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Alquimia
O Nascimento da Química
Quando queimamos madeira, temos a impressão de que a madeira desapareceu,
sobrando apenas as cinzas, temos a impressão que a massa diminuiu. E quando uma
esponja de aço enferruja, temos a impressão de que a esponja aumentou em
quantidade, que a massa aumentou. Porém, essas impressões estão totalmente
erradas.
A Lei de Lavoisier
No final do século XVIII, o cientista Antoine Lavoisier realizou uma série de experiências
em recipientes fechados com balanças muito precisas e conclui que no interior de um
recipiente fechado, a massa não varia, quaisquer que sejam as transformações que
venham a ocorrer. Por exemplo: se 3 gramas de carbono reagem com 8 gramas de
oxigênio, são produzidos 11 gramas de gás carbônico.
Como 3g + 8g = 11g, conclui-se que nada se perdeu. A soma das massas antes da
reação é igual à soma das massas após a reação, ou seja:
Para entender proporção, vamos buscar ajuda na culinária: Se numa receita você precisa de 1
kg de farinha e 5 ovos para ter uma medida de massa, para ter o dobro dessa medida de
massa, você irá precisar de 2 kg de farinha e 10 ovos. Para ter o triplo dessa medida de massa,
você irá precisar de 3 kg de farinha e 15 ovos, e assim por diante.
Essas duas leis, a Lei de Lavoisier e a Lei de Proust são denominadas Leis Ponderais, porque
falam em massa das substâncias envolvidas. São leis importantíssimas, pois marcam o
nascimento da Química.
Para explicar os fatos experimentais observados nas duas leis ponderais, o cientista inglês John
Dalton imaginou a seguinte hipótese:
Átomo significa “indivisível”, mas hoje sabemos que o átomo pode ser dividido em partículas
menores como o próton, o nêutron e o elétron.
Quando dois ou mais átomos se unem, nós temos as moléculas. Considere o exemplo da água.
Hoje, sabemos que a água é formada por moléculas, onde estão reunidos um átomo de
oxigênio com dois átomos de hidrogênio. Pode-se, portanto, representar a molécula da água
da seguinte maneira:
Como decorrência, a fórmula da água será (𝐻2 𝑂), onde aparecem os símbolos do hidrogênio e
do oxigênio, além do índice 2, que indica a presença de dois átomos de hidrogênio na molécula
de água. A tabela seguinte nos dá mais alguns exemplos:
Transformações Físicas
As transformações físicas ou fenômenos físicos não modificam a natureza do material. Os
átomos ou moléculas, não são alterados; eles são apenas agitados, desarrumados,
reordenados etc. É o caso, por exemplo, das mudanças de estado físico:
Outros exemplos de fenômenos físicos são: a dilatação de um metal pelo calor, a dissolução de
uma substância em líquido, a expansão de um gás etc.
Transformações Químicas
Observemos, agora, a queima do carvão. O fenômeno não é mais “passageiro”, isto é, depois
de queimado, não é possível recuperar o carvão inicial (dizemos também que o fenômeno é
irreversível). Essa é uma transformação, fenômeno ou reação química. As coisas se passam
assim porque as moléculas iniciais (reagentes) são quebradas, e seus átomos se reagrupam
para formar as novas moléculas (produtos da reação). Na queima do carvão temos:
Para representar uma transformação química, os químicos usam uma escrita especial
denominada equação química. Assim, para indicar a queima do carvão, escreve-se:
É fácil reconhecer uma transformação química? Em geral, sim, pois quase sempre percebemos
alguma das seguintes manifestações:
• liberação de energia (calor, luz, explosão etc.) — como acontece na queima do carvão; •
liberação de gases — por exemplo, a efervescência de um comprimido antiácido na água (foto
A), o mau cheiro de um ovo podre etc.
• mudanças de cor — uma folha de árvore amarelecendo (foto B), um fruto apodrecendo, uma
grade de ferro enferrujando etc.
• formação de um precipitado (aparecimento de um sólido ou turvação de uma solução
líquida) — é o que se observa, por exemplo, quando se adiciona nitrato de chumbo em uma
solução contendo iodeto de potássio (foto C)
Misturar ou Reagir?
Misturar ou reagir? Procure gravar bem o seguinte: misturar (fenômeno físico) é uma coisa
totalmente diferente de reagir (fenômeno químico). Misturando ferro em pó com enxofre em
pó, por exemplo, obtemos uma mistura de cor intermediária entre as cores do ferro (cinza) e
do enxofre (amarela). Aproximando um ímã da mistura, ele irá atrair o ferro, o que prova que o
ferro não perdeu seu magnetismo. Dizemos que, de modo geral, os componentes de uma
mistura não perdem suas propriedades.
Mistura: Fe + S
Os fenômenos que liberam energia são chamados de exotérmicos (do grego: exo, para fora) e
os que absorvem energia são denominados endotérmicos (do grego: endon, para dentro). De
modo geral, os fenômenos químicos liberam ou absorvem mais energia do que os fenômenos
físicos. Assim, por exemplo, a queima do carvão libera mais calor do que o vapor de água ao se
condensar (um carvão em brasa queima mais a mão do que o vapor de água que sai pelo bico
de uma chaleira com água fervendo). Isso ocorre porque o fenômeno químico altera mais
profundamente a essência da matéria. Resumidamente, o que acontece durante uma reação
química é uma “contabilidade” de energia, de acordo com a seguinte ideia:
• existe uma certa quantidade de energia armazenada (energia potencial) no interior das
moléculas iniciais (reagentes);
• quando as moléculas iniciais são quebradas (durante a reação química), essa energia é
liberada;
• no entanto, gasta-se energia para “montar” as moléculas finais (produtos);
• o saldo de energia que sobra (ou falta) é a energia que a reação química irá liberar (ou deverá
absorver para que de fato a reação venha a ocorrer).