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A Matéria e suas Transformações

Alquimia

A Química surgiu da Alquimia, um ramo do conhecimento no qual muitos alquimistas


tentavam descobrir o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal.

O que seria o Elixir da Longa Vida?


Seria uma substância que poderia aumentar os anos de vida das pessoas.

O que seria a Pedra Filosofal?


Seria uma pedra que transformaria metais baratos em ouro.
A Alquimia não conseguiu encontrar o Elixir da Longa Vida, nem a Pedra Filosofal, mas
foi fundamental para o nascimento da Química.

O Nascimento da Química
Quando queimamos madeira, temos a impressão de que a madeira desapareceu,
sobrando apenas as cinzas, temos a impressão que a massa diminuiu. E quando uma
esponja de aço enferruja, temos a impressão de que a esponja aumentou em
quantidade, que a massa aumentou. Porém, essas impressões estão totalmente
erradas.
A Lei de Lavoisier

No final do século XVIII, o cientista Antoine Lavoisier realizou uma série de experiências
em recipientes fechados com balanças muito precisas e conclui que no interior de um
recipiente fechado, a massa não varia, quaisquer que sejam as transformações que
venham a ocorrer. Por exemplo: se 3 gramas de carbono reagem com 8 gramas de
oxigênio, são produzidos 11 gramas de gás carbônico.

Como 3g + 8g = 11g, conclui-se que nada se perdeu. A soma das massas antes da
reação é igual à soma das massas após a reação, ou seja:

“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.” (Lavoisier)


A Lei de Proust
Na mesma época que Lavoisier, Joseph Louis Proust,
efetuando uma grande série de pesagens em inúmeras
experiências, chegou à seguinte conclusão:

“Uma determinada substância composta é formada de


substâncias mais simples, unidas sempre na mesma
proporção em massa.” (Proust)

Por exemplo: imagine duas experiências. Na 1ª experiência,


temos: se 3 gramas de carbono reagem com 8 gramas de
oxigênio, são produzidos 11 gramas de gás carbônico. Na 2ª
experiência, temos: se 6 gramas de carbono reagem com 16 gramas de oxigênio, são
produzidos 22 gramas de gás carbônico.

Veja que na 1ª e na 2ª experiência, temos a seguinte proporção:

Proporção da 1ª experiência: 3:8:11


Proporção da 2ª experiência: 6:16:22

Nessa última os números foram multiplicados por 2, os números dobraram, os números


mudaram, mas a proporção é a mesma.

Para entender proporção, vamos buscar ajuda na culinária: Se numa receita você precisa de 1
kg de farinha e 5 ovos para ter uma medida de massa, para ter o dobro dessa medida de
massa, você irá precisar de 2 kg de farinha e 10 ovos. Para ter o triplo dessa medida de massa,
você irá precisar de 3 kg de farinha e 15 ovos, e assim por diante.
Essas duas leis, a Lei de Lavoisier e a Lei de Proust são denominadas Leis Ponderais, porque
falam em massa das substâncias envolvidas. São leis importantíssimas, pois marcam o
nascimento da Química.

O Modelo Atômico de Dalton

Para explicar os fatos experimentais observados nas duas leis ponderais, o cientista inglês John
Dalton imaginou a seguinte hipótese:

“Todo e qualquer tipo de matéria é formado de partículas indivisíveis, chamadas átomos.”


(Dalton)
O átomo é tão pequeno que 1 g de ferro tem 10.800.000.000.000.000.000.000 átomos.
Se a cabeça de um alfinete de ferro fosse do tamanho do nosso planeta, 1 átomo seria do
tamanho de uma bola de futebol.

Átomo significa “indivisível”, mas hoje sabemos que o átomo pode ser dividido em partículas
menores como o próton, o nêutron e o elétron.

Os Elementos Químicos e as Moléculas


Apesar de conhecermos uma infinidade de materiais, os cientistas só conhecem pouco mais
de 100 átomos quimicamente diferentes. Cada um desses tipos representa um elemento
químico.

Quando dois ou mais átomos se unem, nós temos as moléculas. Considere o exemplo da água.
Hoje, sabemos que a água é formada por moléculas, onde estão reunidos um átomo de
oxigênio com dois átomos de hidrogênio. Pode-se, portanto, representar a molécula da água
da seguinte maneira:

Como decorrência, a fórmula da água será (𝐻2 𝑂), onde aparecem os símbolos do hidrogênio e
do oxigênio, além do índice 2, que indica a presença de dois átomos de hidrogênio na molécula
de água. A tabela seguinte nos dá mais alguns exemplos:
Transformações Físicas
As transformações físicas ou fenômenos físicos não modificam a natureza do material. Os
átomos ou moléculas, não são alterados; eles são apenas agitados, desarrumados,
reordenados etc. É o caso, por exemplo, das mudanças de estado físico:
Outros exemplos de fenômenos físicos são: a dilatação de um metal pelo calor, a dissolução de
uma substância em líquido, a expansão de um gás etc.

Transformações Químicas
Observemos, agora, a queima do carvão. O fenômeno não é mais “passageiro”, isto é, depois
de queimado, não é possível recuperar o carvão inicial (dizemos também que o fenômeno é
irreversível). Essa é uma transformação, fenômeno ou reação química. As coisas se passam
assim porque as moléculas iniciais (reagentes) são quebradas, e seus átomos se reagrupam
para formar as novas moléculas (produtos da reação). Na queima do carvão temos:

Para representar uma transformação química, os químicos usam uma escrita especial
denominada equação química. Assim, para indicar a queima do carvão, escreve-se:

Para representar a queima do álcool no motor de um automóvel, escreve-se:

É importante observar que os símbolos (usados para representar os elementos químicos), as


fórmulas (usadas para representar as substâncias químicas) e, agora, as equações químicas
(usadas para representar as reações ou fenômenos químicos) constituem a chamada notação
química. Essa notação é internacional e facilita enormemente a comunicação entre os químicos
de todo o mundo.

É fácil reconhecer uma transformação química? Em geral, sim, pois quase sempre percebemos
alguma das seguintes manifestações:
• liberação de energia (calor, luz, explosão etc.) — como acontece na queima do carvão; •
liberação de gases — por exemplo, a efervescência de um comprimido antiácido na água (foto
A), o mau cheiro de um ovo podre etc.
• mudanças de cor — uma folha de árvore amarelecendo (foto B), um fruto apodrecendo, uma
grade de ferro enferrujando etc.
• formação de um precipitado (aparecimento de um sólido ou turvação de uma solução
líquida) — é o que se observa, por exemplo, quando se adiciona nitrato de chumbo em uma
solução contendo iodeto de potássio (foto C)

Misturar ou Reagir?
Misturar ou reagir? Procure gravar bem o seguinte: misturar (fenômeno físico) é uma coisa
totalmente diferente de reagir (fenômeno químico). Misturando ferro em pó com enxofre em
pó, por exemplo, obtemos uma mistura de cor intermediária entre as cores do ferro (cinza) e
do enxofre (amarela). Aproximando um ímã da mistura, ele irá atrair o ferro, o que prova que o
ferro não perdeu seu magnetismo. Dizemos que, de modo geral, os componentes de uma
mistura não perdem suas propriedades.

Mistura: Fe + S

Por outro lado, juntando ferro em pó (7 g) e enxofre em pó (4 g) e aquecendo a mistura,


obteremos uma nova substância, de cor preta: o sulfeto ferroso (FeS). Agora, um ímã não irá
mais atrair o ferro
Variações de Energia
Durante os fenômenos físicos e químicos, outro fato importante que podemos notar é a
liberação ou a absorção de energia. Por exemplo:

Os fenômenos que liberam energia são chamados de exotérmicos (do grego: exo, para fora) e
os que absorvem energia são denominados endotérmicos (do grego: endon, para dentro). De
modo geral, os fenômenos químicos liberam ou absorvem mais energia do que os fenômenos
físicos. Assim, por exemplo, a queima do carvão libera mais calor do que o vapor de água ao se
condensar (um carvão em brasa queima mais a mão do que o vapor de água que sai pelo bico
de uma chaleira com água fervendo). Isso ocorre porque o fenômeno químico altera mais
profundamente a essência da matéria. Resumidamente, o que acontece durante uma reação
química é uma “contabilidade” de energia, de acordo com a seguinte ideia:
• existe uma certa quantidade de energia armazenada (energia potencial) no interior das
moléculas iniciais (reagentes);
• quando as moléculas iniciais são quebradas (durante a reação química), essa energia é
liberada;
• no entanto, gasta-se energia para “montar” as moléculas finais (produtos);
• o saldo de energia que sobra (ou falta) é a energia que a reação química irá liberar (ou deverá
absorver para que de fato a reação venha a ocorrer).

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