Você está na página 1de 15

UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF

CIÊNCIA POLÍTICA

GIULIANE CRISTINA CABRAL DE SOUZA


(CÓD.: 734703)

UMA ABORDAGEM SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS


INCENTIVOS FISCAIS PARA A MANUTENÇÃO DA ZONA
FRANCA DE MANAUS E DESENVOLVIMENTO DO
AMAZONAS

RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 2022


GIULIANE CRISTINA CABRAL DE SOUZA

UMA ABORDAGEM SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS INCENTIVOS


FISCAIS PARA A MANUTENÇÃO DA ZONA FRANCA DE MANAUS E
DESENVOLVIMENTO DO AMAZONAS

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado


para obtenção de certificado no Curso de
Especialização – Latu Sensu em Ciência Política
da União Brasileira de Faculdades, UNIBF.

RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 2022


RESUMO

Cada vez mais é observada a importância que os incentivos fiscais possuem para o
funcionamento da Zona Franca de Manaus (ZFM), onde esta representa o maior
símbolo de desenvolvimento econômico e social do estado do Amazonas. Diante
disso a presente pesquisa buscou responder como a política de incentivos fiscais e os
benefícios fiscais do ICMS alavancaram o desenvolvimento do estado do Amazonas
através de uma pesquisa qualitativa, mediante o uso de artigos e livros. Do ponto de
vista metodológico realizou-se uma pesquisa de natureza bibliográfica e documental
e fez-se o tratamento das informações coletadas. Tendo como objetivo geral verificar
qual a importância das leis de incentivo fiscal para a continuidade e desenvolvimento
da ZFM e como objetivos específicos caracterizar a singularidade dos incentivos
fiscais incidentes sobre a ZFM, especificar a essencialidade dos benefícios fiscais do
ICMS para o funcionamento sustentável da ZFM, enumerar os diferenciais
competitivos da ZFM frente a outros polos industriais. Assim, foi possível observar
com a realização desta pesquisa o quão vital é a relação dos incentivos fiscais para a
manutenção da ZFM e o desenvolvimento do estado do Amazonas.

Palavras-chave: DESENVOLVIMENTO REGIONAL; ZONA FRANCA DE


MANAUS; INCENTIVOS FISCAIS.
1. INTRODUÇÃO

Ante o notório distanciamento da região dos principais centros econômicos


do país, sempre foi uma tarefa de elevada dificuldade atrair investimentos e
investidores para a região. Durante o governo militar, que tinha como lema "integrar
para não entregar", ocorreu a retomada da unificação regional do país.
Objetivando desenvolver economicamente o estado do Amazonas, foi
promulgado o Decreto Lei 288 de 28 de fevereiro de 1967, que altera as disposições
da Lei 3.173 de 6 de junho de 1957 - que cria a Zona Franca na cidade de Manaus,
capital do estado do Amazonas e dá outras providências - e regula a Zona Franca de
Manaus (ZFM).
Desde a criação da ZFM, várias leis estaduais foram promulgadas,
concedendo isenções tributárias às empresas e outros estabelecimentos instalados na
ZFM. Atualmente está em vigor a Lei Estadual 2.826 de 29 de setembro de 2003,
que regula a política estadual de incentivos fiscais e extrafiscais e dá outras
providências.
O Decreto Lei 288/1967, em seu art. 1º, define a ZFM como:
"Uma área de livre comércio de importação e
exportação de incentivos fiscais especiais, estabelecida
com a finalidade de criar no interior da Amazônia um
centro industrial, comercial e agropecuário dotado de
condições econômicas que permitam seu
desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande
distância, a que se encontram, os centros consumidores
de seus produtos".
De acordo Martiniano e Rodrigues (2015), o espírito nacionalista
impulsionou as ações militares desenvolvimentistas na Amazônia. No entanto, este
desenvolvimento só se fez possível graças as supracitadas leis de incentivo fiscal,
que desoneram a produção e implantação do setor fabril e afins na região.
Para que uma empresa possa ser beneficiada com os incentivos fiscais da
ZFM, estas devem apresentar um projeto à Superintendência da Zona Franca de
Manaus (SUFRAMA), que irá analisá-lo como modelo de desenvolvimento desejado
e se há viabilidade econômica, onde a implantação dessas empresas, que visam ser
beneficiadas pelos incentivos fiscais da ZFM, devem atender a alguns requisitos,
entre eles a geração de empregos no estado e a promoção de atividades ligadas a
indústria do turismo.
Ante o exposto o presente trabalho pretende responder a seguinte
problemática de pesquisa:
"Como a política de incentivos fiscais e os benefícios fiscais do ICMS
alavancaram o desenvolvimento do estado do Amazonas?"
Desta feita, verificar-se-á qual a importância dos incentivos fiscais para o
desenvolvimento da região e qual o impacto que o fim destes incentivos trará para a
economia e sociedade local.
Diante o exposto, será observada a forma como o governo federal e estadual
vem adotando medidas necessárias aos mantenimento das políticas de incentivo
fiscal, essenciais para a manutenção e continuidade da ZFM.
Assim, acredita-se que a realização deste trabalho se justifica por trazer
contribuições adicionais ao conhecimento já existente, contribuindo para o meio
acadêmico, pois supõe-se que este disponibilizará material teórico, científico e
acadêmico acerca do tema proposto, tendo em vista a abordagem que este fará do
assunto.
Espera-se, também, que a realização deste trabalho traga contribuições de
cunho social, ao apresentar aos gestores e a sociedade em geral a importância dos
incentivos fiscais para a manutenção e desenvolvimento da ZFM.
Enseja-se que a realização deste trabalho traga contribuições que possam vir a
ser aplicadas profissionais das mais diversas áreas, inclusive cientistas políticos, pois
espera-se que o levantamento de dados e informações, possa vir a esclarecer dúvidas
existentes e servir de um norte para solucioná-los, trazendo assim contribuições para
o meio profissional.
Por fim, espera-se que além de satisfazer os objetivos propostos, a realização
deste trabalho irá contribuir para a formação acadêmica, pessoal e profissional do
pesquisador.
Para que seja alcançada resposta ao problema proposto, o objetivo geral deste
trabalho consiste em:
• Verificar qual a importância das leis de incentivo fiscal para a
continuidade e desenvolvimento da ZFM.
Para auxiliar o alcance do objetivo geral deste trabalho, definiu-se como
objetivos específicos:
• Caracterizar a singularidade dos incentivos fiscais incidentes sobre a
ZFM;
• Especificar a essencialidade dos benefícios fiscais do ICMS para o
funcionamento sustentável da ZFM.

2. DESENVOLVIMENTO

Esta seção contém tópicos que irão servir de fundamentação teórica para este
estudo, onde serão apresentados os principais enfoques constantes na literatura
acerca da revisão bibliográfica que embasa a teoria abordada, a metodologia
empregada no estudo e a análise dos resultados obtidos nessa pesquisa.
2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta fundamentação teórica abordar-se-á o Estado como agente regulador da


economia, o conceito e definição de incentivos fiscais, além de um breve histórico e
definição da finalidade da Zona Franca de Manaus.
2.1.1. O ESTADO COMO AGENTE REGULADOR
O Estado representa o poder da sociedade, que é, por sua vez, representada
pelos membros que esta elegeu, nos termos da lei. Este é possuidor do poder
regulador e orientador das atividades desenvolvidas em atendimento as necessidades
da coletividade. (BRASIL, 1988)
Ao longo dos anos surgiram várias teorias acerca das atividades que o Estado
deveria desenvolver para a execução de seus deveres frente à sociedade. O Estado é o
resultado das ações tomadas pela sociedade e não uma unidade autônoma e soberana,
como é entendido por muitos. (PEREIRA, 2009)
Ante a crescente demanda por bens e serviços, é necessária a intervenção do
Estado na economia, para corrigir falhas de mercado, haja vista que o mercado não é
capaz de fornecer para a sociedade todos os bens e serviços que por ela são exigidos.
As falhas de mercado ocorrem quando, em uma economia capitalista, o mercado
funcionando livremente, sem a intervenção do Estado, não sendo capaz de suprir
todas as necessidades da sociedade e só atuando conforme seus interesses, visando
obtenção de lucro, os qual acaba acarretando resultados econômicos indesejados e
ineficientes.
Para amenizar os efeitos dessas falhas, o Estado utiliza de suas três principais
funções econômicas para interferir no sistema de mercado:
Função Alocativa – está associada ao fornecimento de bens e serviços não
oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado, esses bens são denominados
bens públicos;
Função Distributiva – o Estado funciona como agente redistribuidor de renda,
na medida em que, pela tributação, retira recursos dos segmentos mais ricos da
sociedade e os transfere para os segmentos menos favorecidos. Outra forma de
distribuição são os gastos públicos e subsídios direcionados para os setores e as áreas
mais pobres;
Função Estabilizadora – é caracterizada pela intervenção do Estado na
economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego, pois o
pleno emprego e a estabilidade de preços não ocorrem de forma automática. O
Estado usa as políticas fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas.
2.1.2. INCENTIVOS FISCAIS
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandoski,
posicionou-se durante o julgamento dos recursos extraordinários nº 577.348 e nº
561.485 quanto aos incentivos fiscais, este asseverou que “incentivos ou estímulos
fiscais são todas as normas jurídicas ditadas com finalidades extrafiscais de
promoção do desenvolvimento econômico e social que excluem total ou
parcialmente o crédito tributário”.
Assunção (2010) afirma que:
Parcela da doutrina entende que os incentivos
constituem medidas fiscais que excluem total ou
parcialmente o crédito tributário, aplicadas pelo governo
central com a finalidade de desenvolver economicamente
uma determinada região, ou um determinado setor de
atividade. Seriam, portanto, incentivos fiscais todas as
normas que excluem total ou parcialmente o crédito
tributário com a finalidade de estimular o
desenvolvimento econômico de determinado setor de
atividade ou região do país.
Partindo de uma visão mais abrangente, pode-se apontar três diferentes
formas de incentivos fiscais, que tem por intuito impulsionar os investimentos
privados para uma atividade econômica que seja prioridade. (NASCIMENTO, 2002,
apud LYRA, 1995)
Isenção – é o incentivo mais usado com o propósito de atrair investimentos.
Este diz respeito a liberação da obrigação do contribuinte de recolher total ou
parcialmente o tributo devido, em observâncias ao disposto em lei regulamentar.
Dedução – este, por sua vez, consiste na redução da parcela do tributo devida
ou na redução de sua base de cálculo. No entanto, estes só serão reduzidos se
atendida a perspectiva de aplicação destes em atividades relevantes para a política de
desenvolvimento.
Discriminatória – incide sobre eventos que se deseja desestimular em prol de
outros eventos singulares. Esta pode, ainda, ser associada a qualquer tipo de tributo,
os quais, normalmente, tem sua incidência diferenciada em virtude de sua atividade
econômica. Há de se ressaltar, ainda, que diferenciações adicionais podem ser
introduzidas com propósito puramente econômico.
2.1.3. ZONA FRANCA DE MANAUS
Criada como área de livre comércio, a Zona Franca de Manaus (ZFM) se
tornou um polo de intensa atividade comercial e industrial. Nela se concentram as
principais indústrias de aparelhos eletroeletrônicos que abastecem o mercado interno.
O comércio oferece produtos importados de alta tecnologia a preços acessíveis.
Manaus vem se transformando no maior entreposto aduaneiro da América Latina e
em porta de saída de produtos de exportação para os mercados do Caribe e Estados
Unidos. (ANDRADE, 2008)
Idealizada como Porto Livre pela Lei 3.173, de 6 de junho de 1957, a ZFM
foi regulamentada pelo Decreto Lei 288, de 28 de fevereiro de 1967. Criada com o
objetivo de estimular o desenvolvimento regional a sua primeira fase, de 1967 a
1975, foi caracterizada por uma política industrial que visava estimular a substituição
da importação de bens finais pela produção nacional, bem como a formação de um
mercado interno mais independente dos produtos estrangeiros. A segunda, de 1975 a
1990, foi marcada pela adoção de medidas que fomentavam a indústria nacional de
insumos, sobretudo do estado de São Paulo.
A terceira, de 1991 e 1996, trouxe a Nova Política Industrial e de Comércio
Exterior, marcada pela abertura da economia brasileira, redução do Imposto de
Importação para o restante do país e ênfase na qualidade e produtividade, com a
implantação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBPQ) e
Programa de Competitividade Industrial, sepultando a zona franca comercial.
A quarta e última, de 1996 em diante, marca a adaptação da ZFM aos
cenários de uma economia globalizada, com incremento do parque fabril e ajustes
demandados pelos efeitos do Plano Real, como o movimento de privatizações e
desregulamentação do setor produtivo.
Os incentivos fiscais foram inicialmente previstos para terminar em 1997.
Desde então, vêm sendo renovados por meio de legislação específica. A extensão
mais recente foi estabelecida pela Emenda Constitucional nº 83/2014, que prorrogou
os benefícios por mais 50 anos, até 2073.
2.2. METODOLOGIA

Trata-se da necessidade de investigar o universo de estudo de forma


persistente, disciplinada, utilizando-se de todo o seu conhecimento sobre o assunto e
principalmente sabendo captar os recursos existentes da melhor forma possível.
Assim, considerando os objetivos deste estudo, apresenta-se abaixo o método
adotado durante o processo de investigação.
Quanto aos objetivos, a presente pesquisa classifica-se como descritiva, pois
conforme Gil (1999) apud Moura, Dallabona e Lavarda (2010) uma pesquisa é
considerada descritiva quando possui como principal objetivo apresentar
características de determinada população ou fenômeno. Andrade (2002) apud Cruz,
Marques, Silva e Cogan (2010) salienta que: “esse tipo de pesquisa preocupa-se em
observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, sem a
interferência do pesquisador”.
Segundo Vergara (2009) apud Walter (2010) a pesquisa descritiva: “pode
também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem
compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal
explicação”.
No que tange aos procedimentos metodológicos utilizados, ou seja, a maneira
como será conduzida a pesquisa afim da obtenção dos dados, esta pesquisa é
caracterizada como bibliográfica, pois segundo Gil (1999) apud Moura, Dallabona e
Lavarda (2010) este tipo de procedimento: “tem como direcionador a ideia de pautar
seu desenvolvimento sobre material bibliográfico já elaborado, principalmente livros
e artigos científicos”.
De acordo com Vergara (2003) apud Callado e Almeida (2005), a pesquisa
bibliográfica é o tipo de pesquisa sistematizada elaborada: “com base em material
publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao
público em geral, onde fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de
pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma”.
2.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta seção irá apresentar os dados, efetivamente, realizando a análise a qual


esta pesquisa se propõe, realizando as devidas observações. Deste modo será
explicitado a seguir os dados referentes a singularidade dos incentivos fiscais da
Zona Franca de Manaus, a essencialidade dos benefícios fiscais do ICMS para a
ZFM e a importância das políticas de incentivos fiscais para a continuidade da ZFM.
2.3.1. A SINGULARIDADE DOS INCENTIVOS FISCAIS DA ZONA
FRANCA DE MANAUS
Para Assunção (2010) quando o Estado desempenha a sua função
estabilizadora na economia, intervém através de leis que incentivem o consumo ou
desonerem produtos e serviços. As medidas de intervenção estatal, devem
necessariamente ser justificadas pela garantia de desenvolvimento nacional, não
devendo resumir-se a aspectos econômicos conjunturais, pois há que se observar que
estas devem ter um sustento constitucional para a sua realização, assim qualquer
atividade de intervenção do Estado deve abarcar tanto ideais de crescimento
econômico, quanto melhorias no bem-estar social.
De acordo com o Ministério da Integração nacional (MIN) incentivos fiscais
são instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) que
tem por intuito estimular a formação do capital fixo e social nas Regiões da
Amazônia e Nordeste, com visando a geração de emprego e renda e a estimulação do
desenvolvimento econômico e social. Ainda de acordo com o MIN, atualmente,
existem cinco modalidades de incentivos fiscais, cada uma delas relaciona-se a
finalidades específicas. São elas:
• Redução de até 75% do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)
para novos empreendimentos;
• Redução de 12,5% do IRPJ para empreendimentos existentes;
• Reinvestimentos do IRPJ;
• Isenção do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante
(AFRMM) e;
• Depreciação acelerada.
2.3.2. A ESSENCIALIDADE DOS BENEFÍCIOS FISCAIS DO ICMS
PARA A ZONA FRANCA DE MANAUS
Em observância ao Demonstrativo de Gastos Tributários de 2014 da
Secretaria Receita Federal (SRF) os incentivos fiscais representam uma forma de
desoneração tributária, ou seja, é uma parcela da arrecadação que o Estado não vê.
Conforme definição da própria SRF, “são consideradas desonerações tributárias
todas e quaisquer situações que promovam: presunções creditícias, isenções, anistias,
reduções de alíquotas, deduções ou abatimentos e adiamentos de obrigações de
natureza tributária”. Ainda de acordo com a supracitada secretaria, os benefícios
tributários possuem caráter compensatório ou incentivador.
2.3.3. A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS DE INCENTIVOS FISCAIS
PARA A CONTINUIDADE DA ZONA FRANCA DE MANAUS
Para que uma empresa se estabeleça na ZFM e faça gozo dos incentivos
fiscais, esta deve atender a pelo menos 4 dos 11 requisitos impostos pela Secretaria
de Planejamento do Amazonas (SEPLAN/AM), dispostos na Lei nº 2.826, de 29 de
setembro de 2003, são eles:
I - concorram para o adensamento da cadeia
produtiva, com o objetivo de integrar e consolidar o
parque industrial, agroindustrial e de indústrias de base
florestal do Estado;
II - contribuam para o incremento do volume de
produção industrial, agroindustrial e florestal do Estado;
III - contribuam para o aumento da exportação
para os mercados nacional e internacional;
IV - promovam investimento em pesquisa e
desenvolvimento de tecnologia de processo e/ou
produto;
V - contribuam para substituir importações
nacionais e/ou estrangeiras;
VI - promovam a interiorização de
desenvolvimento econômico e social do Estado;
VII - concorram para a utilização racional e
sustentável de matéria-prima florestal e de princípios
ativos da biodiversidade amazônica, bem como dos
respectivos insumos resultantes de sua exploração;
VIII - contribuam para o aumento das produções
agropecuária e afins, pesqueira e florestal do Estado;
IX - gerem empregos diretos e/ou indiretos no
Estado;
X - promovam atividades ligadas à indústria do
turismo;
XI - estimule a atividade de reciclagem de
material e ou resíduo sólido a ser utilizado como
matéria-prima na atividade industrial.
Estes requisitos têm por intuito atender as atividades consideradas de
fundamental interesse para o desenvolvimento do estado do Amazonas, as empresas
devem ainda atender as seguintes condições, também dispostas no dispositivo legal
supracitado:
I - geração de novos empregos diretos e
indiretos e/ou realização de investimentos considerados
relevantes em ativo fixo;
II - absorção de novos processos de tecnologia
de produto e de processo no parque industrial do Estado;

III - o bem intermediário a ser industrializado


não se constitua em desmembramento do processo
produtivo de bem final;
IV - o preço FOB praticado pelo fabricante de
bem intermediário nas vendas para empresa controlada,
controladora e coligada seja, no máximo, similar ao
preço médio do mercado;
V - nas transferências entre estabelecimentos da
mesma empresa ou entre matriz e filial, seja utilizado o
valor do custo industrial dos produtos intermediários.
Por todo o conjunto de dados e variáveis disponíveis, e baseando-se nos
incentivos fiscais já internalizados na economia da ZFM, configura-se como
insustentável a manutenção da ZFM nesta região sem os incentivos fiscais ali
concedidos e praticados, criando um ambiente vulnerável e incapaz de se manter sem
as vantagens competitivas relacionados ao modelo.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante o observado durante a realização deste trabalho, o estado do Amazonas


é altamente dependente economicamente da ZFM, e consequentemente dependente
dos incentivos fiscais inerentes a esta, bem como da continua prorrogação desses
incentivos através de Emendas Constitucionais e dos Decretos e Leis propostos pelo
poder executivo estadual.
É indiscutível o bom andamento da política adotada nos termos da construção
de um núcleo industrial dinâmico na ZFM, principalmente se observado a falta de
alternativas que dispõe a Amazônia para impulsionar o seu processo de
desenvolvimento, baseadas principalmente na grande distância dos principais centos
econômicos do país e do exterior.
No entanto há um certo desconhecimento quanto as melhores formas de
exploração de seus recursos naturais, sendo que a exploração destes, além de
apresentarem um modelo de desenvolvimento eco sustentável, não se ateriam a
desenvolver apenas a capital do estado, pois mediante a exploração de seus recursos
naturais, ou mesmo da exploração do turismo, seria possível gerar emprego e renda
em praticamente todos os municípios do estado.
Os resultados favoráveis, oriundos das atividades industriais que representam
a maior fonte de arrecadação e de desenvolvimento econômico e social do estado,
não devem nublar a dimensão dos custos econômicos e fiscais envolvidos, haja vista
que estes são reconhecidamente altos, já que devido a distância dos grandes centros e
a certa dificuldade encontrada para o escoamento da produção, que se deve à
localização geográfica de Manaus, que tem como a única forma de escoamento da
produção as suas hidrovias.
Para que a ZFM se mantenha, é necessário que haja uma revisão nas
estratégias de desenvolvimento, além de uma modernização nas indústrias a fim de
aumentar a sua competitividade e reduzir os seus custos e uma reformulação dos
incentivos fiscais.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMAZONAS. DECRETO Nº 35.472, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 – DOU


17/12/2014. Prorroga disposições de Decretos que concedem benefícios fiscais.
Disponível em: <http://www.sefaz.am.gov.br/>. Acesso em: 27 mar. 2022.

__________. LEI Nº 2.826, DE 29 DE SETEMBRO DE 2003 – DOU 29/09/2003.


Regulamenta a Política Estadual de Incentivos Fiscais e Extrafiscais nos termos da
Constituição do Estado e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.sefaz.am.gov.br/>. Acesso em: 28 mar. 2022.

ANDRADE, Christiane Aguiar de. Uma análise da influência dos incentivos


fiscais na localização de centros de distribuição. Dissertação apresentada como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Logística (opção profissional)
pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial da PUC-Rio. Rio de
Janeiro: PUC-RJ, 2008. Disponível em: <http://www2.dbd.puc-rio.br/>. Acesso em
15 mar. 2022.

ASSUNÇÃO, Matheus Carneiro. Incentivos Fiscais e Desenvolvimento


Econômico: a função das normas tributárias indutoras em tempos de crise. Finanças
Públicas – XV Prêmio Tesouro Nacional – 2010. Tema III: Política Fiscal e a Crise
Econômica Internacional – Menção Honrosa.

BEVILACQUA, Lucas. Incentivos Fiscais de ICMS e Desenvolvimento Regional.


São Paulo: Quartier Latin, 2013.

BIRAL, Marcela Bellato; CRUZ, Rogério Teixeira da. A Importância da


Manutenção dos Incentivos Fiscais para a Criação e Manutenção da Zona
Franca de Manaus. 10ª Mostra Acadêmica UNIMEP. Tema: Qualificação e
Expansão da Educação Superior no Contexto do Plano Nacional de Educação.
Disponível em: <http://www.unimep.br/>. Acesso em 08 mar. 2022.

BOTELHO, Martinho Martins; GIUNTA, Aldreen Villas Bôas. A Redução das


Desigualdades Regionais no Brasil por Meio de Incentivos Fiscais na Zona
Franca de Manaus. ANIMA: Revista Eletrônica do Curso de Direito das
Faculdades OPET. Curitiba PR - Brasil. Ano III, nº 8, p. 58-75, jul/dez. 2012, ISSN
2175-7119. Disponível em: <http://www.anima-opet.com.br/>. Acesso em 01 mar.
2022.

BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DE 05 DE OUTUBRO DE 1988.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/>. Acesso em 16 mar. 2022.

__________. DECRETO-LEI Nº 288, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967 – DOU .


Altera as disposições da Lei número 3.173 de 6 de junho de 1957 e regula a Zona
Franca de Manaus. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/>. Acesso em 19
mar. 2022.

__________. LEI No 3.173, DE 6 DE JUNHO DE 1957 – DOU 12/06/1957. Cria


uma zona franca na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/>. Acesso em 21 mar.
2022.

__________. Incentivos Fiscais – Apresentação. Fundos Regionais e Incentivos


Fiscais. Brasília: MIN, 2012. Disponível em: < http://www.mi.gov.br/>. Acesso em
03 mar. 2022.

__________. Recurso Extraordinário n. 561.485. Relator: Min. Ricardo


Lewandowski. Julgamento em 13/08/2009, Plenário, Informativo, n. 555. Disponível
em: <http://www.sft.jus.br/>. Acesso em 05 mar. 2022.

__________. Recurso Extraordinário n. 577.348. Relator: Min. Ricardo


Lewandowski. Julgamento em 13/08/2009, Plenário, Informativo, n. 555. Disponível
em: <http://www.sft.jus.br/>. Acesso em 05 mar. 2022.

ESTIGARA, Adriana; LEWIS, Sandra Barbon; PEREIRA, Reni. Responsabilidade


Social e Incentivos Fiscais. São Paulo: Atlas, 2009.

GALLIANO, A. Guilherme. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo:


Harbra, 1979.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas, São
Paulo, 2006.

LIMA, Mariomar de Sales; JORGE, José Luiz. A exposição das indústrias frente à
gestão dos incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus: um estudo de caso. XIV
Congresso Brasileiro de Custos – João Pessoa - PB, Brasil, 05 de dezembro a 07 de
dezembro de 2007. Disponível em: <http://anaiscbc.emnuvens.com.br/>. Acesso em
05 mar. 2022.

LYRA, Flávio Tavares. Os Incentivos Fiscais à Indústria da Zona Franca de


Manaus: Uma Avaliação (Relatório Final). Brasília: IPEA, 1995. Disponível em:
<http://repositorio.ipea.gov.br/>. Acesso em: 15 mar. 2022.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica.
São Paulo: Atlas, 2007.

MARTINIANO, Cyro Alexander de Azevedo; RODRIGUES, Paulo César de


Araújo. Política de incentivos fiscais do Amazonas e o crédito estímulo florestal.
Disponível em: <http://jus.com.br/>. Acesso em: 23 mar. 2022.

MIRANDA, Ricardo Nunes de. Zona Franca de Manaus: Desafios e


Vulnerabilidades. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisa do Senado, 2013.
Disponível em: <http://www12.senado.gov.br/>. Acesso em 14 mar. 2022.

NASCIMENTO, Luiz Roberto Coelho. Incentivos Fiscais ao Capital e


Crescimento Econômico na Região Norte. Recife: UFPE, 2002. Tese Apresentada
a Universidade Federal de Pernambuco, como parte das exigências do Curso de Pós-
Graduação em Economia, para obtenção do Título de Doutor em Economia.
Disponível em: <http://www.liber.ufpe.br/>. Acesso em 15 mar. 2022.

PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 6. ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2008.

PEREIRA, José Matias. Finanças Públicas: a política orçamentária no Brasil. Ed.


4ª. São Paulo: Atlas, 2009.

RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: uma abordagem introdutória. 4. ed.


São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA, Sérgio Marinho da. Projeção dos Impactos Econômicos da Redução na


Alíquota do ICMS na Economia do Estado do Amazonas: Uma Abordagem de
Equilíbrio Geral Computável (MINIMAN). Dissertação apresentada como requisito
para obtenção do grau de Mestre em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em
Economia da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: PUC-RS, 2014.
Disponível em: <http://repositorio.pucrs.br/>. Acesso em 02 mar. 2022.

SOUZA, Antonio Gilson Nogueira de. Incentivos Fiscais: Fator De Geração de


Emprego e Renda. Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação Latu Sensu
em Administração Tributária da Universidade Federal do Amazonas, como requisito
parcial para a obtenção do título de Especialista em Administração Tributária.
Manaus: UFAM, 2006. Disponível em: <http://iefe.sefaz.ma.gov.br/>. Acesso em 18
mar. 2022.

SRF. Demonstrativo dos Gastos Governamentais Indiretos de Natureza


Tributária – (Gastos Tributários) – PLOA 2014. Brasília: SRF, 2014. Disponível
em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/>. Acesso em 15 mar. 2022.

THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J. Métodos de


Pesquisa em Atividade Física. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
VASCONCELLOS, Marco Antônio; GARCIA, Manuel. Fundamento de
Economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em


Administração. São Paulo: Atlas, 2004.

ENDEREÇO PARA ENVIO DO CERTIFICADO, O


PREENCHIMENTO É OBRIGATÓRIO.

Rua: RUA BOM PASTOR


Número: 481
Complemento: BL 01, AP 204
Bairro: TIJUCA
Cidade: RIO DE JANEIRO
Estado: RIO DE JANEIRO
Cep: 20.521-060

Você também pode gostar