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Universidade Sato Tomas de Moçambique

Faculdade de DIREITO, FECH, FSI

Tema:
Responsabilidade
Bem comum e solidariedade

“De ti e de mim não depende, talvez, o que outros depende, o bem e o mal
que nós façamos ou deixamos de fazer. E do agir ou não agir… dependem
grandes coisas” segundo (Gaisan, 1962). Não estamos na vida para nosso
egoísmo e contemplação própria. A vida é trabalho e conquista, serviço e
missão (…) A nossa vida é, pois, uma grande responsabilidade.

Os americanos costumam ensinar aos filhos uma norma de actividae que


aproximadamente, diz assim: trabalhar mais, trabalhar pelos outros,
trabalhar com os outros.57é assim que eles começam a educar o sentido da
responsabilidade.

a) Trabalhar mais pressupõe progredir sempre. Hoje melhor do que


ontem; amanha, melhor do que hoje. A vida deve ser alguma coisa mais.

b) Trabalhar pelos os outros é dar–se a eles, sacrificar-se por eles,


prescindir da comodidade e entregarmos ao serviço dos outros. Nos
somos devedores das gerações anteriores que trabalharam por nós.
c) Trabalhar com os outros é por nossas ideias em contacto com ideias
dos que nos rodeia ou trabalhar connosco; dominar os nosso e maneira,
repararmos em que os outros também existiram. Colaborar, trabalhar
em conjunto,..nossos processos ou ideiaspodem, em muitas ocasiões-
discutiveis não coincidir com o real ou melhor. So fracassa quem busca
o isolamento, encontrando-se no seu egoísmo.

Paola Scarinci, citado por Preziosa, (2005, 42) diz que a palavra
«responsabilidade» deriva do verbo latino «respondeo», que significa
«responder»: o sufixo «abilis» indica la condição de ser «capaz». Portanto, ser
responsável significa que se tem a capacidade de dar respostas tem a capacidade de
Responsabilidade, então, “a capacidade de resposta esta como hábito”.

Três elementos caracterizam o conceito

1) A responsabilidade é uma qualidade de um vínculo entre sujeitos racionais.

2). De natureza social.

3). Em busca de um fim comum, um fim realizável, ademais a


responsabilidade inclui: reconhecimento da autoria do feito, a previsão das
consequências e a eleição certa dos actos de que derivam as melhores
consequências.

A Nossa Liberdade, entre todos seres da criação, só nós podemos influir vivamente
na marcha das coisas s, só nos podemos orientar-nos num sentido ou noutro. E
como escolhemos entre várias possibilidades, dai a enorme responsabilidade de
haver escolhido uma coisa e não outro. (Gaisan, pg.61),

Para (García,2012, 59), a Responsabilidade vem da palavra responder, defender


ou justificar o que se disse, faz ou omite, “somos responsáveis quando temos várias
possibilidades de eleição e nos decidimos por uma, da que devemos responder”
[…] a essência da responsabilidade, por conseguia existência de liberdade e
vontade. “Somos responsáveis porque somos livres e actuamos por propiá
vontade”.

O Dever

Somos responsáveis não somente por sermos livres. Somos responsáveis, também
porque nos obriga um determinado dever. O dever é um vinculo, uma atadura
moral que não anula a nossa liberdade, mas dirige-a e regula-a. O dever sobre
todos; (…) pressupõe uma lei moral diz (Gaisan, 1962:64)

Segundo Chaui (2000 ), a vontade refere-se ao possível, isto é, ao que pode ser ou
deixar de ser e que se torna real ou acontece graças ao ato voluntário, que atua em
vista de fins e da previsão das consequências. Por isso, a vontade é inseparável da
responsabilidade.

Para Levinas citado por Cavalcanti (2010:68), somente a partir da responsabilidade


inequívoca, como rectidão de resposta ao apelo do rosto, é possível a compaixão,
compromisso social, filantropia, altruísmo e outras formas de relação do Eu ao
Outro. Há uma identificação entre o apelo à responsabilidade e amor ao próximo.
Nas palavras de Levinas, “a responsabilidade pelo próximo é, sem dúvida, o nome
grave do que se chama amor do próximo, amor sem Eros, caridade, amor em que o
momento ético domina o momento passional, amor sem concupiscência. Diz ainda
que, a responsabilidade consiste na resposta ao apelo presente no rosto do Outro.
Isso não consiste em um respeito a um princípio de justiça, mas sim a dispor-se
todo a ouvir a palavra de súplica do rosto. Isso quer dizer que a responsabilidade é
um apelo ao Eu para libertá-lo do aprisionamento a si, e da irremissibilidade do
ser, que o sufoca por seu excesso e ilimitação.

Tradicionalmente a responsabilidade decorre da liberdade. Isso significa que


uma acção é livre na medida em que se responde por ela. Se o Eu é livre cabe
a ele assumir e responder pelas consequências dos próprios actos. Só assim o
Eu é moralmente responsável pelo seu agir. O contrário disso, agir sem prever
e mensurar as consequências, tampouco assumir ou responder pelo que se faz,
significaria nulidade de responsabilidade, (Cavalcanti,2010:77).

Não por acaso se chama de irresponsável quem procede de tal forma. A referência
aqui é a liberdade de escolha como condição de possibilidade para que o Eu possa
ser responsável. Então a liberdade depende da responsabilidade para se legitimar.
Dessa forma, o sentido ético da responsabilidade diz respeito à capacidade do Eu
de se autodeterminar pelo exercício da própria liberdade, que implica considerar,
assumir e responder pelas consequências do próprio agir.

Levinas citado por (Cavalcanti,2010:176) “A responsabilidade para com o


próximo consiste precisamente no que vai além do legal e obriga para além do
contrato; ela me incumbe de aquém de minha liberdade”. A essa incumbência
o Eu não pode se furtar, pois “a responsabilidade é o que exclusivamente me
incumbe e que, humanamente não posso recusar.

Na ética se dá a passagem do Eu para sua situação humana. O humano não se diz


no poder, mas na resposta responsável ao Outro que o solicita.

Essa responsabilidade não é a voz da consciência como resposta que obriga ao Eu


a agir em coerência consigo mesmo. Dessa forma, pode-se inferir que a
significação do Eu está relacionada a essa responsabilidade.
Referencia Bibliográfica

Antunes M. (2012). Ética, Brasil, Ed. Pearson

Chaui M. (2000). Filosofia, SP-Brasil

Mattar J. (2012). Filosofia, SP- Brazil, ed. Pearson

Arruda, Whitaker e Ramos (2005). Fundamentos de Ética Empresarial e Económica, 3ªed, SP,
Atlas.

Sá, António, (2013) Ética Profissional, 7ªed, SP, Atlas

Simione Carneiro Carvalho, PDF.

Gaisai, O. (1962). Valores Humanos, Braga, Editorial franciscan

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD


Projeto BRA 95/014-Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNESCO-Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação-FNDE

Xai-xai, 22 de Abril de 2023

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