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A torre de Babel

Entre os versículos 1 e 9 do capítulo 11 de Gênesis, pode ser lido o relato da


Bíblia acerca da construção de uma cidade e de uma torre. A história começa com uma
informação relevante: em toda a terra só há uma maneira de falar, uma única língua.
No entanto, essa realidade mudaria ao longo do texto. Os que viviam nos arredores
da terra de Sinar decidem costruir a tal torre e uma cidade naquele lugar a fim de
que seus nomes fossem celebrados e não fossem espalhados pela terra. Deus não
havia, entretanto, ordenado a Adão e Eva que crescessem e se multiplicassem na
terra? (Gênesis 1.28).

Por isso, já se torna claro logo de início que esta história não resultaria em
qualquer bem, mas que aí se desenharia uma tragédia anunciada. Todas as vezes que o
homem descumpre a palavra de Deus, acaba mergulhando num lodaçal de pura confusão e
trevas; todavia, por sua Graça e misericórdia, Deus preserva a vida do homem de
forma a ensinar-lhe a cumprir Seus mandamentos e permitir-lhe uma nova chance de
fazer a Sua vontade. Afinal, não foi isso que ocorreu com Jonas?

Demos graças ao Senhor por isso! Além disso, era intenção daquele povo exaltarem a
si mesmos. Que audácia e tamanha soberba dessa gente! O único digno de honra,
glória e louvor é o Senhor. Em Salmos 10:3 lemos que o perverso se gloria da cobiça
de sua alma. Que Deus nos perdoe por ajuntarmos tesouros na terra em vez dos
tesouros celestes.

Existem algumas teorias que insistem na hipótese da construção da torre em virtude


de um certo receio do povo de outro dilúvio semelhante ao enfrentado por Noé e sua
família com a arca; contudo, ainda que assim o fosse, essa massa de gente seria
ainda mais degenerada, tendo-se em vista que Deus já havia garantido a Noé que não
destruiria a terra por meio de torrente de águas novamente, criando, assim, o arco-
íris para materializar a aliança feita com o patriarca.

O Senhor ao notar aquela movimentação em Sinar, desce dos céus para observar melhor
o que ali se desenrolava. Ele percebe que a cegueira e a perversidade do povo só
estava começando. Ou seja, a maldade humana caminhava dali para pior. Decide,
então, Deus, acompanhado das outras duas pessoas da santíssima trindade - fato
notado pelo emprego da primeira pessoa do plural no texto - confundir a língua do
povo e espalhá-lo pela terra, em resposta à rebeldia daquela sociedade, para que
seus projetos profanos caíssem por terra.

Deus preza pela unidade e pela paz, quando orientadas pela santidade, mas, diante
de tal imoralidade, Ele prefere a divisão à apostasia coletiva. Em Lucas 12:51,
Jesus afirma que veio trazer divisão em vez de paz.

Num primeiro momento, até parece estranho, mas basta ler os versículos seguintes
para compreender a fala do Cristo. O povo, assim como no caso de Babel, pecava em
conjunto, cada um a seu modo. Portanto, cabia ao próprio Messias - e a Deus em
nossa história - causar divisão a fim de que o bem prevalecesse e Sua vontade fosse
cumprida.

Por fim, fica a lição de que Jeová será sempre soberano, independentemente de
nossos atos e independentemente de cumprirmos Seus desígnios ou não. Seus planos
serão sempre cumpridos. Agora, nós, diferentemente, não somos os mesmos sem Ele.
Sem Ele somos apenas o pó da terra, do qual fomos gerados e ao qual tornaremos
(Gênesis 3:19). Não devemos enaltecer nossos nomes nem descumprir Sua vontade.

Sempre que Deus mandar fazer algo, faça, pois Ele não falha e seus planos são
inescrutáveis e infinitamente maiores e melhores que os seus. Lembre-se sempre do
que diz em Salmos 145:17 "O Senhor é justo em todos os seus caminhos e bondoso em
tudo o que faz." Graça e Paz!

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