enfermos,
e as doenças os deixavam e até os espíritos
imundos saíam. (Ats.-isj
Não demorou muito para que os exorcistas, ocultistas,
astrólogos e espiritualistas começassem a perceber
que o segredo de tudo era o nome dejesus Cristo. Eles
mesmos sabiam que fortes demônios habitavam na
vida daquelas pessoas e observaram que a raiz daquele
grande mal miserável que assolava aquela gente de toda
a Ásia tinha somente duas causas: pecado e demônios.
Mas aqueles exorcistas não teriam poder para curar
aquele mal sem jesus Cristo, sua autoridade e poder
delegados mediante o novo nascimento
A tos 19:13: Mas alguns dos judeus exor­
cistas que percorriam diversos lugares, qui­
seram usar o nom e do Senhor Jesus sobre
os que tinham espíritos malignos, dizendo:
“Amaldiçoam o-vos pelo m esm o Jesus a
quem Paulo prega”. m i 2.-27; mc 9:38;lc 9:49}
O sumo sacerdote tinha sete filhos que estavam em
Éfeso, longe dejerusalém, embora fossem levitas. Eram
todos ocultistas e exorcistas ambulantes. Observe onde
podem chegar os filhos de ministros sem poder e sem
autoridade espiritual! O homem possesso de demônios
zombava deles, expondo-os à vergonha pública. O fato
de serem filhos de sacerdote não lhes dava autoridade
alguma contra os espíritos malignos. Supersticiosos, os
sete avançaram contra o possesso. Dois deles ficaram
557
Atos 19:18
sem as suas vestes levíticas. Cinco fugiram. Então, Paulo
compreendeu que a luta não era contra carne e sangue
e sim contra principados e potestades espirituais da
maldade (Ef6:12). Lembramos de (1) Eli e (2) Arão
A tos 19:14: Os sete filhos de Ceva, judeu,
um dos principais sacerdotes, eram os que
faziam isto.
Embora eles fossem filhos do sumo sacerdote, não eram
conhecidos pelos demônios. Embora eles trabalhassem
em favor de Satanás, também os demônios não lhes
conheciam. Que classe de exorcistas era esta que nem
Satanás conhecia?
A tos 19:15: Respondendo, porém, o es­
pírito maligno, disse: “A Jesus certamente
conheço, e bem sei quem é Paulo; mas vós,
quem sois?”
Eles não eram dignos da roupa que usavam. Esta é a
missão dos demônios: despir os levitas que andam em
lugares distantes do seu sacerdócio. Eles ferem aqueles
que não conhecem as chagas do Senhor Jesus e que não
trazem as marcas do Senhor Jesus. Ao apoderar-se de
dois, os demônios aumentaram o seu campo de ação
sobre aqueles homens que antes pensavam ter poder
para expulsá-los
A tos 19:16: Então o hom em , em quem
estava o espírito maligno, saltou sobre eles,
e apoderou-se de dois, e assenhoreou-se
deles, de tal modo que escaparam daquela
casa nus e feridos.
O nome dejesus agora era conhecido em Éfeso; o nome
dejesus era louvado em Éfeso; o nome dejesus tinha
poder diante de judeus e de gregos (F12:8-10). O nome
de uma pessoa é igual à sua obra, e a obra de Cristo foi
incomparável. O nome dejesus era o centro de unidade
entre os judeus e gentios
A tos 19:17: E isto tornou-se notório a to­
dos os que moravam em Éfeso, tanto judeus
como gregos; e sobreveio temor sobre todos
eles, e engrandeciam o Nome do Senhor Je­
sus. (A t2:43;5:5,ll)
A confissão e a revelação das obras mortas são duas
coisas diferentes e fazem parte dos rudimentos da
doutrina (Hb 6:1,2). A confissão e a revelação das
obras mortas são atos únicos que devem ser feitos
como demonstração de arrependimento, parauma
conversão livre de toda culpa. A confissão é feita pela fé
e vem acompanhada da revelação das obras mortas e,
para os novos conversos de Eféso, a leitura de livros de
ocultismo e de magia negra era uma delas
A tos 19:18: E muitos dos que haviam cri­
do vinham, confessando e revelando o que
praticavam. (Mt3:6j
19:19
Entre as obras mortas dos efésios, estavam a posse e a
leitura de livros dedicados ao ocultismo e à magianegra.
Então, eles revelaram o que estavam fazendo na cidade.
A prática das artes mágicas era uma das obras mortas
daquele povo. Mas, todos os livros que representavam
um ponto de contato de Satanás na sua vida e na sua
casa eram queimados. O Reino de Deus chegou a
Éfeso para destruir as obras de Satanás. Com razão,
Paulo escreveu a respeito de nossa resistência contra
as obras de Satanás e a respeito da importância do
revestimento com a armadura de Deus. Uma doutrina
neotestamentária da Igreja: a limpeza de todas as obras
dedicadas à carne e a Satanás
A tos 19:19: E muitos também dos que
tinham praticado artes mágicas traziam os
seus livros e os queimavam na presença de
todos; e, calculando-se o valor deles, che-
gou-se a um total de cinqüenta mil peças
de prata.
Quando os livros de magia foram queimados, a Palavra
de Deus cresceu e prevaleceu. Observe que a Palavra
era Cristo; era a Palavra de Deus que crescia. Este era um
mérito da Palavra! O nome dejesus e a sua palavra eram
conhecidos em Éfeso, e ali Paulo experimentou o que
escreveu em Filipenses 2:10,11
Atos 19:20: Assim, pelo poder do Senhor a
palavra crescia e prevalecia. (At6:7; 12:24>
Os planos futuros de Paulo, em meio a uma grande
solidão, agora, eram visíveis. Timóteo, Erasto e Tito
partiram em viagem missionária para a Macedônia e à
Grécia (Acaia). Roma seria a sua última parada, antes de
estar novamente com Cristo. Ele queria chegar a Roma, a
grande capital mundial
Atos 19:21: Cumpridas estas coisas, Paulo
propôs em seu espírito partir para Jerusa­
lém, depois de passar pela Macedônia e pela
Acaia, porque dizia: “Depois de haver esta­
do ali, é-me necessário ver também Roma”.
(At20:22;Rm 15:24-28)
Satanás conhecia a força de dois ou três. Sempre que
Paulo se separava de seus principais servidores, as lutas
aumentavam. Asabedoria já ensinava que o cordão da
amizade, o cordão de três cordas, resistia melhor
Atos 19:22: Então, enviou a Macedônia a
dois dos que o auxiliavam, Timóteo e Eras­
to; mas ele permaneceu por algum tempo
na Ásia. (Atl6:l;Rm 16:23;At 13:5;2Tm4:20;At 19:10)
Demétrio e o alvoroço em Éfeso: Paulo sabia que as forças
do inimigo estavam reunidas para tentar parar a sua
obra. Ele tinha consciência da necessidade de uma forte
resistência contra o mal. Ele sentia dentro de si o gozo de
uma grande vitória e o motivo de sua glória era a cruz de
Cristo (G14.14). Agora, ele estava pronto para enfrentar
ATOS 19:25
mais uma grande batalha, que seria registrada na carta
aos Coríntios (1 Co 4:9-13). Agora viria o combate
contra as feras, mas ele estava revestido da armadura de
Deus (1 Co 15:32; 2 Co 1:8). Em Éfeso, Áqiiila e Priscila
arriscaram o seu pescoço em favorde Paulo (2 Co 6:5);
provavelmente Andrônico e Júnia, nesse tempo, tenham
acompanhado Paulo nas suas prisões
A tos 19:23: E, nesse tempo, houve um
grande alvoroço a respeito do Caminho.
(At 19:9)
Em toda cidade, sempre haverá um empresário que será
prejudicado com a pregação do Evangelho do Reino,
quando então todas as suas mentiras serão reveladas.
Demétrio era a fonte dos artífices e o grande exportador
da cidade. Pessoas assim geralmente procuram manter
boas relações com os poderes da cidade. Em Filipos, o
evangelho triunfou sobre o negócio do ocultismo, que
dava grande lucro aos senhores (At 16:19); agora, as
livrarias que vendiam livros de ocultismo e a grande
indústria de ídolos estavam destinadas à falência
A tos 19:24: Porque certo fabricante de ar­
tefatos de prata, chamado Demétrio, que fa­
zia miniaturas de prata do templo de Diana,
proporcionava grande lucro aos artífices,
(At 16:16,19)
Por trás da vida social das cidades há poderes que as
controlam: agiotagem, clubes noturnos, cartolagens,
jogos, indústrias religiosas, corrupção empresarial,
prestadores de serviços superfaturados, tráfico
de órgãos, de pessoas, de jogadores, escravidão
profissional, injustiças políticas e ministeriais, lobbies
de todos os tipos, venda e compra de informações,
negociação de todo tipo de censura e todos esses
tipos de indústrias do crime desabrocham em festas
comemorativas ou carnavalescas, onde a flor não mostra
as suas raízes nem o seu caule. O verdadeiro profeta
de Deus não teme enfrentá-las nem morrer por amor
à verdade do Evangelho, que pode libertar os escravos
desses poderes
A tos 19:25: aos quais reuniu, juntamente
com os obreiros de ofícios semelhantes, di­
zendo-lhes: “Senhores, sabeis que por meio
desta indústria vem o nosso bem-estar,
A influência da indústria local do crime, e também
mundial, é temida e é venerada como meio de
sobrevivência do povo que, cego, crê nas mentiras
desses empresários, acreditando que o salário que
recebem é fruto da provisão de Deus, sendo causador
de grande maldição sobre a sua vida e família. O desvio
do qual o fabricante fala é a indicação do verdadeiro
caminho da liberdade do poder da indústria que atrai
toda maldição sobre uma cidade. A ignorância do
argumento do fabricante Demétrio é visível na sua fala,
na qual ele não teme dizer que seus deuses são feitos
por mãos humanas, fazendo do homem maior que os
seus próprios deuses
558
19:26
Atos 19:26: e agora vedes e ouvis que,
não som en te em Éfeso, mas em quase
toda a Ásia, este Paulo tem persuadido
e atraído após si muita gente, dizendo
não serem deuses estes que são feitos por
mãos hum anas. (SIU 5:4; ls 44:10-20; Jr 10:3; At
17:29j
Ao concluir seu argumento, ele mostra que Diana
poderia ser destruída da sua majestade. Uma deusa
internacional não tem poder contra um homem
persuasivo. Uma deusa que, pela indústria de sua
imagem, interessa apenas a Demétrio. Este sabia que
se Diana fosse estimada como nada, ele seria estimado
como falido. Quem era a “divindade”? Diana ou
Demétrio? E quem era o deus de Demétrio? Diana ou
Mamon? Que deusa era esta cuja majestade poderia
ser destruída a qualquer momento?
Atos 19:27: Por isso, não som ente esta­
mos em perigo de que esta nossa profissão
caia em descrédito, mas também que o
próprio santuário da grande deusa Diana
venha a ser estim ado em nada e, aquela
a quem toda a Ásia e o m undo adoram,
venha ter a sua majestade arrasada”.
Os peregrinos que, por superstição, compravam
a imagem do templo de Diana, e os ourives que
industrializavam as imagens prateadas ou douradas
da deusa e de seu templo, estavam em perigo. Com
a queda dos turistas, os funcionários sofreriam com
baixos salários ou ficariam sem emprego. As ruas
estavam cheias de operários irados para a primeira
assembléia de operários registrada na história bíblica
Atos 19:28: E, ao ouvirem isto, encoleri­
zaram-se e clamaram, dizendo: “Grande
é a D ia n a d o se fé sio s!” t.Atis.-io•/
O local de residência dos judeus foi invadido e de lá
trouxeram aqueles que acharam: Gaio, Aristarco. Mas
eles queriam capturar Paulo
Atos 19:29: A cidade encheu-se de con ­
fusão e todos, unânim es, concorreram
ao teatro, e arrebataram consigo a Gaio e
a Aristarco, m acedônios, companheiros
de Paulo. (1 Co l:14;R m l6:23; 1 Co 1:4;At20:4;27:2;
Cl4:10; Fm 24)
Paulo estava ministrando na sua escola. Enquanto nas
escadarias do templo os curiosos esperavam, centenas
de pessoas procuravam pela cidade a Paulo. Mais de
25 mil pessoas, segundo a capacidade das escadarias
do teatro, diante do mar, estavam ali misturadas àquele
alvoroço. Paulo quis sair, mas os seus amigos não lhe
permitiram. Paulo estava tendo uma prévia daquilo
Atos 19:34
Atos Atos Atos Atos Atos Atos A tos Atos Atos Atos Atos
que aconteceria em Jerusalém. Somente os acusadores
seriam diferentes, mas em ambos os lugares queriam a
sua morte
Atos 19:30: E Paulo queria apresentar-se
ao povo, mas os discípulos não lho permi­
tiram.
Os príncipes da Ásia, e, geralmente, responsáveis
pelas diversões do povo e pela manutenção do culto
ao Imperador, eram amigos de Paulo, mas não eram
membros da igreja. Eles mesmos intervieram com
seus conselhos favoráveis, os quais salvaram a sua vida.
Deus estava presente em todo o tempo, usando a quem
quisesse, a fim de evitar a interrupção da obra do abortivo
Atos 19:31: Também alguns dos príncipes
da Ásia, sendo seus amigos, enviaram-lhe
mensageiros para admoestar-lhe que não se
arriscasse apresentando-se no teatro.
Muitos daqueles ali presentes não sabiam porque
estavam ali - um exem plo dos motins, greves
e assembléias em que o povo é envolvido pela
linguagem de alguns líderes, cuja influência corre o
perigo de falir, razão pela qual apelam ao movimento
descontrolado das massas
Atos 19:32: E uns clamavam de um modo
e outros de outro, porque a assembléia es­
tava confusa; e a maioria dela não sabia por
que estava reunida ali. (At2i:34j
Os judeus ficaram com medo de ser envolvidos naquele
tumulto e providenciaram que um dos seus falasse ao
povo, a fim de explicar que Paulo não era parte de sua
comunidade. Mas algo errado aconteceu
Atos 19:33: Então, do meio da multidão,
retiraram a Alexandre, e os judeus o empur­
raram adiante deles; e este, acenando com
a mão, queria apresentar uma apologia ao
povo. (1 Tm 1:20;2 Tm4:14;At 12:17)
O povo não sabia qual era a diferença entre o Caminho
e a comunidade judia. De forma espontânea, os judeus
estavam ali no teatro. Ao escolher Alexandre como seu
defensor diante da assembléia, a turba percebeu que ele
era judeu, não lhe permitindo falar. Diana também era
conhecida como Artemisa dos efésios
Atos 19:34: Mas, ao reconhecerem que
ele era judeu, todos a uma voz gritaram por
quase duas horas: “Grande é a Diana dos
efésios!”
O governador da cidade foi chamado. Como líder da
cidade, representando o poder romano, consciente de
seu dever, apelou ao conhecimento da psicologia, que
estáobscuro à maioria dos homens, acostumado aos
jogos de palavras do senado, permitiu que a turba se
cansasse aos berros, até se esvaírem o ânimo e a força.
19:35
Depois disso, entrou silenciosamente e acenou à turba
já cansada. Apelou ao sentimento religioso, exaltando
o seu ídolo e a missão da cidade, mostrando que a deusa
não se sustentava por si mesma, quando caiu ali
Atos 19:35: Então o governador, tendo
apaziguado a m ultidão, disse: “Varões
efésios, todos vós sabeis que a cidade dos
efésios tem sob a sua custódia o templo da
grande deusa Diana, e de sua imagem que
caiu de Júpiter. (Ati8:W>
Quem poderia contestar a história da queda da deusa?
Os grandes oradores apaziguam grandes massas
Atos 19:36: Sendo, pois, estas coisas in­
contestáveis, é necessário que vós estejais
em paz e não façais nada precipitadamen­
te.
Os romanos eram mais sensatos quanto ao direito. Não
eram perfeitos, mas, em comparação aos judeus, que
tinham em seu poder o direito mosaico, o mais perfeito
código de justiça da História, eram mais razoáveis na
aplicação das leis civis. Todas as vezes em que vemos os
romanos agirem, geralmente salvam a vida de Paulo
Atos 19:37: Porque estes varões que trou­
xestes não são sacrílegos nem blasfemado-
res da nossa deusa. (Rm2:22)
O governador apelou para o direito. E isto era bom e
agradável a Deus
Atos 19:38: Mas, se verdadeiramente De-
métrio e os artífices que estão com ele têm
alguma questão contra alguém, os tribunais
estão abertos e há juízes: que lá demandem
uns contra os outros. (At i3.-7j
Os homens que tentam manipular o poder se sentem
maiores que a justiça, mas a justiçanão se sente
menor que eles, pois a justiça é viva e se baseiana sua
legitimidade, não toma atalhos, não tem paraninfos,
não tem padrinhos. Apelem a justiça os que se sentem
injustiçados
Atos 19:39: E, se houver outra demanda,
há de averiguar-se em legítima assembléia.
O argumento: poderiam ser acusados de sedição sem
causa, sem justificativa
Atos 19:40: Pois até corremos o risco de
sermos acusados de sedição por causa dos
acontecimentos de hoje, já que não temos
nenhuma explicação para justificar este al­
voroço”.
A assembléia é soberana, mas a sua consciência é
obediente à voz da prudência. Mas, onde está a deusa
560
Atos 20:5
Diana dos Efésios? Onde está o paganismo? Onde
está o templo de Artemisa? Onde está o culto a César?
Onde está a imagem do templo de Diana? Onde está o
mercantilismo religioso de Efésios? Ali se estabeleceu
a igreja do primeiro amor. Ali os grandes eventos
do cristianismo primitivo tiveram lugar. Ali, João, o
evangelista, escreveu
Atos 19:41: Depois de ter dito isto, despe­
diu a assembléia.
A to s , c a p ítu lo v in te ( 2 0 )
Última visita de Paulo aMacedônia e a Acaia. Era o
mesmo lugar para onde Timóteo e Erasto tinham ido
(19:22)
Atos 20:1 : E depois que cessou o alvoroço,
Paulo convocou os discípulos e, exortando-
os, despediu-se deles e partiu para a Mace-
dônia. (1 Co l,6:5;At 11:26; 1 Tm 1:3;At 11:26; 1 Co 16:5)
O mundo espiritual estava em guerra aberta contra Paulo
e seus obreiros. Mas Paulo não deixava de resistir com a
Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus
Atos 20:2: E após ter percorrido aquelas re­
giões, exortando os discípulos com muitas
palavras, dirigiu-se para a Grécia.
As ciladas de morte que os judaizantes estavam armando
ficaram conhecidas e ele não embarcou e voltou pela
Macedônia. Algumas viagens nos levam à morte, e
devemos sempre estar em vigilância
Atos 20:3: E, depois de ter passado três
m eses ali, eis que os judeus lhe armaram
ciladas, quando estava para embarcar para
a Síria; então propôs retornar pela M acedô­
nia. (At 9:23;20:19;23:12;25:3;2 Co 11:26)
Os companheiros de Paulo foram frutos da primeira
e da segunda viagem missionária. Homens fiéis de
quase um continente inteiro. Cada um deles lembrava
grandes aventuras missionárias; entre eles, estavam
dois grandes amigos: Timóteo e Gaio. N esse texto, Paulo
também revela quem eram alguns dos obreiros daÁsia
Atos 20:4: E acompanhava-o Sópater, de
Beréia; e os de Tessalônica, Aristarco e Segun­
do; e Gaio, de Derbe, e Timóteo; e os da Ásia,
lV\\l\C .O elr6ftK \O .tAtl9:29;Ef6:21;21:29;2Tm 4:20;
At27:2; C14:7;2 Tm4:12; Tt3:12;At21:29)
Missões de Filipos a Mileto. Onde Paulo pregava até
tarde e a igrejao ouvia (12). Aigreja de Troas
(At 20:17-12)
Atos 20:5: E estes, adiantando-se, aguar­
davam-nos em Trôade ( “Troas”).
Pelos idos de 57 d.C., com a partida apressada de Paulo
20:6
a caminho de Trôade, já na companhia de seus amigos,
chegaram à casa de Carpo, um dos príncipes da sinagoga
(2 Tm 4:13). A porta que estivera fechada tempos atrás,
agora estava aberta (2 Co 2:12). Observe que Paulo
passou rapidamente por Filipos
A tos 2 0 :6 : E nós navegamos de Filipos,
depois dos dias dos Pães Ázimos; e depois
de cinco dias encontramos com eles em
Trôade, onde permanecemos por sete dias.
(Ai 16:8;2 Co2:12; 2 Tm4:13j
Paulo estava cheio da Palavra de Deus em seu coração.
Sabendo da sua premente viagem, cada dia era como
um segundo. Paulo queria aproveitar cada segundo com
denodo. Era um domingo, o último dia de culto com eles,
conforme havia estabelecido na escola de Tirano. Já não
se reuniam em sinagogas, mas em lugares previamente
estabelecidos. Sua mensagem foi prolongada, tal era a
necessidade de ensinar-lhes a Palavra de Deus. À meia-
noite, a igreja estava atenta ao ouvir falar de seu esposo.
Mas nem todos suportam um discurso tão longo assim
A tos 2 0 :7: E no primeiro dia da semana,
nós, os discípulos, nos congregamos para
partir o pão; e Paulo, que havia de sair no
dia seguinte, falava com eles, e prolongou
a prática até à meia-noite, a Co ió .-2; 2:42,46;a p
1: 10)
Embora as luzes do cenáculo fossem muitas, os olhos
de alguns estavam em completa escuridão. Enquanto
houver luzes acesas no cenáculo, haverá revelação da
Palavra. As luzes acesas inspiram o pregador. Este é o
local predileto para a igreja: onde houver muitas luzes
Atos 20:8: E havia muitas luzes no cenácu­
lo, onde estávamos reunidos. /Ati.-nj
Entre as luzes e as trevas, havia alguém sentado. Êutico
é tipo daquele que ouve a Palavra e o inimigo vem e
a arrebata juntamente com o seu receptor. Êutico é
tipo do ouvinte que está pronto para entrar, mas muito
mais apto para sair. Êutico é tipo daquele que, diante
das luzes, pesa mais para o lado das trevas e do vazio.
Êutico é tipo daquele que é vencido pelo próprio sono,
isto é, a si mesmo se vence e transforma um momento
de sono em morte. Êutico é tipo do ouvinte da Palavra
que faz da mensagem de Deus um sonífero, ao invés de
servir-lhe como um elemento de despertamento. Êutico
havia estado em um nível excelente: no terceiro andar;
era para onde Paulo elevava a igreja quando falava: ao
terceiro Céu (2Co 12:1-3). Que mensageiro, mas Êutico
estava atraído ao piso, ao solo, ao chão, à baixeza desta
vida. Ele caiu do nível da revelação e das luzes e morreu.
Alguns ainda conseguem levantar os que morrem, mas,
sem vida, são trabalhosos
Atos 20:9: E um certo jovem, chamado Êu­
tico, estava sentado na janela, e, dominado
de um profundo sono, enquanto a prática
561
Atos 20:14
de Paulo se prolongava, caiu do terceiro an­
dar abaixo, de onde o levantaram morto.
O trabalho e o prejuízo que umapessoa gera quando cai.
O ministro foi obrigado a descer ao nível dos homens.
Mas Paulo cria nas diversidades de operações, e havia
de registrá-las ao escrever em sua epístola aos Coríntios
(12:5,6). Ao debruçar-se sobre o jovem, ele está usando
de uma das diversidades de operações, segundo a
criatividade do ministro, ao bom estilo de Eliseu. Paulo
mostra também que a vida de uma pessoa, no mínimo,
pode permanecer nele o tempo que se gasta ao descer
um prédio de três andares. Mas há uma grande verdade
aqui: devemos nos identificar com as pessoas caídas,
para saber se estão vivas ou mortas, antes de aceitarmos
o pré-julgamento de todos os precipitados
Atos 20:10: Então, Paulo desceu e debru-
çou-se sobre ele e, abraçando-o ao redor,
disse: “Não vos turbeis, pois a sua alma ain­
da está nele ”. a rs i 7:2i,-Mt 9=23,24)
A obra de Deus não pode parar por causa de qualquer
incidente. O luto e o pesar não eram maiores do que a
missão urgente de edificação da Igreja. A mensagem
traria de volta um novo amanhecer para aquela igreja. As
vigílias também são vigílias de ensinamento da Palavra
de Deus
Atos 20:11: Então subiu, partiu 0 pão e
comeu; e, falou-lhes até 0 romper do dia; e
logo partiu.
O jovem não voltou sem acompanhamento. Estava
vivo, mas requeria cuidados. As pessoas regeneradas
precisam ser conduzidas e cuidadas. O consolo é a sua
ressurreição, mas o nosso dever é cuidar delas
Atos 20:12: E levaram 0jovem vivo, e fica­
ram grandemente consolados.
Lucas volta a estar na companhia de Paulo: “nós”.
Foram adiante Lucas, Timóteo e Tito (que se reúne a
ele trazendo notícias de Corinto) por uma viagem
marítima, enquanto Paulo visitava algumas outras
igrejas por terra
Atos 20:13: Nós, porém, adiantando-nos
ao embarque, navegamos para Assôs, onde
devíamos receber a Paulo, conforme ele
determinara, pois ele mesmo queria ir por
terra.
As grandes viagens daqueles tempos necessitavam
de movimentos antecipados, pois não havia nenhuma
agência que os ajudasse, senão os próprios discípulos
que se antecipavam em grandes aventuras, torcendo
que nada saísse errado com Paulo. Era uma constante
luta tudo aquilo
Atos 20:14: E, assim que se juntou a nós
em Assôs, 0 recebemos e fomos a Mitile-
ne;
20:15
As viagens não era diretas, e sempre contavam com
dificuldades em meio às tempestades, ventos e outras
situações que os detinham em determinadas cidades.
Altas somas de dinheiro custavam aquelas viagens.
Paulo não gostava de andar só, e a companhia de seus
amigos custava muito mais caro o transporte,
a alimentação, as vestimentas e as provisões
Atos 20:15: e, dali, navegando, chegamos
no seguinte dia defronte de Quios, e, no dia
seguinte, subimos a Samos; e, detendo-nos
em Trogílio, no dia seguinte, chegamos a
Mileto. (At20:17;2Tm4:20)
Paulo estava muito desejoso de chegar ajerusalém na
festa de Pentecostes. Paulo, na festa de Pentecostes - no
fim da festa das semanas. Um tipo poderoso da vinda do
Espírito Santo e da grande colheita de almas por meio do
ministério de Pedro (At2:1-4; Lc 18:12; Mt 28:1). Muitos
anos tinham se passado desde aquele dia precioso
conhecido como Pentecostes. Observe a decadência
em que viviaa igreja dejerusalém, que já não estava
no avivamento dos seus primeiros dias, na liderança
de Tiago, irmão de Jesus. Qual era a ordem de Deus?
Levítico 23:15: “E contareis sete semanas completas,
desde o primeiro dia depois do sábado da Páscoa, ou
seja, desde o dia que trouxestes o ômer da oferta de
movimento”. Desde o dia da celebração da ressurreição
de Cristo (23:11), até a chegada do Espírito Santo sobre
a Igreja; isto é, até o domingo do Pentecoste: dia de
oferta vegetal (ou de manjares), o maior tipo da Ceia do
Senhor- celebrada no domingo; justamente celebrada
pela Igreja Primitiva, porque a oferta de manjares
nunca era apresentada independente do sacrifício
animal- por isso, na mesa do Senhor, temos pão (da
oferta de manjar) e vinho (como memorial do sangue
do Cordeiro), (1 Co 16:8). Mas os irmãos daigreja de
Jerusalém já não estavam fazendo isto em comemoração
à ressurreição de Cristo, na liderança de Tiago, pois ele
havia se adaptado à doutrina dos judaizantes. A igreja
emjerusalém estava em crise. Levítico 23:16,17: “Até
o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta
dias; então oferecereis uma nova oferta vegetal (“de
manjares”)ao Senhor Jeová. Então, de vossa morada
trareis dois pães para oferta alçada em movimento;
pães cozidos com dois décimos de uma efa (“dois
litros e dois decilitros")de flor de farinha de trigo, com
levedura, como primícias para o Senhor Jeová”. Por isso,
Paulo escreveu que a sua vida estava sendo oferecida
como libação em lugar do vinho no altar do templo.
Levítico 23:18: “Ejuntamente com o pão oferecereis
sete cordeiros sem mancha, de um ano, um novilho
e dois carneiros para holocausto ao Senhor Jeová,
acompanhados de uma oferta vegetal (“de manjar")
e uma libação (“vinho ”). Serão ofertas queimadas
de cheiro agradável ao Senhor Jeová”. Eles queriam
oferecer a Paulo. Levítico 23:19: “E logo sacrificareis
um bode como oferta de expiação pelo pecado, e
dois cordeiros de um ano como oferta de sacrifício
pacífico”. Eles deveriam oferecer dons ao Senhor,
mas queriam oferecerem holocausto a Paulo. Levítico
23:20: “E o sacerdote as levantará e os movimentará
ATOS 20:20
sobre o pão das primícias, como oferta alçada diante
do Senhor Jeová; mas os dois pães, juntamente com
os dois cordeiros consagrados ao Senhor Jeová, serão
para os sacerdotes”. Aqueles dias eram dias de santas
convocações, mas eles estavam fazendo motim contra
Paulo. Levítico 23:21: “E nesse dia não fareis nenhum
trabalho servil, mas ele será de santa convocação para
vós. Será estatuto perpétuo para vós e para a vossa
posteridade, onde quer que habitem”
Atos 20:16: Porque Paulo tinha decidido
navegar ao largo de Éfeso, para não d e­
morar na Ásia; pois estava fazendo todo
o possível para estar em jerusalém no dia
de P entecostes. (At 18:19; 21:4,12; 19:21;2: 1; 1
Co 16:8)
A defesa de Paulo diante dos anciãos de Éfeso.
Mileto era uma cidade antiga daÁsia Menor,
sessenta e seis quilômetros de Éfeso
Atos 20:17: E de M ileto enviou m ensa­
geiros a Éfeso e mandou chamar os pres­
bíteros da igreja. (M ii:30)
O testemunho do missionário Paulo: (1) seu
testemunho era visível e conhecido de todos os
presbíteros desde o primeiro dia de sua missão
Atos 20:18: E, quando eles chegaram,
disse-lhes: “Vós bem sabeis, desde o pri­
meiro dia em que entrei na Ásia, com o
tenho me portado entre vós em todo o
tem po, (At 18:19; 19:1,10)
(2) O serviço do missionário - com toda a humildade
e com lágrimas. Sobrepujando as provocações e as
ciladas dos judaizantes
Atos 20:19: servindo ao Senhor com
toda hum ildade, com lágrimas e tenta­
ções que nos sobrevieram pelas ciladas
dos judeus;
(3) A coragem e a ousadia do m issionário-não se
esquivou dos desafios da pregação do Evangelho.
(4) Os métodos do missionário: (a) publicamente, e
(b) de casa em casa - o maior e mais eficaz meio de
evangelismo
Atos 20:20: com o não m e retraí de vos
declarar coisa alguma que fosse proveito­
sa a vossa alma, nem de vos ensinar nas
praças e de casa em casa, t.At20:27,)
(5) O caráter do missionário - sem fazer acepção de
pessoas e sem hipocrisia. Chamando judeus e gregos
ao arrependimento e à fé em Cristo. Pois ambos os
povos estavam distantes da salvação, mesmo os filhos
de Abraão - um vivendo na tradição da Lei e o outro na
tradição dos ídolos
562
20:21
Atos 20:21: testificando tanto a judeus
com o também a gregos o arrependimento
para com Deus e acerca da fé em nosso
Senhor Jesus Cristo. (A t 18:5; 2:38;24:24; 26:18)
(6) A disposição do missionário de enfrentar o invisível
e o inesperado na capital da igreja, de onde ele jamais
foi enviado como missionário
Atos 20:22: E, agora, eis que eu vou liga­
do em espírito a Jerusalém; mas não sei o
que me acontecerá ali, (A ti9:2Í; 20:i6)
(7) Afidelidade do missionário que, de antemão, sabia o
que o esperava, mas continuava a fazer a obra sem temer
Atos 20:23: salvo o que o Espírito San­
to me testifica em cada cidade, dizendo
que me aguardam prisões e tribulações.
(At21:4,1!)
(8) O exem plo de fé e a convicção do missionário
sendo mostrados aos presbíteros; um ensaio das
epístolas escritas a Timóteo: (a) Não ter a vida como
preciosa para si mesmo; (b) desejo de completar a sua
carreira; (c)completar o ministério que recebeu de
Cristo; (d) dar testemunho do ministério do Evangelho
da graça de Deus
Atos 20:24: Mas, de modo nenhum esti­
mo a minha alma com o preciosa para mim,
contanto que complete a minha carreira e o
ministério que recebi do Senhor Jesus para
dar testem unho do Evangelho da graça de
Deus. (At 21:13;2 Co 4:16; At 1:17; 2 Co 4:1; Gt 1:1; Tt
1:3)
(9) Os obreiros, frutos de suas viagens missionárias,
estão ouvindo Paulo prever, diante deles, a sua última
viagem, para aglória de Deus; (10) o missionário deixa
bem claro a todos os seus presbíteros que ele pregava o
Reino de Deus
Atos 20:25: E agora, eu sei que verdadei­
ramente já não vereis o meu rosto, todos
vós por quem eu passei pregando o Reino
de Deus. (At20.38)
(10) O missionário estava consciente de que o peso do
sangue de cada um deles não cairia sobre a sua cabeça,
porque eles tinham ouvido falar, por meio dele, a
respeito do Reino de Deus em Cristo
Atos 20:26: Portanto, vos testifico, no dia
de hoje, que estou limpo do sangue de to­
dos. (At 18:6;2 Co 7:2}
(1 1 )0 missionário estava preparado para anunciar
aos presbíteros todo o propósito de Deus, da mesma
forma como mostrou, na epístola aos Efésios, pelo
Atos 20:29
conhecimento da doutrina da dispensação do
mistério (Ef3:9), da dispensação da graça (Ef 3:2) e da
dispensação da plenitude dos tempos (Ef 1:10), isto é, a
administração de Deus, que abarcava toda o conselho de
Deus, que agora eles conheciam bem
Atos 20:27: Porque não me retraí de vos
anunciar todo o Conselho de Deus. (At20:2i;
! 13:36)
(12) O missionário honrando a hierarquia da igreja.
Ali, havia presbíteros, mas os líderes dos presbíteros,
que eram também os ministros ordenados por Paulo,
ele os chamava de bispos. Na verdade, biblicamente,
ahierarquia ministerial era assim: os apóstolos eram
os líderes que estabeleciam os fundamentos e os que
presidiam internacionalmente a igreja. Paulo era o
apóstolos dos gentios, e Pedro apóstolos dos irmãos
judeus que estavam espalhados em todos os lugares e
líder de toda a igreja com Tiago. Os ministros, tais como
Paulo escreveu em Efésios 4:9-11: como os profetas, os
evangelistas, os pastores e os mestres eram chamados
e reconhecidos anciãos ou presbíteros das igrejas.
Em cada região havia um bispo, líder daqueles. Assim
funcionava a igreja nos primeiros séculos: apóstolos,
bispos e presbíteros (que poderiam ser profetas,
evangelistas, pastores e mestres), depois estavam
os diáconos e os cooperadores, que operavam os
ministérios de serviço como visitação, misericórdia e
beneficência - sempre liderados por um presbítero). Os
bispos eram os pastores por excelência. Paulo mostra
que a Igreja, como Corpo de Cristo, foi adquirida por
preço de sangue e não era propriedade dos bispos nem
herança de família, mas a esposa de Cristo. (13) Paulo
mostra a sua preocupação e o cuidado por cada um
deles, mas exorta-os que, se não cuidarem cada um de si
mesmos, não poderão cuidar também do rebanho. Eles
deviam cuidar primeiramente deles mesmos
Atos 20:28: Zelai por vós mesmos e por
toda a grei sobre a qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes a igre­
ja do Senhor e Deus, que ele resgatou por
SeU prÓpriO S a n g U e . (1 Pe5:2;Fpl:l;Hb Ç:12; 1 Tm
4:16; 1 Co 12:28; 1Pe 1:19)
Paulo deixou bem clara a hierarquia da Igreja e a
constituição de ministros, tarefa que pertencia à Igreja,
(14) mas profetizou dizendo que muitos falsos obreiros
viriam para se constituírem donos do rebanho. O que
significava não poupar o rebanho. Em vez de usar o
produto do rebanho, eles destroem o rebanho ou os
mata, sem valorizarem o preço que ele custou para o seu
verdadeiro proprietário
Atos 20:29: Porque eu sei que, depois da
minha partida, entrarão no meio de vós lo­
bos vorazes, que não pouparão a grei, m
7:15)
Paulo profetizou que se levantariam homens divisores,
que, pervertendo a doutrina, atrairiam discípulos para
563
20:30
si mesmos, isto é, que considerariam eles mesmos
o próprio Cristo. Como eles agiriam? Falando coisas
perversas
Atos 20:30: e que, dentre vós m esm os,
levantar-se-ão varões que, falando coisas
perversas, atrairão os discípulos após si.
(1 5 )0 missionário estava advertindo os bispos como
pastores por excelência, mas exortando-os a vigiar
como os pastores que estavam no campo nas vigílias
da noite, quando os anjos apareceram para lhes
anunciar as Boas-Novas do nascimento de Cristo. O
discípulo não é maior do que o seu mestre. Três anos
de trabalho com os presbíteros, e agora eles deveriam
fazer o mesmo que ele. O missionário estava fazendo
exatamente o que Jesus fez, antes de sua ascensão,
diante de seus discípulos
Atos 20:31 : Portanto, vigiai, relembran­
do-vos de que por três anos, de dia e de
noite, não cessei de admoestar com lágri­
mas a cada um de vós. (At 19:10)
(1 ó) O missionário relembra a principal doutrina
da fé: a santificação efetuada por Cristo mediante o
pagamento de um preço incorruptível. Paulo mostra
o poder da santificação de Cristo, que foi o ato de ele
depositar o seu sangue como resgate por nós, o qual
cada um de nós devia a Deus, dívida impagável que
estava registrada em forma de Escrito de Dívida, e era
contra nós. Mas ele veio, pagando com o seu sangue
aquilo que nós devíamos, e com este preço de sangue,
que foi a sua própria vida, ele nos santificou, para
vivermos neste mundo livres do poder do mal (Jo
17:15-20). Esta santificação não pode ser confundida
com santidade. A santificação é um pagamento (Hb
10:10,12,14), com preço de sangue, que Cristo
efetuou diante do Pai por cada um de seus irmãos.
Todos aqueles que foram santificados serão edificados
e receberão herança de Deus
Atos 20:32: E, agora, irmãos, en com en ­
do-vos a Deus e à palavra da sua graça,
àquele que é poderoso para vos edificar e
dar herança entre todos os santificados. (At
14:23; 9:31;2Ó:Í8;E/1:18; Cl 1:12; 3:24; 1 Pe 1:4)
Quem está santificado pelo preço de sangue sabe como
poupar o rebanho. Com o trabalho de suas próprias
mãos Paulo levantava o seu próprio sustento em quase
todas as igrejas que fundou: Lídia, Áqüila e Priscila e
muitos outros foram testemunhas disso
Atos 20:33: N em prata nem ouro nem
vestimenta: Nada eu tenho cobiçado de
V Ó S . (1 Co 9:12;2 Co7:2; 11:9; 12:17)
(17) O missionário mostra que nenhum obreiro
deve esperar receber salário do povo para iniciar
uma obra. Mas deve ter uma profissão paralela, que
deverá ser usada se houver necessidade. Como grande
564
Atos 20:38
profissional tecelão, Paulo sempre encontrava onde
trabalhar por onde passava
Atos 20:34: Vós mesmos sabeis que estas
mãos me serviram nas minhas necessida­
des e aos que estão com igo. (At 18:3)
(1 8 )0 missionário mostra que é melhor manter
a vocação, a fim de prover necessidades urgentes
por meio de suas próprias mãos, do que esperar por
uma pessoa ou instituição, enquanto os enfermos
moribundos morrem. O missionário mostra que é
melhor ter o que é próprio para suprir necessidades
urgentes do que esperar receber de outros para depois
oferecer. A imagem que a maioria dos missionários
hoje publicamente expõe é a de um ministério
miserável, que notavelmente mendiga ajuda. O
missionário Paulo mostrou uma imagem diferente de
sua missão, naquilo que diz respeito ao seu próprio
sustento
Atos 20:35: Em tudo vos mostrei que,
trabalhando dessa maneira, é necessário
acolher os enfermos e recordar as palavras
do Senhor Jesus: “Mais bem-aventurado é
dar do que receber”. (Rm is.-i)
(19) O missionário continuava crendo em Deus, ainda
orava de joelhos e fazia da oração a sua principal arma
na manutenção da obra de Deus
Atos 20:36: E, tendo dito isto, pôs-se
de joelhos, e orou com todos eles. (At9-.4o;
21:5)
O testemunho do Espírito Santo era notável no meio
da Igreja. Eles sabiam, segundo o sentim ento de Deus,
das dificuldades de Paulo
Atos 20:37: E houve um grande pranto
entre todos; e, lançando-se sobre o pesco­
ço de Paulo, o beijavam, (Gn45.-i4)
Aqui está registrado um funeral de um obreiro vivo:
Somente na glória eles se encontrariam, e todos
juntos esperariam até os últimos frutos de sua obra,
os quais somos nós. Ao acompanhá-lo ao navio,
Paulo podia ver cara a cara o que sente uma pessoa
que nos conduz à sepultura. Ao entrar no navio,
Paulo nos mostra, de forma sublime, como é a morte
de um grande homem de Deus: uma viagem, onde
o esquife é o grande navio que, ao mesm o tempo,
leva muitos outros que passam desta vida em todos
os lugares. Um funeral ao vivo de quem morreria
desacompanhado de todos os seus em Roma
Atos 20:38: entristecendo-se m uito, so­
bretudo por causa daquela palavra que
dissera: que não veriam mais o seu rosto.
E eles acompanharam-no até ao navio. (At
20:25; 15:3)
21:1
A to s , c a p ítu lo v in te e u m (2 1 )
Paulo viajou a Cesaréia; ele tinha pressa de lá chegar
A tos 2 1 :1 : E aconteceu que, separando-
nos deles, navegamos em linha reta e che­
gamos a Cós; e, no dia seguinte, a Rodes, e
dali, a Pátara.
Os benditos navios que conduziam a Paulo e sua equipe
eram transportes preparados por Deus, e todas aquelas
pessoas que os ajudaram nas suas necessidades não
perderão o seu galardão
A tos 2 1 :2: E, achando um navio que na­
vegava para a Fenícia, embarcamos e zar­
pamos. (At 11:191
Agora não havia mais tempo de parar e rever os irmãos.
Jerusalém era o próximo destino. Paulo jamais saiu
de Jerusalém para uma missão, nem jamais a igreja
de Jerusalém fez algum tipo de investimento nas suas
viagens missionárias. Mas foi dali que ele foi levado
preso para Roma, sob custódia do Imperador
A tos 2 1 :3 : E, avistando a Chipre, e dei­
xando-a à esquerda, navegamos para a Sí­
ria, e chegamos a Tiro; pois ali o navio havia
de ser descarregado.
Paulo sabia diferenciar o espírito humano das palavras
do Espírito Santo. Ele estava acostumado a ouvir
as palavras do Espírito Santo. Por outro lado, Deus
permitia essas manifestações do amor ágape dos
irmãos em relação a Paulo para prová-lo. Mas ele estava
realmente disposto a enfrentar o que o esperava em
Jerusalém (Lc 9:53). Novamente, Deus há de falar por
intermédio de Ágabo sobre os problemas que Paulo
enfrentará emjerusalém. Mas ele está decidido (21:10).
Entre Tiro e Cesaréia, dois avisos
A tos 2 1 :4 : E, encontrando alguns discí­
pulos, demoramo-nos ali sete dias; os quais
diziam a Paulo, por meio do Espírito, que
não subisse ajerusalém. (A t2 i:ii;20:23)
Paulo há de morrer em plena obra missionária. Nos
dias de sua futura morte, não haverá testemunhas, e
ele estará só. Ao ser acompanhado pelos irmãos, Paulo
recebe o carinho das famílias de Tiro. Era uma forma
de Deus dar a Paulo uma despedida da Igreja. Como
um sepultamento, onde o marera o cemitério. O navio,
o esquife. A volta do povo ávida normal. A viagem, a
morte. A praia, a vida eterna. Com uma diferença: Paulo
os assistiu, os viu e se despediu vivo
A tos 2 1 :5 : E, quando cumprimos aque­
les dias ali, saímos e seguimos a nossa via­
gem, acompanhando-nos todos, com suas
mulheres e filhos, até fora da cidade; e,
ajoelhando-nos na praia, oramos. (M20:36)
565
Atos 21:11
Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos
Paulo há de lembrar esta linda despedida dos irmãos
em Tiro. Ver sempre os verbos usados nos registros de
Lucas, sempre no plural
Atos 21:6: E nos despedimos, e embar­
camos no navio; e eles retornaram para
casa.
Nova despedida, mas agora um pouco diferente da
despedida dos irmãos de Tiro
Atos 21:7: E quando concluímos nossana-
vegação de Tiro, chegamos a Ptolemaida;
e, havendo saudado os irmãos, passamos
um dia com eles. (m i2:2o; i.-isj
Filipe era o evangelista, um dos sete diáconos a
princípio. Filipe já não estava em Samaria, mas em
Cesaréia. A obra ali havia crescido desde que Pedro
pregou na casa de Cornélio. Talvez Comélio já não
estivesse ali, pois os centuriões eram remanejados
constantemente. Filipe estava fazendo um bom trabalho
ali: Paulo há de necessitar de sua ajuda, pois ali ele ficará
preso por dois anos, na fortaleza de Cesaréia
Atos 21:8: No outro dia, saímos e che­
gamos a Cesaréia; e, entrando na casa de
Filipe, o evangelista, que era um dos sete,
permanecemos com ele. (Atò:5;Ef4:ii;2Tm4:5;
A t8:26,40)
Apesar de as jovens serem profetisas, elas não
profetizaram nada a respeito da prisão de Paulo e
de que ele seria preso ali por dois anos
Atos 21:9: Este tinha quatro filhas virgens,
que profetizavam. (At2:i7;Lc2:36)
Deus nos mostra a diferença entre os dons de profecia
e o ministério de profecia (Ef4:11). O ministério de
profecia traz consigo a experiência de um ancião
experimentado na obra de Deus e exato nas suas
ministrações cheia de prudência
Atos 21 : 10: E, permanecendo ali por vá­
rios dias, desceu da Judéia um profeta, cha­
mado ÁgabO; (At 11:28)
Com a diversidade de operação, ele profetizou.
Profetizou usando a cinta de Paulo. Deu detalhes de sua
prisão. E mostrou a vontade de Deus de que Paulo fosse
a Roma, mas não tratou de sua morte. Quando Paulo saiu
da fortaleza de Antônia, emjerusalém, às nove da noite,
lembrou-se dos detalhes dessa profecia de Ágabo
Atos 21:11: e veio até nós, e tomou a cinta
de Paulo e, atando os seus pés e mãos, disse:
“Isto diz o Espírito Santo: Ao varão a quem
pertence este cinturão, os judeus, assim,
o atarão em jerusalém , e o entregarão nas
mãos dos gentios”. (At21.-33;20.23)
21:12
Os conselhos amigos não podem evitar aquilo que Deus
já predeterminou. A fuga de Paulo não agradaria a Deus,
sendo que a Palavra já fora dada
Atos 21:12: E, quando ouvimos isto, roga­
mos-lhe, nós e os moradores daquele lugar,
que não subisse aJerusalém.
Paulo sabia que a palavra mais perigosa da profecia foi
“ligar”, não morrer. Mas ele estava disposto a morrer.
Mas não morreria em Jerusalém. Porisso, quando estava
sendo atacado pelos judeus em Jerusalém, ele sabia de
antemão que não morreria ali
Atos 21:13: Então, Paulo respondeu:
“Que fazeis chorando e partindo-me o
coração? Pois eu não só estou pronto para
ser atado, mas preparado para morrer em
Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus”. (At
20:24)
Paulo jamais fugiu de sua missão, mesmo não sabendo o
que lhe aconteceria, quanto mais agora
que já sabe o que hão de fazer; o que foi também uma
resposta de Deus para ele
Atos 21:14: E, como não foi persuadido
por nós, nos calamos, dizendo: “Faça-se a
vontade do Senhor”, (Mt 6:w ;26:42; Lc22:42)
Em direção à casa de Mnasón, Paulo chega feliz a
Jerusalém
Atos 21:15: E, depois daqueles dias, ha­
vendo feito os preparativos, subimos a Je­
rusalém.
O trabalho de Pedro e de Cornélio tinha dado frutos
Atos 21:16: E conosco foram alguns dos
discípulos de Cesaréia, levando consigo
umcerto Mnasón, cíprio, discípulo antigo,
com quem havíamos de hospedar-nos. (At
21:3,4)
Paulo em Jerusalém
Atos 21:17: E, quando chegamos aJerusa­
lém, os irmãos nos receberam regozijantes.
/At 15:4)
Paulo visita Tiago, na companhia de Lucas e seus
colegas, discípulos que vieram com Paulo.
Um deles se chamava Trófimo (21:29)
Atos 21:18: No dia seguinte, Paulo en­
trou conosco para estar com Tiago, e todos
os presbíteros estavam presentes. (At i2:i7;
15:13)
O relato detalhado de suas viagens: cronologia.
Observamos aqui a cronologia da vida de Paulo, tal
Atos 21:20
como a damos a seguir, acompanhada da indicação
do reinado dos diferentes Imperadores romanos (os
anos são danossaera).Sabemos queentreos anos 1 e
5 d. C., Paulo nasceu, nos dias do Imperador Augusto.
Ele já era adulto quando Jesus morreu, no ano 30. Ele
participou do martírio de Estêvão entre os anos 33 e 34
d.C., jános dias do ImperadorTibério, que substituiu
Augusto até os anos 33 e 34 d.C., quando se converteu.
Tibério permaneceu no poder até o ano 37 d.C. Paulo
ficou, entre os anos 34 e 36, na Arábia. Voltem quando
Calígula era o novo Imperador. No seu relato a Tiago,
ele contou mais ou menos assim os detalhes de sua
viagem: “Vós sabeis que entre 36 e 37, quando fiz a
minha primeira viagem aJerusalém, depois de crer em
Jesus como meu Salvador, fui para Tarso e lá ftquei desde
o ano 37 até o ano 42, quando Barnabé foi buscar-me
para estar com ele em Antioquia. Assim, no ano 44 d.C.,
eu viajei para esta cidade, a fim de trazer as ofertas que
levantamos em favor dos irmãos daqui (Jerusalém). Nos
anos 45 e 48, estive ocupado na minha primeira viagem
de missão. Entre 48 e 49, estive entre vós no concílio
dos apóstolos; e depois tivemos aqueles conflitos com
Pedro, em Antioquia. O Imperador Cláudio já estava no
poder desde 41 d.C., e ficaria até 54 d.C. Mas, em 49,
iniciei a minha segunda viagem missionária até 52 d.C.
De 49 d.C. a 50 d.C., fiquei em Filipos. Em 50 a 51 d.C.,
estivemos em Tessalônica e Beréia. De 51 a 52 d.C., fui
para Atenas, onde fiquei pouco tempo e de lá fui para
Corinto; ali escrevi duas epístolas aostessalonicenses.
Nos anos 53 e 58, investi tudo na minha terceira viagem
missionária. Mas, de 54 a 57 d.C., permaneci em Éfeso,
onde escrevi a minha carta aos irmãos da Galácia. No
ano 56 d.C., escrevi de láaprimeira carta aos Coríntios.
Na minha retirada de Éfeso, aproveitei para escrever
a segunda carta aos Coríntios, e empreendi minha
viagem à Ilíria. Passei o fim do ano de 57 e início de 58
em pleno inverno em Corinto. Ali escrevi minha carta
aos Romanos” e assim continuou contando todas as
maravilhas que Deus fez entre os gentios. E, como todos
já sabiam, Nero já estava reinando desde 54
Atos 21:19: E, tendo-os saudado, contou-
lhes, uma por uma, as coisas que Deus fize­
ra, por seu ministério, entre os gentios. (At
15:4,12; 14:27; 1:17;20:24)
A confissão de Tiago de que os crentes de Jerusalém
ainda guardavam a Lei, sob sua autoridade apostólica.
Todavia mostra tolerância para com Paulo e lhe dá
conselhos para não cair sob a fúria daqueles judeus
crentes e zelosos da Lei
Atos 21:20: E quando eles ouviram isto,
glorificarama Deus, e disseram-lhe: “Estás
vendo, irmão, quantos milhares há entre
os judeus, daqueles que crêem, e todos eles
Sãozelosos da Lei; (At22:3;Rm 10:20; Gl 1:14)
Aqueles judeus estavam emjerusalém, especialmente
os que viviam em Tessalônica. As informações a
respeito de Paulo estavam correndo de boca em boca,
de tal maneira que ele era a grande noticia na capital,
Jerusalém. Eram muitos os curiosos que desejavam
566
21:21
conhecê-lo. Paulo sabia que todos os seus inimigos
estavam ali por ocasião da festa. Tiago temia por sua vida,
por isso o aconselha prudentemente
Atos 21:21: e ouviram a teu respeito: que
ensinas a todos os judeus que estão entre os
gentios a apostatarem de Moisés; dizendo-
lhes que não devem circuncidar os seus
filhos nem andar segundo os costumes da
Lei. (At21:28; I Co 7:18,19)
O próprio Tiago não tinha solução para o impasse.
Mas, de relance, teve uma idéia para salvar sua vida,
ao mesmo tempo em que, em suas próprias palavras,
revela o pensamento doutrinário adaptado da igreja em
Jerusalém
Atos 21:22: Que se fará, pois? Certamente
a multidão se ajuntará, pois saberão que
tens chegado.
Nos dias de Tiago, os judeus zelosos da Lei ainda
guardavam o rito antigo da santificação, que havia sido
abolido pela santificação feita por Cristo em favor de
todos os homens (Lv27:1-12; Jo 17:17-19). Aqueles
quatro homens de quem Tiago falou eram judeus
crentes que ainda guardavam o rito legal da santificação
que, mesclado com as tradições, consistia em estarno
santuário por sete dias e levar uma oferta equivalente
a si mesmo nos valores correspondentes, segundo a
tabela de Levítico 27. Sabemos que este rito se cumpriu
em Cristo (Hb 10:10,14). Paulo, embora soubesse que
este rito se cumpriu na pessoa de Cristo, não discute
com Tiago, mas aceita o seu conselho de santificar-se
segundo os ritos antigos da Lei
Atos 21:23: Faze, pois, o que te dizemos:
Temos quatro varões que fizeram voto; (At
18:181
Dura coisa Tiago pediu a Paulo, pois ele já não praticava
aqueles ritos que, para ele, eram apenas sombras das
coisas que haviam de vir, o que ele escreve depois aos
colossenses. Paulo concorda em obedecer aos conselhos
de Tiago, com grande angústia no seu coração. Esse
costume judaico, conhecido como SANTIFICAÇÃO,
era feito segundo os preceitos escritos em Levítico 27,
quando os homens eram avaliados segundo a sua idade e
um depósito em prata era feito no santuário, mostrando
o verdadeiro sentido do ato da santificação: um depósito
feito no santuário equivalente à pessoa que fazia o voto.
Um tipo daquilo que Cristo fez por cada pessoa que nele
crê, isto é, o depósito do seu próprio sangue paranos
santificar (Jo 17:15-20; Hb 10:10,12,14). O conselho de
Tiago, certamente, será em vão; mas mostrou de uma
vez que ele, ao tomar o controle da igreja em Jerusalém,
vivia sob o poder judaizante que o comandava e o
controlava (G12:12). Embora Paulo, decepcionado,
tenha aceitado o seu conselho, sabia que aquela não era
a solução. Tiago tentou impor sobre Paulo uma carga da
qual ele mesmo já estava liberto
Atos 21:26
Atos 21:24: toma-os contigo, e santifica-te
com eles, e pagapor eles os gastos; e, então,
rapemacabeça; e saberão aqueles que tudo
o que foram informados a teu respeito é
falso, mas que também tu mesmo andas
em ordem e guardas a lei. (l v 2 7 :i-ii; A ti8 :i8 ;
21:26;24:18/
Tiago ainda reafirma tudo aquilo que foi concordado no
primeiro Concílio da Igreja, ali mesmo em Jerusalém
Atos 21:25: Todavia, arespeito dos crentes
gentios, nós já havemos escrito, determi­
nando que se abstenham das coisas sacrifi­
cadas aos ídolos, e dosangue, e dosufocado
e da fornicação”. (At 15:15,20,29/
Jerusalém: o movimento era grande, para a Páscoa
e o Pentecostes, de pessoas e mercadorias. A poeira
levantadapelos transeuntes era grande em Jerusalém.
Ainda na grande praça, conhecida como o átrio dos
gentios, onde hoje está edificada a grande mesquita
de Omar. Em uma daquelas esquinas, Herodes havia
mandado construir uma pequena fortaleza com tudo
o que um palácio real tinha direito. Com um grande
corredor, estava ligada ao Templo e ao átrio dos gentios
por uma escadaria, no local mais baixo, onde se chegava
à porta Formosa, com uma escadaria de 14 degraus.
Depois de subir estes quatorze degraus, chegava-se ao
átrio interior, onde os judeus tinham acesso. Naquele
lugar quadrado, cheio de colunas, os sacerdotes
colocavam o altar das ofertas, também chamado de
arca do tesouro, lugarpreferido do Senhor Jesus. Bem
no centro estava o altar dos sacrifícios, rodeado pelas
câmaras levíticas. Ali o povo poderia entrar, como
naquele dia em que Zacarias foi sorteado para oferecer
sacrifício enquanto o povo do lado de fora orava. Dali
em diante, somente os sacerdotes tinham acesso pela
grande e pesada porta de bronze, onde havia um aviso,
autorizado pelos romanos, de que qualquer gentio que
por ali passasse poderia sofrer a pena máxima. Sob o
mesmo impacto que Jesus teve ao entrar no Templo nos
dias de festa, cheio de mesas e cambistas, Paulo e seus
amigos entraram já como cristãos naquele primeiro
recinto, ouvindo o mesmo tropel que Jesus costumava
ouvir juntamente com seus discípulos
Atos 21:26: Então, no dia seguinte, Paulo,
tomando consigo aqueles varões, já santi­
ficado com eles, entrou no Templo, anun­
ciando o cumprimento dos dias da santifi­
cação, até que fosse feita, em favor de cada
um deles, a oferta equivalente. (Lv27:i-u; At
24:18;Nm6:13)
Milhares de pessoas caminhavam em todas as direções,
preparando-se para entregar as suas ofertas para o
sacrifício matinal. Acompanhado de Trófimo, seu
discípulo, Paulo não permitiu que ele entrasse no pátio
567
21:27
dos judeus, sob os olhares invejosos dos judaizantes
e levitas que o conheciam de muito tempo atrás. Os
levitas trabalhavam no seu ofício segundo o modelo
ordenado em Levítico; no meio daquele grande
movimento sacerdotal, onde a fumaça se esparramava
ao vento e o cheiro de carne assada enchia o ambiente,
ouvia-se ao longe os berros dos animais misturados
às orações dos sacerdotes impondo as mãos sobre
a próxima vítima. Durante uma semana inteira se
intensificavam os sacrifícios. Enquanto Paulo estava
no pátio interior, seus discípulos cristãos gentios
organizavam uma reunião lá fora. Mas aconteceu
algo que lançou por terra toda a prudência de Tiago
envolvendo a Paulo, e acabou conduzindo a nada os
seus conselhos: os judaizantes que o perseguiram
naÁsia Menor estavam ali e um deles o reconheceu
e o tumulto começou. Como se fora um gentio que
atravessara o portão principal, eles o agarraram dentro
do Templo. Estes sete dias estavam relacionados à Festa
de Pentecostes e não ao voto de Paulo
Atos 21:27: Equando os sete dias estavam
quase por terminar, os judeus da Ásia, ten­
do-o visto no Santuário, incitaram a turba,
e o povo lançou as mãos sobre ele, (At24:18;
26:21)
Aqui vemos que ele estava sendo seguido de perto e
que tudo estava preparado. Agora, Paulo vai sofrer as
mesmas acusações que contra Cristo foram lançadas,
dando cumprimento às palavras do Senhor ditas a
Ananias, a seu respeito, quando ele foi chamado para
a obra do ministério como um abortivo. Os gregos não
entraram no átrio interior, mas só até o átrio dos gentios
Atos 21:28: gritando: “Varões israelitas,
acudi. Este é o homem que por todas as
partes ensina a todos contra o povo, contra
alei, e contra este lugar; e ainda introduziu
os gregos no Santuário, contaminando este
santo lugar”. (At24:s,6)
Trófimo não entrou no Templo. Mas eles o
acusaram falsamente de ter feito isso, de tê-los
introduzido no átrio dos judeus
Atos 21:29: Porque tinham visto a Trófi­
mo ( “fi l h o a d o ti v o ”), de Éfeso, com ele, e
pensavam que Paulo o introduzira no San­
tuário. iAt20:4;18:19)
O povo voltou a juntanse, e isto era perigoso para os
correligionários romanos. Uma acusação de sedição
em qualquer província romana seria o fim de seus
governadores. Quando Paulo saiu do átrio, os levitas
rapidamente fecharam a porta do Templo. As trombetas
do Templo soaram para pôr fim ao sacrifício, que foi
suspenso durante aquele dia, e muitos dos sacrifícios
foram feitos à porta fechada
Atos 21:30: Etoda a cidade ficoualvoroça­
Atos 21:34
da, e houve grande ajuntamento de povo; e,
agarrando a Paulo, arrastaram-no para fora
do Santuário, e imediatamente as portas se
fecharam. (At26:21)
A notícia chegou à fortaleza de Antônia, que Herodes
havia construído para vigiar qualquer tipo de sedição ou
ajuntamento suspeito. Os soldados saíram rapidamente
e o tumulto se generalizou por toda ajerusalém
Atos 21:31: Enquanto eles procuravam
matá-lo, subiramao comandante da coorte
e o avisaram de que Jerusalém estava em
grande confusão;
Paulo estava sofrendo uma réplica do sofrimento de
Cristo (Cl 1:24), sem nenhum tipo de julgamento.
Havia caído nas mãos dos homens. Sua cabeça raspada
estava em sangue vivo. Os soldados chegaram e ainda
assistiram aquela cena, enquanto os judeus, por medo,
pararam de espancá-lo. Quase vinte e cinco anos atrás,
Jesus também foi espancado por eles; Paulo sentiu-se
alijado da sua pátria (Ef 2:12)
Atos 21:32: o qual, tomando consigo sol­
dados e centuriões, desceu correndo até
eles; e, quando viram o comandante ( “tri­
b u n o ”) e os soldados, cessaramde espancar
Paulo. (At23:27)
O que não passou pela mente daquele comandante?
O que procurava saber no meio daquela gritaria? As
respostas eram desencontradas
Atos 21:33: Então, o comandante apro­
ximou-se, prendeu-o e mandou que fosse
atado com duas cadeias; e indagava quem
era ele e o que havia feito. (A t20:23;2i:i n
A multidão estava como os anjos diante do trono de
Deus nos dias de Semaías. Paulo, então, foi conduzido
à fortaleza de Antônia. Com dois tipos de correntes,
Paulo, ferido, pesava e não podia subir a escadaria que o
levaria à Fortaleza de Antônia. Alguns novos “cireneus”
romanos o ajudaram; não carregaram a cruz, mas o
crucificado: “Já estou crucificado com Cristo, e a vida
que agora vivo, vivo-a pela fé do Filho de Deus”
Atos 21:34: E, do meio da turba, uns grita­
vam de um modo, e outros de outro; mas,
como ele não podia saber a razão daquele
alvoroço, então mandou que o conduzis­
sem à fortaleza. (Atl9:32;21:37)
Que precioso é o conhecimento revelador, pois
naquele mesmo lugar, Estêvão, há quase vinte anos,
foi apedrejado e as suas roupas colocadas aos seus pés.
Ele relembrou cada detalhe daquele acontecimento,
pois seus inimigos não sabiam ao certo o lugar onde o
matariam, antes de o comandante romano Lísia chegar
568
21:35
Atos 21:35: E aconteceu que, chegando
às escadas, ele foi carregado pelos soldados,
por causa da violência da turba;
A multidão pedia o mesmo que pediu contra Cristo:
mata-o! Isso correspondia à mesma crucificação, pois
era o método de martírio romano mais comum
Atos 21:36: pois a multidão o seguia, gri­
tando: “Mata-O!” (Lc23:18;Jo 19:15)
Perto do comandante, Paulo falou em grego, pois esta
língua ainda ardia, depois de tantos anos naMacedônia e
Ásia Menor; as línguas gentias eram menos deprimentes
naquele momento em que estava sendo levado ao
martírio pelas mãos de seu próprio povo
Atos 21:37: E, quando estava para ser
introduzido na fortaleza, Paulo disse ao
comandante: “Lícito é-me dizer-te alguma
coisa? ”E ele lhe disse: “Conheces o grego?
(At2I:34)
Observe a notícia que o comandante recebeu a seu
respeito. Sendo ele um benjamita, de cidadania romana,
conhecido nas fofocas como um egípcio rebelde. O
comandante se frustrou, pois já anunciava a prisão do
egípcio dissidente. Sentiu que estava diante de um
homem culto e cheio de ousadia. Ele o havia confundido
com o líder do grupo extremista e separatista de
zelotes judeus, que tentaram expulsar os romanos e
simpatizantes dajudéia, dias antes, usando facas curtas,
conhecidas como adagas
Atos 21:38: Não és, porventura, o egípcio
que há poucos dias fez uma sedição e levou
ao deserto quatro mil varões dos sicários
( “h o m e n s d a a d a g a ”) ? ” (At5:36;m 24:26/
Paulo queria identificar-se com o povo, e antes de
sua última palavra, queria falar ao povo sob a guarda
do comandante romano. Naquele lugar em que se
estreitava a voz de um homem, ela ecoava como
em um amplificador
Atos 21:39: Mas Paulo lhe disse: “Cer­
tamente eu sou judeu, natural de Tarso,
cidade célebre da Cilicia; e rogo-te que me
permitas falar ao povo /Ar9.-/i;22.-3j
Sob a guarda romana, tendo pedido permissão em
grego, dirigiu-se ao povo em hebraico. Este era
verdadeiramente um vaso de bênçãos. Com o sangue
escorrendo desde a cabeça, com suas roupas rasgadas,
suas mãos feridas pelas pedras quando foi chutado e
arrastado, ele ainda tinha forças para falar do amor de
Cristo. Que pregador diferente!. Não estava em Atenas,
mas em Jerusalém. Lá o trataram com mais dignidade.
Levantando as mãos com dificuldade, tendo as correntes
atadas pelos braços, cheio de hematomas, ele acena ao
povo. Entreolham-se os antigos amigos da universidade
de Gamaliel; eles baixam o rosto. Faz-se silêncio e ele,
569
Atos 22:4
nas escadarias feitas de púlpito, em auditório pronto
para lançar pedradas, apresenta seu discurso
Atos 21:40: E, depois que o comandante
lhe permitiu que falasse, Paulo, empé na es­
cada, fez sinal ao povo com amão; e, sendo
feito um grande silêncio, comunicou-lhes
em língua hebraica, dizendo: (At i2-.i7; 22-.2;
26:14)
Atos, capítulo vinte e dois (22)
Toda aquela nação conhecia, por meio dos salmos,
que Deus tinha o propósito de abençoar as nações pela
sem ente de Abraão (Gn 12:3). Mas eles não queriam
compreender. O espírito do preconceito de Jonas
estava sobre aquele povo, naqueles dias. Estêvão foi
morto por outra razão. Paulo estava ali para ser morto
por causa do ministério
Atos 22:1: “Irmãos e pais, ouvi a minha
defesa que agora faço diante de vós”. (At7:2)
Ele falava a língua do povo, mas o seu povo não conhecia
o Verbo principal
Atos 22:2: Equando ouviramque lhes co­
municava em língua hebraica, guardaram
maior silêncio. Então, disse: /At2i.-40
Paulo mostra a sua origem. Criado em Jerusalém.
Conhecedor de cada detalhe daquela cidade. Ali, com
seus compatriotas, corria na sua infância por aquelas
escadarias. Havia testemunha. Gamaliel já não estava
entre eles para testemunhar o afinco de seus melhores
alunos. Mas havia alguns colegas que conheciam a
precisão de seu serviço e temor a Deus. Mas Paulo
diz que era zeloso para com Deus, e não unicamente
para com a Lei
Atos 22:3: “Eu sou judeu, nascido em
Tarso, na Cilicia, mas educado nesta cida­
de, aos pés de Gamaliel ( “r e c o m p e n s a d e
D e u s ”), instruído conforme o rigor da Lei
de nossos pais, sendo zeloso de Deus, assim
como vós osois no dia de hoje. (AtS:34; ci ni4;
At21:39;20:4;Lcl 0:30;At26:5;21:20)
Muitos daqueles que ali estavam, entre eles, o sumo
sacerdote, ainda lembravam como e quando ele lhes
pediu cartas para perseguir os membros da igreja do
Caminho e de quantas pessoas trouxe algemadas a
Jerusalém
Atos 22:4: Eperseguia este Caminho até à
morte. Manietando e metendo nos cárceres
tanto ahomens como amulheres, /At8:3;2t:9-
1l;Fp3:6; 1 Tm 1:13)
Aquele mesmo conselho que estava ali consentiu na
22:5
morte de Estêvão. Atos 7:57- 8:1:“Então eles gritaram
com grande voz, taparam os ouvidos, e arremeteram
unânimes contra ele. E, lançando-o fora da cidade,
o apedrejaram. E as testemunhas depuseram as
suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo.
Apedrejaram, pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor
Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos,
clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes
este pecado. Tendo dito isto, adormeceu. E Saulo
consentia na sua morte. Fez-se naquele dia uma grande
perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém,
e todos foram dispersos pelas terras daJudéia e de
Samaria, exceto os apóstolos ”
Atos 22:5: como também o sumo sacer­
dote me dá testemunho, e todo o Conselho
dos anciãos, dos quais também recebi cartas
para os irmãos, e marchei para Damasco, a
fim de trazer manietados a Jerusalém aos
que ali estivessem, para serem castigados.
fAt 9:1,2;Lc22:66;A t 4:5;26:10,12)
Em Atos 9:3, ele não fala a hora. Aqui ele revela a hora da
revelação de Cristo. Atos 9:3: “Mas, seguindo ele viagem
e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou
um resplendor de luz do céu”
Atos 22:6: E aconteceu que, quando eu ca­
minhava e já me aproximava de Damasco,
ao meio-dia, de repente, relampejou do céu
uma grande luz ao m eu redor. (At 9 4 -26:12,13)
Qualquer homem chamado desde o ventre de sua mãe
cai diante da luz da sua Salvação; qualquer homem
chamado ouve uma voz que o chama pelo seu nome
revelando o seu ato rebelde, contrário ao seu propósito
(At 9:4b). Triste momento aquele em que se deu conta
de que havia pedido carta para perseguir a Cristo! Ele
teve de aprender cedo que aquele que persegue a Igreja
de Deus está perseguindo a Cristo. Atos 9:4: “Então,
caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo,
Saulo, por que me persegues?”
Atos 22:7: Então, caí por terra e ouvi
uma voz que me dizia: Saulo, Saulo ( “d e ­
m a n d a d o ”) , por que m e persegues?
Quando o homem se coloca na posição de ataque às
coisas de Deus, este começa a tratá-lo como a um cavalo
(At 9:5). Ele soube bem cedo que somente o Senhor
tinha poder para lançá-lo ao chão, e que Cristo é a
cabeça da Igreja, embora o seu corpo esteja ainda em
parte na terra. Atos 9:5: “Ele perguntou: Quem és tu,
Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues”. Aqui Lucas acrescenta: “O nazareno”
Atos 22:8: E eu respondi: Quem és, Se­
nhor? E ele m e disse: Eu sou Jesus, o Naza­
reno, a quem tu persegues.
Asalvação é individual e não coletiva (At 9:7). As pessoas
que estão próximas daquele com quem Deus está
Atos 22:12
tratando ouvem a voz, mas não podem entendê-la. Ela é
individual. Há testemunho de outros, mas a experiência
é apenas de uma só pessoa. Atos 9:7: “Os homens que
viajavam com ele permaneceram emudecidos, ouvindo,
na verdade, a voz, mas não vendo ninguém”
Atos 22:9: E os que estavam comigo viram,
em verdade, a luz, mas não entenderam a
voz Daquele que falava comigo. (At9:7; 26:i3j
Aqui Lucas revela que Paulo perguntou o que fazer. A
confirmação do atendimento ao chamado da Salvação
requer resposta: tremor, e reconhecimento do senhorio
de Cristo (At9:6). Atender ao chamado requer do
homem que se humilhe e se submeta a este senhorio e
obedeça às instruções, imediatamente. O processo da
salvação imediata começa com a disposição de estar
de pé e (a) levantar-se; (b) entrar na cidade-há uma
cidade que nos espera, há um corpo que nos cuidará; (c)
obedecerão que há de ser dito para sua conveniência.
Levantar-se, entrar e obedecer, imediatamente. Quanto
mais rápido obedecemos, mais rápido Deus conclui
a obra. Atos 9:6: “Mas levanta-te e entra na cidade e,
então, lá te será dito o que te cumpre fazer”
Atos 22:10: Então eu disse: Que farei, Se­
nhor? E o Senhor me disse: Levanta-te e vai
a Damasco; e ali te será dito tudo o que te foi
ordenado fazer. ( A t ió .e o j
Atos 9:8: “Saulo levantou-se da terra e, abrindo os
olhos, não via coisa alguma; e, guiando-o pela mão,
conduziram-no a Damasco”. Deus quer saber se
temos disposição de nos separarmos para ele com
jejum (At 9:9). Ele começou logo a jejuar. N estes três
dias, ele seria preparado por Deus para realizar uma
obra urgente entre os gentios. O fato de os discípulos
terem permanecido em Jerusalém causou um atraso
grandioso na obra missionária mundial. Se eles
tivessem ido à Galiléia dos gentios, teriam alcançado
toda aquela igreja dispersa que ficou na região do Lago
de Genezaré. Atos 9:9: “E esteve três dias sem ver, e
não comeu nem bebeu”
Atos 22:1 1: E, como eu não podia ver, por
causa da glória daquela luz, fui conduzido
pelas mãos daqueles que estavam comigo,
e cheguei a Damasco. (AtQ.sj
Paulo evita uma série de informações que poderia
complicar a sua situação. Atos 9:12-14: “E viu um
homem chamado Ananias entrar e (1) impor-lhe as
mãos, para que recuperasse a vista. Respondeu Ananias:
Senhor, a muitos ouvi acerca desse homem, quantos
males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui tem
poder dos principais sacerdotes para prender a todos os
que invocam o teu nom e”
Atos 22:12: E aconteceu que, um certo
Ananias, varão piedoso segundo a Lei,
que tinha bom testem unho da parte de
570
 22:13
todos os judeus que ali residiam , iM 9 :i7 ;
: 10:22)
Atos 9:15: “Disse-lhe então, porém, o Senhor: Vai,
porque este é para mim um vaso escolhido, para levar
o meu nome perante os gentios, e os reis, e os filhos
de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre
padecer pelo meu n om e”. Aqui, novamente, Paulo
evita revelar as palavras de Deus a respeito de sua
escolha por Deus como vaso de honra
Atos 22:13: veio até mim, e pôs-se de pé
diante de m im , e disse-m e: Irmão Saulo,
recobra a vista. N aquela m esm a hora,
recobrando a visão, eu o vi.
Estas palavras não foram ditas em Atos 9. Apenas
Lucas revelou que Deus o considerava como um vaso
escolhido. Mas aqui, ele revela o mistério de ser um
vaso escolhido. Antecipadamente, ele responde
às cláusulas fechadas que foram determinadas por
Pedro antes do Pentecostes, e lhe promete que ele
veria e ouviria a Cristo (2 Co 12:1 -4)
Atos 22:14: E ele disse: O D eu s de
nossos pais te predeterm inou para que
conheças a sua vontade, e vejas aquele
Justo, e ouças a v o z da sua boca. (M 3 :i3 ;
5:30; 9:15;26:16; 1 Co 9:1; 15:8;A t 7:52)
Paulo revela a profecia ainda mais completa proferida
por Ananias a respeito do ministério dele aos gentios
Atos 22:15: Porque serás sua testem u ­
nha a todos os h om ens do que tens visto
e ouvido. (A t26:16;23:11;26:1 ó)
Partiu Ananias e entrou na casa. Então, impondo-lhe
as mãos, disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te
apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me
para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
Logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e
recuperou a vista: então, levantando-se, foi batizado”
Atos 22:16: E agora, por que tardas?
Levanta-te, batiza-te e lava-te dos teus
pecados, invocando o nom e do Senhor.
(At2:38;Hb 10:22; A t 9:14; Rm 10:13)
Este estágio da mente humana, em momentos de
jejum e profunda oração, era comum na Igreja
primitiva. O m esm o aconteceu com Pedro. Então,
Paulo viu novamente aquele que se manifestou no
caminho, agora como o seu Senhor e Mestre
Atos 22:17: E aconteceu que, retornan­
do a Jerusalém, ao orar no Templo, estive
em êxtase, (A t 9.2 6 ; w .-io)
O testemunho de que os judaizantes e alguns líderes não
receberiam o seu testemunho. Paulo saiu dejerusalém,
a liderança apostólica recusou-se a sair a tempo. Aquilo
Atos 22:23
que foi ordenado aos apóstolos: “ Ficai em Jerusalém até
que do alto sejais revestido de poder”, foi desobedecido,
mas Paulo não foi desobediente à visão celestial, como
testemunha mais tarde
Atos 22:18: e vi aquele que me dizia:
Apressa-te e sai rapidamente dejerusalém;
porque não receberão 0 teu testemunho
acerca de mim.
Algumas circunstâncias locais nos impedem de realizar
0 ministério desejado na própria terra, mas Deus usa as
mesmas para nos impulsionar ao alto mar, onde grandes
obras Deus há de fazer
Atos 22:19: E eu disse: Senhor, eles sa­
bem que eu encarcerava e flagelava pelas
sinagogas aqueles que criam em ti, (At22:4;
8:3;26:ll;M t 10:17)
Entre aquelas capas, estava acapa de Estêvão, a qual
foi um instrumento de transmissão da unção de Deus
sobre asua vida, mediante a rejeição daqueles que não
receberam o seu testemunho
Atos 22:20: e, quando se derramava o
sangue de Estêvão, tua testem unha, eu
também estava ali, e, consentindo na sua
morte, guardava as roupas dos que o mata­
vam. (At 7:58; ic / 1:48;A t8:1;Rm 1:32)
A palavra gentio gerou uma nova confusão, agora diante
do comandante romano, que entendeu porque estavam
molestando a Paulo era uma disputa religiosa; enfim, ele
não era de fato o egípcio que procurava
Atos 22:21 : E ele me disse: Anda, porque
eu te enviarei para longe, aos gentios”. (At
9:15)
Em outras palavras, mas com o mesmo fim: destruam-
no! Mas eles não tinham poder para tocá-lo enquanto
as profecias de Ananias não se cumprissem e ele não
tivesse cumprindo o seu testemunho (Ap 11:7). Mas o
mundo não era digno dele
Atos 22:22: E o escutaram até esta palavra,
e levantaram a voz, dizendo: “Tira da terra
tal hom em, porque não convém que viva”.
1 (At21:36;25:24!
Estavam prontos para matá-lo, tal qual fizeram com
Estêvão, ao tiraras capas, colocando-as aos pés de Saulo
(At 7:58; 22:20). A serpente maligna queria pó, queria
morte. Eles estavam ávidos por matar. Mas não podiam
determinar nada sobre aquela vida
Atos 22:23: E eles gritavam e tiravam de
si as capas, e lançavam pó para o ar; (At7:58;
2 Sm ló:13)
Com uma certa semelhança ao julgamento de Cristo,
571
22:24
ele voltará pela segunda vez para ser julgado pelo poder
religioso, diante do comandante romano
Atos 22:24: então o comandante mandou
que Paulo fosse levado para dentro da forta­
leza; e ordenou que fosse interrogado sob
o tormento de açoites, para que se desco­
brisse por que motivo gritavam contra ele.
(At21:34)
O que eles fizeram contra Cristo, agora já não poderiam
fazer contra Paulo. Quando já preparavam avara onde
estavam bem presas duas bolas de chumbo, Paulo
perguntava a si mesmo se esta seria a hora para usar da
mesma autoridade que usou em Filipos
Atos 22:25: E, quando já o estendiam para
açoitá-lo com as correias, Paulo disse ao
centurião que estava presente: “É lícito a
vós açoitar um cidadão romano, sem ser
condenado?” (ació :37j
Na hora certa, ele revelou o seu grande
trunfo: a cidadania romana
Atos 22:26: E, quando o centurião ouviu
isto, foi ter com o comandante e o avisou,
dizendo: “Averigua o que estás para fazer,
pois este hom em é romano”.
O comandante, assustado com aquilo, saiu e veio para
veraPaulo novamente, cheio de medo e curiosidade.
Naquele mesmo lugar, Herodes perguntou quem ele era.
Ali mesmo, Jesus foi escarnecido. Puseram um manto
real, uma cana como cetro, bem como uma coroa de
espinhos. Paulo sabia que se estivesse blefando sobre a
sua cidadania, poderia enfrentar uma pena de morte
Atos 22:27: Então, vindo o comandante,
disse-lhe: “Dize-me: tu és romano?” Ele
disse: “Sim”.
Paulo era o homem certo para operar a metamorfose
dos judeus e gentios na igreja de Cristo. O comandante
encheu-se de medo, porque estava diante de um cidadão
romano por nascimento
Atos 22:28: E o comandante lhe respon­
deu: “Por uma grande soma eu adquiri esta
cidadania”. E Paulo disse: “Eu, porém, o sou
de nascimento”.
Atos 22:29: Imediatamente, pois, aparta-
ram-se dele aqueles que o haviam de interro­
gar. E o comandante ficou temeroso quando
soube que Paulo era romano, porque o havia
manietado. (At22:24,2S)
O julgamento diante do Sinédrio. O mesmo tribunal
que antes havia julgado a Cristo e a Estêvão, e a ambos
572
Atos 23:2
matou. O sumo sacerdotes e mais setenta e um membros
formavam o Conselho. Agora, eles não iriam espancá-
lo diante da escolta do comandante. Deus estava ali,
guardando a vida de Paulo. O Conselho reuniu-se
fora de seu local de costume por causa da presença do
comandante e sua guarda. O novo sumo sacerdote estava
à frente do interrogatório. Caifás já não mandava ali, mas
Ananias era da família de Anãs. Ananias era conhecido
por sua perversidade. Como Paulo já estava fora dali por
m aisdevinteanos,a nova geração de levitas e os novos
membros do Sinédrio já não o conheciam bem
Atos 22:30: E, no dia seguinte, querendo
conhecer, ao certo, o motivo pelo qual ele es­
tava sendo acusado pelos judeus, soltou-lhe
de suas prisões, e ordenou que os príncipes
dos sacerdotes e todo o Sinédrio se reunis­
sem; e, trazendo Paulo, o pôs diante deles.
(At23:28;2133)
Atos, capítulo vinte e três (23)
Os olhos de Paulo pairaram sobre cada um daqueles
homens, com os quais já havia passado noites planejando
perseguições contra o Caminho. Alguns deles foram
seus colegas de classe, quando estudara nos jardins
suspensos, aos pés de seus mestres, tais como Gamaliel,
imitando o velho estilo grego de Alexandria. Ali estavam
os sacerdotes amigos que, antes, davam-lhe cartas para
que, livremente, prendesse os santos por todas as partes
Atos 23:1 : Paulo, fitando os olhos firme­
mente no Sinédrio, disse: “Varões irmãos, te­
nho me conduzido diante de Deus, até o dia
de hoje, com toda a retidão de consciência”.
(At 24:16; 2 Tm 1:3; Hb 13:18; 22:30; 24:16; 2 Co 1:12;
2 Tm 1:3)
Aquele sacerdote ambicioso e perverso atacou a boca
de Paulo, pois sem ela ele não poderia falar, e a sua
oratória era a oratória do Espírito Santo, ao qual ninguém
podia resistir. Quando o profeta é irresistível, os falsos
ministros de Deus querem-no ferir a boca. O pregador
que fita os olhos em seus ouvintes não vacila. O alto clero
estava reunido juntamente com as raposas políticas,
com as quais pregavam o liberalismo, sentindo-se
ameaçados, novamente, porum só homem. Ferir a sua
boca era silenciar a voz que agora não clamava somente
no deserto, mas nos seus palácios
Atos 23:2: Mas o sumo sacerdote, Ana­
nias, ordenou aos que o assistiam que o fe­
rissem na boca. oo 18.22 )
A palavra profética de Paulo cumpriu-se anos depois,
quando Ananias foi assassinado. Como Jesus os havia
chamado, Paulo volta a relembrá-los que eles andavam
de branco como verdadeiros sepulcros, para lembrar
as suas obras, pois eles levantavam os sepulcros sobre
23:3
as vítimas de seus pais, os profetas que eles mataram,
concordando com as suas obras
Atos 23:3: Então Paulo lhe disse: “Deus te
ferirá, parede branqueada. Tu, em virtude
da Lei, senta-te aqui com o juiz, e contra a
mesm a Lei ordenas que eu seja ferido?”
(Mt23:37; Lv 19:35; Dt25:1,2;Jo 7:51’)
O caráter do sumo sacerdote foi visivelmente
manifestado, sem vestimentas de sumo sacerdote, que o
identificasse, foi confundido
Atos 23:4: E os que estavam ali disseram:
“Injurias o sumo sacerdote de Deus?”
O sumo sacerdote se comportava como guerrilheiro, e
não como um sumo sacerdote. O seu comportamento era
manifestado pela postura incerta vista naquele Sinédrio,
acostumado a dar legalidade aos seus atos de corrupção
Atos 23:5: Paulo respondeu: “Não tinha
conhecim ento, irmãos, de que ele fosse o
sumo sacerdote; porque está escrito: Não
amaldiçoarás o príncipe do teu povo”, (êx
22:281
No testemunho anterior {22:1 -20), uma parte do
mesmo Sinédrio, da qual faziam parte os fariseus, ria
altas gargalhadas das palavras de Paulo que incluíam
ressurreição, espírito e anjo. Mas aquelas gargalhadas
incomodaram os fariseus. A ridicularização da
ressurreição de Cristo, da sua manifestação no caminho
de Damasco e do chamado do anjo transportou o grupo
dos fariseus para o lado de Paulo. Neste momento, Paulo
aproveitou a divisão teológica que havia entre eles e os
lançou uns contra os outros
Atos 23:6: E, sabendo Paulo que uma
parte era composta de saduceus e outra de
fariseus, exclam ou no Sinédrio: “Varões
irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; e
é por causa da esperança e da ressurrei­
ção dos mortos que estou sendo julgado”.
(A126:5,8; Fp3:5;2 6:6,7; 24:21;At24:15,16}
Assim, os acusadores se tornaram defensores. Ao
tentar contrariar os saduceus, os fariseus indiretamente
concordavam com as visões de Paulo e indiretamente
concordavam com a possível ressurreição de Cristo. Foi
uma grande armadilha de Deus sobre eles, e eles caíram,
reconhecendo a ressurreição de Cristo, no mesmo lugar
onde o condenaram
Atos 23:7: E, quando ele disse isto, estalou
uma dissensão entre os fariseus e os sadu­
ceus; e a multidão se dividiu.
Atos 23:8: Pois os saduceus dizem que
não há ressurreição, nem anjo, nem espíri­
573
Atos 23:10
to; mas os fariseus confessam uma e outra >aa3
coisa. (Mt22:23;Mc 12:18;Lc20:27) Ô
Assim, os acusadores tornaram-se defensores de Pau lo. Ç/5
O comandante o retirou dali à força. A diferença entre
Paulo e Cristo é que o sofrimento de Cristo abdicou da
defesa, porque era redentor e em favor de toda a raça !>
humana, e o sofrimento de Paulo era apenas uma réplica
diante dos olhos de seus atormentadores, para que eles o
confessassem a ressurreição dele com a sua própria boca
Atos 23:9: Então houve grande vocifera-
ção; e, levantando-se alguns da parte dos
escribas e dos fariseus, rebatiam, dizendo:
“N enhum mal achamos contra este h o­
mem; e, se de fato algum espírito ou anjo
lhe falou, não resistamos contra D eus”.
(At26:31; 5:39;25:25;22:7,17,18)
O
A conclusão do comandante Lísias. Na mesma cadeia 06
onde Pedro estivera preso, agora Paulo estava. Mas Deus
não enviou nenhum anjo para libertá-lo. Nenhuma igreja
orou por ele. Seus amigos não estavam ali com ele. Por
que estava passando por aqueles momentos? Ele estava
experimentando pessoalmente um pouquinho daquilo
que Cristo sofreu no mesmo lugar. Somente Lucas, Tito e
Trófimo, com a sua família, oravam, em algum lugar, pelo
seu amigo e mestre
>
Atos 23:10: E, como havia grande discus­ jM H
são, o com andante, tem endo que Paulo w
on
fosse despedaçado por eles, mandou que
os soldados descessem e o retirassem do
meio deles, a fim de o levarem para a forta­
leza. (At21:34) O
Depois que a noite chegou, o silêncio imperou. Paulo 06
perdeu o sono e uma profunda tristeza veio sobre ele.
Ele se lembrou de todas as suas viagens, e de um por 3>
um de seus colaboradores. Orou por eles, porque ia
tomar a maior decisão que jamais havia imaginado
tomar. Vai apelar para ser julgado em Roma. Afastado de O
seu povo, apelou para a jurisdição de Roma, pensando
que o seu ministério havia acabado, e com ele a sua
obra missionária. Mas algo muito especial estava por
acontecer: a fundação da igreja de Roma, algo que ele
sempre anelou. (13) A igreja de Roma: sua origem é
desconhecida, e foi onde Áqiiila e Priscila trabalharam
(Rm 16:3-5). Paulo menciona muitos amigos feitos
nesta igreja, 26 deles podem ser contados em Romanos
16. Ali podemos encontrar mais de vinte tipos de
crentes de nossas igrejas. Assim como o Senhor havia H r.
se manifestado no Caminho de Damasco, agora rw i
apresenta-se novamente. Desta vez, para felicitá-lo pelo
Ç/3
seu testemunho emjerusalém. Isto prova que muitas
de nossas obras são apenas testes divinos para algo
muito maior adiante de nós. Agora deveria dar o mesmo
testemunho em Roma. A maioria de nossas obras é feita
de degraus na escalada de grandes montanhas, em cujo
topo nos espera um prêmio. Deus iria satisfazer ao seu
23:11
*
desejo e financiar os seus sonhos. Tudo até agora havia
sido apenas um tempo de preparação. O melhor ainda
estava porvir
Atos 23:11 : E, n a n o ite s e g u in te , o S e n h o r
a p re s e n to u -s e a e le , d iz e n d o : “ N ã o te m a s ,
P a u lo , p o r q u e a ssim c o m o d e s te t e s te m u ­
n h o d e m im e m Je ru s a lé m , assim ta m b é m é
n e c e ssá rio q u e d ê s te s te m u n h o e m R o m a ” .
(At 18:9; 10:21;28:23}
Traslado a Cesaréia. Fora dos domínios do Sinédrio,
havia uma corja de fanáticos que agiam como
independentes. Eram vários grupos diferentes. Os
fariseus, os saduceus, os judaizantes crentes da
circuncisão, de forma independente, procuravam a
sua morte. E um desses grupos resolveu juntar forças
e mais de quarenta homens fizeram um voto de jejum
sob juramento
Atos 23:12: E, q u a n d o já e r a d ia , a lg u n s
d o s ju d e u s fiz e ra m ju r a m e n to , so b p e n a d e
m a ld iç ã o , d iz e n d o q u e n ã o c o m e r ia m n e m
b e b e ria m e n q u a n to n ã o m a ta s s e m P a u lo .
íAt 9:23;23:2i,30;25:31
Quarenta homens juraram matar Paulo, mostrando que
o Sinédrio continuava igual: corrupto
Atos 23:13: E e r a m m a is d e q u a r e n ta os
q u e fiz e ra m e s ta c o n ju ra ç ã o .
Como eles se auto-amaldiçoavam. Nossos inimigos se
matam a si mesmos sob o poder de seu próprio ódio e
inveja. Este foi um voto parecido ao feito por Saul e seus
soldados em relação a Davi, o qual foi quebrado por
Jônatas, por ignorá-lo
Atos 23:14: E les fo ra m te r c o m o s p r ín c i­
p es d o s s a c e rd o te s e a n c iã o s, e d is s e ra m :
“T o rn a m o -n o s a n ó s m e s m o s a n á te m a s , so b
p e n a d e m a ld iç ã o , se p r o v a r m o s q u a lq u e r
co isa a n te s d e m a ta r m o s P a u lo . lAtzsau
As manobras do Sinédrio e os seus grupos continuaram
mais de vinte anos depois, enquanto, na prisão, Deus
estava falando com Paulo cara a cara. Enquanto Hamã fazia
aforca, Deus estavapreparandoMardoqueu para governar
Atos 23:15: A gora, pois, v ó s, p e lo S in éd rio
( “conselho m a io r”), ro g a i a o c o m a n d a n te
q u e o d esça a té v ó s, c o m o se q u isé sse is e x a ­
m in a r c o m m a is e x a tid ã o a r e s p e ito d e su a
c a u s a ; e n ó s , a n te s q u e e le c h e g u e , e s ta r e ­
m o s p r o n to s p a ra m a tá -lo ” . (M22:30j
O sobrinho de Paulo conseguiu entrar na Fortaleza, para
avisar Paulo sobre as manobras do Sinédrio. Se ele saísse
da Fortaleza, seria morto. Seus parentes estavam com ele
Atos
Atos 23:16: M a s o filho d a irm ã d e P au lo ,
te n d o re c e b id o in fo rm a ç õ e s d a cilad a, v eio
e e n tro u n a fo rta le za e o a n u n c io u a P au lo .
(At21:34;23:10j
O tribuno teve conhecimento dos planos dos
religiosos do Conselho, em comum acordo com
quarenta homens sob juramento de maldição
Atos 23:17: E P au lo , c h a m a n d o a u m dos
c e n tu riõ e s , d isse-lh e: “ L eva e s te jo v e m ao
c o m a n d a n te , p o rq u e te m algo a co m u n ica r-
lh e ” .
Ninguém sabe o nome desse moço, sobrinho de Paulo,
mas ele entrou na História da igreja como um herói
desconhecido dos homens, mas que certamente será
conhecido em toda a eternidade. Por sua causa, o
cristianismo continuaria para sempre. Para o centurião,
Paulo era um simples preso
Atos 23:18: T o m a n d o -o , p o is, o le v o u ao
c o m a n d a n te , e disse: “O p risio n e iro P au lo ,
c h a m a n d o -m e a si, ro g o u -m e q u e tro u x e s s e
e s te jo v e m à tu a p re s e n ç a , p o is te m algo a
c o m u n ic a r-te ” .
O fato de tomá-lo pelas mãos dá a entender que era apenas
um menino
Atos 23:19: E o c o m a n d a n te , to m a n d o -o
p ela m ã o , e re tira n d o -se à p a rte , p e rg u n to u -
lh e : “O q u e te n s a c o m u n ic a r-m e ? ”
O menino tinha dom de mensageiro, daqueles exatos,
que nada acrescentam na sua mensagem; algo não muito
comum nos mensageiros
Atos 23:20: Ele disse: “O s ju d e u s c o n c e r­
ta ra m e n tre si p a ra rogar-te q u e a m a n h ã a u ­
to riz e s q u e P au lo d e s ç a ao S in é d rio , c o m o
h a v e n d o d e in q u irir c o m m a is e x a tid ã o a
re sp e ito d e su a ca u sa . (a i 2334 , is/
Ainformação é sumamente importante no ministério
Atos 23:21: Tu, pois, n ã o te d e ix e s p e rsu a d ir
p o r eles; p o rq u e m a is d e q u a r e n ta h o m e n s ,
d e n tre eles, a rm a ra m -lh e ciladas, os q u a is a si
m e sm o ju ra ra m , so b p e n a d e m a ld iç ão , a n ã o
c o m e re m n e m b e b e re m , a té q u e 0 te n h a m
m o rto ; e a g o ra já e s tã o p ro n to s , e s p e ra n d o a
tu a p ro m e s s a ” . (At23:i2, Mj
Grandes trabalhos para a humanidade alguns jovens
desconhecidos fizeram, tais como o jovem que conduziu
Sansão às colunas do templo dos filisteus, como a
menina que indicou Eliseu a Naamã e como este menino
que salvou a vida de seu tio Paulo
Atos 23:22: E n tã o 0 c o m a n d a n te d e sp e -
574
23:23
diu o jovem, ordenando-lhe: “Não digas a
ninguém a respeito do que tens me com u­
nicado”.
Deus queria nos mostrar o valor de um homem que
o serve com fidelidade; queria mostrar como um só
homem é merecedor de uma guarda que simboliza
aquilo que acontece no mundo espiritual, mas torna-
se invisível, fato somente visto pelos olhos da fé: As
cavalarias de Deus
Atos 23:23: E, chamando a dois centu-
riões, disse: “Aprontai para irem a Cesa-
réia, à terceira hora da noite ( “vinte e uma
h oras”), duzentos soldados de infantaria,
setenta de cavalaria e duzentos lanceiros;
tAt23:33)
Acostumado a pagar sua própria cavalgadura, Paulo
agora está sendo cuidado pela mais alta guarda romana,
e, financiado pelo Imperador, chegará a Roma. Se
cumprirmos os sonhos de Deus, Ele cumprirá o nosso.
Toda aquela noite, até ao amanhecer, eles caminharam
em direção a Cesaréia, cortando os campos férteis da
Judéia, em direção ao Mediterrâneo
Atos 23:24: e aparelhai cavalgaduras para
que, montados sobre elas, conduzam a Pau­
lo salvo até o governador Félix”. (At24:i;3, io;
25:14}
Esta carta será um documento especial nas mãos
de Félix nos dias do julgamento de Paulo
Atos 23:25: E escreveu-lhe uma carta que
tinha estes termos:
Hipocrisia entre os vários comandos era uma prática
antiga
Atos 23:26: “Cláudio Lísias, ao excelentís­
simo governador Félix, saúde! (At24.-3; i5:23)
Amentira do comandante: ele não revela a
verdadeira história. Ele soube que Paulo era
romano depois de algum tempo, e o arrebatou
porque pensava que era um rebelde egípcio
Atos 23:27: Este varão foi preso pelos ju­
deus, e estava a ponto de ser arrebatado por
eles, quando eu, acudindo com o exército,
o livrei depois que entendi que era romano.
(At21:32,33;22:25-29}
O estilo de Pilatos: relutante, duvidoso e sem
autoridade. Ele, por si mesmo, conhecia a verdade, mas
tinha medo dos judeus, e não queria comprometer a sua
posição na Fortaleza
Atos 23:28: E desejando conhecer a causa
por que o acusavam, o conduzi perante o
575
Atos 23:34
Sinédrio deles, tAt22:30}
Na verdade, ele cria que Paulo era um trunfo para uma
futura promoção, mas ficou decepcionado ao saber
quem era verdadeiramente Paulo (A t21:31)
Atos 23:29: quando achei que estava sen­
do acusado a respeito de questões relacio­
nadas à sua lei, e que não tinham acusação
C /5
de nenhum crime pelo qual fosse digno de
morte OU prisão. (At 18:15;26:31;25:19)
Depois da informação do menino, ele foi informado
verdadeiramente da emboscada que os judeus haviam
preparado. Uma das poucas verdades de sua pequena w
carta C/>
Atos 23:30: Mas, havendo-me informado
de que armavam uma cilada contra este
hom em , no ato o enviei a ti, intimando
também a seus acusadores que manifestem
diante de ti o que tenham contra ele. Passar
5>
bem ”. (At23:20,21;24:19;25:16}
H
Começa a sua viagem a Roma
O
Atos 23:31 : Os soldados, pois, segundo o Q ft
que lhes fora ordenado, tomando a Paulo,
o levaram de noite a Antipátride.
Não tendo mais o que temer, os soldados e os flecheiros
regressaram aJerusalém, para a Fortaleza de Antônia.
Em Cesaréia estava o grande procurador Félix, a quem a
carta de Lísias foi entregue em mãos
Atos 23:32: E, no dia seguinte, os da cava­
laria continuaram com ele; mas os da infan­
taria e os lanceiros retornaram à fortaleza;
ÍAt23:23}
Apenas uma pequena guarda prosseguiu na condução
de Paulo a Cesaréia, que era a base militar do Império
naquela região, onde um grande esquadrão de cavalaria
era mantido, financiado pelos impostos dos judeus,
onde a residência do procurador era uma maravilha
diante daquele grande mar; ali estava o pretório de TPS
Herodes, para onde os presos ilustres eram conduzidos
Atos 23:33: aqueles, logo que entraram
em Cesaréia, e entregaram a carta ao go­
vernador, também puseram diante dele a
Paulo. (At23:23,24,26/
Se a província onde Paulo tivesse nascido não fosse
imperial, Paulo não poderia ter sido levado para lá. Pois
as províncias dirigidas pelo Senado eram tratadas com (A
outros cerimoniais
Atos 23:34: E, após ler a carta, o governa­ >
>9HtÁ
dor perguntou de que província ele era; e
quando soube que era da Cilicia, (At2i:39> O
oo
23:35
Paulo era da Cilicia e o direito penal romano dizia que os
acusadores deveriam estar presentes para ouvi-lo
Atos 23:35: disse-lhe: “A tua causa ouvirei
quando os teus acusadores também tiverem
chegado; e ordenou que fosse guardado no
pretório de Herodes”. (Â{à4:i9;25:i6;24:2fy
Atos, capítulo vinte e quatro (24)
A defesa de Paulo em Cesaréia. Paulo perante Félix.
Aquela prisão vai durar quase dois anos. Deus queria
castigar os acusadores de Paulo. Onde estariam
aqueles quarenta homens? Deveriam estar vivendo
sob a dura maldição promovida por suas próprias
bocas. Ananias não falava por si mesmo; sua maneira
descontrolada de ser, como são todos os ministros
feitos sacerdotes sem conhecimento de causa, por
herança e imposição familiar; precisava de um orador
para falar em seu lugar. Aquele não era o seu ponto
forte: falar em público
Atos 24:1 : E, depois de cinco dias, o sumo
sacerdote Ananias desceu com alguns an­
ciãos e um certo orador, Tértulo, os quais
apresentaram, diante do governador, acu­
sação contra Paulo. (At23:2,30,35}
O orador de Ananias falava bem, como todos os grandes
oradores de Roma. Como um orador da escola de Roma
e com a hipocrisia dos fariseus, ele era um grande
entusiasta, advogado iniciante, que ainda estava lendo a
cartilha e prestando os seus serviços ao sacerdote. Mas
estava sendo avaliado e provado
Atos 24:2: Sendo este citado, Tértulo co­
meçou a sua acusação, dizendo: “Já que,
graças a ti, nós temos alcançado m uita paz,
e que por tua providência são feitas melho­
rias a esta nação,
O que os políticos têm de suportar quando já estão
assentados na sua cadeira? Tanto Félix como Ananias
devem terdado um sorriso de desaprovação àquelas
palavras que ambos sabiam não condizer com a
realidade, pois não havia paz, não havia marcas de
reformas e o povo não estava agradecido. Félix tinha
um outro irmão mais ilustre do que ele e, graças à sua
influência, estava exercendo o seu poder ali. Tendo sido
adotados por Antônia, a mãe do imperador Cláudio,
Palas se tornou primeiro-ministro de Cláudio e, por
algum tempo, na mesma posição, serviu como tal a
Nero. Mas Félix jamais perdeu as características de um
escravo. Exercia o seu poder, mas ainda era um escravo.
Do ano 52 a ó0 d.C. foi o procurador dajudéia e era
odiado pelos judeus
Atos 24:3: e o aceitamos em todo o tempo
e em todas as partes, ó excelentíssimo Félix,
com toda gratidão, sAt23:26;20 :25 }
Atos 24:10
Observe como o orador direcionou as palavras:
excelentíssimo Félix, e esta peste, referindo-se a Paulo
Atos 24:4: Mas, para que não te detenhas
demasiadamente, rogo-te que, conforme
a tua eqüidade, nos escutes por um breve
momento.
As três acusações que eram passíveis da condenação
de morte: (1) Líder de sedição. Com isso, levantava-se
contra a segurança e a paz estatal. (2) Líderde uma seita
não autorizada. (3) Profanador de templos. As leis do
império autorizavam a pena de morte aos delinqüentes
enquadrados nesses artigos
Atos 24:5: Pois, achando que este varão é
uma peste e promotor de dissensões entre
todos os judeus do mundo, e chefe da seita
dos N azarenos; ím wao; 17:ó;2i:28j
Atos 24:6; o qual também tentou profanar
o Templo; por isso nós também o prende­
mos, e segundo a nossa lei o quisemos julgar;
/At 21:28}
Tértulo, advogado mentiroso, usando de palavras falsas
e tentando mudar o foco do governador, acusou o próprio
Lísias de usar de violência, quando, na verdade, ele livrou
a Paulo de ser assassinado em suas mãos. Félix leu a carta
de Lísias, na qual constava a verdade: “Este homem foi
preso pelos judeus, e estava a ponto de ser morto por eles
quando eu acudi com a tropa e o livrei ao saber que era
romano” (At23:27)
Atos 24:7: mas, chegando Lísias, o coman­
dante, o tirou de nossas mãos com grande
violência,
Félix conhecia bem a história daquele sacerdócio e de
suas tramas, por meio de suamulher, que tinha dupla
nacionalidade, como o próprio Paulo
Atos 24:8: ordenando a seus acusadores que
se apresentassem a ti. E tu mesmo, ao interro­
gá-lo, poderás certificar-te a respeito de tudo
isto, e conhecer de que nós o acusamos”.
Félix já estava farto das palavras daquele orador e o cortou
sem aviso prévio, dando a palavra a Paulo. Este não fez
cerimônias e começou a falar
Atos 24:9: E os judeus que assistiam tam­
bém concordavam na acusação, confirman­
do aquelas coisas, n Ts2 :i6j
Paulo não o elogia, e vai direto ao assunto, mostrando não
estar com medo, mas cheio de ânimo, em toda aquela
circunstância adversa
Atos 24:10: E, quando o governador fez
um sinal para que falasse, Paulo respondeu:
576
24:11
“Sendo eu sabedor que por muitos anos tens
sido juiz sobre esta nação, de bom grado faço
a minha defesa. (At23:24j.
Paulo não veio ajerusalém para sacrificar, mas para adorar.
Em dias de festa, eles cometeram várias abominações
contra as leis dos dias de Pentecostes
Atos 24:11: Podes averiguar que não passa
de doze dias que subi para adorar em Jerusa­
lém, (At21:20;
Quem adora não amotina o povo, mas louva a Deus
Atos 24:12: e que não me acharam no
Templo discutindo com alguém, nem amo­
tinando o povo, nem nas sinagogas nem na
cidade. iAt25:8;28:17;
Um dos mais perfeitos códigos de justiça da História
estava em poder dos judeus, mas prova de acusação era
algo que aqueles judeus não tinham nem precisavam,
pois ignoravam a justiça escrita de Deus para
satisfazerem os seus próprios preceitos carnais
Atos 24:13: Nem podem apresentar pro­
vas das coisas de que agora me acusam. /At
25:7;
Aconfissão de Paulo diante dos homens. Cristo Jesus o
confessará diante dos anjos do Pai. O Salmo 102 diz que
Deus levantaria este povo (S1102:18)
Atos 24:14: Mas te confesso que, segun­
do o Caminho ao qual eles chamam seita,
assim sirvo ao paterno Deus de nossos pais,
crendo naquilo que na Lei e nos Profetas
escrito está; fAtÇ:2/24:5;3:l3;26:22;28:23)
Isaías 26:19; Daniel 12:2: a primeira ressurreição será
paraosjustose tem várias etapas e tipos. (1) Os tipos:
Enoque (trasladado para não ver a morte), Moisés e
Elias (trasladados para não verem a morte). (2) Cristo
e os que reviveram no momento de sua morte. (3) Os
mortos em Cristo na ocasião do arrebatamento da Igreja.
(4) Os mortos da grande tribulação, incluindo os eleitos
de Israel, com as duas testemunhas e os mártires. Estes
últimos serão ressuscitados no fim do Armagedon,
terminando a primeira ressurreição. A segunda
ressurreição será após o julgamento dos ímpios, depois
do Trono Branco, quando serão lançados no Lago de
Fogo (Inferno)
Atos 24:15: tendo esperança em Deus,
a mesma que estes também aguardam: a
saber, que haverá ressurreição dos mortos,
tanto dos justos com o dos injustos. (Ai23:6;
28:20; Dnl 2:2;Jo5:28,29)
A consciência do missionário e homem de Deus está
limpa diante de Deus e dos homens. Sua consciência
limpa era o motivo da ação da consciência suja deles.
Atos 24:22
Quanto mais sujas, mais sujas se faziam ainda
Atos 24:16: Por isso eu mesmo trabalho
para ter sempre uma consciência irrepreen­
sível diante de Deus e dos homens. (At23-.i;
Paulo mostra sua devoção à sua nação e ao Templo
Atos 24:17: E, depois de vários anos, vim
trazer as minhas contribuições aos do meu
povo, e apresentar os meus votos; (At 11.29 , 30;
Rm 15:25 28; 2 Co 8:1 4; Cl 2:10j
Paulo contesta a acusação sem provas dos judeus
Atos 24:18: e nisto alguns judeus da Ásia
me acharam, já santificado no templo, não
com turba, nem com tumulto, (At2i:26,27)
Paulo critica os seus acusadores que não compareceram
diante de Félix, mas pagaram a um advogado romano
para acusá-lo na presença do sacerdote Ananias, homem
bem conhecido das autoridades romanas
Atos 24:19: os quais deveriam compare­
cer diante de ti para acusar-me, se tivessem
algo contra mim; tAt2i:27;23:30j
Mas, onde estava o Sinédrio? Eles não compareceram
nem enviaram uma procuração
Atos 24:20: ou que estes mesmos digam
que mau procedimento acharam, quando
compareci perante o Sinédrio,
A doutrina da ressurreição travava os romanos e os
sacerdotes, pois eles tinham algo em segredo (Mt 28:11 -
15). Muitos daqueles soldados nos dias da ressu rreição
dejesus, agora estavam no comando. Aquele assunto era
perigoso (Mt 28:14)
Atos 24:21 : a menos que seja acerca desta
única palavra que falei em voz alta, estando
no meio deles: Por causa da ressurreição
dos mortos é que estou sendo julgado hoje
p o r VÓS” . (At23:6)
As informações de Félix eram suficientes para dar
fim àquela audiência. Lísias jamais desceu. Nunca
compareceu ali para tratar daquele assunto
Atos 24:22: Então Félix, já sendo um
conhecedor a respeito do Caminho, sus­
pendeu o juízo, dizendo: “Quando o co­
mandante Lísias vier, então tomarei uma
decisão a respeito da vossa causa”.
Os centuriões tinham grandes experiências com Cristo,
especialmente Cornélio. Onde ele estaria naqueles
dias? Deus sabe por que Lucas escreveu a respeito da
salvação de Cornélio logo após o registro da salvação
de Paulo. Deus sabe por que começou a sua obra entre
577
24:23 Atos
os gentios com Cornélio, justamente na cidade de
Cesaréia. Deus sabe como preparar o caminho tortuoso
para os seus servos passarem
Atos 24:23: E ordenou ao centurião que
o detivesse, mas que fosse tratado com in­
dulgência, e que nenhum dos seus fosse
proibido de visitá-lo ou de servi-lo. •A t23=35;
28:16; 23:16; 27:3}
Félix era considerado um homem sensual, e havia tido
duas mulheres, sendo uma delas neta de Cleópatra.
Naquele tempo, sua mulher era Drusila, que, aos
quatorze anos de idade, casou com Aziz Emesa, mas
separou-se dele e casou com o governador da Judéia,
Félix. Neta de Herodes, o grande. Mais uma geração dos
Herodes estava tendo a oportunidade de se converter.
Paulo lhes falou da fé em Cristo Jesus: em que consistia
a fé da qual falou ao casal? Ele lhes falou abertamente
do nome de Jesus. Mesmo sabendo que era quase
impossível o arrependimento daquela sociedade,
Paulo ainda se apresentava diante deles com um só
objetivo (2 Co 5:20). A curiosidade de Drusila, judia, de
conhecer aquele famoso pregador que agora pregava a
mesma mensagem quejoão Batista, famoso no seio de
sua família, era imensa. Filha do Herodes que mandou
matar a Tiago, uma das sobrinhas de Antipas, que
mandou decapitar aJoão Batista, agora queria ouvir
a respeito dejesus Cristo. Sua alma estava farta dos
dramaturgos, das apresentações mágicas, dos cantores,
dos filósofos e coisas do gênero, cujos artistas enchiam
e movimentavam o átrio do palácio para oferecer-lhes
uma noite divertida. Sua alma queria conhecer a Cristo
naquela noite. Ela tentava atrair o seu marido à nova vida
Atos 24:24: E, depois de alguns dias, vindo
Félix com a sua mulher, Drusila, que era
judia, mandou chamar a Paulo, e o ouviu
com respeito a fé em Cristo Jesus.
A fé em Jesus Cristo para aquele político consistia em (1)
justiça- que ele não estava executando corretamente;
(2) domínio próprio - o que os acertava em cheio, em
função da vida sensual que levavam; (3) juízo vindouro
- do trono branco, quando Deus julgará a todos os
homens da terra. Logo, ele estava falando da obra do
Espírito Santo que nos convence do pecado (sobre o
domínio próprio), da justiça e do juízo vindouro. Eles
não puderam suportar as suas palavras e deixaram
asua salvação para depois, como todos os Herodes.
Esta ocasião que Félix esperava jamais aconteceu. Sua
mulher e seu filhinho Agripa morreriam soterrados pelo
vulcão Vesúvio, e ele seria deposto. O juízo pronunciado
por Paulo se cumpriu
Atos 24:25: E ele, discorrendo sobre a jus­
tiça, o domínio próprio e o juízo vindouro,
Félix ficou atemorizado e disse: “Por agora,
podes ir; em ocasião favorável, certamente
te C h am arei” . (Cl5:23;At 10:42!
578
24:26
A avareza de Félix revelava a sua vida de injustiças.
Paulo perdeu dois anos de seu precioso tempo preso
inocentemente, quando os próprios judeus que o
acusavam já o haviam esquecido na prisão. Josefo
nesse tempo tinha aproximadamente 23 anos de
idade, e havia começado u ma luta para libertar alguns
sacerdotes que estavam presos no mesmo lugar onde
Paulo estava. Somente em 64, com a ajuda de Pompéia,
esposa de Nero, é que ele conseguirá a absolvição desses
sacerdotes. Eles foram vítimas de Félix, aos quais ele não
conseguiu extorquir. Ali permaneceram como Paulo.
Depois do julgamento diante de Festo, Paulo seguiu para
Roma, e anos mais tarde deve ter tido mais contato com
Josefo, o qual regressou ajerusalém quando estava para
ser invadida pelo então general Títo
Atos 24:26: Esperava também ao mesmo
tempo que Paulo lhe desse dinheiro; pelo
que, frequentemente, o mandava chamar
para conversar com ele.
Dois anos e Paulo continuava preso. Para um homem
cheio de visão missionária, cheio do Espírito Santo,
aquele lugar era uma dupla prisão. As palavras ditas
acima pelo advogado de Ananias eram uma grande
mentira. Félix era odiado pelo povo judeu, e um
dos piores procuradores de Roma naquela região.
Governava com a alma de um escravo, tal como tinha
sido na sua infância e juventude, não fosse a bondade
da mãe de Cláudio dedicada àquele grego quesesentia
superior. Nos dias em que mantinha Paulo preso,
querendo extorqui-lo, alguém o acusava em Roma
de mau condutor dos negócios de Nero em Cesaréia.
Foi exonerado, mas Paulo continuou preso ali. Assim
como Cristo, agora Paulo se tomou instrumento de
satisfação política. Mas esses anos preso em Cesaréia
resultaram em grandes obras. Os grandes amigos de
Paulo estavam em Cesaréia, onde tinham completa
liberdade para visitá-lo. Dali, ele ainda pôde orientar
incursões missionárias pelo Mediterrâneo. Fisicamente
melhor, e estando em segurança, junto com amoderação
do ódio de seus inimigos, em função da sua prisão, lhe
trouxeram certa confiança. Assim, acompanhado de
seu médico, Lucas, Paulo o influenciou a escrever a
vida de Cristo. Assim, eles podiam levar o Evangelho
às igrejas da Ásia e a outros lugares onde o grego koinê
era conhecido. Mas, para um empreendimento como
este, Lucas precisava visitar os amigos, parentes
e testemunhas oculares dos acontecimentos que
envolveram o ministério de Cristo. Até que um dia, ali
mesmo em Cesaréia, Lucas conheceu um certo homem
chamado Teófilo, o qual se dispôs a pagar todos os
gastos daquele empreendimento. Em aramaico, Mateus
já havia escrito a história do ministério de Cristo aos
judeus cristãos. Desde que Marcos havia saído com
Barnabé para Chipre, o seu livro, que narrava a história
dejesus, fora terminado. Agora era a vez de Lucas. Em
Cesaréia, o local era estratégico! Baseado em duas outras
narrativas, Lucas poderia ordená-las, e, procurando as
testemunhas oculares, certamente faria um trabalho
melhor (Lc 1:4). De Cesaréia tinha como viajar a Éfeso,
e falar com Maria e dar detalhes que nem Mateus nem
Marcos puderam registrar. Com a ajuda deTeófilo, ele
24:27
pôde então escrever um relato histórico perfeito. Tendo
estado com Tiago, Pedro, Maria e os parentes de Jesus,
poderia deixar como legado a grande e maravilhosa
história da vida de Cristo. Ninguém melhor do que
Maria e Elizabete para narrarem os acontecimentos
que mudaram a História da humanidade. Benditos dois
anos! (Lc 2:19). Nos relatos de Lucas, Paulo se inspirou
ao escreveraos Gaiatas (4:4). Observe que quando
Paulo chegou a Cesaréia, Filipe já estava morando ali.
Certamente os dois, Lucas e Filipe, tiveram grandes
conversas sobre o assunto, e isto deu origem a outro
livro: Atos dos Apóstolos
Atos 24:27: Mas, quando cumpriu-se um
biênio, Félix foi sucedido por Pórcio Festo;
e querendo Félix agradar os judeus, deixou
a Paulo preso. (AtÍ23;25:l,4,9,14;23:35)
Atos, capítulo vinte e cinco (25)
Paulo perante Festo. Mesmo tendo passado mais de
dois anos, o rancor dos judeus contra Paulo ainda
perdurava. Era espantoso para os gentios, a quem os
judeus consideravam pagãos, aquele ódio entre os
próprios irmãos. Seu nome Pórcio Festo: descendente
de senadores da grande Roma, homem nobre, firme.
Depois de seu descanso merecido, foi ajerusalém,
onde muitos assuntos pendentes o esperavam
Atos 25:1: Tendo, pois, Festo entrado
na província, depois de três dias, subiu de
Cesaréia ajerusalém .
A liderança civil e a liderança religiosa queriam a
morte de Paulo. Este estava preso sem ter sido julgado.
Deus, nas mãos dos gentios, o guardava seguro,
como Judá em Babilônia. Quem eram aqueles que
se queixavam? Segundo a História, o novo sacerdote
nomeado seria Ismael, filho de Fabi, nomeado pelo rei
Agripa II. O ódio contra Paulo ainda perdurava depois
de dois anos. Esperavam que o governador lhes desse
uma prova de amizade: a remessa de Paulo a seus
tribunais. Segundo o direito romano, a causa de um
tribunal imperial não podia ser remetida para outro
tribunal
sem o consentimento do acusado
Atos 25:2: Os príncipes dos sacerdotes e
os judeus mais em inentes, apresentando-
se diante dele, fizeram-lhe queixa contra
Paulo, rogando-lhe u24.-1
Em Cesaréia, Paulo lembrou-se do que escreveu à
igreja de Tessalônica e naquele momento as orações
da igreja estavam sendo respondidas a tempo. 2
Tessalonicenses 3:1-3: “Finalmente, irmãos, orai por
nós, para que a palavra de nosso Senhor seja difundida
livremente e seja glorificada, tal como sucedeu entre
vós; e para que sejamos livres dos homens perversos
e malignos; porque a fé não é de todos os homens.
Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará evos livrará do
maligno”
Atos 25:8
Atos 25:3: e pedindo-lhe como favor
contra ele que o reenviasse a Jerusalém,
arm ando ciladas para arrebatá-lo pelo ca­
m inho. (At 23:12,15}
Este acontecimento é uma prova de que Deus está no
controle de todos os poderes e de todas as instituições,
as quais são usadas segundo o seu propósito. Observe
que os príncipes dos sacerdotes mentiam, e os
romanos falavam a verdade
Atos 25:4: Mas Festo, em verdade, res­
pondeu que Paulo estava detido em Ce­
saréia, e que ele mesmo em breve partiria
para lá. (At24:23)
A nova convocação para o julgamento final de Paulo,
antes de sua ida a Roma, será umaocasião em que Paulo
será declarado inocente; mas ele já havia apelado a
César, com o objetivo de chegará realização de seu
grande sonho
Atos 25:5: “Portanto, disse ele, aqueles
que dentre vós tem procuração, desçam
comigo, e se houver nesse hom em algum
crime, acusem-no”.
O tempo determinado por Deus chegou, e os
acontecimentos em Roma preparam a sua chegada,
razão pela qual Deus o fez esperar dois anos na prisão
de Cesaréia. Ou Paulo estava adiantado no seu trabalho,
ou Deus ainda preparava ocasião para a sua chegada
em Roma. Mas Deus estava provando que somente
ele comanda o destino do sistema do mundo. Jesus
previu esse tipo de circunstância quando os seus servos
comparecessem diante dos tribunais
Atos 25:6: E tendo-se demorado entre eles
não mais de oito ou dez dias, desceu a Cesa­
réia; e, no dia seguinte, sentando-se no tri­
bunal, ordenou que trouxessem a Paulo.
O espírito que atuou nos dias de Cristo era o mesmo
que, quase trinta anos depois, ainda reinava na Judéia.
Parecia uma reconstituição dos mesmos crimes que
cometeram contra Cristo: graves acusações sem provas
Atos 25:7: E, comparecendo ele, os judeus
que haviam descido de Jerusalém puseram-
se ao seu redor, alegando contra ele muitas
e graves acusações, que não podiam provar.
(Mc 15:3; Lc23:2,10; At24:5,131
Nem contra a lei cumprida em Cristo, nem contra o
templo, hoje em ruínas, nem contra César, que hoje
é apenas um personagem polêmico da História, nem
contra Deus, ele havia pecado. Paulo, como Cristo,
considerava o Sinédrio desautorizado por Deus para
avalizar a sua doutrina
Atos 25:8: Mas Paulo respondeu em sua
579
25:9
d efe sa: “ N e m c o n tr a a Lei d o s ju d e u s , n e m
c o n tra o S a n tu á rio , n e m c o n tra C é sa r te n h o
c o m e tid o p e c a d o a lg u m ” . (At6:13;24:12;28:17)
Paulo !embrou-se de seu sobrinho e dos avisos de seus
familiares sobre as emboscadas que os judeus lhe
preparavam, e apelou para César. O que eles queriam
que ele fizesse em Jerusalém, Jesus já havia feito por ele.
Mesmo na presença de Pilatos, Jesus foi morto. Aida de
Paulo a Roma era inegociável
A tos 25:9: F esto , p o ré m , q u e r e n d o g a n h a r
fav o r d o s ju d e u s , re s p o n d e n d o a P a u lo , d is­
se: “ Q u e r e s s u b ir a J e ru s a lé m , e s e r ju lg a d o
ali, p e r a n te m im , a re s p e ito d e s ta s c o is a s ? ”
I.At24:27;25:20)
Ao apelar para César, sua viagem para Roma estaria
garantida. Nunca mais os judeus o veriam ali. Festo, tal
como Pilatos, sabia que ele era inocente. Ao entregá-
lo ao tribunal de César, Festo estava cumprindo os
desígnios de Deus em favor dos gentios
A tos 2 5 :1 0 : P a u lo lh e d isse: “ D ia n te d o
tr ib u n a l d e C é s a r e s to u , o n d e c o n v é m q u e
e u seja ju lg a d o ; n e n h u m m a l fiz c o n tra os
ju d e u s , c o m o tu ta m b é m o sa b e s m e lh o r d o
q u e n in g u é m .
A falta de provas da acusação dos judeus o liberou para
ser julgado como um cidadão romano, e não como um
filho de Israel, diante da qual ele estava limpo. Paulo
escreve, em 2 Coríntios 6:3, que devemos viver “sem
darmos, em coisa alguma, nenhum motivo de tropeço,
para que o nosso ministério não seja desacreditado”.
Quais são os motivos de créditos do ministério, para
que a graça não seja em vão? Em (1) muita paciência - a
paciência é o tempo da geração do discípulo; (2) em
aflições - são as provações que premiam a perseverança
do discipulado; (3) em necessidades - são os motivos
que provam a confiança no Deus provedor e não no
homem; (4) em angústias - as angústias mantêm a
necessidade de oração e comunhão com Deus quando
o obreiro relaxa na sua intimidade espiritual; (5) em
açoites - (injustamente) são as marcas emocionais
ou físicas que mostram a capacidade de perdoar do
ministro; (6) em prisões - são os tempos de total
dependência da justiça e da operação divina, quando
os homens pensam que estamos nas mãos da justiça
humana, mas que verdadeiramente estamos nas mãos
de Deus; (7) em tumultos - (por causa da pregação) são
os motivos pelos quais nossa obra se toma conhecida e
chega a todos os cidadãos, razão pela qual Deus divulga
a sua obra; (8) em trabalhos pesados - quando o obreiro
não quer ser motivo de escândalo para os ricos que
crêem que o ministério não é um trabalho digno, como
Paulo experimentou em Tessalônica; (9) em vigílias - o
jejum da alma do ministro; (10) em jejuns - o jejum
do corpo em relação às iguarias deste mundo, a fim
de (a) soltar as ligaduras da impiedade; (b) desfazer
as ataduras do jugo; (c) despedaçar o jugo; o jejum do
580
Atos 25:11
ministro é alimento do necessitado (ls 58:6,10). O jejum
correto biologicamente deve começar às sete da noite
e terminar às sete da noite do outro dia, pois o relógio
biológico começa com o processo de alimentação às
onze da manhã e vai até as sete da noite. O processo de
absorção começa às sete e termina às três da manhã;
daí começa o processo de eliminação, que vai até as dez
da manhã. Quando um ministro deixa de comer pela
manhã e “entrega” o seu jejum ao meio-dia, não faz
jejum, mas se alimenta corretamente; (11) com pureza
- é a manifestação exterior daquilo que o ministro vive
nas suas quatro paredes; é a ausência completa de
malícia com todo o discernimento; (12) com ciência
- é o maior depósito que o ministro leva consigo, o
qual ninguém pode arrebatar-lhe, pois o leva consigo
e gera compreensão na hora da provação; (13) com
longanimidade - é o amor ministerial do ministro sendo
alongado diante de seu inimigo; (14) com mansidão
- é o amor do ministro respondendo às ofensas; (15)
com o Espírito Santo - é a prova da humilhação doeu
ministerial, para que o Espírito Santo seja manifestado
plenamente, sem bloqueios; é o senhorio que habita em
nós e que por ele todas as decisões são tomadas e todos
os propósitos que glorificam a Deus são executados,
por quem todos os dons são dados e manifestados; por
quem todos os prodígios são aprovados, em nome de
Jesus; (16) com amor não fingido - é o amor sacrificial
disposto a tudo poramoraumaalmaouaum corpo
eclesiástico; é o amor que se dá sem esperar retorno, que
ama incondicionalmente e comprova a ausência total de
hipocrisia; (17) com a Palavra da verdade - é a medida
correta de todas as conexões universais da fé; sem ela a
heresia se manifesta; é o guia-mestre por onde o Espírito
Santo nos conduz; são os estatutos perpétuos de Deus
que devem ser guardados, obedecidos, cumpridos,
amados e meditados; é o único meio de prosperar sem
traumas, sem decepções, sem frustrações ministeriais;
(18) com poder de Deus - são os sinais que seguem o
trabalho do ministro após a pregação do Evangelho, é a
comprovação da presença de Deus no seu ministério;
(19) por meio das armas da justiça, à direita e à esquerda
- são aquelas armas de defesa e de ataque que estão
disponíveis na armadura de Deus: tais como a espada
do Espírito e o escudo da fé (esquerda e direita); (20)
porhonra-com reconhecimento, com atenção, com
hospitalidade, com assistência, com previdência, com
preeminência, com privacidade, com justiça, com
dobrado salário, com direitos satisfeitos, com acessos,
com consideração, com gratidão, com cidadania; (21)
por desonra- sem reconhecimento, sem atenção, sem
hospitalidade, sem assistência, sem previdência, sem
preeminência, sem privacidade, sem justiça alguma,
com injusto salário, sem nenhum direito satisfeito, sem
acesso, sem consideração, sem gratidão, sem cidadania;
(22) por infâm ia-é o meio usado por Deus para nos
divulgar; (23) por boa fama - que não toma o lugar de
Cristo; (24) como enganadores - é o último adjetivo com
o qual nos brinda o invejoso, (25) porém verdadeiros
- e s ta é a verdadeira imagem que os domésticos da fé
têm de nós; (26) como desconhecidos - dos homens;
(27) porém, bem conhecidos: dos fiéis, dos anjos de
Deus, de Deus, de Satanás e de seus demônios; (28)
25:11
como moribundos- “como” sem sê-lo, com propósitos
bem dirigidos e específicos; (29) mas eis que vivemos -
guardados, cheios de saúde, em contraste àqueles que
vivem regaladamente mas enfermos e quase mortos;
(30) como castigados -p o r uma causa nobre (não por
pecado), em lugar ou em favor de outros; (31) mas não
mortos - a prova de que Deus está no controle da vida
do ministro e que ninguém pode tirar a sua vida, se a sua
missão não estiver concluída; (32) como pesarosos-por
causa dos desafios, da continuidade do trabalho, das
más notícias, das aparentes derrotas, das desistências,
de todas as palavras negativas vividas e descritas neste
texto; (33) mas sempre regozijantes - n a esperança
de um galardão na eternidade; (34) como pobres - na
condição de pobres, as idéias são sem interesse, os
gastos são menos, a humildade tem oportunidade de
fazerasua obra; (35) mas enriquecendo a muitos -
ajudando outros a crescerem, a prosperarem, servindo
e produzindo, sendo os próprios idealizadores e
produtores, mas sem nenhum direito, sendo servos;
(36) como não tendo nada - neste mundo; (37) mas
possuindo todas as coisas - em todos os lugares,
usufruindo de lugares, cidades, situações, alimentos,
posições, etc., pelos quais muitos milionários pagariam
fortunas para desfrutá-los. Paulo mostra que sempre
está disposto a falar, a pregar, a aconselhar, a revelar. O
coração dilatado era o campo que aigreja de Corinto
tinha para habitar: um campo de afeto apostólico. Não
lhes faltaria revelação, não lhes faltaria afeto sincero (2
Co 6:1 -10). Como o acusado também podia valer-se do
recurso de apelação durante o próprio processo, Paulo
apelou a César. Este ato retirava o poder daquele tribunal
em Cesaréia de sentenciar-lhe qualquer condenação ou
absolvição. Restava a Festo conduzir Paulo a Roma sob
custódia militar, mas estava envergonhado porque Paulo
percebeu que queria o favor dos judeus a sua custa
A to s 2 5 :1 1 : Se, pois, sou malfeitor, ou te­
nho cometido alguma coisa digna de morte,
não recuso morrer; mas se nadá há daquelas
coisas que estes me acusam, ninguém pode
entregar-me a eles querendo o seu favor;
apelo para César! (At26:32;28=ífy h a s )
Embora Festo tenha se sentido grandemente ofendido
pela apelação de Paulo, que, depois de mais de dois anos
vivendo a indecisão das autoridades romanas, acabava
declarando a incapacidade de Félix e de Festo em
resolver aquele assunto, por capricho político; ao apelar
a César, tanto os líderes religiosos como os políticos
ficaram frustrados. Como cidadão romano, ele tinha
o direito de apelação a César. Esta frase se tornou um
provérbio conhecido em toda a História
A tos 25:1 2 : Então Festo, depois de ter con­
sultado o Conselho, respondeu: “Apelaste
para César; para César irás”.
( 1 )0 fato de Paulo estar preso por dois anos lhe pesava
duramente. Com o mesmo tempo dedicado à obra
missionária, pensava, poderia fazer muito mais ainda
pelo Evangelho em outras regiões. Mas Deus o estava
Atos 25:15
Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos
guardando, pois estava a ponto de ser morto pelos
judaizantes, que o perseguiam de perto. Às vezes, o
ministro super ativo não percebe o carinho de Deus
por ele e pelos seus discípulos amados! Sob a guarda
de Roma, em frente àquele lindo mar, Deus o mantinha
quieto, onde estava sendo bem cuidado pela sua
provisão como nenhum outro apóstolo de seu tempo.
Este Herodes Agripa II (27-100 d.C.), irmão deDrusila,
tinha uma irmã chamada Berenice. Quando o seu pai
morreu, ele foi levado para Roma para ser educado na
coorte real. Ele recebeu de Cláudio o principado de
Cálcis, no Líbano, e não nas províncias que somavam
o reino de seu pai. Depois Nero interveio para que
ele aumentasse os seus domínios ao norte. Berenice
era uma mulherfrustrada, depois de várias aventuras
sentimentais. Vivia à custa de seu irmão. Sua reputação
de mimada, dadaaoluxoedeesperta cortesã era
conhecida por todos. (2) A chegada do rei Herodes
Agripa II, em sua visita ao novo procurador por ele
mesmo indicado, de grande influência em Roma, foi
de grande ajuda naquele assunto. Embora Festo fosse
judeu de nascimento, era romano na cultura. Era de
sua competência nomear o sumo sacerdote e tinha o
direito de supervisionar o tesouro do templo. Fato que
levou muitos sacerdotes à prisão em Cesaréia nos dias
de Félix, seu antecessor. Berenice havia abandonado o
seu marido, Polémon, e, desde então, vivia à custa de seu
irmão, sob os mais diversos rumores. Estavam visitando
o palácio onde sua parenta Drusila vivera com Félix, e
onde o seu pai morrera comido por vermes
Atos 25:13: Passados alguns dias, o rei
Agripa e Berenice chegaram a Cesaréia, em
visita de saudação a Festo.
Estando no palácio real de Herodes, Paulo não podia
deixar de testemunhar tantos acontecimentos
marcantes. Até então os romanos não faziam diferença
entre cristianismo e judaísmo. Somente a partir de
Nero, e definitivamente (confirmado até os dias de
Domiciano), é que o Cristianismo começará a ser
oficialmente perseguido, por volta de 65 d.C. Paulo
foi deixado por Félix porque este quis agradar os
judeus depois de um confronto entre gregos e judeus,
quando os judeus tiveram as suas casas incendiadas.
A liberação de Paulo naqueles dias aumentaria a
rixa entre as autoridades romanas e os judeus; a
insatisfação dos judeus havia chegado a Roma e este
acontecimento custou a destituição de Félix (60 d.C.).
Festo, no meio de suas conversações com o rei Agripa
II, acabou compartilhando o motivo da sua grande
preocupação: Paulo
Atos 25:14: Como se detiveram ali muitos
dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo,
dizendo: “Há um certo hom em que foi dei­
xado nas prisões por Félix, ÍM24.-27)
Festo põe o rei Agripa II em dia com
os últimos acontecimentos
Atos 25:15: a respeito do qual, estando
eu em Jerusalém, os príncipes dos sacerdo-
581
v
25:16
tes e os anciãos dos judeus compareceram
diante de mim, pedindo sentença contra
e le ; (At24:I;25:2J
Festo confirma a sua confiança na ética
do direito penal romano
Atos 25:16: aos quais contestei, pois não é
costume dos romanos condenar a nenhum
homem por favor, antes que o acusado te­
nha diante de si a seus acusadores, e tenha
tido oportunidade de se defender da acusa­
ção. (At25:4,5)
A suspeita de Festo foi frustrada segundo
o seu próprio testemunho
Atos 25:17: E, reunindo-se, pois, aqui,
sem demora, sentei-me no tribunal no dia
seguinte e mandei que trouxessem o ho­
mem; (At25:6,10)
Atos 25:18: contra quem, levantando-se
os acusadores, não trouxeram acusação
alguma dos delitos que eu havia suspei­
tado;
Neste ponto, Agripa II se interessou. Herodes Agripa II
fazia parte de uma dinastia de reis que matou inocentes,
degolou um profeta, matou um apóstolo, injuriou a
Cristo e agora detinha a Paulo. Ao ouvir falar que Paulo
estava associado ajesus, seu interesse foi despertado
Atos 25:19: senão que tinham contra ele
certas questões a respeito da sua própria
religião, e concernente a um tal Jesus, já
morto, a quem Paulo afirmava estar vivo.
(At 18:15;23:29)
Festo não sabia que um novo motim
seria preparado pelos judeus
Atos 25:20: E estando eu perplexo a res­
peito da investigação de tais coisas, pergun­
tei se não queria ir a Jerusalém, e ser julgado
ali sobre estas coisas. (At25:9)
Do mesmo modo como nos dias do julgamento
dejesus Cristo, um rei Herodes agora Agripa II estava
curioso para conhecê-lo
Atos 25:21 : Mas, fazendo Paulo apelação
para que fosse reservado ao juízo do Impe­
rador, mandei que fosse guardado até que o
enviasse a César”. (M25:i i, 12)
Paulo se tornou motivo de cortesia entre Festo e Agripa.
Como aconteceu com Herodes, que estava curioso
para conhecer ajesus, o rei Agripa não escondia a sua
Atos 25:26
ansiedade por ouvir a Paulo
Atos 25:22: Então Agripa disse a Festo:
“Eu bem quisera ouvir esse hom em ”. En­
tão, disse-lhe: “Amanhã o ouvirás”. /Atç.-isi
Não seria uma audiência, mas uma grande festa social
em homenagem ao rei, no salão nobre do palácio, na
qual as autoridades civis, judiciais e militares estariam
presentes. Todos vestidos conforme a sua nobreza,
especialmente Berenice, em meio às outras divas, diante
de um simples homem vestido discretamente e atado
às correntes em um dos soldados da coorte romana de
Cesaréia
Atos 25:23: No dia seguinte, pois, vieram
Agripa e Berenice, com muita ostentação,
e entraram na audiência com os chefes mi­
litares e varões de excelência da cidade;
então, por ordem de Festo, trouxeram a
Paulo. (At25:13;26:30)
Festo, justificando-se naquela noite de gala, onde
os nobres estavam reunidos diante de um simples e
inocente prisioneiro, trata de mostrarantecipadamente
a sua sentença diante de todos, revelando a todos a razão
por que Paulo estava ali
Atos 25:24: Então, Festo disse: “Rei Agri­
pa, e todos varões que estais presentes co­
nosco, vedes a este, acerca de quem toda a
multidão dos judeus dirigiu-se a mim, tanto
em Jerusalém com o aqui, clamando que
não convinha que ele vivesse mais. tAt22:22;
25:2,3,7)
Festo mostra que deu a sua sentença, mas não revela
que a sua decisão foi tomada depois que Paulo apelou
para César
Atos 25:25: Eu, porém, achei que ele não
havia praticado nada digno de morte; mas,
havendo ele mesmo apelado ao Imperador,
determinei enviar-lho. (At23:9,29;20.31,32)
A anuência de Agripa II, em conjunto com Festo, será
de grande ajuda na redação da carta a ser enviada ao
Imperador
Atos 25:26: A respeito do qual não tenho
nenhuma coisa certa a escrever a m eu se­
nhor. Por isso 0 tenho apresentado diante
de vós, maiormente diante de ti, ó rei Agri­
pa, para que, depois de feita a investigação,
tenha alguma coisa que escrever.
Até agora Paulo estava diante de seus magistrados, e
depois de dois anos ainda não havia nenhuma acusação
contra ele. Ao ser enviado a César, Festo certamente
582 | H
25:27
contariana redação do parecer com a ajuda de Agripa II
Atos 25:27: Porque não m e parece razoá­
vel enviar um preso, sem notificar as acusa­
ções que há contra ele”.
A to s , c a p ítu lo v in te e s e is ( 2 6 )
Paulo perante Agripa. Na sala oval do palácio de
Herodes, onde grandes acontecimentos da História se
desenrolaram, Paulo era o pregoeiro da justiça. Sentados
diante dele, os representantes de Roma (At 9:15). O
ambiente era requintado, onde os servos serviam o
melhor que havia da culinária e, depois de alguma
música, entrou o prisioneiro, a estrela da festa. Agripa
levantou a mão e a música cessou, e o rei autorizou Paulo
a iniciar a sua defesa. Paulo, vestido conforme a ocasião,
segundo o conselho dos serviçais da prisão, levantou as
mãos e as correntes fizeram o seu barulho peculiar. Ele
se ajeitou, adaptou-se a elas arrastando-as com os pés;
o soldado ora se aproximava, ora se distanciava, e ele
começou a falar diante dos olhos curiosos da platéia
Atos 26:1 : E Agripa disse a Paulo: “Tens
permissão para falar em tua defesa”. Então
Paulo, estendendo a mão, com eçou a sua
d e f e s a : (At 9:15;25:22j
Ele olhou para as correntes, depois de levantar as mãos,
e fez-se silêncio. A primeira palavra: “Considero-me
feliz”. Ele haveria de terminar o seu sermão usando as
correntes como sinal de bom humor, apesar de tudo
Atos 26:2: “Considero-me feliz, ó rei Agri­
pa, que diante de ti possa fazer hoje a minha
defesa a respeito de todas as coisas de que
sou acusado pelos judeus;
Paulo, naqueles dias, sabia que Lucas já tinha concluído
o seu evangelho e sonhava concluir o livro de Atos. Paulo
deixa claro aos ouvintes quem é Agripa. Revela a todos
que ele não ignorava as palavras que iria falar. Quem
ouve a Palavra de Deus pela primeira vez, precisa de
paciência, mas quem já a experimentou, não necessita
de paciência, necessita de mais tempo
Atos 26:3: maiormente, porquanto és ver­
sado em todos os costumes e questões que
há entre os judeus; pelo que te rogo que me
ouças com paciência. (At6:14;25i}Q;26:7)
Paulo relata quem é; revela detalhes de sua vida
pessoal desde a sua mocidade, apelando para
quem quiser investigar a verdade, sobre a qual ele
testemunha entre o seu povo em Jerusalém, onde
tinha vários parentes e onde foi criado. Em outro
testemunho, ele disse: “eu sou judeu, nascido em
Tarso da Cilicia, mas criado nesta cidade. Então,
instruído aos pés de Gamaliel, conforme a precisão da
Lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim
como o sois todos vós no dia de hoje” (At22:3)
Atos 26:9
Atos 26:4: A minha vida, em verdade, des­
de a juventude, como desde o princípio ob­
servei entre a minha nação, e em Jerusalém,
todos os judeus a conhecem , (GU:i3,i4;Fp3:S)
Roga que procurem conhecer se de fato viveu como
fariseu, dizendo de si mesmo que uns são, e outros vivem
como tal, até que conheçam a Verdade. Diz que conhece
a respeito daquilo que versa, e que não é um curioso sem
fundamento
Atos 26:5: os quais têm conhecim ento
desde o princípio, se quiserem dar teste­
m unho, que segundo a mais severa seita
da nossa religião, eu vivi fariseu. (At23:ó;22:3;
Fp3:5j
Paulo reveia porque está sendo julgado: por causa da
promessa messiânica feita a seus pais, coisa que Agripa
conhecia; pois viveu ali, antes de ser enviado à corte
romana para ser educado segundo a realeza
Atos 26:6: E agora me apresento para ser
julgado por causa da esperança da promessa
dada por Deus a nossos pais: (At23:6; 13.32; Rm
15:8; Tt2:l3j
A promessa é também a mesma esperança das doze
tribos de Israel, não somente um privilégio dos judeus.
Se eles mesmos tentam impedir esse privilégio aos
seus irmãos já dispersos pelo mundo, quanto mais não
o fariam contra os gentios, a fim de que também não
alcançassem a graça de Deus
Atos 26:7: a qual as nossas doze tribos, ser­
vindo fervorosamente a Deus, dia e noite,
esperam alcançar; é quanto a esta esperan­
ça, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus.
(Tgl:l; ! I's3:10; 1 Tm 5:5;
Que promessa? Que esperança é essa? A ressurreição
dos mortos. E isto mexia com Festo, pois, como amigo
dos saduceus, era aristocrata. Não cria nem em anjo nem
em ressurreição. Ele estava inquieto, movia-se, bebia,
e queria dar um grito. Paulo olhou para ele, e Agripa
baixou o olhar. Então, Paulo perguntou:
Atos 26:8: Por que se estima como algo
incrível entre vós que Deus ressuscite os
mortos?
Paulo demonstrou que não valia a pena levantar-se
contrajesus. Ele disse que assim como ele, outrora,
eles também poderiam converter-se a Cristo. Paulo
aprendera muito das duras lições de sua pregação em
Atenas. Ele estava tendo a oportunidade de provar que o
pregador pode melhorar sua mensagem
Atos 26:9: Eu, verdadeiramente, pensava
comigo mesmo que devia fazer muitas coi-
583
26:10
sas contrárias ao nome de Jesus, o Nazare­
no; (Jo 16:2; 1 Tm l:13;Jo 15:21)
Ele se lembrou daqueles dias vergonhosos, como
algo necessário, pois eles estavam vivendo no mesmo
estágio, e desse ponto poderiam ser redimidos. Ele
também justificou a prisão de muitos sacerdotes que
com ele também estavam presos no mesmo lugar. Fato
que levou Josefo a seguir para Roma, a fim de absolvê-
los. Muitos daqueles sacerdotes estavam presos e não
sabiam o motivo. Paulo sabia. Paulo revela como se pode
perder um voto, e lembra-se de Estêvão novamente.
Atos 22:4,5: “E persegui este Caminho até a morte.
Então, algemando e metendo em prisões tanto a homens
como a mulheres, do que também o sumo sacerdote me
é testemunha, e assim todo o conselho dos anciãos; e,
tendo recebido destes cartas para os irmãos, seguia para
Damasco, com o fim de trazer algemados ajerusalém
aqueles que ali estivessem, para que fossem castigados”
Atos 26:10: o que eu também fiz em Jeru­
salém, encerrando a muitos dos santos nos
cárceres, depois de ter recebido autoriza­
ção da parte dos príncipes dos sacerdotes;
e, quando era para arrebatá-los, eu também
dava o meu voto contra eles; (At8:3; G ii.i3 ;A t
9:14,21)
Paulo estava contrito em meio a todas as
circunstâncias. Não se entregava a elas. Ocupava-se de
todas as formas para servir a Deus, a fim de compensar,
pela pregação do Evangelho, o seu erro. Em outro
lugar, ele testemunhou que muitos como ele estão no
erro, pensando que estão fazendo um serviço a Deus.
Ele diz que a essas pessoas, Deus lhes dará um meio de
escape, a fim de que conheçam a verdade mediante a
sinceridade no coração deles
Atos 26:11 : e por todas as sinagogas, mui­
tas vezes, castigando-lhes, obrigava-os
a blasfemar; e, sobremaneira enfurecido
contra eles, perseguia-os até nas cidades
vizinhas.
Paulo declara, indiretamente, aos seus ouvintes aquilo
que somente os governadores sabiam a respeito dos
sacerdotes. Pois, como a discussão entre o governador,
o rei e os sacerdotes tinha como motivo principal o
abastado tesouro do templo, as palavras de Paulo
colocavam mais e mais combustível naquela luta que
acabaria finalmente com avinda do general Tito
Atos 26:12: Na m esma comissão, indo
a Damasco, após receber procuração dos
príncipes dos sacerdotes, (At 9:3;22:6)
Paulo também viu o Cristo transfigurado que Pedro,
Tiago e João viram. Em Atos 9:3, ele não revela o
momento. Aqui, ele revela o momento da revelação
de Cristo. Atos 9:3: “Mas, seguindo ele viagem e
aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou
A tos 26: is
um resplendor de luz do céu”. Aqui ele acrescenta que
aqueles que estavam viajando com ele foram cercados
pelo esplendor. Observe o que ele disse em Atos 22:6:
“Aconteceu, porém, que, quando caminhavaeia
chegando perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente,
do céu brilhou ao meu redor uma grande luz”. Esta
luz excedia o resplendor do sol. Atos 22:9: “E os que
estavam comigo viram, em verdade, a luz, mas não
entenderam a voz daquele que falava comigo”
Atos 26:13: ao meio-dia, pelo caminho, ó
rei, eu vi uma luz do céu, mais resplande­
cente do que o sol, brilhando ao redor de
mim e dos que iam caminhando comigo.
Qualquer homem chamado desde o ventre de sua mãe
cai diante da luz da sua Salvação; qualquer homem
chamado ouve a voz que o chama pelo seu nome,
revelando o seu ato rebelde, contrário ao seu propósito
(At 9:4b). Triste momento aquele em que se deu conta
de que havia pedido cartas para perseguira Cristo! Ele
teve de aprender bem cedo que aquele que persegue
algreja de Deus está perseguindo a Cristo. Atos 9:4:
“Então, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia:
Saulo, Saulo, por que me persegues?”. O acréscimo.
Aqui, Deus o estava tratando como a um cavalo
Atos 26:14: E, como todos caíram por ter­
ra, ouvi uma voz dizendo-m e em língua
hebraica: Saulo, Saulo, por que me perse­
gues? Duro é para ti recalcitrar contra os
agUilhÕeS. (At9:7;21:40)
Atos 9:4: “Então, caindo por terra, ouviu uma voz que
lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Em Atos
22:7, temos: “Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia:
Saulo, Saulo, porque me persegues?”. Quando o homem
se coloca na posição de ataque às coisas de Deus, Ele
começa a tratá-lo como a um cavalo (At 9:5). Ele soube
bem cedo que somente o Senhor tinha poder para lançá-
lo ao chão, e que Cristo é a cabeça da Igreja, embora o
seu corpo estivesse ainda, em parte, na terra. Em Atos
9:5: “Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu
o Senhor: Eu soujesus, a quem tu persegues”. Lucas,
em Atos 22:8, acrescenta: “O Nazareno”. Atos 22:10:
“Então disse eu: Senhor que farei? E o Senhor me disse:
Levanta-te, e vai a Damasco, onde se te dirá tudo o que te
é ordenado fazer”. Atos 9:8: “Saulo levantou-se da terra
e, abrindo os olhos, não via coisaalguma; e, guiando-o
pela mão, conduziram-no a Damasco”
Atos 26:15: Então eu disse: Quem és, Se­
nhor? E o Senhor respondeu: Eusoujesus,
a quem tu persegues;
Acréscimo com promessa. Aqui Lucas registra palavras
que não foram escritas nos outros textos (At 22:9-11).
Paulo evita uma série de informações que poderiam
complicar a sua situação. Atos 9:12-14: “E viu em visão
um homem chamado Ananias entrar e (1) impor-lhe as
mãos, para que recuperasse avista. Respondeu Ananias:
Senhor, a muitos ouvi acerca desse homem, quantos
584
26:16
males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui tem
poder dos principais sacerdotes para prender a todos os
que invocam o teu Nom e”
Atos 26:16: mas, levanta-te e põe-te em
pé, porque para isto te apareci, para te cons­
tituir ministro e testemunha, tanto das coi­
sas em que me tens visto, bem com o das
coisas nas quais te aparecerei; (At22:i5;Ez2:i;
Dn 10:1 li
Atos 9:15: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque
este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu
Nome perante os gentios, e os reis, e os Filhos de Israel;
pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer pelo
meu Nom e”. Aqui, novamente, Paulo evita revelar as
palavras de Deus a respeito de sua escolha por Deus
como sendo vaso de honra
Atos 26:17: livrando-te do povo e dos gen­
tios, aos quais eu te envio, tjr i.-s, ç;At22:2ij
Os benefícios do Evangelho completo: (1) olhos
abertos; (2) conversão à luz; (3) libertação do poder de
Satanás ao poderde Deus; (4) recebimento de remissão
de pecados; (5) santificação por meio de Cristo para
recebimento de herança - mais uma referência clara
a respeito da obra de santificação, cujo depósito foi
o sangue dejesus; (6) pela fé, mediante a pessoa do
pregador. Jamais Herodes, o tetrarca, que foi rei sobre
a Galiléia nos dias dejoão e dejesus, também chamado
Herodes Antipas, sequer sonhou que uma de suas
sementes daria uma festa no seu palácio somente para
ouvir um prisioneiro falar do amor dejesus. O doutor
Menaém, já velho, algum dia deve ter lhe falado sobre
este Jesus, pois havia sido criado com o tetrarca, mas
agora fazia parte do povo de Deus e servia, na ausência
de Paulo, em Antioquia (At 13:1)
Atos 26:18: para lhes abrires-os olhos, a
fim de que se convertam das trevas para a
luz, e da potestade de Satanás para Deus;
para que recebam remissão de pecados, e
herança entre aqueles que são santificados
mediante a fé em mim. (i Pe2:9;U i:77; is3S:S;
42:7;Ef5:8; Cl 1:13; Lc24:47; A12:38;20:32j
Uma palavra indireta a Herodes. Se o doutor e profeta
Menaém estivesse ali, ficaria orgulhoso de Paulo (At
13:1). Ele queria dizer que assim como Jesus se revelou
para ele, agora estava se revelando por meio de Paulo
para todos, especialmente para ele. Mas apelava para
que não fosse desobediente à visão da salvação
Atos 26:19: Pelo que, ó rei Agripa, não fui
desobediente à visão celestial,
Ele cumpriu a ordem dejesus registrada em Lucas
24:46-49: “E disse-lhes: Assim está escrito, e assim era
necessário que o Cristo padecesse, e que ressuscitasse,
ao terceiro dia, dentre os mortos; e que em seu Nome
fosse pregado a todas as nações o arrependimento e
A tos 26:23
a remissão dos pecados, começando por Jerusalém. E
vós sois testemunhas destas coisas. E eis que eu envio
sobre vós a promessa de meu Pai; mas, permanecei na
cidade dejerusalém, até que do alto sejais revestidos
de poder que vem do alto”. Não é coerente dizer que
Cristo é o Senhor se não praticamos obras dignas de
arrependimento. Hoje, são muitos que se fazem cristãos
e, com vergonha de declarar o nome Evangelho, se
dizem “gospels”, porque entre ser fiel à doutrina de
Cristo e ser “gospel” há muita diferença. Agripa queria
um evangelho mais “light”
Atos 26:20: mas, antes, anunciei primeira­
m ente aos de Damasco, e depois em Jeru­
salém, e por toda a terra da Judéia, e depois
também aos gentios, que se arrependes­
sem e se convertessem a Deus, praticando
obras dignas de arrependimento. (At 9:19 29;
22:17-20; 13:46; 9:15;3:19;Mt3:8;Lc3:8j
A reação do rei Herodes diferiu da reação dos outros
judeus ejudaizantes. Estes o queriam morto. Paulo não
estava falando a Festo, mas a Herodes, que sabia qual
era a diferença entre a doutrina de Cristo e a doutrina
dos judeus. Não fosse a apelação de Paulo, estaria livre
naquela noite. Paulo, no decurso de seu processo,
apelou a César, e isto tirava o poderde qualquer outro
tribunal condená-lo ou absolvê-lo
Atos 26:21: Por causa disto, os judeus
m e prenderam no Templo e procuravam
matar-me. iAt2 1.30,311
Paulo fala de sua perseverança e de seu testemunho
diante de todas as classes sociais, nada declarando além
daquilo que os profetas já haviam anunciado, e Herodes
Agripa II conhecia muito bem do que Pauio estava
falando
Atos 26:22: Tendo, pois, recebido ajuda
que vem de Deus, permaneço firme até ao
dia de hoje, testificando tanto a pequenos
com o também a grandes, sem dizer coisa
alguma fora das coisas que os Profetas e
M oisés disseram que havia de acontecer;
(At28:23: Lc24:27,44:24:1 -f/
Paulo também proclama, por meio dos profetas,
a doutrina da ressurreição. Isto mexia com Festo,
amigo dos saduceus aristocratas. Paulo disse que a luz
revelada em Cristo deveria alcançar não somente os
judeus, mas também os gentios. Isto queria dizer que
ambos os povos estavam nas trevas: uns na tradição
da Lei cumprida em Cristo e outros na mitologia do
paganismo
Atos 26:23: isto é, que o Messias ( “Cristo ”)
havia de padecer, e ele seria o primeiro que,
depois da ressurreição dos mortos, havia
de anunciar a luz ao povo e também aos
585
26:24
gentiOS”. ÍLc 24:26; Cl 1:18; M i26:24; 1 Co 15:20; Ap
l:5;Lc2:32)
As palavras de Paulo a Agripa atingiam a Festo. Este
cria mesmo que as letras podiam fazer os homens
delirarem. A esta altura, o vinho mexia com o
temperamento prudente de Festo, tornando-o mais
extrovertido, a ponto de fazê-lo gritar no salão de festas
do palácio
Atos 26:24: E, alegando deste modo em
sua defesa, Festo disse em alta voz: “Estás
louco, Paulo; as muitas letras te fazem de­
lirar”. (2 Rs 9:1 l;Jo 10:20:1 Co 1:23,1
Em outras palavras: “Eu não estou bebendo nada”.
Naturalmente, Paulo observava os servos do palácio
servindo, de quando em quando, vinho para seus
senhores
Atos 26:25: Mas Paulo disse: “Não deli­
ro, 6 excelentíssimo Festo, antes apregoo
palavras de verdade e em perfeito juízo. /At
23:26; 24:3)
Herodes estava envolvido com a sabedoria das palavras
de Paulo. Este exaltava a liberdade que lhe concedia e o
conhecimento que o rei tinha do assunto
Atos 26:26: Porque o rei, diante de quem
falo com liberdade, bem sabe estas coisas.
Estou persuadido de que nada disso ignora;
porque estas coisas não aconteceram em
qualquer rincão.
Ao perguntar se Herodes cria, ele mesmo responde
que sim. Esta é a condição de muitos: (1) crêem; (2) e o
“quase”. Como judeu, Agripa não poderia responder
publicamente que não, mas no seu coração, o judaísmo
era algo secundário para ele. O seu silêncio revelou que
sim. Mas Paulo o ajudou. O caminho alternativo que vai
do ouvido ao coração é longo quando o coração bloqueia
a via principal
Atos 26:27: Crês tu nos Profetas, ó rei Agri­
pa? Eu sei que crês”.
Herodes sabia a diferença que os romanos ainda
não sabiam, até que a mulher de César se converteu.
Herodes sabia em que consistia a doutrina dos judeus
e a doutrina de Cristo. As grandes conseqüências que
advêm da fé exigem preparo físico e espiritual; aqueles
nobres e gordos aristocratas somente sabiam aplaudir
os gladiadores, porque admiravam a sua persistência.
Baseado em eventos como este, Paulo escreveu aos
Romanos (cap. 7): “As coisas que quero fazer, estas não
as faço”. Ele falava da luta contínua que há em nós, entre a
carne e o espírito, para não fazer o que queremos”
Atos 26:28: Disse Agripa a Paulo: “Um
pouco mais, e m e persuadirias a fazer-me
cristão”.
Atos 26:32
Paulo profetiza e declara que seja por pouco ou por
muito, aquilo que se pregar a respeito da verdade do
Evangelho tem poder para transformar todos os seus
ouvintes. Pois ele não era o único privilegiado: mas todos.
Ele rogava que todos pudessem converter-se como ele.
Menos as correntes, pois elas só estavam nos braços de
Paulo e no coração dos aristocratas ali presentes, e elas
não fazem parte do Evangelho
Atos 26:29: E Paulo disse: “Por um pouco
ou por muito, rogaria a Deus que, não so­
mente tu, mas também todos quantos hoje
me ouvem, se tornassem tais qual eu tam­
bém sou - salvo estas cadeias”.
O grande pregador triunfou. Atenas foi apenas uma fase.
Roma o esperava. O Evangelho havia chegado ao topo do
Império e já fazia os nobres meditarem. Paulo iria dormir
e descansar, mas eles passariam uma noite pensando
Atos 26:30: E levantou-se o rei, e o gover­
nador, e Berenice, e os que com eles estavam
sentados; (At25:33)
Então, eles começaram a confidenciar entre si, assim
como Pilatos em relação a Cristo. Mais uma declaração
de inocência. As declarações de inocência o faziam mais
digno do altar
Atos 26:31 : e, ao se retirarem, falavam uns
com os outros, dizendo: “Este hom em não
fez nada que mereça a morte ou a prisão”.
(At23:29j
Mais uma vez, esclarecemos que o acusado, no
transcurso de seu processo, poderia apelar a César,
sendo um cidadão romano, o que tornava qualquer outro
tribunal incapaz de absolvê-lo ou condená-lo
Atos 26:32: Então Agripa disse a Festo:
“Podia-se dar a este homem a liberdade, se
não houvesse apelado para César”. íÁ t2 5 :ii;
28:18:
Atos, capítulo vinte e sete (27)
A quarta viagem missionária: sob os cuidados e gastos
do Imperador, Paulo faz a sua viagem missionária
mais cheia de aventura, na qual foi enviado a uma ilha
chamadaMalta, na qual evangelizou276 pessoas com
um poderoso testemunho. A unidade gerada nesta
viagem entre os soldados, prisioneiros e tripulação foi
tão grande que, já a caminho de Roma, depois de terem
permanecido três m eses em Malta, onde o Senhor fez
grandes obras por meio de Paulo e seus companheiros,
eles ainda ficaram sete dias na cidade de Régio (At
28:14). O embarque até Roma: O inverno ameaçava e
os prisioneiros perguntavam onde iriam invernar, pois o
caminho era longo. Sob o medo da viagem sem bússola,
quando as nuvens cobriam o céu pelas noites, quando os
tufões eram esperados, os presos, pouco a pouco, foram
586
27:1
transferidos para o navio mercante que, ancorado ali,
preparava-se para partir para Andramento, Mísia, região
da Ásia Menor, lugar bem conhecido de Paulo. Todos a
bordo comentavam sobre a possibilidade de encontrar
outro navio que fosse direto para a Itália
Atos 27:1: E, como se decidiu que navegás­
semos para a Itália, entregaram sob custódia
a Paulo e alguns outros prisioneiros a um
centurião cujo nome era Júlio, da coorte au­
gusta ( “exército im perial”). (At25:i2,2s: io .-i i
O cais foi tomado naquela tarde de setembro de 60
d.C. pela polícia imperial, com suas lanças, elmos
e escudos ao redor de dezenas de prisioneiros
políticos, divididos entre rebeldes, líderes de bandos,
e bandidos que eram esperados em Roma para
digladiarem com a morte que vivia na boca feroz dos
animais do grande Coliseu. Entre eles, Paulo de Tarso,
que, por sua suposta liberdade, era atado com uma
branda cinta de couro que, ligada a uma corrente,
facilitava os seus movimentos. Pois, na última hora,
antes de saírem para o cais, faltou corrente, então
o ataram no seu próprio cinto. Paulo se lembrou da
profecia de Ágabo. Ali estava o grande Aristarco,
companheiro de Paulo, um dos motivos da grande
acusação dos judeus em Jerusalém, razão pela qual
Paulo foi preso e levado para Cesaréia, e Lucas, o
médico. No início da viagem, Paulo observou o grande
e belo palácio de mármore de Herodes, onde havia
estado preso por tantos dias, desaparecendo diante
de seus olhos no horizonte. Ali, na pequena Cesaréia,
nasceria futuramente um novo centro administrativo
da igreja na Palestina
Atos 27:2: E, embarcando em um navio de
Adramítio, que estava prestes a navegar por
diferentes lugares costeiros da Ásia, zarpa­
mos, estando acompanhados por Aristarco,
que era macedônio de Tessalônica. /.A t 19.29;
16:9; 17:11
Depois de um dia de viagem, quando os prisioneiros
contavam vantagens de sua vida e previam uns aos
outros o fim de cada um na arena do Coliseu, Paulo
lembrava-se do que havia proposto para si mesmo na sua
grande batalha missionária (F13:14). Paulo não estava
bem. De repente, algum sintoma o perturbou. Como
tinha conhecidos ali, Lucas interveio em favor de Paulo
e Júlio concedeu que ele fosse levado à casa de algum
irmão que cuidasse dele. Júlio tinha a mesma nobreza
dos melhores centuriões, tais como Cornélio
Atos 27:3: No dia seguinte chegam os
ao porto de Sido; e Júlio, tratando a Paulo
bondosamente, permitiu-lhe ir ver a seus
amigos e receber a atenção deles. íac24.23;
28:16!
Diante da tripulação e dos prisioneiros, Paulo recebeu
587
A tos 27:5
os irmãos para a grande despedida. Os ventos davam os
primeiros sinais da grande batalha que travariam contra
aquele barco. Seria uma luta desigual se o homem
da armadura de Deus não estivesse ali a bordo. Seria
uma luta desigual se ali, em lugar de Paulo, estivesse
um Jonas. Seria uma luta desigual se em lugar de amor
pelas almas houvesse o preconceito racial de quem se
julgava povo exclusivo de Deus. Na verdade, os ventos
não esperavam encontrarum forte lutador treinado
no combate contra hostes, dominadores, principados
e potestades celestiais. Alguns ventos são contrários,
porque são levantados por Satanás e precisam ser
repreendidos; outros são ventos contrários para
provar a nossa fé e dar direção correta; estes não são
repreendidos, pois servem apenas como provação
de nossa fé. Alguns ventos são contrários para levar
de volta ao campo missionário os enviados de Deus,
comojonas, que navegam diametralmente opostos
ao chamado de Deus e aumentarão se os tais não
abandonarem a embarcação. Alguns ventos contrários
apenas se levantam para tirar o sossego de quem
descansa no Senhor, como Cristo no lago de Genezaré, e
precisam ser repreendidos. Ventos contrários existem
para provar o nosso discernimento espiritual. Ventos
contrários, quando não compreendidos, tornam-se
em tempestades (Jn 1:11-13). Esta primeira parte da
viagem durou quinze dias
Atos 27:4: E, navegando dali, fomos a
sotavento ( “a fa vo r do ve n to ”) à costa de
Chipre, por causa dos ventos contrários.
(At27:4j
Mirra foi o lugar ondea palavra do profeta não foi
ouvida. Aos olhos de Paulo, uma viagem para Roma,
mas para Deus era a quarta viagem missionária! E esta
era a principal. Quando Paulo começou a sua quarta
viagem missionária, a Igreja gozava de uma preciosa paz
e crescimento pelo mundo inteiro. Àquelas cidades, o
apóstolo e discípulos foram enviados, mas agora, almas
viajavam com ele e precisavam de libertação literal. O
navio conseguiu ladear Chipre observando as correntes
marítimas e aproveitando os ventos até chegara Mirra, o
grande porto para onde os egípcios enviavam o seu trigo
para comercializá-lo
Atos 27:5: E, tendo atravessado os mares
da Cilicia e Panfília, chegamos a Mirra, na
Lísia. (At 6:9; 13:13)
Eles jamais pensaram que aquela seria a última viagem
daquele navio que se abastecia de toneladas de trigo
em Mirra, porto onde os egípcios comercializavam o
seu trigo. Júlio, centurião das forças da polícia imperial,
assumiu o comando de tudo. Estavam no fim do outono,
e o frio começava a dar seus fortes sinais. Paulo, Timóteo,
Aristarco e Lucas estavam apreensíveis. Sentindo
que a última viagem daquele navio apenas começava,
por horas ele se lembrava da sua primeira aventura
acompanhado pelo grande Barnabé. O centurião da
polícia imperial pôde embarcar os seus prisioneiros e
soldados, totalizando o número de passageiros em 276
pessoas. Alexandria era uma das cidades comerciais
27:6
mais importantes do mundo, sendo fundada em 331
a.C., por Alexandre, o Grande. Foi também capital
do Egito durante mil anos, até sua conquista pelos
mulçumanos. Era conhecida como uma das sete
maravilhas do mundo antigo: pelo Farol de Alexandria, e
também pela maior biblioteca do mundo antigo
Atos 27:6: Ali, o centurião achou um navio
de Alexandria que navegava para a Itália e
nos em barcounele. (A tii;27:i)
Vento e frio eram dois chicotes que os impediam de
navegar livremente. Os ventos estavam trabalhando
para honrara Paulo naquela embarcação. Naquele
tempo, não havia bússola, e o sol, a lua e as estrelas
deviam ser observados. Os ventos alcançaram os
primeiros resultados: fazê-los navegar vagarosamente
por muitos dias. Júlio não esperava que aquela seria uma
viagem tão longa, mas ali havia um prisioneiro especial,
de quem Deus mesmo cuidava pessoalmente. A vontade
de Deus estava atuante sobre aquele barco: não podiam
ir mais longe. Embora os chineses tivessem tido algumas
experiências com o magnetismo da terra, a bússola
ainda não era usada como instrumento de navegação. A
tripulação necessitava ver, a céu aberto, as estrelas. Três
semanas depois de terem saído de Cesaréia, eles apenas
tinham avançado até Cnido. Deus estava atrasando a
viagem para tornar Paulo o grande herói da tripulação,
dos prisioneiros e do comandante, a fim de que fosse
tratado com honra em Roma. A ilha de Creta é como uma
muralha contra os grandes ventos
Atos 27:7: E, navegando lentam ente por
muitos dias, chegamos com dificuldade
defronte de Cnido, não nos permitindo o
vento ir mais adiante, de Creta navegamos
a sota vento ( “afavor do vento ”) à altura de
Salmone; (At27:4,12, i3>
Bons Portos é o símbolo do lugar seguro para esperar o
tempo certo de partir
Atos 27:8: e, costeando-a com dificuldade,
chegamos a um certo lugar chamado Bons
Portos, perto do qual estava a cidade de
Laséia.
O tempo de jejum foi lembrado e se referia aos dez dias
do sétimo mês que deviam ser guardados, por causa do
dia da expiação. A qualquer momento, a embarcação
poderia chocar-se com um recife. A advertência de Paulo
eraa voz de Deus. Entrejonas e Paulo havia grandes
diferenças. Jonas era o motivo da tempestade, mas,
quanto a Paulo, a tempestade o protegia
Atos 27:9: E, como se perdera muito
tempo, a navegação tornou-se insegura
(e 0 tempo de jejum já havia passado), e
Paulo os advertia, (Lv23:27-29)
Naquele tempo, a maioria das pessoas pagãs cria
Atos 27:12
que uma pessoa que morresse no mar jamais teria
repouso; por isso, as pessoas evitavam as viagens pelo
mar. A teimosia, o orgulho profissional e a avareza do
proprietário eram o “Jonas” do barco. Jonas estava
sendo o grande motivo para o prejuízo dos navegantes,
mas Paulo estava prevendo o pior e, com isso, desejava
que todos fossem salvos. Para enfrentar o vento
ocasionado por Deus, não basta ser um experiente
marinheiro de muitas viagens. É necessário ter uma
bússola no coração, indicando o tempo e o local propício
para direcionar a proa de nossa embarcação. Se
estivermos dispostos a perder a carga, o navio e a própria
vida, avancemos!
Atos 27:10: dizendo-lhes: “Senhores, vejo
que a navegação será com avaria e muita
perda, não só para a carga e 0 navio, mas
também para as nossas almas”. (At27:2n
Uma ilustração de como muitos líderes tomam suas
decisões pondo em risco a vida de muitas pessoas, por
causa do orgulho profissional. Os votos da presunção
venceram os conselhos de Paulo. Um relatório especial
da viagem, a partir do segundo navio, faz-nos entender
que Deus estava atrasando a viagem para tornar Paulo
um herói. Roma recebia somente heróis. Paulo deveria
chegar ali como o grande herói, salvador de vidas. E isso
seria um grande benefício para ele e para a liberdade do
Evangelho em Roma
Atos 27:11 : Mas 0 centurião demonstrava
mais confiança no piloto e no dono do navio
do que nas palavras ditas por Paulo.
A ilha de Creta possui quase 200 quilômetros
de comprimento e os marinheiros foram ladeando-a
de perto, mas com medo
Atos 27:12: E não sendo cômodo o por­
to para invernar, os demais aconselharam
que navegassem dali, para ver se de algum
modo podiam chegar a invernar em Fênix,
um porto de Creta, que olha ao nordeste e
ao sueste, para ali invernar.
Resultados da insensatez de lutar contra os ventos de
Deus: (1) Navegando vagarosamente por muitos dias - a
provisão, a resposta de Deus e o atraso de Deus detém
o precipitado. Somente Ele faz o esperto, o dono de
si mesmo, aquele que se sente invencível e rebelde
andardevagar (At27:7); (2) havendo chegado com
dificuldade defronte de Cnido- as dificuldades na
viagem poderiam servir de impedimento para os seus
intentos, mas eles se mostravam irredutíveis diante
da vontade absoluta de Deus, que queria que todos se
salvassem. Paulo era um homem cheio de amor. Ele
nunca quis desfrutar do privilégio da salvação sozinho.
Ele sempre pensava nos outros. Em Filipos, todos os
prisioneiros ficaram livres juntamente com ele e Silas.
Agora, ele pedia por todos: prisioneiros, tripulação e
soldados; as dificuldades fizeram Paulo orar; (3) o vento
não lhes permitiu ir mais adiante - o verdadeiro Deus
588
27:13
estava se mostrando à altura em que os pagãos podiam
entender- pelos ventos; (4) navegaram a sotavento, isto
é, na direção para onde sopra o vento (At27:7)-Deus
lhes dera margem de sobra e uma grande chance para
saberem que estavam em périgo. Ao caminharem contra
o vento, morreriam; então não havia escolha: deveriam
navegar segundo a vontade de Deus. Deus sabia que para
derrotar o orgulho dos experientes, dos sábios segundo
os seus próprios olhos, é ainda mais trabalhoso do que
convencer um insensato a deixar a sua loucura. Cada vez
que vamos perdendo o controle da embarcação, Deus
vai sendo glorificado; (5) costeando-a com dificuldade
- esta é a oportunidade que Deus dá para aquele que
desobedece: costear, com a oportunidade de parar no
próximo porto; é um ato de humilhação para aquele
que está acostumado em alto-mar, que acha que não
há um Deus acima das nuvens; (6) a providência de
Deus se transforma em grande tribulação quando é
rejeitada diante da aparência dos homens. “O lugar
chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade ” era
a última chance de os homens se renderem (At 27:8).
(7) Havendo decorrido muito tempo - o tempo de nossa
teimosia equivale três vezes ao lucro perdido de nossa
obediência; (8) tendo-se tornado perigosa a navegação
(At 27:9) - quando aquilo (o barco) que era um grande
benefício torna-se em fonte de grandes problemas e
enfermidades, devemos meditare agirem obediência;
(9) a viagem seria com avaria e muita perda não só para
a carga e o navio, mas também para as vidas (At 27:10)
- isto é, uma viagem onde a honra de cada soldado não
valia nada; onde o lucro de seu proprietário não servia
para salvar as suas vidas; onde as toneladas de trigo
não serviam para saciar a fome nem para prover o bem
tão precioso que é a graça de voltar a salvo para casa.
Depois de perceber que eles não obedeciam ao vento,
às correntes, nem ao profeta, Deus lhes preparou uma
grande armadilha, fazendo o vento soprar brandamente.
Eles foram como um rato para a ratoeira - supondo que
já tinham alcançado o que desejavam, mesmo ariscos,
saíram costeando as montanhas de Creta
A tos 2 7 :1 3 : E com o o vento sul soprava
suavemente, eles creram ter alcançado o
propósito desejado, então levantaram a ân­
cora, e iam costeando Creta mais de perto.
(At 27:7,12}
Ventos, correntes, ventos novamente, ventos
brandos. Enquanto não obedecemos, ventos vão
se transformando em tempestades e tempestades
em tufões. O médico Lucas tinha muito trabalho a
bordo com homens enfermos e em pânico, gritarias,
desespero. O ambiente da desobediência é cruel
A tos 2 7 :1 4 : Mas, não muito depois, de-
sencadeou-se ao lado da ilha um tufão de
vento: o conhecido euro-aquilão; (Mc4.-37j
Ondas furiosas lançaram o navio para cima e para baixo,
na ressaca. O mar furioso cuspia o navio. As velas foram
enroladas e o leme recolhido. O barco apoiado sobre a
sua parte central, pesado, surrado pelo mar, ameaçava
partir-se ao meio. Agora entra um novo estágio. Até
Atos 27:19
então, eles ainda tinham um certo controle do navio.
Daqui em diante, (10) o navio seria arrebatado, cedendo
à força do vento. Então, os homens se renderam -
deixando-se levar
Atos 27:15: E como o navio foi arrebatado,
não podendo navegar contra o vento, cede­
mos à sua força e nos deixamos levar.
(11) Ainda havia umaesperança:obatel,amaiordas
embarcações pequenas que serviam ao navio para
qualquer emergência ou contato, era a esperança de
fuga de toda a tripulação. Um tipo da esperançavã sobre
qualquer outra chance de sobrevivência ou escape no
momento de fuga. Eles ainda o tinham
Atos 27:16: E, correndo a sotavento de uma
pequena ilha chamada Clauda, pudemos
com dificuldade segurar o batel salva-vidas,
o qual recolheram;
Então, com um cabo bem forte o cingiram. (12) O primeiro
sinal de arrego: “Nos deixávamos levar”. Ovento estava
conseguindo triunfar sobre o orgulho do proprietário, do
piloto e do comandante. Os aparelhos dispensáveis foram
lançados ao mare o navio, carregado de trigo, foi reforçado
para não se partir ao ser lançado pelas ondas
Atos 27:17: e logo usaram cordas, meios
disponíveis para cingir o navio, a fim de re-
forçá-lo; e, temerosos que fossem lançados
na Sirte, arriaram os aparelhos e se deixaram
levar. /At27.-2ó,2Q>
(13) A esperança de sobrevivência: a carga de alimentos
foi lançada no mar. Sem saber agora a que direção estavam
indo, sem leme e sem norte, temiam encalhar a qualquer
momento em bancos de areia. Então, os equipamentos
como âncoras flutuantes, foram lançados para diminuir a
velocidade do navio na tempestade. Todos estavam sem
esperança de sobreviver e todas as cargas começaram a ser
lançadas no mar
Atos 27:18: Como fomos furiosamente
açoitados pela tempestade, no dia seguinte
começaram a jogar a carga ao mar. un us;At
27:38!
(14) As armas e os aparelhos de sobrevivência: remos,
vergas, mós de pedra, ferramentas diversas, armas,
armamentos -tudo foi lançado no mar. Adependência
completa de Deus é vista aqui- quando ohomemtemde
lançartoda asua esperança humana
Atos 27:19: E, ao terceiro dia, com as pró­
prias mãos lançaram os equipamentos do
navio.
Sem o sol e sem as estrelas, o navio seguia sem rumo,
tendo rejeitado a bússola de Deus no navio: Paulo. Lucas
escreve a fé de todos os 276 passageiros: “Fugiu-nos toda
a esperança de sermos salvos”. Os ventos deram lugar à
589
27:20
tempestade
Atos 27:20: E, não aparecendo nem sol
nem estrelas por muitos dias, e estando so­
bre nós uma grande tempestade, perdemos
toda a esperança de sermos salvos.
O profeta toma a autoridade e assume o controle
do navio
Atos 27:21: E, tendo eles passado muito
tempo sem comer, Paulo pôs-se em pé no
meio deles, e disse: “Senhores, devíeis ter
seguido o meu conselho, e não ter navegado
de Creta, a fim de evitar esta avaria e perda”.
(At27:10,7,12,13j
(a) Os corações estavam completamente solapados e
castigados, prontos para um grande quebrantamento;
nesse ponto, poderiam ouvir a Palavra de Deus pela boca
do profeta
Atos 27:22: Mas agora vos exorto a que
tenhais bom ânimo; porquanto vida alguma
se perderá entre vós, a não ser o navio. (At
27 :25 , 30 :
(b) Agarantia de Paulo. Avisão celestial e a
representatividade do ministério de Paulo: servo de Deus
Atos 27:23: Porque esta noite apareceu-
me um anjo de Deus, de quem eu sou, e a
quem Sirvo, íAt23:U;5:lQ;Rm l:9j
Todas aquelas lutas levavam a um objetivo: entregar a
autoridade de tudo nas mãos de Paulo. Ele não poderia
chegar a Roma como saiu de Cesaréia. Entre Cesaréia e
Roma, Deus pode fazer muita coisa
Atos 27:24: que dizia: Não temas, Paulo, é
necessário que compareças diante de César;
e eis que Deus te agraciou, dando-te a todos
os que navegam contigo. (At233i;27:44}
O único combustível para o homem em momentos de
tribulação é o ânimo
Atos 27:25: Portanto, senhores, tende
bom ânimo; pois creio em Deus, que há de
acontecer assim como me foi dito. ( A a ? -.22,30;
Rm 4:20,21)
Não importava se a ilha era atraente. Com o orgulho
ferido e lançado por terra, sem ferramentas, sem carga
e sem navio, eles estavam na completa dependência
de Deus
Atos 27:26: Mas é necessário que sejamos
lançados em determinada ilha”. (At28:ij
Terra à vista! Que grito, que notícia! O ânimo voltou a
todos
590
Atos 27:31
Atos 27:27: E, quando chegou a décima
quarta noite, e estávam os sendo impeli­
dos de um lado a outro pela tempestade
no mar Adriático, pela meia-noite os ma­
rinheiros suspeitaram a aproximação de
alguma terra;
A cada instante, as braças diminuem. Quando
cooperamos na rendição, Deus começa a cooperar
dando o livramento
Atos 27:28: e, lançando a sonda, acha­
ram vinte braças; passando um pouco mais
adiante, lançaram a sonda novamente, e
acharam quinze braças.
Era a última noite. Todos estavam rendidos em um só
sentimento, diante de uma só esperança. Ninguém
dormiu. Todos, sem pedidos, fizeram uma grande vigília,
tentando frear o navio
Atos 27:29: E, temerosos de ir contra al­
gum rochedo, lançaram da parte traseira do
navio quatro âncoras, e esperaram ansiosos
que chegasse a luz do dia.
(15) Aesperança no batel insuficiente para todos. A
tripulação armava os planos do dia: fugir pela nau - o
batel salva-vidas atado por cabos ao grande navio que
cambaleava sob as ondas. Deus percebia os seus olhos
sobre o batel salva-vidas. Ainda havia alguma esperança
humana nas coisas terrenas. Paulo percebeu o intento
deles. Deus lhe deu o controle de tudo ali. O novo
comandante estava ligado diretamente ao seu Deus. Os
marinheiros mentiam nas atitudes. Estavam prontos
para deixaro navio como bons covardes
Atos 27:30: Tentando os marinheiros fugir
do navio, e já tendo arriado 0 batel ao mar,
sob 0 pretexto de lançar uma âncora pela
parte dianteira do barco, (At27:iój
A revelação de Deus nos indica que, embora sob grandes
tempestades, a tripulação do ministério não deve
abandonar o navio sob qualquer pretexto; a tripulação
não deve abandonar o navio de sua fé: a obra de Deus,
sob pena de morte no grande e enfurecido mar. A
experiência dos marinheiros era fundamental, e sem
eles os navegantes não teriam como se salvar
Atos 27:31 : Paulo disse ao centurião e aos
soldados: “Se estes hom ens não permane­
cerem no navio, não podereis salvar-vos”.
Foram quatorze dias até que, enfim, cortaram os cabos
da nau e voltaram aos remos. Quanto tempo perdido
para obedecer! Ao ver o batel distanciar-se do navio em
meio às ondas que o fizeram desaparecer mar afora,
Deus estava sendo honrado, sem que o soubessem.
Estava quase na hora de Deus agir, mas ainda faltavam
algumas coisas. Ainda tinham algo em que confiar: no
27:32
trigo, nas âncoras e no icmc. “Deixa o cabo da nau, toma
os remos nas mãos e navega com fé em Jesus..”.
Atos 27:32: Então, os soldados cortaram
os cabos do batel e o deixaram cair ao mar.
Como era possível aos ímpios ser fiéis a seus deuses,
cumprindo à risca o seu jejum, e ainda fazerem novo
e extra jejum? Como é difícil para os servos de Deus
cumprirem um dia de jejum! Que exemplo, que lição
para todos. Devido ao longo tempo da viagem, os
judeus que trabalhavam no barco estavam fazendo
o grande jejum que, segundo a sua tradição, era feito
antes do grande dia da expiação, que acontecia no mês
de setembro de nosso calendário. Como esse tempo
havia passado, Paulo rogava a todos que comessem. A
tribulação era tamanha, que agora o jejum se tornara
em voto
Atos 27:33: Enquanto amanhecia, Paulo
rogava a todos que tomassem algum ali­
mento, dizendo: “Hoje completa o décimo
quarto dia que estais aguardando, e ainda
permaneceis em jejum, sem provar nada.
Paulo previa que eles necessitariam de energia para
atravessar a nado até a ilha prometida. Paulo os
convidou a comer do trigo que ali havia, pois deveriam
lançá-lo ao mar
Atos 27:34: Portanto, eu vos rogo que to­
meis algum alimento: porque disso depen­
de a vossa saúde; pois nem um cabelo se
perderá da cabeça de qualquer um de vós”.
( I Rs 1:52; M t l0:30;Lc 12:7; 21:18)
Que plenitude de fé, pois um homem, tendo assumido
o controle do navio, ainda teve tempo para realizar a
Ceia do Senhor em plena tempestade! Um exemplo
maravilhoso de fé e esperança. “Por que comer se vamos
morrer?”, cada um daqueles homens devia pensar
Atos 27:35: Havendo dito isto, tomou o
pão, deu graças a Deus na presença de todos
e, partindo-o, com eçou a comer. (ism Q :i3;M t
15:36;M c8:6;Jo6:ll; 1 Tm4:3,4)
Ao sentarmos à mesa onde Deus serve o alimento,
recobramos forças que serão importantes para uma nova
etapa de nossa vida
Atos 27:36: Então, todos se animaram e
também puseram-se a comer.
Havia bastante trigo para276 homens! O proprietário
do navio, agora, já não se importava com nenhuma
perda material. Em quatorze dias, Deus lutou com eles
para que se rendessem. Ao escrever esta frase, Lucas
homenageava a unidade de todos, mesmo com o último
intento da tripulação em querer abandonar o barco. Era
necessário que ficassem unidos e, para isso, precisavam
cortar os cabos do batel, pois ele não era suficiente para
todos; daqueles 276, apenas um estava em seu pleno
591
Atos 27:42
juízo: Paulo
Atos 27:37: Éramos, ao todo, no navio,
duzentas e setenta e seis almas.
(16) A penúltima esperança estava sendo lançada às
águas
Atos 27:38: E, já saciados com a comida,
aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.
(Ac27:18)
Nada estava bem claro ainda: havia algo no navio do que
deveriam se desfazer: As âncoras, as amarras do leme
e a vela. O controle estava nas mãos de Deus. Nenhum
controle havia nas mãos dos homens
Atos 27:39: E, quando amanheceu, não
reconheciam a terra; mas divisavam uma
baía que tinha praia, e discutiam se pode­
riam encalhar o navio ali. i M 28 -.i)
Assim poderiam ser levados como Noé, sem motor, sem
vela e sem leme. Deus era o grande comandante. Ele
conhecia bem aquelas terras.
Atos 27:40: E, cortando as cordas das ân­
coras, deixaram-nas no mar, soltando, ao
mesmo tempo, as amarras do leme, levanta­
ram a vela dianteira do barco em direção do
vento, e navegaram para a praia. /At27:29/
A proa se desfazia para deixar claro: a direção certa vem
de Deus. As ondas destruíram o elemento principal da
direção que os norteava. A água invadia o navio pela proa
afundada na areia, nocauteando o orgulho humano. Não
fosse o orgulho da tripulação, eles ainda teriam o batel.
Que lição de humanidade! As duas correntes do mar
se encontravam. Ali era o lugar onde Deus queria que
estivessem, pois ambas as forças concordavam em um
só propósito
Atos 27:41: E, dando em um lugar onde
duas correntes se encontravam, encalha­
ram o navio; e a proa, encravando-se, per­
m aneceu imóvel, mas a popa se desfazia
pela violência das ondas. t2 Co i i.-2s/
À medida que a terra aparece, os soldados voltam a ser
soldados; os proprietários voltam a sentir-se herdeiros
de tudo; nas altas ondas do mar, os homens tornam-se
iguais, mas se esquecem que, no meio das tempestades,
a humanidade e a caridade afloram e dominam o
homem. Qualquer um que matasse a um só prisioneiro
ali tornar-se-ia como o assassino de si mesmo. Entre o
dever marcial e a humanidade, triunfou a última
Atos 27:42: Então, entre os soldados, hou­
ve um parecer segundo o qual os presos de­
veriam ser mortos, para que nenhum deles,
escapando a nado, fugisse. (Ati2:W)
27:43
A salvação, dependia de um ato: nadar. Era tudo o que
eles precisavam fazer. Alguns sabem como ouvir, crer,
arrepender-se e converter-se. Outros não sabem nadar.
Ao desatar os prisioneiros, os soldados estavam pregando
o Evangelho na prática. Esta era averdade: soltem a todos
e que todos comecem a nadar! Mesmo entre Roma e o
amor do centurião, venceu o amor!
Atos 27:43: Mas o centurião, querendo
salvar a Paulo, estorvou-lhes o parecer; e or­
denou àqueles que pudessem nadar fossem
estes os primeiros a lançar-se ao mar e alCaíi-
çaraterra;//íf^7.-3;
O navio é tão bom que, mesmo despedaçado, ainda serve
para salvar. Fora dele, há morte. Por mais que o navio
esteja em pedaços, é tão bom que os seus pedaços ainda
salvamvidas. Paulo sentia muito a falta de algo: dos seus
papiros do Antigo Testamento; mas algo o satisfazia: a
Palavra estava no seu coração. Mesmo tendo a sensação
de perseguição, ele sabia que estava sendo guardado
no centro das mãos de Deus. Até hoje, naquele lugar, a
“baía de São Paulo”, o profeta de Deus é homenageado. O
mesmo bravo mar transforma uns em heróis e outros em
covardes
Atos 27:44: e os demais que se salvassem,
uns em tábuas e outros em quaisquer objetos
do navio. E assim aconteceu; e todos chega­
ram a terra salvos. /At27:22,311
Atos, capítulo vinte e oito (28)
Os tripulantes do navio não quiseram permanecer em
Bons Portos, onde havia uma cidade, sob o conselho de
Paulo, e enfrentaram uma grande tempestade. Agora,
terão que esperar em Malta. Tendo perdido tudo, todos
estavam socialmente nas mesmas condições: precárias.
Dependiam uns dos outros. Soldados, tripulantes e
prisioneiros foram se tornando amigos. Ainfluência do
Evangelho de Paulo já estava sobre eles. Ali ficariam por
três meses convivendo com Paulo, observando a sua vida,
ouvindo suas mensagens e aprendendo a glorificar a Deus
Atos 28:1 : Estando já salvos, souberam en­
tão que a ilha se chamava M alta. !A t2.7:20,39)
Um exemplo de impacto para uma tripulação e um
grupo legalista de soldados que não conheciam o que era
humanidade. Eles demonstraram a sua hospitalidade
(1) pelo calor humano, simbolicamente, e (2) ao fazer
uma fogueira, literalmente. O frio e a chuva tinham sido
inseparáveis companhias daqueles 276 homens
durante muitos dias. Hospitalidade é demonstração
de calor diante do frio social
Atos 28:2: E aqueles bárbaros usaram co­
nosco de muita humanidade; pois acende­
ram uma fogueira, e nos recolheram a todos
por causa da chuva que caía, e por causa do
frÍO. (Rm 1:14; 1 Co 14:11; Cl3:11)
Atos 28:6
Paulo percebeu que o fogo não pega em grandes toras
sem o auxílio dos gravetos. Pessoas simples são gravetos
nas mãos de Deus, são instrumentos pelos quais Deus
prende fogo em grandes toras. Paulo conheciaeste
segredo e foi em busca dos gravetos. Mas os gravetos
estavam sob o domínio de uma víbora que habitava
entre aqueles excelentes combustíveis. Nalibertação
dos gravetos, a víbora se manifesta. Mas Paulo sabia que
os gravetos eram importantes para manter o fogo sobre
as toras. Os grandes homens de Deus sabem o que é
necessário para que as grandes toras sejam acesas
Atos 28:3: E tendo Paulo recolhido uma
porção de gravetos, ao lançá-los ao fogo,
uma víbora saiu, fugindo do calor, e apegou-
se-lhe à mão.
Grandes homens vivem segundo a opinião dos demais.
Paulo não. Ele sabia que a opinião dos homens é
vulnerável. A mesma multidão que aplaude também
joga pedras. A mesma pessoa que emite uma opinião de
homicídio proclama outra ainda mais descabida
Atos 28:4: E quando os bárbaros viram o
réptil pendurado na sua mão, disseram uns
aos outros: “Sem dúvida este homem é homi­
cida; pois, ainda que tenha escapado do mar,
a Justiça não lhe permite viver”. ílc i 3.2,4 s
As pessoas são usadas. Portrás de toda multidão existe
uma opinião manipulada por uma serpente, por uma
idéia. Paulo sabia disso; entendia que a nossa luta não é
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra principados
e potestades (Is 27:1). Como mudar o ambiente
influenciado por opiniões malignas? Lançando a
serpente no fogo! O ataque da serpente às mãos de
Paulo procurava impedi-lo de escrever e de tecer. Mas a
serpente morreu, porque, com o mesmo graveto sobre o
qual reinou, ela foi queimada
Atos 28:5: Mas ele, sacudindo o réptil no
fogo, não experimentou mal nenhum , m
16:181
A opinião do povo esperara que o homem de Deus
inchasse. Mas ele permaneceu humilde. Aopinião
de outros esperava que caísse morto. Mas ele viveu.
A opinião dos outros esperava sempre o anormal,
profetizava sempre o mal. Mas ele era do bem e
Deus estava com ele. A opinião dos homens mudou
rapidamente com a morte da serpente. Agora, ele não
era mais um homicida, mas um deus. Observe como a
opinião dos homens não pode ser a diretriz de ninguém
Atos 28:6: E eles aguardavam que Paulo
inchasse ou caísse morto de repente; mas
tendo esperado muito tempo e vendo que
nada de anormal lhe acontecia, mudaram
de parecer e diziam que era algum deus.
(At14:11)
592
28:7
A hospitalidade era uma contradição à impressão que os
visitantes tinham daqueles seres humanos a quem Lucas
chamou de bárbaros, de quem se esperava somente
barbaridades. A demonstração de amor, carinho e
calor humano era um sinal de que estava pronto para
conhecer o amor de Deus
Atos 28:7: E nos arredores daquele lu­
gar havia umas terras que pertenciam ao
hom em principal da ilha, que se chamava
Públio: o qual nos recebeu e nos hospedou
com benevolência por três dias.
Havia um calor indesejável naquela ilha: a febre.
Este calor era ilegal e estava fora de lugar. Deveria ser
expulso. Avisita de Paulo, como a visita de qualquer
outro evangelista, sempre gera grande lucro para o
Reino de Deus: salvação de vidas. Avisitação doméstica
ainda é o maior meio de operação dos grandes milagres
de Deus
Atos 28:8: E o pai de Públio estava acama­
do, enfermo de febre e disenteria; e Paulo
foi visitá-lo, e, havendo orado, impôs-lhe as
mãos, e Ocurou. (TgS: 14,15;M c 5:23)
O Médico dos médicos estava ali, operando curas. Deus
amava aquela gente. O grande trabalho de Deus para
trazê-lo ali foi recompensado com a salvação de muitas
vidas
Atos 28:9: E feito isto, os demais enfermos
da ilha também vieram e foram curados;
O suprimento de Deus é a devolução abastada de nossa
obediência. O trigo lançado no mar não era tudo o que
eles precisavam. Eles tinham outras necessidades, e
Deus sabia disso. A bondade de Paulo era de grande
valor; e a gratidão daquele povo abençoou a todos os
viajantes
Atos 28:10: os quais também nos atende­
ram com muitas honras; e, quando embar­
camos, puseram a bordo as coisas necessá­
rias para a nossa viagem.
Comoomundo helenisto de então cria, na mitologia
grega, Castor e Pólux eram os filhos gêmeos de Leda.
Kastor é o nome grego para “Castor”, e Pólux significa
“docíssimo”. Naturalmente, aquela ilha os venerava;
isto chamou a atenção de Paulo, porque ele sabia que,
portrás dos ídolos, havia demônios. Antigos papiros
de Elefantina registraram que a comunidade judia se
instalou em Alexandria depois da tomada deJerusalém,
em 586 a.C., por Nabucodonosor, mas que existiam
dados de assentamento judaico mesmo depois da
libertação do povo do Egito, por Moisés. Os judeus na
Diáspora se estabeleceram na cidade de Alexandria,
atraídos pelo Museu, ao se sentirem protegidos
pela tolerância do mundo pagão por sua diversidade
religiosa. E criaram ali um centro de estudos hebraicos.
Em Alexandria, os judeus gozavam de todos os direitos
593
Atos 28:12
civis, como os cidadãos gregos, mas mantinham as
prerrogativas concedidas pelos reis persas, que fizeram
deles uma comunidade política autônoma, antes
subordinada aos Ptolomeus e, depois, aos romanos.
Os judeus eram liderados por três grupos que regiam
as comunidades da Diáspora: (1) Os arcontes, que
dirigíamos assuntos administrativos e judiciais; (2)
os arqui-sinagogos, que administravam os serviços de
culto; (3) os etnarcas, sob cujos ombros pesava grandes
poderes civis, os quais mediavam entre os judeus e os
funcionários do Egito ou do Império Romano. Assim,
os judeus se constituíram em um grupo apartado
da população de Alexandria, isolado lingüística,
econômica e culturalmente, fato que concorreu para a
conservação de sua raça e da tradição de seus ancestrais.
Profissionalmente, os judeus comandavam o porto, a
pesca e diversas empresas marítimas. Por isso, eram
a maioria na embarcação, pois o navio havia saído de
Alexandria. Os alexandrinos os criticavam, os escritores
gregos os acusavam de exclusivismo, pois o Império
Romano lhes concedia grande tolerância. Os próprios
romanos viviam descontentes com eles. Em Alexandria,
o escritor Apião produziu cartas anti-semíticas que
resultaram na morte de milhares de judeus. Mas, graças
à Escola de Alexandria, FlávioJosefo e Fílon foram
grandes defensores dos judeus diante do Imperador.
Foi em Alexandria que, entre os séculos III e II a.C., a
Bíblia hebraica foi traduzida para o grego, a conhecida
Septuaginta. Aristeu e Demétrio foram grandes
escritores ligados a esta grande cidade. Com o fim do
inverno, já no ano de 61, embarcaram no navio que
chegou a Malta apenas para levá-los. Tendo passado pelo
estreito de Messina, chegaram a Siracusa. O navio levava
a insígnia de um deus composto de gêmeos
Atos 28:11: Depois de três meses, navega­
mos em um navio de Alexandria que havia
invernado na ilha, cuja insígnia era “Castor
e P Ó lU X ” . (At27:6)
Tendo chegado à linda Siracusa, ao sudoeste da Itália, na
Sicília, todos estavam ansiosos para chegar ao destino
que parecia inalcançável: Roma
Atos 28:12: E, chegando ao porto de Sira­
cusa, permanecemos ali três dias;
Putéoli (Pozzuoli) foi uma colônia grega de Dicaearchia.
A colônia romana foi fundada em 194 a.C. Putéoli
era o grande empório de grãos trazidos pelos navios
alexandrinos e de todo o mundo. Ele também
foi o principal porto de exportação das seguintes
mercadorias: vidro, mosaicos, ferro forjado e mármore.
A base naval de Roma era guarnecida ali. De Régio a
Putéoli aproveitaram os ventos favoráveis. Nápolis
ficava ao norte e o grande golfo de Putéoli mostrava as
grandes mansões de verão dos senadores romanos.
Ao aportar, o navio alexandrino era um dos poucos que
conseguiram chegar trazendo o necessário trigo para a
Itália. Trazia também a Palavra de Deus, o pão vivo de
nosso Deus. As cartas de Paulo chegaram ali primeiro, e
Paulo já era conhecido por sua causa, mas sua chegada
não passaria em branco. Deus estava preparando-lhe
28:13 Atos
uma grande homenagem na terra: a chegada dos irmãos,
frutos de sua mais importante carta. Putéoli era um
cidade cosmopolita, onde orientais e judeus faziam
grandes negócios
Atos 28:13: e dali, costeando, subimos a
Régio; e, depois de um dia, soprando o Aus-
tro ( “vento su l”), chegamos no segundo dia
a Putéoli,
Quando todos aqueles homens chegaram ali, a fé já
reinava entre os soldados, tripulação e prisioneiros.
Daqui em diante, a viagem seria por terra. Roma ficava a
mais de duzentos e dez quilômetros. Tendo atravessado
aquela região de vinhas e oliveiras, tomaram avia Ápia, a
rainha das estradas romanas. Por ali desfilaram heróis e
prisioneiros. Os irmãos de Roma vieram ao seu encontro
como os italianos faziam quando os seus guerreiros
vitoriosos regressavam de grandes batalhas. Este foi o
grande motivo de ânimo de Paulo, que somente ele podia
descrever
Atos 28:14: onde, achando alguns irmãos,
fomos convidados a permanecer com eles
sete dias; e assim nos dirigimos a Roma. /m
1:15/
Os irmãos de Roma souberam que Paulo havia chegado a
Putéoli, no porto oficial de Roma, no litoral ocidental da
Itália. Mal podiam esperar, então se reuniram e, em dois
grupos, vieram ao seu encontro até a praça de Ápio. Um
grupo percorreu 65 quilômetros, em um dos itinerários
romanos demarcados propositalmente, e o outro grupo
percorreu 50 quilômetros até “Três Vendas”. Este
segundo grupo era composto de obreiros que vinham
com boas notícias, resultantes que resultaram da sua
carta escrita anos atrás. Com aquelas manifestações,
Paulo se fortaleceu depois de tão grande viagem
Atos 28:15: Ora, os irmãos dali, tendo re­
cebido notícias a nosso respeito, vieram ao
nosso encontro até a praça de Ápio, e às Três
Vendas. Paulo, quando os viu, agradeceu a
Deus e tomou ânimo.
Os prisioneiros foram entregues ao general. Mas Paulo
era o grande herói, e a vontade de Deus foi satisfeita.
Que momentos aqueles, quando todos se despediam.
Muitos presos seriam levados para os mais diferentes
lugares. A história da viagem foi contada. Paulo era o
herói. Parabenizado, Paulo foi tratado com dignidade.
Pela mesma estrada construída para receber heróis e
mercadorias, animais e escravos, Paulo marchava, não
tendo idéia do que o esperava, mas estava animado
com a manifestação de amor daqueles dois grupos que
vieram ao seu encontro. Em nenhuma cidade havia
sido recebido daquelaforma. Quando chegaram a
Roma, Paulo já havia se inteirado da sua verdadeira
situação social e política. Com a maioria de seus homens
espalhados pelo mundo, suas mulheres alugavam parte
de suas casas, sem nenhuma comodidade, para os
viajantes, os quais deveriam prover alimento e forragens.
594
28:18
A prostituição era uma prática aceitável, em função da
ausência dos esposos pelas constantes saídas dos grandes
exércitos. A hospitalidade era completamente distinta
da hospitalidade malta. As casas eram enegrecidas
pelo humo das cozinhas. Esteiras no chão, pouca água;
mulheres comparadas a bruxas, que viviam longe de
seus maridos por anos, eram as recepcionistas. Roma
dependia de um homem rachador de lenha. Os escravos
prisioneiros eram disputados sempre. Com a chegada de
seus soldados triunfantes, chegavam doenças, epidemias,
graves problemas. Roma estava cheia de pestes, e cheia
de enfermidades, uma das verdadeiras razões por que
Nero a incendiou. As cidades ao redor de Roma estavam
cheias de mosquitos e a febre matavaa centenas. Ao
chegara Roma, Paulo contava com o “elogium”, a carta
oficial do governador Festo, bem como o relato oral
do centuriãojúlio. Como juiz instrutor em casos que
dependia da decisão do Imperador, o general pedia que
o acusado esperasse por dez dias até a apreciação do
Imperador. Assim, estaria por dez dias sob os cuidados
da guarda imperial naquele edifício colossal, o famoso
Peregrinorum,onde, alguns anos mais tarde, seria uma
verdadeira fábrica de imperadores. Concederam a Paulo
a “Costodia libera”, um tipo de prisão domiciliar
Atos 28:16: E quando entramos em Roma,
o centurião entregou os presos ao general da
guarda pretoriana; mas a Paulo foi dada per­
missão para morar à parte, com o soldado
q u e O gu ard av a. (At24:23;27:3/
Parecia que a grande experiência na escola de Tirano
não havia sido produtiva. Ele voltou a procurar os j udeus.
Este foi o grande erro de Paulo. Esta era mais uma de suas
multas insistências com os judeus. E eles não estavam à
vontade com a sua fé e doutrina. O cristianismo deveria
cortar o seu cordão umbilical com o judaísmo. E ali,
naquele evento, Paulo se decidirá definitivamente pelos
gentios
Atos 28:17: E aconteceu que, depois de
três dias, ele convocou os principais dos ju­
deus; e, reunido com eles, disse: “Eu, varões
irmãos, sem ter feito coisa alguma contra o
povo, ou contra os costumes de nossos pais,
fui entregue à prisão, desde Jerusalém, nas
mãos de romanos; /ac i3:50;2S:S-t 6.-14)
Paulo já estava crucificado com Cristo. Os irmãos de
Éfeso já haviam se despedido dele com uma despedida
que parecia um funeral profético, tendo em vista a sua
morte em Roma, que não seria testemunhada pela igreja,
como aquela em que Maria derramou o seu perfume
sobre Cristo, preparando-o para a sepultura (Mc 14:8)
Atos 28:18: os quais, interrogando-me,
queriam deixar-me em liberdade, porque
nenhuma causa de morte havia em mim.
(At22:24;26:31,32;23:29/
28:19
A apelação a César salvou avida de Paulo das
mãos dos judeus, e prorrogou a sua sentença de
absolvição ou de condenação
Atos 28:19: Mas os judeus não queriam
que me soltassem; assim, fui obrigado a
apelar a César, não tendo a minha nação,
contudo, nada de que m e acusar. (At25.-ii)
Paulo ainda creu na influência dos judeus em Roma.
Algumas daquelas pessoas influentes tinham acesso à
coorte. Mas houve uma contenda e eles se foram. Sem
acordo, aqueles que poderiam ajudar se retiraram
Atos 28:20: Por esta causa, pois, vos
convidei, para vos ver e falar; porque pela
esperança de Israel estou preso nesta ca-
d e ia ” .(A t 26:6; 7:29; E f3 :l; 4:1; 6:20; 2Tm 1:16)
Muitas vezes, queremos explicar determinados
acontecimentos de nossa vida sem necessidade, e
pioramos aquilo que está bem
Atos 28:21: Então eles lh e disseram:
“N ós não recebem os da Judéia n en h u ­
ma carta a teu respeito; nem chegou aqui
nenhum dos irmãos que anunciasse ou
dissesse algo mal de ti. (At22=5)
Até aquele momento, Paulo e os judeus não
associavamos judeus à “seita” da qual eles tinham
más notícias. Estes judeus moravam nas cercanias de
Roma. Nos dias de Cláudio, haviam sido expulsos, mas
regressaram após a sua morte. Tinham os seus próprios
cemitérios e suas catacumbas. Formavam-se conforme
0 modelo do Sinédrio de Jerusalém. Honravam os seus
protetores, e eram oriundos do Líbano, de Trípoli,
da Palestina. Contavam com sacerdotes, secretários,
funcionários. Isto influenciou muito na formação da
igreja de Roma
Atos 28:22: M as, co n v en ien tem en te
queríamos ouvir de ti 0 que pensas; por­
que, quanto a esta seita, é notório que em
todas as partes se fala contra ela”. (At24:5, i4;
1 Pe 2:12; 4:14)
Grande trabalho de Paulo ao tentarem vão anunciar
aos judeus a salvação por meio de Cristo, mesmo
usando a Lei e os Profetas. Paulo sabia que os judeus
tinham acesso direto a Nero pelos artistas judeus,
liderados por Alitiro. Como Popéia era conhecida
como uma prosélita judia, Paulo não desejava indispor-
se com aqueles patrícios, mas não queria perder a
oportunidade de falar-lhes da esperança messiânica.
Ali foi a despedida entre o cristianismo e o judaísmo
Atos 28:23: Tendo eles assinalado um
dia, m uitos vieram ter com ele em sua
moradia, aos quais, desde a manhã até a
595
Atos 28:28
Atos Atos A tos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos Atos
noite, expôs, com bom testemunho, 0 Rei­
no de D eus, persuadindo-lhes a respeito
de Jesus Cristo, tanto pela Lei de Moisés
com o pelos Profetas. (At 26 :22; L c 24:27;At 17:3;
19:8)
Dois grupos foram formados. Sempre haverá dois
grupos, “aquele que crê” e “aquele que não crê”, entre
os ouvintes
Atos 28:24: Alguns criam nas coisas que
lhes eram ditas; outros, porém, não criam.
O mesmo espírito que imperava entre os judeus nos dias
de Cristo - fariseus, saduceus e escribas, sacerdotes
e anciãos do povo, ainda imperava entre os judeus de
Roma: o espírito de incredulidade. Queriam sinais, os
quais não lhes seriam dados (ls 6:9)
Atos 28:25: E, estando discordes entre si,
despediram-se, havendo Paulo dito uma pa­
lavra: “Bem falou o Espírito Santo a vossos
pais, pelo profeta Isaías,
Esta mesma geração que vivia em Roma já havia sido
um grande problema nos dias de Cristo. Eles não
temiam blasfemar. Por isso, Deus lhes falou por meio de
parábolas, para que, ao ouvirnão entendessem- porque
blasfemaram contra o Espírito Santo
Atos 28:26: dizendo: Vai a este povo e dize-
lhe: Com ouvido ouvireis, e não entende­
reis; e vendo, vereis, e não percebereis, (is
6:9,10; M t 13:14,15;Rm 11:8)
Ao falar-lhes por parábolas, ouviam, mas não entendiam.
Porque não era possível que se salvassem, tendo
blasfemado, ao atribuírem a Satanás as obras do Espírito
Santo de Deus. Sabendo que o poder da palavra do
Evangelho era tão misericordioso que eles poderiam
entender, Deus lhes falou por parábolas, para que a
misericórdia de Deus não se tornasse em injustiça
Atos 28:27: Engorda o coração deste povo,
e endurece-lhe os seus ouvidos, porque ou­
viram com pesar, e fecha-lhe os olhos; não
seja o caso de que venham a ver com os seus
olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a en­
tender com o seu coração, e a converter-se,
pois eu os curaria. (isM)
Lendo o livro de Atos, desde a primeira viagem de
Paulo, ele sempre procurou as sinagogas para ali tentar
convencer os seus patrícios a respeito do Evangelho.
Com exceção de Éfeso, em que os judeus falavam mal
do Caminho e onde Paulo fazia os cultos na Escola de
Tirano. Isto significa que Deus insistiu com grandes
oportunidades para que Israel fosse salvo. Então, Paulo
decidiu definitivamente pregar aos gentios
Atos 28:28: Sabei, pois, que esta salvação
28:29
de Deus foi enviada aos gentios; eles tam­
bém a ouvirão”. (Mt21:41,43;At13:46,47;Rm11:11)
Um desses dois grupos lutará para que Paulo seja
eliminado. Mas os judeus estavam passando por grandes
lutas. Escritos anti-semitas estavam sendo divulgados
pelo mundo, a partir de Alexandria, e Roma perderia
a tolerância que os brindava desde Artaxerxes (Et
10:1 -3), e confirmadapor Alexandre e também pelos
Ptolomeus, e que foi aceitapelos primeiros imperadores
de Roma. Mas o indulto de Artaxerxes estava perdendo
o seu poder. Até o ano 70 d.C., os j udeus começariam
a sofrer aquilo que eles mesmos preferiram ao pedir
a crucificação de Cristo, sem lançarem sobre ele a sua
culpa (Dt21:1 -6). Aqui, Paulo entendeu o que depois
escreveu em Filipenses 1:15.0 outro grupo dos judeus
saiu para acrescentar aflição às suas cadeias
A t o s 2 8 : 2 9 : E havendo ele dito isto, os ju­
deus retiraram-se, tendo entre si uma gran­
de contenda.
Quando Paulo chegou a Roma, vindo de Cesaréia,
escreveu a carta aos Efésios (Ef 3:1 6:20), a carta aos
Colossenses (Cl 4:18) e a carta a Filemon (Fm 1:13),
até o fim de sua prisão (entre 61 -63 d.C.), como lemos
em Atos 28:30-31. Sob aquelas cadeias, muitos irmãos
creram no Evangelho e a igreja entrou em franco
crescimento (Fp 1:14).Em Romanos lótemosuma
lista de irmãos que fizeram parte daquela linda igreja
que Áquila e Prisca e Pudente conheciam muito bem
(2 Tm 4:21)
A t o s 2 8 : 3 0 : E morou um biênio inteiro na
casa que alugara; e recebia a todos os que o
visitavam,
Entre os anos 1 e 5 d.C. (quase no mesmo tempo do
nascimento de Cristo), Paulo nasceu, nos dias do
Imperador Augusto. Entre os anos 33 e 34 d.C., ocorreu
o martírio de Estêvão e a conversão de Paulo, já no
governo de Tibério. Nos anos de 34 a 36, Paulo esteve na
Arábia, nos dias do Imperador Calígula. Entre os anos
36 a 37 d.C., aconteceu a primeira viagem ajerusalém.
Entre os anos 37 e 42 d.C., esteve em Tarso. Em 42 d.C.,
Paulo chegou à Antioquia. No ano44 d.C., período
da grande fome, Paulo viajou ajerusalém para trazer
ajuda aos irmãos. Nos anos de 45 e 48 d.C., ele fez a
sua primeira viagem missionária. Entre 48 e 49 d.C.,
houve o Concílio dos Apóstolos emjerusalém. Aseguir,
aconteceu um conflito entre Pedro e Paulo em Antioquia,
jáno governo de Cláudio. Entre os anos 49 e 52 d.C.,
Paulo fez a sua segunda viagem missionária. Entre 49 e
50 d.C., ele permaneceu em Filipos. Entre 50 e 51 d.C.,
Paulo esteve em Tessalônica e Beréia. Entre 51 e 52 d.C.,
ele esteve em Atenas e Corinto, onde escreveu as duas
epístolas aos Tessalonicenses. Entre 53 e 58 d.C., Paulo
fez a sua terceira viagem missionária. Esteve em Éfeso
entre 54e 57 d.C., mas foi entre 54 e 55 d.C. que Paulo
escreveu a epístola aos Gálatas. Em 56 d.C., escreveu
a primeira epístola aos Coríntios. Em 57 d.C., teve que
fugir de Éfeso, onde havia escrito a segunda epístola aos
Coríntios, quando fez sua viagem àIlíria.Em57e58,
Atos 28:30
passou o inverno em Corinto, onde escreveu a epístola
aos Romanos. Em 58 d.C., Paulo regressa, fazendo a sua
última viagem ajerusalém. Já sob o governo de Nero,
fica, nos anos de 58 a 60 d.C., preso em Cesaréia. Entre
60 e 61 d.C., Paulo faz a sua quarta viagem missionária
a Roma. Passou os anos de 61 a63 d.C. em Roma. Ali
escreveu as famosas epístolas da prisão. Foi liberto
e, nos anos de 63 a 66 d.C., Paulo fez duas viagens
missionárias pelo Oriente. A quinta viagem: (1) Paulo
falou a Timóteo que queria estar em Éfeso novamente (1
Tm 4:13), região onde Timóteo estava. Dali passou por
Creta, Mileto, Colossos, Filipos e Corinto. De Corinto,
Paulo convocou Tito para o encontrar em Nicópolis (hoje
Bulgária -Trácia e Macedônia, Tt 3:1), provavelmente
depois de uma rápida viagem à Espanha. Na sexta viagem
missionária (2 Tm 4:20), ele foi dali paraTrôade (2 Tm
4:13), e depois para Corinto (2 Tm 4:20), depois que
uma parte daquele grupo que o ouviu em Atos 28:29 o
denunciou. Em 66-67 d.C., Paulo regressou da sua última
viagem, tendo passado o inverno em Nicópolis (hoje
Bulgária). Em 67 d.C., foi preso em Corinto e levado para
o seu segundo cativeiro em Roma. Em Roma, terminou a
segunda Epístola a Timóteo, depois do primeiro “amém”
(2 Tm 4:18), quando foi martirizado. A última carta de
Paulo e as duas últimas viagens missionárias de Paulo (5a.
e 6a): (1) Paulo escreveu 2 Timóteo até o capítulo 4:18,
de Roma, nos idos de 66 d.C. (2 Tm 4:17), depois de sua
viagem para Mileto (ali deixou Trófimo - 2 Tm 4:20) e
para Corinto (onde deixou Erasto - Ef4:12), e onde Paulo
foi preso. Tito foi para a Dalmácia e Crescente foi para a
Galácia (2 Tm 4:10). De volta a Roma, novamente como
prisioneiro, escreveu a última parte de 2 Timóteo 4:19-
22. Três anos antes da destruição e tomada dejerusalém,
Paulo foi martirizado em Roma. Os últimos contatos com
seus amigos obreiros, em ordem cronológica, foram:
(1) Timóteo, 62.d.C. (2 Tm 2:19). Enviado a Filipos e
região para relatar a respeito dos negócios de Paulo em
Roma. Dali, Paulo se comunicará com Timóteo apenas
porcaria. (2) Tito (2 Tm 3:12). Paulo, ainda livre, espera
encontrar-se com Tito em Nicópolis. (3) Tíquico (At
20:4 - 58 d.C.), enviado a Colossos (62 d.C.) e depois
a Éfeso (63 d.C.), para relatar os negócios de Paulo (Ef
6:21; Cl 4:7); enviado a Tito (Tt 3:12 - 63 d.C.), e, por
último, foi a Éfeso (2 Tm 4:12 - 64 d.C.). Dali, nunca
mais se viram nesta terra. (4) Lucas (At20:5). Eles se
separaram e se encontraram em Trôade (58 d.C.). No
fim de 62 d.C., ainda está com Paulo (Fm 24). Em 64 d.C.,
ainda estava com Paulo (2 Tm 4:11). (5) Demas. Em 62
d.C., ainda está com Paulo (Cl 4:14; Fm 24). Em 64 d.C.,
Demas o abandonou (2 Tm 4:10). (6) Epafras. Em 62
d.C., está acompanhando Paulo naprisão em Roma (Fm
23). Depois Paulo é libertado e ambos se separam. (7)
Aristarco. Foi com Paulo de Cesaréia a Roma (At27:2).
Ficou preso com Paulo (Cl 4:10); em 62 d.C. estava com
Paulo em Roma (Fm 24). (8) João Marcos, sobrinho de
Bamabé. Volta a estar com Paulo em 62 d.C.; esteve com
Paulo em Roma (62 d.C.); depois não se sabe mais a seu
respeito. Em 64, Paulo pede para que o tragam de volta
(2 Tm 4:11). (9) Trófimo, o grande amigo de Paulo, o pivô
da prisão de Paulo emjerusalém (At21:29), que veio
com ele da Ásia (At20:4). Depois do ano 64 d.C., com o
incêndio de Roma por Nero, as perseguições contra os
cristãos cresceram muito, principalmente depois de sua
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28:30
esposa Popéia tornar-se cristã, e ao favorecer o pedido de
Josefo com respeito à libertação dos sacerdotes presos
em Cesaréia, antes da prisão de Paulo nos dias de Félix.
Paulo estava em viagem quando, em 64 d.C., houve o
grande incêndio em Roma. No ano de 66 d.C., Paulo
começa a ser procurado em todo o mundo, pois Nero
havia ordenado a perseguição dos cristãos acusados de
serem os responsáveis pelo incêndio. Nero, bêbado,
dá um pontapé em Popéia, sua mulher, e esta morre
em 65 d.C. Com isso, os cristãos ficaram sem uma
grande aliada. Para piorar a situação de Paulo, houve
uma sublevação judaica najudéia, em 66 d.C. Em 9
deJunho de 68 d.C., Nero suicidou-se, mas a ordem
de martírio para Paulo e Pedro já havia sido expedida,
sendo acusados de ser os líderes do cristianismo.
Durante essa última prisão, ele escreveu a segunda
parte da carta a Timóteo, indicando profeticamente, ao
mesmo tempo, que a sua primeira defesa teve lugar e
que seu martírio estava próximo. O grande historiador
Eusébio, ao citar Dionísio de Corinto, indica-nos que
ele declarou que Pedro e Paulo foram martirizados ao
mesmo tempo. Tertuliano compara a morte de Paulo
com a deJoão (o Batista), por decapitação. O testemunho
de Eusébio de Cesaréia sobre a morte de Paulo, por
Atos 28:31
Atos A tos A tos Atos Atos Atos Atos Atos A tos Atos
causa da perseguição de Nero, é geralmente aceito. Essa
perseguição começou, no entanto, a partir do verão de
64 d.C.; com a morte do imperador Nero (9 deJunho 68
d.C.), por isso, é provável que o martírio de Paulo tenha
ocorrido em 67 d.C. A tradição católica diz que Paulo
foi enterrado no Ostiensis Via, perto do local da basílica
de São Paulo, no FuorileMura. Mas, sabe-se que, em
258 d.C., quando os túmulos cristãos em Roma foram
ameaçados de profanação por causa da perseguição de
Valeriano, os restos mortais de Paulo foram transferidos,
por um tempo, a um lugar chamado Ad Catacumbas,
da ViaÁpia. Posteriormente, foram transportados ao
seu lugar de repouso original, sobre o qual Constantino
construiu a sua basílica. Muitos dias depois, ao escrever
a carta aos Filipenses, perto de sua morte, ele disse: “Os
santos da casa de César vos saúdam” (Fp 4:22)
A t o s 2 8 : 3 1 : pregando o Reino de Deus e
ensinando as coisas concernentes ao Se­
nhor Jesus Cristo, com toda a liberdade para
falar, sem nenhum impedimento, ie/ ó.-w jo ,-
A t28:23; 2 Tm 2:9j
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