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Título original: Da suspeição e do impedimento do juiz, no exercício de suas
funções em processos de cooperativas agropecuárias e de crédito, das quais é
sócio cooperado.
Copyright © 2023, por Januário Barbosa dos Santos Júnior
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou
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cooperado [livro eletrônico] / Januário Barbosa dos
Santos Júnior. -- Uberaba, MG : Ed. do Autor, 2023.
PDF
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-77384-2
23-168107 CDU-347.962:726
Índices para catálogo sistemático:
Todos os direitos reservados no Brasil, por Januário Barbosa dos Santos Júnior.
Autor independente - Uberaba – MG.
E-mail: januariojunioradvocacia@yahoo.com.br
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“Mesmo que as hienas sejam os predadores mais
bem sucedidos da África, atacando sozinhas ou
até mesmo em alcateias, diferentes delas os leões
não fogem do combate e não se acovardam diante
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dos rivais, leões nascem e morrem leões”.
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Dedicatória
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teria sucumbido.
Quero prestar uma homenagem ao filho do senhor Joaquim, ho-
mem que é exemplo de retidão, honrado, que resistiu e não se curvou
diante das opressões, injustiças, autoritarismos e ordens ilegais e arbi-
trárias dos seus superiores hierárquicos. Homem corajoso, destemido,
valente, sendo em algumas ocasiões bruto e ignorante, na mais pura es-
sência da palavra, porém, cotidianamente, cortês, gentil, polido e bem-
-educado. Profissional dedicado e decente, talhado pela implacabilidade
das dificuldades da vida. Íntegro, digno, probo, estimado, respeitado e
respeitoso, distinto dos seus pares, de reputação ilibada, duro consigo
próprio, um ser humano à frente do seu tempo, para mim um modelo.
Dedico este compilado de legislação e fundamentações doutriná-
rias a todas as pessoas que se solidarizaram e apoiaram a minha luta e a
todas aquelas que, em algum momento de suas vidas, foram impedidas
de trabalhar, em decorrência da superioridade e poder dos seus adversá-
rios, desafetos e inimigos.
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SUMÁ R IO
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- Da conceituação................................................................ 63
- Da fundamentação jurídica dos impedimentos do juiz..... 64
- Da fundamentação jurídica provisória de três ministros do
STF na ADIN...................................................................... 66
- Dos procedimentos a serem adotados após tomar conheci-
mento do impedimento........................................................ 72
- Da aplicação das hipóteses dos impedimentos aos auxiliares
da justiça............................................................................. 73
- Do entendimento doutrinário a respeito do instituto do impe-
dimento............................................................................... 74
VIII • Da suspeição do juiz no NCPC................................................... 79
- Da conceituação............................................................... 79
- Da fundamentação jurídica da suspeição do juiz............. 80
- Dos procedimentos a serem adotados após tomar conheci-
mento da suspeição.............................................................. 81
- Da aplicação das hipóteses da suspeição aos auxiliares da
justiça.................................................................................. 83
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- Do entendimento jurisprudencial a respeito da suspeição do
juiz ...................................................................................... 84
- Do entendimento doutrinário a respeito do instituto da sus-
peição ................................................................................. 84
IX • Da lacuna do regramento do rol taxativo do impedimento ............ 87
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partes cooperativas sendo ele sócio cooperado .................................... 105
- Dos fundamentos jurídicos da suspeição do juiz nos termos
do inciso IV do art. 145 do NCPC ................................... 105
- Das cooperativas ............................................................. 106
- Do interesse do sócio cooperado no resultado positivo nas
operações realizadas pela cooperativa .............................. 108
- Do entendimento jurisprudencial da suspeição nos termos
do inciso IV ....................................................................... 109
- Do entendimento doutrinário a respeito do instituto da sus-
peição ................................................................................ 117
- Da não equiparação do juiz cooperado de sociedade coo-
perativa com as sociedades anônimas .............................. 122
- Da não equiparação do juiz cooperado de sociedade coope-
rativa com o juiz cliente de banco .................................... 123
- Do descumprimento dos princípios jurídicos ................. 125
- Os princípios jurídicos doutrinários ............................... 132
- Da Imparcialidade .......................................................... 132
- Da Legalidade ................................................................ 136
- Da Verdade Real ............................................................. 138
- Da Boa-Fé Processual ..................................................... 139
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-Da Boa-Fé Objetiva ................................................... 141
- Do Processo Justo e Efetivo ............................................ 143
XII • Da suspeição do juiz, de atuar em processos nos quais figuram como
partes cooperativas, sendo ele sócio cooperado ................................... 146
- Dos fundamentos jurídicos da suspeição do juiz nos termos
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anteriores............................................................................................... 154
XIV • Da responsabilidade civil e criminal dos conselhos de administração
e fiscal da sociedade cooperativa ..........................................................160
XV • Da responsabilidade civil do juiz ............................................... 174
XVI • Da responsabilidade civil do Estado .......................................... 187
XVII • Conclusão.................................................................................. 193
XVIII • Glossário.................................................................................. 196
XIX • Bibliografia.................................................................................. 216
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Agradecimentos
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A todas as autoridades que usaram sua influência e poder, maculan-
do a imagem de suas respectivas carreiras bem-sucedidas, com o
objetivo de concretizar a blindagem necessária para a preservação
daquele que deveria ser exemplo de retidão e conduta apropriada,
mas não é.
E também, e não menos importantes, aos bajuladores que con-
tribuíram para a perpetração das condutas inapropriadas e das arbi-
trariedades, fazendo com que o bajulado tivesse certeza de que era
protegido e perdesse a noção da realidade.
Muito obrigado! Graças a vocês eu continuo de pé e ainda es-
tou aqui.
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Prólogo
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Cada ser humano, mesmo que inconscientemente, tem um códi-
go moral e de conduta, que define suas ações no decorrer da sua vida.
Avaliando essa frase de maneira clara e objetiva, aproveito para fazer
um comparativo com a minha trajetória.
O meu código de conduta foi desenvolvido ao longo dos anos
e vem sendo aperfeiçoado de acordo com as minhas construções pes-
soais e profissionais e minha concepção do que é correto ou não. Essas
avaliações perpassam pelas responsabilidades de cada um dentro do
núcleo familiar e nas relações com a sociedade de maneira geral, tendo
como base os regramentos legais e os ensinamentos transmitidos pe-
los meus pais e por pessoas que tenho como referência de integridade
moral e ética.
Ao longo de mais de 22 anos do exercício da advocacia, sempre
adotei uma postura respeitosa, elegante e gentil no trato com todas as
pessoas com as quais tive contato profissional. O tratamento respei-
toso com o próximo não significa ser subserviente ou submisso dian-
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te das adversidades com que nos deparamos ao longo dos anos, nem
mesmo fugir das batalhas ou abdicar dos meus direitos ou até mesmo
da justiça.
Há mais de 15 meses, venho travando uma luta jurídica com
um juiz do interior de Minas Gerais. Essa história começou em decor-
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são.
Mesmo diante de todas as incertezas sobre os resultados e o fu-
turo, não titubeei e resolvi lutar em busca de meus direitos. Porém
muito me equivoquei e minimizei as possíveis consequências desse
enfrentamento, afinal se tratava de uma pessoa que, ao que me parece,
goza de grande influência política e conta com a proteção de alguns
de seus pares.
Como nos processos, determinadas decisões podem ser definiti-
vas e, diante de algumas situações, a única opção possível é avançar,
caminhar para a frente, por isso tenho adotado todas as medidas legais
em busca de uma das virtudes que eu mais admiro entre os indivíduos,
a justiça.
Não há dúvida e tenho convicção de que nessa luta não há pari-
dade de “armas”. As diferenças são explícitas e exorbitantes. É como
uma luta entre Davi e Golias. Neste momento, sirvo-me desse exem-
plo e comparação com esse grande guerreiro para lhes dizer que nesta
batalha não tenho nenhuma proteção e armaduras contra um gigante.
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Mas, assim como Golias, eu também confio em Deus e, neste caso,
também confio e acredito na justiça.
Quando tomei a decisão de lutar por justiça, imparcialidade nas
decisões e contra perseguição, em que minha competência jurídica,
honra e moral estavam sendo colocadas em xeque, não poderia abrir
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titucionalistas, Civilistas, Processualistas, Criminalistas, Doutrinado-
res, Magistrados, Desembargadores, Ministros e membros do Ministé-
rio Público, que prezam por sua honra, corretos, probos, com conduta
moral e ética exemplares e blindados pelo manto da legalidade.
Por todas essas razões, não posso conceder ao meu adversário
a justa paridade de armas, pois cada um fez a opção pelo caminho a
seguir e a quem aliar-se. No meu caso, travo uma batalha solitária,
com pouquíssimos aliados e sem grandes exércitos, mas com a certeza
de ser um guerreiro amparado pela honra e a ética, diferente do meu
oponente. Ele pode tentar buscar equilíbrio, entretanto o custo tem
sido alto para essa tal falsa “calmaria”, pois seu capital político está se
esgotando e adotar uma postura legalista, neste momento da batalha, é
quase impossível para ele, diante do transcorrer desse embate.
Em meados de dezembro de 2022, prossegui minha investiga-
ção em busca de mais provas que pudessem demonstrar a conduta
irregular desse senhor. Realizei pesquisas no site do CRI-MG (Cen-
tral Eletrônica de Registro de Imóveis de Minas Gerais - https://www.
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crimg.com.br/) com o número do cadastro de pessoa física (CPF) do
mesmo (número que aparece nas suas assinaturas eletrônicas) em um
raio de 100 km ao redor da comarca da qual o mesmo é titular de uma
secretaria.
A partir dessas buscas, localizei uma fazenda de sua proprie-
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quais as referidas cooperativas figuravam como parte, tendo locali-
zado mais de 180 processos virtuais e mais de 50 processos sistema
físico do TJMG. Destaco que uma cooperativa era parte em mais de
220 processos e a outra em 9 processos, que estavam tramitando ou
tramitaram na secretaria da qual ele era o juiz titular. Em face dessa
descoberta, apresentei duas reclamações na Corregedoria do TJMG e
duas no CNJ.
Posteriormente, mesmo não sendo parte ou procurador, proto-
colei, em todos os processos virtuais, uma petição contendo cópias
das matrículas dos imóveis rurais, demonstrando juridicamente que
esse senhor era suspeito para julgar os referidos processos, em razão
de ter interesse na causa, por ser cooperado das cooperativas. Vez que
existem rateio de sobras e prejuízos entre os cooperados de acordo
com a legislação pertinentes e os estatutos respectivos que continham
essa redação.
Após referidos protocolos, ocorreram algumas manifestações,
minimizando a atuação irregular do julgador nos processos, com o
fundamento na tese de que o mesmo era apenas um cliente. E que a
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sua relação nesse caso era semelhante à de um juiz com os bancos dos
quais são titulares ou era semelhante à relação de um juiz com uma
operadora de companhia telefônica etc.
Uma colega do Paraná, Dra. Patrícia Martinha Fabrício de Sou-
za, à qual aproveito para prestar deferência, ao tomar conhecimento
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participava de assembleias e sua situação era semelhante à de outras
empresas das quais ele é cliente. Após essa manifestação, passei a es-
tudar o tema e buscar embasamentos mais sólidos, em jurisprudências,
doutrinas e conceitos dos institutos citados nas peças e nas decisões.
Em razão dos estudos que realizamos a respeito do tema, e da
falta de doutrinas e material com abordagem específica do impedimen-
to e suspeição do juiz de julgar processos de cooperativas das quais
é cooperado, senti-me incentivado e decidi me aventurar e escrever o
meu primeiro livro.
Quando fazemos a leitura de um texto jurídico, é comum a cita-
ção do termo jurista para se referir aos estudiosos do direito; normal-
mente, são mestres e doutores em direito, professores de universida-
des, advogados renomados, membros do Poder Judiciário, Ministério
Público, Procuradorias Municipais, Estaduais e Federais
A doutrina do direito nasce com os estudos que os juristas reali-
zam a respeito de determinado tema, com base na legislação vigente,
nos entendimentos de outros juristas, nas jurisprudências dos tribu-
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nais, no direito comparado e na interpretação e análise de todos esses
elementos, aplicados ao caso concreto ou de forma genérica.
Espero que as horas que estudamos e pesquisamos sobre o tema
desse compilado de legislações, doutrinas e conceitos jurídicos, soma-
das com as correlações das análises e interpretações realizadas por nós
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Prefácio
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uma instituição a qual está para além de sua existência e de seu domí-
nio, e seu poder deve ser aplicado com fins ao bem comum e ao estrito
cumprimento das disposições que constam na Constituição Federativa
de 1988.
Com base nisso, todo poder de decisão conferido a um represen-
te do Estado deve pautar-se na estrita observância da lei, valendo-se da
objetividade e imparcialidade como modus operandi.
Entretanto o extremado acúmulo de poder e influência observa-
do em algumas figuras governamentais suscita uma questão que per-
meia o Brasil há séculos: a impunidade atrelada ao abuso de poder.
A impunidade, infortunadamente, é uma patologia que atenta,
sobremaneira, aos pilares da democracia, haja vista que ela incita e
engendra, no imaginário coletivo, uma deturpação e ressignificação
de conceitos por demais caros à nossa sociedade: justiça e isonomia.
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seria possível se apresentássemos alguma análise ou visão que pu-
desse diferir das já encontradas e consagradas entre os doutrinadores
e as decisões dos tribunais superiores.
A Hermenêutica, sendo o estudo da interpretação das palavras
e de textos, quando aplicada ao direito, é chamada de Hermenêutica
do Direito, que é a interpretação dos termos ou palavras técnicas
jurídicas e dos preceitos legais.
Através deste método de interpretação, combinado com a ar-
gumentação jurídica, que é inerente a todo estudante do Direito, pes-
quisamos a respeito do INSTITUTO DO IMPEDIMENTO DO
JUIZ QUE É SÓCIO DE SOCIEDADE COOPERATIVA.
Após a pesquisa e análise detalhada do tema, concluímos que
a argumentação por nós desenvolvida tem potencial de afastar de
forma definitiva a tese fundada no inciso I, do art. 36 do decreto lei
nº 35/1979, que institui a lei orgânica da Magistratura Nacional, que
“veda ao magistrado de exercer o comércio ou participar de socieda-
de comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista
ou quotista”.
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Como será demonstrado no capítulo IX, inexiste relação, vín-
culo, correspondência, correlação ou simetria entre a permissão
de ser acionista ou quotista de sociedade comercial e o instituto do
impedimento, descrito no inciso V do art. 144 do NCPC, que dispõe
sobre o impedimento do magistrado de exercer suas funções no pro-
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As leis positivas são formuladas em termos gerais; fixam re-
gras, consolidam princípios, estabelecem normas, em lingua-
gem clara e precisa, porém, ampla, sem descer a minúcias. É
tarefa primordial do executor a pesquisa da relação entre o
texto abstrato e o caso concreto, entre a norma jurídica e o fato
social, isto é, aplicar o Direito. Para o conseguir, se faz mister
um trabalho preliminar: descobrir e fixar o sentido verdadeiro
da regra positiva; e, logo depois, o respectivo alcance, a sua
extensão. Em resumo, o executor extrai da norma tudo o que na
mesma se contém: é o que se chama interpretar, isto é, determi-
nar o sentido e o alcance das expressões do Direito.
A Interpretação, como as artes em geral, possui a sua técnica,
os meios para chegar aos fins colimados. Foi orientada por
princípios e regras que se desenvolveu e aperfeiçoou à medida
que evolveu a sociedade e desabrocharam as doutrinas jurídi-
cas. A arte ficou subordinada, em seu desenvolvimento progres-
sivo, a uma ciência geral, o Direito, obediente, por sua vez, aos
postulados da Sociologia; e a outra, especial, a Hermenêutica.
Esta se aproveita das conclusões da Filosofia Jurídica; com o
auxílio delas fixa novos processos de interpretação; enfeixa-os
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num sistema, e, assim, areja com um sopro de saudável moder-
nismo a arte, rejuvenescendo-a, aperfeiçoando-a, de modo que
se conserve à altura do seu século, como elemento de progres-
so, propulsor da cultura profissional, auxiliar prestimosa dos
pioneiros da civilização.
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O direito precisa transformar-se em realidade eficiente, no in-
teresse coletivo e também no individual. Isto se dá, ou mediante
a atividade dos particulares no sentido de cumprir a lei, ou
pela ação, espontânea ou provocada, dos tribunais contra as
violações das normas expressas, e até mesmo contra as sim-
ples tentativas de iludir ou desrespeitar dispositivos escritos ou
consuetudinários. Assim resulta a Aplicação, voluntária quase
sempre; forçada muitas vezes. Verificado o fato e todas as cir-
cunstâncias respectivas, indaga-se a que tipo jurídico perten-
ce. Nas linhas gerais antolha-se fácil a classificação; porém,
quando se desce às particularidades, à determinação da espé-
cie, as dificuldades surgem à medida das semelhanças frequen-
tes e embaraçadoras. Mais de um preceito parece adaptável
à hipótese em apreço; entre as regras que se confundem, ou
colidem, ao menos na aparência, de exclusão em exclusão se
chegará, com o maior cuidado, à verdadeiramente aplicável,
apropriada, preferível às demais.
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tação no sentido amplo e a que se toma na acepção restrita. É
da última que, em rigor, se ocupa a Hermenêutica; porquanto
a primeira abrange a ciência do Direito, inteira; constitui “o
grande e difícil problema cujo conhecimento faz o jurisconsul-
to verdadeiramente digno deste nome”.
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seja concedido o direito ao contraditório e à ampla defesa, com o
fim de que o direito seja aplicado de forma justa pelos operadores
da justiça.
O Devido Processo Legal teve suas raízes na Inglaterra em
1215, quando os nobres e o alto clero impuseram ao Rei João Sem-
-Terra a assinatura da Magna Carta, que limitava o poder real e
criava um parlamento, passando aqueles que derrotaram o Rei a
compor este parlamento.
É importante salientar que a Magna Carta não foi uma de-
claração de direitos universais, foi sim um pacto celebrado entre o
Rei Joao Sem-Terra e os Barões, cujo objetivo era obrigar o Rei a
respeitar os costumes e direitos tradicionais.
O site Vademecumbrasil.com.br apresenta o presente signifi-
cado do Rei João Sem-Terra. Vejamos:
JOÃO SEM-TERRA. Foi rei da Inglaterra do período de
1199 a 1216, e foi absolutamente irascível em seu reinado,
impondo a todo o reino uma política tributária altamente
onerosa cobrando de seus súditos impostos cada vez mais
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elevados. Toda essa política autoritária tinha como obje-
tivo imediato cobrir os gastos na guerra contra a França
em 1204, pois João Sem-Terra almejava proteger as terras
perdidas para a coroa francesa, liderada pelo rei Filipe II.
Como resultado dessa política desastrosa, no entanto, João
Sem-Terra sofreu uma grande derrota e perdeu suas terras
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Fonte: (https://vademecumbrasil.com.br/palavra/joao-sem-terra).
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tatum de 1215, de vital importância no direito anglo-saxão.”
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“O devido processo legal, segundo temos sustentado, é um
princípio regente, que envolve todos os demais princípios pe-
nais e processuais penais. Para que alguém seja condenado
com justiça, dentro dos legítimos parâmetros constitucionais,
torna-se fundamental o fiel respeito ao devido processo legal.
Trata-se de instituto que remonta à Magna Carta de 1215.
Nenhum homem pode ser preso ou privado de sua proprie-
dade a não ser pelo julgamento de seus pares ou pela lei da
terra” (assim também MORAES, Alexandre de. Direito cons-
titucional. 33a ed. São Paulo: Atlas, 2017, p. 112; BAS-TOS,
Celso. Curso de direito constitucional. São Paulo: Sarava,
1997, p. 226). A célebre expressão by the law of the land (lei
da terra ou do país), que inicialmente constou da redação
desse documento histórico, transmudou-se para due process
of law (devido processo legal). A modificação vernacular não
teve o condão de apartar o significado histórico do princípio:
nasceu como o princípio da legalidade (não há crime sem lei
que o defina, nem pena sem lei que a comine - a lei do país).
Tratou-se de uma garantia aos abusos cometidos pelo sobe-
rano, que mandava prender quem bem entendia; esse signi-
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ficado perdurou por séculos, não se podendo descartá-lo na
atualidade.”
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ordem jurídica. E isso envolve a garantia do contraditório, a
plenitude do direito de defesa, a isonomia processual e a bi-
lateralidade dos atos procedimentais”, conforme autorizada
lição de Frederico Marques.”
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“O texto constitucional que consagra o devido processo legal
é uma cláusula geral (sobre as cláusulas gerais, ver o capítu-
lo introdutório neste volume do Curso). Exatamente em razão
disso, o significado normativo desse texto foi modificado ao
longo da história.”
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glês a law of the land, expressão equivalente a due process of
law, conforme conhecida lição de Sir Edward Coke. A Magna
Carta costuma ser tida como o mais remoto documento nor-
mativo histórico de consagração do devido processo legal,
até mesmo em razão da forte influência que exerceu na for-
mação dos direitos Inglês e estadunidense.”
CONCLUSÃO
O respeito ao Devido Processo Legal é premissa básica dentro
do Estado Democrático de Direito. Aquele que desrespeita quais-
quer dos princípios nele incluídos ou dele derivados atenta contra
todos que depositam no Poder Judiciário a confiança e esperança de
que, independentemente da cor da sua pele, raça, orientação sexual,
condição financeira ou religiosa, os preceitos constitucionais terão a
mesma relevância e peso na balança da justiça ao serem aplicados
ao caso concreto.
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II • As cooperativas
do ponto de vista legal
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os estatutos sociais das cooperativas criadas desde então.
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V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais,
federações e confederações de cooperativas, com exceção
das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da
proporcionalidade;
VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assem-
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XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades
de reunião, controle, operações e prestação de serviços.
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código C860-2BA8-2CD3-903E.
A jurista e civilista Maria Helena Diniz (dicionário jurídico, p. 471,
Q-Z) também conceitua SOCIEDADE COOPERATIVA nos seguintes
termos:
“SOCIEDADE COOPERATIVA – Direito civil. Associação
sob forma de sociedade simples de pessoas e não de capital,
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sociado. Tem por escopo estimular a poupança, a aquisição
e a economia de seus associados, mediante atividade econô-
mica comum. Constitui uma forma de organização de ativi-
dade econômica, tendo por finalidade a produção agrícola ou
industrial ou a circulação de bens ou de serviços. Vende as
mercadorias por preços módicos apenas a seus associados,
ou lhes consegue fundos sem intuitos lucrativos, repartindo,
no final das atividades exercidas, as bonificações proporcio-
nais às compras ou operações feitas por cada membro. Tem
por caracteres: variabilidade, ou dispensa do capital social;
concurso de sócios em número mínimo necessário a compor
a administração da sociedade, sem limitações de número má-
ximo; limitação do valor da soma de quotas do capital social
que cada sócio poderá tomar; intransferibilidade das quotas
do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por
herança; quorum para a assembleia geral funcionar e delibe-
rar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não
no capital social representado; distribuição dos resultados,
proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo
sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao
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capital realizado; indivisibilidade do fundo de reserva entre
os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.”
Os conceitos acima descritos expõem com clareza as principais
características de cooperativa e sociedade cooperativa. Para agregar aos
ensinamentos da renomada jurista, apresentaremos o entendimento de
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a sociedade cooperativa ocupam o primeiro plano, em detri-
mento da participação financeira do sócio e da remuneração
ao capital investido. Aqui os sócios se fundem para trabalhar,
para prestar serviços, por necessitar de serviços e para forti-
ficar a posição econômica de compradores, trabalhadores e
devedores, e não para obter remuneração máxima do capital
investido.
É um modelo de sociedade democrática estruturada para
valorizar a participação de todos os sócios na gestão e no
desenvolvimento de seu objeto social, na atividade de pro-
dução ou comercialização, bem como no uso ou consumo de
bens ou prestação de serviços. Em virtude da predominância
das pessoas dos sócios sobre o capital, cada sócio tem uma
limitação máxima nas quotas adquiridas e singularidade de
voto, de modo que todos eles têm o mesmo poder decisório. ”
A autora destaca que, na sociedade cooperativa, a união entre
os sócios cooperados é fortalecida pelo interesse mútuo e não o in-
dividual.
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Podemos afirmar que o cooperativismo, em seus princípios e
valores, reforça a importância da união de pessoas com interesses e
objetivos em comum.
A autora Emanuelle Urbano Maffioletti (As Sociedades Coo-
perativas e o Regime Jurídico Concursal na p. 142-143, grifos nos-
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Enfim, a atividade cooperativa e dirigida pelos sócios para
a satisfação de suas necessidades, que é a finalidade da coo-
perativa. E essa identidade entre os interesses dos sócios e
o fim da sociedade cooperativa implica na função das coo-
perativas como gestora de interesses alheios. Ela recebe os
bens e serviços dos sócios e oferece para terceiros, ou para
os próprios sócios; ou, ao contrário, compra bens e contrata
serviços de terceiros para fornecer aos sócios. Esse recebi-
mento ou fornecimento diz respeito ao intercâmbio de bens
e serviços, ao próprio funcionamento da cooperativa e está
apartado do capital social. Existe, portanto, uma gestão que
se regula pelo regime organizacional próprio da cooperativa
... e os sócios têm o crédito ou débito com a cooperativa de
valores correspondentes.”
Como bem descrito acima, na sociedade cooperativa, elimina-
-se o intermediário, reduzindo os custos e potencializando benefí-
cios financeiros e pessoais entre os sócios cooperados.
A autora Emanuelle Urbano Maffioletti (As Sociedades Coo-
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perativas e o Regime Jurídico Concursal na p. 157-158) discorre so-
bre o regime econômico das cooperativas:
“A atividade econômica cooperativa é estruturada para obter
um melhor resultado econômico e social para os sócios, em
virtude da função intermediadora que exerce. Também não se
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a variabilidade do capital social, o tratamento econômico
diferenciado entre os resultados dos negócios internos (atos
cooperativos) e demais negócios, o retorno dos excedentes
e a previsão de regime de fundos e dotações financeiras que
permitem a consecução da atividade econômica da coopera-
tiva com relativa estabilidade independentemente da saída do
cooperado.”
Destacamos, em relação ao posicionamento da autora acima,
a questão relacionada à segurança e confiabilidade econômica, que
este modelo de sociedade oferece aos seus associados.
Emanuelle Urbano Maffioletti, na p. 159, grifo nosso, pondera
a respeito do regime econômico das cooperativas para os negócios
internos nos termos a seguir:
“Para viabilizar o escopo mutualístico, o regime econômico
estabelece regras para traçar o recebimento e a distribuição
de resultados financeiros dos atos cooperativos pela coopera-
tiva, que é a gestora dos interesses dos cooperados. Os sócios
aportam/adquirem bens e serviços para a sociedade coopera-
tiva como usuários e assumem o risco pela atividade econô-
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mica da cooperativa, esperando obter vantagens econômicas
com a prestação desses bens ou serviços pela cooperativa.
Os negócios celebrados internamente, que correspondem ao
ato cooperativo, particulariza o regime econômico da coo-
perativa. Aqui, os sócios contribuem à prática do ato coo-
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Em nota de rodapé, o autor embasa seu texto com os conceitos de
sobras do autor W. Franke, grifo nosso:
“W. FRANKE, Direito das sociedades cooperativas - direito coo-
perativo cit. (nota 140 supra), pp. 20-1, delimita esses conceitos
da seguinte forma: “(..]’As sobras’, tecnicamente, não são lu-
cros, mas saldos de devedores obtidos dos associados para a
cobertura de despesas, e que, pela racionalização ou pela faixa
de segurança dos custos operacionais com que a cooperativa
trabalhou, não foram gastos, isto é, ‘sobraram’, merecendo, por
isso, a denominação de ‘despesas poupadas’ ou ‘sobras. Ora,
corresponde a uma exigência de justiça distributiva que as “so-
bras’ sejam devolvidas aos cooperados na mesma medida em
que estes contribuíram para a sua formação. A ideia de devo-
lução das sobras aos associados na proporção das operações
que tenham feito com a sociedade, deu nascimento ao instituto
jurídico do retorno, o qual, no dizer de GIDE, constitui no qua-
dro das conquistas sociais contemporâneas uma das criações
mais geniais do século XIX, legada ao mundo pelos equidosos
pioneiros de Rochdale.”
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A nota de rodapé acima descrita externa, de forma objetiva, o
significado do termo “sobras”, que é terminologia utilizada com fre-
quência na legislação do cooperativismo e nos estatutos sociais das
cooperativas. Saliente que o referido termo não significa lucros e des-
pesas poupadas serão devolvidas aos cooperados, nas próprias pala-
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perativismo em geral, pois o foco do presente livro está direcionado
a Cooperativas Agropecuárias e de Crédito. Por essa razão, não abor-
daremos os demais ramos cooperativos citados no parágrafo anterior.
CONCLUSÃO
As sociedades cooperativas, por terem como princípio o bene-
fício do coletivo e não primar seu foco para o lucro, trazem diversos
benefícios para os cooperados, principalmente em relação à paridade
do valor do voto, participação no rateio das sobras e sua responsabi-
lidade ser limitada ao capital social de suas quotas.
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III • Das sociedades cooperativas e
anônimas
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470, v. 4 – Q-Z) conceitua sociedade de forma bastante ampla. Ra-
zão pela qual, apresentamos, neste estudo, apenas os termos que se
relacionam com o direito civil e comercial, tanto que nos cingiremos
à transcrição das duas definições a seguir:
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Analisando a legislação que trata do direito empresarial, pode-
mos afirmar que o legislador dedicou uma atenção especial no trato
com as sociedades comerciais. Vez que o texto legal descreve os
conceitos e características de cada uma das sociedades comerciais, o
que facilita o entendimento e reduz a necessidade de interpretações
DA SOCIEDA DE A NÔNIMA
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O legislador definiu a Sociedade Anônima nos arts. 1.088 e
1.089, nos seguintes termos:
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital di-
vide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somen-
te pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, apli-
cando-se lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.
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HAPVIDA PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS S.A; AMIL
PARTICIPAÇÕES S.A; BANCO BRADESCO S.A..
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que cada sócio poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estra-
nhos à sociedade, ainda que por herança;
V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar,
fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no
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sócios pode ser limitada ou ilimitada.
§ 1 o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o
sócio responde somente pelo valor de suas quotas e pelo pre-
juízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção
de sua participação nas mesmas operações.
§ 2 o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que
o sócio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais.
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições
referentes à sociedade simples, resguardadas as característi-
cas estabelecidas no art. 1.094.
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tindo, no final das atividades exercidas, as bonificações propor-
cionais às compras ou operações feitas por cada membro. Tem
por caracteres: variabilidade, ou dispensa do capital social;
concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitações de número máximo;
limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada
sócio poderá tomar; intransferibilidade das quotas do capital a
terceiros estranhos à sociedade, ainda que por herança; quo-
rum para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no
número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado; distribuição dos resultados, proporcionalmente
ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade,
podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; indivisibili-
dade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de
dissolução da sociedade.”
São exemplos de empresas cooperativas: Cooperativas de
Crédito, Cooperativas Agropecuárias, Cooperativas de Saúde ...
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CONCLUSÃO
Feitas as considerações acima, constata-se tratar-se as socieda-
des cooperativas e as sociedades anônimas de organismos absoluta-
mente distintos, com exceção dos termos do art. 53 da lei 5.764/71,
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IV • Das cooperativas agropecuárias
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qual os associados seriam, ao mesmo tempo, proprietários e
usuários.
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e na geração de trabalho e renda no País, contribuindo não
apenas para o desenvolvimento do agronegócio, mas da eco-
nomia brasileira (OCB, 2017).”
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para os cooperados por valores inferiores aos praticados no mercado
comum.
As principais garantias de créditos são: 1) Cédula de Produto
Rural; 2) Cédula de Crédito Rural 2.1) Cédula Rural Pignoratícia;
2.2) Cédula Hipotecária; 5) Penhor Agrícola; 6) Penhor Rural.
Apresentamos abaixo os conceitos descritos pela jurista Maria
Helena Diniz (dicionário jurídico) das garantias reais acima citadas:
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em implantação e manutenção das lavouras e em eventuais
períodos de estocagem dos produtos (Pedro Ramos). 2. Títu-
lo emitido por produtor rural ou suas associações, inclusive
cooperativas, na forma da lei. (V.1 – A-C – p.609).
2) CÉDULA DE CRÉDITO RURAL – Direito civil e di-
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transferível por endosso, de forma que os direitos creditórios
se exercem pelo endossatário em cujo poder se encontra; e
resgatável a qualquer tempo desde que se efetue o respectivo
pagamento. E, na lição de Caio Mario da Silva Pereira, um
título formal, líquido e certo, exigível pela soma ali lançada
e com validade contra terceiro desde que feita sua inscrição
na coletoria ou repartição arrecadadora federal. (V.1 – A-C
– p.610).
2.2) CEDULA RURAL HIPOTECÁRIA. Direto civil. Tí-
tulo de crédito vinculado a uma hipoteca rural, emitido por
uma instituição financeira como garantia do pagamento de
empréstimo feito a quem exerce atividade agrícola ou pecuá-
ria. (V.1 – A-C - p.610).
3) PENHOR AGRÍCOLA. Direito agrário, Direito real
que grava culturas. Podem ser objeto de penhor agrícola:
colheitas pendentes ou em vias de armação; frutos armaze-
nados ou acondiciona. dos para venda; madeiras das matas
preparadas para o corte, em toras ou já serradas e lavradas;
Tenha cortada ou carvão vegetal; máquinas e instrumentos
agrícolas; animais de serviço ordinário de estabelecimento
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agrícola. O prazo do penhor agrícola não pode ser superior
a três ou quatro anos, prorrogável uma vez por igual tempo,
devendo ser mencionada, no contrato, a época da colheita
da cultura empenhada, e, embora vencido, permanece a ga-
rantia enquanto subsistirem os bens que a constituem, sendo
que nos contratos de financiamento de café o prazo máximo
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o assento do contrato de penhor rural, o oficial do registro
expedirá, a pedido do credor, a cédula rural pignoratícia,
com todos os dados e especificações necessárias ao exato co-
nhecimento do negócio garantido pignoraticiamente. Mas,
nada obsta a que o devedor, prometendo pagar em dinheiro
o débito, a emita espontaneamente em favor do credor, na
forma determinada em lei especial. (V.3 – J-P - p.612).
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vincula bens móveis, obrigar-se-á por cédula rural pignoratí-
cia; se vincula bens imóveis, obrigar-se-á, todavia, por cédu-
la rural hipotecária. Pode porém, acontecer que a garantia
oferecia pelo emitente do título abranja tanto bens móveis
como imóveis, hipótese em que obrigar-se-á por cédula rural
pignoratícia e hipotecária. Diante do envolvimento das duas
CONCLUSÃO
A pujança do agronegócio brasileiro tem relação direta com as
sociedades cooperativas agropecuárias, que possibilitaram a união
dos produtores, em geral, em torno de uma causa comum, que é o
aumento da produtividade por hectare, redução de custos, acesso a
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equipamentos agrícolas de última geração e melhoria da qualidade
do produto final, que impacta de forma real as relações comerciais.
Independentemente de posições político-partidárias, o agrone-
gócio brasileiro tem garantido ao Brasil proteção contra as oscila-
ções que ocorrem com frequência no mercado financeiro mundial,
devido a sua alta produção e competividade, mesmo quando compa-
rado com países mais desenvolvidos do que o Brasil.
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V • Das cooperativas de crédito
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Banco Central autoriza o funcionamento de cooperativa de
crédito mútuo e de crédito rural e de cooperativa central de
crédito (Luiz Fernando Rudge). Urge lembrar que: a) con-
sistem em Caixa coletiva constituída com capital dos sócios
para tornar mais fácil a outorga de financiamentos ou em-
préstimos pecuniários a associados ou a outras cooperativas,
cobrando-se juros mínimos, uma vez que não há intermediá-
rio; ....”
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Os cooperados ou sócios das cooperativas, diferentes dos acio-
nistas de outras sociedades comerciais, não possuem ações e sim
quotas.
A jurista e civilista Maria Helena Diniz (dicionário jurídico,
p. 481, v. 4 – Q-Z) conceitua sócio acionista e sócio cotista, nos
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“A conceituação de cooperado é bem mais simples e restrita.
São os associados da cooperativa que integralizaram uma
parte do seu capital (há casos, entretanto, de cooperativa
sem capital, conforme autorização do art. 1.094, I, do Código
Civil) e exercem seus direitos e deveres de cooperados, e que
nela ingressaram voluntariamente. Em algumas situações,
podem ser vinculados a determinada atividade ou profissão.”
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Pelo teor do inciso acima citado, o cooperado ou associado
da cooperativa não pode vender, transferir ou ceder a terceiros es-
tranhos à sociedade suas quotas-partes.
No inciso VII do art. 4º da lei nº 5.764/71, consta o termo
“retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente, às
operações realizadas pelo associado...”.
O retorno das sobras líquidas, na proporção das operações
realizadas pelo associado/cooperado é um benefício que não en-
contra similaridade em nenhuma das demais sociedades comer-
ciais, o que incentiva o cooperado a realizar o máximo possível de
atos cooperativos com a sociedade, aumentando assim a devolução
das sobras.
A legislação que regulamenta o funcionamento das coopera-
tivas no Brasil tornou obrigatória, além do art. 4º e seus incisos, a
indicação no estatuto da cooperativa dos incisos do art. 21, que é a
devolução das sobras registradas aos associados ou do rateio das
perdas apuradas, descrita no inciso IV.
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Dispõe o art. 44 da lei nº 5.764/71, grifo nosso:
Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao dispos-
to no artigo 4º, deverá indicar:
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tribuições para cobertura das despesas da sociedade.
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Art. 80. As despesas da sociedade serão cobertas pelos as-
sociados mediante rateio na proporção direta da fruição de
serviços. Parágrafo único. A cooperativa poderá, para me-
lhor atender à equanimidade de cobertura das despesas da
sociedade, estabelecer:
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Art. 89. Os prejuízos verificados no decorrer do exercício se-
rão cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva
e, se insuficiente este, mediante rateio, entre os associados,
na razão direta dos serviços usufruídos, ressalvada a opção
prevista no parágrafo único do artigo 80.
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“Ao contrário das sociedades em geral, repita-se que a coo-
perativa não tem objetivo de lucro. Isso não significa afir-
mar que deva ter prejuízo. Na verdade, havendo resultado
positivo, este chamado de “sobras líquidas do exercício” e,
conforme a disposição do art. 4º, inciso VII, deve ser rateado
entre os sócios, proporcionalmente às operações realizadas
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anual, traz um reflexo financeiro real para o cooperado.
Ao se analisar a legislação das sociedades cooperativas, obser-
va-se que o legislador não disciplinou a obrigatoriedade de participa-
ção dos cooperados nas assembleias, e muito menos fixou qualquer
tipo de penalidade ou prejuízo para o cooperado ausente. Também
não fixou nenhum benefício para o cooperado presente, a não ser a
garantia de votar em igualdade com os demais sócios cooperados,
independentemente do capital social integralizado de cada votante.
Nas sociedades cooperativas, não existe a figura do cliente
para os cooperados e sócios.
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nalmente, a associação de pessoas jurídicas que tenham por
objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das
pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Além
disso, normalmente há condições estabelecidas, no estatuto,
ligadas à área de atuação das cooperativas, sem qualquer
tipo de discriminação. Há um princípio de portas abertas nas
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ções, responsabilidades e também passam a gozar de certos
direitos decorrentes dessa condição. Entre as principais obri-
gações assumidas pelos cooperados, há o dever de lealdade
para com a cooperativa e para os sócios, bem como o dever
de concorrer para os prejuízos e para a formação das re-
servas. Caso haja capital social, também há a obrigação de
contribuir para esse capital.”
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O autor Marlon Tomazette (Teoria Geral e Direito Societário.
p. 646, grifo nosso) apresenta seu entendimento a respeito da distri-
buição das sobras e juros na sociedade cooperativa. Vejamos:
“Embora não tenha fim lucrativo, é certo que o exercício de
atividade econômica pelas cooperativas gera resultados. No
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“Na Lei n. 5.764/71, a assembleia geral poderia atribuir ou-
tro destino aos resultados. Todavia, a dicção do Código Civil
nos leva a crer que esse dispositivo foi derrogado, de modo
que, agora, impõe-se a distribuição dos resultados, não dei-
xando mais esse poder com a assembleia geral.”
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estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele,
cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos
lucros na proporção da média do valor das quotas.”
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“A esse propósito, confira-se o pensamento de Jane Apareci-
da Stefanes Domingues e Jefferson Nercolini Domingues, II
para quem não se pode perder de vista o aspecto societário
da cooperativa, de quem o associado é o dono e ao mesmo
tempo o tomador do crédito, sendo insustentável o binômio
cliente-fornecedor de serviço, como requisito nato para pro-
teção das relações de consumo. Por isso, sustentam esses au-
tores: “O Código de Defesa do Consumidor, Lei n° 8.078/90,
em seu art. 2°, conceitua o consumidor como ‘pessoa física
ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final’. Ora, in casu, inexiste a possibilidade jurí-
dica de aplicar-se o Código de Defesa do Consumidor às re-
lações entre cooperativa e associados. Todos os cooperados
são, em verdade, os proprietários ou donos da cooperativa,
e nunca consumidores finais DOMINGUES, Jane Apareci-
da Stefanes; DOMINGUES, Jefferson Nercolini. Cooperati-
vas de crédito no direito brasileiro. In: MEINEM, Ênio et al.
(Org.). Não aplicabilidade do código de defesa do consumi-
dor nas relações entre associados e cooperativas de crédito.
Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002. p. 87.”
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Como bem acentuado pelo autor acima, não há possibilidade
jurídica de aplicação do Código de Defesa do Consumidor às re-
lações entre a sociedade cooperativa e os sócios cooperados, pois
todos são proprietários ou donos da cooperativa e nunca consumi-
dores finais. Não havendo, dessa forma, relação de consumo entre
CONCLUSÃO
A cooperativa de crédito tem por objetivo o atendimento
das demandas da coletividade dos associados, com uma gestão com-
prometida e boas práticas de governança cooperativa, com respon-
sabilidade administrativa, transparência, conduta ética e legal nas
decisões.
No que tange ao cooperativismo de crédito, não se deve
buscar exclusivamente o resultado positivo de operações a qualquer
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custo, principalmente em prejuízo do sócio cooperado, que deposita
sua expectativa de melhoria financeira nesse segmento associativo.
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VI • Da diferença entre
cooperativas de crédito e bancos
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A Ministra do STJ Nancy Andrighi, no julgamento do REsp
1535888 MG 2015/0130964-4, fundamentando seu voto e o acór-
dão, conceituou a diferenciação de cooperativas de crédito e bancos,
nos seguintes termos:
“Ressalte-se que as COOPERATIVAS DE CRÉDITO são,
dessa forma, cooperativas formadas para a prestação de ser-
viços financeiros, nos termos da regulação vigente. Seu princi-
pal objetivo é eliminar o intermediário – instituição financeira
– entre a captação de recursos e seu investimento na conces-
são de empréstimos.
Para uma definição doutrinária, as cooperativas de crédito
são:
Organizações que têm por escopo desenvolver a chamada mu-
tualidade. No setor creditício, sua finalidade consiste em pro-
piciar empréstimos a juros módicos a seus associados, estan-
do subordinados, na parte normativa, ao Conselho Monetário
Nacional e, na parte executiva, ao Banco Central. (Nelson
Abrão. Direito Bancário. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 32)
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Na doutrina especializada, podem ser encontradas outras de-
finições para esse tipo de sociedade:
COOPERATIVAS DE CRÉDITO são sociedades de pessoas,
constituídas com o objetivo de prestar serviços financeiros aos
seus ASSOCIADOS, na forma de ajuda mútua, baseada em
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perativas de crédito. São Paulo: Atlas, 1968).
Nesse ponto, cumpre diferenciar as COOPERATIVAS DE
CRÉDITO DOS BANCOS. Em uma primeira análise, a prin-
cipal diferença é a ausência de finalidade lucrativa das COO-
PERATIVAS, o que é presente nas instituições financeiras
tradicionais. Além dessa, muitas outras distinções podem ser
apontadas, como se verifica abaixo:
a) Quanto ao tipo de sociedade: os BANCOS são sociedades de
capital, onde o poder é exercido na proporção do número de
ações, enquanto as COOPERATIVAS DE CRÉDITO são so-
ciedades de pessoas, onde o voto tem peso igual para todos
(uma pessoa, um voto);
b) Quanto às deliberações: nos BANCOS, as deliberações são
concentradas, já nas COOPERATIVAS DE CRÉDITO, as
decisões são compartilhadas entre muitos;
c) Administração: nos BANCOS, o administrador é um terceiro
(homem do mercado), já nas COOPERATIVAS DE CRÉDI-
TO, o administrador é do meio (cooperativado);
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d) Quanto ao usuário: nos BANCOS, o usuário das operações É
MERO CLIENTE e não exerce qualquer influência na defini-
ção do preço dos produtos; enquanto que nas COOPERATI-
VAS DE CRÉDITO, o usuário é o PRÓPRIO DONO (COO-
PERATIVADO) e toda a política operacional é decidida pelos
PRÓPRIOS USUÁRIOS/DONOS (COOPERATIVADOS);
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ademais, o autosserviço / a automação; já as COOPERATI-
VAS DE CRÉDITO visam ao atendimento personalizado/
individual, com o apoio da informática;
h) Resultados: os BANCOS visam ao lucro por excelência, o
resultado é de poucos (acionistas), enquanto nas COOPE-
RATIVAS, o lucro está fora do seu objeto social (Art. 3 da
Lei nº 5.764/71) e o excedente (SOBRAS) é distribuído entre
todos (usuários), na proporção das operações individuais, re-
duzindo ainda mais o preço final pago pelos cooperativados;
i) No plano societário: os BANCOS são regulados pela Lei
nº 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas, enquanto as COO-
PERATIVAS DE CRÉDITO são reguladas pela Lei nº 5.764/71
- Lei Cooperativista. (Ênio MEINEN et al. Aspectos jurídicos
do cooperativismo. Porto Alegre: Sagra Luzatto, 2002, p. 16-17).
Fonte:https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/
stj/464676956/relatorio-e-voto-464676968
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sam ao lucro. Já as cooperativas financeiras são constituídas
pelos próprios cooperados para atender seus interesses em
comum, ou seja: ao se associar a uma cooperativa, você tem
participação econômica na instituição, tornando-se, além de
cliente, dono do negócio.
Uma cooperativa financeira ou cooperativa de crédito é uma
associação formada por pessoas para prestar serviços finan-
ceiros aos seus associados.
A instituição nasceu de uma lógica simples: captar recursos
e realizar empréstimos. Assim, as pessoas adquiriam crédito
para poder realizar suas compras.
Ao longo dos anos, essa dinâmica evoluiu e se tornou muito
mais completa. Hoje é possível encontrar praticamente todas
as soluções financeiras em uma cooperativa. E isso somado
à vantagem de ter juros e taxas mais baixas do que é pratica-
do no mercado tradicional.
O que diferencia uma cooperativa de um banco tradicional,
no entanto, é que os seus cooperados são, ao mesmo tempo,
donos e usuários dessa instituição.
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Isso significa que toda a gestão e tomadas de decisão são rea-
lizadas em conjunto. Além disso, o destino de parte da sobra
anual, como as cooperativas denominam o montante finan-
ceiro que não é utilizado no ano, é decidido coletivamente em
assembleia, visando o benefício de todos os associados.
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A cooperativa de crédito utiliza seu capital e patrimônio como
garantia para captar recursos no mercado, seja em bancos
públicos e/ou privados. Para isso, elas podem realizar con-
vênios, cobranças de títulos e realizar operações no mercado
financeiro, por exemplo.
Tudo que é arrecadado é repassado para os cooperados com
juros mais baixos e prazos de liquidação mais interessantes
do que os praticados pelos bancos tradicionais. O princi-
pal objetivo do cooperativismo financeiro é oferecer soluções
adequadas às necessidades dos cooperados e não o lucro.
É um círculo virtuoso que o cooperativismo financeiro pro-
porciona aos associados. A organização oferece produtos e
serviços a preços justos, incluindo a devolução das sobras
aos cooperados.
Os bancos são sociedades de capital e as decisões são toma-
das por quem tem mais ações. O seu objetivo principal é o
lucro e você é apenas um cliente da instituição.
Já as cooperativas financeiras são uma sociedade de pes-
soas nas quais os associados têm direitos de voto equivalen-
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tes. Isso significa que eles também são donos da instituição
e podem tomar as decisões de acordo com o que for melhor
para o coletivo.
Nas COOPERATIVAS, o objetivo é administrar os recursos
dos cooperados de forma vantajosa para todos.
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RATIVAS FINANCEIRAS fossem de livre admissão.
Fonte - Site do Sicoob – https://www.sicoob.com.br/web/
maisqueumaescolha/blog/-/blogs/banco-e-cooperativa-fi-
nanceira-diferenca
CONCLUSÃO
Diante das informações apresentadas neste capítulo, e fundadas
no acórdão citado, e com a conceituação descrita no site do Sicoob
(maior sistema de cooperativas de crédito do Brasil) evidencia-se
que: o vínculo contratual de um magistrado com qualquer instituição
bancária é totalmente diverso da sua condição de cooperado em uma
cooperativa de crédito. Assim sendo, dizer que a suspeição e impe-
dimento em relação à cooperativa de crédito assemelha-se à situação
das instituições bancárias, acarretando desta forma a suspeição e o
impedimento dos magistrados de julgarem quaisquer processos ten-
do como parte (s) instituições bancárias das quais for correntista,
trata-se de um entendimento absolutamente equivocado.
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Melhor esclarecendo, o correntista de uma instituição bancária
não é convocado para participar de assembleias e outras delibera-
ções. Muito menos participa dos lucros auferidos nos períodos defi-
nidos pelo estatuto social da entidade. Daí a diferença entre bancos
e cooperativas.
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VII • Dos fundamentos jurídicos
dos impedimentos do julgador
Dos impedimentos elencados no NCPC
DA CONCEITUAÇÃO
Como já ficou evidente no presente trabalho, a conceituação
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do termo jurídico objeto do tópico em análise é de fundamental im-
portância para o entendimento do regramento legal e seu reflexo no
processo.
Apresentamos a conceituação de impedimento, publicada pela
jurista Maria Helena Diniz (dicionário jurídico, p. 840, v. 2 – D-I),
nos seguintes termos:
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No conceito acima citado, a jurista utiliza a expressão “circuns-
tância enumerada em lei que impossibilita o juiz de exercer regular e
legalmente sua jurisdição em determinado momento”; porém, quase
na totalidade dos julgados e nas inúmeras referências doutrinárias, o
termo usado é “rol taxativo de hipóteses de impedimento e suspeição
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
DOS IMPEDIMENTOS DO JUIZ
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funções em processos, que porventura sejam distribuídos para a se-
cretaria da qual é titular, nas ocasiões em que esteja na condição de
juiz plantonista ou em substituição legal.
Dispõe o Art. 144 do NCPC, grifo nosso:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer
suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou pres-
tou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo profe-
rido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público,
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
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ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for SÓCIO ou membro de direção ou de adminis-
tração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
de qualquer das partes;
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verifica quando o defensor público, o advogado ou o
membro do Ministério Público já integrava o processo
antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de
caracterizar impedimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se
verifica no caso de mandato conferido a membro de
escritório de advocacia que tenha em seus quadros
advogado que individualmente ostente a condição nele
prevista, mesmo que não intervenha diretamente no
processo.
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DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA PROVISÓRIA
DE TRÊS MINISTROS DO STF EM UMA AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
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“O Plenário deste Supremo Tribunal Federal não teve ain-
da a oportunidade de se manifestar especificamente sobre a
interpretação textual do dispositivo legal impugnado nesta
ação direta, mas, de seus precedentes, deflui o sentido que
deve pautar a avaliação da conduta imparcial, independente
e íntegra do exercício da magistratura.”
Sendo norma sobre impedimento de magistrados, sua finali-
dade é a de garantir um julgamento justo e imparcial, como
assegura do direito ao devido processo legal. Não por acaso,
o direito ao devido processo legal, previsto no art. 5º, LIV, da
CRFB, é definido, pelo Pacto de São José da Costa Rica, da
seguinte maneira:
“Artigo 8 – Garantias Judiciais 1. Toda pessoa terá o direito
de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente
e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração
de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na de-
terminação de seus direitos e obrigações de caráter civil, tra-
balhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.”
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O juiz não é parte, nem pode tomar partido em favor de qual-
quer uma delas. O juiz não pode, por qualquer atitude sua,
sinalizar, interceder, ou indicar qualquer tipo de inclinação
ou disposição sobre seu posicionamento ou de realizar qual-
quer tipo de pré-julgamento que possa favorecer alguém. Se
tem interesse, não deve participar. Se participar, ofende a ga-
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demais poderes e em relação à sociedade em geral.
Esses parâmetros, que facilmente se extraem do próprio texto
Constitucional, encontram respaldo nos Princípios de Ban-
galore de conduta judicial. Sobre independência, imparcia-
lidade e integridade, a Resolução do Conselho Econômico e
Social das Nações Unidas prevê que:
“Princípio: A independência judicial é um pré-requisito do
estado de Direito e uma garantia fundamental de um julga-
mento justo. Um juiz, consequentemente, deverá apoiar e ser
o exemplo da independência judicial tanto no seu aspecto in-
dividual quanto no aspecto institucional.”
Aplicação
1.1 Um juiz deve exercer a função judicial de modo indepen-
dente, com base na avaliação dos fatos e de acordo com um
consciente entendimento da lei, livre de qualquer influência
estranha, induções, pressões, ameaças ou interferência, dire-
ta ou indireta de qualquer organização ou de qualquer razão.
1.2 Um juiz deverá ser independente com relação à socieda-
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de em geral e com relação às partes na disputa que terá de
julgar.
1.3 Um juiz não só deverá ser isento de conexões inapropria-
das e influência dos ramos executivo e legislativo do governo,
mas deve também parecer livre delas, para um observador
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dência judicial.
Princípio: A imparcialidade é essencial para o apropriado
cumprimento dos deveres do cargo de juiz. Aplica-se não
somente à decisão, mas também ao processo de tomada de
decisão.
Aplicação
2.1 Um juiz deve executar suas obrigações sem favorecimen-
to, parcialidade ou preconceito.
2.2 Um juiz deve se assegurar de que sua conduta, tanto na
corte quanto fora dela, mantém e intensifica a confiança do
público, dos profissionais legais e dos litigantes na imparcia-
lidade do Judiciário.
2.3 Um juiz deve, tanto quanto possível, conduzir-se de modo
a minimizar as ocasiões em que será necessário ser desquali-
ficado para ouvir ou decidir casos.
2.4 Um juiz não deve intencionalmente, quando o procedi-
mento é prévio ou poderia sê-lo, fazer qualquer comentário
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que possa Plenário Virtual - minuta de voto - 17/04/2020
00:00 6 razoavelmente ser considerado como capaz de afetar
o resultado de tal procedimento ou danificar a manifesta jus-
tiça do processo. Nem deve o juiz fazer qualquer comentário
em público, ou de outra maneira, que possa afetar o julga-
mento justo de qualquer pessoa ou assunto.
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munha material no caso em controvérsia;
2.5.3 o juiz, ou um membro da família do juiz, tem um interes-
se econômico no resultado do problema em debate;
Na condição de que a desqualificação não será requerida se
outro tribunal não puder ser constituído para julgar o caso,
ou devido a circunstâncias urgentes, a não-atuação proces-
sual pode conduzir a uma séria injustiça. Princípio: A inte-
gridade é essencial para a apropriada desincumbência dos
deveres do ofício judicial
Aplicação
3.1 Um juiz assegurar-se-á de que sua conduta esteja acima de
reprimenda do ponto de vista de um observador sensato.
3.2 O comportamento e a conduta de um juiz devem reafirmar a
fé das pessoas na integridade do Judiciário. A justiça não deve
meramente ser feita, mas deve ser vista como tendo sido feita.”
Os Princípios de Bangalore, como já reconheceu esta Cor-
te, são fonte relevante para a definição do alcance dos de-
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veres dos magistrados (MS 33.736, Rel. Min. Cármen Lúcia,
Segunda Turma, DJe 22.08.2017). Há neles um dispositivo
que é diretamente aplicável à questão formulada pela reque-
rente. Com efeito, dispõe o “Código Mundial de Conduta dos
Magistrados” que um juiz deve considerar-se suspeito ou im-
pedido de participar em qualquer caso em que não é habilita-
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o juiz não seja imparcial, recomendaria o afastamento do
magistrado em casos como esse.”
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da proporcionalidade, bem como o princípio do juiz natural.
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absoluta de impedimento.”
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§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber
a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos
autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze)
dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos
e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
incidente ao tribunal.
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suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
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O legislador, no art. 148 do NCPC, estendeu os motivos de im-
pedimento constantes nos incisos do art. 144 do NCPC aos membros
do ministério público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos
imparciais do processo.
Dispõe o art. 148 do NCPC:
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de sus-
peição:
I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a
suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída,
na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e
sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de
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15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando
necessária.
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será
disciplinada pelo regimento interno.
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de
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INSTITUTO DO IMPEDIMENTO
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Por outro lado, o juiz deve primeiro ter interesse na solução
do mérito, que é o fim normal do processo, e por isso não
afeta sua imparcialidade a constante tarefa de oportunizar às
partes o saneamento de vícios e correção de erros. E, uma vez
tendo condições de julgar o mérito, é natural que o juiz tenha
interesse que vença a parte que tenha o direito material a seu
favor, o que justifica, por exemplo, a produção de provas de
ofício, tema versado com a devida profundidade no Capítulo
21, item 21.1.8.
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procedimental nesse tocante às diferentes espécies de
parcialidade do juiz é lamentável.
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exige antes de mais nada que o juiz seja um terceiro com
relação ao conflito que decidirá. Dessa forma, antes de se
analisar a imparcialidade do juiz deve ser verificada sua im-
partialidade.
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seguinte forma:
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todo exercício do poder, a qual parte do indiscutível pres-
suposto de que o juiz, no exercício da jurisdição, não está a
tratar de seus próprios interesses, como se dá nos negócios
jurídicos de direito privado, onde ele, como qualquer outra
pessoa, estaria a exercer a autonomia da vontade, que é uma
projeção da garantia constitucional da liberdade (no caso,
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NCPC, o que o impossibilita de atuar no processo, pois compromete
o dever de imparcialidade.
CONCLUSÃO
Forçoso reconhecer, por todo o expendido acima, que as hipó-
teses colecionadas pela legislação processual pátria, de forma inafas-
tável, proíbem o juiz não somente de julgar processos, mais que isso,
o impedem de atuar em qualquer fase processual, independentemen-
te da sua condição, seja de juiz titular, substituto ou cooperador.
A taxatividade das hipóteses de impedimentos do juiz, descri-
tas nos incisos do art. 144 do NCPC, vedando implacavelmente todo
e qualquer tipo de interpretação subjetiva, extensiva ou analógica.
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VIII • Da suspeição do Juiz no NCPC
DA CONCEITUAÇÃO
Apresentamos abaixo quatro conceituações da lavra da jurista
Maria Helena Diniz (dicionário jurídico, p. 561-562, Q-Z) nos se-
guintes termos:
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SUSPEIÇÃO. 1. Direito processual. a) Suspeita a respeito
da imparcialidade judicial; b) fato de o magistrado estar im-
pedido de, num determinado processo, exercer sua função;
c) exceção que pode ser oposta contra o juiz que preside à
causa, o órgão do Ministério Público, as testemunhas, os
assistentes técnicos, o perito, o serventuário da justiça e o
intérprete. 2. Na linguagem jurídica, em geral, designa: a)
suspeita; b) opinião desfavorável relativamente a certas pes-
soas; c) imputação de certa qualidade, que gera desconfiança
suscetível de justificar alguma prevenção contra o suspeito
(De Plácido e Silva).
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petência do juiz para julgar uma causa; b) impugnante; c)
opoente. 2. Nas linguagens comum e jurídica, é o que suscita.
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
DA SUSPEIÇÃO DO JUIZ
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Dispõe o Art. 145 do NCPC:
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as causas de suspeição, aparentemente, buscou trazer segurança
jurídica para todas as partes envolvidas no processo, não apresen-
tando alternativas para interpretações extensivas.
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Dispõe o art. 146 do NCPC:
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conheci-
mento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição,
em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual
indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com do-
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I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso
até o julgamento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o
incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo,
a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspei-
ção é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de
manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas
e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz
recorrer da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fi-
xará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se pra-
ticados quando já presente o motivo de impedimento ou de
suspeição.
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DA APLICAÇÃO DAS HIPÓTESES
DA SUSPEIÇÃO AOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
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§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a
suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída,
na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem
suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15
(quinze) dias e facultando a produção de prova, quando ne-
cessária.
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disci-
plinada pelo regimento interno.
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de im-
pedimento ou de suspeição de testemunha.
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DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL
A RESPEITO DA SUSPEIÇÃO DO JUIZ
O entendimento jurisprudencial que prevalece atualmen-
te é de que o rol de hipóteses de suspeição, descritos no art. 145 do
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DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO
A RESPEITO DO INTITUTO DA SUSPEIÇÃO
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dem pessoal que possam influir no ânimo do julgador. Não
basta, outrossim, que o juiz, na sua consciência, sinta-se ca-
paz de exercitar o seu ofício com a habitual imparcialidade.
Faz-se necessário que não suscite em ninguém a dúvida de
que motivos pessoais possam influir sobre seu ânimo.”
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como única função ocupar-se de APRECIAR RELAÇÕES
JURÍDICAS materiais travadas entre estranhos. (Curso de
Direito Processual Civil, p.105, grifo nosso:),
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“A imparcialidade judicial é consagrada como uma das
bases das garantias do devido processo legal. Embora não
prevista expressamente na Constituição Federal, afirma-se
que a “a imparcialidade é conditio sine qua non de qual-
quer juiz, sendo, pois, uma garantia constitucional implí-
cita. (Badaró, Gustavo H. Processo Penal 5ª ed. RT, 2018.
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CONCLUSÃO
A simples suspeita de imparcialidade do juiz causa intranquili-
dade às partes e aos procuradores, pois que, ao ajuizarmos uma ação,
fundamentamos nossos pedidos no regramento legal. A convicção
do julgador em relação ao seu entendimento do caso concreto é uma
prerrogativa constitucional do mesmo.
Entretanto, se no nascedouro da ação o mesmo já tiver for-
mado convicção em razão da sua parcialidade, tal situação ferirá de
morte diversos princípios constitucionais, dos quais destacamos o
mais abrangente de todos, qual seja, PRINCÍPIO DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL.
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IX • Da lacuna do regramento
do Rol Taxativo do Impedimento
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forma específica e detalhada nos incisos do art. 144 do NCPC, as
circunstâncias de enquadramento do magistrado na condição de im-
pedido.
A jurisprudência pátria é pacífica ao sedimentar a concepção
de que as hipóteses de impedimento são absolutamente taxativas.
Não comportando, por sua vez, extensivo ou analógico.
A jurista Maria Helena Diniz (dicionário jurídico, p. 589, v.
4 – Q-Z) conceitua TAXATIVO como sendo:
TAXATIVO. 1. Restrito ao que está enumerado. 2.
Que limita; restritivo. 3. Que não admite réplica. 4.
Que circunscreve um caso a circunstâncias determina-
das. 5. Específico.
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Mormente, se considerarmos que a extinção da sociedade con-
jugal, por si só e obrigatoriamente, não transforma os ex-parceiros em
estranhos ou inimigos. Ainda mais quando existem filhos(a) advin-
dos(a) da relação marital outrora existente. Fato esse que, por vezes,
perpetua e não raramente fortalece os laços afetivos entre o ex-casal.
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decidiu pelo casamento de pessoas do mesmo sexo. Antes disso, a lei
brasileira legitimava a união estável e reconhecia o concubinato.
É importante destacar que cada indivíduo tem liberdade de se
relacionar com quem bem entender e da forma que lhe convier, pois
não há nenhuma restrição para que determinada pessoa, mesmo sendo
casada, possa manter mais de um relacionamento; entretanto, dentro
do sistema processual, tal situação acarreta a imparcialidade esperada
pelas partes.
O escritor e filósofo Mário Sergio Cortella, em um vídeo pos-
tado no Canal do Cortella, (https://www.youtube.com/watch?v=uz-
3Jg0gv4Mk) faz a seguinte citação e reflexão, a respeito da primeira
carta aos Coríntios, Capítulo 6, Versículo 12:
“Um dos maiores pensadores da teologia, Paulo, que é chama-
do de São Paulo, a partir do momento em que aderiu à mensa-
gem Cristã, ele passou a escrever cartas sobre ética, passou a
redigir o que é chamado hoje de um código de conduta ética...
ele escreveu duas cartas para comunidade de vida de cristãos
em Coríntios, e é essa que eu quero fazer menção....
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Paulo como liderança que se tornou também, começou a di-
zer que as pessoas deveriam se comportar, que ele assim se
comportava, de um modo que respeitasse um princípio, que
aparece na primeira carta aos Coríntios, das duas que ele fez,
tanto faz se você é cristão ou não, se tem religião ou não, esta
é uma escolha tua, mas dê uma olhada um dia, que esse é um
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O trecho citado e a análise realizada pelo escritor e filósofo são
brilhantes e dispensam qualquer comentário complementar.
CONCLUSÃO
No nosso entendimento, é necessário o debate a respeito da revi-
são, da taxação do rol de hipóteses de pessoas que causam suspeição,
para incluir ex-cônjuge e pessoa com a qual o julgador mantém ou
manteve relacionamento amoroso velado, em razão da configuração
explícita de perda de imparcialidade com relação às pessoas citadas.
A discussão desse tema é inusitada e não se tem notícia de que
tenha sido abordada por juristas, por estudiosos e aplicadores do direi-
to, em função dos tabus que lhe são peculiares e da sua complexidade.
Diante do exposto, cremos na necessidade de um amplo debate
em relação aos temas por nós defendidos, e outrora pelos legisladores,
suprimidos daquele rol taxativo de impedimentos, dado a sua impres-
cindibilidade. Otimizando-se o mecanismo de prevenção à inseguran-
ça jurídica.
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X • Do Impedimento do Juiz de atuar
em processos nos quais figuram
como partes cooperativas de crédito
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integram quaisquer dos polos da ação, nos termos do inciso V do art.
144, do NCPC
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mento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo,
quando for sócio ou membro de direção ou administração de pessoa
jurídica parte de processo.
Dispõe o Art. 144 do NCPC, grifo nosso::
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“SÓCIO” - Direito civil e direito comercial. 1. Aquele que
faz parte de uma sociedade simples ou empresária. 2. Mem-
bro de uma associação. 3. Aquele que se associa a outrem
para explorar uma atividade econômica ou não. 4. Parcei-
ro.”
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entre os associados para, por meio da entidade, obter resul-
tados comuns, eliminando intermediários na circulação da
riqueza. A cooperativa, sendo sociedade simples, não está
sujeita à falência, e é constituída para prestar serviços aos
associados, de modo que os negócios por ela realizados são
de ordem interna, sendo um prolongamento da economia de
cada associado “. ......” Vende as mercadorias por preços
módicos apenas a seus associados, ou lhes consegue fundos
sem intuitos lucrativos, repartindo, no final das atividades
exercidas, as bonificações proporcionais às compras ou
operações feitas por cada membro. Tem por caracteres:
“...”; quorum para a assembleia geral funcionar e delibe-
rar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não
no capital social representado; distribuição dos resultados,
proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo
sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao
capital realizado; indivisibilidade do fundo de reserva entre
os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.”
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Os conceitos acima apresentados nos fornecem um norte para
entendermos o funcionamento das sociedades cooperativas.
DAS COOPERATIVAS
A lei nº 5.764/71, que definiu a política nacional de Coopera¬-
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II - variabilidade do capital social representado por quotas-
-partes;
III - limitação do número de quotas-partes do capital para
cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de crité-
rios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o
cumprimento dos objetivos sociais;
V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais,
federações e confederações de cooperativas, com exceção
das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da
proporcionalidade;
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcional-
mente às operações realizadas pelo associado, salvo delibe-
ração em contrário da Assembleia Geral;
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no das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado.
O retorno das sobras líquidas, que no art. 21 da mesma lei des-
creve que deve constar no estatuto social, além dos incisos do art. 4º,
dez incisos, entre eles o inciso IV, que trata da forma de devolução
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instituiu o Novo Código Civil, capítulo VII, da sociedade coopera-
ti¬va, nos arts. 1.093 a 1096, grifo nosso, nos seguintes termos:
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sociais.
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposi-
ções referentes à sociedade simples, resguardadas as carac-
terísticas estabelecidas no art. 1.094.
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gramatical e restritiva.
O jurista e Ministro do STF, Carlos Maximiliano Pereira dos
Santos (1873-1960), (hermenêutica e aplicação do direito) conceitua
hermenêutica jurídica:
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DA INTERPRETAÇÃO DA NORMA QUE TRATA
DO IMPEDIMENTO DO JUIZ, NOS TERMOS DO
INCISO V DO ART. 144 DO NCPC
O impedimento que veda o juiz de exercer suas funções no
processo, descrito no inciso V do art. 144 do NCPC, e que é uma das
hipóteses do rol taxativo, tem a seguinte redação:
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que somente poderia ocorrer a descaracterização da condição de só-
cio para fins de afastar o impedimento do julgador, caso houvesse
uma exceção expressa no art. 144.
É pré-requisito para integrar qualquer sociedade cooperativa
que o interessado se associe à mesma, como cooperado, tornando-se
sócio cooperado.
Podemos afirmar que não há identidade entre as figuras de só-
cio cooperado e cliente. Haja vista que, para integrar a sociedade
cooperativa, exigisse que o interessado se torne sócio cooperado da
mesma e não cliente.
DA SOCIEDADE COOPERATIVA
PESSOA JURÍDICA
A condição de sócio do cooperado perante a cooperativa ficou
demonstrada no tópico anterior. Necessário se faz neste momento
comprovar a condição de pessoa jurídica da sociedade cooperativa.
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Em razão da sociedade cooperativa estar inscrita no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, podemos assegurar que a mes-
ma é uma pessoa jurídica.
A jurista Maria Helena Diniz (dicionário jurídico, p. 640 J-P
e p. 22-23, grifo nosso) conceitua as expressões abaixo:
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tinção de sociedades empresárias, de cooperativas ...”
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credenciado, a existência de condições de funcionamento da
cooperativa em constituição, bem como a regularidade da
documentação apresentada, o órgão controlador devolve-
rá, devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa,
acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial
do Estado, onde a entidade estiver sediada, comunicando a
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da mesma.
2) A sociedade cooperativa por, obrigatoriamente, encontrar-
-se registrada na junta comercial do seu respectivo estado e no Ca-
dastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, tem confirmada a sua
condição de pessoa jurídica.
DA TAXATIVIDADE DO ROL DE
IMPEDIMENTOS DO JULGADOR
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mercial, inclusive de economia mista, exceto como
acionista ou quotista;
II - exercer cargo de direção ou técnico de sociedade
civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou
finalidade, salvo de associação de classe, e sem remu-
neração;
Ao juiz não é vedado ser sócio cooperado de nenhuma coo-
perativa, preenchendo os requisitos estatutários e, desde que não
exerça o comércio ou participe de sociedade comercial, inclusive de
economia mista, exceto como acionista ou quotista (Inciso I, do art.
36 da lei complementar nº 35/1979, que dispõe sobre a Lei Orgânica
da Magistratura Nacional).
A lei complementar nº 35/1979, que instituiu a lei Orgânica da
Magistratura Nacional, foi publicada em 14/03/1979 e permanece
em vigor com pequenas alterações.
Na ocasião em foi sancionada a lei Orgânica da Magistratura
Nacional, vigorava antigo Código de Processo Civil, lei nº 5.869 de
11/01/1973, que foi revogado pelo Novo Código de Processo Civil,
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lei nº 13.105 de 16/03/2015.
A lei nº 5.869 de 11/01/1973, antigo Código de Processo Civil,
grifo nosso, tratava dos impedimentos no art. 134, e aqui destacamos
o inciso VI. Vejamos:
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V – quando for sócio ou membro de direção ou de administra-
ção de pessoa jurídica parte no processo;
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1) Em sendo o juiz acionista de uma Sociedade Anônima de
capital aberto, como a Petrobras S.A, que pode ter valor de merca-
do acima de 200 bilhões de reais, somente se o número de ações for
expressivo, terá influência no instituto do impedimento;
2) Em sendo o juiz acionista de uma Sociedade Anônima de
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mento;
CONCLUSÃO
Diante de todos os argumentos apresentados, e sendo taxativo,
inflexível, restrito e rígido o rol de hipóteses de impedimento, não
comportando interpretação extensiva ou analógica, podemos AFIR-
MAR TAXATIVAMENTE que:
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sos nos quais referida sociedade integre qualquer dos polos da ação,
pois a lei orgânica da magistratura nacional não trata do instituto do
impedimento, que somente foi codificado pela lei processual civil.
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XI • Da suspeição do Juiz de atuar
em processos nos quais figuram
como partes cooperativas de crédito
e/ou agropecuária, sendo ele Sócio
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sejará em tese uma vantagem econômica que afetará positivamente
o resultado do seu balanço anual, gerando sobras liquidas que serão
rateadas entre os cooperados, dentre eles o próprio juiz. Por outro
norte, em sendo vencida na demanda, a cooperativa será onerada e,
por conseguinte, tal oneração reverterá em prejuízos que serão ratea-
dos entre os associados, por oportunidade do fechamento do balanço
anual, dentre eles o próprio juiz.
Dessa forma, o interesse processual no julgamento dos pro-
cessos é explicito, não havendo sequer necessidade de realização de
análise subjetiva.
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Art. 145. Há suspeição do juiz:
DAS COOPERATIVAS
A lei nº 5.764/71, que definiu a política nacional de Coopera¬-
tivismo e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas,
em seu art. 4º, grifo nosso, descreveu algumas características dessa
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sociedade. Vejamos:
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disposto no artigo 4º, deverá indicar:
(...)
IV - a forma de devolução das sobras registradas aos
associados, ou do rateio das perdas apuradas por in-
suficiência de contribuição para cobertura das despesas
da sociedade;
(...)
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cooperados e cooperativa são chamados “ato cooperativo”, que par-
ticulariza o regime econômico das sociedades. Os sócios coopera-
dos, ao darem preferência aos produtos ou serviços disponibilizados
pela cooperativa, geram receitas para esta última, as quais, após o
desconto dos custos operacionais expendidos pela cooperativa, for-
mam as chamadas SOBRAS LÍQUIDAS. Recursos esses que terão
uma parte rateada ou distribuída entre os cooperados na proporção
dos atos cooperativos realizados por cada um;
2) Entretanto, se as receitas geradas pelos atos cooperativos
não forem suficientes para quitar os custos operacionais expendidos
pela cooperativa, surgirão as chamadas PERDAS LÍQUIDAS, as
quais serão rateadas ou divididas entre os cooperados na proporção
dos atos cooperativos realizados por cada um.
Em razão das considerações acima, todos os sócios coopera-
dos têm interesse em que a sociedade cooperativa obtenha resulta-
dos positivos, pois, dessa forma, haverá ganhos financeiros através
do rateio das sobras.
Para cada processo do qual a sociedade cooperativa seja par-
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te, e que eventualmente OBTENHA decisão favorável, haverá um
reflexo no valor das sobras líquidas da cooperativa. Após o recebi-
mento do valor da condenação judicial, todos os sócios cooperados
serão beneficiados financeiramente, em decorrência do RATEIO
DAS SOBRAS.
DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DA
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SUSPEIÇÃO NOS TERMOS DO INCISO IV DO
ART. 145 DO NCPC, QUE TRATA DO INTERESSE
NO RESULTADO DO PROCESSO
ACÓRDÃO
VOTO
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Cuida-se de exceção de impedimento e de suspeição oferta-
da por Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pon-
tas Ltda. em desfavor do Juiz de Direito Aaaaa Aaaaa Aaaa,
investido na 1ª Vara da Comarca de xxx, nos autos da ação
de produção antecipada de provas ajuizada por Cooperati-
va dos Cafeicultores da Zona de xxxx Ltda. - xxxx.
O Excipiente aforou a presente medida sob o fundamento de
que, nos termos do art. 144, V, do CPC, há impedimento do
juiz, sendo-lhe vedado exercer as suas funções no processo
quando for sócio de pessoa jurídica parte no processo. Diz
que a condição de cooperado do magistrado a quo se equi-
para à hipótese prevista no CPC. Salienta que o Estatuto So-
cial da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de xxxx Ltda.
- xxxx veda ao cooperado a prática de atividade que pre-
judique ou colida com interesses e objetivos da sociedade,
salientando ainda que, nos termos do art. 48, II, do mesmo
diploma, todo cooperado deve arcar com os custos adminis-
trativos, de modo que resta patente a possibilidade de o ma-
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gistrado ser impactado na sua esfera patrimonial em virtude
de processo no qual a cooperativa figure como parte. De
maneira subsidiária, alega que, nos termos do art. 145, IV,
do CPC, há suspeição do juiz quando este possuir interes-
se no julgamento do processo, sendo este o caso dos autos
uma vez que a condição de cooperado lhe acarreta direitos e
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jurídica é a de auferir lucro, o cooperado não possui tal in-
teresse, pois a atividade da cooperativa é a de lhes revender
gêneros ou mercadorias a preço de custo, revelando a sua
posição de mero consumidor.
Em síntese, é o relatório. O impedimento afirmado no pre-
sente incidente está consubstanciado na vedação prevista no
inciso V do art. 144 do CPC, que se dá quando o magistra-
do for sócio ou membro de direção ou de administração de
pessoa jurídica parte no processo.
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Segundo a doutrina de MOACYR AMARAL SANTOS,
“Na suspeição, há suspeita de parcialidade, que obsta o juiz
de exercer suas funções no processo, quando ele próprio
se reconhecer suspeito ou quando, por denúncia da parte,
através da exceção correspondente, for julgado suspeito”
(Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, 2º vol., 10ª
Ed., 1985, Saraiva, São Paulo, p. 197).
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III - quando qualquer das partes for sua credora ou deve-
dora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes,
em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de
qualquer das partes.
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prever que o associado tem o dever e a obrigação de con-
correr, subsidiariamente, para a cobertura das despesas da
sociedade, estando estre essas compreendidas valores de-
correntes de eventuais condenações na esfera Judicial.
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como perito do juízo em ação na qual a cooperativa de tra-
balho de que conveniado figure como parte.
4. O interesse do expert no julgamento da causa em favor
da cooperativa demandada revela-se evidente, no caso, não
só por sua condição de cooperado, mas por constar do esta-
tuto social da referida instituição disposições que, a um só
tempo, asseguram-lhe direito de participação nas sobras lí-
quidas do exercício e sujeitam-lhe à distribuição e ao rateio
de eventuais prejuízos.
5. Arguida a suspeição do perito na primeira oportunidade
em que possível à parte suscitante fazê-lo, não há falar na
ocorrência de preclusão.
6. Recurso especial não provido.
REsp 1524424/ES, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/11/2015, DJe
23/11/2015).
Diante do exposto, com respaldo nos princípios do livre con-
vencimento motivado e da fundamentação dos atos jurisdicio-
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nais, acolho a exceção de suspeição e determino a redistribui-
ção do feito ao substituto legal do magistrado.
Nos termos do art. 146, § 5º, do CPC, custas pelo Excepto.
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devem ser remetidos ao seu substituto legal. Os atos decisórios
praticados devem ser invalidados”. (Curso de Direito Proces-
sual Civil. Volume I. Juspodivvm. Edição 2012. página 534).
Outrossim, nos termos do art. 145 do CPC/15, reputa-se funda-
da a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse
na causa antes ou depois de iniciado o processo, que acon-
selhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora,
de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha
reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de
qualquer das partes.
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Segundo Luiz Fux a “razão de ser do monopólio da jurisdi-
ção nas mãos do representante do Estado-juiz reside, exa-
tamente, na”equidistância”do julgador, que lhe confere a
‘imparcialidade’ necessária para dar a cada um aquilo que
é seu, com isenção. Ressoa evidente que o juiz, comprome-
tido com uma das partes, não pode julgar. É de” ordem pú-
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ria poderá atingir diretamente o seu patrimônio.
Diante do exposto, ACOLHO O INCIDENTE DE SUSPEI-
ÇÃO.
DES. MARCO AURELIO FERENZINI - De acordo com o
(a) Relator (a).
SÚMULA: “ACOLHERAM A EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO”
A jurisprudência acima apresentada aborda a maioria dos te-
mas abordados no presente livro.
Destacamos que o único acórdão encontrado nos sites jurí-
dicos, com peculiaridades semelhantes ao título do presente livro,
foi o acima citado, em razão de ser uma questão em tese, de fácil
interpretação objetiva, não comportando no nosso entendimento a
interpretação subjetiva, pois o interesse processual do cooperado de
cooperativa, que está sujeito ao rateio de prejuízos e também ao ra-
teio de sobras líquidas que é um benefício, é evidente.
DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO A RESPEITO DO
INSTITUTO DA SUSPEIÇÃO
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O entendimento doutrinário referente ao instituto da suspeição
e do impedimento é pacífico.
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A imparcialidade do juiz é tão relevante quanto sua in-
vestidura, i.e. a decisão de um juiz parcial vale tanto
quanto a decisão de uma pessoa que não é investida
no cargo.
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partes (art. 145, IV);”
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O eminente jurista e desembargador aposentado do TJMG El-
pídio Donizetti (Curso de Direito Processual Civil, p. 316, grifo nos-
so) leciona a respeito do impedimento e suspeição:
”O juiz tem o dever de oferecer garantia de imparcialidade
aos litigantes. Não basta ao juiz ser imparcial, é preciso que
as partes não tenham dúvida dessa imparcialidade.
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de subjetivo do processo em relação ao juiz, ele se consubs-
tancia em autêntica questão de ordem pública, cognoscível
em qualquer tempo ou grau de jurisdição. A suspeição, em-
bora constitua pressuposto processual de validade, se não ar-
guida no momento oportuno, é envolvida pela coisa julgada.
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O eminente jurista e desembargador aposentado do TJMG El-
pídio Donizetti (Curso de Direito Processual Civil, p. 319, grifo nos-
so) faz referência aos prazos para manifestação das partes a respeito
dos pedidos de impedimento e suspeição:
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não há preclusão, de forma que pode ser arguido em
qualquer tempo, inclusive na fase recursal; passado o
prazo para recurso, pode constituir causa para ajuiza-
mento de ação rescisória.
Tratando-se de impedimento do juiz, se depois de re-
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Dispõe o § 1º do art. 146 do NCP de 2015:
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As SOCIEDADES COOPERATIVAS têm como principais
características: a) não têm finalidade lucrativa; b) limitação do valor
das soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar;
c) intransferibilidade das quotas do capital para terceiros estranhos
à sociedade, direito de cada sócio a um voto nas deliberações, inde-
pendentemente do valor da sua participação na sociedade; d) rateios
das sobras líquidas; e) rateio dos prejuízos; f) responsabilidade limi-
tada somente pelo valor de suas quotas; g) ilimitada na cooperativa
que o sócio responde solidariamente pelas obrigações sociais.
As SOCIEDADES ANÔNIMAS têm como principais carac-
terísticas: a) têm finalidade lucrativa; b) capital social integralmente
dividido em ações; c) responsabilidade de cada acionista é limitada
pelo valor das ações que subscreveu ou adquiriu; d) restrita ao valor
de suas quotas, entretanto todos respondem solidariamente pela inte-
gralização do capital social; e) o direito de voto não é estendido a to-
dos os acionistas, dependendo do estatuto social e do tipo de ação do
qual o acionista é titular; f) os acionistas têm direito na participação
dos lucros, através do recebimento de dividendos; g) os acionistas
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têm direito na participação no acervo em caso de liquidação.
Destacamos que as sociedades cooperativas são sociedades de
pessoas conhecidas, portadoras de quotas que não podem ser trans-
feridas, sem fins lucrativos, sujeitas à dissolução e liquidação, en-
tretanto não está sujeita à falência. De forma oposta, as Sociedades
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DA NÃO EQUIPARAÇÃO DO JUIZ COOPERADO DE
SOCIEDADE COOPERATIVA COM O JUIZ
CLIENTE DE BANCO
Não há equiparação na relação do sócio cooperado de coope-
rativa de crédito com o correntista de banco público ou particular.
Ao requerer a abertura de uma conta, em uma instituição ban-
cária, o cliente assina um contrato de abertura de conta corrente ou
conta-poupança.
Ao requerer a abertura de uma conta em uma cooperativa de
crédito, o proponente, obrigatoriamente, deve preencher os requisi-
tos do Estatuto Social e, em sendo aprovado, torna-se sócio coope-
rado da cooperativa.
A Ministra do STJ Nancy Andrighi, no julgamento do REsp
1535888 MG 2015/0130964-4, fundamentando seu voto e o acór-
dão, conceituou a diferenciação de cooperativas de crédito e bancos,
que apresentamos parcialmente nos seguintes termos, grifo nosso:
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Neste ponto, cumpre diferenciar as COOPERATIVAS DE
CRÉDITO DOS BANCOS. Em uma primeira análise, a
principal diferença é a ausência de finalidade lucrativa das
COOPERATIVAS, o que é presente nas instituições finan-
ceiras tradicionais. Além dessa, muitas outras distinções
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c) administração: nos BANCOS, o administrador é um ter-
ceiro (homem do mercado), já nas COOPERATIVAS DE
CRÉDITO o administrador é do meio (cooperativado);
d) quanto ao usuário: nos BANCOS, o usuário das opera-
ções É MERO CLIENTE e não exerce qualquer influên-
cia na definição do preço dos produtos; enquanto que nas
COOPERATIVAS DE CRÉDITO o usuário é o PRÓPRIO
DONO (COOPERATIVADO) e, toda a política operacional
é decidida pelos PRÓPRIOS USUÁRIOS/DONOS (COO-
PERATIVADOS);
e) quanto à distinção: os BANCOS podem tratar distinta-
mente cada usuário, beneficiando grandes correntistas e in-
vestidores, oferecendo taxas de juros e prestação de serviços
mais barata; já nas COOPERATIVAS DE CRÉDITO os
associados não podem ser distinguidos: o que vale para
um, vale para todos (Art. 37 da Lei nº 5.764/71);
f) propósitos: os BANCOS têm propósitos mercantis, já nas
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COOPERATIVAS DE CRÉDITO a mercancia não é cogi-
tada (Art. 79, parágrafo único, da Lei nº 5.764/71);
g) atendimento: os BANCOS atendem em massa, priorizan-
do ademais, o auto-serviço/a automação; já as COOPERA-
TIVAS DE CRÉDITO visam o atendimento personalizado/
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nº 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas, enquanto que
as COOPERATIVAS DE CRÉDITO são reguladas pela Lei
nº 5.764/71 - Lei Cooperativista. (Ênio MEINEN et al. As-
pectos jurídicos do cooperativismo. Porto Alegre: Sagra
Luzatto, 2002, p. 16-17, grifo nosso).
Fonte:https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/
stj/464676956/relatorio-e-voto-464676968
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Citaremos abaixo o texto legal de cada um dos princípios
constantes no Código de Ética da Magistratura Nacional, grifo nos-
so. Fonte: https://www.cnj.jus.br/codigo-de-etica-da-magistratura/
Art. 1º O exercício da magistratura exige conduta compatível
com os preceitos deste Código e do Estatuto da Magistratura,
norteando-se pelos princípios da independência, da impar-
cialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da
transparência, do segredo profissional, da prudência, da di-
ligência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade,
da honra e do decoro.
INDEPENDÊNCIA
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vedado participar de atividade político-partidária.
IMPARCIALIDADE
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TRANSPARÊNCIA
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gítimos de partes e seus procuradores;
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DILIGÊNCIA E DEDICAÇÃO
CORTESIA
PRUDÊNCIA
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Art. 24. O magistrado prudente é o que busca adotar COM-
PORTAMENTOS E DECISÕESque sejam o resultado de
JUÍZO JUSTIFICADO RACIONALMENTE, após haver
meditado e valorado os argumentos e contra-argumentos dis-
poníveis, À LUZ DO DIREITO APLICÁVEL.
SIGILO PROFISSIONAL
CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO
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que se refere aos conhecimentos e técnicas que possam favore-
cer o melhor cumprimento das funções judiciais.
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DIGNIDADE, HONRA E DECORO
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Nacional, com a inclusão ou incorporação dos Princípios de Banga-
lore, permitiu a todos os operadores do Direito, acesso a um compi-
lado de princípios e condutas, que nos ajuda a entender, de forma fá-
cil, princípios jurídicos que já eram estudados no Direito brasileiro.
DA IMPARCIALIDADE
A imparcialidade do julgador é elemento fundamental no trâ-
mite processual, pois sua parcialidade trará prejuízos para a parte e
seu procurador, que mesmo apresentando argumentos fundamenta-
dos na legislação em vigor e nas provas produzidas, não terá a con-
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fiança da aplicação da justiça ao caso concreto.
O autor Fredie Didier Jr (Introdução ao Direito Processual Ci-
vil, Parte Geral e Processo de Conhecimento, p. 458, grifo nosso)
disserta a respeito da imparcialidade do juiz:
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auxiliares da justiça) decorre dos princípios do devido processo
legal e do juiz natural.
A imparcialidade é um pressuposto para o exercício válido da
jurisdição.
A imparcialidade deve ser investigada não somente a partir de
critérios previstos na legislação ou da sensação subjetiva do juiz,
mas acima de tudo a partir da noção de existência de causa
suficiente para provocar, sob a perspectiva de um observador
sensato, dúvida razoável quanto à isenção do julgador. De-
ve-se tutelar, então, não apenas a imparcialidade em si consi-
derada, como também a aparência de imparcialidade, garantia
merecedora de proteção jurídica específica. Em outras palavras,
“toda e qualquer circunstância que suscite dúvida acerca da
aparência de imparcialidade do órgão julgador pode ensejar
arguição de sua parcialidade e seu afastamento da causa”.
Há, portanto, uma dimensão objetiva da imparcialidade.
Em uma compreensão contemporânea, informada também por
critérios objetivos, o dever de imparcialidade é geral e, assim,
possui conteúdo complexo.
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Especificamente para o juiz, esse dever geral abrange, no míni-
mo, os deveres de:
b) preservar a aparência de imparcialidade dentro e fora do pro-
cesso, abstendo-se de condutas que possam gerar dúvidas razoá-
veis sobre o tema.
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de imparcialidade, a exemplo das previstas em seus arts. 39,
inciso II, alíneas “a” e “e”, e 4º;
c) declarar seu impedimento ou suspeição nas hipóteses
previstas nos arts. 144 e 145 do CPC, bem como em casos nos
quais um observador razoável teria fundados motivos para
dúvida séria a respeito da sua imparcialidade, a ponto de se
considerar que seria desaconselhável a sua atuação no caso;
“Quem está sob suspeição está em situação de dúvida
quanto ao seu bom procedimento. Quem está impedido
está fora de dúvida, pela enorme probabilidade de ter in-
fluência maléfica para a sua função “MIRANDA, Francis-
co Cavalcanti Pontes de. Comentários ao Código de Processo
Civil. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997, t. 2, p. 420.”
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julgamento deve ser imparcial. Imparcialidade, nesse
contexto, significa acentuar que o magistrado (o juiz,
propriamente dito, e não o juízo, que é indicativo do ór-
gão jurisdicional) seja indiferente em relação ao litígio.
Seja, no sentido comum da palavra, um terceiro, total-
mente estranho e indiferente à sorte do julgamento e ao
destino de todos aqueles que, direta ou indiretamente,
estejam envolvidos nele.
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a) imparcialidade do juiz (equidistância em relação às par-
tes);
DA LEGALIDADE
O eminente jurista e desembargador aposentado do TJMG
HUMBERTO THEODORO JÚNIOR (Curso de Direito Proces-
sual Civil, p. 80, grifo nosso) descreve o Princípio da Legalidade,
nos seguintes termos:
“No Estado de Direito, ninguém é obrigado fazer ou deixar
de fazer alguma coisa, senão em VIRTUDE DA LEI (CF, art.
5º, II). E esse regime não se limita à esfera da atividade pri-
vada, pois a Administração Pública também se acha consti-
tucionalmente sujeita a só agir nos limites da legalidade (CF,
art. 37, caput). Não é novidade, portanto, que o CPC/2015
atribua ao JUIZ O DEVER de “APLICAR O ORDENA-
MENTO JURÍDICO”, deixando expresso que a atuação do
Poder JUDICIÁRIO, no desempenho da função JURISDI-
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CIONAL, tem de observar o princípio da LEGALIDADE
(CPC/2015, art.8º).”
“A LEI que ao JUIZ compete aplicar na solução dos litígios
e à qual as partes se submetem (CF, art. 5º, II), não se con-
funde com lei em sentido estrito. O ORDENAMENTO JURÍ-
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JUIZ atenderá aos fins sociais e às exigências do bem co-
mum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa hu-
mana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
LEGALIDADE, a publicidade e a eficiência.
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Dispõe o art. 3º do Decreto lei nº 4.657/1942, Lei de Introdu-
ção às Normas do Direito Brasileiro, sobre a alegação do desconhe-
cimento da lei, grifo nosso:
DA VERDADE REAL
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O eminente jurista e desembargador aposentado do TJMG El-
pídio Donizetti (Curso de Direito Processual Civil, p. 56-57, grifo
nosso) descreve o Princípio da Verdade Real:
“Decorrente do princípio do dispositivo (no que tange à ini-
ciativa da prova pela parte), do princípio inquisitivo (no que
se refere à possibilidade de complementação da prova e, em
certos casos, à produção de ofício) e da persuasão racional
do juiz, o princípio da verdade real se fortaleceu com a pu-
blicização do processo civil. Hoje, não há dívida de que o ob-
jetivo maior da jurisdição é a pacificação social, que decorre
do império da ordem pública, o qual, por sua vez, advém do
processo justo e eficaz.
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“O JUIZ, operando pela sociedade como um todo, tem até
mesmo interesse público maior na BOA ATUAÇÃO JURIS-
DICIONAL e na JUSTIÇA e efetividade do PROVIMENTO
com que se compõe o litigio. Sob esse aspecto é que, consoan-
te bem assinalou Rui Portanova, “a adoção plena no proces-
so civil do princípio da VERDADE REAL é uma consequên-
cia natural da modernidade publicística do processo”.
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deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. A partir dessa
interpretação é que o Fórum Permanente de Processualistas
Civis editou o Enunciado 376, estabelecendo que a vedação
ao comportamento contraditório, decorrente da boa-fé
processual, aplica-se ao juiz. Na prática, isso significa, por
exemplo, que não pode o juiz rejeitar a produção probatória
pretendida pela parte e, ao final, na sentença, julgar impro-
cedente o pedido por ela formulado sob o argumento de que
faltou a prova necessária ao seu convencimento. A propósito,
o referido exemplo é considerado espécie de decisão nula, se-
gundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça:”Agravo
interno no agravo em recurso especial. Processual civil. Ação
de indenização. Dano moral. Pedido de produção de provas.
Indeferimento. Julgamento antecipado da lide. Indeferimento
do pedido. Comprovação. Ausência. Cerceamento de defesa.
Configuração. 1.Recurso especial interposto contra acórdão
publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015
(Enunciados Administrativos n°s 2 e 3/STJ). 2. O Superior
Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que há cer-
ceamento de defesa na hipótese em que o magistrado julga
antecipadamente a lide, indeferindo a produção de provas
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previamente requerida pelas partes, e conclui pela improce-
dência da demanda com fundamento na falta de comprovação
do direito alegado. 3. Agravo interno não provido” (AgInt no
AREsp 1.478.713/SP, Rel. Min.Ricardo Villas Bôas Cueva,
3a Turma, j. 09.03.2020, DJe 13.03.2020).
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“Atento aos aspectos éticos que devem permear a relação pro-
cessual, destaca o Código que os sujeitos nela envolvidos de-
vem se comportar de acordo com a boa-fé (art. 5°).8° Mais
do que a intenção de uma conduta moralmente reta e proba,
assegura, o princípio, um padrão de comportamento esperado
objetivamente das partes e do juiz,o que enriquece a compreen-
são do processo como um locus cooperativo, do qual devem
restar afastados os abusos de direitos processuais.
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quatro elementos: (i) a base da confiança, o ato normativo que
lhe serviu de fundamento; (ii) a confiança no ato, a legitimida-
de da crença no seu cumprimento; (ii) o exercício da confiança,
a atuação propriamente dita em conformidade com a confian-
ça; e (iv) frustração posterior por ato do Poder Público.
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O eminente jurista e desembargador aposentado do TJMG
HUMBERTO THEODORO JÚNIOR (Curso de Direito Proces-
sual Civil, p. 46-47, grifo nosso) descreve o Princípio da Boa-Fé,
nos seguintes termos:
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Dispõe o art. 5º do NCPC, grifo nosso, a respeito do
PRINCÍPIO DA BOA FÉ:
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exigem que o processo assegure o pleno acesso à justiça e a
realização das garantias fundamentais traduzidas nos prin-
cípios da LEGALIDADE, LIBERDADE E IGUALDADE.
Nessa ordem de ideais, o processo, com já visto, consagra
o direito à defesa, o contraditório e a PARIDADE DE AR-
MAS (PROCESSUAIS) entre as partes, a independência e
a IMPARCIALIDADE DO JUIZ, a obrigatoriedade da mo-
tivação dos provimentos judiciais decisórios e a garantia de
uma duração razoável, que proporcione uma tempestiva tute-
la jurisdicional.”
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CONCLUSÃO
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RESSE NO RESULTADO DOS PROCESSOS, pois as coopera-
tivas não têm a finalidade do lucro, porém também não têm como
escopo o prejuízo. Os negócios realizados entre cooperados e coope-
rativa são chamados “ato cooperativo”, que particularizam o regime
econômico das sociedades. Os sócios cooperados, ao darem prefe-
rência aos produtos ou serviços disponibilizados pela cooperativa,
geram receitas para esta última, as quais, após o desconto dos custos
operacionais expendidos pela cooperativa, formam as chamadas SO-
BRAS LÍQUIDAS. Recursos esses que terão uma parte rateada ou
distribuída entre os cooperados na proporção dos atos cooperativos
realizados por cada um.
3) Entretanto, se as receitas geradas pelos atos cooperativos não
forem suficientes para quitar os custos operacionais expendidos pela
cooperativa, surgirão as chamadas PERDAS LÍQUIDAS, as quais
serão rateadas ou divididas entre os cooperados na proporção dos atos
cooperativos realizados por cada um.
4) Pelas razões descritas nos tópicos 1, 2 e 3, o juiz TEM IN-
TERESSE NO RESULTADO DOS PROCESSOS da sociedade
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cooperativa da qual é sócio cooperado, pois qualquer benefício finan-
ceiro que a cooperativa tenha refletirá em ganhos financeiros para to-
dos os cooperados, através do rateio das sobras, inclusive para o juiz.
5) Pelas razões descritas nos tópicos 1, 2 e 3, o juiz TEM IN-
TERESSE NO RESULTADO DOS PROCESSOS da sociedade
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ação ou por inação por face de não se declarar suspeito.
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XII • Da suspeição do Juiz de atuar
em processos nos quais figuram
como partes cooperativas de crédito
e/ou agropecuária, sendo ele sócio
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sociedade cooperativa, pois havendo RATEIO DE SOBRAS (LU-
CROS) é CREDOR ou RATEIO DE PERDAS (PREJUÍZO) é
DEVEDOR. E, em sendo o juiz sócio cooperado da cooperativa da
qual é credor e/ou devedor, o mesmo se enquadrará nas condições
descritas no inciso III do art. 145, do NCPC, sendo suspeito de atuar
nos processos das cooperativas das quais é sócio cooperado.
Dessa forma, pode-se dizer que a condição de credor e/ou de-
vedor da cooperativa é condição para ser cooperado, em razão da
determinação legal e estatutária do rateio das sobras ou das perdas,
descritas no inciso VII do art. 4º e no inciso IV do art. 21 da lei nº
5.764/71, que definiu a política nacional de Cooperativismo e insti-
tuiu o regime jurídico das sociedades cooperativas.
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ções em processos, com as características citadas no tópico acima,
razão pela qual nos ateremos no presente tópico ao inciso III do Art.
145 do NCPC, que dispõe:
DAS COOPERATIVAS
A lei nº 5.764/71, que definiu a política nacional de Cooperati-
vismo e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas, em
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seu inciso VII do art. 4º, grifo nosso, descreveu as seguintes caracte-
rísticas desta sociedade. Vejamos:
Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a
falência, constituídas para prestar serviços aos associados,
distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes carac-
terísticas:
VII - RETORNO das SOBRAS LÍQUIDAS DO EXERCÍ-
CIO, proporcionalmente às operações realizadas pelo asso-
ciado, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral;
Destacamos a peculiaridade constante no inciso VII do art. 4º,
que é de grande importância, pois trata do retorno das sobras líquidas
do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo asso-
ciado.
Transcreveremos abaixo o inciso IV do art. 21 da lei retro re-
ferenciada, que trata do retorno das sobras líquidas, senão do rateio
das perdas apuradas:
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Art. 21. O estatuto da cooperativa, além de atender ao
disposto no artigo 4º, deverá indicar:
(...)
IV - a forma de devolução das sobras registradas aos
associados, ou do rateio das perdas apuradas por in-
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Como descrito nos parágrafos anteriores, a sociedade coope-
rativa somente apresenta algumas peculiaridades que outras socie-
dades não apresentam, entretanto que não a descaracterizam como
uma sociedade.
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quais serão rateadas entre os cooperados na proporção dos atos coo-
perativos realizados por cada um;
4) Em razão das considerações acima, todos os sócios coo-
perados são devedores de uma parte das perdas liquidas que serão
rateadas entre os cooperados, na proporção dos atos cooperativos
realizados por cada um, ou seja, prejuízo ou dívida a ser partilha-
da e quem tem dívidas da sociedade a pagar é DEVEDOR;
5) Pelas razões descritas nos tópicos 1, 2, 3 e 4, o juiz é CRE-
DOR e DEVEDOR da sociedade cooperativa da qual é sócio coo-
perado, pois, havendo RATEIO DE SOBRAS (LUCROS) ou
RATEIO DE PERDAS (PREJUÍZO) pela cooperativa, o juiz se
enquadrará nas condições de credor ou devedor;
6) Hipoteticamente, pode ainda haver financiamentos concedi-
dos ao sócio cooperado, que será devedor da sociedade cooperativa
e esta, credora do associado.
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DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO A RESPEI-
TO DO INSTITUTO DA SUSPEIÇÃO
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do a decidir em favor de uma das partes, seja por relações
pessoais ou por quaisquer outros motivos.
(...)
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DA NÃO EQUIPARAÇÃO DO JUIZ COOPE-
RADO DE SOCIEDADE COOPERATIVA COM
O JUIZ CLIENTE DE BANCO
Os argumentos e fundamentos da não equiparação do juiz coo-
perado de sociedade cooperativa com o juiz cliente de banco são os
mesmos apresentados no capítulo anterior.
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e DEVEDOR, pois as cooperativas não têm a finalidade do lucro,
porém também não tem como escopo o prejuízo. Os negócios rea-
lizados entre cooperados e cooperativa são chamados “ato coopera-
tivo”, que particularizam o regime econômico das sociedades. Os
sócios cooperados, ao darem preferência aos produtos ou serviços
disponibilizados pela cooperativa, geram receitas para esta última,
as quais, após o desconto dos custos operacionais expendidos pela
cooperativa, formam as chamadas SOBRAS LÍQUIDAS. Recursos
esses que terão uma parte rateada ou distribuída entre os cooperados
na proporção dos atos cooperativos realizados por cada um, ou seja,
CRÉDITOS e quem tem créditos da sociedade a receber é CRE-
DOR;
3) Entretanto, se as receitas geradas pelos atos cooperativos
não forem suficientes para quitar os custos operacionais expendidos
pela cooperativa, surgirão as chamadas PERDAS LÍQUIDAS, as
quais serão rateadas entre os cooperados na proporção dos atos coo-
perativos realizados por cada um, ou seja, prejuízo ou dívida a ser
partilhada e quem tem dívidas da sociedade a pagar é DEVEDOR;
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4) Pelas razões descritas nos tópicos 1, 2 e 3, o juiz é CRE-
DOR e DEVEDOR da sociedade cooperativa da qual é sócio coo-
perado, pois, havendo RATEIO DE SOBRAS (LUCROS) ou
RATEIO DE PERDAS (PREJUÍZO) pela cooperativa, o juiz se
enquadrará nas condições de credor ou devedor;
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XIII • Um caso concreto analisado
com os fundamentos dos capítulos
anteriores
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REITO COOPERADO DA AUTORA. INTERESSE NO
JULGAMENTO DA CAUSA CONFIGURADO. Deve ser
acolhida a exceção de suspeição do magistrado para jul-
gar a causa em que figura como parte cooperativa rural
na qual figura como associado, pois, por disposição expres-
sa prevista no estatuto social desta, se encontra sujeito a
suportar eventuais prejuízos. (TJ-MG - Incid.Susp.Cível:
10000200792091000 MG, Relator: Cláudia Maia, Data de
Julgamento: 14/08/2020, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 17/08/2020).
Para enriquecer o debate, convido o leitor ao seguinte exercí-
cio de imaginação:
Imaginemos que em um caso fictício, similar ao caso concreto
noticiado no acórdão acima citado que, além do juiz ser sócio coo-
perado da cooperativa, fosse credor...
Imaginemos que, além de ser sócio cooperado, credor, ele
fosse também devedor da cooperativa...
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Imaginemos que, além de ser sócio cooperado, credor e de-
vedor da cooperativa, o juiz fosse casado e a esposa do mesmo tam-
bém fosse sócia cooperada da cooperativa...
Imaginemos que a esposa do juiz, além de ser sócia coopera-
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cessos arquivados que em tese poderiam ser considerados nulos de
pleno direito; em tese, não, de fato são considerados nulos...
Imaginemos o número de pessoas que estão por trás desses
processos, quantas famílias, quantos pais, quantas mães, quantos
filhos, quantos empresários, quantos empregados, quantos sócios,
quantos cooperados, qual seria o prejuízo dessas pessoas?
Imaginemos quantos bens foram penhorados, quantos valores
foram bloqueados e penhorados em contas bancárias, quantas imó-
veis foram a leilão, quantas fazendas foram perdidas...
Imaginemos que o Estado estivesse em pelo menos uma ação
no polo passivo ou ativo onde uma cooperativa da qual o juiz é só-
cio cooperado... Qual seria a responsabilidade do juiz que, mesmo
sabendo do seu impedimento e suspeição, continuasse atuando no
processo?
Imaginemos que um advogado, despretensiosamente, se desse
ao trabalho de juntar, em 18 de janeiro de 2023, em todos esses pro-
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cessos virtuais, em que o juiz está atuando de forma ilegal, ilícita,
indevida, arbitrária e imparcial, noticiando a irregularidade, com a
juntada de matrícula de fazenda de propriedade do juiz e de sua
esposa, comprovando a condição de cooperados dos mesmos e de
matrícula de fazenda arrendada pelo juiz e esposa, onde também
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pífio...
Imaginemos que o juiz, mesmo após o protocolo das peti-
ções em três oportunidades, continuasse despachando nos processos
como se nada tivesse acontecido, inclusive em novos processos dis-
tribuídos após os três protocolos...
Imaginemos que todos os fatos acima citados fossem apresen-
tados perante a corregedoria do TJMG, via PJECOR, uma represen-
tação disciplinar, juntado pelo advogado - POLO ATIVO - ADVO-
GADO em 01/01/2023 00:00:21...
Imaginemos que a corregedoria do TJMG encaminhasse um
e-mail para o advogado no dia 13/01/2023, com um parecer datado
de 22/11/2022: ... Outrossim, há de se destacar que as causas de sus-
peição que recaem sob a autoridade judiciária constam do art. 145
do Código Processual Civil, que estabelece prazo e forma para que
a parte interessada suscite o referido incidente processual. Destarte,
não obstante as alegações do Reclamante, constitui munus da parte,
no caso concreto, alegar a parcialidade do Magistrado em momento
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oportuno e pela via judicial própria, submetendo a questão à aprecia-
ção da autoridade competente.
Da mesma forma, impõe consignar que a conduta funcio-
nal, qualificada como irregular, deve revestir-se de tipicidade e
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ferente do alegado, não atua em causas em que sua esposa milita,
sendo que as decisões são proferidas, pelo que se apurou, pela outra
magistrada da comarca.
Ainda, sobre o suposto favorecimento a outros advogados da
comarca, há de se considerar que o Magistrado, tal qual esclareceu,
observa a lista de advogados dativos cadastrados e indicados pela
...ª Subseção, ao nomear advogados dativos. Por fim, merece regis-
tro o fato de que a Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais de
... apresenta elevado acervo (superior a 10.000 processos) e grande
distribuição mensal de feitos (média mensal de 306,41 novos feitos),
fatores que prejudicam a celeridade esperada e merecida pelos juris-
dicionados.
Por outro lado, a demora não pode ser imputada ao MAGIS-
TRADO, QUE APRESENTA ALTA PRODUTIVIDADE, con-
forme apurado na última fiscalização realizada na unidade judiciária
(“Destaque-se que, conforme relatório padrão de desempenho, pro-
dutividade e presteza no exercício jurisdicional, o Magistrado apre-
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senta, apenas na Justiça Comum, média de 220,3 sentenças por mês,
das quais 167,1, em média, são de mérito. O número ultrapassa em
muito o mínimo definido pela Resolução nº 495/2006, para fins de
promoção (de 67 sentenças de mérito por mês, podendo ser compu-
tadas neste número 20 sentenças homologatórias”) portanto, entendo
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aprovar aos interessados, para ciência...
Imaginemos, prezado leitor, que no parágrafo acima não tem
nenhuma referência à representação das cooperativas, não conste em
nenhuma linha do parecer ou decisão qualquer citação ou referência
da representação contra o juiz envolvendo as cooperativas...
Imaginemos que a corregedoria do TJMG, recebendo uma
reclamação contra um juiz no dia 01/01/2023, o processo indo
concluso no dia 09/01/2023, às 16:33, como poderia determinar o
arquivamento com um parecer de 22/11/2022 e uma decisão de
12/01/2023?
Imaginemos que não conste em nenhuma linha do parecer ou
decisão qualquer citação da questão das cooperativas...
Imaginemos que havia outra reclamação disciplinar datada de
16/08/2022, referente a outras irregularidades noticiadas pelo mes-
mo advogado, contra o mesmo juiz, com 5724 folhas de documentos
e provas, entretanto não havia nenhuma citação das cooperativas,
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pois o advogado somente começou a investigar a questão das coope-
rativas no dia 15/12/2022...
Imaginemos, imaginemos, imaginemos...
Senhoras e senhores leitores, parem de imaginar. E pasmem-
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XIV• Da responsabilidade civil
e criminal dos conselhos de
administração e fiscal da sociedade
cooperativa
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O autor Alfredo de Assis Gonçalves Neto (Sociedades Coope-
rativas, p. 406) comenta a respeito da responsabilidade dos Adminis-
tradores da Cooperativa. Vejamos:
“A eleição de diretores e membros de órgão consultivos, fis-
cais e semelhantes deverá ser comunicada ao Bacen, no prazo
de 15 dias de sua ocorrência (art. 33 da Lei n° 4.595/1964).
Realizada comunicação, o Bacen terá o prazo de 60 dias para
aceitar ou recusar o nome do eleito, caso não atenda aos re-
quisitos previstos nos regulamentos do Conselho Monetário
Nacional (§ 1º).
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atualizando, substancialmente, o regime até então vigente.
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descrição da conduta penal é sempre uma tipificação restrita,
em princípio a responsabilidade penal ocasiona o dever de
indenizar. Por essa razão, a sentença penal condenatória faz
coisa julgada no cível quanto ao dever de indenizar o dano
decorrente da conduta criminal, na forma dos arts. 91, I, do
Código Penal e 63 do CPP. As jurisdições penal e civil em
nosso país são independentes, mas há reflexos no juízo cível,
não só sob o mencionado aspecto da sentença penal conde-
natória, como também porque não podemos discutir no cível
a existência do fato e da autoria do ato ilícito, se essas ques-
tões foram decididas no juízo criminal e encontram-se sob o
manto da coisa julgada (art. 64 do CPP, art. 935 do Código
Civil). De outro modo, a sentença penal absolutória, por falta
de provas quanto ao fato, quanto à autoria, ou a que reconhe-
ce uma dirimente ou justificativa, sem estabelecer a culpa,
por exemplo, não tem influência na ação indenizatória que
pode revolver autonomamente toda a matéria em seu bojo.
Como visto, o círculo dos atos ilícitos como fatos e atos hu-
manos é muito mais amplo: o ilícito civil nem sempre con-
figurará uma conduta punível, descrita pela lei penal. No
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entanto, a ideia de transgressão de um dever jurídico está
presente em ambas as responsabilidades. Cabe ao legislador
definir quando é oportuno e conveniente tornar a conduta cri-
minalmente punível. Os ilícitos de maior gravidade social são
reconhecidos pelo Direito Penal. O ilícito civil é considerado
de menor gravidade e o interesse de reparação do dano é pri-
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punição pessoal do transgressor, o ordenamento descreve-a
como conduta criminalmente punível.”
Passamos a destacar, a seguir, os principais trechos da lei que
disciplinam a responsabilidade dos administradores das sociedades
cooperativas. E, em ato contínuo, teceremos alguns comentários a
respeito do tema.
Dispõe o art. 11, da lei nº 5.764/71:
Art. 11. As sociedades cooperativas serão de responsabilida-
de limitada, quando a responsabilidade do associado pelos
compromissos da sociedade se limitar ao valor do capital por
ele subscrito.
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Dispõe o art. 12 da lei nº 5.764/71:
Art. 12. As sociedades cooperativas serão de responsabilida-
de ilimitada, quando a responsabilidade do associado pelos
compromissos da sociedade for pessoal, solidária e não tiver
limite.
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depois de judicialmente exigida da cooperativa.
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atender o disposto no artigo 4º, deve conter todos os tópicos indi-
cados no inciso II, que inclui as responsabilidades de todos os inte-
grantes da cooperativa.
Dispõe o art. 44 da lei nº 5.764/71, grifo nosso:
Art. 44. A Assembleia Geral Ordinária, que se realizará anual-
mente nos 3 (três) primeiros meses após o término do exercí-
cio social, deliberará sobre os seguintes assuntos que deverão
constar da ordem do dia:
I - prestação de contas dos órgãos de administração acompa-
nhada de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo:
c) demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decor-
rentes da insuficiência das contribuições para cobertura das
despesas da sociedade e o parecer do Conselho Fiscal.
II - destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas de-
correntes da insuficiência das contribuições para cobertura
das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso as
parcelas para os Fundos Obrigatórios;
§ 2º À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas
mistas com seção de crédito, a aprovação do relatório, ba-
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lanço e contas dos órgãos de administração, desonera seus
componentes de responsabilidade, ressalvados os casos de
erro, dolo, fraude ou simulação, bem como a infração da
lei ou do estatuto.
O § 2º do art. 44 exclui as cooperativas de crédito e as agríco-
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Art. 47. A sociedade será administrada por uma Diretoria ou
Conselho de Administração, composto exclusivamente de as-
sociados eleitos pela Assembleia Geral, com mandato nunca
superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de,
no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Administração.
Art. 49. Ressalvada a legislação específica que rege as coope-
rativas de crédito, as seções de crédito das cooperativas agrí-
colas mistas e as de habitação, os administradores eleitos ou
contratados não serão pessoalmente responsáveis pelas obri-
gações que contraírem em nome da sociedade, mas respon-
derão solidariamente pelos prejuízos resultantes de seus
atos, se procederem com culpa ou dolo.
Parágrafo único. A sociedade responderá pelos atos a que se
refere a última parte deste artigo se os houver ratificado ou
deles logrado proveito.
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praticar um ato criminoso, omissivo ou comissivo, com a
disposição de produzir o resultado ou assumindo o risco de
produzi-lo. 2. Direito civil. Emprego de um artificio ou expe-
diente astucioso para induzir alguém à prática de um ato que
o prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro (Clóvis
Beviláqua). 3. História do direito. Espécie de punhal que era
usado na Península Ibérica. 4. Direito administrativo. Vicio
de vontade que pode anular um ato administrativo.”(dicioná-
rio jurídico, p. 249, v. 2 – D-I).
A responsabilidade solidária nada mais é do que ressarcir a
cooperativa dos prejuízos causados, inclusive com o patrimônio par-
ticular, ficando comprovada a culpa ou o dolo dos administradores.
É importante salientar que a sociedade cooperativa, em geral,
será responsabilizada também, nos termos do parágrafo único, caso
tenha ratificado ou logrado proveito dos atos que resultaram em pre-
juízos citados no art. 49.
A extensão do prejuízo e a participação de cada um dos envol-
vidos serão apuradas através de procedimento judicial, com respeito
ao devido processo legal e à ampla defesa.
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Destacamos que a lei nº 12.846/13 regulamentou a responsa-
bilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira, esta-
belecendo, de forma explícita, a responsabilidade dos dirigentes ou
administradores por atos ilícitos na medida de sua culpabilidade. Ve-
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constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos
previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não.
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a
responsabilidade individual de seus dirigentes ou adminis-
tradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou
partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente-
mente da responsabilização individual das pessoas naturais
referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão respon-
sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
A chamada lei da empresa limpa não deixa margens para dú-
vidas, em relação aos administradores de sociedades cooperativas,
da obrigação de terem retidão em suas condutas, pois, se praticarem
atos ilícitos no exercício de suas respectivas funções, serão respon-
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sabilizados na medida de sua culpabilidade.
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nais; entretanto, entendemos que são todos os crimes tipificados no
código penal e legislação especial referente ao sistema financeiro
nacional, quando se tratar de cooperativas de crédito. Para as demais
cooperativas, o tipo penal que o ato praticado se enquadrar.
Dispõe o art. 192 da Constituição Federal de 1988,
grifo nosso:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma
a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a ser-
vir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o
compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regu-
lado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre
a participação do capital estrangeiro nas instituições que o
integram. (Redação dada pela EC n. 40/2003).
A lei nº 7.492/86, que trata dos crimes contra o Sistema Fi-
nanceiro Nacional, define no seu art. 1º, instituição financeira, nos
seguintes termos:
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nha como atividade principal ou acessória, cumulativamente
ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou es-
trangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,
intermediação ou administração de valores mobiliários.
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ma financeiro nacional, que está regulamentado na lei nº 7.492/86,
ampliou as obrigações e os compromissos daqueles que se propõem
a ocupar os referidos cargos.
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I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;
II - com violação da lei ou do estatuto.
§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de
outros administradores, salvo se com eles for conivente, se
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mal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não
caibam a todos eles.
§ 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata
o § 2º ficará restrita, ressalvado o disposto no § 4º, aos admi-
nistradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição
específica de dar cumprimento àqueles deveres.
§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cum-
primento desses deveres por seu predecessor, ou pelo admi-
nistrador competente nos termos do § 3º, deixar de comunicar
o fato a assembleia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente
responsável.
§ 5º Responderá solidariamente com o administrador quem,
com o fim de obter vantagem para si ou para outrem, concor-
rer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.
Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação
da assembleia-geral, a ação de responsabilidade civil contra
o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.
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§ 1º A deliberação poderá ser tomada em assembleia-geral or-
dinária e, se prevista na ordem do dia, ou for consequência
direta de assunto nela incluído, em assembleia-geral extraor-
dinária.
§ 2º O administrador ou administradores contra os quais deva
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-se à companhia, mas esta deverá indenizá-lo, até o limite da-
queles resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido,
inclusive correção monetária e juros dos dispêndios realiza-
dos.
§ 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade
do administrador, se convencido de que este agiu de boa-fé e
visando ao interesse da companhia.
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao
acionista ou terceiro diretamente prejudicado por ato de ad-
ministrador.
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O art. 54 regulamenta a possibilidade de ajuizamento de ação
de diretores ou associados escolhidos em assembleia geral contra os
administradores, objetivando apurar suas responsabilidades, além de
destacar a ação regressiva dos associados contra os administradores
que causaram os prejuízos.
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parência, a ética, a justiça financeira e o respeito ao regramento legal
são obrigações impositivas e inegociáveis dentro dos fundamentos
do cooperativismo.
Portanto, quando essas práticas não são empregadas, acarre-
tam várias consequências neste modelo de sociedade. Para a coo-
perativa o seu capital social é colocado em risco, por conseguinte
também as quotas dos sócios cooperados. Com relação aos membros
dos conselhos administrativo e fiscal, as consequências podem ser
ainda maiores, podendo inclusive alcançar seus respectivos patrimô-
nios pessoais.
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XV • Da responsabilidade civil do Juiz
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§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Este livro discorre sobre o impedimento do juiz de atuar em
processos nos quais figuram como partes cooperativas de crédito e/
ou agropecuária, sendo ele sócio cooperado das mesmas.
O impedimento do juiz foi demonstrado no capítulo X, no qual
foi apresentada a seguinte conclusão:
Diante de todos os argumentos apresentados, e sendo taxati-
vo, inflexível, restrito e rígido o rol de hipóteses de impedi-
mento, não comportando interpretação extensiva ou analógi-
ca, podemos AFIRMAR TAXATIVAMENTE que:
1) Ao juiz não é proibido de ser sócio cooperado de sociedade
cooperativa (capital social dividido em quotas), amparado no
art. 36 da lei complementar 35/1979, Lei Orgânica da Magis-
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tratura Nacional.
2) Ao juiz não é proibido de ser sócio de sociedade por quotas
de capital, amparado no art. 36 da lei complementar 35/1979,
Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
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que somente foi codificado pela lei processual civil.
5) O juiz que é SÓCIO COOPERADO de sociedade coo-
perativa É IMPEDIDO de julgar os processos dos quais a
referida cooperativa é parte, nos termos do inciso IV do art.
144 do NCPC.
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II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar
ou despachar;
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“A irregular atuação do juiz pode ensejar responsabilidade
criminal, administrativa e civil.
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parte prejudicada não pode se valer de ação contra o Estado
para obter o ressarcimento pelos prejuízos que a decisão lhe
causou, pois a lei já lhe confere o direito ao recurso, de modo
a garantir a discussão da causa em outra esfera jurisdicional.
Tal entendimento se fundamenta na garantia do princípio do
livre convencimento motivado e da independência do juiz.
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derá se voltar contra o agente público, no caso, o juiz, em ação
regressiva. Da leitura do art. 37, $ 6°, da Constituição Federal,
pode-se concluir que a responsabilização do ente público se
configura objetiva, enquanto a de seus agentes depende da
análise de dolo ou culpa. Assim, inobstante a responsabili-
dade seja atribuída ao Estado, o magistrado deve ressarcir os
prejuízos causados se, comprovadamente, tiver atuado com
dolo, fraude ou culpa no exercício de suas funções. A culpa,
frise-se, não significa a mera interpretação equivocada da lei
ou a prolação de decisão que não denote um eventual entendi-
mento pacífico da doutrina ou da jurisprudência.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
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Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, inde-
pendentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de ou-
trem.
Dispõe o art. 186 e seguintes do NCC que trata dos atos ilíci-
tos, grifo nosso,:
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Dispõe o art. 143 do NCPC a respeito da responsabilidade
civil do juiz, grifo nosso:
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por
perdas e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou
fraude;
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O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no exercício
da competência que lhe atribuíram a Constituição Federal
(art. 103-B, § 4º, I e II), a Lei Orgânica da Magistratura Na-
cional (art. 60 da LC nº 35/79) e seu Regimento Interno (art.
19, incisos I e II, grifos nosso);
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mais grupos sociais; CONSIDERANDO que a Lei veda ao
magistrado «procedimento incompatível com a dignidade,
a honra e o decoro de suas funções” e comete-lhe o de-
ver de “manter conduta irrepreensível na vida pública e
particular” (LC nº 35/79, arts. 35, inciso VIII, e 56, inciso
II); e CONSIDERANDO a necessidade de minudenciar os
princípios erigidos nas aludidas normas jurídicas; RESOL-
VE: Aprovar e editar o presente CÓDIGO DE ÉTICA DA
MAGISTRATURA NACIONAL, exortando todos os juízes
brasileiros à sua fiel observância.
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lecimento das instituições e a plena realização dos valores
democráticos.
Art. 5º Impõe-se ao magistrado pautar-se no desempenho de
suas atividades sem receber indevidas influências externas e
estranhas à justa convicção que deve formar para a solução
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aplicável.
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Art. 38. O magistrado não deve exercer atividade empresarial,
exceto na condição de acionista ou cotista e desde que não
exerça o controle ou gerência.
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“A responsabilidade civil dos juízes está tratada pelo art. 143
do Código de Processo Civil de 2015, dispositivo que equi-
vale ao art. 133 do Código de Processo Civil de 1973 análise
comparada.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por per-
das e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
Duas são as alterações feitas no Estatuto Processual em vi-
gor, em face do seu antecessor, ambas retiradas do caput do
novo comando. A primeira é a indicação expressa no sentido
de que a norma trata da responsabilidade civil do juiz, con-
clusão que já era extraída da anterior menção às perdas e
danos, o que não representa grande mudança prática.
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reparatória direta e exclusivamente contra o juiz, devendo
acionar o Estado, a quem caberá voltar-se em regresso con-
tra o magistrado a quem se atribua a responsabilidade pelo
dano decorrente das condutas indicadas nos incs. I e II do
art.143, combinado com o seu parágrafo único”2 No mesmo
sentido é a posição do magistrado Fernando de Fonseca Ga-
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magistratura (art. 95 da CF), proteger os juízes contra in-
vestidas temerárias das partes e advogados, eventualmente
prejudicados por decisões proferidas. Exigindo-se que, pri-
meiramente, a ação civil de responsabilização seja dirigida
contra a União (magistrados federais e do Distrito Federal)
e Estados (magistrados estaduais), na forma do art. 37, § 6º,
da CF/1988, tem-se um filtro que possibilita aos juízes julga-
rem com independência, cientes de que só serão responsabi-
lizados civilmente caso o Poder Público tenha condições de
afirmar que a conduta se enquadra nas duas situações do art.
143 do CPC/2015. Note-se, assim, que o art. 1.744 do CC
(que responsabiliza o juiz, direta e pessoalmente, quando não
houver nomeado tutor), está superado”.
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O jurista Flávio Tartuce (Responsabilidade Civil, p. 1072-
1073) continua a análise da responsabilidade civil dos juízes descrita
no art. 143 do NCPC:
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19.11.2013). O debate nessa demanda referia-se a liminar em
ação de despejo, supostamente concedida de forma descabi-
da, o que não foi reconhecido.”
CONCLUSÃO
Quando o princípio básico da imparcialidade é ignorado, o juiz
age com dolo, pratica ato ilícito e se enquadra nos dispositivos legais
que disciplinam a responsabilidade civil, estando sujeito a reparar os
danos causados a terceiros e ao próprio Estado.
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XVI • Da responsabilidade civil
do Estado
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Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
É do Estado a responsabilidade causada pelos seus agentes.
O jurista Flávio Tartuce (Responsabilidade Civil, p. 789-791)
leciona a respeito da responsabilidade civil do Estado:
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vo, segundo a qual haverá dever de indenizar o dano em vir-
tude do ato lesivo e injusto causado ao cidadão pelo Poder
Público. Para tanto, não se deve cogitar a culpa lato sensu
da administração ou dos seus agentes ou prepostos. Como
bem assinala Fernanda Marinela, “quanto à possibilidade
de exclusão da responsabilidade objetiva, duas teorias devem
ser admitidas: a teoria do risco integral, que não admite a
exclusão da responsabilidade, e a teoria do risco administra-
tivo, que admite a sua exclusão. O Brasil adota como regra
a teoria do risco administrativo, em que é possível afastar
a responsabilidade e a sua exclusão ocorre com a ausência
de qualquer de seus elementos definidores. Estando presentes
os elementos definidores da responsabilidade não há evasão
possível’ Como se percebe, não é pacífica a afirmação de si-
nonímia entre risco administrativo e risco integral.”
O jurista César Fiuza (Direito Civil – Curso Completo, p. 741-
743) leciona a respeito da responsabilidade civil do Estado:
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por agentes públicos ou prestadores de serviços públicos, no
desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las.”
Fundamento doutrinário: A aplicação da teoria objetiva se
baseia na teoria do risco administrativo. Tal teoria pressupõe
risco que a atividade pública gera para os administrados e a
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a obrigação de indenizar o dano do só ato lesivo causado à
vítima pela Administração. Basta o dano. A vítima tem que
provar só o dano e a autoria, para ter direito à indenização.
Disposições legais: art. 37, § 6°, da Constituição Federal:
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, as-
segurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo e culpa.
Interpretando o dispositivo constitucional, temos que: a) só
cabe indenização pelos danos causados por agentes. Por
aqueles causados por terceiros (multidões etc.) e por danos
advindos de fatos naturais, a indenização se baseará na teo-
ria subjetiva, ou seja, deverá ser provada a culpa do Estado;
a) o Estado só poderá regressar contra seu agente se provar
ter ele agido com culpa. Segundo Hely Lopes, na ação que
move o particular contra o Estado, não deveria ser necessá-
rio que este denunciasse seu agente da lide para ter direito de
regresso, como preceitua o art. 70, III, do Código de Processo
Civil; por agente deve entender-se todo aquele que exerça
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função para pessoas jurídicas típicas, a qualquer título que
seja.”
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existem exceções ao dever de indenizar (risco administrati-
vo). A completa compreensão do referido dispositivo exige o
desdobramento da norma em quatro partes: b) as pessoas ju-
rídicas de direito público responderão pelos danos que seus
agentes causarem a terceiros: União, Estados, Distrito Fede-
ral, Territórios, Municípios, autarquias, fundações e associa-
ções públicas são pessoas jurídicas de direito público e, por
ostentarem natureza pública, respondem objetivamente pelos
danos que seus agentes causem a particulares. Importante
notar que o texto constitucional, quanto às referidas pessoas
jurídicas de direito público, não condiciona a responsabilida-
de objetiva ao tipo de atividade exercida. Por isso, a respon-
sabilidade objetiva decorre da personalidade pública e será
objetiva independentemente da atividade desempenhada:
prestação de serviço público, exercício do poder de polícia,
intervenção no domínio econômico, atividade normativa ou
qualquer outra manifestação da função administrativa;”
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legislação. No caso, porém, de ato lícito causar prejuízo es-
pecial a particular, o fundamento para o dever de indenizar
é a igual repartição dos encargos sociais, ideia derivada do
princípio da isonomia. Considera-se dano específico aquele
que alcança destinatários determinados, ou seja, que atinge
um indivíduo ou uma classe delimitada de indivíduos. Por
isso, se o dano for geral, afetando difusamente a coletivida-
de, não surge o dever de indenizar. Exemplo de dano geral:
aumento no valor da tarifa de ônibus. Presentes os dois atri-
butos, considera-se que o dano é antijurídico, produzindo o
dever de pagamento de indenização pela Fazenda Pública.”
CONCLUSÃO
Considerando as informações trazidas no capítulo X, que tra-
tou do impedimento do juiz por ser sócio cooperado de cooperativa
de crédito e/ou agropecuária, o capítulo XI tratou da suspeição do
juiz por interesse processual e o capítulo XII tratou da suspeição do
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juiz por ser credor ou devedor das respectivas cooperativas. Em ha-
vendo participação do juiz que se enquadra em qualquer daquelas hi-
póteses e, portanto, estando ciente do seu impedimento e suspeição,
e mesmo assim aventura-se a continuar atuando como juiz, naqueles
referidos processos. Caracterizado está o dolo por ação, ou por ina-
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XVII • Conclusão
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em parte por que obedecemos, por que mandamos, por que nos in-
dignamos, por que aspiramos a mudar em nome de ideias, por que
em nome de ideias conservamos as coisas como estão. Ser livre é
estar no direito e, no entanto, o direito também nos oprime e tira-nos
a liberdade.”
Por serem representantes do povo, os legisladores, ao elabora-
rem uma lei, devem atender aos anseios da sociedade. Há, dentro do
processo legislativo, uma hierarquia das leis, estando a Constituição
Federal no chamado topo da pirâmide, sendo obrigatório que todos
os instrumentos normativos, descritos no art. 59 da CF (Emendas à
Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delega-
das, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções) este-
jam em consonância com a mesma.
Não é permitido a nenhum cidadão alegar o desconhecimento
da lei, para se eximir da culpa. Ninguém está acima da lei, inclusive
as autoridades.
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Ao Estado não basta ser democrático. É imperioso que seja
também de direito, com rigoroso respeito às leis.
Os institutos do direito, que foram objeto do estudo no presen-
te livro, estão ancorados na Constituição e nas demais leis vigentes.
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ção à insegurança jurídica.
Aprofundando nos temas impedimento e suspeição do juiz, a
Hermenêutica Jurídica aplicada nos permite afirmar:
1) Ao juiz não é proibido de ser sócio cooperado de sociedade
cooperativa (capital social dividido em quotas), amparado no art. 36
da lei complementar 35/1979, Lei Orgânica da Magistratura Nacio-
nal.
2) Ao juiz não é proibido de ser sócio de sociedade por quotas
de capital, amparado no art. 36 da lei complementar 35/1979, Lei
Orgânica da Magistratura Nacional.
3) A respeito da temática abordada no capítulo X, sobre o IM-
PEDIMENTO DO JUIZ, que é sócio cooperado de sociedade coo-
perativa, de atuar nos processos dos quais a referida cooperativa é
parte, pode-se concluir que:
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3.1) Inobstante, ser permitido que o juiz seja sócio de socie-
dade por quotas de capital, o mesmo É IMPEDIDO de atuar nos
processos nos quais referida sociedade integre quaisquer dos polos
da ação, pois a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, não trata do
Instituto do Impedimento, que somente foi codificado pela lei pro-
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5) A respeito da temática abordada no capítulo XII, sobre a
SUSPEIÇÃO DO JUIZ, que é sócio cooperado de sociedade coo-
perativa, de atuar nos processos dos quais a referida cooperativa é
parte, pode-se concluir que:
5.1) Inobstante, ser permitido que o juiz seja sócio de socie-
dade por quotas de capital, o mesmo É SUSPEITO de atuar nos
processos nos quais referida sociedade integre quaisquer dos polos
da ação, nos ditames do inciso III do art. 145 do NCPC.
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XVIII • Glossário
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participar nas reuniões assembleares, discutindo e votando; assumir
cargos administrativos etc.
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de fática e não similitude. A analogia não é uma técnica interpretati-
va, tampouco uma fonte de direito, mas um procedimento que serve
para integrar lacuna normativa, partindo de um exame comparativo
entre duas situações jurídicas, aplicando à não legislada a solução
dada à que tem característica essencial semelhante. O processo ana-
lógico constitui um raciocínio que, baseado em razões de relevante
similitude, se funda na igualdade jurídica (ratio juris), que é o ele-
mento justificador da aplicabilidade da norma a casos não previstos,
mas substancialmente semelhantes, sem contudo ter por objetivo
perscrutar o exato significado da norma, partindo, tão-somente, do
pressuposto de que a questão sub judice, apesar de não se enquadrar
no dispositivo legal, deverá cair sob sua égide por identidade de ra-
zão.
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APLICAÇÃO ANALÓGICA. Teoria geral do direito. Emprego da
analogia.
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que lhe for apresentada, para emitir parecer vinculante (Jayme Vita
Roso). 2. Ato de constatar a licitude de títulos jurídicos e das con-
venções da empresa no âmbito de seu funcionamento ou das suas
relações com os fornecedores e clientes (Héctor P. O. Charry e L.
Martel.
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BAJULAR. Lisonjear, adular servilmente; sorrabar, sabujar. Dicio-
nário Aurélio.
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pessoas naturais ou jurídicas que detenham o controle acionário de
instituição sob fiscalização.
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CONSTITUCIONALIDADE.1. Qualidade do que está conforme
à Constituição de um país. 2. Conjunto de condições ou requisitos
que devem ser observados para que as normas jurídicas emanadas
dos poderes competentes estejam de acordo com a Carta Magna. 3.
Diz-se da verificação da adequação de um ato jurídico ou norma à
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CORREGEDORIA. Direito processual. 1. Cargo de corregedor. 2.
Area de jurisdição de corregedor. 3. Órgão fiscalizador dos serviços
auxiliares da justiça. 4. Conjunto de atividades de fiscalização sobre
os serviços forenses. 5. Local onde o corregedor exerce suas funções.
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CORREIÇÃO PARCIAL. Direito processual. Atividade de fiscali-
zação levada a efeito pelo juiz corregedor por ter, mediante denúncia
do interessado, tomado conhecimento de determinado fato onde hou-
ve erro ou abuso do oficial de justiça, escrevente, porteiro etc. Trata-
-se de uma providência disciplinar para corrigir ou sanar tal erro.
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COTISTA. Direito comercial. Sócio cotista; membro da sociedade
limitada.
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DANO DIRETO. Direito civil. Prejuízo que é consequência ime-
diata de um ato, fato ou violação de um direito. Nele há uma relação
imediata entre a causa destacada pelo direito e a perda sofrida pela
pessoa, por exemplo, o ferimento causado por um disparo de arma
de fogo.
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reparação do dano moral não é uma indenização por dor, vergonha,
humilhação, perda da tranquilidade ou do prazer de viver, mas uma
compensação pelo dano e injustiça sofridos pelo lesado, suscetível
de proporcionar-lhe uma vantagem, pois ele poderá, com a soma de
dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais
que repute convenientes, atenuando, assim, em parte, seu sofrimen-
to.
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uma multa de valor não superior a um por cento sobre o valor da
causa. Tal indenização, em regra, é liquidada por arbitramento.
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abuso de poder, sendo um vício do ato administrativo suscetível de
invalidá-lo.
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Lealdade que o agente público deve ter para com o Estado. Tal de-
ver inclui os de obediência, dedicação, boa conduta, urbanidade para
com o público, sigilo profissional, assiduidade, pontualidade etc.
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do direito e das leis. 6. Estimular a conciliação entre os litigantes,
prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios. 7. Acon-
selhar o cliente a não ingressar em aventura judicial. 8. Abster-se de:
a utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b)
patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advo-
cacia, em que também atue; c) vincular o seu nome a empreendi-
mentos de cunho manifestamente duvidoso; d) emprestar concurso
aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade
da pessoa humana; e) entender-se diretamente com a parte adversa
que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. 9. Pugnar
pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus
direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade.
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DISCORDAR. 1. Não concordar; estar em desarmonia; ser incom-
patível; divergir. 2. Não concordar; divergir, discrepar;
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DIVERGÊNCIA. 1. Posição de linhas que se afastam progressiva-
mente. 2. Discordância, desacordo, discrepância, dissensão. 3. Mat.
Ato ou efeito de divergir.
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ESTADO DEMOCRÁTICO. Ciência política. Diz-se daquele cujo
governo tem como base a democracia, sendo reconhecido pelo con-
senso geral, o qual é demonstrado nas eleições, fundando-se, portan-
to, na vontade do povo.
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social que rege a sociedade empresária, impondo obrigações e con-
ferindo direitos aos sócios. 5. ....
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INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL. Teoria geral do direi-
to e direito constitucional. Ato de desvendar o sentido dos símbolos
lingüísticos contidos na Constituição para obtenção de uma decisão
de problema prático (Canotilho).
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que nela se encontram, virtualmente, incluídos, conferindo, assim, à
norma o mais amplo raio de ação possível, todavia, sempre dentro
de seu sentido literal, concluindo que o seu alcance é mais amplo do
que indicam seus termos.
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INTERPRETAÇÃO LÓGICA. Teoria geral do direito. É a técnica
que desvenda o sentido e o alcance da norma, estudando-a por meio
de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os
entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. Os pro-
cedimentos desta técnica são, segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr.: a)
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recomenda ao intérprete, tentando evitar incompatibilidade em certo
momento e em determinadas circunstâncias, inventar uma saída que
solucione, mesmo que provisoriamente, apenas aquele conflito. Tais
regras lógicas possibilitam adotar uma solução mais precisa ou justa.
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JUDICATIVO – 1. Judicante. 2. Que tem o poder de julgar. 3. Que
prolata a sentença. 4 Que decide a demanda.
JUDICATURA – 1. Magistratura. 2. Função do magistrado. 3. Po-
der de julgar. 4 Poder judiciário. 5 Exercício do cargo de juiz. 6. Tem-
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JUIZ TOGADO. Direito processual. Aquele que, formado em di-
reito, foi aprovado em concurso de provas e títulos ou nomeado para
fazer parte de qualquer tribunal por ser advogado ou membro do Mi-
nistério Público, perfazendo o percentual obrigatório, que consiste
no terço ou no quinto constitucional. Não é togado, por exemplo, o
jurado no tribunal do júri etc.
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JURISTA – 1. Aquele que, por ser profundo conhecedor do direito,
escreve livros ou monografias jurídicas com assiduidade...
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LEGISLAÇÃO. Teoria geral do direito e direito constitucional. 1.
Ato de legislar do poder competente; atividade legiferante, que é
considerada a fonte formal estatal. 2. Conjunto de leis de um país, de
um Estado-membro ou Município. 3. Complexo de leis sobre deter-
minado assunto de um ramo jurídico. 4. Ciência das leis. 5. Processo
pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam normas jurídicas de
observância geral. 6.Conjunto de atos jurídicos brasileiros, incluindo
a Constituição, leis, decretos, códigos, regulamentos, portarias, reso-
luções e instruções normativas.”
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LEGISLADOR. Teoria geral do direito e direito constitucional. 1.
Aquele que elabora leis. 2. Membro do Poder Legislativo, como o
vereador, o deputado estadual e o federal, o senador.
LEI COMPLEMENTAR. Direito constitucional. É a alusiva à es-
trutura estatal ou aos serviços do Estado, constituindo as leis de or-
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gão do Poder Judiciário...
OMISSÃO. 1. Direito penal. Abstenção de um ato ou de cumprir
um dever legal; não-realização da conduta exigida pela lei, sem a
qual o resultado não teria ocorrido, gerando a responsabilidade cri-
minal por ter sido a causa de um delito. 2. Teoria geral do direito.
Lacuna. 3. Direito civil. a) Aquilo que se omitiu; b) ato ou efeito de
omitir que, causando dano moral e/ou patrimonial, gera responsabi-
lidade civil.
OMISSO. 1. Nas linguagens comum e jurídica é: a) faltoso; b) ne-
gligente; c) em que há falta; d) Não previsto; e) esquecido. 2. Direito
administrativo. Diz-se do funcionário público que não toma as pro-
vidências necessárias para o bom funcionamento dos serviços públi-
cos.”
OMITIR. 1. Negligência. 2. Deixar de cumprir dever legal. 3. Não
mencionar. 4. Deixar de fazer o que se deve. 5. Esquecer.
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terminada classe ou categoria de pessoas....
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de comando normativo. 2. Lógica jurídica. Proposição jurídica for-
mulada pela ciência do direito, sendo um enunciado sobre a norma
jurídica que atesta sua validade, constituindo o sentido de um ato
do pensar. Trata-se da formulação lógica que da norma é feita pelo
jurista enquanto tal.
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SUSPEIÇÃO DO PERITO. Direito processual penal. Suspeita
de parcialidade do perito que pode ser argüida pelo interessado,
decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da matéria alega-
da e prova imediata. Será arguido suspeito o perito que for, por
exemplo: amigo íntimo de uma das partes; credor ou devedor,
tutor ou curador, de qualquer das partes; sócio acionista ou admi-
nistrador de sociedade interessada no processo etc.
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XIX • Bibliografia
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Edição. São Paulo - SP: Ed. JusPodivm – Ed. Malheiros. 2021.
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FIUZA, César. Direito Civil – Curso Completo. 10ª Edição. Belo Horizon-
te - MG: Ed. Del Rey. 2007.
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MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional - 15ª Edição.
São Paulo - SP: Ed. Saraiva Educação. 2020.
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PAGNUSSATT, Alcenor. Guia do Cooperativismo de Crédito – Porto Ale-
gre: Ed. Sagra Luzzatto. 2004.
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TARTUCE, Flávio. Responsabilidade Civil - 5ª Edição. Rio de Janeiro -
RJ: Ed. Forense. 2023.
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SITES PESQUISADOS
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vil_03/constituicao/constituicao.htm
GOOGLE - https://www.google.com.br/
JUSBRASIL - https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/
stj/464676956/relatorio-e-voto-464676968.
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SENADO FEDERAL - https://www12.senado.leg.br/hpsenado
SICOOB - https://www.sicoob.com.br/web/maisqueumaescolha/blog/-/
blogs/banco-e-cooperativa-financeira-diferenca
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