Livro Eclésio -doutrinário de
J oão
J o ã o , c a p ítu lo u m (1 )
Há dois princípios contidos nos dois primeiros versos
(Êx3:9): o da paternidade e o dabiogênese. Esse verso
trata do princípio da paternidade, quando a Dispensação
do Mistério foi conhecida (Ef 3:2). Este princípio está na
eternidade que, por sua vez, se divide em três partes: (1)
que era (2) que é (3) e que será. O princípio estáno era,
não no passado! O passado é parte do tempo do homem
e é inferior. Toda a história divina tem três períodos que
se dispersam nessa grande eternidade. Paulo conheceu
esse mistério e escreveu sobre três dispensações. A
Dispensação do Mistério, a Dispensação da Graça e a
Dispensação da Plenitude dos tempos. (1) A Dispensação
inicial do Mistério (Ef 3:2) vai desde antes da criação dos
anjos, que inclui a criação da imagem, a rebelião dos anjos,
a destruição do querubi m Luzeiro do Éden original, as
profecias quanto ao destino final de Satanás, o acordo entre
o Verbo e o Ancião de Dias sobre a encarnação, a aceitação
divina do desafio de Satanás contra Deus, sobre a redenção
esuas leis, a construção da Novajerusalém, o planejamento
da criação da terra, a expansão dos céus, a criação de toda
acriatura até o tempo da incubação da terra pelo Espirito
Santo (Gn 1:2). Esses acontecimentos são conhecidos antes
da criação da terra. Quando Deus disse “haja luz”, estava
apenas começando a parte B da Dispensação do Mistério.
A Divindade se compunha, até a encarnação de Cristo,
de Ancião de Dias, Verbo e Espírito. Os três utilizavam o
nome Jeová, pois este nome é poder em cada um. Até a
encarnação de Cristo, a Divindade era dicótoma (composta
de Espírito e Almas), sem corpo físico, embora a imagem
(corpo físico) estivesse planejada e pronta (Gn 1:26). Este
princípio não é o mesmo de Gênesis 1:1, mas o princípio
absoluto, nos dias do era da eternidade, a qual, por sua
vez, compõe-se de era, é e há de ser. O Verbo, a partir da
encarnação, revelou-se como Filho do homem. Mas, antes
era apenas conhecido como Verbo. O Verbo era. Este é o
princípio, e o “era” é uma parte da eternidade, na grande
Dispensação do Mistério. Nesse tempo, o Verbo era,
existia. O Verbo é uma pessoa no princípio. As ações que
implicam na ação do Verbo podemos vê-las em Gênesis 1:3-
2:5: Leia e conte quantas ações do Verbo temos ali. Todos os
verbos grifados serão obra do Verbo. Sem este Verbo, nada
seriafeito ou criado. O Ancião de Dias planejou, e o Verbo
executou segundo a ordem do Ancião de Dias
João 1:1: No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. /cn /.-/,■
Cl 1:17; IJo l:l;F p 2 :6 j
Esse princípio, evidentemente, trata da criação dos céus
e da terra. Quando estamos no princípio com Deus, ele
está conosco em todo o tempo. Esse princípio é a segunda
parte da Dispensação do Mistério. Esse princípio agora é o
mesmo de Gênesis 1.1. Ele estava ali, na boca do Ancião de
Dias, isto é, aquele que conhecemos hoje como o Pai. Ele
319
era o Verbo de ação do Pai; ele era a palavra profética do Pai.
Por causa da existência do corpo de Cristo, Deus é Espírito e
carne, hoje. Antes, era somente Espírito
João 1:2: Ele estava no gênesis com Deus.
O texto mostra que nada é fruto de uma explosão, de uma
auto-evolução, de uma mutação, ou de outra ação criadora,
sem o Verbo. Nada seria feito por si mesmo, sem ele. Ações
do Verbo: “Todas as coisas foram feitas porintermédio
dele”. Podemos ver que o Verbo é a palavra profética posta
em ação, criando segundo a ordem do Ancião de Dias
Todas as coisas foram feitas por ele,
J o ã o 1 :3 :
e sem ele nada do que foi feito seria feito.
(Jo l:1 0 ;C II:ló ;H b l:2 J
A intervenção do Verbo ou a ação do Verbo em todas as
dimensões é vida e luz. Adão e Eva vestiam-se dessa luz até
a queda. A vida estava no Verbo, a ação estava no Verbo;
logo, a ação doVerboévida.Essavidaéluz.As trevas são
morte. Vida eluzsãoamesmapessoa:Cristo. Quando
o homem foi criado, recebeu o Verbo em forma de luz,
devida. E essa vida circula no seu sangue e habita no seu
ser completo por meio da luz. Por isso, a primeira luz
que aparece em Gênesis, antes dos grandes luzeiros que
surgem posteriormente, é o Verbo, o facho inicial de luz,
para que o Ancião de Dias pudesse operar às claras
João 1:4: A vida estava no Verbo e .a vida foi
manifestada para ser a luz dos homens; n jo s .-i i;
Jo5:26; 11:25; 14:6)
Esse é o impacto da luz. Ela resplandece nas trevas. As
trevas não são noites. As trevas foram antes da noite. Cada
vez que Deus ordenar a edificação do Santíssimo Lugar,
deixará este local em trevas, para que a sua luz se manifeste
e resplandeça em memória da sua obra criadora
João 1:5:e a luz resplandeceu nas trevas, e as
trevas não a compreenderam. (jo3:i9;9:5; i2:46j
O homem enviado porordem deDeusveioasera voz
audível do Verbo. Assim, o Verbo passa a ter expressão, e
o homem torna-se inescusável se não comunicar-se com o
seu Criador. A voz veio dar testemunho daquilo que o Verbo
já havia feito. Por que inescusável? Porque o adversário
poderia dizer que o testemunho da natureza e de todas as
coisas criadas (Rm 1) eras silenciosos e não produziriam
fé, pois afé somente seria produzida mediante o ouvir, e o
ouvir aPalavra de Deus; e esse era o papel de João. João é
a testemunha do Verbo; ele veio depois da ação do Verbo,
para testemunhar da luz, da vida e do Verbo, que eram a
mesma pessoa. Deus não trabalha nomundosemqueum
profeta vaticine o Verbo antes da realização criadora de
Deus. O Verbo precisa ser dito. Até a criação do mundo,
o Ancião de Dias, sozinho, proferia o Verbo; mas, agora,
ele tem profeta para anunciar avinda do Verbo no Novo
 Testamento. O texto dá um salto da Dispensação do
Mistério para a Dispensação da Graça. Agora, ele fala da
introdução do Verbo no Novo Pacto
João 1:6: Houve um hom em enviado por
Deus, que se chamava João. m3:i)
O Pai precisado Verbo, e o Verbo, da voz. Assim, o
testemunho da voz é luz, e, pela luz, os homens podem crer
no Pai. Quando Deus entrou no mundo, o Espírito Santo
assumiu este papel para a natureza informe, vazia e em
trevas, ou seja, ele deu o testemunho da luz que estava para
chegar. Agora, na nova criação do homem, pela mensagem
de Boas-Novas do Evangelho, nós tomamos este espaço,
comojoão Batista, dando testemunho daluz que chegaria à
vida dos homens
João 1:7: Este veio com o testemunho que
testificava da luz, a fim de que todos os ho­
mens cressem por seu intermédio. (At 19:4)
A voz não tomou lugar do Verbo, nem quis ser a luz. Ele
estava satisfeito em ser avoz, o testemunho. Ele tinha
consciência ética de que não era a luz, mas que havia
nascido para dar testemunho: (1) ele é maior do que eu; (2)
ele tira o pecado do mundo, e (3) não sou digno de desatar
as suas alparcas. Ele veio dar testemunho da luz; logo, veio
fazer a obra que o Espírito Santo fazia em Gênesis 1:2:
preparar o caminho para a chegada daluz. Aqui, temos um
novo Gênesis, quando João faz o papel do Espírito Santo!
Ele estava preparado para isso, desde
o ventre de sua mãe!
João 1:8: Ele não era a luz, mas veio para dar
testemunho da luz, (jo 1.20,1
Serve para provar o que se diz no verso quatro, quando
o homem perdeu as suas vestes deluznoÉden. Elas,
agora, são reveladas no corpo de Cristo, por ocasião da
transfiguração (v. 14)
João 1:9: isto é, a luz verdadeira, que veio ao
mundo para iluminar a todos os homens; /is
49:6; lJo2:8)
O Verbo em carne era a grande chance para o homem
apalpar a verdade, mas o mundo não deu ouvido à voz. O
mundo surgiu quando o Verbo agiu, mas não o reconheceu.
O salto que o autor deu foi gigante: ele passou pela
eternidade, fez uma escala em Gênesis 1, e, depois, veio para
a nova criação narrada em João 1, onde o Verbo se encarna
definitivamente. Mas o Verbo que atuou no princípio não
foi conhecido pelo mundo que havia criado. No entanto, o
próprio Verbo necessitava de um profeta que verbalizasse a
sua intenção para que o Ancião de Dias a executasse
João 1:10: estava no mundo e o mundo foi
feito por ele, mas o mundo não o reconheceu.
(Cl 1:16; Hb 1:2)
O Verbo veio para coletar os frutos do arrendamento da
sua herança recebida do seu Pai, o dono da vinha; mas os
lavradores o mataram. Os seus arrendatários eram os filhos
dejacó. Mas eles o rejeitaram. Mas ainda há promessas de
restauração para eles, não neste tempo da graça. A nação de
Israel será restaurada, pois é o grande tesouro achado pelo
mercador. Aqui temos o significado da parábola do tesouro
escondido, quando aquele homem encontra o tesouro e o
esconde, e regressa, afim de vendertudo o que tem; mas
depois volta e compra a terra onde o tesouro estava. Israel é,
na graça, o tesouro escondido. Uma parábola perfeita para
explicaresse texto, pois o tesouro é Israel. Mas o tesouro
não o reconheceu. Mas ele voltará para comprar a terra. A
Igreja, obra do cumprimento da promessa de Deus, é tirada
dom eiodedois povos, os gentios e os israelitas, para ser
aelite do Reino (“eclesia”). Nela, Deus tira um povo que
recebe a Arca sem véu, livre e autêntica. E todos os que a
recebem adquirem também um direito que jamais lhes
será tirado. Foi uma tipologia cumprida em Cristo e lembra
aquela situação em que a Arcafoi deixada por Davi, quando
Obed-Edon a tomou em sua casa portrês meses! Ele a
recebeu e, por isso, adquiriu o direito de estar nos átrios da
casa do Senhor, mesmo não sendo sacerdote. Observe que
grande mensagem nos revela Obed-Edon! Também lembra
a procura de José por seus irmãos em Siquém, quando eles
conspiraram contra ele e o venderam
João 1:11: Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam. (Gn37.-i3,i4)
A potestade foi dada à Igreja, que recebeu o domínio da
vinha, agora não mais formada de lavradores, mas como
filha do proprietário. Foi uma decisão do dono da vinha.
Aqui, João faz alusão à História da Igreja desde o seu
princípio. A Igreja, a nação poderosa, é profetizada por
Deus antes da fundação domundo,quandoo Luzeiro
foi lançado da presença de Deus. Aqui vemos a glória da
profecia da Igreja no início do livro: (1) a Igreja como a
nação santa (Ez 31:11); (2) a Igreja como a esposa (Ap 22);
(3) a Igreja que crê nele (Jo 3:16); (4) a Igreja que crê no seu
Nome; (5) a Igreja que recebe poder de filhos pela adoção
(Rm 8:15-18). O poder de receber a filiação pelafé no seu
Nome: O nome tem poder para dar filiação. A origem da
Igreja, a elite do Reino. No Salmo 102:12-28, temos várias
profecias em um amplo texto que parece ser apenas um
simples salmo devocional; mas nele estão inseridas as três
medidas de farinha de Mateus 13:33. Sião (SI 102:13)que
fala de Jerusalém; as nações (SI 102:15), que representam
os gentios; e a Igreja, o povo que havia de ser criado
(Jo 10:16; 17:20). Este povo ainda seria criado, mas foi
edificado por Cristo (Mt 16:18) e profetizado por Ezequiel
(31:11). A Igreja assumiu o lugar do Luzeiro. No dia em que
Luzeiro foi expulso do Éden celestial, foi lançada sobre uma
sentença: “Um povo, dentre as mais poderosas das nações
te dará o tratamento que tu mereces”. A Igreja passou a
ser a predadora de Satanás. Eis aí a origem e o motivo da
criação da Igreja. Imediatamente após a rebelião do grande
querubim, Deus providenciou um povo substituto para
louvor da sua glória, isto é, a Igreja. E o povo incumbido
de executar essa sentença éalgreja,“aelitedentreas
nações”. Por isso, a Igreja foi eleita antes dafundação do
mundo (Ef 1:6). A Igreja também assumiu o lugar de Israel
no sacerdócio universal, enquanto esta nação escolhida
dorme (Êx 19:5,6). O sacerdócio universal era para ser
cumprido por Israel, entre as nações (Êx 19:5, ó), mas foi
negligenciado poreie, quando preferiu ser como as nações
gentílicas, ao rejeitar o reino de sacerdotes, nos dias de
Samuel. O propósito era especial, e havia sido revelado a
Abraão (Gn 12:1-3), pois através desse sacerdócio todas
 as famílias da terra seriam abençoadas. Por causa dessa
negligência, Israel teve o seu propósito mudado no dia em
que construiu um bezerro de ouro com os recursos trazidos
do Egito para a construção do Tabernáculo. O sacerdócio
instituído por Moisés, agora, é menor do que o propósito
original. O propósito original estabelecia, nas primeiras
pedras que foram quebradas, que as nações seriam como
as tribos, quando recebessem o serviço sacerdotal de Arão.
Israel seria como Arão, e as tribos, como as nações. Mas,
com a mudança, Levi tomou o papel da nação sacerdotal
e tornou-se a tribo sacerdotal. Deveria serjudá, mas, na
ocasião em que Moisés lançou o desafio, em Êxodo 32:26,
somente os levitas ficaram ao lado de Moisés. Deus elegeu
a tribo de Levi por isso. Ela aproveitou a oportunidade.
Assim, o propósito universal ficou vacante e, para ser
sacerdote entre as nações, Deus escolheu a Igreja.
Pedro, sendo líder da Igrejaemjerusalém, entendeu isso
perfeitamente, e escreveu: “Porisso, na Escritura se diz: Eis
que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e
quem nela crer não será confundido”
João 1:12: Mas a todos aqueles que o rece­
beram deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, isto é, aos que crêem no seu Nome;
(Gl3:2ó; 1Jo3:I;Jo3:18; Uo5:I3)
Os filhos gerados de um novo nascimento são natos do
Reino de Deus (SI 87). Nãosão frutos de uma relação entre
homem e mulher, mas da ação direta do Espírito Santo de
Deus em nosso espírito. Esses detalhes revelam que o novo
nascimento é o meio pelo qual podemos recebê-lo. Nascer
segundo avontade da carne significa que o homem desejou,
por instinto sexual, e houve um íntercurso; da vontade do
varão significa que houve o desejo de gerar um filho, por isso
o sangue tem poderna carne. Masjoão acaba dizendo que
foi a vontade de Deus que nos produziu, o que significa que
nascemos pela vontade de Deus. E, uma vez que nascemos
de novo, somos feitos como ele, segundo a vontade do
Espírito. Não houve interferênciahumana. Logo, conclui-se
que João está realmente tratando de umanova criação
João 1:13: os quais não foram gerados do
sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do varão, mas de Deus. (.ijo 5 :ii;jo3:S;
6; Tg 1:18; 1Pe 1:23)
Eis aqui um Tabernáculo em forma de corpo humano, não
cheio de juízo e de fogo, mas cheio de graça e de verdade.
João viu tudo isso no monte da Transfiguração. Jesus se
lembraria disso na oração intercessora (Jo 17:4,5). Enfim,
o Verbo que não era apenas uma voz de comando, agora se
tornou carne. Da mesma forma como ele se tornou carne,
nos tornamos filhos, mas sem interferência do homem.
E o Verbo se fez carne e habitou (tabernaculou) entre
nós. Ele se tornou homem com humildade (Fp 2:5-8), e
isso implicou em grandes mistérios. Assumiu a natureza
humana, e depois a imunizou, e pede para que comamos a
sua carne, no capítulo 6, a fim de termos uma humanidade
perfeita, como deveria ser desde o princípio. Cheio de
graça: Foi disso que ele se encheu, antes de revelar-se
verdadeiro: de graça; pois quando ele esteve no mundo
como Anjo do Senhor, não conheceu a graça. E foi por
321
isso que Moisés não quis que ele o acompanhasse, pois
não sabia o que era graça. Somente na condição humana,
elepoderiasabero que era a graça. E de verdade: Ele
não veio como João, cheio de verdade e sem graça, pois
é João quem faz a divisão entre o primeiro e o último
pactos. Alguns são verdadeiros, mas sem a graça. E
vimos a sua glória. Ele faz alusão àquele dia no monte da
Transfiguração, em que o Verbo foi visto como era antes de
tudo, mas com um corpo humano, com a natureza humana
aperfeiçoada pela geração do Espírito, como ele mesmo
foi gerado. A Arca encoberta no lugar Santíssimo, agora é
vista! Na Transfiguração, a glória da Arca é vista por três
de seus discípulos. Como a glória do Unigénito do Pai. O
Unigénito do Pai não nasceu na eternidade, mas nasceu
de Maria. Ele veio por intermédio de Maria. Foi gerado
a partir de Maria. Essa profecia está escrita no Salmo
22:9,10. Antes de ser primogênito no ventre de Maria, ele
era Deus, sem princípio e sem fim de dias. Depois, ele veio
a ser Primogênito no ventre da terra, quando ressuscita e
entra de novo no mundo (Hb 1:5,6). Seu corpo, revelado
depois da sua concepção e encarnação, é o mistério da
piedade, que Satanás não pode confessar como sendo
uma realidade na terra, porque no mistério da encarnação
reside a desgraça de sua derrota para Cristo. Deus, ao
criar o homem, criou-lhe espírito, alma e corpo. O corpo
físico era algo mais que o próprio Deus não possuía.
Deus era Espírito e sua alma era espiritual, não palpável.
As partes imateriais têm capacidade de compartilhar
do mesmo espaço (o corpo) ao mesmo tempo, sem
perder sua identidade. Por isso, em apenas uma pessoa
pode haver muitos demônios (até mesmo uma legião,
com milhares de demônios), e nenhum deles perde a
identidade. Por outro lado, na Divindade infinita, que são
três pessoas, conseqüentem ente, três almas, nas quais
não existe problema de espaço, pois são um em Espírito
e três almas. Estas almas ocupam o mesmo espaço da
essência espiritual sem perder a identidade. Quanto mais
agora no corpo do Filho. Quando Deus criou o homem,
algo novo foi introduzido na criação. Os animais, criados
infinitamente menores que os homens, tinham corpo e
fôlego de vida (alma animal irracional). Quando o homem
foi criado, ele recebeu um corpo, além da alma vivente
imortal e o espírito humano. Um Deus dicótomo cria
um homem tricótomo (tripartido). Ele foi criado assim
porque ia habitar no homem. Com a entrada do pecado no
mundo, o diabo deu provas de que recebeu com impacto
a criação do homem, que havia sido criado com algo
mais que nem os anjos possuíam: o corpo. Os anjos não
possuem corpo físico. Não podem, desta forma, comandar
o mundo legalmente. Não são vistos nem notados. Isto é
uma humilhação para eles, principalmente para Satanás,
um querubim caído. Antes do homem comer da árvore
da vida, Deus o expulsa temporariamente do jardim, que
era um Santíssimo lugar, e coloca querubins na entrada.
Isto acontece para dar início ao processo de redenção.
Porque se o homem comesse do fruto da árvore da vida,
depois de ter desobedecido, tornar-se-ia (como os anjos
caídos) - pecador eterno. Com a impossibilidade de
entrar no jardim do Éden e comer da árvore da vida, o
homem foi condenado, mesmo tendo alma imortal e
corpo físico mortal. Com a promessa da vinda de Cristo,
como semente da mulher, o Pai depositou no altar a sua
1:14
única possibilidade de redimir o homem e habitarnele (Jo
3:16). Assim, pela vinda do Filho em um corpo humano,
Deus se toma tricótomo, pelo corpo dejesus Cristo.
Com o homem caído, ele completa o plano redentor
por meio da obra consumada e eleva o homem a uma
posição maior que a dos anjos (Ef 2:6), acima deles, ao
lado de Deus. Este é o plano de Deus: investir para poder
retomar depois. Perder, para ganhar para sempre. Morrer
para viver para sempre. Descer para poder subir. Com
o corpo de Cristo ressurreto, o homem é elevado a uma
posição gloriosa e ganha poder acima de todo principado
e potestade. Finalmente, Deus assume o corpo. O plano
está cumprido. Agora, podemos dizer que o nosso Deus
é Espírito, Alma e Corpo. Ele começou por último, e
terminou primeiro. Como Jesus vive em nós? Os textos a
seguir são muito importantes: Colossenses 1:26,27: “O
mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações;
mas, agora, foi manifestado aos seus santos, a quem
Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória
deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a
esperança da glória”. Colossenses 2:9,10: “Porque nele
habita corporal mente toda a plenitude da Divindade,
e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo
principado e potestade”. É desejo de Deus ser glorificado
no corpo do Filho (Jo 14:13). Para isto, ele deve habitar
nele. Jesus é a imagem do Deus invisível. O Pai escolheu a
Jesus para revelara verdadeira imagem do Deus invisível.
Deus lhe deu um corpo (Cl 1:15). “O qual é imagem do
Deus invisível, o Primogênito de toda a criação; porque
nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações,
sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por
ele e para ele ”. O corpo de Cristo foi criado, mas a alma
de Cristo nunca foi criada. O corpo foi planejado antes da
fundação do mundo (Gn 1:26). Em Hebreus 10:5, a Bíblia
diz que Deus preparou um corpo para o Filho. Agora,
somente o Filho tem corpo. O Pai espera para habitar no
corpo do Filho (1 Co 15:26-28), quando haverá o “tudo em
todos". Ele é a cabeça de todo o corpo (Cl 1:18). O corpo
de Cristo é a sua esposa, a Igreja. Nele habita a plenitude
da Divindade (Cl 1:19). Ele também é a cabeça do corpo,
da Igreja; é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos,
para que em tudo tenha a preeminência, porque aprouve a
Deus que nele habitasse toda a plenitude. O Senhor Deus
desejou que fosse assim (Cl 2:9-10) e que nele fossem
reconciliadas todas as coisas no céu e na terra (Ef 1:10; Cl
1:20). No corpo de Cristo, reunir-se-á toda a Divindade.
Quem vamos ver eternamente será o Filho, por causa do
corpo; quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então
ele mesmo se sujeitará ao Pai
João 1:14: E o Verbo se fez carne, e taberna-
culou entre nós, e vimos a sua glória, glória
como do Unigénito do Pai, cheio de graça e de
Verdade. (Rm1:3;G14:4; 1Tm3:16;Hb2:14)
João era a voz. E a voz sabia que o Verbo era antes da voz, e
que ele era preferido antes da voz, pois ele era Deus. Esta
voz perdurará durante o livro de Atos. Ela falou a Pedro. Ela
é distinta do Espírito Santo. Essa voz se manifestou em Atos
capítulo 2 e fez a propaganda do Pentecostes. Essa voz fala
porJoão:“Oquevem depois de mim”, foi gerado seis meses
JOÃO 1:17
depois de João. Passou adiante de mim; pois, o encheu do
Espírito Santo, quando João tinha seis m eses de vida e Jesus
estava apenas há alguns dias no ventre de sua mãe. Porque
antes dejoão, ele já existia. Ele não foi fruto da vontade
da carne dejosé, nem de seu sangue, pois não foi produto
da junção de um espermatozóide e um óvulo. Ele apenas
tomou forma da imagem previamente preparada por Deus
(Gn 1:26), para habitarnela, porisso a profecia de Gênesis
3:15 dizia que ele viria da semente da mulher. Suaimagem,
que é o seu corpo, sua encarnação em graça, foi criada (Hb
10:5; Fp 1:15), mas sua alma, que assumiu o óvulo, já existia
antes de tudo. Aqui está a prova de que ele co existia. Ele
repete isso em João 1:18 e em João 17:4,5. Vemos aqui que
ele apenas assumiu a carne humana, para pô-la no lugar
onde Deus a havia planejado
João 1:15: João testemunhou a respeito do
Verbo e clamou, dizendo: “Este é aquele de
quem eu dizia; aquele que vem depois de mim
tem a preeminência, porque existia antes de
m im ”, jo i:30)
A plenitude do Verbo é graça sobre graça, graça por
graça. Enquanto houver necessidade, haverá graça a ser
derramada. A graça do Senhor bastava a Paulo: “A minha
graça te basta”. A plenitude é graça sobre graça. Então,
ele enviará de sua plenitude duas vezes. A lei foi dada por
Moisés quando ele vivia na graça. Então, a lei tirou a graça
e suas primícias, desde Adão até Moisés. Entre a graça
e a graça de Cristo, vigorou a Lei. João viveu entre elas, e
agorajesus inaugura a graça com a verdade. A verdade era
desconhecida até Cristo e coberta pela simbologia, pela
alegoria e pelos tipos, mas Jesus veio ser a realidade, a
verdade, o antítipo
J o ã o 1:1 6: Porque todos nós recebem os
da sua plenitude, graça por graça. (E}U23;
\ Cl 1:19; 2:9)
Temos três atributos notáveis: alei, a graça e a verdade. O
átrio, o lugar santo e o lugar Santíssimo. Os dois últimos são
acessíveis hoje por causa dejesus Cristo
João 1:17: Porque a Lei foi dada por intermé­
dio de Moisés; mas a graça e a verdade vieram
por intermédio de Jesus Cristo. (Rm3:?.4;5;?.i;
8:32; 14:6)
Em outros textos, o Filho está no seio do Pai, no presente, o
que é contraditório, pois ele hoje está à destra do Pai, por
isso está escrito: “Desde o tempo em que estava no seio do
Pai, o revelou”, isto é, como rocha, como fogo, como o anjo
do Senhor e agora em carne. E o mesmo Jesus ali diz: “Com a
glória que eu tinha contigo" (Jo 17:4,5). O Verbo estava no
seio de Deus. Era um trunfo do Ancião de Dias para ser
revelado desde a eternidade. O Verbo era Deus, estava com
Deus, e agora sabemos onde.estava, invisível, escondido,
como o mistério escondido, segundo a revelação de Paulo
(Ef 2:3). Deus, nesse tempo, era apenas Espírito e almas,
sem corpo físico. Todas as vezes que o Verbo saía de seu ser,
ele saía com a manifestação física corporal de anjo, de
rocha, de fogo, nuvem, palavra. Agora, revela-se
322
1:18 J oão
definitivamente como Filho do homem. Agora, o Pai
resolve revelar-se por meio dele. Mas, para revelaro seu
Filho, necessitava de um corpo físico semelhante ao corpo
humano. Por meio dele, o Pai será conhecido, e com esse
corpo cumprirá o seu desejo de habitar na sua imagem,
criada antes que o homem existisse (Gn 1:26). Somente
lendo 1 Coríntios 15:26-28 veremos que, no futuro, o
próprio Pai habitará no seio do Filho, pois ele decidiu que
assim fosse (Cl 1:19; 2:9). A Divindade é composta de três
pessoas, por isso são três almas: a alma do Pai, a alma do
Filho e a alma do Espírito Santo. São três almas, em uma só
natureza, em um só corpo, que é o corpo que recebeu o
Filho. O corpo da encarnação e da ressurreição: O Filho,
dos três, detém o corpo; o Espírito está nos três, cada um é
uma alma individual como os demais. A pessoa de Jesus
sempre foi um grande mistério. Não tinha este nome, Jesus.
Tal nome é conhecido dos homens, recebido quando se fez
carne. Mas esse não é seu único nome: “para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho...” (Fp 2:10). “... escreverei
sobre ele... meu novo nome...” (Ap 3:12). Jesus é o nome
relacionado ao seu ministério terreno e à sua vitória,
conquistada por si mesmo. Antes da criação do mundo, o
Verbo era Deus e estava com Deus (Jo 1:1). No princípio, o
Verbo estava com Deus (Jo 1:2). Aqui existem dois
princípios: o princípio do Universo e o princípio absoluto,
antes da criação do homem. Ou seja, o princípio anterior ao
Universo. Antes da criação dos céus e da terra (Gn 1:2;Jo
1:2) não havia um princípio cósmico físico, mas um
princípio espiritual, um princípio absoluto. Nesse
princípio, o Filho Unigénito não era chamado de Filho, mas
como Verbo de Jeová, da mesma forma como o Espírito e o
Pai tinham os seus Nomes. A esfera do seu mover e de sua
habitação era a natureza espiritual. Nesta natureza
espiritual viviam as três pessoas, como se fossem três
gemas. A clara seria tipo do Espírito, a essência. Isto é
apenas umaanalogia. Neste princípio absoluto, ele era
Deus. Não se falava de Filho, ou dejesus, mas do Verbo, a
expressão dessa Divindade; do Espírito, o vínculo e a
natureza dessa existência, e da Luz, a manifestação visível
dessa Divindade. Deus, em três pessoas, não podia ser
manifestado em três deuses, por causa do efeito da unidade
que prevalecia entre eles. Os três usavam o mesmo nome:
Jeová. Ele era o Senhor (Jeová). (1) Estava em Deus. (2) Era
Deus. (3) Era. (4) Estava com Deus. (5) Ele mesmo deu
testemunho de que estava junto a Deus. Primeira prova:
“com aquela glória que tinha contigo antes da fundação do
mundo” (Jo 17:5). Segunda prova: Ele mesmo sabia onde
estava no princípio, e que viera de Deus e para Deus
regressaria (Jo 6:62). Terceira prova: Ele saiu de Iavé
(Jeová): “Que seria então se vísseis subir o Filho do homem
para onde primeiro estava?” Quarta prova: Saiu de Deus: “E
crestes que eu saí de Deus, (Jo ó:26). Quinta prova: Ele veio
de Deus: “...saídeD eusevim deD eus” (Jo 8:42). Sexta
prova: Era um mistério oculto: “ e demonstrar a todos os
santos qual sejaaDispensação do Mistério, que desde os
séculos esteve oculto em Deus, que a tudo criou” (Ef3:9).
Os tempos da unidade absoluta: Não havia trindade de
deuses. Havia Divindade. Havia unidade. Não havia o nome
Pai, tampouco o nome Filho. Havia uma sóDivindade.A
compreensão de Paulo, depois do conhecimento pessoal
do mistério, foi assim:"... um só Deus...”; não trindade de
deuses. Havia trindade de pessoas, não de deuses, “o qualé
323
1:18
sobre todos e portodos e em todos” (Ef 4:6). Nos tempos
eternos, o Verbo estava com Deus, em Deus, junto de Deus,
era Deus, “um como”. Nos tempos eternos, não havia neles
corpos visíveis nem material que impedissem a unidade.
Uma realidade de símbolos, mente e coração. Duas almas
em um só corpo, três almas, um só Espírito para um só
corpo. O corpo de Cristo ajuda na ilustração: várias almas
(várias pessoas) em um só corpo (Ef 4:4), em um só Espírito.
Abraão entendia muito bem a respeito do senhorio de
Deus. Ele viu três varões e os identificou como o Senhor,
enquanto Ló os viu e disse “senhores” (Gn 18:2,3; 19:1,2).
Zacarias 14:9diz:Umsóseráoseunome:Jeová. (1) Jesus
utilizando o nome “Jeová”: O nome de herança de Cristo é
Jeová, o mesmo que Senhor. Alguns fazem muita confusão a
respeito do nome. Muitos se dizem judeus e não o são, são
apenas judaizantes que se infiltram em nosso meio para se
aproveitar da inocência do povo de Deus. (2) Por que Cristo
pôde utilizar o nome? Porque sendo Filho, era herdeiro de
Deus. (3) Quais foram as duas razões pelas quais Cristo teve
esses nomes? (a) Por ser homem (Jesus); (b) Por ser Deus
(Jeová). O nome mais excelente: Somente ele conhece.
Depois da sua glorificação diante do Pai. O nome dejesus
fala de seu ministério terreno. O nome Jeová revela sua
origem divina. Jeová é um nome para três pessoas; o Pai o
usa, o Filho o usa e o Espírito Santo o usa. O corpo do Filho é
um corpo para três pessoas, depois da encarnação e
ressurreição. A Bíblia fala dos aspectos da revelação do
Filho: O Filho se revelou na Dispensação do Mistério como
o Anjo do Senhor, como o anjo que luta com Jacó, como o
anjo do Senhor que fala com Agar, como o anjo do Senhor
que fala a Moisés, como o Anjo de Araúna que fala com
Davi. Ainda se revelou como penha, por meio da qual Deus
revelou suabondade aMoisés, como a rocha que verteu
água e foi ferida três vezes, uma vez e duas vezes. A rocha
era Cristo. Ele se revelou como nuvem, como fogo, como
luz, como juízo. Mas, depois da sua encarnação, se revelou
por meio de seu próprio corpo. A Bíblia fala do mistério
escondido: Esse mistério escondido no seio do Pai era
Cristo (Jo 1:18). Esse mistério se deu a conhecer pela Igreja
(Ef 1:2,3). Nem os principados e as potestades o
conheciam. Ele foi um mistério bem guardado. Paulo teve
uma compreensão profunda desse mistério. O Verbo de
Deus era Cristo, que estava no seio do Pai; ele é a palavra
que procede da boca de Deus. Esse mistério nasceu nos
dias da Festa dos Tabernáculos. Tabemaculou entre nós 0o
1:14). Esse mistério escondido se revelou e assumiu um
corpo. Desde então, as coisas mudaram. O Pai vai estar no
seio do Filhono fim detudo(l Co 15:26-28).ABíblia fala da
Dispensação do Mistério. Esta dispensação abrange, desde
os tempos da eternidade passada e segue até a revelação do
Cristo encarnado no ventre de Maria. Essa dispensação tem
duas fases. Fase A, desde os tempos antes da criação dos
anjos até o início de Gênesis 1:1. Fase B, desde a criação dos
céus e da terra (Gn 1:1) até a vinda dejesus, por intermédio
de Maria. A Bíblia fala dos tempos da unidade absoluta.
Antes da morte do Cordeiro imolado, antes da fundação do
mundo, havia um só Deus em um só Espírito. A essência era
espiritual, de natureza espiritual. Eram um só Senhor, um
só Deus na unidade do Espírito, assim como somos uma
pessoa, mesmo tendo em nós espírito, alma e corpo, sem
interferência e contradição. O Espírito é dos três. O vínculo
da unidade: Segundo Efésios 4:4, há um só Espírito. Não há
1:18 JOÃO
o Espírito do Pai, o Espírito do Filho e o Espírito do Espírito
Santo. O Espírito é de Cristo, é do Pai e é o Espírito Santo.
Todos têm o mesmo Espirito, porque somente há um só
Espírito. O Espírito que estava em Cristo, durante seu
ministério, é o Espírito do Pai, que também é o Espírito de
Cristo. Jesus nasceu tendo sido gerado pelo Espírito Santo.
O mesmo fez o papel do espírito humano de Cristo e, como
Cristo já era uma alma antes de encarnar-se, temos
conhecimento de duas partes que já existiam antes da
encarnação: espírito e alma. Isto não sucede com o homem
natural. No momento da geração do homem natural, o
espírito vem de Deus e não é o Espírito de Deus, por mais
que seja da mesma natureza. Isto permite que o homem
continue humano. Mas, na encarnação de Cristo, o Espírito
é o mesmo Deus, em pessoa, o que confirma mais e mais a
obra de Cristo. Cristo tinha o seu próprio Espírito divino,
enquanto o homem é gerado com um espírito humano.
Assim, quandojesus nasceu, ele não precisava nascer de
novo, porque o novo nascimento significa receber o
Espírito Santo no espírito humano. No momento da sua
geração, ele recebeu o próprio Espírito Santo no lugar do
espírito humano. Assim, podemos compreender o que
aconteceu na ocasião da sua morte, quando foi abandonado
literalmente, em todos os sentidos da palavra, no momento
em que entregava seu Espírito ao Pai: O vínculo da unidade
entre os dois. Em certo sentido, quando o homem peca, sua
alma morre para Deus, mas o seu espírito e o seu corpo
continuam vivos. O sentido da morte para a alma não é o
mesmo que para o corpo, pois significa separação. O
homem natural é uma alma separada de Deus e tem um
espírito separado do Espírito Santo. No caso da morte de
Cristo, a morte foi real. Ele morreu porque seu Espírito foi
entregue ao Pai. Nisto consiste o poder da sua paixão. Seu
corpo continuaria morto, e sua alma separada de Deus, se o
Espírito Santo, que era dele, não regressasse. Se ele não
viesse, Jesus estaria realmente morto para o mundo. Mas,
por causa do selo, ele tinha garantida a sua ressurreição. (3)
Como o Espírito é um Espírito para três pessoas (Ef4:4-6),
Cristo orou para que houvesse em nós, os seus filhos, a
mesma unidade que há na Divindade. Um glorifica o outro.
Os três têm tudo em comum. Um é o instrumento de
unidade, outro é o instrumento de revelação e outro é o
instrumento de criação. Um dava testemunho do outro, e
nem um só deles deixou de respaldar o outro em momentos
de crise. Este é o modelo que ele pediu que houvesse entre
nós (Jo 17:21,22). Somente umaPessoada Divindade tem o
corpo. Este é um grande segredo teológico. Entre os três,
um foi escolhido para revelar toda a plenitude da
Divindade. Isto quer dizer que foi do agrado de Deus que
em Cristo habitasse toda a plenitude, isto é, o Pai, o Espírito
Santo, no corpo do Filho, (a) A importância da encarnação
de Cristo: A encarnação de Cristo é um grande mistério; por
meio dela muitas coisas se resolveram, (b) Colossenses
2.8,9: (c) Por que é possível? Porque há um só corpo, (d) O
motivo da ira de Satanás contra o homem: Porque nós
seremos como o nosso Cristo. Assim seremos. Esse foi o
seu desejo desde a eternidade. (1) Qual o problema
fundamental da unidade? A falta do corpo. Agora, o
problema não existe, porque há um corpo pelo qual se
revela toda a semelhança divina. (2) Por que é possível a
unidade da Divindade? Porque há um só corpo. (3) Como
foi possível a separação entre o Filho e o Pai? Na cruz, se o
324
1:18
Espírito Santo não fosse entregue ao Pai, o Filho não
morreria e não haveria separação entre eles. Quandojesus
entregou o seu Espírito ao Pai, foi possível a morte, (a) Jeová
é um nome para três pessoas, (b) Assim como o corpo do
Filho do homem é um corpo para as três pessoas, após sua
encarnação e ressurreição (Cl 2:2). Assim como o Espírito
Santo é um Espírito no qual se movem as três pessoas (Ef
4:3-6). (c) Pela teofania, que é a forma de Deus se
manifestar em figura de anjo, varão ou Anjo do Senhor.
Gênesis 18:1 -3 diz: “Depois apareceu o Senhorjeová a
Abraão junto aos carvalhais de Manre, estando ele sentado
à porta da tenda, no maior calor do dia. Levantando Abraão
os olhos, olhou, e eis três homens de pé (três anjos) em
frente dele. Quando os viu, correu da porta da tenda ao seu
encontro, e prostrou-se em terra, e disse: “Meu Senhor
(chamou-os no singular, Ef 4:1 -3), se agora tenho achado
graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo”.
Pela revelação física, Deus se manifesta em figura de
objetos da natureza como fogo, água, rocha, relâmpagos,
vento, terremoto, chuva ou nuvem. Como Anjo do Senhor,
vemos Deus se manifestando teofanicamente. Uma das
grandes revelações de Deus de forma teofânica foi o Anjo
do Senhor, que é Cristo no Antigo Testamento, sem o
atributo da graça. Ele não era um anjo perdoador. Ele não
perdoava. 0 Cristo encarnado é cheio de perdão e de
misericórdia. É nosso advogado. Que mudança! (1) “Meu
Senhor” é a frase que Abraão expressa quando vê o Senhor
vindo ao seu encontro nos carvalhais de Manre (Gn 18.3).
Eram três pessoas, a quem Abraão se dirigiu como sendo
uma só pessoa, como o Senhor. (2) Ló não tinha essa
intimidade, e disse para os mesmos varões: “Meus
senhores”. (3) O que Abraão disse está em harmonia com
Efésios 4.4,5. Ainda que sejam três pessoas, o nome não
muda: “Senhor”. “Agora venho como...”.Trata-se deuma
das maiores manifestações do Anjo do Senhorna Bíblia (Jz
5:11 -18). O Anjo do Senhor eraCristo. Em Juízes 5:13, ele
diz: “Agora venho como”, dando aentender claramente
que aquela era uma de suas manifestações. O anjo do
Senhor e o anúncio do nascimento de Sansão (Jz 13:11): Ele
se manifestou como o “Eu Sou” àmãe de Sansão. Em
Colossenses 2, ele é o mistério escondido, a respeito do
qual Paulo recebeu revelação. João 1:1 revela a Divindade
de Cristo, quando ele estava com o Pai. Depois da sua
encarnação, ele recebe corpo definitivo. Hoje não pode
mais se manifestar como antes, por causa do corpo que ele
tem, definitivo. Ele é reconhecido como o mesmo capitão
dos Exércitos do Senhor (SI 24:7-10). Os anjos perguntam
sobre o mistério revelado e têm resposta. Agora, ele entra
na cidade como o Cristo de Deus, mas os anjos querem
saber quem era ele antes. Eles têm a resposta. Como é visto
hoje o Anjo do Senhor? Hoje, nós temos anjos do Senhor,
mas o Anjo do Senhor já não se manifesta, (e) Qual seria a
manifestação do mistério de Cristo, segundo Paulo revelou
aos efésios? (1) Escondido em Deus, no seio do Pai (Jo
1:18); (2) escondido no Antigo Testamento. Revelado como
príncipe, como Anjo do Senhor, como rocha, fogo, água,
nuvem. Como em tipos. (3) Revelado como homem.
Definitivamente revelado como homem. O Anjo do Senhor
(Gn 18:3). Ali vemos os três varões se revelarem a Abraão.
O patriarca reconheceu os três (plural) como o Senhor. Essa
é a revelação de Paulo em Efésios 4:1 -3: Um só Senhor. Lá
não teve a mesma compreensão. Ele os tratou como anjos
1:18
comuns de Deus. Mas ali era a revelação teofânica de Deus,
em formade varões, que no capítulo 19 são chamados de
anjos. Esses anjos receberam adoração. Quem estava se
manifestando aqui em forma de anjo? Um anjo comum de
Deus não recebe adoração (Ap 22:6). Nas revelações,
aquele que era conhecido como o Anjo do Senhor, antes da
encarnação, era Cristo. Depois de sua encarnação, Jesus
não se revela mais como Anjo do Senhor, porque ele, agora,
tem um corpo humano glorificado. Ao observar alguns
eventos que envolvem o Anjo do Senhor e os anjos do
Senhor, temos uma idéia geral de como Jesus estava no
seio do Pai, sendo o Verbo que estava com Deus, pois Deus
o tinha como um trunfo, sob um mistério escondido, para
um tempo escatoiógico especial. Ele jamais revelou aos
principados e potestades que Deus consistia em três
pessoas. Na revelação do Verbo em carne, entendemos
que o Capitão dos exércitos, o Anjo do Senhor, o Senhor da
glória, era o mesmo que o Verbo de Deus, o Cristo. O Anjo
do Senhor era Cristo. Não confunda o Anjo do Senhor com
um anjo do Senhor. O Anjo do Senhor era muito sério,
desprovido de graça e não perdoava as rebeliões. Ele tinha
ordem para não perdoá-las (Êx 23:11). A graça foi um
favor revelado a todos os homens pelo mesmo Cristo,
depois de sua encarnação
João 1:18: Porque ninguém jamais viu a
Deus, mas o Filho Unigénito, que está no
seio do Pai, este o deu a conhecer. iêx33-.20;
JOÓ.-46; 1Jo 4:9; 4:12; 3:16,18)
O testemunho dejoão não começa aqui.Em verdade, ele
começa a testificar desde o verso 15. A voz que clama no
deserto incomoda a cidade, mais precisamente àqueles
que se dizem conhecedores dos grandes mistérios de Deus,
pois são eles os que mais se opõem à graça e à verdade. São
eles que menos conhecem. Os sacerdotes e os levitas estão
sempre confusos com aquele Tabernáculo no qual não
podem ministrar, no qual não podem entrar
João 1:19: Este é o testemunho, de João,
quando os judeus enviaram de Jerusalém sa­
cerdotes e levitas para que lhe perguntassem:
“Quem és tu?” jJo3:28;Lc3:I5,16)
Ele sabe que, como voz, não era o principal sujeito nem a
principal ação da frase que sai da boca de Deus. Ele não era
o Verbo, mas era a voz; não era o Cristo, mas sabia quem
ele era, por causa do sinal que o Pai lhe dera: a pomba.
Ele confessou: ‘‘Eu não sou o Cristo”. Não quis ser um
anticristo. Ele não o negou. O que não negou? A verdade.
“Não sou o Cristo”. “Se vocês se assustam comigo,
imaginem o que farão com o Cristo?”, mas, antes que
regressem, saibam: eu sou a voz do Cristo!
João 1:20: Ele confessou e não negou: “Eu
nãO SOU 0 CriStO ”. (.lo 3 : 2 8 ')
Ele não era o profeta Elias, pois Elias já estava em glória,
corporalmente. Mas como Elias preparou o caminho para
Eliseu, importava que João fizesse o papel de Elias, por isso
ele veio no mesmo espírito profético de Elias, mas não era
Elias. Dois profetas haviam profetizado a respeito dele:
Malaquias e Isaías. Também vemos todas as características
325
J oão 1:24
de Elias em João: a comida, a bebida, a indumentária, o
temperamento e a preferência pelo campo e o deserto.
Isto prova que determinado dom ou umaunção específica
se moveu em temperamentos semelhantes. Até a morte
prematura dejoão, por causa da perseguição da “mulher”
do rei, é prefigurada na vida de Elias; perseguição de
Jezabel. E o seu arrebatamento, indicativo de que Eliseu
deveria começar seu ministério, também prefigura que
a unção dobrada dada a Eliseu o tornava mais poderoso
do que Elias. A única diferença entre Elias e João era a
humildade, pois aquele jamais falou que Eliseu era melhor
que ele, mas isso não fazia diferença para Deus. Pois teria
que deixar a sua capa de qualquer maneira. Acreditavam
que o arrebatamento de Elias não havia sido definitivo. Essa
doutrina era antiga. “És tu Elias?”. Não cremos que tenha
ido sem regressar! Diziam. “És tu profeta?” Ele disse não!
Mas depois Jesus confessa que João era o Elias que havia
de vir; como se explica isso? João disse que não era Elias,
mas que vinha no poder de Elias, no Espírito de Elias. “Sou
preparadorde caminho, sou aquele que endireita veredas
tortuosas, sou aquele que prepara o caminho do Senhor”
João 1:21: Então lhe perguntaram: “Quem
és, pois? És tu o Elias?”. Ele disse: “Não
sou”. “És tu o Profeta?”. E respondeu: “Não”.
! M t 1 1 :1 4 ; 1 6 :1 4 ; D t 1 8 : 1 5 ; M l 4 : 5 ; M t 1 7 :1 0 )
João sabia que o próprio testemunho não seria válido.
Ele não era obrigado a dizer nada dele mesmo, pois ele
era a voz, não a mente, nem a cabeça, nem a frase, nem o
verbo. Ele sabia que seu testemunho era verdadeiro e nada
poderia dizer de si mesmo. Ele veio para dar testemunho,
preparar caminho para a graça e para a verdade
João 1:22: Disseram-lhe: “Pois, então, quem
és? Para que respondamos aos que nos envia­
ram. Que dizes a respeito de ti mesmo?”.
Este é o poder do testemunho: endireitar o caminho. Até
o Verbo precisou do testemunho direcionador da voz. O
ministério do Verbo é criativo. O ministério da voz é abrir
o caminho. Todos os ministérios precisam do testemunho
de outros. Ele não era uma voz que clamava no deserto, ele
era a voz daquele que clamava no deserto. Ele era a voz de
Cristo! O Senhor viria e pisaria em caminhos retos. Nós
somos aqueles que têm os caminhos retos para que ele
passe! Nós damos a direção da bênção que vem!
João 1:23: Ele disse: “Eu sou a voz daquele
que clama no deserto: Endireitai o caminho
do Senhor”, como disse o profeta Isaías. mt3:i;
Mc l:3;Lc3:4;Is40:3j
Os fariseus merecem o silêncio da voz e do Verbo. O silêncio
e a inércia travam os fariseus. Eles não tinham caminhos
retos para que o Cristo passasse! Os fariseus começaram
como “hasidins” (santos), mas depois se corromperam
João 1:24: E os que haviam sido enviados
eram da parte dos fariseus.
A tradição não dá lugar aos leigos, aos chamados por
decreto. Deus tem porta de emergência. Observe que o
texto deixa claro: “o Cristo”, “o Elias”, e “o profeta”. Os
1:25
artigos significam muito aqui. Quem era o Profeta de que
eles falavam? Pois consideravam três pessoas: o Cristo,
Elias e o Profeta? “Por que batizas?” Mas o Cristo não
batizaria (Jo 4:1,2). Elias nunca batizou ninguém. Se o
profeta fosse Moisés, este sim, batizarano mare na nuvem.
E ele mesmo era tipo de Cristo. João estava restaurando
algo que ficou abandonado no passado, o batismo. João
estava dizendo: saiam do Egito, mesmo estando em Israel,
saiam do Egito, passem pelas águas
João 1:25: E eles lhe perguntaram, dizendo:
“Então, por que batizas, se tu não és o Cristo,
nem o Elias, nem o Profeta? ”.
João sentiu isso pela fé. Ele não conhecia o Cristo. Ele estava
sentindo a sua presença, assim como no dia em que, ainda
no ventre de sua mãe, foi visitado pelo Espírito Santo. Cristo
já estava por perto
João 1:26: EJoão lhes respondeu, dizendo: I
“Eu batizo com água; mas no meio de vós
levanta-se um a quem vós não conheceis.
(At l:5;Mt3:l1)
João ainda não o havia visto. Nem sempre aquele que vem
após, vem atrás. O novo ministério de Cristo requereria
dele novas sandálias; novas sandálias para novos caminhos.
Um sinal do profeta semelhante a Moisés que Deus
levantaria
João 1:27:Este é aquele que vem após mim,
o qual é, preferencialmente, antes de mim, do
qual não sou digno de desatar as correias de
suas sandálias”. (joi:is,30)
Betânia era uma cidade especial para ele. Ali havia uma
aldeia amiga, ali havia bons frutos. O outro lado sempre
deve serpreferido pelos profetas; onde ninguém faz caso, é
ali o lugar perfeito para ministrar. Dali,Jesus subiria ao Céu.
João 1:28: Estas coisas aconteceram em Be­
tânia, do outro lado do Jordão, onde o próprio
João estava batizando. üo3:2ó; ioaoj
João Batista torna a repetir o seu testemunho
João 1:29: No dia seguinte, João viu que Je-
sus vinha em sua direção, e disse: “Eis o Cor­
deiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
(Is53:7; I Pe 1:19;Jo 1:36)
Aconteceu algo que indicou que Jesus era o homem
quejoão esperava: A pomba desceu sobre ele. Aquele
era o sinal do Pai, do qual João já havia sido informado
anteriormente
João 1:30: Este é aquele de quem eu disse:
“Depois de mim vem um varão que tem a
preeminência, porque já existia primeiro do
que eu. (jo 1:15,27/
Zacarias era sacerdote e, mesmo sendo amigo de Anás e
Caifás, sua preferência era o serviço no Santuário. Ele não
326
JOÃO 1:32
se envolvia naquela corrupção. Deus lhe deu um filho, e
este também não quis a indumentária hipócrita daquele
sacerdócio. Ele nasceu nazireu e isto era suficiente
João 1:31: Eu não 0 conhecia, mas, para que
ele fosse manifestado a Israel, eu vim batizar
em água”.
As etapas de entrada e saída da Arca de Noé se cumprem
aqui. Agora, a pombinha encontra a oliveira, e somente
quando a oliveira for tirada voltará levando o raminho no
bico, pois permanecerá por todo o ministério com Cristo.
Na sequência virá e permanecerá para sempre (Gn 8). A
pombinha lançada por Noé da Arca, logo após o dilúvio,
fala da presença do Espírito Santo de forma palpável
no Antigo Testamento, até que repousa sobre Cristo,
na ocasião do seu batismo. Tipifica fases especiais para
nós, principalmente quando estudamos a pomba como
símbolo do Espírito Santo. A tipologia bíblica simboliza
o envio da pomba por Noé, durante o dilúvio? A tipologia
geral do Espírito Santo encontramos em Gênesis 8:7-12.
(1) A primeira saída da pomba. Saiu da Arca e regressou
(Gn 1:2; 6:3). Não encontrou lugar para pousar. Simboliza
que não conseguiu habitar no coração dos homens (v.
9). (2) Segunda saída da pomba da Arca. Noé esperou
outros sete dias (v. 10). E tornou a enviá-la para fora da
Arca. Ela voltou no período da tarde. Essa hora tipifica
os momentos da morte de Cristo. A pomba regressou à
terra por intermédio de Cristo e, depois, regressou em
sua morte, quando Jesus entregou seu Espírito ao Pai.
Após voltar à Arca, ela tinha uma folha de oliveira no bico.
Chegara ao fim o dilúvio. O juízo de Deus sobre os homens
havia terminado. Jesus pagara o preço, mas ainda não
havia lugar para pousar. Somente havia encontrado uma
Oliveira, que era Cristo. (3) A pomba volta pela terceira
vez(v. 12). Mas não tornou mais a ele. É tipo do Espírito
Santo, que veio como resultado de rogos profundos de
Cristo diante do Pai, porque o mundo não o podia receber.
Jesus tinha em mente Gênesis 6:3. Mas ele veio para a
Igreja e não para o mundo. Veio ensinar à Igreja como
adorar a Deus. Assim como fez com os querubins, agora
ele tinha de fazer com a Igreja. Veio estar conosco para
sempre. A pombinha já não regressaria sozinha
João 1:32: E João ainda deu testemunho,
dizendo: “Vi o Espírito Santo descer do céu
como pomba, e permanecer sobre ele. (m o -.ió;
Mc l:10;Lc3:22)
O Espírito Santo sempre será o sinal do testemunho para o
Filho e a voz audível para João, o precursor. Aqui, cumpre-
se parte de Isaías 11:2, pois eram sete manifestações do
Espírito Santo. Esta era apenas uma! Ele confirma o que o
segundo envio da pombinha por Noé significa. O Espírito
Santo sobre Cristo, o mesmo que levaria o ramo da oliveira
no bico na hora da tarde, por ocasião da sua morte na cruz.
Sempre perguntam como o Espírito Santo o gerou e como
veio do Céu. Como o envia aq deserto, como regressa ao
Pai, como o ressuscita dentre os mortos. Isaías nos diz que
Ele se revelou de sete formas: (1) O que o gerou (e
repousará sobre ele, o Espírito do Senhor); o que o encheu e
o que fez o trabalho dos atributos divinos que foram
deixados de lado (o Espírito de Conhecimento e de Temor
1:33
do Senhor); o que foi entregue ao Pai e o que o ressuscitou
dentre os mortos e aquele que permaneceu no trono, nas
rodas (o Espírito de Conselho e de Fortaleza). Para
completar essa idéia, citamos um estudo profundo do Dr.
Caramuru sobre a pombinha, para seu deleite: “Pomba é
símbolo bíblico do Espírito de Deus e, portanto, tem algo a
nos ensinar. O Espírito Santo não éum apom ba,m aso fato
de Jesus tê-lo visto como uma pomba tem muita relevância
e um propósito, até porque, embora os céus tenham sido
abertos para ele, a visão foi dada também ajoão (Jo 1:32) ”.
Que significa, portanto, esse símbolo? Como devemos ser,
se realmente o Espírito de Deus habita em nós(Jol4:ló,17;
Rm 8:1) e somos filhos de Deus (Rm 8:9,14,16)? Devemos
teras características da pomba, que são as características
do Espírito de Deus? (l)A pom baéum animal vertebrado,
da classe das aves, da ordem dos columbiformes e da
família dos columbídeos. A pomba principal é a chamada
pomba doméstica, cujo nome científico é columba livia,
que, originariamente, era uma espécie selvagem, a
chamada pomba da rocha ou pomba brava, muito
abundante, inclusive, na Palestina, que tem este nome
porque costumava aninhar e se esconder nas fendas das
rochas, como hoje faz, nas grandes cidades, nas fendas dos
edifícios e prédios construídos pelos homens. (2) O
comprimento médio de uma pomba é trinta centímetros,
aproximadamente, ou seja, a pomba atinge a sua
maturidade, a sua idade adulta, com essa medida.
Coincidentemente, Jesus tinha trinta anos quando iniciou o
seu ministério terreno, quando estava pronto e maduro
para cumprir a missão que lhe estava reservada desde o
instante em que entrou no mundo (Hb 10:5-7). O Espírito
Santo, quando habita o crente, está aqui nele, no momento
estabelecido por Deus, na forma determinada pelo Senhor,
parafazercom que avontade de Deus se cumpra. Jesus
recebeu o Espírito quando tomou uma decisão que fazia
sentido somente se vista sob o ângulo do cumprimento da
justiça divina, da vontade de Deus. O crente deve buscar o
Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33). Temos de lavar os
nossos pés na bacia dejesus (Jo 13:8). (3) O período de
incubação de uma pomba é de dezoito dias. Durante
dezoito dias, a pomba é apenas um embrião, é um ovo, que
está em formação, imperceptível aos olhos dos demais
seres, inclusive de sua mãe. Do mesmo modo, Jesus passou
dezoito anos imperceptíveis aos olhos humanos, longe do
conhecimento público, aguardando o momento de se fazer
conhecido. Assim que foi batizado, já no dia seguinte foi
apresentado porjoão a todos como sendo o Cordeiro de
Deusquetirao pecado do m undo (Jo 1:29). Quem é servo
de Deus sabe aguardar o momento certo de sua
manifestação. Mesmo tendo consciência da chamada,
mantém o período de incubação, não é precipitado, sabe
aguardar o tempo de Deus. (4) Os filhotes das pombas
passam um mês no ninho. Durante um mês, as pombinhas
vivem na mais completa e absoluta dependência dos seus
pais, comoveremos logo abaixo, já que é um dos animais
que não têm capacidade de se alimentar por si mesmos
embora não seja mamífero. Isto nos mostra que o
crescimento espiritual é um processo, não é algo
instantâneo e imediato. Faz-se necessário aguardar um
tempo para que o crente, mesmo tendo nascido de novo,
possa andar com suas próprias pernas, para que possa ser
L independente quanto a sua vida espiritual. Essa realidade,
J oão 1:33
muitas vezes esquecidanaigreja, é mostrada em diversas
oportunidades na Palavra de Deus (Lc 22:32; 1 Co3:l,2;
1 Tm 3:6; Hb 5:12-14). (5) A pomba foi um dos primeiros
animais a ser domesticado. Há informação de que, 3.000
anos antes de Cristo os egípcios já domesticavam as
pombas. Isto nos mostra que a pomba é um animal dócil,
que tem uma capacidade de adaptação junto ao homem, e
que, podemos dizer, compreende o homem e o seu modo
de ser. Assim também é o Espírito Santo, um ser divino que
é amigo e companheiro do homem, que o compreende,
bem mais do que o próprio homem, a ponto de interceder
por nós junto a Deus (Rm 8:26). (ó) Quando estamos sob o
domínio do Espírito Santo, quando temos comunhão com
ele, resistimos ao diabo e este foge de nós (Tg4:7). (7) A
pomba tem um espantoso senso de direção. Com efeito,
por causa desse incrível senso de direção, as pombas foram
utilizadas, durante séculos, como meio de comunicação,
levando mensagens a lugares distantes. O Espírito Santo é o
ser que deve nos dirigir em todos os aspectos de nossa vida.
O própriojesus nos dá o exemplo, pois, assim que foi
ungido pelo Espírito Santo, foi para o deserto, conduzido
pelo Espírito Santo (Mt4:1). É imperioso que o crente tenha
vida em comum com o Espírito de Deus, o que ocorrerá
somente se formos sinceros e autênticos filhos de Deus
(Rm 8:1,14-1 ó). O obreiro precisa sempre estar sob a
direção do Espírito Santo, mesmo que isto possa parecer
um revés num primeiro instante, pois somente nessa
direção se terá vitória (At 16:1-10). (8) Apombaéum
animal prolífero. A fêmea dá seis ninhadas porano, sendo
postos dois ovos de cada vez. O Espírito Santo, assim como
a pomba, é prolífero, gerando, nos crentes, um fruto todo
especial, que é abundante e duradouro (G15:22; Jo 15:16).
Quem tem o Espírito Santo não pode ser infrutífero, pois
quem é infrutífero desagrada aJesus, o que é impossível
ocorrer com quem tem intimidade e está sob o domínio do
Espírito (Lc 13:6-9; Mt 21:18-22). (9) A pomba é um anima)
simples. Esta característica foi apresentada pelo próprio
Jesus em Mateus 10:16. As pombas não são exigentes,
adaptam-se em qualquer ambiente, tanto que, não raras
vezes, são os animais domésticos mais abundantes em
muitas cidades, considerados poralguns como verdadeiras
pragas, dada a sua capacidade de adaptação. Alimentam-se
de trigo, cevada, aveia e milho. O Espírito Santo também é
simples, embora muitos tentem complicar e tomar sua
atuação em algo extremamente complexo. Entretanto, por
anunciar a Cristo, o Espírito Santo não se aparta da
simplicidade que há em Jesus (2 Co 11:3). As operações do
Espírito Santo são divinas, sobrenaturais, mas nunca
deixaram de ser simples. Fujamos de todo e qualquer
instante de complexidade, porque isto não vem do Espirito.
(10) O aparelho digestivo das pombas é um tanto diferente
do das demais aves. As pombas não produzem fel, ou seja, o
líquido do fígado que é responsável pela digestão de
alimentos gordurosos, o que faz com que as pombas evitem
esse tipo de alimento. O fel, que corresponde à nossa bílis,
é um líquido amargo e, por não produzi-lo, as pombas são
vistas como símbolo de doçura, ternura e meiguice, por isso
se tornaram o símbolo da paz. O Espírito Santo é, também,
um ser dócil, terno, meigo, sensível, que traz paz ao
homem, pois anuncia e glorifica o Príncipe da Paz. Quem
está sob o domínio do Espírito Santo não tem, em si, raiz de
327
amargura, cuja presença fará, certamente, que se perca a
1:33
graça de Deus na vida (Hb 12:15). Quem está sob o domínio
do Espírito Santo é pacificador, promove a paz, não gera
dissensões, divisões ou contendas. (11) Os filhotes das
pombas são alimentados com leite de pomba. Exatamente
em virtude da estrutura digestiva das pombas, os filhotes,
na sua tenra idade, não podem ser ali mentados
diretamente, como fazem as outras aves. As pombas
fêmeas produzem na mandíbula inferior uma substância
que é dada aos filhotes, chamada de leite de pomba.
Trata-se de uma substância produzida no próprio interior
da mãe, ou seja, o alimento é algo que vem da mãe, não
sendo dado nada estranho aos filhotes. Do mesmo modo, o
Espírito Santo não alimenta a Igreja com fogo estranho, com
algo alheio à Palavra de Deus. A Igreja é alimentada pelo
leite depomba, pelas Escrituras Sagradas, pelo Verbo de
Deus, pelo pão da vida (Jo 6:35,48). Um exemplo disso
temos no próprio dia de Pentecostes, pois Pedro, logo após
ter sido batizado, buscou a autoridade das Escrituras para
explicar o que estava acontecendo. As genuínas
manifestações do Espírito de Deus valorizam e trazem a
Palavra de Deus ao povo, não o misticismo ou os ensinos
que contradizem ou menosprezam a Bíblia. (12) As
pombas são apontadas como símbolo da persistência.
Quem está sob o domínio do Espírito Santo, quem nasce
da água e do Espírito, prevalece e vence o mundo, o
pecado e a morte. Quem, porém, não nasceu do Espírito,
nasceu da carne, é apenas um iludido, não teve um real
encontro com o Senhor, não o conhece e sofrerá a
condenação eterna (Mt 7:22-23). Precisamos ser
convencidos pelo Espírito Santo e, assim, gerados de
novo, para que sejamos participantes da natureza divina
(2Pe 1:4)”. (Texto elaborado pelo amado irmão e doutor
Caramuru, da AD do Belenzinho, São Paulo, SP.)
João 1:33: Eu não o conhecia, mas Aquele
que me enviou a batizar com água me disse:
Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e
o mesmo permanecer sobre ele, este é o que
batiza com o Espírito Santo. M 3 .-i u a u -.s i
Ele o viu, mas agora sobre ele estava o sinal. Todavia, o
testemunho de João foi dado antes, pela fé. Antes do sinal
da pombinha com peito de prata e asas de ouro amarelo (SI
68:23). Ele confirma o que o segundo envio da pombinha
por Noé significa: o Espírito Santo sobre Cristo, o mesmo
que levaria o ramo da oliveira no bico na hora da tarde, por
ocasião de sua morte na cruz
João 1:34: E eu o vi e dou testemunho de que
ele é o Filho de Deus”, (jo i .-49;m u 4:33}
Observe que somente no dia seguinte João clamará dizendo
que Jesus é o Cordeiro de Deus. Todo ministro deve ter em
mente que sua mensagem anuncia Aquele que o enviou.
Que os discípulos optarão por ele, aquele que anuncia. A
Igreja não é propriedade da voz, mas do Verbo
Joãol:35:N odia seguinte,João se achava lá
de novo, na companhia de dois de seus discí­
pulos. í]ol:29}
Ao lado dos seus discípulos, a “voz” tem valor para
anunciar aquele que é mais poderoso do que ela. A glória
J oão 1:41
do seu ministério era esta, e estava cumprida: “Eis aí o
Cordeiro de Deus”
João 1:36: Ao ver que Jesus passava, disse:
“Eis o Cordeiro de Deus”, (jo 1-.29)
Nem todos seguirão a pessoa anunciada em nossa
mensagem. Dois deles seguiram o Senhorjesus. Paulo
ensinou isso aTimóteo
João 1:37: Os dois discípulos ouviram-no
falar, e, imediatamente, seguiram aJesus.
O discípulo deve conhecer como vive o seu mestre, deve
saber onde ele mora e deve conviver com seu mestre. Jesus
perguntou: “Que buscais?” Isto é, vocês querem algo? Mas
eles não buscavam “que”, mas “quem”, e este erao Senhor
Jesus. Os discípulos que o seguiram queriam conhecer
profundamente a vida do seu novo Mestre e perguntaram-
lhe onde morava. Não serão discípulos verdadeiros se não
conhecerem a intimidade da comunhão com seu Mestre.
Avida do Mestre era transparente e honesta
João 1:38: E voltou-se Jesus e, vendo que o
seguiam, disse-lhes: “Que buscais?”. Disse-
ram-lhe: “Rabi” (que, traduzido, quer dizer
Mestre), “onde moras?”. {Jo i m >
Os obreiros da última hora não devem se empolgar com
o deleite de estar na casa do Mestre. “À hora décima” é
tarde, e atarde tem os seus desafios, mas, para isso, somos
discipulados, para enfrentar desafios. À hora décima
equivalia às dezesseis horas do nosso dia, pois as horas
começavam a ser contadas a partir do pôr-do-sol
João 1:39: Então, disse-lhes: “Vinde e vede”.
Eles foram e viram onde ele morava, e ficaram,
com ele todo aquele dia; e já estava próximo
da hora décima ( “d a s d e z e s s e i s h o r a s ”).
As palavras do testemunho da voz tornaram André um
caçador de obreiros. Ele começou com os seus familiares.
Eles tinham seu labor e o seguiram. Como eles trabalhavam
na pescaria, a noite era como dia para eles. Houve um
alvoroço na família dele!
João 1:40: André, irmão de Simão Pedro,
era um daqueles dois que ouviram as palavras
de testemunho de João e seguiram a Jesus.
(Mt4:18-22;Mc 1:16-20; Lc5:2-11}
Sabendo ondejesus morava, e tendo convivido com ele,
o discípulo de João agora estava mais ousado. João não o
reconheceu, mas André sabia onde o Cordeiro morava.
Esta convivência o fez declarar: “Achamos o Messias! ”
João 1:41: André achou primeiro a seu irmão
Simão, e lhe disse: “Encontramos o Messias
(que, traduzido, quer dizer Cristo)”. (Dn9-.25;
lo 4:25}
A primeira experiência de Pedro comjesus foi profética.
Jesus lhe contou a história dele, assim como fez com
Natanael. Como era de praxe desde Abraão e Sara, Jesus
328
1:42
assume o controle do seu ministério, chamando os seus
futuros obreiros, mudando o nome deles, para simbolizar
o novo nascimento, e dando novo rumo ávida deles.
Ele valorizou o nome e o significado do nome. Indicou
também o seu temperamento. Esse Pedro servirá de base
do trabalho divino para um dos vários tipos de obreiros
do Novo Testamento, com quem Deus trabalhará até
transformá-lo em um homem melhor. Ele foi o único dos
quatro primeiros discípulos que, ao ser chamado, não se
emocionou nem disse qualquer palavra de testemunho a
respeito do Senhor Jesus
João 1:42: E o levou a Jesus. Olhando Jesus
para ele, disse: “TuésSimão, ofilhodejonas; ;
tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pe- j
dra) ”. (Jo21:15-17; 1 Co 15:5;Mt 16:18)
Quando temos um grande desafio, Deus coopera revelando
seguidores especiais. Filipe será de grande ajuda no
princípio da evangelização. Ele será símbolo de um grande
evangelista que faz a obra de um evangelista. Observe
alguns detalhes do trabalho, do caráter e do ministério de
Filipe: ( 1 )0 evangelista prega a Palavra em meio a grande
perseguição (At8:1). (2) O evangelista faz o seu trabalho,
mesmo que os seus líderes não se movam (At 8:1). (3) O
evangelista aproveita as circunstâncias adversas, como
a dispersão (At 8:1). (4) O evangelista não tem medo da
história que exalta a morte executada contra seus colegas
(At 8:2). (5) O evangelista não teme ameaças de morte
nem de prisão, pois ele crê em mudanças radicais (At 8:3).
Assim, vemos em Filipe o cumprimento desse ministério.
O discípulo deve seguir a mensagem; o discípulo deve
conviver com o seu Mestre; o discípulo deve começar
pela sua família; o discípulo deve cuidar dos seus negócios
pessoais; o discípulo deve trazer outros a Cristo; o discípulo
deve receber seu nome profético. Simão passa a ser Pedro.
Saulo passa a ser Paulo. O Mestre não deve fechara porta
de sua casa, deve conhecer o nome dos seus discípulos e o
temperamento dos seus liderados
João 1:43: No dia seguinte, Jesus quis ir para
a Galiléia, e encontrou a Filipe, a quem disse:
“Segue-me” . (Mt 10:3;Jo6:5,7; 12:21,22; 14:8,9)
Filipe recebeu a graça de André. Ele foi o único dos
primeiros seguidores a deixar tudo para estar com o
Mestre. Nenhum discípulo se torna discípulo sem o
exemplo de outro discípulo!
João 1:44: E Filipe era de Betsaida, cidade de
André e de Pedro, (jo 12:21)
Filipe jamais imaginaria ser um marco no Novo
Testamento. Ele demonstra conhecimento da Lei e dos
Profetas, dentre todos os discípulos de Cristo (Jo 1:45). Seu
conhecimento não será descartado. Nada acontece por
acaso. Devemos nos preparar, pois a oportunidade chegará,
e Deus nos coroará. Esta frase se tornará uma grande
revelação no Novo Testamento, e Filipe se revelará um
grande conhecedor do Antigo Testamento, por isso será
requisitado como grande evangelista na história de Atos.
Somente Pedro não confessou nada a respeito do Messias;
ficará devendo, mas certamente chegará a sua hora de,
sozinho, declarar sua fé. Deus sabe esperar. Todos deram
J oão 1:48
testemunho do Cristo nos momentos de seu chamado, com
exceção de Pedro
João 1:45: Filipe encontrou a Natanael e
disse-lhe: “Achamos aquele de quem Moisés
escreveu na Lei, e a quem se referiram os pro­
fetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré ”. ijo2i:2;
i Lc24:27;Mt2:23; Lc2:4)
Então, acadeia aumentou: João, André, Pedro, Filipe
e, agora, Natanael. O Mestre sabia que nem todos os
discípulos creriam na mensagem ouvida. Alguns se
tornariam discípulos quando viessem e vissem. OMestre
possuía sinais no seu ministério. Ele não devia se ofender
com as perguntas de alguns de seus discípulos. Deus
esconde seus tesouros em vasos de barro, em cidades
sem grandes tradições. Deus usã as coisas pequenas para
envergonhar as grandes e fortes
João 1:46: Natanael, então, lhe disse: “De
Nazaré pode sair algo de bom?”. Ao que lhe
disse Filipe: “Vem e vê”, tio7-41,42)
O Mestre era um profeta. Ele era capaz de descobrir
os talentos de seus discípulos. O verdadeiro israelita é
aquele que não comete fraude. O verdadeiro crente deve
sercomo Natanael. As dez tribos de Israel foram uma
vergonha, seus reis foram uma vergonha, nenhum deles
serviu para ser exemplo, todos se corromperam com o
caminho dejeroboão. Jesus exalta Natanael, em quem não
havia corrupção da falsa política, sendo um israelita. Não
devemos nos desesperar quando todos os nossos patrícios
se afundam no pecado, se em nosso meio houver um
verdadeiro patriota
João 1:47: Quando Jesus viu que Natanael
se aproximava, disse a respeito dele: “Eis aqui
um verdadeiro israelita, em quem não há frau-
| d e n .(SI32:2;73:l;Rm9:4,6)
Jesus apenas estava confirmando a mensagem da voz: “ Ele
era antes dem im.Eutevi antes que me visses a mim, eu te
chamei ainda no ventre de tua mãe. Ainda eras promessa,
eu te vi, eu te conheci. Ainda informe no ventre de tua
mãe”. O mérito do conhecimento no coração pertence
a Cristo (Rm 8:29,30): “Conhecer”, “predestinar”,
“chamar”, “justificar”, “glorificar”, são todos os estágios
do chamado de Deus. Filipe “chamou”, mas Jesus o
“conheceu” e o “predestinou” para o seu ministério. A
figueira ainda pode representar a nação de Israel, e pode
significar que Filipe ainda era uma esperança quando foi
visto. Betânia era uma grande região de figueiras. Ele estava
dizendo que de Nazaré poderia sair algo bom, mas haveria
algo bom na figueira de Betânia?
João 1:48: Ao que lhe perguntou Natanael:
“De onde me conheces?”. EJesus lhe respon­
deu, e disse: “Antes que Filipe te chamasse,
eu te vi quando estavas debaixo da figueira”.
Natanael exalta a Cristo como o único rei de Israel. Na
verdade, não havia existido alguém que merecesse de
329
1:49 J oão
fato este título, pois todos os reis de Israel falharam. “Reis
dos judeus ” era muito mais comum, mas rei de Israel
era um reconhecimento maior. Agora, a cadeia de fé
aumentou: João, “ele é o Cordeiro de Deus”; André, “ele
é o Messias”; Filipe, “está na lei de Moisés e conforme os
profetas”; Natanael, “tu és o Filho de Deus, o rei de Israel”;
e Pedro? Ele ficou devendo para depois. Há discípulos
que não reconhecem na hora quando todos conclamam.
Pedro foi o único que não trouxe ninguém a Cristo, nem
deu testemunho de quem era o Mestre no princípio do
seu chamado. Quem não se acostuma a dar testemunho,
negará o Mestre. Mas Atos 2 chegará; João 21 será crucial.
“Pedro, tu me amas?” Durante todo o ministério de Cristo,
Pedro sempre foi favorável ajoão; ele nuncase libertou
completamente. Gostava de estar nu, influenciou os seus
irmãos a abandonarem o Mestre por ocasião de sua morte,
mesmo depois da ressurreição. Pedro negou a Cristo
três vezes, mas depois teve um encontro com o senhorio
de Cristo, na grande pescaria maravilhosa, e a seguir foi
convidado a pastorear um terço do rebanho de Cristo:
os ministros, os cordeiros e dois terços do rebanho, as
ovelhas. Naquele dia de Pentecostes, ele começa a sua
mensagem de forma diferente e exalta a Cristo, desde seu
presciente conhecimento do Pai até a sua exaltação no
Trono de Deus. Mas ele nunca se livrou completamente das
características dejoão Batista. Isto faria grande diferença
no dia em que fosse optar pelos gentios salvos ou pelos
judeus cristãos. Obreiros que não se libertam de suas
antigas doutrinas não são livres para servirem um novo
ministério. Como homem, o Espírito Santo desceu sobre
ele (Jo 1:32). Sua dependência do Pai é vista na Palavra
de Deus (ls 11.2;Jo 1:51). Sua dependência dos anjos
enquanto homem também (Hb 1:14). Ele jamais deixou de
ser Deus quando se encarnou como homem; mas também
nunca usou de sua Divindade para seu próprio proveito
durante a sua humilhação. A humanidade dejesus Cristo:
O testemunho e a revelação do Filho do homem foram
notórios, ainda que toda a nação de Israel e seus discípulos
esperassem outro fim para ele. Os discípulos o esperavam
como Deus ou como Rei, mas ele, se manifestou como
um homem, sem glória própria, não fazendo sua própria
vontade (Jo4:45,46). O ponto fundamental. Natanael
expressou sua surpresa ao saber que o Messias vinha de
Nazaré, um lugar desprezado pela sociedade, de onde nada
de bom se poderia esperar (w. 45,46). A manifestação
dos dons na vida dejesus. Os dons de revelação (Jo 1:8); o
dom da palavra de conhecimento. Ele mesmo era muito
humano em sua consciência. O Salmo 8 diz com respeito a
ele: “Foi feito um pouco menor que os anjos” (Hb 1:8-14).
Natanael o chamou Rabi (Mestre) e Filho de Deus. Ele se
adiantou e disse: “Rei de Israel”. Precisamos saber mais a
respeito do propósito de sua primeira vinda. Ele veio para
ensinar como podemos ser filhos também. Ele veio para ser j
o primogênito em lugar de unigénito (Jo 3:16; 20:17-18; Rm i
8:29,30). As lições dejesus a Natanael: “Coisas maiores
do que estas verás”. Também aproveitou para dizer-lhe:
“Estou aqui como Filho do homem, Natanael, e tu verás o
Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre
o Filho do homem”. Ele era o lugar da habitação de Deus
(Gn 28:12-17). Ele era a casa de Deus. O Pai e ele estavam
em plena comunhão e não havia separação entre eles. O
Espírito Santo era a conexão entre eles. As palavras “Filho
330
2:1
de Deus” e “Rei de Israel” não podiam fasciná-lo em nada.
Aqueles elogios não podiam levá-lo a sair do centro da
vontade do Pai. Ele estava ali como homem. Ele era a boa
coisa de Nazaré (Jo 1.46). Esse Nazareno veio ensinar
como um homem pode ser usado pelo Espírito Santo de
Deus. Esse Nazareno realizou proezas, curou enfermos,
perdoou pecados, ressuscitou mortos. Veio de Nazaré e,
aqui, há muita revelação. Dificilmente um rei diria que veio
de “Nazaré”. Ele venceu a morte, o pecado, os demônios, a
doença, pelo poder do Espírito Santo
João 1:49: Então respondeu Natanael e lhe
disse: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és
ORei de Israel”. (Jo 1:38,34;Mt2:2;Mc 15:32;Jo 12:13;
M t 14:33)
O Mestre deveria sempre surpreender na sua missão.
Como estas coisas aconteceram perto de Betânia, que
figueira era aquela em que Natanael estava? Essas coisas
aconteceram em Betânia. No mesmo lugar em que
aconteceu outro episódio. Jesus teve fome ao sair de
Betânia (Mc 11:12,13), viu de longe uma figueira e foi
ver se nela acharia algo. Natanael havia perguntado se
alguma coisa boa poderia vir de Nazaré. Jesus lhe provou
que, na figueira, nada havia. Mas Natanael era um bom
fruto de Israel
João 1:50: E respondeu-lhe Jesus, e disse:
“Porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira,
crês? Coisas maiores do que esta verás! ”
O grande sinal para todos eles era aquilo quejesus estava
afirmando: “Eu sou a escada quejacó viu! Ninguém vai ao
Pai senão por mim! ” Ele era a escada que conduziujacó ao
Pai. Ele revelou o acesso ao Pai. O único caminho ao Pai.
Chegou ahoradeaescadaser revelada. Até então somente
os anjos tinham acesso a esse caminho, mas ele seria
revelado por meio de sua graça a todos os homens
João 1:51: E disse-lhe: “Verdadeiramente
vos digo que, de agora em diante, vereis o Céu
aberto e os anjos de Deus subirem e descerem
SObre OFilhOdOhomem”. (Gn28:12;Mt3:16;bc3:21;
M t8:20;4:l 1)
João, capítulo dois (2)
A mãe dejesus fazia parte dos primeiros convidados de
honra. No interior da casa onde a festa era realizada, havia
divisões de acordo com o nível social dos convidados. Jesus
e seus discípulos estavam em outra repartição reservada
para convidados menos dignos do que os primeiros. Se
Jesus não tomar o lugar de honra, algo errado vai acontecer
João 2:1: Ao terceiro dia, realizaram-se umas
bodas em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe
deJeSUS. (Jo4:4ò;21:2j
Quando Jesus é convidado para as bodas há garantia
de total êxito em tudo, mesmo surgindo necessidades.
Os seus discípulos representam o ministério a serviço
de Cristo. Quem faz uma festa oferece serviços, e isso
2:2
é o maior sinal dafamília em Cristo. Quandojesus e os
ministros são convidados para as bodas, equivalente à
festa de recepção na casa do esposo, certamente o casal
não estará sem cobertura nem sozinho em seus momentos
de necessidade, em todas as áreas. Quando ele estiver no
princípio de nossa vida, também estará no meio e no fim
João 2:2: Jesus e seus discípulos foram tam­
bém convidados para as bodas.
Observe que a história começa “ao terceiro dia”. Foi ao
terceiro dia que o novo vinho foi provado. O primeiro vinho
era o primeiro pacto, inferior. O novo seria dado a conhecer
por Maria, a mãe do provedor do pacto superior
João 2:3: E tendo acabado o vinho, a mãe de
Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
O lugar em que Jesus se encontrava na festa era reservado
às pessoas consideradas inferiores. Jesus não se importava
com isso. Jesus falava, em sentido duplo, do seu ministério
que ainda não havia começado e do vinho que ainda não
tinhasido servido à sua “classe”
João 2:4: Mas Jesus lhe disse: “Mulher, que
queres comigo, se o meu turno ainda não é
c h e g a d o ? ”. ÍJOW:26;7:6,30;8:20)
Em toda festa de casamento falta vinho. Se Jesus foi
convidado, há esperança de solução. Mas a solução
somente virá quando fizermos tudo o que ele mandar
João 2:5: Então, a sua mãe disse aos que ser­
viam: “Fazei tudo o que ele vos disser”.
No fim do primeiro pacto, ao terceiro dia, será revelado
o novo vinho produzido com água; a água é o Espírito
Santo. O novo pacto de seu sangue é produzido pelo Pai
com a obra-prima do Espírito Santo: a água. Do ponto de
vista matrimonial, o novo vinho é o amor, e esse amor
é produzido a partir da simplicidade da água e em seis
talhas (número do homem). Requer a simplicidade
das pequenas coisas. Elas devem ser cheias até em
cima. Matrimonialmente, cada talha representa uma
área da vida familiar: (1) a área econômica, (2) a área
profissional, (3) a área educacional dos filhos, (4) a área
do cumprimento sexual, (5) a área dos cuidados da saúde
e (6) a área do relacionamento com Deus. Estas talhas
devem ser cheias, completas, até em cima. O milagre
será visto se as talhas forem cheias completamente. Não
haverá milagre se elas não forem cheias. Nada adiantará
se enchermos algumas talhas, ou se enchermos todas as
talhas parcialmente. O milagre acontecerá se enchermos
todas as talhas até em cima
João 2:6: E ali estavam seis talhas de pedra
para colocar água, conforme o rito da purifica­
ção dos judeus, e em cada uma delas cabiam
dois ou três cântaros. im c 7:3,4;jo3:25í
Do ponto de vista do primeiro e do segundo pactos,
seis talhas representam seis mil anos de labor divino
para que o homem prove do bom vinho nas Bodas do
Cordeiro. Estamos vivendo os dias da sexta talha, e o
vinho da sexta talha é mais antigo e de raro sabor; por
isso, Jesus disse que o beberia conosco no Reino de seu
331
J oão 2:10
Pai. Do ponto de vista matrimonial, não adianta encher
as talhas parcialmente. Deve-se encher até em cima.
Nenhuma talha deve ficar com menos água. O milagre
j se dará quando fizermos tudo o que ele nos mandar.
Cada talha é uma fonte que intriga, e deve ser suprida.
Daí, vem o milagre!
João 2:7: Jesus lhes disse: “Enchei de água
estas talhas”. E as encheram até em cima.
O dirigente da festa era o mestre-sala. No matrimônio, o
fiscal é a sociedade, e ela não se engana quando as coisas
vão mal. Ele é o que prova o vinho do relacionamento. Jesus
respeita a sociedade. Ele poderia ter dado autorização
direta aos servos para que servissem o vinho. Mas ele
respeita o testemunho do mestre-sala. Jesus respeita a
justiça que legaliza o matrimônio. Ele não passa por cima
dela. Do ponto de vista do novo pacto, Jesus faz questão que
o mundo conheça o Novo Testamento em seu sangue. Ele
reconhecerá, enfim, que o vinho é superior
João 2:8: Então, Jesus lhes disse: “Tirai agora
e levai ao mestre-sala”. Eles o fizeram.
A água feita vinho! Esta é a liberdade da água. A água é o
Espírito Santo, ele é livre. A água feita vinho! Não é a mesma
coisa dizer “provei o vinho” e “provei a água feita vinho”.
A água agora foi feita vinho. Ela também tinha as suas
diversidades, tais como o Verbo, “rocha”, “nuvem”, “o
quarto homem”. A água agora era vinho! A água é o Espírito
Santo, abase dos milagres sobrenaturais da Graça. “Água
feita vinho, água feito vento, água feito fogo...”. Agora,
ele estava sendo feito vinho. Somente os servos sabem de
onde oseuSenhor transformou água em vinho. Nas bodas,
o casal já é marido e mulher, pois o contrato jáfoi assinado
no desposamento diante do juiz. As bodas significam
o recebimento da noiva em casa. Os servos sabem os
segredos do patrão e os segredos do milagre. O novo pacto é
a mistura da água ao barro. O novo pacto é fruto do Espírito
Santo. É novo. É pacto do sangue de Jesus
João 2:9: Quando o mestre-sala provou a
água feita vinho, (sem saber de onde era, ain­
da que os serventes que haviam tirado a água
o sabiam), chamou o esposo, (jo4:4ò)
No amor, o bom vinho deve ser sempre servido, mas
geralmente é como o mestre-sala disse, os preciosos
cuidados que durante o tempo vão minando o matrimônio.
Em todo matrimônio faltavinho, falta amor; há crises, mas
quandojesus é convidado, hásolução à vista. Poroutro lado,
na doutrina dos pactos, o primeiro pacto foi inferior, e agora
é a hora da sexta talha, do grande derramamento do Espírito
Santo sobre toda a carne, pois quem experimenta o novo
pacto tem direito ao Espírito do pacto. No Reino de Deus,
o bom vinho sempre é servido, mas no reino dos homens,
o vinho inferior é servido por último. O primeiro pacto foi
substituído pelo segundo. Este é superior, é água feita vinho
João 2:10: e lhe disse: “Todo homem serve
primeiro o bom vinho, e quando já beberam
com fartura, então serve o inferior; mas tu
conservaste o bom vinho até agora”.
2:11
O primeiro sinal da água feita vinho determina o que
o Senhor Jesus veio fazer: estabelecer o novo pacto de
seu sangue. Não poderia haver outro sinal. Este deveria
ser o primeiro sinal. Galiléia era a região mais pobre e
desconhecida dentre todas as regiões de Israel. Havia uma
profecia a respeito de Zebulon, e, pelo ministério de Cristo,
a palavra profética se cumpriria; Zebulon deixaria de ser
porto, pois esta foi a bênção que Moisés determinou sobre
ele. Muitos anos depois, Moisés estabeleceu umanova
bênção, e ele deixou de ser porto para ser navio. A Galiléia
merece um bom histórico. Estas foram as promessas que
revolucionaram aquela região, ejesus sabia disso (Gn
19:13;Dt33:18,19)
João 2:11: Com este sinal, Jesus principiou os
seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou
a sua glória e os seus discípulos creram nele.
(Jo 1:14; 4:54)
Jesus desce a Cafarnaum. Há momentos em que é necessário
descer com toda a família a lugares perigosos; alguns enviam
parte dafamília, outros vão sozinhose jamais voltam. Jesus
preferia dar segurança a toda asua família, mesmo no pouco
tempo que teriam de passar em Cafarnaum
João 2:12: Depois disto, desceram a Cafar­
naum, ele, sua mãe, seus irmãos e seus discí­
pulos, e continuaram ali apenas alguns dias.
(Mt 4:13; 12:46,
Galileus não eram bem-vindos ajerusalém, mas ele era
Filho de Davi. Ninguém chega ao poder sem considerar as
circunstâncias da subida. Em algumas horas, teremos de
descer, em outras, teremos de subir, mas em ambas sempre
haverá desafios a enfrentar. Em Cafarnaum, os perigos da
pobreza; em Jerusalém, os perigos do poder e da riqueza. A
Páscoa significava muito para Cristo. Era a sua subida mais j
desafiante. O Gólgota, a cruz. Perto da Páscoa, o Cordeiro
não pode faltar. Jesus purifica o Templo
João 2:13: Estava próxima a Páscoa dos
judeus; e subiu Jesus ajerusalém. íjoó:4; u :55;
Dt 16:1-6; Lc 2:41)
Todos eles trabalhavam para os sacerdotes principais:
Anás e Caifás. Aquela festa era esperada anualmente, e
considerada a grande oportunidade de levantar fundos que
iam direto aos bolsos de Anás. Como Jèshs, milhares de
pessoas saíam de seus países para sacrificar na Páscoa. Por
isso, não subiam sem suas ofertas, tais como: bois, ovelhas,
pombas; mas geralmente eram reprovadas e, por isso,
teriam de vendê-las abaixo do preço, a fim de adquirirem
outras ainda mais caras. Mas, esta transação necessitava
de dinheiro, e as moedas eram estrangeiras, por isso os
cambistas, como aves de rapina, estavam assentados ali.
Esta é a posição da corrupção
João 2:14: E encontrou ali no Templo grupos
que vendiam bois e revendiam ovelhas e pom­
bas, e também os cambistas ali assentados;
O Sfioppingde Anás e Caifás tomou-se um fracasso. Naquele
ano,Jesus estava presente! O verdadeiro Cordeiro de Deus
JOÃO 2:18
não estava à venda. Lembre-se que eles vão dar-lhe o troco,
vingando-se com os mesmos chicotes, trarão devolta os
vendedores, dois cordeiros, moedas serão novamente
espalhadas, mas serão trinta... Tudo a ver com a sua paixão.
Jesus previu isto quando disse que “o zelo de tua casa me
consumirá”. Isto é, “por este zelo serei morto”. O preço para
estabelecer santidade na casa de Deus é muito alto. Mas Jesus
o pagou cabalmente, recebendo grande peso de glória
João 2:15: E, tendo feito um chicote de cor­
das, expulsou do Templo a todos os vendedo- .
res, e as ovelhas e os bois; e espalhou as moe­
das dos cambistas, derrubando as mesas.
Cuidado com as pombinhas. Ele expulsou os cambistas,
derrubou as mesas, mas teve um cuidado especial com
os vendedores de pombas. Eram vendidas aos pobres e
j
elas não davam lucros aos altos negociantes. Mas aqui
também vem os o respeito que o nosso Senhor tinha com
o símbolo do Espírito Santo. Ele sabia que Abraão não
partiu as aves (Gn 15:10)
João 2:16: E disse aos que vendiam as pom­
bas: “Tirai estes daqui, e não façais da casa de
meu Pai um mercado”. )Lc2:4Q)
Era uma profecia a respeito de sua morte. Ele fez duas
purificações no Templo: uma no início, outra no fim. Ele
causou tanto ódio aos organizadores do grande comércio
anual, que eles resolveram matá-lo, por causa do “zelo da
casa de Deus”. Estafoi a maiorcausa de sua morte para os
sacerdotes. “Consumirá”,aqui querdizer: “significaráa
minhamorte”. “Asantidade de tua casa me matará”. O
Templo estava tão contaminado como nos dias em que Tobias
morava naquele lugar santo (Ne 13:7). Jesus sentiu grande
tristeza, pois o espírito maligno que atuava em Tobias estava
por ali, na família de Anás e Caifás. Era a mesma raça, pois o
Templo tinha uma grande palavra de proteção (Ed ó: 11,12).
Naqueles dias, a Arca não estava no Templo. O altar de
incenso era a peça mais importante nele (Hb 9:2-5)
João 2:17: Então, os seus discípulos lembra­
j ram-se do que está escrito: “O zelo da tua casa
me consumirá”, (sióç .-çj
Porque ele era o Templo. Porque ele era maior que o
Templo. Porque ele era a Arca Viva visitando o Templo.
A Arca estava límpida, o Templo impuro e sujo! Naquele
momento, no interior do Templo, desde os dias de
Zorobabel, somente cinco das seis peças estavam ali
João 2:18: E os judeus responderam e lhe dis­
seram: “Que pretexto nos mostras como sinal,
para fazeres estas coisas? ”. m t iz-38;jo6:30i
A sua resposta seria esta: “Eu derrubei as mesas e expulsei
os cambistas, mas vós derrubareis o Templo! Todavia, eu o
ressuscitarei em três dias. Em três dias eu vos darei o novo
pacto, o bom vinho!” Mas eles não entendiam o contexto. O
simbolismo profético do Santuário histórico e sua projeção
para a humanidade e a encarnação: No livro que traz a
revelação original deste assunto, precisamente o livro de
Ageu, a respeito da encarnação de Cristo, desde a sua glória
compartilhada com o Pai (a primeira casa, isto é, o Templo
332
2:19 J oão
de Salomão), até o Templo de Zorobabel, significando a
carne humana e humilde (a segunda casa, isto é, o Templo
de Zorobabel); oCristo no seio do Pai e o Cristo no seio da
humanidade (Jo 17:5; Fp 2:5-8). Em Ageu 2:1, lemos: “No
segundo ano do rei Dario, no dia vinte e um do sétimo mês,
veio a palavra do Senhor Jeová por meio do profeta Ageu”:
Trinta dias depois, quando a casa já delineava a sua forma
simples, a tristeza começou a tomar conta dos antigos filhos
de Israel, que comparavam aquela humilde casa de pedras e
madeira nacional com a última glória do reino de Salomão.
O profeta, observando esta atitude negativa, proferiu uma
nova palavra. Leia Ageu2:2,3: “FalaagoraaZorobabel,
filho de Salatiel. No dia vinte e um do sétimo mês veio a
paiavra do Senhorjeová por meio do profeta Ageu, dizendo:
Quem tem vivido entre vós que tenha visto esta casa em sua
primeira glória? E de que maneira a vêem agora? Não é
considerada como nada diante de vossos olhos?” Os três
poderes daquela nação precisavam compreender algumas
coisas: Deus estava falando da revelação de seu Filho, que
sairia da glória do Templo de Salomão e entraria na
humildade da casa deZorobabel. Istoé, alma de Cristo,
escondida no Seio do Pai (Jo 1:18; 17:4,5), assumiria a
madeira de acácia informe e cheia de nós, para tabemacular
com o homem. Então, Deus levantou Zorobabel ejosué (Ag
1:10-15). O príncipe sem trono da casa de Davi ejosué, o
sumo sacerdote do Altar de holocausto, sem Santo dos
santos, sem Arca, levantaram-se e começaram a casa! Mas o
povo não cria, não ajudava como deveria ajudar. Existiam os
críticos. Muitos olhavam de rosto virado, mas Deus disse:
“Esforça-teZorobabel!” Quando Deus quercomeçaruma
grande obra ele levanta um homem com idéias ousadas!
Mas se foi ele quem as inspirou, então ele tratará de
esforçá-lo e orientá-lo! Mas, Deus queria encher aquela casa
de glória; um evento glorioso maior do que o ocorrido na
inauguração do Templo de Salomão. Como Deus poderia
prometer que aquela casa seria mais gloriosa do que a
primeira? Trinta dias depois, começaram acairem siea
perguntar: e a Arca, e o ouro? Eles não contavam mais com a
Arca. Para onde foi a Arca? Foi destruída. Não foi escondida
nem enterrada, nem virá da Etiópia. Era apenas um modelo
do original que está na Novajerusalém. A casa era como
nada comparada com a de Salomão. Mas Deus não estava
enganado. A construção continuou. Os anciãos olhavam
para aquela casa e choravam. Eles não estavam
acostumados com aquela pequenez e aparência tão
humilde. Eles não poderiam crer que o Deus vivo encheria
aquela casa de glória! Talvez, eles quisessem uma casa igual
àde Salomão. Mas não havia ouro! Todavia, Deus disse aos
seus ungidos: “Meu é o ouro. Eu quero esta casa desse jeito!
Continuem. Pois a glória dessa última casa será maior do
que a primeira”. Esdras 3:13 nos diz que, um dia, os jovens e
os velhos se reuniram para conhecer toda a casa. Quando
estavam diante dela, os velhos começaram a chorar de
desgosto, porque era pobre, sem beleza e sem riqueza; mas
os jovens, que nunca a viram de forma alguma, nem
conheceram o Templo de Salomão, começaram a cantar; de
maneira que era maior o júbilo dos jovens do que o choro
dos velhos! A casa parecia-lhes sem sentido, mas a glória era
o que importava. A tradição dizia: “Queremos o Templo”.
Mas a restauração dizia: “Glória, queremos a glória! ” O
desejo do coração de Deus confunde os sábios na sua
própria sabedoria. O Templo de Salomão é o tipo de Cristo
333
2:19
quando ele estava na sua glória (Jo 17:4,5). Mas o Filho se
despiu e apareceu, para decepção dos sacerdotes, dos
fariseus, dos saduceus e dos anciãos, sem glória humana; ali
estava o Templo de Zorobabel, Cristo-homem, recusado,
pois eles esperavam um Cristo revolucionário, cheio de
majestade e poder, para tirar a Palestina do poderio do
Império Romano e restaurar-lhes o trono, mas ele apareceu
sem ouro e prata, e em figura humana foi reconhecido (Lc
14:21; Is 52:13; 53:5). Não havia ouro nem prata! Os
fariseus tinham as Escrituras na mão. Viviam estudando a
Lei, mas no dia em que ele apareceu no mundo como um
Templo sem aparência e sem glória, os entendidos ficaram
com ciúmes, porque ele escolheu revelar-se aos humildes
pastores do campo! Nasceu numa manjedoura. Acabou
com as tradições dos homens. Foi viverem Nazaré, uma
favela daquelas bandas; não tinha aparência nem
formosura. Ninguém fez dele caso algum em seus dias. Mas
ele estava predestinado para desfazer as obras do diabo, e
calar os fariseus! Ele foi crescendo e subindo como um
renovo! A esperança dos judeus: Os judeus esperavam que
ele fosse o Redentor de Israel, que viesse para aniquilar o
Império Romano, mas ele morreu (Lc 24:21). Isso causou
tanta tristeza no meio do povo que ele, por isso, foi
considerado um impostor. Somente porque ele não veio
como “o Templo de Salomão”. Mas a história não terminou
aí; os gentios (tão rejeitados pelos judeus, pagãos, como
eram considerados; indignos, réprobos), sim, os gentios,
que não estavam acostumados com aquele Templo simples,
que nunca tinham visto nada igual, ainda que simples, o
receberam. Ele veio para o que era seu, e os seus não o
receberam. Mas, a todos quantos o receberam deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus (Jo 1:11,12). O Templo
de Zorobabel era o Cristo-homem. “E o verbo se fez carne, e
habitou entre nós”, os homens. Sobre esse Templo Deus
disse: “a sua glória será maior do que a primeira! ”,Jesus
Cristo chegou dizendo: “Está aqui o Templo”. Ele era o
próprio Templo em pessoa. Ele estava dizendo “Eu sou o
que o Pai queria que os homens fossem desde o princípio: o
Templo do Deus vivo. Eu sou agora o que a Igreja deverá ser.
O Templo do Deus vivo” (Jo 2:19-22): “Tirai daqui estas
coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio”.
Lembraram-se os discípulos do que estava escrito: “O zelo
da tua casa me consumirá”. Perguntaram-lhe os judeus:
Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas?Jesus lhes
respondeu: “Derribai este Santuário, e em três dias o
reconstruirei”. Ele, porém, se referia ao Santuário de seu
corpo. “Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos,
lembraram-se os seus discípulos de que ele disse isto; e
creram na Escritura e na palavra dejesus”. O Templo de
Zorobabel era uma profecia física. Uma profecia física a
respeito do Cristo pessoal! O Cristo era esperado para
reconstruir Israel, mas chega dizendo que derrubaria o
Templo. Parecia absurdo! Mas ele estava caminhando em
direção ao cumprimento da profecia! O Templo deSalomão
seria superado pela glória que seria derramada sobre
Cristo. Pela morte de Cristo, as esperanças dos discípulos se
desvaneceram. Três dias de trevas foram aqueles. Pedro
disse: “Vou voltarà pescaria”. Os outros discípulos
disseram: “Nóstambémvamos”.LucaseCleofas: “Vamos
voltaraEmaús e ficar por lá”. As ovelhas começaram a se
dispersar. Para onde foi a promessa da profecia: “Eaglória
da última casa será maior do que a da primeira?” Enfim, a
2:19
glorificação: Deus resolveu acabar o suspense e disse:
“Meu Espírito, chegou a hora! ” A Bíblia diz que o Espírito
Santo veio sobre o corpo de Cristo e o ressuscitou dentre os
mortos! Podemos lembrar a oração dejesus antes da sua
morte: “Eu te glorifiquei na terra, tendo consumado aobra
que me deste a fazer. Agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti
mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o
mundo existisse” (Jo 17:4,5). Assim, aquela oração foi
ouvida, o Pai cumpriu a sua parte: “Pelo que também Deus
o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome; para que ao nome dejesus se dobre todo o
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus, o Pai ” (Fp 2:9-11). Deus o exaltou conforme
lemos em Ageu 2:4: “Pois, agora, esforça-te, Zorobabel, diz
o Senhor, esforça-te, Josué, filho dejozadaque, sumo
sacerdote; e animai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor.
Etrabalhem, porque eu estou convosco, diz o Senhor dos
exércitos”. O Templo deZorobabel era um tipo da
encarnação de Cristo, um tipo do corpo literal de Cristo. O
Templo de Herodes não foi digno de João, sendo filho do
sacerdote Zacarias. Preferiu ser um nazireu no seu átrio.
Quem ministrava no lugar Santíssimo não incomodava
Herodes. Mas o nazireu, estando no deserto, clamava e o
trono tremia. O coração real derretia-se de medo. O Senhor
viria do deserto. João lhe preparava o caminho. O Senhor
entraria na Porta do Oriente (também conhecida como
Porta de Ouro) ejerusalém não conheceria o dia de sua
visitação. Os escribas sabiam onde estava o texto, mas não
conheciam o tempo e o dia de sua vinda
João 2:19: Respondeu Jesus e lhes disse:
“Destruí este Santuário, e em três dias eu o
levantarei”. (Mt26:6l;27:40;Mc 14:58)
Por causa desta frase, que eles compreenderam da
forma que quiseram (pois ele falava de seu corpo), Jesus
seria morto crucificado e a sua casa seria derrubada. Isto
realmente aconteceu nos dias de sua paixão, poisa madeira
da cruz, segundo o decreto profético, deveria sair da casa
daquele que se atrevesse a destruir aquele Templo (Ed
6:11). Por isso que, nos momentos finais da vida de Cristo,
ao pé da cruz, Jesus indica aJoão como responsável por
sua mãe, que havia ficado sem casa, pois a viga principal
de sua casa fora tirada para dela se fazer a cruz (Jo 19:25-
27). O que significa esta humilhação? Esta humilhação é
a chave de tudo, pois ele podia (tinha todo poder), ele era
(pois era onipresente), ele sabia (era onisciente). Essa
humilhação representava um trato entre eles (Hb 1:4-6),
para o Filho não usar seus atributos pessoais como Deus
quando ministrasse entre os homens. Isto foi combinado
e pactuado entre eles, segundo o que lemos emjoão
5:19,20: “Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o
que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz
igualmente. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo
o que ele mesmo faz; e maiores obras do que estas lhes
mostrará, para que vos maravilheis”
João 2:20: Disseram os judeus: “Em quaren­
ta e seis anos foi edificado este Santuário, e tu,
em três dias, o levantarás?”.
JOÃO 2:20
Na ocasião de sua paixão e morte, ninguém advogou
que Jesus dissera “derribai este Templo” (Jo 1:19),
profetizando que eles iriam matá-lo, não sendo verdadeira
a interpretação que expressava a sua vontade de destruir
o Santuário; mas eles, tentando coerência na acusação,
diziam, acusando-lhe, que ele dissera “derribarei este
Santuário” (Mc 14:57-59; 15:29), por causa do decreto
e do tipo de morte com a qual eles queriam que ele
morresse (Jo 12:32-34; Ed 6:11): a crucificação. Era visível
i a cegueira da qual Isaías e Paulo escreveram. Zorobabel
o havia edificado, Herodes o reformou externamente.
Mas, comparado ao Templo de Salomão, aquele Templo
era simplório, mas era o grande tipo da encarnação e da
humanidade de Cristo, que veio do Pai, despido daquela
glória que tinha antes, e agora estava sendo representado
por aquele humilde Templo. O Santuário não havia sido
edificado em quarenta e seis anos, mas desde o princípio
de Gênesis (Gn 1:26); a imagem fora preparada. Ele era a
imagem de Deus pela qual o Pai estava sendo revelado. Por
isso, João, no início (1:14), havia dito: “Ele tabernaculou
entre nós,evim osasuaglória”. Desde o princípio
da Bíblia temos o Tabernáculo do Éden, da tenda da
congregação portátil (Éx 33:10), o Tabernáculo de Moisés,
o Tabernáculo de Davi, o Templo de Salomão, o Templo de
Zorobabel, o Templo de Zorobabel reformado por Herodes,
e este era tipo do Cristo homem encarnado, que veio da
glória do Pai, o Templo de Salomão. Agora, o verdadeiro
Santuário era o próprio corpo de Cristo: “Vós sois o
Templo”. Há duas coisas interessantes sobre Cristo como
sendo o Tabernáculo: Cristo foi a Arca no Tabernáculo.
Mas o povo ficava longe de Deus! Deveria ser feita uma
nova mudança. Filipenses conta a história (Fp 2:5-8).João
bateu a foto (Jo 1: T 14). Mas Ageu profetizou (Ag 2:1 -9). A
encarnação do Verbo é a segunda coisa interessante. Cristo
lá no Céu era representado pela Arca no Tabernáculo.
Agora, ele chega para serum Homem-Tabemáculo do
Deus vivo, para nos ensinar como ser um Templo do Deus
vivo! Voltemo-nos ao mais espetacular livro dos profetas
menores: Ageu (2:1 -9). Agora veja a pergunta (Ag2.3):
“Quem há dentre vós que, tendo ficado, viu esta casa na
sua primeira glória? E como avedes agora? Não é esta
como nada comparada com aquela?” É necessário um
pouco de história para conseguirmos entender o texto lido.
Ouando o livro de Ageu foi e escrito, Israel estava voltando
do cativeiro da Babilônia. A turma dos que voltaram do
principado ou da casa de Davi está descrita em Esdras e
em Mateus 1:12-1 ó.Judá fora levado cativo em 587 a.C.
por Nabucodonosor, então rei de Babilônia. Naqueles dias
terríveis, que são narrados pelos escribas oficiais em 2
Crônicas 36, o Templo foi derrubado e destruído. Puseram
fogo no Templo de Salomão. Ele, que fora contemplado
e admirado pelo mundo de então, agora não passava de
ruinas. Aqueles dias jamais foram esquecidos. A nação
dejudá foi levada cativa para Babilônia. Muitos anos mais
tarde, o povojánão podia mais cantar em terra estranha,
pois asaudade da terra apertava. Fizeram algumas
sinagogas em Babilônia, mas não era como o Templo.
A Arca não estava lá. A Bíblia nos diz que, por causa da
grande tristeza que pairava sobre eles, penduraram os
instrumentos. Eles não tinham alegria no coração. O
Templo estava destruído. O Templo estava tão enraizado na
história e na vida do povo, que, para eles, sem o Santuário,
Deus não estava presente. Observe: se faltar o Templo é
334
2:21
porque faltou Deus; por isso, Deushabitaem você neste
mundo! O mundo está coberto de Templos e Santuários,
mas o verdadeiro Santuário do Deus vivo é você! Deus,
porém, lembrou-se do seu povo. O cativeiro predito
porjeremias chagara ao fim, quando Ciro, rei daPérsia,
que tinha vencido o reino da Babilônia, deu liberdade
aos judeus para voltarem à sua terra e construírem o seu
Templo. Assim, eles voltaram à sua terra; pegaram os vasos
e os utensílios que restaram do Templo e os trouxeram
juntos! A visão da cidade era horrível. Aescuridão tomava
conta de tudo. A cidade da paz, Jerusalém, que antes fora
a capital da manifestação da glória de Deus, agora era
habitação de morcegos. Mas eles voltaram. A oração de
Daniel, que orava com o rosto voltado parajerusalém, foi
ouvida. Avontade de construírem o Templo os fez esquecer
as dificuldades que enfrentariam. A alegria tomou conta
do povo. Alguém viu aqueles dias e compôs o Salmo 126.
Mas quando estavam na cidade, cada um começou a fazer
sua casa. Cada pessoa se lembrou de fazer sua própria casa.
Muitos queriam casa estufada; outros queriam construir
casas fortificadas. Mas a miséria era grande. Ninguém
mais ousava lembrar-se de construir o Templo. Todos
desanimaram, porque as dificuldades eram imensas!
Não eracomo no tempo áureo de Salomão! O povo não
era mais respeitado no mundo. Não passavam de uma
pequena província no meio de um império hostil. Então,
veio o desânimo. Nada épiordoqueodesânim o.Em m eio
a uma grande pobreza, diante de um grande desafio, nada
pior para corroer a fé do que o desânimo! A possibilidade,
a euforia acabou. Então, Deus se lembrou de seu povo.
Deus se levantou do seu trono e permitiu que a maldição
viesse sobre o seu povo para discipliná-lo. O primeiro
capítulo de Ageu é uma visão desses dias! As dificuldades.
Não havia ouro! Havia pobreza! Mas Deus estava ali. Ele
queria uma casa para habitar. E para confundir os líderes
e os críticos, Deus falou com Zorobabel: “A glória desta
última casa será maior do que a primeira” (Ag2:9). Ageu se
pôs de pé e denunciou a avareza do povo. O povo era pobre
porque sua fé era pobre. O povo colhia num saco furado.
Vestia-se e não se aquecia. Semeava muito e colhia pouco.
Os homens estavam sendo egoístas e infiéis para com
Deus (Ag 1). Afigura do Templo de Zorobabel: então, Deus
levantou Zorobabel ejosué (Ag 1:10-15). O príncipe sem
trono da casa de Davi ejosué, o sumo sacerdote do altar do
holocausto, sem santo dos santos, sem Arca, se levantaram
e começaram a casa! Mas o povo não cria, não ajudava como
deveria ajudar. Existiam os críticos. Muitos olhavam de
modo enviesado, mas Deus disse: “Esforça-te, Zorobabel!”
Quando Deus quer começar uma grande obra ele levanta
um homem com idéias loucas! Mas se ele as deu, então ele
trata de esforçá-lo e orientá-lo! Deus queria encher aquela
casa de glória; um evento glorioso maior do que o ocorrido
na inauguração do Templo de Salomão. Sempre digo que
Deus nunca diz nada sem que primeiro tenha certeza de
que irá cumprir. Como Deus poderia dizer que aquela casa
seria mais gloriosa do que a primeira? Ela não contava mais
com a Arca. Para onde foi à Arca? Foi destruída. Não foi
escondida nem enterrada, nem virá da Etiópia. Era apenas
um modelo do original que está na Novajerusalém. A casa
era como nada comparada com aquela de Salomão. Mas
Deus não estava enganado. Ele sabia o que estava dizendo:
Nós podemos achar um absurdo, não é? Mas creia. Ele
habita aí nesse Templo. Olhe para você mesmo, agora. Ele
J oão 2:24
habita aí. Cristo em vós, esperança da glória. Reverencie o
Deus vivo neste Templo jovem; veja se este Templo pode
ser adornado comas riquezas da inj ustiça! Quando o diabo
bater na porta, deixe que ele veja: há um Senhor poderoso
morando ali! O Deus vivo! “Vós sois o Templo do Deus vivo”
João 2:21: Mas ele falava do Santuário de seu
I corpo .nco6:iQ!
Registramos, aqui, alguns textos que falavam dele: A
natureza humana (Gn 3:15; Is 7:14; Gn 22:18; SI 39:7;
Dn 7:13); e a divina (S12; 45; 109; Is 9 :ó; Jr 23:5; Mq 5:2;
Ml 3:1); que Ele seria o Profeta Maior (Dt 18:18); Rei (Gn
49:10;2Sm 7:13; lCr 17:12,13;S12:6; 131:1 l;Ez37:24;
Dn 7:13,14); Sumo Sacerdote (SI 109; Zcó: 11); ungido por
Deus (o Pai) para estes deveres (SI 2; 44:8; Is 42; Is 61:1 -4;
Dn 9:24-27); eseriaPastor (Ez 34:23-24; 37:24; Mq 5:3).
Outros detalhes proféticos sobre a vinda do Messias,
especificamente: que ele descenderia de Abraão
(Gn22:8); da tribo dejudá (Gn 49:9); da linhagem do rei
Davi(2Sm7:13; lCr 17:12-13); nasceria de uma virgem
(Is 7:14); na cidade de Belém (Mq 5:2); propagaria a Luz
espiritual (Is 9:1 -2); curaria os enfermos (Is 35:5-6);
sofreria, seria traspassado, morreria, seria sepultado em
um sepulcro novo, depois ressuscitaria dos mortos
(Gn 49:9-11; SI 41:7-10; Is 50:5-7; 53; Zc 12:10; SI 16:9-11);
levaria as almas dos justos do Hades (Zc 9:11); que nem
todos o reconheceriam como o Messias (Is 6:9)
João 2:22: Quando, pois, Jesus ressuscitou
dentre os mortos, seus discípulos se lembra­
ram de que ele lhes dissera isto; e creram na
Escritura e na palavra que Jesus havia dito.
íLc24:8;]o 12:16; 14:26/
Jesus tornava a Páscoa mais Páscoa. Ele era a atração da
festa. Ele fazia milagres, era comentário da cidade. Seu
nome e seus sinais eram a mesma coisa. Ele jamais perdia
a oportunidade de comunicar-se com o povo. Ele estava
onde as gentes se reuniam, chamava a atenção para si e
cumpria a sua missão
João 2:23: Estando Jesus em Jerusalém, por
ocasião da Festa da Páscoa, no dia da Festa,
muitos creram no seu Nom e, vendo os sinais
que ele fazia. uo2:i3;
Jesus conhecia perfeitamente o ser humano e os tipos de
temperamento que ainda não eram conhecidos naqueles
dias; mas Jesus já os conhecia. Ele os tinha criado. Sabia do
que eles eram capazes. O Mestre sabia onde se movia. Ele
sabia com quem tratava
João 2:24: Mas Jesus mesmo não confiava
neles, porque ele os conhecia a todos.
O ministro deve conhecer muito a Deus, e deve ainda
prosseguir em conhecê-lo. Mas, se não conhecer o
homem, seu trabalho ministerial cairá por terra. O
homem tem instinto, mente, coração, espírito, alma e
corpo, consciência, subconsciência, ego, temperamentos,
e todos esses giram em torno do pecado e da santidade, da
ambição e da abdicação, do ego e de Deus, de Satanás, e
dele mesmo. Mas o seu maior inimigo é ele mesmo. Não
335
2:25
confunda a verdadeira existência da natureza humana
com a falsa doutrina da natureza pecaminosa herdada
de Adão. Ele fala apenas da natureza humana caída e que
pode ser restaurada, e não de uma natureza jápecaminosa
herdada e irrecuperável, doutrina facilmente dissipada
pela própria Palavra
João 2:25: E não havia necessidade de que .
ninguém lhe desse testemunho a respeito do
homem, pois ele sabia o que havia na natureza
do homem, uoó.-óim ; n -/ n
João, capítulo três (3)
Entre os fariseus, sempre havia um que procurava a
verdade. Ele estava entre os doutores de Israel e é possível
que também estivesse no meio daqueles que estavam
no Templo com Jesus, aos doze anos de idade. Seu nome
era Nicodemos; como um dos principais legisladores,
era assustador que desconhecesse o principal objetivo
da vida humana, o novo nascimento. A regeneração
prepara o homem para o estado definitivo da vida: a vida
eterna. O homem, desde afase da fecundação, na qual
o espermatozóide procura o caminho direito, a fim de
penetrar no óvulo que, naturalmente, recebe apenas um
dentre os milhões de espermatozóides, tem lições uterinas
maravilhosas, que conduzem à salvação; pois todos os
outros espermatozóides, que não encontraram o caminho
da concepção, vão para o esgoto, um tipo do estado de
perdição eterna. Afase embrionária não é definitiva; a fase
fetal não é definitiva; a fase infantil não é definitiva. Mas,
suponhamos que o feto pudesse elegerporsi mesmo asua
permanência no estado fetal, crendo que nada de melhor
haveria para ele no futuro; suponhamos que ele pudesse
escolher permanecer mais tempo nesta fase Jamais seria
um lindo bebê, nem um menino e nem um grande homem.
Mas, suponhamos que, já como homem, ele também
quisesse permanecer nesta fase descrendo completamente
da ressurreição e da vida eterna, usando todo tipo de
artifícios para não envelhecernem morrer! Meditando
nisso, sabemos que a melhor fase do ser humano ainda
está porvir; mas, em cada fase, o serhumano deve fazer
uma escolha, para que tenha o direito de passar às outras
fases; assim, a última escolha do homem é feita enquanto
está vivo, na terra: Ele deve eleger em vida entre o caminho
direito e o esquerdo. Um só é o caminho que nos leva para
a vida eterna; pois o firmamento é uma grande placenta de
onde os homens saem para a vida, ao lado de Deus ou longe
de Deus. É necessário nascer de novo, mediante a fé, pois,
com o novo nascimento, os homens recebem a cidadania
celestial (SI 87:2-6). O novo nascimento é maravilhoso
quando acontece entre os cabeças de uma nação; os
líderes trazem consigo os seus clientes, parentes, amigos,
e influenciam a outros, tal como Levi aos seus amigos
publicanos. Jesus falou com Nicodemos de forma peculiar.
Alguns de nossos ouvintes não entendem facilidades, mas
estão prontos a compreender as coisas profundas de Deus.
Graças a Nicodemos, um doutor da lei, nós temos a maior
revelação do Novo Testamento, doutrina que somente
Jó e Samuel haviam percebido (1 Sm 10:6). O tema do
novo nascimento, no Antigo Testamento, era apenas uma
J oão 3:1
tipologia obscura; uma tipologia baseada na circuncisão,
que dava direitos ao homem e excluía a mulher. Jó e Samuel
foram os primeiros a tratar desse assunto tão especial. Saul
experimentou essa doutrina quando Samuel lhe disse:
“O Espírito de Deus se apoderará de ti e serás mudado
em outro homem ”; mas esta experiência foi temporária,
no velho Pacto (1 Sm 10:6).Quandoele saiu do meiodos
profetas, voltou a ser o mesmo homem de sempre, e ainda
pior. Samuel, na escola de profetas, ensinou grandes
revelações aos seus servos profetas, e uma delas foi a
doutrina do novo nascimento, que se aperfeiçoaria no
Novo Pacto, a começar com a pregação dejoão Batista, que
j terminava com o batismo para arrependimento e remissão
de pecados, ignorando os sacrifícios do Templo, mediante
a fé; pois, até então, os pecados apenas eram cobertos,
i depois que o sangue de touros, cordeiros e carneiros era
aspergido nos altares. Mas Samuel já sabia de antemão
que, somente se o Espírito do Senhor se apoderasse de uma
pessoa, tal pessoa seria transformada. Esta mudança seria
radical e, a respeito disso, Jesus iria tratar; um milagre, em
comparação aos conhecimentos do Antigo Pacto
| João 3:1: Havia um hom em , entre os fari­
seus, que se chamava Nicodem os, um dos
príncipes legisladores dos judeus, ao 7-.so; i 9.39,■
Lc23:13;Jo 7:26)
Embora ele estivesse consciente de que Jesus fazia sinais,
de quejesus era o Enviado de Deus, de que Jesus erao
Mestre e de que Deus estava com ele, Nicodemos não se
j interessou em estar comjesus por causa dos seus sinais.
Ele era um homem maduro, mestre em Israel, sabia que os
sinais eram apenas iscas para atrair os homens. Ele também
tinha certo medo dos judeus,por ser chefe dos judeus e
membro do Conselho, e, por isso, não se considerou um
discípulo declarado de Jesus, embora, de fato, tenha crido
nele. Antes de sua experiência consumada, após a morte
de Cristo, ele ouviu os servidores do Templo louvarem a
i Cristo, em plena Festa dos Tabernáculos, dizendo: “Nunca
nenhum homem falou como este homem ”; ele também o
defendeu publicamente diante do Conselho, guardando no
coração a resposta para a pergunta dos príncipes fariseus
(Jo 7:48). O novo nascimento, de fato, transformou asua
vida (Jo 19:38-42), pois agora tinha como confessar o
Senhorjesusesersalvo (Rm 10:9). Agora,ele,comoas
Marias, traz a sua oferta de serviço e de gratidão ao Senhor,
confirmando que a Palavra deCristonão voltava vazia.
Porém, antes, naquelanoite, ao visitaroSenhorJesus, ele
j queria saber algo mais sobre aquela doutrina que ainda
j estava no tubo de ensaio do laboratório da Escola dos Pro­
fetas, e para este encontro deveria estarpronto para uma
conversação sábia, com inteligência, pois o assunto exigia
um conhecimento profundo e raciocínio apurado. E era isto
que ele queria. Alguns ouvintes do Evangelho não querem
comer pão multiplicado, não querem ver sinais, mas que­
rem conhecer a respeito de assuntos mais elevados, como
; o novo nascimento. Nicodemos era um desses homens. Os
fariseus diferentes gostam da noite. Seria impossível para
um homem não nascido de novo encontrar-se comjesus de
j dia, um tipo de Israel (Rm 11:7-l 1). Jesus não se importava,
pois ele é a Luz do mundo, o Sol da justiça. O homem que
j ainda não teve um encontro com Cristo vive em uma eterna
336
3:2
noite, e precisa da luz de Cristo. Jesus era esta iuz. Ele
reconheceu em Cristo a maestria, o apostolado, os sinais de
Deus, a presença de Deus. O primeiro sinal que uma pessoa
demonstra para mudar de vida é este: reconhecer os sinais
que Deus faz por meio do seu mensageiro e, que Deus é
com o seu mensageiro: “Deus é com ele”
João 3:2: Este foi encontrar-se com Jesus de
noite, e disse-lhe: “Rabi ( “Mestre"), sabemos
que és Rabi ( “M estre ”), enviado ( “apóstolo ”)
por Deus; porque ninguém pode fazer estes
sinais que tu fazes, se Deus não estiver com
ele”. (Jo9:16,33;At2:22; 10;38j
O Reino de Deus está bem perto de uns e bem longe de
outros. Ele está plantado depois da segunda milha, e, para
alcançá-lo, o homem necessita do novo nascimento. O novo
nascimento é doutrina da segunda milha, pertence à graça
e não é parte da Lei; por isso, o legislador não o conhecia.
O novo nascimento é obra do Espírito, é acontecimento
espiritual, é nascimento do espírito humano, mediante
a vinda do Espírito Santo para habitar nele, a fim de
aperfeiçoá-lo (Hb 12:23). O Reino de Deus é de natureza
espiritual, e não pode ser visto pelo poder natural humano.
O Reino de Deus é para aqueles que nascem de novo
mediante o batismo que anuncia a morte, e estabelece
a ressurreição de Cristo. Onde está o Reino de Deus? O
Reino é um lugar e também é a mais poderosa revelação do
Novo Testamento. O Reino de Deus está no meio do povo
que se batiza no Jordão (só João testemunhou quando o
céu se abriu e quando se ouviu a voz do Pai, a manifestação
do Espírito e a humildade do Filho); o Reino deDeusestá
no meio das inj ustiças de um marido (Agar viu, quando,
no meio do deserto, o Anjo do Senhor apareceu e lhe
mostrou a água da qual, aquele que bebesse, nunca mais
teria sede); o Reino estáno meio do apedrejamento dos
ouvintes (Estêvão o viu, sua porta estava abertae o Filho
de Deus estava de pé no trono para recebê-lo); o Reino
de Deus está no meio de um funeral (quando p ataúde se
atreve a passar imune ávida que expulsa a morte); o Reino
está em uma ilha escondida (Patmos, o aeroporto por onde
se decola e se aterrissa no Reino, onde o espírito daquele
que é arrebatado à presença de Deus parte para visitá-lo);
o Reino está no alto do monte, quando todos lá embaixo
tentam mostrar trabalho (diante dos três discípulos mais
chegados de Jesus, no monte da Transfiguração, Mateus
16:28 -17:1 -4); o Reino de Deus estava ali, em pessoa,
diante de Nicodemos; o arrependimento é o meio pelo qual
o vemos, o novo nascimento é a sua cidadania, a chave de
Davi é o meio pelo qual as suas portas se abrem, pois a sua
doutrina é força sobre as tribulações; é o meio pelo qual
nos apoderamos dele; a oração do Pai Nosso é a petição
perfeita de como elevem até nós. O novo nascimento
é um poderoso acontecimento que propicia dezessete
bênçãos: (1) Começa com o arrependimento, a mudança
de estado do pecado para uma vida de santidade (Mt9:l 3;
At 17:30; 26:20). (2) Para alcançarmos o novo nascimento,
é necessário fé para crer no Salvador dos pecados (At
20:21; Ef 2:8,9). (3) Por meio do novo nascimento, Deus
opera a substituição-, isto é o que acontece quando cremos
que Cristo tomou o nosso lugar na cruz (1 Pe 3:18; Jo
: 10:11). (4) Por meio do novo nascimento, o homem recebe
JOÃO 3:3
reconciliação, que é o ato de reunir inimigos por meio de
uma terceira parte (2 Co 5:18-20). (5) O novo nascimento
é um efeito da propiciação, que é o ato de Deus satisfazer-
se com o sacrifício de Cristo (e o seu sangue) na cruz (Rm
3:25;Ef2:13;Cl 1:20; 1Jo2:2;4:10). (6) O novo nascimento
provê a redenção, que é tomar de volta aquilo que foi
perdido, vendido ou negociado por meio de determinado
preço pago (Lc 1:68; G13:13; Hb 9:12; Lv25:23-30). (7) O
novo nascimento é a regeneração, isto é, o recebimento
da natureza de Deus(Jo 1:12-13; 3:3; 1Jo 5:1). (8) O novo
nascimento é fruto da remissão, isto é, o ato de alcançar
perdão dos pecados mediante a intercessão e o serviço
sacerdotal de Cristo (Lv 16:21-22; Hb 9:26; 13:12-13;Rm
3:25; Ef4:32; Cl 2:13). (9) O novo nascimento nos dá direito
à imputação, que é o ato de adicionar sobre o ex-pecador as
mesmas promessas destinadas a Cristo (Is 53:5; Rm 4:3-8;
Fp 3:7-8). (10) Por meio do novo nascimento recebemos
a adoção, que acontece quando o regenerado recebe os
direitos (nome, herança) e responsabilidades do adulto
que o adota como Pai (G14:4-5; Rm 8:15; Ef 1:5). (1 1 )0
novo nascimento nos providencia o poder da súplica, que
é o direito de comunicação direta do filho com o seu Pai,
pelo ato de invocar o seu nome como Salvador (Lc 18:13;
At 2:21; Rm 10:13; Jd 20). (12) O novo nascimento provê
ajustificação, que é o ato de assumira sua verdadeira
posição, para a qual o homem foi criado, mediante a
graça, afé e o sangue de Cristo (Rm 5:1; 8:33). (1 3 )0 novo
nascimento é garantido pela santificação, que é o ato do
depósito do pagamento do preço de sangue que nos liberta
de toda acusação e culpa, por causa de nossos pecados,
isto é, quando o sangue de Cristo foi depositado diante
de Deus, umavezportodas (Hb 10:10,14,29; Jo 17:19;
Ef5:26; 1 Ts4:34; 5:23). (Não confunda a santificação
de Cristo, que é um ato de testemunho de Cristo, com
santidade, que é um ato de testemunho do crente). (14)
O novo nascimento é um privilégio de todos os homens,
mediante a presciênciaque autoriza a redenção por
meio da obra do Cordeiro imolado antes da fundação do
mundo, isto é, por meio do pré-conhecimento divino,
que proveu para o homem um Cordeiro substituto por
meio daquele que “antes nos conheceu” (Rm 8:29). (15)
O novo nascimento é o fim da predestinação temporária
do homem, que, até então, foi o ato de “pré-destinar”
profeticamente o vaso para um ministério individual, a
fim de destiná-lo definitivamente, somente depois de
sua decisão e confissão de fé pela eleição em Cristo (Rm
8:29-30; Ef 1:9-12). (16) O novo nascimento nos coroa
com a eleição, que é o ato de determinar o fim da carreira
daquele que guarda a fé, segundo o planejamento previsto
pelo seu Criador; isto é, igualar-se segundo o plano original
de Deus, de forma perfeita e em tempo oportuno (Ef 1:4;
2 Ts 2:13; 1 Pe 2:9). (17) O novo nascimento termina com
a glorificação, que é o prêmio final e eterno de Deus, em
completa satisfação física, mental, ministerial e espiritual
para todos aqueles que nasceram de novo e completaram
a sua missão de acordo com o plano de Deus na terra
(Rm 5:2; 8:18,23,30; 1 Co 15:43; Cl 3:4; 1 Pe 5:1). Todos
esses vocábulos envolvem o novo nascimento, que nos
proporciona a realização de todas essas bênçãos. O
novo nascimento é o passaporte para o estabelecimento
definitivo do homem na eternidade, quando as outras
fases temporárias (concepção, embrionária, fetal, infantil
337
3:3 JOÃO
e adulta) terminarão para dá lugar ávida eterna segundo a
medida da estatura do homem perfeito (Ef 4:13). O objetivo
de Deus em tudo isso é preparar um povo para governar
o seu grande Universo, quando todas as estrelas vazias e
sem forma também receberão o seu “haja luz”, como a
Terra (Gn 1:3), a fim de que, então, ele realmente comece a
realizar o seu sonho que somente a Criatura conheceu (Rm
8:18-25), para a liberdade dos filhos de Deus no seu Reino
em todo o firmamento (Dn 12:3)
João 3:3: Respondeu Jesus e lhe disse: “Ver­
dadeiramente te digo que aquele que não nas­
cer de novo, não pode ver o Reino de Deus”.
(Tt3:5;•Tg 1:18; 1Pe 1:23; Uo3:9j
O novo nascimento é a única chance que o homem tem para
tornar-se filho de Deus. Do ponto de vista natural, a resposta
para essa pergunta (“Pode, porventura, entrarpela
segunda veznoventredesua mãe e nascer?) é: não. Mas
ele pode nascer de novo sendo velho homem, e renascer
novo homem. Podemos tipificar a sua “mãe” como sendo
a terra. A primeira vez, o homem saiu da terra, do barro. A
segunda vez ressurgirá da terra, pela ressurreição; assim,
em Cristo, podemos respondera Nicodemos. A doutrina
do novo nascimento começou a formar-se nos dias de
Samuel, na Escola de Profetas, quando ele estabelecia o seu
laboratório doutrinário, cuja medicina seria usada nos dias
de avivamento, no louvor e na adoração posteriormente
estabelecidos por Davi, um dos seus discípulos. Quando
Samuel disse paraSaul: “Serás mudado em outro homem”,
era um protótipo dos dias do Novo Testamento. Também
éuma resposta às perguntas dos amigos dejó, que jamais
suportariam a grande surpresa que Deus reservava para o
homem: o ato de nascer de novo, sem morrer fisicamente,
pois, nas suas doutrinas, isso jamais seria possível (Jó4:4,8)
João 3:4: Nicodemos lhe disse: “Como pode
um homem nascer, sendo velho? Pode, por­
ventura, entrar pela segunda vez no ventre de
sua mãe e nascer?”.
Em outras palavras, devemos nascer da mesma forma
que Jesus nasceu, mesmo que de modo inverso. Ele
coexistia como Deus, e nasceu de novo como homem.
O nascimento do espírito humano é prefigurado no
levantamento do Tabernáculo de Moisés, no qual
estabeleceu-se primeiramente a Arca no Santíssimo lugar,
onde foi guardada sob o véu. Isto quer dizer que o novo
nascimento começa por dentro (no espírito humano, o
homem interior) e manifesta-se depois no homem exterior:
(1) A águae o sangue são dois elementos que concordam.
Podemos dizer que a água é a parte biológica, natural (do
primeiro nascimento natural); (2) com isso podemos
entender que o novo nascimento se dá pela intervenção
da “água” da Palavra de Deus. (3) Também podemos crer
que o novo nascimento é avinda do Espírito Santo sobre
o espírito humano, para assumir completamente, pela
ressurreição ou transformação, o corpo. Assim sendo, a
água não somente representa a parte física, mas também,
representa a natureza de Deus, por ela ser a unidade de
dois gases (oxigênio e hidrogênio) invisíveis a olho nu, para j
serem tocados e vistos, depois de unidos entre si, em certa
338
3:5
proporção. 1João 5:4: “Poistodoaquelequeénascidode
Deus vence o mundo; e esta é avitória que vence o mundo,
nossa fé”. O nascido de Deus vence o mundo; isto é, vence
o mundo como ele. Este é o contexto doversoum .Em l
João 5:5, lemos: “Porque, quem é que vence o mundo,
senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”. Crer
que Jesus é o Filho de Deus, é vencer o mundo. Estaé mais
uma vitória que podem alcançar todos aqueles que amam
a Deus e nasceram dele, como o seu Filho Jesus. Quem
crê quejesus é o Filho de Deus vence o mundo. 1João 5:6:
“Este é Jesus Cristo que veio mediante água e sangue; não
por água somente, senão por água e sangue. E o Espírito
é o que dá testemunho; porque o Espírito é a verdade”.
Este é um dos versos mais lindos daBíblia, pois ele ensina
quejesus é 100% Deus e 100% homem. Ele veio por água,
isto é, é divino; e por sangue, por isso é humano. Mas ele
se fez notório: “Não só por água, não só divino, mas divino
e humano ”. Assim, também podemos dizer que aquele
que nasce de Deus (da água) e do Espírito (no seu espírito
humano) poderá entrar no Reino de Deus
João 3:5: Verdadeiramente te digo: “Aquele
que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no Reino de Deus. (e/5:2ó; m.-sj
Também podemos entender que o nascimento oriundo do
ventre de nossa mãe é operado mediante o poder da carne,
mas aquele que nasce pelo batismo, nasce do Espírito. O
que é nascido da carne tem a mente como centro do seu
ser, por isso é carnal. E, sendo carnal, o Espírito de Deus
não pode contenderpor ele (Gn 6:3). Mas o que é nascido
do Espírito, odiabonãotempoder para tocá-lo quando
quiser; e, se o tocar, é porque Deus está no controle para um
fim proveitoso. Antes, no Antigo Pacto, o apoderamento
do homem pelo Espírito Santo, o transformava
temporariamente (1 Sm 10:6), pois, nesse tempo, o
apoderamento era uma possessão, e esta aniquilava
o livre-arbítrio, que era a glória do louvor humano
oferecido a Deus, pois o louvor deveria seroferecido
voluntariamente. Somente o novo nascimento, conforme
Jesus ensinou a Nicodemos, que era a habitação do Espírito
Santo continuamente no espírito humano, resolveu essa
antiga instância, a ponto de permitir que a alma humana
continuasse livre, sem bloqueio; pois o espírito humano,
agora, passou a ser o depósito no qual o Espírito Santo
habita inicialmente, e de onde ele completaria a sua obra.
Portanto, era necessário nascer de novo. Assim, o homem
interior é o espírito humano, segundo escreve Paulo em
Romanos sete, pois o homem exterior é formado pela
alma e o corpo. O processo devida natural é sistematizado
quando os sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato)
recebem o comando dos instintos (domínio, reprodução,
comunhão, aquisição, proteção e alimentação), que
estão sendo confrontados pela personalidade (intelecto,
vontade e sentimento) do Espírito Santo, no caráter do
homem, que é a manifestação dos seus instintos. Este
caráter é corrompido quando há ausência de combustível,
que é o fruto do Espírito. O fruto do Espírito é produzido
no coração, mediante a vida submetida à Palavra de Deus
e ao Espírito Santo. Se não houver um equilíbrio entre os
sentidos e os instintos ocorrerá uma desorganização dentro
do homem interior, que certamente será manifestado
pelo homem exterior (2 C o4:l 6). Quando o homem
3:6
exterior está sendo controlado pela mente, e não pelo
coração, o espírito não tem controle sobre a sua alma e,
conseqüentemente, manifestará, por meio dos sentidos,
o desequilíbrio de seus instintos. Deve haver um santo
gerente dentro do homem, a partir do homem interior
(espírito humano + Espírito Santo = homem interior).
A personalidade éaunidadede atuação revelada pelo
intelecto, vontade e sentimento. O caráter é a manifestação
dos instintos (domínio, reprodução, comunhão, aquisição,
proteção e alimentação) através da personalidade humana,
percebidos e exteriorizados no mundo pelos sentidos. O
pecado é o desequilíbrio total do ser humano completo
em relação ao mundo, cuja desordem é manifestada pelos
instintos e sentidos. Isto quer dizer que, quando o homem
não é nascido de novo, há uma omissão ou depravação
do homem interior em relação ao mundo externo, vistos
claramente mediante a exteriorização de seu caráter e
personalidade, sempre demonstrando total independência
do Espírito de Deus. Se esse homem não nascer de novo,
nem rasgar o véu (o coração) que separa o espírito humano
da alma, nem deixar o Espírito Santo operar em sua alma,
ao chegar no corpo humano este desequilíbrio não será
solucionado. O homem peca ao realizar a sua vontade sob
o seu “egocentrismo”, que está na sua alma e comanda o
seu ser; e isto ocorre quando o homem toma todas as suas
decisões sem a direção divina, sendo uma atrativa presa de
Satanás, que ama o cheiro da carne
João 3:6: 0 que é nascido da carne, carne é;
e o que é nascido do Espírito, espírito é. uo i.i3;
I Co 15:50/
Em Gênesis 5:1 -3, lemos que Adão foi criado à imagem
e à semelhança de Deus (1:26). Mas Sete nasceu à
imagem e semelhança de Adão; o Adão já caído, fora do
Éden. O primeiro Adão, antes do pecado, tinha todas
as características do segundo Adão, que encarnou
posteriormente (1 Co 15:45).Mas este segundo Adãoera
espírito vivificante. Adão, antes do pecado, experimentou
todas as glórias destinadas à imagem original de Deus.
Mas quando Adão pecou, os seus filhos receberam a sua
imagem (corpo) e a sua semelhança (espírito humano e alma
humana) decaídas. Todos os homens naturais descendentes
de Adão perderam grande parte das habilidades que lhes
foram dadas em Gênesis 1:8 .0 segundo Adão, que é Cristo,
nasceu com todas essas características de Gênesis 1:8:
bênção, multiplicação, habilidade de exercer domínio sobre
os céus, mar e terra. Vemos essas características em Cristo,
quando ele caminha sobre as águas, quando é assunto ao
Céu, no meio das nuvens. Assim, nós, os homens, podemos
escolher hoje, continuar na semelhança decaída de Adão,
dando continuidade à descendência de Sete, ou de Caim,
recebendo da natureza decaída de Adão ,ou escolhere,
por meio de Cristo, através do novo nascimento, resgatar
a imagem e a semelhança de Deus que foi perdida. Pelo
segundo Adão, através do novo nascimento, podemos
ser enxertados direto na natureza de Cristo, e podemos
receber a seiva direta de Deus, participando da sua natureza,
sem interferência do velho homem. Por isso, é necessário
nascer de novo. Esta é a mensagem do Novo Testamento:
nascer como Cristo nasceu, do Espírito, para que tenhamos
a filiação divina, do Pai. As pessoas, do Antigo Pacto, até
João Batista, dependiam da ministração no altar por meio
J oão 3:7
do sumo sacerdote, no Santuário. O novo nascimento nos
libertou dessa dependência. Mas, para experimentarmos
essa bênção, é necessário nascer de novo. Ao ouvira
respeito dessas coisas, Nicodemos estava maravilhado,
pois a doutrina do novo nascimento era a grande maravilha.
Tendo estudado cada parte do ser humano, nessa obra de
antropologia registrada porJoão, podemos entendero que
é um homem psicológico, que dirige seu corpo (soma); isto
é, um homem psíquico que atua pelos seus sentimentos
instintivos. A palavra psicossomática é a união de dois
termos que se interligam: mente e corpo. Um homem
psicossomático não se submete ao Espírito, mas o poder do
novo nascimento está acima das suas reações e filosofias
humanas contraditórias. As reações do homem natural
psicossomático se baseiam nos temperamentos de cada
pessoa. Todas reagem, mas algumas reagem de forma
completamente diferente das outras; mas não se engane,
pois todas podem chegar ao mesmo fim. Porém, muitas
pessoas que nasceram de novo, isto é, que receberam
o Espirito Santo no seu espírito, nunca deram fruto de
arrependimento, pois a semente de Deus que foi dada ao
seu espírito humano jamais foi plantada na sua alma. A
semente de Deus está no seu espírito humano. No entanto,
a semente de Deus está depositada na região (o celeiro) do
espírito humano; mas não quer dizer que está plantada no
terreno ordenado por Deus: a alma. A alma é a boa terra,
onde a semente de Deus (o Espírito Santo) deve ser plantada,
porque a alma é a terra profunda, e o coração pode estar
tão duro como uma terra batida. Esta terra batida deve ser
sulcada, arada, movida e regada, para que a terra profunda
seja alcançada pela semente de Deus. Dependendo dos
temperamentos, que são variações diferenciadas da
manifestação instintiva e psíquica de cada indivíduo, a alma
do homem não- nascido de novo apresentará variações.
Quando o homem nasce de novo, deixa de ser natural,
e passa a conhecer as perspectivas do mundo espiritual.
Mas, há um caminho a percorrer desde o átrio até o lugar
Santíssimo de seu ser, para alcançar o objeto nobre da sua
maturidade. Tem de sair da região da Lei para o Reino,
passando pelo caminho da Graça. Mas, muitos vivem entre
a primeira e a segunda etapa, sem avançar. Assim, também,
alguns cristãos vivem entre o corpo e a alma, e nunca
avançam para viver segundo o Espírito, terreno que somente
os que nascem de novo alcançam
João 3:7: Não te maravilhes por ter dito isto: É
necessário, a todo homem, nascer de novo.
Não sabemos para onde o vento vai, nem de onde ele
vem. Mas ele sabe. O nascido de novo passa a ser uma
pessoa incompreendida, mas respeitada no mundo. O
ser humano, nascido de novo, toma-se semelhante ao
vento. Sopra onde quer, tem som, mas não é discernido
por ninguém. Ele sabe de onde vem e para onde vai, mas
as pessoas que o cercam não sabem. O som do Espírito é o
mesmo som produzido pelo ser humano nascido de novo; é
o som que corre, é o som de Atos, é o som do Pentecostes. O
Espírito sopra onde quer. Ninguém pode impedi-lo. Assim
é a sua obra, o seu Evangelho, o seu podere a sua liberdade.
O som que se faz ouvir é a voz que fala a Pedro no terraço,
é a voz que fala a Saulo no caminho de Damasco. Ele sopra
onde quer. O Espirito Santo veio pelo vento produzido pelas
asas dos querubins do trono (Ez 1:4), e deixou o Espírito
339
3:8
Santo no Cenáculo (At 2:1,2). Todos os símbolos do Espírito
Santo estão manifestados no Trono de Deus. Os homens
naturais podem não compreender os movimentos do vento
soprando sob qualquer grau de brandura ou de violência,
pois o vento pode ser aéreo, inspirador ou poético; pode
ser gerado por um movimento muito suave no ar; e pode
ser uma brisa, geralmente, como um vento fresco; pode
ser sentido em rajadas rápidas e fortes, de curta duração
ou como uma explosão que arremete o ar violentamente,
muitas vezes frio ou cálido; ou pode serum turbilhão
realizando transformações na biosfera. Dependendo
das circunstâncias (pressões, radiações, umidades e
evaporações), assim é todo aquele que é nascido do
Espírito. Mas, não é porque o resultado dos movimentos
dos ventos não agradam a determinados elementos
naturais, que o vento deixará de cumprir o seu papel na
biosfera (que é o conjunto de todos os ecossistemas da
Terra). Mas os ventos são úteis para a litosfera no interior
da Terra; para a atmosfera, movimentando os gases sobre
a Terra; para a hidrosfera, movimentando o conjunto
das águas da Terra, abençoando a todos os seres vivos da
Terra, juntamente com os seus mundos. Veja a lista dos
símbolos do Espírito Santo e saiba por que o Espírito Santo
é comparado aeles: (1) a água (ls 44:3;Jo 7:37-39); (2) o
fogo (At2:3); (3) a nuvem no deserto que guiava a Arca;
(4) os ossos dejosé; (5) aestrela; (6) o som; (7) a luz; (8) os
candeeiros; (9) a pomba (Jo 1:32); (10) o vento (Jo 3:8); (11)
0 selo (2 Co 1:22; 5:5; Ef 1:14) e (12) o azeite (Lc4:18; At
10:38; H b l:9;lJo 2:27)
João 3:8:0 vento sopra onde quer, e ouves o
seu ruído; mas não sabes de onde vem , nem
para onde vai; assim é todo aquele que é nas­
cido do Espírito”, (ico 2:ii)
O novo nascimento é a vinda do Espírito
Santo ao espírito humano
João 3:9: Respondeu Nicodemos e lhe disse:
“Como isto pode acontecer?”. (joó:52,60j
O que um mestre deve conhecer para compreender o novo
nascimento? O corpo é a última etapa do impacto recebido
pelo novo nascimento, que vem rompendo desde o espírito
humano, até chegar ao mundo físico. Os sentidos revelam,
pelas reações, que algo novo aconteceu no homem
completo. Os cinco sentidos do corpo são: (1) visão; (2)
audição; (3) olfato; (4) paladar (5) e tato. Sem a alma, eles
não atuam. A visão necessita da observação e do reflexo da
alma. O paladar necessita da capacidade de comparação
da alma. A audição necessita da capacidade de percepção
da alma. O olfato necessita da capacidade de adaptação da
alma. O tato necessita da capacidade sensorial da alma. O
homem completo pode amar, usando a sua capacidade,
com três tipos de amores: (1) Com o amor “eros”, sensual,
sexual. (2) Com o amor “fileos”, amistoso, familiar (Jo
21:15-17; 1 Sm 18:1-3). (3) Com o amor "ágape” (Rm5:5;
1Co 13:1-13),amorconjugal,amorespiritual,sacrificial.
O espírito humano tem os seguintes atributos: consciência
total de toda a vida. A consciência moral, espiritual e
física pode ser conhecida por meio da (1) intuição, que é a
tendênciaforte acionada pela verdade espiritual herdada,
informada, empírica, física, metafísica, espiritual, secular
JOÃO 3:9
ou circunstancial, por meio da (2) sociabilidade, que é o
desejo profundo de compartilhar o bem pela comunhão,
não para o mal e para com todos. É o centro de comunicação
com Deus. Esta sociabilidade é estéril até o novo
nascimento. Para que a engrenagem de tudo isso funcione
bem,ohomem deve nascer de novo. O homem necessita
conhecer e executar os dons do Espírito Santo, a partir de
seu espírito humano e, com isso, produzir frutos dignos
de arrependimento. Os dons do Espírito Santo não podem
ser operados fielmente sem o fruto do Espírito Santo. A
sabedoria sem amor não funciona. O conhecimento sem
o gozo não convence. A fé sem paz não alcança resultado.
Os dons de milagres sem longanimidade são incompletos.
Os milagres sem benignidade são apenas teoria. A profecia
sem bondade é manipulação. O discernimento de espíritos
sem fidelidade é mentira. As línguas sem mansidão são
descontroladas e rebeldes. A interpretação sem o domínio
próprio é heresia. Todos os pecados das listas de 1 Corindos
3:1 -3 e Gálatas 5:19-21 são manifestações dos instíntos da
alma sobre os sentidos, sob o controle da mente insubmissa
ao Espírito Santo. O amor "fileos" ou eros sempre vêm de
uma só fonte: da alma, a “psiquê”. Preocupação, medo,
crises nervosas e loucura são manifestações do lado
negativo demonstrado pelo desequilíbrio dos instintos.
Fé, esperança e amor, bem como o conhecimento
espiritual, vêm somente do Espírito. Medo e conhecimento
sensorial vêm somente da alma. Ambos podem ser canais
de possessão satânica, o que aumenta a capacidade do
movimento, da percepção e da observação da alma. O
homem interior é o primeiro a experimentar o impacto
do novo nascimento. O homem interior não é somente o
espírito, mas sim o espírito e a alma restaurados, pois são
entes espirituais. Isso ocorre quando há o rompimento
do primeiro véu, o coração, isto é, quando a alma está
submetida ao Espírito. O homem exterior é o corpo, o átrio
desse grande tabernáculo. Que parte manifesta fisicamente
o novo nascimento? O intelecto, o sentimento e a vontade,
que são atributos da alma, que é conhecida teologicamente
como psiquê, de onde vem a palavra psicologia (estudo da
alma e da mente humana). O centro de governo sobre os
três (intelecto, sentimento e vontade) é a mente, que é o
segundo véu, e está entre o corpo e a alma. As emoções são
derivadas do sentimento, um dos três atributos da alma.
Quem pode experimentar o novo nascimento? O homem
natural, que tem a mente natural (2 Co 3:14; 4:4); assim,
se tornará ou em um homem espiritual, com a mente de
Cristo (1 Co 2:16), ou em homem carnal, proprietário de
uma mente carnal (1 Co 2:16). O homem que nasce de novo
deixa de ser natural e passa a serespiritua); mas há um novo
mandamento que deve ser obedecido, isto é, o homem
deve permitir o transbordamento do Espírito Santo,
quando o primeiro obstáculo, que é o véu “coração”,
se rompe. Assim como o Tabernáculo de M oisés, o
homem também tem três elem entos correspondentes: o
espírito, a alma e o corpo. Entre o espírito e a alma, está o
primeiro véu (o coração), e entre o corpo e a alma, está o
segundo véu (a mente). Assim, quando o homem nasce
de novo, ele recebe no seu espírito humano o Espírito
Santo. O novo gerente (o Espírito Santo) não vem para
habitar no espírito e permanecer intacto ali, mas, sim
para transformar a vida do homem a partir de sua base,
que é o espírito humano
340
3:10
João 3:10: Respondeu Jesus e lhe disse: “És
mestre notável de Israel, e não compreendes
estas coisas? (Lc2:46>
O Testemunho era o próprio Cristo
João 3:11: Verdadeiramente te digo que da­
quilo que sabemos disso falamos, e damos
testemunho do que vimos; mas não recebeis
o nosso testemunho. (jo7.-i6,i7)
O novo nascimento é um acontecimento celestial-terreno.
Lendo Êxodo 40:3, vemos quando a Arca é estabelecida no
Santíssimo lugar. Moisés começou a levantar o Tabernáculo
pela parte mais íntima do Tabernáculo. Ali, colocou a Arca
e, em seguida, cobriu a entrada do Santíssimo com o véu.
Depois, fez o mesmo no lugar Santo. Colocou a mesa, o
candeeiro e o altar do incenso, depois os cobriu com o véu.
Isto quer dizer que a primeira coisa que Deus restaura no
homem é o seu espírito humano, seu Santíssimo lugar. Deus
coloca no homem interior, que é o espírito, a sua Arca, neste
caso extraordinário, um tipo do Espírito Santo (Êx 40:2-60).
O resultado do novo nascimento são as bênçãos celestiais
em nós, como a unção de Deus, pelo Espírito Santo
João 3:12: Se não credes quando falo de
coisas terrenas, com o crereis se vos falar das
coisas celestiais? (is6-.9)
Ele era Deus e convivia com Deus voluntariamente. O
Verbo era Deus. Nem os anjos conheciam esse mistério.
Ele estava oculto, desde os tempos antigos (Rm 16:25). Os
tempos antigos significam os tempos eternos. Como o Filho
do homem estava no Céu, enquanto ojesus-homem estava
na Terra? Desde os tempos da Dispensação do Mistério, o
Filho do homem está no Céu (Gn 1:2ó). Do ponto de vista da
eternidade, no estado “há de ser”, ele estava correto
João 3:13: Ninguém subiu ao Céu, senão
aquele que do Céu desceu, o Filho do homem,
que está no Céu. (Pv30:4;At2:34;Rm 10:ò;E/4:9j
Aserpente de bronze levantada no deserto era um tipo, isto
é, um símbolo de Cristo no Calvário. Para que todo aquele
que olhasse para ele, isto é, que nele cresse, fosse salvo. O
Filho do homem deveria ser levantado, e isso fala da sua
humanidade. Jesus era 100% homem. (1) Aserpente foi
levantada uma única vez, depois nunca mais. (2) A serpente
foi usada como instrumento de adoração, masaquele estado
era um estado de derrota, de maldição, da mesma forma
que alguns adoram a Cristo no seu estado de humilhação
na cruz. Ela perdurou como ídolo até os dias dos reis, então
Josiasadestruiutotalmente. Muitos continuam admirando a
imagem de Cristo na cruz, quando, na verdade, ele já deixou
esse estado, ao assumir um estado superior: Ele ressuscitou
(1 Co 15:19-20). Satanás assumiu o controle daquelaimagem
para levar os filhos de Abraão à mentira, ao erro. Mas Deus
levantou um homem que soube discernir essa verdade. (3)
Assim comojesus foi levantado uma única vez para salvação
dos homens. (4) A serpente foi levantada por um ministério
profético. (5) A serpente fala do antídoto contra o pecado,
onde abundou o pecado, superabundou agraça
JOÃO 3:15
João 3:14: E como M oisés levantou a ser­
pente no deserto, assim é necessário que o
Filho do homem seja levantado. /Nm2i:9;jo8:28;•
12:32,34'}
As serpentes que apareceram no deserto mordiam os filhos
de Israel. Então, Deus falou aMoisés que providenciasse
uma serpente de bronze para que, no meio daquelas
serpentes, ela fosse levantada. As serpentes vivas
representavam o poder de Satanás requerendo avida de
todos os rebeldes. (6) Ea serpente de bronze representava
Cristo vitorioso, que se fez maldição em lugar de todos os
homens. (7) Aquela serpente estavaà disposição de todos,
mas nem todos olhavam para ela, para que vivessem. O
texto diz: “Para que todo aquele que nele crê não pereça
(pelo veneno de Satanás), mas viva eternamente”. Por meio
de uma serpente, Satanás entrou no mundo; mas, ao ferir o
calcanhar do Cristo inocente, mediante o veneno recolhido
(Gn 3:15), Deus tirará o antídoto do pecado para usá-lo
contra o veneno mortal de Satanás. Nos dias da rebelião do
povo de Israel no deserto, Moisés disse: “Aquele que olhar
para a serpente viverá”. Não era uma questão de cura, mas
de recebimento da vida, acima do poder da morte
João 3:15: Para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna. (jo3:36;
20:21; 1Jo5:l 113;Jo6:40,47)
Quando Deus ainda planejava criar o mundo, antes de
edificá-lo no tempo, apresentou o seu Cordeiro como a sua
oferta pessoal de conquista; assim como Abraão ofereceu
o seu filho Isaque em garantia de sua obediência e fé na
promessa de Deus. Assim como no caso de Abraão, antes
que Isaque fosse imolado, um carneiro apareceu atado no
meio do mato, para ser oferecido no altar, em seu lugar,
poupando Isaque da morte, da mesma forma aconteceu
com o Verbo, pois isso prefigurava que, futuramente, Jesus
seria imolado no Calvário. O acontecimento dejoão 3:16
deu-se ainda na eternidade (Ap 13:8c). A maior explicação,
o maior ser, o maior ato, a maior medida, a maior ação,
o maior lance, a maior retirada, o melhor substituto, a
melhor solução, o maior fim, a maior franquia, a única
saída, o mais acertado passo de fé, a maiorpromessa,
a maior possessão, o maior resultado, o maior prêmio,
tudo está contido nesse texto! O Filho Unigénito foi
gerado pelo Espírito Santo, no ventre de Maria, a partir
da semente da mulher (Gn 3:15). O Filho Primogênito é
aquele que foi primeiramente levantado da terra, tendo
oferecido satisfação propícia diante do Pai. O primeiro
gerado da terra, de onde muitos de seus irmãos serão
levantados de igual maneira (Hb 1:4,5; Jo 20:17). Mas,
não devemos perder o contexto desse verso, isolando-o.
Esse é o versículo mais usado pelos evangelistas, em todos
os tempos. Esse versículo ainda faz parte do contexto das
serpentes abrasadoras do deserto (Nm 21:6-9). Tendo
visto os homens no meio das serpentes abrasadoras, Deus
providenciou a encarnação de Cristo, em forma de homem,
para salvá-los da condenação da morte. A solução era olhar
para ele, para que vivessem. Olhar era atentar. Estes eram
os passos: a parte de Deus estava feita: (1) contemplar a
rebelião dos homens e tratá-los com juízo; (2) levantar a
solução; (3) não temer a incompreensão dos homens, da
341
3:16 JOÃO
forma como se manifestou. A parte dos homens: (1) crer,
olhar, atentar; (2) aquela serpente estava à disposição de
todos, mas nem todos olhavam para ela, para que vivessem.
O texto diz: “Para que todo aquele que nele crê não pereça
pelo veneno de Satanás, mas viva eternamente”. (3)
O Filho do homem deveria ser levantado, e isso fala da
sua humanidade. Jesus era cem por cento homem; (4) a
serpente foi levantada uma única vez, depois nunca mais;
(5) a serpente foi levantadaporum ministério profético.
Aserpente fala de antídoto. Onde abundou o pecado,
superabundoua graça. Agora, você pode entender melhor
o texto que diz: Porque Deus amou o mundo... Nós
estávamos sendo mordidos por Satanás, a antiga serpente,
e estávamos condenados. Todos jaziam como comida da
serpente: “Tu és pó e ao pó tornarás ”. Deus usou o próprio
veneno de Satanás paranos dara vida eterna. Ao morder
o calcanhar de Cristo, o seu veneno, em Cristo, foi usado
para transformá-lo em antídoto, pelo poder do seu sangue
puro. Quem participa do seu sangue já tem o antídoto
contra o veneno do pecado. Era necessário que a serpente
o mordesse. Às vezes, nos perguntamos por que a serpente
deveria mordê-lo? A resposta é esta: Deus precisava de
um antídoto, e como o teria, sem o veneno? “Não poupou
o seu único Filho” significa que ele deveria permitir que a
serpente o mordesse. Com a mordida daserpente, como
nos diz Números 21:6: “Então o Senhor mandou entre o
povo serpentes abrasadoras, que o mordiam”, o Senhor
condenava aqueles que não cressem nele. Ao levantar
uma serpente que já tinha o antídoto, provia uma solução
poderosa para o homem. Assim, podemos entender a frase
que diz: “Que deu o seu único Filho", para que todos que
olhassem para ele tivessem a vida eterna. A serpente de
bronze foi inspirada naquela que comia as outras, no dia em
que Moisés se apresentou a Faraó. A serpente proveniente
da vara de Moisés era um tipo de Cristo. Ela destruiu as
outras, engolindo-as. Os feiticeiros não tiveram poder
contra eia. Mas a natureza da serpente ali manifestada era
celestial, era Cristo
João 3 :1 6 : Porque D eus am ou o m undo
de tal maneira que não poupou o seu Filho
U nigénito, para que todo aquele que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
!Rm 5:8; 1Jo 4:9; Bf2:4j
Mais uma vez temos João usando todo o contexto para
explicar melhor o que quer dizer. O mundo não será
condenado por ser pecador, mas por rejeitar o Salvador dos
pecados. Agora, entendemos por que Deus enviou o seu
Filho. Como o enviou? Em carne, sem pecado, sem veneno.
Vendo que Deus tem a solução em forma de serpente, o
homem poderia rejeitá-la, mas essa serpente era Salvadora.
Até hoje a natureza ilustra esta verdade ao manter
serpentes venenosas e não venenosas sobre a terra
João 3:17: Porque Deus não enviou o seu
Filho ao m undo para condenar o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por ele.
(]o5:36,38; 8:11,15; 12:47; lJo4:14.i
Por isso, aquele que olha para a serpente, o Cristo em
carne, não entra em condenação. Já não morre. Mas
3:19
aqueles que não olharem para ele, isto é, não crerem
nele, certamente morrerão. Quando participamos da
Ceia doSenhor,doseuvinho,é porque cremos que seu
sangue tem o antídoto contra o pecado. Temos o nome
do Filho Primogênito, aquele que foi recebido diante do
Pai, depois de ter ressuscitado dentre os mortos, e que
está escrito no seu manto sobre a sua coxa. Mas temos
o nome do Filho Unigénito, aquele que foi anunciado
pelo anjo Gabriehjesus! Este é o nome que nos livra da
condenação, quando nele cremos! O nome dejesus é um
mistério decifrável, derivado de conjunções ligadas ao
nome de Jeová, ao Espírito Santo e à sua missão salvadora.
Por isso, esse nome é representativo detodaaplenitudeda
Divindade. Esse nome envolve a autoridade e o poder de
toda a plenitude da Divindade. O nome que resume toda a
autoridade eopoderda plenitude da Divindade éjesus, o
nome do Filho Unigénito. Esse nome tem poder no Céu, na
terra e debaixo da terra (Hades). Os julgamentos são: (1)
Eclesiástico: na Igreja, entre os salvos, deve haver aqueles
que julgam e exercem a disciplinae a autoridade. (2)
Galardoador: no tribunal de Cristo, que será realizado para
julgar as obras dos salvos, após o arrebatamento da Igreja.
Somente os salvos comparecerão nesse tribunal. Nele,
o Senhorjesus dirá se seremos dignos ou não de receber
a coroa incorruptível, de gozo, de glória,ede justiça. (3)
Condenatório: no Trono Branco, que será estabelecido no
final do reino milenar de Cristo. Nele, apenas os ímpios
serão julgados, antes da ressurreição de seus corpos. Após
isso, os ímpios, já condenados e julgados, serão lançados no
Lago de Fogo, que é o verdadeiro Inferno. João está falando
desse julgamento e dessa condenação
João 3:18: Aquele que nele crê não entra em
condenação; mas aquele que não crê já está
julgado, porquanto não creu no Nom e do Fi­
lho UnigênitO de DeUS. Jo 5:24; lJo4:9;Mcl6:16)
Isso aconteceu porque a serpente foi levantada uma única
vez, mas os homens continuaram levantando-a, mesmo
sabendo que ela não passava de um simples metal, depois
daúnica e providencial ocasião na qual foi manifestada.
Os homens continuaram em trevas até os dias dos reis de
Israel, crendo no bronze, mas não na mensagem que a
serpente havia ensinado. Amar mais as trevas do que a luz
éom esm oque crer na obra criada, em lugar do Criador.
Porque as suas obras eram más. Também ele faz uma
referência à Criação, quando houve luz. Aquela luz era
Cristo. O Criador fez separação entre a luz e as trevas. Os
homens amaram mais as trevas do que a luz. Por que eles
amaram mais as trevas? É a condição de Adão, atrás das
árvores, escondido e nu. Porque as suas obras eram más.
As más obras conduzem o homem às trevas, na tentativa de
esconder os seus atos daqueles que vivem na luz. As más
obras são feitas sob as trevas
João 3:19: E esta é a condenação: Que a luz
veio ao mundo, e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque as suas obras eram
más. ÍJO1:4;8:12; 12:46; 7:7i
Que mal é esse, senão o pecado? Mas o que é o pecado, e
como atua em nós? O pecado é gerado nas trevas e vem
3:20
sempre à luz. Eie é revelado e reprovado sempre, pela luz.
Todo pecado virá àluz para ser conhecido e reprovado
individualmente, mediante a confissão, ou coletivamente,
mediante a acusação. O pecado, no singular, fala da sua
natureza e do seu potencial. Os atos de pecado são suas
diferentes facetas, que geram diferentes classificações.
O pecado, na verdade, é o desequilíbrio de algum instinto
do homem. São vários os instintos. Tecnicamente, ou
biologicamente, pecados são atos desequilibrados.
Santidade é o equilíbrio desses instintos. O homem
tem seis instintos: (1) alimentação; (2) reprodução; (3)
domínio; (4) autoproteção; (5) comunhão e (6) aquisição.
Se observarmos em Gálatas 5:19-21, veremos os atos de
pecado como fruto da carne. Observe: (1) a prostituição,
a impureza e a lascívia estão no mesmo nível. Esses são
os pecados (atos) dominados pelo pecado (singular)
abrangente da imoralidade. Esses atos são desequilíbrios
do instinto de reprodução, pois eles produzem frutos de
escândalo contra o amor e a fidelidade conjugal. Logo,
esse desequilíbrio atinge a comunhão e vai formando
uma cadeia hostil. (2) Por sua vez, os atos de idolatria e
de feitiçaria, que estão no mesmo nível, representam
o desequilíbrio do instinto de comunhão (com Deus e
com o próximo). Também atinge o instinto de domínio,
pois mostra o homem subjugado àquilo sobre o qual
deveria dominar. Isto é idolatria: mudar a glória de Deus
çm imagem produzida pela mente humana (Rm 1:23).
Da mesma forma, em outro nível: (3) as inimizades, as
contendas e os ciúmes. Esses são frutos do desequilíbrio
dos instintos de domínio e de aquisição, pois eles acabam
em assassinato e em confusão. As inimizades ocorrem por
tratos não cumpridos e dívidas não pagas, e por causa de
aquisições precipitadas. O homem deixa o equilíbrio da
verdade e da graça, da fidelidade e do perdão, e parte para
a sua própria justiça, e peca. (4) bebedices, orgias e coisas
semelhantes a estas. Esses atos são o desequilíbrio do
instinto de alimentação. Tudo isso é um exemplo do que o
Senhor Jesus está falando
João 3:20: Porque todo aquele que faz o mal
aborrece a luz e não vem à luz, para que as
suas obras não sejam examinadas, (e/ s .-i i , i3>
Nos versos 20 e 21, lemos que o pecado e a verdade devem
vir à luz; o primeiro, para ser reprovado; o segundo, para
ser premiado. Aquele que pratica a verdade vem àluz.
Muitos que praticam a verdade nem sempre são premiados
ou reconhecidos; porém, o seu dia chegará, certamente.
Por exemplo, serverdadeiro, ser sincero, dar esmolas e
temer a Deus não são manifestações de quem já está na luz,
apenas manifestações sinceras daquele que querpraticar a
verdade, pois, certamente terá a oportunidade de procurar
a luz e permanecer na luz. Esse vir à luz aconteceu com
Cornélio, com o eunuco e com Saulo. 1João 1:5 diz: “Esta é
amensagem que temos ouvido dele, evos declaramos: que
Deus é luz, e nele não há nenhuma treva”. A Bíblia diz que a
ocasião da vinda de Jesus não será dia nem noite (Zc 14:7).
Como será? A luz verdadeira de Deus penetrará em tudo. A
luz de Deus tornará tudo transparente naquele dia. Por isso,
naRevelaçãoJoão vê ouro, muro e cidade transparentes.
Porque a luz de Deus não projeta sombra nem variação (Tg
1:17). Tudo fica transparente diante da sua glória, pois a
luz de Deus penetra sobre tudo. Deus é essa luz. Essa é a
343
JOÃO 3:22
mensagem, esse é o Evangelho; essas são as Boas-Novas,
como lemos originalmente. “Mas se andarmos na luz,
assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os
outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica
de todo pecado” (1 Jo 1:7). Este verso é sempre citado de
modo parcial: “...o sangue dejesus Cristo nos purifica de
todo pecado”; mas, nesta parte do texto não está toda a
verdade, porque somos purificados pelo sangue dejesus
se (1) andarmos na luz dele, (2) e se tivermos comunhão
uns com os outros; então, seremos purificados de todo
pecado. Mesmo assim, devemos confessar os nossos
pecados (v. 10); isto não é algo automático. A purificação
é a segunda fase. Temos, aqui, no contexto três coisas: (1)
confessar; (2) receber perdão e (3) ser purificado de toda
injustiça; e todas estas coisas estão condicionadas ao andar
na luz e à contínua comunhão com os irmãos. O cálice
da Ceia do Senhor será contra nós se rompermos essa
comunhão, mesmo anunciando, hipocritamente, uma vida
de santidade. Mas, “se dissermos que não temos pecado
algum [eandarmos em trevasj, nos enganamos anós
mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1:8)
João 3 :2 1: Mas aquele que pratica a verdade
vem à luz, para que seja manifestado que as
suas obras são feitas em D eus”. (íjo i;6)
Jesus nunca fugiu da região de seus grandes desafios, nem
deixou de trabalhar segundo o propósito do Pai. Ali mesmo,
najudéia, Jesus cumpriria, literalmente, aquilo que o
batismo profetizava: morte, sepultamento e ressurreição.
Em outro texto, veremos quejesus mesmo não batizava,
mas seus discípulos (Jo 4:1,2). O Jordão, como local do
batismo, é território fundamental para a compreensão
do mistério do novo nascimento, pois ele finaliza o novo
nascimento publicamente. O mar Vermelho é o local do
batismo da geração que vem do Egito. OJordão é local do
batismo para quem nasceu no deserto, rumo à terra da
promessa. Mas, para Calebe e Josué, que passaram pelo
mar Vermelho, oJordão tipifica o batismo no Espírito. Por
isso, o batismo dejoão prenunciava o batismo de Cristo, o
batismo com o Espírito Santo e com fogo. Precisamos ter um
entendimento melhor sobre a história de Gênesis 49 e 50
para compreendermos a vida de Jacó e o seu sepultamento,
para entendermos o significado do batismo no Jordão. O
batismo no Jordão era uma preparação para o ministério
de Cristo. O batismo dejoão prefigura a responsabilidade
diante do Evangelho, que a geração dos filhos dos santos
deve ter, pois esta responsabilidade é individual. A geração
da terra deve lembrar-se do livramento do jugo de Faraó
do Egito. O batismo para os hebreus funcionou como um
grande memorial, que evitava o oferecimento de bodes,
carneiros e ovelhas aos sacrifícios que o Pai já não desejava.
O batismo era umaisenção daquilo (Hb 10:6-9). Quem
fosse batizado estaria isento de oferecer cordeiros e bodes!
O batismo era a prova física do entendimento recebido pela
fé no trabalho eterno do Cordeiro de Deus
João 3:22: Depois disto, Jesus veio cora seus
discípulos para a terra da Judéia; e esteve ali
com eles, e batizava. uo4:2j
Esse tipo de ato cerimonial deveria ser feito no Templo,
diante da bacia de bronze, mas Jesus estava limitado e
3:23
proibido de acessar o seu Santuário. Devemos lembrar
que o rio de Ezequiel sairá justamente do local onde a
bacia esteve, por milênios, no átrio (Êx47:1-3). Quem
estava cansado de oferecer sacrifícios podia ser batizado!
Isso requeria o arrependimento deles. Quem confiasse
plenamente nas Boas-Novas de que o Cordeiro de Deus
tirava os pecados, era batizado! Esse ato é a autenticação
do novo nascimento. Ele faltou a Saul, e a muitos outros.
Era necessária muita água, pois era uma imersão; o
ministro descia ás águas, não era um banho; era um tipo do
sepultamento e ressurreição
João 3:23: Ora, João estava também em
Enon ( “f o n te s ”), perto de Salim, porque ali
havia muitas águas; e muitos corriam para lá
e eram batizados. (Mt3:S,6)
Jesus deveria ir à Galiléia para começar o seu ministério;
mas ele não iria sem que, antes, João terminasse o seu
turno. A ética ministerial de Jesus Cristo era apurada. O
trabalho dejesus no Jordão era temporário, pois o seu
objetivo era a Galiléia (M t4:12)
João 3:24: Porque João ainda não tinha sido
encarcerado. /.M4:i2; i4:3j
Começaram a discutir sobre formas de purificação, tal
como se lê em Ageu, e sobre os diversos cerimoniais
dos judeus quanto à purificação da carne; isto é, sobre
questões doutrinárias e tradições. Havia, naqueles dias, os
targumins (paráfrases e comentários da Bíblia hebraica)
e a Lei em si. Os targumins eram comentários que foram
se estabelecendo paralelamente aos ensinosdaLei nas
sinagogas, aquilo quejesus denominou doutrinas de
homens (Mt 23). Sobre isso eles discutiam, sendo que os
“hasidins” (fariseus) queriam estabeleceras suas doutrinas
com base em algum targum antigo, deixando a Palavra de
Deus de lado. Essas discussões, até hoje, são a causa de
muitas intrigas entre os diversos ministérios
João 3:25: Ora, entre certo judeu e os discí­
pulos de João houve uma discussão a respeito
da purificação. tjo2:6)
Aquele que preparava o caminho do Senhor não podia se
colocar como uma pedra de tropeço, mas devia se alegrarcom
o seu trabalho de precursor. Aquele que preparara o caminho
não podia colocar obstáculos para o sucesso daquele de quem
testemunhava. Mas até o próprioJoão começou a sofrer
por causa do ciúme de seus próprios discípulos, chegando a
duvidar de Cristo, quando, desde a prisão, enviou discípulos
para lhe perguntarem: “És tu o Cristo ou esperamos outro?”
João 3:26: E vieram a João e lhe disseram:
“Mestre, saiba que aquele que estava contigo
do outro lado do Jordão, a respeito de quem
deste testemunho, batiza, e todos concorrem
a e l e ” .o o i:7,i5,28)
Tudo aquilo que o homem receber e que não tiver vindo
de Deus, não perdurará; pois não prevalecerá sobre as
tribulações e nem terá nenhum proveito. João Batista veio
preparar o caminho parajesus
JOÃO 3:29
João 3:27: Ao que João lhes disse: “Não pode
o homem receber coisa alguma, se não lhe for
dada do Céu. (i co4:7;Hbs-À)
A consciência do ministério de João erabem fundamentada
nas promessas de Deus feitas a seu pai Zacarias. Malaquias
3:2 fala dejoão, como um anjo enviado. Entre as sete bênçãos
da apresentação, recebidas porJosé eMaria, e destinadasa
seufilhoJesus,estavaa quepreviaachegadadoprecursor. As
sete bênçãos da apresentação são: um destino profético; uma
segunda mãe profética (como Ana), propagadora da missão
de Cristo; bênçãos que vêm de longe; o precursor, que lhe
preparariaum caminho ministerial; a consistência de suafé
e obediência na adolescência; uma experiência pessoal com
o Espírito Santo no batismo; avitória sobre a tentação. (1 )0
enviado era filho de sacerdote e, conseqüentemente, deveria
ser da família de Levi; (2) mas ele rejeitou osacerdócio e
optou pela obediência a Deus, como um nazireu consagrado
desde o ventre de sua mãe. Como nazireu, estava livre. (3)
Era consagrado ao Senhor como um nazireu vitalício, e não
temporário. (4) Vestiu-se de pêlo de camelos, em lugar de
vestir-se com a indumentária sacerdotal, brancae de linho
fino. (5) Não quis comunhão com o sacerdócio de seus dias,
mesmo tendo direito ao sacerdócio, (ó) Rejeitou os deleites
dos seus dias e não se contaminou. (7) Esse apóstolo tinha o
machado, mas sabia que apá estava com Cristo. Ele cortava
para seu Senhorajuntar no seu celeiro. Ele, como servo
do Senhor, cortava e nada tomava para si. Ele não sofria da
síndrome do querubim caído
João 3:28: Sois testem unhas de que vos
disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado
adiante dele. uo i.-20,23;Mci:2j
A posição de servo nunca deve ser desmoralizada pela
infidelidade. João disse: “Não sou o Cristo”, “sou amigo do
esposo”. O amigo do esposo deve estar ao lado do esposo,
para ouvi-lo e regozijar-se com a sua voz. Ele, depois de
ter sido a sua voz, havendo-lhe anunciado, declarou que o
seu ministério estava cumprido. O ministério de Elias foi
precursor do ministério de Eliseu. Por isso, vemos emjoão
grandes características do ministério de Elias. Esta visão do
amigo do esposo dada por João, pode ser vista no Salmo 45.
Os amigos do esposo vão após a esposa, a fim de apresentá-
la ao esposo (SI 45:14). Eles são tipos dos ministros, isto
é, dos cinco ministérios (Ef 4:9-12). João é um profeta
messiânico. Em Mateus 25, quando o noivo aparece, após o
seu anúncio, aquelas virgens são tipos dos cinco ministérios
verdadeiros e dos cinco ministérios falsos. Os cinco
ministérios prudentes carregavam o depósito de azeite,
enquanto os falsos apenas levavam o azeite que estava
sendo usado nas lâmpadas. Seus ministérios estavam
seguros, enquanto tinham azeite nas lâmpadas; no entanto,
não têm azeite para o tempo da espera, em tribulação. O
depósito fazia a diferença entre elas
João 3:29: Quem tem a esposa é o esposo;
mas o amigo do esposo, que está de pé ao seu
lado e o ouve, se regozija grandemente com
a voz do esposo; assim, pois, o meu gozo está
cumprido. (Mt25:!;Jo 15:11; 16:24)
344
3:30
Este era o papel da voz: anunciar o crescimento do Verbo. O
Verbo é maior do que a voz, e o Verbo cresce cada vez mais.
João era fruto de uma palavra profética do anjo Gabriel.
O anjo lhe disse: “Será grande diante do Senhor”. Deus
não tem ciúmes da grandeza alcançada pelos seus servos
amados. Ele deseja que cresçamos na sua presença: “E
será grande diante do Senhor". Ele não estava destinado a
ser um verme, nem a ser um miserável abandonado, mas,
sim, um grande homem diante do Senhor. O nosso Senhor
cresce em nós mesmos, e se agiganta em todos aqueles que
se deixam ser usados por Ele. Conseqiientemente, tornam-
se grandes homens e mulheres de Deus. Nesse tempo,
Deus prova o coração deles, pois o “eu” deve diminuir para
que o “Espírito cresça”, em graça e em conhecimento
João 3:30: É necessário que ele cresça, e que
eu diminua.
João testifica, várias vezes, a preexistência da pessoa de
Cristo. Seu testemunho anuncia quejesus é do alto, isto
é, Altíssimo. Mas ele é terreno, por isso fala das coisas
terrenas. Por outro lado, ele diz que Cristo é sobre todos,
porque preexiste eternamente
João 3:31 : Aquele que vem do alto é sobre
todos; o que vem da terra é terreno, e fala das
coisas terrenas; e aquele que veio do Céu é
sobre todos, (Jo8:23; 1Jo4:5;Rm 9:5;Ef 1:21)
Ele era a voz, e a voz dá testemunho. A voz dá testemunho
do que viu e ouviu. Mas não houve retorno. O que ele viu foi
por intermédio dafé, pois não conhecia o SenhorJesus. Mas
oPai o ajudou, dando-lhe uma visão a seu respeito, dizendo
que sobre aquele em quem a pombinha descesse, esse
seria o batizador com Espírito Santo e com fogo. Quando
João batizava nas águas, perto de Betânia, às margens do
Jordão, várias vezesjesus esteve ali observando-o, ejoão,
pela fé, dizia: “No meio de vós há um cujas sandálias não
sou digno de desatar”. Este era o testemunho daquilo que
ele viu pela fé e, por isso, Deus lhe permitiu ouvir a voz do
Pai, dando testemunho a respeito do Filho. João sentiu
quando ele estava por ali, bem perto; sentiu o mesmo que
sentira ainda no ventre de sua mãe. Que olhos privilegiados
e que ouvidos abençoados!
João 3:32: e este dá testemunho do que viu
e ouviu, mas ninguém recebe o seu testemu­
nho. (Jo3:l l;8:26; 15:15)
João deu testemunho do Verbo, porque ele recebeu
testemunho do Pai a respeito dele. João era uma
autenticidade do Verbo. O verdadeiro testemunho é dado
por aquele que viu e ouviu. Nisto se constituía a autoridade
de Paulo (2 Co 12:1 -4); ele o viu pela fé, e ainda ouviu coisas
que ao homem não era lícito dar a conhecer
João 3:33: Aquele que recebe o seu teste­
munho autentica com o seu selo que Deus é
verdadeiro. (Rm4-.11; 15:28; Ef 1:13; 4:30)
O autenticador é o profeta. O testemunho significava
falar as mesmas palavras que Deus falava. Quais eram as
palavras que Deus falava (Jo 17)?João falava as mesmas
palavras que Deus falava. Mas as suas palavras não
JOÃO 3:33
mudaram. João não recebeu o Espírito Santo por medida,
como todos os que foram enviados antes dele no Antigo
Testamento. Atéjoão, desde Gênesis 6:3, o Espírito
Santo foi enviado (1) por medida, (2) em porções, (3)
e não habitava em homem algum, (4) nunca encheu
permanentemente homem algum com seu poder, (5)
jamais permaneceu definitiva mente sobre nenhum de seus
servos. João foi o primeiro a ser cheio do Espírito Santo,
desde o ventre de sua mãe, por ocasião da saudação de
Maria na porta da casa de sua mãe, Elizabete. No Antigo
Testamento, o Espírito Santo inspirou os profetas para que
vivessem antecipadamente a vida de Cristo, sendo o tal
uma manifestação do Espírito do Messias que havia de vir
(1 Pe 1:10,1 lj.OEspírito Santo foi retiradodaterrapor
causa da corrupção dos filhos de Deus ( “dospoderosos")
com as filhas dos filhos do homem (Gn 6:3). O Espírito
Santo, depois da sua saída da terra, dirigiu-se para o trono,
onde operou poderosamente entre os querubins, no meio
das rodas. De lá, saiu para ser derramado sobre a Igreja.
Enquanto estava lá, atuou de forma limitada sobre os
líderes, reis e profetas (At 2:1 -4). Os homens-fontes são
aqueles que mudaram sua época e a sua geração. Estamos
falando de nazireus consagrados e apontados por Deus para
um ministério específico, no Antigo Testamento. Sobre
eles repousava o Espírito Santo de Deus. Assim como hoje
existem homens-dons (Ef 4:4-12) no Novo Testamento,
assim também, no Antigo Testamento, existiram “homens-
fontes”. Eram líderes de sua geração. O Espírito Santo,
em porção especial, não era dado a qualquer pessoa.
Esses homens-fontes repartiram o Espírito sobre quem o
Senhor ordenava, por imposição de mãos, transferindo-
lhes porções do Espírito, como Moisés e Elias. Deus, por
meio de Moisés, concedeu a porção do Espírito sobre os
setenta anciãos. Elias concedeu porção dobrada de seu
Espírito a Eliseu. Quando o Espírito Santo foi retirado da
terra e subiu ao trono, sua manifestação na terra, durante
o Antigo Testamento, foi limitada. Nesse tempo, na falta
do novo nascimento e de uma vida contínua de santidade,
as pessoas eram possuídas (tomadas) pelo Espírito de
Deus, a fim de realizarem as obras de Deus; nesse caso
(não generalizado), ele não podia permanecer neles,
porque não eram nascidos de novo. O novo nascimento, no
Antigo Testamento, era simbolizado por tipos, tais como:
circuncisão, mudança de nome, ofertas pelos pecados.
Outra verdade é que, por causa do mover a partir do trono,
(1) o Espírito Santo nâopodiaestarem duas pessoas ao
mesmo tempo, principalmente se elas tivessem o mesmo
ofício. Por exemplo, no caso de Davi. Quando o Espírito
Santo entrou em Davi, saiu de Saul. Vemos essa diferença
entre os reinos do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá),
porque, quando os profetas se manifestavam em um
reino, cessavam de profetizar em outro. A manifestação
do Espírito Santo naquele tempo não era simultânea. (2)
Com isso, o fato de o Espírito Santo atuar, simultaneamente,
nos dias da graça, tomou a obra do Espírito mais digna de
glória e de valor (1 Rs 22:24; 1 Sm 1ó: 13,14; Nm 11:16,25).
(3) Em alguns casos, a sua permanência era um milagre,
como é o caso de Davi (SI 51:10,11). (4) Líderes, profetas
e sacerdotes tiveram o privilégio de sentir a presença do
Espírito Santo por algum tempo. (5) Mas era algo distinto de
hoje, pois o Espírito Santo permanece em nós para sempre.
O caso particular de João Batista (Lc 1:39-41):João somente
345
 3:34
foi cheio do Espírito Santo, conforme a promessa do anjo
a Zacarias, depois que Jesus foi gerado (Lc 1:26-40). O
Espírito Santo veio do trono para gerar ajesus no ventre de
Maria; então, o Espírito Santo fluiu de Maria para Elizabete,
por meio da palavra proferida pela boca de Maria, porque
ele flui através da Palavra dita. Assim, João foi cheio do
Espírito. Isto não aconteceria enquanto o Espírito Santo
e Cristo não estivessem, antes, em Maria. Por isso, João
se recordou daquele dia e disse: “Ele vos batizará com o
Espírito Santo e com fogo”
João 3:34: Porque aquele que Deus enviou
fala as mesmas palavras que Deus fala, pois
Deus não lhe dá o Espírito por medida, m t
12:18; Lc4:18;Jo 7:16)
Todas as responsabilidades de redenção estão nas mãos do
Filho, principalmente agora, depois que completou a sua
obra redentora (Hb 1:4). Depois da sua obra redentora, o
Filho recebeu um Nome sobre todo nome, passou a contar
com o corpo físico imortal e glorificado, e assentou-se à
destra da majestade de Deus nas alturas
João 3:35:0 Pai ama o Filho, e todas as coisas
entregou nas suas mãos. m 28:1s;io 5:20,22-, 17-.2-,
Mt 11:27)
O Pai e João estavam de acordo a respeito do Filho e
ambos estavam combinados em algo: dar testemunho do
Filho. Novamente, ele relembra o advento das serpentes
abrasadoras no deserto, ao dizer que devemos olhar e crer
no Filho, para vivermos eternamente
João 3:36: Aquele que crê no Filho tem a vida
eterna. Mas quem rejeita 0 Filho não verá a
vida, porque a ira de Deus permanece nele. ;
j (Jo5:24; 6:47;3:15,16)
João, capítulo quatro (4)
Aquele que era maior do quejoão estava trabalhando. Seu
ministério havia chegado. Sabemos que as pessoas gostam
de comparar, entre si, os seus heróis, mas não devemos cair
nesse jogo da carne. O homem procura heróis, mas eles são
descartáveis para a multidão.Jesus sabia disso. Segundo os
homens, o maior deve fazer maiseomais digno deve produzir
mais. Segundo a teologia do ministério carnal, o sucesso é
fazer mais, construirmais, realizar mais porsi mesmo. Mas
Jesus sabia delegarfúnções. Quantos discípulos temos feito,
que sejam capazes de fazer o que fazemos? Quantos discípulos
temos batizado que já podem batizar?Jesus fazia discípulos e
completava sua obra com o batismo; mas o batismo é somente
o princípio do sucesso no discipulado. Jesus sabia que (1)
aqueles discípulos eram para a glória daquele que o havia
enviado, isto é, o Pai; (2) a sua própria glória viria quando os
seus discípulos enviassem a outros
João 4:1 : Quando, pois, o Senhor entendeu
que os fariseus tinham ouvido dizer que Jesus
fazia mais discípulos e batizava mais do que
João (Jo3:22,26)
JOÃO 4:4
Temos aqui duas revelações: ( 1 )0 verdadeiro líder sabe
delegar autoridade. (2) O batismo nas águas representa o
batismo no corpo de Cristo. Seria contraditório se o próprio
Cristo nos batizasse nele mesmo! Assim, de forma correta,
o nosso Senhor permitia que seus discípulos batizassem.
Isto cumpria perfeitamente a justiça da Palavra de Deus. No
batismo com o Espírito Santo, o nosso Senhor nos batiza.
No batismo do Espírito Santo, é o Espírito Santo quem nos
batiza no corpo de Cristo (1 Co 12:12,13). Porisso,nesse
caso, o próprio Jesus não batizava, pois os seus discípulos
faziam o papel do Espírito Santo que introduz o elemento
(o crente) nas águas, as quais, por sua vez, representam o
corpo de Cristo
João 4:2: (ainda que Jesus mesmo não batiza­
va, mas os seus discípulos),
O ministro deve teressa flexibilidade ministerial. Deve
fazer esse movimento entre aJudéia tradicional e a Galiléia
dos gentios. Muitos deixam a Galiléia para ir aJudéia.
Jesus deixou ajudéia para ira Galiléia. Ele deixa a região
da capital para ir ao interior. Ele sabia o porquê. Lendo o
início de João 7, saberemos a razão. Ele tinha uma grande
capacidade de mobilizar-se. A mobilização é o segredo da
confirmação. O ministro que não se mobiliza para servirem
favor da sua obra fará politicagem para manter-se no poder.
O ministro que se mobiliza para servir triunfa na liderança
João 4:3: deixou ajudéia e retirou-se outra
vez para a Galiléia. (jo3:22j
O ministro sabe onde está o seu maior desafio. Ele conhece
as áreas dos seus desafios. Samaria está entre ajudéia do
Gólgota e a Galiléia de seu ministério público. Samaria
pode até ser evitada, mas as bênçãos que estão contidas
nela também serão evitadas. Samaria representa os nossos
desafios, os nossos deveres premiados com privilégios
incomensuráveis. Samaria estava no meio do seu caminho,
assim como Gadara estava defronte da Galiléia. Os desafios
estão colocados em posições estratégicas, e devemos saber
como enfrentá-los estrategicamente. Quando chegar o
momento de atravessar os termos de nossos desafios, será
preciso ter fé para colhermos os frutos da peregrinação
João 4:4: E era-lhe necessário passar por Sa­
maria. (Lc9:52)
Ele resolveu enfrentar os desafios de Samaria. Os
samaritanos foram especiais no ministério de Cristo.
Eles são bons samaritanos; sabem ser gratos; impedem
que evitemos a cruz quando percebem em nosso rosto
quando demonstramos na fisionomia que estamos
dispostos a subir parajerusalém. Eles crêem no
Evangelho e lutam pela adoração. As pessoas rejeitadas
têm sempre o que oferecer. Mas ali havia uma herdade
que ainda não conhecia o seu herdeiro. José tinha menos
de dezessete anos quando foi vendido pelos seus irmãos
ao Egito. Quarenta e duas gerações haviam passado e
ninguém havia tomado posse daquela terra. Aquela
herança estava nas mãos de estranhos. Havia chegado
a hora de cobrar os frutos daquela herdade. Os desafios
trazem surpresas agradáveis. Quando chegar a sua hora
de enfrentar a sua Samaria, não tenha medo, algo de
bom Deus lhe reserva. Jesus resolveu enfrentar os seus
desafios, e descobriu os seus bens
346
4:5
João 4:5: Chegou, então, a uma cidade de
Samaria, chamada Sicar, junto às terras de
herança que Jacó tinha dado a seu filho José.
íCn 33:19;48:22;Js 24:32)
Aqui está uma prova da humanidade de Cristo, entre
outras. Ele teve parentes humanos (Lc 1:31; Gl 4:4).
Esses parentes não creram no seu ministério e, certa
vez, acreditaram que ele estava endemoninhado e
vieram amarrá-lo com cordas, afim de levá-lo (Mc 3:20-
22,23,31,32). Ele tinha um corpo humano (Mt 26:12). Este
corpo foi preparado e criado por Deus antes da fundação
do mundo (Cl 1:15). O seu corpo era a imagem do Deus
invisível. Ele via, de modo semelhante, o homem (Jo
4:9). Ele esteve no mundo sofrendo as mesmas tentações
que qualquer homem sofre, pois foi tentado em todas as
nossas tentações. Ele possuía carne e sangue (Hb 2:14).
Seu sangue representava a vida humana, mas a água que
estava nele era água divina, era o Espírito Santo; esses dois
elementos ele os derramou na cruz. Ele nasceu e cresceu
(Lc2:40). O primeiro homem já surgiu adulto, masjesus
experimentou todos os aspectos do crescimento humano;
ele foi adolescente e passou por todos os conflitos de cada
faixa etária. Ele fazia perguntas (1x2:46). Ele cresceu
em sabedoria (Lc 2:52). Ele se esvaziou de sua sabedoria
divina. Ele aprendeu a sabedoria humana, e isso não foi fácil
paraele.Eleorou(Mcl:35;Lc 1 l:l).Eleconhecia todas as
coisas do Pai; esteve com o Pai em todo o tempo e conheceu
toda a sua glória, mas, agora, tinha de pedir tudo ao Pai pelo
caminho da oração, a fim de nos ensinar que esse caminho
é eficaz e funciona. A intensa oração produziu resultados
extraordinários. Ele foi tentado (Mt 4:l;Hb2:18;4:15).
Em todas as suas tentações, ele sofreu de igual forma. A
Deus não se tenta, ele teve de experimentar esse conflito
terrível. Ele aprendeu a obediência (Hb 5:8). Ele teve de
aprender com José, o seu pai adotivo; ele teve de aprender
com sua mãe. O Deus que havia criado todas as coisas pela
sua Palavra, agora deveria aprender como homem as coisas
do homem. Ele sofreu (1 P e4:1). O sofrimento geraria
nele uma paciência especial para a sua paixão e morte, e
sem o sofrimento ele não estaria experimentado para o
Calvário. Teve medo, angustiou-se e encheu-se de pavor.
Ele suou com grandes gotas de sangue (1x22:14). Ele foi
experimentado de uma forma terrível, a fim de aprender a
lutar contra a sua própria vontade. Ele teve de depositar sua
vontade no altar. Quem não sacrifica seu eu no Getsêmani
não pode considerar válido o seu sacrifício no Calvário. Ele
esteve atribulado (Mc 14:35-34; Jo 11:33; 12:27; 13:21).
Ele se alegrou (Hb 12:2; Lc 10:21). Sua alegria, muitas
vezes, era “estar cheio do Espírito Santo”, com todas as
prerrogativas desse privilégio: chorar, sentir saudade de
falaras línguas celestiais, etc., como ovemos quando exulta
no Espírito(Lc 10:21). Elese indignou (Jo 11:35; Lc 10:41).
Sua indignação revela as quatro faces do seu ser reveladas
nas faces dos querubins: como águia, como boi, como leão
e como homem. Ele manifestou as características de seus
temperamentos. Algumas vezes, Jesus agiu como leão,
outras como bezerro. Ele teve fome e sede (Mc 3:5). Era
natural que ele tivesse fome e sede, mas Deus também tem
fome e sede. Depois da sua ressurreição, ele pediu o que
comer. Ele teve compaixão (Mt 9:36). A paixão humana
por algo que gerava nele a piedade que os homens sentem,
J oão 4:8
ele também experimentou. Com essa compaixão, ele
se colocava no lugar das pessoas a quem ministrava. Ele
amou (Mc 10:21). Seu amor é incomparável, pois deu a
sua própria vida em favor dos pecadores. Ele dormiu (Mt
8:24). Ele dormiu no barco e em qualquer outro lugar. Mas
ele era pontual, trabalhador. Ele teve sede 0o 4:6). Ele
se cansou 0o 4:7; 10:28). Ele, com o seu corpo físico não
glorificado, cansou-se. Ele jejuou (Mt 4:2; 21:18). O jejum
foi uma grande arma para estar em comunhão direta com
o Pai. Os quarenta dias que ele utilizou para jejuar foram
fundamentais, antes do seu ministério. Ele sangrou 0o
19:34). O sangramento é um estado humano humilhante e
que requer cuidado. Ele precisou ser cuidado, mas todos o
abandonaram; então ele morreu (Mt27:50; 1 Co 15:3).Esta
é a maior manifestação da sua humanidade, pois o Espírito
Santo teve de sair dele para que ele morresse. Ele passou
por um funeral (Mt27:59-60). Ele, como todos os homens,
passou por um funeral. Por isso, então, Jesus, cansado da longa
viagem, assentou-se ali junto ao poço. Era perto da hora sexta.
Cansado, mas junto à sua herança. Agarre asua herança,
mesmo cansado e não tenha medo de desfrutar dela; sente-se
ali, pois é sua. Etambém não tenha medo da “hora sexta”,
não se frustre com a hora sexta. Ela não o assustará, nem o
deprimirá. Não viva a sua cruz antes do tempo. Agora era hora
de desfrutar daquilo que Jacó havia deixado
João 4:6: E estava ali o poço de Jacó. Jesus,
cansado da longa viagem, assentou-se ali jun­
to ao poço. Era perto da hora sexta ( “perto do
m eio-dia”).
Ele começa o diálogo usando as circunstâncias normais. O
evangelismo profético não começa com rodeios. “Dá-me de
beber” é uma frase correta, mas não era um diálogo comum
entre um homem e uma mulhernaqueles dias. Ele não
pensou nas dificuldades, porque tinha um objetivo em nome
do seu Reino. Todos os dias, a mulher samaritana vinha tirar
água do poço, pontualmente. Aquele ato revelava a sua vida
secreta nos vícios e de necessidades carnais diárias. Esta
não era uma simples história. Veremos nesse diálogo que o
dom é maior que o vício. Ela veio pensando em saciar a sua
sede, e jamais imaginou que alguém precisava ser saciado de
uma sede que ela jamais conhecera antes. Quem lhe pede
de beber? Não é ele a água da vida? Ou não era aquela a sua
grande oportunidade para deixar de fazer parte daquele
grupo que será conhecido por todos no tribunal de Cristo,
quando ele reclamar. “Tive sede e não me destes de beber?”.
Quando a água da vida teve sede?
João 4:7: E veio uma mulher de Samaria tirar
água; e Jesus lhe disse: “Dá-me de beber”.
Ele não queria comer, mas beber. Há momentos em que
nossos discípulos não sabem discernir o que queremos
comer, embora estejam prontos para satisfazer nossos
desejos. Ele tinha uma bebida para beber
João 4:8: Pois seus discípulos tinham ido à
cidade para comprar alimentos. uo4:5m )
Uma das maiores características de um grande líderé
a capacidade de surpreender. Surpreenda sempre. O
evangelismo profético dejesus Cristo não tem barreiras. O
evangelismo profético é o melhor método de evangelizar
347
4:9 JOÃO
e enfrentar as barreiras missionárias. Mesmo que os
líderes políticos não tenham comunhão entre si, os povos
são solidários e têm as mesmas necessidades. Já temos
dois impedimentos: a cultura e os problemas políticos. O
evangelismo profético tem os seus métodos triunfantes,
eficazes sobre todos os desafios
João 4:9: Então, a mulher samaritana disse-
lhe: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a
mim, que sou mulher samaritana?”. Porque
judeus e samaritanos não têm comunhão en­
tre si. (Mt 10:5;Lc0:52,53;.lo 8:48)
São duas coisas diferentes: o dom de Deus e aquele que
está presente, pedindo água. O dom de Deus estava na
mulher, e aquele que lhe pedia água era Cristo. E aquele
que lhe pedia água terrena tinha para dar-lhe em troca água
celestial. Como Elias e a viúva de Sarepta, que trocam entre
si um copo de água terrena por um carregamento de azeite
profético. Ela não conhecia o dom que tinha. Qual era o
dom que ela tinha? Veremos a seguirjesus nos ensinar que
devemos darmaisdoque pretendemos receber
João 4:10: Ao que respondeu Jesus: “Se
conheceras o dom de Deus e quem é o que
te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e
ele te daria água Viva”. (ls44:3;Jo7:37,38;Ap21:6; !
22:17;Jr2:13)
Ela confessava o seu próprio coração, pois era uma cova
profunda (Pv22:14). Ela, cada tarde, revelava asua própria
vida secreta ao vir buscar água. Aquela cena foi constante
em toda a sua vida. Ela era viciada em sexo. Era uma mulher
insaciável. Eo Senhor há de revelar o seu vício, oferecendo-lhe
o conhecimento de seu dom. Qual era o dom que esta mulher
tinha? Embora ela tentasse dissimularo assunto, pensando
consigo mesma, “será que ele está falando de mim?”.Mas
ela respondeu: “Não tens vasilha; não te dou o meu coração.
Não tens com o que tirar nada daqui”. O poço era fundo: “Não
consegues esgotá-lo, não podes alcançar-me". Mas “quero o
que me ofereces”. Queremos as bênçãos de Deus, mas não
queremos permitir que ele sondeanossa vida. Jesus estava ali
para sondar o seu profundo abismo. Ele tinha com o que tirar. O
verdadeiro profeta é aquele que tira água sem balde
João 4:11: Então, a mulher lhe disse: “Se­
nhor, não tens vasilha com que tirá-la, e o poço
é profundo. Onde, pois, tens esta água viva?
Maior não é o que põe a placa, maior é aquele que desfruta.
No Novo Testamento, ele é maior do que o Templo, é
Senhor do sábado, e maior do que o paijacó. Este lhes deu
o poço, mas éjesus que tem água viva. Jacó sempre é uma
excelente tipologia. Nesse caso, ele é tipo da vida humana.
Ele representa a vida natural e suas ansiedades. Todos os
filhos da vida humana têm sede e o poço de Jacó provê às
necessidades naturais. Então, ela pergunta: Você pode saciar
as necessidades quejacó não pôde? És tu maior do que ele?
João 4:12: És porventura maior do que o nos­
so pai Jacó, que nos deu este poço, do qual
beberam ele, seus filhos, e o seu gado?
348
4:16
Por isso, Jacó representa as necessidades naturais da
vida humana. Jesus estava falando diretamente das
necessidades da mulher samaritana. Não podemos nos
esquecer do sentido central deste encontro no poço de
Jacó. “Estas águas” representam a fonte que sacia a sede da
camalidade humana. Se bebermos desta água (sexo ilícito,
ou drogas, ou boêmia), voltaremos a ter sede
João 4:13: Respondeu Jesus e lhe disse:
“Qualquer que beber destas águas, voltará
a ter sede;
Qual era o elemento novo que ele tinha para substituir a
água natural da concupiscência humana? A água-dom, a
água que redescobria os dons humanos. Isto é, ele oferecia
algo que se tornava em uma fonte no seu interior: a água é o
Espírito Santo que redescobre e utiliza os dons pelos quais
nos realizamos neste mundo. Essa água é o despertamento
dos dons que temos guardado, inerentemente, em nós; e
esse avivamento pessoal nos impulsiona a uma preciosa
realização para a glória de Deus. Ele queria trazer esse
avivamento a partir do interior da mulher samaritana. É
uma fonte diferente, pois salta do terreno para o eterno,
do temporário para o celestial, da morte para a vida. Que
outra fonte salta tão alto?
João 4:14: mas aquele que beber da água que
eu lhe der, não terá sede jamais; pois a água
que eu lhe der se tornará nele em uma fonte
que salta no seu interior, jorrando para a vida
e t e r n a ” . (Jo6:35;7:38)
O Profeta despertou na mulher o desejo de uma
realização pessoal constante, estável e fluente, que
evitava uma vida viciada nos prazeres que jamais podiam
ser saciados. N esse instante, ela já havia percebido que
Jesus conhecia asua necessidade. Esta necessidade se
resumia numa coisa: a insaciabilidade sexual. Ela queria
resolver isso. E muitos de nós sofremos com outras
insaciabilidades! Quais são as nossas? Ele também as
pode saciar, desenvolvendo em nós osd on sq ue nos tem
dado, pois o dom é maior que o vício. Ter sede e vir buscar
são duas necessidades de um viciado. Ele pode suprir
essa necessidade e evitar esse ir-e-vir sem-fim em busca
de algo passageiro e escravocrata
João 4:15: Então, a mulher lhe disse: “Se­
nhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha
mais sede, nem venha aqui buscá-la”, ijoòmi
O princípio fundamental para esta mudança ser
estabelecida e para o aproveitamento dessa bênção é a
sinceridade, é dizera verdade. Então, o Senhor fala com
ela, testando-a: “chama o teu marido. Vem com ele". Se
quisermos despertar o dom de Deus que há em nós, temos
de apresentar -lhe a nossa verdade. Jesus expôs o vício
dela: sexo desenfreado. Mas ele sabia que ela não era uma
prostituta. Comojesus a via? Como nós, os homens, a
vemos? Aqui há uma divergência, certamente. Ele sabia que
ela tinha um dom e que veio para despertá-lo
João 4:16: Disse-lhe Jesus: “Vai, chama o teu
marido, e torna para cá”.
4:17
Ela foi verdadeira: “Não tenho marido”. Ela foi elogiada
por sua sinceridade. Este é o primeiro passo. Vamos ao
seguinte. A sinceridade salvou Paulo, a sinceridade salvou
Comélio, a sinceridade salvou o etíope. Não importa o que
você faz nos dias da sua ignorância, se houver sinceridade
na sua confissão, Deus proverá uma oportunidade. Mas é
importante que não a rejeite; pode ser que não haja outra
João 4:17: Ao que lhe respondeu a mulher:
“Não tenho marido”. Jesus lhe disse: “Bem
disseste, não tenho marido.
“Você tem buscado saciara sua sede pela vida sexual?Já viu
que não é possível”. Este foi o primeiro passo sustentável
que ela deu: a verdade. Ela tinha um vício que estava
destruindo os seus últimos minutos de existência! Jesus
veio despertar o seu verdadeiro dom. Qual era o dom?
João 4:18: Pois cinco maridos já tiveste, e esse
que agora tens não é teu marido; isto disseste
com verdade”.
Ela percebeu que Jesus conhecia profundamente a sua
vida íntima. Já na cidade, ao falar a respeito do Messias,
ela testemunhou que ele disse tudo o que ela fazia. Por
isso, reconheceu que ele era Profeta. O evangelismo
profético é melhor e mais consistente do que o evangelismo
prodigioso. Ele produz discípulos verdadeiros
João 4:19: A mulher lhe disse: “Senhor, per­
cebo que és Profeta. (Lc7.-39)
Imediatamente, após saber quejesus descobriu o seu
problema, ela foi direto à razão por que vivia naquela
situação viciosa. “Estou assim porque vocês não me deixam
adorar em Jerusalém. Nasci para adorar, mas gostaria de
adorar em Jerusalém. Se lá é o lugar verdadeiro, então por
que não nos deixam adorar ali?”. Sua perguntaera honesta,
era correta. Merecia uma resposta libertadora
João 4:20: N ossos pais adoravam n es­
te monte; e vós dizeis que é em Jerusalém
o verdadeiro lugar onde se deve adorar”.
(Dt 11:29;Js 8:33; Lc 9:53)
Jesus teve misericórdia dela. Falava do futuro: dos dias
vindouros, dos séculos vindouros. Mas, a misericórdia foi
tão grande que ele adiantou os tempos, e os Céus foram
pegos de surpresa. “Sabe de uma coisa? Para que saibas que
Deus me enviou, a fim de que descubras o teu dom, vamos
adiantarestahora!” (Hb 6:4-6)
João 4:21 : Ao que Jesus lhe disse: “Mulher,
crê-me que esta hora está próxima, quando
nem neste m onte, nem em Jerusalém adora­
reis 0 Pai. (Ml 1: 11; 1 Tm2:8)
De quem estava falando quando usou o pronome nós?
Da nação? É claro que não! Lendo a história dos reis, logo
vemos que eles adoravam nos lugares altos a Moloque, a
Astarote e a muitos outros falsos deuses. Masjerusalém era
lugar do verdadeiro Deus. Quem estivesse em Jerusalém
deveria saber que lá era o lugar do verdadeiro Deus, e quem
viesse para adorar ali deveria saber o que estava fazendo.
J oão 4:25
O próprio Jesus encabeçou os seus discípulos adoradores!
“Eu também adoro". Adoramos o que conhecemos. Do
meio dos adoradores vem a salvação. Esta salvação alcança
primeiro quem sabe a quem está adorando. O Salvador é
adorador: “Nós adoramos”. Ele mesmo era adorador
João 4:22: Vós adorais o que não co ­
nheceis; nós adoramos o que con h ece­
mos, porque a salvação vem dos judeus.
(2Rs 17:28-41;ls 2:3; Rm3:1,2; 9:4,5/
Ela precisava saber que não nasceu para ser viciada,
mas para ser adoradora. Isso estava reservado somente
para o futuro, mas digo que, agora, já é a hora em que os
verdadeiros adoradores (nem judeus, nem samaritanos),
“adorarão o Pai em Espírito e em verdade”. Por que o
Pai procura adoradores desse quilate? Desde os dias do
Grande Luzeiro, quando ele recolhia as pedras afogueadas
para transportá-las como combustível do altar do incenso
celestial, Deus procura fabricantes de incenso. Eles têm
um poder indiscutível na fabricação de combustível
para o altar do incenso. O altar do incenso, desde os
dias de Moisés, tem um significado profético. Somente
entendendo a função do altar do incenso podemos
entender por que Jesus se referiu à urgência do Pai na
busca de adoradores que o adorem em Espírito e em
verdade, o que não era comum na antiga aliança. Depois
do trono, o altar de ouro é a mais importante peça do trono
João 4:23: Mas a hora vem, e agora é, em que
os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
Espírito e em verdade; porque também o Pai
procura a qualquer um desses adoradores que
assim o adorem. (jo5:25;Fp3:3)
Somente os adoradores conhecem o segredo do altar de
incenso. Quando os adoradores descobrem esta dimensão
de adoração, não há vicio que lhes impeça de continuar sua
gloriosa caminhada em direção ao Santíssimo lugar. Isto os
enche de ousadia. Espírito e em verdade. No espírito e na
alma. No Espirito e segundo a Palavra. Na verdade deste
mundo, em meio a realidade deste mundo, adoramos. É
como o pródigo que ensaia uma oração no meio dos porcos.
Ele sabe que a oração é o único meio de sair dali, mas ele não
se atreve a orar, atreve-se a ensaiar uma oração. A falta do
Espírito que intercede no meio da sua verdade é grande
João 4:24: Deus é Espírito; e aqueles que o
adoram, devem adorá-lo em Espírito e em ver­
dade”. (Fp3:3)
Ela está assustada com a verdade. Ela ouviu falar da
verdade, e sabe que somente há um que pode declarar a sua
verdade. A sua verdade era simples: você é adoradora e está
perdendo tempo neste seu vício. Volte a executar o seu dom
para o qual nasceu. Ela desconfiou que ele era o Messias, e
como toda mulher, soube jogar verde para colher maduro
João 4:25: Ao que lhe disse a mulher: “Sei
que o Messias, chamado Cristo, há de vir; e
quando ele vier nos declarará toda a verdade”.
(Jo 1:41;Mt 1:16)
4:26
Revele-se àquele que o espera! Eu sou este que te
declara toda a verdade, eu sou o Messias. Assim, como
você, ela esperava que ele fosse alguém a ser revelado
somente nos tempos vindouros; mas ele já está entre
nós. Então ela entendeu: “assim também eu te digo
que não será no amanhã que poderás adorar o Pai em
Espírito e em verdade. Agora é a hora, eu sou o Messias;
agora é a hora! O futuro vivente está aqui presente
diante de ti, na cidade proibida pelos homens. Ele
chegou até a tua cidade”
João 4:26: Jesus, respondendo, disse-lhe:
“Eu sou, eu que falo contigo”, m 26:63,64;Mc j
14:61,62;Jo 8:24)
Falando com esta mulher, ele abreviou os dias da adoração
em Espírito e em verdade. Falando com esta mulher, ele
nos ensinou como fazer discípulos, ganhando a alma
considerada a maior pecadora da cidade, a fim de aproveitar
o poder de seu testemunho. Jesus jamais falaria com uma
mulher em público se não conhecesse alguém tão produtivo
como uma mulher maravilhada. Jesus falava com leprosos e
estes tomavam-se pregoeiros de Cristo, falava com mulheres
e estas tornavam-se servidoras incondicionais de seu
ministério, falava com cegos e estes tomavam-se pregadores
incansáveis, falava com doentes e estes logo queriam servir-
lo. Tais eram as condições dos rejeitados nos seus dias. Mas
ele veio para mudar essas condições
João 4:27: Naquele m om ento, vieram os
seus discípulos e se maravilharam de que esti­
vesse falando com uma mulher; no entanto,
nenhum deles ousou dizer-lhe: “Que pergun­
tas? Ou: Por que falas com ela?”. uo4:8)
Quando o mais precioso está a seus pés, a missão mais
nobre se realiza sem dó. Nada é mais terno, mais juvenil
do que este precioso ato: deixar o cântaro aos pés de
quem poderia enchê-lo. Deixar o coração a seus pés é
um ato de adoração, de dependência, de fé, de louvor,
de reconhecimento do seu único senhorio. Deixemos
o cântaro junto a fonte da água da vida. Enquanto nosso
coração está junto à ele, podemos ir e fazer a obra
missionária e nada nos faltará. Uma mulher que havia
sido rejeitada no Templo, como adoradora, agora, estava
anunciando o Evangelho a todos os homens de sua cidade.
“Ei, vejam bem: encontrei a razão da minha vida. Descobri
novamente para que nasci. Nasci para adorar, e, como
um bom adorador, quero fazer discípulos adoradores.
Venham a Cristo, eunãosoum aisdonadom euser,nem
do meu coração. Já não vivo mais a minha própria vida,
pois deixei o meu cântaro aos pés dejesus"
João 4:28: Então, a mulher deixou o seu
cântaro, e foi à cidade e anunciou a todos os
homens:
Aqui, comprovamos por que ela percebeu que Jesus
conhecia a sua verdadeira condição. Ali mesmo, na sua
cidade, ela testemunhou que somente Jesus tinha poder
para revelar a sua vida secreta, que ela escondia de todos.
Este é o poder do evangelismo profético
J oão 4:34
João 4:29: “V in d e e v e d e u m hom em que m e
d isse tu d o q u a n to te n h o feito . N ã o s e rá e ste o
CriStO?” . tJo4:17,18;7:26,31)
A salvação tem sinais. Para Zaqueu, a confissão de que o
dinheiro já não era o mais importante. Para aquele cego
de Cafamaum, sair da aldeia era imprescindivel para
completar a sua cura. Para os samaritanos, deixar o meio
ambiente de sua vida natural na cidade e vir ter com Cristo,
fora da cidade, era outro sinal. Às vezes, a cidade, com seus
afazeres, nos impede de conhecer o Cristo
João 4:30: Então, saíram da cidade e foram
estar com ele.
Ele não pode comer enquanto dá de beber. Não pode comer
enquanto enche o cântaro de uma mulher adoradora e
evangelista. Não falamos aqui de títulos, mas de prática, de
realização ministerial
João 4:31: Nesse intervalo, os discípulos lhe
rogavam, dizendo: “Mestre, com e!”.
Eles foram comprar a comida na cidade, e a comida veio da
cidade até ele. Os discípulos não trouxeram a verdadeira
comida que ele queria comer
João 4:32: Mas ele lhes disse: “Eu tenho uma
comida para comer, que vós não conheceis”.
Ainda não, mas a comida chegaria. Almas sedentas e
famintas da Verdade. Como é possível que esse alguém,
tendo vindo buscar água, tenha voltado para lhe trazer algo
para comer! Vidas salvas, vidas transformadas pelo poder
do testemunho de uma mulher evangelista mostram que
a comida dejesus consistia no prazer de ganhar almas,
transformar vidas e causar um avivamento que produz
resultados eternos para a glória de Deus
João 4:33: Então, seus discípulos diziam uns
aos outros: “Será que alguém lhe trouxe algo j
para comer?”.
A frase “consumado é ” significa “preço pago”,eam esm a
era escrita sobre toda nota promissória, porocasião da
sua quitação. Finalizar a sua obra era o seu objetivo final.
Fazer a vontade de Deus eraa sua comida. Finalizá-la era a
sua sobremesa. Quando fazer a vontade de Deus toma-se
em alimento? Quando fazemos a vontade daquele que
nos envia. O servo faz a vontade daquele que o envia. Sua
fidelidade é alimento. Fazer a vontade de Deus e finalizar a
sua obra pessoal, é alimento. Não somente fazer a vontade
de Deus, mas perseverar e finalizar a obra
João 4:34: Jesus lhes disse: “Minha comida
tem consistência quando faço a vontade da­
quele que me enviou e finalizo a sua obra. uo j
5:30; 6:38; 17:4; 19:30)
Isto significa que a ceifa será nos mesmos dias da
semeadura. Chegamos ao tempo em que o mesmo que
semeia é o mesmo que colhe. Chegamos ao tempo em que
a ceifa precisa ser vista porolhos de quem têm visão. Quem
tem visão conhece quando é o tempo de colheita nos dias
em que outros pensam que é tempo de semeadura. Ele
350
4:35
falava do evangelistno. Ele havia começado a obra com a
samaritana, e agora deveria terminá-la quando a cidade
inteira chegasse, por causa do poder do seu testemunho,
pois aquela mulherdescobriu o seu dom. O adoradornão
adora apenas com palavras, adora ganhando almas, adora
dando testemunho. Quatro meses são cento e vinte dias.
Cento e vinte era o número dos discípulos que estavam
no Cenáculo no dia de Pentecostes. Jesus estava dizendo,
vocês estão esperando que outros venham e se unam para
a obra? Estão esperando o Pentecostes para realizar a obra?
Comecem vocês mesmos!
João 4:35: Não dizeis vós que ainda falta
quatro meses para o tempo da colheita? Eu,
porém, vos digo: Erguei os vossos olhos e vede
que as searas já estão brancas para a ceifa, m
9:37; Lc 10:2)
Jesus valoriza o trabalhador com o seu salário. Ele está
dizendo que o semeador e o ceifeiro regozijar-se-ão nos
mesmos dias. Quando será isto? Quando acontecerá a
realização deste mistério? O único lugaronde o semeador
e o ceifeiro se reunirão é na vida eterna. Se o ceifeiro
recolher o que o semeador plantou haverá um encontro
com regozijo na glória de Deus. O ceifeiro recolhe o seu
salário, e o restante é colheita de Deus. Ele recolhe o
que é seu, e guarda o que é de Deus, quando o recolhe
para a vida eterna. Quando isto acontece, o semeador
que antes plantou, e agora faz parte da igreja triunfante,
alegra-se com o ceifeiro que valorizou o seu trabalho
na sua militância. Mas Jesus disse que os dois ainda se
regozijarão na terra! Haverá um avivamento tal grande
que o poder da semente brotará imediatamente, tal como
Paulo que, em três dias, foi evangelizado, discipulado,
experimentou milagres e visões de Deus, recebeu
imposição de mãos e o chamado para o ministério e,
finalmente, foi batizado nas águas, saindo para o campo a
fim de pregar e ensinar a Palavra de Deus! Aqui temos um
exemplo entre o que semeou e o que colheu!
João 4:36: 0 ceifeiro recebe desde já o seu
salário e recolhe o seu fruto para a vida eterna,
para que o semeador se regozije juntamente
COm O C eifeiro. (Lc ló:9;Rm l:13;Jo4:14j
O que semeia tem a sua parte na vida eterna, e o que colhe é
galardoado quando recebe o seu salário. Quem tem maior
galardão? Aquele que prega a palavra e ganha uma nova vida
para Cristo deposita galardão sobre aquele que o ganhou
para Cristo. Somente terá depósito na sua conta quando
este seu discípulo ganharoutra vida para Cristo. O que colhe
deve respeitar o trabalho daquele que semeia, mas isto não
é muito comum nestes dias. Nos relatórios de aniversários,
geralmente, os relatores omitem os fundadores da obra, e se
vangloriam de seus lideres presentes, quando estes apenas
colheram frutos de dores, suore lágrimas
João 4:37: Porque nisto é verdadeiro o pro­
vérbio: Um é o que semeia, e outro é o que
Ceifa. IJó31:8;Mq6:15j
O fruto da vida eterna é deles, os triunfantes; o salário é
J oão 4:42
somente para os militantes desde mundo. Os profetas
que foram antes de nós, cultivaram atéjoão. O próprio
Jesus colheu da semeadura de João. Jesus e seus discípulos
entraram nos labores dele. Não se intrometeram, mas
entraram nos seus labores. Isto é, fazem parte de seus
trabalhos. Outros cultivaram na Lei, e estes colheriam
na graça (1 Pe 1:10-13). Também se referia ao trabalho
que deveriam ter com os samaritanos, que acabavam de
ser alcançados nesse dia em que Senhor Jesus semeou a
mensagem no coração da mulher samaritana. Jesus está
mostrando que o evangelismo profético é produtivo
João 4:38: Eu vos enviei a ceifar onde não
trabalhastes; onde outros cultivaram, e vós
entrastes no seu labor”.
Muitos samaritanos creram emjesus. Mais uma vez temos
o resultado do evangelismo profético!
João 4:39: E muitos dos samaritanos daquela
cidade creram nele, por causa do testemunho
que aquela mulher lhes dava: “Ele me disse
tudo quanto tenho feito”. /jo4.-29j
Primeiro, Jesus veio estar com os samaritanos, depois os
samaritanos vieram estar com Jesus. Este é o resultado
da encarnação, isto é, da identificação do profeta com os
rejeitados: a valorização. Os rejeitados sabem valorizar
quem tem valor; os orgulhosos não sabem honrar
João 4:40: Então vieram os samaritanos estar
com Jesus, e lhe rogaram que ficasse com eles;
e permaneceu ali dois dias.
Ele ganhou a Samaritana, e a Samaritana ganhou a outros;
agora, ele arrematou aqueles que duvidavam e que
espiavam. O poder da Palavra é indiscutível, mas o poder
do método que o pregador usa para expor a Palavra é
igualmente importante. Muitos são os que se intrometem
na pregação da Palavra sem propriedade, sem experiência,
sem preparo; estes curiosos e duvidosos observam a
propriedade pela qual a Palavra é exposta
João 4:41: Muitos outros creram nele, por
causa da Palavra que lhes falava.
Quando pregamos a Palavra com propriedade, tomamos
encarnado o Verbo do qual falamos na mente do ouvinte;
é tão real a experiência daqueles que nos ouvem que
eles mesmos reconhecem que o próprio Cristo lhes fala
diretamente por causa da revelação que recebem. Podemos
crer no testemunho, e podemos crer pelo Testemunho.
Isto é, pelo testemunhar de outros, ou quando recebemos
diretamente a revelação da própria fonte divina
João 4:42: E diziam à mulher: “Já não cre­
mos somente pelo que disseste, mas porque
nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que
este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador
do m undo”. (!Jo4:14;1 Tm4:10;2Tm 1:10/
É impossível discipular sem se identificar, sem permanecer
para influenciar, sem instruir ao acompanhar. Dois
dias intensivos de sua própria revelação faz uma
351
4:43
grande diferença. Jesus volta para a Galiléia, a sua base
evangelizadora e escola de missões mundial
João 4:43: Então, dois dias depois, ele partiu
dali e foi para a Galiléia. íjomoi
A honra quejesus recebeu dos samaritanos foi vista
pela sua fé na palavra de Cristo. Os samaritanos são
fenomenais. Eles são bons no socorro, na hospedagem, no
transporte de enfermos, no financiamento dos cuidados;
são bons nos remédios, nas ataduras e nos bálsamos. Os
samaritanos são bons no agradecimento, na adoração, na
recepção do evangelho, na valorização do profeta. Benditos
samaritanos. Para eles, o profeta e o sacerdote devem ser
honrados. Everdade que o profeta não tem honra na sua
própria casa, mas o sacerdote não tem honra na terra dos
outros, a não ser na sua casa
João 4:44: Porque o próprio Jesus testificou
que o profeta não tem honra na sua terra nati­
va . mt 13:57; M( -6:4; Lc4:24j
Jesus sabia aproveitar a fama, para glorificar aquele
que o tinha enviado. Ele conhecia a importância da
comunicação. Ele sabia tirar proveito das notícias a
seu respeito. Ele aproveitava-se do m arketing de seu
ministério. Alguns ouvem algo a respeito daquilo que
fazemos; outros vêem o que fazemos, e este testemunho
não pode ser perdido. Jesus aproveitava tudo: as pessoas
que eram testemunhas oculares, o testemunho das
pessoas que o ouviam, e a presença daqueles que apenas
vinham para observá-lo. A Galiléia dos gentios também
era uma terra de samaritanos de coração. Ali ele cumpriu
as profecias de Naftali e Zebulon. A profecia foi proferida
por lsaías, mas os primórdios proféticos foram dejacó
e Moisés (Gn 49:13; Dt 33:18). Jesus somente saiu de
Nazaré quando ouviu que João estava preso; ele jamais
sairia de Nazaré enquantojoão estivesse vivo (Mt 4:12-
17). Este foi o grande respeito de Jesus demonstrou pelo
ministério de João; esta foi uma grande revelação de
seu caráter ministerial, caráter este que faz muita falta
em nossos dias; muitos saem de “Nazaré” para colher,
enquantojoão ainda semeia no seu campo, ojordão. Jesus
não fez nenhum movimento antes que o profeta João
saísse de cena. Isto é maravilhoso. Então, havia chegado a
hora de colher onde outros semearam
João 4:45: Assim, quando chegou à Gali­
léia, os galileus o receberam, porque viram
todas as coisas que ele fizera em Jerusalém,
durante a Festa; pois eles também tinham
ido à festa.
O ministro deve explorar o lugar onde Deus o honra.
Deve explorar os sinais de seu ministério, fazendo deles
fontes para novas realizações. Ele ministrava alcançando
uma mulher notável, realizando maravilhas em
casamento, atendendo a necessidade de uma
autoridade notável; usava grandes estratégias
evangelísticas eram notórias no seu ministério
João 4:46: Veio, pois, novamente a Caná da
Galiléia, onde da água fizera vinho. E havia
352
J oão 4:51
em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho
estava doente em Cafarnaum. j o 2:i-iu
Os noivos conheceram o seu ministério transformador
dejesus, bem como a importância de convidarjesus
para o seu casamento; os samaritanos já haviam
experimentado o poder de seu conhecimento
profético no evangelismo; agora, o oficial conhecerá
o poder de sua palavra à distância
João 4:47: Este, quando ouviu quejesus ha­
via chegado à Galiléia, veio até ele e lhe rogou
que descesse e curasse o seu filho, que estava
a ponto de morrer. j 04:3,54i
Eles queriam ver água transformada em vinho. Eles
queriam quejesus fosse até a casa do oficial. Ele não queria
ir, não queria descer. Ele queria mostrar que crer, antes do
sinal, era muito importante. O oficial creu e voltou para
a sua casa. Creu na palavra dita e na velocidade de sua
operação. A palavra fez o seu trabalho à distância. Agora
não era hora de ver, era hora de ouvir. Ele queria mostrar o
poder da obediência
João 4:48: Então, Jesus lhe disse: “Se não
virdes sinais e prodígios, não crereis jamais”.
(Mt I2:38;Dn 4:2;M c 13:22;At2:1 9,22,43; Rm 15: / Q;Hb2:4l
Quando a emergência se faz necessária, a Palavra não
decepciona. A palavra tinha o poder de descer. O menino
estava à morte, e a Palavra chegaria mais rápido. Este é o
poder de movimento da Palavra. Ela não está presa!
João 4:49: Rogou-lhe o oficial: “Senhor, des­
ce, antes que meu filho morra”.
Quem atua, age. A palavra foi “teu filho vive”. A Palavra foi
dita em tempo e em hora determinados, e não temeu ser
examinada. Quem crer não discute
João 4:50: “Vai”, disse-lhe Jesus, “o teu filho
vive”. E o homem creu na palavra quejesus
lhe disse e partiu.
A palavra foi até onde estavam os parentes e amigos do
oficial e permaneceu na boca deles. Por isso eles falaram a
mesma palavra, a mesma frase quejesus havia dito àquele
homem: “Teu filho vive". Eles repetiram a Palavra que saiu
da boca dejesus
João 4:51: Quando ele já descia, os seus ser­
vos saíram para recebê-lo e contaram-lhe as
boas-novas, dizendo: “Teu filho vive”.
Ele não começou a sentir-se melhor, ele foi
imediatamente curado. Não devemos confundir a hora
sétima com a sétima hora. Não podia ser em hora tão
desafiadora: na hora certa, ao meio-dia, pois as horas
eram contadas a partir do nascerdo sol (Mt 20:3). A
mortandade que assolava aquela casa havia chegado à
casa do menino (SI 91:6), mas a Palavra de vida chegou
ao meio-dia (entre a décima segunda e a décima terceira
horas do relógio atual); o poder da morte foi vencido pela
Palavra que saiu da boca do Verbo
4:52
João 4:52: Ele lhes perguntou a que hora o
seu filho havia melhorado. E eles lhe disse­
ram: “Ontem, à sétima hora ( “tre ze h o ra s”),
a febre saiu dele”, fsnozzoj
A Palavra venceu a mortandade. Quando Jesus percebeu
que, fisicamente, não poderia estar lá, enviou a sua Palavra
e o sarou (SI 107:20)
João 4:53: Então o pai reconheceu que foi
naquela hora que Jesus lhe dissera: “Teu filho
vive”; e ele creu com todos os seus familiares
e servos. (At it=i4)
Os irmãos dejesus queriam que ele fosse da Galiléia para
ajudéia, para fazer os mesmos sinais que ele fazia lá (Jo
7:1,5). Há lugares onde a fé é o fertilizante da Palavra.
Galiléia era um desses lugares. Vemos isso hoje, de
congregação para congregação. Cafarnaum ficava ao lado
de Caná. Há lugares ondeo povo se move no poder da fé e
conduzem o ministro ao milagre. O verdadeiro evangelista
sabe que é no seu movimento entre ajudéiaea Galiléia que
está o segredo dos sinais de fé. Em Caná, a água tornou-se
em vinho, em Cafarnaum a palavra tornou-se em vida
João 4:54: Este foi o segundo sinal que Jesus
fez, quando voltou dajudéia para a Galiléia.
!Jo2:l lj
João, capítulo cinco (5)
O propósito evangelístico dejesus Cristo foi declarado:
a minha comida é fazer a vontade de meu Pai e finalizar
a sua obra. Todos os centros de encontros humanitários
daqueles dias funcionavam com a rapidez dos meios de
comunicação de hoje, mas ele precisava estar presente.
Festa era sinônimo de comunicação rápida. Ele precisava
explorar as festas. Jerusalém era o centro de encontros de
nações do mundo inteiro nas festas judaicas, jesus subiu a
Jerusalém para a Festa de Pentecostes
João 5:1: Depois destas coisas, houve uma
festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
Estudando o livro de Neemias descobrimos que a Porta
das Ovelhas ficava atrás do Templo. Era o lugar por onde
as ovelhas entravam na área do Templo para serem
sacrificadas. Observe que verso! As ovelhas eram trazidas
ao Templo e tinham água perto dos cinco pórticos. Observe
que figura: Os cinco ministérios, o tanque e a porta das
ovelhas. A Porta das Ovelhas era o lugar por onde entravam
as ofertas vivas do povo para o sustento da casa de Deus, e
para a apresentação de sacrifícios memorativos. O tanque
era o lugar dos movimentos da fé. Em todo Tem pio deve
haver um local para a liberdade de expressão da fé. Os
cinco pórticos representavam a atuação e a vigilância dos
cinco ministérios. A Porta das Ovelhas ficava ao nordeste
do templo e, por ali, as ovelhas ofertadas para o sacrifício
entravam no Templo. Esta porta deve ser restaurada na
Igreja de Cristo. Satanás sabe qual é a porta que deve ser
fechada para cumprir o seu propósito de destruir a obra
de Deus: é a Porta das Ovelhas. Como Neemias, uma das
J oão 5:3
portas que precisamos reconstruir é a Porta das Ovelhas,
isto é, a porta dos relacionamentos pessoais. Para a
verdadeira ovelha não existe mau tempo; ela enfrenta
muitas adversidades para estar com o seu pastor. Ela
subjuga o frio, o calor, a chuva, a tempestade; ela sempre
está disposta a passar pelo vale da sombra da morte, mas
junto com o seu pastor; tudo isto para poder descansar em
pastos verdejantes, pois ela não somente come os pastos
verdejantes, como descansa sobre eles!
João 5:2: Ora, há em Jerusalém, perto da
Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em
hebraico Betesda ( “casa d e misericórdia o
qual tem cinco pórticos, (Ne3:i; 12.-39;
Os pórticos serviam como uma espécie de clínica da
esperança, onde os enfermos jaziam sob o abandono;
pois todos aqueles que queriam participar das festas
abandonavam seus enfermos ali para ficarem livres
deles, dando-lhes sempre a esperança de que, a qualquer
momento, poderiam ser curados, embora não ficassem
ali para empurrá-los, na hora do movimento das águas. O
tanque funcionava como uma creche de enfermos. Hoje, o
fato se repete nas ocasiões festeiras de nossos congressos
e confraternizações, em que pouco ou quase nenhum
sinal acontece, pois os pórticos que representam os cinco
ministérios (Ef4:9-12) também jazem na inércia e na
falta de atuação, sob abundante insensibilidade. Jesus,
o Apóstolo dos apóstolos, não podia passar por ali sem
deixar o sinal de seu ministério eficaz. Muitos esperam o
borbulhar das águas, muitos entram no movimento, mas
o resultado é pouco. Hoje ainda vivemos neste borbulhar
e somos testemunhas de poucos resultados, mas temos
direito a outros abundantes benefícios mediante a graça;
pois não estamos vivendo na Dispensação do Mistério,
em que uma única pessoa entrava no lugar Santíssimo, em
que apenas uma pessoa recebia dos benefícios do Espírito
Santo, e apenas um era curado. Como é maravilhosa
a obrado Espírito Santo no tanque da graça, no qual o
Espírito Santo quer abençoar a todos, ao invés de um só!
Como ele abençoa indistintamente aqueles que crêem,
independentemente das regras impostas pelos homens
João 5:3: Nestes pórticos jazia uma multidão
de enfermos, cegos, coxos e paralíticos, que
esperavam o movimento das águas.
Embora a fé tenha grande poder, este tanque é (1) o tanque
das limitações e lembra a vida espiritual do homem no
Antigo Pacto, masjesus veio mostrar que a fé tradicional
não é criativa e escraviza o homem, sendo que ele é maior
do que qualquer movimento tradicional de uma nação.
Sabemos que a fé é produtiva e fértil. É a certeza das coisas
que se esperam e a prova das que não se vêem. (2) Também
vemos neste episódio o trabalho limitado dos anjos e o
resultado limitado do movimento das águas, por meio
do número limitado de triunfantes em vários anos. (3)
Pela limitação daqueles que esperavam, temos uma idéia
generalizada da situação das pessoas que viviam sob a Lei,
pois os enfermos ansiavam por uma pessoa que os lançasse
nas águas, semelhantemente a toda a nação, que também
dependia do sumo sacerdote, no dia da expiação, uma vez
por ano. (4) Observamos a limitação da fé daqueles que
353
5:4
criam, pois não bastava crer; tomava-se necessário a ajuda
especial e rápida de outra pessoa que pudesse empurrar
o enfermo, antes de todos os outros. (5) Vemos também
a limitação do tempo de espera do mundo espiritual. (6)
Também vemos a tipologia da limitação da Lei e seus
resultados. Apenas um poderia cumpri-la. (7) Poroutro
lado, vemos a glória no movimento das águas, pois somente
há cura se as águas se moverem. Pentecostes é uma
trilogia de fatores: imagem, som e movimento. A oferta do
movimento produz vida, tem vida, pois fala da ressurreição
de Cristo. As águas em movimento se oxigenam e trazem
vida. As águas paradas representam a inércia dos cinco
pórticos, isto é, dos cinco ministérios que, por sua
ineficácia, transformam hospitais espirituais em cemitérios
onde jazem os enfermos. Jesus veio mudar isso./A maioria
dos textos originais omite parte deste verso e alguns todo o
verso4, mas nós cremos que nada é impossívelpara Deus/
João 5:4: [Segundo se cria, um anjo do Se­
nhor descia, em determinada estação, ao tan­
que e agitava as águas; e o primeiro que des­
cia, após o movimento das águas, ficava são de
qualquer enfermidade que o afligisse ].
(8) Trinta e oito anos aquele enfermo apregoava a ineficácia
daquele centro de cura. Quantos estão nos tanques de
Betesda, e ainda esperam movimentos. Trintae oito anos!
Ele nasceu alguns anos antes de Jesus. Ainda adolescente,
com doze anos, Jesus foi ao Templo, e o coxo já estava
ali há alguns anos; agora, Jesus tinha trinta e dois anos,
e o enfermo tinha trinta e oito anos somente naquela
enfermidade, pois havia pecado gravemente, razáo pela
qual estava enfermo
João 5:5: E achava-se ali um hom em que es­
tava enfermo havia trinta e oito anos.
Jesus sabia que ele estava ali há muito tempo. “Jazia”,
“deitado”, “sofria” são vocábulos terríveis que
demonstram o estado daquela gente. (9) A compaixão de
Jesus sobrepujou todas aquelas dificuldades; mas, antes,
quis saber se o coxo queria ser curado. É importante que
a vontade pessoal se manifeste. “Queres oteu bem, ou
queres explorar a tua enfermidade pedindo esmolas?” Mas
ele queria ser curado. Ele não queria esmolas, ele queria
que alguém o empurrasse. Mas quem pagaria o preço de
estar ali, esperando, sem saber a que hora ou em que dia
aquelas águas seriam movimentadas
João 5:6: Quandojesus o viu deitado, saben­
do que havia muito tempo estava naquele
estado, disse-lhe: “Queres ser curado?”
(10) O seu problema não era falta de fé, mas falta de
mobilidade; ele precisava de um ajudante. E o ajudante
precisava estar tão atento quanto ele. Jesus estava lhe
oferecendo a cura, mas ele esperava que Jesus estivesse
disposto a ser o seu ajudante. A intenção não cura. Para ser
curado no tanque era necessário ter fé e um ajudante. Mas
ele o compreendeu mal
João 5:7: “Senhor”, respondeu-lhe o enfer­
mo, “não tenho ninguém que me meta no
354
JOÃO 5:9
tanque, quando as águas são agitadas; pois,
enquanto vou, outro desce antes de m im ”.
Em outras palavras, Jesus estava lhe dizendo: “Não
necessitas que te empurrem; hoje mesm o poderás
levar a tua cama. (11) Saia desta limitação, e faze o que
não podias fazer; receba além daquilo que esperavas”.
Ele esteve só durante 38 anos e Jesus, ao autorizar que
tom asse a sua cama e andasse, estava dizendo: “saia
desta espera, irás construir a tua vida privada, pois
esta vida a céu aberto não é para ti”. (12) A sua cama
representava a sua vida sentim ental. Chegou o dia
da construção de sua vida em família; aquele homem
era uma figura dos hom ens solteiros que, na sua vida
noturna, procuram por alguém, a fim de desfrutar os
grandes movimentos da vida. A cama daquele homem
ao ar livre é com o a vida em ocional de um homem que
vive ao léu, onde todos conhecem a sua intimidade.
Jesus veio para reconstruir a sua privacidade. A
situação daquele homem solteiro se parece com
a daquele paralítico. Ele não tinha ninguém para
empurrá-lo nem no momento de sua vitória nem nos
m om entos de suas n ecessidades. Levar a sua própria
cama seria o cumprimento de um sonho, pois este era
o seu grande desafio: encontrar sem pre alguém que
lhe ajudasse durante trintae oito anos. (13) Esteve ali
todo aquele tempo em volta do tanque, com o Israel
esteve em Cades Barnéia, por causa de um pecado: o
medo de entrar na terra depois que o Senhor lhe ter
prometido a com pleta conquista (Dt 2:14).
Era hora de sair do deserto a céu aberto e ter
privacidade na sua própria casa. (14) Fazia tempo
que o coxo não entrava em um quarto
João 5:8: Ao que Jesus lhe disse: “Levanta-te,
toma o teu leito e anda”. m<>:6;Mc2:i i;lcS:24)
Tomarasua própria cama era um grande milagre. (15)
Ele ficou muitos anos sem privacidade, sem estar na sua
própria casa. Agora, ele iria reconstruir a sua família. Ele
estava livre de seu solteirismo enfermo. Jesus estava lhe
devolvendo a sua privacidade. Três coisas impossíveis
para ele: ser curado, tomar o seu leito e começar a
andar. Jesus sabia que o sábado foi feito justamente
para pessoas como ele. Aquele homem havia cumprido
literalmente cerca de 1.824 sábados! Segundo o que
lemos em Êxodo 23, o sábado foi criado para beneficiar
aqueles que jamais tiveram nenhum direito. O sábado foi
feito para beneficiar os jumentos, os escravos, os filhos
de escravos, os estrangeiros e os diversos arvoredos
produtores. O tempo da graça havia chegado àquele
homem! “Carregue o seu leito como prêmio de sua
cura! ” Este era o outro dia de repouso do qual o autor
aos Hebreus falava (cap. 4). O sábado é o tipo da graça de
Deus. Enquanto Israel dorme e descansa, os gentios têm
alento (Êx 23:12). A oposição dos judeus começa com o
fim dos sábados para o coxo
João 5:9: E no mesmo instante aquele ho­
mem foi curado, e tomando a sua cama, co­
meçou a andar. E aquele dia era dia de repou­
so. !)o 9:/ 4; Hb 4:5 11/
5:10
Aquele homem havia passado toda a sua vida cumprindo
sábados. O Senhor do sábado lhe havia autorizado que
andasse. Ele havia encontrado outro repouso, que Israel
não quisencontrar(Hb4:5-l 1)
João 5:10: Por isso, os judeus disseram àque­
le que tinha sido curado: “É dia de repouso;
não podes transportar o teu leito”, uos.-is, i6,-Ne
I3:19;jr I7:21;Mt 12:2; Mc2:24;Jo 7:23; 9:ló;Lc6:2j
Aquele que o curou é o Senhor do tempo, é ilimitado. Aqui
vemos o poder ilimitado do Senhor Jesus sobre o tempo,
sobre o movimento das águas, sobre a vontade dos anjos e
sobre o dia de sábado. Jesus não chegou a fim de empurrá-
lo, nem para ajudá-lo a levar o seu leito, mas para libertá-lo,
a fim de que levasse a sua própria carga
João 5:11 : Ao que lhes respondeu: “Aquele
que me curou, ele m esmo me disse: Toma o
teu leito e anda”.
Dura pergunta: Por isso Jesus quis revelar-se à mulher
enferma do fluxo de sangue! Nesse caso, Jesus poderia
revelar ao coxo os detalhes que ele vivenciou nos dias
de sua enfermidade, pois ele não sabia quem o havia
curado. Quem era ele, afinal? Quem é este que, com
isso, acaba com a nossa creche de enfermos? Quem é
este que facilita a vida dos homens, quando muitos estão
interessados em dificultá-la? Quem é este homem que
disponibiliza um prodígio sem cobrar nada? Como ter a
bênção sem o Senhor da bênção?
João 5:12: Então lhe perguntaram: “Quem
é o homem que te disse: Toma o teu leito e
anda?”.
Jesus somente se retira quando quer que atuemos. Quando
temos passadoavida inteira no ostracismo, ele quer que
atuemos, mas sarados. Ele é maior que o anjo, pode mais
do que o movimento das águas. É o desejo de Deus que
atuemos independentemente dos movimentos. Ele era
maior do que a ajuda que o coxo esperava. Agora, bastava
crer nele; não era necessário arrastar-se, bastava crer para
ser curado. Ele é maior que o tempo e o Senhor do sábado,
mas o coxo não sabia quem ele era
João 5 : 13: E aquele que fora curado não sabia
quem ele era, porque Jesus se havia aparta­
do, por haver uma grande multidão naquele
lugar.
A nossa manifestação de agradecimento é a ação de
graças. Aquele homem merecia ser curado. Observe
onde ele foi encontrado por Jesus. Ele estava no Templo
adorando a Deus. Aqui o Senhorjesus ensina que há
pecados que nos levam à paralisia e ao sofrimento sem
compaixão. O que seria pior do que aquela paralisia? A
morte. Estar na sua própria casa era um dos seus grandes
sonhos, mas nada o impediu de irao Templo. Quantas
vezes os seus amigos o deixaram à beira do tanque
enquanto iam ao Templo? Agora era a sua vez de
estar na casa de Deus
João 5:14: Depois, Jesus o encontrou no
J oão 5:17
Templo, e lhe disse: “Eis que estás sarado,
não peques mais, para que não te suceda algo
pior”. (Mc2:5;Jo8:l 1)
O mesmo efeito causado na vida da mulher samaritana,
agora, vê-se nele. O verdadeiro evangelismo é aquele
que faz discípulos, que anuncia a outros onde encontrar o
mesmo benefício. Todos os seres humanos gratos querem
anunciar quem foi o autor de seu maior benefício! É
impossível calar-se diante de uma grande bênção; e é, da
mesma forma, impossível deixar de falar bem a respeito
daquele que nos beneficia. “Ele me sarou, me libertou
da escravidão da lei; não me empurrou, mas me ordenou
levar comigo o que é meu ”
João 5:15: Então, o homem saiu dali e anun­
ciou aos judeus que fora Jesus quem o curara.
Eles não queriam matá-lo por causa do sábado, mas porque
abria os olhos do povo para o verdadeiro significado do
sábado, que era a graça. A melhor oportunidade para
transportar o próprio leito seria em dia de repouso. Ele
estava levando cativo o seu cativeiro. Ele estava sendo um
tipo daquele que, no dia de sábado, esteve trabalhando
quando ninguém viu. Era uma figura do seu trabalho na
ocasião de sua morte
João 5:16: E por esta causa os judeus perse­
guiam a Jesus, e procuravam matá-lo, porque
fazia estas coisas no dia de repouso. <Hb4.-9, 101
Jesus podia dizer a si mesmo: “Eu também vou levar
cativo o cativeiro em pleno sábado! Meu Pai continua
trabalhando e eu imito o meu Pai. Ele trabalha até
esta Dispensação da Graça”. Quando as águas não se
movimentarem, ele movimenta os enfermos,
ele supre os necessitados
João 5:17: EJesus, sabendo disso, respondeu:
“Meu Pai trabalha até agora, e eu também
t r a b a lh o ” . tJo9:4;14:W)
O primeiro pecado que Adão cometeu condenou toda a
raça humana. Assim, os homens que pecavam lançavam
a sua culpa em Adão; mas isto não os livrava do juízo da
morte; pois, insensíveis, criam que a morte tardaria,
em face da vida saudável que ainda gozavam. Sem lei, a
morte reinou de Adão até Moisés (Rm 5:14). Somente
quando Deus estabeleceu a Lei, esta passou a condenar
imediatamente os pecados individuais dos homens;
somente assim, os homens deixaram de se esconder
atrás da culpa de Adão. Agora, havia dois desafios: a
Lei e a Morte. Ao cumprir a Lei, Jesus ganhava o poder
de ressurgir da morte (Lv 18:5; Rm 5:10-13). O sábado
fazia parte dos juízos que foram plenamente cumpridos;
pois ele foi sepultado para cumprir o sábado e levantar-
se poderoso no domingo; por isso, ele é o Senhor do
sábado, ao mesmo em que revelou outro repouso para
o seu povo (Hb 4:11). Ao dizer que Deus era o seu Pai,
dizia-o com verdade; mas, levantando-se dos
mortos, ele poderia voltar à condição de ser igual a
Deus, porque aniquilou-se a si mesmo (Fp 2:5-8)
para experimentar a nossa humanidade
355
5:18
João 5:18: Por isso, os judeus ainda mais pro­
curavam matá-lo, porque não só quebrantava
a lei do sábado, mas também dizia que Deus
era o seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.
(Jo7:l, 19; 10:30,33; Fp2:6; Hb 1:3)
No caso da humanidade dejesus: Ele era Deuse, no
entanto, humilhou a sua própria divindade, para que o
Espírito Santo tomasse controle dele, na sua humanidade,
permitindo que a vontade do Pai fosse manifestada nele (Jo
5:19). Esta é a vontade de Deus para conosco, que a alma e o
corpo se submetam ao Espírito (Cl 4:25-29; Gn 16). A
vontade de Deus é que o Espírito tenha controle total do ser
humano; isto é, que o homem, voluntariamente, aceite
entregar ao Espírito Santo o controle do seu homem
interior (Rm 7:22). (1) Jesus não dependeu de sua
imortalidade. Depois de sua encarnação, ele podia dizer
que o Pai era maior do que ele (Jo 14:6; Fp 2:6). Ele se
expressou assim por causa de sua humilhação. Pois ele não
usurpou o fato de ser igual a Deus. Hoje, ele não poderia
dizer a mesma coisa. (2) Jesus não dependia de sua
onisciência: Ele disse: “O Pai me ensina todas as coisas” (Jo
5:20). Isto não quer dizer que ele não sabia todas as coisas,
mas que, no momento de sua encarnação, ele estava
limitado. Ele tinha que agir assim, pois o seu ministério
terreno dependia de sua humilhação; pois estava agindo
como exemplo fundamental para a sua Igreja, que atuaria
depois dele. Por esta razão, na ocasião da tentação de
Satanás, foi-lhe dito: “Se és Fdho de Deus”, porque ao
atacar a sua divindade, Satanás, supostamente, esperava
que Jesus provasse a sua identidade como Deus; mas Jesus
foi sábio e deu-lhe a entender: “Sou homem, vim como
homem”. Quandojesus disse que nem ele nem os anjos do
Céu sabiam o dia de sua vinda, não queria dizer que ele não
era Deus por não saber a respeito desse importante evento,
mas porque, naqueles momentos, ele estava vivendo a sua
humilhação (Fp 2:5-8), e não poderia usar de sua divindade
para o seu proveito próprio; mas ele confiava plenamente
no Espírito Santo que estava nele para realizar as obras de
Deus (Is 61:1; Mt 24:36). (3) Ele conheceu Natanael pelo
Espírito Santo manifestado em sua vida. Ele utilizou os dons
do Espírito. Agiu usando o dom da palavra de
conhecimento. Da mesma forma como o Espírito Santo agiu
em Eliseu, do mesmo modo atuou em Cristo. Eliseu não era
Deus, mas estava atuando no poder do Espírito Santo. (4)
Ele podia fazer descer fogo do céu, mas sabia de onde viera
e a quem pertencia. Todo o poder que possuía, antes, no
Céu, somente foi-lhe dado para o seu uso pessoal, após a
sua ressurreição, quando anunciou aos seus discípulos:
“Todo poder me foi dado nos Céus e na terra”. Isto não
queria dizer que ele não possuía nenhum poder (Jo 17:4,5),
pois era Deus, antes e depois. Mas, sim, que, por si mesmo,
nada podia fazer (Jo 5:19), porque estava vivendo na sua
humilhação. Tudo o que ele fez foi realizado pelo poder do
Espírito Santo; pois, se assim não acontecesse, onde estaria
a sua humilhação? (At 10:38). Jesus, durante a sua
encarnação, foi totalmente dependente do Pai. Ele não veio
para fazer a sua vontade, enquanto não estabelecesse o seu
Reino na terra. Por isso, nós, hoje, como Igreja, somos
capazes de realizar as obras que ele fez, pelo poder do
Espírito Santo (At 10:38). Como fazeras mesmas coisas que
JOÃO 5:19
Jesus fez? (a) Fortalecendo o seu Espírito e não
“alimentando” a sua carne, (b) Estando consciente de que
o Pai o tem enviado. Você também depende do Pai. (c)
Entregue a sua vontade ao Pai. Não é você quem vive mais;
O diabo quer que você utilize o seu eu novamente.
Lembre-se que quando Cristo ressuscitou, deixou os
lençóis no sepulcro, (d) Você se revestiu de um novo
homem. Não considere mais os lençóis antigos. Deve haver
em seu coração o mesmo sentimento que houve em Cristo,
(e) Mude a sua mente pela mente de Cristo. Mude a sua
vontade pela vontade do Pai. Deixe que o Espírito Santo
tome o seu lugar em sua vida, e não viva mais sob o poder do
pecado, (f) Jesus não destruiu o diabo, pois lhe foi permitido
permanecer na terra até que nós também tivéssemos a
mesma experiência que Cristo teve (Rm 8:16). O que a
criatura espera é exatamente esta manifestação dos filhos
de Deus. (g) Ele não deu fim às doenças nem às dores, mas
deu-nos o exemplo de como agir sobre elas. Temos poder
para vencê-las (Mc 16:15; At 1:8). Jesus não viveuuma vida
em favor de si mesmo. Ele enfrentou Satanás nas mesmas
condições que você e eu o enfrentamos, como homem
cheio do Espírito Santo (Hb 12:2). Continue olhando para
ele. (5) Jesus, como homem, propiciou que o Espírito Santo
descesse sobre ele (Jo 1:32). Sua dependência do Pai é vista
na Palavra de Deus (Is 11:2;Jo 1:51). Sua dependência dos
anjos, como homem, foi revelada (Hb 1:14). Ele jamais
deixou de ser Deus, quando foi revelado como homem;
mas também nunca usou de sua própria divindade para o
seu proveito pessoal, durante a sua humilhação. Ele deixou
a sua divindade no altar do Pai, e o diabo o tentou com o
objetivo de usurpá-la, para poder tirá-lo para fora do plano.
Nisto consistia a tentação de Satanás sobre ele. Da mesma
maneira como hoje, tendo a natureza de Deus, o diabo nos
conduz a usar nossa natureza humana. (6 )0 testemunho
da revelação do Filho do homem foi notório, ainda que toda
a nação de Israel e os seus discípulos o esperassem com
outro fim. Os discípulos o esperavam como um Deus ou
como um Rei, mas ele se manifestou como um homem que
deixou de fazer a sua própria vontade (Jo 4:45,46). Ele
mesmo era muito humano em sua consciência. O Salmo 8
nos revela, com respeito a Cristo: “Foi feito um pouco
menor do que os anjos” (Hb 1:8-14). Ele veio para ser o
Primogênito, em lugar de ser apenas Unigénito (Jo 3:16;
20:17,18; Rm 8:29,30). Ele e o Pai estavam em plena
comunhão, e não havia separação entre eles, pois o Espirito
Santo era aconexão entre eles. As palavras “Filho de Deus”
e “Rei de Israel” não podiam fasciná-lo em nada. Aqueles
elogios não podiam movê-lo do centro da vontade do Pai.
Ele estava ali como homem. Ele era a boa coisa de Nazaré
(Jo 1:46). Este Nazareno veio ensinar como um homem; ele
permitiu ser usado pelo Espírito Santo de Deus. Este
Nazareno realizou proezas, curou enfermos, perdoou
pecados, ressuscitou mortos. Veio de Nazaré, e aqui há
muita revelação. Dificilmente um Rei diria que veio de
"Nazaré”. A todos: a morte, Satanás, o pecado, os
demônios, a doença, ele os venceu, obtendo a vitória pelo
poder do Espírito Santo, porque como homem sozinho ele
não a poderia ter alcançado. (7) Jesus deixou de ser Deus
em sua encarnação? Ele veio em carne. Ele veio em sangue
e em água (1 Jo 5:6). É o que significa quando, ao morrer,
verteu água e sangue de seu lado, na ocasião em que, já
morto na cruz, cravaram a lança no seu peito. (8) Qual a
356
5:19 joão
diferença entre manifestar e usar sua divindade? Aqui
reside o segredo de tudo. Pois alguns estudiosos não dão
crédito a esta diferença básica, isto é, entre manifestar e
usar a divindade. No caso de Jesus, ele nunca usou a sua
divindade antes de sua ressurreição. Ele jamais usou a sua
onipotência, ou a sua onisciência, para qualquer coisa. Ele
foi usado pelo Espírito Santo e usou os seus dons. Como
homem nascido do Espírito, ele tinha todo o direito. No
caso da transfiguração, ele manifestou a sua divindade, pois
teria que revelá-la aos seus discípulos amados. Em que
consistiu a tentação do diabo sobre Jesus? Em obrigá-lo a
usara sua divindade, em lugar da sua humanidade. Foi este
o seu plano nos dias de seu jejum, no deserto. No caso do
homem, Satanás o tenta de forma contrária. No caso de
Jesus, ele quis que Jesus usasse a sua divindade, no lugar de
sua humanidade. No caso do homem, o diabo quer que
usemos a nossa humanidade, no lugar da natureza divina
que habita em nós, o Espírito Santo. Se isso ocorrer,
pecamos. Alguns teólogos céticos dizem quejesus era
imune ao pecado. Eles querem dizer com isso que ele fez
tudo, automaticamente, protegido por esta imunização,
sendo o maior de todos os hipócritas! Mas isso não é
verdade. Ele venceu o pecado, podendo pecar; ele venceu a
morte, podendo morrer; ele venceu o diabo, podendo ser
derrotado. Esta foram as suas grandes conquistas pessoais
e legais, como homem. Jesus dependia do Espírito Santo,
porque havia se esvaziado de seu próprio eu, o seu “si
mesmo” (Jo 5:19). Ele não poderia fazer nada por si
mesmo. Nisto consistia a tentação de Satanás, “levá-lo a
usaro seu çu, para fazera sua própria vontade como Deus,
desagradando ao Pai”. Se o inimigo conseguisse esta
proeza, os planos do Pai seriam um fracasso. Assim como
Satanás poderia tentar a Cristo, levando-o a usar a sua
divindade para o seu próprio fracasso, Satanás, ainda hoje,
nos tenta a usar a nossa humanidade, em lugar da natureza
divina que está em nós, a fim de que também fracassemos.
Nisto consiste a tentação. A dependência do Pai era algo
sério na sua vida e no seu ministério. Uma manifestação
visível dessa verdade é a presença de Moisés e Elias
anunciando-lhe as coisas que sucederiam nos dias de sua
paixão. O Pai lhe mostrava antecipadamente as coisas que
ele ia vivendo por meio de sua vida de oração. A
maravilhosa sabedoria de Provérbios 8, agora estava
esperando a revelação, a fim de que pudesse realizar
alguma coisa em nome de seu Pai. Que humildade! O que
mais o Pai lhe mostrava? Ele era homem e jamais deixou de
ser Deus. Mas, na sua encarnação jamais usou a sua
divindade. Ele se humilhou diante do Pai como Deus e
diante dos homens como homem. Isto quer dizer que ele se
auto-humilhou como Deus e como homem (Fp 2:5-8). Ele
não curou enfermos (Mt 8:1 -4) porque usou a sua
onipotência, mas porque ele era guiado, dirigido e cheio do
Espírito Santo, usando a divindade do Espírito Santo e os
seus dons; o Espírito Santo supria tudo aquilo que ele tinha
aniquilado em si mesmo. Ele não expulsou demônios (Mt
8:16,17) porque era onipotente, mas porque ele era
guiado, dirigido e cheio do Espírito Santo, e este usavaa sua
própria divindade na pessoa de Cristo. Ele não obteve
sucesso sobre a natureza por causa de sua onipotência (Mt
8:26), mas porque ele era guiado, dirigido e cheio do
Espírito Santo. Ele não perdoou pecados (Mt 9:1 -8) porque
usou sua onipotência, mas porque ele era guiado, dirigido e
357
5:19
cheio do Espírito Santo. Os fariseus se admiravam porque
ele perdoava pecados. Mas ele tinha recebido poder e
autoridade de Deus para perdoar pecados, e esta é a mesma
autoridade que nós temos recebido hoje. Ele não
surpreendia as tradições dos homens (Mt 9:10-17) porque
usava a sua onipotência, mas porque ele era guiado,
dirigido e cheio do Espírito Santo. Ele não teve autoridade
sobre a morte (Lc 7:14) porque usou a sua onipotência, mas
porque ele, guiado, dirigido e cheio do Espírito Santo,
cumpriu a Lei. Ele não conheceu a Natanael (Jo 1:48)
porque usou a sua onisciência, mas porque ele era guiado,
dirigido e cheio do Espírito Santo. Ele não conheceu as
tramas dejudas (Jo 6:70) porque usou sua onisciência, mas
porque ele era guiado, dirigido e cheio do Espírito Santo.
Ele não conhecia a mente e o coração dos fariseus (Mt
12:25) porque usava a sua onisciência, mas porque ele era
guiado, dirigido e cheio do Espírito. Ele não conhecia os
escribas (Mt9:34) porque usava a sua onisciência, mas
porque ele era guiado, dirigido e cheio do Espírito Santo.
Ele não conheceu a história da samaritana (Jo 4:34) porque
usou a sua onisciência, mas porque ele era guiado, dirigido
e cheio do Espírito Santo. Ele não conhecia os problemas de
seus discípulos (Lc 9:46,47) porque usava a sua onisciência
para isto, mas porque ele era guiado, dirigido e cheio do
Espírito Santo. Ele não perdoou pecados antes de sua
ressurreição porque ele era Deus (Mc 2:5), mas porque
recebeu autoridade do Espírito Santo para declarar perdão.
Ele não julgou nenhuma situação porque ele era Deus (Jo
5:22), mas advogou em favor dos pecadores. Os seus
discípulos permaneceram não-nascidos de novo até que ele
triunfou pela ressurreição, ocasião em que ele soprou sobre
eles o seu Espírito, concedendo-lhes o novo nascimento.
Então, se ele não fez nada como Deus, por que Ele foi
adorado como Deus? O fato de ele ser adorado não tirava o
mérito de sua humanidade obediente ao Pai, nem quebrava
a sua humildade depois de ter se aniquilado do uso de sua
divindade. O fato de ele ser adorado quer dizer que ele era
cem por cento Deus. Ele recebia adoração porque era Deus,
mas nenhuma adoração permanecia nele, pois ele a
enviava exclusivamente para o Pai (Jo 17:4,5). Ele jamais
usou qualquer atributo de sua divindade para convencer
qualquer pessoa de que ele era Deus. Ele podia receber
adoração, mas não podia usar nenhum de seus atributos
para qualquer realização. Isto acontecia porque deveria ser
um exemplo para os seus discípulos; por isso, não é
obrigatório ao homem que ele seja um deus para realizaras
mesmas obras que Cristo realizou em seu ministério. Jesus
jamais usou a sua onipresença, antes de sua ressurreição
(Mt 18:20; Jo 3:13; 14:20). Ele foi servido, mas nunca foi
adorado como Deus pelos anjos no tempo que permaneceu
na sua encarnação, antes de sua ressurreição (Hb 1:6). Ele
foi adorado pelos pastores do campo (Lc 2:15), foi adorado
pelos reis do Oriente (Mt 2:11), mas ninguém entendia o
que estava acontecendo. Ele foi adorado como Deus por um
leproso (Mt8:2); ele recebeu adoração (Jo 5:19) como uma
oportunidade para glorificar Aquele que o enviou. Na
ocasião da transfiguração, ele manifestou a sua glória
divina, mas não usou desta glória para o seu próprio
proveito. Ele foi adorado por um chefe da sinagoga (Mt
8:18); ele foi adorado por uma mulher cananéia (Mt 15:25);
ele foi adorado pela mãe dos filhos de Zebedeu (Mt20:20),
mas toda esta glória ele a enviava ao Pai. Ele foi adorado por
5:19
Tomé, depois de sua ressurreição (Jo 20:28), e ali foi uma
das primeiras vezes que ele recebeu adoração em si
mesmo. Ele foi adorado por alguns gregos 0o 12:20-21).
Somente depois de sua ressurreição, ele recebeu adoração
como Deus (Hb 1:4-6). Por isso, ele foi adorado pelosseus
apóstolos (Mt 14:33). Após a sua ressurreição, ele foi
adorado por Estêvão (At 7:59), pelo eunuco (At 8:37), por
Paulo (Gl 2:20), por Pedro (1 Pe 3:22), porJudas 0d25), por
Tiago (Tg2:1) e porjoão (1 Jo 5:20; Ap 1:18; 19:16). Entre
tantos outros exemplos de Cristo, temos finalmente alguns
que comprovam a sua humilhação, antes de ser exaltado
pelo Pai. Ele deixou a glória celestial junto com o Pai 0o
17:5; 2 Co 8:9). Ele humilhou-se a si mesmo duas vezes,
como Deus e como homem (F12:5). Ele se absteve de sua
onisciência (Mc 13:32; 1x8:45,46) porum período, antes
de sua ressurreição e glorificação. Ele se absteve de sua
onipotência, porum período, antes de sua ressurreição e
glorificação 0o 5:19-20). Ele se fez homem (Jo l:14;Rm 1:3;
Gl 4:4). Ele humilhou-se a si mesmo, submetendo-se à
autoridade (1 Pe 2:21 -24). Ele morreu na cruz como
homem (SI 22; ls 53; Gl 3:13)
João 5:19: Respondeu, então, Jesus, e lhes
disse: “Verdadeiramente vos digo que, agora,
o Filho nada pode fazer por si mesmo, senão
aquilo que vir o Pai fazer; pois tudo o que o
Pai faz, o Filho o faz sem elhantem ente. ijo5:30;
8:28; 14:10)
Houve dois momentos especiais nos quais, publicamente,
o Pai mostrou algo poderoso a respeito do seu Filho: (a) a
João, na hora do seu batismo, e (b) na transfiguração
João 5:20: Porque o Pai ama o Filho, e lhe
mostra todas as coisas que faz; e maiores obras
do que estas lhe mostrará, para que ainda vos
maravilheis. (jo3-.3S; 14. 12)
Ao cumprir a lei, Jesus ganhou o poder de ressurgir da morte
(Lv 18:5; Rm 5:10-13). Ele queria que todos participassem
da mesma ressurreição que ele iria participar, por causa
do cumprimento da Lei. É um vislumbre do batismo nas
águas, pois lá, no capítulo dezessete, ele pede para que o Pai
não nos tirasse do mundo. Como passaríamos pela morte
sem morrer? Pelo batismo, mediante a fé na sua morte e
ressurreição, pois, somente assim, eles demonstrariam
a sua fé na obra expiatória de Cristo (Rm 6:2-6). Pelo
batismo nas águas, eles experimentariam a morte sem
morrer fisicamente e, através deste ato simbólico, eles
proclamariam a sua nova vida, e vivendo no mundo. A
garantia desta nova vida era a santificação de Cristo diante do
trono do Pai, pois por meio da sua santificação, que consistiu
no depósito de sua própria vida diante do trono, poderíamos
viver livres do poder do mal na terra. A sua santificação, até
hoje,éanossa garantia 0o 17:11-19)
João 5:21: Pois como o Pai ressuscita os mor­
tos, e os vivifica, assim também o Filho, a to­
dos quanto quer, vivifica. (Rm4:i7; 8 :i i;jo 1ia s i
Aqui está a fonte de uma aparente polêmica teológica,
isto é, entre a obra do Pai e a obra do Filho. Geralmente,
J oão 5:26
procuramos o socorro do amor misericordioso do Filho,
mas o poder do amor está no Pai. Depois da ressurreição, o
poder de julgar está com o Filho, mas opoderdoam or está
com o Pai. O amor do Pai é derramado sobre aquele que
ama o seu irmão, como Cristo nos amou. Mas a revelação
deste texto é que o poder do amor está com o Pai. O Pai
ama e o Filho julga. Escatologicamente, este texto prova
que o poder de julgar já foi dado ao Filho desde a sua
ressurreição (v. 21). O Filho, na Dispensação da Plenitude
dos Tempos, assentar-se-á no Trono Branco para julgar
aqueles que ele desejou advogar na Dispensação da
Graça, mas o rejeitaram
João 5:22: Porque o Pai a ninguém julga,
mas todo o poder de juízo confiou ao Filho,
(JoQ:3Q;At 17:31)
Isto quer dizer que quem tem o poder de julgar merece
honra. O Pai mede o nosso amor por ele, da mesma forma
como amamos ao Filho. Esta é a regra que Ele usa para
medir o nosso amor pelo Pai
João 5:23: afim de que todos honrem o Filho,
como honram o Pai. E aquele que não honra
0 Filho, não honra o Pai que o enviou, a c io -.io ;
1 Jo2:23)
Devemos honrar o Filho, devemos crer no Filho. Aquele que
honra o Filho recebe amor do Pai, e aquele que crê no Filho,
recebe a vida eterna e livra-se da condenação. Quem honra
o Filho não será condenado, e quem crer no Filho passará da
morte para a vida. Isto é, não receberá o castigo de Adão
João 5:24: Verdadeiramente vos digo: aquele
que ouve a minha palavra, e crê naquele que
me enviou, tem a vida eterna e não entrará em
condenação, mas passou da morte para a vida.
; (Jo3:16- 18;6:40,47; 12:44;20:31; 1Jo5:13;3:14j
Aquele que crer terá o direito de ouvir a voz do Filho, que
ordenará, a seu respeito, que saia do estado de morte. Os
mortos ouvirão a voz do Filho, e viverão. Mas quais deles
ressuscitarão? Aqueles que honrarem e crerem no Filho
João 5:25: Verdadeiramente vos digo: Vem
a hora, e agora é, quando os mortos ouvirão
a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem
viverão. (Jo4:21;6:00;8:43,47)
O Pai é auto-suficiente em vida, e entregou esta auto-
suficiência ao Filho. Ele não apenas ressurgiu dentre os
mortos, mas recebeu o poder da auto-suficiência da vida
eterna. Isto quer dizer que ele tem a vida nele mesmo, e que
o Espírito produtor de vida está nele
João 5:26: Porque como o Pai tem vida em si
mesmo, assim também deu ao Filho o poder
de ter vida em si mesmo. (jo6:57j
São duas coisas diferentes: o poder de julgar e a autoridade
para exercer o julgamento. No verso anterior, João se refere
ao momento em que ele recebeu o poder de julgar, e agora
o Pai lhe dá a autoridade para exercer o julgamento. Como
358
5:27
homem ele necessitava deste poder e desta autoridade. A
autoridade está ligada à sua vida de santidade e o poder às
riquezas que ele recebeu como prêmio pelo seu trabalho.
Os diversos tipos de julgamentos: (1) No Éden (Gn 3:14-
19; Rm 5:12; 1 Co 15:22). (2) No dilúvio (Gn 6:5-7; 2 Pe
3:1 -6). (3) Entregando Israel nas mãos dos assírios (2 Rs
17). (4) Entregando Israel nas mãos da Babilônia por não
ter guardado os setenta anos sabáticos (2 Rs 24-25). (5) Na
Cruz (Mt 27:33-37; Is 53:1-10; SI 22:1; Hb 2:9; 1 Pe 2:21).
(6) Os judeus entregues nas mãos dos romanos (Mt 24:2;
Lc 19:41 -44). (7) O julgamento de Deus na sua Igreja (Ap
2-3). (8) O julgamento do sistema religioso nos dias do fim
(Ap 17). (9) O julgamento do poder político (Ap 18). (10) O
julgamento sobre o poder bélico da humanidade (Ap 19:11-
21). (1 l)Ojulgamentode Deus sobre os homens maus
(Ap 6:8-9,16). (12) O julgamento das nações durante um
período de mil anos (Mt 25:31 -46). (13) O julgamento do
Anticristo e do Falso Profeta (Ap 19:20). (14) O julgamento
de Satanás (Ap 2:1-3). (15) O julgamento de Satanás após
ser solto do abismo (Ap 20:10). (16) O julgamento dos anjos
(1 Cr 6:3; 2 Pe 2:4). (17) O julgamento do grande Trono
Branco (Ap 20:11-15)
João 5:27: E lhe deu autoridade para exercer
o julgamento, porque é o Filho do Homem. /At
10:42; 17:31;]o 5:22)
A ressurreição se divide em não-definitiva e definitiva.
Oscasosde 1 Reis 12:22;2Reis4:34-35;de2Reis 13:20-
21; de Lucas 7:14-15; 8:52-56; João 11; Atos 9:40; Atos
20:9-12 são temporários, logo, não definitivos. Desses
casos, somente a filha dejairo, o filho da viúva de Naim e
Lázaro ouviram a voz literal de Jesus, conforme o texto;
mas eles voltaram a morrer. O caso especial aconteceu
quando Jesus bradou na cruz, e alguns dos santos do Antigo
Pacto ressuscitaram para mostrar que o domínio sobre a
morte esobre a sua prisão, o Hades, estava com Cristo; e
que« Sumo Sacerdote havia morrido (Nm 35:28) e que
os mortos que estavam no Hades já tinham um sinal e que
estava próxima a chegada de seu Redentor ali (Jó 19:25).
Estes mortos saíram da sepultura, antes de Cristo, mas
mediante o poder de Cristo e não pelo próprio poder deles,
pois nenhum morto ressuscitou mediante o seu próprio
poder e mérito (Lv 18:5; Rm 10:5-7); somentejesus Cristo.
Todos os outros mortos que ressurgiram dependeram
do poder vitorioso e definitivo de Cristo sobre a morte. O
segundo caso é a ressurreição definitiva que aconteceu e
ainda acontecerá dando cabo à primeira ressurreição, que
começa desde Enoque e vai até as duas Testemunhas, em
etapas diferentes. (1) Os tipos: Enoque, Moisés e Elias
-trasladados, transformados, imortalizados em glória.
Enoque e Elias são tipos daqueles que serão arrebatados.
Moisés é tipo daqueles que morrerão e ressuscitarão. (2)
Os santos da igreja dos primogênitos da fé (Hb 12:22-24),
que ressuscitaram na ocasião da morte de Cristo e foram
levados por Cristo à Novajerusalém. Este grupo começa
desde Adão até os santos as três gerações de Abraão;
os primogênitos da fé, que creram em Cristo antes da
circuncisão até o estabelecimento da Lei por Moisés.
As sepulturas não foram abertas em Jerusalém, mas
em toda a terra da promessa; depois da ressurreição de
Cristo, eles entraram na Cidade Santa (Mt 27:52,53; Hb
12:22-24). (3) Cristo. Todos os mortos que ressuscitaram
JOÃO 5:29
experimentaram a corrupção e permaneceram presos no
HadesjJesus não. Nenhum morto triunfou sobre a morte
e libertou os seus irmãos que estavam mortos com ele;
Jesus sim. Nenhum morto que ressuscitou levou cativo o
Cativeiro do Hades para a Nova Jerusalém; Jesus sim (Ef
4:9-10). Nenhum morto experimentou, antes da fundação
do mundo, o poder da morte através do sacrifício efetuado
pelo Pai (Jo 3:16; Ap 13;8b). Nenhum morto ressuscitou
depois de morrer inocente, pois todos pecaram; Jesus
sim. Por isso, ele tem o poder de falar e levantar os mortos.
Jesus tinha três desafios: A Lei, o Pecado e a Morte. Ele
deveria vencê-los com um só ato. Como ele fez para
triunfar sobre eles? Havia um estatuto da Lei que dizia
que aquele que cumprisse a Lei viveria por causa de seu
triunfo (Lv 18:5; Rm 10:5-7). Então, ao cumprira Lei,
ele não pecou, vencendo o pecado; ao cu mprir a Lei,
recebeu, como prêmio, o poder da ressurreição e, com
isso, triunfou sobre a morte. Com um único ato ele venceu
os três desafios. Isto o fez primogênito dos mortos, e não o
fato de ter ressuscitado primeiro ou depois de outros. (4)
Os mortos em Cristo, antes do arrebatamento da Igreja.
Estes ouvirão a sua voz e se juntarão à Igreja que será
retirada da Terra, sete anos antes da revelação de Cristo ao
mundo, na sua segunda vinda. (5) Os mártires da Grande
Tribulação, juntamente com as duas Testemunhas, os
quais finalizam a primeira ressurreição. Nenhum desses
cinco tipos de ressurretos jamais morrerá (Ap 20:5); mas
todos estes fazem parte da primeira ressurreição, em
diferentes estágios que formam o grupo da ressurreição
da vida (Jo 5:29). (6) Os mortos ímpios que ressuscitarão
depois de serem julgados no grande Trono Branco; estes
serão lançados no Lago de Fogo, e esta será a segunda
morte (Ap 19:14). Esta é a ressurreição definitiva da
condenação (Jo 5:29)
João 5:28: Não vos maravilheis por isto, por­
que vem a hora quando todos os mortos que
jazem no pó ouvirão a sua voz e sairão.
Serão duas ressurreições, (1) a primeira, a da vida, da qual
participaram somente os justos, desde Adão até as duas
Testemunhas, onde finda-se a primeira ressurreição.
Depois haverá a segunda ressurreição, da qual participarão
apenas os ímpios que estiverem no Hades desde os dias
de Caim até os dias de Gogue e Magogue (Ap 20:9-15).
Eles não ressuscitarão para serem apresentados no
Trono Branco, mas serão levados em alma diante de Deus
para serem julgados, e depois serão ressuscitados para a
vergonha eterna; e, a partir daí, experimentarão a segunda
morte, que é o Lago de Fogo (Ap 20:14)
João 5:29: E aqueles que tiverem feito o
bem se levantarão para a ressurreição da
vida; e aqueles que praticaram o mal se le­
vantarão para a ressurreição da condenação.
IDn 12:2; At 24:15; M t25:46)
O Getsêmani estava sempre presente, onde a sua vontade
pessoal definitivamente foi crucificada. Esta era a situação
dejesus como homem em comparação ao homem natural,
pois a sua tentação girava em tomo deste mistério: Ele
estava na terra com ohomem ,eera Deus. Se fizesse a
359
5:30
sua vontade, usaria os seus atributos pessoais divinos,
contrariando o que havia dito em João 5:19. Então, ele tinha
que ser humano mesmo, e usar os atributos do Espírito
Santo, em lugar de seus próprios atributos
João 5:30: Eu não posso fazer nada por meu
próprio poder; segundo ouço, assim julgo, e o
meu juízo é justo, porque não busco a minha
vontade, senão a vontade daquele que me
enViOU. íJo8:16;4:34;6:38)
O próprio Jesus estabeleceu que o testemunho
pessoal deve ser dado por outra pessoa
João 5:31: Se eu der testem u n h o de
mim m esm o, o meu testem unho não será
verdadeiro. /jo8.-i4j
No seu caso, falava do Pai. Aqui está o fim daqueles
que vivem dando o seu próprio testemunho para atrair
multidões, a fim de apresentar os seus testemunhos com
testemunhos de mentira e engano carnal, a fim de atrair
curiosidade e promover as vendas de seus produtos. Ganhar
almas nãoé mais o fim desses “servos”, mas, sim, ganhar
dinheiro; esta é a sua motivação. É muito comum esse tipo
de modismo no mundo latino. Os irmãos vêm e perguntam:
“pastor, você tem um livro do seu testemunho?”
João 5:32: Outro é o que dá testemunho a
meu respeito, e sei que o testemunho que ele
dá a meu respeito é verdadeiro, /jos.-isj
Os mensageiros voltavam decepcionados, pois ele falava
daquele que havia de vir e não dava testemunho de si
mesmo, pois nasceu para preparar os seus caminhos, as
suas veredas e os seus lugares. Dar testemunho de uma
notícia é fácil, mas dar testemunho da verdade, isto é
cruel, pois a verdade precisa de testemunho.
Quando a verdade precisa de testemunho?
Quando está encarnada no nível dos homens
João 5:33: Vós enviastes mensageiros aJoão, e
ele deu testemunho da Verdade, (jo u7,15, 19,27,32)
Ele é o Pai de toda a vida eéE lequem dá testemunho do
Filho (SI 19:1; 36:9). Ele é chamado Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo (Hb 1:4-6). Ele enviou o seu Filho (Jo 6:57; 8:18;
G14:4). Ele ordenou que os anjos adorassem o seu Filho
(Hb 1:6; Lc2:8-15). Ele selou o seu Filho como nascido
do Espírito (Jo 6:27). Ele honrou o seu Filho (Jo 8:54). Ele
tomou-se testemunho de seu Filho (Jo 8:18). Ele ama o seu
Filho (Jo 10:17). Ele glorificou o seu Filho (Jo 12:27; 17:1,5).
Ele ensinou o seu Filho (Jo 8:28). Ele anunciou o seu Filho
(Lc4:16-21; 3:34). Ele ungiu o seu Filho (Lc 4:16-21). Ele
dedicou o seu Filho (Is 42:1; Mt 3:17; 17:5). Ele ouviu o
seu Filho (Jo 11:41-42). Ele ofereceu o seu Filho (Jo 18:11;
Rm 8:32; 1Jo 4:9-10). Ele ficou satisfeito com a obra do
seu Filho (Jo 8:29). Ele ressuscitou o seu Filho (G11:1;
Ef 1:20). Ele exaltou o seu Filho (Fp 2:9-11; Ef 1:21). Ele
tornou o seu Filho Cabeça da Igreja (Ef 1:22). Ele julgou
em favor do seu Fiho (Jo 3:35; 5:22,27). Ele elegeu os
que creram no Filho (Rm 8:29; 1 Pe 1:2). Ele predestinou
a seus filhos em Cristo (Ef 1:4; 2 Ts 2:13; 1 Pe 1:1 -2). Ao
falar do Pai, o Filho se tomava testemunha do Pai, a fim de
J oão 5:37
que os homens fossem salvos mediante os planos do Pai.
O Pai deu testemunho publicamente a respeito dele (1)
no batismo nojordão, (2) na Transfiguração e (3) no seu
discurso, antes de sua morte (Jo 12:28)
João 5:34: Mas eu não recebo testem unho
de homem algum; digo-vos, porém, isto para
que sejais salvos. njo5:9)
João era a voz que clamava por arrependimento. João era a
luz que inspirava um bom testemunho nos dias de grandes
trevas e ignorância. Era temporária, pois não tinha luz
em si mesmo, e se apagou. João era um testemunho da
verdadeira Luz. E alguns queriam permanecer diante
do temporário, evitando o Eterno. Tudo o que ele fazia
anunciava aquele que havia de vir, o Eterno. Este é o
verdadeiro evangelista
João 5:35: Ele era a lâmpada que ardia e alu­
miava; e vós quisestes regozijar-vos, por uma
temporada, em sua luz. 12Pe i:i9;Mt2i:2ó>
Os testemunhos das obras são os sinais, os milagres que se
seguem após este testemunho. Os sinais dão testemunho
das obras. Jesus tinha maiortestemunho, pois o Pai dava
testemunho dele, e a forma como o Pai fazia isto era
confirmando com sinais e prodígios (At2:22). Observe o
ciclo do testemunho: (1) As obras do Filho são confiadas
pelo Pai; (2) as obras cumpridas dão testemunho do Filho;
(3) as obras testemunham que o Filho é o enviado dp Pai
João 5:36: Mas eu tenho maior testem u­
nho do que o de João; porque as obras que o
Pai me confiou para cumprir, estas mesmas
obras que eu realizo, testemunham de mim,
que o Pai me enviou. (i/o5:Q ;jo io:2s ; m .-i i ; 15.24 /
Desde os dias de Daniel, o Pai tem dado testemunho do
Filho, mas ele se refere ao batismo e à Transfiguração,
quando o Pai deu testemunho audível do seu Filho
diante de João; este foi o maior testemunho. O aspecto
da forma do Pai naqueles dias, até hoje, é espiritual,
como a luz. Não tem corpo físico, porque espera habitar
no corpo do Filho (Cl 1:19; 2:19). Porém, ele está
falando da sua imagem que estava preparada desde a
fundação do mundo para ser revelada através de seu
corpo. O Pai esperava revelar o aspecto da sua forma
que estava diante deles (Gn 1:26), mas os homens não a
reconheceram (Jo 1:18). Assim, o aspecto da sua forma
seria revelado no corpo do Filho (Hb 1:1-3)
João 5:37: E também o Pai que me enviou,
este é quem tem dado testem unho de
mim. E vós jamais ouvistes a sua voz,
nem conhecestes o aspecto da sua forma,
(Èx24:10,16,17; Hb 1:3; Cll:15;]o8:18;D t4:l2; 1 Tm 1:17)
Comojesus vive em nós, se ele está assentado à destra
do Pai? Ele vive em nós pela sua Palavra. O Espírito Santo
não o substitui, mas nos guia na Palavra da Verdade, que é
dele. Se tivermos a Palavra guardada em nosso coração, ele
habita em nós. Esta habitação é permanente. Nesse tempo,
360
5:38
a permanência do Espírito Santo equivalia à permanência
da sua Palavra. A vida espiritual em santidade não era algo
estável naqueles dias. Ele mesmo era o Verbo de Deus
João 5:38: e a sua palavra não permanece em
vós, porque vós não credes naquele que ele
enviOU. Uo3:17)
Esquadrinhemos as Escrituras para que, por meio do seu
cumprimento, tenhamos a vida eterna pela ressurreição
(Lv 18:5), pois o prêmio da obediência às Escrituras (Lei e
Profetas) é a vitória sobre a morte, isto é, a ressurreição. Por
meio desta investigação, descobriremos que somente ele
cumpriu as Escrituras, e foi digno da vida depois da morte.
Depois desta investigação, concluiremos que em todas as
partes da Bíblia temos comprovações proféticas de que
Jesus é o Messias. Os profetas escreveram que o Messias
teria duas naturezas: a natureza humana (Gn 3:15; Is 7:14;
Gn 22:18; Si 39:7; Dn 7:13) e a divina (SI 2; SI 45; SI 109; Is
9:6; Jr 23:5; Mq 5:2; Ml 3:1); que ele seriao Profeta Maior
(Dt 18:18); o Rei (Gn49:10;2Sm 7:13; lCr 17:12 13;S1
2:6; SI 131:11;Ez 37:24; Dn 7:13-14); o Sumo Sacerdote
(SI 109;Zc6:l l);oUngido por Deus(oPai) para várias
missões (SI 2; Si 44:8; Is 42; Is 61:1 -4; Dn 9:24-27); e seria o
Pastor (Ez 34:23-24; 37:24; Mq 5:3); que havia de redimir
as pessoas dos seus pecados e curar suas enfermidades
físicas e espirituais; que promoveria a reconciliação dos
homens com Deus; que o Messias santificaria os fiéis;
que ele estabeleceria um Novo Testamento, no lugar do
Antigo Testamento; que este Testamento seria eterno (Si
40; ls 35:5-7; 42:1 -12; 50:4; 53; 61:1 -3; Zc 3:8-9; Gn 49:10;
Jr 23:5-6; 31:34; Ez 36:24-27; Dn 9:24-27; Zc 6:12; 13:1;
Is 42:$; 55:3; 59:20-21; Dn 9:24-27; Jr 31:31; Is 55:3).
Os profetas predisseram que as nações se renderiam ao
Reino do Messias; falaram da propagação da fé, iniciando
epnJerusalém (Is 2:2); que as bênçãos espirituais se
estenderiam por toda a humanidade; que seus fiéis teriam
satisfação espiritual (Is 12:3); que ele descenderia de
Abraão (Gn 22:8), da tribo dejudá (Gn 49:9), da linhagem
do rei Davi (2 Sm 7:13; 1Cr 17:12-13); que nasceria de
uma Virgem (Is 7:14), na cidade de Belém (Mq 5:2);
que propagaria a Luz espiritual (Is 9:1 -2); que curaria os
enfermos (Is 35:5-6); que sofreria, que seria traspassado,
que morreria inocente (Gn 49:12), que seria sepultado em
um sepulcro novo e emprestado, que depois ressuscitaria
dos mortos (Gn 49:9-11; S141:7-10; Is 50:5-7; 53; Zc 12:10;
S116:9-1 l);que transportaria as almas dosjustos do Hades
(Zc 9:11); que nem todos o reconheceriam como o Messias
(Is 6:9; SI 71:12; Is 11:1 -11; 43:16-28; 49:6; 65:1 -3; Gn
22:18; SI 131:11-12; 42:1-12; 54:1 -5; Ez 34:23; 37:24; Am
9:11 -12; Ag 2:6-7; Sf 3:9; Zc 9:9-11; Nm 24:17; Dt 18:18; SI
2; 93:6-8; 109:1-4; Is 50:8-9)
João 5:39: Esquadrinhai as Escrituras, por­
que vós cuidais que por elas tereis a vida
eterna; e são elas que dão testem unho de
mim; ILv 18:5;24:25,27; At 13:27)
Ele estava dizendo: “Eu sou a Escritura". A Escritura fala
dele, e devemos fazero que ela diz. Eles apenas criam que
se esquadrinhassem as Escrituras teriam a vida eterna. É
como um mineiro que procura ouro e, ao encontrá-lo, passa
a morar ali sem explorá-lo, sem permitir que ninguém
J oão 5:44
roube a sua mina; mas vive em um submundo sem nenhum
conforto. Tem a riqueza, mas não a explora. Aquilo que
eles não conseguiram, tentando cumprir as Escrituras,
poderiam conseguir crendo no Pai por meio de Cristo
João 5:40: no entanto, não quereis vir a mim
para terdes a vida.
A glória do homem natural é uma armadilha.
Ele conhecia os homens naturais. Ele não recebe
honra de homens naturais
João 5:41: Não recebo honra dos homens;
(]o5:44; I Ts2:Ò)
A manifestação correta da comprovação de seu amor
a Deus era se amassem os seus irmãos, mas isto era
impossível aos seus olhos. Foi com este amor que Jesus
conseguiu cumprira Lei e tero direito de ressurreição (Rm
10:5-13). Não tinham o Espírito, não tinham a Palavra e,
agora, não tinham o amor de Deus
João 5:42: mas eu vos conheço e sei que não
tendes o amor de Deus em vós.
Este é o verso mais forte que comprova a vinda do
Anticristo, e que Israel verdadeiramente fará um pacto
com ele conforme está escrito em Daniel 9:24.0 Anticristo
virá em seu próprio nome, sob um poder de mentira que
receberá de Satanás, que será lançado das regiões celestiais
na metade da semana de sete anos, o tempo do acordo que
Israel fará com ele, o qual será quebrado depois de três anos
e meio; também Jesus faz uma alusão às palavras de João
Batista quando estava preso: “És tu aquele que havia de vir
ou esperamos outro?”
João 5:43: Eu vim em nome de meu Pai, e
não me recebeis; mas, se outro vier em seu
próprio nome, a esse recebereis. /Mt24.-5i
A glória dos homens é vaidade que se esvai, pois não
podemos sustentá-la. Quando fazemos algum bem e
procuramos divulgá-lo é porque desejamos a glória
dos homens e este é o nosso galardão, e quando isto
acontece, o verdadeiro galardão é anulado no Céu.
Isto pode acontecer depois de qualquer ato de fé como
jejum, oração, vida de santidade, pregação ou obras de
beneficência. Paulo nos ensina qual é a ética que devemos
seguir em torno do sentimento de sucesso (G! 6:3,4). Toda
a glória pertence a Deus, e esta deve ser enviada ao trono
de Deus(2Co 9:13-15)
João 5:44: Como podeis vós crer, não bus­
cando a honra que vem somente de Deus,
e recebendo honra uns dos outros? iRm2:2ç;
Jo 12:43/
Para que isto aconteça, Moisés, reconhecido como Profeta
do Deus Altíssimo, compositor celestial, deve sairdo meio
da Igreja dos Primogênitos e comparecer diante do Trono de
Deus (Hb 12:22); suas palavras são amadas pelos habitantes
e herdeiros da Grande Cidade. Constantemente, as miríades
de anjos que ministram ao redor do Trono se comovem ao
ouvi-lo dizer as palavras de sua acusação (Jo 5:45). De que os
acusa? Ele os acusa de obstinaçãoe crueldade. Ele explica
comoliderou o povo por muitos anos e como recebeu, após
361
5:45
outras centenas de anos, a incumbência de ir até o Tabor
avisarao Messias de queo seu tempo estava cumprido (Lc
9:30,31). Mas ele percebeu que o povo continuava omesmo:
mau e perverso; ele sabe queétidocomo um deus, venerado
e honrado, mas se enfurece porque o povo honra ao servo,
de coração, mas ao Senhor, de lábios. Nas suas acusações,
ele pede, ao Senhor, o merecido juízo, porque recusaram o
seu Enviado. Ele sabe que este povo continua crendo mais
em Moisés do que no seu Deus! Ele sempre pergunta a Deus
quanto tempo ainda haverá de esperar, no qual guardará
aqueles fatos na sua memória, sem usar o rigor da suajustiça.
Ele quer saber até quando há de suportar este povo que recusa
oMessias, de quem claramente falou? Eaponta ao Livro
(Jo 5:46). Ele o acusa de entristecer o seu Santo Espírito; O
Trono aguarda em silêncio as palavras que Moisés sempre
fala quando elevem e acusa o povo de Israel. Moisés fala pela
Lei, queé boa, porque pela Lei julgou. Ele pede justiça! Entre
muitas outras coisas, no Céu canta-se o cântico de Moisés,
conhecido, repetido e aceito! "Grandes e maravilhosas são
as tuas obras, ó Deus Todo-Poderoso. Santos e verdadeiros
são os teus juízos”. Éo cântico de Deuteronômio, o cântico
de Moisés. Os anjos cantam e, em determinado momento,
Moisés recebe resposta diante das suas acusações. A música
pára e o Pai responde àquelas palavras que resumem todo o
cuidado peculiar daquele que tirou oseu povo do Egito e que
o introduziu na Terra, que haviajurado que daria a seus pais,
advertindo-lhes que não invalidassem jamais o seu Pacto. Mas
que esse povo fez pactos com os moradores da Terra, como
Esaú fizera, em desobediência à sua mãe, transgredindo as
suas leis; como Rúben, comoÔmer, comoSaul, como todas
as tribos; povo que recusou a rocha e não seguiu a nuvem;
não quis a sua intercessão; que o têm rejeitado, mas não para
sempre. Poramoraos seus servos, os profetas, que aele
vieram, como Davi, seu servo, haverá de levantá-loa partir
de sua Semente; mas quanto à velha geração, destruirá por
sua própria escolha. O Pai advoga que fará da nação de Israel
o mesmo que fizera comJacó. Fará com quese multipliquem
fora de sua Terra; e, enquanto rejeitarem os seus irmãos, não
poderão ser abençoados e fartos; enquanto não confessarem
o Nome de seu Salvador, não poderão possuir a sua própria
terra; viverãoem “Gosen” sempre, mas esta não será a sua
terra, nem o lugar de seu desejo, até que almejem voltar e sair
do estado da bênção de Faraó, rei do Egito, para serem uma
bênção; terão filhos com amulher não desejadae os filhos da
mulher amada serão poucos e, esta, por sua vez, como fonte,
morrerá, até que se converta e reconheça o Filho Unigénito,
Salvador e o Primogênito, na assembléia universal. Deus
sempre temjacó como tipo principal, pelo qual devemos
conhecer o futuro da Nação; ele é a nação quetemoseu caráter,
o seu nome, mas ainda vive no poder do seu velho nome:
Jacó. Deus quer mudar seu nome, a sua vida, mas ainda não
é chegada a hora, pois o seu coração foi endurecido, mas não
porque Deus o predestinasse; pois assim comoeleendureceu
o coração de Faraó por causa de seu pecado, fez o mesmocom
Israel, porque este também rejeitou o seu Senhor. Deus não
é culpado pelo endurecimento do seu coração, pois assim
como Deus endureceu o coração insensível de Faraó para
benefício de Israel, também endureceu o coração de Israel
para benefício dos gentios, quandoalgreja foi estabelecida.
Observe que a história dejacó é a história do povo que, ou
voltará para aTerra em um caixão comoJacó, ou Deus o
trará para casa pelo deserto. Segundo o que Deus falou, por
J oão 5:47
intermédio de Ezequiel, noscertificamosdequea nação
ressuscitará ao som da voz profética. Jacó se levantará; seu
sono será para acordar muitos gentios, e mais serão os frutos
da sua morte do que os frutos da sua vida. A nação voltará à sua
Terra morta, mas como Ezequiel profetizou: Há de se levantar.
Ele é o Eu Sou, o Deus de Abraão; ele mesmo lutará contra o
velhojacó. já têm lutado contra ele, pois as marcas da História
têm ficado na sua coxa, e já começa a mancar; enquanto ele não
o reconhecer, não saberá oseu novo nome. Tenta revelar-se,
mas o povo não o conhece, nãoo vê, não o deseja. Lia tem
muitos filhos, pois as nações lhe têm dado muitos filhos, mas
estes não se sentem em casa. ATerra da Promessa é sagrada,
é Raquel que, enfim, dá à luz, mas seus filhos são poucos.
Raquel os receberá, mas morrerá. A nação é amada e bela,
mas morrerá ao dar à luz. Labão representa os reis da terra;
eles a enganaram ea maltrataram, mas ela se aproveitará do
seu ouroe da sua riqueza e, finalmente, sairá de “Padã” rica
e abastecida. Labãovirá atrás no Armagedon, poisas nações
virão após ela, mas não poderão vencê-la, não poderão cumprir
o intento do seu coração. Raquel dará à luz quandojacó receber
asua liberdade;Jacó trabalhará em vão pelasua defesa, e o anjo
levantará contendas contra ele para que ame a sua terra e veja
que não há lugar mais seguro do que Sião, a terra de sua unção,
a porta do Céu, pois não poderá viver longe de suas portas.
O Pai é o grande advogado de Israel, e todas as acusações
são satisfeitas. Sião silencia à voz do que fala. Moisés sai da
presença do trono, entra no meio da Igreja dos Primogênitos e
os anjos cantam novamente (Do livro Cavalos de Fogo)
João 5:45: Não penseis que eu hei de vos acu­
sar diante do Pai; pois há um que vos acusa,
Moisés, em quem vós confiais, (jo 9.-28;Rm 2: 17)
Entre todos os tipos profetizados por Moisés, o texto a
respeito da novilha e do morto encontrado na cidade é
o mais precioso dos tipos que se elucidam em Cristo.
Sabemos que a Rocha, a Arca, o Tabernáculo e alguns
dos cerimoniais, como a prova da mulher adúltera,
as Cidades de Refúgio, a morte do sumo sacerdote, o
Mar Vermelho, o Maná e a tipologia dos animais são
maravilhosos e falam claramente a respeito do Messias,
mas a tipologia da novilha no vale é a maior deles, pois
fala claramente do trabalho de Cristo no Calvário (Dt
21:1-9). Quando Pilatos disse: “Sou inocente do sangue
deste hom em ” e lavou as suas mãos, poucos sabem que
ele estava transmitindo a culpabilidade dos gentios
sobre Cristo. Pilatos representava todos os gentios que
transferiam a sua culpa sobre Cristo, pois Jesus morreu
por nossas culpas. Se compararmos Deuteronômio 21:1-
9 com Mateus 27:11 -26, teremos explicitamente uma
visão do julgamento de Jesus Cristo
João 5:46: Porque, se verdadeiramente crês­
seis em Moisés, creríeis em mim, porquanto
ele escreveu a respeito de mim. ;Gn3:iS;Lc24:27-,
At26:22)
Seus escritos foram reescritos em Deuteronômio,
e estão cheios de revelação a respeito do Messias,
o profeta semelhante aele
João 5:47: Mas se não credes em seus escritos,
como crereis em minhas palavras?” ilc 10:29,311
362
6:1
João, capítulo seis (6)
Jesus trabalha em ambos os lados. Ninguém é proprietário
de Cristo nem de seus dons. Ele age como ele quer e
faz como quer. Jesus não caminhano mesmo curso
das multidões, e é por isso que ele é procurado. Ele é o
Caminho, por isso as suas decisões são independentes das
opiniões dos homens. As multidões não sabem por onde,
como e quando ele virá. Mas ele virá (w. 22,25). O mar
da Galiléia era apenas um lago, mas era conhecido como
mar de Tiberíades. Neste capítulo, aprenderemos que o
outro lado também precisa de nosso serviço. Jesus estava
enfrentando a sua própria Macedônia
João 6:1 : Depois destes fatos, Jesus partiu e
atravessou para o outro lado do mar da Gali­
léia, que é o mesmo de Tiberíades.
Veremos adiante que as multidões o seguiam por
causa dos sinais e por causa do alimento que recebiam.
Somente um pequeno grupo o seguia em busca de
sua comunhão e de sua presença. Logo adiante, Jesus
ensinará que aquele que vier até ele, e também nele crer,
experimentará maiores e melhores bênçãos, pois muitos
o seguem por algum interesse material
João 6:2: E o seguia uma grande multidão,
porque tinha visto os sinais que ele operava
sobre os enfermos. /jo2.-nj
Há momentos em que aquele que serve a Deus quer ficar
somente com seus obreiros íntimos, que não o seguem
por sinais nem por comida. Assentar-se aos pés de Cristo
é umaposição de comunhão, sinal de prontidão para
ouvirconselhos e para receber ministração a respeito dos
detalhes do ministério
João 6:3: Subiu, então, Jesus a uma monta­
nha e assentou-se ali com os seus discípulos.
i]oò:15)
A Páscoa é a Festa que angustia o Cordeiro, é o tempo em
que a Porta das Ovelhas (Ne 3:1) se abre para receber as
ovelhas que serão sacrificadas; ao contemplar aqueles
sacrifícios, o Senhor Jesus antevia todas as circunstâncias de
sua paixão e morte
João 6:4: E estava próxima a Páscoa, a festa
dos judeus, i/ozui
Jesus estava reunido com os seus discípulos no alto do
monte para discutir a provisão da multidão que chegaria
em breve, pois eles já estavam a caminho. Observe o
que aconteceu: Ele (1) subiu ao monte e lá (2) levantou
os olhos e viu que uma grande multidão que o buscava
estava chegando. Logo, discutiram sobre a provisão dos
alimentos. Aliderança dejesus era maravilhosa, e houve
uma razão por que perguntou a Filipe? O que havia em
Filipe? Filipe era pregador das mui tidões, vivia preocupado
com as multidões. No capítulo 1, verso 43, lemos a respeito
do chamado de Filipe. Jesus não teve nenhum trabalho
com ele, pois apenas lhe disse “segue-me” e ele o seguiu.
Filipe era desprendido, e Jesus lhe perguntou algo,
experimentando-o
João 6:5: E quando Jesus levantou os olhos
JOÃO 6:8
e viu que uma grande multidão vinha ao seu
encontro, disse a Filipe: “Onde compraremos
pães para dar-lhes de comer?” uo \-.43t
O verdadeiro líder sabe o que vai fazer diante dos grandes
desafios. Quando Jesus levantou os olhos no alto do monte,
pois esta era a sua posição constante, já tinha a resposta do
Pai. O milagre já havia acontecido no seu coração. Ele sabia
o que fazer em tempos de grandes necessidades?
João 6:6: Mas dizia isto para colocá-lo à pro­
va; porque ele mesmo já sabia o que iria fazer.
(2 Co 13:5/
(1) Jesus já tinha idéia de quanto custaria o
empreendimento. Duzentos dias de trabalho, em dinheiro
vivo, não bastariam para comprar milhares de pães com
promessa de pronta entrega. (2) Observe o valor que Filipe
estipulou. Será importante mais adiante
João 6:7: Ao que lhe respondeu Filipe: “Du­
zentos denários de pão não bastariam para que
cada um recebesse um pedaço”. tNmii.22)
André era conhecido de Filipe, pois eram amigos. Filipe era
desprendido, mas André sabia por onde começar, porque
era mais experiente. Ele mesmo conduziu o seu irmão
Pedro a Cristo. André sabia que esta era a maneira de Deus
trabalhar, quando estamos sendo instruídos. Assim, deviam
começar com o que tinham. Josué disse: “Deus, mas os
inimigos são muitos!” Deus lhe disse: Entra com o que você
tem, que eu entro com o granizo. E foram mais os mortos
com o granizo doqueaquelesque morreram pela espada.
Então, eles deviam começar. A obra é grande? Comece,
experimente começar com estes poucos pães que você tem.
Experimente confiar. Ter visão do alto do monte e avistar
a necessidade chegando é desafiante, mas uma liderança
eficaz necessita de pessoas que sabem começar com o
que têm em mãos. O pouco que os discípulos tinham era a
matéria-prima de um milagre
João 6:8: E um dos seus discípulos, André,
irmão de Simão Pedro, disse-lhe: uo i.-4oj
Ninguém não poderia satisfazer aquele povo, segundo eles,
mas o Messias, sim. Ele usaria um pequeno jovem para
isso, um garoto. O pão de cevada era saboroso e feito por
famílias simples, era um pão original e nutriente, além de
caseiro. Como transformar cinco pães caseiros em mais de
duzentos denários? Como um jovem pode transformarseus
talentos em dinheiro vivo? Ele saiu de casa com um cestinho
e o seu pagamento foi garantido. Ele voltou para casa com
mais de duzentos dinheiros. Que investimento foi aquele?
Doze cestos. Posso imaginar aquele jovem contratando
mais onze funcionários para vender aqueles pedaços
pelo resto da noite, pois a fome volta a cada quatro horas.
Haverá uma nova multiplicação dos pães e o garotinho
não estará presente, e os pães deverão ser providenciados
pelos próprios discípulos, e então teremos a maior das
lições, pois é fácil dar oferta com o dinheiro alheio. O garoto
não discutiu com Jesus sobre o preço, e agora tinha uma
empresa lucrativa. O garoto saiu com cinco pães de casa e
voltou com dinheiro suficiente para com prar uma padaria.
Negociar com Jesus é lucrativo. Mas, lembre-se que os
363
6:9
discípulos estavam rancorosos com Jesus pelo fato de ele
não ter estado interessado em ir ao sepultamento de João.
Isto os impediria de compreender o sinal da multiplicação
dos pães (Mc 6:29,52)
João 6:9: “Está aqui um garoto que tem cinco
pães de cevada e dois peixinhos; mas o que
isto significa para tantas pessoas?” (ism 2 i:3 6 ;
2 Rs 4:43)
Os históricos não contam, mas Davi alimentou a multidão
que o seguia com cinco pães. Os sacerdotes tinham
apenas os pães da mesa da proposição, que eram doze e
seriam trocados por pães frescos, embora Davi quisesse
apenas cinco comuns. Por que ele não pediu doze
pães? O cenário do milagre e da multiplicação deve ser
considerado. A organização do povo é fundamental. O
trabalho diaconal é um detalhe importantíssimo quando
há uma multidão envolvida. O ato de assentar-se, para nós
hoje, é tão importante como o ato de estacionar. O lugar
onde há conforto é o lugar ondeo povo espera e ouve. As
verdejantes pastagens eram o assento do povo. Observe
onde Jesus nos faz assentar! Ele nos faz assentar sobre
as provisões. “O Senhor é o meu pastor e não me faltará;
me fará descansar em verdes pastos”. A tranqiiilidade e
a quietude são lugares panorâmicos de um milagre que
satisfaz. A nossa posição confiante e tranqiiila inspira
os milagres dojeová-jiré. Não importa o tamanho de
nossa necessidade se estamos confiantes. Acomodar-se
e reclinar-se diante dele é uma atitude de esperança e fé,
enquanto os obreiros seguem as suas instruções
João 6:10: Então disse Jesus: “Fazei com que
0 povo se assente”. Ali era um lugar de abun­
dantes e verdes pastagens. E se reclinaram ali,
pois, perto de cinco mil homens. /si23:2i
Jesus, então, tomou aqueles pães e, tendo dado graças,
repartiu-os com os que estavam reclinados; e, semelhan­
temente, fez o mesmo com os peixes, repartindo-os entre
aqueles que os queriam. (1) Ação de graças é a nossa
produção que satisfaz a colheita diária de Deus (2 Co
9:12,13). Deus nos abençoa para que possamos distribuir
bens necessários, para que as pessoas que recebem a
nossa beneficência dêem ação de graças a Deus, pois esta
é a grande colheita que Ele espera colher diariamente dos
seres humanos gratos. Se Ele observar que as pessoas lhe
devolvem glórias e honras por causa de nossa distribuição
beneficente, certamente nos fará prosperar em todas as
áreas, pois somos produtores de ação de graças, isto é, as
pessoas glorificam a Deus pelo que recebem de nossas
mãos. Ninguém é rico para si mesmo; ninguém é próspero
para seu único e exclusivo benefício. O motivo principal
da riqueza que administramos é a glorificação a Deus (2 Co
9:12,13). E todas as vezes quejesus dava graças, milagres
multiplicadores aconteciam. Quando ele deu graças, os dis­
cípulos entenderam a sua missão; quando ele deu graças, os
seus discípulos abriram os olhos para o conhecerem depois
da ressurreição. (2) Pães e peixes são alimentos sólidos.
Um satisfaz o estômago e o outro a cabeça. Alguns vêm para
ouvirtestemunhos e pregações e gostam de pães, e estes
tornarão a voltar pelos pães. Peixe significa doutrina e é
alimento verdadeiramente sólido, mas contém espinhas
1 364
JOÃO 6:14
e deve ser comido com cuidado. Espinhas representam os
métodos, e servem de estrutura para o “peixe”. As espi­
nhas são diversas e de todas as formas, mas a carne é uma
só. Nem todos quiseram os peixes, pois este alimento é
para pessoas maduras. A porção do peixe não foi igual para
todos, ejesus o deixou por último
João 6:11 : Jesus, então, tomou aqueles pães
e, tendo dado graças, repartiu-os entre os dis­
cípulos e estes entre os que estavam reclina­
dos; e fez o mesmo com os peixes, quanto eles
queriam. !Jo6:23;Mt 1S:3ò;2 C o 9:12,13)
Se os discípulos compraram os pães das mãos do menino,
o lucro seria apostólico e justo, mas se os pães foram uma
semeadura do menino, em quatro horas a multidão teria
fome novamente, e os resultados pertenceriam ao menino.
“Entreguem o lucro ao garoto de fé!” E ele precisaria de
funcionários. Jesus era um homem produtor de resultados.
Da fraqueza tirava força, do nada tira tudo. Os pães
foram multiplicados das mãos de Jesus para as mãos dos
discípulos, e dos discípulos para a multidão, e da multidão
para as mãos dos discípulos. O povo produziu maiores
resultados. Povo saciado gera mais frutos
João 6:12: E, quando já estavam saciados,
disse aos seus discípulos: “Recolhei os peda­
ços que sobraram, para que nada se perca”.
O pão representa a pregação, e os peixes a doutrina, isto é, o
ensino da Palavra. Nós comemos os pães sem preocupação,
mas do peixe comem somente aqueles que querem, e
tendo muito cuidado com as espinhas. O pão se multiplicou
e houve sobra, mas o peixe não sobejou. A doutrina
permanece após esgotar-se, não sobra. A doutrina sempre
é bem-vinda. Os doze cestos fazem-nos lembraro número
dos apóstolos eonúm erodos pães da apresentação do
Tabernáculo: Mesmo na falta (porque foram apenas cinco
pães), Deus cobre os resultados (pois eram doze discípulos)
João 6:13: Recolheram, pois, o que havia e
encheram doze cestos de pedaços dos cinco
pães de cevada, que sobejaram aos que ha­
viam comido.
As multidões gostam de exaltar um herói para dele tirar
proveito. Jesus sabia disso. As multidões oferecem o
seu cortejo com o objetivo de abusar da liderança e da
popularidade. Os partidos que falam pelas multidões
gostam de homens populares. Eles começam nos
chamando de profetas e, depois, querem nos fazer reis,
a fim de deporem as autoridades já constituídas que os
baniram por sua impopularidade
João 6:14: Aqueles homens, vendo o sinal
quejesus tinha feito, disseram: “Este é verda­
deiramente o Profeta que devia vir ao m un­
do”. (Gn49:IO;Dt 18:15,18;Mt 11:3; 21:11)
A prudência depois de um sinal deve ser grande, pois, no
verso 14, eles o chamaram de Profeta, mas no verso quinze
queriam fazê-lo rei. Esta é a tentação do profeta: deixar-se
6:15
proclamar rei quando ele fez apenas um sinal. Esta é outra
característica do serviço de Jesus: retira-se a tempo do meio
da multidão. Quando os homens vierem tirar proveito
da popularidade de um grande servo de Deus, este deve
refugiar-se na montanha do Pai
João 6:15: Entendendo, pois, Jesus que eles
viriam para levá-lo à força e o proclamarem
rei, tornou a retirar-se para a montanha, mas
e l e S Ó . (Jo18:36)
Podemos enfrentar a noite, sem que Jesus esteja conosco
no barco? Ao sentirmos que ele se aparta, devemos ter
certeza que não nos desamparará. Lendo o texto paralelo
desta passagem, descobrimos o que João não revelou.
Marcos revela com detalhes o que houve (Mc 6:45-56).
Jesus ordenou que os seus discípulos entrassem no barco,
com o fim de preparar o ambiente da próxima lição prática.
O texto em Marcos fala que Jesus quis passar à frente deles.
Esse é o estilo de liderança de Jesus. Não podiam ficar ali
para ver sinais, pois as lições continuariam! Eles saíram
antes, e somente depois Jesus foi, após eles, por sobre o mar
João ó: 16: Ao entardecer, os seus discípulos
desceram ao mar; m a 4:23)
(1) Eles esperavam que Jesus viesse do lugar em que,
supostamente, o haviam deixado, pois os discípulos
saíram dali antes dele (Mc 6:45). (2) A escuridão e a falta de
companhia causam pavor e espanto noturno (SI 91:5). O
esconderijo do Altíssimo é a presença do Senhor. Notamos
que Cafamaum é um lugarpreferencial dejesus. O meio
que escolhemos para atravessar o bravo mar deve estar
completo e coberto com a segurança e a luz necessárias.
Eles não passariam por uma inspeção minuciosa. A procura
desesperada da parte deles para encontrá-lo constituiu-se
em um insulto contra o Senhor dos senhores. Eles acabaram
recebendo uma grande lição. Eles não conseguiam ficar
quietos. Os obreiros e funcionários devem aprender o que
significa “privacidade”. Não podemossocorreraninguém
quando estamos fragilizados e sem equipamentos de
sobrevivência. Esperar é a melhor coisa que fazemos quando
Jesus não nos autoriza a sair a qualquer parte
João 6:17: e, entrando num barco, cruzaram
o mar em direção a Cafarnaum; e já estava es­
curo, e Jesus ainda não tinha regressado para
encontrá-los. (Mc6.-46,47)
O mar e o vento são dois elementos devastadores;
quando estamos despreparados para enfrentá-los, somos
completamente solapados. Lembre-se que a tempestade,
antes, já foi um vento (Jn 1:4). Enquantojesus terminava a
sua oração, as covardes circunstâncias solapavam os mais
enfraquecidos (Mc 6:46,47). Jesus queria ensinar-lhes
o quanto eles precisavam de fortalecimento em oração.
Quem vive em oração estará seguro em terra (Mc 6:47).
Segundo o que lemos em Marcos, eles estavam no meio do
mar. O mais distante que podemos chegar, sem Jesus, é no
meio de nossa jornada
João 6:18: E o mar se levantou sob um gran­
de e forte vento que soprava.
365
J oão 6:20
Eles estavam fatigados de tanto remar; segundo o relato de
Marcos, o vento era contrário (6:48). Aqui temos a distância
que eles remaram. A grande lição que eles tiveram na
obrigação imposta para aquela prova foi a oração. Jesus
acabara de fazer um sinal, e, cansado, qualquer um sairia
para descansar. Jesus saiu para orar. Ele orava depois do
trabalho. Por maior que tenha sido o resultado de nosso
trabalho, devemos orar. Orar não é um trabalho, é uma
gratidão; é o tempo que investimos para comentar com o
nosso Senhor as obras maravilhosas que acabou de fazer.
(2) Ele saiu por um caminho que eles não conheciam, e
quando voltou eles não podiam acompanhá-lo. Jesus estava
provando para André e Pedro que ele não necessitava de
seus barcos para realizar o seu ministério, mas eles, sim,
precisavam dele para acompanhá-lo. Esta é uma grande
lição para aqueles que se dizem provedores da obra, e
se orgulham disso. Sem oração, estaremos no meio de
nossas realizações, mas sem possibilidade de finalizá-las.
Sem oração, estaremos no meio do instável mar, mas em
oração estaremos em terra seca, seguros. Quando oramos,
somos a minoria, porém, ficamos fortalecidos e cheios de
soluções. (3) “Ficaram atemorizados” é uma frase modesta
para o que verdadeiramente aconteceu. Na verdade, eles
deram grandes gritos (Mc 6:49). Pensaram que era um
fantasma. Perturbaram-se (Mc6:50). Quando ele disse
“Sou Eu”, eles souberam que erajesus
João 6:19: E quando tinham remado entre
vinte e cinco ou trinta estádios ( “quatro m ile
seiscen tos m etros ”), viram Jesus aproximar-
se do barco, caminhando sobre o mar; e tive­
ram grande medo.
Marcos nos revela que já era a quarta vigília da noite.
Segundo o que lemos em Mateus 14, verso 25, os romanos
contavam quatro vigílias na noite, sendo que cada uma
cobria quatro horas. Elas começavam a ser contadas a partir
das dezoito horas. Isto quer dizer que a revelação dejesus
em alto mar foi entre três e seis da madrugada. (1) Jesus
queria que eles reconhecessem o seu senhorio. Muitas
vezes os liderados se acostumam com o seu líder e deixam
de honrá-lo como deveriam. (2) Como se atreveram a
atravessar aquele mar, em plena noite, sem Jesus? Como
enfrentar a noite sem a luz? (3) “Eu Sou ” é divino. Neste
livro, várias vezes vemos o Senhor Jesus revelando a sua
divindade ao usar o Eu Sou. (4) Aquele vento não era fruto
da obra de Satanás. Aquele vento era uma provação. Ele
provou a Filipe a respeito dos pães, agora provava a todos
no meio da instabilidade do mar. Deus é suficiente na terra e
no mar. Na fartura e na necessidade. (5) No texto de Marcos
6, o relato prova que Jesus queria passar adiante deles.
Por que Jesus queria passar adiante deles? Para tomar o
controle da direção, para dar-lhes direção. Para provar-lhes
que nem sempre aquele que sai antes chega primeiro
João 6:20: Mas ele lhes disse: “Eu Sou; não
temais”.
A maior tempestade aconteceu entre doze homens! Doze
homens gritando como meninos, sem pai e sem mãe, no
meio dos perigos de um mar bravio e no meio do breu
noturno. Marcos nos revela que quando Jesus entrou no
barco, a tempestade passou. Não eram demônios que ali
6:21
atuavam, eram circunstâncias. (1) Em outra oportunidade
Jesus bradou contra Satanás para que deixasse a natureza
quieta. Mas nesta ocasião, ele não repreendeu Satanás,
nem os discípulos. (2) Ele apenas entrou no barco, e foi o
suficiente para que o mar se acalmasse. Somente assim
eles começaram a compreender o milagre da multiplicação
dos pães. Que relação há entre a falta de compreensão dos
milagres com a experiência deles em alto mar? Marcos
nos revela a causa. O coração deles estava endurecido
(Mc 6:52). Jesus não havia idoao funeral dejoão Batista.
Havia um clima pesado entre eles. Na verdade, era muito
perigoso (Mc 6:28,29). Eles foram discípulos dejoão e
começaram a duvidar em seus pensamentos. Quando
uma pessoa está mal no coração, ela não consegue ver
a importância dos sinais feitos por intermédio daquele
que Deus levanta, a fim de substituir o outro soldado que
tombou. Eles não estavam acostumados com sinais, pois
João não fazia nenhum sinal. Eles se sentiam sozinhos com
a morte dejoão e, embora estivessem acompanhados pelo
Messias, sofriam de saudosismo no íntimo. Josué sentiu a
mesma coisa, até que Deus interveioe lhe disse: “Moisés
é morto, agora é contigo”. A experiência em alto mar foi
importante para estabelecer a confiança deles em Jesus
Cristo, pois a multidão o reconhecia imediatamente, mas
os seus discípulos ainda o confundiam com um fantasma
(Mt 6:54). Somente depois que eles reconheceram ajesus é
que chegaram ao seu destino
João 6:21: Então eles, com muita alegria,
recolheram-no ao barco; e imediatamente o
barco chegou à praia do lugar para onde iam.
Eles sabiam quejesus gosta de espaço para locomover-se.
Estavam seguros quejesus não estava ali. Os movimentos
de Jesus são grandes e aqueles barquinhos não suportariam
o seu movimento. Jesus não entra em botes onde não há
estrutura para a realização de seus movimentos. A partir
daqui, Jesus começa uma nova lição: o pão da vida
João 6:22: No dia seguinte, a multidão que
estava do outro lado do mar, vendo que não
havia ali senão um barquinho e que Jesus não
embarcara nele com os seus discípulos, mas
que os seus discípulos tinham ido sozinhos.
(Joó:2,16)
{1) A fama da prosperidade imediata do menino dos pães
espalhou-se. (2) Eles tiveram ciúmes quando viram os
outros barcos acercarem-se dele sem que estivessem ali
primeiro. O sentido da frase “outros barcos” traz muito
significado. “Outros barcos” carregados de gente faminta
do pão que somente Jesus poderia dar. isto os atraía: o
poder provedor dejesus Cristo. (3) Eles sabiam que o
segredo da provisão era dar graças a Deus (2 Co 9:9-13).
Paulo trouxe a grande revelação da atitude em ações de
graças. Ele ensina que o maior semeador é Deus, que
derrama prosperidade sobre nós a fim de que, através
de nossa beneficência, possamos dar oportunidade aos
beneficiados de oferecer glórias a Deus por intermédio
de nossa generosidade. Quando isto acontece, Deus
encontra uma grande lavoura da qual colherá o melhor de
seus frutos: graças! Ação de graças é o maior fruto colhido
JOÃO 6:26
das searas de Deus plantadas nos bolsos de vários de seus
bancos vivos. Deus se empenha em abençoar alguns de
seus filhos para que, por meio da generosidade destes,
as pessoas dêem graças a Deus; então quem é o maior
semeador? Por isso, é certo que não prosperamos para nós
mesmos. Enriquecemos para administrar beneficência, a
fim de que os beneficiados glorifiquem a Deus. Quando o
Senhorjesus dava graças, havia multiplicação. Muitos eram
os que davam graças porque eram beneficiados mediante a
graça, e esta era a grande colheita de Deus
João 6:23: Entretanto, outros barquinhos
tinham chegado de Tiberíades, perto do lugar
onde comeram o pão, depois de o Senhor ter
dado graças, uo6:\,u)
Onde os discípulos dejesus não estiverem, não permaneça
ali. Aqui temos dois tipos de multidão: Aqueles que buscam
a sua presença, e aqueles que buscam os bens materiais.
Não queira estar onde Jesus não está
João 6:24: Quando, pois, a multidão viu que
Jesus não estava ali nem os seus discípulos,
entraram também nos barquinhos e foram
a Cafarnaum, procurando por Jesus, m 1 * 34,■
Mc 6:53)
A mobilidade de Jesus entre os currais das ovelhas e entre
os apriscos incomoda aquele que não conhece a plenitude
do Reino de Deus. Jesus estava no outro lado, na outra
banda, porque ele trabalha nos dois lados. Ele não está
preso às placas, aos concílios, nem às convenções. Ele veio
buscar e salvar os que estavam perdidos
João 6:25: E, achando-o na outra banda do
mar, perguntaram-lhe: “Rabi ( “M e s tr e ”),
quando chegaste aqui?”
Outra multidão não o buscava pelos sinais que via, mas
pelo pão que comia. Os dois grupos agiam por vista: o grupo
que desejava alimentar-se e o outro grupo que desejava
ver. Somente a fé produzia o invisível. Jesus sabia que era
imprescindível que o evangelismo operasse a obra social,
isto é, a beneficência. Ele sabia que pela beneficência
muitas graças a Deus são dadas. E isto agrada a Deus. Aqui
entendemos que o pão abençoado por Jesus, e dado à
multidão, tinha as mesmas proteínas que haviam na torta
dada a Elias: “comestes da massa dos pães cozidos e vos
saciastes” (1 Rs 19:8)
João 6:26: Respondeu-lhes Jesus: “Verda­
deiramente vos digo que me buscais, não
porque vistes os sinais, mas porque comestes
da massa dos pães cozidos e vos saciastes.
(1 Rs 19:8;Jo 6:24,30)
Eles estavam saciados; sentiam que a massa dos pães
lhes foi suficiente; a princípio se sentiram fartos, mas
depois perceberam que estavam saciados. Este era outro
milagre. O seu pão era como a água viva oferecida à mulher
samaritana: “nãovoltareisatersede”, “não voltareis a
ter fome”, istoé, estareis saciados. (1) Eles tiveram muito
366
6:27
trabalho para chegar até ali, por meio daqueles barcos,
somente para ver milagres. Jesus admoestou-lhes que
trabalhassem pela comida que permanece para a vida
eterna. Jesus percebeu que eles trabalhavam ao procurá-
lo. Isto quer dizer que quem é capaz de ir de um lugar a
outro, somente para vê-lo, é bom trabalhador. Mas estes
trabalhadores deveriam trabalhar por algo mais justo.
(2) Teologicamente, o selo era o Espírito Santo. Este
selo era a marca da presença do Espirito Santo nele para
fazê-lo triunfar sobre todas as obras do maligno. O selo
que o marcava como pão do Céu estava nele; ele era o
pão autorizado e marcado por Deus. (3) Ele começa a
vislumbrar a revelação da Ceia do Senhor, pois estava
falando do pão e do vinho, isto é, da carne e do sangue. Era
apenas o começo de tudo
João 6:27: Trabalhai, não pela comida que
perece, mas pela comida que permanece para
a vida eterna, a qual o Filho do homem vos
dará; pois a este, Deus, o Pai, o marcou com o
SeUSelO. fís55:2;Jo6:54;4:14;3:35)
Que faremos para realizar as obras de Deus, a fim de
termos desta comida que permanece? Tudo, nesta história,
se relacionava às águas! Desde as águas do batismo, no
capítulo um; incluindo a água feita vinho, no capítulo dois;
e ainda a água e do espírito, no capítulo três; sem deixar de
lembrar da água viva diante do poço de Jacó, no capítulo
quatro; e nas águas que necessitavam de movimento no
capitulo cinco. Agora, ele apresenta a verdadeira água e a
verdadeira comida. É claro que agora ele tratará mais do
pão em si, pois já havia revelado quem era a água para a
mulher samaritana. A resposta para esta pergunta era tão
simples como “beber” e “comer”: crer. Crer em Cristo,
como? (1) Crer nas obras de Cristo; (2) crer no ministério
de Cristo; (3) crer nas palavras de Cristo; (4) crer no amor
de Cristo; (5) ter um relacionamento com o Pai, semelhante
ao relacionamento de Cristo com o seu Pai
João 6:28: Perguntaram, pois, a ele: “Que po­
demos fazer para realizar as obras de Deus?”
Ele queria estabilidade por intermédio da fé, não por sinais
e prodígios que se vêem. O trabalho que eles tiveram
de andar de um lado a outro navegando com grande
dificuldade no grande lago de Tiberíades era mais difícil
do que crer, e isto era tudo que ele pedia. Crer em Jesus
Cristo, o enviado do Pai. (1) Fazendo o que ele fazia; (2)
obedecendo como ele obedecia; (3) realizando as obras do
Pai como ele; (4) desejando voltar ao Pai como ele
João 6:29: Jesus lhes respondeu: “A obra de
Deus é esta: Que creiais naquele que ele en­
viou”. / IJo3:23;Jo3:17j
Os sinais que eles pediam era uma prova de incredulidade.
A fé não pede nada em troca. Os sinais não despertam a fé,
criam muletas emocionais e ministeriais. Há ministros que
já não sabem mais o que fazer para manter sob o seu púlpito
o seu povo inconsistente. Este texto é compreendido por
muitos evangelistas como uma necessidade a ser satisfeita
por eles, mas é uma demonstração de incredulidade do
povo contra o ministério de Cristo
367
J oão 6:33
João 6:30: Perguntaram-lhe, então: “Que si­
nal, pois, fazes tu, para que o vejamos e creia­
mos em ti? Que sinais operas? m i2:38;Mc8-.i n
Eles estavam dizendo: “Nós lhe daremosum exemplo:
nossos pais creram em Moisés porque sempre lhes dava
sinais. Etu que nos mostras?” Se estudarmos profundamente
a história do povo de Israel no deserto entenderemos
que todos os sinais que Moisés fez foram resultados da
incredulidade de povo (Êx 16:13). Lendo bemotextode
Êxodo compreendemos que a vontade de Deus era dar-lhes
o verdadeiro pão do céu, conforme havia dito pela boca de
Moisés. Lendo Êxodo 16:2-7, observamos que, até o verso
sete, Arâo falava. Mas, do verso oito em diante, o Senhor
volta a falar, por meio de Moisés, que suas murmurações
eram graves, não contra Moisés e Arão, mas contra o Senhor
Jeová. Mas Deus mudou de idéia e também o curso das aves
que saíam da Palestina para as regiões da Itália. Então um
vento forte soprou naquela noite sombria e as aves erraram
o seu curso, e vieram em direção do arraial no deserto. Deus
lhes daria carne e o verdadeiro Maná celestial; mas, por
causa da murmuração do povo, eles comeram outra coisa,
e o mesmo ainda acontece conosco hoje. Já no verso nove
(Êx 16:9), Deus lhes avisaque tinha ouvido as murmurações
do povo. E sua presença foi autenticada pela sua nuvem de
glória manifestada na banda do deserto. Então, no verso
onze, Deus avisou a Moisés o que havia acontecido. Este
maná não é pão do Céu, mas pão do céu
João 6:31: Nossos pais comeram o maná
no deserto, como está escrito: Deu-lhes a
comer pão do céu”. !Êx 16:15; Nm 11:8; Ne 9:15;
SI 78:24; 105:40/
Em vez de enviar pão do Céu, ele enviou as codornízes.
Quando o orvalho saiu, estava uma coisa miúda, redonda e
como a geada sobre a terra e as codomizes não apareceram.
E se o maná ficasse ali para o dia seguinte, sem ser
ingerido, apareciam vermes no maná e este cheirava mal,
derretendo-se com o calor do sol (Êx 16:13,21). Assim,
Deus adiou o derramamento do verdadeiro pão do Céu.
EJesus, olhando para eles, lhes revela: “Vocês estão
enganados. Moisés não lhes deu pão do Céu”
João 6:32: Respondeu-lhesjesus: “Verdadei­
ramente vos digo: Não foi Moisés que vos deu
o pão do Céu; mas o meu Pai é quem vos dá o
verdadeiro pão do Céu.
A multidão era uma grande mulhersamaritana! Àquela
mulher ele ofereceu água viva. Àquela multidão ele está
oferecendo pão vivo. Pão que oferecea vida pelo mundo. O
alimento dos homens é fruto de esterco. O bom estrume de
onde vêm as hortaliças é produzido à base de excrementos
de animais. Comemos excrementos da terra. Isto comemos.
Não é diferente. Jesus revela a verdade cruel, e nos traz
Boas-Novas: conheço um alimento celestial que vos alimenta
etemamente, eésadio, tem vida. Enão é humilhante. Este era
overdadeirosinal.Avidacelestial, verdadeiramente celestial
João 6:33: Porque o pão de Deus é aquele que
desceu do Céu e dá vida ao mundo”, /joò-.so/
6:34 JOÃO
Decepcionados com o ensinamento e a revelação de Jesus,
eles fizeram cara feia e não duvidaram: “Dá-nos deste pão”,
como a mulher samaritana lhe havia dito: “dá-me dessa
água”. Este pão não farta, mas sacia
João 6:34: Então, disseram-lhe: “Senhor, dá-
nos sempre desse pão”. íjo4:15>
Entre dois capítulos, ele revela a mesma verdade. “Souo
pão que dá vida eterna, e para comer desse pão o homem
terá que vira mim”. Vejamos os dois verbos: “vir" e “crer”:
Vir a mim e crerem mim. Se viermos a ele, teremos pão
que dá vida eterna; e, se crermos nele, teremos água
viva. A mulher samaritana creu e depois veio trazendo
uma multidão com ela. Ela creu e veio. {Se ainda não veio
a Cristo,esta é a grande oportunidade devir a Cristo,
amigo leitor). Quem não deseja vir a Cristo para receber
o alimento eterno de sua alma? Se o homem crer nele,
impossível seránão vira ele. Ele é o pão que somente é
dado se aquele que tem fome vem a ele, e para vir a ele é
mais fácil ainda, pois ele mesmo é o caminho por onde terá
que passara fim de conhecer a verdade que o convence
João 6:35: Declarou-lhes Jesus. “Eu Sou o
pão da vida; aquele que vem a mim de modo
algum terá fome, e quem crê em mim jamais
terá sede. (Jo m s ,5i;4:i4.i
Era como sejesus estivesse lhes dizendo: “Tendes visto, eu
sou o sinal que pedem. Tendes visto! Eu sou o sinal. Contudo
não credes. Que sinal querem? Eu mesmo sou o sinal”
João 6:36: Mas já vos disse que vós me vistes
e, ainda assim, não credes, uo 6:26; ó m -io:2ój
Todos aqueles que o Pai lhe der, necessitam dele, de sua
salvação e de sua ajuda. É como alguém que conduz a um
enfermo para ser atendido, porque o ama e quer que seja
curado. Na verdade, é o Pai é que traz esta pessoa para ser
atendida pelo Filho. Este é o ato de vir, por intermédio da
provisão misericordiosa do Pai: “Todo aquele que o Pai me
der virá a mim”. Quem são aqueles que o Pai lhe dá? Seriam
os predestinados? Lembre-se quejesus disse que quem
tem o dom do amor é o Pai. O Pai observa os homens da
terra e procura os fiéis, isto é, os adoradores. Estes podem
aindanãoestaremplena atividade, segundo a sua vocação,
mas ainda assim, por meio da sua sinceridade, o Pai os
encomenda e os entrega a Cristo. Saulo, por exemplo,
pensava estar prestando um serviço a Deus ao querer
prender os membros da igreja do Caminho. Deus viu a
sinceridade com que fazia as suas viagens, caçando os
membros da novel igreja. O Pai o entregou a Cristo no
caminho de Damasco. Nas palavras de Ananias, ele jamais
seria recebido. Mas Deus o repreendeu, dizendo que ele
era u m vaso escolhido para realizar as obras de Deus. O
vaso foi feito pelo oleiro, mas quem dá destino ao vaso é o
seu comprador. Depende para quem nos vendemos, assim
é o uso correto de nossas habilidades vocacionais. Mas
Jesus é o grande comprador das peças especiais no leilão da
vida eterna. Não importa como o Pai os envia, o Filho sabe
restaurá-los à sua verdadeira vocação. O Filho sabe que,
pelo fato de alguém ter sido enviado pelo Pai, não quer dizer
que estará bem ao chegar a suas mãos, pois ninguém jamais
chegou transformado às mãos do Filho. O Pai os encontra e
L
368
6:36
os entrega ao Filho. O Pai não entrega ninguém ao Filho
porque o Pai acha que deve fazê-lo simplesmente, mas
entrega ao Filho aqueles que ele mesmo procura. Para ser
achado pelo Pai é necessário sinceridade, pois a
sinceridade é fatorpreponderante. Ele encontrou
sinceridade nas ofertas de Cornélio; ele encontrou
sinceridade na leitura profética do etíope; ele encontrou
sinceridade no zelo de Paulo. Mas esta sinceridade não
tinha poder para predestiná-los à salvação oferecida por
Cristo, mas foi o sinal que o Pai encontrou para prover-lhes
a oportunidade de salvação. Dependeria de Cornélio a
obediência e a procura de Pedro; dependeria do etíope
receber e ouvir a Filipe; dependeria de Paulo obedecer e
seguir as orientações de Ananias. Os meios que Deus usa
não garantem a salvação de uma pessoa, se ela não
obedecer e nem crer na oportunidade que Deus lhe
concede aos pés de seu Cristo. Escrevendo o comentário de
2 Timóteo expus a minha compreensão a respeito disso (2
Tm 2:20): No que diz respeito à eleição dos vasos, sendo
uma eleição divina, não é feita por acepção de pessoas, nem
se corrompe diante de nenhum vaso. Não podemos
confundir o oleiro com o comprador. O oleiro é o Senhor;
ele é quem faz os vasos. Mas o comprador dos vasos dá
destino aos vasos. O oleiro faz os vasos para um devido fim.
Mas o seu comprador dá ao vaso o fim que achar
conveniente. Às vezes o oleiro é o mesmo arrematador;
pois quando o vaso está em leilão, o oleiro conhece o valor
real do vaso e para que fim foi feito. Numa mansão há vasos
para honra e vasos para desonra. Numa mansão há vasos de
madeira, de barro, de ouro e de prata. Nas mãos do Senhor,
não é o material do vaso que indica o seu fim proveitoso em
honra, ou o seu fim proveitoso em desonra. É possível que,
nas mãos do inimigo, o vaso de ouro esteja sendo usado
para desonra, como Saulo, mas o Senhor o arrematou das
mãos de Satanás, fazendo dele um vaso de honra (At 9:15).
Assim, o oleiro fica inescusável, pois ele fez o vaso com um
fim, predestinado em sua forma e em valor; mas o
comprador deu-lhe o destino que quis. Os vasos são tipos
das pessoas vocacionadas, pois não há nenhuma sem
vocação, têm vida e sobre si está o poder daquele que os
possui; podem escolher os seus senhores. Paulo usarábem
claramente a palavra “dono”, isto é, aquele que lhe dá o seu
devido fim, conforme a sua vontade, mas este não é o oleiro.
(1) O Pai é o oleiro, mas como a vida o difere do inanimado,
requer do vaso que, voluntariamente, o aceite para que o
conduza ao Filho, a fim de este seja o seu único dono. (2)
Entendemos que em 2 Timóteo 2:21 está claro que há
vasos que servem apenas paraum único fim proveitoso,
mas não estão aptos para servirem em toda boa obra.
Dependendo do valor, o vaso é útil para a beleza, mas não
paraoserviço comum. (3) Depende do valore do material
do vaso para que este sirva em toda boa obra. Mas Deus
requer que o vaso seja puro, e não simplesmente valioso.
Deus requer que o vaso seja santificado e útil. Há muitos
vasos de muito valor, mas inúteis. (4) 2 Timóteo 2:22: Este é
o verso da igreja. O vaso deve ser tirado de sua inutilidade
no mundo e de seu serviço inadequado, pois é parte da
igreja que foi resgatada para servir a Deus. O vaso é também
um depósito, é o coração. Este vaso deve estar puro, e ser
seguidor da justiça, da fé, do amor e da paz. (5) Baseados
naquilo que já comentamos em Romanos 9:20, sabemos
que quem constrói o vaso é o oleiro, pois ele o faz como
6:37 J oão
quer, cem por cento segundo a sua vontade. Mas quem dá
destino ao vaso é o seu comprador. Resta-nos saber a quem
temos sido vendidos? O primeiro passo é crer que o oleiro
nos fez para um determinado propósito, o qual se cumprirá,
dependendo daquele que o comprou; também depende de
como o utilizam, se corretamente ou não. (6) Os vasos não
discutem sobre a sua formação nem a respeito de seu
propósito, mas podem reclamarquanto ao seu uso. (7)
Romanos 9:21:0 vaso não será honrado por causa de seu
material, quer seja ouro, prata ou barro! Ele será honrado
se estiver limpo e puro, e se for usado para toda boa obra.
Mas, se o vaso é rebelde, gosta de se sentir intocável e chora
a sua fragilidade, deverá ser posto de lado e não servirá para
instrumento de honra porque é altivo, orgulhoso e
presunçoso. Vasos que não querem ser úteis para toda boa
obra serão usados para desonra. Vasos quebrados, vasos
altivos, vasos presunçosos podem servir para desonra no
tempo de sua disciplina. Mas Deus ainda pode usar vasos
defeituosos para algum fim proveitoso e, assim, torná-los
vasos de honra; a estes vasos o Senhor chama de “vasos de
misericórdia”. Em Romanos 9:22 lemos a respeito dos
vasos defeituosos, dos vasos para honra e dos vasos para
desonra. Cada um deles tem um propósito, conhecido
pelo oleiro. Os vasos da ira não foram predestinados para
a ira (1 Ts 5:9), porque todos foram “pré+destinados”
(isto é, ainda não foram destinadosjpara a aquisição da
salvação; tornam-se vasos condenados para a ira, porque
seus corações não honram o seu Criador, e este os utiliza
para mostrar, por meio deles, o seu poder. Pessoas como
Caim, Saul e Judas foram usados como vasos de ira, porque
durante a sua vida recusaram o apelo de Deus para a sua
própriasalvação. (1) Caim teve a oportunidade de fazer o
bem, e foi redarguido para isto mais de uma vez (Gn 4:6,7).
(2) Saul teve a oportunidade de ser um rei ungido por três
vezes, tendo recusado todas as oportunidades (1 Sm 10:1;
11:14;15:1). Naprimeira vez em que foi ungido, não disse
“amém” parao seu chamado; na segunda vez, não esperou
o profeta; na terceira vez, desobedeceu o profeta quanto
aos amalequitas. Deus teve que suportá-lo por quarenta
anos. (3) Satanás intentou contra Pedro, desejava que ele
fosse o traidor, e pediu permissão a Cristo para cirandá-lo.
(4) Judas teve aoportunidade de se converter durante todo
o ministério de Cristo, mas continuou roubando, desde o
princípio, a bolsa do ministério. Assim como aconteceu
com Caim, Saul ou Judas, suas próprias práticas foram
formando o seu destino como vasos de ira. Deus teve que
suportá-los por alguns anos. Sem Caim, o sangue de Abel
jamais seria derramado, e seu sangue pedia misericórdia
até o derramamento do sangue de Cristo (Hb 12:22-24).
Caim foi um vaso para a ira e, por sua causa, toda a sua
geração agiu semelhante a ele; e Deus teve que suportá-los
até que as quatro vocações maternas fossem executadas,
para o bem da humanidade: a imobiliária, a música (e a
arte), a agropecuária e a indústria. Saul foi o homem que
Deus usou para preparar e purificar Davi. Judas foi o
homem usado para que a execução da morte de Cristo
fosse realizada. Vasos de ira, ainda que sob juízos, são
úteis para que profecias se cumpram. Os vasos
defeituosos, são vasos que o oleiro destina para uma
emergência, pois têm algum defeito. Mas ainda podem ser
usados de alguma forma. A Igreja recebeu os benefícios da
graça nesta condição. Vasos defeituosos foram usados
369
6:38
para uma obra emergente: eram vasos de misericórdia
tirados do meio dos judeus e dos gentios; do meio deles,
Deus chamou a Igreja. Estes vasos se tornaram vasos de
honra, pois foram purificados e santificados, preparados
pelo seu dono para toda boa obra. A respeito disso Paulo
escreveu a seu discípulo, em 2 Timóteo 2:20, isto é, sobre
os vasos de honra e sobre os vasos de desonra: “Pois em
uma mansão não somente há vasos de ouro e de prata,
bem como também de madeira e de barro; uns usados
para honra e outros para desonra”. Nesse texto
conhecemos a respeito da eleição dos vasos. A eleição
divina não é por acepção de pessoas, nem se corrompe
diante de vaso algum. Não podemos confundir o oleiro
com o comprador. O oleiro é o Senhor e também quem faz
os vasos. Mas o comprador dos vasos é quem dá o destino
aos vasos. Lemos em Romanos 9:23 que destes vasos
defeituosos Deus levantou a Igreja. A obra do Espírito
Santo foi preparar estes vasos, tirando deles toda mancha,
a fim de apresentá-los úteis para toda boa obra. Como
tornar-se em vaso de honra? Nenhum elemento torna-se
em vaso de honra por causa de seu material; nenhum vaso
chega a ser vaso de honra por predestinação alguma;
nenhum vaso torna-se vaso de honra por causa da posição
que ocupa na mansão. Mas todos os vasos podem
tornar-se vasos de honra por causa da sua utilidade. O vaso
torna-se em vaso de honra pelo produto que guarda; torna-
se em vaso de honra quando é purificado e santificado
para toda a boa obra. Assim Deus mostra a sua glória nos
vasos que não tinham nenhuma utilidade diante dos olhos
humanos. Mas eles se tornaram vasos de misericórdia,
porque através deles Deus mostrou as riquezas da sua
glória (Lc 10:20-21)
João 6:37: Todo aquele que o Pai me der, esse
certamente virá a mim; e aquele que vem a
mim, de maneira nenhuma o lançarei fora.
íJo0:39,45; 17:2)
A vontade, o sentimento e o intelecto, que formam a
personalidade, foram colocados no altar do Pai. Ele veio
para fazer a vontade do Pai, e manifestar ao mundo o
sentimento incomparável que houve no depósito de seus
desejos pessoais e sentimentais. Seu intelecto pensava
como e com o Pai. Sua mente era a mente do Pai. Ele se
nivelou na forma de servo e se achou na condição humana
e ainda assim se humilhou, mesmo sendo igual a Deus.
Humildade não é ser simplório. Ser humilde é mais difícil
do que ser rico, mais difícil do que ser próspero. Não é fácil
ser humilde. Somente ele poderia ser humilde, pois podia,
sabia e era. Viveu na condição de homem limitado podendo
transportar-se, desaparecer. Declarou não conhecer
segredos estratégicos da Divindade; e era Deus. Quem não
pode, não é nada e não sabe nada, não pode ser humilde,
pois a humildade é a demonstração desse caráter piedoso
que não confia em si mesmo, sendo Todo-Poderoso, nem
se autodenomina o único, sendo o único Deus, nem levanta
bandeiras de vanglórias, sendo o único digno de glória. Este
dava o seu louvor ao Pai
João 6:38: Porque eu desci do Céu, não para
fazer a minha própria vontade, senão a vonta­
de daquele que me enviou. (jo4:34; 5:30i
6:39 JOÃO
Aqui ele fala da sua herança como filho, não de pessoas
somente. A parte “mas eu o ressuscite no último dia” está
ligada ao verso 37. E ainda no verso 44 está mais claro.
Refere-se àqueles que o Pai lhe der. No grego, o vocábulo
é “nada” e não “nenhum ’’pois incluía a tudo e a todos na
herança que o Filho recebeu. N esse verso, o Senhor Jesus
está falando da vida eterna e da ressurreição dos mortos,
pois todos aqueles que receberem o selo do Espírito,
assim como ele mesmo (Jo 6:27), jamais se perderão na
eternidade, pois terão o selo do Espírito como penhor de
sua herança (Ef 1:13). Não se refere a perder-se em vida,
mas perder-se no esquecimento da eternidade e deixar de
ressuscitar na ressurreição dos justos (2 Co 5:1 -10)
João 6:39: Esta é a vontade do Pai, que me
enviou: Que eu não perca nenhum de todos
aqueles que ele me deu; mas que eu o ressus­
cite no Último dia. (Jo 10:28,29; 17:12; 18:9/
Vir (do verbo ver) o Filho e crer nele. Eu o vejo e creio nele.
Mas não se refere à imagem do Filho, mas ao conhecimento
e à visão revelada pela Palavra de Deus. Por meio dela
vemos o Filho e podemos crernele. A vida eternaé o
prêmio para aqueles que vêem o Filho pela Palavra e creem
nele pela fé. Quem vir o Filho e crer nele terá garantida a sua
ressurreição dos mortos
João 6:40: E esta é a vontade daquele que me
enviou: Que todo aquele que vir o Filho e tam­
bém crer nele tenha avida eterna; e eu o ressus­
citarei no Último dia”. (Jo6:27,47,S4;3:15,16;4:14)
Não somente disse que ele era o Pão vivo que desceu do
Céu, como revelou a verdadeira origem do maná, e esta
revelação causou um mal-estar muito grande entre eles;
todavia, houve maior consternação quando ele disse ser o
verdadeiro pão do Céu
João 6:41 : E os judeus murmuravam contra
ele, porque dissera: “Eu sou o pão que desceu
do Céu”. (Jo 6:32,33)
Eles jamais entenderiam se Jesus lhes dissesse que
esteve oculto no seio do Pai desde a eternidade 0o 1:18);
jamais entenderiam que ele sempre existiu e que não
foi fruto natural de uma relação entre homem e mulher,
porque asuaalmajá coexistia; e, se assim fosse, teria duas
personalidades. Ele era o pão vivo, pois todas as coisas
pertencentes a Deus são vivas: água viva que salta, pão vivo
que desce do Céu, caminho novo e vivo, árvores da vida que
batem palmas, pisaduras que saram e sangue que fala
João 6:42: E diziam: “Não é este Jesus, o
filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos?
Como diz, agora: Desci do C é u ? ” ( u 4.-22,-jo
7:27.28; 6:38:62;M t 13:55)
A murmuração é a maior prova da covardia humana, e a
ignorância é a força-motriz de toda rebelião. Quem não
entende não reconhece bases, e quem não reconhece
bases não pode receber edificação. A murmuração
é a prova do orgulho de quem não quer achegar-se
humildemente para conhecera Verdade
■ I H I 370
6:45
João 6:43: EJesus respondeu-lhes, dizendo:
“Não murmureis entre vós.
O Pai não traz ninguém a Cristo predestinado e salvo, o
Pai traz vidas ao Filho, a fim de que sejam salvas; mas estas
devem crer nele(6:40): “Eestaéavontadedaquelequeme
enviou: Que todo aquele que vir o Filho e crer também nele
tenha avida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. Vir e
crer no Filho. O jovem rico foi trazido pelo Pai a Cristo, mas
ele rejeitou a sua orientação para ser salvo. Zaqueu foi trazido
pelo Pai a Cristo, mas a sua salvação dependia de uma prova,
isto é, de que o seu coração avarento fosse tocado. A idéia
que temos é que o Pai traz as pessoas a seu Filho e lhe diz:
“Salve-o, é uma ordem”. Mas não acontece assim. Quem não
for trazido pelo Pai ao Filho, permanecerá na murmuração.
A todos aqueles que vêm ao Filho e nele crêem, o Pai exige
que seja ressuscitado. Isto quer dizer que a sua salvação será
consumada plenamente em todo o seu ser, espírito, alma e
corpo. Habacuque 1:14,15 diz que o Pai, depois do pecado,
fez de todos os homens como peixes do marque são atraídos
ao anzol. Assim, oseu Filho se tornou o maiorpescador de
homens; mas a sua isca é o Pai, e os seus discípulos grandes
pescadores. Aquele que dominara arte dapescariaseráum
grande pescador de vidas (Lc 5:10)
João 6:44: Ninguém pode vir a mim,
se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu
o ressuscitarei no último dia. (jr 3 iè ; os ii:4;
Jo 6:39,54,65; 12:32)
Isto quer dizer que o Pai os atrai com os seus sinais,
procurando-os, a fim de ministrar-lhes um único
ensinamento, com o qual pretende trazê-los ao Filho.
Foi o que aconteceu com os discípulos de João Batista,
e, no princípio deste livro, temos um exem plo prático
do que Jesus está falando. O Pai usa pessoas, tipos,
sonhos, profecias e circunstâncias diversas para trazer
os homens sinceros da terra ao Filho. Mas entenda bem,
nem sempre o homem sincero está no caminho certo,
mas na sua sinceridade, isto é, quando crê que aquilo
que está fazendo realmente é o correto, como aconteceu
com Cornélio e com Saulo. Nesta circunstância, o Pai
trata de conduzi-lo a Cristo, para que seja salvo. O Pai
encontra nele um potencial que cabe nos seus planos e o
atrai ao Filho, para que, ao conhecer o Filho, se converta
depois de crer no Evangelho. O Senhor Jesus está
citando o texto de Isaías 54, verso 1 3 .0 Pai entra com a
isca: o seu ensinamento falado. As maiores mensagens
evangelísticas e as que mais atraem pessoas a Cristo
falam do amor do Pai
João 6:45: Está escrito nos Profetas: E serão
todos ensinados a respeito de Deus. E todo
aquele que ouviu o ensinamento do Pai, e
dele aprendeu, vem a mim. iis54:i3;jr3i:34-,m
8:10; 10:16)
EmJoão 1:18 lemos sobre onde o Filho estava e de onde
veio. Isto é, o Pai secretamente usa pessoas, sonhos, tipos,
palavras e circunstâncias diversas para atraíras pessoas a
Cristo. O Filho esteve no seio do Pai por toda a Dispensação
do Mistério. Somente ele teve esta experiência
6:46
João 6:46: Não que alguém tenha visto o Pai,
senão aquele que é de Deus; este tem visto o
Pai. (Jo 1:18;5:37;7:29;8:19)
Ele vem dizendo em todo o contexto: quem vier e conhecer
o Filho, e nele crer, é porque o Pai o atraiu, e aquele que
aproveitara oportunidade dada, porintermédio dos meios
que ele promove, e crer no Filho, tem a vida eterna já nesta
vida. Na Lei existia uma cláusula que dizia: Aquele que
cumprir os mandamentos terá a vida eterna (Lv 18:5);
porém, agora, sabemos quejesus cumpriu a Lei, e que este
prêmio deveria ser dado aum único vencedor. Mas Jesus
estabeleceu em seu novo mandamento que aquele que
nele cré tem a vida eterna
João 6:47: Verdadeiramente vos digo: Aque­
le que crê em mim tem a vida eterna. j o 3.-ió, i s ,
36;5:24; 11:26)
A tipologia do maná é preciosa. Pois Deus providenciou o
maná. Eles não sabiam o que era. Deus os atraiu pelo pão.
Eles tinham que ver e crer no pão, e ao crerem no pão teriam
vida terrena. Encontraro maná não era suficiente para
ter vida. O pão do Céu é Cristo, o verdadeiro pão celestial.
Quem viesse até ele teria sido atraído pelo Pai para conhecer
o Filho. Esta é a comparação quejesus está fazendo com a
multidão que o cerca. Eles vieram em busca do pão material,
que os tinha saciado, mas o interesse de Jesus era dar-lhes o
pão espiritual que lhes concedia a vida eterna. Eles também
não sabiam quem era este Pão, pois maná quer dizer “o que é
isto”. Entãojesus se revelou, dizendo: “Eu sou o pão da vida”
João 6:48: Eu sou o pão da vida. (jo 6:35, 51/
O maná tinha um tempo de duração; depois, tornava-se
podre, pois o seu sustento era passageiro, mas o pão da vida
não podia sér corrompido, nem os bichos da corrupção
puderam triunfar sobre seu corpo santo. O sol derretia o
maná e 0 pão da vida perdurava como o sol. O único lugar
onde o maná não se derreteu e nem criou bicho foi no
interior do pote de barro que foi depositado dentro da Arca.
Um tipo do corpo humano de Cristo que se levantou da
morte sem corrupção (At2:24-27) .Essemanánão lhes deu
vida. Somente o pão vivo que desceu do Céu tinha vida nele
mesmo, e todos aqueles que o comessem teriam vida eterna
também. Entãojesus começou a questionartodas as coisas
temporárias, como os sacrifícios de animais, o maná, as
cerimônias e os dias de festas. Ele estava dizendo que tudo
que fosse temporário e removível seria trocado pelo eterno,
a exemplo do maná, trocado pelo pão vivo. Esta é avisão
do autor aos Hebreus: Os sacrifícios foram trocados pelo
Cordeiro; a água pelo sangue; o sangue humano terreno foi
trocado pela água da vida, no corpo da ressurreição
João 6:49: Vossos pais comeram o maná no
deserto e estão mortos, tio6:3ii
Observe o tempo do verbo: “desce” do Céu. Ele continua
descendo, continua sendo providenciado. Cada pessoa que
vem a ele experimenta o maná que esteve escondido em
toda a Dispensação do Mistério (Ef 3:9)
João 6:50: Este é o pão que desce do Céu, e
aquele que dele comer não morrerá. uo6:33/
Jesus está falando sobre a introdução do cerimonial da mesa
JOÃO 6:53
do Senhor, onde os elementos seriam revelados segundo
a ordem de Melquisedeque. A água foi primeiramente
revelada nas bodas daquele casal, em Caná da Galiléia. Ali,
a água tornou-se em vinho; isto é, a base foi a água. A água
tornou-se em vinho, isto é, um tipo da encarnação. Depois
ele dirá que o sangue é água viva (Jo 7:37-39). Mas ele diz,
especialmente aqui, que o pão é a sua carne. Que carne? A
sua carne ressurreta que se levantaria da sepultura. Assim
sendo, como esta carne poderia ser comida? Por meio
do pão, poderemos comer, pela fé, de sua carne. E o que
representa este pão? Este pão representa a sua Palavra. Ele
cai na terra como grão de trigo e, levanta em pão vivo. Por
isso, o trigo deveria cair na terra e produzir fruto
João 6:51 : Eu sou o pão vivo que desceu do
Céu; se alguém comer deste pão, viverá para
sempre; e o pão que eu darei é a minha carne,
a qual eu darei pela vida do mundo”. /Mb io .-io;
Joó:35j
Ele estava revestido da verdadeira humanidade que Deus
havia projetado para o homem sem pecado. Ele estava
coberto da humanidade santa. Ele estava oferecendo
esta carne, esta humanidade, esta semente que nos
transformaria em melhores homens. Deus se fez homem, e
nos oferece estahumanidade. A sua carne é tipificada pelo
pão. O pão foi distribuído a todos, e sobejou. Este pão é a sua
palavra revelada. A palavra revelada é o seu corpo servido
como pão aos que nele crêem. Quando participamos da
mesa do Senhor comemos do pão que representa o seu
corpo revelado pela sua Palavra
João 6:52: Então os judeus contendiam entre
si, dizendo: “Como este pode dar-nos a sua
própria carne a comer?” íjo 9:í 6;W:iq/
Lendo Números, cap. 5, entendemos melhor o quejesus
estava dizendo, pois quando um marido queria provar a
fidelidade de sua mulher, trazia pão e água para o Santuário,
apresentando a sua mulher para o teste de fidelidade diante
do sacerdote. Se ela não tivesse se desviado de seu marido,
tendo permanecido fiel, deveria, de qualquer modo,
participar da água e do pão (Nm 5:11 -30). Aquele ato é tipo da
Ceia do Senhor, onde a sua igreja comparece para provar da
água (vinho) e do pão, a fim de comprovar a sua permanente
fidelidade ao seu marido, que é Cristo. Esta cerimônia é o
fundamento da existência da Ceia do Senhor, pois Cristo
estaria distante de sua esposa por muito tempo. Se a mulher
se mantivesse em sua fidelidade seria abençoada e receberia
o dom dafertilidade no meio do seu povo; isto é, receberia o
poder de dar vida. Esta é a grande razão da Ceia do Senhor
João 6:53: Disse-lhes Jesus: “Verdadei­
ramente eu vos digo: Se não comerdes a
carne do Filho do homem, e não beberdes
o seu sangue, não tereis vida em vós mes­
mos. (M t 26:26, 28)
Somente mais tarde é que os discípulos entenderão que o
seu sangue é a água da vida, isto é, o Espírito Santo, que lhes
seria dado (Jo 7:37-39) depois da glorificação de Cristo. Esta
é a grande bênção que recebemos quando participamos
371
6:54
da comunhão da mesa do Senhor: A vida eternae o poder
de produzir vida. Quatro vezesjesus disse a mesma
frase, mostrando a ressurreição como um prêmio: “Eu o
ressuscitarei no último dia”. (1) Para todos aqueles que o
Pai lhe deu (Jo 6:39); (2) para todos aqueles que tiveram a
revelação do Filho e creram nele (Jo 6:40); (3) para aqueles
que foram atraídos pelo Pai (Jo 6:44); (4) para todos aqueles
que participam da comunhão da Ceia do Senhor (Jo 6:54).
O seu sangue é o seu Espírito Santo (Jo 7:37-39) visto na
água que verteu do seu lado na cruz; não somente sangue,
mas água; e a sua carne é a sua Palavra
João 6:54: Quem come a minha carne e bebe
o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressus-
citareino último dia. (jo4.-i4;6:40)
Ele claramente estava falando que a sua Palavra
alimenta e que o seu Espírito sacia a sede
João 6:55: Porque a minha carne é verda­
deira comida, e o meu sangue é verdadeira
bebida, (l)o5:6;Jo7:37-3Q'}
A contínua participação na mesa do Senhor gera o poder
de permanência nele. Todos os que rejeitam participar da
m esa do Senhor não permanecem e nem recebem o poder
da perseverança, em nenhuma área de sua vida. Quem
permanece em Cristo, permanece posicionado sobre tudo
o que há de bom, porque Cristo permanece nele. Comer
da sua Palavra e beber do seu Espírito gera os maiores
benefícios da fé: O poder da permanência em Cristo no
crente e o poder de Cristo que nele permanece
João 6:56: Aquele que come a minha carne e
bebe o meu sangue em mim permanece, e eu
nele. ÍJo 1S:4; lJo3:24;4:15,16)
Participar da sua comunhão é ter a vida de Cristo, assim
como o Filho tem comunhão com o Pai e vive por ele. A
comunhão em si já é um alimento
João 6:57: Como o Pai, que vive, me enviou,
e eu vivo por meu Pai, assim, aquele que de
mim se alimenta, também viverá por mim.
!Jo3:17)
Ele veio para trocar o temporário pelo eterno; era o
que ele estava dizendo. Quando ele ordenou aos seus
discípulos que preparassem a mesa da Páscoa, pediu que
seguissem o homem com o cântaro sobre os ombros; pois
este sabia onde estava o local e o que deveria ser feito.
É um verdadeiro tipo do Espírito Santo, que indicou o
local de dois grandes acontecimentos: a Ceia do Senhor
e o derramamento do Espírito Santo. O segundo evento
dependia do primeiro. O homem do cântaro sabia o que
fazer. O homem do cântaro levava água, e justamente a água
que era tipo do Espirito Santo. O homem do cântaro lhes
mostraria o amplo local mobiliado e preparado (Mc 14:15)
João 6:58: Este é o pão que desceu do Céu;
não é como aquele que vossos pais comeram
e morreram; mas aquele que comer este pão
viverá eternamente”, tjo6:33, 4(1,5 i)
JOÃO 6:64
No Templo estavam os fariseus e nas sinagogas
os seus conhecidos e discípulos.
Na sinagoga, ele provava os seus amigos.
Era como um laboratório de suas doutrinas
João 6:59: Estas coisas Jesus falou na sinago­
ga, quando ensinava em Cafarnaum.
O discurso é duro quando o coração de quem o ouve está
endurecido. Ouvir e entender este discurso era um árduo
trabalho para os seus próprios discípulos. Quando os
obreiros de retaguarda não entendem o discurso de seu
líder, o que este pode fazer? Pois eles entendiam quejesus
tratava de canibalismo, mas não era isto
João 6:60: E muitos dos seus discípulos,
ouvindo-o, disseram: “Duro é este discurso;
quem 0 pode ouvir?” ijo m ò )
Se isto escandalizava os seus discípulos, o que
não poderia acontecer com os desconhecidos?
João 6:61: E conhecendo Jesus em si mesmo
que os seus discípulos murmuravam a res­
peito disso, disse-lhes: “Isto vos escandaliza?
(Mt 11:6)
Ele dizia: “Quando eu for assunto ao Céu,
a única forma de lembrar-se de mim será por intrmédio da
Ceia do Senhor. Nela servireis opãoeovinho,
e se lembrarão do que estou dizendo agora”
João 6:62: Que será, pois, quando virdes
subir 0 Filho do Homem para onde primeira­
mente estava? i/o3.-i3; 170)
Ele confirma nesse verso que a sua Palavra é o pão, mas
também tem vida. O pão seco não tem proveito nenhum sem
o vinho. A Palavra sem o Espírito que vivifica para nada serve.
O pão era misturado ao vinho, significando que a Palavra
deveria estar cheia do Espírito Santo
João 6:63: O Espírito é 0 que vivifica, a
carne para nada aproveita; as palavras que
eu vos tenho falado são Espírito e Vida.
(2 Co3:6)
Isto comprova que havia alguns que viviam do pão sem
o Espirito. Muitos são os pregadores hoje que pregam o
pão sem o vinho; isto é, tudo aquilo que denúnciam eles
praticam, pois não têm sustentação
João 6:64: Mas há alguns de vós que não cre­
em”. Porque Jesus, desde 0 princípio, sabia
quem eram os que não criam, e quem era 0
que 0 havia de entregar. tjo2:25)
O Pai autorizoujudas a estar comjesus; ele veio e não
aproveitou a oportunidade que lhe foi dada. A estadia
de Judas no ministério dejesus não foi um erro de
discernimento, mas uma prova de que o Pai atrai homens
e mulheres aCristo, o que não quer dizer que estão
predestinados a ser salvos, mas que todos experimentam
a oportunidade de ser salvos
372
6:65
João 6:65: E continuou: “Por isso eu vos dis­
se que ninguém pode vir a mim, se não lhe for
concedido por meu Pai”. tjo 6=37,44,45;3:27)
Observe que número: 6:66. Justamente neste versículo
vemos a grande apostasia que ocorreu nos dias do
ministério de Jesus. Não mais andaram com ele. Judas
teve a oportunidade de ir embora, mas não foi; naquele
momento, tornou-se inescusável
João 6:66: Depois disso, muitos dos seus dis­
cípulos voltaram atrás e já não andavam mais
com ele. (jo6=60)
Tiveram a grande oportunidade de deixá-lo.
Agora, não o deixariam, mas depois, sim. A ceia era
nobre, e o sangue era o seu Espírito Santo, e o Pão era a
comunhão do seu corpo
João 6:67: Então Jesus perguntou aos doze,
dizendo: “Vós quereis voltar atrás também?”
(Mt10:2!
Ele possuía a Palavra que tinha vida em si mesma.
Ele tinha a Palavra devida
João 6:68: E respondeu-lhe Simão Pedro:
“Senhor, a quem iremos nós? Tu tens as pala­
vras da vida eterna, tm i m a -a i s m y
O Senhorjesus aceitava a palavra de Pedro,
mas não era isto o que ele queria, e sim que todos fossem
santos como ele era. Mas será que Pedro acreditava nele
meSmo? Não estava precipitando-se, falando em nome de
todos os seus irmãos?
João 6:69: E nós cremos e bem sabemos
que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”.
(Mc8:29;Lc 9:20)
No grego não lemos “um é do diabo”, mas “um é o
adversário”. Na verdade, Satanás entrou emjudas, isto
é, entrou em um homem pela primeira vez na História.
Satanás estava pessoalmente administrando o que podia
naqueles dias
João 6:70: EJesus lhes respondeu, dizendo:
“Não vos escolhi a vós, os doze? Contudo, um
devósédiabo ( “a d v e r s á r io ”), uo is .-ió, w ; i3.-27j
Judas não era predestinado a ser o traidor, pois
qualquer um dos seus discípulos poderia ser um
traidor declarado como ele. Na verdade, há traidores
relutantes, declarados e invisíveis. Satanás queria usar
Pedro, mas este não lhe deu contínua base legal para
trabalhar na sua vida. Jesus orou por ele, pois Satanás,
ousadamente, o pediu na noite anterior. A base legal
de Judas era o seu contínuo comportamento, desde o
princípio, no ministério de Jesus
João 6:71 : Referia-se ajudas Iscariotes, filho
de Simão Iscariotes; porque ele era o que o
haveria de entregar, sendo um dos doze. (jo
: 13:26;M c 14:10)
Jo ão 7:1
João, capítulo sete (7)
As palavras que ele disse a respeito do Templo, eles a
divulgaram como se ele tivesse a intenção de destruí-lo,
masjesus havia dito “derribai”, lançando sobre eles a
responsabilidade. Entretanto, eles diziam: “Tu disseste:
derribarei este Templo, e em três dias o reconstruirei”.
Mas isto não era verdade, e quando as pessoas ouviam
isto, pela boca de outros, ficavam iradas (Ed 6:11,12). Este
acontecimento está registrado no início do livro. Por isso,
Jesus evitava ir ajudéia, porque era prudente. Satanás não
tem poder para desfazer as obras de Deus, mas sempre
está disposto a atrasá-las
João 7:1: Depois destas coisas, andavajesus
pela Galiléia ( “c ir c u it o ”) , e não queria andar
pela Judéia, porque os judeus procuravam
matá-lO. ( Jo5:16,18)
Temos em Neemias o restabelecimento da Festa dos
Tabernáculos (ou das cabanas), com algumas diferenças
da festa original registrada no Pentateuco. Lemos em
Neemias 8:13-14: “Ao segundo dia os pais de famílias
de todo o povo, os sacerdotes e os levitas se reuniram
com o escriba Esdras para atentarem à instrução por ele
dada acerca do livro das palavras da Lei. E encontraram
no livro da Lei que o Senhor Jeová havia ordenado
através de Moisés que os filhos de Israel habitassem em
Tabernáculos durante a festa do mês de Tisrí, o sétimo
m ês”. Paranós, o ano começa em janeiro (Shevat),
porém, para o povo de Israel, começa em abril (Lyar
ou Ziv). Conta-se a partir de abril e chega-se ao sétimo
mês. Neemias 8:15: “E que fizessem saber apregoando
pelos arautos por todas as suas cidades e por Jerusalém,
dizendo: Subi ao monte, trazei ramos de oliveira, ramos
dezambujeiro, folhas de palmeira, ramos de salgueiro
e façais Tabernáculos, tal como está escrito no livro da
lei de M oisés”. A Festa dos Tabernáculos deveria ser
uma lembrança dequeDeus tirara Israel do Egito e o
salvara da escravidão sob Faraó, e uma recordação de
que os israelitas habitaram em tendas ou em cabanas
por quarenta anos. Os ramos de oliveira representavam
a Cristo; os ramos de zambujeiros representavam a
antiga natureza humana que foi enxertada na Oliveira
Verdadeira; os ramos de palmeiras representavam as
coisas divinas e celestiais como os anjos de Deus; os ramos
de salgueiro representavam o desequilíbrio emocional
no cativeiro babilónico, que foi manifestado em muitas
situações adversas (SI 137:1 - 3). E Deus mandou colocar
tudo isto em cima de suas casas, para ser o memorial
daquilo que Ele fez no passado pelo seu povo. Neemias
8:16: “E o povo saiu e as trouxeram e fizeram tendas para
si, cada um sobre o seu terraço, em seus pátios, e no pátio
da casa do Senhor Jeová, na praça da porta das Águas e na
praça da porta de Efraim ”. As cabanas eram levantadas no
terraço de cada casa (At 10:9). As casas que não tinham
cabanas desagradavam o coração de Deus. É muito
importante que as pessoas, ao nos observarem, vejam
sempre uma cabana humilde por cima da nossa casa,
pois a Festa dos Tabernáculos foi ordenada para lembrar
os dias nos quais fomos peregrinos no deserto. Era um
referencial do grande cuidado de Deus pelo seu povo.
Era também um tempo de considerar a água, que era
373
7:2
muito limitada naqueles dias do deserto, pois, somente
em Cristo, teríamos água viva! Neemias 8:17: “E todos os
do povo que haviam regressado do cativeiro com Esdras
fizeram tendas e habitaram nelas; porque desde os dias
dejosué, filho de Num, até esse dia, os filhos de Israel não
haviam feito assim. E houve grande júbilo”. Desdejosué,
filho de Num, que o povo não levantava a sua tenda no
terraço de suas casas. Quanto tempo de desobediência
diante de Deus a nação passou, incluindo os juízes,
Samuel, Saul, Davi e os reis de Israel e Judá, até que
chegaram os dias de restauração de Neemias. Mas agora
o povo tinha grande alegria em seu coração, pois quando o
seu povo se humilha e se lembra onde caiu, se arrepende e
volta ao primeiro amor, Deus opera grandemente. Neemias
8:18: “E liam dia após dia no livro da Lei do Senhor Jeová,
desde o primeiro dia até o último dia; e celebraram a festa
solene durante sete dias, e ao oitavo dia se reuniram em
solene assembléia, conforme ao que está escrito”. Durante
toda a solenidade da Festa dos Tabernáculos o livro da Lei
de Deus era lido; desde o primeiro dia até ao derradeiro.
Assim, na Festa dos Tabernáculos eles lembravam os dias
em que viveram no deserto em tendas sob muita falta de
água. No oitavo dia, as ofertas deveriam ser queimadas. O
oitavo dia era o domingo, isto é, o primeiro dia de um novo
tempo, o dia da ressurreição de Jesus, e foi justamente
nesse dia quejesus clamou dizendo: “quem tem sede
venha a mim e beba” (Jo 7:37; Lv23:33-36)
João 7:2: E estava próxima a festa dos judeus,
a dos Tabernáculos. <Lv23:24;Dt 1& 13J
Que tipo de discípulos eram estes que somente queriam
verjesus fazendo obras na Capital? Que interesse tinham?
Queriam aproveitar-se de sua fama? O tempo dos homens
sempre é precipitado em comparação ao tempo de Deus.
Por isso, Deus sempre atrasa ao precipitado
João 7:3: E os seus irmãos lhe disseram:
“Retira-te daqui e vai para a Judéia, para que
também os teus discípulos vejam as obras que
fazes. (Mt í 2:46;Mc 3:31j
Jesus não tinha este problema de auto-afirmação. Ele
sabia quem era, de onde veio e para onde ia. Quem
sabe responder a estas perguntas não vive este drama
de identidade. Ele sabia que não era na Festa dos
Tabernáculos que seria conhecido publicamente, mas na
Festa da Páscoa. Na Festa dos Tabernáculos anunciamos
quem fomos e o que tínhamos, quando peregrinávamos
no deserto; é uma festa escatológica; mas a Festa da
Páscoa era a principal, e dela sairia a resposta de Deus
para os homens. Na Festa dos Tabernáculos Jesus estava
mostrando o seu sangue ressurreto, que era a água viva
que salta do interior daquele que nele crê; e, na Festa
da Páscoa, ele mostrará o pão, o seu corpo, isto é, a sua
Palavra que tem vida nela mesma. Ele sabia esperar e,
aci ma de tudo, o tempo de Deus pode ser alguns minutos
depois, ou alguns minutos antes do tempo dos homens
João 7:4: Porque não há quem procure ser
publicamente conhecido que realize as suas
obras em oculto. Se fazes estas coisas, mani-
festa-te ao mundo”.
JOÃO 7:8
Jesus conviveu constantemente com frases cheias de
chantagens, pois os seus irmãos viviam chantageando-o.
Eles souberam, pela boca de outros, quejesus estava cheio
de Belzebu; eles e a sua própria mãe, influenciada por eles,
vieram com cordas para o amarrarem com o fim de levá-lo
de volta para casa (Mc 3:21,31)
João 7:5: Porque nem mesmo os seus irmãos
criam nele. (M c3:2i,3ij
A questão do tempo da realização é complicada, mas tem
uma regra correta: quando a preparação encontrar-se
com a oportunidade, esseseráo tempo. É preciso ter
fé para começar, pois nunca as oportunidades são de
todo favoráveis. Nem todo o tempo é tempo para fazer
qualquer coisa. Salomão escreveu que havia tempo para
todas as coisas debaixo do céu. A vida e o propósito de
Deus giram em estações, e se o homem entender isso
alcançará muitos resultados. Observe as estações da
vida em Eclesiastes: Eclesiastes 3:1: A vida tem estações.
Devemos reconhecer cada estação da vida. Nada neste
mundo é eterno, a não ser a vida eterna que recebemos
em Cristo. O homem natural sofre, tipologicamente,
debaixo do sol e a mulher debaixo da lua. Aqui veremos
os dois tempos de todo o propósito do homem natural: o
início e o fim. Mas, de antemão sabemos que o homem
natural nãoestá preparado para esperar a ocasião própria,
pois não está habilitado para esperar o atraso, nem
capacitado para exceder a segunda milha
João 7:6: Então Jesus lhes disse: “Meu tempo
ainda não é chegado, mas o vosso tempo sem­
pre está presente. (Mt26:i8;jo7:8,30)
A quem o mundo odeia? A Cristo. Todos os infiéis que
têm as suas obras postas à prova sentem ódio, tais como
Herodias, Anás, Caifás. Eles sentem ódio quando ouvem
a sua própria verdade, pois pensam que está oculta para
sempre. O sentimento deles ainda é o mesmo, hoje em dia,
contra aqueles que testificam a respeito de suas más obras.
Somente depois da ressurreição de Cristo, os discípulos
tomariam do mesmo cálice dejesus Cristo
João 7:7:0 mundo não pode aborrecer-vos;
mas ele me aborrece a mim, porquanto dou
testemunho de que as suas obras são más. (jo
15:18,1 Ç;3:19,20)
Todas as ocasiões quejesus subia ajerusalém, em tempo
de festa, algo maravilhoso acontecia. Mas agora era a
Festa dos Tabernáculos, no qual ele revelaria a praticidade
das águas vivas, a respeito das quais ele havia ensinado
na sinagoga em Cafarnaum. As águas vivas falavam do
Espírito Santo que eles ainda experimentariam. Veja que,
posteriormente, ele irá sozinho ajerusalém. Na verdade
este verso mostra que ele fazia referência à Festa da Páscoa
como a festa do seu sacrifício expiatório
João 7:8: Subi vós à festa; eu não subo ainda a
esta festa, porque o meu tempo ainda não está
cumprido”. (jo7:6)
Jesus tinha doze discípulos, mas gostava de estar
sozinho. Como a águia, por algum tempo queria voar
374
 7:9
sozinha. Entre as características mais preciosas de Jesus
estava a valorização da sua privacidade. Águia voa só,
periquitos voam em bandos
João 7:9: E, havendo-lhes dito isto, permane­
ceu na Galiléia.
Observe que quando estamos vivendo o tempo em que a
oportunidade se encontra com a preparação, não temos
que nos preocupar com a publicidade. Os interessados
pagarão por nós. Um tempo depois, havia chegado a sua
hora. Ele soube esperaro seu tempo e a sua estação
João 7:10: Mas, quando os seus irmãos já ti­
nham subido à festa, então ele também subiu,
não publicamente, mas como encoberto.
Eles diziam em si mesmos: “haverá alguém na nossa festa
que desequilibrará tudo. Alguém que dará sentido à nossa
festa. Ele virá, pois quando ele vem acontecem coisas
maravilhosas, contraditórias e polêmicas”. As pessoas
passavam com as suas cabanas, os vendedores de palhas,
madeira e pedras estavam por todos os lados. Ele era o
Tabernáculo sobre nossas casas prontas de pedras, ele era a
humildade em pessoa. Ele era também a nossa Páscoa. Por
isso vemos Jesus em todas as festas
João 7:11 : Os judeus o procuravam na festa,
eperguntavam: “Onde estará ele?” (joii.-só/
Não devemos ficar tristes pelas pessoas que não gostam de
nós, porque ébemmaioronúmero daqueles que nos amam.
Muitas vezes eles não são do nosso povo, nem da nossa casa.
Muitos procurarão sempre uma satisfação para provar o
nosso sucesso: “Ele é filho de fulano”, “também, ele estudou
em Oxford”, “o dinheiro dele o ajuda”, “ele recebeu uma
herança”, “ele estudou fora”, enfim, os invejosos nunca dirão
“ele é capaze Deus está com ele”. Os invejosos que gostariam
de estarem nosso lugar sempre buscarão uma razão para
desviar aqueles que reconhecem o sucesso de um homem a
quem Deus ama; pois a suamaledicência sempre ajudaráasua
feita de criatividade, de reconhecimento e de gratidão
João 7:12: E era grande a murmuração a
respeito dele entre o povo. Porque alguns di­
ziam: “Ele é bom”. Mas outros diziam: “Não,
antes, engana o povo”. /jo7.-40-43)
Quando háum sistema odiado e um homem amado pelo povo,
alguns admiradores são como gatos, sempre ficam no muro;
mas o muro é do diabo. Quando há uma liderança ditatorial,
os funcionários sempre são pessoas despreparadas, pacatas e
sem iniciativa. Salomão governava com vinte e quatro sábios
ao seu redor, ouvia a cada um deles, e depois tomava a sua
decisão. Não sabemos o nome deles, mas sabemos quem foi
Salomão. Este é o líder eficaz e eficiente, que sabe aproveitar
os dons que estão à sua inteira disposição. Muitos ditadores
pensam que são amados pelos seus pacatos súditos, mas estes
clamam por um Davi que queira prepará-los, reconhecê-los e
transformá-los em generais
João 7:13: Mas ninguém falava abertamente
a respeito dele, por medo dos judeus, fjo ç.-22;
j 12:42; 19:38 ; 20 : 19)
7:15
No início do livro sabemos que Jesus tabernaculou entre
nós (Jo 1:14). Isto quer dizer que montou uma cabana sobre
nós. Que se fez carne, que habitou entre nós. Ninguém
melhordo que ele para falara respeito daquela festa. Ele
era o Tabernáculo vivo falando
João 7:14: Então, já no meio da festa, Jesus
subiu ao Templo e começou a ensinar. ijo7.-28)
Quem se atreve a falar assim contra a Sabedoria? (Pv8).
Ele era a sabedoria de que Salomão falava. Ele aprendeu a
chave do conhecimento: a obediência. Sobre ele repousava
o Espírito de Conhecimento, o Espírito de Sabedoria, o
Espírito de Inteligência e o Espírito de Conselho. Dos sete
Espíritos (Is 11:2), quatro eram da área de conhecimento.
Se um homem de nossos dias fosse transportado àqueles
dias e começasse a falar do conhecimento adquirido hoje
para uma platéia daqueles dias passados, assombraria
o seu público facilmente, sem ser um deus. Imagine o
conhecimento registrado na mente daquele por quem
todas as coisas foram criadas! Eletinhamuitomais
conhecimento revelado do que este que temos hoje
João 7:15: E os judeus se maravilhavam,
dizendo: “Como sabe este letras, sem tê-las
aprendido?” (Mr 13:54;Mc 6:2;Lc4:22;At2:7)
Mais uma vez ele mostra a sua humildade, que consistia em
ser, poder e saber, sendo servo, permitindo que o Espírito
Santo realizasse as obras em seu lugar, e revelando que
tudo o que ensinava recebia do Pai. Ele sempre abdicou da
glória própria para exaltar a glória daquele que o enviou.
A doutrina que ele ensinava no Templo não era dele, mas
do seu Pai. Este tempo era tempo do Pai ser glorificado.
Era um dos seus investimentos (Jo 17:3-5). Ele falarásete
vezes que o Senhor, seu Pai, erao dono da doutrina: (1) João
8:28, (2) João 8:47, (3) João 12:49, (4) João 14:10, (5) João
14:24, (6) João 17:8, (7). Este é um bônus do livro de João: O
relacionamento entre o Filho e o Pai no Evangelho dejoão:
( 1 )0 Filho representava o Pai e tinha a mesma imagem do
Pai (Jo8:19).(2)0 filho disse que quem conhece a Cristo
conhece o Pai (Jo 8:19). (3) O Filho permitia que o Pai
falasse por intermédio dele (Jo 8:29). (4) O Pai o ensinou (Jo
8:29). (5) O Filho foi testemunha daquilo que o Pai fez (Jo
8:38). (ó) O Filho saiu do Pai (Jo 8:42). (7) O Filho sempre
honrou o Pai (Jo 8:49). (8) O Pai glorificou o Filho (Jo
8:54). (9) O Filho conhece o Pai e o Pai conhece o Filho (Jo
10:15).(10)OPaioama(Jo 10:17). (1 l)OFilhorecebeu
mandamento do Pai para investir a sua vida (Jo 10:18). (12)
O Filho fez todas as suas obras em nome do Pai (Jo 10:25).
(13) O Pai deu as suas ovelhas ao Filho (Jo 10:25). (14)
O Filho e o Pai são um (Jo 10:29,30). (15) As obras que o
filho fazia eram da parte do Pai (Jo 10:32). (1 ó) O Filho foi
santificado pelo Pai (Jo 10:36). (17) Através das obras do
Filho é possível crer que o Pai estava nele (Jo 10:38). (18) O
Pai honrará aquele que servir a Cristo (Jo 12:26). (19) O Pai
podia salvá-lo, mas era necessário que o Filho padecesse
(Jo 12:27). (20) O Filho lutava pela glorificação do Pai (Jo
12:28). (2 1 )0 Filho falava aquilo que o Pai lhe havia dito
(Jo 12:49). (22) O Filho falava exatamente aquilo que o Pai
lhe havia ordenado (Jo 12:50). (23) O Filho regressou ao
Pai 0o 13:11). (24) O Pai entregou-lhe todas as coisas 0o
14:2). (25) O Filho é o meio para chegarmos ao Pai 0o 14:6).
(26) O Filho revelou-nos o Pai 0o 14:7,8). (27) O Filho
7:16
revelou afigura do Pai 0o 14:9,10). (28) O Pai permaneceu
nele (Jo 14:10). (29) É necessário que o Filho está no Pai e
o Pai estáno Filho (Jo 14:11). (30) O destino do Filho era
o Pai. (31) O Pai atende pedidos dos homens em nome do
Filho (Jo 14:13). (32) O Filho existia para glorificar o Pai
(Jo 15:1 -5). (33) O Pai atende os rogos do Filho (Jo 14:16).
(34) Haverá um dia em que o Filho e o Pai habitarão em
um só corpo 0o 14:20). (35) O Pai ama aquele que ama
o Filho. (36) A prova de que amamos o Filho é quando
guardamos a sua Palavra; assim o Pai vem habitar em nós
(Jo 14:23). (37) A palavra faiada pelo Filho era dada pelo
Pai 0o 14:24). (38) OEspírito Santo foi enviado pelo Pai
em Nome do Filho 0o 14:26). (39) Deve sernosso motivo
de alegria saber que o Filho retornou ao Pai (Jo 14:28). Pois
o Espírito Santo nos foi enviado. (40) O Filho quer que o
mundo saiba que o Filho ama o Pai 0o 14:31). (41) O Filho
fazia tudo segundo o mandamento recebido do Pai 0o
14:31). (42) O Pai é o lavrador da Videira Verdadeira, que
é o Filho 0o 15:1). (43) Quando damos muito fruto, o Pai
églorificado 0o 15:8). (44) O nosso exemplo de amor é o
Pai, pois o Filho era amado pelo Pai 0o 15:9). (45) Devemos
guardar o mandamento do Filho, assim como o Filho guarda
o mandamento do Pai (Jo 15:10). (46) O Filho revelou tudo
o que recebeu do Pai (Jo 15:15). (47) O Pai atende todos os
pedidos feitos por seus servos, em Nome do seu FilhoJesus
Cristo 0o 15:16). (48) Quem aborrecer o Filho aborrece o
Pai 0o 15:23). (49) Quem faz o mal contra os enviados de
Cristo não conhece nem o Filho nem o Pai (Jo 16:3). (50)
O Filho confessou a sua origem (Jo 16:28). (51) O Pai não
deixa o seu Filho só 0o 16:32). (52) O Pai glorifica o seu
Filho junto dele 0 o l7 :5 ).(5 3 )O Filho rogou para que o
Pai nos guardasse em seu Nome (Jo 17:11). (54) O Pai e o
Filho são o nosso exemplo de unidade (Jo 17:21). (55) O
Filho rogou ao Pai que onde ele estivesse a Igreja também
estivesse 0o 17:24). (56) O Filho se dirigia ao Pai com muito
carinho: “Pai Santo”, “Paijusto” 0o 17:25). (57) A obra
expiatória de Cristo era vista pelo Filho como um cálice
terrível 0o 18:11). (58) O Filho trazia relatório de sua obra
ao Pai 0o 20.17). (59) O Filho revelou-nos que o Pai era
também o nosso Pai 0o 20:15-17). (60) O Filho nos enviou
como o Pai nos enviou 0o 20:21)
João 7:16: E Jesus lhes respondeu: “Minha
doutrina não é minha, senão daquele que me
enviou. (Jo3:11; 8:28; 12:49; 14:24)
Conhecendo a vontade do Pai conhecemos a origem
da doutrina do seu Filho. Conhecendo a vontade do Pai
sabemos com que autoridade o Filho fala. Qual é a vontade
de Deus? Que cooperemos para que o seu Reino seja
estabelecido na terra
João 7:17: Se alguém quiser fazer a vontade
dele, conhecerá, pela mesma Lei, se a doutrina
é dele ou se eu falo por mim mesmo. uo8:43)
Aqui ele revela o coração daquele que fala por si mesmo,
sem nenhum poder e sem nenhuma cobertura sobre si,
porque busca a sua própria glória. Aquele que busca a sua
própria glória não (1) tem o Pai sobre si, (2) é mentiroso, (3)
é injusto em tudo que faz, (4) faia em seu próprio nome, (5)
não tem ninguém que o tenha enviado, por isso nunca se
submete a nenhuma autoridade
JOÃO 7:22
João 7:18: Quem fala de si mesm o busca a
sua própria glória, mas o que busca a glória
daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e
não há no seu interior injustiça, oos -ai -, s .s oi
Jesus coloca aqui o texto da Lei de Deuteronômio 25:1, que
versa sobre o justo registrando todos os trâmites legais que
deveriam serestabelecidos para o julgamento próprio de
um justo. Ele sabia dos conselhos secretos que terminariam
sendo revelados a partir do capítulo 13; isto é, de suas
ilegalidades em nome da Lei, mas também sabiam que pela
Lei seriam condenados
João 7:19: Não vos deu M oisés a Lei? Mas
nenhum de vós cumpre a Lei, sujeitando-se
a ela. Por que procurais matar-me?”/Êx24.-3;
Jo 1:17; 11:53)
Mas uma vez eles se assustam com o conhecimento que ele
tinha de seus maus corações. Esta é a segunda vez que ele é
acusado de endemoninhado. Atribuir a Satanás as obras do
Espírito Santo é uma blasfêmia que jamais será perdoada,
pois ele estava fazendo as obras do Pai pelo poder do
Espírito Santo
João 7:20: Respondeu a multidão:,“Tens demô­
nio; quem procura matar-te?”jo8:48,52; w:20j
Ele fez muitas obras, mas ele se referia à cura do paralítico
no tanque de Betesda, a qual saiu do controle dos
“alpendres”, do seu tanque e da sua praia. Pois ele provou
com isso que podia ir além dos limites da sua tradição.
Ele está dizendo “fiz algo no sábado ”. E porque o fez,
sem descumprir a Lei? Porque ele sabia que o sábado foi
estabelecido para que aqueles que não tinham nenhum
direito, anão sero de trabalhar durante uma semana,
sem nenhum alento. Eles estavam livres do labor nesse
dia! (Êx 23.12). Os judeus descansavam para que os seus
trabalhadores e os animais tivessem repouso
João 7:21: Então Jesus lhes respondeu, di­
zendo: “Uma só obra fiz, e todos vos maravi­
lhais por causa disto.
O sábado (Gn 2:3), a circuncisão (Gn 17:10,11),eo dízimo
(Gn 14:18-20) são instituições anteriores à Lei. Elas
são referendadas novamente na Lei, mas a sua origem
é anterior à Lei. No tempo em que elas foram dadas, de
Adão a Abraão, vivia-se as primícias da Graça. Então todas
estas doutrinas são patriarcais. A cura não era uma obra
do homem, mas de Deus, logo sejesus não pudesse curar
no sábado, Deus mesmo estaria condenado a trabalhar
no sábado. Se a circuncisão era superior ao sábado, logo
o sábado era inferior à circuncisão, que havia sido dada
pelos patriarcas; logo, ali estava um que era maior do que os
patriarcas e do que Moisés
João 7:22: Pelo motivo de que Moisés vos
deu a circuncisão (não que a circuncisão te­
nha vindo de M oisés, mas dos patriarcas),
no sábado circuncidais um homem. n.v 12.3 :
Gn 17:10)
7:23
A circuncisão tornava o homem inteiramente preparado e
digno pra usufruir dos benefícios do Pacto e da promessa
de Deus feitos a Abraão. Dava-lhe direitos irrevogáveis,
porque depois da circuncisão o homem estava
inteiramente preparado para receber as bênçãos advindas
das promessas e das heranças divinas prometidas a Abraão.
Aquele homem foi comparado a uma pessoa que acabava
de ser circuncidada. Ele estava pronto e completamente
preparado para gerar e ser pai. A circuncisão não tinha dia
específico, logo nenhum benefício deveria ser evitado, pois
a Lei consistia em amar o próximo como a si mesmo. Era no
dia de sábado que os trabalhadores curavam as suas feridas
para voltar ao trabalho durante a semana
João 7:23: E, se o hom em recebe a circunci­
são no dia de sábado, para que a Lei de Moisés
não seja violada, com o vos indignais contra
mim, porque, no sábado, curei completamen­
te a um homem? imczsí
Ele quer dizer que podemos julgar pela aparência,
ejulgarcom juízo injusto, e que esta não era ajustiça
aconselhável porele
João 7:24: Não julgueis segundo o que pare­
ce, mas julgai com justo juízo”. (Lvl9:15;Jo8:15;
Dt 1:16/
Eles estavam paralisados com as pedras guardadas,
e a boca aberta de pasmo. Então alguém grita e pergunta,
“e então, não era este que procuravam para matá-lo?”
O poder de suas palavras os paralisava
João 7:25: Diziam, então, alguns daqueles
que eram de Jerusalém: “Não é este a quem
procuram matar?
Esta mesma multidão que incitava uma disputa entrejesus
e as autoridades sacerdotais e os anciãos do povo gritaria
vendida: “crucificai-o”. Veremos em alguns capítulos
adiante o que eles serão capazes de fazer,
quando corrompidos
João 7:26: Eis que ele fala abertamente, e não
lhe dizem nada. Porventura os príncipes dos
sacerdotes reconheceram que este é verda­
deiramente 0 CriStO? (Jo 7:48j
Verdadeiramente ninguém sabia de onde ele era, pois
pensavam que ele era nazareno; não sabiam que ele era
da tribo de Judá, de Belém. Falavam do ponto de vista
humano, carnal, natural, pois deveria teruma origem,
e estava cumprindo todas as prerrogativas da Lei. Ele
era de Nazaré, segundo o que eles pensavam, mas
verdadeiramente ele havia nascido em Belém, o que não
podia ser revelado por causa do decreto de Herodes cuja
ordem era que matassem a todas as crianças nascidas
entre 5 e 6 d.C. Eles profetizavam a respeito do Anticristo.
fVe/a o comentário do verso 41)
João 7:27: Todavia, a respeito deste, sabemos
de onde ele é; mas, quando vier o Cristo, nin­
guém saberá de onde ele é ”. m i3:55;Mcó:3;Lc4:22)
JOÃO 7:32
Ele está dizendo, em outras palavras, a respeito da sua
origem coexistente na eternidade, no seio do Pai, de onde
originalmente ele era. Também afirmou claramente que
havia vindo do Pai (Jo 1:18). Mesmo ele sendo o que era |Eu
Sou], não fazia a sua própria vontade
João 7:28: Jesus, pois, levantou a voz no
Templo, ensinando e dizendo: “E vós me co­
nheceis e sabeis de onde Eu Sou; eu não vim
de mim mesmo, mas aquele que me enviou
é verdadeiro, o qual vós não conheceis, tjo
8:14,26,42; 1:18;
Quando sabemos a nossa origem, temos autoridade;
pois quando sabemos de onde somos e por quem somos
enviados, temos poder
João 7:29: Mas eu o conheço, porque eu sou
dele, e ele me enviou”. m 1i:27jo io-as)
É isto que ele, no início do capítulo, está ensinando.
Quando sabemos o tempo certo do culminar de nossa
obra, ninguém tem o poderde adiantá-lo nem de atrasá-
lo. Isto quer dizer que quando se tornasse conhecido,
morreria, mas ressuscitaria. E esta era a sua glória maior,
a ressurreição
João 7:30: Então, procuravam prendê-lo;
mas ninguém lhe pôs as mãos, porque ainda
não era chegada a sua hora. /.m 21:4ó;Jo8:20,/
Eles ainda não criam nele como o Messias, embora cressem
nele como um profeta. Os samaritanos já haviam crido nele
como Messias. O pessoal da capital era de duro coração.
Então perguntavam entre si: será o que Messias fará obras
maiores do que as obras que este homem tem feito? Por isso
Jesus disse que aquele que cresse nele faria obras maiores
do que ele, mesmo ele sendo o Messias. Era uma resposta
contraditória aos seus olhos. Em outras palavras, mesmo o
Messias não se limitava em suas próprias obras
João 7:31: E muitos da multidão creram nele,
e diziam: “O Cristo, quando vier, fará mais si­
nais do que este tem feito?” tjo8:30;Mti2:23)
Jesus começou o seu ministério sem a unção dos
sacerdotes Anás e Caifás. Ele começou o seu ministério
independentemente deles, semelhantemente ajoão. Por
isso eles não o reconheciam. Ainda hoje testemunhamos
este tipo de ciúme. O desejo de prendê-lo, hoje, também
significa impedir que ele realize a sua obra através dos
seus servos, tornando os seus caminhos tortuosos,
pedregosos, não planos, baixos e inacessíveis. Mas o Pai
ainda continua levantando os Joões Batistas que chegam
antes para cuidar desses detalhes. Os guardas do templo
tinham aparência de autoridade, mas eles não tinham
nenhuma autoridade dada pelo Pai
João 7:32: Os fariseus ouviram a multidão
murmurar essas coisas a respeito dele; então
eles, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus,
enviaram guardas para o prenderem, ijo7:45,46/
377
 7:33
Isto era setembro-outubro do ano 37 d.C., no próximo
ano ele iria entregar a sua vida para, depois, resgatá-la. Em
outras palavras, eu sei de onde vim, e também sei que breve
irei regressar para lá. Como este capítulo trata do tempo de
Deus, o Pai estava para revelar os detalhes da sua ascensão
no monte da transfiguração (Lc 9:30,31)
João 7:33: Então Jesus lhes disse: “Por um
pouco de tempo ainda estarei convosco, e
depois voltarei para aquele que me enviou.
(Jo 13:33; 16:16-19)
Eles o buscariam na sepultura, assim como os filhos
dos profetas procuraram por Elias depois de seu
arrebatamento (2 Rs 2:16,17). Quem não sabe porque
caminho procurá-lo, jamais o encontrará
João 7:34: Vós me buscareis e não me acha­
reis; e onde eu estou, vós não podeis vir”.
I (Jo 8:21; 13:33)
Estavam profetizando sem saber. Após sua ascensão,
ele, no coração de seus discípulos e no poder da Palavra,
aproveitaria a cultura grega para responder aos gregos
que chegaram para vê-lo porintermédio da influência
de Filipe. A dispersão dos gregos facilitaria a divulgação
do Evangelho, e já era um pano de fundo para a chegada
de um apóstolo que seria levantado entre os gentios.
Verdadeiramente os nossos inimigos interpretam os
nossos sonhos e divulgam os nossos preciosos ideais. O
helenismo é comparado hoje ao americanismo que invadiu
o mundo, e entrou na sua fase terminal. Assim como o
idioma inglês facilitou a comunicação entre os povos de
nossos dias, pois a cultura americana se expandiu, criando
um só modismo entre a maioria das nações, estabelecendo
uma linguagem computadorizada, da mesma forma o
helenismo {“cultura grega divulgada especialmente por
Alexandre, o Grande”) dispersou-se entre as nações da
terra por causa das conquistas de Alexandre, o Grande,
que preparou o caminho para facilitar a comunicação do
Evangelho através de Paulo, João e outros apóstolos. Eles
o ironizavam perguntando se ele ensinaria aos “sábios”
gregos. Paulo, na pedra do Areópago, é a resposta
João 7:35: Disseram, pois, os judeus uns aos
outros: “Para onde ele irá, que não o achare­
mos? Irá, porventura, para a Dispersão entre os
helenistas, e ensinará os gregos? crgi-.i; i pe i-.i/
Isto era somente para a sua noiva. Esta intimidade era
somente para ela. Ela o buscaria e o acharia, e estaria onde
ele estivesse (Jo 14:1 -3)
João 7:36: Que palavra é esta que ele disse:
Buscar-me-eis e não me achareis; e: onde eu
estou, vós não podeis vir? ”
Esta era a sua hora, pois os seus irmãos queriam que ele
se precipitasse, e se manifestasse antes do tempo. Ele
esperou o momento certo. Este era o último dia da festa.
Naturalmente pensamos que este dia era o sétimo dia.
Mas, na verdade o último dia erao oitavo dia (Lv23:33-
36). Era o grande dia, pois era o dia solene onde as ofertas
378
JOÃO 7:38
eram totalmente queimadas, era dia de holocausto e
não de sacrifício. Era dia de consagração. No sacrifício,
a oferta viva era em parte queimada, mas no holocausto
a oferta era totalmente queimada. Nesse dia, no qual
nenhuma obra servil era feita, Jesus levantou-se e ofereceu
definitivamente a água viva da qual falara no capítulo
anterior; esta era uma ocasião em que eles lembravam
dos dias de grande sequidão no deserto, quando todos
se sacrificavam deixando de beber água todo o dia. Jesus
levantou-se, em meio àquela excelente oportunidade, e
ofereceu água viva. Se a mulher samaritana estivesse ali,
saberia o que dizer sobre aquele elemento do qual havia
experimentado. Ele referia-se ao Espírito Santo. Havia
chegado o fim da sequidão no deserto. Aqui, ele revela qual
era verdadeiramente o seu sangue
João 7:37: No último dia, o grande dia da
Festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo:
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
(Lv23:26; ls 55:1 -3;Ap 22:17)
Ele estava referindo-se ao Espírito Santo que,
temporariamente, está em nosso espírito humano, o
qual enche a nossa alma, mas que estará definitivamente
correndo em nossas veias, como as águas no globo da
Terra. A água incorruptível que pelo calor livra-se da lama
e que, por meio do frio, livra-se de seus obstáculos. A água
viva representa a vida divina que ele também derramaria
na cruz. Quem cresse nele receberia o Espírito Sánto em
sua plenitude, a partir do espirito humano, o qual, com
certeza, o levantaria definitivamente da sepultura. Ele
está oferecendo o seu sangue como verdadeira bebida.
Futuramente, todos os santos que ressuscitarem terão
nas veias de seus corpos ressurretos água da vida, que é a
natureza do Espírito Santo, de forma literal
João 7:38: Quem crê em mim, com o diz
a Escritura, rios de águas vivas correrão do
seu interior”. (Ez 43:3-5;47:l;A p 22:l;Zc 14:8;Is 12:3;
Jo 4:10,14;St46:4)
(1 )0 exemplo de Jesus: Ele esperava que o Espírito
Santo fosse dado aos seus discípulos, porque sabia que
somente pelo poder do Espírito Santo os seus discípulos
poderiam realizar as obras de Deus. (2) Vemos na dispersão
dos discípulos, na ocasião da morte de Jesus, que eles
necessitavam de um Consolador. O Consolador abriria
o Cenáculo fechado e libertaria o Pedro entristecido; o
Consolador traria de volta Tomé ao culto e inspiraria as
mulheres quejaziamno esconderijo do silêncio. (3) O
ato de “rogar” ao Pai para que enviasse o Consolador
era profético. Ele prometeu rogar ao Pai porque sabia
que o Espírito Santo fora tirado do meio dos homens (Gn
6:3). (4) O Espírito Santo somente seria enviado sobre os
homens regenerados, sem nenhuma restrição, sejesus
fosse glorificado (Jo 7:38-39). Enquantojesus não fosse
glorificado, nada aconteceria; esta foi a preocupação de
Jesus em João 17:1 -5. Esta era a exigência que deveria
ser cumprida para que o Espírito Santo fosse enviado: a
glorificação de Cristo; ele precisava ser glorificado; e o
próprio Jesus deveria rogar ao Pai para que o glorificasse, e
a sua glorificação era a sua ressurreição; asua glorificação
7:39
deveria serum acontecimento real que se daria depois da
sua ascensão, no Céu, quandojesus fosse apresentado
diante do Pai e dos anjos (Hb 2; Dn 7:9,13). O Espírito
Santo não poderia deixar as rodas do trono para estar
definitivamente com algreja sejesus não fosse glorificado.
Até hoje a glorificação de Cristo é um fator preponderante
para que ele seja manifestado sobre a vida de uma pessoa.
A invocação e a glorificação de Cristo devem acontecer;
por isso, entre as três obras fundamentais do Espírito
Santo na Graça, destaca-se a glorificação de Cristo; se o
glorificamos, o Espírito Santo se manifesta imediatamente.
Esta glorificação deu-se após a sua entrada definitiva na
Glória celestial, após a sua ascensão, depois de quarenta
dias de permanência na terra com os seus discípulos, após
a sua ressurreição (At 1:3). (5) O divisor de águas entre a
chegada de Cristo no Céu e a vinda definitiva do Espírito
Santo sobre a Igreja, para dar cumprimento à promessa do
Consolador, foi a glorificação do Espírito Santo. Quando
Jesus chegou imortal ao Céu, o Espírito Santo estava
diante do trono (Ap 1:4,5), e, em seguida à glorificação
de Cristo, ele foi conduzido até Jerusalém, desde o trono,
até os discípulos, no Cenáculo, quando ele repousou
sobre cada um dos quase cento e vinte irmãos que ali
estavam reunidos (At2:l -4; Ez 1:4). Ezequiel, capítulo
1, verso 4, é uma demonstração desse momento. (6) Por
que era importante quejesus comparecesse diante do
Pai com o corpo humano glorificado? Na ocasião em que
Jesus se expressou, conforme o registro dejoão 7:37-38,
entendemos que Cristo (a) desejava a vinda do Espírito
Santo sobre os seus apóstolos; (b) esperava que o Espírito
Santo fizesse, pelos seus discípulos, a mesma obra que
havia feito por intermédio dele. Por que os discípulos
ainda não eram batizados com o Espírito Santo? Porque
esperava-se a paixão e a morte de Cristo, e sua consequente
ressurreição e glorificação, (c) Qual era a importância
da glorificação de Cristo? (Jo 17:4-5). Como efeito da
glorificação de Jesus Cristo, o Espírito Santo foi derramado.
(d) Jesus queria transformar a vida de seus discípulos,
revolucionando a prática de seus ministérios, com a
habitação do Espírito Santo. (7) No Antigo Testamento,
o Espírito Santo possuiu pessoas como Sansão e Saul,
porque elas não buscavam, diariamente, uma vida de
santificação diária, somente sete dias por ano. E a presença
contínua do Espírito Santo exigia sanridade(testemunho)
e sanfí/ícação(mediante um preço depositado). Exigia
santidade da pessoa sobre quem permanecia, como Davi e
Moisés. O Espírito Santo possuía uma só pessoa, e daí fluía,
em porções, sobre às outras pessoas. (8) Jesus queria que
o Pai desse o Espírito Santo aos seus discípulos porque,
no Antigo Pacto, não era exigido de pessoa alguma o novo
nascimento; foijesus quem inaugurou esta doutrina sobre
a qual Samuel profetizou: que a obra do Espírito Santo
operaria uma transformação no homem (1 Sm 10:6). Por
issojesus orava a fim de que o Pai o glorificasse. Ele sabia
que a sua glorificação liberaria o Espírito sobre os seus
discípulos (Jo 7:37-39). Esta era a principal exigência
de sua vinda, a glorificação do Filho; pois, na sua vez,
o Filho havia glorificado o Pai. (9) Jesus queria que o
Espírito Santo enchesse o ser inteiro de cada um de seus
discípulos e não viesse, simplesmente, para possuí-los.
(a) Jesus sabia que a possessão (“domínio sobrenatural
de uma alma”) era temporária e que esta humilhava a
J oão 7:39
identidade do indivíduo; (b) sabia ainda que a possessão
sujeitava a mente e que o espírito humano continuava
vazio; (c) sabia que a possessão era perigosa, pois a pessoa
podia ser cheia do Espírito Santo (sem saber o que estava
fazendo) e, depois de ter sido usada, posteriormente, podia
seguir a sua própria vontade, debaixo dos domínios da
carne, como foi o caso de Sansão e de muitos outros que,
temporariamente, foram tomados pelo Espírito Santo.
Jesus queria que o Espírito Santo permanecesse com os
seus discípulos, e que também não os abandonasse depois
do ato de pecado, mas que os convencesse disso, da justiça
(pela Palavra) e do juízo (vindouro, depois do pecado). E
se o homem não aceitasse a sua correção, isso seria de sua
inteira responsabilidade. (10) Como foi o ministério do
Espírito Santo, até aquele dia? (a) O Espírito Santo esteve
preparando aCriação, em um período incalculável (Gn 1:1-
2). Ele era preexistente (“o Espírito do Todo-Poderoso”,
Jó 33;4). (b) Nós o vemos como os sete Espíritos de Deus
(Ap 5:6; Is 11:2) manifestados no Candeeiro, em forma de
amendoeira, nas sete tranças de Sansão, nos sete castiçais
apocalípticos, nas cores, nas vestes sacerdotais, (c) Nós o
vemos nos períodos da criação de todas as coisas e depois
da criação (Gn 1:3 até Gnó:3). (d) Ele trabalhou na segunda
parte da Dispensação do Mistério, desde o período de
Gênesis 6:3 atéjoão Batista, (e) Nesse período não habitava
no espírito do homem, mas estava diante do Pai, no trono,
(f) Nesse período, ele enchia (o espírito e a alma), mas não
batizava (isto é, não incluía nesse mover os cinco sentidos
do corpo que o manifestariam ao mundo), até que, nos
sete Espíritos de Deus, foi revelado em Cristo e em seu
ministério terreno, (g) O Espírito Santo passou a habitar
em toda a sua plenitude somente em Cristo (Is 11:2,3).
Os sete Espíritos de Deus são manifestados em Cristo (Is
11:2,3). (1 )0 Espírito do Senhor (“Jeová”); (2) o Espírito
de Sabedoria; (3) o Espírito de Inteligência; (4) o Espirito
de Conselho; (5) o Espírito de Fortaleza; (6) o Espírito de
Conhecimento; (7) o Espírito do Temor do Senhor. Pelo
(a) Espírito dejeová ele foi concebido (Lc 1:35; 2:11); pelo
(b) Espírito de Fortaleza, ele cresceu e se fortaleceu (Lc
2:40); (c) pelo Espírito de Sabedoria, ele foi cheio desde os
seus doze anos (Lc2:40b, 52); (d) pelo Espírito de Temor,
ele ficou no Templo e trabalhou nos negócios de seu Pai
(Lc2:43); (e) pelo Espírito de Conhecimento, ele ouvia,
interrogava e discutia com os doutores (Lc2:47); (f) pelo
Espírito de Inteligência, ele respondia (Lc2:47); (g) pelo
Espírito de Conselho, ele executou o seu ministério terreno
a partir do seu batismo, quando este desceu sobre ele em
forma corpórea de uma pombinha (Lc3:22). Todos estão
revelados no livro de Lucas; assim os vemos, no ministério
de Cristo, esperando a sua glorificação. Por isso ele rogou
ao Pai que enviasse o Consolador, pois os seus discípulos
não seriam capazes de fazer nada proveitoso sem o Espírito
Santo. Somente depois da glorificação de Cristo, na ocasião
de sua entrada na Glória, após a sua ascensão, o Espírito
Santo foi enviado à Igreja na Terra (Ap 1:4; Ap 5:6)
João 7:39: E isto ele disse a respeito do Espí­
rito que haviam de receber os que cressem
nele; pois o Espírito ainda não fora dado, por
Jesus ainda não ter sido glorificado, m i.-i-2.-is;
Jl2:28;Ap l:4;5:6;At2:17,33;Jo 12:23; 12:!6;20:22)
379
7:40
Eles sentiam sede, pois estavam recordando um dia no
deserto. Era um dia de jejum de água. Ele se revelou como
sendo uma fonte de água. Ele os lembrou de Meribá, mas
eram elhorqueela,poiseraarochavivente(l Co 10:1,2).
Ele era a rocha que seria ferida a seguir, de onde águas
sairiam, como correntes, para alcançar o mundo
João 7:40: Então, alguns dentre o povo,
ouvindo estas palavras, diziam: “Verdadeira­
mente eSte é 0 Profeta”. (Mt21:ll;Jo1:21;6:l4)
Observe que eles, verdadeiramente, não sabiam de onde
ele era! Veja o comentário do verso 27
João 7:41 : Outros diziam: “Este é o Cristo”;
mas havia outros que diziam: “Da Galiléia
vem, pois, o Cristo? (jo U46;7:52)
Leia o comentário dos versos 27 e 41. Eles não o
conheciam. Ele era um mistério escondido com respeito
à sua origem humana, e como não seria u m mistério
escondido quanto à sua origem celestial? Foi nos termos de
Zebulon (a terra dos portos) e de Naftali (a terra do orador)
que Jesus começou o seu ministério (Gn 49:13,21; Mt 4:12-
16), sendo ele da tribo dejudá - a tribo real; mas isto estava
encoberto aos olhos deles. Jesus cumpriu as profecias de
Jacó sobre Zebulon e Naftali, antes de tudo
João 7:42: A Escritura não diz que o Cristo
vem da descendência de Davi e da aldeia de
Belém, de onde era Davi?”(jr23:5;Mq2:5,■Mt2.-S;
Lc2:4;Mq5:2)
De onde ele era. De Nazaré ou de Belém?
Era do Céu. A discussão estava formada
João 7:43: De modo que houve uma dissen­
são entre 0 povo por causa dele. sjo q.-ió ,- io .-iq )
Novamente ficaram apenas com a vontade. Não tinham o
consentimento do Pai para fazer tal coisa, e ele não havia
terminado o seu ministério (Ap 11:7)
João 7:44: E alguns deles queriam prendê-lo;
mas ninguém lhe pôs as mãos. /jo7:30;
Foi o mesmo desejo de Saul quando enviou guardas
para prender a Davi. Eles voltaram profetizando. Saul
tornou a enviá-los, e assim sucedeu novamente. Até
que o próprio Saul foi à procura de Saul. O problema era
que Davi estava sob cobertura de um homem de grande
autoridade espiritual. Os cinqüenta filhos de profetas
estavam reunidos louvando e orando. Quando os guardas
chegavam, a unção os cobria e eles também profetizavam.
Saul, que já experimentara este poder agora profetizará
contra si mesmo, em favor de Davi. Da mesma forma, os
sacerdotes e fariseus pergu ntaram-lhes porque não o
haviam trazido. Qual seria a resposta?
João 7:45: Os servos do Templo ( “noiri-
nhos ”) voltaram aos príncipes dos sacerdotes
e fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que
não o trouxestes?”
Eles eram prisioneiros dos sacerdotes, mas ele era livre;
JOÃO 7:50
verdadeiramente livre. A Palavra de Deus jamais estará
presa. Ela fala ao coração, e alcança até a divisão da alma
e do espírito, chega às juntas e medulas, discerne os
pensamentos e as intenções do coração. Por isso eles
chegaram à seguinte conclusão: “Ninguém jamais falou
como este homem”. Ele tinha a bênção de Naftali (Gn
49:21): “Ele profere palavras formosas”; foi o maior orador
que já se levantou sobre a Terra
João 7:46: E os servos lhes responderam:
“Nunca alguém falou assim como este ho­
m em ”. (Gn 49:2l;Mt 7:28,29)
Se o ato de reconhecer que ele era profeta, ungido,
iluminado, incomparável era um engano, eles queriam
estar enganados, aos olhos dos entendidos e conhecedores
da Lei e da falsa santidade. Se no seu engano eles estavam
certos, imagine quando estivessem certos!
João 7:47: Então os fariseus lhes responde­
ram: “Fostes vós também enganadosl(jo7:i2;
Eles não tinham idéia de onde sua doutrina vinha! Eles
não tinham idéia do local onde ele seria sepultado por três
dias; nem de quem lhe emprestaria a sua sepultura; pois
não necessitaria dela por mais de três dias: Na sepultura de
José de Arimatéia, um dos mais renomados e respeitados
membros daquele Sinédrio. Eles não perdoariam a
atitude de Nicodemos que, depois de gastar todas as suas
economias, compareceu ao Calvário com dezenas de
metros de linho fino para o cobrir, quando Jesus foi retirado
da cruz e levado à sepultura
João 7:48: Porventura, algum dos príncipes ou
alguém dentre os fariseus creu nele? (jo i2:42}\
Eles não sabiam a Lei, mas sabiam de quem falava a Lei; e
o cumpridor da Lei estava ali, entre eles. E os entendidòs
tentavam impedir que as pessoas o reconhecessem,
verdadeiramente. Mas Deus revelou a Lei para a multidão.
A multidão pode não ter acesso à verdadeira leitu ra
da verdade, pode não alcançar os avançados níveis de
conhecimento, mas a multidão saberá julgar. Ela saberá
quem pode ser o líder, e quem é o amado. Malditos
são aqueles quesabem aLeienãoa praticam. Eles,
verdadeiramente, eram muito mal informados: Não sabiam
de onde era o Nazareno; não sabiam que havia seguidores
de Cristo no seleto Sinédrio, onde eles se assentavam para
julgar. Quem não conhecia? Quem era maldito?
João 7:49: Mas esta multidão, que não sabe
a Lei, é maldita”.
Nicodemos estava certo, pois ele percebeu que todas as coisas
que faziam estavam cheias de injustiça. Nicodemos, o grande
intérprete da Lei, doutor que, provavelmente, ouviu o menino
noTemplo, quando ainda tinha doze anos. Agora já velho,
e tendo entendido a doutrina do novo nascimento, era um
defensor dejesus. Eis aqui uma das suas autoridades!
João 7:50: Então, N icodem os disse-lhes
(aquele que antes veio ter com Jesus, o qual
era um deles): iDt t9:i5;jo3:i,2)
Veremos nos capítulos 18 e 19 como eles cometeram
injustiças e fizeram um show de ilegalidades
380
7:51
João 7:51 : “Anossa Lei, porventura, julgaria
um hom em sem primeiro ouvi-lo e saber o
que ele fez?”
Eles tinham a idéia fixa de que alguém não podia ser profeta
se fosse originário de uma região onde jamais houve outro
semelhante a ele. Ou seja, para ser um ministro, dependia
de sua naturalidade e não do seu chamado de Deus nem da
unção do Espírito Santo! Eles que, há trinta e três anos, não
perceberam que um menino, ainda bebê, passou devolta
de Belém em direção a Nazaré. Eles sabiam onde estava
escrito que o Messias viria de Belém, mas juravam que
ele era de Nazaré da Galiléia. Ele, porém, era de Belém e
herdeiro legítimo das terras de Boazjessé, Davi e Natã
João 7:52: Responderam e lhe disseram: “És
tu também galileu? Examina e verás que da
Galiléia nunca se levantou nenhum profeta”.
Imaginemos como eles foram para suas casas! Enquanto
eles se dirigiam para suas casas, Jesus se dirigiu ao centro de
oração e adoração ao Pai: O Getsêmani
João 7:53: E cada um foi para sua casa.
João, capítulo oito (8)
Bendito centro de adoração, de batalha e de luta em oração!
Ali erá o lugar da vontade do Filho render-se aos pés do Pai,
onde Ele quebrantava o seu vaso e onde derramava o seu
perfume de louvor diante do Pai. Era o lugar onde somente
os dois conversavam, às claras, onde os demais não
conseguiam estar lúcidos. Getsêmani, lugar da intimidade,
que o atraía a cada instante, pois a comunhão o compelia
ao Pai. Bendito jardim das Oliveiras! Ali era o lugaronde
ele não mostrava vestes resplandecentes, nem a sua glória
era superior ao sol, nem estava acompanhado pela Lei e
pelos Profetas; o lugar onde a sua oração era intensiva, onde
as respostas eram internas, onde nada era visível, onde
nada era palpável, ondeosuorera como gotas de sangue,
onde ele resistia até o sangue contra o pecado, onde o alvo
proposto foi visto de longe, onde as testemunhas eram
como nuvens! Bendito Getsêmani, lugaronde os joelhos
se curvaram e os anjos serviram. Bendito Getsêmani,
onde a vontade do Pai foi mais forte, e onde o eu do
Jesus-homem submeteu-se à vontade paterna. Bendito
Getsêmani, onde o cálice passou somente por um, onde
aazeitona foi espremida três vezes, onde o azeite era a
vida em forma de sangue. Bendito Getsêmani, onde era
melhor obedecer do que sacrificar, onde o beijo o indicou
como Cordeiro do sacrifício, embora o considerassem
como um criminoso. Bendito Getsêmani, lugar onde
os pés do Leão da Tribo de Judá pisarão em glória e com
opoderdepartira terra ao meio, a fim de fazer verter a
verdadeira água que sai pela bacia de bronze, mas que
vem do trono de Deus (Ez47:2; 43:3-5), do Santíssimo ao
átrio do Tempo de Ezequiel; dali, onde a pequena fonte
de Gion profetizava há milênios, em cada gota, que um
dia o Messias viria exaltado sobre o mesmo lugar onde foi
humilhado. Bendito Getsêmani
João 8:1 : Jesus, porém, foi para o monte das
Oliveiras. fix2i:37j
8:3
Os grandes lideres da História sempre cultivaram o bom
costume de começar a trabalhar bem cedo. O ministério
dejesus era ensinar, e ele ensinava a todos quantos vinham
ter com ele. O seu assentar manifestava a tranqüilidade de
quem estava na casa do Senhor e habitava ali. Toda aquela
noite ele esteve treinando no Getsêmani; pois sabia que em
uma dessas noites, precisamente no ano seguinte, estaria
de volta ali; especialmente para ele, tomava-se fundamental
o seu exercício em oração. Ele treinava a sua paixão, pois
sabia que precisava de preparo. Seus ombros treinados com
trabalhos da carpintaria estavam prontos, mas a sua alma
precisava de treinamento; e é isto que a oração opera em
nós; ela nos prepara espiritualmente para enfrentarmos a
tentação e a provação. Aoração treina a nossa alma para que
sejamos imunesàs frustrações nos momentos decisivos de
nossa vida. Depois da oração, ele sentia estar preparado para
ensinarnoTemplo, e nisto consistia a sua autoridade: Na
comunhão com o Pai. Quem vive de joelhos no Getsêmani,
podesentar-se para ensinarnoTemplo
João 8:2: E, ainda de madrugada, voltou ao
Templo, e todo o povo vinha ter com ele; e
Jesus, assentando-se, os ensinava.
Quem passar uma noite em oração, estará pronto para
discernir. Umapessoa apanhada em adultério sempre será
colocadano meio do grupo dos curiosos; pois o lugar do
meio é o espaço reservado àqueles que pagam o preço. O
principado da comunicação procura oportunidades para
gerar lucro, e este m eioé,em sua maioria, manipulado
por espíritos malignos anticristãos. Em nome da falsa
liberdade faz-se muita injustiça. Não queira cair no meio da
curiosidade de um povo e no parecer dos comunicadores
sem nada a perder. Mas saiba que a curiosidade da multidão
comete graves falhas. Acusa o mais fraco na aparência
e deixa escapar aquele que pode subomá-la; pois onde
estava o varão com quem a pobre mulher adulterava?
Eles a trouxeram a Cristo para que ele decidisse em nome
do Conselho. Jesus sabia que era uma armadilha bem
preparada, e também um grande teste. Então, Jesus fez o
papel de defensor público
João 8:3: Os escribas e fariseus trouxeram-
lhe uma mulher surpreendida em adultério;
e, pondo-a no meio do grupo,
Lendo o texto de Levítico 20:10, e Deuteronômio 22:22,
temos as seguintes revelações: A mulher somente poderia
ser apedrejada sozinha se tivesse enganado o seu marido,
dizendo-lhe que era virgem e ocultando-lhe a verdade (Dt
22:20,21). Eesse não era o caso dessa mulher. Eraum caso
complexo, porque ela era esposa legal de um homem, isto
é, estava casada diante de um juiz de paz. Nesta condição,
a mulher era conhecida como “desposada”, isto é,
comprometida legalmente com o seu esposo. Maria, por
exemplo, já era esposa dejosé, pois a ata de seu matrimônio
jáhavia sido lavrada diante de um juiz de paz; por isso,
Mateus a considerava “desposada com José ”. Esta mulher
que foi apresentada ajesus estava desposada de outro
homem, mas na cidade envolveu-se com outro. Nesse caso,
ambos deveriam morrer (Dt 22:23,24). Conhecendo bem a
Lei, Jesus aplicou a justiça; pois ela estava só e seu cúmplice
não estava presente. Em outra situação que envolvesse
8:4
uma mulher suspeita de adultério, a mulher, a pedido
do marido, deveria passar pelo processo de averiguação
sacerdotal registrado em Números 5 e, neste caso, não seria
apedrejada, mas receberia uma punição direta de Deus,
como a maldição sobre o seu ventre e sobre as suas coxas
João 8:4: disseram-lhe: “Mestre, esta mulher
foi flagrada no próprio ato de adultério.
O machismo deles era doentio, pois, nesse caso, a Lei
ordenava que o homem e a mulher deveriam morrer
apedrejados, mas eles usavam o artigo no feminino,
pluralizando-o (“as”), afirmando que somente
as mulheres eram dignas de morte
João 8:5: E, na Lei, M oisés nos mandou
que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que
dizes? ” (Lv20:10;Dt22:22-24':
Todas as palavras ditas, mais a condição em que
apresentaram aquela mulher, formavam um cenário
que resultaria em uma futura acusação. As pedradas
significavam que a Lei escrita por Moisés caía sobre a
cabeça do infrator. Quandojesus começou a escrever com
o dedo na terra, estava mostrando que não era assim que
estava escrito na Lei. Quem sabe se não estava escrevendo:
“Vocês sabem que não é isso que está escrito na Lei”. Ele
mesmo estava presente quando a Lei foi primeiramente
escrita pelos dedos de Deus, sobre pedaços de rocha.
Agora, ele a reescreve com os mesmos dedos sobre a
rocha desfeita em areia. Que palavras escrevia com os
dedos na terra? Será que escrevia sobre o juízo que eles
dariam? Aquela mulher não teria passado toda aquela
noite adulterando? Na verdade, o juízo e acondenação
da graça não são escritos em pedra, mas na areia, porque
quem se arrepende, tem cancelada a sua acusação. Quando
ele escreveu seu juízo contra Belsazar, os seus dedos
escreveram na parede de pedra; mas, quando ele escreveu
a sentença daquela mulher na areia, demonstrava a sua
graça sobre a Lei e contra os seus acusadores. Eram datas,
eram lembranças. Eles leram o quejesus escrevia, com
certeza. Esta primeira inclinação representava a vinda da
Lei sobre o Sinai, mas esta Lei não tirava o pecado, apenas
o cobria; sua primeira inclinação falava de sua presença
como o Verbo de Deus no Sinai
João 8:6: Isto diziam, tentando-o, para terem
de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se,
escrevia na terra com o dedo.
A Lei não dava para nenhum deles o privilégio de estar
sem pecado, pois a mesma Lei não tirava os pecados, mas
os cobria; somente o Cordeiro de Deus tiraria os pecados.
Este texto tem sido mal interpretado durante milênios.
As duas inclinações de Jesus sobre a terra eram atitudes
proféticas que envolviam dois tempos. Na primeira,
lembramos que Deus escreveu no Sinai; e, quando os
fariseus insistiram em perguntar-lhe, Jesus lhes fez, uma
pergunta muito difícil, que demonstrava a condição de
todos aqueles que criam na Lei, indicando-lhes que era
impossível para a Lei ti rar os pecados
João 8:7: E, como insistissem, perguntando-
lhe, levantou-se e disse-lhes: “Aquele que
JOÃO 8:9
dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro
a atirar pedra contra ela”. /vt i7:7;Rm2:ij
Ele se inclina pela segunda vez. Agora, pela graça de
Deus, ele revela a bondade de Deus por ter enviado o seu
Filhojesus Cristo para encamar-se entre os homens. Ao
escrever, pela segunda vez, na areia, ele parece escrever
um Novo Mandamento sobre a terra. O que a Lei veio fazer?
A Lei veio revelar os pecados. Antes da Lei, os homens
estavam condenados à morte, coletivamente, em Adão, por
causa do pecado de Adão. Nenhuma pessoa recebia sobre
si a imputação de seu pecado, por causa da condenação
final já dadaa Adão e à sua raça, que era a morte. Nele,
em Adão, todos pecaram e destituídos ficaramdaluzda
glória de Deus. Então, Lameque já estava condenado e, da
mesma forma, todos aqueles que nasceriam, mesmo que
não pecassem à semelhança do pecado de Adão, isto é,
como as crianças inocentes e como Cristo (Rm 5:14), pois
morreriam de qualquerforma. Assim a morte reinou até a
chegada da Lei, pois os homens jamais seriam condenados
por seus próprios atos, pois sempre se escondiam na
culpabilidade de Adão. Naquele tempo, quem estava livre
do pecado? Quem teria vitória sobre o pecado? Então, todos
os acusadores, baseados na Lei, perderam a força para
apedrejá-la, porque a graça a libertou dos seus acusadores,
no momento em quejesus se inclinou pela segunda vez,
tipificando a sua ressurreição. A graça foi eliminando um
por um os seus acusadores
João 8:8: E, tornando a inclinar-se, escrevia
na terra.
Os acusadores mais velhos representam aqueles que
viveram sob o jugo da Lei, os quais entenderam isso
claramente. Os últimos da Lei são os primeiros na graça,
comojoão, e estes eram os mais novos. Os antigos, do
tempos da Lei, estavam diante de um Cristo-Lei e de um
Cristo-Graça! A Lei foi boa, pois condenou o homem de sèu
pecado individual, destruindo a tragédia da vida humana
sem policiamento e sem juízo; mas a graça é maior, pois
ela liberta o homem dos seus acusadores pelo poder do
arrependimento e pela mudança devida, gerada pelo novo
nascimento. Jesus escrevia “um Novo Mandamento” e lhes
ministrava. Foi o que ele disse: “um Novo Mandamento
escrevo em vossos corações, não em pedras”. A base do
seu Novo Mandamento erao amor, e este amor, hoje,
é a base do perdão, e este perdão nos leva a alcançar a
justificação. Esta é a justiça de Cristo. Os últimos, os mais
novos, conheceram a nova escrita, pois conheceram a
graça de Deus, quando os acusadores fugiam da graça e da
ressurreição de Cristo
João 8:9: Depois de ouvirem isto, e acusados
por sua própria consciência, foram saindo um
por um, começando desde os mais velhos até
aos últimos; e ficou só Jesus e a mulher, que
estava no meio. ,'Rm2:22j
Quando ele se ergue novamente, demonstra um ato
enérgico que significa a ressurreição, cujo poder afugenta
a condenação de sobre aqueles que nele crêem (Rm
8:1). A ressurreição de Cristo acontece com poder
sobrenatural e assustadoramente elimina toda a acusação
382
8:10
contra aqueles que crêem no Novo Mandamento escrito
em corações de carne. A graça se estabelece com a
ressurreição, e ela afugenta a multidão dos acusadores
e ainda tira os pecados. Jesus ainda perguntou pelos
acusadores. O poder da ressurreição expulsa todo escrito
de dívida e elimina toda condenação (Cl 2:15-17). Este é o
poder da ressurreição de Cristo
João 8:10: Então, erguendo-se Jesus e não
vendo a ninguém mais além da mulher, per-
guntou-lhe: “Mulher, onde estão aqueles que
te acusavam? Ninguém te condenou?”
Este é o poder da graça. Mas a graça não está só. Ela se
estabeleceu de uma vez com a ressurreição de Cristo e com
o Novo Mandamento. Ela resolve o problema do pecado,
ela tira o pecado, diferentemente dos cerimoniais legais
que somente o cobriam. Aqueles homens foram embora
com os seus pecados, mas aquela mulher saiu livre e sem
pecado, pois este foi o poder manifestado do perdão de
Cristo. Jesus perdoou o seu pecado e não fez cerimoniais
legalistas, não chamou o seu marido e a sua família para
divulgar o seu erro. Jesus perdoou o seu pecado e a exortou:
“Não peques mais”. O perdão dejesus (1) a livrou de seus
acusadores; (2) destituiu a assembléia extraordinária que
se reuniu para ouvire presenciaro seu julgamento; (3)
envergonhou os acusadores; (4) perdoou apenas a mulher
e condenou os seus acusadores; (5) absolveu-a para avida
e para a sua família, (6) mostrou-lhe o poder mortal do
pecado, do qual ficou livre; (7) livrou-a da condenação dos
homens e de Deus
João 8:11: E ela respondeu: “Ninguém, Se­
nhor”. E disse-lhe Jesus: “Nem eu também te
condeno; vai-te, enão peques mais”. fjo3:i8;S:i4)
“Como luz, tenho revelação direta do Pai”. Tudo dele era
vivo: pão vivo, água da vida e luz da vida, caminho novo e
vivo (Hb 10:19). Ele preocupou-se com a continuidade da
vida daquela mulher. Como ela permaneceria sem pecado?
Deveria andar na luz. Ele se oferecia como asualuz. Por
isso, o evangelistajoão escreve na sua primeira epístola
que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados”. Mas também diz que “se
andarmos na luz como ele na luz está, e tivermos comunhão
uns com os outros, o sangue dejesus nos purifica de todo
pecado” (ljo l:7).Masahistórianãoterminounesse
ponto, pois Jesus lhe mostrou o caminho em que devia
andar, segundo a palavra de seu Pai que falava no seu
interior: No Caminho da Luz. Assim ela evitaria andar em
trevas, onde foi apanhada em adultério, e teria a Luz da
Vida. Seguir aJesus seria uma decisão sábia para ela, pois
jamais acabaria diante de um juízo, diante dos homens
João 8:12: Então Jesus voltou a dizer-lhes:
“Eu sou a luz do mundo; aquele que m e segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
!Jo 1:4; 9:5; 12:35; 3:19; 12:46)
No texto deApocalipselem osqueestaluzéa lâmpada, e a
energia para esta luz vem do Pai. Mas eles não entendiam
isto. Eles não sabiam a origem humana dejesus, se de
Belém ou de Nazaré. Será que eles teriam pego Jesus
J oão 8:16
pela sua palavra de testemunho? Mas foi o Pai quem
deu o testemunho através do Filho (Jo 8:37), e eles não
perceberam, pois o Pai falava pelo Filho
João 8:13: Os fariseus lhe disseram: “Tu dás ,
testemunho de ti mesmo; logo, o teu testemu- ,
nho não é verdadeiro”. (jo5:3i;jo8:37)
O seu testemunho parecia uma contradição (Jo 5:31), Q
porque Jesus, em outro texto, já havia dito que se desse
testemunho de si mesmo, o seu testemunho não era
verdadeiro (v. 13; Jo 5:14,31). Mas ele estava expressando
o testemunho de seu homem interior, o seu Espírito.
O seu testemunho não se comparava a nenhum outro, ■ .
nem julgava a ninguém. Paulo escreve sobre isto em
Gálatas 6:4. Neste texto, Paulo ensina que cada um deve
provar o seu próprio serviço, e então poderá regozijar-
se em si mesmo, e não noutro. Deus permite que nos
sintamos bem quanto ao nosso serviço, com o resultado
advindo de nosso ministério ou da realização de nosso
serviço, mas dentro de nós mesmos. Pois a nossa obra
fala por si mesma, e Deus não nos permite que nos
gloriemos além da conta que ele determinou dentro de
nós. Externamente, a obra falará por nós. Este exame
é interno, mental, espiritual, dentro de nosso coração.
Neste exame no coração sabemos o quanto estamos
sendo sinceros e o quanto passamos do limite
João 8:14: Respondeu-lhes Jesus: “Ainda que
eu testifico de mim mesmo, meu testemunho
é verdadeiro, porque eu sei de onde vim e
para onde eu vou; mas vós não sabeis de onde
venho, nem para onde vou. (jo i8-.37; i3-.3; i6.-28;
7:28; 9:29;Ap3:14)
Se ele desse testemunho demonstrando carnalidade, isto é,
para levantar o seu ego em comparação às obras dos outros
profetas, ou semelhantes, ele estaria dando testemunho
de si mesmo. Mas o texto de João 5:22 registra que o Pai a
ninguém julga, pois deu o poder de julgamento ao Filho. Ele
ainda não exerceu este poder, mas há de exercê-lo quando
começara romper os selos do Apocalipse
João 8:15: Vós julgais segundo a carne, eu a j
ninguém julgo. fJo7:24;3:17)
(1) Os dois julgam e isto mostra o poder desse conselho
eternodemagistraturasobretodososjuízes,defensores, , ,-Jj
promotores, vítimas e réus. Mas o exercício do
julgamento está com o Filho, embora ele ainda não o
exerça permanentemente. O Pai e o Filho sempre estão
em acordo, e revelam a sua unidade como modelo. (2)
Mais uma vez ele revela a sua perfeita unidade. Leia o
comentário do capítulo dezessete
João 8:16: E, se eu julgo, o meu juízo é verda­
deiro, porque eu não estou só, mas somos eu
e o Pai que me enviou. (joS:30; 8:29; 16.321
Ao mesmo tempo em que ele dá testemunho, o Pai está
em pleno acordo; pois ele tem o corpo físico para estar no
mundo. Ele por isso fala em nome do Pai e pelo Pai. Por isso,
deixa-se falar pelo Pai
383
8:17
João 8:17: Na vossa Lei está escrito que o
testemunho de duas pessoas é verdadeiro, m
17:6; 19:15;Mt 18:!6j
Jesus revela que o Filho pode dar o seu próprio
testemunho, mas revela também que o Pai
pode dar o seu testemunho (8:14)
João 8:18: Eu sou o que testifico de mim mes­
mo, e o Pai que me enviou também testifica
de mim”. íjos-,
Era uma pergunta ofensiva, pois acusavam a sua mãe de
ter coabitado com um samaritano, dando origem ajesus.
No verso, eles o chamarão de samaritano endemoninhado
(8:48). Você verá que durante o julgamento dejesus os
líderes do povo terão dificuldade para encontrar duas
testemunhas. Muitas se inscreveram, mas não encontraram
duas testemunhas verdadeiras. Jesus está apresentando suas
testemunhas proféticas e antecipadamente. Eles não têm
nenhuma no juízo falso e mentiroso
João 8:19: Então lhe perguntaram: “Onde
está o teu Pai?” E Jesus respondeu: “Não co­
nheceis nem a mim nem a meu Pai; se vós me
conhecêsseis a mim, também conheceríeis a
meu ? ai”. (Jo 14:7; 16:3!
Profeticamente, Jesus estava demonstrando de modo
antecipado que o sistema judicial dos judeus estava
enfraquecido para poder julgá-lo com ampla e irrestrita
justiça. E, no lugar do tesouro, de onde iriam sair as trinta
peças de prata para quitar o preço da traição, ele proferiu
estas palavras. Devemos lembrar que ele esteve toda
aquela noite no Getsêmani
João 8:20: Jesus proferiu estas palavras no
lugar onde estavam os depositórios das ofer­
tas, quando ensinava no Templo; e ninguém o
prendeu, porque ainda não era chegada a sua
hora. (Mc 12:41;]o7:30j
A única luz que eles tinham, pela qual eles poderiam
ser livres do poder do pecado, estava retirando-se. Ele
lembrava de cada pessoa que esteve em volta da mulher
adúltera, isto é, de cada um que se retirou sem ser
justificado de seus pecados. Agora era hora dejesus retirar-
se. O Salvador dos pecados se retirava. E eles continuariam
nos seus pecados. Não poderiam ir para onde ele ia, sem
antes estar justificados e sem pecado
João 8:21: Então, novamente Jesus lhes dis­
se: “Eu me retiro; buscar-me-eis, mas morre­
reis em vossos pecados. Para onde eu vou vós
não podeis ir”. 0o7:34; m »
Acusavam-no de endemoninhado, suicida, blasfemo, auto
promotor carnal, mas estavam conjecturando se iria estar
ou não no meio dos gregos; depois perguntaram se iria
suicidar-se. Mas ele estaria investindo a sua própria vida.
Parecia suicídio, mas era um investimento, porque tinha
poder para tomá-la de volta como em um resgate
384
JOÃO 8:27
João 8:22: Diziam, pois, os judeus: “Será que
ele vai tirar a sua própria vida, pois diz: Para
onde eu vou vós não podeis ir?”
Estas palavras nos fazem lembrar asituação dejacó em Gósen,
no Egito. Ele vivia no Egito, seu povo estava ali, mas ele queria
voltar para Canaã. Por isso, ele chamou os seus filhos, e disse-
lhes: “não permita que meu corpo seja sepultado nesta terra.
Levem-me daqui e sepultem nos sepulcros de meus pais”. Ele
estavavivendo estas palavras tipológjcas. Asepultura de seus
pais tipificava o trono do Pai, e o Egjto representavao mundo.
Assim como o Egito não era paraJacó, o sistema deste mundo
não servia para Cristo. Ele precisava ir para chamar a atenção
dos filhos de Israel às promessas feitas por Deus a Abraão, isto
é, para seivir-lhes de primíciase de atração, pois um dia os seus
voltariam para Canaã
João 8:23: E prosseguiu: “Vós sois de baixo,
eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não
sou deste mundo. ijo3:3i; i7:i4)
Muitos de Israel perderam o alvo no Egito, e nunca mais
desejaram a realização dapromessa de Deus feita a
Abraão. Foi isto o que aconteceu com aquela velha geração
que amou o Egito e morreu durante a sua caminhada no
deserto, sem ter entrado na terra da promessa
João 8:24: Por isso vos disse que morrereis
em vossos pecados; porque, se não crerdes
que Eu Sou, em vossos pecados morrereis”.
(Mc I3:6;J o4:26: 13:19!
Várias vezesjesus usou esta frase que somente como Deus
poderia usá-la: “Eu Sou”. Esta era a intrigante pergunta de
Satanás, desde aquele dia em quejesus saiu do batismo
e foi para o deserto ele estava à procura de uma resposta
definitiva: Ele é Deus? Ele usou a todos: demônios, pessoas,
sacerdotes e reis, querendo saber a resposta. Ele queria
saber se, de fato, Ele estavano Céu, quando Satanás operava
como o Grande Luzeiro. Ele fazia qualquer coisa para sanar
aquela dúvida. Este nome, “Eu Sou”, foi o nome de Deus
revelado a Moisés, ejesus se apresenta como tal, isto é, como
o único e verdadeiro Deus, que era, que é e que será (Dt
32:39)
João 8:25: Então, perguntaram-lhe: “Quem
és tu?” Jesus lhes respondeu: “Absolutamen­
te aquele que já vos disse desde o princípio.
O convencimento dos pecados, o convencimento da justiça
e o convencimento do juízo ainda seriam feitos por ele até a
vinda do Espírito Santo. Mas ele estava se retirando
João 8:26: Muitas coisas tenho para dizer
e julgar a respeito de vós; porém aquele que
me enviou é verdadeiro; e aquilo que eu ouvi
dele, isso digo no m undo”. íjo7:28;3:32; is.-isj
A unidade entre os dois era tão grande que
eles não percebiam quando era o próprio
Pai que falava através doFilho(C12:9)
João 8:27: Mas eles não entenderam que
8:28
lhes falava da parte do Pai. (0 2 :9 ;
Ele mais uma vez falava de que tipo de morte havia de
morrer (Ed 6:11). Ele sabia que somente depois de sua
morte e de sua ressurreição eles iriam reconhecê-lo como
enviado doPai
João 8:28: Então Jesus prosseguiu, dizendo:
“Quando levantardes o Filho do Homem, en­
tão sabereis que Eu Sou, e que nada faço por
mim mesmo; mas, como o meu Pai me ensi­
nou, assim falo. Jo 3 :l 1, I4;8:58;I2:32;S:19; Êx3:4j
Cada detalhe que Jesus falava era uma lembrança dos
textos já vividos pelos profetas e patriarcas, os quais
estavam ligados a este glorioso momento de sua paixão.
Eles não viveram para si mesmos aqueles momentos em
que o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava os
sofrimentos e a glória do Messias que havia de vir (1 Pe
1:10). Quando Isaque foi com o seu pai, em direção a Moriá,
levando madeira nas costas, ele vivia os passos de Cristo
pela via dolorosa. Abraão não poderia levar a madeira em
lugar de seu filho Isaque, mas o acompanhava; o pai Abraão
estava com ele. Duas vezes o texto de Gênesis revela
isto (Gn 22). Quando agradamos ao Pai, Ele permanece
conosco em nossos labores
João 8:29: E aquele que me enviou está co­
migo; o Pai não me deixou só, porque eu faço
sempre,p que é do seu agrado”, tjo4:34;5.-3o;6:38)
Suas palavras sempre voltavam com frutos, pois fazia
somente aquilo que era do agrado do Pai. Muitas pessoas
daquela turba merecem a nossa admiração, porque
entenderam esta mensagem
João 8:30: Tendo dito essas coisas, muitos
creram nele. (Jo7:31; 10:42; 11:4S; 12:42!
Foram os judeus que creram nele. Eles agora eram suas
ovelhas. Estavam arrolados entre aqueles que Pedro
seria comissionado a pastorear. A permanência nele era
necessária, mesmo depois que ele deixasse este mundo,
o “Egito”. Para permanecer nele deviam demonstrar
isso pela intimidade com a sua Palavra. A Palavra estaria
neles, e eles conservariam a sua comunhão na Palavra;
assim, mostrariam que eles eram discípulos de Cristo.
O discipulado é aprovado, se os discípulos praticam a
Palavra, ou se permanecem na Palavra. Listamos aqui 50
características dos discípulos de Cristo vistas em João e
Mateus: (1) Os discípulos acompanham o seu mestre (Jo
1:35); (2) os discípulos seguem a doutrina do verdadeiro
mestre (Jo 1:37); (3) os discípulos se recreiam com o seu
mestre (Jo 2:22); (4) os discípulos crêem no seu mestre por
meio de seus sinais (Jo 2:11); (5) os discípulos respeitam a
família do seu mestre (Jo 2:12); (6) os discípulos lembram
dos textos da Palavra Escrita (Jo 2:17); (7) os discípulos
lembram das palavras ditas pelo mestre (Jo 2:22); (8)
os discípulos participam com alegria das cerimônias
instituídas no corpo do qual são membros (Jo 3:22); (9)
os discípulos discutem com quem traz alguma doutrina
contrária (Jo 3:25); (10) os discípulos batizam (Jo 4:1);
(11) os discípulos ajudam o seu mestre (Jo 4:2); (12)
os discípulos ajudam nos trabalhos e nas necessidades
J oão 8:31
básicas (Jo 4:8); (13) os discípulos se maravilham com as
obras do seu mestre, nos seus ofícios ministeriais (Jo 4:27);
( 14) os discípulos cuidam do seu mestre (Jo4:8); (15) os
discípulos ouvem o seu mestre em lugares reservados (Jo
6:3); (16) os discípulos procuram soluções (Jo 6:9); (17) os
discípulos trabalham na obra (Jo 6:11); (18) os discípulos
administram resultados (Jo 6:12); (19) os discípulos atuam
no porto, na praia e no alto mar, de dia e de noite (Jo 6:16);
(20) os discípulos atuam interdependentes do seu mestre
(Jo 6:22); (21) os discípulos acompanham o seu mestre em
missões especiais (Jo 6:22); (22) os discípulos conhecem
a dureza da pregação ou do ensino de seu mestre (Jo 6:60);
(23) os discípulos murmuram e se escandalizam (Jo 6:61);
(24) alguns discípulos recuam e voltam atrás (Jo6:66); (25)
os discípulos desejam ver as obras do mestre (Jo 7:3); (26)
o discípulo mostra que é discípulo quando guarda o ensino
de seu mestre (Jo 8:31); (27) os discípulos, em tempos de
crise, entendem as dificuldades da hospedaria precária
(Jo 12:6); (28) os discípulos gostam de ouvir o mestre
novamente (Jo 9:27); (29) os discípulos escolhem o seu
mestre (Jo 9:28); (30) os discípulos conhecem a intenção
do seu mestre (Jo 11:17); (31) os discípulos questionam
os perigos com o seu mestre (Jo 11:8); (32) os discípulos
não entendem toda a linguagem de seu mestre (Jo 11:12);
(33) os pés dos discípulos devem ser lavados pelo seu
mestre (Jo 13:5); (34) os discípulos não entendem tudo
(Jo 13:22); (35) alguns dos discípulos são mais ousados e
amados do que outros (Jo 13:23); (36) o selo dos discípulos
é o amormútuo (Jo 13:35); (37) aglória do discípuloé a
sua produção de frutos (Jo 15:8); (38) os discípulos não
sabem todas as coisas (Jo 16:17); (39) chegará o tempo
em que os discípulos entenderão o óbvio com clareza (Jo
16:29); (40) os discípulos acompanham o seu mestre para
orar (Jo 18:1,2); (41) os discípulos são reconhecidos pelo
mundo (Jo 18:17,25); (42) os líderes religiosos medem o
mestre pela qualidade de seus discípulos (Jo 18:19); (43)
os discípulos têm responsabilidade com a sua família (Jo
20:10); (44) os discípulos amam Boas-Novas (Jo 20:18);
(45) os discípulos também se escondem (Jo20:19); (46)
os discípulos se alegram ao ver o seu mestre (Jo 20:20);
(47) os discípulos meninos vivem mais pelo que vêem do
que no que crêem (Jo 20:30); (48) os discípulos devem
ser resgatados de sua incredulidade (Jo 21:1); (49) os
discípulos se encontram em lugares determinados pelo seu
mestre (Mt28:16); (50) os discípulos ouvem mandamentos
do seu mestre (Mt28:19)
João 8:31 : Jesus, pois, dizia aos judeus que
haviam crido nele: “Se vós permanecerdes na
minha Palavra, verdadeiramente sereis meus
discípulos; (Jo 15:7;2Jo 91
Eles creram nele porque conheceram a verdade. Que
verdade? A verdade do testemunho do Pai a seu respeito,
e a respeito de seu Pai. A verdade do sangue e da sua
carne; a verdade do Novo Mandamento e do perdão. A
verdade da água viva, a verdade do vinho melhor que saiu
da água. A verdade do alimento e da bebida que o Pai lhes
dava. A verdade era composta de mensagens simples
fundamentadas em elementos simples. A verdade, quanto
mais simples, mais efeito causa. A verdade liberta a pessoa
do jugo. O conhecimento da verdade pode demorar, pois
385
8:32
uma pessoa pode ter ficado, comojacó, anos e anos crendo
em uma mentira; pois desde que Jacó recebeu a notícia
de que seu filhojosé foi morto porbestas feras, também
“morreu” em seu espírito. Mas ele precisava viverpor
meio do conhecimento da verdade. A verdade, porém,
necessitava de uma evidência. Muitos anos depois, quando
as carruagens de José cobertas de ouro pararam na porta de
sua tenda, ele conheceu a verdade; José estava vivo. Então,
ele ficou livre do poder da mentira. Porque a mentira pode
ter características da verdade, mas jamais será verdade.
Mas, nem todos querem conhecer a Verdade para serem
livres; mas aqueles que conhecem a Verdade são livres
completamente. Pilatos quis saber o que era a verdade, mas
ela não era um objeto, era uma pessoa: Cristo
João 8:32: e conhecereis a Verdade, e a Ver­
dade vos libertará”. (Rm&z Tg2:i2i
A cidadania dos hebreus não os livrou da escravidão,
nem o povo de Israel deixou de ser escravo por ser da
descendência de Abraão. Eles se escondiam atrás da sua
nacionalidade porque estava escrito na Lei que os hebreus
não poderiam manter um escravo da sua nacionalidade em
casa (Lv2S:44).MasJesus não estava falando da escravidão
física, mas da escravidão espiritual
João 8:33: Então lhe responderam: “Somos
descendência de Abraão, e jamais servimos
como escravos de alguém; como dizes tu: Se­
reis livres?” (Mt3:9)
Eles eram escravos (inclusive fisicamente, de Roma)
e não reconheciam que eram escravos; eram escravos
muitas vezes. Eram escravos das doutrinas de seus líderes,
eram escravos de Roma, eram escravos do pecado, eram
escravos de suas tradições; mas, a maior escravidão é a
escravidão do pecado
João 8:34: Jesus lhes respondeu: “Verdadei­
ramente vos digo que todo aquele que comete
pecadO é eSCraVO dO pecadO . (Rm6:16;2Pe2:19)
O escravo de que falava era do mordomo, escravo nascido
em casa (Lv25:49-55). Mesmo assim, ele não permanecia
na casa do Pai, pois este era um dos privilégios do filho. O
escravo não permanece para sempre na casa, porque de
sete em sete anos (Êx 21:2), ou no Ano do Jubileu, deve ser
libertado; mas o filho permanece na casa, pois é herdeiro.
O escravo do pecado pode ter vivido neste mundo, mas não
viverá na casa do Pai, permanentemente; porque somente
por meio do Filho temos a vida eterna. E o SenhorJesus
queria transformar a condição deles
João 8:35: E o escravo não permanece em
casa para sempre; o Filho permanece para
sempre. ILv25:49-55; d 4:30)
Se o Filho do rei vos der acesso, entrareis. Se o Filho
vos libertar, o Pai não se oporá. Então, a liberdade será
confirmada verdadeiramente. Somente o Filho pode nos
libertar da escravidão, pois é nosso parente (Lv25:47-49)
João 8:36: Se, pois, o Filho vos libertar, sereis
verdadeiramente livres. (Lv25:47-49)
J oão 8:40
A liberdade que a Palavra produz é a mesma que ela
garante, quando permanece em nós. Quando a Palavra de
Deus encontra lugar em nosso coração, garante a nossa
liberdade. Os descendentes de Abraão não deveriam
esconder-se atrás da máscara da sua nacionalidade; eles
precisavam ser livres para exercer a autoridade como
filhos de Abraão, a fim de serem uma bênção para todas as
famílias da terra (Gn 12:3). Sua escravidão consistia nisto:
sabiam a sua origem, mas não exerciam as promessas desta
cidadania que estavam contidas na Palavra de Deus
João 8:37: Sei que sois descendência de
Abraão; contudo, procurais matar-me, porque
a minha palavra não está em vós. (jo8:39,40)
Jesus lhes testificava de um Pai celestial, mas eles de um
pai terreno. Falavam do que tinham como herança, mas
se sentiram humilhados. O pai deles fez muitas coisas
maravilhosas e outras bastante vergonhosas; mas o Pai
celestial se mantinha perfeito. Jesus foi testemunha das
obras de seu Pai, mas eles apenas ouviram falar de seu pai,
pois não o conheceram (Jo 1:18)
João 8:38: Eu falo daquilo que vi junto de
meu Pai; e vós fazeis o que também vistes
junto de VOSSO pai”. (Jo5:19,30; 14:10,24)
Eles deveriam agir como filhos de Abraão. A natureza
espera esta manifestação de filhos! (Rm 8:15-23). Que
fazem os filhos de Abraão? Quais deveriam ser as suas
obras? Eles deveriam lutar pela herança de Abraão. Eles
deveriam desentupir os poços de suas gerações passadas.
Eles deveriam cavar novos poços. Eles deveriam lutar pela
sua liberdade. Eles deveriam procurar reconhecer o seu
Deus. Eles deveriam buscar o seu Deus como Abraão fez.
Eles deveriam procurar fazer o que Abraão fez: interceder,
peregrinar, ofertar, não negar o seu próprio filho. Notamos,
na história de Zaqueu, quejesus disse que ele era filho
de Abraão, mas nem por isso estava salvo. Mesmo sendo
filho de Abraão, necessitava que a Salvação (como pessoa)
entrasse na sua casa
João 8:39: Responderam-lhe: “Nosso pai é
Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se fôsseis filhos
de Abraão, faríeis as obras de Abraão. (Rm9:7;
Cl3:7;Jo 8:33)
Esta verdade, sendo completa, envolvia assuntos
sumamente fundamentais. As verdades reveladas nos
discursos doutrinários de Jesus foram ditas nestes vinte e
um capítulos dejoão. Abraão falava daquilo que ele ouvia
de Deus; e Jesus estava sendo condenado por ser ministro
da verdade. Os filhos devem executar suas obras segundo o
exemplo de seu pai, e Abrão jamais rejeitou a verdade. Isto
é, Abraão não quis matar os enviados da verdade de Deus,
tais como Melquisedeque e os anjos de Deus
João 8:40: Mas agora procurais matar-me,
justamente a mim, que vos tem falado a ver­
dade que ouvi de Deus; Abraão não fez isso.
(Gn 14:18; 18:1-3; Jo 8:26)
Eles estavam lançando em rosto a história de Abraão com
386
8:41
Agar, ofendendo os filhos de Ismael, e, ao mesmo tempo,
tentando ofender a Cristo, pelos fatos que envolveram
o desejo dejosé de abandonar Maria secretamente. O
ataque de Satanás foi violento e eles mudaram de filiação,
deixaram de autodenominar-se filhos de Abraão para
autodenominar-se filhos de Deus, caindo em contradição
(Jo 10:33). Eles estavam ofendendo os árabes e a Cristo
João 8:41 : Vós fazeis as obras de vosso pai”.
Replicaram-lhe eles: “Nós não somos nasci­
dos de fornicação; um Pai nós temos, que é
Deus”. (IsÓ3:16;64:81
Ele deu este privilégio aos seus discípulos, no momento
em que ressuscitou, quando enviou Maria para anunciar-
lhes que oseuirmãomaior estava vivo, e que seguia
momentaneamente para o Pai, a fim de levar cativo o Cativeiro
(Rm 10:7; SI 68:18). Por fim, Jesus revela a Deus como Pai, o
grande mantenedor das Missões mundiais e celestiais
João 8:42: Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus
fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis,
pois eu saí de Deus e dele eu vim; não vim
de mim mesmo, mas ele me enviou. <ijos.-i;jo
16:27.28; 17:8;7:28j
Um filho entende o linguajar do Pai, e os irmãos
entendem qualquer linguagem de seus irmãos de
sangue. Eles não o conheciam, nem a palavra que ele
trazia do mesmo Pai que eles reivindicavam como seu
Pai. Se eles fossem irmãos, entenderiam a linguagem
de seu irmão maior. As palavras formam a frase e a
frase é frutode um estilo de linguagem, e a linguagem
é originária do Verbo de Deus; quando entendemos
a Palavra de Cristo, entendemos a sua linguagem e
mudamos a nossa própria maneira de falar
João 8:43: Por que não entendeis a minha
linguagem? É porque não podeis ouvir a mi­
nha palavra.
Jesus lhes revelou quem era e quais eram as características
do verdadeiro pai deles: (1) Era o diabo. (2) Tinha outros
desejos. (3) Era homicida desde o princípio. (4) Nunca se
firmou na verdade. (5) Profere mentira. (6) Fala do que é
somente dele. (7) É mentiroso por natureza. (8) Ele mesmo
é o pai da mentira
João 8:44: Vós tendes por pai o diabo ( “o acu­
sador”), e quereis cumprir os desejos de vosso
pai; ele foi homicida desde o princípio e nunca
permaneceu na Verdade, porque nele não há
verdade; quando ele profere mentira, fala a
respeito daquilo que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira. (ijo3:S;joS:38,4i; 1jo
2:4;M tí2:34;2Coll:3;2Tm2:26j
Hápessoas que não suportam ouvir a verdade, tomando-se
violentas, por isso merecem ouvir apenas a mentira, pois
se agradam da mentira. Recebem a mentira, pois esta lhes
agrada. Muitas pessoas reclamam quando conhecem a
J oão 8:51
verdade, depois de terem sido enganadas. Não deveriam
reclamar, pois agem com violência quando ouvem a
verdade, porque amam a mentira
João 8:45: Mas, porque vos digo a verdade,
não me credes.
A revelação dos sete Espíritos que ele elegera, como a haste
principal na sua vida, era o Espírito de Temor do Senhor (Is
11:2,3). Quem pode convencer de pecado aquele que teme
a Deus? Ele teve a oportunidade de ter os sete Espíritos
atuantes nele, mas se deleitava no Espírito de Temor. Era a
chave de sua santidade e de sua perfeição, pois quem tem o
Espírito de temor a Deus alcança a perfeição
João 8:46: Quem dentre vós me convence
de pecado? Sevos digo a verdade, porque não
me credes?
Ele revela mais uma das características de nossa origem:
Q uem édeDeus ouve as palavras de Deus
João 8:47: Quem é de Deus ouve as palavras
de Deus; por isso, vós não ouvis, porque não
S0ÍS de DeUS”. ;7/o4;6;
Mais uma acusação: era samaritano. Mais uma ofensa.
Uma ofensa maior ainda, pois chamaram a sua mãe de
prostituta, pois a acusavam ao dizerem que o pai de Jesus
era um samaritano (8:41)
João 8:48: E os judeus lhe responderam, di­
zendo: “Não dizemos com razão que tu és
samaritano e que tens demônio?” íjo8:52;7:20;
10:20!
Eles estavam de fato desonrando ajesus e, por duas vezes,
o acusaram gravemente. Esta não foi aúltima vez que eles
o acusaram de endemoninhado, nem que o desonravam: a
ele e a sua mãe, Maria
João 8:49: E Jesus replicou: “Eu não tenho
demônio; antes, honro a meu Pai, e vós me
desonrais.
No início do capítulo sete, ele revela de fato quem e para
que buscavam a sua glória. Na verdade, os irmãos de Jesus
queriam aproveitar-se dela. Alguns pensam que neste
textojesus pronunciou uma palavra direta ao querubim
caído, o grande Luzeiro; mas se referia à sua Palavra e ao
seu Pai (Jo 5:39; 17:1-5)
João 8:50: Eu não busco a minha própria
glória; há quem a busque e julgue, j o s -ai >
Aimortalidade era um prémio para quem guardasse a sua
Palavra. Não era um segredo, estava escrito na Lei. Quem
cumprisse a Lei havia de ressuscitar (Rm 10:5-7). Foi a
grande meta dejesus. Quando cumpriu a Lei, Ele recebeu o
poder sobre a morte e sobre o pecado (Lv 18:5)
João 8:51:Verdadeiramente eu vos digo que,
se alguém cumprir a minha palavra, jamais
verá a morte, eternamente”, j o 14.-23; isao-, 17.-6;
/ 1:26;M t 16:28; Lv 18:5;Hb 11:5;
387
8:52
Eles esqueceram que este era o prêmio para quem
cumprisse a Lei (Lv 18:5; Lc 10:25-28; Rm 10:5):
a imortalidade. Atribuir a obra do Espírito Santo a
Satanás é uma blasfêmia. Eles haviam desonrado o
Filho, mas agora estavam desonrando o Espírito Santo.
Abraão e os profetas não cumpriram a Lei. Eles não
ganharam este prêmio
João 8:52: Disseram-lhe os judeus: “Ago­
ra sabem os que tens dem ônios. Abraão
morreu, e também os profetas, e tu dizes:
Se alguém cumprir a minha palavra, jamais
provará a morte, eternamente? tjo 7-.20-, 14-.23-,
15:20; 17:6)
Ele esteve na casa de Abraão (Gn 18:3). Sob o Espírito de
Cristo, os profetas andaram. Era uma armadilha. Mas Ele
soube triunfar sobre ela. Ele não podia passar da medida
João 8:53: És tu maior do que o nosso
pai Abraão, que morreu? E os profetas
também morreram; a quem, pois, te fazes
semelhante? Ӓ/<?4.-/^
Ele queria a glória do Pai que liberava o Espírito Santo aos
seus discípulos. A glória vinda de nós mesmos não é nada.
Ele queria ser glorificado pelo Pai, mas antes queria Ele
mesmo glorificá-lo na terra e completar a sua obra
João 8:54: Respondeu Jesus: “Se eu m e glo­
rifico a mim mesm o, a minha glória nada é;
mas o m eu Pai é quem m e glorifica, o qual
vós dizeis que é o vosso Deus; (sos-.so-, ió .-m j
A prova de que Ele conhecia o Pai era a
obediência à sua Palavra
João 8:55: mas vós não o conheceis; eu,
porém, o conheço; e, se eu disser que não o
conheço, serei mentiroso com o vós; mas eu
o conheço e guardo a sua Palavra, (jo7:28,29;
15:10; 8:19; 17:25)
Abraão teve o privilégio de ver o dia de Cristo em sua
glória. Ele teve esta visão maravilhosa em sua plenitude,
isto é, do dia da glória de Cristo (Mt 16:27,28). Algumas
pessoas viram gloriosas manifestações de Deus, tais como
Adão, Abraão quando intercedia por Ló,
Jacó no vau de Jaboque, Moisés no alto do monte
e os três discípulos no monte daTransfiguração, mas
Abraão viu o dia da plenitude de Cristo, isto é,
o dia da sua glorificação (Mt 16:28)
João 8:56: Abraão, vosso pai, exultou por
verom eu Dia, viu-o e regozijou-se”. m i3:i7;
Hb 11:13)
Ele coexistia; era o Pai da eternidade. Ele não era daquela
geração nem de seus dias, pois ele esteve no seio do
Pai e jamais foi criado. João deu testemunho
dele, dizendo: “Ele era antes de mim”
388
JOÃO 9:2
João 8:57: Disseram-lhe, pois, os judeus:
“Ainda não tens cinqüenta anos, e viste
Abraão?”
João Batista deu este testemunho a seu respeito,
mas eles faltaram nesse dia. Ele era Deus, sempre
foi Deus; Ele ainda hoje é o Eu Sou. Ele falou com
Moisés do meio da sarça ardente
João 8:58: E respondeu-lhes Jesus: “Verda­
deiramente vos digo que, antes que Abraão
existisse, Eu Sou. (jo 17:5,24;Ap i.s/
As pedras que eram para a mulher adúltera,
Ele as atraiu sobre si. A Arca não merecia isto.
Eles não sabiam mesmo o que faziam
João 8:59: Então, pegaram em pedras para
atirarem nele; mas Jesus ocultou-se, e saiu do
Templo, atravessando pelo meio deles, (jo io.-3i;
11:8; 12:36;Lc4:30)
João, capítulo nove (9)
Em todos os Evangelhos, vemos Jesus restaurando o
homem completo. Ao curar cada parte do corpo
humano (mãos, pés, ossos, órgãos, olhos, etc.)',
Jesus está mostrando a todos o que veio fazer
João 9:1: E, passando Jesus, viu um homem
cego desde o seu nascimento.
Os homens procuram culpados para cada uma das
circunstâncias humanas; muitas delas ocorrem sem causa,
cuja a finalidade é glorificar a Deus (Jó2:3)
João 9:2: E perguntaram-lhe os seus discí­
pulos: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais,
p a ra q u e naSCeSSe CegO?” ÍJó 2:3;Jo 9:34; L c l3:2;
Êx20:5;Ez 18:20)
Cada criança que nasce com uma enfermidade ou algum
tipo de síndrome, ou com algum tipo de sofrimento,
anuncia alguma lição aos homens. Entre as lições há uma
que nos adverte como seria ruim para a humanidade se
todos fôssemos iguais (como na síndrome de Down), e se
todos fôssemos frutos de alguma mutação ou resultados
de algum acidente genético, ouse todos nós vivêssemos
com os pés na terra e outro no Céu (como o autista, que
passou por uma alteração que afetou a sua capacidade
de comunicação e de socialização). Ao conhecermos as
enfermidades que os homens sofrem, somos obrigados a
agradecer a Deus pelo seu cuidado, pelo seu amor e pela
saúde de todos os homens, pois até mesmo através dos
exemplos advindos dos homens enfermos, nós, os mais
sãos, passamos a considerar o nosso débito de amor, de
hospitalidade e de beneficência, a fim de sermos mais
humanos. Somente assim, consideramos que, em todo o
lugar, há quem suporte algum sofrimento com muito mais
valor do que outros, pois, se em nosso corpo são, houvesse
a mesma piedade que há no corpo enfermo, seríamos
melhores pessoas; e, se houvesse um corpo são nas almas
piedosas dos enfermos teríamos verdadeiros anjos na
9:3
terra, e este é o alvo da redenção que glorifica a Deus
João 9:3: E respondeu-lhes Jesus: “N em ele
pecou, nem os seus pais; mas foi para que
as obras de Deus se manifestassem nele. uo
11:4/
E entre as obras de Cristo durante o dia da graça
estava a de restaurar esses homens enfermos ávida sã.
Jesus falava de um tempo profético: Na noite,
Israel estaria dormindo um sono profundo
João 9:4: Convém que eu faça as obras da­
quele que m e enviou, enquanto é dia; pois a
noite vem , quando ninguém pode trabalhar.
(Jo 11:9; 12:35; 4:34)
Jesus era a ciência, o laboratório, a escola, a universidade,
a sapiência de Deus no mundo; era o médico, o sábio, a
resposta para todas as perguntas
João 9:5: Enquanto estou no mundo, sou a
lUZ dO m u n d O . (Jo 1:4; 8:12; 12:40}
Ele fez o mesmo que o Pai: Fez um lodo com saliva e barro.
A unção criadora é diferente da unção que sara. Jesus
usava uma das diversidades: A diversidade de operações.
A diversidade de operações é um ato de criatividade
natural do profeta, a fim de chegar a um fim proveitoso
para a glória de Deus (1 Co 12:6)
João 9:6: Tendo dito isso, cuspiu na terra
e fez lodo com a saliva, e untou os olhos do
cego, (Mc 7:^3; 8:23)
Ele obedeceu como Naamã. Este é o tanque de Siloé, no
qual o cego devia lavar os seus olhos para recuperar a
visão. Nos tempos dejesus, a água vinha para o tanque
por um túnel cavado, em 700 a.C., pelo rei Ezequias,
para abastecer de água Jerusalém durante os cercos
dos assírios. Vemos em 2 Reis 20:20: “Quanto aos mais
atos de Ezequias, todo o seu poder, como fez o açude
e o aqueduto, e trouxe água para dentro da cidade,
porventura não está escrito no livro da história dos reis
dejudá?”. E, em 2 Crônicas 32:30: “Também o mesmo
Ezequias tapou o manancial superior das águas de Gion, e
as canalizou para o ocidente da cidade de Davi. Ezequias
prosperou em toda a sua obra ”
João 9:7: e disse-lhe: “Vai, lava-te no tan­
que de Siloé (que significa o enviado)”. E ele
foi, lavou-se, e voltou vendo, (jo q.-u ;L c 13-.4-,
Jo 11:37)
Os vizinhos são as maiores testemunhas da transformação
de um homem. Conheciam a sua condição e a sua posição
João 9:8: Então, os vizinhos e aqueles que
antes o conheciam , quando era cego, per­
guntavam: “Não é este o m esm o que estava
assentado e mendigava?”
Os dois tipos de testemunho: (1) É ele; (2) parece com ele.
Mas somente a própria pessoa envolvida tem poder para
389
J oão 9:16
João J oão J oão J oão J<
acabar com a dissensão
João 9:9: Uns diziam: “É e le ”. E outros:
“N ão, mas se parece com e le ”. Ele dizia:
“Sou e u ”.
Esta é a primeira vez que lhe perguntaram; ele,
pacientemente lhes respondeu como tudo aconteceu
João 9:10: Perguntaram-lhe, pois: “Como
te foram abertos os olhos?”
O seu testemunho foi cem por cento completo e
inalterado
João 9:11: Respondeu ele e disse: “O ho­
m em cham ado Jesus fez lodo, untou os
meus olhos, e disse-me: Vai ao tanque de
Siloé e lava-te. Então fui e lavei-me, e estou
ven d o”. (jo9:7/
Em outras palavras: “Recebi um milagre, mas não
sou onisciente. Sou limitado”. Alguns se aproveitam
de uma benção recebida para se auto-denominarem
conselheiros, líderes, especialistas. Mas ele disse:
“Não se i”
João 9:12: E perguntaram-lhe: “Onde está
fS
ele?” Respondeu: “Não sei”.
No verso 7 foi enviado, agora, no verso 13,
foi levado, no verso 24 será chamado
João 9:13: E levaram aos fariseus aquele
que dantes fora cego.
A maioria dos milagres dejesus foi realizado no dia de
sábado. Era proposital, pois queria dar descanso ao
cansado; era o seu grande convite: Vinde a mim todos vós
que estais cansados, e eu vos aliviarei
João 9:14: E foi em um dia de sábado quan­
do Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
(Jo 5:9,10)
Esta foi a segunda vez que os fariseus lhe perguntaram
(v. 10). Ele diminuiu a ênfase do testemunho, e agora o
relata em poucas palavras
João 9:15: Então, os fariseus voltaram a
perguntar-lhe de que maneira voltou a ver. E
ele lhes respondeu: “Pôs lodo sobre os meus
olhos, lavei-me, eagora vejo”. (Joq.-io/
As pessoas usadas por Deus jamais serão
acreditadas cem por cento pelos homens;
elas serão causa de dissensão e discussão
João 9:16: Então alguns dos fariseus diziam:
“Este homem não é de Deus, pois não guarda
o sábado”. E outros diziam: “Como pode um
hom em pecador fazer tamanhos sinais?” E
havia divisão entre eles. m i2.-2;jo7:43; ío-.w-,
3:2/
9:17
Esta foi a terceira vez que lhe perguntavam (w. 10,15):
Qual o teu testemunho a respeito? Respondeu que
ele era um profeta, pois era fruto de seu ministério.
Verdadeiramente os seus olhos foram abertos para ver a
unção profética na vida de Cristo
João 9:17: Tornaram, pois, a perguntar
ao cego: “Que dizes tu a respeito dele, pois
abriu os teus olhos?” Eele respondeu: “Que
é profeta”. (Jo 9:15; 4:19; 6 : 1 4 ; 1 )
O testemunho de uma pessoa não pode ser dado por seus
familiares, mas pela própria pessoa beneficiada
João 9:18: Os judeus, porém, não acredi­
taram que ele fora cego e que agora via, en­
quanto não chamaram os pais daquele que
recebera avista, (jo 9:22)
Os familiares podem dartestemunho do passado de um de
seus membros, mas não a respeito de seu futuro
João 9:19: Eperguntaram-lhes, dizendo: “É
este ovosso filho, de quemdizeis ter nascido
cego? Como, pois, agoravê?”
O testemunho é pessoal e intransferível. Os seus pais não
estavam dispostos a pagar o preço do testemunho de seu
filho. E o preço era ser expulso da sinagoga
João 9:20: Então, responderam-lhes seus
pais: “Sabemos que este é nosso filho e que
nasceu cego;
O testemunho é pessoal. Nossos parentes não
podem responder a ninguém em nosso nome
e a respeito de nossa fé em Cristo
João 9:21: mas como agoravê, não sabemos;
ou quemlhe tenha aberto os olhos, não sabe­
mos; perguntai-lho a ele mesmo, pois já está
crescido; ele falará por si mesmo”.
Alguns pais conhecem apenas o passado de seus filhos,
mas nada conhecem a respeito de seu futuro. Se os pais
não crerem no mesmo Cristo que o seu filho crê, não darão
testemunho satisfatório aos inquisidores
João 9:22: Seus pais disseram isto, porque
tinham medo dos judeus; porquanto estes já
tinhamconspirado que, se alguémconfessas­
se queJesus erao Cristo, otal fosse expulso da
sinagoga. (Jo7:13; 1ó:2; 12:42; 9:34; Lc 6:221
O motivo do medo de seus pais
João 9:23: Por isso é que seus pais disseram:
“Está crescido; perguntai-lho a ele mesmo”.
fJo9:21j
Como dar glória a Deus sem ser por intermédio
de Cristo, o seu Filho. Eles queriam tirar os méritos de
Cristo diante de seu próprio Pai. Desde aqueles dias,
390
JOÃO 9:31
Jesus foi acusado de ser pecador
João 9:24: Chamaram, pois, pela segunda
vez, o homem que fora cego e lhe disseram:
“Dá glória a Deus; nós sabemos que esse ho­
mem é pecador”. (jS7 :i q; i Sm 6:5;jo q.-ió í
“Não sou juiz, sou um ex-cego”
João 9:25: Então ele respondeu e disse: “Se
é pecador, não sei; mas uma coisa sei: eu era
cego e agoravejo”.
Mais uma vez os fariseus lhe perguntaram (w . 10,15).
Ele se aborreceu e lhes mostrou que somente
quem quer ser discípulo de Jesus pergunta tantas
vezes sobre o mesmo assunto
João 9:26: Perguntaram-lhe, pois: “Que foi
que ele te fez? Como te abriu os olhos?”
João 9:27: Respondeu-lhes: “Já vos disse e
não ouvistes;-por que quereis ouvir de novo?
Quereis também fazer-vos seus discípulos?”
(Jo 9:15; 5:25)
Eles escolheram ser discípulos de um profeta menor.
Moisés abriu o mar Vermelho, Jesus abriu o caminho do
lugar Santíssimo; Moisés levantou a serpente, Jesus foi
levantado na cruz; Moisés feriu a rocha, e a rocha era
Cristo. Que escolha eles fizeram?
João 9:28: Então, o amaldiçoaram e lhe dis­
seram: “Sejas tu discípulo dele; porque nós
somos discípulos de Moisés. (Jo s -as )
Jesus disse-lhes pessoalmente (cap. 8) de onde ele era, mas
eles estavam cegos e surdos
João 9:29: Nós sabemos que Deus falou a
Moisés, mas a este não sabemos de onde ele
é”. !Jo8:14)
O cego era inteligente, e deu-lhes uma resposta à altura da
incredulidade deles: Aqui começa a grande mensagem que
o cego pregou aos sábios fariseus: Tópico 1: “Vocês dizem
que eu sou cego? Evocês não enxergam de onde ele é?”
João 9:30: Aquelehomemrespondeue disse-
lhes: “Por certo esta coisa é maravilhosa: Que
vós não saibais de onde ele é e, contudo, ele
abriu os meus olhos.
Tópico 2: Duas razões para Deus ouvir o homem:
Temer a Deus e fazer a sua vontade
João 9:31: Sabemos que Deus não atende a
pecadores; mas, se alguém teme a Deus e faz
asuavontade, aeste ele atende. 0027 :8, 9;si34:i5;
66:18; Pv 15:29; 28:9; Is 1:15;Jr 1l:ll;Z c7 :1 3 )
Tópico 3:0 milagre inédito de Deus, e uma resposta
às perguntas do capítulo oito. Um cego foi curado, mas
a cegueira dos fariseus não foi sarada. Houve quem
9:32
multiplicasse pães no Antigo pacto, houve quem
ressuscitasse a um morto no passado, houve quem curasse
a um leproso, mas a um cego jamais! Esta era a doença
crônica da nação inteira
João 9:32: Desde o princípio do mundo ja­
mais se ouviu que alguém abrisse os olhos a
umcego de nascença.
Tópico 4: Somente um enviado de Deus poderia fazertal
coisa; nova resposta ao capítulo oito
João 9:33: Se este não fosse enviado daparte
de Deus, nada poderia ter feito”. (Joq.-iój
Tópico 5: A doutrina dos fariseus não podia conceber
a transformação de um cego em pregador. O mesmo
acontece hoje entre aqueles que se dizem sábios e
insubstituíveis. A mesma doutrina que os discípulos de
Jesus criam: Um deles é culpado, os pais ou o filho (9:2). Na
sinagoga não permanecem os pregadores que não fazem
parte do grupo de elite, porque são expulsos. Pessoas que
eram cegas podiam permanecer na sinagoga; depois de
curadas eram perigosas e deviam ser expulsas. Como eles
poderiam crer em Davi? (SI 51 :S)
João 9:34: Então, eles responderam: “Nas­
ceste todo em pecados, e nos ensinas a nós?”
Eexpulsaram-no. íjoQ:2i
Jesus havia desaparecido da história. Quando ele
apareceu? Ele apareceu quando soube que o ex-cego
pregador havia sido expulso. Jesus aparece quando os
homens executam a sua injustiça. Agora ele não era mais
cego. Jesus então começa a sua conversa perguntando-
lhe se cria que ele era o Filho de Deus, uma confirmação
a seus ensinos do capítulo oito. Passosparao novo
nascimento: (1) Crer em Jesus como o Filho de Deus
João 9:35: Jesus soube que o tinham expul­
sado; e, quando o encontrou, perguntou-
lhe: “Crês tu no Filho de Deus?” (Mt m .33;
IÓ:16;M cl:l;Jo 10:36)
“A sua fé estava à flor da pele”, estava pronto para crer.
Quem é ele? Passos para o novo nascimento: (2) Interesse
em conhecer a Cristo
João 9:36: Respondeu ele: “Quemé ele, meu
Senhor, para que eu creia nele?”(Rm io.-m )
“Não és mais um cego”. Passos parao novo nascimento: (3)
Aproveitar a oportunidade sem questionar
João 9:37: Disse-lheJesus: “Já o tens visto, e
éoquefalacontigo”. (io 4:26)
Passos para o novo nascimento: (4) Crer em Cristo. (5)
Adorá-lo como o único Senhor
João 9:38: Ele disse: “Creio, Senhor!” E o
adorO U. (Mt28:9;8:2)
A conclusão do capítulo e da história
João 9:39: E disse-lhe Jesus: “Eu vim a este
mundoparajuízo, para que os que nãovêem,
391
JOÃO 10:1
vejam, e os que vêem sejam como os cegos”.
0o5:22,27; 3:19;Mt 13:13; 15:14)
Eles o disseram
João 9:40: Equando alguns fariseus ouviram
isso, perguntaram-lhe: “Nós também somos
cegos?” (!s6:9;Rm2:19)
Se eles reconhecessem que não viam, seriam perdoados.
Mas eles disseram: Não somos escravos, agora “sabemos
que vemos”, manifestando o seu orgulho
João 9:41: Respondeu-lhes Jesus: “Se reco­
nhecêsseis que não vêem, pecado não lhes
seria imputado; mas, como agora dizeis: Ve­
mos muito bem, portanto, o vosso pecado
SUbsiSte”. (Jo 15:22,24)
J o ã o , c a p ítu lo d e z ( 1 0 )
Neemias construiu os muros dejerusalém e os deu por
terminado, mas faltavam as portas. As doze portas tinham
umbrais e batentes prontos, mas faltavam as portas (Ne
7:1). Mas nenhum deles ousava entrar pelas portas, pois
na portaria havia vigia. Se deixarmos brechas, teremos
visitas estranhas. Lemos em Neemias 4:7: “Mas quando
souberam Sambalate, Tobias, os arábios, os amonitas
e os de Asdode que se havia fixado um prazo para que
fosse reedificada a muralha dejerusalém, e as brechas já
começavam a ser fechadas, se iraram muito”. Todas as doze
portas ainda não estavam prontas, e os inimigos estavam
irados porque as brechas estavam sendo tapadas. As
brechas são importantes para o inimigo. Ele é covarde e não
entra pelas portas. As portas têm um porteiro que Satanás
teme: o Espírito Santo. Os ladrões não entram pelas portas,
eles entram através das brechas. E quando as brechas são
tapadas, isto causa grande consternação entre o bando
deles, pois, assim, acabam-se os meios de eles entrarem.
Quando as brechas são tapadas, Satanás não tem mais por
onde entrar. Este é o motivo de sua ira
João 10:1: “Verdadeiramente vos digo:
Quem não entra pela porta no aprisco das
ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e
assaltante.
Devemos sabera diferença entre o aprisco e o curral. Havia
naqueles dias um consenso entre os pastores que levavam
as suas ovelhas bem longe de seus currais (domésticos),
procurando pastos verdejantes (SI 23). Muitas vezes, os
lugares onde havia bons pastos distavam de suas cidades
dias inteiros. Quando os rebanhos se encontravam ou
se aproximavam, nestas condições, tratavam entre si a
formação de um aprisco temporário, onde as ovelhas eram
colocadas juntas para que a noite passasse e as ovelhas
continuassem salvas dos perigos noturnos. Entre eles,
elegiam um porteiro para que vigiasse a porta do aprisco.
Os pastores descansavam enquanto alguns esperavam
o seu turno, mas um porteiro ficava na porta. Estas eram
algumas das características exigidas para um dos pastores
ser o porteiro do aprisco: (1) ter a vocação de pastor, (2)
10:2 JOÃO
conhecer o contrato dos pastores, (3) conhecer os pastores
das ovelhas. O aprisco era olocalondetodasas ovelhas se
reuniam, independentemente da raça. Cada ovelha tinha
as suas características: seu cheiro peculiar, conheciam o seu
pastor, conheciam a voz de seu pastor, e seguiam somente
o seu pastor, e cada uma tinha o seunome; acima de tudo,
elas somente ouviam a voz de seu único pastor. Quando
Jesus declarou, no verso quatorze, que era conhecido “das
suas ovelhas ”, queria dizer que no grande aprisco, onde
muitas ovelhas se ajuntam, nem todas são deles. No aprisco
deste mundo, somente as suas ovelhas o conhecem. Muitas
ovelhas são ovelhas de outros pastores mercenários, e
estas não conhecerão jamais a voz do verdadeiro pastor,
pois estes enganam e serão enganados. O pastor entra pela
porta, respeita o porteiro, conhece as suas ovelhas
João 10:2: Mas aquele que entra pelaporta é
opastor das ovelhas. /.mcò:34; jo w .-i i, 121
O porteiro escolhido para estar na porta do aprisco é
0 Espírito Santo. Ele conhece o pastor e o mercenário.
O porteiro está instruído para abrir a porta somente
para o pastor. O pastor conhece o porteiro; mas não
abandona a ovelha no aprisco; não as empurra, ele as
conduz para fora do aprisco, rumo ao curral ou ao destino
desejado. O porteiro tem o poder de fechar e abrir o
aprisco. A liberdade que o porteiro está autorizado a
dar é disciplinada pela presença infalível do pastor.
Pastores há que sentem medo quando suas ovelhas se
ajuntam com diferentes ovelhas, pois as suas ovelhas não
estão preparadas para ser provadas. A Bíblia diz que os
pastores antigos contratavam entre si um local, do qual
eles chamavam de aprisco ou redil; ali, durante a noite, os
pastores guardavam as suas ovelhas. Todos os pastores ao
derredortraziam as suas ovelhas ao redil e as confiavam
a um único homem, o porteiro do redil. O porteiro e a
porta eram únicos. Pela manhã, os pastores vinham por
suas ovelhas, mas tinham que entrar pela porta do redil.
Aqueles a quem o porteiro não conhecia não podiam
entrar, pois eram ladrões. Somente o pastor que tivesse
educado as suas ovelhas como comportar-se no redil,
podia entrar ali. As ovelhas que não estavam acostumadas
à voz do seu pastor tampouco podiam entrar ali, porque na
hora do grito da saída estas ovelhas ficariam sozinhas no
redil ou se misturariam com outras. O segredo consistia
em ensinar bem a ovelha como se comportar no redil. Um
pastor que tivesse medo de levar as suas ovelhas ao redil
perderia a oportunidade de provar a fidelidade de suas
ovelhas, a sua voz e a confiança do porteiro, que é tipo
do Espírito Santo. Havia muitos pastores, mas somente
um era o porteiro. O pastor que não se atreve em guardar
as suas ovelhas no aprisco do Espírito Santo (quem traz
unidade ao Corpo de Cristo), declara silenciosamente
a suafrustração e a sua incapacidade de liderar, porque
sabe que perderá as suas ovelhas. Os pastores que não
entravam em acordo com os lemas sobre o único aprisco
tinham um grande problema: Eram os lobos. Como não
estavam no redil, os lobos tinham livre acesso. Muitos
pastores crêem que se não levarem as suas ovelhas
ao aprisco estarão guardando-as dos lobos, mas não é
verdade (Jo 10:16), pois os lobos preferem atacar as suas
ovelhas nos currais. Ao conduzi-las para fora edificam
a sua Igreja para fora do redil judaico, a fim de formar a
392
10:6
eclésiã de seu Reino atual e vindouro
João 10:3: Aeste oporteiro abre e as ovelhas
ouvemasuavoz; e chama assuasovelhas pelo
nome, e as conduz para fora. <jo io.-10, 2.71
O bom pastor conhece as suas ovelhas, e conduz para fora
do aprisco somente aquelas que são suas ovelhas. Ele tem
direção, tem destino, e por isso elas o seguem. Ele fala com
as suas ovelhas e por isso elas conhecem a sua voz. Uma
coisa que as ovelhas conhecem bem: a voz de seu pastor.
O pastor somente conduz para a sua eclésia (elite de seu
exército) as ovelhas que conhecem a sua voz
João 10:4: E, depois de conduzir para fora to­
das as ovelhas que lhe pertencem, vai adiante
delas, e as ovelhas 0 seguem, porque conhe­
cem asua voz. (Jo 10:3}
Elas não seguem o estranho. Elas fogem do estranho, porque
o estranho não fala com elas; e, se falar com elas, elas não o
entenderão, nem o reconhecerão. Como elas subirão pela
janela? Comoseguirão aoutros pastores falsos por outro
lugar, pois sabem onde está aportaequemestána porta?
João 10:5: Mas de modo nenhum, seguirão
0 estranho, antes, fugirão dele, porque não
conhecem avoz dos estranhos”.
Porque nesta parábolajesus não é o pastor,Jesus é a porta
do aprisco. Os ministros são os pastores que pastoreiam
o rebanho, isto é, os servos de Deus que trabalham com
as ovelhas. Poderá haver muitos encontrosem diferentes
apriscos, mas as ovelhas se identificam entre si, e se conhecem
João 10:6: Jesus lhes disseesta parábola, mas
eles não entenderam 0 que era que ele lhes
d iz ia . (Jo ló:25j
O porteiro é o Espírito Santo, ejesus é aporta das ovelhas.
Jesus havia observado a Porta das Ovelhas e, finalmente,
obtivemos, por meio de seus lábios, o seu verdadeiro
significado (Ne 3:1). Satanás não enfrenta a porta, como
os inimigos de Neemias não queriam entrar pela porta,
porque naportasão conhecidos, pois a porta é uma
pessoa. Dentre as doze portas dejerusalém, umaera
Cristo, literalmente. Lemos em Neemias 3:1: “Então o
sumo sacerdote Eliasibe se dispôs com seus irmãos, e
os sacerdotes e seus filhos, e reconstruíram a porta das
Ovelhas; montaram-lhe as vigas e as santificaram, e as
reconstruíram até a torre de Hameab. Eles santificaram
e reedificaram dali até à torre de Hananeel”. Esta foi a
primeira porta mencionada na reconstrução dejerusalém.
E Eliasibe foi o seu reconstrutor, o qual quer dizer:
“Deus restaura”. Este homem estava fazendo aquilo que
deveria ser feito; para isso havia nascido. Para restaurar.
Paulo escreve, na sua segunda epístola aos Coríntios, a
respeito do ministério da restauração. Eliasibe era um
sacerdote restaurador. Esta Porta das Ovelhas ficava ao
nordeste do templo e, por ali, as ovelhas ofertadas para o
sacrifício entravam ao Templo. Esta é a primeira porta a
ser restaurada na Igreja de Cristo, a porta da entrada das
ofertas em louvor ao Senhor. Satanás sabequaléaporta que
deve serfechada para destruir a obra de Deus: a Porta das
10:7
Ovelhas. A primeira porta que deve ser reconstruída é a
Porta das Ovelhas, pois ela é a porta do relacionamento
pessoal com Deus. Para a verdadeira ovelha não existe
tempo difícil, pois enfrenta muitas adversidades para
estar com o seu pastor. Ela triunfa sobre o frio, o calor, a
chuva e a tempestade; está disposta a passar pelo vale da
sombra da morte, mas na companhia de seu pastor, sem
abandonar a meta: descansar em pastos verdejantes.
Ela não som ente alimentar-se-á em pastos verdejantes,
como descansará sobre eles! Precisamos levantar a torre
de Hameab (“a torre dos cem ”) e a torre de Hananeel
(“o Senhor tem nos favorecido"). Estas duas torres
ficavam ao lado da porta. Isto representava a vigilância
constante, e a importância da conferência daquilo que
estava sendo feito. A vigilância do líder conserva o temor
sobre os liderados e a conferência salva a centésima
ovelha. É maravilhoso ver as ovelhas tão frágeis sendo
cuidadas de cima das duas torres. As torres ficavam ao
lado da porta das ovelhas. Veja que simbologia temos
aqui, pois através das duas torres entravam ofertas
vivas. Precisamos levantar a torre de Hameab e (“a
torre dos cem ”) a torre de Hananeel (“o Senhor tem nos
favorecido”). A torre dos cem nos faz lembrar por que
Jesus contou a parábola das cem ovelhas. Ele tinha em
mente uma das duas torres que estavam ao lado da Porta
das Ovelhas. Homens subiam ali para contar quantas
ovelhas entravam pela porta
João 10:7: EJesus voltou a dizer-lhes: “Ver­
dadeiramente vos digo: Eu sou a porta das
Ovelhas. (N e3:l;Jr23:1,2;Ez34:2)
Preste atenção ao contexto, e considere que o assunto
central mostrajesus como a porta, não como pastor,
e nisto muitos se confundem e perdem o sentido da
mensagem revelada. Temos que ser fiéis ao assunto
central, e aqui Jesus é a porta, e não o pastor, embora
ele exalte o bom pastor que dá a vida pelas ovelhas.
Agora, ele está dizendo que muitos vieram antes dele
como mercenários, e Jesus os chamou de ladrões e
salteadores. Como um mercenário pode roubar as
ovelhas por outro caminho que não seja a porta? Por
exemplo, quando Davi reinava, o seu próprio filho
Absalão roubava o coração do povo na porta do palácio.
Ele se oferecia como solução para os problemas do
povo, mas era um assaltante de corações, quando se
oferecia como solução premente diante do povo. Isto
é um mercenário e assaltante. Ele estava ensinando
que aqueles que oferecem uma saída para determinada
crise, que não seja Jesus Cristo, é mercenário e
assaltante. Quem foram estes mercenários que vieram
antes dele? O farisaísmo era uma porta. Ele apregoava
santidade, mas era falso. Os discípulos de João também
se autodenominavam como sendo uma porta, mesmo
após a morte de seu profeta. Os sacerdotes e anciãos
do povo se julgavam a salvação do povo. Mas todos eles
somente assaltavam o povo. Os fariseus se consideravam
a porta, não entravam e nem deixavam ninguém entrar
(Mt23:13)
João 10:8: Todos aqueles que vieram antes
de mim são ladrões e assaltantes; mas as
ovelhas não os ouviram.
J oão 10:10
Mais uma vez temos que lembrar que Jesus se revelou
como a Porta das Ovelhas (Ne 3:1). Não devemos
esquecer que a Porta das Ovelhas ficava perto do
Templo, onde as ovelhas entravam para serem abatidas.
A Porta das Ovelhas também era o local por onde as
ovelhas saíam para pastar fora da cidade, pois o rebanho
das ovelhas se acumulava no Templo. As ovelhas que
entravam no Templo para ser sacrificadas, percebiam
quando saíam de volta pela mesma porta, não tendo
sido sacrificadas; muito maior era a sua alegria quando
voltavam ao pasto, pois estavam destinadas ao sacrifício.
Jesus está dizendo que ainda que a ovelha entre para
ser sacrificada, ainda poderá ter a oportunidade de
viver, mesmo quando todos pensam que o seu fim
chegou. Achar pastagens para as ovelhas era uma
bênção da graça, pois elas estavam destinadas à morte.
Paulo constantemente orou a Deus para que lhe desse
oportunidade de sair pela porta, quando ainda estava em
suas prisões
João 10:9: Eu sou a porta; se alguém entrar
por mim, será salvo; entrará, e sairá, e acha­
rá pastagem. (Ez34:14J
Observando o contexto, originalmente, Satanás não
é aquilo que todos dizem, embora possamos usar esta
paráfrase, “o ladrão não vem senão para roubar”, para
conceituar a obra do nosso adversário. Literalmente,
o ladrão, neste ensino, é o falso pastor que entra pela
janela ou brecha, sem passar pela porta, a fim de roubar
os corações. Esse texto é usado para acusar a Satanás de
ser ladrão, embora ele seja de fato um ladrão, mas neste
contexto o ladrão é o falso pastor. Falsos líderes roubam
os corações de outros seguidores causando grande
decepção, gerando muitas lágrimas, pois agiram fora
da porta tentando envergonhar o porteiro. Os líderes
que dividem o rebanho roubam, matam e destroem.
Três verbos dolorosos. Mas Jesus, que é a porta, anuncia
que veio para acrescentar vida às ovelhas condenadas à
morte, pois Ele veio para morrer uma vez para sempre,
deixando as ovelhas condenadas vivas! Como você
se sentiria se fosse uma ovelha e soubesse que não
morreria mais, e que havia recebido vida abundante,
e que a partir daquele momento já não resta mais
sacrifícios pelos pecados dos homens, pois o Cordeiro
de Deus deu a sua vida em lugar de todas as ovelhas,
liberando as ovelhas da morte e anunciando que o
sacrifício delas já não seria mais necessário
João 10:10:0 ladrão não vem senão para
roubar, matar e destruir as ovelhas; eu vim
para que tenham vida e a tenham com
abundância, iios -ao)
Agora ele sai da condição de porta e revela-se
como o pastor. Muda radicalmente a hermenêutica
(interpretação) do assunto. Devemos ter esta
sensibilidade quando interpretarmos o texto. Conforme
lemos no verso dez, as ovelhas ganham vida abundante!
Por quê? Porque o pastor dá a sua vida de uma vez para
sempre pelas ovelhas. Nenhuma ovelha, então, terá
que morrer. O tempo de sacrifício acabou. As ovelhas se
alegram e podem ter vida abundante
393
10:11
João 10:11: Eu souo bompastor; o bompas­
tor dá asua vida pelas ovelhas. /is40:u ; ez34:i i -
13,23;Hb13:20; 1Pe2:25;5:4;Ap7:17; l]o3:ló;Jo 15:13;
SI23:1)
O ladrão é mercenário, mas tem visão, conhece e aponta o
erro, mas não tem moral para resolvê-lo. Ele rouba ovelhas
e não dá valor às ovelhas que tem em seu poder. Ninguém
dará valor àquilo pelo que jamais pagou qualquer preço. Por
que o mercenário foge? Foge porque não tem amigos, não
tem ajuda e nem é conhecido pelo porteiro. O mercenário
foge porque não pode enfrentar o lobo. Ele não é conhecido
das ovelhas, porque se fosse conhecido das ovelhas, as
ovelhas fugiriam com ele; pois as ovelhas o reconheceriam
e o seguiriam, porque estas são características das ovelhas:
seguir, conhecer e entender o significado da voz
João 10:12: Mas o mercenário, que não é
pastor, de quem não são as ovelhas, vê que
o lobo vem, deixa as ovelhas e foge; e o lobo
arrebata e dispersa as ovelhas, szc 1i -.iô, 17)
Temos um cenário maravilhoso que atrai a presença
dos anjos de Deus. Pois Deus queria fazer um anúncio
especial a respeito do Cordeiro de Deus que havia nascido
em Belém dajudéia. O Senhorprocurou em todos os
lugares por quem estivesse atento para anunciar-lhe o
maior acontecimento de todos os tempos: o nascimento
do Cordeiro de Deus; mas quais foram as exigências que
propusera a fim de conceder aos homens a notificação
deste fato? Então Deus simplesmente procurou os pastores
que guardavam os seus rebanhos na vigília da noite. Os
pastores foram os primeiros a conheceras Boas-Novas,
simplesmente porque cuidavam das ovelhas nas vigílias da
noite. Eles tiveram avisãodosanjosde Deus e participaram
do maior culto já realizado na terra. Quem se importa com
as ovelhas toma-se mensageiro de Deus. O mercenário não
verá isto jamais. O mercenário dorme nas vigílias danoite,
o mercenário não ora, não busca a Deus
João 10:13: O mercenário foge, porque é
mercenário e não cuida das ovelhas
O que é ser bom pastor? Entre as características do bom
pastor está a capacidade de conhecer as suas ovelhas;
porém, muito mais importante é ser conhecido por elas.
Quando Jesus diz que é conhecido por suas ovelhas, quer
dizer que, no grande aprisco, que é o mundo universal e
evangélico, nem todas as ovelhas são dele. No aprisco deste
mundo, somente as suas ovelhas lhe conhecem. Muitas
ovelhas estão em poder de pastores mercenários, as quais
dificilmente conhecerão a voz do verdadeiro pastor
João 10:14: Eu sou o bom pastor; conheço
as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas me
conhecem, p? io-.i i,27;2 ms.-ioi
Ele está dizendo que o mesmo grau de conhecimento entre o
Filhoe o Pai existe entre o pastor e as suas ovelhas. As ovelhas
que estavam no átrio do Templo para morrer, em favor de
muitos homens pecadores, receberam a boa-nova de que o
Cordeiro de Deus veio para dar a sua vida por todos os homens
João 10:15: pois como o Pai me conhece a
JOÃO 10:18
mim e eu conheço o Pai, assim não poupo
a minha vida pelas ovelhas. (Mt i:27; jo 7:2Q;
M t 11:27)
O grande apelo de Cristo à evangelização mundial: No meio
do grande aprisco hebreu, Ele deixa bem claro que há uma
grande necessidade de alcançar outras ovelhas. Ele também
afirma que há de conduzi-las para agregá-las ávida eterna.
Elas ouvirão o som do Evangelho e, então, unir-se-ão ao único
rebanho. Observe a gloriosa sabedoria de Cristo: Curral,
aprisco e, finalmente, o único “rebanho”. Este é o fim
João 10:16: Ainda tenho outras ovelhas que
não sãodeste aprisco; aessas tambémme con­
vémconduzi-las, e elas ouvirão a minha voz;
então, haverá umrebanho e umPastor. (íssó.-S;
Jo 11:52; E/2:14; 1Pe2:25j
O ato de dar a sua vida não era um ato de simples doação,
era um depósito para investimento efetuado com o fim
de tomar de volta com grande lucro. Uma cláusula da Lei
dizia que aquele que cumprisse a Lei teria poder para
ressuscitar (Lv 18:5; Lc 10:25-28; Rm 10:5-7). Ao cumprir
a Lei, não pecava; em não pecando, se morresse, morreria
inocente; ao morrerinocente, a corrupção não poderia
destruí-lo, nem a morte poderia detê-lo. Sem legalidade
para permanecer sob o poder da morte, Satanás teria que
liberá-lo à luz da vida; mas, como entregou o seu sangue
inocente, entregou a sua própria vida; porém, cumpriu
a Lei, e por isso deveria ressuscitar. Assim, ele venceu a
morte, Satanás, a sepultura, o pecado e cumpriu a Lei
João 10:17: Por isso, o Pai me ama, porque
eu invisto aminha vidapara poder retomá-la.
(Is 53:7,8,12;Jo3:35)
Sua vida foi depositada como grande investimento
espontaneamente. Nenhum homem teria poder para
tomar a sua vida, se não tivesse certeza que cumpriria a Lei
(Lv 18:5), a fim de ter poder sobre a morte. Isto seria um
assalto, seria ilegal. Mas ele resolveu investir a sua vida
por uma grande causa. Ele fez um grande negócio como o
caçador de boas pérolas. Se desse a sua vida, simplesmente,
não teria como reavê-la, mas ele aplicou a sua vida com
direito ao saque. Este é o sentido
João 10:18: Ninguém a tira de mim, mas
eu de minha vontade a dou; e tenho poder
para depositá-la e tenho poder para resgatá-
la. Esse mandamento recebi de meu Pai”.
(Jo 2:1 Ç; 15:10; Hb 5:8)
Estas palavras eram de grande significado para quem
entendia de economia. Estas palavras causaram grande
agonia entre os conhecedores da Lei (Lv 18:5), pois elas
eliminavam a vanglória de seus assassinos, os quais
queriam ver-se livres do Profeta, porque ele disse que tinha
poder para entregar a sua vida, bem como também tinha
poder para tomá-la devolta. Isso somente seria possível
se ele triunfasse sobre a morte, a sepultura, o pecado e
sobre Satanás. Uma cláusula da Lei dizia que aquele que
cumprisse a Lei teria poder para ressuscitar (Lv 18:5; Lc
394
10:19
10:25-28; Rm 10:5-7)
João 10:19: E houve nova divisão entre os
judeus por causa dessas palavras. (jo7:43; qm)
As ovelhas de outro aprisco mexiam com o brio dos judeus,
que claramente entendiam quejesus falava dos gentios
João 10:20: E muitos deles diziam: “Tem
demônio e está fora de seu juízo; por que o
ouvis?” (Jo7:20;8:48;Mc3:21)
Os demônios não podem fazer nada positivo, a não ser com
objetivo de enganar. Uma pessoa endemoninhada não fala
com juízo. Os demônios cegam
João 10:21: E diziam outros: “Estas palavras
não são de quem está endemoninhado; pode,
porventura, um demônio abrir os olhos aos
cegos?” (Jo9:32,33;Êx4:11)
Esta festa de consagração e limpeza do Templo foi
introduzida por causa da profanação do Templo de
Zorobabel, por Antíoco Epifanes, no dia 25 de dezembro de
164 a.C., nos dias dos Macabeus. Eles estavam limpando o
Templo e queriam apedrejar a Arca
João 10:22: E celebrava-se em Jerusalém a
Festa da dedicação. E era inverno. (M3:ii;5:i2)
A Arca em carne humana, em “madeira de acácia” coberta
de ouro, humana e divina, havia saído de trás do véu e agora
se revelava aos olhos de todos no Templo, e andava pelo seu
pórtico e ninguém a compreendeu
João 10:23: EJesus passeava no Templo, no
pórtico de Salomão.
Desde a tentação de Jesus, Satanás queria tirar esta dúvida.
Esta frase não era somente uma mera expressão proferida
por alguns curiosos, mas era um jogo de interesse do
mundo espiritual da maldade, poisjesus jamais afirmou
isso. Esta informação não estava disponível sem a fé
João 10:24: Rodearam-no os judeus e per­
guntaram-lhe: “Até quando deixarás a nossa
alma em suspense? Se tu és o Cristo, dize-nos
francamente”.
“Crede nas minhas obras, as minhas obras falam de mim”.
Eles haviam perguntado como fariam para realizar as obras
de Deus, e Jesus os conduziu pelo caminho de suas próprias
contradições. O privilégio de quem faz as obras de Deus é
usar o nome do Pai nas suas obras, porque o projeto pertence
ao Pai. As obras dão testemunho de quem as executa
João 10:25: EJesus lhes respondeu: “Já vo-lo
disse, e não credes. As obras que eu faço em
nome de m eu Pai, estas dão testemunho de
m im . (Jo5:3ó)
Aqui ele concluiu gravemente a parábola do bom pastor,
pois lhe disse que tinha outras ovelhas que não eram deste
aprisco e que eles não eram suas ovelhas. De quem eram
então aquelas ovelhas? Não eram suas ovelhas. As suas
ovelhas conheceriam a sua voz, conheceriam o seu pastor,
395
JOÃO 10:29
obedeceriam ao porteiro, desejariam ficar no aprisco, e o
seguiriam. Nada disso eles praticavam. Quem elas são? São
semelhantes a Cristo: São do alto (Jo 8:23), do Pai (Jo 8:47);
da Verdade (Jo 18:37) e do rebanho de Cristo (Jo 10:14,26)
João 10:26: Mas vós não credes, porque
não sois das minhas ovelhas, como já vos
tenho dito. (jo 8:47)
Estas são as características das ovelhas de Jesus. Elas
conheciam quem era o seu pastor (conheciam a sua
autoridade) e obedeciam ao seu pastor (entendiam a sua
Palavra e tinham o seu poder). Elas eram conhecidas dele,
elas o seguiam (pelo discipulado). Mas onde estas ovelhas
estavam? Veremos nos versos 41 e 42. Os discípulos de
João estavam tristes porque o pastor deles estava morto
e não regressou mais ávida. Mas eles não estavam ali no
meio daquela turba, no Templo, eles estavam no deserto,
perto de Betsaida. Ele agora deveria decidir se iria por elas.
Aquelas ovelhas de Jerusalém não eram suas ovelhas.
Ao decepcionar-se com aquelas ovelhas que vieram para
a dedicação do Templo, regressa até o Jordão, onde as
encontra. Elas, enfim, crêem nele. Esta é a garantia do
discipulado: Seguir a Cristo voluntariamente
João 10:27: As minhas ovelhas ouvem
a minha voz, e eu as conheço, e elas me
seguem; (joi0:4,i4j
O medo das ovelhas dejoão era morrerem como ele;
Jesus lhes garantiu a vida eterna e a segurança plena que
são garantidas pelas mãos do Filho e pelas mãos do Pai.
Conceder a vida eterna às ovelhas que jamais cumpriram
a Lei, poderia ser considerado uma utopia, mas Jesus lhes
garantiu que, mediante a sua obra, os que nele cressem
também poderiam usufruir da vida eterna que ele receberia
mediante a sua obediência (Lv 18:5). Isto quer dizer que
Jesus Cristo compartilharia o seu prêmio com as suas
ovelhas (Jo 17:3): Vida, vida eterna, segurança eterna são
as bênçãos que temos nele. Mas todas as suas ovelhas
devem permanecer nas suas mãos, assim como Raabe
deveria permanecer na sua casa até que a sua salvação fosse
consumada (Js 2:17-19)
João 10:28: eu lhes dou a vida eterna; jamais
morrerão eternamente, e ninguém as arreba­
tará da minha m ão. (jo 17=2,3; ijo2:25;jo 0.3 7 ,39)
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode
arrebatá-las da mão de meu Pai. Nem das mãos do Filho, nem
das mãos do Pai. Temos a garantia da segurança completa. Os
dias de estarmos no aprisco são perenes; se permanecemos
no curral, nos encontramos temporariamente seguros;
mas, quando somos promovidos às mãos do Pai e do Filho,
estamos seguros eternamente. Eis a diferença entre as
ovelhas militantes e as ovelhas triunfantes
João 10:29: M eu Pai, aquele que me deu
as ovelhas, é maior do que todos; e ninguém
pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. (jo 14.28;
j 17:2,6)
Essa união somente é possível pelo vínculo da unidade
que é o Espírito Santo. Sem ele, não poderiam serum. Há
10:30
evidências de sua Divindade plural em três pessoas, em
uma essência espiritual. Na criação do homem, eles falaram
de uma imagem para os três (Gn 1:26). Quando Adão foi
expulso do Éden, eles disseram: “o homem se tornou como
cada um de nós” (Gn 3:22). Quando houve a confusão em
Babel, observe que Deus falou (no plural): “desçamos e
confundamos ali a sua linguagem”. São frases que revelam
mais de umapessoa, não mais de um Deus (Gn 2:24; Dt6:4).
O rei Agur, por revelação, fala que ele tinha um Filho com
nome desconhecido (Pv 30:4). As formas plurais usadas
parase referirem a Deus são comuns naBíblia (Is 54:5).
O Criador, o Pai, e o Senhor dos Exércitos, os nomes do
Filho são vistos de modos distintos. O Santo de Israel, o que
executa a redenção, é o Espírito Santo. O tudo em todos
resume-se como “o Deus de toda a terra”. Há conversações
divinas expressadas no plural (Is 6:8:48:16-17; 63:9-16):
Pai, Redentor, Senhor, Salvador, Espírito Santo, etc. Temos
registros de conversações entre eles no livro de Salmos,
usadas no plural (SI 2:1-9; 45:6-8; 110:1-5).Temoso
testemunho da Divindade no batismo dejesus Cristo, onde
as três pessoas da Divindade estavam presentes (Jo 14:16):
o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Os ensinamentos dejesus
a respeito do Pai, e do Espírito Santo (Jo 14:16), de forma
clara. A triunitária ordem batismal é um grande exemplo
(Mt28:19-20). A bênção triunitária e apostólica (2 Co
13:14). A visão do trono com as três pessoas definitivamente
manifestadas em posições totalmente diferentes é um fato
(1 Co 15:26-28; Ap4:5;Dn 7:9,10,13)
João 10:30: Eu e o Pai somos um ”, (jo i7:2ij
Quando o Senhor quiser ir a Betânia os seus discípulos
usarão este argumento para não desejarem ir. Mas veremos
o que ele pensa das pedras
João 10:31: Os judeus, então, voltaram a pe­
gar em pedras para apedrejá-lo. (Jos.sq)
As pedras não nos ameaçam quando sabemos que vimos
para investir a nossa própria vida. Pedras se tiram e se
atiram, mas as obras permanecem. Quando conferimos
Levítico 24, verso 16, vemos que eles estavam blefando. Em
outras palavras, eles não apedrejariam a um homem, mas a
uma pedra: sim, não o apedrejariam, mas o lapidariam. Ele
era a rocha! ” (1 Co 10:1-3)
João 10:32: R espondeu-lhes Jesus: “Eu
tenho vos mostrado muitas obras da parte
de m eu Pai; por qual dessas obras m e ape­
drejais?”
Eles fariam algo ilegal, se o fizessem; pois não podiam
fazê-lo sem julgamento, sem defesa
João 10:33: E responderam-lhe os judeus:
“N ós não te apedrejarem os por algum a
boa obra, mas pela blasfêm ia, porque tu,
sendo hom em , te fazes a ti m esm o D eu s”.
(Jo5:18)
Este texto refere-se ao Salmo 82, verso 6. Eles nem se
sentiam homens sob aquele duro domínio de Roma,
quando as terras de Israel era um corredor de exércitos e
um grande cemitério; assim se sentiam, como um trapo
JOÃO 10:36
de gente. Invejavam aquele que se sentia como homem,
e queriam destruir o Enviado de Deus a pedradas
João 10:34: Respondeu-lhes Jesus: “Não
está escrito na vossa Lei: Eu disse: sois
deuses? /s/ 82,-6/
Nas palavras dejesus, o Verbo revelado dignificava o seu
receptor com o oráculo da Palavra de seu Deus. A Palavra de
Deus revelada transforma os seus ouvintes e praticantes em
deuses sobre os Faraós deste mundo tenebroso (Êx 7:1);
esta Escritura não pode ser anulada. Isto mostra a mudança
radical que passam aqueles a quem Deus se revela, pois
as pessoas se transformam em filhos de Deus quando
crêem na Palavra de seu Filho; sendo filhos de Deus, o que
somos? Este é o desejo do Pai e do Filho. Estudando o livro
de Esdras, capítulo oito, entendemos melhor o profeta ou
o pregador da Palavra que transforma os seus ouvintes em
filhos de Deus, para vergonha do grande Luzeiro
João 10:35: Se a Lei chamou deuses àqueles
a quem a Palavra de Deus foi dirigida, e a Es­
critura não pode ser anulada,
Jesus se autocomparou ao Templo santificado, pois era
a festa do Templo. Ele dava voltas no Templo, e estava
falando de si mesmo como oTemplo santificado uma vez
para sempre pelo Pai. (1) A palavra santificar vem da raiz
“kadosh”, que quer dizer o “ato de santificar” e nãoé o
mesmo que “consagrar”. Para que o Pai enviasse o seu
Filho ao mundo, Ele sabia que não poderia terêxito sem
a santificação. Para estar no mundo, e ter vitória sobre o
mesmo, o servo de Deus necessita de santificação. Quando
Jesus estava para deixar este mundo, rogou ao Pai que
não tirasse os seus servos do mundo; mas o Senhorjesus
sabia que eles não poderiam ter vitória no mundo se eles
não fossem santificados, como ele mesmo foi santificado
pelo Pai (Jo 6:27; 10:36). Então, oSenhorJesus entregou-
se a si mesmo como preço de santificação (Jo 17:15-19).
Observe melhor a respeito da santificação no capítulo
17:9. (2) O texto de Levítico 24:16-19 registra a lei sobre
a blasfêmia. Dizer-se Filho de Deus não era blasfêmia, era
reconhecimento de seu senhorio. A congregação tinha
conselho, e não podia apedrejar ser humano nenhum
sem primeiro ouviro conselho de anciãos (Lv24:12). (a)
Mas quem matasse o inocente teria que ser morto (Lv
24:17), pelo mesmo instrumento, (b) E quem matasse a
um animal deveria restituí-lo, e este era um tipo de Cristo
como o Cordeiro de Deus; por ser inocente, ele deveria
ser restituído pela ressurreição, e estas palavras foram
ditas pelo Pai (Lv24:17-18; Rm 10:5-7). Eles diziam isto
por causa do texto de Gênesis 5:1 -3, o qual registra que
nenhum filho de Adão, depois de Sete, era chamado
diretamente filho de Deus, segundo a sua imagem e a sua
semelhança. Isto é, todos os homens seriam, hoje, somente
filhos de Adão e não filhos de Deus, diretamente, segundo a
tradição dos hebreus. Mas Jesus veio quebrar esta doutrina.
Observe que o Pai santificou o seu Filho (Jo3:12)
João 10:36: então, àquele a quem o Pai santi­
ficou e enviou ao mundo, vós dizeis: Tu blasfe­
mas, porque disse: Sou Filho de Deus? (706:69,■
3:17;5:17,18;5:37; 8:42; 9:35;Mt 14:33)
396
10:37
As obras do Pai são comuns aos seus olhos. Tudo o que
se faz no Templo sobre as peças do Templo é obra do Pai.
Purificar, limpar, esclarecer, salvar, redimir. São obras que
ele fazia em lugar do Pai e para o Pai. Desde o átrio até o
lugar Santíssimo, era sua obra, era obra do Pai
João 10:37: Se não faço as obras de meu Pai,
então, não acrediteis em mim. (jo 15.24)
Originalmente, a frase está assim: “que o Pai é em mim
e eu no Pai”. Isto é, que o Pai o usa nesta terra e o Filho se
utiliza do Pai. As obras são inquestionáveis para aquele que
duvidam do obreiro
João 10:38: Mas, se as faço, ainda que não
acrediteis em mim, crede nas obras; para que
conheçais e creiais que o Pai está em mim, e
eu eStOU nO Pai”. (Jo 14:10,11;17:21; 5:36)
Vede esta grande obra que o Filho de Deus fez; ele não veio
para serpreso, ele veio para entregar a sua vida.
Homem nenhum teria tido poder para prendê-lo e esta
é uma grande obra; a prisão era o primeiro passo para o
apedrejamento (Lv24:12)
João 10:39: Por isso, procuravam outra
vez prendê-lo, mas ele escapou das suas
mãos. (Jo2 :l 1;7:30,44;Lc4:30)
Ele foi visitar as ovelhas dispersas de João, onde
foi convencido pelo Pai que nem sempre as coisas
acontecem do modo como queremos. Ele foi resgatá-las
como outras ovelhas. Era importante para ele, pois ali foi
também batizado. Algumas vezes é preciso voltar
ao princípio
João 10:40: E retirou-se novam ente para
o outro lado do Jordão, para o lugar onde
João batizava no princípio; e perm aneceu
ali. (Jo 1:28)
As suas ovelhas vieram, e o porteiro finalmente foi
conhecido. Este foi o grande sinal dejoão. A voz somente
tinha o poder da fala, e o que a voz falava, falava com o
poder do Verbo; poder que recebeu quando ainda era um
feto no ventre de sua mãe, depois da saudação de Maria a
Elizabete, na casa de Zacarias
João 10:41: Muitos iam ter com ele e diziam:
“João, na verdade, não fez sinal algum, mas
tudo quanto João disse a respeito deste era
verdadeiro”. (jo2:ii;3:30)
Aqui temos uma grande verdade. Em nem todos os lugares
temos o mesmo resultado. Onde ele falou as verdades mais
profundas, ninguém creu nele. Onde ele apenas chegou, no
lugar em que já tinha referência de outro ministro, creram
nele. Esta é a revelação. Necessitamos de cobertura,
o testemunho anterior é imprescindível. Onde temos
testemunho anterior, onde outros testemunham de nós, os
sinais fluem e nossa mensagem se parece a nós mesmos
João 10:42: E muitos ali creram nele. (jo7:3i;
11:45;8:30)
J oão 11:3
João, capítulo onze (11)
Jesus se refugiava; e todas as vezes que saía para refugiar-se,
oPailhe dava trabalho (Jo 10:40). Do outro lado da cidade
dos figos, perto dojordão, Jesus estava refugiado enquanto
a enfermidade assolava a um de seus queridos amigos. Ali,
naquela cidade, muitas coisas aconteceram. Ali, ele procurou
algo em uma figueira que estava distante da entrada da cidade.
Ali, ele recebeu o louvor daquela preciosa família de Lázaro.
Agora, ele terá um grande desafio. O caminho era tão curto,
mas ele tardou tanto tempo para chegar a casa de Lázaro.
Porque tardou tanto tempo?Jesus tinha amigos em todos os
lugares; ele tinha amigos em aldeias. Porque será que aBíblia
diz que Marta e Maria eram donas da aldeia, e nãoinclui o
nome de Lázaro como proprietário?
João 11:1: Estava, então, enfermo um ho­
mem chamado Lázaro, de Betânia, aldeia de
Maria e de Marta, sua irmã. (Mcii .-i;Lcio:38;Mt
21:17)
Uma mulher, dona de uma aldeia, não daria ao Senhor
Jesus qualquerpresente, nem lhe ofereceria qualquer
oferta. A unção de Maria foi profética, pois como o
bálsamo profetizava a respeito de seu sofrimento e dores
pelos quais havia de passar, ele também seria certamente
usado sobre Lázaro, se ela não tivesse derramado sobre
Jesus. Quando não ofertamos a Cristo aquilo que é dele,
certamente desperdiçamos dentro de nossa própria casa
na primeira oportunidade que temos. Aquilo que fazemos
de notório geralmente é lembrado, pois não é comum uma
pessoa enxugar os pés de alguém com os próprios cabelos.
Aquilo que os pés dejesus não podem reter, servem sobre
a sua cabeça. Também participa da bênção aquele que
oferta. Nenhuma mulher poderia enxugar o cabelo se
estivesse com tranças, que aqui representam amarras
emocionais. Ela estava livre disso (1 Pe 3:3).
João 11:2: E Maria, cujo irmão Lázaro estava
enfermo, era a mesma que ungiu o Senhor
com bálsamo aromático e enxugou-lhe os pés
com OSseus cabelos. (Mc 14:3;Lc7:38;Jo 12:3)
As mulheres sempre têm uma forma peculiar de
envolver nos seus pedidos armadilhas emocionais.
“Não pode estar enfermo aquele a quem tu amas!”
Jesus não trabalha com chantagens emocionais. Estas
chantagens fazem com que ele atrase mais ainda a sua
chegada. Observe que ele tardará mais ainda, pois este
capítulo está cheios de motivos pelos quais ele tarda a
sua chegada na aldeia. Aquele que Jesus ama também
se enferma. Podemos estar com Jesus há três dias e não
termos o que comer (Mc 8:3)
João 11:3: E as suas irmãs mandaram dizer-
lhe: “Senhor, eis que aquele que tu amas está
enfermo”. (Lc7:i3)
“Não me digam isto, esta enfermidade não aconteceu
para que a morte tenha proeminência sobre Lázaro. Mas
porque, pela sua morte, serão dadas glórias a Deus, e Ele
será glorificado por causa dela”. Ele não estava dizendo que
Lázaro não morreria, mas que a morte não permaneceria
397
11:4
com a glória de ter matado Lázaro
João 11:4: E, ao ouvir Jesus isso, disse: “Esta
enfermidade não é para a [glória daj morte,
mas para glória de Deus, a fim de que o Filho
de Deus seja glorificado por ela”. fjo i i.-40;jo 93)
Jesus ama os três, muito embora Lázaro não apareça na
escritura da aldeia. A pessoa que mais ele disciplinará
aqui será Marta, todavia ele avisa logo: “eu amo a
Marta”. Ele chora com Maria por causa de Lázaro, mas
avisa que ama a Marta. Este líder sabe liderar, sabe
importar-se com os sentimentos das pessoas e de como
se sentirão se não o compreenderem
João ll:5:O ra,Jesusam avaaM arta,easua
irmã, e a Lázaro.
Ele está dando tempo ao seu último inimigo (1 Co 15:26)
de terminar a sua obra em Lázaro. Ele quer mostrar que a
morte não mata quando e como quer, pois ela tem trabalho
para matar um servo de Deus
João 11:6: Quando ouviu, pois, que Lázaro
estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar
onde estava.
Chegou a sua hora de trabalhar. O seu último inimigo, que é
a morte, havia feito o seu trabalho, e Lázaro havia sido levado
para o Hades (Jó 17:13-16). Esta mobilidade quejesus tinha
entre ajudéia e a Galiléia era como uma patrulha divina
operando sobre a Terra. A Galiléia era o local de seu trabalho,
embora ele não estivesse ali naquele momento, mas no
deserto doJordão, porque ajudéia cheirava a morte. O Pai
lhe daria um antídoto contra o medo humano ocasionado por
ter levantando a Lázaro da morte. Era imprescindível que
isto acontecesse, para mostrar que o Pai estava no controle
de tudo. Aquela demonstração de poder sobre a morte tinha
que acontecer najudéia. Em Lázaro, ele experimentava uma
certeza, a certeza da sua ressurreição!
João 11:7: Depois disso, disse aos seus dis­
cípulos: “Vamos novamente para ajudéia”.
(Jo 10:40)
Ele voltaria lá para venceruma pedra maior, aquela que
colocariam na sua sepultura. Com isso, ele não temeria
nenhum tipo de pedra, pois as pedras o glorificariam. Ele
sabe aproveitar as pedras. Todos os detalhes de sua própria
morte serão vistos nesta história, que também era profética
e significativa para si mesmo. Os vocábulos “voltar” e
“pedras” soavam para ele como uma profecia
João 11:8: Disseram-lhe os discípulos: “Rabi,
ainda agora os judeus procuravam apedrejar-
te, e voltas para lá?” (jo W :3i)
As pedras não ficaram no seu caminho, poisjoão fez um bom
trabalho nos caminhos escabrosos. Ele veio adiante dele
para nivelar os caminhos pedregosos. Mas devia andar na
luz. Teria o seu tempo de atuação. Tinha o seu prazo com o sol
deste mundo. Sabia que estava no seu tempo; tudo isto quer
dizer que os seus inimigos trabalhavam às escuras, em trevas
e, sorrateiramente, com o os covardes. Quando tivermos esta
convicção em nós mesmos, jamais seremos vencidos
JOÃO 11:13
João 11:9: E respondeu Jesus: “O dia não
tem doze horas? Se alguém andar de dia, não
tropeça, porque vê a luz deste mundo; ílc I3.-33;
Jo 9:412:35)
Jesus queria dizer: “Sei que estou no meu tempo de doze
horas, e no meu tempo ninguém me pode fazer mal algum.
Não me meterei nas trevas, onde o meu Pai não me enviou
ainda. Eles não podem fazer nada comigo enquanto eu estiver
aproveitando meu tempo coma minha obra, em obediência”
João 11:10: mas, se andar de noite, tropeça,
porque nele não há luz”, jo 12-35)
Ao mesmo tempo em que dizia “se andar de noite,
tropeça...”, Lázaro estava morrendo. Foi maravilhoso. Mas,
como era o seu vocabulário e quais eram os significados dos
vocábulos mais difíceis para ele? Morte significava sono,
assim como sacrificar era o mesmo que adorar para Abraão.
Os significados das palavras diferem na boca dos homens
e mulheres de fé. Ressuscitar tambémnãoera motivo de
orgulho, pois qualquer um que quisesse aparecer diria:
“vou ressuscitá-lo”. Mas, no dicionário dos humildes,
“ressuscitar” querdizer “despertar”
João 11:11: Depois de ter dito isso, acrescen­
tou: “Lázaro, 0 nosso amigo, dorme, mas vou
despertá-lo do sono”. (Jo 113 ;M t27:52;M c5:39;At
7:60; Mt 9:24)
Na linguagem dos homens naturais e sem fé, “homens
quedormem”, “homensqueesperam”, “enfermos
esperançosos” um dia ficarão bons, tal como apregoam
todos os curandeiros que profetizam sempre para o
amanhã os desafios que atormentam os seus constantes
fracassos: “...estará salvo, se dorme”
João 11:12: Disseram-lhe, então, os seus dis­
cípulos: “Senhor, se dorme, estará salvo”.
Os líderes geralmente não são compreendidos. Jesus não
dá glória à morte já, desde aqui, pois já teria dado glória à
morte se houvesse dito, a priori, “Lázaro morreu”. Mas ele
falou claramente, não para si mesmo, mas para eles, pois
ele mesmo não dava glória para a morte, porque já havia
dito “esta enfermidade não é para a glória da morte". Por
isso tratava a morte como um sono, que na verdade o era,
pois Lázaro ressuscitaria
João 11:13: Mas Jesus falava com respeito a
sua morte; eles, porém, pensavam que falava
do repouso do sono. (Mt9:24;Lc8:52)
Jesus há de se expressar no nosso vocabulário sem fé,
quando não tivermos fé, quando nos contemplar como os
covardes, mesmo quando estivermos acompanhados por
um homem que anda no seu tempo, no seu prazo. São os
mesmos discípulos que temeram afundar com Jesus, que
dormia no porão do barco, sem identificar o que era pior
para eles: afundarem com Jesus ou morrerem afogado;
eles temeram a tempestade quando Jesus podia sustentar
a todos, como a Pedro. Ele queria dizer-nos indiretamente
que o nosso vocabulário é humano: Para nós, morte é
morte, enfermidade é enfermidade. Para ele, morte é sono,
398
 11:14
e enfermidade é oportunidade de glorificar a Deus
João 11:14 : Então Jesus lhes disse claramente:
“Lázaro estámorto”;
Se ele estivesse ali, a morte não ousaria aparecer. Ele se
alegrou por não estar ali, nas horas fatais enfrentadas por
aquela família. Mas ele não se decepcionou com os seus
discípulos; ele se contentou com a lição que eles teriam.Jesus
viveu nos dois mundos, o natural e o espiritual, como sendo
um só. “Vamos ter com ele”, pois ele ainda vive. Vamos ter
com Lázaro, pois ele ainda vive! Ele é Deus dos vivos! Quando
uma pessoa está morta, os homens vivos não podem estar
com ela, apenas com o seu corpo. Jesus nos ensina uma
profunda liçãosobresuaféesua convicção
João 11:15: e,porvossacausa, eu me alegro de
que lá não estivesse, para que acrediteis. Mas
vamos ter com ele”.
Vemos que o discípulo mais incrédulo tinha condiscípulos!
Que tipo de discípulos eram? Esses velhos homens
precisavam morrer com ele. Tomé profetizava sem saber o
que dizia (Rm 6:2-6)
João 11:16: Então Tomé, chamado Dídimo,
disse aos seus condiscípulos: “Vamos nós tam­
bém, para morrermos com ele”. (Mti0:3; jo20:24-
28}
Desde ojordão (vilarejo na transjordânia,Jo 1:28, também
chamado de Betânia, ao norte) até Betânia, passando por
Jerusalém,Jesus necessitou de quatro dias para chegar;
dejerusalém a Betânia de Lázaro distava menos de três
quilômetros! Qual foi a razão para que ele viesse caminhando
tão vagarosamente? Logo veremos
João 11:17: E, quando Jesus chegou, encon­
trou-o na sepultura, já com quatro dias. tio 11.39)
Havia duas Betânias, uma na transjordânia, onde Jesus foi
batizado e assunto ao Céu (Jo 1:28), ao norte, e esta nas
colinas, ao sul do monte das Oliveiras (Mc 11:1)
João 11:18: E Betânia distava de Jerusalém
cerca de quinze estádios ( “2 ,7 5 quilômetros
ÍJolhl)
Na morte, não resta alternativa senão o consolo. Maria,
porém, tinha crédito, pois quem está acostumada a adorar
tem crédito. Ela esperava o aparecimento da encarnação de
suafé. Quem é amigo dejesus tem muitos amigos
João 11:19: E muitos dos judeus tinham vindo
consolar Marta e Maria, acerca de seu irmão.
; íj62:iij
Martanão pôde conter-se; o equilíbrio de Maria lhe fazia
muita falta. Pois a postura de Maria era sempre confiável e a
sua reação na hora da aflição inspirava respeito. Aconfiança
de Maria mudaria o rumo das coisas. A atitude desesperada
de Marta nos traz muitas lições
João 1 1 :20: Marta, ao saber que Jesus estava
chegando, saiu ao seu encontro; Maria, porém,
399
J oão 11:26
OÃO
permaneceu sentada em casa.
(1 (Observe como ela interpela o SenhorJesus. Ela queria
dizer: “Era sua obrigação estar aqui. A sua presença na
nossa casa deveria ser constante, pois assim teríamos vida
eterna”. Haverá uma grande diferença nesta frase dita pelas
duas irmãs: como elas foram ditas? A comida é igual, mas
o tempero é diferente. A primeira razão por que veio tão
vagarosamente
O
João 11:21: Marta disse ajesus: “Senhor, se tu
f&ZL '
jí
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
O
(Jo 11:2,32)
(2) “Estás obrigado a pedir a Deus, o teu Pai! Peça logo
que Ele te ouvirá. Enão te negará”. Algo parecido como O
“se tens dinheiro, por que teu vizinho morre de fome?”
Estamos acostumados a andar com as muletas dos outros.
Nova chantagem.Já podemos saber quem escreveu aquele
o
$ 3*1
primeiro recado... Eis asegunda razão por que veio tão
vagarosamente. Nossa incredulidade atrasa a resposta e a
nossa fé a adianta
João 11:22: Mas também sei, agora, que tudo €?
quanto pedires a Deus, Deus te concederá, fjo
9:31)
O mesmo que disse aos seus discípulos, e Martanão
podia negar que conhecia os métodos do Mestre: “Esta
enfermidade não é para a glória da morte”. A ressurreição
não era uma doutrina desconhecida. Isaías, o profeta mais
lido, falou sobre essa doutrina. Mas como Marta entenderia
esta frase?
João 11:23: E respondeu-lhe Jesus: “Teuirmão
há de ressuscitar”.
(3) Eis aqui o terceiro motivo: Marta conhecia muito a teologia
da ressurreição; sabia o que havia de acontecer, mas não nos
seus dias, nem envolvendo alguém de sua família. Era algo
muito longínquo para se crer
João 11:24: Disse-lhe Marta: “Eu sei que ele
ressurgirá na ressurreição no último dia”. (Dn
12:2;Jo5:28,29;At24:15)
A ressurreição é uma pessoa, e o homem carnal crê que ela é
uma doutrina; a ressurreição é uma pessoa, e o homem carnal
crê a respeito dela como se fosse um substantivo.Jesus é
Verbo, não substantivo
João 11:25: Então, Jesus lhe disse: “Eu sou a
ressurreição e a vida; aquele que crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá; tjo i.-4,-5.26; m .-ó;
3:36; 0 3 :4 ; ljo 1:2)
Somente aquele que vive, crê nele; somente o que
verdadeiramente vive, jamais morrerá. Marta mostrou a sua
dificuldade em crer
João 11:26: e todo aquele que vive e crê
em mim não morrerá eternam ente. Crês
ÍStO? ” (Jo 6:47; 8:51)
(1) “Eu creio, mas podes realizar o que quero?”, por isso
o exaltava, e isto era, evidentemente, muito sutil, ejesus
 11:27
conhecia esse tipo de sutileza: “Tu és grande, tens um
desafio, faze isto! Façaa minha vontade”. Foi bom saber
que Jesus amava Marta, mas ela seria exortada por isso, pois
confessou que cria em Jesus como o Filho de Deus, mas o
seu comportamento posterior não demonstrou isso de fato
João 11:27: E respondeu-lhe Marta: “Sim,
Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de
Deus, que havia devirão m undo”. (M tió:ió;jo
I 6:14; 4:42;M t 14:33/
Ela realmente agia de modo precipitado, pois calculou
o tempo do percurso desde o lugar em que ela havia
estado com Jesus e concluiu que ele devia estar à porta.
Naturalmente, o resultado seria “o mestre está aí”. Mas
Jesus ficou parado no mesmo lugar. Esta é a resposta que
temos do Senhor Jesus quando estamos estressados: a sua
resposta pára, trava. Jesus não estava à porta
João 11:28: Tendo dito isso, saiu e chamou
em segredo a Maria, sua irmã, dizendo-lhe em ;
particular: “O Mestre está aqui, e te chama”.
IMt26:18;Lc22:Ilj
Maria pensou que Jesus estava à porta e se decepcionou
com a informação de sua irmã; a pressa de sua irmã, Marta,
o havia paralisado, e Maria deveria caminhar até ele, pois
estava decidida a esperá-lo. Sua decepção, em função da
informação precipitada de sua irmã, foi superada
João 11:29: Ela, quando ouviu isto, levantou-
se rapidamente, e foi ter com ele.
Jesus não entrou na pequena aldeia, e estava parado no
mesmo lugar onde testemunhou a incredulidade de sua
irmã. Marta conseguiu travar a Ressurreição
João 11:30: Jesus ainda não tinha chegado
à aldeia, mas estava no m esmo lugar onde
Marta o encontrara, ijo 11.-20)
Ninguém acompanha o estressado. Ninguém saiu com
Marta, mas todos acompanhavam a Maria. A liderança que
se segue é a liderança bem postada e equilibrada. Marta na
ruae Marta em casa, que visão! Nossos discípulos não sabem
bem o que vamos fazer. Quando eles pensam que vamosao
sepulcro chorar, vamos nos encontrar com a Ressurreição e
! a Vida. Quando pensam que vamos chorar, vamos consolar.
Quando eles pensam sobre o que vamos fazer, não nos
interessa; pois sabemos o que havemos de fazer
João 11:31: Então, os judeus que estavam
em casa com Maria e a consolavam, quando I
viram que ela levantou-se rapidamente e saiu,
seguiram-na, dizendo: “Vai ao sepulcro para
chorar ali”./yo//.-/9;
Observe a razão pela qualjesus caminhou mais adiante.
Ela disse para si mesma: “Da mesma forma com que estou
acostumada, vou agir, vou adorar”. O adorador tem poder.
Ela disse a mesma frase que a sua irmã dissera, mas com
um efeito glorioso de amore adoração. O segredo dejairo
e o segredo de Abraão eram semelhantes ao segredo de
J oão 11:37
Maria. O adorador tem o poder habitando no seu coração.
A forma de comunicarmos um pensamento ou uma frase
faz a diferença; dependendo da forma como falamos,
circunstâncias podem ser completamente transformadas
João 11:32: Tendo, pois, Maria chegado ao
lugar onde Jesus estava, ao vê-lo, lançou-se
aos seus pés e disse: “Senhor, se tu estivesses
aqui, meu irmão não teria morrido”. (jo ii:2ij
O lídersabe quão difícil é para uma mulher liderar e
convencer os seus discípulos. O SenhorJesus percebeu o
poder de liderança daquela mulher e comoveu-se no seu
Espírito e perturbou-se. Que tipo de perturbação foi esta?
João 11:33: Quando Jesus a viu chorar, e
também chorando os judeus que a acompa­
nhavam, comoveu-se em Espírito, e pertur-
bou-se em si mesmo. íjo / i.-38;jo I2.-27; i3:2n
“Onde estáo teu problema, onde o enterrastes? Ainda
te lembras?” Muitos vezes tentamos enterrar os nossos
problemas, a fim de esquecê-los para sempre, sem jamais
confessá-los; e perdemos a oportunidade de ser curados
João 11:34: E perguntou: “Onde o puses­
tes?” Responderam-lhe: “Senhor, vem e v ê ”.
j (Lc 19:41]
Jesus chorou porque ela sabia onde estava, sabia onde o havia
enterrado. Ele chorou de alegria por saber que ainda podia
encontrarpessoas honestas e sinceras. Ele chora quando
aindasabemos onde temos sepultado nosso “Lázaro”.Jesus
quer saber onde está o nosso, e onde o pusemos. O que
deve ter passado pela mente dejesus naquele momento?
Certamente, os grandes momentos de sua amizade, de sua
companhia à mesa, quando perguntavam-lhe: “gostou do
guisado, Senhor?”, vieram à sua mente
João 11:3 5: Jesus chorou.
Jesus não chorou porque simplesmente o amava; Jesus
chorou pela forma como ela lhe mostrou o caminho da
sepultura. Parajesus, Lázaro estava vivo. “Vem aqui
Senhor, é por aqui”. Sem chantagens, e cheia de fé
João 11:36: Então os judeus disseram: “Vede
j quanto o amava”.
Esta é quinta razão de seu atraso: Ele não veio para
abrir os olhos de cegos, nem de Lázaro. Ele veio abrir a
sepultura de Lázaro. Abrir a sepultura, para ele, era o
mesmo que abrir os olhos de um cego
João 11:37: E alguns deles disseram: “Não
podia ele, que abriu os olhos ao cego, ter im-
j pedido que Lázaro morresse?” jo9:ó,7]
Estacomoçãoaconteciapelasegundavezporcausada
incredulidade. Ele foi tratar com a morte lá na sua gruta,
enfrentando todas as suas dificuldades. Mostrar as grutas
de nossas obras significa confessaras nossas dores, nossos
pecados e incredulidades. Isto comove o coração de Deus.
Aproveite agora mesmo para mostrar-lhe as suas grutas, e Ele
o ajudará. Ali,Jesus comoveu-se, pois imaginou que da mesma
forma que procuravam pela sepultura de Lázaro, procurariam
400
11:38
pelasua sepultura. Elecomeçouaimaginaros momentos de
sua morte e sepultamento. Quem tiraria aquela pedra?
João 11 :38: Jesus, pois, comovendo-se pro­
fundamente em si mesmo, foi ao sepulcro; e
era uma gruta, e tinha uma pedra posta sobre
ela. ÍJo 11:33;M t27:60;Mc 15:4ó;Lc24:2;Jo20:l)
Jesus quer ressuscitar, mas a pedra da sepultura é por nossa
conta. Tirar a pedra é “confessar que nada podemos”;
“aqui estamos sob tua decisão, faça o que quiser”.
Há coisas que Deus pode fazer, e há coisas que somente nós
podemos fazer. Lázaro é o tipo daquilo que sepultamos sem
nunca desejarmos trazê-lo à luz novamente. Maria disse:
“Senhor, vem e vê”, e Marta: “Senhor, não te atrevas, já
cheira mal. Devias estar aqui quatro dias atrás”
João 11:39: E ordenou Jesus: ‘Tirai a pedra”.
Marta, irmã do defunto, disse-lhe: “Senhor,
está putrefato, porque está morto há quatro
dias”, (jo 11:17)
Ele não disse “se vires, crerás na glória de Deus ”. Mas
disse “se creres, verás a glória de Deus”. Quando ele
disse, “teu irmão há de ressurgir”, estava dizendo, “teu
irmão será motivo de glorificação a Deus. Teu irmão de
pé, em frente à sepultura, é uma prova daquilo que você
verá em mim daqui a alguns dias! ” O que faltou a Moisés,
poderás ter agora. O comportamento de Marta não
equivalia à sua confissão anterior
João 11:40: Respondeu-lhe Jesus: “Não te
disse que, se creres, verás a glória de Deus?”
ÍJo 11:4,23}
Apedra foi removida. O desafio agora estava nas mãos
deDeus.O bedeceréo melhor caminho. Agora sabemos
o porquê de ele vir devagar. Ele veio orando a respeito
daquele evento. Ele disse que o despertaria por causa
de seus discípulos, mas também lembrava a si mesmo
que, antes, dissera que nada podia fazer sem que o Pai
lhe autorizasse (Jo 5:19). No caminho, ele perseverou
em oração, mas a resposta ainda não havia chegado. Ele
necessitava de algo, pois que eles (ele e o Pai) tinham tudo
em comum. Um glorificava o outro e, finalmente, naquele
lindo modelo de unidade entre a Divindade, um respaldava
o outro. Era este mesmo modelo de unidade que ele pedia
para todos nós (Jo 17:22). No caminho, ele vinha pedindo,
orando e implorando. Agora, a sepultura estava aberta. Era
tudo que o Pai queria ver. Mas, como por meio das ações de
graças o Pai trabalhafavoravelmente, ele agradece antes de
dara voz de comando. Aquela voz seria tão profunda como
o seu suspiro de comoção. Lázaro já estavano Hades, no
lugar conhecido como Paraíso ou Seio de Abraão; aquela
voz poderosa o alcançaria ali; tal erao poder da voz do
Verbo. Agradecer antes de receber é o grande segredo
João 1 1 :4 1 : Então, tiraram a pedra de onde
havia sido posto o morto. EJesus, levantando
os olhos ao Céu, disse: “Pai, graças te dou,
porque m e OUViSte. (Joll:17:!;M tlí:25J
Ele se explica. “Sei que sempre me ouves, mas agora estou
J oão 11:42
aqui como homem, sei que temos um contrato. Quero que
me compreendas, ó Pai. Quero somente te glorificar. Quero
que eles creiam que tu me enviaste. Por isso, eu afirmei que
o ressuscitaria”. Então, o Pai fez o sinal que sim
João 11:42: Eu bem sei que sempre me ou­
ves; mas eu disse isso por causa da multidão
que sempre está ao redor, para que eles creiam
que tu me enviaste”.
Então, Jesus podia clamar. Aqueles quatro dias de oração
e de grande batalha acabaram. Lázaro teria que deixar os
seus novos irmãos do Hades. Todos os mortos, justos ou
ímpios, estavam sob as cadeias da morte, e somente Cristo
podia rompê-las, quando as chaves da morte lhe foram
entregues ainda na cruz, quando ele consumou a sua obra
(Cl 2:15). O problema não era somente a morte (At 2:31;
Ap 2:17); o Hades era também uma grande prisão. Vemo-lo
na Bíblia como o inferno, na maioria das vezes (Hades, no
grego e Sheol, no hebraico). Até a morte de Cristo, todos os
ímpios e justos iam para lá. Após a morte e a ressurreição
dejesus, os justos foram transladados deste lugar para
aNovaJerusalém (Hb 12:22-23). O Hades era um lugar
intermediário, antes da inauguração do verdadeiro Lago
de Fogo (Inferno). Não era um purgatório. Os justos não
precisam purificar-se na morte; isto deve ser feito em
vida (Lv25:29,30). O Hades era um lugar intermediário
não somente para os justos, mas também para os ímpios,
tipificado no Antigo Pacto como uma cidade de refugio
(Nm 35:28). Com Cristo, no ministério da sua morte,
que consistia em “libertar os cativos e abrir as prisões
dos encarcerados”, os justos foram transportados para
o Paraíso de Deus (2 Co 12:4; Hb 12:22-24). O Hades
(conhecido erradamente como “Inferno”), ainda que
com suas divisões para justos, ímpios e demônios, era
um cativeiro. O diabo gozava o privilégio de ter as suas
chaves (Is 22:15-25). Com a vitória de Cristo na sua obra
expiatória, tudo o que Adão havia perdido foi resgatado (Lv
25:47-49; Ap 1:18). Onde isto aconteceu? Porquejesus
venceu a morte, podemos crer na ressurreição, porque
venceu o diabo, podemos crer que o Hades já não é mais
uma prisão, porque as suas portas não prenderão mais a
Igreja de Cristo (Mt 16:18). Aqueles que crerem no Cristo
ressurreto não passarão mais pelo Hades. Até a morte de
Cristo, o Hades era uma prisão tanto para os ímpios como
para os justos, e de láninguém podia escapar (Lc 16:31):
“se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco crerão,
ainda que ressuscite alguém dentre os mortos”. O ex-rico
queria que Lázaro recebesse a permissão de Abrão para
sair do Hades e ir pregar o Evangelho aos seus irmãos
que ainda estavam vivos, mas a permissão lhe foi negada.
Abraão rompeu o silêncio e disse: “Se Lázaro tivesse que
sair daqui, seria somente pela ressurreição”. Ninguém
podia sair do Hades, a não ser pela ressurreição. A trajetória
de um homem na morte, antes da ressurreição de Cristo.
(1 )0 espírito humano regressava a Deus. (2) A alma é a
pessoa propriamente dita que ia ao Hades, seja dos j ustos,
seja dos ímpios. A alma dos justos ia ao Seio de Abraão, e a
alma dos ímpios ia ao lugar de tormentos. (3) O corpo ficava
na sepultura ou no lugar onde havia sido desfeito, depois
de sua separação da alma. Os corpos dos justos esperavam
a morte de Cristo na cruz, para serem transportados para o
11:43
Paraíso (Hb 12:22-24; 2 Co 12:4). Mas o corpo dos ímpios
somente ressuscitará após o Reino Milenar de Cristo, na
ocasião do Grande Tribunal do Trono Branco, na segunda
ressurreição (Ap 20). Antes da ressurreição de Cristo, os
justos e os ímpios desciam ao Hades. Mas, hoje, depois
da morte e ressurreição de Cristo, a alma é levada do
corpo e enfrenta (1) aregião da sombra da morte, o “rio
Jordão espiritual”, um lugar das regiões celestes (SI 23:4).
Ninguém consegue passarpor esta região sem o sinal da
fé, que é o selo do Espírito Santo (Lc 16:22; Ef 1:13). Este
lugaré horrível; tanto os justos como os ímpios passam
por esta região; mas é ali que a alma é inspecionada antes
de passar para o outro lado, o paraíso de Deus. Todos os
ímpios são recusados. Os justos, com a ajuda pessoal dos
anjos de Deus, atravessam para o outro lado, depois que o
selo do Espírito Santo é mostrado. Assim, os ímpios, que
não contam com esta ajuda, são entregues nas mãos dos
anjos caídos que os levam até o lugar de tormentos, ainda
no Hades. Antes da morte de Cristo, este era o trâmite
contínuo, até a morte e ressurreição de Cristo; depois da
ressurreição, Jesus tomou a todos os justos que estavam no
Paraíso e os transportou a Novajerusalém Celestial, onde
Paulo esteve arrebatado (2 Co 12:4). Mas, até hoje, depois
da morte e ressurreição de Cristo, os ímpios continuam
indo a este lugar de tormentos, no Hades. A alma de
Lázaro havia passado por todos estes trâmites, mas teve
de obedecer à voz deCristoqueo chamava. Este já foi um
sinal para os justos que ali estavam, isto é, de que o traslado
estava próximo (Nm 35:25-28)
João 11:43: E, tendo dito isto, clamou em
alta voz: “Lázaro, vem parafora!”
O homem pode estar vivo, mas se estiver atado dos pés e
das mãos, ainda é um defunto. Quem não pode andar com
os seus próprios pés nem agir com as suas próprias mãos, é
porque está atado. Quem estiver atado com alguma faixa,
de tal maneira que não pode caminhar, nem construir e
nem ver, compara-se a um defunto. Jesus levanta o defunto
dentre os mortos, mas somos nós que desatamos o novo
nascido para a liberdade de Cristo. Porquejesus disse que
o deixassem ir? Leia os primeiros versos do capítulo doze.
Tente alcançá-lo, tente vê-lo assentado ao lado de Jesus.
Agora entenda o porquê. Ele estava acostumado a servi-lo
na mesa de sua casa. Deixe ir, pois não sabe fazer outra
coisa, senão servir a Cristo por meio de sua própria mesa
João 11:44: O defunto saiu, com os pés e
as mãos atados com faixas, e o seu rosto en­
volto em um lenço. Então, disse-lhes Jesus:
“Desatai-o e deixai-o ir”. (jo i9.-40;20:7)
Seus convidados conhecerão a Cristo quando
experimentarem vir à sua casa, mesmo nas circunstâncias
adversas. Quando eles virem o quejesus é capaz de fazer,
crerão nele. Esta é a glorificação da qual Cristo lhes falava
João 11:45: Muitos, pois, dentre os judeus
que tinham vindo visitar Maria, e que tinham
visto o quejesus fizera, creram nele. (jo i i . iq,-
2:23; 12:11)
Sempre dois grupos reagem ao ouvir a verdade. Uns
J oão 11:49
crêem e outros sentem inveja e agem de forma contrária.
O sucesso de um servo de Deus incomoda aqueles que
não podem usufruir da intimidade com Deus. Os inimigos
se unem quando há outro inimigo comum. Os atos de um
homem que tem sucesso, independentemente do sistema,
incomodam os fariseus
João 11:46: Mas alguns deles foram até os fari­
seus e lhes contaram o quejesus tinha feito.
O sinais são os meios mais rápidos de conquistar as
multidões e atiçar os inimigos que jazem no sistema
João 11:47: Então, os principais sacerdotes e
os fariseus convocaram o Sinédrio, e diziam:
“Que faremos? Porque este homem faz mui­
tos sinais. (Jo 1l:57;Mt26:3)
Havia muitos pretextos, tais como este, mas a verdade era
outra. Como um homem que não havia sequersido ungido
pelos principais sacerdotes, que dera continuidade ao
ministério dejoão Batista, poderia ter apoio daquele sistema?
João 11:48 : Se o deixarmos assim, todos cre­
rão nele, e virão os romanos, e nos tomarão o
nosso lugar e a nossa nação”.
Um deles, chamado Caifás, que era sumo sacerdote
naquele ano, disse-lhes: “Vós não sabeis nada”. Quem
era este homem? Anás, havendo renunciado ao sumo
sacerdócio, poso seu filho como sumo sacerdote. Com
a morte do seu filho, ele o substituiu por outro filho, que
também morreu depois de um ano de ofício. As autoridades
romanas puseram, então, o seu genro Caifás como sumo
sacerdote. Mas, na verdade, Anás era o verdadeiro sumo
sacerdote e detinha o poder. O ódio tomou conta de Anás e
de seu genro. Ele também não sabia nada. Não sabia sequer
de onde Jesus era, nem onde havia nascido. Não conhecia a
verdadeira Arca em pessoa
João 11:49: E Caifás, um deles, que erasumo
sacerdote naquele ano, advertiu-lhes: “Vós
nada sabeis, (Mt2ó:3,-jo i8.-i3,14)
Ele estava certo, e dizia estas palavras por causa de
Deuteronômio 21. Mas vejamos onde ele errou.
Deuteronômio 21:1 -9, comparado a Mateus 27:11 -26,
nos mostra, explicitamente, a ocasião do julgamento
dejesus. O morto encontrado ali era tipo de todos os
delitos da humanidade, sem haver reconhecimento de
nenhum culpado. A novilha é tipo de Cristo e os anciãos
representam os líderes religiosos e civis do povo de Israel.
As cidades mais próximas tipificavam todo o mundo (Rm
3:23). Mas, para que a nação toda não morresse, uma
novilha limpa deveria morrer em lugar dela. A novilha
substituta deveria ser nova e livre de jugo; não deveria
ter experimentado trabalho ou jugo, o que era tipo da
pureza de Cristo. O vale escabroso ou pedregoso (Dt21:4)
é tipo do Calvário, do Gólgota, e os sacerdotes de Levi
representavam a liderança religiosa de Israel. No tempo
dejesus, a nação estava completamente comprometida
com a corrupção. O fato de lavar as mãos sobre a novilha
era um tipo de transmissão de culpae da aceitação da
substituição efetuada sobre a novilha, que era tipo de
402
11:50
Cristo, e era justamente aquilo que os judeuscf&veriam ter
feito. O problema não era sacrificar a novilha, e Caifás sabia
disso. Os sacerdotes deveriam transmitir para a novilha a
culpabilidade da nação e lavarem as mãos, fazendo a oração
especial (D t21:7), e foi aqui que eles erraram; dessa forma,
os anciãos de Israel tirariam de sobre si a culpabilidade
advinda pela morte de Cristo, mas eles não fizeram assim;
Pilatos, sem ter conhecimento da Lei, lavou as suas mãos;
e Pilatos não conhecia a Lei de Moisés nem o que ele havia
escrito a respeito de Cristo. Isto significa claramente que
a nação de Israel aceitou a criminalidade, e rejeitou a
oportunidade de lançar sobre Cristo asua culpa. De livre e
espontânea vontade, aceitaram a culpa sobre si mesmos,
sem terem lavado as mãos. Podia ser feito como estava
escrito na Lei, em Deuteronômio 21. Caifás conhecia este
texto e sabia disso; mas, por orgulho, não quis lançar sobre
ele toda a sua culpa, iniquidades, pecados, enfermidades,
dores, para ser curado. Mas todos quantos nele creram
foram curados (ls 53:1 -12). O sangue inocente não cairia
sobre a cabeça deles tão somente se, por um ato de fé, os
sacerdotes lavassem as mãos, como Pilatos; pela Lei, a
substituição estaria consumada. Este era o principal ato:
Lavar as mãos (Mt 27:11 -16). A verdade é que os anciãos
e os sacerdotes queriam quejesus morresse a título de
vingança, e não como o Cordeiro de Deus. O Calvário foi o
lugar onde ele morreu. A água jorrada do corpo de Cristo
é tipo da corrente que levaria o sangue inocente a todo
o mundo, isto é, as águas do Evangelho de Cristo. Cristo
morreu por todo o mundo (Jo 3:16). Por isso, quando Pilatos
lavou as mãos, a substituição da novilha foi aceita em favor
dos gentios. O ato de lavar as mãos indicava que, apesar
de ser culpado, Pilatos lançava a culpa sobrejesus Cristo,
o novilho de Deus, pois ele morreu por nós. Os gentios,
por meio de Pilatos, fizeram isto. Realmente, Caifás estava
certo quando disse: “vós nada sabeis”. Os judeus que
chegam a compreender o amor de Deus em Cristo tornam-
se umabênção para a sua nação, como muitos israelitas no
mundo que pregam o verdadeiro Evangelho messiânico e
cristocêntrico. O que os judeus deveriam ter feito? Aquele
que aproveitasse a oportunidade e lançasse sobre a novilha
a culpa, para que o sangue do “morto" encontrado não
recaísse sobreasua cabeça (Mt27:25), seria considerado
inocente. Mas eles ainda pediram que o sangue de Cristo, o
substituto, recaísse sobre suas cabeças, em vez de lavarem
as mãos sobre a novilha inocente. Quandojesus morreu
o seu sangue foi derramado sobre a terra, mas até hoje
continua sendo derramado sobre os filhos dos filhos de
Israel (Mt27:24-25), e estaé uma comprovação histórica.
Jesus também morreu pelos gentios e também levou a
culpabilidade deles; ele os redimiu (1 Pe 1:18;Jo 1:12-14),
mas também redimiu a terra, onde foi derramado. Neste
livro, há um registro de que os próprios doutores da Lei
profetizaram: “levarás esta doutrina aos gentios?”
João 1 1 :50: nem considerais que nos con­
vém que um só hom em morra pelo povo, e
que não venha a perecer toda a nação”.
Éo que explicamos no verso anterior. Barrabás é tipo da
humanidade e da outra bezerra que Deus não aceitaria
jamais; cego, coxo, imundo (Ml 2:1 -8). O povo não o levaria
à cruz. Não seria aceito no altar do holocausto. Nele havia
jugo, pois havia experimentado o pecado
> 11:55
João 11:51: Ora, ele não disse isso de si mes­
mo; mas, como era o sumo sacerdote naquele
ano, profetizou quejesus deveria morrer pela
nação,
João especifica bem claramente sobre o resultado de sua
morte, dizendo que não morreria somente por Israel, mas
por todos os gentios que, ao crerem nele, formariam a
Igreja, o corpo de Cristo. Mas ele está falando não somente
da Igreja, mas de todas as tribos de Israel, de todas as
nações e de todos os gentios que, por meio da fé em Cristo,
formariam um só corpo em Cristo
João 11:52: e não somente por aquela nação,
mas também para reunir em um só corpo os
filhos de Deus que andavam dispersos. (Is4Q:ó;
Jo 10:16)
A ressurreição de Lázaro foi o estopim para que eles
resolvessem matá-lo, em nome da Lei. Em pauta estava o
fato de se autodeclarar Filho de Deus e a questão do Templo
João 11:53: Desde aquele dia, pois, trama­
vam entre si para o matarem. iMt26:4j
Naquelaregião onde havia pessoas simples que criam no
seu ministério. Há lugares onde não precisamos provar
nada, apenas somos o que somos e o povo se sente honrado
com a nossa presença. Ele tinha um povo que o amava. Ele
sabia onde encontrá-lo. Sempre haverá uma Efraim no
deserto, que nos acolherá em horas difíceis. Ali era lugar de
ensinar a seus discípulos
João 11:54: De maneira quejesus já não an­
dava publicamente entre os judeus, mas reti­
rou-se dali para uma região vizinha que está
no deserto, para uma cidade chamada Efraim;
e ali permaneceu com os seus discípulos.
(Jo7:1;2 Cr 13:19)
As pessoas de determinada região desprezada de uma
nação são as que enchem os congressos, cruzadas e escolas
bíblicas. São pessoas simples que cooperam, que crêem
e que abençoam. Elas vêm de Efraim e enchem nossas
reuniões. Aqueles que se autodenominam importantes
não se importam com as revelações divinas, pois têm outras
motivações. A aproximação da Páscoa traziapreocupação
com a santidade pessoal. Mas era nesta Páscoa que Deus
tiraria os pecados definitivamente. Eles se purificavam para
a Páscoa, até então, porque, em breve, o Cordeiro pascal
certamente providenciaria a purificação deles
João 11:55: E estava próxima a Páscoa dos
judeus, e muitos subiram daquela região a Je­
rusalém antes da Páscoa, para se purificarem.
(Mt 26:12; Mc 14:1; Lc22:l; Jo 12:1; Nm 9:10; 2 Cr 30:17,18;
Jo2:13;ò:4j
Jesus é o motivo de nossa alegria, da nossa festa, de nosso
sacrifício e de nossa Páscoa. As pessoas procuravam saber a
opinião de outros para concluir se ele viria ou não à festa. A
11:56
Páscoa era dele, pois ele era o Cordeiro pascal; ele é a nossa
Páscoa. Esta festa era dele, e ele era o Cordeiro
João 11:56: E procuravam a Jesus, dizendo
uns aos outros, estando no Templo: “Que vos
parece? Ele não virá à Festa? ” ijo/.■/ //
No meio de toda aquela festa de Páscoa, naqualjesusfoi
julgado e condenado, sucederam muitas coisas que poucos
sabem. O Shopping Center de Anás amontoava os grandes
lucros da Festa. No ano 15 d.C., Anás renunciou ao seu ofício
de sumo sacerdote para assumir a direção do novo bazar no
Templo dejerusalém. Nos dias de festas, ele vendia animais
para o sacrifício (Lv22:17-33). Administrava o câmbio da
moeda, segundo o siclo do Santuário, isto é, amoeda judaica
aceita no Templo; dinheiro trazido pelos judeus das províncias
romanas estrangeiras. Os judeus, quando chegavam de
qualquer parte, deveriam apresentar os seus animais para a
inspeção. Muitos dos animais estavam cansados por causa
da viagem e por isto não eram aceitos. Seus donos deveriam
comprarnovos animais da“casa”, mas, depois, deveriam
pagar uma taxa para nova inspeção, o que era ilegal. Depois
disto, tinham que pagar outro imposto para que o seu
dinheiro fosse cambiado segundoovalordoTempio (siclo
doSantuário). Com isso, o “lucro” doTemploprosperava
aceleradamente no acúmulo de dinheiro indevido. Havendo
renunciado ao sumo sacerdócio, Anás pôs o seu filho como
sumo sacerdote. Com a morte do seu filho, pôs o seu outro
filho, que também morreu depois deumanode ofício. As
autoridades romanas puseram então o seu genro Caifás como
sumo sacerdote. Mas, em verdade, Anás era o sacerdote e
detinha o poder, e eles passaram neste negócio 15 anos (até o
ano 30 d.C.). O ódio que Anás tinha dejesus era muito grande,
por causadas duas purificações no Templo, umano início do
seu ministérioeaoutranofim (Jo2:13-22;Mt21.12-17). Foi
exatamente isso que as falsas testemunhas combinaram,
no seu julgamento registrado em Mateus 26, isto é, no
julgamento dejesus diante de Caifás. Asegunda purificação
ocorreuemumasegunda-feiraanterioràcrucificaçãode
Cristo. Como podemos imaginar, o sentimento de Anás
depois destas coisas era de puro ódio. Será que esta causa
político-religiosa dariaajesus um julgamento limpo, dentro
de poucos dias? Não; mas o seu julgamento foi sujo. O ódio
tomou conta de Anás e de seu genro. Depois de ler Mateus 23,
concluímos queestaéaúltimaedecisivasemanaanteriorà
Páscoa, que teria o seu desfecho na sexta-feira. Eesta ação de
Cristo (a de purificar o Templo) dividiu os líderes religiosos.
Lendo Mateus 23, sabemos que aquele erao seu último
discurso público; nele, ele denunciava esta gente (Mateus
24-25); mas o discurso do Monte das Oliveiras foi particular
para os seus discípulos. Jesus estava disposto a tudo. Lendo
Mateus26:1 -5, sabemos que aqueles acontecimentos se
dão em uma quinta-feira; este foi um encontro ilegal entre
os principais sacerdotes no Sinédrio (Mc 14:1 -2; Lc22:1-2).
(1) Eles deveriam reunir-se no Templo, mas reuniram-se no
pátiodacasadeCaifás. (2) Foi uma reunião secreta e tratavam
dos seus próprios interesses. (3) Foi convocada à noite. (4)
Deveriam reunir-se no Sinédrio entre o nascer e ao pôr-do-sol.
(5) Foi convocada para que o sumo sacerdote pudesse dar o
veredicto oficial a respeito da morte dejesus. (6) Julgaram o
caso e a pessoasem que houvesse qualquer acusação legal
ou defesa. Depois eles sugeriram que se esperasse o fim da
festa da Páscoa. Mas não sucedeu assim (Mt 26:14-16). (7)
J oão 12:2
Judas dirigiu-se aos principais sacerdotes, pois estava decidido
que ele o entregaria portrinta moedas de prata e aguardaria
a oportunidade para entregá-lo. Mas, por que os líderes
religiosos necessitavam de um traidor? Necessitavam de
uma denúncia formal para entregá-lo em uma corte romana.
(8) A corte romana exigia que nenhum homem fosse levado
ajuízo sem que apresentassem uma acusação contra o réu.
Porvários meses haviam esperado para entregá-lo em uma
corte romana. Os líderes religiosos necessitavam de um
traidor. Judas preferiu fazera denúncia oficial contrajesus
e concordou em comparecer ao tribunal como testemunha
principal (Mc 14:11). Podemos observar que eles ficaram
contentes, quando viram que aquele homem iria satisfazer as
suas expectativas. Lendo Lucas 22:1 -6, observamos uma frase
no verso 6: “Sem tumulto” (v. 2): Tinham medo do povo.Jesus
já tinhaa ordem de prisão. Ele seria, então, ungjdo paraa sua
sepultura. Tudo estava preparado. Ele erao Cordeiro
João 11:57: Ora, os principais sacerdotes e
os fariseus tinham dado ordem para que, se
alguém soubesse onde ele estava, o denun­
ciasse, para õ prenderem.
João, capítulo doze (12)
Considere onde Lázaro esteve e observe agora a sua atual
condição. O seu testemunho em vida era poderoso
João 12:1: Jesus, seis dias antes da Pás­
coa, foi a Betânia, onde Lázaro vivia, a
quem ele ressuscitara dentre os mortos.
íLc7:373Q;Jo / 1:1,55/
(1) Quem esteve no túmulo, agora, estava à mesa. “Onde
eu estive, e agora onde eu estou?”. No livro vemos uma
cadeia de ensinamentos. O paralítico foi para o Templo, o
leproso para a cidade, mas Lázaro foi para casa preparar
um prato especial parajesus, a fim de lhe oferecer uma
grande ceia. Alguém deveria estar à mesa com ele, mas ele
deveria estar á frente dos adoradores. Somente o Senhor
Jesus tem poderpara nos tirar do charco e nos levantar ao
nível de sua comunhão. (2) Aqui vemos os diversos grupos
de adoradores. Quem se ocupa no trabalho (Marta), quem
se ocupa na contemplação (Lázaro), quem se ocupa na
adoração (Maria) e quem se ocupa da crítica (Judas)
João 12:2: E fizeram-lhe ali uma ceia; Marta
servia, e Lázaro era um dos que estavam à
mesa juntamente com ele. ( u w.-38)
Uma pessoa pode encher um ambiente de adoração. O
bálsamo fala da cura adiantada, de reconhecimento em
vida. Se o escritor faz referência àquilo que é autêntico, é
porque havia o mesmo produto não autêntico. Observe
que poder há no adorador: (1) Oferece mais do que
suficiente, uma libra. (2) Nardo autêntico. (3) Nardo de
grande preço. (4) Ungiu os seus pés porque eles
necessitavam e seriam feridos na sua paixão. Ele entraria
em regiões jamais palmilhadas antes. (5) Ela deu
liberdade aos seus cabelos, como quem emocional e
espiritualmente está livre para adorar sem tranças, sem
prendedores. (6) Ela sozinha mostrou a todos o que um
404
12:3
único adorador pode fazer ao adorar: dominar o ambiente,
encher a casa. “Você tirou meu irmão da região da sombra
e da morte, e tudo o que posso lhe oferecer é a minha
adoração, o que há de mais valor no meu coração". Aquilo
que para a mulher samaritana era um jarro, para ela era
um vaso forte de alabastro. Alguns corações são simples e
de barro e outros são de mármore. Mas ambos podem
derramar o que têm. As três unções quejesus recebeu de
diferentes Marias. Antes devemos ter uma idéia a respeito
dos seis últimos dias que antecediam a Páscoa: (1 )0 sexto
dia antes da Páscoa, que corresponde a um sábado na
semana dos gentios, até o pôr-do-sol (Mt 21:1 -17;Jo
19:1 -28); (2) o quinto dia antes da Páscoa, que
corresponde a um domingo na semana dos gentios, até o
pôr-do-sol (Jo 12:2-11); (3) o quarto dia antes da Páscoa,
que corresponde a uma sexta-feira, na semana dos
gentios, até o pôndo-sol (Mc 11:1 -11; Lc 19:29-44; Jo
12:12-19); (4) o terceiro dia antes da Páscoa, que
corresponde a uma terça-feira, na semana dos gentios, até
o pôr-do-sol - doze do mês de Nisan (Mt 21:18-22; Mc
11:12-19; Lc 19:45-48; Jo 12:20-50); (5) o segundo dia
antes da Páscoa, que corresponde a uma quarta-feira, na
semana dos gentios, até o pôr-do-sol (Mt 2 1 :23-28 a 23:39;
24:1 a26:l-13;M c 11:20-33 a 12:1-44; 14:1-9; Jo 20:1 a
21:38); (6) um dia antes da Páscoa, que corresponde a
uma quinta-feira, na semana dos gentios, até o pôr-do-sol
(Mt 26:14 a 27:66; Mc 10:10 a 15:47; Lc 22:1 a 23:56;Jo
13:1 a 19:42). Este é o dia conhecido como dia da
preparação, isto é, 14 de Nisan. Maria, irmã de Lázaro,
ungiujesus duas vezes; a primeira vez, seis dias antes da
Páscoa (Jo 12:1) e a segunda, dois dias antes (Mc 14:1-3;
Mt 26:2). É provável que Simão, o leproso, tenha sido o
mesmo Lázaro, que não vivia com as irmãs na primeira vez
quejesus as visitou (Lc 10:38-42), ou tenha sido o pai dos
três, e a casa deles seja uma herança de seu pai. Mesmo
não sendo provável que Simão tenha sido o mesmo Lázaro
(o que me parece mais certo), que provavelmente vivia
com os outros nove leprosos em outra aldeia distante, a
quem Jesus curou, provavelmente, a pedido de Maria, sua
irmã (Lc 17:11 -17), é certíssimo que as duas unções
ocorreram no mesmo lugar e foram patrocinadas pela
mesmapessoa, Maria. Agora, por que Maria o ungiu duas
vezes, e porque as palavras dejesus se repetiram de igual
maneira? (A) A começar com a história de uma mulher
conhecida como mulher pecadora, provavelmente Maria
Madalena, de quem Jesus expulsou sete demônios, que
seguiu ajesus imediatamente (Mc 16:9; Lc 8:1 -3), muito
embora, aqui, não nos importamos com quem tenha sido,
mas, sim, com as verdades que se extraem daquele ato
que se deu antes daqueles seis dias da paixão de Cristo. O
texto nos revela que ela veio por trás, chorando e
pondo-se aos seus pés, mostrando as três atitudes da
humilhação: na posição, na petição e na condição. Ela
possuía o mesmo tipo de vaso que a outra Maria tinha,
indicando que não importa se somos pecadores ou santos,
temos o mesmo coração, e dele, arrependido, pode sair o
mesmo raro e caro perfume: a adoração a Deus. Mostra
também que elanão lança lágrimas ao chão, que não
desperdiça lágrimas por qualquer motivo, mas as investe
aos pés do Senhor; é tão claro isto na história que ela não
pingava suas lágrimas sobre os pés dejesus, ela os regava
com lágrimas. Ela investia suas puras lágrimas sobre os
J oão 12:3
seus pés como se investe ao regar uma planta. Ela também
sabia como ter de volta seus investimentos em lágrimas:
ao enxugar os seus pés com os seus cabelos. Com isso, ela
tomava de volta as suas lágrimas. Ela entendia que,
mesmo sendo considerada pecadora, aquele que investe
qualquer coisa em Cristo, recebe de volta os seus
esforços. O ungiiento era a essência pura para muitos
frascos de perfume. Mas o ungiiento era de grande valor,
pois dele se podia fazer até mil frascos de perfume
misturado. Ela entregou o mais puro louvor aos pés do
Senhorjesus. Lucas 7:36-38: “Então, um dos fariseus lhe
rogou que comesse com ele; e, entrando na casa do
fariseu, recostou-se à mesa. E eis que uma mulher que
havia na cidade, a qual era uma pecadora, sabendo que ele
estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de
alabastro com ungiiento; e, pondo-se por detrás, junto a
seus pés, chorando, começou a regá-los com lágrimas, e os
enxugava com os cabelos de sua cabeça e os beijava com
fervor, e os ungia com o ungiiento”. Nesta história, vemos
que aqueles que tentam esconder a sua condição de falsos
servidores de Cristo evitam as pessoas com quem se
comprometeram negativamente algum dia, para manter a
sua hipocrisia. Simão subestimou a capacidade profética
do Senhorjesus. Ele se colocou na condição de supersanto
ao acusá-la. Jesus lhe mostrará como uma pessoa pode
pagar a sua dívida em apenas um culto e como um fariseu
pode ficar em grande débito com Deus. Lucas 7:39-40:
“Mas o fariseu que o tinha convidado, ao ver aquilo, falava
consigo mesmo, dizendo: Se este fora profeta, conheceria
quem e qual é a mulherque lhe tocou, pois é uma
pecadora. E, respondendo-lhejesus, disse: Simão, uma
coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre”. O
credoréCristo e os devedoressãoam ulhereofariseu. A
mulher é quem deve quinhentos denários. Embora
tenham sido perdoados, ele não sabia. Embora tenham
sido perdoados, ele não queria que ela fosse absolvida.
Em bora ele tenha sido perdoado, a história mostra que,
mesmo que sejamos considerados santos, ainda devemos
“cinqüenta”. A história nos mostra que o amor cultua,
adora e agradece. A hipocrisia critica, rejeita e se
endivida. Lucas 7:41 -43: “Certo credortinha dois
devedores; um lhe devia quinhentos denários, e outro
cinquenta. E, não tendo eles como pagar, a ambos lhes
perdoou. Pois, qual deles o amará mais? E Simão,
respondendo, disse: Penso que é aquele a quem mais
perdoou. E ele lhe disse: Tens julgado retamente”.Jesus
fará uma série de quatro comparações: (1) Água e
lágrimas; (2) toalha e cabelos; (3) ósculo e beijo; (4) óleo
qualquer e ungüento. Com estas comparações, ele
envergonha o fariseu, o qual, provavelmente, é o mesmo
pai de Judas (Jo 12:4). Com isso, lembramos que tal como
é o pai, assim é o filho. Lucas 7:44-46: “E, voltando-se à
mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua
casa, e não me deste água para os pés; mas esta tem regado
os meus pés com lágrimas, e os tem enxugado com seus
cabelos. Não me deste ósculo; mas esta, desde quando
entrei, não cessou de me beijar os pés. Não ungiste a
minha cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com
ungüento”. Por esta razão, como Simão havia sido o seu
grande acusador, ele ficou sabendo primeiro que os
pecados dela foram perdoados; depoisjesus a avisou.
Nossos inimigos serão os primeiros a saber de nossas
405
12:3
vitórias. Ela entrou devendo quinhentos denários e saiu
com crédito! Quanto valia o frasco? Trezentos denários.
Ela diminuiu o seu débito para duzentos. Mas, quanto vale
um beijo nos pés? Quanto vale umatoalhanatural de
cabelos? Muitas vezes vamos à casa de Deus em grande
débito e regressamos para casa com grande crédito e não o
sabemos! Lucas 7:47-48: “Portanto, te digo: Perdoados
são os seus muitos pecados, porque amou muito; mas, ao
que pouco se perdoa, pouco ama. E a ela disse: Os teus
pecados te são perdoados”. A história revela que mesmo
aqueles que estão assentados com Cristo à mesa podem
não conhecê-lo como aquele que tem poder para perdoar
pecados. A história também revela que quem chega para
cultuar sob palavras de acusação, pode sair e voltar em paz
para a sua casa cheia de alegria pela fé salvadora. Lucas
7:49-50: “Eos que estavam à mesa com ele começaram a
dizer entre si: Quem é este que ainda perdoa pecados?
Mas ele disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz”.
Agora, ela estava pronta para estar no meio das outras
mulheres curadas e perdoadas, nas mais diferentes
condições: Lucas8:l-3: “Eaconteceu um poucodepois,
que percorria por todas as cidades, de aldeia em aldeia,
pregando e proclamando o Evangelho do Reino de Deus; e
com ele iam os doze, e certas mulheres que haviam sido
curadas por ele de espíritos malignos e de enfermidades:
Maria, que se chamava Madalena, de quem haviam saído
sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, mordomo de
Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com os
seus bens”. (B) A primeira unção de Maria, irmã de
Lázaro, ocorre em uma quinta-feira até o pôr-do-sol (Mt
21:1 -17;Jo 19:1 -28), seis dias antes da Páscoa. Ela unge os
seus pés e os seus críticos foram todos os discípulos, pois
todos eles consideraram aquele ato como um grande
desperdício. Lázaro estava posicionado à mesa como
aquele fariseu de Lucas 7. Ele havia recebido uma grande
bênção, que foi a sua ressurreição, e deveria estar aos seus
pés, em lugar de sua irmã. João 12:1 -2: “Jesus, seis dias
antes da Páscoa, veio à Betânia, onde Lázaro estava morto,
a quem ele ressuscitou dentre os mortos. E fizeram-lhe ali
uma ceia; Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à
mesa juntamente com ele”. Aqui vemos que, na primeira
vez, ela unge os pés dejesus sob os mesmos moldes da
mulher pecadora; mostrando humildemente que havia
aprendido com ela uma forma de adorá-lo; aprendeu que
embora nem todos adorem do seu modo, ela enche a casa
com o seu louvor; aprendeu que sozinha pode fazer o que
todo mundo deveria ter feito. Mas não devemos esquecer
que a mulherpecadora, antes, regou os seus pés com
lágrimas. João 12:3: “Então Maria, tomando uma libra de
bálsamo de nardo autêntico, de grande preço, ungiu os
pés dejesus, e os enxugou com os seus cabelos; e
encheu-se toda a casa com o perfume de nardo”.Judas, ao
mostrar o seu interesse financeiro, acaba valorizando o
ato das duas mulheres: trezentos denários, e, ao mesmo
tempo, revela o quanto avaliava a pessoa de Cristo, a
quem servia: trinta peças de prata. João 12:4-5: “Mas, um
dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão,
aquele que o havia de entregar, disse: Por que não se
vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu
aos pobres? Ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos
pobres, senão porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía
oq u en elase lançava”. A história revela que Maria pôde
JOÃO 12:4
antecipar-se e demonstrar o seu amor a um Cristo vivo; ela
não esperou ele ir embora para demonstrar o seu amor.
Ela mostrou que a adoração vem antes da beneficência.
João 12:7,8: “ Então,Jesus respondeu, e disse: Deixai-a;
pois como preparação para o dia da minha sepultura o
guardou; porque os pobres sempre os tendes convosco;
mas a mim nem sempre me tendes”. (C) A segunda unção
de Maria: Lendo Mateus 26:2, sabemos que este evento
ocorre quando faltam dois dias para a Páscoa. A grande
revelação de Mateus 26:6-13 e Marcos 14, nesta segunda
unção de Maria, é que Maria unge a cabeça dejesus, e não
os pés, como na primeira vez. Assim, o seu corpo foi
ungido completamente. É interessante que Jesus repetiu
as mesmas palavras nas duas unções. Maria recebeu um
prêmio: Ser lembrada em todo o mundo pela sua atitude
(Mt 26:13). Por esta razão, ela estará ausente quando as
outras Marias forem ao sepulcro para tentar embalsamar
o corpo de Cristo (Lc 24:1 -2). Ela já havia feito o seu
trabalho. Logo, quem desperdiçou unguento? (Lc 24:1 -2).
Em Marcos 14:3-9, lemos algo novo: Maria quebrou o
vaso, mostrando que o quebrantamento nasce no homem
e deve ocorrer nele. Lemos também que ela trazia o vaso,
mostrando que em todas as unções o vaso era do mesmo
material e continha a mesma essência: nardo puro. A
história revela que todos os homens têm a mesma
essência espiritual no coração para apresentar diante de
Deus. Marcos 14:3: “E, estando ele em Betânia, assentado
à mesa, na casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que
trazia um vaso de alabastro, cheio de um autêntico
unguento de nardo e de grande preço; e, quebrando o
alabastro, derramou o nardo sobre a cabeça d ejesus”. A
história também revela que podemos fazer o que está ao
nosso alcance. O que podia fazer custava trezentos
denários, enquanto Judas o vendeu por trinta moedas. Por
meio da história aprendemos que podemos nos antecipar;
isto é, não há um dia especial para ofertarmos,
agradecermos ou para honrarmos, se sabemos como
antecipar determinados prêmios de amor. Marcos 14:8:
“Ela fez o que podia; porque antecipou-se a ungir o meu
corpo para a sepultura”. Quem se antecipa permanece na
história. Marcos 14:9: “Verdadeiramente vos digo que,
em todo o mundo, onde quer que for pregado o
Evangelho, também será contado o que ela fez para sua
memória”. Quanto à informação de João a respeito de
Maria, ele se antecipa ao registro da história da segunda
unção realizada porMaria em Betânia (Jo 12:3): João 11:2:
“E Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, foi a mesma
que ungiu o Senhor com bálsamo aromático e enxugou-
lhe os pés com os seus cabelos”
João 12:3: Então Maria, tomando uma libra
de bálsamo de nardo autêntico, de grande
preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou
com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa
com operfume de nardo. <jo i 1:2; m c i 4:3; Lc 7:38}
Judas é o outro grupo. O grupo da administração sem
graça. Daqueles que tratam as coisas de Deus apenas como
negócio e dele procuram tirar proveito. Já no capítulo doze
da história de Cristo, eles já desconfiavam dele. Somente
ele não sabia (Jo 6:71)
João 12:4: Mas umdos seus discípulos, Judas
40ó
12:5
Iscariotes, filho de Simao, aquele que o havia
de entregar, disse: (joó:7i)
Geralmente o líder é avaliado por baixo por seus liderados.
Ele avaliava o frasco de perfume por trezentos dinheiros, e
o havia de entregar por trinta dinheiros. A avaliação daquilo
que desejamos para nós mesmos é mais alta do que afonte
pela qual se produz nossa bênção contínua
João 12:5: “Por que não se vendeu este bál­
samo por trezentos denários e não se deu aos
pobres?”
O devoradorera o seu tesoureiro. Zaqueu era
melhor do que ele. O ladrão tem sempre o pobre e as
obras sociais como motivo de sua mentirosa provisão
beneficente. Ele tirava o que ainda seria lançado.
Ele tinha a bolsa, mas não honrava a bolsa
João 12:6: Isto disse ele, não porque tivesse
cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e,
tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava.
Jo 13:29; Lc 8:3}
Então, porque o derramou agora sobre ele, se ainda
estava vivo? Esta é a diferença. Os grandes adoradores
não adoram mortos! Os grandes adoradores sabem o que
é bom. Os grandes adoradores se antecipam, eles vivem
anos-luz antes de qualquer outro discípulo. Eles vivem
antecipadamente. Eles não esperam o futuro, eles trazem o
futuro. Todos os seus discípulos gostariam de participar dos
momentos de embalsamamento do corpo dejesus. Mas,
a nenhum deles Jesus assistiria com tanto prazer como a
Maria. Seus pés estavam prontos para deixar pisaduras
que saravam no caminho novo e vivo do lugar Santíssimo
celestial. Seus pés estavam prontos para descer ao Hades
(Ef 2:9). Seus pés esta vamprontos para levantar os justos
daquele lugar terrível. Ela não estava no dia em que as
outras Marias foram levarseus bálsamos. Aquilo sim que
foi um grande desperdício! Quando nos antecipamos, não
desperdiçamos
João 12:7: Então Jesus respondeu, e disse:
“Deixai-a; pois como preparação para odia da
minha sepultura o guardou; íioio -ào i
Os pobres eram todos aqueles que estavam ali e perdiam a
oportunidade de adorar. Por isso eram pobres. Sempre os
temos conosco. Mas um motivo para adorá-lo: nem sempre
o temos presente em nossa própria casa. Jesus citou o texto
de Deuteronômio 15:11
João 12:8: porque os pobres sempre os ten­
des convosco; mas a mim nem sempre me
tendes”. (M t26:lí;M cl4:7)
Jesus não estava na terra para medir a sua popularidade.
Isto não significava nadapara ele. Ele veio ao mundo
para salvar o perdido. Assim, cada perdido era uma
oportunidade de trabalho. Amultidão amava ajesus
porque ele sempre tinha o espetáculo. Mas, agora, Lázaro
estava famoso e era o motivo de curiosidade. Quando Jesus
faz a obra, ele não se importa se você ficará famoso. Eles
não estavam ali somente por causa da pessoa dejesus, mas
Jo ã o 12:13
também estavam ali por causa daquilo que ele havia feito
João 12:9: E um grande número de judeus
soube que ele estava ali, e afluíram, não só por
causa dejesus, mas também para ver a Láza­
ro, a quemele ressuscitara dentre os mortos.
(Mc /2:37;M t 11:43,44)
Jesus não se sente triste por você ser o centro da atenção de
sua obra! Você é um milagre, mas foijesus que o realizou.
Ele não tem problema de auto-afirmação. Mas saiba que
quando você se torna motivo que já chama a atenção e as
pessoas o consideram tão famoso quanto aquele que fez
o milagre em você, tornando-o igual a Cristo, os invejosos
também o colocarão na lista dos marcados para morrer,
como a Cristo. Famoso com Cristo, pronto para morrer com
Cristo. Lázaro já não tinha mais medo de morrer. Quem
ressuscita não tem mais medo da morte. Os homens carnais
querem matar o profeta e destruiras suas obras
João 12:10: E os príncipes dos sacerdotes
deliberarampara matar tambéma Lázaro;
(1) Por causa de Lázaro creram em Cristo. Nossas obras
falam de nós, e atraem pessoas. Jesus não pode negar o
motivo pelo qual as pessoas criam nele. E a associação da
videira e as varas. (2) Aressurreição é o maior milagre, é a
maior mensagem. Eles viram e creram. Que poder há na
ressurreição! Viram e creram. Jesus se dirigiu ajerusalém.
Ao ver o milagre de Lázaro, depois de terparticipado da vida
normal ali em sua casa, depois de tudo o que aconteceu,
ele começou a imaginar os momentos após a suapaixão e
ressurreição, quando viesse estar com os seus discípulos
João 12:11: porque muitos dos judeus, por
causa dele, regressavame passavamacrer em
Jesus. (Jo 12: 18; 11:45)
No dia seguinte, as grandes multidões que tinham vindo à
festa, ouviram dizer quejesus vinha ajerusalém. Betânia
tinha sido o grande teste. Lázaro foi seu laboratório. Comer
com ele foi uma antecipação de tudo. Aquilo que Maria não
havia gastado com Lázaro derramou aos pés do Senhor.
Agora ele estava pronto para enfrentar Jerusalém .Quem
triunfa em Betânia treina paraJerusalém
João 12:12: E, no diaseguinte, agrande mul­
tidãoquevieraàfesta, tendo ouvido quejesus
estava acaminho deJerusalém,
Observe que eles diziam “rei de Israel”. Ele não é Deus de
partidos nem de grupos privilegiados. Ele é Deus de todas
as nações. Os gregos estavam aii. Hosana era o aleluia dos
gentios! Quem vem em nome do Senhor não tem partidos.
Temos em Mateus alguns detalhes de sua entrada triunfal.
O cumprimento do Salmo 118:21 - 27
João 12:13: tomou ramos de palmeiras e saiu
para recebê-lo, clamando: “Hosana! Bendito
o que vem em nome do Senhor, o rei de Isra­
el”. (Sl 118:25,26;Jo 1:49)
O jumento estava profetizado desde os dias dejacó (Gn
49:11). Ele veio para cumprir a profecia. Sabia que não
era tempo do cavalo branco (Ap 19:11,13). Ele sabiao
407
12:14 JOÃO
seu tempo. Quando muitos esperam que você monte um
cavalo, surpreenda! Monte num jumento (Lc 24:21)
João 12:14: E tomou Jesus um jumentinho e
montou nele, conforme está escrito: (ZcW)
Em outras palavras: “Deixem-me mostrar-lhes qual é a
minha intenção”. Quem é aclamado rei faz de qualquer
lugar um trono. Não se importa se está sentado em pele de
jumento ou de cavalo, em cadeira ou em trono; se é um rei,
onde tocar se realiza. Era a repetição da profecia de Jacó. Os
animais estavam prontos para serparte do cumprimento.
Quando todas as coisas concorrem para o bem daqueles
que são chamados por seu decreto. Centenas de anos
antes, a palavra profética foi dada; até o jumento foi citado
na profecia de Jacó. Eles estavam prontos na hora certa e no
lugar certo, inclusive o seu dono já fora avisado, por isso não
discutiu com os discípulos
João 12:15: “Não temas, ó filha de Sião; eis
que o teu Rei vem montado sobre o filhote de
uma jumenta”. (Zc Q.-qj
Eles não entenderam que falava de sua própria
humilhação (Fp 2:5-8). Ele se humilhou como homem e,
como homem, tomou a semelhança de servo. Isto é, não
montou sobre o jumento, mas sobre o filho de jumento.
Humilhou-se duas vezes. Os mais próximos de nós são os
que menos nos compreendem. Aqueles que o honraram
são os de fora. Os de fora crêem mais na promessa escrita
do que aqueles que estão conosco há muito tempo.
Quandojesus foi glorificado, o Espírito Santo foi-lhes
enviado (Jo 7:37-39). Pela glorificação de Cristo, os
discípulos ganhavam um Mestre que lhes revelava o
mistério oculto a seu respeito
João 12:16: Essas coisas os seus discípulos, a
princípio, não entenderam; mas quandojesus
foi elevado à sua glória celestial, então eles
se lembraram de que elas estavam escritas a
respeito dele, e que isto lhe fizeram. ím c Q:3?.;jo
2:22; 14:26; 7:39; Lc 18:34)
Há sinais que falam por si mesmos. Não era uma simples
ressurreição, Lázaro já estava no Hades quando o Senhor
Jesus o chamou. Sua voz foi até o Hades, quando chamou
a Lázaro. Observe os verbos: o texto diz que ele chamou a
Lázaro antes de ressuscitá-lo! Aqui entendemos Romanos
8:29,30. Ele nos chama antes de nos levantar dos mortos
(ler comentário de Romanos 8:29,30)
João 12:17: E a multidão, que estava com
ele, testificava que ele chamara a Lázaro da
sepultura e o ressuscitara dentre os mortos.
Sinais atraem multidão instável,
doutrina forja discípulos estáveis
João 12:18: Por causa disso, a multidão lhe
saiu ao encontro, porque ouvira que ele fizera
este sinal. ijo iz-.ii)
Jesus era o centro da atenção de todo o povo; era mais
popular do quejoão Batista. Ele era o próprio Caminho,
408
12:24
a Verdade em pessoa e a Vida plena; o Caminho ao Pai; a
Verdade do Novo Testamento; o prêmio da Vida eterna
João 12:19: Mas os fariseus disseram entre
si: “Vedes que nada conseguis? Eis que todos
seguem após ele”. /jo i1.-47,48)
Os gentios jamais faltaram. Eles vinham para adorar, da
mesma forma como o etíope, funcionário da rainha de
Candace, viria. Filipe os observou bem
João 12:20: E havia alguns gregos entre os
que costumavam subir para adorar na Festa.
(Jo 7:35;At 11:20; 8:27; 17:4/
Os gregos procuravam pessoas que eram
pró-gentios, como Filipe
João 12:21: Estes, pois, se aproximaram
de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e
rogaram-lhe, dizendo: “Senhor, queríamos
veraJesus”./yo/.-44,i
O coração de Filipe chorava pelos gentios. Foi ele quem
achou a Natanael e o levou a Cristo (Jo 1:43-45). Ele
continuava com o mesmo fogo evangelístico ardendo em
seu coração. André conheceu a Cristo antes que Filipe (Jo
1:40) e se tornaram amigos e grandes evangelizadores
João 12:22: Então Filipe foi e avisou a André,
e André e Filipe foram e o disseram a Jesqs.
Jesus se sentia glorificado (1) quando os gentios o
buscavam; Jesus se sentiu glorificado (2) quando foi
entregue ao sumo sacerdote (Jo 13:31); (3) quando morreu
e ressuscitou dando muitos frutos 0o 12:24)
João 12:23: Jesus lhes respondeu, dizendo:
“É chegada a hora em que o Filho do Homem
há de ser glorificado”. (Jo 13:1,32; 17:I;M c 14:35,41)
Ele se lembra do sepultamento profético dejacó, quando
este foi sepultado após ter passado pela eira do espinhal
(Gn 50:7-10). As eiras eram partes de terrenos lisos e
duros em que se secavam cereais e legumes, nos quais se
malhavam, trilhavam ou limpavam. N esse tipo de lugar,
isto é, na “eira do espinhal”, José chorou a morte de seu
pai, um tipo da morte de Cristo, pois, através da mesma,
ele subiu de volta a sua terra (o trono) para atrair o seu
povo do Egito (mundo). A passagem dejacó pela eira
lembrava a morte e a ressurreição de Cristo. O grão de
trigo era Cristo, que seria sepultado para germinar, dando
assim muitos frutos que pudessem evangelizar os gregos e
as outras nações, a fim de que os povos não dependessem
de um único evangelizador
João 12:24: Verdadeiramente vos digo:
“Que, se o grão de trigo, ao cair na terra, não
morrer, continua sendo um único grão; mas
se morrer, produz muito fruto. (i co 15:36/
Isto quer dizer que aquele que não morrer não ressuscita rá;
aquele que não investir não prosperará; pois o avarento não
desfruta de nada que é seu; quem ama este mundo é como
o feto que não quer nascer; é como o ser humano que pensa
12:25
que este mundo é a sua última fase de vida
João 12:25: A quele que ama a sua vida,
perdê-la-á; e aquele que aborrecer a sua
vida neste m undo, há dè preservá-la para a
vida eterna. (Mt 10:39;M c8:35;Lc9:24; 14:26)
É im possível ser servo de Cristo (1) sem seguir a Cristo;
é impossível ser servo de Cristo (2) sem estar onde o
seu Senhor estiver; é im possível ser servo do Filho (3)
sem receber a honra do seu Pai
João 12:26: Se alguém quiser servir-me,
deve seguir-me; e onde eu estiver, ali tam ­
bém estará o m eu servo; se alguém m e
servir, o m eu Pai o honrará, uo i4.-3; 17.-24,-
I Ts4:17)
O ensaio da oração no Getsêmani. Esta hora o fazia
lembrar da espada do Tabernáculo celestial (SI 22:20)
João 12:27: Agora, está turbada a minha
alma; e o que eu diria? Diria: Pai, salva-me
desta hora? Mas se para esta hora eu vim .
(Mt26:38,39; M c 14:34;Jo 11:33; 13:21)
Jesus Cristo pedia que o Pai glorificasse o seu Nome
através de seu Filho. Quando o havia glorificado? No
Antigo Pacto; agora, o glorificaria no Novo Pacto por
seu Filhó. Três v ezes o Pai se manifestou da mesma
forma: (1 j No batismo dejesus; (2) neste momento; (3)
é na transfiguração de Cristo no monte
João 12:28: Pai, glorifica o teu N o m e ”.
Então v éiç uma v oz do Céu, dizendo: “Já
o tenho glorificado, e outra vez o glorifica­
rei” . (Mt3:17; 17:5; Mc 1:11; 9:7; Lc3:22; 9:35)
Os anjos entendem a voz do trovão e escrevem o que ela
diz; Jesus entendia a voz do Pai; e o povo ouviu a voz em
forma de trovão. Como João decifrou aquela voz?
(Ap 10:3-4)
João 12:29: E a m ultidão que estava ali
presente, e que ouvira a v o z, dizia que
havia sido um trovão. Outros diziam: “Um
anjo lhe falou”.
Jesus não necessitava que o Pai falasse assim.
Ele entendia o Pai de outra forma. Mas, para
testem unho aos discípulos, o Pai falou assim
João 12:30: E respondeu Jesus e disse:
“Não veio esta voz por minha causa, senão
por vossa causa. ijo ii:4 2 )
0 parente remidor estava entrando com o preço do
resgate do mundo. E este resgate condenava o mundo
sob o governo de Satanás, o posseiro (Lv25:47-49)
João 12:31: Esta é a hora do juízo deste
mundo; agora será expulso o príncipe des­
J oão 12:36
te m undo, fjo 16:11; 14:30;2Co4:4;Ef2:2)
Ele lembrava da serpente de bronze que foi levantada
no meio do arraial, e quem olhasse para ela seria curado.
Lembrava também o poder da atração curadora da cruz
de Cristo em favor do homem condenado pelo poder do
pecado, que era a morte
João 12:32: E eu, quando for levantado da
terra, atrairei todos a m im ”. (jo3:i4;8:28;6:44;
Ed 6:11,12}
A morte de cruz era uma condenação comum
conhecida e executada segundo a autorização de
Roma; mas o m esm o sacrifício era reconhecido
segundo as leis dos judeus para executar os
crim inosos contra o Templo; este tipo de condenação
baseava-se em Esdras 6:11; e era um tipo de morte
determinada sobre aquele que declarasse a sua
intenção de destruir o Templo; segundo o que foi
divulgado, Jesus teria dito que destruiria o templo
e em três dias o restauraria; mas ele falava de seu
próprio corpo, isto é, da sua morte e ressurreição
João 12:33: isto dizia, assinalando de que tipo
de morte havia de morrer, uo i8:32;Edó: 11, 12)
Aqui estava o erro de interpretação da Lei pelos escribas e
doutores da Lei, pois aquele que cumprisse a Lei receberia
como prêmio a ressurreição (Lv 18:5)
João 12:34: Então, a multidão lhe contestou:
“Nós temos ouvido da Lei que o Cristo perma­
nece para sempre; e como dizes tu: Convém
que o Filho do Homem seja levantado? Quem
é esse Filho do Homem?” (si tio-.4;is9:7;Ez37:25-,
Dn7:14)
Israel estava diante da Luz; mas eles amaram mais as
trevas do que a Luz. No tempo da graça, a mesma luzpara
os gentios (Lc2:32) representa trevas para os hebreus,
embora Deus quisesse que esta mesma Luz fosse a glória
para Israel. Por causa de sua rejeição, o mesmo que
aconteceu entre Israel e os cavaleiros do Egito, no Êxodo,
acontece agora entre os gentios e os israelitas que rejeitam
oMessias(Êx 14:20)
João 12:35: Jesus lhes disse: “A luz, ainda
que por um pouco mais de tempo, estará entre
vós. Andai enquanto tendes a luz, para que as
trevas não vos surpreendam; pois o que anda
nas trevas não sabe para onde vai” ./suio.-4;/s9:7;
Ez37:25; Dn 7:14;Jo 8:12; 12:46/
A Luz esteve tanto tempo entre eles, mas eles a rejeitaram
João 12:36: Enquanto tendes a luz, crede na
luz, para que sejais filhos da luz”. Depois que
Jesus falou essas coisas, retirou-se e ocultou-se
deles. (Lc 16:8;Jo8:59;Ef5:8;l i s 5:5)
Jesus se lembra da trajetória completa de
409
12:37
Israel no deserto, quando a Arca era um tipo,
mas agora era uma realidade; quando o profeta era Moisés,
mas agora era Cristo, e eles o rejeitaram
João 12:37: E, ainda que tenha feito tantos
sinais diante deles, não creram nele; t j o z w
A pregação era uma revelação do braço salvador do Senhor
que resgatou a Israel do Egito; o braço estendido na cruz
João 12:38: para que se cumprisse a palavra
do profeta Isaías: “Senhor, quem creu na nos­
sa pregação? E a quem foi revelado o braço do
Senhor?” (Is53:l;Rm 10: 16)
Porque atribuíram a Belzebu as obras realizadas por
Cristo, pelo poder do Espírito Santo, e pecaram contra o
Espírito e foram condenados em vida; e Deus os rejeitou
como uma geração má e perversa à qual Ele somente
falava por parábolas
João 12:39: Por isso não podiam crer, porque
Isaías também disse: (isM , ioi
Indiretamente, o Senhor nos revela os passos para a cura
divina: (1) Olhos abertos; (2) coração sem gordura, isto é,
sem orgulho e sem conhecimento próprio; (3) percepção
com os olhos; isto é, não bastaver; (4) entendimento
com o coração, demonstrado com quebrantamento; (5)
conversão necessária, isto é, mudança de curso; (6) e a
obtenção da cura divina ou salvação. Mas os apóstatas e
blasfemadores contra o Espírito Santo passam a não ter
mais estes privilégios em vida
João 12:40: “Cegou-lhes os olhos e endure­
ceu-lhes o coração, para que não vissem com
os olhos e nem entendessem com o coração,
e se convertessem, e fossem curados”. í/só.-o, io;
Mt 13:14)
A glória de Cristo foi vista no Templo (Is 6). Por isso, ele falava
dele, pois foi enviado por Deus e em lugar de Deus, depois que
os serafins tocaram os seus lábios. Porisso, Isaías perguntou:
“Quemcreu nanossa (dele e de Deus) pregação?”
João 12:41: Isaías disse essas coisas porque
viu a sua glória e falou sobre ele. 3 a.
José de Arimatéia e Nicodemos. Eles terão a oportunidade
de revelar a sua fé, mas ele estará morto. Que bom que ele
ressuscitará. Eles sofreram o mesmo medo que sofreram
os pais do paralítico. Quem trocar a glória do Templo pela
glória da sinagoga será feliz
João 12:42: Ainda assim, muitos dentre as
autoridades creram nele; mas, por causa dos
fariseus não 0 confessavam a ninguém, para
não serem expulsos da sinagogapyoz-^ u- 9:22)
Atos 27:11: Assim é o homem que conhece a verdade do
novo nascimento, mas não quer pagar o preço para vivê-la.
Perderam a oportunidade de demonstrar que criam no
Filho e no Pai, não somente no Filho
João 12:43: porque amaram mais a glória
JOÃO 12:50
que vem dos homens do que a glória de Deus.
(Jo5:44)
Jesus lembra da vida de Isaías, quando foi enviado para pregar
o Evangelho de Deus a Israel; pois Deus o tinha enviado e eles
não creram nele e nem naquele que o havia enviado
João 12:44: EJesus clamou, dizendo: “Quem
crê em mim, crê não somente em mim, mas
naquele que me enviou. (Mt io :4 o; jó 5:24)
Jesus tinha a mesma figura do Pai, por isso o vemos com as
suas mesmas características, embora sejam duas pessoas
distintas (Dn 7:9; Ap 1:14)
João 12:45: Equem me vê a mim vê também
aquele que me enviou, uo i4:9;Dn7:9;Ap i.-i4j
Ele se referia ao Hades. Nossa vida presente já existe, e
não podemos transformar o nosso passado; mas temos
poder para transformar o nosso futuro, em nosso presente,
através de Cristo
João 12:46: Eu sou a luz que vim ao mundo,
para que todo aquele que crê em mim não per-
maneçanas trevas.,7 0 l:4;3:19;8:12;9:5; 12:35,36)
O Salvador ainda não éjuiz neste tempo da graça de Deus
João 12:47: E, se alguém ouvir as minhas
palavras, e não as obedecer, eu não o julgo;
pois eu não vim para julgar o mundo, maspara
Salvá-lO. (Jo3:17)
A Palavra como Juiz no julgamento final /
João 12:48: Aquele que me rejeita, e hão re­
cebe as minhas palavras, tem quem o julgue:
a Palavra que tenho pregado, essa o julgará no
jUÍZO final. (Lc 10: 16;Mt 10:15;
O novo Isaías enviado sem iniquidade
João 12:49: Porque eu não tenho falado de
mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse
me deu mandamento a respeito daquilo que
hei de dizer e daquilo que hei de falar.,:/« i4:3i;
8:38; Dt 18:18)
O embaixador do Pai na terra é semelhante a Eliezer. Ele
falou exatamente aquilo que ouviu e o que testemunhou.
Este deve ser o caráter de todo aquele que é enviado por
seus líderes para pregar o Evangelho em todo o mundo
João 12:50: E sei que o seu mandamento é a
vida eterna. Por isso, aquilo que eu falo, falo
exatamente como o Pai me ordenou, (jo 8:28i
J o ã o , c a p ítu lo tr e z e ( 1 3 )
Numa festa ele sofreu, ele chorou. Ele conhecia o tempo
determinado. Ele não tinha mais um ano de prazo. Ele
afirma como amou os seus: Até o fim, pois ele é fiel.
410
13:1
As características negativas de seus discípulos não
intimidaram oseuam ornem a sua forma de amar. Ele
sabia que era hora de passar deste mundo para o Pai. Ele os
amou no mundo! No meio de suas desgraças, desilusões,
influências e desequilíbrios, eles os amou. Ele ainda
falava de amor, no mesmo dia em que seria descoberto
o seu traidor. Comparando este texto com Mateus 23,
concluímos que esta é a última e decisiva semana, anterior à
Páscoa, que culminaria na sexta-feira. E esta ação de Cristo
(de purificar oTemplo) dividiu os líderes religiosos. Este é
o último discurso público do Senhor, no qual ele denuncia
muita gente (Mt 24-25). O discurso doMonte das Oliveiras
foi particular para os seus discípulos. Isto perturbou a
cúpula religiosa, e Jesus estava disposto a tudo
João 13:1: Antes do dia da Festa da Páscoa,
sabendo Jesus que era chegada a sua hora
de regressar deste m undo para o Pai e que
havia amado os seus que estavam no m un­
do, amou-os até ao fim .{joii.-ss; i2.-23;i6:28/
(1) Enquanto o diabo não colocou no coração de Judas
o mau desejo, ele ainda podia mudar de opinião (Gn
4:6,7). Mas, a partir do momento em que ele permitisse
que Satanás, o príncipe deste mundo que estava
chegando, o dominasse, não haveria mais remédio;
assim, ele deixou de ser um traidor relutante para ser
um traidor declarado. (2) A deserção dejudas (Mt
26:14-16) .Judas se dirigiu aos principais sacerdotes;
pois estava certo que o entregaria por trinta moedas
de prata. Disse que esperaria a oportunidade para
entregá-lo. Algo estranho havia no ar: Por que os líderes
religiosos necessitavam de um traidor? Precisavam de
uma denúncia formal para entregá-lo em uma corte
rqmana. A corte romana exigia que nenhum homem
fosse levado ajuízo sem lhe apresentar uma acusação
formal. Por vários m eses esperaram para entregá-lo em
uma corte romana. Os líderes religiosos precisavam de
um traidor. Judas preferiu fazer a denúncia oficial contra
Jesus. Judas concordou em comparecer ao tribunal como
testemunha principal (Mc 14:11). Observe que eles
ficaram contentes, quando viram que aquele homem
iria satisfazer as suas expectativas. Lendo Lucas 22:1 -6,
temos uma idéia. Observemos com cuidado o verso 6:
“Sem tumulto” (v. 2). Tinham medo do povo
João 13:2: Enquanto ceavam , tendo já o
diabo posto no coração de Judas, filho de
Simão Iscariotes, o propósito de entregá-
lo,/* 6:70,71;Mc 14:10; Lc22:3)
(1) Que sabia Jesus? (a) Sabia a hora. (b) Sabia que
tudo estava em suas mãos. (c) Sabia que viera de Deus.
(d) Sabia que ele voltaria para Deus, isso é, para a sua
origem. Voltar para a origem é um dom, uma dádiva de
Deus. (2) A Divindade é composta de três pessoas, por
isso são três almas: a alma do Pai, a alma do Filho e a alma
do Espírito Santo. São três almas, um só Espírito, em um
só corpo, que é o corpo glorificado no Filho. O corpo da
encarnação e da ressurreição: O Filho, dos três, detém o
corpo; o Espírito é dos três, é uma alma divina individual
como os demais. Antes da criação do mundo, o Verbo era
Jo ã o 13:5
Deus e estava com Deus (Jo 1:1). Antes da criação dos
céus e da terra (Gn 1:2; Jo 1:2) não havia um princípio
cósmico físico, mas um princípio cósmico espiritual
em um princípio absoluto. Neste princípio, o Filho
Unigénito não era conhecido como Filho, mas como
Jeová, da mesma forma como o Espírito e o Pai. A esfera
de seu mover e de sua habitação movia-se sob a natureza
espiritual. Nessa natureza espiritual viviam as três
pessoas, como se fossem três gemas em um ovo. A clara
seria a natureza de Deus (isto é apenas uma analogia).
N esse princípio absoluto ele era Deus. Não se falava de
Filho ou de Jesus, mas do Verbo, que hoje é a expressão
desta Divindade; falava-se de Espírito, o vínculo e a
natureza desta existência; de Luz, a manifestação visível
desta Divindade. Os três usavam o mesmo nome: Jeová.
Nessa unidade, Deus era o Senhor (Jeová) em família
João 13:3: e sabendo Jesus que o Pai en­
tregara todas as coisas em suas mãos, e que
viera de Deus e para Deus voltava, (Mt28 : i 8;
Hb2:8;Jo 8:42; 16:28; M t 11:27; 8:42; 16:28)
A identificação do senhorio com os seus servos é
poderosa aqui. Ele tirou o manto em que estava a glória
de seu ministério, e vestiu-se com uma toalha, que é
o símbolo da temporariedade humana. Nada é mais
temporário que uma toalha sobre o corpo. Entre o manto
contínuo e a toalha vemos a distância entre o eterno e
o temporário. Ele fez isso com a toalha, pois era uma
manifestação única de purificação e santidade. Ele
poderia enxugar os seus pés com o manto, e não ter que
se humilhar tanto ao identificar-se; mas no Céu não tem
sujeira, não há necessidade disso. Com o manto, ele está
na condição de eterno, com a toalha, ele está atuando na
condição da temporariedade humana. “Vou fazer isto,
mas não terei necessidade de continuar fazendo. Vou
mostrar-lhes o que eu fiz para estar aqui convosco, eu me
despi de minha glória para me vestir com a toalha desta
humanidade”. Lembre-se que ele saiu da mesa e foi para
o piso
João 13:4: levantou-se da Ceia, tirou o
seu manto à parte, e tom ando uma toalha,
CÍngÍU-Se. (Lc22:27)
A toalha também era de linho. Ela representava a sua
vestimenta sacerdotal. Quando derramou água na bacia
e passou a lavar os pés dos seus discípulos, ele teve a sua
primeira experiência sacerdotal na bacia e no átrio. No
Antigo Testamento, os sacerdotes e fariseus exigiam que
os seus discípulos lavassem as mãos, mas ele lavou os
pés dos seus discípulos. Depois de lavar-lhes os pés, ele
os enxugou com a toalha. Os ministros de Deus devem
andar com os pés enxutos. Sujos, outra vez, não. Maria
lavou os pés de Jesus com azeite, mas, antes, os lavou
com as suas lágrimas. Maria os enxugou com os seus
cabelos, mostrando a diferença de nossa condição diante
dele. Devemos observar esta diferença e louvá-lo por
isso. Jesus estava preparando os seus discípulos para o
sacerdócio (Lv8:6- 8) e os discípulos estavam passando
pelo cerimonial da limpeza e da santidade
João 13:5: Depois pôs água em uma vasi­
411
lha e com eçou a lavar os pés dos discípulos,
e a enxugá-los com a toalha que o cingia.
(Lc7:44;Lv6:10, 11; 8:6-8; 16:4!
Pedro nos faz lembrar de João Batista quando este disse
ao Senhor: “Não sou digno de desataras tuas sandálias”,
ao desafiar ajesus Cristo, se ele seria capaz de lavar-lhe
os pés. Ele demonstra com sua atitude que jamais deixou
de ser pró-João, o Batista. Durante aqueles três anos foi
saudosista de João. Até na traição, ele será pró-João. Ele
precisava se decidir. João não quis batizá-lo, mas Jesus
lhe disse “cumpra-se a justiça”. Quando Pedro não
quis que ele lavasse os seus pés, Jesus deu a entender
o mesmo: “deixa-me cumprir a justiça em ti”. Qual dos
dois estava mais surpreso?Jesus, ao querer lavar os pés
de Pedro ou Pedro, que, orgulhoso, duvidava que ele
fosse capaz de humilhar-se a tal ponto? Jesus, ao lavar os
seus pés, lava a mente e lava o coração dele. As pernas do
corpo deveriam ser lavadas (Lv 1:9)
João 13:6: Aproximou-se, pois, de Simão
Pedro, que lhe disse: “Senhor, tu me lavas os
péS?” (Lv8:6)
(1) Jesus trabalha sempre baseado em investimento. Quem
investe trabalha desde cedo; quem investe trabalha sempre
pensando no futuro. (2) Para compreender o quejesus
fez ontem, tenho que viver o futuro. Tenho que viver para
compreender, tenho que perseverar
João 13:7: Respondeu-lhe Jesus, dizendo:
“O que eu faço agora, tu não entendes; mas
depois o entenderás”.
Nunca é uma palavra que jamais se deve falar ao Pai da
eternidade. Os pés são como a língua, pois são sujos
pela caminhada da vida. Os pés são o símbolo externo
do coração, do orgulho e da vaidade do homem. Lendo
a história de M oisés, na casa de Jetro, percebem os
claramente que a última coisa que ele deixou antes
de voltar ao Egito foram os seus sapatos. Quando ele
chegou ao Egito tinha cara de egípcio, tinha jeito de
egípcio, tinha vestes de egípcio. Durante quarenta
anos, ele foi abandonando os modos do Egito. Mas os
sapatos nunca foram abandonados, pois ainda havia
algo de orgulho nele que o fazia lembrar-se do Egito.
Mas Deus não deixa passar nada que está em oculto.
Quando ele chegou ao Horebe, onde foi chamado por
Deus, ele teve que abandonar aquele velho sapato, e
revestir-se totalmente como chamado de Deus. São
os pés que nos conduzem no caminho da obediência a
Deus, e eles precisam ter experiências de humildade
com Deus. M oisés tirou os sapatos, José tirou as
túnicas, Jesus tirou o manto, e os vinte e quatro anciãos
depositaram as suas coroas. Todos nós temos a nossa
experiência de humildade diante de Deus
João 13:8: Pedro lhe disse: “Nunca me
lavarás os p és”. Replicou-lhe Jesus: “Se
eu não te lavar, não tens parte com igo”.
(Jo3:5; 9:7)
Era hora de lavar somente os pés. As mãos deveriam
ser lavadas na ocasião da cruz (Dt 21), quando a bezerra
substituta fosse morta, e esta representava a Cristo. Mas a
cabeça era Cristo, e esta não precisava ser lavada
João 13:9: Então, Simão Pedro lhe pediu:
“Senhor, não somente laves os meus pés, mas
também as mãos e a cabeça”. (LvS: i 2>
Os nossos pés se sujam na caminhada natural dessa
vida humana, por isso necessitamos uns dos outros. A
ministração da Palavra e a comunhão dos santos na luz do
Senhor lavam-nos os pés. O ato da traição nos deixa sujos.
Aágua da bacia é a Palavra faladae ouvida (Jo 15:3). Ele
falava do batismo de João. Este é o nosso dever diário: Lavar
os nossos pés para termos acesso à comunhão contínua
da mesa; o ato de lavar os pés é uma atitude de ética e de
santidade diante de Deus e dos irmãos
João 13:10: Respondeu-lhe Jesus: “Aquele
que já se banhou não necessita de lavar senão
os pés, pois todo o seu corpo está limpo; e vós
estais limpos, mas não todos”, (jo is.-3)
Judas não estava limpo no corpo. Lavar os seus pés era
um desperdício de água. Ele reclamava da unção feita por
Maria, mas ele por inteiro era um desperdício. Se sómente
lavamos os pés, estando com todo o resto do corpo sujo,
autenticamos a nossa hipocrisia
João 13:11: Pois ele sabia quem era aquele ;
que o entregaria; por isso disse: “Nem todos
estais limpos”. (jo6.-64i
Ele cumpriu cabal mente os trabalhos preliminares do sumo
sacerdote para o dia da expiação; estes atos foram profetizados
por Moisés (Lv 16:23,24). O seu manto era o tipo do véu do
Templo. Ele lavou os pés dos seus discípulos fora do lugar
Santíssimo. Posto o véu, trocou de roupagem e deixou de lado
a toalha, tipo de suas vestes salpicadas em sangue (Is 63:3; Ap
19:13); isto é, a toalha era tipo da mesma veste que o sumo
sacerdotedeveriadeixarnointeriordoTabernáculo; mas o
véu era sem costura e nem os soldados poderiam rasgá-lo;
esta era uma obra exclusiva do Pai (Mt27:51). Como eleera o
Templo, o seu manto era o próprio véu do Santuário
João 13:12: Quando ele terminou de lhes
lavar os pés, vestiu-se do manto e voltou a
reclinar-se à mesa, dizendo-lhes: “Compreen­
deis o que eu vos tenho feito? (Lv 10=23,24)
Jesus sabia que se quisesse ser o maior no Reino eterno,
deveria ser o menor no mundo. Ele compreendeu isto e
nos ensinou; porém, muitos preferem a glória passageira
a eterna. Seu exemplo de humildade faz dele o maior e o
insubstituível Mestre e Senhor
João 13:13: Vós me chamais Mestre e Se­
nhor, e tendes razão, porque Eu 0 Sou. (Lc6:4ó;
Fp2:1 l;M t23:8)
O ato de lavar os pés uns dos outros mostra que todos
se amam, se ajudam, se cobrem, se aquecem, se
disciplinam, se exortam, se consolam e se edificam em
amor. Alguns querem fazer mais do que isto: querem
13:14
lavar o corpo, e sem autorização
João 13:14: Ora, se eu, sendo o Senhor e
Mestre, lavei os vossos pés, assim também vós
deveis lavar os pés uns dos outros.// Pes-.s)
O exemplo ensina (1) despir-se de seu manto de
autoridade e encarnar-se no nível do seu próximo; (2)
inclinar-se; (3) cingir-se com o que há de mais temporário;
(4) saber que parte do corpo deve serlimpa; (5) conhecer
quem não quer ser limpo; (6) voltar à mesa da comunhão
e não fazer desse ato um culto, mas uma preparação para o
culto; (7) dar exemplo de humildade
João 13:15: Porque eu vos dei o exemplo,
para que, com o eu vos fiz, assim vós façais
também.// pe2ai)
O servo e o Senhor; o apóstolo e a sua embaixada
João 13:16: Verdadeiramente vos digo: O
servo não é maior do que o seu senhor, nem o
apóstolo é maior do que aquele que o enviou.
(Mt 10:24; Lc6:40;Jo 15:20)
Saber não inspira felicidade; praticar o que se sabe, sim,
gera bem-aventurança
João 13:17: Se sabeis estas coisas, bem-aven­
turados sois se as praticardes. íu / u28; Tgi:2s,/
Como era muito comum inclinar-se à mesa para comer,
levantar o calcanhar era uma grande falta de respeito
e uma grande covardia, já que todos comungavam um
estreito espaço ao redor da mesa, onde os pés ficavam bem
próximos da cabeça de seu companheiro
João 13:18: Não estou falando acerca de to­
dos vós, pois eu conheço aqueles que escolhi;
mas, antes, para que se cumpra a Escritura:
Aquele que com e o m eu pão, levantou contra
mim o seu calcanhar. (si4I:Q;m:2ó:23)
Pedro, ao fazeracomparaçãoentreasprediçõesdeDavi,
revela que o Senhor Deus (“Jeová”) disse ao Cristo encarnado
(“Adonai”):“Assenta-teàminhadireitaatéqueeuponhaosteus
inimigos debaixo de teus pés”, e, em seguida, dizqueestejesus
“Adonai”,FilhodoHomem, encarnado, limitado, depoisde
cumprirasuamissão na terra, foi feitoSenhor (“Jeová”) eMessias
(At2:34-36);logo,ofeznovamente “EuSou” (Jo 17:4,5)
João 13:19: Desde agora eu vos digo isto,
antes que aconteça, para que, quando se
cumprir, creiais que Eu Sou. (jo 14.-29,- 16:4; 8:24;
Al 2:34-36)
0 apóstolo Cristo, enviado pelo Pai, agora envia apóstolos;
e quem os recebe ao Pai recebe
João 13:20: Verdadeiramente vos digo:
Aquele que receber a quem eu enviar, rece­
berá a mim; e quem me recebe, recebe aquele
que me enviou”. /m io:4o;lc io.-ió)
JOÃO 13:26
O Cordeiro estava pronto para ser sacrificado e sofria a
agonia da morte
João 13:21: Depois que Jesus disse estas coi­
sas, turbou-se em Espírito, e declarou: “Ver-
dadeiramente vos digo que um dentre vós me O
entregará”, /jo 12:27:
A discrição do SenhorJesus
João 13:22: Então, os discípulos se entreo- U »
lhavam, perplexos, sem ter idéia a respeito de J
quem estava falando.
O discípulo que desfrutou do amor de Jesus:João. Aquele
que não tem culpa adora, serve e desfruta sem medo a
presença de Jesus
João 13:23: Ora, ao lado de Jesus, achava-se ^
um de seus discípulos, aquele a quem Jesus jQ
amava, reclinado sobre seu peito.,óoiq.-26;20:2;
21:7,20)
Pedro revelará seu ciúme de João, no último capítulo,
quando receberá uma dura advertência de Jesus (Jo 21:20),
pois ele também o traiu
João 13:24: Então Simão Pedro fez-lhe um
sinal para que perguntasse a Jesus a respeito
de quem ele estava falando.
Por que Pedro não pergu ntou diretamente a Cristo,
estando em um local tão pequeno? Somente os discípulos
amados, e sarados emocional mente, têm ousadia de fazer
determinadas perguntas
João 13:25: E aquele discípulo, inclinando-
se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Se­
nhor, quem é?” (jo2 i.-20j
A oferta de manjar é o grande tipo da Ceia do Senhor,
pois era apresentada sem fermento. Judas, ao participar
da Ceia do Senhor, comeu e bebeu de uma só vez pão e
o molho para a sua própria condenação, sem discernir £jjj
o que estava fazendo. O pão deveria ser molhado no
azeite e não no vinho (Lv2:5,6). Aqui temos motivações
para grandes mensagens: (1) Quem come e bebe
indignamente abre o seu coração para Satanás; (2) como
Judas, sela o seu destino participando hipocritamente
da Ceia; (3) como Judas, estava na reunião, mas não no
corpo; (4) como Judas, tinha um cargo de tesoureiro,
mas não valorizava o principal
João 1 3:2 6 : Jesus respondeu: “Aquele a
quem eu der o pedaço de pão molhado”. E,
tendo molhado o bocado de pão, deu-o a Ju­
das, filho de Simão Iscariotes. (Joó:71;Lv2:ój
Por que “crentes" ativos na congregação podem estar
endemoninhados? Esta é uma das grandes razões:
Participar da Ceia do Senhor indignamente, com o
coração nas riquezas injustas, mantendo a hipocrisia,
desvalorizando a sua própria obra e o Senhorio de Cristo.
Jesus falou diretamente a Satanás, que estava em Judas
13:27
João 13:27: E, logo após Judas ter recebido
o pão, Satanás entrou nele. Então, Jesus lhe
disse: “Faze-o depressa o que pretendes fa-
Zer ” ,<Lc 22:31
Ele não falava com Judas
João 13:28: E nenhum dos que estavam
reclinados à mesa soube por que razão lhe
dissera isto;
Esta era uma tradição naqueles dias; esta foi a razão
pela qual Davi enviou os seus servos a Nabal, pedindo-
lhe algum alimento, pois antes da festa da Páscoa e
do dia da Expiação os israelitas costumavam oferecer
voluntariamente algum bem aos pobres
João 13:29: Como Judas era o encarrega­
do da bolsa, alguns pensaram que Jesus lhe
dissera: “Compra o que necessitamos para a
Festa”; e outros pensaram que lhe ordenara
que desse algo aos pobres. uo 12:5,6)
Nesse momento, Judas dá início ao evento da paixão e
morte de Cristo. Seguir-se-ão os julgamentos religiosos
e civis. A cronologia entre Lucas, Mateus, Marcos e
João revela as ilegalidades dos julgamentos. Textos
preliminares como Lucas 22-24 e Mateus 16:21 -28 são
fundamentais: João 17-21 mostra que os julgamentos
foram divididos em religiosos e civis: (1) Os religiosos,
diante de Anás e Caifás. (2) Os civis diante de Herodes e
Pilatos. Quem estava sendo julgado?Jesus Cristo. Que
havia feito? Nada que o condenasse. Quem controlava
tudo? O sumo sacerdote. Por causa das “limpezas” que
Jesus fez no Templo, não teria um julgamento justo.
Os principais do povo e os sacerdotes estavam bem
informados sobre o quejesus havia dito em Mateus 24 e 25?
Mas qual foi a importância do discurso dejesus no Monte
das Oliveiras. A partir da saída de Judas do cenáculo, temos
o começo do movimento oficial para matar aJesus (Mt
26:1 -5; Mc 14:1 -2; Lc 22:1 -2). Mas qual foi a importância
da traição? (Mt 26:14-16). Por que os líderes religiosos
precisavam de um traidor? O que exigia a corte romana?
Porque Judas era importante para eles? Em Marcos
14:10-11, Judas foi aos sacerdotes disposto a negociara
entrega dejesus; com dez por cento do valor do vaso de
alabastro, que continha o nardo puro, quebrado por Maria
aos pés de Cristo, ele estava satisfeito. Em seguida,Judas
buscava uma oportunidade para entregá-lo; mas ele teria
que fazer uma acusação formal contrajesus. Os sacerdotes
ficaram contentes com a atitude dejudas (Lc 22:1-6).
Satanás entrou emjudas porque ele se movia pessoalmente
na Terra, nesta ocasião. Judas foi a primeira pessoa que
experimentou o bocado da Comunhão da Ceia do Senhor
sem ter discernido o corpo de Cristo, pois a comeu para a
sua própria condenação. Satanás não pode entrar naquele
que está em perfeita comunhão com Cristo. Ele saiu para
o mundo quando já era noite, depois de ter tomado a
Comunhão; assim, ele morreu sozinho, sem a Luz, pois
todos os que andam na Luz e têm comunhão com Cristo, o
seu sangue os purifica de todo pecado (1 Jo 1:7). Aqueles
que desprezam as luzes do cenáculo e a mesa do Senhor
JOÃO 13:34
andam em trevas (At 20:8)
João 1 3:30: Ele, tendo recebido o bocado,
saiu logo. E já era noite. (At20: 8j
A glorificação de Cristo começa quando o Cordeiro
de Deus é entregue aos sacerdotes. O grão de trigo
cairá na terra e dará muito fruto. A glória de um
homem é fundamentada na sua obediência a Deus e no
cumprimento de sua missão
João 13:31: Depois que Judas saiu, disse Je­
sus: “Agora, o Filho do hom em é glorificado,
e Deus é glorificado nele. jo 7 :3 9 ;i4 :i3 ; iP e 4 :ii;
Jo 12:23)
A importância da glorificação de Cristo: Ele queria que o
Espírito Santo estivesse nos seus discípulos (Jo 7:38-39)
João 13:32: Se Deus é glorificado nele, tam­
bém Deus o glorificará nele mesmo, e haverá
de glorificá-lo já. (/o/z //
Depois de sua ressurreição, Jesus ainda estaria com os seus
discípulos por quarenta dias (At 1:3). Para onde ele iria, que
os seus discípulos não poderiam ir? Para o lugar santíssimo,
para o “deserto”, pelo caminho por onde o bode emissário
deveria levar as iniquidades; para pisar o lagar da ira de
Deus, onde ninguém estaria com ele (Is 63:1 -3). Para nadar
sobre o rio que estava mais alto que o nível do tornozelo,
além dos joelhos, além dos ombros (Ez47:1-7), por onde,
primeiramente, somente o Senhorjesus poderia passar
João 1 3 : 3 3 : Filhinhos meus, aindápstarei
convosco por pouco tempo. Vós me busca­
reis, e, assim como eu disse aos judeus, agora
também vos digo: Para onde eu vou, vós não
podeis ir. (Jo 7:33,34; 8:21)
Nesta frase de Cristo, João baseou todas as revelações
registradas nas suas três epístolas (1 Jo, 2Jo e 3 Jo),
mostrando, fundamentalmente, que se amarmos a Deus
devemos demonstrar isto na pessoa de nosso próximo,
onde Deus habita, pois Ele não tem corpo físico, razão por
que ele vive em cada um dos seus filhos. Não podemos dizer
diretamente a Deus que o amamos se estamos em litígio
contra o nosso irmão, onde Deus habita. Isto quer dizer que
se estivermos em pleito contra um só de nossos irmãos,
onde Deus habita, e entrarmos na presença de Deus, diante
de seu trono, para confessar diretamente a Deus que nós o
amamos, seremos considerados como mentirosos. Assim,
o Evangelista concluirá em suas epístolas que, se dissermos
que amamos a Deus e odiamos a um só de nossos irmãos,
no qual Deus habita, não conhecemos a Deus
João 13:34: Um novo mandamento vos dou:
Que vos ameis uns aos outros; tal como eu
vos amei, assim também vos ameis uns aos
0 M \ l0 S .(iv l9 :l8 ;Jo 15:12; 1Jo 2 :7 ;3 :l 1;4:W ; 15:12,17;Rm
13:8; 1 Ts4:9; 1Pe 1:22; 1Jo 3:23; 4:7,1 lj
Razões para sermos considerados discípulos
de Cristo: (1) Dar muitos frutos (Jo 15:8);
414
 (2) amaros nossos irmãos (Jo 13:35)
João 13:35: Nisto conhecerão todos que sois
meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos
outros”.(Ijo3:14;4:20)
Para o caminho do lugar Santíssimo celestial (Is 63:1 -3):
Poresse caminho os seus discípulos ainda não poderiam
passar. Mas, depois que ele inaugurasse o caminho novo e
vivo, poderiam passar com toda ousadia (Hb 10:19,20)
João 13:36: Disse-lhe Simão Pedro: “Senhor,
para onde vais?” Respondeu-lhe Jesus: “Para
onde eu vou, não poderás seguir-me agora;
mas me seguirás mais tarde”.(jo2i:i8;2P e i .-m i
A carne e o Espírito são tipificados entre Pedro e Cristo;
isto é, Pedro na instabilidade representa o homem carnal,
e Cristo, o homem espiritual. Pedro foi tipo da carne que
terminou por não fazer aquilo que desejava (Rm 7:15-25).
Em todo o ministério de Cristo, Pedro é tipo da carne
João 13:37: Disse-lhe Pedro: “Senhor, por
que não posso seguir-te agora? Eu darei a mi­
nha vida por ti ”. (Mt26:33-35;Mc 14:29-3l;Lc22:33,34)
O galo é símbolo da pontualidade e da consciência
humana; a carne nunca é pontual, nunca cumpre a sua
palavra, diante das circunstâncias adversas. A palavra do
homem carnal perde diante da pontualidade da natureza
do “galo”, que é símbolo da pontualidade inegociável
e inquestionável. A carne que prometeu dar a vida por
Cristo negará que o conhece; não comparecerá à sala do
julgamento de Cristo; assentar-se-á ao redor da fogueira
dos servos dos sacerdotes, e sempre se manterá à
distância dos acontecimentos proféticos que
envolverão a paixão de Cristo
João 13:38: Então respondeu Jesus: “Da­
rás a tua vida por mim? Verdadeiramente te
digo: Antes que o galo cante, me negarás três
V ezes ".(Jo 18:27)
J o ã o , c a p ítu lo q u a to r z e ( 1 4 )
A ausência seria produtiva para ele e para sua Igreja.
Ela seria preparada pelo Espírito Santo enquanto ele
prepararia lugar para recebê-la, segundo a lei do amor, em
sua Casa própria
João 14:1: “Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, crede também em mim./yo
16:23,24; 14:27)
A preparação inclui construção, ornamentação e
identificação. Cada membro do corpo é uma pedra viva
daquele lugar. As pedras do Templo de Salomão eram
preparadas na pedreira de Quiriat-Jerim; dali eram
trazidas, quando já estavam lapidadas e perfeitamente
cortadas, segundo o seu plano arquitetônico previamente
preparado (1 Rs 6:7). Quando as pedras estavam prontas,
então, eram trazidas. Isto acontecia porque no local do
Templo não se ouvia nenhum tipo de ferramenta em
funcionamento, fosse martelo, marreta ou machado. No
local do Templo, as pedras eram montadas em lugares
previamente preparados. Elas somente saíam das
pedreiras quando estavam prontas. Hoje, as últimas pedras
estão chegando da pedreira, onde passam pelos últimos
detalhes. Já que a cidade equivale à Esposa que se aprontou
(Ap 21:1,9-10). Vindas são as bodas do Cordeiro
João 14:2: Na casa de meu Pai há muitas mo­
radas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar. ;jo I3.-33;
Não podemos compreender os mistérios que envolvem
esses três versos, se não compreendermos o tempo em que
vivemos. Devemos conheceros detalhes que tratam das
bodas do Reino, pois os tais falam das bodas do Cordeiro:
As bodas do Reino são as festividades de recebimento
dos três elementos do Reino: a Igreja, Israel e as Nações.
Antigamente, no trâmite do casamento em Israel,
cumpriam-se três etapas para que o matrimônio fosse
consumado. (1 )0 compromisso equivalente à promessa
de casamento feita entre os pais. Este compromisso era
familiar e sério. (2) O contrato, que tinha efeito legal e
equivalia ao casamento feito em Regime Civil. (3) Por
fim, as bodas, que equivaliam ao recebimento da noiva
pelo noivo, em sua casa previamente preparada. Esta era
a última etapa, que equivalia ao casamento “religioso”
dos gentios; as bodas, comemoravam o recebimento
da noiva na casa do esposo! Portanto, as bodas do Reino
serão as festividades de recebimento dos elementos
que foram redimidos porJesus Cristo, no Reino de Deus.
Vemosjesus orando sobre isto, em João 17. Atipologja
do Arrebatamento, na pessoa de Paulo e Timóteo, é vista
em Tessalonicenses. Como em uma tipologia, a igreja
de Tessalônica é tipo da Igreja e Paulo é tipo de Cristo,
enquanto Timóteo é tipo do Espírito Santo (1 Ts 2:17). A
igreja de Tessalônica foiumadaspri meiras igrejas que
Paulo teve o privilégio de fundar, a partir de seus estudos
bíblicos realizados nas sinagogas. Em apenas vinte e
um dias, Paulo plantou umaigreja poderosa, e, muito
embora ele não tenha permanecido ali para pastoreá-la
pessoalmente, ela cresceu. Aigreja, na verdade, sentiu
a falta de seu pastor e fundador, mas não deixou de
completar a visão que havia recebido de seu apóstolo.
Finalmente, esta igreja se tornou modelo para as demais
igrejas da Macedônia, em razão dos princípios que havia
estabelecido no seu programa de crescimento: a fé, o
amor e a esperança. Estas três virtudes que jamais acabam
estavam bem atuantes na história daigreja de Tessalônica.
Quando Paulo se referiu a essa igreja, revelou-se como
pai e com nobreza; ele a exaltou como umaigreja digna
de ser admirada em todas as partes por onde o Evangelho
fosse pregado. A respeito dessa igreja, Paulo escreveu na
sua primeira epístola, à qual dedica o seu cuidado e muito
carinho. Em meio a grandes lutas, que foram iniciadas
por grupos isolados de judaizantes invejosos que saíam
no percalço de Paulo, o apóstolo, para prejudicar a obra
que ele realizava entre os judeus e gentios, a igreja de
Tessalônica cresceu. O Espírito Santo inspirou a Paulo de
uma forma gloriosa até que a história dessa igreja se tornou
uma tipologia agradável do casamento entre Cristo e a sua
esposa. Assim, ele mostra a igreja de Tessalônica como
uma esposa desposada e amada de Paulo. Timóteo é visto
14:3
como o pombo correio, Paulo é uma tipologia especial no
Novo Testamento de Cristo, e o Espírito Santo é tipificado
porTimóteo; e a Igreja é simbolizada pela congregação
de Tessalônica. Nos textos anteriores, Paulo fala de seu
profundo amor pela igreja de Tessalônica. Então, ele
explica: “Nós, porém, irmãos”; porque Jesus fez um
grande trabalho de três anos junto com seus discípulos
najudéia e na Galiléia, e agora ele mostrava que não era
a única pessoa interessada em vê-los. Assim, ele falou
no plural. Podemos usar esta tipologia para mostrar o
interesse dos Céus, dos anjos, dos anciãos e da Divindade
em se fazer presente na celebração das bodas do Cordeiro,
depois de “serem privados da Igreja por algum tempo”.
Embora a Igreja esteja esperando o tempo das Bodas, que
começará com o rapto para a Novajerusalém, elanão
se sente abandonada pelo seu marido. Seu coração está
ligado ao seu esposo. Mas Deus estabeleceu um meio para
que ela tivesse notícias de seu esposo até aquele grande
encontro. Nenhum tipo de amor pode se auto-sustentar
na Iuta contra o tempo e a distância, sem referência e
sem comunicação. Deus providenciou um meio para que
esse amor se fortalecesse. Paulo escreveu: “Tanto mais
procuramos com grande desejo ver o vosso rosto”, e,
neste verso, mostra que o coração de Cristo é tipificado
pela paixão do apóstolo. O desejo de Cristo, assentado à
destra do Pai, é simbolizado pelo desejo apostólico; pois
era grande o desejo de ver o rosto de sua esposa, a Igreja.
1Tessalonicences 2:18: “pelo que quisemos ir ter
convosco, pelo menos eu, Paulo; não somente uma vez,
mas duas, e Satanás nos impediu”. O rapto do Senhorjesus,
aqui tipificado, tem sido adiado algumas vezes; e o grande
impedimento é Satanás. Como Satanás teria poder para
adiar algo que estava no pleno controle do Pai? Listamos
alguns impedimentos do arrebatamento: (1) A frieza na
liderança no que se refere à missão da Igreja naTerra. (2) A
falta de interesse na vinda do Senhorjesus Cristo e o amor
ao mundo. (3) A infertilidade no discipulado da Igreja, por
meio dos cinco ministérios. (4) A falta de preparação da
Igreja para assumir a sua posição de esposa. (5) A falta de
interesse na restauração de todas as coisas (At 2). Estes e
outros sintomas têm sido conhecidos por meio da grande
opteração de Satanás, para impedir o arrebatamento da
Igreja. 1 Tessalonicenses 2:19 revela que, definitivamente,
o Espírito Santo nos dá uma pista daquilo que Paulo
verdadeiramente quer falar: Da vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo. Qual é a nossa esperança? A Igreja é a
esperança do amigo do Esposo, que é o Espírito Santo, na
vinda de Cristo. A Igreja é o gozo e a coroa de glória daquele
queapreparaparaapresentá-laaCristo. 1 Tessalonicenses
registra (2:20) que, “ na verdade vós sois a nossa glória e o
nosso gozo”. Asua vinda acontecerá quando ele, Cristo,
tiver preparado o lugar. A segunda vinda de Cristo será
com a cidade, desde o monte Sião (Hb 11:22-24). Quando
a cidade estiver, equivalentemente, sete anos antes de
chegar ao seu destino final, a Igreja será introduzida no
seu interior, mas a cidade continuará descendo durante
o período que restar, isto é, sete anos, e depois sairá com
Cristo para a grande batalha do Armagedon (Ap 19:11).
Neste período de tempo muito curto, dar-se-ão no interior
da cidade as bodas do Cordeiro, a Ceia, o Tribunal de Cristo,
a assistência a Miguel e seus anjos, que, no meio desses
sete anos, lutarão nas Regiões Celestes, para lançar de lá a
JOÃO 14:0
Satanás e os seus anjos sobre a Terra e o Mar; durante esses
sete anos, a Igreja fará os preparativos para a grande batalha
do Armagedon, no final de sua jornada sobre a terra
João 14:3: E se eu for, e vos preparar lugar,
virei outra vez e vos tomarei comigo, para que
onde eu estou estejais vós também, (jo 12:2ò;
14:18,28; 17:24)
Ele é o espírito vivificante (1 Co 15:45). O caminho é vivo,
como todas as suas coisas são vivas: Água viva, pão vivo,
caminho novo e vivo (Hb 10:19). Que caminho é este? O
caminho daárvore da vida, o caminho do Éden celestial.
Este é o mesmo caminho em que os pés ungidos de Cristo
palmilharam, espiritualmente, logo após a sua morte
na cruz, quando asua alma entrou no Santíssimo lugar,
levando o sangue ao propiciatório do Trono de Deus, para
substituir o clamor do sangue de Abel que, como símbolo
da fé que clama por misericórdia, equivalia ao sangue dos
animais do Antigo Pacto que somente cobriam os pecados.
No próprio Getsêmani, ele mostrou que o caminho
indicava ao Santíssimo lugar, pois deixou oitodeseus
discípulos no “átrio” (Mt26:36)e três deles no “santo” (Mt
26:38), de onde foi mais adiante sozinho (Mt26:39)
João 14:4: E vós sabeis para onde eu vou e
conheceis o caminho”.
Era o caminho do Tabernáculo celestial. O caminho que
indicava a entrada do lugar Santíssimo; um caminho novo
e vivo que ele inaugurou na cruz (Hb 10:19); ele sabia a
necessidade de enfrentar os querubins que o guardavam,
pois conhecia a profecia da espada flamejante, que ele
deveria domar e tomar como sua possessão (Gn 3:24)
João 14:5: Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sa­
bemos para onde vais; como podemos saber
o caminho?” ,jo i i .-ió/
Ele é o átrio (caminho), a verdade (o lugar Santo) e a
vida (o Santíssimo). A direção, a razão e o resultado. O
caminho leva ao Pai, e ele é o Caminho vivo. O Espírito
Santo explica toda a verdade. A Palavra revelada ilumina
o caminho e os nossos pés não tropeçam. Seguindo a luz
e ouvindo a verdade conheceremos o caminho indicado.
A verdade explica o caminho e o seu destino, bem como
o modo de permanecermos nele. Pela luz e pela verdade
chegamos ao caminho; a vida é o com bustível que nos
ajuda a permanecer nele. Primeiro o caminho, depois
a verdade, e, por último, a vida. Ele é representado
pelas três virtudes. Eles queriam conhecer o caminho;
estavam com ele há três anos e não o conheciam. A
ressurreição, o pão, a água, a luz, a vida, a verdade e o
caminho são sinônimos de sua pessoa. Para conhecer o
Pai, necessitamos conhecera direção (Caminho), pelo
anúncio do Evangelho (Verdade), por onde somente
andam os vivos (vida). Nele chegamos ao Santuário do Pai
João 14:6: Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o
Caminho, e a Verdade e a Vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim./yo io.-9;8:32; ia ,- i \:25-,
Deus preparou uma imagem para revelar o Verbo que
estavano seio do Pai, antes de todas as coisas, até à sua
416
14:7
revelação final através da encarnação, em forma de homem
(Gn 1:26; Cl 1:15). Estaimagemintocávelaindanão havia
sido usada quando Adão foi formado. Deus procurou um
modelo original para formar o homem, e teve a idéia de
fazê-lo conforme aquela imagem já projetada paraCristo,
e conforme a sua semelhança espiritual (Gn 1:26-28),
com atributos poderosos acima de qualquer outra obra
criada. Funcionava perfeitamente. Assim, o homem teve
o privilégio de inaugurar um protótipo daquela imagem.
Com a queda do homem, Adão teve filhos que nasceram
conforme a sua semelhança e a sua imagem decaídas
(Gn 5:2-3). Quandojesus nasceu, reassumiu os planos
do Pai para aquela imagem que foi preparada antes da
fundação do mundo, que foi o seu corpo humano (Cl
1:15), pois a sua pessoa, isto é, a sua alma, já coexistia
antes de tudo, conforme bradoujoão Batista: “Ele era
antes de mim ”. Como o Pai não tinha corpo físico, e sim
um corpo espiritual, o Filho tinha o poder de revelar-se
ao mundo através do seu corpo humano original (Gn
1:26). O Pai estava revelado no interior do Filho durante
o seu ministério. Havia momentos que era tão forte esta
comunhão que o próprio Pai falava no Filho e os fariseus
não sabiam porque ele falava assim. O Pai estavano corpo
do Filho simultaneamente, e muitas vezes ele falou pelo
Filho sem que eles percebessem (Hb 1:1 -3)
João 14:7: Se vós me conhecêsseis, também
conheceríeis a meu Pai; e desde agora o co­
nheceis e o tendes visto”.
O Pai é conhecido pelo Filho; o Pai o enviou com toda a
sua natureza. Se quisermos conhecero Pai, devemos
investigar, conhecer e perscrutar o Filho. Mas, apesar de o
Pai estar com eles, os discípulos não o conheciam. Mesmo
assim, o Filho os premia com um novo anúncio: “Desde
agora o conheceis e o tendes visto”
João 14:8: Então Filipe lhe disse: “Senhor,
mostra-nos 0 Pai, e isso nos basta”.
Ele perguntou a Filipe, que conhecia perfeitamente os
Escritos de M oisés e dos profetas (Jo 1:45). Podemos
ver o Trono, através da revelação dos tempos que “era",
na Dispensação do Mistério Escondido (Ef 3:9). N esse
tempo do mistério escondido havia um só Trono em
meio aos quatro querubins, uma única revelação de
Deus, antes de haver a imagem criada e manifestada,
isto é, o seu corpo humano (Gn 1:26; Cl 1:15). Ao
retrocedermos no tempo, podemos chegar aos dias
anteriores à inauguração da cidade. Havia um Trono,
conforme a visão de Ezequiel capítulos 1 e 10. Na visão
de Apocalipse 4, o Trono do Pai é estabelecido dentro
da Cidade e, ao seu lado, assentou-se posteriormente
(cap. 5) o Cordeiro, que também assumiu a plataforma
do Trono ao lado do Pai. Este é o segundo estágio, este
é o período “que é ”, da eternidade. Assim, temos que
incluirtodo o passado, presente e futuro do tempo
humano para entender um dos estados presentes da
eternidade, porque de eternidade a eternidade, ele é
Deus. Dentro do período “que é ”, podemos ir ao futuro
e contemplar muitas coisas que ainda são mistérios.
Se virmos o mesmo trono na dimensão do “que há de
ser”, veremos novamente um só Trono, no qual estará
sentado som ente o Cordeiro, e no corpo do Cordeiro
J oão 14:8
estará presente toda a plenitude da Divindade (Cl 1:19;
2:9). O Cordeiro também é a lâmpada dessa glória, pois
o restante da Divindade é de luz gloriosa. O Cordeiro
é a imagem do Deus invisível; a Divindade é vista pelo
corpo do Cordeiro. Naquele dia, veremos a unidade
da divindade no corpo do Cordeiro; e entenderemos o
que Paulo disse: “Um só Senhor!” (Ef4:5,6;Jo 14:21).
N esse tempo, o outro trono que ficará será dado aos
vencedores e será trazido ao templo da Terra (Ap 3:21;
Ez 43:3-5). Esta frase: “Eu sou o que era, o que é e o
que há de vir”, quer dizer: “Se eu vou ao passado, o
passado se torna presente, se vou ao futuro, o futuro se
torna presente”. Assim, Deus somente se manifesta
no presente. No presente da eternidade, o Filho está
santificado, depositado e intercedendo pelos santos,
para que eles possam viver no mundo (Jo 17:15-
19). Se o confessarmos diante dos homens, ele nos
confessará diante dos anjos e do Pai. O seu Espírito se
move na Terra, e da Terra podemos realizar grandes
obras para a sua glória. Lá no Céu, os anjos respeitam
a Dispensação da Graça manifestada, atualmente, no
tempo dos homens. O Céu espera pelos resultados da
operação da Graça. Agora, é hora de agir aqui, para que
os resultados sejam manifestados lá. Se quisermos falar
ao Pai, por exemplo, teremos grandes surpresas, pois
Jesus Cristo é o Verbo da Divindade (Jo 1:1-3; 1:18). Sem
ele, não podemos lhe falar compreensivelmente. Ele
foi escolhido pela vontade do Pai para ser a habitação de
toda a plenitude. Brevemente, veremos a apoteosa da
unidade da Divindade (Cl 2:9). No futuro, o Pai habitará
no corpo do Filho; isto é, na dimensão futura do “que há
de ser”; e a pessoa do Pai e a do Espírito Santo habitarão
no corpo do Filho, e Deus será um em todos (Jo 14:21).
O Pai é espiritual, luz, glória, mas o corpo do Cordeiro
será o centro de proeminência, de congregação e de
sujeição (Ef 1:10). O Filho se sujeitará, através de seu
corpo, ao Pai, para que, definitivamente, o Pai habite
nele para sempre; assim como ele está em nós, hoje, na
graça, e nós estamos nele (1 Co 15:25-28; Jo 14:21). Por
isso, o Pai necessitava de uma imagem para o Cristo-
homem (Gn 1:26); assim, o corpo de Jesus Cristo se
tornou o primogênito da Criação; mas ele mesmo, como
pessoa, jamais foi criado. Ele sempre coexistiu como
Deus. Deus jamais foi criado ou gerado. Jesus nem
como homem teve pai humano, nem como Deus teve
pai divino. Somente como homem, teve pai divino, o
qual foi o Espírito Santo; mas, como Deus jamais teve
pai divino ou humano. O Verbo nunca foi gerado nem
criado, como Deus. Como homem foi gerado e por isso
o Pai o chamou de Filho, a partir de sua encarnação,
isto é, como homem, como Verbo encarnado; por isso,
ele passou a chamá-lo de Filho, e este passou a chamá-
lo de Pai (Hb 1:5,6). Foi do agrado do Filho que assim
acontecesse, pois ele se humilhou para isso (Fp 2:5,6).
Antes de sua encarnação, palavras tais como Filho e
Pai não eram conhecidas, no relacionamento deles,
na eternidade. “Filho” e “Pai” são nomes conhecidos,
empiricamente, depois da encarnação; por isso, a
apoteose do “tudo em todos” (1 Co 15:26-28), nos levará
ao que era antes da encarnação, mas com uma novidade,
o corpo da plenitude dessa habitação; então, depois
do “tudo em todos”, saberemos o seu novo Nome; isto
417
14:9
é, o nome excelente que herdou; ora, se foi herdado é
porque já existia antes. Mas ninguém o conhece, senão
a própria Divindade. Quando o Espírito disse que ele
foi o primogênito da Criação, referia-se à imagem de
seu corpo para Deus, que é o corpo humano do Filho.
A imagem foi criada como uma roupa é planejada pelo
estilista, pois a pessoa que a vestiria coexistia. Aquele
que hoje conhecemos como Filho, já existia antes
mesmo de sua imagem corporal existir. Ele, como
pessoa, foi escolhido e, ao mesmo tempo, oferecido
para ser a pessoa da revelação da Divindade através da
imagem que é o seu corpo humano. Esse planejamento
aconteceu antes da criação de Adão. Quando Adão foi
criado, foi conforme a imagem que já existia na mente
de Deus, na qual Cristo seria manifestado ao mundo (Cl
1:15). Assim, ele é o primogênito da criação naquilo que
se refere à imagem incorruptível de Deus. Ele é antes
de Adão, que foi criado à semelhança já planejada dele.
Deus não tem princípio nem fim; ainda que tivesse um
princípio, este princípio seria renovado a cada manhã, e
a cada manhã teríamos novos princípios e fins, sucessiva
e infinitamente. Ele é infinito como a reta, o princípio do
círculo que não tem fim mostra que ele se renova quando
avança. Ele é a fase que era do ângulo, a fase que é do
segundo ângulo, e a fase que será, do terceiro ângulo. Ele
é Deus. É como disse Paulo, pelo Espírito Santo: “Assim
como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos;
mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia a dia” (2 Co 4:1,1 ó).
Isto quer dizer que o próprio Deus habita em nós, pelo seu
Espírito Santo e pela Palavra revelada do Filho. Quem era
Filipe? O conhecedor dentre os apóstolos. Quando ele
foi achado porjesus, Jesus lhe disse: “Segue-me”; desde
aquele dia, ele o esteve seguindo, e ainda não conhecia o
Pai (Jo 1:43). Aprova da semelhança entre o Pai e o Filho
pode ser vista nos textos de Daniel 7 :9 (Pai) e Apocalipse '
1:14-16 (Filho), nos quais Daniel descreve a imagem do
Pai, e João revela a imagem do Filho
João 14:9: E respondeu-lhe Jesus: “Filipe, há
tanto tempo estou convosco, e ainda não me
conheceis? Aquele que me vê a mim, vê o Pai; |
como, pois, tu dizes: Mostra-nos o Pai? (jo i2:45:
10:30; Dn7:9;Ap 1 :14-16]
Por isso, os fariseus confundiam tudo o que ele fazia. Vemos
isto de modo bem comum entre os capítulos seis e oito. Esta
mesma confusão é feita pelos teólogos no que tange àsua
manifestação e revelação na eternidade, por causa do único
corpo que há para eles
João 14:10: Não crês tu que eu estou no Pai e
que o Pai está em mim? As palavras que eu vos
falo, não as falo por mim mesmo; mas o Pai,
que permanece em mim, é quem faz as suas
ObraS. (Jo5:19; WÚ8; 12:49; 17:21,23)
Devemos entender que para a unidade da Divindade (as
três pessoas juntas) háum só corpo. Porisso umapessoa,
normalmente, não entende que Jesus está no Pai e o Pai
está nele. Isto somente é possível por causa da unidade de
habitação em um só corpo. Por isso, muitas palavras que
J oão 14:12
......... ' ....... ■iiwiiiuiiiuiJiiitLi J i i ! s a g a s »
ele pronunciava eram faladas originalmente pelo Pai. Por
exemplo, ele não somente falava, através do Filho, como
realizava as suas obras por intermédio do Filho (At 2:22).
Ele está dizendo: “creia que o meu corpo é o Santuário do
Deus vivo”. Creia que há duas pessoas trabalhando aqui,
e as obras que Ele faz ocorrem porque eu abdiquei das
minhas realizações pessoais, para que Ele também tenha
proeminência. A expressão “as mesmas obras” significa isto
João 14:11: Crede-me que estou no Pai, e
que o Pai está em mim; crede-me, pelo me­
nos, por causa das mesmas obras. (jo5:3ó; io :38)
Por queeledissequeia para j unto do Pai, se antes dissera
que já estava nele? Mas ele está falando da posição de
autoridade que ocupará ao lado do Pai no Trono. Ele nos
deixou a oportunidade, para que aquilo que o Pai fazia
somente através do Filho, também pudéssemos realizar
através do seu Espírito, porque seriam duas pessoas
fazendo as mesmas obras. Pois aquele que crê, descobre
que pode associar-se a Deus quando tem fé nele. A fé nos
torna um com Ele. O Pai nos torna em seu Santuário para
grandes realizações
João 14:12: Verdadeiramente vos digo:
Aquele que crê em mim também fará as obras
que eu faço, e outras maiores do que estas
fará, porque eu vou para o Pai. iMt2i:2i;LcW:i7j
Como fazer para realizarcoisas maiores? Conhecer o nome
do Caminho: Jesus. Usar este Nome. Elediz:useèstenom e
para glorificar o Pai no Filho. Quando você usa o nome do
Filho, o Pai é glorificado no Filho. O segredo do sucesso da
fé, é o Pai ser glorificado no Filho. O Pai é glorificado dentro
do Santuário, que é o Filho. Deus é Espírito e carne, hoje.
Antes, era somente Espírito. Por causa da encarnação e da
ressurreição de Cristo dentre os mortos. Porque, através
da ressurreição, houve o regresso da natureza humana
vitoriosa em Cristo até a glória do Pai, e o seu corpo humano
ressurreto recebeu uma herança imortal e glorificada,
que foi o seu corpo físico (Lc24). O seu corpo ressurreto,
posterior àsua concepção e encarnação, é o mistério da
piedade; por isso, Satanás não pode confessá-lo como
uma realidade vitoriosa em carne humana, porque, no
mistério da encarnação, reside a desgraça da sua derrota
para Cristo. Deus, ao criar o homem, o criou com espírito,
sendo uma alma e tendo um corpo. O corpo físico que ele
recebeu tomou-se o elemento de revelação no mundo da
essência de seu ser divino. Antes da encarnação, Deus era
somente Espírito, e a sua alma era espiritual, não palpável.
As partes imateriais têm a capacidade de compartilhar do
mesmo espaço (o corpo) ao mesmo tempo, sem perder
a sua identidade. Por outro lado, na Divindade infinita,
que é constituída por três pessoas, isto é, portrês almas,
consequentemente, sem haver problema de espaço no
corpo de Cristo, pois a Divindade é uma em Espírito e três
almas que sentem, têm vontade e mente interdependentes,
tendo um vínculo de unidade, que é o Espírito Santo. Estas
almas ocuparão o mesmo espaço do corpo ressurreto e
glorificado, sem perder a identidade. Com a encarnação,
o Verbo foi feito um pouco menor do que os anjos. Assim,
por meio da vinda do Filho em um corpo humano, Deus se
preparava para se revelar no mundo e tornar-se tricótomo,
14:13
através do corpo dejesus. Assim, Ele completou o plano
redentor por meio da redenção consumada,e elevou o
homem a uma posição muito maior que a dos anjos (SI 8; Ef
2:6), acima dos anjos, ao lado de Deus. Éo investimento de
Deus: dar para poder retomar; morrer, a fim de viver para
sempre; descer, para poder subir. Com o corpo de Cristo
ressurreto, o homem é elevado a uma posição gloriosa e
recebe o poder e a autoridade, acima de todo principado e
potestade. Por fim, Deus assume o corpo definitivamente
através da ressurreição. O plano estava cumprido. Agora
podemos dizer que o nosso Deus é Espírito, alma e corpo.
Ele começou como o último, e terminou como o primeiro.
Mas é o desejo de Deus ser glorificado no corpo do Filho 0o
14:13). Para isso, ele deve habitar nele eternamente (1 Co
15:26-28). Jesus é aimagem do Deus invisível, pois o Pai
escolheu o Verbo para revelar a sua verdadeira imagem, a
imagem do Deus invisível (Hb 1:3). Para isso, (1) Deus lhe
deu um corpo (Hb 10:5; Cl 1:15), e agora (2) ele é a cabeça
de todo o corpo (Cl l:18).M asjánosplanosdeDeus, (3)
nele (no corpo) habita toda a plenitude da Divindade (Cl
1:19). O Senhor Deus desejou que fosse assim (Cl 2:9-10)
e que nele fossem reconciliadas todas as coisas no Céu
e na terra (Ef 1:10; Cl 1:20); esta é a maior de todas as
glorificações do Pai: a vitória do Pai no corpo do Filho
João 14:13: E tudo o que pedirdes a meu Pai
em meu Nom e, isto farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho. (Jo 15:7,16; 16:23; Tg l:5;Mt7:7j
O nome e a senha. O nome glorificado é a senha. O nome
Jesus, o Cristo, é derivado do nome Jeová, e representa
toda a Divindade constituída de três pessoas. O nome
dejesus é uma senha que envolve toda a Divindade, e o
segredo do nome consiste em toda a herança de Jeová.
Ele não é um Nome qualquer, é uma senha que abre todas
as portas celestiais diante do Trono. O Nome dejesus foi
posto sobre todo o nome. Nenhum nome pode comparar-
se a esse nome. O nome Jesus foi uma doação do Pai pela
realização de suas obras (Hb 1:4). Do nome Jeová ele
herdou um nome que é a sua herança e que contém e é,
ao mesmo tempo, autoridade e poderio (Hb 1:4). Este
nome, Jesus, faz estremecer o mundo das trevas, porque
foi usado na humanidade de Cristo, e neste corpo ele
viveu e venceu a Satanás. Com esse Nome ele elevou a
sua carne para ser glorificada por Deus em obediência,
e nela compareceu para efetuar a obra redentora de sua
paixão, morte e ressurreição. Esse nome resume toda
a sua vida eterna com o Pai, e a sua vida humana com os
homens. O nome dejesus fala e diz tudo, pois perfaz com
o seu sangue, simultaneamente, um conjunto de força
insuperável; tal força é tão real que a água e o sangue
testemunham com o Espírito em plena concordância com
o Nome humano-divino. Este Nome foi dado pelo Anjo
Gabriel, antes de seu nascimento, e trazia consigo o poder
do Pai e do Espírito Santo nele mesmo
João 14:14: Se alguma coisa pedirdes em
meu Nom e, eu a farei.
A prova de nosso amor é a prática de seus mandamentos.
Os mandamentos são os mesmos dados pelo Filho; isto
é, o seu Novo Mandamento atestado pelo seu sangue
(Êx 24:4-8; Mt 26:28)
419
JOÃO 14:15
João 14:15: Se me amardes, praticareis os
m eus m andam entos. (jo ís-.io; 1]oS:3; jo 14.21„■
15:10j
O Parácleto é a pessoa chamada para ajudar, trazendo
alento, conforto e alívio em um tribunal, ou em outra
circunstância que o exija; é o mesmo que Consolador ou
Advogado. Ele diz que vai para junto do Pai, mas ele mesmo
nãopodeirsem deixar o Parácleto, poisjesuséo
proeminente Consolador. Rogar significa pedir, mesmo
sabendo que a resposta pode ser não. Por que tanta
humilhação? Porque o Espírito Santo já havia saído do
mundo (Gn 6:3), e agora trabalhava entre os querubins no
Trono. Quandojesus fez este pedido, o trono teve que
mover-se tremendamente. Ele teria que subir e o Espírito
Santo, que estava entre os querubins, deveria descer, mas
somente após a glorificação de Cristo 0o 7:37). Seu rogo
aconteceria porque o Pai não queria mais enviar o seu
Espírito ao mundo (Gn 6:3), razão pela qualjesus deveria
rogar ao Pai, explicando-lhe que o Espírito Santo não^eria
recebido pelo mundo, mas pela Igreja que o seu Filho havia
resgatado do mundo. Agora, vemos uma mudança radical,
pois até aqui ele apresentou o Pai aos homens, falando a
respeito dele, dizendo como chegar até ele. Agora ele passa
a apresentar o Espírito Santo e a sua obra. Ele rogou ao Pai
porque não era um simples pedido. De Gênesis 1:2 a
G&iesis 6:3, o Espírito Santo esteve na Terra, preparando
para o “haja luz”. Ele está contendendo com o homem,
assim como o vemos contendendo com o objetivo de
convencerCaim de seu pecado, da justiça e do juízo,
quando ele intentava mataro seu irmão. Em Gênesis 6:3, o
Espírito Santo foi tirado do meio dos homens (de todos os
homens). E foi levado para estar diante do Trono, e dali
passou a ser manifestado nos líderes, profetas e juízes, reis,
patriarcas, sacerdotes e nazireus, sob muitas limitações.
Era uma manifestação não contínua. O Espírito vinha sobre
homens carnais, comoSansão, sobre o qual não podia
permanecer jamais. A partir do Trono, manifestou-se sobre
juízes e reis que viviam com pouca ou sem nenhuma
santidade. Deus tinha muito trabalho com os homens, e o
Espírito Santo não podia contender mais com eles. A obra
dos homens, depois de Gênesis 6:3, foi uma tragédia (Gn
6:3). Nos dias de Davi, o Espírito Santo estava trabalhando a
partir do Trono, quando Davi tornou-se um exemplo, pois
conseguiu pedira Deus: “Não retires de mim o teu Espírito
Santo”, num tempo em que o Espírito Santo apenas
repousava sobre algumas pessoas. Davi sabia que o Espírito
Santo não poderiapermanecer sobre ele do modo
permanente. O salmista percebeu claramente que, nesta
época, o Espírito Santo podia retirar-se de um profeta para
estar sobre outro, pois o Espírito Santo não podia
permanecerno homem definitivamente (Gn 6:3). De modo
que ele não contendia com nenhuma pessoa na ocasião de
seu erro, como antes, e nem poderia ser derramado sobre
os homens daqueles tempos da Lei. Cristo veio ao mundo
para seroelem entode transição da Lei para a Graça. Por
esta razão, Jesus esperava que o Espírito Santo fosse dado
(não emprestado) aos seus discípulos, porque sabia que se
ele viesse para habitar neles, os seus discípulos poderiam
realizar as obras de Deus, assim como ele realizou. Vemos
que, por causa da dispersão dos discípulos, na ocasião da
sua morte, eles necessitavam de um Consolador. O ato de
 14:16 JOÃO
“rogar” ao Pai para que o Consolador viesse para estar com
| eles para sempre é correspondido. Ele rogou ao Pai porque
sabia que o Espírito havia sido tirado dos homens (Gn 6:3).
Todos estes movimentos eram possíveis ao Espírito Santo
porque ele se revelava na sua plenitude como os sete
Espíritos de Deus. Por isso, o Espírito Santo estava no Filho
e, certamente, subiria com ele na sua ascensão (At 1:7-9). O
Espírito Santo somente seria enviado e derramado sobre os
homens salvos, sem nenhuma restrição, sejesus fosse
glorificado (Jo 7:38-39). Sejesus não fosse glorificado, nada
aconteceria; e o ministério terreno de Jesus seria em vão,
pois esta foi a sua preocupação em João 17:1 -5. Depois que
foi retirado da terra, o Espírito Santo foi trabalhar diante do
Trono, juntamente com os querubins. O Espírito Santo
esteve no Trono desde Gênesis 6:3, e de lá ele vinha sobre
alguns homens e regressava. É por isso que, muitas vezes,
lemos textos que descrevem este mover: “e veio sobre ele o
Espírito Santo”. Isto acontecia porque o Espírito Santo não
podia permanecerpor muito tempo na mesma pessoa;
somente em casos especiais, como em alguns reis, profetas,
sacerdotes e outros líderes. Para termos uma idéia da obra
do Espírito Santo no Trono, baseados em Ezequiel 1,
veremos como Ele trabalhou com os querubins: Estes eram
semelhantes aos homens. Tudo o que eles faziam, nós
também podemos fazer, porque eles são semelhantes a
nós, no que diz respeito à sua inteligência e personalidade
(v. 5). Imaginemos quando o Espírito Santo estava para ser
enviado a terra, ao aguardar pela glorificação de Cristo (Jo
7:39)!Oqueo Espírito Santo poderia ter falado aos
querubins? “Eu vou, porque se eu não foro Cordeiro não
virá a vós”. Posso imaginar as perguntas daqueles anjos:
“Mas, Espírito Santo: Quando regressarás para cá?”.
“Nuncamais. Eu vou para sempre”. O Espírito Santo sabia
que um dia viria trabalhar com os homens, quando o
Cordeiro regressasse ao Trono, para estar à direita do Pai.
Tudo o que o Espírito Santo havia feito era experimental
para ele, como em um laboratório. Os querubins tinham
uma rápida percepção (v. 5). Tinham milhares de olhos,
que representavam a onipresença de Deus. Em
comparação àobraqueo Espírito Santo faria entre os
homen% na terra, o que ele faria através dos homens que
tinham apenas dois olhos? Certamente, o Espírito Santo
lhes concederia o seu dom de discernimento de espíritos;
assim, Ele veio com um armamento muito mais poderoso j
para atuar sobre os homens. Os querubins tinham os pés
direitos (v. 7); o seu serviço era íntegro e completo; sempre
terminavam o que começavam. Reluziam como um cobre i
polido. Mas, agora, o Espírito Santo sabia que, ao ser
enviado a terra, trabalharia com homens que
resplandeceriam como fogo (Hb 1:14); e ele faria desses
homens-ministros labaredas de fogo. Os querubins não se
viravam quando andavam (v. 9). Os querubins eram rápidos
e seguros. Cada qual andava na direção de seu rosto. Esta
era a mesma característica que o Espírito Santo gostaria de
encontrar na Igreja. Isto significa que eles não faziam a sua
vontade, e nem perdiam tempo para obedecer. Eles
estavam prontos para se locomover para a direita e para a
esquerda, quando fosse necessário. Os querubins tinham
consciência de sua origem e de sua posição (v. 9). Tinham
cara de leão, de águia, de bezerro e de homem.
Diariamente, de acordo com a sua capacidade, se moviam.
Um dia agiam como águias; em outro, como bezerros. Hoje,
420
14:16
depois da vinda do Espírito Santo (Ap 5.6), quantas vezes
um homem de Deus deseja transfigurar-se à semelhança
de uma águia, mas, em certos momentos, o Senhor o
estabelece como um servo-bezerro, para lavaros pés de
seus discípulos. As quatro características dos querubins
falam da sabedoria dos ministérios e de como podem
manifestar a sua realeza de leão; falam da visão celestial de
uma águia, do serviço de um novilho, e da inteligência dos
homens para dominar. Os querubins tinham asas que se
uniam uma à outra (v. 11). Isto fala da convicção em favor da
unidade. Os mais diversos ministérios não poderão servir
ao Trono sem a humilhação de suas habilidades, em favor
da unidade. O orgulho engorda e conduz o homem a uma
incapacidade de movimentos, porque orgulho não é a favor
da unidade das asas, pois asas unidas formam uma
cobertura. Os querubins tinham asas que cobriam os seus
corpos (v. 11c). Elas falam da reverência ministerial diante
de Deus. Até os anjos têm consciência da manei ra correta
de comportar-se diante de Deus; esta convicção é
manifestada por meio de trajes equilibrados e moderados.
Cobrir os seus corpos significava reverência diante de
Deus. Adão e Eya fizeram para si roupas de “folhas”. Mas
Deus lhes fez roupas de pele, para vesti-los decentemente.
Um obreiro deve ter consciência reverente. Os querubins
estavam no Céu e não em alguma denominação. Para o
sumo sacerdote entrar no lugar Santíssimo não deveria
fazersentiro seu cheiro de carne; porisso se vestia de linho.
Devemos aprender com os querubins a respeito do bom
comportamento diante do Trono de Deus. Cobrir o seu
corpo é mais do que ter a sua nudez sob decoro, é uma
consciência de culto, de conhecimento a respeito do lugar
onde estamos e, principalmente, o que somos. Muitos não
sabem distinguiro lugarprofano do sagrado, nem
entendem que são templos onde Deus quer habitar. Os
querubins andavam na direção do seu rosto (v. 12), isto é,
tinham consciência de direção. Paulo, ao levantar-se da
terra, teve que obedecerajesus Cristo, que lhe disse: “A
rua chamada direita”. Este é o caminho, o direito. Não há
desvio. Os querubins nos ensinaram como ser maduros no
avivamento (v. 13). Há muitos problemas numa igreja em
que não se conhece bem o mover do avivamento. A falta de
maturidade no fogo do avivamento pode destruir a visão de
uma igreja. Seu aspecto era como brasas de fogo ardentes.
Não havia fumaça. Havia brasas. As brasas falam do fogo em
sua maturidade, quando as brasas se tornam
imperceptíveis, mas atuantes. Uma igreja que chega à
maturidade avançará e alcançará um nível sublime e
celestial no seu avivamento. Os querubins eram como
tochas acesas. Sabiam por que existiam; sabiam a razão por
que estavam alí a serviço do Trono. Havia muitas razões por
que estavam ali no Trono. Eram sinais para alguém. Deus
não envia um avivamento sem propósito. Ele sabe porque
envia o seu profeta, cujo espírito humano lhe está sujeito.
Esta sujeição significa ordem na manifestação dos dons. O
fogo cumpre o seu labor e não está atuando
descontroladamente. Os querubins resplandeciam e
davam sinal de vida. O avivamento verdadeiro é aquele
que, a qualquer momento, resplandece. O avivamento em
brasas não está morto quando há ordem; porque, em
apenas um minuto, manifesta-se. Não cai na monotonia
contínua da gritaria, nem na frieza do silêncio. Os
querubins se manifestavam como relâmpagos. A última
14:16 J oão
fase do avivamento entre os ministros de Deus: Inspiração
ao temor com obediência e rapidez. Isto fala de culto,
atuação e autoridade. Avivamento traz autoridade e
manifesta-se na hora devida. O relâmpago não se manifesta
sempre. Há tempo para relampejar. Há tempo para que os
dons de poder se manifestem, para que os dons de
revelação sejam revelados; há tempo para que os dons de
inspiração operem. Domínio próprio éum gom odo fruto do
mesmo Espírito que controla o avivamento. Portanto o
Espírito trabalhou no meio das rodas depois que foi retirado
da terra (v. 16). O Espírito estava nas rodas. As rodas são
tipos da unidade do Corpo. Ele considera as rodas iguais.
Uma roda dentro da outra, em certo aspecto. Isto fala da
unidade congregacional e ministerial. Esta unidade
propicia a direção do Espírito Santo de Deus. Quando há
unidade, Ele pode dirigir os querubins de acordo com a sua
vontade. Os querubins eram obedientes. Conheça a
obediência dos querubins (v. 20). Para onde o Espírito
Santo lhes impulsionavaa andar, eles andavam. As rodas se
levantavam atrás deles. Quando eles andavam, as rodas
andavam. Isto revela a esperança de Deus manifestada em
seus servos. Ele espera que os seus filhos ajam primeiro em
fé. Ele os inspira para que ajam. Depois, reage com eles. Isto
indica que assim como era antes, é hoje. Hoje, para ser
ligado na terra deve ser ligado no Céu. Assim acontecia com
os querubins. Hoje, o Espírito Santo trabalha na terra e
espera que atuemos, enquanto caminha conosco. Quando
os ministros caminham, as rodas caminham após deles. O
Espírito está na Igreja. Quando os ministros começam a
tomar decisões inspirados pelo Espírito Santo, Ele os
respalda. O rogo de Cristo diante do Pai resultaria na vinda
permanente do Espírito Santo sobre todo membro do corpo
de Cristo vivo; um milagre esquecido por muitos
João 14:16: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Parácleto ( “C o n s o l a d o r ”), para que per­
maneça convosco para sempre; /jo 14.-26; i s :2ó;
16:7; IJo2:1)
Omundo não poderia receber o Espírito Santo porque o Pai
jáo havia tirado do seu sistema, por causa da carnalidade dos
homens. O Espírito Santo, a partir daquele momento,
deveria trabalhar de forma coletiva e sobre os homens; não
de forma individual sobre os homens, pois havia sido tirado
daterra porcausa da sua carnalidade (Gn 6:3).Jesus promete
aos seus que o Espírito Santo seria dado de forma individual,
para habitarem cada um daqueles que nele cressem. A partir
daquele tempo, o Espírito Santo esteve trabalhando na terra
entre os homens. Quando Ele foi tirado da terra, esteve
trabalhando no meio dos querubins do Trono de Deus, de
várias maneiras. Nesse tempo, quando o Senhorjesus lhes
prometeu o Espírito Santo, os homens experimentavam o
Espírito Santo em porção, de maneira concentrada ouvindo
sobre um único homem, de forma temporária,
esporadicamente, não interiormente, mas sobre a pessoa.
Jesus estava querendo que o Pai mudasse essa lei e lhes
concedesse o Espírito Santo. A concentração do Espírito
Santo em uma ou, no máximo, 70 pessoas era uma doutrina
pouco conhecidanos dias do Antigo Testamento. Esta era a
idéia que os profetas tinham em suas limitações (1 Rs22:24):
“Por onde passou de mim o Espírito do Senhor para falar a
ti?”. Havia alguns pecados que eram cometidos porcausa da
421
14:16
doutrina da concentração do Espírito Santo sobre uma única
pessoa, isto é, em um só ministério. Podia haver o
“ministério Moisés”, o “ministério Elias”, o “ministério
Eliseu ”. Mas nem todos os seus discípulos poderiam ter a
ambição de seguiro exemplo de seu líder, porque estariam
sempre sob a sombra do seu nome pessoal. Somente depois
que Moisés morreu, Josué pôde realizar a obra de Deus. Era
umasucessão pós-morte, e era negativa. Aconcentração do
Espírito Santo em uma só pessoa seria dissipada se alguns
Jetros se levantassem para ensinar alguns lideres de hoje, a
fim de alertá-los que estamos no Novo Testamento, onde
todos são feitos sacerdotes e profetas (Ap 1:5-6); e que todos
podem ministrar sob o poder do Espírito Santo, mesmo sob a
autoridade de seus líderes oficiais (Mc 1ó: 15-17). As portas
do Hades prevaleceram contra Moisés, mas não
prevalecerão contraa Igreja do Senhorjesus (Mt 16:16-18).
Já não estamos nos dias em que Moisés tirava do seu Espírito
para dar a um dos seus diáconos! Agora todos os membros do
corpo de Cristo recebem dons diretamente do Senhor, para
proveito do corpo, mediante a fé. Paulo se levanta e diz que
hajadois ou três que profetizem: “e que tudo deve sef feito
em ordem para aglória de Deus”. A concentração levava ao
orgulho. Vej a o que u m p rofeta disse a outro: “De onde saiu
de mim o Espírito para falar a ti?”. Os que o detinham,
podiam, muitas vezes, vangloriar-se por isto. Era algo que
ninguém podia combater. Mas Moisés já havia dito: “Quem
dera que todo o povo de Deus fosse profeta”. Este era o sonho
de Moisés. A concentração do Espírito levava ao abuso do
poder, assim como aconteceu com Elias, que fazia o que
queriasobesta concentração única. Tornou-se violento por
ter sobre si a concentração do Espírito Santo. Aqui podemos
entender por que muitos ministérios, hoje em dia, são
ditatoriais na maneira de liderar o povo de Deus. Muitos
lideram o povo, não com amor, mas sob medo, sob fogo, sob
vergonha e ameaças de destruição. Elias observou que o
poder estava concentrado em sua vida e que não havia outro
que tivesse o mesmo Espírito. Depois de uma série de erros,
Deus lhe ordenou que ungisse a outro. Descer fogo do céu
era glorioso, mas era necessário ter maturidade e cuidado
com os objetivos. Não tenho poder para matar nem para sair
destruindo atodososquenão concordam comigo. Foi o que
disseram os discíp ulos:"... que desça fogo e destrua esta
cidade”. Masjesus respondeu que eles não sabiam de que
espírito eram. O que Jesus queria dizer? Queria lhes dizer
que não sabiam em que época estavam. Eles não sabiam que
este poderfoi dado ao Corpo, e que se quisessem destruir
uma cidade, deveriam concordar unanimemente entre si.
Os discípulos somente entenderam isto depois do
Pentecostes (At 4:31). Foi necessário que o Anjo dejeová
(que era Cristo), viesse dizer ao frustrado profeta chamado
Elias, que não matasse mais ninguém (2 Rs 1:8-15). Este
poder concentrado seria um prejuízo hoje em dia; imagine
milhares de líderes frustrados, juntamente com os seus
filhos, esposas, amigos e inimigos, ordenando que fogo do
Céu caísse sobre alguém que eles não suportassem. Seria
uma catástrofe em nome do Senhor. Mas Deus é sábio. Então,
o Espírito Santo seria enviado de uma forma repartida (At
2:3): “E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de
fogo, as quais pousaram sobre cada um deles”. Esta é uma
boa-nova. Por que não se vêem mais milagres hoje, como nos
dias de Elias? Porque o Corpo ainda não teve consciência de
que o Espirito Santo está repartido sobre cada um dos seus
14:17 JOÃO
membros, mas se os membros se reunissem fariam obras
maiores do que aquelas quejesus fez. O Espírito Santo não
está trabalhando para um homem, pormais ungido que seja.
Se há corpo há manifestações. Ele veio para glorificara Cristo,
não para exaltar um ministro. Já não haverá Sansões que, com
o poder do Espírito Santo, faziam conforme o desejo de sua
alma. O Espírito Santo não é um jogo para satisfazer os
desejos pessoais de alguns ministros. O Espírito Santo foi
dado para um proveito comum (1 Co 12:7). Quando Davi
descobriu esta verdade, não quis mais ficar com a sua harpa,
pois a sua unção minguava. Ele correu e se refugiou no Corpo
da Escola Profética de Samuel. Por mais poderosa que seja a
unção individual de um grande homem ou mulher, estando
fora do Corpo, minguará como aunção que esteve sobre a
harpa de Davi. No Antigo Testamento, líderes, profetas,
sacerdotes e reis tiveram o privilégio de sentir a presença do
Espírito em operação, mas era algo distinto de hoje. Hoje, o
Espírito nos enche. A profecia era, muitas vezes, resultado da
possessão do Espíritoe não podia ser julgada, porque era
100% obra do Espírito. Hoje, o Espírito Santo trabalha com o
homem e no homem, por isso a profecia necessita ser
julgada. No Antigo Testamento, o Espírito assumia o nome
desses líderes de uma maneira extraordinária, que acabava
por se identificar com eles, a tal ponto de assumir seus
nomes: “Espírito de Moisés”, “Espíritode Elias”,etc.No
Novo Testamento, este modelo foi mudado, embora Deus
não tenha mudado; mas os modelos que usa para manifestar
os seus propósitos, Ele muda. No Novo Testamento, Jesus
prometeu o Espírito Santo a todos os seus servos. Isto deve
serconsiderado. No Novo Testamento, em lugar dos
homens-fontes, pôs homens-dons, que manifestam o seu
ministério não somente porque usam os dons, mas porque
são dons de Deus à sua Igreja. No Novo Testamento, Jesus é
gerado pelo Espírito Santo. Os sete Espíritos vieram para
habitar em Jesus e, sob o poder de uma dessas sete
manifestações, Jesus saiu para o deserto. Por isso, ele é o
batizador com Espírito Santo e com fogo. O Espírito Santo foi
manifestado emjoão Batista sob a mesma medida e
dimensão que esteve sobre os profetas, porque durante o
ministério dejesus, o Espírito Santo estava em plenitude com
ele (Is 11:1,2; 60:1). Ele foi manifestado em plenitude sobre
Cristo, como homem, porque Jesus tinha o mesmo direito
que têm todos aqueles que são nascidos do Espírito. Depois
do batismo, Jesus recebeu o sinal para começar o seu
ministério intensivo (Jo 5:19). O Espírito Santo estava em
Jesus. Havia a promessa de que o Espírito estaria nos
discípulos, mas isto não seria possível sem a glorificação do
Filho (Jo 7:38,39). Vejamos asuaretirada da terra, em
Gênesis 6:3. Jesus confirmou, em João 14:16-17, que ele não
poderia ser dado ao mundo. O Espírito Santo saiu da terra por j
causa do jugo desigual entre as duas raças de Sete e de Caim.
Assim, com a sua retirada da terra, regressou ao Trono. Ali, o
Espírito Santo viveu o período de preparação dos querubins
(Ez 1:10). No tempo em que o Espírito Santo esteve no meio
dos querubins extraímos o exemplo de como obedecer ao
Espírito Santo no mover a serviço do Pai. Agora temos base
para respondera pergunta: “Porque o Espírito Santo, em
Apocalipse 1, está diante do Trono e, depois, no capítulo 5, já
foi enviado aterra?” (Ap 1:5; 5:6). Porquejesus somenteé
glorificado, na presença do Pai, depois que ele chega da terra
(Jo 7:38,39). Porisso, Jesus declara que este Espírito Santo,
que lhes será dado, não estará mais sobre eles, com eles, mas
HHHHHHHBk: 422
14:17
sim dentro deles. Outro milagre da Graça de Deus
João 14:17: a saber, o Espírito da Verdade,
que 0 mundo não pode receber, porque não
0 vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque ele habita convosco e estará em vós. uo
16:13; IJo 4:6; 1 Co2:14/
Aqui temos registrada a segunda parte da grande tipologia
entre Pauloeaigreja de Tessalônica (At 17:15; 1 Ts2:3).
Atenas é tipo do Trono, à destra do Pai, onde Cristo foi
glorificado, onde espera a ordem do Pai para regressar a
terra. “Não podendo mais suportar a saudade de vós”, é a
expressão sincera daquilo quejesus Cristo sente agora
mesmoem relação à sua Igreja na terra (1 Ts3:2). Timóteoé
tipo do Espírito Santo, visto como “irmão nosso”, nosso
“colaborador” no Evangelho deCristojeleé enviado à
Esposa, a Igreja, para confirmá-la, para confortá-la, e saber a
respeito da sua fé (1 Ts 3:3). Qual era o objetivo da vinda do
Espírito Santo (o nosso Timóteo)? Vencer a inquietação
causada pelas tribulações; convencer que também para isto
a Igreja foi designada (1 Ts 3:4). Confirmando a sua própria
palavra, Paulo, tipo de Cristo, avisa que de antemão os havia
avisado. E o “Timóteo” confirma de fato aquelas predições
(1 Ts 3:5). “Paulo”, tipo de Cristo, não pode mais suportar o
cuidado que tem pela igreja que está tão distante. Então, ele
envia o seu Espírito Santo, o Consolador, para saber o estado
da fé daqueles irmãos, pois temia que o tentador tornasse o
seu trabalho remidor em vão. O Espírito Santo é enviado
para afugentar o tentador e fortalecer a fé da Igreja de Cristo,
e para transmitir notícias renovadas ao Esposo em tempo
real (1 Ts 3:6). O retorno do Consolador, do inquifidor, do
fiscalizador, isto é, o Espírito Santo. Assim, o Espírito Santo
transmite notícias a Cristo, depois de ter estado com a
Esposa. Ele leva notícia acerca do estado de sua fé. Do
estado de seu amor. Do ato mais nobre da Igreja: “Ela
sempre tem lembrança de Cristo, o “Paulo”, tipo de Cristo
(1 Ts 3:7). O Espírito Santo, como Timóteo, leva notícias de
I que o desejo da Igreja é vê-lo (1 Ts 3:7). O conforto chega ao
Trono. Apesar de todas as tribulações enfrentadas,
“Paulo”, tipo de Cristo, é consolado por causa da fidelidade
da Igreja. Nossa vida cristã é consolada pelo Parácletos;
porém, o maior conforto é a firmeza de nossa fé, pois não
estamos órfãos. Assim como Jacó chamou os seus filhos e
lhes avisou, eles o viram; assim Jesus fez. Vejamos na
história de Jacó a tipologia daquilo quejesus queria lhes
dizer. Gênesis 50:1: “Entãojosé se lançou sobre o rosto de
seu pai, chorou sobre ele e o beijou”. O choro, o luto e o
beijo são partes da vida humana. São elementos curadores;
são remédios poderosos que operam a liberdade para um
novo tempo e uma nova vida, sob uma bênção que cobra
heranças conhecidas e desconhecidas. Gênesis 50:2: “E
José ordenou a seus servos, os médicos, que
embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a
Israel”. Israel! Israel e não Jacó! Israel não se deve tratar
como qualquer um. Seus cuidados saem de especialistas,
médicos. Eles não iriam embalsamar aJacó, mas sim a
j Israel, porque Israel não se decompõe e não se acaba, pois
está embalsamado sob promessa e pacto divinos,
esperando a sua ressurreição. Perdurará para sempre.
Gênesis 50:3: “Cumpriram-se quarenta dias, porque assim
se cumprem os dias de embalsamação; e os egípcios o
14:18
choraram setenta dias”. O embalsamento é um tipo da
incorruptibilidade, um tipo dos quarenta dias em
incorruptibilidade quejesus ficou na terra, antes de subir ao
Pai, definitivamente, depois de sua ressurreição. Os setenta
dias também tipificam as setenta semanas de Daniel, que
Israel deverá cumprir, em grande angústia no mundo
(Egito). Gênesis 50:4: “Passados, pois, os dias de seu choro,
dissejosé à casa de Faraó: Se agora tenho achado graça aos
vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó,
dizendo”.Jacó é tipo de Cristo, que morre, ressuscita e
entra na presença do Pai (sepulcro de Abraão), ejosé se
torna, agora, um tipo do Espírito Santo, o intercessor (Rm
8:26). Gênesis 50:5: “Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que
eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de
Canaã, ali me sepultará. Agora, pois, deixa-me subir,
peço-te, e sepultar meu pai; então voltarei”. O Espírito
Santo esteve presente no momento da morte do Senhor
Jesus, que abria o caminho aterra da promessa, comojacó.
Se nosso Jacó está lá, nós não permaneceremos no Egito.
José não deixará o seu povo órfão e só, mas lhe servirá de pai
e de Consolador. Gênesis 50:6: “Respondeu Faraó: Sobe, e
sepulta teu pai, como ele te fez jurar”. O Espírito Santo o
acompanhou até àentrada das mansões eternas. Esperou os
quarenta dias, e depois repousou definitivamente sobre a
Igreja, e com ela atravessou o deserto de volta, mesmo
dentro de uma caixa de ossos, porém, provou que não nos
deixaria. Gênesis 50:7: “Subiu, pois,José parasepultara
seu pai; e com ele subiram todos os servos de Faraó, os
anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito”.
Ainda não e*a o tempo do Êxodo. Quando chegar o tempo
de sair do Egito, Deus não aceitará cerimônias e os egípcios
não vão querer acompanhar o grande sepultamento do
batismo no mar Vermelho (1 Co 10:1-3).Porque eles não
passaram pelo mar Vermelho quando foram ao funeral de
Jacó? Porque a morte dejacó os representava, e o mar é tipo
da morte de Cristo no seu batismo na cruz. Aquela geração
foi batizada emjacó, assim como fomos batizados em
Cristo, na suamorte. Esta saída requer o sepultamento
profético de todos em Cristo, como Israel. Gênesis 50:8:
“como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa
de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus
pequeninos, os seus rebanhos e o seu gado”. O Egito sabe
onde tocar-nos, a fim de fazer-nos regressar ao seu convívio:
Filhos, sustento e dinheiro. Se sairmos do Egito sem estes
três elementos, Faraó sabe que regressaremos. Ele quis
fazer isto com Moisés, mas este não aceitou a proposta de
Faraó. Gênesis 50:9: “E subiram com ele tanto carros como
gente a cavalo; de modo que o concurso foi mui grande”. A
companhia dos egípcios era para garantir o regresso de José.
Mas ainda não havia chegado o tempo determinado por
Deus para o Êxodo. José éjosé, Moisés é Moisés. Gênesis
50:10: “Chegando eles à ei ra de Atade, que está além do
Jordão, fizeram ali um grande e forte pranto; assim fezjosé
por seu pai um grande pranto por sete dias”. Ele lembrou
que os cereais, a fome, afartura, a glória dos grãos e o luto de
sua falta tinham tudo a ver com a sua história, e que
marcavam o relato precioso da peregrinação de seus pais.
Agora, Jacó era o grão-mor (como Cristo). Ele deveria cair e
morrer, para que não ficasse só, mas desse muito fruto.
Assim, eles compreenderam o chamado de seu pai, o grão
da eira. Ele esperou até cruzar ojordão. Aquela geração
ainda não havia cruzado o mar Vermelho, mas cruzaram o
JOÃO 14:19
Jordão. Cumpre-se o que Pai disse: “pela obediência de um,
todos alcançaram a graça da j ustificação”. Gênesis 50:11:
“Os moradores da terra, os cananeus, vendo o pranto na
eira de Atade, disseram: Grande pranto é este dos egípcios;
pelo que o lugar foi chamado Abel-Mizraim, o qual está além
dojordão”. “No vale da sombra e da morte, tu estarás
comigo, a tua vara e teu cajado me consolam”. “Nojordão,
eu não passarei só”. Nossas celebrações são confundidas
pelas pessoas que as escutam. Mas aquele ato era um marco
que falava da morte e da ressurreição de sua nação, do qual
os egípcios e as outras nações vão participar, sem dúvida.
Gênesis 50:12: “Assim os filhos dejacó lhe fizeram como
ele lhes ordenara”. Aquele ato era um marco doutrinário de
fé que ainda não foi plenamente explorado e que deve ser
obedecido. É a fronteira entre o mundo do velho homem
Jacó e a nova vida de Israel, bem no território do inimigo.
Jacó quis ser sepultado ali, pois seu nome estava inscrito ali
(Lc 10:20). Gênesis 50:13: “Pois o levaram para a terra de
Canaã, e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que
Abraão tinha comprado com o campo, como propriedade
de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre*. Foi o
lugar da conquista da fé de Abraão. Ele não quis estabelecer
sepultura para Sara aceitando a oferta de Efrom,
gratuitamente. Ele pagou por aquele lugar um alto preço,
sem discutir o seu valor. Agora, sua importância: O lugar de
encontro de suas gerações escritas no pacto Abraâmico.
Nós temos um lugar de encontro. Ele foi conquistado por
Cristo. Paralá iremos, e nossas gerações também, em
grande vitória. Dali, serve de exemplo e de atração para seu
povo; não queira estabelecer-se no Egito. Foi o que Jacó
pensou: O Egito não é nosso lugar
João 14:18: Não vos deixarei órfãos; voltarei
p a r a v ó s .i joi4-.3,28)
O tempo da graça é um tempo que já passa de dois mil
anos. O mundo foi privado do Pai, do Espírito e, agora, está
privado do Filho (Jo 14:19). Que triste notícia! Mas ele
deixou uma brecha na rocha para a Igreja (Êx 33:22): “Tu
me verás através da fenda da rocha”. É necessário estar vivo
para vê-lo vivo; e a única forma de vê-lo é triunfando sobre a
morte pela ressurreição. Esta é a promessa. Por isso Paulo
pergunta através de Timóteo se a Igreja está firme no Senhor
(1 Ts 3:8). O poder das boas notícias trazidas pelo Espírito
Santo fortalece a igreja, mesmo sem a presença de seu
pastor; por isso, “Paulo”, tipo de Cristo escreve dizendo:
“Vivemos, agora”. Se a Igreja permanece firme no Senhor
(1 Ts 3:9). O agradecimento do apóstolo procura um tipo de
ação de graças. Ele quer render a Deus ações de graça que
não fique apenas no gozo, mas no regozijo diante de Deus
(1 Ts 3:10). A obra do Espírito Santo é a mesma de Timóteo:
Completar o que faz falta à fé. As deficiências seriam
sanadas! É o grande resultado depois da vinda do Espírito
Santo como o Consolador (1 Ts 3:11). Jesus profetizou a sua
ausência deste mundo por um tempo, até que ele venha na
sua segunda vinda. A sua ressurreição é a prova de nossa
vidaeterna(l Co 15:19-22), porque ele vive
João 14:19: Ainda por um pouco, e o mundo
não me verá mais, mas vós me vereis; porque
eU VÍV0, e VÓS ViVereiS.í/oZ-UU,- 1ó:16;6:57)
O segredo é a glorificação através do corpo de Cristo (Jo
7:38-39). O Pai é glorificado no Filho; isto quer dizer que o
423
14:20 J oão
Filho é o centro para onde se direciona a glória, afim de que
o Pai seja glorificado no Filho. O Pai está no Filho por causa
deste corpo que foi feito para a sua glória, desde os dias do
mistério (Gn 1:26; Hb 10:5). Quando ele subiu, assumiu o
trono à direita do Pai, e o Pai continua no seu trono. Mas o
Pai amou aquela forma de manifestação na terra e desejou
que assim continuasse em toda a eternidade, pois assim
será depois queelevenceroúltim oinim igo(l Co 15:26-28).
A Bíblia diz que nos tempos da unidade absoluta, antes da
apresentação do Cordeiro de Deus que foi imolado antes da
fundação do mundo, havia um só Deus em um só Espírito. A
essênciaera espiritual, de natureza espiritual. Não existia
a palavra Filho, nem a palavra Pai. Eram um só Senhor,
umsóDeusnaunidadedo Espírito; assim como o homem
tem espírito, sendo alma distinta e tendo um corpo, não há
nele interferência e contradição. Na Divindade, o Espírito
é dos três, sendo o vínculo da unidade (Ef 4:2-5). Segundo
Efésios 4:4, há um só Espírito. Não há o Espírito do Pai, o
Espírito do Filho e o Espírito do Espírito Santo. O Espírito é
de Cristo, é do Pai e é o Espirito Santo. Todos têm o mesmo
Espírito, porque há um só Espírito. O Espírito que estava em
Cristo no seu ministério é o Espírito do Pai, que também é o
Espírito de Cristo. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, que
fez o papel do Espírito humano de Cristo, porque não houve
sopro do Espírito em uma suposta união de espermatozóide
de José com o óvulo de Maria, como aconteceu com Adão
(Gn 2:7; 3:15), porquejesus Cristo já era uma alma antes
de encarnar-se. Somente duas partes já existiam nele antes
da sua encarnação: Espírito e Alma, mas isto não acontece
com o homem natural. Na ocasião dageração do homem
natural, o espírito humano vem de Deus e não do Espírito de
Deus. Isto permite que o homem continue humano. Mas,
na encarnação de Cristo, o Espírito é o mesmo Deus, em
pessoa, que passa a operar nele, quando ele deixou no altar
de Deus a sua Divindade. Como homem, Cristo tinha o seu
próprio Espírito, enquanto o homem é gerado recebendo
o seu espírito humano (Gn 2:7; 1 Co 15:45). Naocasião
de sua geração, Jesus recebeu o próprio Espírito Santo no
lugar do espírito humano. Assim podemos compreender
o que aconteceu na ocasião de sua morte, quando ele foi
abandonado literalmente, em todos os sentidos da palavra,
no momento em que entrega o seu Espírito ao Pai, isto é, o
vínculo da unidade entre os dois. Em certo sentido, quando
o homem pecou, a sua alma morreu para Deus, mas o seu
espírito e o seu corpo continuaram vivos. Então, quando
a morte acontece para a alma, não é semelhante ao que
acontece com o corpo, pois morte significa separação. O
homem natural é uma alma separada de Deus, enquanto
o seu espírito humano estiver separado do Espírito Santo,
durante sua vida neste mundo. No caso da morte de Cristo,
a morte foi real. Ele morreu porque seu Espírito foi entregue
ao Pai. Nisto consiste o poder da separação na sua paixão.
O seu corpo continuaria morto e a sua alma continuaria
separada de Deus se o Espírito Santo, que era dele, não
regressasse. Se o Espírito Santo não viesse, Cristo estaria
realmente morto como qualquer ser humano. Mas, por
causa do selo de satisfação dado pelo Pai por ter cumprido
aLei(Lv 18:5;Rm 10:5,6), ele garantiu a sua ressurreição.
Sabemos que a alma é a pessoa, mas a unidade da Divindade
é uma unidade patrocinada pelo Espírito Santo, entre três
pessoas, onde o Pai e o Filho são unidos pelo Espírito Santo.
Isto é, (1) uma unidade de três pessoas que compartem o
14:21
nomejeová, que é Senhor (Ef 4:3-5). Jesus Cristo orou para
que hajaem nós, os seus filhos, a mesma unidade que há
na Divindade, onde um glorifica o outro; onde os três têm
tudo em comum; onde um é o instrumento de unidade,
outro é o instrumento de revelação e outro é o instrumento
de criação; um dá testemunho do outro, e nem um só
deles deixa de respaldar o outro, em momentos de crise.
Este é o modelo que ele pediu que houvesse entre nós
(Jo 17:21,22). Somente uma pessoa da Divindade tem o
corpo. Este é grande segredo teológico. Entre os três, um foi
escolhido para revelar toda a plenitude da Divindade. Isto
quer dizer que foi do agrado de Deus que no corpo de Cristo
habitasse toda a plenitude, isto é, o Pai e o Espírito Santo,
no corpo do Filho. A encarnação de Cristo é um grande
mistério, pois através dela muitas coisas se resolveram (Cl
2:8,9). Por que esta unidade é possível? Porque há um só
corpo. O motivo da ira de Satanás contra o homem reside
na realidade profética de nós sermos como ele, isto é,
como Cristo. Assim seremos porque este foi o seu desejo
deste a eternidade. Mas, qual o problema fundamental
da unidade? Foi a falta do corpo. No entanto, agora, a
questão já não existe, porque há somente um corpo, que
é a manifestação de toda a semelhança divina. Por que a
unidade da Divindade foi possível? Porque agora há um só
corpo. Jeová é um nome para as três pessoas, assim como,
depois da ressurreição, o corpo do Filho do Homem é a
habitação definitiva para as três pessoas (Cl 2:2; Ef 4:3-6).
Em Colossenses 2, ele é o mistério escondido, a respeito do
qual Paulo recebeu a revelação. Depois do Reino Milenar, a
apoteose da unidade definitiva realizar-se-á quando o corpo
do Filho receberá a pessoa do Pai, para que sejam um em
todos (1 Co 15:26-28)
João 14:20: N aquele Dia, vós c o n h e c e ­
reis que estou em m eu Pai, e vós, em mim,
e eu , em vós. (jo io :3 8 j
Ter os mandamentos não é tudo. Os fariseus
tinham o mandamento. Na sinagoga, eles tinham
o mandamento. Deve-se guardar (praticar) os
seus mandamentos. Como praticamos os seus
mandamentos? Os de M oisés? Ou os de Cristo? A
prática desses mandamentos atrairá o Pai sobre si:
O Pai o amará. O Filho o amará. O Filho manifestar-
se-á, e se revelará a ele. Como se revelará a ele?
Como se manifestará a ele? A resposta é: “com o ele se
manifestou a Pedro, Tiago e ajoão na transfiguração”
(Mt 17:1-4). Por causa do seu amor, ele se manifestou
a Maria Madalena (Jo 21:11 -17); por causa do seu
amor, ele se manifestou a Pedro (Lc 24:34; 1 Co
15:5); por causa do seu amor, ele se m anifestou aos
seus discípulos (Mc 16:14); por causa do seu amor,
ele se manifestou aos quinhentos irmãos (1 Co 15:6)
e a Tiago (1 Co 15:7); por causa do seu amor, ele se
manifestou a Paulo (At 9:3-6; 22:17-21; G1 1:12-17; At
23:11); por causa do seu amor, ele se m anifestou ajoão
Evangelista (Ap 1:12-20), porque todos estes tinham
os seus mandamentos e os praticavam; eram amados
do Pai e do Filho
João 14:21: A q u ele que tem os m eus
m andam entos e os pratica, este é o que me
14:22
ama; e aquele que me ama sera amado de
meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei
a ele”. (1 Jo2:5;5:3;Jo 16:27)
As pessoas de casa pensam que nunca a disciplina os
alcançará; que o seu líder jamais varrerá a sua própria casa.
Eles preferem que a mensagem do Evangelho seja para
os pecadores e não para os seus próprios discípulos. Jesus
estava dizendo que a disciplina começaria pela sua própria
casa. Este não erajudas Iscariotes, porque ele já havia
saído para negociar a entrega de Cristo com os sacerdotes
(13:30), este é outro Judas, que estava preocupado com
a manifestação de Cristo entre eles. Muitos não querem
que Cristo se manifeste na congregação, mas somente no
mundo, pois o mundo já estánasua congregação
João 14:22: Perguntou-lhe Judas, não o Is­
cariotes: “De onde vem, Senhor, que hás de
manifestar-te a nós e não ao mundo?” (A ti:i3 ;
10:14,4l;Lc6:lò)
Sabemos que, por aqueles dias, Satanás entraria em Judas.
Jesus revela quem entra no homem quando este não o
amaenemguardaasuaPalavra;poisoseuPainãooama,
nem vem fazer nele morada. Antes de o homem comer da
Árvore da Vida, Deus o tira do jardim e coloca querubins na
entrada, para dar início ao processo de redenção. Porque se
o homem comesse daquele fruto, tornar-se-ia como os anjos
caídos, isto é, como pecadores eternamente condenados.
Com a impossibilidade de entrar no jardim do Éden e
comer da Árvore da Vida, o homem continuou imortal
na alma, mas com um corpo físico que começou a morrer
gradualmente. Com o ato da vinda de Cristo, o Pai depositou
a sua únicapossibilidade de redimir o homem e habitar
nele. Assim, com a vinda do Filho em um corpo humano,
Deus se torna tricótomo, através do corpo dejesus. Com
o homem caído, ele completa o plano redentor através
da redenção consumada e eleva o homem a uma posição
muito maior que a dos anjos (Ef 2:6), acima dos anjos, ao
lado de Deus. É o investimento de Deus: depositar para
poder retomar novamente. É o perder para poder ganhar
para sempre. É o ato de morrer para vivereternamente.
Éo ato de descer para poder subir. Com o corpo de Cristo
ressurreto, o homem é elevado a uma posição gloriosa
e ganha poder acima de todo principado e potestade.
Finalmente, Deus assume o corpo. O plano está cumprido.
Agora podemos dizer que nosso Deus é Espírito, alma e
corpo. Ele começou porúltimo, e terminou primeiro
João 14:23: Respondeu-lhe Jesus, dizendo:
“Se alguém me ama, guardará a minha
palavra; e meu Pai oamará, e viremos para ele
efaremos nele morada. !ijo2:24;a P3:20}
O livro que ele nos deixou é a prova palpável de sua
existência, pois as suas palavras estão registradas nele.
Nosso amor direcionado à prática daquilo que ele
testamentou é a prova de que o amamos. Esta palavra estava
sendo ouvida porque estava sendo ministrada. E quem a
ministrava era o seu Pai através dele. As palavras ouvidas
são palavras reveladas, explicadas e que se tornam em vida.
Guardar e praticar as suas palavras ouvidas é uma prova de
J oão 14:28
amorparacomele
João 14:24: Aquele que não me ama não
pratica as minhas palavras; e apalavra quevós
tendes ouvido não é minha, mas do Pai, que
me enviou. íJo7:16;8:28; 12:49; 14:10}
Que mandamentos? As palavras ouvidas
diretamente dele. Elas foram faladas enquanto
ele ainda estava entre os seus discípulos
João 14:25: Isto vos tenho falado, estando
ainda convosco.
O Parácletos, o Advogado, o Espírito Santo, tinha uma
missão: (1) ensinar todas as coisas que eles ouviram antes
de nascerem de novo; (2) fazê-los lembrar de todas as coisas
que tinham ouvido, pois ainda não possuíam o Espírito
Santo vivendo neles, pelo fato dejesus ainda não lhes ter
soprado o Espírito Santo, nem ter sido glorificado 0o 7:39)
João 14:26: Mas o Parácletos( “C o n s o la d o r ”),
o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
Nome, vos ensinará todas as coisas e vos
recordará tudo o que vos tenho dito. fjo isao;
16:7,13; 2:22; 1Jo2:20,27}
Era uma pequena despedida. Mas eles não atentaram para
a paz, pois quando ressuscitou, eles estavam sem paz. Seu
coração estava turbado e atemorizado, órfãos. Eles não
levaram em conta nada daquilo que ouviram. O Espírito
Santo precisava lembrar-lhes todas as coisas. Ele deixa a
paz, ele dá a paz. Como o mundo dá a paz? Mediante falsos
contratos; através de acordos absurdos unilaterais; como
o Anticristo dará a paz: temporária e por meio de mentiras.
Esta paz turba e atemoriza, pois é uma paz fria como a guerra
fria. Ele dá a paz para quem quer a paz, e deixa a paz para
quem se arrepender
João 14:27: A paz vos deixo, a minha paz
vos dou; euvos dou apaz, não como o mundo
a dá. Não se turbe nem se atemorize vosso
coração. (Jo 16:33;20:21;Fp4:7; 14:1;C13:15)
A melhor tipologia para entender o que ele quer dizerestá
em Gênesis, precisamente nos dias da despedida dejacó,
em Gósen, no Egito, quando este se despedia de seus filhos.
Jacó, então Israel, retornava para Canaã, ao sepulcro de
seus pais, transformando-se em uma forte atração para os
seus filhos não permanecerem em Gosén. Ele iria primeiro,
mas deixou a palavra profética de que também Deus os
levantaria dali do Egito. Jesus é antítipo de Israel; Gósen é
tipo do mundo, e o povo de Israel é um tipo da Igreja, que
certamente seguirá os passos dejesus, o seu Israel, e não
permanecerá no mundo. Deus a levantará dali
João 14:28: Ouvistes como eu vos disse:
voue voltarei paravós. Se me amásseis, certa­
mente vos alegraríeis por ter vos dito que eu
vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
(Jo 14:3,18;5:18; 10:29,30; 16:16;20:17;Fp2:6)
14:29
Jesus profetiza todos os acontecimentos vindouros, desde
a sua morte até a sua vinda, depois de lavar os pés dos seus
discípulos, no Cenáculo
João 14:29: Eu vos disse agora, antes que
aconteça, para que, quando acontecer, vós
creiais.
Ele vinhaem direção ajudas! Ele não tinhanenhumabase
legai em Cristo. Nada escondido, nada na sua vida, nada
na sua casa. Nada. Como príncipe deste mundo, ele seria
expulso. Jesus o conhecia. Sabia sua história. Sabia o que
queria. Mas, para ele estava reservada a maior de todas as
vergonhas no Calvário. Era questão de tempo. Ele podia ver
pela fé todos os passos dejudas. Enquanto Jesus falava esta
palavra aos seus discípulos, Judas estava encomendando a
turba. Satanás já estava em Judas
João 14:30: Já não falarei muito convosco,
porque aí vem o príncipe deste mundo; e ele
nada tem em mim; 0o i2:3i)
Estas palavras se repetiam desdejoão 10:18; 12:49 e 18:1.
Judas foi negociar a sua entrega por trinta peças. Jesus saiu
para o Getsêmani. Provavelmente, Judas deve terestado ali
à suaprocura antes de irao Getsêmani
João 14:31: contudo, assim procedo para
que o mundo saiba que eu amo o Pai e que
faço segundo o mandamento que o Pai me
ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui, jo
10:18; 12:49; 18:1/
João, capítulo quinze (15)
Entre as árvores bíblicas estão a amendoeira (revelação), a
palmeira (angelical), a oliveira (unção e paixão) e a videira
(sangue e redenção). A amendoeira foi utilizada para
tipificar os gomos naturais do candeeiro do Tabernáculo de
Moisés, a fim de projetaro ensino do fruto do Espírito Santo;
a palmeira foi usada por Deus para simbolizar os querubins
da glória, por causa de suas folhagens e cachos. A oliveira
foi utilizada para tipificar a natureza humana de Cristo sem
pecado e revelar a fonte de unção e devoção de nosso Senhor.
O que em si era uma contraposição à natureza humana,
comparada à madeira de acácia, cheia de nós e de difícil uso,
que também simbolizaanatureza humana cheia de pecados.
Masjesus Cristo utilizou a videira, de onde saiu o vinho
como representação da vida, da alegria, da prosperidade,
do reino e de seu governo. Porcausa davida e seus frutos,
Israel é tipificado profeticamente no Antigo Testamento
como uma videira, eo s gentios como jambuzeiros bravos.
(1) Ele nos surpreende ao dizer que o Pai é o lavrador, o
agricultor, o viticultor dono da terra e da vinha, o negociante,
paciente, o produtor. O agricultortem uma relíquia em
sua terra: a videira verdadeira, a original. As outras não são
originais, como o primeiro Adão. Não produzem conforme
os planos do Pai, como ela produz. O Pai tem na sua vinha a
videira verdadeira. Ele é a videira verdadeira, que contraria
o carátertipológico da videira falsadejotão. (2) Avideira
falsa dejotão amava a sua doçura, mas a videira verdadeira
comeu ervas amargas e os homens lhe deram fel, por causa
JOÃO 15:4
de seu projeto de redimir os homens, além de abdicar do
seu fruto até que estejamos com ele no Reino de seu Pai (Jz
9:1 l;Mt26:29). (3) Avideira falsa vista porjotâo não abria
mão de seu bom fruto, mas a videira verdadeira investiu
asim esm acom oo fruto principal, vertendo o seu sangue
para santificar os homens (Jo 6:53). (4) A videira falsa vista
porJotão não quis labutar sobre as outras árvores, mas a
videira verdadeira enfrentou Satanás em favor dos homens.
(5) Avideira falsa vista porjotâo entregou o domínio ao
espinheiro, mas a videira verdadeira triunfou sobre as
obras de Satanás e tomou a sua coroa de espinhos na cruz,
mostrando o seu triunfo sobre o poder do espinheiro. A
videira é verdadeira quando o Pai é o lavrador
João 15 : 1: Eu sou a vid eira verdad eira, e meu
Pai é o lavrador. /is s : i -7;Ez 19:ioj
A videira é o centro. Nela estão ligados naturalmente os
ramos produtores. O agricultor sabe como cuidar da vinha
produtora. O tronco central é Cristo, e os ramos são os
elementos do seu Reino: as nações, Israel e a Igreja. (1)
Não basta estar ligado nele, é necessário produzir fruto.
Pois ramo algum viverá ligado à seiva da vide verdadeira,
tomando de sua vida, sem produzir frutos; o ramo não
poderá viver para seu proveito e glória, crescendo
sem resultados, sem produzir uvas. Se produzir uvas,
permanecerá. (2) Não basta dar uvas, os ramos devem ser
limpos. A limpeza dos raminhos rebeldes que são rivais
dos ramos frutíferos deve ser aplicada, pois eles recebem
a vida, e são um problema para a produção. A limpeza das
raízes, que aparecem nos ramos, são fontes de amargura e
devem ser retiradas. (3) A limpeza requer corte, e não terra.
Essas raízes apregoam independência do tronco. Livre
dessas raizes de amargura, o ramo dá mais fruto
João 15:2: Todo ramo que está em mim e
que não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que
dá fruto, ele o poda, para que dê mais fruto
ainda. (Mt3.:jo j
A Palavra falada procede da boca de Deus, e é diferente da
Palavra escrita. É claro que ainda lembramos que ele está
falando tendo em mente o acontecimento do “lava-pés”, no
qual Pedro se negou a participar. A Palavra falada, ensinada,
revelada, vai cortando fora os raminhos rebeldes que saem
do ramo produtor. Amalícia, a vanglória e a ira vão tirando
a força do ramo principal. A Palavra é a grande podadora
desses raminhos rebeldes que são ladrões da seiva da
videira edetodaasua produção. Observe que a palavra
sozinha não limpa os ramos produtores; ela necessitaser
falada. O poder da fé, que é gerado pela palavra, é o fio
podador e ela deve ser falada. Aqui a Palavra falada poda,
no verso sete ela opera como vida
João 15:3: Vós já estais limpos pela Palavra
que VOS tenhO faladO. !]o 13:10; 17:17;Ef5:26)
(1) Somente poderá produzir fruto de si mesmo se for
cortado e plantado pelo agricultor. Mas para isso a videira
deveria ser rejeitada. O Pai não faria isto jamais. (2) Para
produzir fruto requer-se permanência na videira
João 15:4: Permanecei em mim, e eu
permanecerei em vós; como o ramo não
426
15:5
pode produzir fruto algum de si mesmo, se
não permanecer na videira, assim também
vós, se não permanecerdes em mim. (\jo 2 -.6)
Perseverança, permanência e ligação ávidaé o que
exige a natureza produtora dos ramos. O Trono vive sem
determinado ramo, mas os ramos não vivem sem o trono.
Os ramos não podem decidirindependentemente do
agricultor e vir-a-ser nova videira. O Pai, que é o agricultor,
não planta videira falsa. Com isso, concluímos que a
salvação é o fluir da vida> tr o n c o fruto> satisfação do
agricultor. A associação é necessária. Devemos saber
quem somos. Não somos a videira. Somos os ramos. Temos
de permanecer na videi ra. Temos de crer na associação
“eu nele, e ele em mim”. Esta associação produz muito
fruto. Sem esta associação estamos sem agricultor, sem
tronco, sem vida, sem fruto, sem poda, sem realização e
sem produzir satisfação ao nosso Senhor. Salvação é esta
satisfação que produzimos em permanecer na videira,
sendo cuidados constantemente pelo agricultor
João 15:5: Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Aquele que permanece em mim, e eu nele,
esse produz muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer, (jo 15-.it>;m i3:8)
O viticultore lavradorplantauma vide brava e, quando
já está crescida, ela é cortada na altura de seu caule, onde
ramos de uma videira madura são enxertados nele. Assim,
está formada a parreira que há de esperar três anos, dando
frutos incircuncisos (Lv 19:23). O caule da vide brava é
a natu reza humana da qual Jesus participou, e os ramos
da videiramadura que nela são enxertados são tipos da
natureza do Espírito Santo atuante na vida de Cristo, dados
pelo Pai, segundo a suanatureza produtora (Is 11:1,2). Dela
sairão as varas-mães produtoras. Aquele ramo que não
der ftutoè não aceitar a poda: (1) será cortado; (2) secará;
(3) será lançado fora; (4) será queimado, arderá. Isto quer
dizer que a bênção está na voluntariedade dos ramos em
permanecer na videira; esta voluntariedade se confirma na
limpeza, isto é, na poda. E, se não permanecer, não servirá
para ser plantada novamente, pois necessita de um caule
principal virgem (tipo da santidade somente encontrada no
Cristo encarnado nanatureza humana, mas sem pecado)
semelhante a natureza da vide original. Este processo não
será adiantado. O texto diz: “como o ramo”. Quem é ele?
Uma revelação a respeito do grande Luzeiro que foi expulso
da presença de Deus (Ez 31:8) e está destinado ao Inferno
João 15:6: Aquele que não permanece em
mim, será cortado como o ramo, e secará; o
tal o recolherão e o lançarão no fogo, onde
arderá. (Jol5:2;Mt3:10;7:19)
Neste verso, a Palavra é a seiva produtora dos ramos: “e as
minhas palavras permanecerem em vós”. Dar fruto é tudo o
que os ramos pedem. Tudo o que um ramo pede será parte
deste ciclo: produzir> uva> vinho> mesa> comunhão>
semeadura> reprodução sucesso> satisfação do agricultor.
0 que desejamos está ligado à nossa capacidade de executar,
segundo a nossa natureza. O que os ramos necessitam está
dentro do ciclo da vocação dos ramos: chuva> sol> orvalho
J oão 15:10
seiva> amor do agricultor. Tudo o que o ramo pede será feito
enquanto os ramos permanecem na videira
João 15:7: Se vós permanecerdes em mim,
e as minhas palavras permanecerem em
vós, pedireis o que quiserdes, e vos será
feito. (Jo 14:13; 16:23)
A satisfação do Pai é igual ao seu desejo de honrar. A
satisfação do Pai o fará apresentar a fonte do seu sucesso,
que não é o ramo; pois não dirá:“eis o ramo maravilhoso de
onde tirei este fruto!” Mas, certamente, ele dirá: “ó videira
maravilhosa!” O seu conjunto de raiz, trono, ramos e frutos
é maravilhoso, e este conjunto é Cristo, o qual recebe a
glória, e nele a chuva, o calor, os raios e o orvalho recebem a
honra. “Discípulo” é o primeiro título que os ramos-servos
recebem nos três anos de crescimento da videira (Lv
19:23). Muito fruto é o que se espera dos ramos para que
sejam reconhecidos como discípulos. Quando fazemos
discípulos, o Pai é glorificado; isto quer dizer que quem
glorifica o Paj,é considerado discípulo de Cristo
João 15:8: Nisto o meu Pai é glorificado, em
que deis muito fruto; e assim sereis meus dis­
cípulos. (Mt 5:1ó;Jo 8:3!; 13:35)
O Pai ama a videira e a videira ama os ramos produtivos que
nela permanecem, os quais aceitam produzir fruto através
dela, e que aceitam apoda. O amor é o cerne por onde flui
todaa vida, toda a saúde, e todos os nutrientes da videira;
mas a Palavra de Cristo é a seiva da videira. Temos agora
um conjunto glorioso de terra, videira, ramos, disciplina,
agricultor, satisfação pela produção da videira; todos são
resultados da produção da videira segundo a sua espécie.
Como o Pai amou o Filho? Guardando-o, revelando-o,
manifestando-o, profetizando a seu respeito, apoiando-o,
dando testemunho a seu respeito, acompanhando-o,
restaurando-o, ressuscitando-o, exaltando-o e
glorificando-o. Em que base o Pai amou o Filho? Na
obediência de seu Filho. Assim, também, o Filho nos amará
João 15:9: Assim como o Pai me amou, assim
também eu vos amei; permanecei no meu
amor.
Observe, antes de tudo, que aqui estão os mandamentos
do Pai e os mandamentos do Filho. O mandamento do Pai
é a Lei que revela e condena o pecado individualmente, e o
mandamento do Filho é o amor que executa a Lei do Espírito.
Os mandamentos são o DNA da videira; o amor é o cerne, isto
é, o canal por onde flui a vida. O exemplo disso é a obediência
do Filho, que viveu segundo o DNA do Pai, e jamais se
distanciou do cerne por onde fluía a vida do Pai. O amor que
oferece não é qualqueramor, é o amorsacrificial. Mas, como
o amor sacrificial se estabelece, e como permanecemos
nele? Quando guardamos os seus mandamentos. Quais
mandamentos? O novo mandamento do Filho. O Filho dá o
seu próprio exemplo e este deve ser seguido
João 15:10: Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor;
do mesmo modo como eu também tenho
427
15:11
guardado os mandamentos de meu Pai, e
permaneço no seu amor. jo / * 15,23)
Qual é o gozo completo de um ramo? Qual é o objetivo
do tronco? O gozo completo dos ramos é poder desfrutar
da vida da videira continuamente, dando frutos. O gozo
completo dos ramos é viver como o tronco vive: farto de
seiva e de vida
João 15:11: Estas coisas vos tenho dito para
que 0 meu gozo permaneça em vós, e 0 vosso
gozo seja completo, (jo i7.-i3; iò :24; i j 0 ia s
Como desfrutamos o gozo do tronco da videira? Quando os
ramos se respeitam, diante das mesmas habilidades; assim,
eles podem produzir juntos, satisfazendo o agricultor como
uma videira completa, e não como ramos individuais. Este é
o Novo Mandamento do Filho: que executemos entre nós o
amor, pelo qual ele cumpriu a Lei. A obediência é a clorofila
fabricada nas folhas para manifestar a aparência da árvore.
O lavrador quer que executemos o amor praticando-o,
conforme o modelo; pois Cristo nos amou primeiro. Como
ele nos amou? (a) Ele nos amou primeiro; (b) ele não
nos amou somente depois de sermos transformados em
melhores pessoas, mas nos amou quando ainda éramos
pecadores; (c) ele nos amou antes que houvéssemos
nascido, pois nos amou segundo os planos do Pai
João 15:12: Este é 0 meu mandamento: Que
vos ameis uns aos outros, assim como eu vos
amei. (joi3.-34>
O sentido do verbo é investimento para um futuro
resgate. Aqui ele revela os três anos de crescimento da
videira (Lv 19:23). Para tudo havia uma razão de ser. A
vida que ele investiu não foi poupada (Jo 3:16). Quem dá
não pode tomar de volta, mas quem investe tem poder
para retomar ou resgatar. Ele não entregou a sua vida
ao léu. Ele investiu a sua própria vida em favor dos seus
amigos a fim de poder resgatá-lq
João 15:13: Ninguém tem maior amor do
que este: de investir alguém a sua própria vida
por seus amigos. (Rm5:7,8;Jo 10:11; / Jo3:16)
Quem é o amigo por quem ele investiu sua própria
vida, favorecendo-o? Este é o terceiro título com que
ele condecora os ramos. (1) Somos discípulos somente
quando produzimos muitos frutos (15:8), e isto fala de
produção. (2) Somos amigos quando praticamos o seu
Novo Mandamento (ação). Que tipo de mandamento
ordena que pratiquemos? (a) Que deixemo-nos limpar (v.
2); (b) que permaneçamos nele (v. 4); (c) que não tentemos
produzir frutos pornós mesmos (v.4b); (d) quenos
associemos a ele (v. 5); (e) que não tratemos de produzir
nada independentemente dele (v.5); (f) que evitemos o
juízo por estar fora dele (v. 6); (g) que se quisermos ter o
que desejamos, devemos fazer com que as suas palavras
habitem em nós (v.7); (h) devemos glorificar o Pai dando
fruto (v. 8); (i) devemos permanecer no amor do Filho (v. 9);
(j) devemos seguir o exemplo do Filho (v. 10); (1) devemos
amaros outros ramos como ele nos amou (v. 11)
João 15:14: Vós sois meus amigos se
428
J oão 15:17
praticais as coisas que eu vos mando. (Mti2:soj
Agora os ramos conhecem a sua primeira condecoração: a
de servos. Somos discípulos se produzimos muitos frutos;
somos amigos se praticamos o seu andamento. Fomos
chamados de servos, mas agora ele nos tratará como amigos
Joãol5:15:Jánãovoschamoservos, porque 0
servo não conhece os feitos de seu senhor; mas
eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer
tudo 0 que ouvi de meu Pai. ijo&26; i7:26)
Para o enxerto, os ramos são selecionados. A eleição não
é confirmação de imunidade. Ele elegeu os ramos que
se deixam limpar e cortou os ramos que não querem ser
confirmados através da poda; o fato de terem sido eleitos
não impedequeo lavrador os corte da vara-mãe, caso não
queiram serconfirmados pela poda. Depois que todos
os ramos foram enxertados na videira, o lavradorelege e
confirma os ramos que se deixam limpar, isto é, que queiram
permanecer nele, ligados ao seu cerne e recebendo de
sua seiva para produzir frutos dignos de arrependimento.
Assim, os ramos foram eleitos entre os demais, confirmados
e designados para darem frutos. Mas o fruto deveria ser
contínuo. Não é pelo fato de dar um único fruto que os ramos
estão eleitos e designados, pois os mesmos podem relaxar na
sua produção. Pois este é o sinal da sua confirmação: dar ff uto
continuamente. Esta eleição e designação não se confirmam
se os ramos querem viverindependentes dele e sem eie. O
Pai atende os ramos que permanecem no caule e dão frutos.
Os ramos não escolheram o caule principal, mas o caule
principal, através do Lavrador (Pai), escolheu os ramos
João 15:16: Vós não me escolhestes a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos encarreguei
para que vades e deis frutos, e que o vosso
fruto permaneça; para que tudo quanto
pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos atenda.
i (Jo6:70; 14:13)
Este é o Novo Mandamento que temos dele: A prática do
amor entre os ramos (Lc22:37-38; 1Jo 2:8-13)
João 15:17: Isto vos mando: que vos ameis
uns aos outros, jo i5.-i2/
“Vede quão grande é o amor do Pai, que fôssemos
chamados filhos de Deus” (1 Jo 3:1). Por isso, o mundo
não nos conhece, porque tampouco conhece a Cristo.
O amor é do Pai. Nós oramos ao Pai, em nome dejesus.
Não oramos em nome da Divindade, oramos em nome
dejesus. Batizamos em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Mas oramos em nome dejesus. O trabalho
expiatório foi dejesus Cristo, mas o amor é do Pai. Foi
este amor do Pai que nos adotou com os mesmos direitos
de seu Filho Jesus Cristo, isto é, com o assentimento de
seu Filho! O Filho nos quis ter como seus irmãos e ainda
aceitou compartilhar a sua única herança conosco, sem
contar que o Filho entregou a sua própria vida como
investimento para que esta adoção fosse bem-sucedida. O
mundo nos odeia e não nos reconhece, porque odeia o Pai
e não reconhece o seu Filho. Se o mundo reconhecesse o
Pai, nos reconheceria também. Somos desconhecidos do
 15:18
mundo, pois não temos sido gerados pelo mundo. Quem
nos reconhece como filhos é aquela que nos gerou. Agora,
temos a grande revelação: após termos vivido uma vida tão
amarga no poder do mundo, ele nos resgatou e nos afiliou;
isto é, nos deu a sua paternidade, e nos concedeu a sua
herança. Que grande amoré este: o amor que nos torna
filhos de Deus. Muitas outras bênçãos nos advêm após
esse reconhecimento. E isto também importuna a muita
gente. O amor do Pai! Lembre-se: o grande amor é do Pai.
O mundo aborrece aquele que não é gerado nele, assim
como os filhos de Israel eram aborrecidos pelos egípcios
João 15:18: Se o mundo vos aborrece, sabei
que primeiro me aborreceu a mim, antes que
atodosvós. (1Jo3:I3;Jo 7:7)
Aqui está o enxerto. Isto prova que ele não nos elegeu
porque éramos bons, mas ele nos elegeu quando ainda
éramos pecadores, para sermos santos e produtivos. Este
é o motivo do ódio mundano, porque fomos arrancados do
mundo e fomos enxertados nele. Não éramos por natureza
videira verdadeira, pois éramos por natureza filhos da ira.
O mundo nos aborrece porque fomos eleitos do meio dele
para sermos enxertados na videira verdadeira
João 15:19: Se vós fôsseis do mundo, omun­
doamaria o que era seu; mas porque não sois
do mundo, antes, eu vos escolhi do mundo,
por isso o mundo vos aborrece, tjo i7:i4)
Se a mim me perseguiram, também perseguirão a vós; se
direcionaram a minha palavra para condenação, também
farão o mesmo com a vossa. O servo não é maior do que
o seu Senhor; a perseguição é natural sobre aquele que
tem a mesma palavra de Cristo. Pois fomos enxertados
na videira verdadeira. Aqueles que creram na Palavra de
Cristo, crerão nas palavras dos seus discípulos e também
serão enxertados no caule principal para da frutos
João 15:20: Lembrai-vos da palavra que
vos disse: O servo não é maior do que o
seu senhor. Se a mim me perseguiram,
também perseguirão a vós; mas se eles
se sujeitaram à minha palavra, também j
se sujeitarão à vossa, m io :24,-lc ó-ao -jo 13. 16;
j 2 Tm3:12)
Eles se diziam filhos do Pai Celestial, que lhes mandava
maná, mas não conheciam o seu próprio Filho. O seu nome
em nós atrai sobre nós todas as aflições que estiveram sobre
Cristo, mas nenhuma delas nos advém para nossa própria
salvação, independentemente dele, mas para memorial e
testemunho de que Cristo ainda dará testemunho através
de^eus amigos. Se os homens conhecerem aquele que
enviou a Cristo, tratarão bem os seus discípulos. Este é o
papel dos discípulos: revelar ao mundo o amor do Pai
João 15:21: Mas tudoissovos farãopor causa
domeu Nome, porque não conhecemaquele
que me enviou. (Mt 12:24;LcòA0;Jo 13:16;M c24:9)
Ele está falando com a autoridade do Legislador mais
J oão 15:25
poderoso do que Moisés, pois prescreve um Novo
Mandamento. A Lei no Antigo Testamento lhes foi dada
para que fossem convencidos do pecado, da justiça e do
juízo. No Novo Mandamento, o Espírito Santo é aquele que
nos convence do pecado, da justiça e do juízo, baseado nas
leis de Cristo prescritas no seu Novo Mandamento. Antes
da Lei de Moisés, nenhum homem era culpado do seu
pecado individual, mas sobre todos os homens repousava
a condenação genérica; uma sentença que sobreveio
por uma única ofensa de Adão, porque a morte passou a
todos os homens, mesmo sobre aqueles que não pecaram
à semelhança de Adão (Rm 5:14). Assim, com a chegada
da Lei, nenhum homem poderia justificar seus pecados
culpando Adão; mas todos, agora, eram responsáveis
peios seus próprios atos. Assim, a Lei veio revelar os
pecados e indicar o meio de Salvação. Mas nenhum deles
foi salvo mediante a indicação da Lei, a não ser Cristo, que
cumpriu o que indicava a Lei, mediante o amor. Quando ele
estabeleceu o Novo Mandamento, os homens se tornam
indesculpáveis, pois ele revelou a todos o meio pelo qual
poderiam sersalvos. Jesus Cristo mostra que assim como
a Lei de Moisés foi dada, a Lei de Cristo foi oferecida aos
homens; mas a Lei de Moisés revelou que o homem era
pecador por si mesmo, mas a Lei de Cristo revelou que o
homem poderia sersalvo da condenação e do poder do
pecado, crendo no seu Novo Mandamento
João 15:22: Se eu não viera e nem lhes hou­
vera falado, não seriam culpados de pecado;
mas, agora, não têm desculpa para o seu pe­
cado. íJo 9:4 l;Rm 1:20)
Em todo o livro ele se revela como representante do
Pai e fala em nome do Pai. Tudo o que faziam contra
ele, automaticamente, faziam-no contra o Pai. Ele nos
estabelece na unidade da Divindade: “tudo o que fizerem
contra vós, farão contra mim e contra o meu Pai ”
João 15:23: Aquele que me aborrece, abor­
rece tambémameu Pai. (ijo2:23)
Pelas obras de Cristo eles deveriam ter crido no Pai que o
enviou. Agora estão condenados três vezes: em Adão, na
Lei de Moisés e no Novo Mandamento de Cristo, que eles
rejeitaram, cuja base era o amor
João 15:24: Se eu não tivesse feito entre eles
obras que nenhum outro jamais fez, não se­
riam culpados de pecado; mas, agora, não
somente eles têm visto, como também abor­
recem a mime ao Pai. (joS:36)
Deveriam lançar sobre ele toda a sua culpa
e lavar as mãos como Pilatos; assim seriam justificados.
Mas não o fizeram (Dt 21:6,7)
João 15:25: Isto, porém, é para que se cum­
pra a palavra que está escrita na sua Lei: Que
semcausa me aborreceram. (si35:I9; óqa)
Este é o Advogado, o Espírito da Verdade que procede do
Pai, e dará testemunho de Cristo. O testemunho de Cristo
condenará os seus aborrecedores sem causa, e atrairá
429
15:26
outros discípulos aele. O Espírito Santo não poderia vir por
sua vontade, mas, antes, teria que esperar a glorificação do
Filho, para que o Trono o transportasse aos seus discípulos
na Terra (Ez 1:4;At2:2-4). O Espírito Santo procedia do
Trono do Pai, pois aii estava trabalhando desde o dia em
que foi tirado do meio dos homens (Gn 6:3; Ez 1:19-21). O
Espírito Santo chegaria com uma missão: Glorificar o Filho;
mediante esta glorificação, o Espírito Santo seria enviado à
Igreja (Jo 7:38,39))
João 15:26: Mas quando vier o Parádetos ( “o
C o n s o l a d o r ”), que eu vos enviarei da parte do
Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai,
esse dará testemunho de mim; jo m .-ió, 1726; íjo
2:1; 5:7; Le24:49; At 2:33j
Nosso testemunho é dado na intrepidez do Espírito Santo
que nos enche de autoridade. Este testemunho é fruto de
nossa comunhão com ele desde o princípio
João 15:27: e também vós dareis testemu­
nho, porque estais comigo desde o princípio.
(lc 24:48;A12:32;3:15;5:32; 10:39; 13:31; !Jo4:14,i
João, capítulo dezesseis (16)
João 16:1: Essas coisas vos tenho dito para
que não vos escandalizeis, iio is:!8-27;Mt i i .-ói
Uma profecia indireta relativa a Saulo e ao ministério
apostólico de Paulo. As sinagogas foram, a princípio, o
campo missionário onde os apóstolos começaram asuaobra
evangelística. Somente depois da Escola de Trajano é que
Paulo chegou à conclusão de que deveria começara obra
do cristianismo independentemente do judaísmo, o que
para ele foi uma terrível decisão. Antes disso, foram duras as
batalhas, à semelhança das palavras profetizadas por Cristo
João 16:2: Porque eles vos expulsarão das
sinagogas; ainda virá a hora em que qualquer
que vos matar, pensará ter prestado um servi­
ço a Deus. (Jo 9:22:12:42;Ar26:9,10;lsô6:5;Ap6:9j
Os judaizantes de Jerusalém foram os grandes
responsáveis pelo cumprimento destas palavras proféticas
João 16:3: E isso vos farão, porque não co­
nheceram nem o Pai nem a mim. uo is: 2 i; r/:2s;
1Jo3:1; 1 Co2:8/
A falta de conhecimento do Pai pelos judaizantes fê-los
perseguir a obra do Filho, assim como os filhos de Jacó
fizeram contrajosé. O relacionamento de José com o seu
Pai estabilizou o seu caráter e a sua vida espiritual
João 16:4: Mas tenho-vos dito isso para que,
quando chegar aquela hora, vos lembreis de
que eu já vos havia dito isso; e eu não vos ha­
via dito isso desde o princípio, porque ainda
estava COnVOSCO. (Jo 13:W;15:271
O relacionamento perfeito entre Cristo e o Pai foi a grande
JOÃO 16:8
razão do seu sucesso. Qualquer filho que assim o fizer terá a
mesma recompensa: sucesso, herança e estabilidade
João 16:5: Mas, agora, vou para aquele que
me enviou; e nenhum de vós me pergunta:
“Para onde vais?” (jo7:33; 13.30; u -sj
Eles não conheciam o Pai. Jesus estava ali para revelar o seu
Pai. Ele era como o seu Pai (Dn7:9-13;Ap 1:14,15)
João 16:6: Antes, porque vos tenho dito essas
coisas, a tristeza encheu o vosso coração.
Quandojesus realizava o seu ministério terreno, prometeu
o Espírito Santo aos seus discípulos, porque ele sabia
que o Espírito fora tirado da terra (Gn 6:3). Ele sabia que
o Espírito não podia ser dado aos discípulos até que ele
fosse glorificado e seus discípulos fossem regenerados.
Por isso, orava sempre para que o Pai o glorificasse. Ele
sabia que a sua glorificação liberaria o Espírito para a
terra (Jo 7:37-39). Este era o principal fator de sua vinda,
glorificar o Filho, como o Filho havia glorificado o Pai .Jesus
queria que o Espírito Santo enchesse cada um dos seus
discípulos, e não os possuísse. Jesus sabia que a possessão
era temporária e que ela tirava a identidade individual; que
a possessão sujeitava a mente e o espírito humano; quea-
possessão era perigosa porque uma pessoa podia Ser cheia
do Espírito Santo e depois de ser usada podia seguir a sua
própria vontade, sob os domínios da carne, como foi o caso
de Sansão e muitos outros que temporariamente foram
usados pelo Espírito Santo. Jesus queria que o Espírito
Santo permanecesse com os seus discípulos e que também
ele não os abandonasse por causa de atos de pecado, mas
que os convencesse deles, dajustiça e dojuízo. Se o homem
não aceitasse sua correção, isso se tornava de sua inteira
responsabilidade. João Batista foi um filho do antigo pacto
a experimentar o poder do Espírito Santo já desde o ventre
de sua mãe. João foi o segundo homem chamado a ser cheio
do Espírito desde o ventre de sua mãe, mas ele não foi cheio
do Espírito antes da geração de Jesus em Maria. Isto fez com
que ele fosse considerado o maior dos que são da Lei; mas o
menor da graça era maior do que ele
João 16:7: Todavia, eu vos digo a verdade:
que vos convém que eu vá, porque, se eu não
for, o Parádetos ( “o C o n s o l a d o r ”) n ã o virá a
vós; mas, se eu for, eu o enviarei a vós. tio7:39;
14:16,26; 15:261
Nestes textos (v. 8, v. 13 e v. 14), temos as três obras do
Espírito Santo: Suaobra para com o mundo (evangelismo);
sua obra para com a Igreja (guiando e revelando na verdade,
a Palavra); e sua obra para com Cristo, glorificando-o. A
promessa do Consolador. A promessa era aparentemente
contra Gênesis 6:3, masjesus explicou bem (Gn 6:3;Jo
7:38-39; 14:16; 16:7; 17:1-2; Dn 9:12-13; Ap 5:8-9;
Ez 1:4; At 1:4)
João 16:8: E, quando ele vier, convencerá o
mundo do pecado, dajustiça e do juízo:
O convencimento do Espírito Santo no seu trabalho
para com o mundo incluía (1) convencer do pecado; (2)
convencer da justiça; e (3) convencer do juízo. Ele começa
i
1 6 :9
dizendo, “do pecado”, paraque o homem cresse nele. Isto
quer dizer que a primeira prova de que somos convencidos
do pecado é ter fé nele. Esta obra é uma obra do Espírito
Santo. Opecado requerque justiça seja feita, e o juízo éa
sentença da justiça. Esta é a obra do Espírito Santo
João 16:9: do pecado, porquanto não crêem j
em mim; uo i5:22)
Ajustiça tem poderpara operar sozinha. Como Deus está
no Lugar de Tormento, sendo ele onipresente? Ele está no
lugar de tormento da mesma forma como estará no Inferno,
pela sua justiça. Elevai para o Pai, mas a justiça opera.
Como ela opera?Justificando, se o pecador se convence de
pecado, e sé não se convence, é entregue ao juízo quando
passar desta vida para a outra sem confissão de salvação;
porque depois da morte segue-se o juízo. Ajustiça é a
mesma que justificou a Abraão, e a mesma que condenou o
rico. Quem é este a quem não veremos mais? O advogado, o
primeiro Consolador. Pois quando ele vier executará o justo
juízo que o Pai lhe entregou, virá comojuiz. Hoje podemos
tê-lo como nosso intercessor, mas chegará o dia no qual o
conheceremos comojuiz
João 16:10: da justiça, porquanto vou para
o meu Pai, e não me vereis mais; (At3=m ; 7:52;
17:31; lPe3:18)
Ainda na sua obra para com o mundo, após convencer
do pecado, a justiça que opera a justificação termina e
consuma o processo. Mas, se o pecador não se arrepende,
este juízo passa a trabalhar efetivamente após a sua
morte. E o juízo executa a condenação. Mas, se houve
arrependimento, já não resta nenhuma condenação para
aqueles que estão em Cristojesus. O que tem a ver a nossa
justificação com o príncipe deste mundo e seu julgamento
jáexecutado? Desde os dias dejó ele estájulgado, quando
confessou que somente louvamos a Deus quando estamos
no meio das riquezas (Jó 1:9-11). O príncipe deste mundo já
estájulgado para que o juízo comece a ser executado. Jesus
quis dizer que o inferno logo seria inaugurado
João 16:11: etio juízo, porquanto o príncipe
deste mundo já estájulgado. (jo 12.31/
Jesus quis ensinar-lhes muitas coisas,
mas seus discípulos não estavam preparados.
Temos uma lista delas nos evangelhos
João 16:12: Ainda tenho muito que vos di­
zer; mas, por agora, vós não 0 podeis suportar.
iMc4:33)
Aqui nestes textos (v. 8, v. 13 e v. 14) encontramos as
três obras do Espírito Santo: Sua obra para com o mundo
(evangelismo); sua obra para com a Igreja (guiando e
revelando na verdade, a Palavra); e sua obra para com
Cristo, glorificando-o. Obras do Parácletos, o Espírito
Santo: Trabalhou na criação do universo (Gn 1:2; Pv 14:30).
Inspirou os escritores do Antigo Testamento (2 Sm 23:2;
Is 59:21). Vinha sobre os profetas(Gn41:38;Nm 11:17;
27:18; Jz3:10; 6:34; 11:29; 14:6,19; 1 Sm 10:10; 16:13;
SI 51:11; 1 Rs 18:12; 1 Rs 18:12;2Rs2:16;2Cr 15:1 ;2Cr
24:20;Nm 11:25).Ele ministraráalsraelduranteaGrande
Tribulação (Jr 2:28-32). Ministrará durante o Milênio
1 6 :1 3
(Zc 12:10). Atrasa a manifestação do poder de Satanás (Is
59:19; 2 Ts 2:7-14). Provê o Salvador e o seu corpo terreno
(Lc 1:35; Mt 1:18-20). Ungiu o Salvador antes de sertentado
por Satanás (Mt4:1). Dirigiu o Senhor (Mt 4:1). Encheu
de poder o Salvador (Mt 12:28). Pelo Espírito Santo, ele
: expulsava demônios (Mt 12:28). Agjta-se dentro de Cristo
(Jo 11:33). Produziu gozo espiritual no Senhor (Lc 10:21).
Ajudou Cristo oferecer a si mesmo (Hb 9:14). Ressuscitou
o corpo de Cristo (Rm 8:11; 1 Pe3:18).Convenceopecador
doseupecado,dajustiçaedojuízo(Jo 16:7-1 l).Deuinício
à Igreja (Ef 2:19-22; At 2:1 -4). Inspira-nos a cultuar e a servir
a Deus (Fp 3:3). Direciona e levanta o desejo missionário
(At8:29; 13:2; 16:6,7,10). Enche os membros para um
culto completo (Ef 5:18-19). Unge os pregadores (1 co
2:4). Constitui os bispos (At 20:28). Determina as decisões
da Igreja (At 15:28). Ele faz parecer bem ou mal. Motiva
a Igreja para fazê-la desejar as coisas eternas de Deus (At
22:17). Ele fala às igrejas sobre as sete promessas de Deus
à sua Igreja (Ap 2:7). Regenera os pecadores (Tt3:5). Batiza
os que crêem (Rm 6:3-4). Encaminha a fé do crente em
Cristo (Jo 14:16,20). Sela o crente (2 Co 1:22; Ef 1:13; 4:30).
Enche o crente (At2:4). Ele nos faz conforme a imagem
de Cristo (2 Co 3:18; 1 Pe 2:2;Jd 1:20). Ele revela todas
as coisas de Deus (1 Co 2:10). Testifica de nossa adoção e
\ filiação em Cristo (Rm 8:16; 1Jo 3:24). A sua leinos libertou
da lei do pecado (Rm 8:2). Enche a nossa boca de palavras
apropriadas (Mc 13:11). Intercede por nós na hora em que
não sabemos como nos convém orar (Rm 8:26). Ele nos
guia (Jo 16:13; Rm 8:14). Ele nos ensina pela unção que
deixa em nós (1 Jo 2:27). Nos dá poder (dele) para sermos
testemunhas (At 1:8). O Espírito Santo derrama em nós
sua unção (Rm 5:5). Ele ressuscitará nossos corpos, assim
como ressuscitou a Cristo dentre os mortos (Rm 8:11)
João 16:13: Mas, quando vier aquele, o Espí­
rito da verdade, ele vos guiará a toda a verda­
de; porque não falará de si mesmo, mas dirá o
que tiver ouvido e vos revelará as coisas que
hão de vir. (jo 14:17,20; 15.-26)
Limitações do Espírito Santo atuante sobre a terra a partir
do Trono: Era dado em porções. Os homens-fontes foram
homens que mudaram a sua época e a sua geração; homens
nazireus, consagrados e apontados por Deus para um
ministério específico no Antigo Testamento. Sobre eles
repousava o Espírito Santo de Deus. Assim como hoje
existem homens-dons (Ef 4:4-12) no Novo Testamento,
também no Antigo Testamento existiram homens-fontes,
isto é, líderes de sua geração. O Espírito Santo, em porção
especial, nãoeradadoa qualquer um. Esses homens-fontes
repartiram do Espírito sobre quem o Senhor ordenava, por
meio da imposição de mãos, transferindo-lhes porções do
Espírito. Moisés repartiu do seu Espírito com 70 anciãos.
Elias repartiu do seu Espírito dupla porção a Eliseu. Quando
o Espírito Santo foi retirado da terra e regressou ao Trono, a
sua manifestação na terra, no tempo do Antigo Testamento,
foi limitada. Nesse tempo, as pessoas eram possuídas
(tomadas) e somente assim realizavam as obras de Deus.
Nesse caso, o Espírito Santo não poderia permanecer neles
porque não eram nascidos de novo. O novo nascimento no
Antigo Testamento era simbolizado por tipos, tais como a
circuncisão, a mudança de nome, as ofertas pelos pecados.
16:14
Outra novidade é o mover do Espírito Santo a partir do
Trono. Mas o Espírito Santo não podia estar em duas
pessoas ao mesmo tempo, principalmente se elas tivessem
o mesmo ofício. Por exemplo: No caso de Davi, quando
o Espírito Santo entrou nele, saiu de Sul. Vemos este fato
entre o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá),
porque quando se manifestavam em um reino, os profetas
cessavam de profetizarno outro. A manifestação não era
simultânea. Hoje, o Espírito Santo opera simultaneamente
nesses dias de Graça; por isso, a graça é cheia de valor (1
Rs 22:24; 1 Sm 16:13-14; Nm 11:16-25). Em alguns casos,
a permanência do Espírito Santo era um milagre, como é o
caso de Davi (SI 51:10-11). Líderes, profetas e sacerdotes
tiveram o privilégio de sentir a presença do Espírito Santo
por algum tempo. Mas era algo distinto de hoje, pois o
Espírito Santo permanece em nós para sempre
João 16:14: Ele me glorificará, porque rece­
berá do que é meu evo-lo fará saber. oo7:30)
Aunidade da Divindade é um padrão. Eles cooperavam
um com o outro, jamais discordavam nem na distância
nem na comunhão; um cobria o outro, tinham tudo em
comum e cada um respaldava o outro. Lendo a respeito
da sua operação, vemos todas estas características na sua
amizade e unidade, e foi a respeito disso quejesus pediu,
na oração sacerdotal do capítulo dezessete, para que os
seus discípulos fossem um, conforme este modelo que
eles tinham de unidade. Aqui, Jesus ensina que aquilo
que o Filho recebeu do Pai, há de nos anunciar. O Espírito
Santo esteve na terra (Gn 6:3), de onde regressou para o
Trono, e daí operou com muitas limitações. Então, chegou
o tempo de ser dado à Igreja. Que tipo de limitações o
Espírito Santo tinha no Antigo Testamento? O Espírito
Santo possuía uma pessoa, quando necessitava dela para
algum propósito específico. Os casos de Saul e Sansão são
notórios.Dependendo da obra, a possessão não requeria
santificação. Mas a habitação requer santificação total.
Aqui está a razão da permanência do Espírito Santo no
homem: o novo nascimento. A circuncisão era tipo do novo
nascimento no Antigo Testamento. A atuação permanente
do Espírito Santo era impossível no Antigo Testamento.
Era enviado para estar sobre uma pessoa e não operava
em duas pessoas ao mesmo tempo. Os profetas tinham
consciência de que o Espírito Santo poderia retirar-se
a qualquer momento (SI 51:10,11). Havia apenas uma
porção; e esta foi outra revelação que os profetas tiveram
sobre este assunto. Era dado a uma pessoa e dela era
tirado em porções e concedidas aos seus auxiliares (Nm
1:16,25; 1 Sm 16:13,14; 1 Rs 22:24).OEspírito Santo vinha
e voltava, em casos específicos de possessão (Jz 14:6; 1
Sm 19:9; 21-23). No caso de Moisés, Elias ou Davi, já havia
mais permanência. Mas não havia nenhuma segurança
na permanência, se houvesse algum caso de pecado. Esta
mudança ocorreu no Novo Testamento. O Espírito Santo
permanece no Corpo de Cristo, a Igreja, para sempre. Aqui
quero deixar claro que um ato de pecado não é o mesmo
que uma vida contínua de pecado, sem confissão e perdão.
Somente através do Espírito Santo, habitando em nós,
podemos nos autocorrigir. Isto quer dizer que podemos
ser irrepreensíveis; isto é, podemos autocorrigir, antes de
sermos corrigidos
João 16:15: Tudo quanto o Pai tem é meu;
432
JOÀO 16:21
por isso, eu vos disse que ele receberá do que
é meu e vo-lo fará saber, (jo iz -ioj
Sua morte e ressurreição; depois, sua ascensão e sua
segunda vinda
João 16:16: Ainda um pouco mais, e já não
me vereis; e outra vez um pouco mais, e me
vereis; porque eu vou para o Pai. (jo 7:33; i4.-i8-
24; 13:3)
Duas vezes ele falou “um pouco mais”: (1) sua morte e
ressurreição; (2) depois se referia à sua ascensão e à sua
segunda vinda em glória
João 16:17: Então, alguns dos seus discípulos
perguntaram uns para os outros: “Que quer
dizer com isto? Ainda um pouco mais, e já não
me vereis; e outra vez um pouco mais, e me
vereis; e: porque eu vou para o Pai?” <jo iò:ió,5)
Um pouco: O tempo da Dispensação da Graça, quando a
Igreja seria edificada. Depois ele voltaria
João 16:18: Diziam, pois: “Que quer dizer
com isto: Um pouco? Não compreendemos o
que ele está falando”.
A revelação a respeito dasua segunda vinda em glória
João 16:19: EpercebeuJesus que desejavam
perguntar-lhe, então disse-lhes: “Indagais en­
tre vós a respeito disto que vos disse: Ainda
um pouco mais, e não me vereis; e, outra vez
um pouco mais, e me vereis? /Mcç.32)
Ele falou a respeito da Grande Tribulação que ainda
sobreviria sobre Israel e sobre o mundo
João 16:20: Verdadeiramente vos digo que
chorareis e vos lamentareis, e o mundo se
alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa
tristeza se converterá em alegria. (Lc23:27-,
Jo20:20;Mc 16:10)
Uma palavra que somentejoão se lembrou e que foi
revelada cronologicamente em Apocalipse 12; antes, Paulo
recebeu esta revelação e a registrou em 1 Tessalonicenses
5:3; uma referência clara a Israel. Aqui, Jesus está
explicando por si mesmo Apocalipse 12:2-5
João 16:21: A mulher, quando está para
dar à luz, sente tristeza, porque é chegada
a sua hora; mas, depois que dá à luz a um
menino, já não se lembra da aflição, pelo
gozo de ter nascido um homem no mundo.
(1 Ts5:3)
A promessa de sua segunda vinda ou de nosso encontro,
antes, em glória (Hb 12:22-24)
16:22
João 16:22: Assim também vós, agora, certa­
mente tendes tristeza; mas eu vos verei outra
vez, e se regozijará o vosso coração, e o vosso
gozo ninguém poderá vos tirar, ;jo ió .-ó, iój
A revelação do Espírito Santo lhes seria dada.
Ele também lhes daria a oportunidade de falar diretamente
ao Pai, em seu Nome
João 16:23: “E, naquele dia, não me fareis
mais perguntas. Pois, verdadeiramente vos
digo que tudo quanto vós mesmos pedirdes
ao Pai, em m eu N om e, ele vo-la concederá.
(Mt7:7;Jo 14:13; 15:16)
Jesus os estava desafiando a experimentar um sucesso
completo
João 16:24: Até agora, nada pedistes em meu
Nome; pedi e recebereis, para que o vosso
gozo seja completo, tjo is-.iij
O maior e mais completo meio deoMestre ensinar aos
seus discípulos: (1) Mediante as figuras no Antigo Pacto, e
mediante (2) a revelação clara do Novo Pacto
João 16:25: Estas coisas vos tenho falado
por m eio de figuras; a hora vem , porém,
quando não vos falarei mais por figuras, mas
vos mostrarei claramente o que concerne ao
Pai. (Jo 10:6;M t 13:34}
Uma grande promessa quejesus lhes fez: Que não
dependeriam de sua intercessão para entrar na presença de
seu Pai, e que esta ousadia seria aceita pelo Pai, mediante
o amor deles a Cristo e a fé na sua revelação trazida pela
encarnação (v.27)
João 16:26 E não será necessário que eu ro­
gue por vós ao Pai; naquele dia, vós mesmos
pedireis em meu Nome;
João 16:27: pois o próprio Pai vos ama, visto
que vós me amastes e crestes que eu saí de
Deus. (jo 14:21,23; 17:8}
Ele falou de sua encarnação e de sua ressurreição,
mas eles não o entenderam
João 16:28: Saí do Pai e entrei no mundo; e
outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai”.
(Jo 13:3}
Ainda não estava falando claramente;
somente depois da sua ressurreição
João 16:29: Disseram-lhe os seus discípulos:
“Eis que, agora, falas claramente, e não falas
por figura alguma. ,j0ió.-25j
Teologicamente eles o entendiam,
mas não o conheciam de fato
JOÃO 17:1
João 16:30: Agora, com preendem os que
sabes todas as coisas e não há necessidade de
que alguém te pergunte. Por isso, cremos que
saíste de D eus”. (jo8:42;2i:i7j
Eles creram. A fé não é um simples entendimento de
uma mensagem, mas a confiança na Pessoa que enviou a
mensagem (Jo 17:8). Jesus confirmou a fé deles na oração
sacerdotal
João 16:31: Respondeu-lhes Jesus: “Credes
agora?
Por isso, ele queria estar com o Pai
João 16:32: Eis que vem a hora, e esta hora
já chegou, em que vós sereis dispersos, cada
um para o seu lugar, e me deixareis só; con­
tudo, não estou só, porque o Pai está comigo.
(Mt 14:27; 18:16;26:31)
A paz que ele gostaria que os seus discípulos desfrutassem
"estaria baseada na sua palavra dita antecipadamente, tendo
em vista as promessas que foram feitas para todos aqueles
que passassem pela provação
João 16:33: Estas coisas vos tenho dito para
que, em mim, tenhais paz. No mundo tereis
tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo ”. (Jo 14:27; a t:20;RmS:l;8:37;Ap3:2IJ
J o ã o , c a p ítu lo d e z e s s e t e ( 1 7 )
Em tom de despedida de seus discípulos, Jesus lhes
mostrou como orar com intimidade. Com os olhos focados
no céu, estava ligado na intimidade com o Deus paterno;
entendia que a hora porque estava no mundo havia
chegado. E que a cumplicidade da obra feita por ambos
se misturava numa coisa só: em glória. Nessa oração, ele
mostra como era o modelo da unidade entre as pessoas
da Divindade, e uma dessas características está aqui:
um glorificava o outro, em seu tempo e em sua hora. Se o
Filho fosse glorificado, o Espírito Santo, por sua vez, seria
enviado também para glorificar o Filho, assim como o Filho
glorificou o Pai (Jo 7:39). Antes de conhecer o Pai, conheça
as pessoas da Divindade. Ele saiu de Deus: “crestes que eu
saí de Deus” (Jo6:46); ele veio de Deus: “saídeDeusevim
de Deus”. (Jo 8:42); era um mistério oculto: “e demonstrar
a todos os santos qual seja a Dispensação do Mistério, que
desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou”
(Ef 3:9). Estas manifestações aconteceram na Dispensação
do Mistério. Jesus vai falar da unidade da Divindade, e
este assunto é o grande motivo de sua oração, pois ele
ora a fim de que o Pai lhes conceda a mesma unidade em
que a Divindade vivia, a unidade da Divindade: (1) Nesta
unidade, um glorificava o outro. Nenhum falava mal do
outro; mas sempre cada um glorificava o outro
João 17:1: Depois de falar essas coisas, Jesus
levantou os olhos ao Céu e disse: “Pai, é che­
gada a hora; glorifica a teu Filho, para que tam-
433
17:2
bém o Filho te glorifique a ti; (jo 12.23; 1331,32)
Ele orou para que o Pai lhes conceda a mesma unidade
vivida na Divindade, isto é, a unidade da Divindade: (2)
Um concedia poderão outro
João 17:2: assim como lhe deste poder sobre
toda a carne, para que dê a vida eterna a todos
aqueles que lhe deste. (Lvl8:5;Dn7:14;Hb2:8;Jo6:37;
Mt 11:27)
Ele orou para que o Pai lhes concedesse a mesma unidade
que havia na Divindade: (3) Eles eram o Deus verdadeiro.
Não havia dois nem três deuses. Isto quer dizer que eram
um na sua missão
João 17:3: E a vida eterna é esta: que te co­
nheçam a ti e a Jesus Cristo, a quem enviaste,
como único Deusverdadeiro. ijo3:34;5:44; 6.29,57;
ljo5:20;7:29)
Ele orou para que o Pai lhes conceda a mesma
unidade que a Divindade vivia, a unidade da Divindade:
(4) Um cumpria obedientemente a obra a respeito
da qual todos haviam concordado
João 17:4: Eu te glorifiquei na terra,
consumando a obra que me deste para fazer.
(Jo4:34; 13:31; 14:31)
(5) Ele revela que não usurpou a glória de
ser igual a Deus (Hb 1.3). Este era o modelo de
unidade que Jesus estava pedindo ao Pai.
Aqui ele revela que era coexistente com o Pai
João 17:5: Agora, pois, ó Pai, glorifica-me
junto de ti mesmo, com aquela glória que eu
tinha contigo antes que o m undo existisse.
(Jo l:l;Fp2:6; Cl l:í7;Ap3:21))
(6) No modelo da unidade da Divindade eles
compartilhavam o que era deles com o outro. Esta bênção
era resultado do testemunho a respeito do Nome do
Pai manifestado porCristo na terra. Como prêmio, o Pai
permitia que ele compartilhasse de seus bens
João 17:6: Manifestei o teu Nom e aos ho­
mens que do mundo m e deste. Eram teus, e a
estes tu mos deste, e guardaram a tua palavra.
(Jo6:37,39; 17:2)
(7) Na unidade da Divindade, Jesus não usurpa os direitos
autorais do Pai: “Todas as coisas que eu tenho, provêm do
Pai ”. Ele reconhecia que tudo aquilo tinha origem no Pai. O
relacionamento de Cristo com o Pai era o grande segredo
de seu sucesso; José ejacó tipificavam estaunidade
João 17:7: Agora já reconheceram que todas
as coisas que m e deste provêm de ti; (jo 16:31)
(8) Na unidade daDivindade, Jesus revelava a origem de
onde ele veio e exaltava o poder daquele que o enviou
João 17:8: porque as palavras que tu me des­
te eu lhes transmiti, e eles as receberam, e
Jo ã o 17:14
conheceram verdadeiramente que saí de ti,
e creram que tu me enviaste. (jo8:28; 16:27,31;
17:25)
(9) Na unidade da Divindade, o Filho tinha prazer de
considerar do Pai aquilo que também era dele
João 17:9: Eu rogo por eles; não rogo pelo
mundo, senão por aqueles que me deste, por­
que são teus; (Lc22.32;.jo u -.ió)
(10) Na unidade da Divindade, cada um compartilhava de
seus bens com o outro
João 17:10: todas as minhas coisas são tuas,
e as tuas coisas são minhas; e, neles sou glori­
ficado. (Jo 16:15)
Ele pede ao Pai que esta unidade seja
vivida entre os seus discípulos
João 17:11: Eu não estou mais no mundo;
mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai
Santo, guarda, no teu Nom e, aqueles que tu
me deste, para que eles sejam um, assim como
nÓS. (Jo 13:1;7:33;Ap 19:12;Jo 10:30; 17:21)
Os presentes do Pai foram guardados e conservados.
Judas não foi marcado de antemão como o traidor.
Qualquer um deles poderia ser o traidor: Aquele que não
guardasse o seu coração das ofertas do mundo. Satanás
queria Pedro; embora este tenha se enfraquecido, não
permaneceu no erro ou procurou um sacrifício próprio
para se auto-redimir, como Judas
João 17:12: Enquanto estava com eles no
mundo, eu os guardava no teu Nome; aos que
me deste eu os conservei, e nenhum deles se
perdeu, senão o filho da perdição, para que a
Escritura se cumprisse, j m z-i3 ;jo 6.39,70; i3-.i8
18:9)
Jesus pediu ao Pai que eles tivessem a alegria completa em
si mesmos. Como eles poderiam ter alegria completa em
si mesmos sem uma proteção na terra, já que ele desejava
que seus discípulos permanecessem no mundo, tal como
Israel em Gósen, enquantojacó partiria para Canaã? Havia
uma resposta. É possível viver neste mundo tendo alegria
completa em si mesmo?Jesus providenciou uma garantia
para isto pela sua santificação. A santificação efetuada por
ele nos garante isto. (11) Jesus sabe que sem o gozo do
Espírito não há unidade
João 17:13: Mas, agora, vou para ti e falo isto
no mundo, para que eles tenham o meu gozo
completo em si mesmos.
A palavra que ele nos deu faz com que o mundo nos odeie.
Pois não somos do mundo como ele também não é. Mas,
por que não nos levou com ele? (12) Sem a sua Palavra, não
há unidade segundo o modelo da Divindade
João 17:14: Eu lhes dei a tua palavra, e o
434
17:15
m undo os aborreceu, porque não são do
mundo, assim com o eu não sou do mundo.
(Jo 15:18,19; 8:23)
Ele deseja que façamos algo no mundo; é importante o
que devemos fazer. Para isso, quer nos livrar do ódio do
mundo guardando-nos dele. Para isso ele pede ao Pai que
não nos tire do mundo. Mas como ele garantirá anossa
permanência no mundo, pois o mundo nos odeia? Através
da santificação de cada um de seus discípulos, o Pai garante
a nossa permanência no mundo. Sem santificação,o Pai não
poderia garantir a nossa permanência no mudo
João 17:15: Não rogo que os tires do mundo,
mas que os guardes do Maligno. /.m ó :13;2 ts3.3/
Não sendo do mundo, deveríamos ter algum tipo de segurança
para permanecermos no mundo. Que garantia seria?
João 17:16: Eles não são do mundo, assim
como eu não sou do mundo, (jo i7:i4/
Isto é, que eles fossem santificados segundo a Verdade do
Pai, a Palavra, o Verbo, Cristo. Era necessário que fôssemos
santificados Nele. Como podemos ser santificados,
verdadeiramente? Pelo seu sangue depositado diante do
Trono do Pai (Hb 10:11,14,29). Este sangue depositado
diante do Pai garante a nossa permanência no mundo, sem
que o mundo nos atormente, a fim de que façamos a obra
que Deus nos confiou, que consiste em fazer discípulos por
todas as nações, começando no ambiente de nossa vida
doméstica e indo até os confins da terra. A Palavra de Deus
x nos garante que ele nos santificou
João 17:17: Santifica-os na tua Verdade; a tua
Palavra é a Verdade. (jo i 5:3;Su iq . i 60)
Santificados, podemos entrar no mundo e viver nele, tendo
alegria completa. Mas, como opera em nós a santificação de
Cristo e como ela difere de santidade. Como a santificação é
de Cristo e a santidade énossa?Epor que a santificação nos
garante viver neste mundo para que tenhamos livramento e
alegria completa?
João 17:18: Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo, jo
20:21/
Quando Deus queria falar exigia santificação e santidade do
seu povo, além de pedir que esperasse o dia marcado por
Ele, em local específico, onde se manifestaria. A
santificação, antes da morte de Cristo, era um voto com
oferta que gerava grandes bênçãos. Falaremos dos três
pontos, gradualmente, os quais estão registrados em
Levítico27:l-28.Asantificação produz herança: “Agora,
pois, vos recomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele
que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos
os que são santificados” (At21:26). Precisamos estudar
melhor esta palavra que é, geralmente, confundida com
“santidade”. Temos primeiramente que observar bem a
diferença entre consagração e santificação. A “doutrina da
santificação” sempre teve o tom de “pode e não pode”,
quando ela, de fato, era um depósito em prata equivalente a
umapessoa, coisa, bem ou herança, dedicado no Santuário;
acontecia depois de uma avaliação sacerdotal, e custava um
J oão 17:18
preço, isto é, uma oferta. Leia o texto de Levítico 27:2-27.
Nesse texto vemos a santificação de pessoas, de animais e
de herdades; Deus falou a Moisés que não importava se a
santificação fosse por animal limpo ou imundo, porque o tal
não permaneceria no Santuário, mas sim, a oferta
equivalente; o animal voltava com oseudono para o
acampamento santificado; somente a sua oferta
equivalente permanecia no Santuário e dava poder de
santificação à pessoa, ao animal ou ao bem. Havia
santificação de imóveis como casaou terrenos; havia
santificação de campo. Isto acontecia porque ninguém
vendia uma propriedade em perpetuidade, por isso,
conseqüentemente, o prazo da sua santificação expirava.
Segundo o que lemos em Levítico 25, se uma pessoa
comprasse um terreno de seu irmão em Israel, o juiz
calculava o seu valor tendo como base a data em que a
propriedade foi vendida no decorrer dos 50 anos, isto é, até
o ano dojubileu. No ano quinquagésimo (50o.) tudo voltava
às mãos do herdeiro da propriedade. Seumhomem
estrangeiro comprasse uma propriedade no 27° ano,
deveria dar a carta de resgate ao proprietário original e
considerar que era possuidor daquela herdade somente
por23 anos. Esse era o tempo da possessão: 23 anos. O
terreno voltava ao seu dono original sem santificação. Mas
havia uma exceção. Somente o primogênito não poderia ser
santificado, pois era consagrado automaticamente desde o
seu nascimento. Aqui está a diferença entre a santificação e
a consagração, pois no texto oSenhorpedeque não se
santifique aquilo que já estava consagrado (Lv27:26).
Entendendo melhorasantificação no Novo Testamento,
sabemos que a igreja de Corinto foi chamada pelo apóstolo
Paulo como santificada, mas, a seguir, foi chamada de carnal
(1 Co 3:1). Isto é, estava santificada, mas era carnal (1 Co
1:2; 3:1). O ato de santificar, segundo aBíblia, não estava
ligado a uma busca de limpeza, depois de um ato de pecado
ou de uma transgressão, mas era um depósito de
determinado valor para cobrir de segurança o objeto da
santificação. Este preceito do antigo pacto é um tipo
maravilhoso da santificação real que Jesus cumpriu em
favor de todos nós, de uma só vez (Jo 17:19); por isso, Jesus
mesmo foi o depósito da sua santificação (Jo 17:19-20). Ele
deu a sua própria vida para nos santificar. Aqui vemos dois
extremos: a santificação feita por Cristo, que nunca pecou,
e a santificação de um animal imundo. Logo, a santificação
não significa o mesmo que santidade, embora possamos
aplicar a esta palavra outros significados paralelos, mas, no
sentido original, era um depósito equivalente a um bem, a
umapessoa ou a um animal, feito no altar do Tabernáculo.
O Cristo que se santificou não se santificou por que pecou,
mas porque depositou a si mesmo diante de Deus, para que
nós pudéssemos viver no mundo. Ele pediu ao Pai que não
nos tirasse do mundo, mas que nos guardasse do mal. O Pai
então estabeleceu o preço: a santificação pelo sangue de
seu Filho. O Filho aceitou, dizendo “se é assim, eu me
santifico por eles”. E isto implicava em um depósito, que
era o seu próprio sangue. Ele depositou a si mesmo diante
do Pai para que tivéssemos liberdade para viver neste
mundo e não sermos, por isso, destruídos pelo mal; e o
preço de nossa santificação não foi prata ou ouro, mas o
sangue de um Cordeiro imaculado, que é Cristo (1 Pe
1:18-20). Ele depositou o seu sangue por cada um de nós
(Hb 10:10,14 e 29). O sentido de santificação para ele era o
435
17:19
mesmo que constava no texto bíblico; não era o equivalente
ao nosso “viver santo” ou santidade (que jamais deverá
deixar de ser fundamento de nossa vida cristã); era um
depósito de um preço equivalente. Mas, por que a igreja de
Corinto era chamada santificada, quando logo a seguirfoi
chamada de carnal? Pois estava santificada e foi
considerada carnal (1 Co l:2;3:l;Lv25:15-17). Observe
que a santificação estava ligada, antes de tudo, à avaliação
sacerdotal; era autenticada com um depósito equivalente
ao objeto santificado no Santuário. Levítico usa duas
palavras: Santificação (vv. 2-27) e consagração (w. 28-43).
Quando o autor se refere à santificação quer dizer que era
santo, e quando se refere a consagrado, quer dizer que é
Santíssimo. Adiferençabásicaentre as duas palavras é o
montante do depósito feito. Santifica-se aquilo que
permanece em nosso poder no mundo, isto é, que volta
para casa, depois que o valor equivalente era depositado no
Santuário; isto é, um depósito de um valor estipulado pelo
sacerdote. Quando alguém quisesse se santificar, não
deveria comparecerão Santuário para lavar-se, para jejuar
ou para consagrar-se, mas para entregar o preço
equivalente a si mesmo. Havia uma tabela para as
diferentes idades, e até uma criança de um mês poderia ser
santificada. Santificação era um depósito equivalente e
custava um preço. A consagração sempre foi uma doutrina
desconhecida de muitos, pois tudo o que é consagrado não
pode mais permanecer em nosso poder (Lv27:28-30). Há
pessoas que saem com os seus vidrinhos de azeite para
“consagrar” as casas dos membros inexperientes da
congregação, marcando com o óleo arquivos e colunas,
orando com imposição de mãos por tudo o que encontra:
“Senhor, consagramos esta casa ou esta empresa”, etc.
Assim, a pessoa que ministra e a que recebe a ministração
(muitas vezes sem autorização pastoral oficial) não sabem
que naquele momento a casa ou a empresa torna-se
anátema ao Senhor. Mas este não era o propósito da oração.
O obreiro que orou não tinha conhecimento nem daquilo
que dizia nem daquilo que fazia; então, o que devemos
fazer? Deus não toma em conta o tempo da ignorância, mas
Satanás, sim, pois ele trabalha baseado na nossa ignorância.
Eeste exemplo é a dura realidade de muitos de nossos
amados irmãos em Cristo, empresários, pais, esposas,
esposos e ministros que estão passando por graves
problemas financeiros. A santificação é obra de Cristo por
nós, e por causa dele procuramos viver uma vida de
santidade para a sua glória. Pois a justiça da fé foi efetuada e
consumada por Cristo, e ele merece toda a glória e toda a
nossa confiança. Se o seu voto foi de consagração, e o que
você queria mesmo era santificar, deverá resolveristo
imediatamente, santificando o seu bem corretamente. Mas j
você, em si mesmo, já está santificado por Cristo, mediante
um alto preço de sangue, uma vez para sempre. Por isso,
Jesus santificou a si mesmo (Jo 17:19), para que, fôssemos
santificados verdadeiramente, mediante o preço de seu
sangue. Por isso entenda: Santificar é depositar. Consagrar
é entregar tudo, cem por cento no altar. Santificar é assinar
um contrato de seguro celestial executado poranjos.
Consagrar é entregar o bem prometido todo a Deus. Hoje,
já não se santifica pessoas por nenhum preço, ou seja,
ninguém deve exigir prata ou ouro para a sua santificação,
porque Jesus já fez isto por todos nós, uma vez para sempre.
Ele depositou o seu sangue no Santuário por nós. Este foi o
J oão 17:20
preço que ele pagou. Ele nos santificou, não porque nos
lavou porseu sangue, mas porque pagou com seu sangue o
preço no leilão espiritual da História da humanidade (Lc
4:5,6; Lv 25:47-49). Hebreus nos diz que ele ofertou o seu
sangue como a oferta que nos santificou para sempre; isto
quer dizer que, diante do Pai, está o valor do nosso depósito
equivalente (Hb 10:11,29), o sangue dejesus Cristo. Mas o
texto mais precioso é este que o autor aos Hebreus
escreveu (10:10): “É nessa vontade (dele) que temos sido
santificados pela oferta do corpo dejesus Cristo, feita uma
vez para sempre”. Observe um dos textos: “Com uma só
oferta aperfeiçoou para sempre os que são santificados”, o
que equivale à doutrina de Levítico 27:2-8. Por isso, temos
um valor respeitável no mundo espiritual, valemos o
sangue dejesus Cristo! Lemos em 1 Pedro 1:18-20:
“sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata
ou ou ro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver,
que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com
precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem
mancha, o sangue de Cristo”. Que fazer agora, se temos
sido santificados, então não precisamos santificar nada
mais? Nós fomos santificados como pessoas mediante o
sangue de Cristo Jesus depositado no propiciatório. Mas, os
nossos bens deveriam ser santificados por causa da
herança; não é um mandamento, é um caminho melhor, e
pode ser feito como voto diante de Deus. Entre o povo de
Deus, que vive a graça de Cristo, há os santificados,
membros; e os consagrados, ministros. As pessoas que
eram santificadas tinham seus nomes escritos no livro do
Templo e toda palavra ligada à santificação, quer no Novo
Testamento, quer no Antigo Testamento, está associada à
oferta. Observe neste texto o apóstolo declarando a sua
santificação, depois de ter dado a sua oferta em Jerusalém
que, hoie, é apenas um tipo daquilo que Cristo fez por nós
em Graça (At 24:17-18)
J o ã o 1 7 : 1 9 : E p o r e les e u m e sa n tific o , p a ra
q u e , n a v e rd a d e , e le s ta m b é m se ja m sa n tifi­
c a d o s. (Jol5:13;H bI0:10s)
A Igreja estava sendo edificada, pois já havia sido eleita
antes da fundação do mundo. Onde estão as suas marcas
proféticas? No Salmo 102:12-28 temos várias profecias
no meio de um vasto texto que parece ser um simples
salmo devocional, mas nele estão inclusas as três medidas
de farinha de Mateus 13: Sião, que prefigura Jerusalém
(SI 102:13); as nações da terra(Sl 102:15),ealgreja,um
povo que havia de ser criado. Este Salmo foi escrito no
Antigo Testamento, e algreja foi edificada por Cristo na sua
primeira vinda (Mt 16:18); ela foi profetizada por Ezequiel
como a nação poderosa (Ez 31:11). A Igreja assumiu o lugar
do Grande Luzeiro. No dia em que o Luzeiro foi expulso
do Éden Celestial, uma sentença foi lançada sobre ele:
“Um povo, dentre as mais poderosas das nações, te dará
o trato que tu mereces”. Eis aí a origem da Igreja, antes da
fundação do mundo. Imediatamente apósarebelião deles,
Deus jáhavia provido um povo substituto, para louvor
de sua glória, que é a Igreja. E este povo foi incumbido de
executar esta sentença. Porisso,algrejafoieleitaantesda
fundação do mundo (Ef 1:6)
J o ã o 1 7 :2 0 : E n ã o ro g o s o m e n te p o r e ste s,
s e n ã o t a m b é m p o r a q u e le s q u e , p e la s u a
436
17:21
palavra, hão de crer em mim;
Este é o modelo de unidade que ele nos deixou para seguir.
Ele deseja que sejamos um, assim como as três pessoas da
Divindade são um. O modelo é maravilhoso e precisamos
conhecê-lo ainda mais. Aunidade da Divindade é um
mistério. Antes do princípio da criação, o SenhorJeová
usava um nome para as três pessoas. Por isso, o corpo
do Filho do Homem tornou-se um corpo para as três
pessoas, após sua encarnação e sua ressurreição. Assim
como também o Espírito Santo é um Espírito em que as
três pessoas se movem (Ef4:3-6). Jesus Cristo é Filho,
literalmente, depois da encarnação. Mas o Filho não era
conhecido como tal; ele coexistia antes da sua encarnação
como pessoa, isto é, como alma e como o Verbo. Somente o
seu corpo deveria sercriado para que a encarnação viesse
a ser uma realidade. O seu corpo humano foi criado antes
do corpo de Adão e, semelhante a ele, o corpo de Adão foi
formado. Aquele corpo original somente veio à existência
com a encarnação, mas ele estava projetado antes da
fundação do mundo. Para isso, o seu corpo foi criado (Hb
10:5; Cl 1:15). Sim, o seu corpo foi o Primogênito da Criação
(Cl 1:15); foi criado, mas a sua alma coexistia, pois ele
sempre foi Deus
João 17:21: para que todos sejam um; assim
como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti; que
também eles sejam um em nós, para .que o
mundo creia que tu m e enviaste, tjo io-.38)
(1) A glória era um bem dado àquele que pudesse entrar
no Reino; assim como Jônatas não permitiu que Davi
entrasse no Palácio com as roupas simplórias de pastor,
ao oferecer-lhe as suas próprias vestes, a Igreja receberá
a glória do Reino oferecida por Cristo. O Reino é de Deus
e tem Poder e Glória. Nenhuma pessoa pode entrar no
Reino sem ter “conhecimento” do poder e da glória do
Reino. A palavra “conhecimento” significa o mesmo que
“ter experiência” com a sua glória. (2) A identificação e
a comunicação entre as três pessoas, da Divindade: (a)
Deus fala no singular (Gn 18:21,22). (2); (b) manifesta-se
no plural (Gn 18:2,3); (c) as três pessoas (Gn 18:3) têm
um só senhorio (Ef 4:3-5); (d) falam entre si: “é como um
de nós” (Gn 3:22); (e) são três pessoas e não três deuses,
porque jamais se revelam separados um do outro por
causa do vínculo do Espírito que os une eternamente.
Se estivessem separados, seriam três pessoas e três
deuses, mas, por causa do vínculo de unidade, que é o
Espírito Santo, são um só Deus. Precisamos entender
a importância do corpo na Divindade, porque antes o
Filho estava no seio do Pai, e, durante toda a trajetória das
dispensações, ocorrerão mudanças, pois o Pai habitará
finalmente no seio (no corpo) do Filho (Jo 1:18; 1 Co
15:26-28; Cl 1:19; 2:9). Portanto, necessitamos conhecer
o modelo da unidade da Divindade para entender a
oração intercessória de Cristo (Jo 17:21 -22). O modelo da
unidade que ele sempre sonhou para o seu corpo, a Igreja,
é o mesmo modelo de unidade que há entre a Divindade.
Quando Jesus fez esta oração intercessória, ele fez uma
grande oração. Nela, ele pedia que seus discípulos fossem
um. Ele indicou o modelo que desejava para a sua Igreja,
“assim como nós somos um”. É o mesmo modelo que ele
deseja para nós, segundo o modelo que pediu ao Pai, pois
437
J oão 17:26
eles tinham tudo em comum (Jo 17:10); um glorificava o
outro (Jo 17:5-6);umdavacoberturaaooutro 0o 11:42);
um sabia o seu tempo e asua hora de atuação; um jamais
contradizia o outro 0o 5:19); cada um dava testemunho do
outro; cada um estava ondeo outro estava. A comunicação
entre eles era algo fundamental. O desejo do Filho 0o
14:21,22) era que os discípulos fossem cheios do Espírito
Santo
João 17:22: E a glória que tu me deste, eu
lhes dei, para que sejam um, como nós so­
mos Um; (Jo 14:20)
Este era o grande modelo que, agora, incluía uma quarta
pessoa nesta unidade: A Igreja. O mundo só reconheceria
que Cristo era o enviado do Pai se eles vivessem esta
unidade segundo o modelo revelado; e não haverá
unidade sem o amor de Deus. Este amor é fundamental (1
Co 13). Quem diz que ama e não sabe esperar, não ama;
quem diz que ama e não sabe suportar, não conhece o
amor; quem diz que ama e não crê, jamais conheceu o
amor. Este amor não é o amor romântico, é o verdadeiro
amor do Pai; isto é, o amor sacrificial, que sabe doar sem
esperar receber, éoam orde quem investe e crê nos frutos
de seu investimento
João 17:23: eu neles, e tu em mim, para que
eles sejam perfeitos em unidade, a fim de
que o mundo conheça que tu me enviaste,
e que tu os tens amado, assim como me tens
amado a mim.
Desde quando o Pai ama o Filho, como pessoa encarnada
entre os homens? Desde antes da fundação do mundo
João 17:24: Pai, desejo que onde eu estiver,
aqueles que me deste estejam comigo tam­
bém, para que vejam a minha glória que me
deste, porquanto me amaste antes da funda­
ção do mundo, (jo 12:2ò; 14:3;Mt2S:34;Jo 17:5)
Outra prova da coexistência do Verbo neste capítulo.
Procure encontrar as outras provas. Será um grande
exercício
João 17:25: Pai justo, o mundo não te co­
nheceu; eu, porém, te conheci, e estes co­
nheceram que tu me enviaste, (jo 7:2q; i 5:21;
16:3; 16:27)
O amor do Pai e a pessoa de Jesus devem estar em nós,
pois Jesus nos revelou oN om eeoam ordoP aiem relação
a seu Filho. Ele pede que o amor do Pai e a pessoa de Cristo
estejam em nós
João 17:26: Eu fiz com que conhecessem o
teu N om e, e lho farei conhecer ainda mais,
para que o amor com que me tens amado
esteja neles, e eu neles também esteja.
(Jo 17:6; 15:9,15)
18:1
João, capítulo dezoito (18)
Os acontecimentos da paixão de Cristo começam
exatamente com asaída dejudas do Cenáculo, no capítulo
13:30. Jesus foi um homem completo. Marcos conta com
mais detalhes estes acontecimentos. Durante o tempo em
que viveu na Terra sempre foi Deus, sempre foi homem.
Ele, de si mesmo, isto é, de sua Divindade (onipotência,
onisciênciae onipresença), nada podia fazer (Jo 5:19)
se não o visse primeiro o Pai fazer. O Espírito Santo teve
um papel exemplar para todos nós na vida de Cristo. Seu
espírito se turbou na ocasião da traição dejudas e disse:
“Minha alma está triste até à morte”. Saiu para o Getsêmani
com os discípulos mais achegados. Necessitava de oração
de concordância. Na verdade, nem ao menos uma hora
puderam clamar e concordar com ele. O sono os dominou
no cenário frio e escuro do famoso jardim. As palavras
amargas que saíam, repetiam-se automaticamente.
Faltaram palavras ao Verbo. Quando disse: “Pai, passa
de mim este cálice”, estava sem concordância, e o Pai
não podia aceitar o seupedido, porque há algumas
orações devocionais, mas há outras que necessitam de
concordância. “Então,faça-seatua vontade, nãoaminha”,
disse. Foi melhor obedecer no Getsêmani do que sacrificar
no Calvário. Seu sacrifício no Gólgota não valeria nada se
ele não tivesse depositado a sua vontade no Getsêmani.
Muitos oferecem seu cruel sacrifício no Calvário sem
passar pelo Getsêmani. Mas o Mestre estava ali, deixando
sua vontade pessoal no altar do Pai. Os anjos sobrevoavam
a cidade. Saía da terra uma espécie de vapor. O cálice
havia chegado à borda. Satanás clamava vantagem. Sob a
permissão divina, havia entrado em Judas; era a encarnação
de Satanás. Nos planos originais havia de ser Pedro, mas
nele não havia base legal ejesus orou por ele. Pedro era
mais decidido, ejudas mais relutante. Porém, somente
Judas, dos doze, dera motivos com base legal para Satanás
atuar nele daquela forma: era ladrão desde o princípio
João 18:1: Tendo dito essas coisas, Jesus
saiu com seus discípulos para o outro lado
do arroio de Cedron, onde havia um hor-
to, no qual entrou com os seus discípulos.
(2 Sm 15:23)
Quem seria julgado? O que havia feito? Quem controlava
tudo? Quantas “purificações”Jesus havia feito no Templo?
Por quejesus não teria um julgamento justo? O que Jesus
havia feito em Mateus 24 e 25? Qual a importância do
discurso no Monte das Oliveiras. Vemos aqui o começo do
movimento para matar ajesus (Mt 26:1-5; Mc 14:1 -2; Lc
22:1 -2). O registro da traição descrita em Mateus 26:14-16
nos responde por que os líderes religiosos necessitavam de
um homem de confiança? O que exigia a coorte romana?
Por que Judas era importante para eles? Em Marcos
14:10-11 Judas foi aos sacerdotes disposto a negociar
Jesus por dez porcento do valor do vaso de alabastro que
Maria quebrou aos pés de Cristo. Judas buscava uma
oportunidade para entregá-lo e ainda tinha que fazer uma
acusação formal contraJesus; assim, os sacerdotes ficaram
contentes (Lc 22:1 -6). Satanás entrou em Judas e estava
movendo-se pessoalmente naterra
João 18:2: E também Judas, aquele que o
JOÃO 18:8
entregaria, conhecia aquele lugar, porque,
muitas vezes, Jesus se reunia ali com os seus
discípulos. (Lc21:37;22:39)
No livro de Mateus vemos que Judas conhecia o caminho.
Os piores adversários são aqueles que conhecem as nossas
intimidades; isto é, aqueles que sabem onde nos encontrar.
Que lugar! Que hora! Bendito Getsêmani
João 18:3: Então Judas, depois de ter recebi­
do da coorte uma companhia de soldados e os
ministros dos príncipes dos sacerdotes e dos
fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e
armas, (a u .-ió)
Todas as informações Jesus recebeu no monte da
Transfiguração (Lc 9:30,31)
João 18:4: Jesus, porém, sabendo tudo o que
lhe havia de suceder, adiantou-se e pergun-
tou-lhes: “A quem buscais?” (Lc Q.-30,31;Joó:64;
13:1,11; 18:7)
Eles buscavam ajesus, o Nazareno, e ele erajesus, o
Belemita. Dependendo de como entendessem a sua
origem, seriam as suas atitudes. Mas ali, ele não era nem
Nazareno, nem Belemita, era o Filho de Deus se revelando
como Deus. A atitude dejudas não foi compreendida por
Jesus como uma ocasião para ser marcadana suá mente
como um motivo para rancores. Mas estava ali para levar
o Cordeiro de Deus, conforme o texto do Salmo 118:27,
quando a vitima deveria ser atada e conduzida ao altar de
quatro pontas: a cruz
João 18:5: E responderam-lhe: “A jesus, o
Nazareno’’.‘E jesus lhes disse: “Eu Sou”. E
também estava com eles Judas, aquele que o
entregava.
Antes de o ofenderem, de o esbofetearem, pois ali estavam
j os servos dos sacerdotes, ele quis mostrar que se usasse o
seu poder, eles não tinham chance de tocá-lo
João 18:6: E quando Jesus lhes disse: “Eu
Sou”, recuaram e caíram por terra.
Eles somente queriam ojesus de Nazaré. Eles não queriam
o “Eu Sou”...
João 18:7: Então tornou a perguntar-lhes:
“A quem buscais?” E eles responderam: “A
Jesus, o Nazareno”. (joi8.-4j
A primeira demonstração eficaz de seupoder libertador. A
mesma frase ele diria ao mundo espiritual quanto aos seus
discípulos. A turba não pode fazer nada contra eles, pois
estavam sob a guarda de Cristo
João 18:8: E respondeu Jesus: “Já vos disse
que Eu Sou; portanto, se é a mim que buscais,
deixai ir estes”;
Ele reconfirma a sua grande obra salvadora
e a sua grande responsabilidade em guardar a cada
438
18:9
um daqueles que o Pai lhe deu
João 18:9: para que se cumprisse a palavra
que tinha dito: “Daqueles que tu me deste,
nenhum deles perdi”. ijo i7=i2;
Em Lucas 22:35-38 lemos que Jesus compara a Primeira
Comissão dos seus discípulos com a Segunda. Eles estavam
saindo para o Getsêmani. Algo grandioso estava por
acontecer. Na Primeira Comissão que foi enviada porjesus,
os seus discípulos estavam entre os setenta candidatos.
Eles estavam proibidos de levar bolsa, alforje, espada, e
mais de um par de sapatos. Não podiam receber mais do
que o prato de comida, ou a sua porção alimentícia diária;
isto é, o pão de cada dia. Este é o salário de quem está na
Primeira Comissão. Tendo sido aprovados na Primeira
Comissão, Jesus os autorizou a levar bolsa, alforje e espada.
As espadas que eles tinham conseguido representavam o
Antigo e o Novo Testamento, que deviam usar com amor e
sabedoria, como bons soldados. As espadas em suas mãos
representavam a Palavrada Verdade com dois gumes, que é
completa nos dois testamentos. A Lei e a Graça. Pedro havia
entendido que as espadas eram instrumentos de guerra,
de porfia, de defesa. Eles não compreendiam o significado
daquilo que lhes foi autorizado na Segunda Comissão.
Haviam sido experimentados, mas Pedro mostrou que
ainda não estava preparado. Uma demonstráção do abuso
do poder eclesiástico usado como um poder militar. Assim
atuam muitos ministros hoje
João 18:10: Então, Simão Pedro, que tinha
espada, desembainhou-a e feriu um servo do
sumo sacerdote, cortando-lhe aorelha direita.
Eo servo se chamava Malco.
Alguns dos privilégios que temos tem mais significado
do que utilidade ou proveito próprio. Alguns dos nossos
privilégios pertencem ao nosso Senhor, que nos envia, e
têm significados eternos e espirituais. Aquela espada era
avelha espada da Lei que Pedro ainda gostaria de usar. Ela
deveria ficar na bainha, para que a nova espada da Graça
curadora e perdoadora fosse inaugurada. Ela viria se o Filho
bebesse o cálice que estava nas mãos de seu Pai. O cálice já
havia sido autorizado, minutos antes no Getsêmani
João 18:11: Mas Jesus disse a Pedro: “Mete
a tua espada na bainha; porventura, o cálice
que o Pai me deu, não o beberei?”m 20=22}
João não conta o que aconteceu entre estes dois versos. Ele
não contao desespero do servo levita do sumo sacerdote
que fica sem orelha, ao ver seus sonhos lançados ao chão e
serem pisoteados. Como levita, tersua orelha direita cortada
eraa exclusão radical do ministério sacerdotal; um ataque
direto que punha em risco a continuidade de seu sonho que
era ser um sacerdote. A orelha no chão representa o seu
sonho eliminado e jogado por terra. A orelha cortada por um
futuro apóstolo representava o fato de que muitos líderes não
respeitam o sonho de outros ministros
João 18:12: Então, a companhia dos solda­
dos e 0 comandante e os ministros dos judeus
prenderamajesus e 0 maniataram, (su 18=27}
JOÃO 18:14
O começo do movimento oficial para matar a Cristo:
Devemos ler Mateus 26:1 -5 e entender que aquele dia
era uma quinta-feira. Este foi um encontro ilegal entre os
principais sacerdotes no Sinédrio (Mc 14:1 -2; 1x22:1 -2).
Eles deveriam reunir-se no Templo, mas reuniram-se no
pátio da casa de Caifás. O primeiro julgamento foi realizado
diante de Anás(Jo 18:12-20). O Sinédrio não queria julgar a
Jesus (Jo 18:20). Não era lícito forçar um réu a condenar-se
a si mesmo. Lendo Deuteronômio 25:1, observamos como
deveriam julgara um justo. Este julgamento foifeito à meia-
noite, logo, foi ilegal. Lá estavam grupos de soldados com
o seu capitão e os oficiais dos j udeus. Levaram-no a Anás
por que não sabiam o que fazer, pois tudo tinha sabor de
ilegalidade, e Anás era um grande corrupto
João 18:13: e o conduziram primeiramente
aAnás, pois era o sogro de Caifás, sumo sacer­
dote daquele ano. (.Mt26:57;Mc 14=53;Lc22=54}
Fizeram uma reunião secreta. Tratavam dos seus próprios
interesses em uma convocação feita à noite, mas deveriam
reunir-se no Sinédrio, entre o nascer e o pôr-do-soi. A razão
dessa reunião foi para que o sumo sacerdote pudesse dar o
veredicto oficial quanto à morte dejesus. Foi uma reunião
ilegal, pois fizeram o julgamento dejesus sem acusação
verídicae sem defesa. Observe que alguém sugeriu esperar
até depois da festa da Páscoa. Mas, como o Cordeiro
morreria depois da Páscoa?
João 18:14: E este Caifás era quem havia
aconselhado aos judeus que convinha que um
homem morresse pelo povo. tjo 1 1=49-5 /}
Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, porisso
o vemos acompanhando ajesus no pátio de sua casa; as
pesquisas mais completas revelam que os três primeiros
julgamentos e as primeiras três pessoas que o julgaram
eram todas religiosas. Eram os principais do sacerdócio, os
escribas e os fariseus. Eles faziam parte do grupo conhecido
como Sinédrio, o centro religioso dojudaísmo tramando
um assassinato. Lembre-se disto. Tudo o que cheira a
religiosidade é complicado. Observe na História que as
piores manobras contra pessoas justas e inocentes foram
planejadas por líderes religiosos. Não me parece raro que
os maiores erros da História tenham sido cometidos em
nomedareligião, como a crucificação, ainquisição, as
divisões e rebeliões. Sendo Anás o homem mais rico da
cidade e o capitão político-religioso, dirigiu o julgamento.
O que ele dizia era como lei. Tudo deveria ser esclarecido
por Anás, antes dejesus ser enviado ao tribunal. Anás e
Caifás eram parentes e estavam de acordo em tudo. O pátio
do sumo sacerdote tornou-se um tribunal. Nossas obras
chegam ao conhecimento das autoridades, mesmo que
não a divulguemos, e assim nos tornamos conhecidos de
todos. Observando a condição de Pedro, neste momento,
o consideramos tão traidor como Judas. Mas as pessoas
mudam. Sabemos que o outro discípulo erajoão, e estes
dois discípulos o acompanhavam. Descobrimos mais tarde
que eles não eram tão amigos, mas tinham algo em comum:
Cristo. Quem entra no pátio do julgamento deCristo,
também entrarána sua sepultura vazia. Embora Pedro tenha
chegado atrasado, ejoão tenha chegado primeiro, somente
Pedro entrouna sepultura. O átrio erao lugar correto parase
439
18:15
trazer primeiramente o cordeiro a ser imolado
João 18:15: E Simão Pedro e outro discípulo
seguiam a Jesus. E aquele discípulo era co­
nhecido do sumo sacerdote, e entrou com
Jesus no átrio do sumo sacerdote. (Mt26:58;M c
14:54; Lc22:54j
Esta é a posição daquele que não faz amigos nem usa de
diplomacia, pois acredita que a política deve ser feita
apenas por pessoas corruptas, por isso ficará na porta em
determinados momentos importantes de sua vida. O futuro
exige pequenos detalhes semeados no passado, e a entrada
em lugares restritos exige conhecimento e influência.
Pedro ficará devendo ajoão essa atitude de compaixão.
No último capítulo vai querer prestar contas disso. Veja
a importância da porteira no pátio e compare a glória de
um servo na casa de seu senhor. Enquanto grandes nomes
esperam na porta para entrar, ela entra e sai sem nenhum
problema. A porteira representa um serviço bem prestado,
e seu conhecimento é abrangente
João 18:16: Pedro, porém, ficou na parte
de fora, à porta. E saiu aquele discípulo que
era conhecido do sumo sacerdote, e falou à
porteira do turno, e introduziu ali a Pedro.
Observe a posição de Pedro. O mundo físico revela a sua
posição em Cristo. No verso anterior, Pedro ficou entre
a entrada e a saída. Estava na parte de fora, à porta. Esta
posição mostrava a sua condição ministerial, em relação
a Cristo: Nem dentro nem fora. Ele precisava, realmente,
converter-se. Com razão, Jesus lhe disse: “Pedro, quando tu
te converteres, apascenta os teus irmãos”. Quem está entre
a entrada e a saída responde assim: “Não sou discípulo
deste homem”. Os traidores relutantes sentem muito, mas
acabam realizando obras segundo os seus intentos. Esta é a
posição da dúvida; esta é a posição da indecisão. João estava
mais perto, do lado de dentro. Vemos aqui as posições de
nossos discípulos
João 18:17: Então, a criada porteira pergun­
tou a Pedro: “Não és tu também um dos discí­
pulos deste hom em ?” Respondeu ele: “Não
SOU”.,Jo 17:25)
Pedro estava entre o braseiro de fora e o de dentro. No de
dentro, Jesus estava começando o seu holocausto. No de
fora, Pedro se aquecia. O fogo era emprestado, não foi ele
que trabalhou para acendê-lo. O homem do Pentecostes,
algum dia, já viveu de aquecimento emprestado nas
fogueiras dos outros. Pedro estava no meio dos servos e
dos guardas. Lendo Mateus 26:69-75, em comparação com
os outros Evangelhos, vemos a inquietação de Pedro, que
ora estava em pé e ora estava sentado; ora no pátio e ora
na porta, mas jamais entrou à sala. Nos quatro Evangelhos
observamos a atitude de quem está entre a porta da sala
e o pátio. (1) Discute com criados (Mt 26:69); (2) nega o
senhorio de Cristo diante de todos (Mt26:70); (3) nega
o seu próprio conhecimento: “não sei de que falas” (Mt
26:70b); (4) quando não somos aprovados naprimeira
porta, repetimos a mesma prova (M t26:71): observe a
JOÃO 18:19
palavra “outra”; (5) aquele que está com Jesus, o Nazareno,
se denúncia porsi mesmo (Mt26:73c): “atuamaneira de
falar”; (6) aquele que reluta à porta pode tanto jurar como
lançar maldições (Mt26:72,74); (7) aquele que está entre a
porta e a sala vive rapidamente, na mesma hora e no mesmo
dia, os estágios do caráter do ímpio, os quais são: (a) andar
(b) deter-se (c) e assentar-se (SI 1). Pedro estavano terceiro
estágio. O terceiro estágio, “assentar-se”, é acompanhado
com uma olhada de Cristo sob o sinal do canto do galo, que
representa a consciência humana diante da Palavra dita por
Deus. Somente no livro de Lucas vemos este detalhe: (1)
Pedro seguia (andava) de longe (Lc22:54). Mesmo indo à
casa do sumo sacerdote, ele caminha na senda dos ímpios.
Aquele que disse que morreria por Cristo, agora, nem sequer
o conhecia. (2) Aqui emjoão vemos que está detido no
pátio, à porta. (3) Agora, ele assenta-se (Lc22:55). O fogo e
o aquecimento dos ímpios o atraíram. Era uma necessidade
para quem não entrou na sala. Podemos justificar-nos “que a
natureza não suporta”, e é atraídaao fogo; mas, se entrarmos
na sala vemos queJoão não estava assentado perto do
braseiro. Eles o conheceram por causa dejesus, porque era
galileue porque falava como Jesus (Mc 14:70). As sentenças
que se manifestam após a traição são duras: (1) o galo; (2) a
olhada dejesus (Lc 22:61) e (3) o choro amargo (Lc 22:62).
Aquele galo cantou duas vezes (Mcl4:72).Cadacantodo
galo representa um estágio de seu ministério. Marcos nos dá
mais detalhes e nos diz: “antes que o galo cante duas vezes,
me negarás três vezes”. A nossa consciência é latente. Isto
significava que o assunto não estaria terminado ali. Para a sua
restauração, se requereria uma confissão de amor por cada
negação, enquanto o galo cantava silencioso no coraçãadele
até o seu arrependimento
João 18:18: E estavam ali os servos e os minis­
tros, que tinham acendido um braseiro, pois
fazia frio, e se aquentavam; e estava ali tam­
bém Pedro, no meio deles, aquentando-se. ímc
14:54,67;Jo21:9)
(1) Ele disse que a multidão nada sabia, e a cada pergunta
ele permanece surpreso, pois também se colocou no
mesmo nível da multidão, ao fazer-lhe as perguntas a
respeito de sua doutrina. “Qual é o teu credo? Em que
crês, e como o comprovas? (2) Enquanto isso, dentro
da sala da casa do sumo sacerdote, vemos o começo dos
julgamentos de Cristo, sob a visão cronológica de Lucas,
Mateus, Marcos ejoão. Textos preliminares como Lucas
22-24 e Mateus 16:21 -28 são fundamentais, mas não tanto
como João 17-21. Os julgamentos foram divididos em
religiosos e civis: (1) Os religiosos diante de Anás e Caifás.
(2) Os julgamentos civis diante de Herodes e Pilatos. Agora
vejamos o começo do movimento para matar ajesus
(Mt26:1-5; Mc 14:1-2; Lc22:1-2)
João 18:19: O sumo sacerdote perguntou
ajesus a respeito dos seus discípulos e da sua
dOUtrina. (Mt26:59-68;Mc 14:55-65;Lc22:63-71)
Aquele que falava abertamente nas sinagogas falava no
Templo. Os judeus quese congregavam sabiam a respeito
do que Jesus falava. Os que não se congregava m inventavam.
Mas ele nada lhes falou em oculto. As sinagogas estavam
440
18:20
fechadas, oTemplo estava aberto. Ele comunicava suas
mensagens no átrio do Templo diante de todos. Era a
revelação do Verbo, a revelação da Arca do Concerto. Tudo
que estava em oculto no Antigo Pacto, agora estava sendo
revelado no Novo Pacto
João 18:20: E Jesus lhe respondeu: “Eufalei
livremente ao mundo; e sempre ensinei nas
sinagogas e no Templo, onde todos os judeus
se congregam, e nada falei em oculto. (Mt26:55;
Jo7:26)'
O sumo sacerdote deveria tê-lo ungido para exercer o
seu ministério, legalmente. Mas isto jamais aconteceu (Is
61:1,2). Ele havia dito que sabia tudo, e a multidão nada
sabia, masJesus o massacrou com estas palavras, dando-lhe a
entender que a multidão, sim, sabia
João 18:21: Por que me perguntas a mim?
Pergunta aos que ouviram o que lhes ensinei;
eis que eles sabem o que eu lhes tenho falado.
Os subalternos geralmente são ignorantes, atrevidos e
desrespeitosos. A maioria dos servos subalternos toma
decisões em função da posição que ocupa. Os que fazem
parte desta maioria não são diferentes, incluindo o pobre
coitado guarda que, certamente, deve ter uma larga e triste
história devida em seu longo currículo de segurança. A
maioria dós subalternos gosta de aparecer na fotografia
como homem de confiança, mas são frustrados e escravos
melhorados. Alguns destes aprendem com a vida que
o séfviço é a beleza do seu ministério, e qu e o respeito
às pessoas a quem servem -n ão importa se são justos
ou corruptos - , sustentam os seus salários. Este pobre
guarda é um tipo de muitos “seguranças” de hoje, embora
creiamos que ainda haja um remanescente de verdadeiros
servos preparados, que fazem mais do que o seu senhor
lhes manda, mas que respeitam as pessoas e ainda usam
da diplomacia para falar em nome do seu senhor. Porém, a
maioria, ainda hoje, fere os profetas no rosto, em nome da
corrupção de seus líderes covardes, como o sumo sacerdote
Ananias, que mandou esbofeteara Paulo
João 18:22: E, quando ele disse isto, um dos
ministros guardiões do Templo que estavam ali
deu uma bofetada em Jesus, dizendo: “É assim
que respondes ao sumo sacerdote?”tjo 18:3;19:3;
Aresposta deveráseraguardadaatéoTrono Branco: “Que
entre o subalterno que feriu o rosto do Juiz! ” Ele levou um
soco por falar a verdade. Há pessoas que não merecem ouvir
a verdade, mas somente a mentira. A verdade causa um
efeito contrário nelas. Deveriam golpear o mentiroso, mas
ferem o verdadeiro e a Verdade. Jesus jáfoi réu, é advogado,
mas se revelará como juiz em breve
João 18:23: Respondeu-lhe Jesus: “Se falei
mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que
me feres? (At 23=2 -5)
O julgamento religioso diante de Caifás (Mt26:57). Já
sabemos que Anás era o homem religioso mais poderoso
da cidade, e dirigiu o espetáculo. O que diziaera lei. Que
J oão 18:25
grupo de traidores piores do quejudas, pois traíam a
própria Lei. EmMateus26:59 vemos que “buscavam
alguma testemunha falsa contra Jesus, a fim de condená-lo
à morte”.Judas não era algo garantido, pois apenas uma
testemunha nãoera suficiente para a confirmação de
qualquer delito (Dt 19:15). Mas a Lei estabelecia que eram
necessárias duas ou mais testemunhas para a acusação.
Em Mateus 26:60, vemos que muitos não chegaram a um
acordo ao servirem de testemunhas, e não foram aceitos.
Quando duas testemunhas concordavam, evidenciavam
as suas falsidades (Mt 26:60,61,65), e declararam que
Jesus lhes havia dito: “Posso destruir o Santuário de Deus
e reedificá-lo em três dias”. Mas nós sabemos que ele
se referia claramente ao Santuário de seu corpo. Esses
homens religiosos eram espertos para desviar a verdade.
Observe os versos (Mt26:62,63): “Jesus guardou silêncio”.
Compare isto com Isaías 53:7: “como ovelha muda” no
tribunal. Em Mateus 26:64-65,67, há uma frase: “Tu
o disseste”, que, em grego, quer dizer enfaticamente
“sim”. Mas, no verso 65 encontramos outra ilegalidade:
No tribunal judeu ninguém podia ser condenado por suas
próprias declarações. Recorde-se que se tratava de um
tribunal. O acontecimento cruel está aqui no verso 67:
Cuspi ram no rosto de Jesus. Como uma pessoa se sentiria
se assistisse uma cena dessas diante de um juiz injusto?
Golpearam-no repentinamente. Jesus, fisicamente, era o
homem mais forte, mais bem preparado fisicamente, que
houve na terra. Qualquer outra pessoa já teria morrido sob
essas condições. Jesus havia preparado os seus ombros
para a cruz. Não foi em vão o fato de ter sido educado por
um carpinteiro de Nazaré. Golpeavam a Arca em pessoa. As
ilegalidades reveladas em Mateus são: (1) O julgamento foi
feito durante a noite. (2) Não houve advogado de defesa, o
que era ilegal. (3) O tribunal trouxe testemunhas falsas, que
erailegal. (4) Havia juízo pré-estabelecido contra Cristo.
(5) Houve violência no tribunal. Não devemos esquecer
que os julgamentos de Cristo, segundo a cronologia dos
Evangelhos de Lucas, de Mateus, e Marcos e dejoão, foram
divididos em religiosos e civis
João 18:24: Anás o enviou, manietado, a
Caifás, o sumo sacerdote, uo i8:i3>
Pedro estava entre a porta e o pátio. Nos primeiros versos
comentamos quais as características de um discípulo
que não entra nem sai. Sua relutância é revelada pela sua
posição entre a porta e o pátio, entre seu aquecimento na
fogueira dos ímpios, assentando-se ao seu redor. Por que
João não fez o mesmo que ele? Porque ele não ficou entre a
porta e o pátio. Ele o negou novamente. Não são muitos os
galos que cantam, e não é apenas um animal doméstico que
funciona como relógio e como consciência. Observe que
Jesus disse: “Eu Sou”, e Pedro: “Não sou”
João 18:25: Enquanto isso, Simão Pedro ain­
da estava ali, aquentando-se, quando lhe per­
guntaram: “Não és também tu um dos seus
discípulos?” Ele negou e disse: “Não sou”.
(lo 18:18)
Nenhuma palavra é maior do que a evidência de uma
cicatriz, e nenhum promotor é mais contundente do que
um testemunho familiar de nossas grosserias. Ele queria
441
18:26
mesmo ouvir o gaio cantar
João 18:26: Um dos servos do sumo sacer­
dote, parente daquele a quem Pedro tinha
cortado a orelha, disse: “Não te vi eu no horto
corneie?” íjo i & ioj
No juízo podemos negara autoria de nossos crimes, mas a
natureza e a Palavra profética não se submetem às nossas
mentiras. Quando nos calamos, as pedras clamam. Mas
ninguém permanece imune àjustiça de Deus
João 18:27: E Pedro negou novamente, e
lOgO0 galOCantOU. (Jo 13:38j
Eles já estavam contaminados por não darem ao réu as
condições mínimas de defesa e de descanso. Como pôde
suportar toda aquela noite tão cruel? Agora sabemos
por que ele havia treinado no Getsêmani desde o
capítulo oito. O segundo julgamento diante de Caifás
(Mt26:57) não está registrado aqui em joão. O terceiro
julgamento diante de Caifás e do Sinédrio (M t27:l;
Jo 18:28; Lc22:63; Nm 11:11 -26): O grupo se reúne
novamente em plena luz do dia para dar legalidade
ao julgamento. Mas a lei Mosaica estabelecia que não
se devia fazer um julgamento nos dias de Festa, o que
tornava tudo aquilo muito mais ilegal, mas o propósito
era não deixá-lo vivo para matá-lo depois da Páscoa.
Mateus 27:1 -2 marca o fim dos j ulgamentos religiosos
e nos mostra o começo dos julgamentos civis. Vemos
as circunstâncias referentes à superioridade do
julgamento romano sobre o julgamento religioso. Roma
não autorizava a execução de nenhum criminoso pelos
judeus (Jo 18:31). Os estudiosos deste julgamento
concluíram que os judeus podiam julgar um homem
nos seus tribunais, mas os romanos também deveriam
julgá-los, e darem o veredicto final; isto é, quando os
judeus quisessem condenar à morte alguma pessoa.
Muitas vezes o julgamento civil era revisar ou aprovar a
acusação judaica. O governo não estava interessado nas
cerimônias nem nos preceitos judeus. As autoridades
romanas não examinaram Jesus à luz da lei judaica. Na
acusação dos judeus constava que Jesus era culpado de
blasfêmia. Segundo eles, Jesus se declarava Filho de Deus
(Mt 26:63-65). Mas alei romana não condenaria homem
nenhum por blasfêmia. Os romanos não se importavam
com o fato de Cristo querer ser o Messias ou não. O
paganismo romano não tinha nada a ver com os jogos
religiosos de palavras judaicos. A acusação de blasfêmia
foi posta de lado no tribunal. Neste caso, os judaizantes
não tinham muito tempo porque Jesus deveria ser
crucificado às nove horas da manhã. Também Estêvão foi
martirizado em um ato ilegal contrário à lei romana e à
mosaica. Há sempre uma quantidade de exagero quando
busca-se deliberadamente justificar um ato maligno. Eles
não queriam se contaminar para que pudessem comer
o cordeiro da Páscoa, quando o verdadeiro cordeiro era
Cristo e estava ali diante deles
João 18:28: E conduziram Jesus da presença
de Caifás ao pretório. E era de manhã, bem
cedo. E eles não entraram no pretório, para
não se contaminarem e assim poderem comer
JOÃO 18:31
OCOrdeirO da PáSCOa. (M í27:l,2;M cl5:l2;Lc23:l;Jo
; ll:55;AtU:3;Jo 19:14)
O quarto julgamento, o civil, diante de Pilatos. A primeira
apresentação diante de Pilatos (Jo 18:28-29) foi às seis
horas da manhã. Observe que o encontro aconteceu,
aproximadamente, um pouco depois das seis da manhã
e não tardou mais do que quinze minutos. Eles estavam
fazendo tudo com muita pressa (Lc22:66-71). Não devemos
esquecerque os julgamentos de Cristo devem serentendidos
segundo a cronologia entre Lucas, Mateus, Marcos ejoão,
e que devemos ler os textos preliminares de Lucas 22-24,
deMateus 16:21-28edeJoão 17-21. Os julgamentos foram
divididos em religiosos e civis: (1) Os religiosos, - diante de
Anás e Caifás. (2) Os civis, - diante de Herodes e Pilatos
João 18:29: Então, Pilatos saiu dali para ter
com eles, e perguntou-lhes: “Que acusação
trazeis contra este homem? ”
Pilatos estava esperando, já que uns poucos minutos antes das
seis, ele saiu para falar com eles, e perguntou: “Que acusação
trazeis contra este homem?" (Jo 18:29-30). Aconclusão
do outro julgamento, o anterior, é que ele foi acusado de
blasfêmia. Eles não o mencionaram por medo. Estavam
enfrentando problemas com Pilatos, pois sabiam que ele o
considerava inocente. Porisso, queriam enganá-lo, e disseram:
“Seeste não fosse malfeitor,não to entregaríamos” (Jo 18:30).
Eles tentaram fazer com que Pilatos desse uma sentença sem
investigação dos fatos. Sabiam que a acusação de blasfêmianão
seria aceita. Trataram de agir com toda pressa. Observe que se
Pilatos não tivesse sendo investigado pelo Senado Roíhano,
teria atendido imediatamente os judeus, como usualinente
ele fazia. Pilatos não tinhaporqueagirinjustamente,j)drtanto
disse: “Julgai-o segundo a vossa lei”. Em outras palavras:
“Se não há nenhuma acusação, promovam um processo e
consigam uma”. Isto queria dizer que, dealgum modo, tinham
que esclarecero queestavam fazendo. Em Lucas23:2, lemos
que eles trazem uma nova acusação e o acusam de traição
João 18:30: Responderam-lhe, dizendo: “Se
este não fosse malfeitor, não o entregaríamos
a ti”.
Eles já haviam tido a oportunidade de julgá-lo, mas não
puderam. Como vamos julgarojuiz dos juízes? Como
olharemos na sua face olho no olho? Eles procuravam alguém
que o matasse, pois muitas vezes quiseram apedrejá-lo
João 18:31: Então lhes disse Pilatos: “Tomai-
o vós, e julgai-o segundo a vossa Lei”. É os
judeus lhe disseram: “A nós não nos é lícito
matar a ninguém ”. (At24:6)
Este é o mesmo texto de João 12:33-34, referindo-se à
maneira como havia de morrer e de como haviam de
matá-lo. Eles já tinham determinado quejesus morreria
crucificado. Já haviam derruhado a sua casa e tirado a sua
viga principal, a fim de trazê-la para Jerusalém (Ed 6:11).
Por causa das palavras que ele havia dito sobre a destruição
do Templo, mesmo que se referisse ao seu corpo, eles
encontraram nelas a oportunidade de acusá-lo de morte,
por causa do decreto que havia contra quem intentasse
442
18:32
destruir o Santuário; pois somente assim deveria ser
crucificado, depois de retirarem a viga principal da sua
própria casa, fazendo de sua casa um monturo (Ed 6:11,12).
A palavra “levantar" explica melhor isto, pois se referia à
sua crucificação. Estafoi a razão por que morreu, mas havia
outros pretextos, como as duas limpezas do Templo
João 18:32: Isto aconteceu para que se cum ­
prisse a palavra que Jesus proferiu, assinalando
de que tipo de morte havia de morrer, mò-.u, a ;
Mt20:19;lo 12:32,33j
Seguindo a leitura em João 18 e 19, vemos que foi assim
que aconteceu; mas, como formularam a acusação?
Que Jesus proibia dar o tributo a César. Seria verdade?
(Lc 20:19-25). Tentaram apresentar a Cristo buscando
derrubar o poder de Roma e querendo constituir-
se rei. Mas a acusação não passava de uma grande
mentira. Pilatos tinha agora uma acusação, e conversa
particularmente com Jesus, fazendo-lhe perguntas a
respeito (Jo 18:36). Jesus respondeu: “Sim, sou um Rei,
mas nãoumrei terreno” (Jo 18:36). Por isto, Pilatos chega
a esta conclusão: “Não acho nele crime algum” (v. 38). Sua
primeira declaração de inocência. Emjoão 18 e 19, Pilatos
o escuta. Tendo conhecimento da acusação contra ele,
comparando com as palavras que ouviu de Jesus, chega
a uma nova conclusão: Deveria soltá-lo. Mas o puseram
em problemas com esta afirmação: “Se soltas este, não és
amigo de César; todos que se fazem rei, a César se opõem ”
(Jo 19:12). Qualquer pessoa que lêanarrativa de João 18
e 19 pensa que tudo acabou aí, mas, ao ler Lucas 23:5,
vemos que ele ainda comparece diante de Herodes
João 18:33: Pilatos voltou a entrar no pretó­
rio e, chamando a Jesus, perguntou-lhe: “És tu
0 reijlO S ju d eU S ? ” Jo 18:28,29; 19;9;Lc23:3)
Esta é a diferença entre o testemunho e a informação. Jesus
conhecia a fé da esposa de Pilatos
João 18:34: E respondeu-lhe Jesus: “Tu dizes
isso de ti mesmo ou foram outros que te fala­
ram de mim?”
Sobreeste cerimonial, os gentios não tinham nenhum
poder. As decisões vinham do Templo, e não de Roma
João 18:35: E respondeu-lhe Pilatos: “Por­
ventura; sou eu judeu? A tua nação e os prín­
cipes dós sacerdotes te entregaram a mim.
Que fizeste?”
Ele sabia que, agora, o seu Reino não era deste mundo
João 18:36: E respondeu Jesus: “O meu Rei­
no não é deste mundo. Se o meu Reino fosse
deste mundo, os meus servos pelejariam para
que eu não fosse entregue aos judeus; mas
agora o meu Reino não é daqui”. íap ii:is;Mt
26:53;Lc 17:21;Jo 6:15)
Jesus tinha consciência de que havia nascido para reinar.
Homens assim jamais serão vencidos. Quem sabe o que veio
JOÃO 18:40
fazer em nome de Deus, neste mundo, tem força suficiente
para completar asua missão. Aqui aconteceu como ajosé, ao
contar os seus sonhos, quando os seus irmãos interpretaram
as suas palavras: “Reinarás sobre nós?”As pessoas que nos
vêem e nos ouvem sabem aonde vamos chegar. O que é
ser um rei para Cristo? Um rei, na visão de Cristo, é aquele
que vem daraos seus súditos testemunho da verdade do
seu Reino, e todos os seus súditos ouvem a verdade da qual
testemunha e gostam de ouvir asua voz
João 18:37: Perguntou-lhe, pois, Pilatos:
“Logo, tu és rei?” Respondeu Jesus: “Tu dizes
que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso
vim ao mundo, a fim de dar testemunho da
verdade. Todo aquele que é da verdade ouve
a minha voz”. (Jo 8:47; 1}o3:19;4:6)
Nova declaração de inocência: Legalmente, o Cordeiro de
Deus estava sendo inspecionado. Era puro e limpo. Este é o
poder do Evangelho vivo. Ele fala em silêncio, ele responde
em silêncio, ele convence somente com a sua própria
presença. O Evangelho de Cristo está estampado e claro
diante de Pilatos. Diante do Evangelho, qualquer governador
entende as suas perguntas pelas respostas que recebe em
silêncio aos seus ouvidos e, audivelmente, no seu coração
João 18:38: Perguntou-lhe Pilatos: “Que é a
verdade?” E, tendo dito isso, saiu novamente
a ter com os judeus e disse-lhes: “Não encon­
tro nele crime algum. (jo 19=4,6)
Os romanos soltavam presos, mas somente
Jesus podia dar aliberdade
João 18:39: Mas vós tendes por costume que
eu vos solte alguém na ocasião da Páscoa. Que­
reis, pois, que vos solte o rei dos judeus?’VM
; 27:15-18,20-23;Mc 15:615; Lc23; 18-25)
Barrabás é o tipo da humanidade, mas tipifica o outro
bezerro que Deus não aceitaria: era cego, coxo e imundo
(Ml 2:1 -8); mas o povo não o levou à cruz, pois não
seria aceito no altar do holocausto. Tinha jugo, havia
experimentado o pecado. A verdade é que os anciãos e os
sacerdotes queriam que Jesus, finalmente, morresse. Mas,
nem tudo terminaria com a sua morte
João 18:40: Então, todos voltaram a clamar,
dizendo: “Não a este, mas sim a Barrabás”. E
este Barrabás era um assaltante. im3:14í
João, capítulo dezenove (19)
Como juiz, Pilatos havia declarado Cristo inocente (Lc
23:15), mas, como político, preparou um plano para livrar-
se daquela contenda. Emjoão 19:1, Pilatos ordena que
açoitem a Cristo com 39 açoites. Com a opressão satânica
agindo pelas mãos de todos os algozes, o castigo foi tão cruel
que, depois dos açoites, foi jogado sal sobre as paredes, por
causa das marcas de carne e sangue que ali ficaram. Um
açoitamento de 39 açoites são treze açoites com três cordas.
443
PelaLei,Cristodeveriasersoltonaquelemomento.Pilatos :
declarou que tudo o que ele podia fazer era açoitá-lo, e nada
mais; mas não quis condená-lo à morte. Esta foi a quarta
declaração de inocência (Dt 25:2). Segundo as leis romanas
e judaicas, o réu, depois de ser açoitado, deveria receber a
sua liberdade; então, temos aqui outra ilegalidade
João 19:1: Pilatos, então, tomou a Jesus e
ordenou que o açoitassem. /.m 27:2ó./
Enquanto preparavam a coroa de espinhos, provavelmente
aqui, neste intervalo, segundo o relato dos evangelistas,
Herodes começou o seu julgamento, antes de entregá-lo
novamente a Pilatos. Foi levado a Herodes (Lc 23:13-15)
para o quinto julgamento. Em Lucas 23:5, lemos que
apresentaram uma acusação contra Cristo: “Ele alvoroça
o povo, ensinando por toda ajudéia, começando desde
a Galiléia até aqui”. Esta situação toma-se muito mais
difícil de ser controlada. Por isso, Pilatos ouve quejesus
é um galileu, e vê a oportunidade de livrar-se da armação
dos judeus. Herodes tinhajurisdição sobre aquela
cidade e, por alguma razão, também se encontrava na
cidade de Jerusalém. Herodes tinha poder legal naquela
jurisprudência. A História registra que o seu pai assassinou
a todos os seus irmãos e a sua mãe. Herodes se ofereceu
para atuar naquele tribunal, pois o julgamento do homem
Jesus era como um prêmio para ele; devemos lembrar
que a sua dinastia conheceu os três maiores homens da
História: João Batista, Jesus e Paulo. Aos três tratou como a
marginais. Por outro lado, sabemos que, por tráz daquele
jogo político que nunca teve fim, haviauma constante
discórdia entre Herodes e Pilatos. A rixa entre ele e Pilatos
consistia em discutir o limite da autoridade de cada um
deles; mas, na verdade, Pilatos não levava nenhuma
vantagem; era assim: a autoridade de Pilatos consistia
na influência de um prefeito de uma pequena cidade
comparada à autoridade de outro de uma grande cidade.
Mas Herodes estava fora de sua terra, e Pilatos estava em
seu quartel-general. Mesmo assim, Herodes tortura a
Cristo um pouco, mas depois acaba por declará-lo inocente
(Lc23:15). Depois de todas aquelas manobras, Herodes
e Pilatos acabam se tomando amigos (Lc23:13-15); mas
Pilatos ainda tentará convencer o povo de que o réu é
inocente. Este assunto que envolve a coroa de espinhos
é muito interessante. Deveria ser uma iniciativa romana,
pois Roma era o Império da época. Reconhecer o trâmite
da coroação era jurisprudência de um tribunal romano.
Para os soldados romanos era um jogo, uma brincadeira
pesada, mas para o Tribunal dos tribunais era uma
realidade. Segundo o costume daqueles dias, quando o
perdedor entregava a sua coroa ao vencedor, Satanás estava
entregando o seu poder a Cristo (1 Cr 10:5; Gn 3:15). O
perdedor estava entregando a sua coroa, ainda com a marca
de seu poder, vista apartir do dia em que começou a reinar
no mundo, o espinho, que é símbolo do sofrimento!
João 19:2: E os soldados, tecendo uma
coroa de espinhos, puseram-na sobre a sua
cabeça e o vestiram com um manto de púr­
pura. M t27:27-30;M c 15:16 191
Ao mesmo tempo em que o exaltavam, eles o
esbofeteavam. Era a representação da batalha espiritual
que eles não podiam ver, pois estavam apenas sendo
usados, e que estava apenas começando. Demônios com
caras de cachorros, búfalos, leões (SI 22) rondavam a cena
com as suas ofensas. Ele esperava como ovelha muda
diante de seus tosquiadores
João 19:3: E chegando-se a ele, diziam: “Sal­
ve, rei dos judeus!” E davam-lhe bofetadas.
!Jo !8:22j
O sexto julgamento diante de Pilatos (segunda
apresentação). Não vemos este julgamento claramente
em João; por esta razão, devemos ler Lucas 23:13-15 e
João 19:2ss. Pilatos declara aos principais sacerdotes e
às autoridades judaicas que ele era inocente (Lc 23:14).
Agora temos a terceira declaração de sua inocência. Pilatos
sugere uma solução: Castigá-lo com açoites e conçeder-lhe
a sua liberdade (Lc23:1ó). Mas, aconteceu um grande
alvoroço depois desta declaração. Então Pilatos apresentou
outra sugestão: Soltar Cristo ou Barrabás, de acordo com
a opinião do povo. Dentes brancos de leite falavam da
inocência deJesus(Gn 49:12). Ele otraz.para fora porque
asua vida é transparente, e poderia ser julgado diante do
povo sem temor. Ele era de fora, não fazia parte daquela
escória de mercenários que ali vivia; ele estava realmente
fora de tudo aquilo, inclusive deveria morrer fora da pqrta
da cidade, o que, para ele, seria uma honra
João 19:4: Então Pilatos saiu outra vez, e
disse-lhes: “Eis que eu vo-lo trago para fora,
para que saibais que não encontro nele crime
algUm”. iJo 19:6; 18:38!
(1) Quando Satanás entrou na terra, o símbolo de seu
governo foram os espinhos e os abrolhos. Os espinhos
eram o símbolo de sua presença na terra. Era um costume,
naqueles dias, entre os reis que se enfrentavam em uma
guerra, que o perdedor pusesse publicamente asua coroa
na cabeça do rei perdedor (1 Cr 20:2). Quanto à zombaria
que faziam com a pessoa de Cristo, embora eles estivessem
agindo em meio às chocarrices, no mundo espiritual tudo
o que estava acontecendo era muito sério. Satanás estava
perdendo a guerra e a sua coroa. (2) Que elogio! “Eis aí o
homem!”. Um recado para Satanás e o seu mundo. Está
aqui o homem! Pilatos poderia tê-lo apresentado como
o seu Deus, como o acusavam, mas ele profeticamente
anuncia: “eis aqui o homem!”. A natureza humana caída
e rejeitada no lugar Santíssimo ganha um aliado, no qual
será coroada de glória e de honra (SI 8).Todo o trabalho de
Satanás, para roubar do homem asua comunhão com Deus
e a sua oportunidade de eleição eterna, caiu por terra. Jesus
assume a natureza humana e a eleva à destra de Deus. Mais
uma intriga para Satanás que permanecia confuso desde a
tentação no deserto, quando perguntou ajesus se era ele
Filho de Deus; mas Jesus veio triunfar sobre Satanás como
um homem cheio do Espírito Santo, pois sem anatureza do
Espírito Santo nele não poderia cumprir asua missão
João 19:5: Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa
de espinhos e o manto de púrpura. E disse-
lhes Pilatos: “Eis o hom em ”, (jom j
(1) Eles não podiam suportar o seu domínio real. A coroa de
19:6
espinhos não era uma humilhação. Era uma troca de poder.
Para eles, a cruz seriaofimdaquele tormento. Mas a cruz
era uma espada que lhe daria o poder e o trono. A coroa era
real e a espada era a cruz sobre a Caveira (Calvário - Salmo
68:21 ;Jz4:18,22). Erao campo de batalha 0z 4:6-15). (2)
Pilatos profere mais uma declaração de inocência
João 19:6: Equando os príncipes dos sacerdotes
e os seus guardas o viram, clamaram, dizendo:
“Crucifica-o! Crucifica-o!” Disse-lhes Pilatos:
“Tomai-o vós mesmos e crucificai-o; porque eu
não encontro nele crime algum”. (At3.-i3j
João 19:7: Responderam-lhe os judeus: “Nós
temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve
morrer, porque se fez a si m esm o Filho de
Deus”. (Lv24: 16; Mt26:63-66;Jo5:1 8; 1 0:33; Ed6:11,12)
Quem era Pilatos? Pilatos nasceu na Espanha. Não vivia em
Jerusalém, mas em Cesaréia (uma cidade romana). Sempre
ia ajerusalém quando havia dias de festa, com um grupo de
soldados, a fim de manter a ordem durante as festividades.
Como todos os governadores que viviam no quartel-general
de Roma em Cesaréia, tais como Festo e Féiix, Pilatos,
durante o período em que era governador, se apoderou
indevidamente do tesouro do Templo, razão porque os
sacerdotes eram presos por causa de suas constantes
revoltas. Para obter a simpatia do povo, construiu um
aqueduto que levava água para a cidade de Jerusalém.
Durante o seu governo ocorreram grandes rebeliões por
causa de suas injustiças, mas ele as dominava. Matava
grande número de judeus; dessa maneira, tornou-se
conhecido por suas crueldades, e até os romanos o temiam.
Nesse tempo, Pilatos estava sendo objeto de investigação
pelo Senado Romano. Por esta causa, sob a influência
de sua mulher, ainda que fosse a última vez na sua vida,
intentaria fazer um julgamento justo. Isto deixou os judeus
frustrados porque, usualmente, Pilatos atendia os seus
pedidos. Finalmente, no ano 36 d.C., Pilatos foi deportado
para a Gália, onde se suicidou
João J 9:8: Quando Pilatos ouviu essa pala­
vra, ficou ainda mais atemorizado;
Era herdeiro do trono de Davi; de Belém ou de Nazaré? Isto
o confundia: “Se for um plebeu é de Nazaré, se for rei pode
ser de Belém”. Era uma raiz de terra seca e uma ovelha
muda diante de seus tosquiadores. Esta pergunta tomaria
horas para ser respondida. Ele era do Céu, ele era de Belém
João 19:9: e, regressando outra vez ao pretó­
rio ( “sala d e julgam ento ”), perguntou a Jesus:
“De onde és tu?” Mas Jesus não lhe deu res­
posta. (Is53:78;Mt27:12-14)
Sua decisão dependia de sua resposta, não era plena; e
a sua autoridade humana dependia dos homens e não
era reconhecida sobre ele. Este poder não pertencia a
Roma, pertencia a Deus. EJesus veio com autoridade e
unção para pôr em liberdade os cativos, e trazer liberdade
aos oprimidos, como o próprio Pilatos. A crucificação
era uma sentença mundial praticada por muitos povos,
445
J oão 19:13
especialmente depois do reino da Pérsia em diante. Na lei
judaica havia uma sentença para quem se levantasse para
destruir o Templo (Ed 6:11,12); o tal deveria ser morto e
a sua casa deveria ser transformada em um monturo. A
crucificação nos revela que ele morreu por causa de suas
palavras (mal-interpretadas) em relação ao Templo. Mas
a doutrina que esclarece a crucificação nos ensina que a
cruz não era uma cruz, era uma espada (SI 68:21). O lugar
chamado Caveira representa a cabeça de seus inimigos
João 19:10: Então, Pilatos lhe perguntou:
“Não me respondes? Não sabes que tenho
autoridade para te soltar, e autoridade para te
crucificar?”
(1) Judas o entregou aos principais dos sacerdotes e os
sacerdotes o entregaram a Pilatos. (2) Isto quer dizer que há
pecados em diferentes graus (Rm 13:11)
João 19:11: Respondeu-lhe Jesus: “Nenhu­
ma autoridade terias sobre mim, se de cima
não te fosse dada; mas aquele que me entre­
gou a ti, tem maior pecado”. (Rm n -.u g o w : 28)
Estavam envolvendo o nome do Imperador neste assunto,
que estava ficando muito mais sério na visão de Pilatos
João 19:12: Daí em diante, Pilatos procu­
rava soltá-lo, mas os judeus clamavam: “Se
o soltares, não és amigo de César; pois todo
aquele que se faz rei é adversário de César”.
iLc23:2; At 17:7)
Nada mais dava certo, pois uma multidão, já comprada
pelos religiosos, começou a gritar: “Crucifica-o”
0o 19:6). O Cordeiro era inocente e, por esta razão, deveria
morrer. Pilatos percebeu que a multidão estava comprada.
Então, os judeus abandonaram a acusação de traição a
César e voltaram à acusação de blasfêmia. A decisão de
Pilatos foi deixar aquele assunto e lavar as suas mãos (Dt
21:6,7); e aquilo que os sacerdotes e anciãos deveriam
fazer, isto é, lançar sobre ele as suas culpas e lavar as suas
mãos, conforme estava escrito na Lei, acabou sendo feito
por um gentio, isto é, pelo próprio Pilatos. Os judeus o
feriram profundamente, pois temia alguma denúncia,
porque o povo gritava: “Se soltares este homem não és
amigo de César” 0o 19:12). O governador não queria
ser acusado de infidelidade contra César. Poderia ser
deposto daquela posição de grande valia. Por isso, então, a
multidão, comprada pelos religiosos, gritava: “Crucifica-o,
crucifica-o” e “não temos rei a não ser César”. Pilatos
passa para eles a oportunidade de execução e conclui
o julgamento dizendo, ao lavaras suas mãos: “a plena
responsabilidade pela morte de Cristo é vossa”. Pilatos
devolve Cristo às mãos dos religiosos, para a execução
João 19:13: Quando Pilatos ouviu estas pa­
lavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no
tribunal, no lugar chamado Litóstrotos ( “p a ­
vim ento 7, que em aramaico é Gabatá ( “e m ­
p e d ra d o ”). (Mt27:19)
19:14 JOÃO
Novereo cinco, elejáohaviaapresentadocomoohomem!
Agora, ele o apresenta como Rei e coroado! Ao apresentá-lo
como homem, vemos a projeção de sua primeira vinda, pela
sua encarnação, sendo revelado como homem para cumprir a
obra de sua redenção na cruz: resgatar o seu irmão mais pobre
(Lv25:47-49).Nasuasegunda vinda (nestaapresentação por
Pilatos à multidão), temos outra projeção: Elevirá como Rei,
e esta é uma profecia circunstancial que ninguém percebeu,
ali, em meio àgritaria do povo comprado pelos poderosos do
Templo. Observe que, primeiramente, ele o apresentou como
homem, agora o apresenta como rei: O Cordeiro, antes, e o
Leão da tribo dejudá prefigurado, depois. O tempo romano
era calculado de meia-noite à meia-noite, semelhante ao que
conhecemos atual mente. O período de vinte e quatro horas
judaico tinha dois períodos, e o primeiro começava asseis
horas da tarde e estendia-se às seis horas da manhã, quando
novo período de doze horas começava. Portanto, quando
Marcos afirma que Cristo foi crucificado na terceira hora (Mc
15:25), esse horário corresponde às nove horas da manhã do
tempo judeu (das seis damanhã às sete= era a primeira hora;
das sete da manhã às oi to da manhã= era a segunda hora; das
oito da manhã às nove, eraa terceira hora). Equandojoão relata
queojulgamentodeCristofoiporvoltadahorasexta(Jo 19:14),
estava baseado no horário romano, e não queria dizer quejesus
estavasendojulgadoaomeiodia, mas que,noperíodo romano,
ahora sexta era equivalente àsseis horas da manhã
João 19:14: E era véspera da Páscoa e perto
da hora sexta ( “seis da m anhã”). Então disse
aos judeus: “Eis aqui o vosso rei”. m27:62;Mc
15:25;]o 19:19,21)
A profecia dizia que ele morreria fora da porta (Hb 13:10-
14; Lv 16:27). O que eles mais queriam era um rei (Lc
24:21); várias vezes o buscaram para fazê-lo rei. Leiajoão
6:15: “E entendendo, pois, Jesus que eles viriam com a
intenção de tomá-lo à força parao proclamarem Rei, tornou
a retirar-se para a montanha, mas ele só”. Aprudência
depois de um sinal deve ser preferida, pois no verso 14 eles
o chamaram de Profeta, e, no verso 15, queriam fazê-lo
Rei. Esta é a tentação do profeta, deixar-se proclamar rei
somente por causa de um sinal realizado. Esta é outra
característica do serviço dejesus. Eles, que o buscavam
para fazê-lo rei, mas no capítulo dezenove o crucificarão
como rei (jo 19:15). Eles tiveram a oportunidade, e não
podiam negar. Agora queriam crucificá-lo. A resposta
dos principais sacerdotes nos mostra a quem eles
verdadeiramente serviam. Quantos ministros e sacerdotes
hoje servem a Deus de lábios e, de coração, a César?
João 19:15: Mas eles clamavam: “Fora,
fora com ele! Crucifica-o”. Então lhes disse
Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?” E os
príncipes dos sacerdotes responderam: “Não
temos outro rei, senão César”.
(1 )0 Calvário foi o lugar onde ele morreu. A água jorrada
do corpo de Cristo é tipo da corrente que levaria o sangue
inocente a todo o mundo. Cristo morreu portodo o
mundo (Jo 3:16). Por isso, quando Pilatos lavou as mãos
estava aceitando a substituição do bezerro que ele mesmo
declarou ser inocente. O fato de lavar as mãos indicava que,
446
19:16
apesar de ser culpado, Pilatos passava aquela culpa para
Jesus. Ele morreu por nós. Os gentios inconscientemente
haviam entendido isto, mas os judeus continuavam sem
compreendê-lo. Os que chegaram a compreendê-lo
tornaram-se em bênção para o Reino de Deus. Mas, o que
deveriam fazer os judeus? Aproveitarem a oportunidade
para lançar sobre a bezerra a sua culpabilidade, a fim
de que o sangue do “morto” não caísse sobre as suas
cabeças (Mt 27:25). Mas eles aceitaram que o sangue
caísse sobre suas cabeças e preferiram não lavar as mãos
sobre abezerrainocente. Quandojesus morreu, o seu
sangue foi derramado sobre a terra, mas até hoje continua
sendo derramado sobre os filhos dos filhos de Israel (Mt
27:24-25). Com isso temos a prova cabal de quejesus
também morreu pelos gentios, bem como levou a sua
culpabilidade, redimindo-os (1 Pe 1:18;Jo 1:12-14), e ainda
aproveitou para redimir a Terra, onde o seu sangue foi
lançado. (2) Havia uma muralha de anjos ao redor da cruz.
Os bois de Basã, as regiões celestiais onde os anjos caídos
foram lançados temporariamente, eram demolidores
cruéis, nocauteadores verdugos que assolavam o mundo
espiritual. Os olhos espirituais dejesus foram abertos e ele
podia veros dois mundos. Desde o caminho à cruz, ainda
no Getsêmani, algumas horas antes, a alma dejesus queria
sairdocorpoe decidir logo ali no Getsêmani, mas o Pai não
o permitiu. O Tentador havia voltado pessoalmente, pois-
estava ausente desde aquele diano deserto. Ele ouvia a voz
do Espírito: “Calma, minha alma, porque estás abatida?
Espera em Deus”. Mas ele conseguiu chegar ao Calvário. A
hora da crucificação havia chegado
João 19:16: Então, Pilatos o entregou para
ser crucificado. E eles tomaram a Jesus e o
conduziram via afora. m 27:26;Mc i s:is;lc23:25/
Os cananeus, em tempos remotos, subiam nos montes
para sacrificar vidas aos seus deuses, mas o Gólgota era um
lugar temido e considerado maldito. Foi chamado assim
porque parecia com um crânio, e até hoje, é chamado o
“Lugar da Caveira”. Ali era o lugar certo da batalha entre
o Céu e Basã, ondea maldição seria checada e vencida!
O Cordeiro do Jordão estava caminhando para lá. Mas,
como homem, ele tinha limitações. O Pai sabia de tudo; os
anjos obedeciam às suas ordens e se afastavam, e ele ficou
só várias vezes. Aquelas noites foram como eternidades
de grandes sofrimentos para a mulher de Pilatos, pois
ela sonhou com tudo aquilo; sonhou com a cruz, e ela,
provavelmente, estava ali naquele sofrimento e viu o juízo
final do todos os envolvidos. Avisou ao seu esposo para
que tivesse cuidado, e ele teve medo. Os textos da profecia
messiânica assinalavam tudo, mas poucos os entenderam.
Não havia muita revelação no Templo, e naqueles dias
havia nos pórticos doTemplo um grupo secreto que se
reunia para ler os textos messiânicos. Simeão havia sido
o chefe da turma que, pouco a pouco, foi aumentando.
Depois Ana, a profetiza, se ajuntou. Eles tinham uma
vida reta e justa diante de Deus, e serviam a Deus com
amor. Eles sabiam que o Messias já havia nascido. Mas
com a morte de Simeão, o profeta, o grupo de oração de
Ana e Simeão estagnou-se, mas ainda havia por ali alguns
velhinhos que, naqueles dias de obscuridade, procuravam
interpretação para os textos como quem busca tesouros,
e assim os discutiam. Tinham seus códigos. Mas, entre
19:17
todos os textos, havia um verso jamais observado, não visto
e não iluminado! Era aquele que se conectava a Gênesis
3:15!“Quando o Onipotente ali espalhou os reis, foi como
quando cai a neve em Zalmon. O monte de Deus é como o
monte de Basã, um monte elevado como o monte de Basã.
Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que
Deus desejou para a sua habitação, e o Senhor habitará
nele etemamente. Os carros de Deus são vinte milhares,
milhares de milhares. O Senhor está entre eles, como no
Sinai, no lugar Santo. Tu subiste ao alto, levaste cativo o
cativeiro, recebeste dons para os homens e até para os
rebeldes, paraque o Senhor Deus habitasse entre eles.
Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos cumula de
benefícios, oD eu squ eéa nossa salvação. O nosso Deus é
o Deus da nossa salvação; e ajeová, o Senhor, pertence as
saídas para escapar da morte. Mas Deus ferirá gravemente
a cabeça de seus inimigos e o crânio cabeludo daquele que
anda em suas culpas. “Disse o Senhor: Eu os farei voltar
de Basã, e farei voltar o meu povo das profundezas do mar;
para que o teu pé mergulhe no sangue de teus inimigos, e
nele mergulhe até a língua dos teus cães” (SI 68:14-23).
Agora, na cruz, este salmo estava se cumprindo diante dos
olhos de todos. Por isso o mandaram ao Calvário. Havia
outros lugares, mas nada seria melhor que o Gólgota. Ali,
sobre a Caveira, eles cavaram três buracos profundos.
Os preparativos foram feitos rapidamente. A cruz foi
feita de madeira crua para um tremendo carpinteiro.
Suas bastes e estrepes sozinhos poderiam sustentar
um corpo. Os soldados que a preparavam cortaram as
mãos, sangraram seus dedos. Entreolhavam-se. Um ser
humano normal estaria pendurado ali. Mas tudo aquilo
era apenas um mistério escondido. A cruz era uma espada
deponta-cabeça. Estava vi radaao contrário. Elesabia de
tudo. No caminho, com as dores e sussurrando os salmos
messiânicos que se cumpriam (SI 8; 18; 22; 68; 88; 109;
118^ encontra sua querida mãe, e as outras Marias: “Não
chorem. Não chorem pormim”. Depois, ele disse: “Eles
nãosabem oque fazem ”. Eles não sabiam o que faziam
João 19:17: E ele, carregando a sua cruz nas
costas, saiu para o lugar chamado Calvário j
(“lugar do crânio”), que em aramaico era
chamado Gólgota, (si68:2i;lc23:2ój
O carpinteiro estava na cruz. Era a hora mais negra e
sangrenta. Na cruz, esperava que pelo menos os três que
haviam estado com ele naTransfiguração se lembrassem
de seu rosto glorioso e de suas vestes resplandecentes,
bem como da companhia de Moisés e Elias, para poderem
contrastar com aquela visão terrível: ele colocado entre dois
ladrões, com um rosto desfigurado e quase nu. Mas os três
se desapontaram com ele, apesar de bem antes tê-lovisto
glorioso, comoera originalmente. Enquanto o sangue corria
pela madeira da cruz, Maria chorava longe do Calvário. Muitos
judeus voltavam para casa para não passarem o pôr-do-sol
longe de suas famílias. Tudo estava cumprido, o leãozinho, o
Filho do leão, agora iria dormir; oSiló, enfim, veio, mas sem
pecado, todos os seus dentes ainda estavam brancos de leite
(Gn 49:8-12). Eis aí a prova biológica de sua vida sem pecado.
Ele nunca pecou. OCalvárioera virgem (Dt21) eo Cordeiro
não tinha mancha, a novilha de três anos de ministério, e
trinta e três de vida, pura, nunca havia carregado jugo. Era só
447
J oão 19:18
lembrasse do rosto como o sol, das vestes brancas como a luz
da alva que nasce e os profetas ao seulado, e comparar. Aquilo
ali não era o fim. No entanto, um bandido acostumado a cenas
de desgraça, que jamais teve conhecimento de seus milagres
e de sua obra, nunca oviragloriosoe transfigurado, nem ao
ladoda Lei nem dos Profetas, teve uma visão. No meio dos
dois, as cenas começaram a se desenrolar. Um dos ladrões
delirava de dore, do outro lado, um deles amaldiçoava; a visão
era de um rei coroado de glória. Ele olhava e via um trono e não
uma cruz. Ele via os anjos que o serviam como a uma grande
Majestade. Avisãofoi rápida, enquanto o anjo da morte
ziguezagueava porali. Oladrão estava impressionado. Eleviu
quando o centurião colocou a placa no chão. Aindaconseguia
ler, meioembaçado, “Rei dos judeus”. Confirmou-se. Seria
delírio, seria o quê? As pessoas, àmedida que vão morrendo,
têm os olhos espirituais abertos. A visão não saía de sua mente,
enquanto exclamava desesperadamente: “Lembra-te de mim
quando entrares no teu Reino! ” E não esperava uma resposta
tãorápida: “Hojemesmoestaráscomigono Paraíso”.Depois
de ouvir aquela resposta, vai perdendo a vida... Começou um
princípio de trevas. O céu rapidamente começou a escurecer-
se. Do lado espiritual invisível aos homens, os demônios
se moviam assustados. Eles estavam ali aos montes. Criam
que poderiam levar a alma de Jesus ao Hades, mas a morte
precisava dar overedicto, afim de que acorrupção pudesse
destruir o seu corpo. Comoolaudo atestou a sua inocência, o
Hades não era o seu lugar, nem a morte poderia detê-lo, muito
menos a corrupção poderia tocá-lo. Não perdiam poresperar
(S122). Há outro detalhe que devemos observar:Jesus não
falou apenas sete frases na cruz. Ele recitou salmos, cantou
salmos, sussurrou, mas somente algumas palavras foram
entendidas, porque a sua boca estava inchada e os seus lábios
grossos de tanto apanhar. Eles entenderam algumas de forma
errada. Ele guardava em silêncio o desfecho. Aquela espada
seria enterradana cabeça de Satanás, ocrânio cabeludo, cheio
de culpas! Quandoele chegou ali acompanhado pelo cirineu,
soldados celebravam suas farras na mortandade; e ali, deitado,
antes de subirão patíbulo do Caveira, ele dizia: Falta pouco.
Falta pouco. Satanás não contava com a grande surpresa que o
Pai lhe preparava. Os demônios, ali, o rondavam, rosnavam,
rugiam, latiam (SI 22). Aquilo tudo era um grande lagar, onde,a
serpente o mordeu no calcanhar (Gn 3:15; ls 63:1 -3). Ela
atreveu-se e saiu rápido dali. Ele grita enquanto os soldados
simultaneamente cravam os dois pés em um só lugar sobre a
madeira. Era como se os dentes da serpente tivessem ficado ali
no cumprimento da áurea profecia (Is 63:1,2). Acruz desceu
sobre a cabeça do Caveira! Satanás sente a dor, e a espada agora
estava ali no patíbulo. Gritaram os anjos! A cabeça está ferida.
Feriu-se a Caveira. Satanás sente fortemente; os demônios
não entenderam nada, e se assustaram. Agora, nas trevas, eles
iriam receber o troco portanta covardia. Os evangelistas não
viram quando ele levou as mãos à cabeça na mesma hora, isto
somente foi revelado a Adão e a Davi (SI 68:21). Ali, Satanás cai
ese esconde. Grita. O Crânio cabeludo foi ferido gravemente.
Jesusaindaconsegue sorrir no instante em que o madeiro
desce, aumentando a dor quase insuportável. Seu corpo se
encaixou nos estrepes, entrea pele das costas e os músculos, e
o peso nas mãos suavizou-se
João 19:18: e ali o crucificaram, e com ele ou­
tros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
Aquele que entrou em Jerusalém ainda conhecido como
19:19
filho de José, estava agora no alto da cruz, sobre o lugar
chamado Caveira. Para alguns, estava derrotado, para
outros estava no lugar certo, isto é, no campo de batalha
onde a Caveira representa o poder das trevas (SI 68:21).
Quem o viu como Rei ali? Nenhum dos seus discípulos.
Somente um ex-ladrão, também pendurado ao seu lado,
teve visões que o homem natural não entende. Ele o viu
e creu. Ele foi o único que realmente creu naquela placa j
que anunciava a Cristo como Rei. Seus discípulos o viram
dias antes na Transfiguração, onde seu rosto brilhou
como o sol e as suas vestes eram verdadeiramente
sacerdotais e quando estava no meio dos representantes
dos Profetas e da Lei. Mesmo assim, não se lembraram
daquele precioso referencial. O ladrão, sem ter
participado daquela apoteose, compreendeu logo.
Era a sua chance. Não podia mudar o seu passado,
mas naquela hora percebeu que aquela era a sua única
oportunidade para mudar o seu futuro
João 19:19: E Pilatos também escreveu um
título, e o pôs no alto da cruz; e, no título,
estava escrito: “JESUS NAZARENO, O REI DOS
JUDEUS”.
Grego era a língua universal daqueles dias. Latim, a
língua intelectual do Império. Hebraico era a língua de
Israel. O alcance do Evangelho estava profetizado nos
três idiomas. A obra expiatória, mediante o sacerdócio
superior da ordem de Melquisedeque, não era algo
exclusivista e nacional (Hb 7). Era o poder de Deus
para a salvação de todos aqueles que nele cressem. Os
gentios estavam na lista do propósito de Deus
João 19:20: E muitos judeus leram este títu- j
lo, porque o lugar onde Jesus fora crucificado
era próximo da cidade; e estava escrito em
hebraico, grego e latim.
Na cruz deveria estar cravada uma placa com a causa da
morte do crucificado, mas os judeus ainda queriam interferir
em algo que havia se tornado universal. Jesus nunca havia
dito que era rei dos judeus, mas havia confirmado que era
Rei, e isto não era algo exclusivo de Israel
João 19:21: Os príncipes dos sacerdotes dos
judeus diziam a Pilatos: “Não escrevas: O rei
dos judeus, mas sim que ele disse: Sou rei dos
judeUS”. ÍJo 19:14/
A placa, como foi colocada, era um reconhecimento oficial
de Roma na pessoa de Pilatos. Eles não ousariam colocar
aquela placa na manjedoura, pois os reis que vieram de
longe já sabiam, e perguntaram a Herodes pelo rei dos
judeus. Herodes não aceitaria aquela placa. Pilatos pensou:
“Está morto, deixem que morra como rei”. Para Pilatos
Roma não se importaria com aquela placa se ele estivesse
morto. Mas ele reinou alguns minutos oficialmente na
terra. Sua morte não retirava a realeza de Cristo sobre os
homens. Seu poder real será reivindicado na terra (Ap
11:15). Esta placa é uma profecia. Os sacerdotes queriam
colocaras palavras na sua boca para condená-lo, mas foi
Roma quem lhe deu a túnica, a coroa e o título
JOÃO 19:25
João 19:22: Respondeu Pilatos: “O que es­
crevi, escrevi”.
O Evangelho de Cristo seguirá em seu propósito aos
quatro cantos da terra. Eles não fizeram isto antes de sua
crucificação, mas depois. Aobra consumada tornar-se-á
em Evangelho. O alcance de sua obra foi visto quando ele
foi levantado sobre a terra e atraiu todos para ele; os quatro
cantos foram simbolizados nas quatro partes de suas vestes
levadas pelos representantes legais do Império Romano.
Mas a túnica, que era dele, não a dividiram; estava bem
costurada; era o véu do seu templo, o seu corpo que era
Santíssimo. O seu reino é indivisível e não tinha costura,
não aceita rebelião, não aceita greves. O seu Reino não
estava em jogo e, como véu, somente o Pai podia rasgá-lo de
alto a baixo (Mt27:51)
João 19:23: Quando os soldados já haviam
crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes, e
fizeram quatro partes, e foi dado para cada sol­
dado uma parte. E tomaram também a túnica;
mas na túnica não havia costura, e era toda
tecida de alto a baixo. (Mt27:5i;Hbio:19,20í
Das vestes em pedaços tiramos o significado do alcance
mundial de sua mensagem e de seu trabalho expiatório.
Não poderiam estarem outras mãos, senão na daqueles
soldados romanos que estavam em todos os lugares
naqueles tempos. Eles tinham autoridade sobre todo o
mundo. A túnica foi disputada por eles
João 19:24: Pelo que disseram uns aos ou­
tros: “Não a rasguemos, mas lancemos sortes
sobre ela para ver de quem será”. Para que se
cumprisse a Escritura, que diz: “Repartiram
entre si as minhas vestes e lançaram sortes so­
bre a minha túnica”. Os soldados, pois, assim
0 fizeram. /'Êx28:32;Sl22:I8J
As Marias estavam ali. Maria, sem casa. Sua casa tornou-se
monturo (Ed 6:11,12). Como a mãe que contempla o seu
filho, pedindo, rogando pelo olhar. “Tu estás indo, que farei
de minha vida, estou sem casa”. O Mestre, na hora de sua '
morte, resolve aquilo
João 19:25: Estavam em pé junto à cruz de
Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria,
m ulher de Cléofas, e Maria M adalena. m
27:55,50;Mc 15:40,41; Lc23:49;24:18;Jo20:1,18)
Ela receberia a sua casa, mas deveria cuidar de João. O
grande evangelista teria a oportunidade de
cuidar de sua mãe. Ele saberia mais de Jesus e de seu
amor, e do amor de seu Pai, ouvindo Maria. Grandes
revelações ele recebeu, ali, com Maria, sendo esta
uma hóspede ilustre de sua casa. Depois, João viajou
com ela para Éfeso, onde ela morreu, não antes de ter
dado detalhes da revelação do anjo Gabriel a respeito
da concepção de Cristo e de seu nascim ento em Belém
ao historiador, o Dr. Lucas, enquanto Paulo estava
19:26
preso em Cesaréia
João 19:26: E Jesus, comovido, vendo ali a
sua mãe, e ao lado dela o discípulo amado,
disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”.
Jo 13:23; 20:2; 21:20;2:4)
A casa de Jesus foi destruída e fizeram dela um monturo,
pois a acusação dos anciãos e dos sacerdotes do povo
era que ele havia se levantado para destruir o Templo, e
a sentença para quem sequer intentasse qualquer coisa
contra o Santuário era a destruição de sua casa, sendo que
a viga principal de sua casa serviria de madeiro para seu
levantamento e morte em um lugar público (Ed 6:11). Por
isso, Jesus, na hora da morte, determinou que a casa dejoão
seria a nova casa de Maria, sua mãe
João 19:27: Depois, disse ao discípulo: “Eis
aí a tua m ãe”. E daquela hora em diante, o
discípulo a recebeu em sua casa.
Duas vezes ele disse “tenho sede”. Umapara a mulher
samaritana, e outra para os soldados romanos. Para qual
deles ele dirá “tive sede e não me destes de beber?”. A
palavra “consumado" era linguagem legal usada para
terminar um trato esaldaruma dívida (Cl 2:15)
João 19:28: Depois disso, sabendo Jesus que
tudo já estava consumado, e para que se cum­
prisse a Escritura, disse: “Tenho sede”. íjoi3.-t;
17:4;Sl6Q:21j
Anestesia ou tentação? (1 )0 vinagre era fruto da vide;
servia também como anestésico. Mas, para que serviria
o anestésico nos últimos segundos de sua vida humana?
(2) Para ser eficaz, o vinagre deveria ser bebido antes de
seu.sofrimento. Mas ele o recusou e morreu em seguida.
Quando fazemos um voto devemos estar prontos para as
provações contrárias ao seu cumprimento (Mt26:29).
Como faziam os nazireus, ele fez um voto, e este voto será
consumado no dia das Bodas do Cordeiro
João 19:29: Estava ali um vaso cheio de
vinagre. Então, eles tomaram uma esponja
atada em uma cana de hissopo ( “planta do
Mediterrâneo”) e, ensopando-a de vinagre,
levaram-na à sua boca.
Satanás o tenta pela última vez a quebrantar o seu
voto determinado: “Não beberei do fruto da vide até
aquele dia”. Ele não aceita a anestesia nem quebrantar
o seu voto. Ele sabia que se o provasse, cairia numa
armadilha, e, sem poder suportar mais, entrega o seu
Espírito, e o vinagre escorre pela sua boca semi-aberta.
Mas não o ingeriu. Neste momento, a sua alma e o
seu Espírito seguem para dois destinos diferentes.
O Espírito volta ao Pai, esperando o momento de
regressar ao corpo para a ressurreição. A alma, em
frações de segundos, entra no Santuário celestial para
apresentar o sangue do sacrifício no lugar Santíssimo
e retirar o sangue de Abel para que, em seu lugar, fosse
colocado o seu sangue eternam ente (Hb 12:22-24). Do
Tabernáculo celestial, onde apresentou o seu sangue,
449
JOÃO 19:30
ele voltou ao Calvário (Ap 11:19). Mas devemos
lembrar que, na sua entrada no Santíssimo lugar do
Tabernáculo celestial, teve que passar pelos querubins
do Éden, e enfrentar a espada flamejante que o feriu
(SI 22:20; Gn 3:24; ls 63:1-3; Lc 2:35). Mas, antes de
seguir diretamente para o santíssimo Tabernáculo
celestial, onde apresentará o seu sangue como Sumo
Sacerdote dos bens futuros (Hb 4:14-5:6), sob um
grande peso, a sua alma cambaleante, dirigiu-se ao Mar
de esquecim ento, para deixar ali as nossas iniqiiidades,
enfermidades e dores, para cumprir o que projetavam
os dois bodes do sacrifício arônico: O bode expiatório
que morreria e o bode emissário que permaneceria
vivo, e que deveria ser levado ao deserto, depois da
imposição de mãos feita pelo sumo sacerdote (Lv 16:7-
10,20-22,27), pois o bode emissário representava a
sua obra sacerdotal que levava para fora do Santuário
os nossos pecados; e o sangue do bode expiatório
representava o sangue de Cristo, com o qual resgatava
o homem do poder de Satanás (Lv27:47-49) e pagava
a nossa santificação diante do Pai. Depois destas duas
obras, ele regressou ao cenário do Calvário, ainda fora
do corpo, onde entrou em luta contra Satanás, quando
triunfou sobre ele e os seus anjos, sendo assistido
pelo Pai (SI 18; 22; 68; Jz 4:6-23); ali mesmo na cruz
os venceu completamente, em uma luta apoteótica
descrita no Salmo 18. Com a vitória nas mãos, ele
desceu ao Hades. No mundo físico, ele tornou-se
Senhor absoluto do sábado, após ter sido sepultado
enquanto a sua alma trabalhava na região da sombra
e da morte. A morte para ele foi apenas uma aparente
derrota física. Se não tivesse morrido, nunca poderia
ter entrado no Hades. Não poderia fazer aquela visita
gloriosa à região dos mortos se não tivesse passado
pela morte. A Arca jamais venceria Dagon se não fosse
tomada em Ebenézer. Satanás quis impedir a sua morte
remidora muitas vezes. Queria matá-lo antes que ele
m orresse na cruz, pois tal morte não serviria para remir,
pois ele não veio a este mundo para ser acidentado, mas
para resgatar. Mas Jesus o venceu desde o nascimento e
em todo o seu ministério, no deserto, no Getsêmani, na
cruz e na região da sombra da morte. É necessário dizer
que nos dias do ministério dejesu s, Satanás estava
pessoalm ente sobre a terra. Estava atuando com poder.
Ele queria tragar o Filho da mulher (Gn 3:15; Ap 12:1-
5). Com a morte de Cristo na cruz, Jesus expôs Satanás
ao vitupério. Sua alma deixou o seu corpo e, vitoriosa,
entrou no Hades sem as chaves daquela prisão. Quando
chegou ao Hades, já estava com as chaves nas mãos (Ap
1:8). Sebna foi deposto e Eliaquim tomou o seu lugar (Is
22:15-22). O Seio de Abraão era a esperança milenar da
promessa cu mprida naquele que romperia as portas do
Hades e transportaria os justos de lá e os apresentaria
vitoriosos na presença do Pai (Ef 4:8-10; Hb 12:22-24;
Rm 10:5-7; SI 68:18-21; Ef 4:9-10;Jó 17:13-16; 19:25).
O ato de tomar as chaves aconteceu na cruz e fazia-se
necessário (Ap 1:16-18); alguns teólogos modernistas
têm tentado ensinarque Jesus jamais desceu ao Hades
e que nunca tomou as chaves do Hades, o que de fato
é uma grave heresia; pois como seria possível tomar
devolta uma propriedade sem ter nas suas mãos as
suas chaves? (Lv 25:27-47). Há a justiça que é pela Lei
(Rm 10:5) e há a justiça que é pela fé (Rm 10:6). Uma é
19:30
escrita, e outra deve ser crida. Se isto não acontecesse,
não poderia haver ressurreição e translado dos justos
do Hades para a Nova Jerusalém Celestial. Tragada foi
a morte na vitória. Ele consumou a obra da redenção
(resgate) pelo poder do seu sangue; ele consumou
a obra da remissão (perdão) pelo poder do seu
sangue; ele consumou a obra da imputação (direito
de usufruirmos como filhos daquilo que era som ente
d ele), pelo poder do seu sangue. Ele consumou a obra
da restauração do homem (como o segundo Adão)
a Deus, pelo poder do seu sangue. Ele consumou a
nossa santificação (fazendo o depósito de um valor
incalculável em nosso favor diante do Pai) pelo poder
do seu sangue. Ele consumou a obra sacerdotal
(segundo a ordem sacerdotal de M elquisedeque),
introduzindo o seu sangue no Tabernáculo celestial. Ele
consumou a nossa justificação (a nossa posição como
justos sem condenação diante de Deus), pelo poder
do seu sangue. Ele consumou todo o cerimonial da
expiação eterna (cumprindo a Lei em nosso lugar como
Homem eleito no lugar da nação eleita), pelo poder
do seu sangue, sendo que todos estes bens devem ser
recebidos mediante afé, pela Graça de Deus
João 19:30: Logo após Jesus ter provado o vi­
nagre, disse: “Está consumado”. E, inclinan­
do a cabeça, entregou o Espírito, tjo i7 :4 ;E{4:8-w ;
Hb 12:22-24;Rm 10:5-7;Sl68:18-21;Jó 17:13 16; 19:25)
Um soldado fere ajesus com uma lança. O grande
dia de sábado era o dia do descanso de nosso Senhor,
verdadeiramente o Senhor do sábado
João 19:31: Então, os judeus rogaram a Pila-
tos que se lhes quebrassem as pernas e que os
corpos fossem tirados dali e não ficassem na
cruz, pois era a preparação (véspera do grande
dia de Sábado). (Dt21:22,23;Éxl2:16)
Um tipo da posição do homem na eternidade
João 19:32: Foram, pois, os soldados e, na
verdade, quebraram as pernas ao primeiro e
também ao outro que com ele foram crucifi­
cados; (Jo 19:181
A paz de um justo, na ocasião da morte, foi mostrada pela
morte de Cristo. A morte, para nós, os justos, é o castigo
que nos traz a paz, e ali, na cruz, estava sobre ele (Is
53:5). Até para morrer, o justo é invejado; é como muitas
pessoas que não conseguem descansar e dormir, pois
precisam de remédios para não “perambularem em seus
pensamentos” sem paz e dormirem. Jesus não precisou
de nenhuma ajuda para dormir em paz. Quem toma
remédio para dormir precisa de cura e é como quem pede
para que lhe quebrem as “pernas”
João 19:33: mas, chegando próximo ajesus,
perceberam que já estava morto, e não lhe
quebraram as pernas.
No meio daquelas cenas, em grande angústia, sua alma
450
JOÃO 19:33
invocou ao Senhor e clamou a Deus, já fora do seu corpo.
Lá em cima, o Pai, que virarao rosto para não ver tamanha
humilhação, levanta-se. Aquela hora crucial fez o Céu
parar. Foi então que do seu Templo o Pai ouviu asua voz;
o clamor da alma do Filho chegou aos seus ouvidos. O
Pai começou a se mover e deu ordens aos querubins que
viessem até ele. Mas eles, atordoados, se demoraram. O
Pai bradou a sua voz e raios, e relâmpagos se fizeram ouvir.
Os anjos tomaram nota e saíram. Chegara a hora final.
Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos
montes também se moveram e se abalaram, porquanto o
Pai estava indignado. O Ancião de Dias chamou os Arcanjos
e pediu que o Trono se movesse rapidamente em direção
à Terra. As rodas começaram a mover-se. Os querubins
se preparavam. Mas, no meio daquela apoteose, o tempo
passava apressadamente e estava ficando tarde demais.
Nunca os anjos haviam visto o Pai tão aborrecido e irado.
Das suas narinas subia fumaça, e da suaboca saiufogo
devorador; dele saíram brasas ardentes. Então acenou
com as mãos, e os anjos esperavam que subisse no trono
móvel. Mas ele decidiu montarem um querubim (pois
eram quatro), e voou; voou sobre as asas do vento. Ele
abaixou os Céus e desceu; trevas espessas havia debaixo
de seus pés, o que não era comum (Êx 24:10,17). Ele
queria que tudo fosse um segredo. Ele estava atento a
tudo aquilo que simultaneamente acontecia no Calvário.
Exigiu que tudo acontecesse ali nas trevas do Calvário,
era o seu retiro secreto; como uma cobertura invisível,
mas sólida, no mundo espiritual, ele montou um pavilhão
que o cercava; era a escuridão das águas e as espessas
nuvens do céu. Quando ele chegou, os demônios riam
e chacoalhavam a cruz, blasfemavam e rondavam a sua
alma recém-chegada do Tabernáculo celestial. Chegou o
Ancião de Dias, aquele que hoje o chamamos de Pai. Do
resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas
nuvens, saraiva e brasas de fogo. O Senhor trovejou a sua
voz; e houve saraiva e brasas de fogo. Da sua boca saíram
setas, e as espalhou; multiplicou raios e os perturbou.
Os demônios o reconheceram e lembraram sua fúria no
dia da queda do grande Luzeiro. Com asua chegada nas
asas do vento, foram vistos os leitos das águas, e foram
descobertos os fundamentos do mundo, e os demônios
foram tomados de surpresa. Eles não esperavam por isso, e
ouviram a repreensão do Senhor, e testemunharam o sopro
do vento das suas narinas. Ali, num refúgio do monte, no
ermo do mundo espiritual sobre o Calvário, trêmulo e frágil
de tanto sofrimento psicológico e espiritual, cambaleava
a alma de Jesus, enquanto alguns demônios intentavam
atormentá-lo. Foi quando o Pai, depois de limpar a área com
asua presença e com setas de fogo, do alto estendeu o seu
braço e tomou o Filho, tirando-o do meio das setas. Ali era a
entrada do mundo espiritual, as Regiões Celestes estavam
sendo tomadas de vez. Era conhecida como monte de Basã,
onde os anjos caídos farreavam. Eles se transformavam
em cães, bois, leões, hienas. O Pai veio tomar de volta o
que lhe pertencia. Enquanto isso, Satanás se assusta e
tentava retirar-se, tentando desaparecer dali. O Ancião de
Dias livrou o Cordeiro do inimigo forte e daqueles que o
odiavam; pois eram mais poderosos do que ele naquelas
circunstâncias, esvaziado de seus poderes divinos, após a
sua encarnação, antes de sua ressurreição e glorificação.
Quando o Ancião de Dias o tomou, estava morto
19:34
fisicamente. O seu calcanhar foi ferido pela Serpente,
quando os guardas prendiam os seus pés na cruz. Sua alma
estava triste e se sentia tão abatida. Havia sofrido muito.
O Ancião de Dias tomou a alma divina do Filho, olhou
ao seu lado e fixou-se na espada do Éden que havia sido
encravada nele na entrada do Tabernácu lo Celestial. Com
grande força ele a arrancou. Assim, Ele o curou, o abraçou
e o fortaleceu, e o levou para um lugar espaçoso; livrou-o,
porque tinha prazernele, depois regressou (SI 18:11 -18). O
vento passou, quando já fortalecida, chegaram os anjos de
Deus. Ele saltou. De cima do lugar forte, sentiu os artelhos
se firmarem. Ele se alegrou. Olhou para os lados! Seus olhos
de fogo, por minutos, queriam regressar, e o fogo cintilavae
se esvaía. Ainda não era a hora da glorificação. Preparou-se.
Havia algo a fazer antes. O Pai assentou-se no querubim
e esperou. Entreolharam-se e o Pai conheceu o coração
e o desejo do Filho. “Vai à luta o Vingador”, enquanto
percorria os olhos no monte de Basã, as Regiões Celestes,
que escolheu por sua habitação. O nascimento literal da
Igreja, que, como Eva, foi trazida a Adão, depois do sono
profundo e da cirurgia (Gn 2:21 -24; SI 45:10) aconteceu.
O sangue eraa prova de sua humanidade e a água, a prova
de sua divindade (1 Jo 5:8). Ambos concordavam com o
Espírito Santo. A água era o testemunho do Espírito nele.
Esta era a água que ele queria que fluísse do interior de seus
discípulos: O Espírito Santo. Era aágua que ele mesmo
ofereceu a quem cresse nele como diziam as Escrituras
(Jo 7:37). Esta água era o seu sangue incorruptível, a sua
vida divina, o seu Espírito, e não o sangue humano. Era
este sangue (a água) que ele ofereceu aos seus discípulos
(Jo 6:53-57; 7:37); pois, em ordem cronológica, ele falou
do seu sangue em João 6; em João 7, ele ofereceu a água, e
revelou qual era o mistério da água: “Ele dizia isto a respeito
do seu Espírito que haviam de receber”; e em 1João 5:8, já
gozando de grande maturidade, o Apóstolo revelou que a
água e o sangue concordavam com o Espírito Santo. Ele era
cem por cento homem e cem por cento Deus
João 19:34: Contudo, um dos soldados lhe
furou o lado com uma lança, e logo saiu san­
gue e água. (Uo 5:6,8; Gn2:22,23)
Em uma leitura rápida, pensamos que João, o autor do livro,
falava agora dele mesmo, mas, na verdade, compartilha
com o testemunho do Pai; ele faz uma projeção do
testemunho do Pai (S118)
João 19:35: E aquele que viu isto, deu teste­
munho, e o seu testem unho é verdadeiro; e
sabe que diz a verdade, para que também vós
0 creiais. (Jo 15:27;21:24)
Ele lutou em dois mundos, e triunfou. Não perdeu
tempo com o escudeiro de “Golias”, isto é, com
os criados do templo e com os homens do Império
romano, mas reservou o seu poder para a sua grande
luta contra o “Golias”, e acertou a sua cabeça, enfim
(Gn 3:35); ele venceu na vida e na morte e nenhum
de seus ossos foi quebrado. As leis para a realização
da Páscoa, registradas em Êxodo 12, são sem elhantes
às leis espirituais exigidas na participação da Ceia
do Senhor, entre outras: (1) Não deveria ser realizada
fora do corpo de Cristo e nem fora da casa de Deus.
JOÃO 19:36
(2) Nenhum osso do Cordeiro deveria ser quebrado.
Ossos falam da estrutura principal do corpo. A Páscoa,
que é um tipo da Ceia do Senhor, deveria ser realizada
sob o estrito padrão da doutrina da fé; não deveria
ser compartilhada com nenhuma falsa doutrina que
vituperasse o padrão da doutrina em Cristojesus: Êxodo
12:46: “Em uma casa se comerá; e a sua carne não
tirareis para fora da casa, nem quebrareis osso algum ”
(Nm 9:12; Jo 19:33,36). A carne do Cordeiro não poderia
ser dilacerada, nem os seus ossos quebrados
João 19:36: Porque essas coisas aconteceram
para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum
dos seus ossos será quebrado”. (si34.-20;Êxi2:46;
Nm9:I2;Sl34:20)
Ao morrer, Jesus foi pessoalmente ao Hades. Isto significa
que sua alma esteve ali (Ef 4:8-10; Hb 12:22-24; Rm 10:5-7;
SI 68:18-21; Ef4:9-10; Jó 17:13-16; 19:25). Sua chegada
ao Hades foi diferente de todas as outras que aconteceram
antes dele. Ele tinha uma função especial. Ele foi ungido
pelo Espírito Santo para estar ali. Ele cumpriu a Lei e como
prêmio recebeu o poder da ressurreição. Se ele cumpriu a
Lei é porque jamais pecou, e se jamais pecou não poderia
ter morrido; mas ele entregou a sua vida para poder
retomá-la na ressurreição. Ele realizou o seu ministério
como novo nascido e tinha o selo do Espírito Santo. João
apontou Jesus como vencedor sobre a morte. Por isto, a
morte não teve poder contra ele, pois ele cumpriu a Lei
(Lv 18:5; Rm 10:5-7). Portanto, não podia permanecer
no Hades. A diferença entre a Igreja e qualquer outro
elemento do Reino de Deus, como Israel e as nações, é o
novo nascimento. O novo nascimento é tipificado no Antigo
Testamento pela circuncisão. A antiga aliança trouxe a
circuncisão e a Lei. A nova trouxe o novo nascimento e
o selo do Espírito Santo. Quando Jesus nasceu já era um
novo nascido, porque ele não nasceu segundo a vontade do
varão, nem do sangue, nem da carne, mas nasceu segundo
a vontade do Espírito; isto é o novo nascimento, nascer do
Espírito. Comojesus cumpriu a Lei nos seus estatutos, nos
seus cerimoniais, nos seus juízos e nos seus preceitos, Deus
lhe concedeu o poder da ressurreição, segundo constava
na promessa disponível somente àquele que cumprisse a
Lei (Lv 18:5). Assim, o império da morte não podia detê-lo.
Mas o quejesus foi fazer no Hades? A primeira epístola
de Pedro 3:19 apresenta um assunto novo em relação
doutrinaque trata do ministério dejesus em sua morte.
Jesus esteve no Hades por várias razões. Toda a justiça
tinha que ser satisfeita, e nada passaria em branco; assim
Jesus esteve no Hades para cumprir outra de suas grandes
obras: Foi ao Hades para apresentar-se àqueles que, nos
dias de Noé, não creram nele. Foi dele que Noé pregou: “A
justiça eterna”. (1) Foi anunciar o Evangelho que possui
duas facetas: Boas-Novas para os que se salvam e má-nova
para os que se perdem (2 Co 2:15-16). (2) Jesus esteve no
Hades para concluira condenação dos ímpios: “Porque
por isto foi pregado o Evangelho também aos mortos, para
que, na verdade, fossem julgados segundo os homens
na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito” (1
Pe4:6). O mistério deste texto: (1) “Sejam julgados...”.
Somente os ímpios deverão ser julgados (Rm 8:1). Os que
estão em Cristo não passarão por nenhuma condenação
451
19:37
ou juízo. (2) “Vivessem segundo Deus em espírito”.
Quer dizer o mesmo que Deus disse em Gênesis 3:22: “O
homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem
e o mal. Agora, não suceda que ele estenda a mão e tome
do fruto da árvore da vida e o coma, e viva eternamente”.
O ato de viver segundo Deus em Espírito equivale a viver
eternamente como Deus, mas longe de Deus. O ímpio
quando morre entra no estado da eternidade. Sua alma
é eterna. Se Adão tivesse comido do fruto da árvore da
vida, não precisaria morrer para entrar na vida eterna.
Ele já entraria na dimensão da eternidade, semelhante ao
diabo e os seus anjos caídos. Não necessitaria ser julgado.
0 ímpio que morre sem Deus equivale, em alma e corpo,
a Satanás e seus anjos, em seu estado de morte eterna.
0 corpo faz a diferença, pois é no corpo que o homem
pode amadurecer a sua alma e aperfeiçoar o seu homem
interior, isto é, o seu espírito humano (Hb 12:22-14). Por
isto, quando Jesus esteve no Hades, definitivamente os
entregou ao juízo e à morte eterna, que ainda será operada
na vida do ímpio condenado, que há de ressuscitarpara a
vergonha eterna após o juízo do Trono Branco; pois assim
será, os ímpios receberão seus corpos como homens
e viverão eternamente mas longe de Deus. 0 juízo dos
ímpios mortos será antes de sua ressurreição. Os ímpios
não ressuscitarão, primeiramente, para depois serem
julgados, mas serão julgados somente como almas e depois
serão ressuscitados e, já com os seus corpos imortais, hão
de ser lançados no Lago de Fogo para sempre. Depois da
morte segue-se o juízo. Os justos não serão réus desta
pena, porque já não haverá nenhuma condenação para os
que estão em Cristo. Em Gênesis 3:22, nos é revelado que
o homem podia ter vivido eternamente, mas Deus não o
permitiu. Por isso, Deus expulsou Adão e Eva do jardim do
Éden terreno, para demonstrar-lhes a sua misericórdia. Por
que Jesus não foi pregar salvação aos justos que estavam
no outro lado do Hades, isto é, no Seio de Abraão? Porque
osqueestãoemCristo não entram em condenação, por
isso, apenas deveriam ser transportados dali para a nova
Jerusalém. Em 1 Pedro encontramos que aqueles que
ouviram a pregação de Cristo no Lugar de Tormento, que
era uma das três partes do Hades, serão julgados conforme
o juízo que está determinado sobre os ímpios. Porque os
mortos ímpios não têm direito àsalvação (Hb 9:7; SI 88:5).
Sua vida no corpo é a oportunidade do resgate de sua alma.
Se o ano aceitável passar (Is 61:1,2a), isto é, o tempo em
que a alma vive no corpo, perde-se também a oportunidade
de saivação(Lv25:30-32). Depois da morte, os ímpios
não têm mais o seu espirito humano em seupoderpara
nele receberem o novo nascimento do Espírito Santo
(Ec 12:7). Jesus não foi ao Hades para fazer justos, senão
para libertar os justos que estavam cativos lá (Is 42:7). O
verso 37 faz uma projeção profética a respeito da segunda
vinda de Cristo, quando Israel o verá na sua volta em glória
e se converterá ao Messias para sempre e, finalmente,
experimentará o seu Pentecostes diante de seus pés,
quando ele se manifestar com a sua Esposa sobre o monte
das Oliveiras (Zc 14:4)
João 19:37: Também há outra Escritura, que
diz: “Olharão para aquele que traspassaram”.
(Zc 12:10;Ap 1:7)
José de Arimatéia aproveitou o tempo de seu trabalho, pois
JOÃO 19:38
Jesus dissera que não tinha onde reclinar a sua cabeça,
querendo dizer: “o Filho do homem não tem sepultura”.
Ele foi a Pilatos disputar a respeito do corpo de Cristo.
Quando o preço é pago, o corpo não pode permanecer
no vitupério, deve ser sepultado. José de Arimatéia fez o
mesmo que Rispa, a concubina de Saul, que cuidou dós
corpos de seus filhos, até que a chuva viesse. Fez o mesmo
que Abraão ao enxotar as aves de rapina que vinham sobre
os corpos do sacrifício. Jesus teve vários discípulos que
“corriam por fora”, isto é, pessoas que entraram em cena
na hora certa, sem ter estado com ele sempre, tal como
Zebedeu, Zaqueu, Lázaro, as mulheres ilustres, Nicodemos
e José de Arimatéia. Estas pessoas sabiam das necessidades
do ministério de Jesus e tratavam de provê-las. Durante
o tempo de seu ministério, Jesus não exigia deles
absolutamente nada; eles sabiam o que fazer na hora certa.
Muitos líderes não sabem como conviver com esse tipo
de membros que não comparece em todos os cultos. Mas
eles são muito necessários. O corpo há de ressurgir para
que a sepultura seja testemunha da ressurreição, porque
ninguém pode ressuscitar na cruz. Esse ato também foi uma
manifestação do arrependimento de José de Arimatéia e
Nicodemos, tendo em vista a omissão no seu testemunho
público. Depois de toda a burocracia, José conseguiu a
permissão para sepultar o corpo, enquanto Nicodemos
fazia os preparativos: Fez trato com os mercadores de linho
fino, a ser dedicado ao funeral do sumo sacerdotejesus;
alguém saiu em busca das ferramentas, como o pé-de-
cabra, a escada, as cordas. Não foi algo divulgado; somente
os homens estavam ali, enquanto as mulheres foram
preparar o sepulcro. Tudo deveria ser feito com rapidez,
por que o sábado se aproximava. Depois de prepararem
um lugar à parte sobre o monte Caveira, em meio às poças
coaguladas de sangue, em lágrimas, eles começaram a
obra. Ao som dos arrancos feitos pela ferramenta, retirou-
se os cravos da parte de cima à esquerda e à direita, depois
de amarrarem o corpo. Seguravam o corpo com cordas
por baixo das axilas e pelas virilhas até que retirassem os
cravos dos pés; então, relaxaram a corda e o corpo caiu
sobre os dois que, de braços abertos, o agarraram como
quem segura um troféu. Eles se entreolharam e sentiram
as feridas por todos os lados de seu corpo. Os tornozelos e
as mãos estavam arrebentados por causa do peso do corpo
inerte. Então o puseram sobre o lençol alvo e o enrolaram
com perícia; rapidamente o levaram e o desceram até o
sepulcro escavado na rocha, para glória da criatura que
recebia o seu Criador; depois que o depositaram, saíram
da sepultura e rolaram uma pesada pedra arredondada.
Chegava o sábado. Eles saíram pesarosos dali e deixaram
em descanso o Senhor do sábado
João 19:38: Depois destes acontecim en­
tos, José de Arimatéia, que era discípulo de
Jesus, em bora secretam ente, por m edo dos
judeus, rogou a Pilatos que lhe desse per­
missão para tirar o corpo de Jesus. E Pilatos
lho permitiu. Então, foi e tirou o corpo de
Jesus da cruz. ijooazi
O homem do início do livro apareceu com a sua oferta, já
novo nascido em Cristo. Como ele soube que estes eram os
452
19:39
perfumes prediletos de Cristo? (SI45:8)
João 19:39: Foi também Nicodemos, aquele
que anteriorm ente havia estado com Jesus
de noite, trazendo quase cem libras romanas
( “quase34 quilos”)de uma mistura de mirra
e aloés. /Sl45:8;]o3:l;7:50)
Certamente eles se lembraram de Maria, aquela que se
antecipou ao ungir o corpo vivo de Cristo para a sepultura.
A forma como eles o envolverão será fundamental. Pois,
ao ressuscitar, Jesus sairá daquele lençol sem que ninguém
o desate, como fizeram com Lázaro. Sairá dele como uma
cigarra troca de casca. Este será o grande sinal que João e
Pedro terão para comprovar a sua ressurreição
João 19:40: Tomaram, pois, o corpo de Je­
sus, e o envolveram em lençóis de linho com
as especiarias, como os judeus costumavam
fazer na preparação para a sepultura, uo 11.-44,■
Mt26:12;Jo 20:5,7; Lc24:12)
Naparte de trás do Calvário ficava um jardim. Havia nele
uma rocha aberta, onde puseram a Rocha. O Senhor do
sábado descansou, descansou como a vara de Arão, para
receber vida do alto e florescer, brotar flores e frutos como
amêndoas e ser colocada de volta diante do Testemunho,
isto é, à direita do trono do Pai (Ap 3:21). O Cordeiro era
puro, a bezerra jamais levou jugo, a sua mãe era virgem, no
jumentinho n inguém havia montado, a sepultura era nova e
o Cordeiro, sem mancha. Tudo dele e nele era novo. Ele foi
o único que emprestou uma sepultura e a devolveu
João 19:41: E, no lugar onde Jesus fora cruci­
ficado havia um horto, e neste horto havia um
sepulcro novo, em que ninguém ainda havia
sido sepultado.
Perto da Caveira ferida, o sinal da grande vitória: A
sepultura aberta. A contribuição de Arimatéia foi tão
importante como ado pai de família que mobiliou o
cenáculo para a Ceia. O sepulcro é um tipo do local
onde somos depositados para a ressurreição. Ninguém
ressuscita na cruz
João 19:42: Então, por causa da véspera
da Páscoa ( “preparação”) dos judeus,
e porque aquele sepulcro estava mais
perto, ali puseram o corpo de Jesus.
ÍJo 19:14,31,20,41)
João, capítulo vinte (20)
A ressurreição de Jesus no oitavo dia, o domingo. O
oitavo dia era o primeiro dia da nova semana, contando-
se a partir do sábado. O oitavo dia era um dia especial na
Lei, e um tipo poderoso do dia de domingo, um dia que
revela a Graça: (1) Era o dia em que a mulher que havia
tido filho varão podia aproximar-se do templo para levar
o seu filho para ser circuncidado (Lv 12:2). (2) Era o dia
João 20:4
da circuncisão para todos os meninos (Lv 12:2); um tipo
da apresentação do novo nascido diante de Deus. (3) Era
o dia em que o ex-leproso, já liberto da lepra, que é tipo
do pecado, apresentava-se diante do templo para cultuar
(Lv 14:10,23; 15:14,29). Um tipo de honraria que os
gentios apresentam diante do Deus das nações. (4) Era
um dia da manifestação da glória do Senhor, quando Israel
apresentava-se diante de Deus (Lv 9:1 -6). (5) Era o dia em
que o cordeiro recém-nascido era livre do convívio da sua
mãe para ser dedicado ao Senhor (Lv 22:27). (6) Era um
dia de descanso, depois de todas as festas (Lv23:36), além
de todos os sábados e dias de festas. Era o ato de caminhar
a segunda milha, depois do sábado. (7) Era um dia além
do sábado (Lv23:38). Era um dia de descanso das obras
religiosas (Lv23:39). N esse dia,Jesus ressuscitou, em
um domingo, depois de mostrar o seu senhorio sobre o
sábado. A vitória de Cristo sobre a morte e o sepulcro. Ele
triunfou sobre a morte ao ressurgir e sobre o sepulcro ao
deixá-lo aberto ( 1 C o 1 5 :5 5 ;O s 1 3 :1 4 ) . 0 sepulcro aberto
é a demonstração cabal que as portas do Hades (ou Sheol)
foram abertas e uma cortesia do Esposo à sua Esposa, a
Igreja, representada ali pelas Marias
João 20:1: No primeiro dia da semana, Ma­
ria Madalena foi ao sepulcro de madrugada,
sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora
removida do sepulcro. (Mt27:60,66j
A primeira mensagem depois da ressurreição estava de
acordo com a mentira do sumo sacerdote. A primeira
mensagem a ser anunciada foi uma mentira. Maria
Madalena voltou ao sepulcro novamente, conheceu a
verdade e foi liberta
João 20:2: Então, correu e foi a Simão Pedro
e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e
disse-lhes: “Levaram o Senhor do sepulcro,
e não sabemos onde o puseram”. fjo13.23,■19.26;
21:7,20,24)
A saga de Pedro ejoão: Os dois começaram a correr, e são
tipos dos colegas de ministério que iniciam a carreira juntos
e com o mesmo objetivo, mas jamais chegarão juntos ao seu
destino, pois ambos terão diferentes resultados
João 20:3: Pedro e 0 outro discípulo saíram e
foram ao sepulcro. (Lc24-.i2)
Por que ambos comeram juntos e não chegaram juntos?
Porque, no caminho, Pedro começou a refletir nos seus
recentes feitos: “eu o traí-enquanto corria-, o que lhe
direi quando o encontrar?”. Ejoão avançava rapidamente,
mas Pedro, conforme pensava, e cheio de remorsos, sentia
que os seus passos pesavam mais emais.Aculpa nos atrasa.
Mas algo aconteceu no caminho
João 20:4: E corriam os dois juntos, mas 0
outro discípulo foi mais veloz do que Pedro, e
chegou primeiro ao sepulcro; (Mateus20-.ió)
João chegou primeiro e viu de longe os lençóis intactos com
os quais Arimatéia e Nicodemos o ataram e ali o colocaram,
mas não entrou. Não é de quem corre a vitória, mas daquele
453
20:5
que encontra a graça do Senhor. João correu tanto, mas
não entrou. Pedro veio cheio de medo, mas alcançou
entrar. Muitos nadam e morrem na praia. Pedro entrou
na sepultura! Virando a moeda, também temos aqui outra
mensagem: Por que João chegou primeiro? Porque quem
ama chega antes do que qualquer um
João 20:5: e, abaixando-se, viu que os lençóis
de linho foram deixados ali; mas não entrou.
(Jo 19:40/
Porque Pedro ejoão, somente ao verem os lençóis, creram?
Pela situação como estavam os lençóis: intactos e no mesmo
luga r; ele ressurgiu como uma cigarra que, depois de quase
duas décadas, emerge da terra, pois quando as ninfas
alcançam o tamanho ideal, cavam devolta para a superfície
usando as pernas da frente, que atuam como pequenas pás,
sempre vindo à tona ao anoitecer, no final da primavera.
Sobem para um local mais elevado e trocam a sua pele
pela última vez, tomando-se em cigarras adultas com asas,
quando deixam a velhae vaziapele de ninfapara trás. Assim
podemos comparar os detalhes da ressurreição de Cristo ao
deixar os lençóis intactos e vazios na sepultura
João 20:6: Chegou, pois, Simão Pedro, que o
seguia, e entrou no sepulcro, e viu os lençóis
de linho do envoltório intactos, conforme ali
tinham sido deixados,
Os lençóis estavam intactos, mas os lenços que estavam
sobre a sua cabeça foram removidos e colocados à parte.
Ele saiu dali como uma cigarra e redivivo
João 20:7: e o lenço de linho, que estivera
sobre a cabeça de Jesus, não estava com os
lençóis de linho do envoltório, mas enrolado
num lugar à parte.
Depois João entrou e viu. O que houve com João? Porque
chegou primeiro, mas não quis entrar. Mas depois
entrou, viu e creu. Por que ele viu e creu?Justamente pela
comprovação que tiveram ao vero estado dos lençóis, que
eram enormes e ainda estavam enrolados, pois Jesus saiu
do meio deles sem necessidade de desatá-los
João 20:8: Então, entrou também o outro
discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro,
e viu, e creu. 0o20:4/
A fé na doutrina da ressurreição é produzida mediante o
entendimento das Escrituras
João 20:9: Porque ainda não com preen­
diam a Escritura, que era necessário que
ele ressuscitasse dentre os mortos. (Mt22-.29;
Lc24:26,46; A t 13:34/
Eles estavam hospedados em um hotel, onde o pai de
família lhes preparou o Cenáculo
João 20:10: E os discípulos voltaram para
casa.
Jesus aparece a Maria Madalena. Era a segunda vez que
454
JOÃO 20:15
Maria Madalena estava ali na sepultura. Na sua primeira
mensagem, elafalhou. Mas agora, por causa da sua
perseverança, ela terá uma experiência definitiva com
Jesus Cristo; então mudará radicalmente o conteúdo da sua
mensagem (ver a sua primeira mensagem -Jo 20:1,2). Maria
chorou até o momento de sua decisão de entrar na sepultura.
Mas para entrar na sepultura vazia é necessário humildade
para descer e se abaixar. Não devemos chorar mais, devemos
entrar na sepultura; mas o que significa entrarna sepultura?
Significa não confiar apenas naquilo que as pessoas dizem,
mesmo sendo anjos de Deus. Devemos ter nossa própria
experiência ao enfrentarmos os nossos medos
João 20:11: Maria, porém, estava ali fora,
em pé, junto ao sepulcro, chorando. Enquan­
to chorava, abaixou-se para ver o interior do
S e p u lc r o , (Mc 16:5;Jo20:5)
Os anjos se parecem com seu Senhor, se vestem como seu
Deus. Eles não têm problemas de servi-lo na cabeceira ou
aos seus pés (emborajesus não estivesse mais ali naqueles
lençóis - Is 6:1,2), isto é, como serafins ou querubins
João 20:12: e viu dois anjos vestidos com
roupas brancas, sentados onde o corpo de
Jesus fora posto, um no lugar da cabeceira e o
outro no lugar dos pés. (ML28:2,3;M el6:5;Lc24:4/
Ela continuava com a mesma mensagem inventada do
verso dois. Ela precisava mudar aquela mensagem. O que
a perturbava tanto, a ponto de manter a mesma mensagem
baseada nas suas próprias conjecturas
João 20:13: E eles lhe disseram: “Mulher,
por que choras?” Ela lhes respondeu: “Por­
que levaram o meu Senhor, e não sei onde o
puseram”. (jo20:2/
O que havia de tão natural no homem ressurreto que
não despertou a curiosidade de seus discípulos, como
aconteceu com Maria, Lucas e Cleofas? Enquantojesus
estiver à nossa retaguarda, teremos dificuldades para
compreendê-lo
João 20:14: Quando disse isto, olhou para
trás e viu Jesus, que estava ali em pé, mas não
reconheceu que era Jesus. (Mt28:9;jo2i:4/
Jesus foi confundido várias vezes com um fantasma,
e agora estava sendo confundido com um horticultor
criminoso, ladrão de sepulturas
João 20:15: Jesus lhe disse: “Mulher, por que
choras? A quem procuras?” Ela, pensando
que fosse o horticultor, respondeu-lhe: “Se­
nhor, se tu o levaste, dize-me onde o colocas­
te, e eu o levarei”. /jo20.-i3)
Para Lucas e Cleofas, ele se revelou no partir do pão, mas
para Maria, ele se revela ao dizer o nome dela.
Ela o reconheceu e, com todo respeito,
o chamou como o seu Mestre
20:16 J oão
João 20:16: Disse-lhejesus: “Maria!” Eela,
virando-se, disse-lhe em hebraico: “Raboni”
(que quer dizer M estre)!
Jesus acabara de sair do Hades através do sepulcro, sobre
o qual cantou: “onde está a tua vitória?” (1 Co 15:55),
quando a sua pedra foi removida pelos anjos de Deus.
Ele, sendo feito primícias dessa grande colheita de santos
através da ressurreição, não podia ser tocado enquanto
não se apresentasse em corpo ressurreto diante do
trono. Havia entrado no Santíssimo em alma, mas agora
entraria com corpo ressurreto diante do Pai. Jesus estava
ensinando a Maria que não se toca em primícias, pois
ele foi feito as primícias da ressurreição. Dali em diante,
depois de despedir-se de Maria, anjos batedores abririam
um corredor quase interminável, formando um caminho
novo para que ele e os seus santos passassem. Lá em cima,
na Cidade Celestial, irradiava luz pelas portas de pérolas
(Hb 12:22-24). A cidade se preparava para eles. As portas
de pérolas abrir-se-iam como se uma esfera presa nos dois
lados nos trilhos dos umbrais; entretanto, do lado exterior
da cidade os anjos cantavam o Salmo 24, verso 7: “Levantai,
ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da glória”. A resposta à profecia de
Moisés em Deuteronômio 30:12-13 estava sendo dada com
todo poder (Rm 10:5-7)
João 20:17: Disse-lhejesus: “Não me dete­
nhas, porque ainda não subi para meu Pai;
mas vai para meus irmãos e dize-lhes: Eu subo
para m eu Pai e vosso Pai, para meu Deus e
VOSSO Deus”. (Rm 10:5-7;Dl30:12, 13;M t28:10;lo 20:27;
7:33; Rm 8:20;Hb2:l 1)
A mensagem de um evangelista muda quando ele vê por si
mesmo o Senhor. Asua mensagem tem autoridade quando
ele conversa com o Senhor, quando recebe palavras
diretamente dele. Compare a mensagem atual dela
com a mensagem inicial (Jo21:2). Quantos evangelistas
necessitam da mesma experiência?
João 20:18: E Maria Madalena foi levar as
boas-novas aos discípulos: “Vi o Senhor! E ele
me disse essas coisas”. /Lc24:io,i3j
Jesus aparece a dez de seus discípulos: Para Lucas e
Cleofas ele se revelou no partir do pão, para Maria
Madalena ele se revelou pronunciando o seu nome; para
dez de seus discípulos ele se revelou com a saudação da
sua paz e com a revelação das marcas de sua crucificação.
Quem ministra a paz deve se colocar no meio dos
medrosos e mostrar os seus sinais. Os homens mais
incrédulos são os seus ministros
João 20:19: Chegada, pois, a tarde daquele
dia, qqe era o primeiro da semana, e estando
as portas trancadas onde os discípulos esta­
vam reunidos por medo dos judeus, Jesus
veio, pôs-se no meio e disse-lhes: “Paz seja
COnVOSCO”. (Lc24:36-39;Jo20:21,26}
455
20:26
As mãos tinham as marcas dos cravos, e no seu lado
a marca da lança. Era o nosso segundo Adão
mostrando de onde a sua Esposa, algreja, foi tiradanos
momentos de seu sono profundo
João 20:20: Dizendo isto, mostrou-lhes as
mãos e o lado. Então, os discípulos se alegra­
ram ao ver o Senhor. (lc 24.3q,4 0;Jo 10:20,22}
A segunda ordem de paz vem com uma missão
apostólica. Da mesma forma como o Pai o enviou,
ele estava enviando os seus apóstolos. Mas como foi
que o Pai o enviou? (1) No poder do Espírito Santo (Is
11:2,3), isto é, lançando sobre os sete Espírito de Deus
paulatinamente, assim como o Pai enviou o seu Filho
João 20:21 : Jesus lhes disse pela segunda
vez: “Paz seja convosco; como o Pai me en­
viou, assim também eu vos envio”. (Mt28:w;
Jo 17:18,19; 14:27}
O poder da pessoa do Espírito Santo: Não era o mesmo
acontecimento de Atos 2. Era o recebimento de seu
Espírito no espírito humano de cada um; logo, este sopro
equivaliaao novo nascimento dos discípulos; fato que
não poderia acontecer antes da morte e ressurreição de
Cristo. Uma grande transformação aconteceria, a partir
deste momento. O sopro de seu Espírito está de acordo
com a natureza do Espírito Santo
João 20:22: E, tendo dito isso, assoprou sobre
eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo.
Como o Pai o enviou e, agora, como nos envia? (2) Com o
poder e a autoridade para perdoare reter pecados
João 20:23: Àqueles a quem perdoardes
os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àque­
les a quem os retiverdes, ser-lhes-ão reti­
dos”. (Mt 16:19; 18:18}
A incredulidade de Tomé. As pessoas incrédulas,
geralmente, não estão presentes nos melhores cultos
João 20:24: Ora, Tomé, um dos doze, cha­
mado Dídimo, não estava com eles quando
Jesus veio. (joii.-iój
Este capítulo é revelador: Ele nos mostra os variados
tipos de mensagens, os diversos tipos de fé e os tipos de
revelação de Cristo. Por exemplo, entre os diversos tipos de
fé, há o tipo que antes de crer quer primeiro ver e tocar
João 20:25: Disseram-lhe, pois, os outros dis­
cípulos: “Vimos o Senhor”. Ele, porém, respon­
deu-lhes: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal
dos cravos, e ali não puser o dedo e não puser a
mão no seu costado, não crerei”. (jo20:20)
As pessoas incrédulas esperam mais tempo para
satisfazer a sua curiosidade. É a terceira vez que Jesus
lhes ministra a paz
João 20:26: Oito dias depois, os discípulos
20:27
estavam ali reunidos novam ente, e Tomé
com eles. E vindo Jesus, estando as portas
trancadas, pôs-se no meio deles e disse: “Paz
seja convosco”. (jo20:2i;
As pessoas incrédulas vivem uma fé sensorial e somente
se satisfazem com os arrepios, com os sentimentos e com
aquilo que os seus olhos podem contemplar
João 20:27: Depois, disse a Tomé: “Põe o teu
dedo aqui, e vê as minhas mãos; chega a tua
mão e põe-na no meu lado; e não sejas incré­
dulo, maSCrente”. (Jo20:25;Lc24:40)
Antes de reconhecermos o seu senhorio, devemos
reconhecer que tipo de fé depositamos nele; antes de ser o
nosso Senhor e Deus, ele deve ser o nosso Profeta infalível,
cujas palavras jamais caem, em quem devemos crer
eternamente
João 20:28: Então respondeu-lhe Tomé:
“Senhor meu, e Deus m eu!”
São tantos aqueles que jamais o viram e que nele creram
que, diante dos tais, Tomé ficaria assombrado
João 20:29: E disse-lhe Jesus: “Porque me
viste, ó Tomé, creste? Bem-aventurados aque­
les que não viram e creram ”. (iPe t.sj
O objetivo deste Evangelho como livro. Há sinais que
jamais serão publicados, porque são exclusivos aos
membros do Corpo
João 20:30: Também muitos outros sinais,
Jesus, na verdade, operou, na presença de
seus discípulos, que não estão escritos neste
livro. (Jo21:25)
Os benefícios da fé no nome dejesus Cristo é a vida eterna;
esta também é uma resposta a Tomé, que somente creu
quando o viu e o tocou; mas podemos apenas ler a seu
respeito, e com isso crer, e esta é a bem-aventurança de
quem nele crer
João 20:31: Mas estes estão escritos para que
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu Nome.
(Jo 19:35;3:15}
João, capítulo vinte e um (21)
A última parte da história narrada por Lucas (cap. 24) é
a introdução desse capítulo. Pela manhã, Jesus esteve
com os seus discípulos e pediu-lhes algo de comer.
Envergonhados, eles lhe deram um bocado de peixe e
um favo de mel. Ele comeu diante deles. Mas naquela
manhã Pedro se sentiu muito envergonhado, e tomou uma
das mais precipitadas decisões de sua vida. Abandonou
o ministério e partiu para a Galiléia, influenciando os
demais discípulos. Desfigurou-se de sua indumentária
de discípulo de Cristo e voltou à pescaria. Nesse pano de
JOÃO 21:3
fundo aconteceu que Jesus se manifestou outra vez a eles
junto à antiga praia de sua vida profissional. Eles estavam
decepcionados por terem trabalhado três anos e o Reino
que eles esperavam não ter acontecido, assim como muitos
de nós desistimos do ministério pelo fato de não termos
muito que apresentar, embora o pouco com Jesus é melhor
que o nada sem ele.Jesus se manifestará sem dó, sem pena
diante deles. Vejamos os detalhes dessa manifestação
João 21:1: Depois destas coisas, manifestou-
se Jesus novamente aos seus discípulos, junto
do mar de Tiberíades; e manifestou-se desta
m aneira:,jo20:iq,2ó;ó:1)
Observe como a atitude de Pedro influenciou pessoas
como João, Natanael e Tomé, pessoas que eram
consideradas sérias no corpo do ministério. Até
mesmo as pessoas sérias se deixam influenciar quando
há uma grande necessidade, mas nada justifica que
tenham acompanhado um homem precipitado. Mesmo
quando ele tem por pai a indústria pesqueira, e todos os
instrumentos para deslanchar na vida profissional
Jo ão 2 1 :2 : Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo, Natanael, 0 que
era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu,
e outros dois dos seus discípulos, (jo 1i .-ió ; i:4 s;
M t 4:21;M c 1:lQ ;Lc5:10)
A frase “vou pescar” significa: chega de servir ao ministério
dejesus e não ter o suficiente apreciável. Muitas pessoas se
fiam naquele que tem aparente oportunidade de negócios.
Eles nunca deixaram de fato o barco, as redes, os trejeitos de
pescadores. Agora, depois de tudo, resolveram mostrar o
que ia pelo seu coração incrédulo. Mas, naquela noite, nada
apanharam. O pescador mais famoso da Galiléia, dono de
uma companhia invejável naqueles dias, nada apanhou
João 21:3: E disse-lhes Simão Pedro: “Vou
pescar”. E lhe disseram: “Nós também vamos
contigo”. Foram, e subiram no barco im e­
diatamente, e, naquela noite, não pescaram
nada. /l c s .s j
Jesus permitiu que eles passassem a noite sem sua
presença. Ele faz isso sempre. Ele nos deixa provar a nós
mesmos que já não damos conta de realizar coisa alguma
sem ele. Sem ele nada poderiam fazer. Sua apresentação na
praia não era diferente das que eles estavam acostumados.
Mas para lembrar-lhes que foi dessa forma que eles foram
chamados para sempre pescadores de homens, na praia!
Na praia. Naqueles dias, quando também nada haviam
apanhado e consertavam as redes, que não estavam tão
bem assim como apregoavam. “Antes as coisas eram
diferentes”. Quando deixamos as credenciais morais de
nosso ministério perdemos a visão da intimidade de nosso
Senhor. Ao deixarmos de agir como santos, ficamos cegos
para a luz da santidade. Como seria possível estar com Jesus
durante três anos e ainda não o conhecer de fato? Antes
não o conheceram por causa da alegria, agora por causa da
incredulidade e da decepção
456
21:4
João 21:4: E, tendo chegado o romper da
manhã, Jesus apresentou-se na praia; mas os
discípulos não conheceram que era Jesus.
Jo20:14)
Pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas,
ele lhes torna a perguntar. Agora, longe do ministério,
confiando no seu profissionalismo, voltando à estaca zero
de suas vidas, nada tinham a oferecer. Quando Deus nos
pergunta quanto temos não é porque deseja tomar o que é
nosso, mas para comparar se temos o suficiente como ele
gostaria de nos oferecer. Ele queria lhes dar o melhor, já
que horas antes, tinhamdadooseu pior, mas ele não havia
reclamado. A vingança de Jesus é o amor
João 21:5: E Jesus lhes perguntou: “Filhos,
tendes aí algo de comer?” Responderam-lhe:
“Não”. (Lc24:411
Ele veio e lhes provou que a posição importa. Se estamos na
esquerda da rebelião, estamos fadados ao nada, ao zero, à
decepção completa. A provisão está na rua direita, como a
Saulo. A provisão está do lado certo. Aprovisão é tão grande
que não podemos puxar. Ela está no lado certo, no lado
direito. Eles jánão tinham preparo físico para puxar tão
grande quantidade de peixes. É normal que os pescadores
lancem a rede pelo lado esquerdo, mas Jesus sempre
quebra os protocolos dos homens sem fé
João 21:6: EJesus lhes disse: “Lançai a rede à
direita do barco e achareis”. Então, lançaram-
na, e já não podiam puxar a rede, porque era
grande o enxam e de peixes, ( u 5:4,6,7)
Quem amaajesus não erra porvingança, nem de coração
completo. Ele é o primeiro areconhecer quem e quando
éjesuse seu Senhorio. Pedro soube que erajesus e não
tinha roupa adequada para recebê-lo. Esta é a condição de
um ministro quando abandona seu posto. Mesmo a túnica
profissional nãojustificaasuaatitude.Oministroque
abandonao ministério de um verdadeiro chamado está nu em
todas as áreas. Asurpresa da revelação de Cristo na sua vida o
distancia geralmente de uma confissão sincera e duradoura.
Ele, ao invés de lançar-se aos pés do seu Senhor, lança-se ao
mar que um dia o tragou e que agora nada tem a lhe dar
João 21:7: E aquele discípulo a quem Jesus
amava disse a Pedro: “É o Senhor”. Então,
quando Simão Pedro ouviu dizer que era o
Senhor, cingiu-se com a sua túnica, porque es­
tava nu, e lançou-se ao mar; tio i3:23;20:2;2i:20)
Geralmente optamos pelo barco menor quando estamos
recomeçando sob um aspecto de rebelião ou vingança.
Em quase cem metros de distância não temos força nem
habilidade para puxar o produto de nossa obediência.
Somente no verso onze entendemos que apenas Pedro
poderia puxar aquela rede. Aquilo que Deus nos dá
deve ser resgatado por nós mesmos. Outros não estarão
habilitados para fazer o que somente nós podemos fazer
João 2 1 :8: mas os outros discípulos vieram
J oão 21:11
no barquinho, arrastando a rede cheia com
os peixes, porque não estavam distantes da
terra, senão quase duzentos côvados ( “perto
d e cem m e tro s”).
Mais uma vezjesus lhes pergunta se têm algo de comer,
e de forma alguma pergunta para humilhá-los, mas para
saber se sem ele podem fazer alguma coisa boa que
tenha resultado satisfatório. Somente ao saírem da praia
observaram que Jesus não precisa deles para comer nem
peixe, nem pão. Jesus tem habilidade na terra e no mar.
Ele sabe fazer uma boa comida. Ele faz quando quer.
Brasas significam a maturidade do fogo. Sob a maturidade,
ele cozinha suas provisões
João 21:9: Quando saltaram em terra, viram
ali algumas brasas, e uns peixes postos sobre
elas, e pão. (jo2i:io,i3)
Eles estavam com fome, masjesus não os convidou a
comer do seu peixe assado. Ele queria que eles mesmos
cozinhassem do fruto de sua obediência. Ele queria somente
alguns dos peixes queelesapanharam.Jesus quersaberse
estamos dispostos a lhe dar o que lhe pertence. Ele sabia o
lugar certo onde os peixes estavam, pois ele é o Senhor da
terra e do mar. Que tipo de graças podemos dar-lhe?
João 21 : 10: E disse-lhes Jesus: “Trazei alguns
dos peixes que acabastes de apanhar”.
Simão era a força que os outros pescadores precisavam.
Vergonha tem hora. Agora erahora de tomar o que era
seu. Cento e cinquenta é um número profético de provisão
ministerial. Quando Neemias começou a governar em
Jerusalém, na ocasião da construção dos muros, ele decidiu
não receber da porção que lhe era devida. Era pouco. Então
ele decidiu não recebê-la. Quando aceitamos receberpouco
pelo muito trabalho que fazemos, pecamosse murmurarmos.
Neemias sabia disso e resolveu confiar no Senhor e não
aceitou a porção do governador. Deus, observando a sua fé,
mandava-lhe cento ecinqüentanobres da região que lhe
traziam todo tipo de víveres e provisões à sua mesa. O Senhor
Jesus está ensinando umaliçãoaos seus discípulos: “Se
confiarem em mim, eu lhes mandarei a provisão necessária".
Mas aqui são cento e cinqüenta e três peixes, e não cento e
cinqüenta! Éverdade, mas agora eles tinham um peixe de cada
pessoa da Divindade nestes dias da graça de seu ministério.
Aquele que confiano Senhor será suprido com a provisão da fé
(Ne5:l4-17).Poroutrolado,aoutraliçãoqueonossoSenhor
estava ministrando era que a rede usada por ele não se rompe,
lembrando-lheso dia de seu chamado, quandoestavam
consertando as redes. Quando estamos no ministério, a
provisão pode ser maior do que a capacidade que temos para
arrastá-la, mas com toda certeza a rede não se romperá
João 21 : 11: E Simão Pedro subiu no barco e
arrastou a rede para a terra, cheia de cento e
cinqüenta e três grandes peixes; e, apesar de
serem tantos, a rede não se rompeu.
Ele poderia terdito: “vinde efaçam o vosso desjejum".
Mas lhes disse: “vinde e jantai”. Eram quase seis horas da
manhã ejesus estava lhes convidando a jantar. Havia algo de
457
21:12
errado? Não. Eles não haviam comido nada desde a última
noite. Jesus estava provendo o que eles não comeram na
noite anterior. Isto quer dizer que ele sabe quando estamos
frustrados por não termos conseguido o que queríamos
nos dias, nas horas e nos anos passados, e faz questão de
nos providenciar. Vinde e jantai. Venham comer o que
esperavam na noite anterior, venham e vejam que eu sei o
que precisam! Quem ousa perguntar-lhe, se já sabiam que
somente uma pessoa poderia fazer aquele tipo de sinal?
João 21:12: Disse-lhes Jesus: “Vinde, e jan­
tai”. E nenhum dos discípulos ousava per­
guntar-lhe: “Quem és tu?” Pois sabiam que
era o Senhor.
Agora que contribuíram com alguns de seus peixes, ele
deliberadamente os abençoou com o que era dele. Esta é
a lei da semeadura. Pão também representa a Palavra de
Deus e peixe, a doutrina sistemática de nossafé. Ninguém
fazia isto tão bem como o Senhor Jesus
João 21:13: E Jesus aproximou-se, tomou o
pão, e lhes deu, e, da mesma maneira, o peixe.
(Jo2l:9)
Com exceção da revelação diante de Maria, ele conta
como a primeirano caminho de Emaús, a segunda no
Cenáculo com os discípulos trancafiados e com medo
dos judeus, e agora esta, no Mar da Galiléia. Na primeira,
como Mestre da iei; na segunda, como o Senhor do novo
nascimento ao soprar-lhes o Espírito Santo, e na terceira,
como o Senhor provedor e restaurador de ministérios. A
cronologia das aparições de Cristo nos Evangelhos em
um espaço de tempo de quarenta dias: (1) Para Maria de
Magdala. A princípio, ela não o reconheceu (Jo 20:1,2; 11 -
18); depois teve outro encontro com Jesus, quando o
reconheceu. (2) Apareceu para Pedro (1 Co 15:5). Não
é descrito por Lucas, mas o mesmo fato é relatado pelos
outros apóstolos. Não está claro se isto ocorreu antes
ou após o aparecimento de Emaús, mas pode ter sido
simultaneamente, comprovando asua onipresença,
após a sua ressurreição. (3) Para Lucas e Cleofas, quando
caminhavam em direção a Emaús (Lc24). (4) Para os
discípulos (não incluindo Tomé) no mesmo dia (1 Co 15:5).
Eles estavam aprisionados no Cenáculo, por medo dos
judeus. Jesus entrou e pôs-se em seu meio, e os saudou.
Comeu e desapareceu, enquanto os apóstolos estavam
jantando; Lucas e Cleofas já estavam em Jerusalém, depois
de regressarem de Emaús (Jo 20:19-23). (5) Uma semana
depois, apareceu paraos discípulos, incluindo Tomé,
chamado Dídimo (Jo20:24). (ó) Apareceu para Tiago,
depois de todos os apóstolos (1 Co 15:7). (7) Apareceu
para os discípulos no lago de Genesaré. Para Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, e a
outros dois dos seus discípulos, no lago de Tiberíades, na
ocasião da pescaria de cento e cinquenta e três peixes. (8)
Apareceu para mais de quinhentos irmãos de uma só vez (1
Co 15:6). (9) Depois apareceu para a igreja em Jerusalém,
quarenta dias após a ressurreição (At 1:3). Dali, foi para
a Galiléia. (10) Apareceu para os onze apóstolos em um
monte da Galiléia, onde havia marcado um encontro com
eles (Mt 28:16-20), fato relembrado pelas mulheres. (11)
A grande despedida foi em Betânia, de onde foi assunto ao
J oão 21:16
Céu (1x24:50-51)
João 21:14: E esta já era a terceira vez que
Jesus se manifestava aos seus discípulos,
depois de ter ressuscitado dentre os mortos.
(Jo 20:19,26)
Pedro ainda lembrava daquele olhar dejesus quando ele o
negou no pátio da casa do sumo sacerdote. O trauma ainda
era grande. Masjesus foi quem começou a trabalhar a sua
restauração. Jesus o faz lembrar que o nome de seu Pai
erajonas, propositalmente, Jonas querdizerpombinha
murmurante. De quem murmurava? Até aquele dia ele e
João não gozavam de uma amizade perfeita. Vemos Pedro
e João perto um do outro, mas nunca juntos. Isso teria
que mudar, pois o tempo do pastoreio estava chegando.
Jesus não poderia subir sem resolver este problema. Os
dois, ao correrem à sepultura, estavam próximos, mas
nunca unidos. Estiveram na Transfiguração, mas havia
um sentimento negativo de Pedro em relação ajoão, uma
espécie de tolerância amarga. “Pedro, seu pai também se
chamajonas”. Amar aJesus mais que os seus outros irmãos
era a prerrogativa exigida por Deus para ser um pastor
perfeito dos cordeiros e das ovelhas dejesus, entre os
quais, seus companheiros de ministério. Aquele que ama
a Cristo mais que qualquer outro companheiro pastoreará
o seu corpo ministerial de forma brilhante. Observe que
Jesus primeiro chama “cordeiros”, depois “ovelhas”.
Jesus tentou duas vezes saber se ele o amava com o mesmo
amor que Jesus o amava, o ágape. Mesmo assim, convido a
pastorear o seu rebanho de cordeiros e de ovelhas, ao saber
que o seu amor era apenas um afeto melhorado, o “fileo”.
Na terceira pergunta, Jesus desce ao nível do amorde Pedro
e o aceita: “Mesmo que ele não me ame como eu o amo,
confiarei às suas mãos a minha obra, e ele me amará como
eu o amo, certamente; é questão de tempo”
João 2 1 :1 5 : E, depois de terem comido,
Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão,
filho de Jonas, tu me amas ( “agapâs m e ”)
mais do que estes?” Respondeu-lhe: “Sim,
Senhor; tu sabes que eu tenho afeto por ti
(“filô se Então lhe disse: Apascenta os meus
cordeiros”. (Jo 13:37;M t26:33;Mc 14:29)
Suas ovelhas eram todas aquelas pessoas que seguiam a
Jesus e que o buscavam por todos os lados a pé ou de barco.
Eram três mil pessoas dessa vez. Pela segunda negação na
casa do sumo sacerdote, entre a sala e a porta. Observe que
não são cordeiros, mas ovelhas
João 21:16: E tornou a perguntar-lhe pela se­
gunda vez: “Simão, filho dejonas, te me amas
( “agapâs m e ”) ?” Ele lhe respondeu: “Sim,
Senhor, tu sabes que tenho afeto por ti (filô
se). E disse-lhe Jesus: “Apascenta as minhas
ovelhas”, lMt2:6;A t20:28; I Pe5:2;Ap7:17)
Pela terceira negação, pela segunda vez que o galo cantou,
458
 ele arremata as outras duas mil almas que havia ganhado,
totalizando cinco mil ovelhas, cento e vinte cordeiros.
Isto quer dizer que assim que a sinceridade de nosso
amorporjesus aumenta, ele amplia o número de nossos
discípulos. Jesus, mesmo sabehdo que o amor de Pedro
não era semelhante ao dele, ele o aceita no seu ministério.
Brevemente o amor de Pedro será tão ágape quanto o
amor daquele que o amou primeiro. O amor sacrificial
divino ama sem esperar retorno. Ele sabe que o seu efeito é
infalível e não voltará vazio. Jesus poderia ter colocadojoão
na liderança do rebanho; mas, agora, sabemos que aquele
que ama demais não faria um bom trabalho liderando
homens carnais. Pedro seria a pessoa certa para começar.
Sua sinceridade era um bom sinal
João 21:17: Então, perguntou-lhe pela ter­
ceira vez: “Simão, filho de Jonas, tens afeto
por mim ( “fileis m e ”f i ” E Pedro entristeceu-
se porque lhe perguntou pela terceira vez: “Tu
me amas?” E respondeu-lhe: “Senhor, tu sa­
bes todas as coisas; tu sabes que eu tenho afeto
por ti” (“fllô s e ”). EJesus lhe disse: “Apascenta
as minhas ovelhas. (Jo IÓ:30;2I:I6; 13:38)
Na velhice o ancião se torna invisível em casa, nos
planos e nas considerações dos parentes. Está
presente, mas não é visto nem considerado. Tem
planos, envolve-se, mas na hora certa é deixado para
trás sob pretextos incríveis. Por que será que Jesus
estava falando assim com Pedro?
João 21:18: Verdadeiramente te digo que,
quando eras mais jovem, tu te cingias e anda­
vas por onde querias; mas, quando fores ve­
lho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá
e te conduzirá para onde tu não queiras”.
Quando Silas deixa, finalmente, a companhia
de Paulo, por causa das palavras de Jesus que estavam
para se cumprir na vida de Simão Pedro, Paulo o
compreende e permite que vá ao encontro do velho
apóstolo impulsivo, sem rancores
João 21:19: E disse isto, dando a entender
com que tipo de morte Pedro havia de glo­
rificar a Deus. E, tendo dito isso, disse-lhe:
“SegUe-me”. (.2Pel:14;Mt4:19)
Judas e Pedro o traíram. Judas o entregou, e Pedro negou
ser seu amigo, discípulo, conhecido e seguidor. Aquela
pergunta ainda estava na mente de Pedro. E ele não se
sentia bem ao seu lado
João 21:20: E Pedro, virando-se, viu que
aquela discípulo a quem Jesus amava o se­
guia, o mesmo que na Ceia se reclinara sobre
459
o peito de Jesus e perguntara: “Senhor, quem
é o que há de entregar-te?” jo 2 i.-7 ; i3.-23,25)
Esta é a prova de que Pedro nunca se sentiu bem com
a presença dejoão nem com o seu relacionamento
ministerial junto ao seu líder. João o amava tanto que o
conheceu no meio da madrugada, e já o estava seguindo
novamente, sem quejesus o adulasse. No fundo do seu
coração, ele queria que também Jesus lhe dissesse algo,
assim bem negativo, para que não se sentisse “por baixo”,
sozinho. Mas Jesus o repreendeu
João 2 1 : 2 1: E quando Pedro viu a este, per­
guntou a Jesus: “Senhor, que será deste? ”
A inveja ministerial dói e se revela; mas ele terá a sua
merecida repreensão. Jesus estava dizendo, “tu vais
morrer de uma maneira que não gostarás, para glorificar
ateuDeus,masJoão ainda viverá muitos anos; cuida-te e
segue-me”
João 2 1 :2 2 : Respondeu-lhe Jesus: “Se eu
quero que ele fique até que eu venha, que te
importa? Segue-me tu”. m ió:27,28;25:3i; t co4:5;
1 1:2ô;A p2:25;3:11;22:7,20)
Por vezes as fofocas fazem bem. João acabou sendo o
último a morrer. Foi ao Céu e depois voltou a terra. Com
dificuldades, morreu. Somente quando Pedro decide
aproximar-se dejoão, após o Pentecostes, o milagre da
unidade acontece, no mesmo instante que era trazido
um coxo ao Templo; foi ali que Pedro percebeu o que
Jesus quis dizer: “te levarão aonde não queres ir”. Então
ele decidiu recomeçar. Era melhor dizer ao coxo que
andasse, em nome dejesus, do que ser um coxo levado por
todos os lados por causa de um orgulho que poderia ser
completamente vencido ali mesmo (At 3:1,2)
João 2 1 :23: E divulgou-se este dito entre os
irmãos, que aquele discípulo não morreria.
Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não
morreria, mas: “Se eu quero que ele permane­
ça até que eu venha, que te importa?” /At i.-isj
João 2 1 :24: Este é o discípulo que dá teste­
munho a respeito destas coisas e que as es­
creveu; e sabemos que o seu testemunho é
Verdadeiro. (Jo 15:27;19:3S;3Jo !2)
João 2 1 :25: E ainda há muitas outras coisas
quejesus fez; de tal maneira que, se todas elas
fossem escritas uma por uma, digo que nem
ainda no mundo inteiro haveria lugar para
conter os livros que seriam escritos. Amém.
(Jo 20:3;20:30)