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EMENTA
DECISÃO
Nas razões de seu apelo nobre, interposto com base no art. 105, III, alíneas
a e c, da CF, LIQ alegou a violação aos arts. 371, 1.022 do CPC; 186, 395, 402, 475, e
944, todos do CC; 476 e 884 do CC; 492 e 700, do CPC; 291, 292, § 3º, do NCPC; ao
sustentar/sustentarem que (1) por ter sido o acórdão omisso em relação a matérias
invocadas nos embargos de declaração; (2) em razão da não conclusão do projeto de
implantação de software (ERP e seus módulos) não poderia ser afastada a
condenação de TOTVS ao ressarcimento da integralidade dos valores desembolsados
pela parte prejudicada pelo inadimplemento obrigacional de resultado; (3) a
condenação de LIQ no pagamento de R$ 5.400.077,15 (cinco milhões, quatrocentos
mil e setenta e sete reais e quinze centavos) por serviços comprovadamente não
prestados gera enriquecimento sem causa; (4) embora reconhecido que o pagamento
deva corresponder a serviços efetivamente prestados, foi imposto à LIQ, de maneira
contraditória, uma condenação com base numa estimativa de horas, não prevista em
contrato e que também não encontra respaldo nas notas fiscais que aparelharam a
ação monitória; (5) houve equívoco na correção do valor da causa para R$
30.000.907,28 (trinta milhões, novecentos e sete reais e vinte e oito centavos), pois o
conteúdo econômico da discussão corresponde ao inadimplemento da TOTVS
estimado em R$ 8.128.331,08 (oito milhões, cento e vinte e oito mil, trezentos e trinta e
um reais e oito centavos); (6) há dissenso jurisprudencial (REsp 1731193/SP, Rel.
Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/09/2020, DJe
É o relatório.
Decido.
Contudo, pela leitura das regras de regência da matéria não decorre tal
ilação sobre a natureza do provimento jurisdicional emanado no julgamento do primeiro
recurso.
Bem se vê que tanto a Lei como o Regimento Interno deste Tribunal não
abrem espaço para critérios outros que não o meramente objetivo cronológico.
Quisesse a Lei dispor sobre a natureza do pronunciamento do primeiro relator sorteado
como critério para gerar prevenção recursal, teria mencionado que se tornará prevento
o primeiro relator que nele decidir.
(2) Da violação dos arts. 186, 395, 402, 475, e 944 do Código Civil pela
alegada resolução por inadimplemento da contratada.
Nas razões do recurso especial afirmou LIQ que, de acordo com perícia, o
insucesso contratual da compra do software de gestão empresarial ocorre na medida
em que nada do trabalho realizado pela TOTVS pôde ser aproveitado, e, por isso,
estariam violados os arts. 186, 395, 402, 475, 476, 884 e 944, todos do CC; bem como
291, 292, § 3º, 492 e 700, do NCPC.
Nesse sentido
Portanto, no ponto o recurso não poderia ser conhecido pelo óbice sumular.
Contudo, não vinga o reclamo neste quesito, pois a toda evidência, não
houve no acórdão recorrido o enfrentamento de tais questões em conformidade com os
fundamentos explicitados no recurso especial, e, a par disso, não houve oposição dos
embargos de declaração com o objetivo de sanar o vício, o que atrai para o caso a
incidência das Súmulas n.ºs 282 e 356 do STF.
Publique-se. Intimem-se.