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EU GOSTO − GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL − ANOS INICIAIS
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ANO
EU GOSTO − GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL − ANOS INICIAIS

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ARBOSA PERE
ALEXANDRE B UE MANUAL DO PROFESSOR
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IRA DE SOUZA
MARLI FERRE S
Ô N IC A V IE IR A DOS SANTO
VER

ALEXANDRE BARBOSA PEREIRA


DOUTOR EM ANTROPOLOGIA SOCIAL PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP),
GRADUADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS PELA MESMA UNIVERSIDADE. PROFESSOR ADJUNTO PELO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP).

CAMILA DOS SANTOS TARDOQUE


PÓS GRADUADA EM EDUCAÇÃO BILÍNGUE PELO INSTITUTO SINGULARIDADES E LÍNGUA E
LITERATURA INGLESA PELA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. GRADUADA EM LETRAS
PELA MESMA UNIVERSIDADE E PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO. PROFESSORA
NA REDE PARTICULAR DE ENSINO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I.

MARLI FERREIRA DE SOUZA


GRADUADA EM PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). MESTRE EM
EDUCAÇÃO PELA MESMA UNIVERSIDADE, NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: “ESTADO,
SOCIEDADE E EDUCAÇÃO”. PROFESSORA NA REDE PARTICULAR DE ENSINO FUNDAMENTAL I.

VERÔNICA VEIRA DOS SANTOS


GRADUADA EM GEOGRAFIA PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
(PUC-SP) E EM PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL. PROFESSORA DO ENSINO
FUNDAMENTAL NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO E DE ENSINO MÉDIO NA
REDE PARTICULAR.

1a edição • São Paulo • 2021


Coleção Eu gosto: Geografia
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
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Coordenação Geral 1a edição • São Paulo • 2021


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ISBN 978-65-84501-03-4 (Aluno)
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Tofu Ilustras E87 Eu gosto: Geografia: 3º ano / Alexandre Barbosa Pereira... [et al.]. –
São Paulo, SP: BMH, 2021. – (Eu Gosto. Geografia; v. 3)

Produção gráfica FICHA CATALOGRAFICA


Inclui bibliografia
ISBN 978-65-84501-03-4 (Aluno)
Giliard Andrade
ISBN 978-65-84501-04-1 (Professor)
Lais Dantas
1. Geografia (Ensino fundamental – Estudo e ensino. I. Pereira,
Alexandre Barbosa. II. Tardoque, Camila Dos Santos. III. Souza,
Marli Ferreira De. IV. Santos, Verônica Veira Dos.
CDD 918.7

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422


APRESENTAÇÃO

Neste manual do professor, você receberá orientações para o trabalho com a metodo-
logia e conceitos da Geografia, bem como os processos de alfabetização e de avaliação.
Contextualiza-se, assim, como as normativas da BNCC são implementadas. Na coleção,
as atividades, tópicos, temas e subtemas são acompanhados de orientações e sugestões
de sequência didática para o professor, para proporcionar as melhores condições para um
trabalho docente comprometido e reflexivo.
Esta coleção tem como proposta principal o respeito ao processo de desenvolvimento da
criança e a compreensão das expectativas necessárias para a sua inserção nessa importante
etapa da escolarização. Os cinco volumes da obra trabalham com os estudantes a partir
de um processo pedagógico que vai da autoidentificação como criança, estudante e cida-
dão, a um processo de reconhecimento da relação com as outras pessoas que os cercam,
ressaltando a importância do respeito às diferenças, para, enfim, situá-los no mundo mais
amplo que eles habitam. A coleção, em cada um dos seus volumes, apresenta, portanto,
as seguintes reflexões: eu comigo, eu com o outro e eu com o mundo.
Por isso, alguns temas são abordados ao longo dos cinco volumes, a fim de propor esse
movimento que vai do autorreconhecimento à identificação de seu lugar no mundo. Esses
temas são:
• A vida em família, respeitando as diferentes configurações familiares;
• A vida na escola, em que as crianças são levadas a compreender o seu papel como es-
tudante, refletindo sobre direitos e deveres;
• A vida em comunidade, em que se propõe abrir-se para as diferenças, as mudanças e
a vida cidadã;
• Por fim, a vida em seu município, unidade federativa e país, refletindo sobre a diversi-
dade da população brasileira e suas desigualdades.
Professor, esperamos por meio deste manual auxiliar e contribuir com o processo de
ensino e aprendizagem na sala de aula.
Bom trabalho!
Os autores
SUMÁRIO

ORIENTAÇÕES GERAIS ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS


Fundamentação pedagógica UNIDADE 1: O lugar onde vivemos ...... 30
e a BNCC ............................................................... 5 Capítulo 1 – O bairro onde eu vivo ...................... 32
A proposta didático-pedagógica ................................... 5 Capítulo 2 – Espaços públicos e privados ............. 45
O estudo da Geografia ............................................... 6 Capítulo 3 – Espaços públicos de convivência ...... 51
Conceitos fundamentais da Geografia ....................... 7
Princípios do raciocínio geográfico ............................ 8 UNIDADE 2: O município
Objetivos do ensino de Geografia para onde vivemos ................... 58
os anos iniciais do ensino fundamental ..................... 9 Capítulo 4 – A vida na cidade e no campo ........... 60
Competências gerais da educação básica .................. 9 Capítulo 5 – Diferentes formas de cidades ........... 68
Competências específicas de Ciências Humanas Capítulo 6 – L ugares de cultura brasileira ............ 75
para o ensino fundamental ..................................... 10
Competências específicas de Geografia para UNIDADE 3: As paisagens e suas
os anos iniciais do ensino fundamental .................. 11 transformações ................ 82
Habilidades de Geografia para o 3o ano Capítulo 7 – As paisagens .................................... 84
dos anos iniciais do ensino fundamental ................ 12 Capítulo 8 – Paisagem natural
e paisagem cultural .......................... 92
Propostas avaliativas e pedagógicas .... 13
Capítulo 9 – P ovos e comunidades tradicionais
Avaliação no processo educacional ........................ 13 do Brasil ........................................... 99
Avaliação diagnóstica .............................................. 14
Avaliação formativa ................................................. 14 UNIDADE 4: O meio ambiente e a
Avaliação de resultado ............................................. 15 importância da água ...... 110
As avaliações em larga escala .................................. 15 Capítulo 10 – Conservação do
meio ambiente ............................. 112
O Programa Nacional de Alfabetização (PNA) ......... 16
Capítulo 11 – Como cuidar bem
O trabalho com os Temas das nossas águas ......................... 120
Contemporâneos Transversais (TCTs) ....................... 18
Capítulo 12 – O
 s rios e suas águas .................... 129
A estrutura dos volumes da coleção ....................... 21

Referências bibliográficas ..................... 23 Referências bibliográficas ............... 136


UNDA M E N TAÇ ÃO PE DAGÓGICA
F
E A BNCC

A proposta didático-pedagógica textos e informações complementares, além


“É o sonho que obriga o homem a pensar.” da indicação de material audiovisual de apoio
Milton Santos, geógrafo brasileiro para o professor. Com isso, apresenta-se um
material atrativo que atenda às necessidades
Nesta coleção, voltada aos estudantes dos
dos estudantes e um apoio seguro e aprofun-
anos iniciais do ensino fundamental, alinha-se
dado para o professor.
às proposições da BNCC, pautando-se nas
competências gerais e específicas do com- Na abertura de cada uma das unidades
ponente curricular. que compõem os volumes da coleção, o
Na BNCC, competência é definida como a mo- professor já é orientado a realizar um le-
bilização de conhecimentos (conceitos e proce- vantamento de conhecimentos prévios dos
dimentos), habilidades (práticas, cognitivas e so- estudantes, ao mesmo tempo que é apre-
cioemocionais), atitudes e valores para resolver
sentado às questões que serão trabalhadas
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
naquele momento. Assim, pode-se realizar
exercício da cidadania e do mundo do trabalho
(BRASIL, 2016, p. 8). um diálogo mais estreito entre a realidade
dos estudantes e seus saberes, de acordo
Proporciona-se, assim, ao professor um
com a família e a comunidade em que vivem,
alinhamento mais estreito ao que propõe
e as habilidades específicas de Geografia.
este documento que indica um conjunto
de aprendizagens essenciais para os estu- A coleção também desenvolve, ao longo
dantes brasileiros, que devem ser desenvol- dos volumes, as competências socioemocio-
vidas ao longo dos anos iniciais do ensino nais, cuja indicação é feita ao professor ao
fundamental. Desse modo, a proposta da longo deste livro. Nesse sentido, nas ativi-
coleção é garantir uma transposição das dades propostas, os estudantes são condu-
normativas estabelecidas pela BNCC para a zidos, pelo professor, a momentos em que
sala de aula. Para isso, trabalha-se com uma podem trabalhar com competências como:
metodologia que promove um alinhamento • Foco
entre os princípios do raciocínio geográfico,
• Responsabilidade
as habilidades específicas de Geografia para
os anos iniciais e a consolidação de apren- • Iniciativa social
dizagens e experiências voltadas à alfabe- • Empatia
tização e ao aprendizado de componentes
• Respeito
essenciais da Geografia.
• Confiança
Esta coleção trabalha com uma série de
recursos que ampliam essa proposta didáti- • Autoconfiança
ca, como: mapas, gráficos, tabelas, imagens, • Curiosidade de aprender
5
Por fim, tomando como princípio a im- O estudo da Geografia
portância do foco na alfabetização e em
sua consolidação nos anos iniciais do en- O estudo de Geografia nos anos iniciais
sino fundamental, conforme previsto no do ensino fundamental deve, entre outras
Plano Nacional de Alfabetização, a cole- coisas, ser capaz de propiciar ao mesmo
tempo uma leitura do mundo, a partir dos
ção apresenta uma série de atividades e
referenciais geográficos, e uma alfabeti-
tópicos em que são trabalhados os com-
zação cartográfica, desenvolvendo com
ponentes essenciais da leitura, da escrita,
os estudantes a habilidade de leitura e in-
da oralidade e da Matemática, identifica-
terpretação de mapas. O mapa é uma das
dos ao professor como literacia e numera-
mais antigas formas de comunicação grá-
cia. Um desdobramento importante desse
fica (OLIVEIRA, 2018).
processo são as atividades de literacia fa-
miliar, momentos em que os estudantes Segundo Helena Callai (2005), a alfabe-
são orientados a convidar os familiares tização cartográfica é fundamental para a
a engajar-se em sua formação, trazendo aprendizagem em Geografia, devendo ocor-
conhecimentos próprios da família e da rer, portanto, desde os anos iniciais do ensi-
comunidade. Assim, por meio de pesqui- no fundamental. Considerando que o mapa
sas e realização de tarefas que envolvam é uma representação do espaço vivido, as
componentes de literacia e numeracia, crianças devem, portanto, também ser ca-
a participação dos familiares ou das pes- pazes, segundo Callai, de criar os próprios
soas do convívio das crianças é solicitada mapas. Quando desenham os próprios ma-
para enriquecer a formação e potenciali- pas, a partir das próprias referências de seu
espaço vivido, as crianças ampliam seu re-
zar a própria discussão das atividades em
pertório de habilidades para a leitura carto-
sala de aula.
gráfica em diferentes contextos. No ensino
Dessa maneira, ao se trabalhar com e estudo da Geografia, portanto, a leitura
o raciocínio geográfico como leitura do cartográfica e a compreensão dos espaços,
mundo, a partir de alguns princípios apre- a partir dos referenciais geográficos, são ha-
sentados a seguir, consolidam-se também bilidades essenciais:
a literacia e a numeracia. Estabelece-se, Ao ler o espaço, a criança estará lendo a sua
assim, uma relação recíproca em que o própria história, representada concretamente pelo
desenvolvimento das habilidades de Ge- que resulta das forças sociais e, particularmen-
te, pela vivência de seus antepassados e dos gru-
ografia orienta o processo de alfabetiza- pos com os quais convive atualmente (CALLAI,
ção, enquanto esta, por sua vez, permite, 2005, p. 237). Disponível em: <https://doi.
justamente, a ampliação do repertório do org/10.1590/S0101-32622005000200006>.
estudante para que, assim, tenha melho- Acesso em: 17 jul. 2021.
res condições de desenvolver o raciocínio O trabalho com mapas e com a alfabeti-
geográfico, que lhe proporcionará uma zação cartográfica nos anos iniciais do en-
compreensão mais rica e diversificada do sino fundamental deve, portanto, trabalhar
mundo em que vive. sob diferentes perspectivas:
6
a) O uso cotidiano dos mapas – quan- É importante salientar que para todos os
do o professor usa como recurso constante a volumes, os trabalhos aqui assinalados deverão
localização das discussões de temas geográ- ser articulados com componentes essenciais da
ficos nos mapas, trabalhando o vocabulário alfabetização, a partir da sensibilização para
cartográfico e seus diversos símbolos, que se o reconhecimento de aspectos específicos da
ralacionam entre si, como a escala, a represen- Geografia, dentre eles, as diferentes formas de
tação gráfica e a interpretação de legendas, representação da paisagem e lugares de vivên-
isso contribui para ampliar a alfabetização car- cia dos estudantes, os princípios de localização
tográfica para o desenvolvimento das habilida- e posição de objetos (frente, trás, esquerda,
des previstas para os estudantes naquele ano. direita, dentro, fora), bem como as diferentes
b) Os mapas virtuais – para que o estu- visões (vertical, frontal e oblíqua), o uso de ma-
dante possa ampliar a sua visão espacial, é pas e fotografias como representação dos es-
importante que seja realizado um trabalho paços de vivência, a construção das paisagens
com imagens aéreas e de satélites, por meio e culturas ao lontgo do tempo, entre outros.
de sites (Google Maps) e programas (Goo-
Questões mais específicas sobre o Política Na-
gle Earth) que possibilitem à turma visualizar
cional de Alfabetização serão tratados mais a
mapas e fotografias para serem analisados e
frente neste manual.
comparados com outros tipos de representa-
ções, inclusive as produzidas pelos estudantes.
Os mapas virtuais criados por essas ferramen- Conceitos fundamentais
tas possibilitam uma maior mobilidade de da Geografia
observação em diferentes sentidos, rotacio-
nar imagens, alterar a escala, a localização, a Espaço geográfico
perspectiva (passear pelas ruas) e os símbolos, O espaço geográfico é o objeto de estudo
para melhor compreensão dos estudantes. da Geografia. Trata-se do espaço construído
c) A produção própria de mapas – os pela interação do ser humano com a nature-
estudantes devem ser levados, nas diferentes za. O ser humano modifica e constrói o es-
atividades propostas nesta coleção, a inter- paço geográfico por meio da exploração dos
pretar e produzir as próprias representações recursos da natureza, de suas construções e
do espaço. Assim, eles conseguem trabalhar relações sociais. Os fenômenos da natureza
com a representação espacial, ampliando a também atuam sobre o espaço, formando
compreensão da comunicação cartográfica.
diferentes paisagens e gerando influências
A BNCC diz: sobre as atividades e ocupações humanas.
O estudo da Geografia permite atribuir sentidos às di-
nâmicas das relações entre pessoas e grupos sociais, e
Lugar
destes com a natureza, nas atividades de trabalho e la-
zer. É importante, na faixa etária associada a essa fase O lugar representa o espaço percebido e
do ensino fundamental, o desenvolvimento da capaci-
dotado de significados particulares. Trata-se
dade de leitura por meio de fotos, desenhos, plantas,
maquetes e as mais diversas representações. Assim, os
do espaço onde os seres humanos têm certa
alunos desenvolvem a percepção e o domínio do espaço familiaridade, sentimentos, vínculos e, por-
(BRASIL, 2016, p. 367). tanto, uma percepção própria.
7
Território Os princípios do raciocínio geográfico são:
Território diz respeito a uma dimensão Analogia
política do espaço, delimitado por frontei-
Um fenômeno geográfico sempre é com-
ras que podem ser naturais, econômicas ou
parável a outros. A identificação das seme-
sociais, determinadas a partir de relações
lhanças entre fenômenos geográficos é o
de poder.
início da compreensão da unidade terrestre.
Região Conexão
Região diz respeito a uma unidade es- Um fenômeno geográfico nunca acontece
pacial com predominância de determinadas isoladamente, mas sempre em interação com
características, que podem ser mais natu- outros fenômenos próximos ou distantes.
rais ou humanas, referindo-se a composições
econômicas, sociais, culturais e políticas. Diferenciação
É a variação dos fenômenos de interesse
Paisagem
da geografia pela superfície terrestre (por
Paisagem é a configuração espacial que exemplo, o clima), resultando na diferença
é percebida pelos sentidos humanos (visão, entre áreas.
olfato, audição e tato). As paisagens con-
tam-nos histórias da ação natural e humana, Distribuição
ao longo do tempo, sobre o espaço ocupado Exprime como os objetos se repartem
e percebido. Por isso, as paisagens dividem- pelo espaço.
-se em naturais e antrópicas, as que foram
construídas pela ação da natureza e as que Extensão
se formaram pela ação humana. Espaço finito e contínuo delimitado pela
ocorrência do fenômeno geográfico.
Princípios do raciocínio geográfico Localização
Para que os estudantes possam fazer uma Posição particular de um objeto na super-
leitura do mundo em que vivem, é importan- fície terrestre. A localização pode ser absolu-
te estimulá-los espacialmente, desenvolven- ta (definida por um sistema de coordenadas
do o raciocínio geográfico. Em concordância geográficas) ou relativa (expressa por meio
com a BNCC: de relações espaciais topológicas ou por in-
O raciocínio geográfico, uma maneira de exercitar terações espaciais).
o pensamento espacial, aplica determinados princí-
pios para compreender aspectos fundamentais da Ordem
realidade: a localização e a distribuição dos fatos e
Ordem ou arranjo espacial é o princípio ge-
fenômenos na superfície terrestre, o ordenamento
territorial, as conexões existentes entre componen- ográfico de maior complexidade. Refere-se ao
tes físico-naturais e as ações antrópicas (BRASIL, modo de estruturação do espaço de acordo com
2021, p. 359). as regras da própria sociedade que o produziu.
8
Objetivos do ensino de as suas memórias e marcas do passado
Geografia para os anos iniciais vivenciadas em diferentes lugares; e, à
medida que se alfabetizem, ampliem a
do ensino fundamental sua compreensão do mundo.
• Ampliar a experiência dos estudantes • Refletir sobre os processos e técnicas
com o espaço e o tempo, por meio de construtivas e o uso de diferentes ma-
atividades, proporcionando e aprofun- teriais produzidos pelas sociedades em
dando conhecimentos sobre si mesmos diversos tempos.
e sua comunidade.
• Reconhecer a relação e a interação do com-
• Reconhecer e identificar as relações étni- ponente de Geografia com as demais áreas
co-raciais da sua comunidade, respeitan- do conhecimento e com os Temas Contem-
do os diferentes contextos socioculturais. porâneos Transversais.
• Estimular e desenvolver as relações espa- • Utilizar diferentes fontes textuais, docu-
ciais topológicas, projetivas e euclidianas, mentais e imagéticas na leitura e na com-
além do raciocínio geográfico, fundamen- preensão do espaço geográfico.
tais para o processo da alfabetização car-
• Desenvolver, nos estudantes, as noções
tográfica e a aprendizagem com as várias
relativas à percepção do meio físico na-
linguagens (formas de representação e
tural e de seus recursos.
pensamento espacial).
• Reconhecer que as diferentes comuni-
• Desenvolver o pensamento espacial e o
dades transformam a natureza tanto em
raciocínio geográfico para a resolução de
relação às inúmeras possibilidades de uso
problemas de Geografia e de outras áreas
quanto aos impactos socioambientais.
do conhecimento, utilizando os princípios
de analogia, conexão, diferenciação, dis-
tribuição, extensão, localização e ordem.
Competências gerais da
educação básica
• Proporcionar a alfabetização cartográfi-
ca, por meio da leitura e a produção de A BNCC diz:
mapas e gráficos. Segundo a Base Nacional Comum Curricular as
aprendizagens essenciais devem concorrer para
• Ampliar o conhecimento dos estudan-
assegurar aos estudantes o desenvolvimento de
tes por meio de diferentes linguagens, dez competências gerais no decorrer da educação
como fotografias, imagens de satélites, básica que, diz o documento, “consubstanciam, no
desenhos etc. âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento”.
• Estimular os estudantes a compreender e
estabelecer interações entre sociedade e A seguir as dez competênciais gerais de-
meio físico natural. finidas no texto da BNCC.
• Possibilitar que os estudantes construam 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos histo-
sua identidade relacionando-se com o ou- ricamente construídos sobre o mundo físi-
tro (sentido de alteridade); valorizando co, social, cultural e digital para entender e
9
explicar a realidade, continuar aprendendo vida, com liberdade, autonomia, consciên-
e colaborar para a construção de uma so- cia crítica e responsabilidade.
ciedade justa, democrática e inclusiva.
7. Argumentar com base em fatos, dados e
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recor- informações confiáveis, para formular, nego-
rer à abordagem própria das ciências, in- ciar e defender ideias, pontos de vista e de-
cluindo a investigação, a reflexão, a análise cisões comuns que respeitem e promovam
crítica, a imaginação e a criatividade, para os direitos humanos, a consciência socioam-
investigar causas, elaborar e testar hipóte- biental e o consumo responsável em âmbito
ses, formular e resolver problemas e criar local, regional e global, com posicionamento
soluções (inclusive tecnológicas) com base ético em relação ao cuidado de si mesmo,
nos conhecimentos das diferentes áreas. dos outros e do planeta.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua
artísticas e culturais, das locais às mun- saúde física e emocional, compreendendo-
diais, e também participar de práticas di- -se na diversidade humana e reconhecendo
versificadas da produção artístico-cultural. suas emoções e as dos outros, com auto-
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral crítica e capacidade para lidar com elas.
ou visual-motora, como Libras, e escrita), 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução
corporal, visual, sonora e digital –, bem de conflitos e a cooperação, fazendo-se res-
como conhecimentos das linguagens ar- peitar e promovendo o respeito ao outro e
tística, matemática e científica, para se aos direitos humanos, com acolhimento e
expressar e partilhar informações, experi- valorização da diversidade de indivíduos e
ências, ideias e sentimentos em diferentes de grupos sociais, seus saberes, identida-
contextos e produzir sentidos que levem des, culturas e potencialidades, sem pre-
ao entendimento mútuo. conceitos de qualquer natureza.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias di- 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
gitais de informação e comunicação de for- responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
ma crítica, significativa, reflexiva e ética nas determinação, tomando decisões com base
diversas práticas sociais (incluindo as esco- em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
lares) para se comunicar, acessar e dissemi- sustentáveis e solidários.
nar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo
e autoria na vida pessoal e coletiva.
Competências específicas
de Ciências Humanas para
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivên- o ensino fundamental
cias culturais e apropriar-se de conheci-
mentos e experiências que lhe possibilitem 1. Compreender a si e ao outro como iden-
entender as relações próprias do mundo tidades diferentes, de forma a exercitar o
do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao respeito à diferença em uma sociedade
exercício da cidadania e ao seu projeto de plural e promover os direitos humanos.
10
2. Analisar o mundo social, cultural e digi- 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica
tal e o meio técnico-científico-informa- e iconográfica e diferentes gêneros textu-
cional com base nos conhecimentos das ais e tecnologias digitais de informação
Ciências Humanas, considerando suas e comunicação no desenvolvimento do
variações de significado no tempo e no raciocínio espaço-temporal relacionado a
espaço, para intervir em situações do coti- localização, distância, direção, duração, si-
diano e se posicionar diante de problemas multaneidade, sucessão, ritmo e conexão.
do mundo contemporâneo.
3. Identificar, comparar e explicar a inter- Competências específicas de
venção do ser humano na natureza e na Geografia para os anos iniciais
sociedade, exercitando a curiosidade e do ensino fundamental
propondo ideias e ações que contribu-
A BNCC diz:
am para a transformação espacial, social
Considerando esses pressupostos, e em articula-
e cultural, de modo a participar efetiva-
ção com as competências gerais da educação bá-
mente das dinâmicas da vida social. sica, a área de Ciências Humanas deve garantir
aos alunos o desenvolvimento de algumas com-
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças
petências específicas (BRASIL, 2016, p. 366).
e dúvidas com relação a si mesmo, aos ou-
tros e às diferentes culturas, com base nos 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para
instrumentos de investigação das Ciências entender a interação entre sociedade e na-
Humanas, promovendo o acolhimento e a tureza e exercitar o interesse e o espírito de
valorização da diversidade de indivíduos e investigação e de resolução de problemas.
de grupos sociais, seus saberes, identida- 2. Estabelecer conexões entre diferentes
des, culturas e potencialidades, sem pre- temas do conhecimento geográfico, re-
conceitos de qualquer natureza. conhecendo a importância dos objetos
5. Comparar eventos ocorridos simultane- técnicos para a compreensão das formas
amente no mesmo espaço e em espaços como os seres humanos fazem uso dos
variados, e eventos ocorridos em tem- recursos da natureza ao longo da história.
pos diferentes no mesmo espaço e em 3. Desenvolver autonomia e senso crítico para
espaços variados. compreensão e aplicação do raciocínio ge-
ográfico na análise da ocupação humana e
6. Construir argumentos, com base nos
produção do espaço, envolvendo os princí-
conhecimentos das Ciências Humanas,
pios de analogia, conexão, diferenciação,
para negociar e defender ideias e opiniões
distribuição, extensão, localização e ordem.
que respeitem e promovam os direitos
humanos e a consciência socioambiental, 4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo
exercitando a responsabilidade e o pro- uso das linguagens cartográficas e iconográ-
tagonismo voltados para o bem comum ficas, de diferentes gêneros textuais e das ge-
e a construção de uma sociedade justa, otecnologias para a resolução de problemas
democrática e inclusiva. que envolvam informações geográficas.
11
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e (EF03GE04) Explicar como os processos
procedimentos de investigação para com- naturais e históricos atuam na produção e na
preender o mundo natural, social, econô- mudança das paisagens naturais e antrópicas
mico, político e o meio técnico-científico e nos seus lugares de vivência, comparando-os
informacional, avaliar ações e propor per- a outros lugares.
guntas e soluções (inclusive tecnológicas)
(EF03GE05) Identificar alimentos, mine-
para questões que requerem conhecimen-
rais e outros produtos cultivados e extraídos
tos científicos da Geografia.
da natureza, comparando as atividades de
6. Construir argumentos com base em trabalho em diferentes lugares.
informações geográficas, debater e (EF03GE06) Identificar e interpretar ima-
defender ideias e pontos de vista que gens bidimensionais e tridimensionais em di-
respeitem e promovam a consciência ferentes tipos de representação cartográfica.
socioambiental e o respeito à biodiver-
sidade e ao outro, sem preconceitos de (EF03GE07) Reconhecer e elaborar legen-
qualquer natureza. das com símbolos de diversos tipos de repre-
sentações em diferentes escalas cartográficas.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito,
autonomia, responsabilidade, flexibilida- (EF03GE08) Relacionar a produção de
de, resiliência e determinação, propondo lixo doméstico ou da escola aos problemas
ações sobre as questões socioambientais, causados pelo consumo excessivo e cons-
com base em princípios éticos, democrá- truir propostas para o consumo consciente,
ticos, sustentáveis e solidários. considerando a ampliação de hábitos de re-
dução, reúso e reciclagem/descarte de ma-
teriais consumidos em casa, na escola e/ou
Habilidades de geografia para no entorno.
o 3o ano dos anos iniciais do (EF03GE09) Investigar os usos dos recursos
ensino fundamental naturais, com destaque para os usos da água
A BNCC diz: em atividades cotidianas (alimentação, higie-
As habilidades expressam as aprendizagens essenciais ne, cultivo de plantas etc.), e discutir os pro-
que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes blemas ambientais provocados por esses usos.
contextos escolares. (BRASIL, 2016, p. 29)
(EF03GE10) Identificar os cuidados ne-
(EF03GE01) Identificar e comparar aspec- cessários para utilização da água na agri-
tos culturais dos grupos sociais de seus lugares cultura e na geração de energia de modo
de vivência, seja na cidade, seja no campo.  a garantir a manutenção do provimento de
(EF03GE02) Identificar, em seus lugares água potável.
de vivência, marcas de contribuição cultural (EF03GE11) Comparar impactos das ati-
e econômica de grupos de diferentes origens. vidades econômicas urbanas e rurais sobre
(EF03GE03) Reconhecer os diferentes mo- o ambiente físico natural, assim como os
dos de vida de povos e comunidades tradicio- riscos provenientes do uso de ferramentas
nais em distintos lugares. e máquinas.
12
AS
PROPOSTAS AVALIATS IV
E PEDAGÓGICA
Avaliação no processo educacional
A avaliação é um momento importante para estudantes e professores, pois é quan-
do se pode ter um panorama mais preciso sobre os percursos individuais e coletivos
em uma turma. Sendo assim, a avaliação deve pensar as aprendizagens a partir dos
seguintes procedimentos: diagnosticar, revisitar, reorientar, aperfeiçoar, planejar.
Os processos de avaliação das aprendizagens não podem ser reduzidos a uma prova.
As avaliações devem, na verdade, integrar um conjunto de instrumentos que podem
auxiliar o professor a acompanhar os percursos de aprendizagem de seus estudantes.
Os professores e estudantes são os principais atores em interação para a forma-
tação dos instrumentos avaliativos; tanto o seu processo de formulação quanto os
seus resultados devem ser compartilhados com outros atores da gestão escolar e
com os familiares dos estudantes, que devem ser corresponsáveis por esse processo
de acompanhamento.
Jussara Hoffmann (1991) afirma que a ação avaliativa deve ser capaz de estabelecer
mediações entre professores e estudantes, a fim de garantir a reorganização do saber,
que, por sua vez, permite o diálogo de repertórios deles. A avaliação deve, portanto,
compreender uma dimensão coletiva e individual.
Segundo Stefenon e Castelar (2020), em texto com reflexões a partir do ensino de
Geografia, a avaliação é fundamental para o planejamento do professor e o progresso
da aprendizagem dos estudantes:
O papel da avaliação na gestão dessas novas aprendizagens, portanto, busca ultrapassar sua perspectiva
meramente classificatória, apontando para sua função de mediação da prática educativa – em que a pro-
ximidade e o diálogo entre professor e estudantes permitem a descoberta construtiva de soluções para o
aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem –, e também na direção de efetivar seu papel
formativo e diagnóstico, permitindo o reconhecimento dos saberes prévios dos estudantes e de seus con-
textos de vida e pensamento, como também constituindo-se em um instrumento de controle dos proces-
sos de ensino e aprendizagem que indique, efetivamente, percursos mais contextualizados aos diferentes
estudantes (STEFENON; CASTELLAR, 2020, p. 15).

Com base nessa definição geral sobre os processos de avaliação, o que propomos para
esta coleção é uma avaliação formativa que se desloca de um enfoque que privilegia
principalmente os resultados para uma abordagem que direciona para o processo de
ensino e aprendizagem. Dessa maneira, ainda que ocorram momentos específicos de
avaliação, o professor deve considerar que a avaliação formativa não se resume a eles,
pois trabalha com diferentes instrumentos avaliativos.
Esta obra propõe, portanto, três grandes eixos avaliativos:
13
Avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica tem como objetivo fundamental o levantamento dos conhecimentos
prévios dos estudantes. Em outras palavras, trata-se de uma sondagem a respeito de quais ha-
bilidades, previstas para aquele determinado ano ou objeto do conhecimento, os estudantes já
desenvolveram e quais ainda precisam ser mais bem exploradas ou retomadas antes de avançar.
No caso do trabalho com o componente curricular de Geografia nessa coleção, a avaliação
diagnóstica aparece em dois momentos:
1.  Na abertura do livro, avaliando principalmente:
a)  As hipóteses sobre as habilidades previstas para aquele ano que se inicia;
b)  Os componentes essenciais da alfabetização.
2.  Na abertura de cada unidade e capítulo, a partir de uma proposição investigativa que tem
como objetivo fundamental: levantar os conhecimentos prévios a respeito das habilidades
da BNCC indicadas para aquele momento.

Avaliação formativa
Nos capítulos
A avaliação formativa tem como objetivo acompanhar o processo de ensino e apren-
dizagem. Por meio dela, acompanha-se o estudante no desenvolvimento das habilidades.
Nesta coleção, a avaliação formativa está presente em diferentes atividades que devem ser
realizadas ao longo dos capítulos e acompanhadas pelo professor. Para esse acompanha-
mento, sugerimos a seguinte tabela como instrumento de acompanhamento do processo
de aprendizagem dos estudantes:

Modelo de instrumento para acompanhamento e registro da avaliação formativa


Unidade:
Capítulo:
Atividade:
O desenvolvimento do estudante foi:
Objetos de avaliação
Insatisfatório Aceitável Avançado

Objetivo pedagógico principal do capítulo

Habilidades da BNCC trabalhadas na atividade

Envolvimento individual

Participação nas tarefas que demandam articulação


em grupo

14
Nas unidades
Ao final de cada unidade, há uma proposta de atividade avaliativa que integra os Temas
Contemporâneos Transversais da BNCC. Neste momento de encerramento de uma unida-
de e transição para a outra, os estudantes são convidados a refletir sobre os conteúdos e
habilidades trabalhados até ali.

Avaliação de resultado
A avaliação de resultado tem como objetivo, ao final de cada volume, propor uma con-
clusão em que, a partir da compreensão da avaliação como um processo de mediação entre
professores e estudantes, seja possível avaliar o desenvolvimento das habilidades espera-
das para aquele ano, conforme a BNCC. Nesta coleção, a avaliação de resultado retoma
referências da avaliação diagnóstica para que se possa averiguar o avanço esperado para
o processo de formação no referido ano. A avaliação de resultado deverá ser realizada em
três níveis:
1.  A avaliação individual de cada estudante;
2.  A avaliação coletiva;
3.  A autoavaliação dos estudantes.

As avaliações em larga escala


As avaliações de larga escala são aquelas que avaliam um grande número de estudan-
tes, organizadas por órgãos externos. O objetivo das avaliações de larga escala é fazer um
diagnóstico mais geral da educação em um país, para, assim, a partir da identificação de
avanços e fragilidades, reforçar e aperfeiçoar alguns aspectos. As avaliações de larga esca-
la são fundamentais para a proposição de políticas educacionais efetivas, que promovam
uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa. No Brasil, o órgão responsável por
organizar as avaliações de larga escala é o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira).

SAEB
Das avaliações de larga escala para a educação básica brasileira, organizadas pelo Inep,
o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) é a mais importante delas.
Os testes do Saeb são elaborados a partir de matrizes de referência. Os conteúdos associados
a competências e habilidades desejáveis para cada ano e para cada disciplina são subdivididos em
partes menores, os descritores, cada uma especificando o que os itens das provas devem medir.
Os descritores, por sua vez, traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as
operações mentais desenvolvidas pelos estudantes. Os descritores, portanto, especificam
o que cada habilidade implica e são utilizados como base para a construção dos itens de
15
diferentes disciplinas (Inep, 31/08/2020. Disponível em: <https://www.gov.br/inep/pt-br/
areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/saeb/matrizes-e-escalas>).
O Saeb trabalha com matrizes de referência e escalas de proficiência para as quatro
áreas do conhecimento do ensino fundamental: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências
da Natureza e Ciências Humanas. Para saber mais sobre o Saeb: <https://www.gov.br/inep/
pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/saeb/matrizes-e-escalas>.

PISA
Além do Saeb, o Brasil também participa de avaliações internacionais, como o PISA e o PIRLS.
O primeiro, o PISA, Programme for International Student Assessment, em português: Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes, é uma avaliação aplicada pela OCDE (Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em diferentes países do mundo, a cada três
anos, em estudantes na faixa etária dos quinze anos. Seu objetivo é avaliar três domínios prin-
cipais: leitura, matemática e ciências. Para saber mais sobre o PISA: <https://www.gov.br/inep/
pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/pisa>.

PIRLS
O PIRLS, Progress in Internacional Reading Literacy Study, em português: Estudo
Internacional de Progresso em Leitura, é um exame que avalia o nível de leitura de
estudantes do 4º ano do ensino fundamental. O PIRLS é realizado a cada cinco anos pela
IEA, Internacional Association for the Evaluation of Educational Achievement, instituição
internacional que produz avaliações sobre o desenvolvimento educacional no mundo. A
avaliação do PIRLS fundamenta-se em dois eixos: experiência literária e uso da informação.
Em 2021, o Brasil participa do PIRLS pela primeira vez, aplicando testes nos estudantes do
4º ano do ensino fundamental. Para saber mais sobre o PIRLS: <https://www.gov.br/inep/
pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/pirls>.

TIMSS
A TIMMS, Trends in International Mathematics and Science Study, em português: Ten-
dências em Estudos Internacionais em Ciência e Matemática, é outra avaliação internacional
aplicada em diversos países do mundo pela IEA, Internacional Association for the Evaluation
of Educational Achievement, a cada quatro anos. O objetivo desse exame é avaliar o conhe-
cimento em matemática e ciências de estudantes do 4º e 8º ano do ensino fundamental.
O Brasil encontra-se em tratativa para iniciar a aplicação desse exame a partir de 2023.

O Programa Nacional de Alfabetização (PNA)


Os anos iniciais do ensino fundamental são cruciais para a alfabetização e sua conso-
lidação. Por isso, o ensino de Geografia nesse nível deve estar constantemente alinhado
com essa missão, com maior ênfase no 1º e no 2º ano, considerando que esses são dois
16
anos fundamentais para o processo de alfabetização das crianças. Assim, se a Geografia
prepara para uma leitura do mundo, ela também pode e deve preparar a literacia (para
os componentes essenciais da alfabetização, ligados à leitura e à escrita) a partir de seus
conteúdos e atividades específicas.
Nesta coleção, as atividades desse componente curricular também se articulam com
princípios básicos da literacia e da numeracia. Em outras palavras, desenvolvem-se habili-
dades de Língua Portuguesa e Matemática em associação com as habilidades de Geografia
para o ano correspondente do ensino fundamental.
No Brasil, desde 2019, desenvolve-se o Plano Nacional de Alfabetização, que estabelece pa-
râmetros de conhecimentos, habilidades e atitudes que devem ser observados a fim de garantir,
por meio da literacia, a aprendizagem dos seguintes componentes básicos da alfabetização:
Consciência fonêmica – a habilidade de identificar e manipular os fonemas, os sons
isolados em palavras;
Consciência fonológica – habilidade mais geral que a fonêmica, em que se consegue
identificar e manipular também as sílabas e as palavras da linguagem falada;
Conhecimento alfabético – reconhecimento do sistema escrito alfabético, identifican-
do os nomes das letras e seus sons;
Fluência em leitura oral – habilidade de decodificar, compreender e comunicar oralmen-
te um texto, em bom ritmo e empregando corretamente a acentuação tônica das palavras;
Desenvolvimento de vocabulário – ampliação de repertório pela descoberta de novas palavras;
Compreensão de textos – habilidade de ler e decodificar a mensagem que está sendo
transmitida em texto;
Produção de escrita – habilidade de expressar-se e transmitir uma mensagem por meio
da linguagem escrita.
Para saber mais sobre o Plano Nacional de Alfabetização, acesse: <http://alfabetizacao.
mec.gov.br/>.
Nesta coleção, os componentes essenciais da alfabetização serão trabalhados em quatro
momentos principais, indicados ao professor:
a) Literacia: a literacia nos anos iniciais do ensino fundamental envolve o reconheci-
mento das linguagens como construção humana e histórica, ao mesmo tempo que traba-
lha com os componentes essenciais da alfabetização, anteriormente apresentados. Esse
é o momento em que se formam os quatro processos gerais de compreensão de leitura:
• Localizar e retirar informação explícita de textos;
• Fazer inferências diretas;
• Interpretar e relacionar ideias e informação;
• Analisar e avaliar conteúdos e elementos textuais.
17
b) Numeracia: no ensino de Geografia, o trabalho com a numeracia leva a explorar a
Matemática, a partir das competências previstas na BNCC, em especial na identificação da
Matemática como uma ciência humana que contribui para a solução de problemas cien-
tíficos e tecnológicos, impactando o mundo do trabalho.
c) Literacia familiar: o trabalho com a literacia familiar proposto nesta coleção explora
aspectos da vida em família e em comunidade. Considera-se, assim, o mundo da criança,
em sua família e comunidade, como ponto de partida fundamental do trabalho pedagó-
gico no ensino de Geografia e no processo de consolidação da alfabetização. A realidade
do estudante é levada em consideração, tomando como referências suas vivências mais
imediatas, com a família e na comunidade em que vive.
d) Atividades orais: nestas, explora-se a oralidade dos estudantes, desenvolvendo a
fluência em leitura oral, bem como a capacidade de argumentar, debater e defender ideias.

O trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs)


Esta coleção trabalha com os Temas Contemporâneos Transversais da BNCC. Os TCTs
suscitam questões importantes da sociedade atual, que auxiliam no trabalho com uma
série de competências socioemocionais.
Ao contextualizar o que é ensinado em sala de aula juntamente com os temas contemporâneos, espera-se au-
mentar o interesse dos estudantes durante o processo e despertar a relevância desses temas no seu desenvol-
vimento como cidadão. O maior objetivo dessa abordagem é que o estudante conclua a sua educação formal
reconhecendo e aprendendo sobre os temas que são relevantes para sua atuação na sociedade (BRASIL,
2019, p. 4).
A partir de perspectivas intradisciplinares, quando habilidades de um mesmo compo-
nente curricular são relacionadas, e interdisciplinares, quando habilidades de diferentes
componentes curriculares são relacionadas, os Temas Contemporâneos Transversais na
BNCC trabalham a partir de seis temas, e seus respectivos subtemas:

Multiculturalismo
• Diversidade cultural
• Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e cultu-
rais brasileiras

Meio ambiente
• Educação ambiental
• Educação para o consumo

Ciência e tecnologia
• Ciência e tecnologia
18
Economia
• Trabalho
• Educação financeira
• Educação fiscal

Cidadania e civismo
• Vida familiar e social
• Educação para o trânsito
• Educação em direitos humanos
• Direitos da criança e do adolescente
• Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Saúde
• Saúde
• Educação alimentar e nutricional
A Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental desenvolve justamente como com-
ponente fundamental de seu currículo os temas apresentados. Dessa maneira, ao longo
dos cinco volumes, os estudantes refletem sobre temas contemporâneos em associação
com conceitos fundamentais de Geografia, explorando, entre outras, as seguintes ques-
tões contemporâneas:
• a diversidade cultural da população brasileira;
• o uso sustentável de recursos naturais, como a água;
• a ciência e a tecnologia no cotidiano do mundo da produção e na organização do espaço;
• o mundo do trabalho e suas transformações; a participação cidadã na comunidade
onde vive.

Geografia, ciência e tecnologia no 3o Ano


Ciência e Tecnologia compõem um tópico fundamental para o entendimento do mun-
do atual e das rápidas transformações pelas quais passamos. Uma parcela dessa inovação
tecnológica que está presente em nosso cotidiano possui relação intrínseca com o conhe-
cimento geográfico. Este é o caso dos mapas digitais e dos sistemas de geolocalização
por satélite, como os GPSs. A tecnologia integra e transforma a relação entre campo e
cidade. Um smartphone, por exemplo, permite que a vida no campo não seja mais tão
distante da vida na cidade. Da mesma forma, a partir da cidade, é possível acessar infor-
mações e produtos diretamente do campo. Além disso, a ciência e a tecnologia dizem
19
respeito a saberes diversos da ciência, mas também das comunidades tradicionais, con-
forme discutido neste volume. Não esqueçamos, por fim, da importância da ciência e da
tecnologia para a preservação do meio ambiente e, especificamente neste volume, para
a despoluição dos rios e cursos d’água. 
Milton Santos (2006), em sua importante contribuição para a geografia brasileira e
mundial, sempre destacou a importância da técnica como organizadora da relação do
homem com a natureza e o espaço.
É por demais sabido que a principal forma de relação entre o homem e a natureza, ou melhor, entre o
homem e o meio, é dada pela técnica. As técnicas são um conjunto de meios instrumentais e sociais, com
os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço. Essa forma de ver a técnica
não é, todavia, completamente explorada (SANTOS, 2006, p. 16).

As atividades da seção Descobrindo a ciência e a tecnologia que encerram cada uma


das unidades deste volume, com uma perspectiva integradora, reflexiva e de proposição
de uma ação social e cidadã, baseiam-se no princípio, segundo Sônia Carneiro (1993), de
que o ensino de geografia pode contribuir para o desenvolvimento atitudinal do educando,
por meio de uma ampliação de repertórios, integrando interdisciplinarmente habilidades
de diferentes componentes curriculares. Acredita-se que um aprofundamento da reflexão
sobre o papel da ciência e da tecnologia em nossa vida pode proporcionar ao estudante
uma nova postura de valorização da produção do conhecimento para a inovação tecnoló-
gica e a melhoria da qualidade de vida.
Carneiro destaca que o interesse do estudante ao observar o meio em que vive auxilia
no desenvolvimento e conscientização dos problemas sociais, ambientais e políticos. For-
mando sujeitos mais conscientes e participativos que se tornam agentes transformadores
da sociedade em que estão inseridos.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, conforme os objetos do conhecimento e habi-
lidades previstos na BNCC para o 3º ano, o tema da ciência e da tecnologia, com os estu-
dantes, deve passar pela análise da interdependência entre campo e cidade, das questões
ambientais, das novas tecnologias da informação e da comunicação que introduzem a
geolocalização no cotidiano, mas sem esquecer os conhecimentos produzidos pelas comu-
nidades tracionais sobre uma relação mais sustentável com a natureza. Assim, como Tema
Contemporâneo Transversal da BNCC, ciência e tecnologia despontam neste livro como
uma perspectiva interdisciplinar de articulação de diferentes conteúdos do componente
curricular da Geografia com a vida cotidiana e cidadã dos estudantes. 

20
Neste volume, o tema da ciência e tecnologia, é abordado, portanto, em dois momen-
tos principais:
1) Em uma seção que fecha cada unidade, intitulada: Descobrindo a ciência e a tec-
nologia, na qual os estudantes realizam uma atividade de reflexão e investigação
sobre a importância desta temática para o mundo atual. As atividades articulam ha-
bilidades do componente curricular de Geografia com questões próprias do campo
da ciência e tecnologia.
2) Ciência e tecnologia também são tratadas de forma transversal e integradora ao
longo de todo o volume, trabalhando competências gerais da BNCC e habilidades
do componente curricular de Geografia. 

A estrutura dos volumes da coleção


Cada volume da coleção compõe-se por 4 unidades com 3 capítulos cada, totalizando
12 capítulos. Todos os volumes começam com uma proposta de avaliação diagnóstica inicial
para aquele ano. As unidades iniciam-se com uma atividade de motivação e sensibilização
ao tema que nela será tratado.
Os capítulos, por sua vez, trazem uma proposta de atividade diagnóstica de abertura,
com uma proposição investigativa e provocativa, a fim de levantar conhecimentos prévios
e hipóteses. Eles possuem atividades para serem desenvolvidas individualmente, em pe-
quenos grupos e em debates e compartilhamentos com toda a turma.
Os capítulos são compostos ainda pelas seguintes seções: Ampliando conhecimentos e
Você Sabia? Na primeira, trabalha-se com a ampliação temática, por meio de propostas de
atividades mais gerais, de intervenção ou de interdisciplinaridade. Na segunda, proporcio-
na-se aos estudantes conhecimentos adicionais sobre o que é abordado naquele capítulo.
Cada unidade é fechada como uma atividade que trabalha, ao mesmo tempo, com
duas perspectivas:
1) uma avaliação formativa, que recapitula as principais questões trabalhadas naquela
unidade, analisando o percurso dos estudantes até aquele momento;
2) uma proposta de investigação ou intervenção ligada ao Tema Contemporâneo
Transversal que orienta cada volume.

21
Neste volume a evolução sequencial dos conteúdos é sugerida para ocorrer no
seguinte cronograma:

1º bimestre 2º bimestre

Unidade 1 – O lugar onde vivemos Unidade 2 – O município onde vivemos

Avaliação diagnóstica do volume e apresentação da


1ª semana Apresentação da unidade e capítulos
unidade e capítulos

2ª semana Capítulo 1 – O bairro onde eu vivo Capítulo 4 – A vida na cidade e no campo

3ª semana Capítulo 1 – O bairro onde eu vivo Capítulo 4 – A vida na cidade e no campo

4ª semana Capítulo 2 – Espaços públicos e privados Capítulo 5 – Diferentes formas de cidades

5ª semana Capítulo 2 – Espaços públicos e privados Capítulo 5 – Diferentes formas de cidades

6ª semana Capítulo 3 – Espaços públicos de convivência Capítulo 6 – Lugares de cultura brasileira

7ª semana Capítulo 3 – Espaços públicos de convivência Capítulo 6 ­– Lugares de cultura brasileira

Avaliação formativa de encerramento da primeira Avaliação formativa de encerramento da segunda


8ª semana
unidade unidade

3º bimestre 4º bimestre

Unidade 4 – O meio ambiente e a importância da


Unidade 3 – As paisagens e suas transformações
água

1ª semana Apresentação da unidade e capítulos Apresentação da unidade e capítulos

2ª semana Capítulo 7 – As paisagens Capítulo 10 – Conservação do meio ambiente

3ª semana Capítulo 7 – As paisagens Capítulo 10 – Conservação do meio ambiente

4ª semana Capítulo 8 – Paisagem Natural e paisagem Cultural Capítulo 11 – Como cuidar bem das nossas águas

5ª semana Capítulo 8 – Paisagem Natural e paisagem Cultural Capítulo 11 – Como cuidar bem das nossas águas

Capítulo 9 – Povos e comunidades tradicionais do


6ª semana Capítulo 12 – Os rios e suas águas
Brasil

Capítulo 9 – Povos e comunidades tradicionais do


7ª semana Capítulo 12 – Os rios e suas águas
Brasil

Avaliação Formativa de encerramento da terceira Avaliação Formativa de encerramento da quarta


8ª semana
unidade unidade

22
BIBLIOGR AFIA

AB’SABER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo:
Ateliê Editorial,2003.
Aziz Ab’Sáber foi um importante geógrafo brasileiro, que se dedicou ao estudo das paisagens e
das questões ambientais no país. O livro aborda as grandes paisagens brasileiras e sua importância
ecológica. O autor destaca a riqueza do território natural brasileiro, por abrigar uma grande
diversidade de paisagens e ecologias do mundo tropical.
ADAMS, Marilyn; FOORMAN, Barbara; LUNDBERG, Ingvar; BEELER, Terri. Consciência fonológica em
crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005.
Neste livro, as autoras destacam a importância da consciência fonológica para o processo de
aprendizagem da leitura e da escrita. O livro conta com propostas de atividades e sugestão de
materiais para os educadores e outros profissionais.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura.Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: Propostas de
Práticas de Implementação, Brasil, 2019.
CALLAI, Helena Copetti. Educação geográfica para a formação cidadã. Revista de Geografia
Norte Grande, n. 70, 2018. Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/pdf/rgeong/n70/0718-3402-
rgeong-70-00009.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2021.
Artigo em que a geógrafa Helena Callai discute como o ensino de Geografia pode contribuir para
uma formação cidadã, a partir de um trabalho com a noção de espaço e com o próprio lugar que o
estudante habita.
     . Aprendendo a ler o mundo: a Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental.
Cadernos Cedes, vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/
ccedes/v25n66/a06v2566.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2021.
Artigo em que a geógrafa Helena Callai argumenta a favor da Geografia nos anos iniciais do ensino
fundamental como um componente curricular que pode proporcionar uma leitura específica do mundo.
CARNEIRO, Sônia. Importância educacional da Geografia. Educar em Revista, n. 9, p. 121-125, 1993.
Artigo em que a autora discute a importância do ensino de Geografia para o desenvolvimento de uma
prática cidadã entre os estudantes, por meio do trabalho de ampliação de repertórios atitudinais.
CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um conceito chave da Geografia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C.;
CORRÊA, R. L. (Orgs.) Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000, p. 15-47.
Roberto Lobato Corrêa discute o conceito de espaço na Geografia, a partir das diferentes correntes
teóricas, nesse campo de estudo.
HARVEY, David. O espaço como palavra-chave. Em Pauta, Rio de Janeiro, v. 13, n. 35, p. 126-52, 2015.
Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/view/18625>.
Acesso em: 7 mar. 2021.
Artigo em que o geógrafo britânico David Harvey aborda a centralidade da categoria espaço, a partir
de conceitos como espaço percebido, vivido e concebido.
23
HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação e construção do conhecimento. Educação e Realidade, v. 16, n. 2, p.
53-58, Porto Alegre, 1991. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/3057>.
Acesso em: 7 mar. 2021.
Artigo em que Jussara Hoffmann discute a importância da avaliação como instrumento de mediação
entre educadores e educandos.

MARTINS, Maíra; CAPELLINI, Simone. Relação entre fluência de leitura oral e compreensão
de leitura. CoDAS, 2019, 31 (1), p. 1-8. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/codas/a/
ghNL5wkkLdLL9f5ZMbDbTkb/?lang=pt&format=pd>. Acesso em: 7 mar. 2021.
Neste artigo, as autoras pesquisam a importância do desempenho na fluência em leitura oral para a
compreensão de textos nos anos iniciais do ensino fundamental. Entre os resultados da investigação,
aponta-se como a taxa de leitura apresenta relação com a compreensão de leitura nos anos iniciais do
ensino fundamental.

OLIVEIRA, Cêurio de. Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro: IBGE, 2008.
Livro clássico em que se discute a história e a noção de cartografia moderna.

ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2001.
Livro organizado por Jurandyr Ross que traz a contribuição de importantes geógrafos sobre temas
fundamentais da área, como natureza, ambiente, território, paisagem e geopolítica. O livro trata do
contexto brasileiro.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
Milton Santos é o mais importante geógrafo brasileiro. Neste livro, ele discute o espaço geográfico sob
diferentes aspectos, como a evolução das técnicas e as noções de objeto e de ação.

     . Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teórico e metodológico da geografia.


São Paulo: Hucitec, 1988.
O autor discute o papel da geografia no mundo contemporâneo, a partir de conceitos-chaves da
Geografia, como paisagem, território, espaço habitado e mesmo globalização.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa socioespacial. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2013, p.235-60.
Neste livro, Marcelo Lopes de Souza discute a categoria espaço, a partir das relações sociais que a
constituem, mas que também são constituídas por ele.

24
oc lecao

ANO
EU GOSTO − GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL − ANOS INICIAIS
RA
ARBOSA PEREI E
ALEXANDRE B O QU
SANTOS TARD
CAMILA DOS
RA DE SOUZA
MARLI FERREI TOS
IRA DOS SAN
VERÔNICA VIE

ALEXANDRE BARBOSA PEREIRA


DOUTOR EM ANTROPOLOGIA SOCIAL PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP),
GRADUADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS PELA MESMA UNIVERSIDADE. PROFESSOR ADJUNTO PELO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP).

CAMILA DOS SANTOS TARDOQUE


PÓS GRADUADA EM EDUCAÇÃO BILÍNGUE PELO INSTITUTO SINGULARIDADES E LÍNGUA E
LITERATURA INGLESA PELA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. GRADUADA EM LETRAS
PELA MESMA UNIVERSIDADE E PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO. PROFESSORA
NA REDE PARTICULAR DE ENSINO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I.

MARLI FERREIRA DE SOUZA


GRADUADA EM PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). MESTRE EM
EDUCAÇÃO PELA MESMA UNIVERSIDADE, NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: “ESTADO,
SOCIEDADE E EDUCAÇÃO”. PROFESSORA NA REDE PARTICULAR DE ENSINO FUNDAMENTAL I.

VERÔNICA VEIRA DOS SANTOS


GRADUADA EM GEOGRAFIA PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
(PUC-SP) E EM PEDAGOGIA PELA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL. PROFESSORA DO ENSINO
FUNDAMENTAL NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO E DE ENSINO MÉDIO NA
REDE PARTICULAR.

1a edição • São Paulo • 2021

25
Coleção Eu gosto: Geografia
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
Todos os direitos reservados © 2021 Editora BMH Eireli.

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Wagner Bocianoski Joaquim

Diretor Editorial
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Coordenação Geral 1a edição • São Paulo • 2021


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E87 Eu gosto: Geografia: 3º ano / Alexandre Barbosa Pereira... [et al.]. –
Tofu Ilustras São Paulo, SP: BMH, 2021. – (Eu Gosto. Geografia; v. 3)

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ISBN 978-65-84501-03-4 (Aluno)
Giliard Andrade ISBN 978-65-84501-04-1 (Professor)
Lais Dantas
1. Geografia (Ensino fundamental – Estudo e ensino. I. Pereira,
Alexandre Barbosa. II. Tardoque, Camila Dos Santos. III. Souza,
Marli Ferreira De. IV. Santos, Verônica Veira Dos.
CDD 918.7

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

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Contato: (31) 9 8837-8378 | contato@edocbrasil.com.br
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Caro estudante,
Neste livro vamos iniciar uma nova jornada pelo mundo da
Geografia. A Geografia é uma ciência que nos ajuda a compreender
quem somos, como é o lugar em que vivemos e como o mundo é
diferente em diferentes tempos e lugares.
Faremos muitas descobertas sobre a sua família, a sua casa, o
seu bairro, a sua cidade, o seu estado e o seu país.
Esta coleção vai apresentar a você muitas perguntas sobre o
mundo e ajudá-lo(a) a respondê-las.
Você sabia que a natureza, o dia e a noite e as estacoes do ano
interferem no nosso dia a dia? De onde veio a sua família e como as
crianças em diferentes tempos e lugares vivem?
Vamos aprender também muitas coisas novas sobre
o nosso país e sobre as suas diferentes regiões e paisagens,
sobre como a ciência e a tecnologia transformaram o mundo, a
comunicação e os transportes e porque é tão importante proteger o
meio ambiente.
A Geografia pode nos ajudar a compreender o mundo e a
descobrir como podemos deixar ele um lugar melhor!
Vamos começar? Seja bem-vindo ao mundo da Geografia!

27
UNIDADE 1 UNIDADE 2
Capítulo 1 Capítulo 4
O bairro onde eu vivo ................. 8 A vida na cidade e no campo ... 36
Qual é a sua origem? .................... 10 O rato do campo e
Conhecendo a história e o rato da cidade ............................ 38
a cultura do bairro ........................ 12 Ampliando conhecimento –
Ampliando conhecimento – Modos de vida ...................................... 41
Investigando o bairro onde vivemos. .... 13
Os diferentes pontos de vista ....... 18 Capítulo 5
Do tridimensional para Diferentes formas de cidades .. 44
o bidimensional ............................. 19
Formação das cidades ................... 45
Capítulo 2 Do campo para a cidade ............... 47
Espaços públicos e privados ..... 21 Ampliando conhecimento –
Problemas na cidade ............................. 49
Identificando os espaços ............... 22
Brincando com legendas .............. 23
Ampliando conhecimento – Capítulo 6
A escola ................................................ 25 Lugares de cultura brasileira .... 51
Afinal, o que é cultura? ................ 51
Capítulo 3 Ampliando conhecimento –
Espaços públicos de Diversidade cultural do Brasil ................. 55
convivência ................................ 27 Descobrindo a ciência
Compartilhando e a tecnologia ................................ 57
espaços de convivência ................. 28
Localizando espaços
de convivência ............................... 30
Ampliando conhecimento – Vamos
planejar o espaço público! .................... 31
Descobrindo a ciência
e a tecnologia ................................ 32

28
UNIDADE 3 UNIDADE 4
Capítulo 7 Capítulo 10
As paisagens .............................. 60 Conservação do meio
Transformações nas ambiente .................................... 88
paisagens ....................................... 63 O destino do lixo ........................... 90
O Pelourinho, centro histórico 3Rs da sustentabilidade ................ 92
de Salvador .................................... 67
Ampliando conhecimento –
Brinquedos recicláveis ........................... 94
Capítulo 8
Paisagem natural e Capítulo 11
paisagem cultural ...................... 68 Como cuidar bem
Impactos das atividades das nossas águas ....................... 96
humanas na paisagem .................. 70 Os diferentes usos da água ........... 97
Ampliando conhecimento – Uso consciente da
As diferentes paisagens do
água na agricultura ....................... 99
seu município ....................................... 74
Falta de água ............................... 100
Água e energia ............................ 101
Capítulo 9 Da falta ao desperdício .............. 102
Povos e comunidades Ampliando conhecimento –
tradicionais do Brasil ................ 75 Saneamento básico ............................. 103
Modos de vida indígena ............... 76
Conhecendo lendas Capítulo 12
indígenas ....................................... 78 Os rios e suas águas ................ 105
Comunidades quilombolas ........... 80
Rios Brasileiros ............................. 106
Ampliando conhecimento –
Ampliando conhecimento – Uso
A culinária da resistência cultural .......... 83
sustentável da água ............................ 109
Povos que vivem das águas:
Descobrindo a ciência
caiçaras e ribeirinhos ..................... 84
e a tecnologia .............................. 110
Descobrindo a ciência
Fim da jornada ............................ 111
e a tecnologia: Ciência e
saberes indígenas .......................... 85 Referências bibliográficas ...... 112
ILUSTRAÇÕES: SUERZ/SHUTTERSTOCK

29
Apresentação
da Unidade
Nesta Unidade, os estudan-
tes terão a possibilidade de apro-
fundar seus conhecimentos sobre
o bairro onde vivem e os lugares
que costumam frequentar. A par-
tir desse contexto, apresentamos
aos estudantes diferentes formas
de representação (mapa mental,
fotografias aéreas e plantas carto-
gráficas). Abordamos também a
importância e função da legenda
em um mapa, conteúdo de extre- O LUGAR ONDE VIVEMOS
ma importância para a alfabetiza-
ção cartográfica.
Nesta unidade você será convidado a aprofundar seus conhecimentos
Ainda nesta Unidade, os estu- sobre o lugar onde mora. Juntos, vamos investigar e descobrir quais são as
dantes poderão aprofundar seus origens das pessoas que vivem no seu bairro e na sua cidade. Você também
conhecimentos sobre a contribui- poderá mapear o lugar onde vive e conhecer tecnologias como GPS, mapas
ção cultural dos diferentes grupos digitais e outros recursos que podem ajudar em nossa localização e orientação.
sociais em distintos espaços, com
destaque para os seus lugares de
TATIANE SILVA/SHUTTERSTOCK

vivência. O desenvolvimento des-


se conteúdo é essencial para que
o estudante compreenda que o
processo de construção do espa-
ço geográfico é influenciado por
diversos fatores sociais e culturais.
Para o desenvolvimento do
conteúdo desta Unidade, espera-
-se que os estudantes resgatem o
que estudaram no 2o ano sobre
a história das migrações no bair-
ro em que vivem para, nesse mo-
mento, aprofundar seus conhe-
cimentos.

Crianças brincando em uma praça pública. Rio de Janeiro, RJ, 2019.

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Objetivos da Unidade:
• Retomar características gerais do bairro dos estudantes.
• Refletir sobre as origens dos familiares e dos moradores do bairro.
• Investigar as influências culturais de diferentes povos na formação de diferentes bairros,
com destaque para o espaço de vivência.
• Construir o conceito de pontos de referência.
• Reconhecer a importância dos mapas para a localização no espaço geográfico.
• Analisar e elaborar mapas mentais.
• Analisar imagens bidimensionais e tridimensionais.
• Diferenciar espaços públicos e privados.
• Refletir sobre os usos dos espaços públicos de convivência.
• Observar imagens a partir de diferentes pontos de vista (frontal, vertical e oblíquo).

30
Encaminhamento
didático
Ao longo desta Unidade, dis-
cutiremos sobre questões direta-
mente relacionadas ao bairro dos
estudantes. Assim, as perguntas
nesta página têm por objetivo
promover uma discussão entre os
estudantes sobre suas percepções
em relação ao lugar onde vivem.
1.  Conduza os estudantes a
uma reflexão sobre as característi-
cas do bairro onde vivem. Professor,
permita que eles compartilhem as
respostas com os colegas. Se achar
interessante, solicite que formem
duplas para discussão sobre essa e
as demais questões.
2.  O objetivo da atividade é
Conte para os seus colegas e para o professor como é o bairro
levar os estudantes a refletir so-
onde você vive. Ele se parece com o bairro da fotografia? Do que você
bre os espaços públicos que cos-
mais gosta nele? E do que menos gosta?
tumam frequentar, assunto que
O parque da fotografia pode ser frequentado por qualquer será tratado no capítulo 3. Espe-
morador, pois esse espaço pertence a todos. Cite outros exemplos de ra-se, por meio desta atividade,
lugares que você e outras pessoas podem frequentar livremente. Resposta pessoal. fazer uma sondagem inicial sobre
Em algum momento você ou algum familiar precisou utilizar um essa temática.
mapa ou GPS para ir a algum lugar do seu bairro ou da sua cidade, 3.  Compartilhar com os es-
para o qual não conhecia o caminho? Conte como foi. Resposta pessoal. tudantes exemplos diversos de
utensílios que nos auxiliam na lo-
calização (bússola, satélite, rosa
dos ventos) e focar na utilização
dos mapas e do GPS. Dialogar
com os estudantes sobre os dife-
NESTA UNIDADE, VOCÊ VAI ESTUDAR rentes usos e quais eles acreditam
• O BAIRRO ONDE VOCÊ VIVE. ser mais práticos para o dia a dia.
Falar sobre o uso social, os apli-
• SUA ORIGEM. cativos de entrega de comida ou
• O USO E A IMPORTÂNCIA DOS MAPAS. de locomoção na cidade.
• ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS. Explore a fotografia da abertu-
ra da Unidade junto aos estudan-
• ESPAÇOS PÚBLICOS DE CONVIVÊNCIA. tes. Na leitura das imagens, solici-
te aos estudantes que descrevam
oralmente a paisagem mostrada.
7 Se julgar pertinente, mostre ou-
tras imagens de espaços públicos e
que evidenciem contrastes sociais no
PNLD2023-GEO3U1LA.indd 7 12/08/21 20:53
Na BNCC: Unidades temáticas: município onde os estudantes vivem.
Professor, converse com os es-
Habilidades: E
­ F03GE01 / ­ • O sujeito e seu lugar no mundo tudantes sobre as questões pre-
EF03GE02 / ­EF03GE06 / ­EF03GE07
• Formas de representação e pensamen- sentes nesta página. Você pode
Competências específicas to espacial questioná-los sobre questões re-
de Geografia: 2, 4, 5; lacionadas ao conteúdo que será
desenvolvido: vocês acreditam
Objetos do conhecimento:
Competências específicas que esse é um espaço público ou
• A cidade e o campo: aproximações privado? A quais lugares públi-
de Ciências Humanas: 1, 4, 7;
e diferenças cos vocês costumam ir? No bair-
Competências gerais • Representações cartográficas ro onde vivem, há muitos lugares
da educação básica: 1, 2, 3, 6. para se divertir? Eles são públicos
ou privados?
31
1
Abertura do capítulo
Este capítulo tem como objeti-
vo pedagógico principal conduzir
O bairro onde eu vivo
os estudantes à compreensão do
lugar onde vivem, mapeando seus
espaços de vivência e identifican-
do as contribuições socioculturais
presentes nos seus e, também, em
outros bairros. Ainda neste capí-
tulo, trabalhamos com a alfabe- Todos nós temos uma relação muito importante com o bairro
tização cartográfica, por meio da onde moramos. É nele em que vivemos e realizamos nossas atividades
apresentação de mapas mentais cotidianas, como ir à escola, ao supermercado, à farmácia ou ao parque
e do conceito de legenda. A par-
tir dessa discussão, buscamos de-
jogar bola e andar de bicicleta aos finais de semana.
senvolver a Unidade Temática da Neste capítulo, você refletirá justamente sobre o lugar onde você
BNCC: o sujeito e seu lugar no vive, identificando as suas origens e as de sua família, bem como a
mundo e formas de representação origem das demais pessoas que vivem no seu bairro. Você também
e pensamento espacial.
descobrirá como utilizar os mapas para localização e orientação nos
A partir dos conteúdos desse ca-
pítulo, espera-se alcançar os seguin- seus espaços de vivência.
tes objetivos: Para iniciar esta conversa, vamos ver o que você sabe sobre o lugar
• Refletir sobre as características onde vive?
do bairro.
1 Qual é o nome da sua rua? E do seu bairro? Resposta pessoal.
• Reconhecer marcas culturais
de diferentes povos na forma-
ção dos bairros, com destaque
2 Em qual cidade o seu bairro está localizado? Resposta pessoal.

para o espaço de vivência.


3 Descreva como é o seu bairro para um colega: agitado ou
• Reconhecer a importância dos tranquilo? É muito ou pouco arborizado? Quais lugares
mapas para a localização no
espaço geográfico.
interessantes há para visitar no seu bairro? Há mais prédios ou
casas? Depois, converse com a sua turma sobre as diferenças e
• Compreender a importância
e função da legenda em um
semelhanças entre os bairros em que vivem. Resposta pessoal.
mapa.

TOFU ILUSTRAS
• Elaborar um mapa mental.
LOJA DE ROUPAS
IA
LAR
• Compreender a diferença en- MERCADO PAP
E

tre os pontos de vista frontal,


vertical e oblíquo.
• Diferenciar imagens bidimen-
sionais de tridimensionais.
8

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 8 12/08/21 20:53

Encaminhamento didático
As atividades propostas na abertura do capítulo têm como objetivo levantar informações
básicas sobre a localização do bairro dos estudantes. Devido à faixa etária, é possível que al-
gumas crianças não saibam ou tenham dificuldade de indicar o nome da rua, bairro e cida-
de onde moram. Por isso, solicite essas informações previamente para que elas possam con-
sultar os pais, ou peça que o estudante consulte na sua agenda escolar, caso possua uma.

32
Encaminhamento
didático
Professor, explore as imagens
Ao longo do nosso dia, desenvolvemos diversas atividades presentes nesta página junto aos
e visitamos diferentes lugares do nosso bairro, não é mesmo? estudantes. Ela retrata espaços de
convivência do bairro que, pro-
Veja algumas dessas situações: vavelmente, os estudantes já vi-
sitaram.
JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK
Pergunte a eles: com qual fre-
quência vocês costumam ir a es-
ses lugares? Com quem vocês
costumam ir? De qual deles vo-
cês gostam mais? O objetivo é en-
volver e atrair a atenção dos es-
tudantes para os conteúdos por
meio da troca de experiências.
1.  Observe as imagens junto
Estudantes em transporte Estudantes assistindo a uma aula Crianças brincando em um com os estudantes e identifique
escolar. Vitória da Conquista, em escola pública. Vitória da parque infantil, Camaçari, os diferentes lugares e funções
BA, fevereiro de 2020. Conquista, BA, fevereiro de 2020. BA, fevereiro de 2020.
que exercemos neles. Aproveite
para dialogar com os estudantes
1 No seu bairro, você costuma frequentar algum dos lugares sobre as diferentes posturas que
representados nas imagens acima? Quais? podemos assumir de acordo com
essas funções (ex. postura dentro
Resposta pessoal.
da escola, do transporte público,
do parquinho).
2 Além dos lugares representados nas imagens, quais outros você 2.  Converse com estudantes
costuma frequentar no seu bairro? Em seu caderno, faça uma tabela sobre o que consideram longe e
seguindo o exemplo abaixo. Depois, preencha as informações. perto. Leia a tabela com os estu-
dantes e solicite que a preencham
Lugares que De que mais gosta ou individualmente.
Distância Solicite que os estudantes
costuma frequentar não gosta?
compartilhem essas informações
( ) Perto ( ) Longe em duplas, estruturando, assim, a
fala e apontando o seu ponto de
( ) Perto ( ) Longe vista e justificativas.

( ) Perto ( ) Longe
( ) Perto ( ) Longe

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33
Encaminhamento
didático
3 Depois de preencher a tabela, em casa, entreviste seus familiares, seus
3.  Explique aos estudantes colegas, professores ou funcionários da escola, sobre os lugares aonde
que eles entrevistarão alguém do eles costumam ir com frequência e se gostam ou não desses lugares.
seu convívio social sobre os luga-
Copie a tabela abaixo em seu caderno para registrar as informações.
res que frequentam.
Solicite que escutem o entre-
vistado e façam o registro dessas Lugares que Do que mais
Nome do
informações na tabela. costuma Distância gosta ou não
entrevistado
frequentar gosta?
Atividade complementar
Para complementar o que se
pede nas questões 2 e 3, você
pode propor aos estudantes que
levem fotografias que tiraram em
visitas ou passeios que realizaram
no bairro onde moram. Diga a
eles que pode ser a foto de um Qual é a sua origem?
passeio na sorveteria, na praça,
Cada bairro da cidade abriga um grande número de pessoas. Mas
no parquinho, na casa de um ami-
go ou até mesmo na escola em será que essas pessoas sempre viveram no mesmo lugar? Na verdade,
que estudam, caso esse registro muitas delas vieram de outra cidade ou até mesmo de outro país!
fique no mesmo bairro onde mo- Para iniciar esta conversa, leia abaixo o relato de Mariana, uma
ram. É importante orientar os es- menina que vive com os pais na cidade de São Paulo.
tudantes a pedirem permissão e
ajuda dos pais para a seleção das
fotos. Para que a atividade ocorra
de maneira organizada, combine
com as crianças uma data para a
entrega das fotos. No dia, propo-
nha que os estudantes formem
duplas ou trios para mostrar as fo-
tos que levaram e contar aos ami-
gos como foram suas experiências
nos lugares selecionados. Depois,
crie um mural de fotografias com
o tema “O bairro onde eu vivo”.
Se possível, deixe o mural expos-
to na sala de aula durante todo o
desenvolvimento desta Unidade.
Assim, você pode usar as fotogra- 10
fias como recursos didáticos sem-
pre que necessário. Nos capítulos PNLD2023-GEO3U1LA.indd 10 12/08/21 20:54

2 e 3, por exemplo, você pode


retomar o mural de fotografias e
levantar os seguintes questiona-
mentos: quais dessas fotografias
foram tiradas em espaços públi-
cos? E privados?

34
o relato? Onde Mariana mora?
Assim como Mariana, você já parou para pensar em quais são Onde ela nasceu? E seus pais? E
seus avós? O objetivo é trabalhar
as suas origens? Vamos descobrir? Com a ajuda de seus familiares, desenvolvimento de leitura e in-
responda as questões abaixo no seu caderno: terpretação de textos.
As questões 1, 2, 3, 4 e 6 são
1 Em que cidade você nasceu? Resposta pessoal. pessoais e devem ser realizadas
com o auxílio dos familiares. Con-
2 E os seus familiares? Onde eles nasceram? Resposta pessoal. verse com os estudantes previa-
mente e solicite que, além das
3 Sua família sempre viveu no mesmo bairro onde nasceu? Resposta pessoal. informações solicitadas nas per-
guntas, eles verifiquem com os fa-
4 Você tem familiares que vieram de outra cidade, estado ou país? miliares alguma história interes-
Resposta pessoal. sante sobre o tema que possam
5 Agora, com base nas informações que você coletou, escreva em compartilhar.
5.  Ao retornarem com as in-
seu caderno um texto como o de Mariana, explicando a sua origem
formações solicitadas, recupere
e a de sua família. Resposta pessoal. com os estudantes as informa-
ções importantes que eles subli-
6 Converse com os seus familiares e pergunte a eles como era o nharam no texto.
lugar onde viviam quando tinham a sua idade. Você consegue Identifique e converse com os
imaginar e desenhar como era o lugar onde seus familiares estudantes sobre a importância
dessas informações na constru-
viviam quando você era criança? Utilize a imaginação e elabore
ção do texto, a partir do modelo
um desenho no espaço abaixo. apresentado. Solicite que cada es-
tudante redija o seu texto. Depois
que terminarem, escolha alguns
estudantes para compartilhar as
suas produções.
6.  Para valorizar a atividade
dos estudantes, proponha que as
crianças apresentem seus dese-
nhos para os colegas. Oriente-as
a contar o que sabem sobre o lu-
gar que desenharam. Você pode
levantar os seguintes questiona-
mentos: qual lugar você dese-
nhou? Quem vivia nesse lugar?
O que seus familiares lhe conta-
ram sobre ele?

11

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 11 12/08/21 20:54


Encaminhamento didático
Antes da leitura do texto da página anterior, realize uma enquete com os estudantes para
saber a opinião deles sobre ser importante ou não conhecer a própria história.
Caso seja possível, traga fotos de sua trajetória para ilustrar o tema. Fale sobre suas ori-
gens e seu caminho até o momento. Aproveite esse momento para introduzir a figura de
Mariana, a menina do texto, que, apesar de morar em São Paulo, descobriu coisas interes-
santes sobre sua origem e a de seus avós. Pergunte aos estudantes se eles conseguem le-
vantar hipóteses sobre isso antes de ler o texto. Solicite que, voluntariamente, compartilhem
o que imaginaram.
Solicite aos estudantes que façam uma leitura individual do relato de Mariana. Depois,
peça que comentem sobre o que entenderam da leitura. Pergunte a eles: sobre o que fala

35
Encaminhamento
didático Conhecendo a história e a cultura do bairro
Professor, no subcapítulo Provavelmente você já visitou lugares e bairros diferentes do seu.
“Conhecendo a história e cultu- Alguns bairros podem ter características muito marcantes que os
ra do bairro”, iniciamos a discus- diferenciam dos demais. Essas características podem variar de acordo
são sobre a contribuição cultural
de diferentes povos na formação
com a sua formação histórica e a origem da população que o ocupa.
de bairros brasileiros. Espera-se Observe nas imagens abaixo bairros que são conhecidos
que os estudantes compreendam justamente por possuir características marcantes.
que os bairros têm características

ROSANGELA PERRY/SHUTTERSTOCK

FOTOS593/SHUTTERSTOCK
próprias que estão diretamente
relacionadas aos povos responsá-
veis pela sua fundação. O objeti-
vo é que os estudantes percebam
que, ao longo do tempo, povos
de outros lugares do mundo vie-
ram para o Brasil, deixando, em
algumas partes do nosso país,
marcas da sua cultura.
Explore o conhecimento sobre
os grupos formadores da popu-
lação brasileira e, a partir dessa Bairro da Liberdade, São Paulo, SP, 2016. Na Bairro da Velha, Blumenau, SC, 2019. A cidade de
discussão, organize os estudantes imagem podemos observar uma construção em Blumenau foi construída por alemães que vieram para
em pares e solicite que observem vermelho chamada pelos japoneses de Torii. Os o Brasil por volta do ano de 1928. Podemos observar
e dialoguem sobre as fotos dos japoneses utilizam esse tipo de construção para a influência cultural desses povos nas construções das
bairros e suas respectivas legen- marcar a entrada de um lugar sagrado e afastar casas e edifícios, muito parecidos com os que eram
energias negativas. construídos na Alemanha naquele período.
das. Depois solicite que registrem
suas observações no livro. Forme dupla com um colega. Juntos, vocês devem analisar as
Pergunte se eles já visitaram fotografias para responder a seguinte questão:
ou conhecem algo sobre esses
bairros. Caso seja possível, sele- •
A partir da observação da imagem e da leitura das informações
cione imagens e curiosidades so- na legenda, tente descobrir qual é a origem dos povos que
bre esses bairros. Ressalte a im- tiveram influência cultural na formação do bairro da Liberdade e
portância da influência desses
povos na arquitetura e em ou-
do bairro da Velha. O bairro da Liberdade teve influência japonesa. Já o bairro da
Velha teve influência alemã.
tros aspectos culturais, seja na Você deve ter notado que o bairro da Liberdade tem uma forte
alimentação ou na prática de al- influência da cultura japonesa, enquanto o bairro da Velha é marcado
guma atividade física, como a do por aspectos da cultura alemã. É assim porque, no passado, muitos
Rádio Taissô, sessão de ginástica
desses povos migraram para o Brasil trazendo consigo seus hábitos,
diária na praça da Liberdade.
Incentive os estudantes a costumes e culturas, formando bairros diferentes.
compreender e respeitar a di- 12
versidade cultural da população
brasileira, uma vez que as mani-
PNLD2023-GEO3U1LA.indd 12 12/08/21 20:54
festações artísticas, os costumes,
os conhecimentos e as tradições Sugestão para o professor
influenciaram culturalmente a
nossa sociedade. • Cultura japonesa. O que é Rádio Taissô? Disponível em: <https://www.culturajaponesa.
com.br/index.php/esportes/radio-taisso/>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Professor, no site sugerido, você pode encontrar informações sobre a prática do Rádio
Taissô que ocorre diariamente na praça da Liberdade. Se achar interessante, compartilhe es-
sas informações com os estudantes para enriquecer a discussão sobre a influência japonesa
no bairro da Liberdade.

36
Ampliando
conhecimento
Professor, agora que trouxemos
diferentes elementos que caracte-
rizam e retomam o surgimento de
Investigando bairro onde vivemos dois bairros históricos, chegou o
Conhecer as origens de um bairro nos ajuda a entender momento de incentivar os estu-
dantes a investigar a formação do
melhor suas características atuais. Você conhece a história e a
bairro em que moram.
formação do seu bairro? Vamos investigar! Faça uma pesquisa em Converse com os estudantes
sites da internet sobre o bairro onde você vive. Busque respostas sobre diferentes fontes de pesqui-
para as seguintes perguntas: sa e a veracidade dessas fontes. Au-
xilie seus estudantes na busca de si-
• Qual é o nome do bairro? Por que ele recebeu esse nome? tes adequados para a obtenção das
• Quando o seu bairro foi criado?Resposta pessoal. Resposta pessoal. informações solicitadas.
• Seu bairro tem influências culturais de outros povos? Durante a pesquisa, solicite que
Resposta pessoal. os estudantes procurem imagens
Mapeando o bairro onde vivo que representem o bairro e a sua
história. Depois solicite que orga-
São comuns, no nosso dia a dia, situações nas quais nizem e colem as imagens em car-
precisamos indicar a localização de algum lugar no nosso bairro. tolinas e escrevam uma pequena
Isso acontece, por exemplo, quando alguém nos faz perguntas do legenda para cada imagem. Orga-
tipo: onde fica a padaria? Onde mora o seu amigo? Onde fica a nize uma exposição para apresen-
tarem suas descobertas aos colegas
sorveteria? Normalmente, para responder perguntas como essas,
de classe.
nós utilizamos os pontos de referência.
Um ponto de referência é um elemento que se destaca no
ambiente e que chama a atenção em nossos trajetos diários. Encaminhamento
Eles podem ser objetos, lugares, placas ou construções. didático
Faça a leitura compartilha-
Eu moro em Não, estou
frente à É a padaria falando da padaria da dos quadrinhos desta página,
Onde você padaria. próxima à que fica perto da chamando atenção para o uso do
mora? escola? sorveteria. balão de fala com linha contínua,
que demonstra uma fala comum.
Pergunte aos estudantes quais são
TOFU ILUSTRAS

os pontos de referência utilizados


nessas tirinhas. Solicite que leiam
e respondam as Questões 1 e 2
do livro. Escolha alguns estudan-
tes para compartilharem suas res-
postas e pergunte se tiveram al-
13 guma dificuldade em apresentar
o ponto de referência e o motivo.
PNLD2023-GEO3U1LA.indd 13 12/08/21 20:54 Nesse momento, é possível que
surja alguma questão relacionada
à distância do ponto de referên-
cia. Utilize essa observação para
introduzir o conteúdo da página
a seguir.

37
Atividade complementar
1 Grife, nos balões de fala, os pontos de referência que os
Após explicar aos estudantes a personagens utilizaram para indicar a localização dos lugares.
importância e a função dos pon- Os estudantes devem indicar a padaria, a escola e a sorveteria.
tos de referência para a localiza-
ção no espaço geográfico, pro-
2 Agora é a sua vez: utilize pontos de referência para indicar a
ponha a seguinte brincadeira: localização dos seguintes lugares:
indicar a localização dos colegas
na sala de aula, utilizando pontos
• Sua casa:
de referência. Por exemplo: a Ma- Resposta pessoal.
ria está sentada perto da porta; a
professora está ao lado da lousa; • Sua escola:
o João está em frente à Maria. Em
seguida, peça que realizem as ati- Resposta pessoal.
vidades presentes nesta página.
Professor, você também pode
• O mercado onde seus pais costumam fazer compras:
propor brincadeiras utilizando al- Resposta pessoal.
gum objeto da sala de aula. Para
isso, escolha um objeto e solicite • A casa do seu melhor amigo:
auxílio dos estudantes para en-
Resposta pessoal.
contrá-lo. Utilize pontos de re-
ferência para demonstrar que o
objeto não está no lugar espe- Apesar de os pontos de referência ajudarem a identificar
rado, como “O apagador esta- a localização, existem situações em que precisamos de outras
va ao lado da janela esquerda” informações para conseguir encontrar lugares mais distantes.
ou “Estava perto da cadeira do
Paulo”. Forneça mais uma dica e Quando vamos viajar, por exemplo, às vezes precisamos ir para
solicite que algum dos estudan- locais que não conhecemos e nunca visitamos antes.
tes verifique o local para você.
Após encontrar o objeto, pergun- 3 Você e seus familiares já passaram por alguma situação
te como o estudante conseguiu
como essa? Como fizeram para descobrir o caminho até
encontrá-lo.
esse lugar?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que utilizaram algum tipo

de mapa.

14

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 14 12/08/21 20:54

38
Quando não sabemos como Você sabia?
chegar a algum lugar, normalmente Antes de realizar a leitura do
recorremos a um mapa. Os mapas são texto, explore a imagem com os
representações da realidade que nos estudantes. Qual é o material

TOFU ILUSTRAS
utilizado? O que eles conseguem
ajudam a identificar a localização de
identificar na imagem? Já viram
diferentes lugares, seja no bairro, na algo parecido antes? Onde? Qual
cidade, no país ou no mundo. Assim, é a finalidade desse objeto? Rea-
podemos utilizá-los para orientar o lize a leitura do texto com os es-
caminho que devemos percorrer para tudantes e discorra sobre as pos-
síveis utilizações do mapa em
chegar a um destino. questão. Esse mapa era uma re-
presentação de um rio, provavel-
4 Sem dúvida, você e seus familiares já tiveram acesso a mente o rio Eufrates, circundan-
diferentes tipos de mapas. Assinale abaixo recursos que do as montanhas. Converse com
vocês já utilizaram para consultar um mapa: Resposta pessoal. os estudantes sobre a necessida-
de da criação e utilização desse
( ) GPS mapa, uma vez que deveria ficar
( ) Computador fixo em algum lugar devido ao
tipo de material utilizado em sua
( ) Livros confecção.
Nesse quadro, apresentamos
( ) Revistas
aos estudantes um dos mapas
( ) Televisão mais antigos do mundo. Após a
leitura, explique que, desde os pri-
mórdios da humanidade, o ser hu-
mano busca formas para se loca-
VOCÊ SABIA?
lizar no espaço geográfico. Diga
Hoje em dia, os mapas estão em formato aos estudantes que diferentes
MORPHART CREATION/SHUTTERSTOCK

digital, em aplicativos de telefones técnicas de orientação foram de-


celulares, indicando para onde devemos senvolvidas ao longo do tempo:
registros nas paredes das caver-
seguir para chegar ao nosso destino.
nas, registros em pedras, em ar-
Mas nem sempre os mapas foram assim.
gila, orientação pelos astros, bús-
No passado, essas representações já foram solas etc.
esculpidas em rocha e argila. Podemos
usar como exemplo o mapa da Babilônia,
que é um dos mais antigos do mundo. Sugestão para
Esse mapa foi feito em argila por volta do o professor
ano 2.500 antes da era cristã.
• USP. Cartografia histórica.
Disponível em: <http://www.
15 cartografiahistorica.usp.br>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
PNLD2023-GEO3U1LA.indd 15 12/08/21 20:54
Professor, no site sugerido, você
pode encontrar um rico banco de
mapas históricos. Se achar inte-
ressante, selecione alguns deles e
compartilhe com os estudantes.
Com isso, você pode ampliar a dis-
cussão do quadro “Você Sabia?”.

39
Encaminhamento
didático Para que você possa entender melhor como usamos os mapas
para localização no espaço, observe o mapa abaixo, que foi
Convide os estudantes a refle-
tirem sobre a sua relação com os desenhado por Luan, um estudante do 3º ano. O menino elaborou
mapas, pois além de serem leito- um mapa do seu bairro para mostrar a um amigo como chegar ao
res e decodificadores de mapas, parque onde ele costuma jogar bola. Observe que, no mapa, ele
eles também podem produzi-los desenhou diferentes pontos de referência.
a partir de uma intencionalidade.
Observe o mapa criado por Luan.

TOFU ILUSTRAS
ILUSTRAS
Explore com os estudantes os di-

Travessa das Conquistas


ferentes lugares presentes nesse Parque

TOFU
mapa, a identificação e o nome
das ruas, assim como elementos Minha
casa
da natureza presentes nesse es- Escola
paço e o uso das legendas. Em
duplas, respondam oralmente as
duas questões.
Rua das Maravilhas

Mercado
Atividade complementar Escola

Para que os estudantes pos-


sam brincar enquanto aprendem,
proponha um jogo de caça ao te-
souro. Peça que formem grupos Avenida São José

de quatro ou cinco pessoas. Cada


grupo deve escolher um lugar da
escola para esconder um “te- 1 Com esse mapa, você consegue identificar e descobrir o
souro”. Pode ser algo do mate-
caminho da casa de Luan até o parque?
rial escolar, como um estojo ou
uma régua. Depois de escolher
um esconderijo, eles devem ela-
2 A partir da observação do mapa, descreva o caminho que
borar um mapa indicando a loca- Luan precisa fazer para chegar até o parque, utilizando os
lização do objeto escondido. Para pontos de referência.
dificultar, oriente-os a não escre-
ver o nome dos lugares, apenas Os estudantes podem indicar diferentes possibilidades de caminhos.
desenhá-los. Por fim, os grupos
Uma das possibilidades é que Luan caminhe até o final da rua (sentido à escola)
devem trocar os mapas e procu-
rar o tesouro escondido. e depois vire à sua direita (na esquina dos prédios amarelo e vermelho).

16

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 16 12/08/21 20:54


Sugestão para o professor
Professor, para ampliar seus conhecimentos sobre o ensino de cartografia, indicamos o
livro Cartografia escolar, da geógrafa Rosângela Doin de Almeida. Nessa obra, a autora fo-
menta a produção e o uso de mapas com crianças e jovens na sala de aula.

40
Encaminhamento
O mapa elaborado por Luan é chamado de mapa mental, isto é, didático
um mapa elaborado a partir de nossas lembranças e conhecimentos
Nesta página, propomos ao
sobre um determinado local. estudante desenhar um mapa
Agora é a sua vez! Elabore um mapa mental como o de Luan, mental, representando seu espaço
representando as ruas e a localização dos lugares que você costuma de vivência. Esse tipo de ativida-
frequentar no seu bairro. Não se esqueça de inserir pontos de referência. de é de extrema importância para
o desenvolvimento do raciocínio
geográfico, visto que: o texto se-
lecionado é uma citação. Aplicar
itálico. (SANTOS, 1995, p. 1).
Professor, oriente os estudan-
tes sobre a elaboração do mapa.
Explique que podem representar
o lugar onde moram e as áreas no
seu entorno. Eles também podem
representar o caminho até a esco-
la, ou para algum outro lugar que
costumam frequentar. Peça aos
estudantes que insiram o maior
número de pontos de referên-
cia possível, inclusive o nome das
ruas. Nesse caso, eles precisarão
pedir o auxílio dos familiares.

17

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 17 12/08/21 20:54

41
Encaminhamento
GLOSSÁRIO
didático Os diferentes pontos de vista
No 2º ano, os estudantes já ti- Além dos mapas, os lugares também Fotografias aéreas: fotografias
veram um primeiro contato com o podem ser representados por fotografias capturadas por câmeras
conteúdo sobre os diferentes pon- fotográficas especiais que são
aéreas a partir de diferentes pontos de
tos de vista, a partir da análise de instaladas em drones, aviões
vista. Observe alguns exemplos de pontos ou helicópteros.
objetos. Neste momento, retoma-
remos esse conteúdo com maior de vista.
nível de aprofundamento, traba-

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


lhando a observação das paisa-
gens e imagens de satélite a par-
tir de diferentes pontos de vista.
Ao iniciar a conversa sobre
diferentes pontos de vista, con-
vide os estudantes a observarem
as imagens e pergunte o que eles
conseguem identificar em cada
uma delas e se elas representam
espaços diferentes. Solicite que
justifiquem suas respostas, ver-
balizando o que observaram nas Na visão frontal, a fotografia foi tirada em frente à casa. Já na visão
imagens. Caso ache pertinente,
registre a contribuição dos estu-
oblíqua, a foto foi tirada do alto e de lado. Por fim, na visão vertical, a
dantes na lousa. Realize a leitura fotografia é capturada exatamente de cima para baixo da casa.
do texto com a sala e trabalhe o Vamos ver se você entendeu? Para praticar, identifique de qual
vocabulário do glossário. Retome ponto de vista foram capturadas as imagens abaixo:
as contribuições dos estudantes
sobre a observação das imagens
e compare o que eles apontaram A. Ponto de vista oblíquo B. Ponto de vista vertical
com os termos utilizados no tex-
DIEGOGUIOP/SHUTTERSTOCK

ADLC/SHUTTERSTOCK
to. A partir dessa retomada, soli-
cite que identifiquem e registrem
os pontos de vista presentes nas
imagens do Estádio do Maracanã.

Atividade complementar
Para ampliar e envolver os es-
tudantes, sugira a montagem de
uma maquete da escola ou parte Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, 2020. Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, 2020.
da cidade. Converse com os estu-
dantes sobre os materiais reciclá- 18
veis que eles têm em casa e podem
trazer para escola, como caixas va- PNLD2023-GEO3U1LA.indd 18 12/08/21 20:55

zias de diferentes tamanhos. Solici- Sugestão para o professor


te que eles elaborem o esboço da
• CASTROGIOVANNI, A. C.; COSTELLA, R. Z. Brincar e cartografar com os diferentes mun-
maquete coletivamente. Depois de
dos geográficos: a alfabetização espacial. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.
pronta, escolha um lugar da sala
para colocá-la e, com o auxílio de Professor, para construir e desenvolver noções espaciais, o livro sugerido auxiliará a apli-
uma máquina fotográfica ou até car princípios de localização e posição de objetos, assim como a importância de observar e
mesmo de um celular, solicite que trabalhar a lateralidade nessa faixa etária.
os estudantes registrem os diferen- • Espaço educar. Disponível em: <https://www.espacoeducar.net/2009/05/como-fazer-
tes pontos de vista a partir da ob- maquetes.html>. Acesso em: 13 ago. 2021.
servação da maquete criada. Com- Professor, no site sugerido você pode encontrar diversas dicas para a construção de ma-
partilhe as fotos com a turma e quetes. Explore a página e veja quais dos modelos mais se adequam à sua turma e ao tra-
converse sobre elas. balho que você pretende desenvolver.

42
Encaminhamento
Do tridimensional para o bidimensional didático
Quando tiramos uma foto, fazemos um desenho ou elaboramos Para a discussão sobre bidi-
um mapa, estamos transferindo a nossa realidade tridimensional para mensional e tridimensional, você
um plano bidimensional. Antes de iniciarmos esta discussão, vamos pode recuperar a maquete feita
pela sala. Recupere, também, as
entender o que são imagens bidimensionais e tridimensionais.
fotos da maquete tiradas pelos es-
As imagens bidimensionais são aquelas que possuem apenas duas tudantes e inicie a conversa sobre
dimensões. Já as tridimensionais têm três dimensões. Observe: dimensões. Quando observamos
a maquete e as fotos, encontra-
Bidimensional Tridimensional mos semelhanças nas representa-
ções? E diferenças? Solicite que
altura altura justifiquem suas respostas. A par-
tir dessa discussão, solicite que
os estudantes abram os livros e
leiam o texto. Converse com eles
sobre os termos largura, altura e
profundidade. Observe as figuras
larg geométricas presentes no livro e
ura ad e pergunte quais delas apresentam
ndid
profu

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


largura os termos que acabaram de ver
(largura, altura e profundidade)
A partir da observação do exemplo acima, circule apenas as e como chegaram a essa conclu-
formas tridimensionais: são. Corrija o exercício e conver-
se sobre o mundo real e a sua re-
presentação.
Professor, auxilie os estudan-
tes no desenvolvimento da ativi-
dade proposta nesta página. Para
facilitar a identificação das formas
geométricas, oriente as crianças
a desenharem setas indicando as
dimensões da imagem, seguindo
como exemplo as ilustrações das
casas. Explique que, se encon-
trarem apenas duas dimensões,
a imagem é bidimensional. Caso
encontrem três dimensões, a ima-
gem é tridimensional.

19

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 19 12/08/21 20:55

43
Encaminhamento
didático
2 Agora, com base no que você aprendeu, pense e responda:
Professor, explique aos estu- o mundo real é bidimensional ou tridimensional?
dantes que o mundo real é com-
posto por três dimensões. Utili- Tridimensional
ze objetos da sala de aula para
O mundo real é composto por três dimensões: altura, largura
exemplificar. Se possível, caminhe
pela escola pedindo que eles in- e profundidade. Portanto, é tridimensional. Quando elaboramos
diquem as dimensões dos espa- um desenho ou um mapa em uma superfície plana (como a folha
ços visitados. Alguns exemplos de papel, que é bidimensional), precisamos transformar a realidade
de questionamentos que podem tridimensional em uma imagem bidimensional. Vamos ver como isso
ser feitos são: essa sala tem al-
funciona na prática?
tura? (Sim.) Como medimos essa
dimensão? (Do teto ao chão.) Ela • Observe a rua através da janela da sua casa ou da escola. Então,
tem profundidade? (Sim.) Como faça um desenho da paisagem que você observa, transformando
a medimos? (De um canto da sala
a realidade tridimensional em bidimensional. Se ficar com
para o outro.)
Depois de conversar com os dúvida, consulte novamente o exemplo da página 19. Depois,
estudantes sobre a realidade tri- desenhe setas indicando as dimensões (altura e largura).
dimensional, explique às crianças
que, quando desenhamos a reali-
dade, acabamos transferindo algo
que está no plano tridimensional
para o plano bidimensional. Diga
que isso acontece, por exemplo,
com os mapas.

20

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 20 12/08/21 20:55

44
2
Abertura do capítulo
Espaços públicos Este capítulo tem como objeti-

e privados vo pedagógico principal conduzir


os estudantes à compreensão das
noções de espaço público e priva-
do. Espera-se que os estudantes
reflitam sobre as funções e usos
dos espaços, bem como os dife-
rentes comportamentos que ado-
No capítulo anterior, você aprendeu um pouco sobre o seu bairro e tamos em cada um deles. A partir
como representá-lo utilizando mapas. Agora, vamos refletir sobre como dessa discussão, trabalhamos com
se comportar nos diferentes lugares do seu bairro ou da sua cidade. a Unidade Temática da BNCC: “O
sujeito e o seu lugar no mundo”.
• Você costuma agir da mesma forma na escola, em casa ou na A partir dos conteúdos desse
rua? O que você só faz em casa e não faz na rua e vice-versa? capítulo, espera-se alcançar os se-
Resposta pessoal. guintes objetivos:
A cidade e o bairro onde vivemos dividem-se entre diferentes
• Compreender as diferenças
espaços, como o espaço da praça, da nossa casa, da escola e das ruas. entre espaços públicos e pri-
Você sabe qual é a diferença entre eles? vados.
Os espaços mais íntimos que pertencem a um indivíduo são • Investigar a democratização
identificados como espaços privados. Podemos citar como exemplo dos espaços públicos e priva-
sua casa, uma loja ou um supermercado. Por outro lado, os espaços dos.
públicos são aqueles de uso comum, isto é, que pertencem a todas as • Reconhecer a importância das
pessoas e são administrados pelo governo. É o caso das praças, ruas, regras na utilização dos dife-
parques, hospitais públicos, entre outros. rentes espaços.
• Construir o conceito de legen-
Os espaços públicos Os espaços privados pertencem da cartográfica.
pertencem a toda a população. a alguém ou a uma família.
• Elaborar legendas utilizando
TOFU ILUSTRAS

TOFU ILUSTRAS

símbolos para a representação


de objetos.

Sugestão para
o professor
Professor, se achar interessante,
exiba para os estudantes o
vídeo “Democratização do
espaço público”, produzido
pelo Departamento Nacional de
21 Trânsito. Ele fala sobre formas de
se comportar no espaço público
PNLD2023-GEO3U1LA.indd 21 12/08/21 20:55 para garantir o bem-estar de
todos os cidadãos. Disponível em:
Encaminhamento didático <https://www.youtube.com/
Inicie este capítulo falando sobre comportamentos que temos em casa e na escola. Levante watch?v=M1YMLKP1Lis>. Acesso
os seguintes questionamentos: será que agimos do mesmo jeito em lugares diferentes? Sempre em: 13 ago. 2021.
utilizamos o mesmo tipo de roupa, qualquer que seja o local que vamos visitar? Quem conse-
gue pensar em algum exemplo de lugares em que nos comportamos de maneiras diferentes?
Professor, crie um ambiente no qual o estudante se sinta confortável em trazer exemplos e
possa se expressar sem se sentir julgado. Acolha as contribuições dos estudantes e nomeie a
casa como um espaço privado. Faça um contraponto com o espaço público e solicite exemplos.

45
Encaminhamento
didático Identificando os espaços
Monte na lousa uma tabela
com dois tópicos: regras em casa 1 Com base no que você aprendeu sobre espaços públicos e
e regras na rua ou regras em es- privados, classifique os espaços abaixo como públicos ou privados:
paços privados e regras em espa-

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


ços públicos. Modele o exercício
por meio da contribuição dos es-
tudantes. Solicite que leiam o tex-
to do livro em duplas e montem
uma tabela em seus cadernos, se-
guindo o exemplo da lousa. Após
alguns minutos, converse com a Público Privado Público
sala sobre o que levantaram de in-
formação a partir do texto e o que
acrescentaram de acordo com a
vivência de cada um. Solicite que
a dupla escolha um dos tópicos
para desenhar e crie uma legenda
para expor na escola como dica
de boa convivência. Privado Público
VOCÊ SABIA?
Se a casa é um espaço privado, a rua é o espaço público. Nela, encontramos
pessoas que não conhecemos. No entanto, na rua, em especial na nossa
vizinhança, há também as pessoas que conhecemos com quem desenvolvemos
relações de maior proximidade ou até mesmo de amizade. Quanto mais
distantes estamos de nossa casa, mais pessoas desconhecidas encontramos.
Se na casa as regras do que se pode ou não fazer são definidas pelos adultos,
na rua as regras são definidas pelo governo. Na casa, geralmente falamos com
maior intimidade com as pessoas. Já na rua, por outro lado, evitamos falar com
desconhecidos e seguimos algumas regras, como respeitar os sinais de trânsito
para atravessar a rua, ser educado com o próximo e não jogar lixo no chão.

2 Leia o quadro Você Sabia? e, no seu caderno, elabore duas listas.


Uma delas deve conter as regras que você precisa seguir na sua
casa. Na outra, registre as regras que precisamos seguir na rua para
garantir a nossa segurança e o bem-estar das outras pessoas.
22

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46
Encaminhamento
Brincando com legendas didático
Uma das formas de encontrar e localizar áreas públicas e Professor, o conteúdo des-
privadas é por meio do uso de mapas e plantas. Observe a imagem ta página é essencial para a al-
abaixo com atenção: fabetização cartográfica, pois as
legendas são elementos indis-

TOFU ILUSTRAS
pensáveis no mapa. O objetivo,

Rua
nesse momento, é que os estu-
dantes compreendam a função

das
Rua
de uma legenda e a sua impor-
a
e Paiv tância para a leitura de um mapa.

Flo
d
aria
d
Para iniciar essa discussão, explo-
M

res
Rua o Gr 23
re a planta presente nesta página
a
nid
ama junto aos estudantes. Pergunte a
do
Ave eles: quais lugares foram repre-
sentados? Como vocês descobri-
ram? Já viram símbolos como es-
ses em outros lugares? Onde? Os
símbolos ajudaram na identifica-
Posto de saúde Restaurante Estação de ção dos lugares?
ônibus
Posto de
Praça gasolina Sugestão de
Shopping Supermercado atividade extra
Combine com os estudantes
que recolham jornais e revistas
1 Liste os espaços públicos e os espaços privados que você e tragam para a escola. Em gru-
identificou no mapa: pos, solicite que busquem ima-
gens que ilustrem os espaços pú-
blicos e os privados. Monte dois
Espaços públicos Espaços privados painéis com a turma e cada gru-
po irá colocar a imagem corres-
Praça, posto de saúde, Shopping, restaurante, posto de pondente embaixo de cada tópi-
co. Converse com os estudantes,
estação de ônibus. gasolina, supermercado. tentando identificar semelhanças
e diferenças entre esses lugares.

23

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 23 12/08/21 20:55

47
Encaminhamento
didático
2 Como os espaços foram representados no mapa?
3.  Escolha símbolos presen-
Por meio de símbolos e cores.
tes no mapa e converse sobre a
função deles. Qual é a contribui-
ção da legenda no mapa obser- 3 O que a cruz vermelha representa? E o garfo e a faca? Como você
vado? descobriu essas informações?
Para a elaboração do dese-
A cruz vermelha representa o hospital, e o garfo e a faca, o restaurante.
nho, solicite que cada estudan-
te represente um cômodo de sua As informações estão presentes na legenda.
casa ou até mesmo a sua sala de
aula e crie a respectiva legenda.
Explique que eles devem usar sím-
Você deve ter percebido que as legendas são indicações gráficas
bolos para representar os objetos em um mapa (símbolos, cores ou formas), que explicam o que cada
do quarto. Caso apresentem difi- elemento presente no mapa representa.
culdades, cite alguns exemplos:
um pequeno quadrado para re-
• Agora, vamos praticar! Elabore o desenho de um cômodo da
presentar o travesseiro, um retân- sua casa. Pode ser a cozinha, a sala ou o seu quarto. Utilize
gulo para representar a porta, um símbolos para representar os objetos presentes no cômodo
círculo para representar a lâmpa- escolhido por você. Depois, crie uma legenda identificando o
da. Depois de finalizado, convide
que cada símbolo representa.
os estudantes a compartilharem
suas produções e conversarem so-
bre seus registros e legendas. Legenda

Sugestão para o
professor
Segue, no link abaixo, suges-
tão de material de apoio da rede
pública do Paraná sobre alfabeti-
zação e leitura de mapas no ensi-
no fundamental.
Disponível em: <http://www.
diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/
cadernospde/pdebusca/producoes_
pde/2016/2016_pdp_geo_unioeste_
sirleiaparecidapimentelgonzatto.
pdf>. Acesso em: 13 ago. 2021.

24

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 24 12/08/21 20:55

48
Ampliando
conhecimento
Inicie o tópico “Ampliando co-
nhecimento” dialogando com os
estudantes sobre regras e combi-
A escola nados. Solicite que se organizem
em dois grandes grupos. Cada
As escolas municipais, estaduais e federais são também grupo será responsável por refle-
espaços públicos importantes, pois são geridas pelo Estado e tir e elencar as regras de um dos
podem ser frequentadas por toda a população. A escola tem seguintes espaços: casa e escola.
regras diferentes da casa e da rua. Nela, deve-se respeitar as Acompanhe a discussão e ressalte
que em algumas casas algo que
normas estabelecidas pela gestão escolar e pelos professores.
pode ser uma regra pode não ser
Não se pode agir como se estivesse na rua, pois é preciso seguir na outra. Após a discussão, convi-
certas normas que garantam maior atenção aos estudos. de os grupos a apresentarem seus
Assim como a nossa casa, a escola também é dividida em pontos de vista. Escolha dois es-
diferentes espaços: as salas de aula, a sala dos professores, a sala paços escolares, como a sala de
aula e o pátio da escola, onde
da direção, o pátio, a quadra esportiva, entre outros. Em cada acontece o intervalo, e pergunte
um desses espaços, nos comportamos de maneiras diferentes, se as regras e os combinados da
seguindo as regras estabelecidas. sala de aula são os mesmos na
utilização do pátio. Escute a con-
tribuição dos estudantes e faça a
mediação.
Após a realização da ativida-
de desta página, proponha que
TOFU ILUSTRAS

os estudantes compartilhem suas


respostas com os colegas.

• Descreva abaixo como é a sua escola, identificando de


quais espaços você mais gosta nela e o porquê.
Resposta pessoal.

25

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 25 12/08/21 20:55

49
Reflita
Leia o texto da seção Refli-
ta junto aos estudantes. Na se-
quência, cite exemplos de situa- As regras são extremamente importantes para garantir a
ções do cotidiano sobre regras e organização e a boa convivência entre todos. Já pensou
boa convivência. Pergunte aos es-
tudantes como agiriam nessas si-
como seria se, na sua escola, não existisse nenhuma regra?
tuações apresentadas por você. Os professores poderiam faltar sempre que quisessem, os
Depois, proponha que discutam estudantes não precisariam estudar ou fazer atividades nem
sobre as questões apresentadas. respeitar o espaço do colega. Seria uma confusão, não é
A discussão aqui proposta visa ao
mesmo?
desenvolvimento da habilidade so-
cioemocional da responsabilidade, • Como você costuma agir em relação às regras da sua escola
associada ao eixo Consciência –
e da sua casa? Você age com responsabilidade, seguindo as
Responsabilidade.
regras dos lugares que você frequenta? Alguma vez você já
quebrou alguma regra? Por quê? Como você se sentiu?
Encaminhamento Resposta pessoal.
didádico Labirinto

Os labirintos contribuem
• Leve Júlio da casa dele para a escola, atravessando
para o desenvolvimento da aten- somente espaços públicos.
ção, do pensamento lógico, de-

TOFU ILUSTRAS
senvolvem a perseverança e ha-
bilidades motoras finas. Convide
os estudantes a observar o labi-
rinto e identificar diferentes es- ROUPAS

Escola
paços públicos presentes nele.
Solicite que levem o personagem
até seu destino. Há mais de uma
possibilidade de caminho? Em
sua opinião, o trajeto é curto ou
longo? Por quê? Por quais luga-
res o personagem precisou pas-
sar até chegar ao seu destino?
MERCADO

Casa do
Júlio

26

PNLD2023-GEO3U1LA.indd 26 12/08/21 20:55

50
3
Abertura do capítulo
Espaços públicos Este capítulo tem como obje-

de convivência tivo pedagógico principal condu-


zir os estudantes à compreensão
das funções e usos dos espaços
públicos de convivência. Espera-
-se que os estudantes compreen-
dam a importância desses espa-
No capítulo anterior, você descobriu que há espaços públicos e ços para a vida em sociedade,
privados. Você sabia que muitos dos espaços públicos são também refletindo sobre a importância de
preservá-los e de comportamen-
importantes áreas de convivência de uma cidade? Esses espaços
tos que devemos adotar pen-
geralmente são usados para atividades de lazer ou para encontros sando no bem-estar coletivo. A
com amigos e familiares. O desenvolvimento desse tipo de atividade partir dessa discussão, trabalha-
cotidiana torna uma cidade mais democrática, ou seja, uma cidade mos com a Unidade Temática da
em que todos têm o direito de usufruir de espaços comuns de lazer. BNCC: “O sujeito e o seu lugar
no mundo”.
A partir dos conteúdos desse
1 Quais são os espaços de convivência mais importantes que
capítulo, espera-se alcançar os se-
existem no lugar onde você mora? guintes objetivos:
• Refletir sobre o uso dos espa-
2 Podemos dizer que os espaços de convivência são aqueles em
ços de convivência.
que convivemos com outras pessoas, e que geralmente não são
• Utilizar pontos de referência
da nossa família. Com base nisso, observe as imagens a seguir e
para a localização de diferen-
assinale qual delas não representa um espaço de convivência. tes espaços.
( X) ( ) ( )

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


• Reconhecer a importância dos
espaços públicos para a socie-
dade.
• Refletir e propor melhorias nos
espaços públicos do bairro.
• Reconhecer a importância dos
mapas digitais em situações
( ) ( ) do cotidiano.

27

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51
Atividade complementar
Solicite que os estudantes se- Compartilhando espaços de convivência
lecionem em casa imagens de es- Um espaço de convivência muito utilizado pelas pessoas são
paços de convivência. Podem ser as praças. Em muitas cidades, grandes ou pequenas, as praças são
imagens retiradas de revistas, jor-
importantes espaços de encontro e diversão. Nelas, costuma haver
nais, sites ou do próprio acervo
familiar de fotos. Distribua uma comércios importantes, como sorveterias e mercadinhos, bancos
folha de sulfite para cada estu- para as pessoas se sentarem e conversarem, mesas em que se pode
dante e solicite que colem a ima- jogar xadrez ou dominó, além de jardins, que tornam o ambiente
gem que escolheram e criem uma mais bonito e agradável.
legenda para ela. Aproveite esse
momento para retomar e/ou am-
Em muitos lugares do Brasil, nos fins de semana, ir à praça é o
pliar o conceito de legenda, com principal passeio das pessoas. Assim, por ser um importante espaço
cuidado para que não o confun- de convivência, quando estamos no ambiente público de uma praça,
dam com o conceito de legenda algumas regras devem ser respeitadas, como a de garantir a limpeza do
cartográfica. Recupere, oralmen-
local e respeitar o espaço das outras pessoas.
te, a função das legendas e suas
características. Legendas são tex- • Observe a imagem abaixo e faça um X em situações nas quais
tos curtos que acompanham as as pessoas estão quebrando regras e desrespeitando o espaço
fotografias ou imagens e servem
das outras pessoas.
para esclarecer, situar, orientar,
nomear, localizar algo que está
na imagem.

TOFU ILUSTRAS
Auxilie os estudantes em
suas produções e depois esco-
lha, juntamente com eles, um
espaço para exposição.
Solicite que leiam o texto do X
livro. Converse sobre a vivência
dos estudantes nas situações
apresentadas no texto. Ressalte
a importância de cumprir as re-
gras para uma boa convivência
em sociedade.

28

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52
Encaminhamento
Apesar de as praças serem importantes espaços de convivência didático
para uma cidade, em muitos lugares, principalmente em bairros pobres
Antes da leitura do texto so-
da periferia, faltam parques e praças para que as pessoas tenham boas bre a Praça da Juventude, con-
opções públicas de lazer. verse com os estudantes sobre a
Leia o texto sobre a cidade de Crateús, no Ceará, e depois converse utilização das praças. Pergunte a
sobre ele com a turma. eles: vocês costumam ir a alguma
praça no bairro onde moram? O
que vão fazer lá? O que as pes-
Praça da Juventude trará lazer para os moradores
soas costumam fazer nas praças?
A construção da Praça da Juventude, neste município, está dando o que Após a discussão, leia o tex-
falar. É o principal assunto entre os jovens do bairro Cidade 2000, onde to com os estudantes e converse
está situada, e dos bairros adjacentes, Patriarcas e Cajás. Não é para com eles sobre os termos “peri-
menos. Afinal, a praça é a primeira a ser construída na periferia da cidade. feria” e “bater uma pelada”, pre-
sentes no texto.
Até então, os jovens dos bairros precisam se deslocar para o Centro ou
Retome com os estudantes a
bairros centrais da cidade em busca de opções de lazer e diversão. “Estou fonte do texto. Fale com as crian-
achando muito interessante porque, com a praça, vai ter onde a gente ças sobre a veracidade das infor-
se divertir, jogar bola, passear e conversar com os amigos”, comemora o mações. Qual é a fonte de infor-
estudante Paulo Vinícius, de 16 anos, morador do bairro Patriarcas. mação do texto? Quando ele foi
Leonardo Pereira, estudante de 16 anos, também está contente com o publicado? Qual relato ou justi-
ficativa presente no texto você
início da construção do local de lazer. “Por aqui não tem praça, então,
achou mais interessante? Por
agora, vai melhorar, porque teremos lugar para lazer”, destaca, enquanto quê? Qual é a função do uso das
conversa com amigos ao lado da obra. Eles aguardam o sol esfriar todo fim aspas nesse texto?
de tarde para bater uma pelada. “Quando a praça estiver pronta, o nosso Questões 1, 2 e 3. Utilize as
bate-bola vai ser lá; tomara que seja logo”, comentam os dois jovens. questões para iniciar a discussão
sobre o tema abordado no texto.
Diário do Nordeste. Praça da juventude trará lazer para os moradores. Disponível em:
<https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/praca-da-juventude-trara-lazer-
Há praças perto de sua casa? O
para-moradores-1.626146?page=8> Acesso em: 1/08/2021. que tem nelas (brinquedos, mesas
com tabuleiros, árvores, pista para
andar de bicicleta ou caminhar,
1 No bairro onde você vive há espaços de convivência? Você
lago)? Com que frequência você
frequenta algum? utiliza esse espaço? Quais melho-
2 Você acredita que no seu bairro deveriam existir mais espaços de rias vocês gostariam de sugerir?
convivência?
3 Pense sobre o que poderia ser feito para melhorar os espaços de Atividade complementar
convivência no bairro onde você vive. Depois, compartilhe suas Professor, você pode aprovei-
ideias com os colegas. tar este momento para escrever
uma carta para a prefeitura da ci-
29 dade com as solicitações dos es-
tudantes, assim como suas justi-
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ficativas. Seria um grande recurso
trazer a importância e a função
deste registro escrito, assim como
suas características e funções.

53
Encaminhamento
didático Localizando espaços de convivência
Converse com os estudantes Você sabe quais são os espaços públicos de lazer, esporte e cultura
sobre o trabalho de pesquisa que da sua cidade?
realizarão em casa. Mais uma vez, No seu caderno, elabore uma tabela como o exemplo abaixo.
ressalte onde obter informações
Então, faça uma busca em mapas digitais pelos lugares listados na tabela.
confiáveis e como realizar isso.
Traga exemplos de sites e compar- Para cada local que você encontrou, cite um ponto de referência.
tilhe com os estudantes. Auxilie os Peça ajuda ao professor e aos seus familiares para realizar essa tarefa.
estudantes a identificar quais são
as informações necessárias para
explorar e navegar nesses sites. Onde fica?
Espaços públicos de Próximo ou distante
Quais ícones presentes no site po- (ponto de
lazer, esporte e cultura de sua casa?
dem auxiliar na busca? Para ir de referência)
um ponto a outro, o que preciso
fazer? Como escolher um ponto Cinema ( ) próximo ( ) distante
de referência? Ao utilizar a mes-
ma origem e o mesmo destino,
o que acontece se eu optar por Centro cultural ( ) próximo ( ) distante
diferentes meios de transporte?
Após essa discussão, solicite
que escolham os espaços de con-
Biblioteca ( ) próximo ( ) distante
vivência que irão pesquisar, assim
como qual site irão utilizar e que
justifiquem a sua escolha. Com o
Escola de música ( ) próximo ( ) distante
auxílio dos responsáveis, visitem
e registrem suas descobertas para
compartilhar na aula seguinte.
Quadra poliesportiva ( ) próximo ( ) distante

Parques com área de


( ) próximo ( ) distante
lazer para crianças

Praças com área de


( ) próximo ( ) distante
lazer para crianças

Pista de skate ( ) próximo ( ) distante

30

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54
Ampliando
conhecimento
Agora os estudantes serão os
responsáveis por criar uma pro-
posta de espaço de convivência.
Vamos planejar espaço público! Leia com eles o texto e converse
sobre a proposta. Ressalte a im-
Os espaços públicos de cultura, lazer e esporte são
portância do planejamento e da
importantes pontos de convivência para a população. Agora, troca de ideias entre os integran-
imagine que você seria responsável por construir um espaço tes do grupo, uma vez que será
público para que as famílias pudessem frequentar e se divertir nos uma produção coletiva.
momentos de lazer. O que você faria? Reúna-se em grupo com Quanto a organização e pla-
nejamento, utilize as imagens do
até quatro colegas e, juntos, pensem no que poderiam construir. livro para ressaltar as etapas es-
Escrevam as ideias em um papel e, depois, em uma folha de sulfite senciais para a formulação e a
faça um desenho de como seria esse espaço para apresentar ao apresentação do projeto.
restante da turma. Professor, aproveite o mo-
mento dos pequenos grupos para
1. Troque ideias acompanhar e auxiliar cada grupo
com os colegas. em sua proposta. Converse com
os estudantes e levante questio-

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


namentos e hipóteses que auxi-
2. Faça um desenho liem na organização e na susten-
representando as ideias. tação de seus projetos.

3. Apresente seu trabalho


para os colegas.

31

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55
Descobrindo a Ciência
e Tecnologia Descobrindo a ciência e a tecnologia
Ressalte que utilizamos a sigla
GPS, mas que ela remete ao nome Conhecendo mais sobre os mapas e sistemas de localização
em inglês (Global Positioning Sys- Os mapas são recursos muito importantes para a nossa localização.
tem). Se achar interessante, con-
te aos estudantes que o GPS foi
Eles apresentam, em escala reduzida, o espaço geográfico de uma
criado em 1973 para facilitar os cidade, de um estado, do país e até mesmo do mundo. Isso quer dizer
sistemas de navegação. Contudo, que os mapas reduzem proporcionalmente o tamanho dos lugares
somente recentemente essa tec- para que eles caibam na folha de papel do seu caderno ou na tela do
nologia foi incorporada no nosso celular. Assim, conseguimos ter uma ideia da forma, do tamanho e da
dia a dia.
Realize a leitura do texto com localização do espaço representado.
os estudantes. Para que eles in- Com o desenvolvimento das novas tecnologias, hoje temos acesso
corporem elementos da lingua- a mapas cada vez mais modernos, como os mapas disponíveis na
gem específica da disciplina, é internet. Por meio deles, você fica sabendo como chegar a uma rua que
importante que, durante a leitu-
você não conhece em seu município ou mesmo ativar o GPS de um
ra do texto, ao se depararem com
palavras e expressões novas, eles smartphone para guiá-lo.
releiam o texto para que tentem
inferir o sentido, considerando o Você sabe o que é um GPS?
contexto. GPS é a sigla em inglês para
Professor, aproveite o mo-
Sistema de Posicionamento Global. O
mento para realizar um trabalho
interdisciplinar com a língua in- GPS funciona a partir de um aparelho
glesa. Convide os estudantes a receptor que capta sinais emitidos por um

TOFU ILUSTRAS
explorarem intuitivamente o site satélite artificial e aponta onde você está
da Nasa para crianças. O site traz e para qual direção está indo. Ele lhe dá,

lista
propostas de exploração do espa-
portanto, um posicionamento geográfico

au
AV, P
ço e da Terra. Tenha uma escuta
atenta em relação às observações no planeta.
e dúvidas das crianças. Alimente
a curiosidade dos estudantes e,
com o auxílio do professor de lín- GLOSSÁRIO
gua inglesa, retome o tópico do
livro: a utilização do GPS. Satélite: equipamento construído pelo ser
Site da Nasa para crianças: humano e colocado em órbita ao redor
<https://spaceplace.nasa.gov/ do nosso planeta. Entre as muitas funções
kids/>. Acesso em: 13 ago. 2021. de um satélite está a captura de imagens e
informações sobre a superfície terrestre.

32

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56
Encaminhamento
Pesquisa didático
Hoje em dia, uma série de profissões utiliza os mapas digitais e o Converse com os estudantes
GPS. Você certamente conhece alguém que trabalha ou já trabalhou sobre as aplicações dessa tecno-
em uma delas, como os motoristas de aplicativos ou entregadores de logia no dia a dia. Leia a proposta
da pesquisa e apresente um rotei-
comida por aplicativos.
ro para que eles compartilhem o
• Pesquise em jornais, revistas ou em páginas de notícias que encontraram. Onde encon-
da internet quais outras aplicações os mapas digitais e o trou a informação? Para que ser-
ve? Você já fez uso disso? O que
GPS podem ter no mundo atual. Registre os resultados no achou?
espaço abaixo. Oriente os estudantes a fazer
esta pesquisa na internet, em bi-
bliotecas e arquivos públicos. Se
julgar pertinente, sugira a eles
que façam uma pesquisa sobre
o uso dessa tecnologia nas dife-
rentes profissões. Ou até mesmo
que entrevistem os membros de
sua comunidade familiar e escolar,
identificando quem são as pes-
soas que utilizam essa tecnologia
e para que elas utilizam. Professor,
você pode auxiliar na construção
deste questionário, assim como
no roteiro de pesquisa. Qual foi
a fonte de pesquisa escolhida? O
que você descobriu? Quais profis-
sionais utilizam essa tecnologia?
Qual é a idade desses profissio-
nais? Você encontrou imagens do
que pesquisou? Gostaria de com-
partilhar com os colegas?
Se considerar pertinente, ela-
bore um texto coletivo com os es-
tudantes com base na análise das
informações obtidas.

33

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57
Apresentação da
Unidade
Esta Unidade pretende traba-
lhar com a esfera do município
e suas composições. O estudan-
te deve pensar além do próprio
espaço de vivência e ser questio-
nado sobre as possíveis configu-
rações de paisagens que cabem
dentro deste território, além de
pensar sobre sua formação e so-
bre as transformações da paisa-
gem, que estão relacionadas com
esse processo. O MUNICÍPIO ONDE VIVEMOS
Para o desenvolvimento desta

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS


LUIS WAR/SHUTTERSTOCK
Unidade, espera-se que os estu-
dantes compreendam o lugar em
que vivem, (estudado na Unida-
de 1 deste livro) e extrapolem este
conhecimento para o município,
visando compreender a sua com-
posição e complexidades. Espe-
Vista aérea do
ra-se também que os alunos pos-
município de Belo
sam entender as contribuições Horizonte, MG, 2020.
culturais dos diversos povos que
A.PAES/SHUTTERSTOCK

formaram o Brasil na cultura do


seu município e de outras regiões.

município de Alto
Caparaó, MG, 2019.

Agora que você já estudou sobre o bairro onde vive, vamos explorar o seu
município. Você sabia que em um mesmo município podem existir espaços muito
diferentes, como o campo e a cidade? Outro fato muito curioso é que em cada
município podemos observar na população hábitos, costumes e culturas diferentes,
afinal, eles são formados por uma população bastante diversificada. Você está
pronto para conhecer um pouco mais sobre o seu município? Então vamos lá!
34

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Objetivos da Unidade:
• Identificar as diferenças entre os bairros que compõem um município.
• Entender os diferentes modos de vida que ocorrem no campo e na cidade.
• Compreender os problemas que ocorrem na cidade nos dias de hoje.
• Analisar as diferentes atividades que acontecem no campo e na cidade.
• Compreender a diferença entre município e cidade.
• Entender o processo de formação das cidades.
• Analisar as mudanças que ocorreram na população do campo e da cidade ao longo do tempo.
• Identificar as transformações que ocorreram no campo e como isso afeta a cidade.
• Reconhecer os principais problemas associados com o rápido crescimento das cidades.
• Compreender os aspectos que compõem a cultura.
• Perceber as contribuições culturais dos diversos povos na formação da cultura brasileira.
• Perceber as manifestações culturais que ocorrem no seu espaço de vivência.
58
Encaminhamento
didático
Peça para os estudantes ob-
servarem a fotografia atentamen-
te. Se possível, mostre outras ima-
gens que representem o campo e
a cidade, com cidades menores e
imagens que retratem o emprego
da tecnologia no campo. É interes-
sante mostrar imagens do próprio
município em que a escola está in-
serida, de sua zona urbana e rural,
de modo que evidencie todos os
aspectos que compõem o municí-
pio do estudante.
1.  Espera-se que o estudante
identifique a fotografia que mais
se assemelha com a sua realidade.
O município onde você vive se parece mais com qual fotografia? Muitas vezes, pequenas cidades se
Por quê? Resposta pessoal. parecem mais com a fotografia que
Em qual desses espaços você acha que a vida é mais agitada? retrata o campo. Converse com os
E mais tranquila? Por quê? Resposta pessoal. estudantes sobre essa possibilidade.
2.  Espera-se que os estudan-
Descreva as características dos dois espaços representados tes percebam que a cidade concen-
na fotografia. tra uma maior oferta de serviços,
Espera-se que os estudantes reconheçam que na fotografia 1 há mais construções acessos e concentração populacio-
humanas, como os prédios, casas, rodovias etc. Já na figura 2, há poucas
construções humanas e predominam elementos da natureza. nal, acarretando maior atividade e
agitação.
3.  Espera-se que os estudan-
tes reflitam sobre as diferenças na
paisagem retratadas nas duas fo-
NESTA UNIDADE, VOCÊ VAI ESTUDAR tografias, como a interferência hu-
mana atuou nas duas realidades e
• A VIDA NO CAMPO. seus impactos.
• A VIDA NA CIDADE.
• A DIFERENÇA ENTRE MUNICÍPIO E CIDADE.
• A FORMAÇÃO DAS CIDADES.
• OS PROBLEMAS DAS CIDADES.

35

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Na BNCC:
Habilidades: EF03GE01 / ­EF03GE02 / Unidades temáticas:
EF03GE11 • O sujeito e seu lugar no mundo.
Competências gerais • Natureza, ambiente e qualidade de vida.
da educação básica: 1, 3, 6;
Competências específicas Objetos do conhecimento:
de Ciências Humanas: 3, 4, 5; • A cidade e o campo: aproximações
Competências específicas e diferenças.
de Geografia: 1, 3, 6. • Impactos das atividades humanas.

59
Abertura do capítulo
O objetivo deste capítulo é
mostrar as diferentes paisagens
que constituem um município,
como as cidades e o campo. Para
isso, é importante que o estudan-
4 A vida na cidade
e no campo
te já tenha conhecimento sobre
o seu espaço de vivência, como
o bairro em que está inserido, e
perceba como esses espaços dife- No capítulo anterior, vimos que existem bairros muito diferentes
rem e se complementam. A uni-
dade temática da BNCC traba-
uns dos outros. Essa diferença pode ser ainda maior quando
lhada é “O sujeito e seu lugar no comparamos bairros do campo e da cidade.
mundo”, e o objeto de conheci- Os espaços do campo e da cidade têm características muito
mento é “A cidade e o campo: distintas. Observe as imagens para entender o porquê:
aproximações e diferenças”.
Ao longo do capítulo, serão A.

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


desenvolvidos os seguintes con-
teúdos:
• Identificar as diferenças entre
os bairros que compõem um
município.
• Entender os diferentes modos
de vida que ocorrem no cam-
po e na cidade.
• Compreender os problemas
que ocorrem na cidade nos
dias de hoje.
• Analisar as diferentes ativida- B.
des que acontecem no campo
e na cidade.

36

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Encaminhamento didático
Professor, aproveite o momento para trabalhar com os conhecimentos prévios dos estu-
dantes. Pergunte de que forma as duas paisagens retratadas nos desenhos foram modifi-
cadas pelo ser humano. Quais são os impactos da ação humana, que eles podem perceber
analisando os desenhos. Questione sobre as diferentes paisagens encontradas em seu mu-
nicípio e se essas representações poderiam pertencer ao mesmo município.
Converse com os estudantes sobre essa relação do campo e da cidade dentro de um mes-
mo município. Converse também sobre atividades podem ser encontradas em cada espaço.

60
Após a realização da ativida-
de proposta, aponte para os estu-
dantes que muitas vezes um ele-
mento que parece natural pode
ter sido construído pelo ser hu-
mano. Como no caso da imagem
que representa o campo, onde
1 Para iniciar nossa conversa sobre o campo e a cidade, escolha há um açude que pode ter sido
duas cores diferentes para representar os elementos presentes construído pelo ser humano, as-
sim como as áreas de pastagem
nas ilustrações. Uma cor será utilizada para pintar os elementos e de plantio.
da natureza presentes nas imagens. A outra representará as Peça aos estudantes que refli-
construções humanas. tam sobre as transformações do
ser humano na paisagem e quais
2 Identifique qual das imagens acima representa: são os motivos dessas alterações.
Questione os estudantes sobre a
o espaço da cidade: B o espaço do campo: A existência de paisagens naturais,
que não sofreram alterações dire-
tas do ser humano, se elas exis-
3 Descreva as diferenças que você observa entre os espaços do tem no seu município, como elas
campo e da cidade. são preservadas e qual é a impor-
tância destas áreas para a popu-
Espera-se que os estudantes respondam que no espaço do campo predominam os lação.
Toda área urbana já foi uma
elementos da natureza, como vegetação, solo, rio, animais etc. Já no espaço da cidade,
paisagem natural, que foi sendo
temos muitas construções humanas, como as rodovias, prédios, casas e carros. modificada pelo ser humano. No
campo, a paisagem também foi
modificada para se adequar a ati-
vidades que são realizadas através
Você deve ter percebido que os espaços da cidade e do campo da utilização de ferramentas e de
máquinas. Questione os estudan-
são muito diferentes. tes sobre as atividades do campo
Nas cidades, temos muitas construções humanas, como que mais alteram a paisagem.
casas, prédios, rodovias, pontes e veículos. Também há um grande
número de pessoas vivendo nesse espaço. Percebemos isso quando
enfrentamos problemas no trânsito, pegamos longas filas ou vamos
para lugares com muitas aglomerações, como é o caso das áreas
comerciais e o centro da cidade. Já o espaço do campo, por outro
lado, é marcado pela presença de muitos elementos da natureza,
como a vegetação, rios, lagos e animais.
37

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Encaminhamento didático
É sempre bom lembrar que toda interferência humana na paisagem traz consigo conse-
quências, em maior ou menor grau. No caso das cidades, a interferência é tão grande que
muitas vezes é difícil imaginar que antes ali existia uma paisagem natural. Instigue os estu-
dantes a imaginar como seria a cidade antes da interferência humana, se ali havia rios, la-
gos, montanhas, vegetação e bichos. No desenho do campo também é possível identificar
alterações na paisagem natural, como a construção da casa, da estrada, da cerca, postes
de eletricidade, além da utilização da terra para pastagem e plantio. Mesmo estas ativida-
des executadas no campo causam impactos negativos para a natureza, como a erosão, a
compactação dos solos e a contaminação dos solos e das águas com o uso de agrotóxicos.

61
Encaminhamento
didático Com tantas diferenças, será que o estilo de vida das pessoas
As fábulas são histórias criadas que vivem no campo e o das pessoas que vivem na cidade também
para passar um ensinamento ou são distintos? Antes de responder a essa questão, faça uma roda de
uma moral, elas são caracteriza-
leitura com os colegas para ler a fábula de Esopo O rato do campo e
das pela utilização de animais que
possuem características humanas. o rato da cidade:
Muitas vezes elas apresentam ge-
neralizações que fazem referência O rato do campo e o rato da cidade
ao comportamento humano.
Na fábula de Esopo apresen- Era uma vez um rato que morava na
tada, os ratos representam mo- cidade e foi visitar um primo que vivia
radores da cidade e do campo. no campo. O rato do campo era um
Questione os estudantes se eles pouco arrogante, mas gostava muito do
identificam os comportamentos primo e recebeu-o com muita satisfação.
apresentados pelo rato da cida-
Ofereceu-lhe o que tinha de melhor:
de e pelo rato do campo como
representações das pessoas da ci- feijão, toucinho, pão e queijo. O rato da
dade e das pessoas do campo. cidade torceu o nariz e disse:
Hoje em dia, com a chega- — Não posso entender, primo, como
da da tecnologia, muitas trans- consegues viver com estes pobres
formações ocorreram na manei- alimentos. Naturalmente, aqui no campo,
ra de trabalhar no campo e na
é difícil obter coisa melhor. Vem comigo e eu te mostrarei como se vive
cidade. Nas cidades, muitas pes-
na cidade. Depois que passares lá uma semana, ficarás admirado de ter
soas trabalham de forma remo-
ta e possuem hábitos saudáveis, suportado a vida no campo.
e sua rotina é mais tranquila. No Os dois puseram-se, então, a caminho. Já era noite quando chegaram à
campo, a rotina de trabalho pode casa do rato da cidade.
ser árdua e sem descanso, e com — Certamente gostarás de tomar um refresco
a chegada de novas formas de após esta caminhada — disse ele polidamente
trabalho, muitas pessoas traba-
ao primo. Conduziu-o até a sala de jantar,
lham de forma muito similar ao
ritmo da cidade, vendendo sua onde encontraram os restos de uma grande
mão de obra e respeitando o tem- festa. Puseram-se a comer geleias e bolos
po do relógio. deliciosos.
ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS

De repente, ouviram rosnados e latidos.


— O que é isso? — perguntou, assustado, o
rato do campo. —
São apenas os cães da casa — respondeu o
da cidade.

38

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 38 12/08/21 20:53

62
Encaminhamento
— Apenas? Não gosto desta música durante o meu jantar. didático
Nesse momento, a porta abriu-se e apareceram dois cães enormes. Espera-se que os estudantes
Os ratos tiveram que fugir a toda pressa. interpretem a fábula para respon-
— Adeus, primo — disse o rato do campo. — Vou voltar para a minha der as questões apresentadas, re-
casa, no campo. parando que os ratos representam
comportamentos humanos.
— Já vais tão cedo? — perguntou o da cidade.
Questione os estudantes sobre
— Sim, já vou e não pretendo voltar — concluiu o primeiro. os trabalhos realizados no campo
Moral da história: mais vale uma vida modesta com paz e sossego que e na cidade. Pergunte de que ma-
todo o luxo do mundo com perigos e preocupações. neira a tecnologia vem transfor-
Prefeitura Municipal de Piúma. O rato do campo e o rato da cidade. Disponível em: <https:// mando estes trabalhos e quais ati-
www.piuma.es.gov.br/portal/uploads/documento/46/20201116193353-16-cap.pdf> vidades precisam necessariamente
Acesso em: 2/08/2021.. ser realizadas no campo e na cida-
de. Pergunte também sobre quais
1 Como era a vida do rato que vivia no campo? E do rato que atividades podem ser executadas
vivia na cidade? em qualquer um desses dois ce-
nários.
A vida do rato do campo era muito tranquila, apesar da simplicidade. Já a vida do rato Tanto no campo quanto na
cidade existem diferenças sociais
da cidade era muito agitada e estressante, apesar de mais sofisticada. que estão diretamente ligadas
ao poder de compra e consumo.
No campo, as famílias de bai-
xa renda possuem mais opções
2 Qual dos ratos tinha uma vida mais tranquila? de alimento, pois esses itens são
O rato do campo. produzidos ali na vizinhança e
custam mais barato ou podem
ser adquiridos de forma gratuita
3 Pense no dia a dia das pessoas que vivem no campo e na através de colheitas e trocas. Na
cidade. Converse com os colegas e aponte uma semelhança cidade, as famílias de baixa ren-
e uma diferença nos hábitos dessas pessoas. da muitas vezes sofrem com o
problema da fome e da pobreza
Espera-se que os estudantes comparem o que foi abordado na fábula com a vida real e, alimentar (poucas opções de ali-
mento e baixo valor nutricional).
sem julgamento de valores, apontem semelhanças e diferenças nos hábitos de vida.

A fábula que você acabou de ler nos mostra que, apesar de a


cidade ter muitos lugares para passear, se divertir ou fazer compras,
a agitação desse espaço pode ser também muito estressante.
39

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 39 12/08/21 20:53

63
Encaminhamento

TOFU ILUSTRAS
didático 1 Ficar horas preso em um
As cidades grandes sofrem congestionamento, enfrentar filas
com alguns problemas estrutu- ou frequentar um local muito
rais. Uma das questões que mais cheio, que dificulte a locomoção,
afetam o cotidiano da sua popu-
lação é a mobilidade. O número pode nos deixar um tanto
excessivo de carros particulares e estressados, não é mesmo?
a falta de investimento em trans- Nessas horas, é preciso saber
portes públicos como os ônibus manter a calma para cuidar da
e o metrô ocasionam congestio-
nossa saúde emocional e para
namentos que geram um maior
tempo nos deslocamentos. evitar problemas e conflitos com
Questione os estudantes so- outras pessoas. Você já passou por alguma situação na qual
bre quais meios de transporte eles ficou muito estressado? Como você costuma agir em situações
utilizam para realizar seus deslo- de estresse? O que faz para tentar relaxar?
camentos, quais são as vantagens
e desvantagens desse meio de
2 Observe o desenho da mulher no trânsito. Então, converse
transporte. Aproveite o momen-
to para questionar os estudantes com o professor e com os colegas sobre as seguintes questões:
sobre possíveis soluções para os vocês acham o comportamento dela adequado? Quais tipos
problemas encontrados no des- de problemas esse comportamento pode gerar? Qual seria a
locamento. Quais outros meios melhor maneira de agir nessa situação?
de transporte podem ser usados
e como incentivar a população a Resposta pessoal
aderir a estas medidas.

VOCÊ SABIA?
Você sabia que, devido à grande aglomeração de veículos, o ar das cidades é
muito mais poluído que o ar do campo? Como você sabe, para funcionar, os
carros precisam de combustíveis, como a gasolina. Ao queimar o combustível, os
carros liberam no ar gases poluentes que são muito prejudiciais à nossa saúde, já
que podem gerar ou agravar doenças respiratórias, como asma e bronquite.

40

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 40 12/08/21 20:53

Atividade complementar
Peça para os estudantes pesquisarem sobre as soluções encontradas pelo mundo para
resolver esta questão. Depois forme uma roda de conversa com eles para discutir essas solu-
ções e, se possível, levante sugestões para serem implantadas no município.

Sugestão para o professor


No site da Agência Brasil você encontra informações sobre a mobilidade urbana no Brasil.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/eleicoes-2020/noticia/2020-11/mobilidade-
urbana-o-ir-e-vir-que-leva-alem> Acesso em: 13 ago. 2021.

64
Sugestão para o
professor
A Central Ailos é uma
cooperativa de crédito que atua na
Região Sul do Brasil; ela produziu
uma animação que aborda o tema
Modos de vida

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


do consumo consciente. Disponível
As crianças no campo e em: <https://www.youtube.com/
na cidade têm estilos de vida watch?v=h-SJQalRAng&ab_
channel=Ailos>. Acesso em: 13
diferentes. Uma das diferenças ago. 2021.
está na maior ou menor
possibilidade de consumo, isto é, Atividade complementar
na disponibilidade de produtos Peça para os estudantes refle-
para a compra. tirem sobre essas duas realidades
Na cidade, geralmente, a e imaginarem um dia de lazer em
cada cenário diferente. Quais ati-
população tende a ser mais consumista. Isso significa que muitas
vidades eles gostariam de realizar
pessoas compram uma grande quantidade de produtos que não são no campo e na cidade. A forma
realmente necessários. Podemos citar, como exemplo de atitudes de apresentação pode ser um de-
consumistas, comprar brinquedos frequentemente, mesmo já tendo senho que represente uma ativi-
muitos em casa. Também somos consumistas quando temos muitas dade realizada no campo e outro
desenho representando uma ati-
roupas no guarda-roupa e, ainda assim, compramos roupas novas. vidade na cidade.
Nas grandes cidades, há mais espaços comerciais do que no
campo, o que faz com que as pessoas organizem suas atividades
de lazer, por exemplo, em torno de atividades de compra, como os
passeios em shopping centers.
Já no campo, as atividades de
lazer das crianças estão mais ligadas
à relação com a natureza. Correr
ao ar livre, subir em uma árvore
para pegar uma fruta, banhar-se no
rio ou brincar com os animais. Por
outro lado, o acesso a determinados
aparelhos tecnológicos que deixam
a vida mais confortável é mais difícil
para quem vive no campo.
41

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 41 12/08/21 20:53

Ampliando conhecimento
É importante ressaltar que o poder aquisitivo e o acesso ao consumo não são uma reali-
dade para todos os moradores das cidades, assim como a falta de acesso a esses serviços e
produtos não é uma realidade para todos os moradores do campo.
Durante muito tempo o acesso a esses serviços e bens era exclusivo das cidades, mas
com a chegada da internet e de novos serviços oferecidos no campo esta realidade vem se
transformando e alterando as relações de consumo.

65
Encaminhamento
didático Agora, o professor organizará um debate na sala. Converse
1.  Espera-se que o estudan- com os seus colegas sobre as seguintes questões:
te levante os pontos positivos e
negativos de cada realidade. No 1 Quais são as vantagens e as desvantagens da vida na
campo ele pode citar como posi- cidade? E da vida no campo?
tivo o contato com a natureza, a
liberdade, acesso a rios limpos e 2 Se tivesse de escolher entre a vida no campo e na cidade,
o convívio com diversos animais.
As desvantagens seriam a falta
qual você escolheria? Por quê?
de acesso a serviços e produtos e 3 O texto fala sobre o

NOMAD_SOUL/SHUTTERSTOCK
o contato mais próximo com ou-
tras pessoas. Na cidade ele pode consumismo das crianças
citar como vantagem a varieda- na cidade, isto é, comprar
de de opções culturais, acesso a coisas que não são
tecnologia e esportes variados, e
realmente necessárias.
como pontos negativos, o tempo
de deslocamento, a poluição, a Você costuma pedir para
ausência de liberdade, a violên- os seus pais comprarem
cia, entre outros. roupas, brinquedos e outros Ser consumista pode parecer hábito de
2.  A resposta deve variar de acessórios? Com qual adulto. Mas, muitas pessoas começam a
acordo com as necessidades de adquirir hábitos consumistas desde crianças.
cada estudante.
frequência você faz isso?
3.  É importante ressaltar que Você já comprou algo que não era realmente necessário
vivemos em uma sociedade de naquele momento? Você acredita que precisa mudar seus
consumo e somos incentivados a hábitos de consumo?
todo momento a comprar, desde
coisas de que necessitamos a itens Além do estilo de vida, também existem muitas diferenças
completamente supérfluos. Ques-
tione os estudantes sobre de que
entre as atividades humanas desenvolvidas no campo e na cidade.
forma essa necessidade é imposta Na cidade, destacam-se atividades como a industrial, a comercial
sobre as pessoas. e a prestação de serviços. Já no campo, são desenvolvidas
atividades como agricultura, pecuária e extrativismo.

GLOSSÁRIO

Agricultura: produção de vegetais voltada para o consumo humano.


Pecuária: criação de animais voltada para a produção de alimentos.
Extrativismo: extração de recursos da natureza para fins industriais e/ou comerciais.

42

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 42 12/08/21 20:53

Atividade complementar
Peça para os estudantes se reunirem em grupos de três pessoas para elaborar uma pro-
paganda de um produto que eles utilizam em seu cotidiano. Eles devem pensar no público
alvo a ser atingido pela campanha, estratégias de vendas, como promoções, e na forma em
que irão veicular essa propaganda: pode ser um anúncio escrito, pode ser um vídeo grava-
do, um áudio ou outras formas que pensarem.

66
Atividade complementar
1 Observe as imagens abaixo e identifique quais estão Divida a sala em grupos de cin-
associadas ao espaço do campo e quais estão relacionadas ao co estudantes. Peça para eles pro-
espaço da cidade. curarem dentro da escola pessoas
que viviam no campo e se muda-
A. Espaço do campo B. Espaço da cidade ram para a cidade ou vice-versa.
Eles devem realizar uma entrevista

HALFPOINT/SHUTTERSTOCK

ROBERTO EPIFANIO/SHUTTERSTOCK
com essa pessoa, para que narre
sua mudança de cenário, quantos
anos ela tinha quando mudou, o
motivo da mudança, quais eram
suas atividades preferidas antes de
se mudar e quais são as atividades
preferidas agora, de que mais sen-
Homem plantando uma muda de árvore. Rua 25 de Março. São Paulo, SP, 2019. te falta, e se ela gostaria de retor-
nar para o seu local de origem e
C. Espaço da cidade D. Espaço do campo o porquê.
Oriente os estudantes a escre-
ROBERTA BLONKOWSKI/SHUTTERSTOCK

ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK
verem as respostas no caderno
para apresentarem para a turma.

Sugestão para o
professor
• O autor José Graziano da
Área industrial, Paraná, 2018. Criação de Gado, Mato Grosso, 2019. Silva, em seu livro O novo rural
brasileiro, discute as novas
2 Converse com os colegas sobre como é o município onde vocês configurações e transformações
vivem, apontando características que indiquem se vocês estão no que vêm ocorrendo no campo.
campo ou na cidade. Para isso, observem a paisagem pela janela Disponível em: <https://www.
eco.unicamp.br/colecao-
da sala de aula ou de algum outro lugar da escola. Depois, faça pesquisa/o-novo-rural-
um desenho ilustrando o que você observou. brasileiro>. Acesso em: 13 ago.
2021.
• A autora Ana Fani Alessandri
Carlos, em seu livro O espaço
urbano: novos escritos sobre
a cidade, traz reflexões sobre
a cidade e suas adversidades.
Disponível em: <https://gesp.
fflch.usp.br/sites/gesp.fflch.usp.
br/files/Espaco_urbano.pdf>.
43 Acesso em: 13 ago. 2021.

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 43 12/08/21 20:53

Encaminhamento didático
Para enriquecer esta atividade, selecione outras imagens que retratem o campo e a cida-
de e peça aos estudantes que as relacionem com os espaços que representam.

67
Abertura do capítulo
O objetivo pedagógico do ca-
pítulo é fazer com que os estu-
dantes reflitam sobre as esferas
que compõem um município e o
processo de formação das cida-
5 Diferentes formas
de cidades
des, suas causas e consequências.
As Unidades Temáticas da BNCC
trabalhadas são “O sujeito e seu
lugar no mundo” e “Natureza, Neste capítulo, vamos estudar as características das cidades
ambiente e qualidade de vida”, e
os objetos de conhecimento en-
do município onde você vive. Mas antes de iniciar esta discussão,
volvidos são: “A cidade e o cam- é preciso descobrir a resposta para a seguinte questão: você sabe
po: aproximações e diferenças” qual é a diferença entre município e cidade? Embora, muitas
e “Impactos das atividades hu- vezes, usemos esses dois termos como sinônimos, eles possuem
manas”.
significados diferentes.
Ao longo do capítulo, serão
desenvolvidos os seguintes con- Para que você possa entender essa diferença, observe o mapa
teúdos: abaixo com atenção:
• Compreender a diferença en- São Paulo: Municípios
tre município e cidade.

HACHURA ESTÚDIO DE CRIAÇÃO


MATO GROSSO
• Entender o processo de for- DO SUL
mação das cidades. MINAS GERAIS

• Analisar as mudanças que


ocorreram na população do
RIO DE
campo e da cidade ao longo JANEIRO
do tempo.
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
• Identificar as transformações
que ocorreram no campo e
PARANÁ
como isso afeta a cidade. OCEANO
ATLÂNTICO
• Reconhecer os principais pro- 50º
0 90 km

blemas associados com o rá- IBGE. Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/


pido crescimento das cidades. sao-paulo/panorama>. Acesso em: 2/08/2021.

O mapa que você acabou de observar mostra o estado de São Paulo.


Encaminhamento Veja que os estados são divididos em vários territórios menores, que são
didático chamados de municípios. Os municípios, por sua vez, são formados por
A análise do mapa deve ser áreas urbanas (cidades) e áreas rurais (campo). Assim, em um mesmo
feita de forma cuidadosa; explore município, podemos encontrar esses dois tipos de espaço: campo e cidade.
todos os elementos que ele con-
tém, como o estado de São Pau- 44
lo, os estados que fazem fron-
teira com ele, sua localização e PNLD2023-GEO3U2LA.indd 44 12/08/21 20:54
todas as subdivisões que repre-
sentam os municípios. Se possí- Sugestão para o professor
vel, apresente aos estudantes o No site do IBGE, você pode encontrar uma série de informações pertinentes, jogos,
mapa de munícipios do seu es- brincadeiras e um grande acervo de mapas temáticos, incluindo todos os estados do Brasil e
tado e destaque o município em seus municípios. Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br/criancas/mapas-5.html>. Acesso
que a escola está inserida. em: 13 ago. 2021.

68
Encaminhamento
didático
As charges são uma represen-
tação gráfica que contém uma
opinião ou uma crítica. Observe
a charge atentamente com os es-
tudantes e peça para eles descre-
1 Em qual município você vive? Sua casa está localizada na cidade
verem os elementos que constam
ou no campo? Resposta pessoal. na imagem. Pergunte aos estu-
dantes se eles estão familiariza-
Formação das cidades dos com este tipo de linguagem
Vamos conversar, agora, sobre o processo de surgimento e formação e quais são as vantagens da utili-
zação de charges no aprendizado.
das cidades. Para iniciar esta discussão, analise a imagem abaixo:
Aproveite para questionar os
estudantes sobre o crescimento

ARIONAURO CARTUNS
do seu município e quais bairros
são novos e para onde a cidade
está crescendo.

Atividade complementar
Peça para os estudantes dese-
nharem uma charge relacionada
com o crescimento das cidades.
Ela deve conter no mínimo um
quadro e no máximo três. Lembre
os estudantes sobre a função crí-
tica da charge e se possível sobre
1 Em sua opinião, o que a charge acima nos mostra sobre a utilização do humor.
as cidades?
Espera-se que os estudantes reconheçam que a charge representa a expansão das

cidades, ocupando áreas do espaço do campo.

2 Observe o semblante dos personagens. Você acredita que o


crescimento da cidade em direção ao campo é algo positivo
para eles? Justifique sua resposta.
Espera-se que os estudantes relatem a fisionomia assustada e o olhar desanimado dos

personagens, demonstrando preocupação com essa aproximação.

45

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 45 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Peça para os estudantes realizarem uma pesquisa sobre o surgimento das cidades. A pes-
quisa deve responder as seguintes perguntas: como surgiu a zona urbana do seu município?
O que levou aquelas pessoas a se fixarem naquele local e como isso atraiu outros moradores?
Questione os estudantes sobre os recursos naturais que existiam ali e como contribuíram para
essa ocupação, e de que maneira a cidade utiliza esses recursos na atualidade. Peça para os
estudantes compartilharem as suas descobertas com os colegas.

69
Encaminhamento A imagem que você acabou de observar mostra o crescimento das
didático cidades. Você já parou para pensar em como elas cresceram tanto?
Oriente os estudantes sobre Como vimos anteriormente, uma das principais características
como realizar a leitura do gráfi-
co. Destaque as informações con-
das cidades é a grande concentração de pessoas. Atualmente, a
tidas no gráfico, como o título, maior parte da população do nosso país vive nas cidades. Mas será
o que cada eixo representa e de que sempre foi assim? Para responder a essa pergunta, observe o
que maneira eles se relacionam. gráfico abaixo:
Esse gráfico retrata as mudanças
que vêm ocorrendo ao longo do Brasil: população no campo e na cidade

CATCHADESIGN
tempo, da população rural para a
população urbana, e como esse População no campo
processo se intensificou a partir População na cidade
100
dos anos 1970.

População (%)
81 85
1.  Espera-se que a partir da lei- 80 75
67
tura do gráfico eles percebam que 60 55 56
havia mais pessoas morando no 45 44
40 33
campo do que na cidade. 25
19
20 15
2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam, através dos dados 0
1960 1970 1980 1990 2000 2010
do gráfico, que a partir de 1970
a população das cidades se tor-
IBGE. Censo demográfico, 2010.
nou maior do que a do campo.
Este fenômeno está associado ao
aumento da industrialização nas 1 No ano de 1960, havia mais pessoas vivendo no campo
cidades e da mecanização que ou na cidade?
ocorreu no campo, onde muitos
No campo.
trabalhadores perderam seus em-
pregos para as máquinas.
2 A partir de que ano o número de pessoas que viviam na cidade
se tornou maior que o número de pessoas que viviam no
campo? Você consegue imaginar por que isso aconteceu?
A partir do ano de 1970.

As cidades cresceram a partir do surgimento das indústrias.


As indústrias precisavam de um grande número de trabalhadores,
e, por esse motivo, muitas pessoas saíram do campo e foram
para a cidade em busca de oportunidades de trabalho e melhores
condições de vida.
46

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 46 12/08/21 20:54

Sugestão para o professor


O geógrafo Milton Santos discutiu em vários livros a temática da urbanização no Terceiro
Mundo. Em seu livro A urbanização brasileira, promove uma discussão sobre a evolução das
cidades e suas configurações. Disponível em: <https://www.athuar.uema.br/?page_id=484>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
O Canal Futura produziu uma série documental que retrata as dificuldades encontradas
nas cidades. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bzZ4m7Uke8c&ab_
channel=MultipressDigital>. Acesso em: 13 ago. 2021.

70
Com o passar do tempo, o número de pessoas indo para a Encaminhamento
cidade aumentava cada vez mais. Por isso, foi preciso construir didático
mais casas, prédios, hospitais, lojas, rodovias etc. Desse modo, Assim como o seu Luís, mui-
tos trabalhadores perderam seus
a cidade foi crescendo rapidamente. empregos com a chegada das
Mas por que a população do campo buscava emprego máquinas ao campo. Este tipo
na cidade? Será que elas não tinham trabalho no campo? de agricultura tem como foco
Para descobrir a resposta para essas perguntas, faça a leitura a produção em larga escala de
um único gênero; muitas vezes
do texto a seguir. Depois, conte para os colegas e para o professor
esta produção é destinada para
o que você entendeu da história. a exportação e para a fabricação
de ração para a pecuária. Neste
Do campo para a cidade tipo de agricultura é comum a
Seu Luís passou a maior parte de utilização de máquinas, fertili-
zantes e agrotóxicos.
sua vida morando no campo.
No campo existem outras for-
Por muito tempo, trabalhou em uma mas de produção, como a agricul-
fazenda que ficava próxima à sua casa. tura familiar, que é voltada para a
Lá, ele e outros trabalhadores plantavam produção de alimentos diversos.
milho que, depois, era vendido para a Este tipo de agricultura é o grande

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


responsável pelos alimentos que
cidade mais próxima. chegam à nossa mesa. Atualmen-
Com o passar do tempo, a cidade te, novas formas de consumo es-
começou a crescer e estava cada vez mais tão sendo pensadas, e existe uma
cheia. Muitas pessoas estavam indo para grande valorização de alimentos
orgânicos e que prezam a biodi-
a cidade, pois lá poderiam ter melhores
versidade.
condições de vida e acesso a boas escolas, bons hospitais e mais
oportunidades de trabalho.
Quanto mais a cidade crescia, mais
milho precisava ser plantado para fornecer
alimentos aos moradores da cidade. Certo
dia, quando seu Luís e os outros funcionários
chegaram à fazenda, eles viram que havia
máquinas realizando o seu trabalho. O dono
da fazenda disse a eles que, utilizando as
máquinas, conseguia plantar e colher muito
mais rápido. E que, por esse motivo, não
precisava mais do trabalho deles.
47

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 47 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Questione os estudante sobre as consequências da produção em larga escala de um úni-
co gênero (monocultura) para a natureza. Levante pontos como a utilização de máquinas, a
mão de obra utilizada, o uso de agrotóxicos, o uso das águas e a contaminação dos solos e
das águas. Aproveite para perguntar sobre a existência desse tipo de atividade no município.
Peça para eles imaginarem possíveis soluções para os problemas levantados e compar-
tilharem suas ideias com a classe.

71
Encaminhamento
didático Assim como aconteceu
com seu Luís, aconteceu

TOFU ILUSTRAS
Oriente os estudantes a ler
o texto “Do campo para a cida- também com trabalhadores
de” atentamente para responder
as questões. A interpretação de
de outras fazendas. Sem
texto é uma habilidade que vai trabalho, muitas famílias que
sendo aperfeiçoada ao longo do viviam no campo migraram
desenvolvimento dos estudantes. para a cidade em busca de
Ela contribui para com o processo
comunicativo do estudante e au-
oportunidades de trabalho e
xilia em um maior entendimento melhores condições de vida.
e absorção de ideias e conteúdos.
1.  Espera-se que o estudante 1 O que fez com que o seu Luís perdesse seu trabalho na
perceba a relação direta da meca- fazenda?
nização da mão de obra no cam-
po com a extinção das vagas de A compra de máquinas que substituíram a mão de obra.
trabalho que antes era realizado
manualmente.
2.  Espera-se que os estudan-
tes respondam que, de acordo
com o texto, as famílias que per-
deram o emprego para as máqui- 2 O que fez com que as famílias que viviam no campo se
nas no campo foram buscar novas mudassem para a cidade?
oportunidades na cidade.
3.  Espera-se que os estudantes Sem trabalho devido à mecanização do campo, as famílias migraram para a cidade
se coloquem no lugar do seu Luís e
em busca de oportunidades de trabalho.
percebam que é muito difícil pas-
sar por essa situação de não en-
contrar solução para permanecer
no seu local por falta de opções e
3 Como você acha que seu Luís se sentiu quando perdeu seu
se ver obrigado a migrar em busca
de novas oportunidades. emprego e precisou se mudar para a cidade com a família?
Como você se sentiria se precisasse deixar o lugar onde vive?
Resposta pessoal.

48

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 48 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Peça para os estudantes reescreverem essa história pelo ponto de vista do seu Luís. A
história deve descrever a sua rotina antes da chegada das máquinas, como ele se sentiu na
mudança e as dificuldades enfrentadas por ele na cidade.

72
Ampliando
conhecimento
Oriente os estudantes na in-
terpretação da ilustração; eles de-
vem observar com atenção todos
os detalhes contidos, desde os de-
Problemas na cidade senhos ao texto associado a ela,
No Brasil, as cidades cresceram muito rapidamente, como o enunciado.
Peça para eles apontarem
o que resultou em diversos problemas para a população
os elementos naturais e os ele-
e para o meio ambiente. Muitos desses problemas são mentos humanizados que apare-
comuns na maioria das cidades brasileiras e também em cem na imagem. Então, levante
os seguintes questionamentos:
outras cidades do mundo. Infelizmente, por conta deles,
como é a interferência humana
a qualidade de vida da população que vive nas cidades é nos elementos naturais? Todas
afetada. Observe alguns exemplos na imagem a seguir: as construções são iguais? Há
diferenças de funções nos ele-

TOFU ILUSTRAS
mentos construídos? Como está
o estado de conservação dos ele-
mentos representados?

Sugestão para o
professor
O Canal Futura produziu
o vídeo “O crescimento das
cidades e a periferização”,
que aborda a temática do
crescimento das cidades e suas
consequências. Disponível em:
<https://www.youtube.com/
watch?v=puIh8Hr8tX4&ab_
channel=CanalFutura>. Acesso
em: 13 ago. 2021.

49

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 49 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Peça para os estudantes pesquisarem em casa imagens que representem cidades pelo
mundo para apresentar para a classe. É importante que eles compreendam que muitas ci-
dades ao redor do mundo compartilham problemas semelhantes e que algumas cidades en-
contraram soluções interessantes para os problemas que enfrentam.
Monte uma roda de discussão para eles compartilharem suas descobertas e observações.

73
Encaminhamento
didático
1 Quais problemas você consegue identificar na imagem?
1.  Espera-se que os estudan-
tes identifiquem, além dos proble- Os estudantes devem indicar: a emissão de gases poluentes de indústrias
mas evidentes na imagem, como
a poluição emitida pelos carros e e veículos, o rio poluído, o congestionamento de carros, buracos nas rodovias
pelas fábricas, a poluição dos rios,
e moradiasem situações precárias
o congestionamento, o lixo espa-
lhado pela rua e os buracos no as-
falto, a precariedade de algumas
moradias. Questione os estudan-
tes sobre os problemas enfrenta-
dos na cidade que não foram re- 2 Você acredita que esses problemas também ocorrem
presentados na ilustração.
no campo? Explique sua resposta.
2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que o campo e a Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que o campo
cidade enfrentam problemas di-
ferentes, mas que, dependendo e a cidade enfrentam problemas diferentes.
de cada região, alguns problemas
talvez sejam os mesmos, como a 3 Na cidade onde você vive também há problemas como
poluição das águas, ou a presença esses? Quais outros você poderia citar? Caso você viva
de indústrias no campo que emi-
tem poluentes.
no campo, aponte os problemas presentes no lugar
3.  Espera-se que os estudan- onde você vive.
tes lancem um olhar crítico sobre
Resposta pessoal.
o seu espaço de vivência e apon-
tem os principais problemas en-
frentados.

VOCÊ SABIA?
Você sabia que a cidade de Cubatão, no Brasil, já foi considerada uma
das mais poluídas do mundo? Na cidade, havia muitas indústrias
que lançavam todos os dias grandes quantidades de gases poluentes
no ar. Com o aumento da poluição, muitas pessoas desenvolveram
problemas respiratórios e espécies de animais que viviam na região
desapareceram. Diante de todos esses problemas, entre os anos de
1980 e 1922, Cubatão esteve na lista das cidades mais poluídas do
mundo. Atualmente, apesar de a cidade ser muito mais limpa do que
no passado, os níveis de poluição ainda são muito elevados.

50

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 50 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Peça para os estudantes desenharem a sua cidade ideal em uma folha de papel. Ela deve
conter soluções para os problemas frequentes da cidade. Ao final da atividade, eles devem
apresentar o desenho para a classe, evidenciando as soluções encontradas.
Após a apresentação, converse com os estudantes sobre a aplicabilidade das soluções
encontradas e seus desdobramentos.

74
6 Lugares de
cultura brasileira
Abertura do capítulo
Este capítulo pretende traba-
lhar com os aspectos que cons-
tituem a cultura brasileira e suas
manifestações artísticas e nas
paisagens. O estudante é convi-
dado a refletir sobre como a cul-
tura está presente no seu espaço
de vivência. A Unidade Temática
da BNCC trabalhada é “O sujeito
Nas cidades brasileiras, é comum nos depararmos com e seu lugar no mundo”, e o obje-
lugares, festas e eventos que celebram a diversidade cultural do to de conhecimento trabalhado é
nosso país. Nessas celebrações, a cultura de cada cidade ou região “A cidade e o campo: aproxima-
ções e diferenças”.
é expressa por meio de danças, músicas, arte e até mesmo da
A partir dos conteúdos desse
culinária. capítulo, espera-se alcançar os se-
guintes objetivos:
Afinal, o que é cultura? • Compreender os aspectos que
Antes de iniciarmos nossa conversa sobre as manifestações compõem a cultura.
culturais no Brasil, é preciso entender o que é cultura. A cultura diz • Perceber as contribuições cul-
respeito ao nosso modo de vida, aos costumes, tradições e toda forma turais dos diversos povos na
de produção artística, como a música, o teatro, a dança, o cinema, formação da cultura brasileira
entre outras. Portanto, quando • Perceber as manifestações cul-

ALF RIBEIRO/SHUTETRSTOCK
falamos de cultura brasileira, turais que ocorrem no seu es-
paço de vivência.
estamos falando dos diferentes
modos de vida do povo, nos
diferentes estados e regiões,
bem como das diversificadas Encaminhamento
expressões artísticas brasileiras. didático
Você sabia que muitas O Brasil é um país de grandes
festas que atualmente fazem dimensões e possui uma enorme
variedade de manifestações cul-
parte da cultura brasileira
turais; elas estão relacionadas
foram trazidas por povos com a origem da população e a
de outros países? É o caso Festa da Nossa Senhora de Achiropita, São Paulo, paisagem em que está inserida.
da Festa de Nossa Senhora SP, 2017. A igreja de Nossa Senhora Achiropita foi Aproveite para questionar os
fundada no passado por italianos que vieram para o estudantes sobre o que eles en-
Achiropita, que ocorre todos os Brasil. Hoje, muitos brasileiros frequentam a igreja e
tendem como cultura. Dê exem-
anos no bairro de Bela Vista. participam da Festa de Nossa Senhora Achiropita.
plos que se relacionam com o dia
51 a dia dos estudantes e como eles
estão atrelados à paisagem em
que ocorrem, como a alimenta-
PNLD2023-GEO3U2LA.indd 51 12/08/21 20:54
ção, o material e a forma das ca-
Sugestão para o professor sas, as festas típicas que aconte-
cem na sua região.
O antropólogo Roque de Barros Laraia, em seu livro Cultura: um conceito antropológico,
discute os aspectos que compõem a cultura. Disponível em: <https://docs.google.com/
viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxwcm9mZXNzb3JzaWx2aW9mYW1
ldHJvfGd4Ojc1N2JjY2YzNzFiMmIzNDI>. Acesso em: 13 ago. 2021.

75
Encaminhamento Observe a seguir algumas imagens que apresentam um pouco
didático da cultura brasileira.
Para enriquecer a aula, pes-

PHOTOCARIOCA/SHUTTERSTOCK

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS


quise previamente outras imagens
que retratem manifestações cul-
turais da sua região para mostrar
para os estudantes.
1.  Espera-se que os estudan-
tes identifiquem nas fotografias
manifestações culturais que estão
presentes no Brasil. Essas manifes-
tações podem ser vivenciadas no
seu cotidiano ou estar presentes
em músicas, reportagens e foto-
grafias.
2.  Espera-se que o estudante
Desfile de escola de samba no Rio de Janeiro, RJ, Crianças dançando quadrilha em Presidente
reflita sobre o seu lugar de vivên-
2019. Prudente, São Paulo, SP, 2019.
cia e sobre as manifestações cul-
turais que ocorrem na sua região.

ALEXANDRE CAPPI/PULSAR IMAGENS

WILL RODRIGUES/SHUTTERSTOCK
Pessoas dançando forró no Mercado Central, Roda de capoeira, São Paulo, SP, 2016.
Fortaleza, CE, 2019.

1 Você conhece ou já viu alguma das manifestações culturais


representadas nas fotografias? Já participou de alguma delas?
Resposta pessoal.
2 Converse com os colegas sobre outras manifestações culturais
com as quais você já teve contato no lugar onde vive.
Resposta pessoal.
52

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 52 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Peça para os estudantes formarem duplas para pesquisar uma manifestação cultural pre-
sente no Brasil. Ela deve ser diferente das representadas nas fotografias. A pesquisa deve
conter informações de como ela surgiu e quais são as suas principais características. Ao final
da pesquisa, peça para eles ilustrarem os resultados e apresentarem para a classe.

Sugestão para o professor


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é o responsável pela
preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/>.
Acesso em: 13 ago. 2021.

76
• Agora, você fará um desafio! Com o auxílio dos adultos, Encaminhamento
faça uma pesquisa em livros e na internet e descubra qual é didático
a origem das festas típicas representadas nas fotografias da Converse com os estudantes
sobre a formação da cultura e de
página anterior. Será que elas surgiram no Brasil ou foram
como novas manifestações cultu-
trazidas por outros povos? Descubra a resposta e depois rais continuam surgindo. Aborde
compartilhe com os seus colegas. a questão da criminalização de al-
gumas culturas por elas não esta-
O Carnaval foi trazido para o Brasil pelos rem de acordo com a mentalidade
colonizadores portugueses. Acredita-se que hegemônica do local em que sur-
era um tipo de brincadeira chamada entrudo, giram, como a capoeira, o samba,
na qual as pessoas saíam nas ruas e jogavam
farinha e líquidos umas nas outras. o candomblé, a umbanda e atual-
mente o rap e o funk. Questione
os estudantes sobre os motivos
que levaram a essa situação.
O funk é uma manifestação
cultural periférica que tem como
A festa junina foi trazida para o Brasil pelos cenário as áreas de habitação pre-
colonizadores espanhóis e portugueses. Esse cárias dos grandes centros. Ape-
evento era muito popular nesses países.
sar de ser uma criação recen-
te, ela contém elementos que a
qualificam como cultura. Ques-
tione os estudantes sobre as no-
vas tendências da música e como
elas surgiram, qual foi o contexto
de sua formação e o porquê de
O forró surgiu na região Nordeste do Brasil, na
década de 1930. elas serem consideradas manifes-
tações culturais.
ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS

A capoeira foi um tipo de luta e uma forma de


resistência dos povos africanos escravizados
que foram trazidos para o Brasil no período da
colonização.

53

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 53 12/08/21 20:54

Atividade complementar
Divida a sala em quatro grandes grupos e solicite que cada grupo pesquise os sons rela-
cionados com as imagens presentes na página. Eles devem escolher uma música para apre-
sentar para os colegas e falar sobre ela.

Sugestão para o professor


A Fundação Palmares foi criada com o intuito de preservar e documentar as contribuições
culturais da população negra para a sociedade brasileira. No site da fundação você encontra
informações sobre a cultura, além de um grande acervo de livros que podem ser baixados.
Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/?page_id=34089>. Acesso em: 13 ago. 2021.

77
Encaminhamento
didático VOCÊ SABIA?
Um dos mais importantes es- Espaços culturais de matriz africana
paços culturais de matriz africana
é o quilombo. Estes territórios têm No Brasil, há importantes espaços de celebração da cultura africana. Entre
como características a resistência estes, destacam-se os espaços religiosos de matriz africana, como os terreiros
e a luta pela autonomia da popu- de candomblé. Alguns desses espaços foram eleitos como patrimônio
lação negra escravizada. Existem cultural brasileiro, por preservarem a memória, a cultura e a história do povo
hoje no Brasil quase quatro mil co- africano no Brasil. Conheça um desses espaços:
munidades quilombolas espalha-
das por quase todos os estados.

RODRIGO S COELHO/SHUTTERSTOCK
Atividade complementar
Peça para os estudantes se or-
ganizarem em duplas para pesqui-
sarem espaços culturais de ma-
triz africana no Brasil. Eles devem
realizar uma apresentação para
a classe. Oriente os estudantes a
enriquecer a apresentação com
fotos, vídeos e música.

Cais do Valongo, Rio de Janeiro, RJ, 2018. O cais foi construído em 1811. Ele foi usado
como local de desembarque dos navios que traziam africanos escravizados para o país.
Até o ano de 1831, o cais recebeu cerca de um milhão de escravos.

Conhecendo o Museu Afro Brasil


O Museu Afro Brasil, localizado em São Paulo, é um importante
espaço de valorização e divulgação da cultura africana no Brasil.
Acesse o site do museu <http://www.museuafrobrasil.org.br/o-
museu> e pesquise sobre as influências africanas na cultura brasileira.
O que você conseguiu descobrir?
54

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 54 12/08/21 20:55

Sugestão para o professor


O Ministério da Justiça e Cidadania elaborou a cartilha “Povos e Comunidades Tradicionais
de Matriz Africana” contendo informações sobre suas origens, tradições e seus territórios
tradicionais. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/igualdade-
racial/cartilha-povos-e-comunidades-tradicionais-de-matriz-africana>. Acesso em: 13 ago. 2021.

78
Ampliando
conhecimento
Converse com os estudantes
sobre os espaços culturais do seu
município e qual é a cultura re-
presentada ali. Faça uma lista com
Diversidade cultural do Brasil as sugestões que eles levantarem
Vimos que a cultura brasileira é muito rica e que foi formada para auxiliar na troca de experiên-
a partir da contribuição de vários povos. Existem muitos espaços cias com os colegas.
1.  Espera-se que os estudan-
em que as diferentes culturas são celebradas. Observe:
tes compartilhem experiências
ARNIKA GANTEN/SHUTTERSTOCK

presentes no seu cotidiano, como


igrejas, terreiros, construções an-
tigas e eventos que celebrem a
cultura, como o Carnaval, a Fes-
ta Junina, feiras de artesanato e
gastronomia e outros.
Comércio de cerâmica
marajoara no mercado
Ver-o-Peso, em Belém,
PA, 2019. No Pará, temos
a cultura marajoara, de
origem indígena, que se
expressa, principalmente,
por meio do artesanato.

PETRA MAFALDA/MAFALDA PRESS/FUTURA PRESS

Festa do Boi-de-mamão,
Antonina, PR, 2017.
Em muitos lugares do
Sul do Brasil é realizada
anualmente a festa do boi-
de-mamão. Acredita-se que
a tradição foi levada a região
pelos açorianos.

1 Você já visitou espaços ou participou de eventos que


celebram a riqueza cultural brasileira na cidade onde mora?
Compartilhe suas experiências com os colegas.
55

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 55 12/08/21 20:55

Atividade complementar
Uma das matrizes culturais brasileiras é a indígena. Esse povo habitava as terras ocupadas
pelos portugueses há milhares de anos. A influência cultural destes povos é imensa e permeia
diversos aspectos do nosso cotidiano, como o hábito de tomar banho todo dia, o folclore,
alimentação, língua e o uso de remédios fitoterápicos. Peça para os estudantes formarem
grupos para pesquisar um destes aspectos para apresentarem para os colegas.

Sugestão para o professor


A Fundação Nacional do Índio possui um site com informações referentes aos povos
indígenas, seus territórios e seus direitos sociais. Disponível em: <https://www.gov.br/funai/
pt-br>. Acesso em: 13 ago. 2021.
79
Encaminhamento
didático 2 No espaço abaixo, faça um desenho ou recorte e cole
Oriente os estudantes a com-
fotografias que expressam a diversidade cultural do Brasil.
por esta página com alguns ele-
mentos que representem culturas
distintas, como instrumentos mu-
sicais, elementos folclóricos, co-
midas típicas, artesanato e cenas
cotidianas.

Atividade complementar
Organize a sala em grupos
para realizar uma feira cultural
na escola. Cada grupo deve apre-
sentar um aspecto da cultura bra-
sileira diferente do outro para a
comunidade escolar. Incentive os
estudantes a usarem formas cria-
tivas de apresentação, com músi-
ca, danças e comidas tradicionais.
Depois de realizar a feira, pro-
ponha uma roda de conversa com
os estudantes para discutir as di-
ficuldades encontradas, as des-
cobertas e como eles se sentiram
participando desta atividade.

56

PNLD2023-GEO3U2LA.indd 56 12/08/21 20:55

80
Descobrindo a ciência
Descobrindo a ciência e a tecnologia e a tecnologia
Uso de drones na agricultura e na cidade O uso de tecnologia na agri-
cultura envolve diversos aspectos,

JRSLOMPO/SHUTTERSTOCK
como o melhoramento genético
de sementes, os defensivos e fer-
tilizantes, o uso de máquinas e
agora a utilização de drones.
Além de monitorar as plan-
tações, os drones também são
utilizados para o geoprocessa-
mento e a produção de mapas.
As imagens aéreas também são
aliadas do monitoramento am-
biental e podem ser utilizadas
Drone sobrevoando plantação, Mato Grosso, 2021. no combate ao desmatamento
e em diversas outras funções de
monitoramento.
Normalmente, associamos o uso de tecnologias apenas ao
Questione os estudantes sobre
espaço da cidade. Mas você sabia que a tecnologia também outras formas com que essa tec-
é essencial para o desenvolvimento das atividades no campo? nologia pode ser empregada na
Uma dessas tecnologias são os drones. Você já ouviu falar agricultura ou no campo.
deles? Os drones são pequenos veículos aéreos não tripulados,
guiados por controle remoto. Neles, são instaladas câmeras que Atividade complementar
transmitem imagens para um computador, o que permite ao Monte uma roda de conversa
e peça para os estudantes levan-
agricultor monitorar toda a plantação sem sair do lugar. tarem possíveis usos dessa tecno-
• Com a ajuda de seus familiares, faça uma pesquisa na logia na cidade. Levante quais se-
internet sobre outras tecnologias utilizadas nas atividades riam os problemas enfrentados e
possíveis soluções.
do espaço do campo. Registre as tecnologias que você
descobriu no espaço abaixo.

57

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Sugestão para o professor


Questões norteadoras para a avaliação do estudante:
1. O estudante participa com entusiasmo de todos os processos e coloca sua opinião?
2. Ele apresenta dificuldade de entender o que se pede nas atividades?
3. O estudante consegue superar as dificuldades de maneira criativa?
4. No desenrolar das atividades, o estudante possui foco para desenvolver os exercícios pro-
postos?
5. O estudante auxilia os colegas na realização das atividades?
6. Ele entrega os trabalhos no prazo certo?
7. O estudante se expressa em público com desenvoltura?
8. O estudante assume a liderança nas atividades?
81
Apresentação da
Unidade
O objetivo desta Unidade é tra-
balhar com o conceito de paisa-
gem e os elementos que a com-
põem. O estudante deve analisar
as transformações antrópicas e na-
turais, através da identificação e
análise das principais característi-
cas que compõem uma paisagem
natural e uma paisagem cultural.
Este estudo possibilita uma re-
flexão sobre o impacto da ação
humana na paisagem, bem como AS PAISAGENS E SUAS TRANSFORMAÇÕES
contribui para pensar na relação
CASSANDRA CURY/PULSAR IMAGENS
entre a extração da matéria-prima
e o processo de transformação no
produto final.
Ainda nesta Unidade, os alu-
nos terão a possibilidade de co-
nhecer as diferentes comunidades
tradicionais do Brasil. Espera-se
que possam entender a cultura e
a relação que esses povos estabe-
lecem com a paisagem e com os
elementos naturais. Dentro des-
sa discussão, falaremos sobre as
populações indígenas, caiçaras, ri-
beirinhos e quilombolas.

Aldeia kamayurá, Gaúcha do Norte, MT, 2019.

Você provavelmente já se deparou com muitas paisagens em lugares


que visitou ou que viu na internet, filmes ou livros. Algumas delas são
muito diferentes daquelas com que estamos acostumados no nosso dia a
dia, não é mesmo? Nesta unidade, você poderá conhecer um pouco mais
sobre as paisagens e suas transformações. Vamos começar? Converse com
os colegas e com o professor sobre as questões na página ao lado.
58

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 58 12/08/21 20:50


Objetivos da Unidade
• Entender o conceito de paisagem.
• Perceber os elementos que constituem a paisagem.
• Compreender as transformações antrópicas e naturais na paisagem.
• Analisar os elementos que compõem uma paisagem natural e uma paisagem cultural.
• Entender os impactos das atividades humanas na paisagem.
• Perceber a relação entre a extração da matéria-prima e a transformação no produto final.
• Entender o que são comunidades tradicionais.
• Compreender o modo de vida indígena.
• Apreender o que são comunidades quilombolas, seu modo de vida e sua distribuição no
território brasileiro.
• Realizar leitura de mapa e compreender os elementos que o compõem.
• Identificar quem são os caiçaras e os ribeirinhos e o que os difere.
82
Encaminhamento
didático
1.  Espera-se que os estu-
dantes observem a fotografia e
apontem semelhanças e diferen-
ças com o seu lugar de vivência.
Se o estudante morar na cidade,
aponte elementos que podem
ser encontrados no seu cotidia-
no, como a antena parabólica e as
casas (mesmo que sejam construí-
das com outro tipo de material).
3.  Espera-se que os estudan-
tes descrevam um estilo de vida
mais integrado com a natureza,
como a utilização de matérias na-
turais na construção das casas, a
ausência de ruas e meios de trans-
O lugar onde você mora se parece com a paisagem da porte, e a presença de muitos ele-
fotografia? Explique as semelhanças e/ou diferenças. Resposta pessoal. mentos naturais, como as árvores
Como você acha que é o estilo de vida das pessoas que vivem ao fundo e a lavoura na frente.
Espera-se que eles percebam que
nesse lugar? Será que é o mesmo das pessoas que vivem nas cidades?
o estilo de vida das pessoas que
Descreva para os colegas a paisagem de algum lugar que você vivem na cidade é bem diferente
já visitou e que tenha chamado muito a sua atenção. Se possível, leve daqueles dos que vivem na paisa-
fotografias para compartilhar com a turma. Resposta pessoal. gem retratada na fotografia. As
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que os povos indígenas vivem em relações de trabalho e de consu-
harmonia com a natureza. Por outro lado, na cidade, predominam as construções humanas, e mo são bem diferentes nos dois
encontramos poucos elementos da natureza.
ambientes.
4.  Espera-se que os estudan-
tes descrevam uma paisagem que
chamou a sua atenção pela bele-
za ou pelas diferenças do seu lu-
NESTA UNIDADE, VOCÊ VAI ESTUDAR gar de vivência. Eles podem enri-
• AS PAISAGENS E SUAS TRANSFORMAÇÕES. quecer este relato falando sobre
a sensação que sentiram, os chei-
• PAISAGENS NATURAIS E CULTURAIS ros, o clima, a presença ou au-
• POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS sência de vegetação e sua loca-
DO BRASIL lização.

59

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 59 12/08/21 20:50


Na BNCC: Unidades temáticas
• O sujeito e seu lugar no mundo
Habilidades: EF03GE03 / EF03GE04 /
• Conexões e escalas
EF03GE05 / EF03GE07
• Mundo do trabalho
Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9; • Formas de representação
e pensamento espacial
Competências de
Ciências Humanas: 2, 3, 4, 5, 6, 7; Objetos de conhecimento
Competências • A cidade e o campo: aproximações
de Geografia: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. e diferenças
• Paisagens naturais e antrópicas em
transformação
• Matéria-prima e indústria
• Representações cartográficas
83
Abertura do capítulo
O objetivo deste capítulo
construir o conceito de paisagem
e analisar os objetos que a com-
põem. Ele também deve com-
preender as transformações que
7 As paisagens

ocorrem na paisagem através da


ação humana e das forças da na-
tureza. A unidade temática da
BNCC trabalhada é “Conexões e A palavra paisagem é muito presente no nosso vocabulário,
escalas”, e o objeto de conheci-
mento é “Paisagens naturais e an-
não é mesmo? Nós a usamos, em diversas situações, para nos
trópicas em transformação”. referir a lugares que achamos agradáveis de olhar. Normalmente,
Ao longo do capítulo, serão dizemos: “Uau! Que linda paisagem!”. Mas será que você sabe
desenvolvidos os seguintes con- o real significado dessa palavra? Vamos descobrir! Observe as
teúdos:
imagens a seguir com atenção:
• Entender o conceito de pai-
FELIPE QUEIROZ/SHUTTERSTOCK

WIT.SIRI/SHUTTERSTOCK
sagem.
• Perceber os elementos que
constituem a paisagem.
• Compreender as transforma-
ções antrópicas e naturais na
paisagem.

Aterro sanitário no município de Soledade, PB, 2019. Lago Moraine, Canadá, 2019.

1 Na sua opinião, os lugares das duas fotografias podem ser


chamados de paisagem? Explique.
Resposta pessoal. Nesse momento, o objetivo não é responder a questão corretamente,

mas sim permitir que os estudantes discutam e levantem suas próprias hipóteses.

60

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 60 12/08/21 20:50

Encaminhamento didático
Peça para os estudantes observarem atentamente as fotografias e descreverem os ele-
mentos que a compõem. Questione os estudantes sobre as semelhanças e diferenças pre-
sentes nas imagens. Peça para eles apontarem a localização descrita na legenda e questione
se no Brasil seria possível ter uma paisagem semelhante e por qual motivo.
A pergunta pretende levantar o conhecimento prévio dos estudantes a respeito do con-
ceito de paisagem, que muitas vezes é associado a um cenário bonito. Aproveite para ques-
tionar os estudantes sobre o conceito de beleza e se ele é igual para todos.
Conduza a discussão de modo que todos os estudantes participem e reserve um tempo
para eles anotarem suas conclusões no caderno.

84
Encaminhamento
didático
2.  Alguns estudantes con-
seguem formular melhor um
conceito quando pedimos que
expliquem para o outro, desenvol-
2 O que você entende por paisagem? Tente explicar a um colega vendo sua capacidade de síntese
e estruturação do conhecimento.
o que você acha que essa palavra significa. Converse com os estudantes
Resposta pessoal. sobre suas memórias sensoriais e
sobre a que paisagens elas estão
associadas. Questione-os sobre os
cheiros da casa de sua avó, sobre
os sons que podem ser ouvidos
no seu espaço de lazer e sobre a
A paisagem não é apenas um lugar bonito para observar, sensação que eles sentem quando
como muitas pessoas pensam. Na verdade, chamamos de paisagem pisam descalços na terra.
3.  O olfato é um dos sentidos
tudo aquilo que podemos ver e perceber através dos nossos outros
que ajudam a compor a descrição
sentidos: olfato, audição e tato. Isso quer dizer que as paisagens têm da paisagem visual. Está associa-
aparências, cheiros, sons e texturas próprias. do ao lado sensível do ser huma-
no que se refere ao que é apren-
3 Observe mais uma vez as fotografias da página anterior dido através do sentido.
com atenção. Quais cheiros você imagina que poderia sentir Pessoas com deficiência visual
percebem a paisagem usando o
na paisagem da primeira fotografia? E da segunda?
olfato, a audição e o tato. Conver-
Resposta pessoal. se com os estudantes sobre essas
percepções e peça para eles ima-
Possibilidade de resposta: na primeira paisagem, seria possível sentir o mau cheiro ginarem como descreveriam uma
paisagem sem usar a visão. Quais
do lixo. Na segunda, seria possível sentir o cheiro do solo, da vegetação etc. seriam as dificuldades encontra-
das?
4 E sobre os sons? Que tipos de sons você imagina que poderia 4.  Na primeira fotografia, os
ouvir em cada uma das paisagens? estudantes podem descrever o
som da atividade humana naquele
Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: na primeira fotografia, seria possível ouvir ambiente, como máquinas e vozes
ou até mesmo o silêncio causado
o som do vento nas sacolas plásticas em meio ao lixão. Na segunda, seria possível
pela ausência de animais e outras
ouvir o som das águas, dos animais, do vento agitando as folhas das árvores etc. formas de vida. Na segunda foto-
grafia o estudante pode descrever
sons como do vento, dos animais
e até barulhos altos provenientes
61 do deslocamento do gelo.

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Atividade complementar
Peça para os estudantes escolherem um lugar do seu bairro para realizar esta atividade.
Eles devem vendar os olhos e tirar seus calçados. Oriente-os a olharem previamente o local
para evitar perigos, como vidro e animais. Eles devem permanecer em silêncio e vendados
por alguns minutos e se concentrar em utilizar seus outros sentidos. Peça que anotem suas
percepções no caderno para compartilhar com a turma.

85
Encaminhamento
didático
5 Você consegue imaginar como seria andar descalço na
5.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que andar descal-
paisagem da primeira fotografia? E na segunda?
ço, na primeira fotografia, pode Resposta pessoal.
ser perigoso para a saúde. Além
da presença de objetos cortan-
tes, também é possível que eles
se contaminem com doenças. Na
segunda fotografia, é esperado
que eles descrevam a sensação 6 Agora que você já sabe o que é uma paisagem, vamos propor
de pisar descalços na terra; tam- um desafio! Junto com os colegas, vá até a janela da sala
bém podem citar a presença de de aula ou para qualquer outro espaço em que seja possível
animais como insetos e cobras,
além do frio, pois se trata de um
observar o exterior da escola. Então, no espaço abaixo,
ambiente em que existe neve, o desenhe a paisagem observada. Não se esqueça de desenhar
que indica a baixa temperatura. todos os detalhes!
6.  É importante levar os estu-
dantes para um espaço com uma
vista mais aberta da paisagem. Se
a sua escola possui muros mais fe-
chados, se organize previamente
para levar os estudantes a uma
praça da região ou adapte esta
atividade para ser realizada em
casa.

62

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Atividade complementar
Muitas vezes, a música pode ser utilizada para a descrição de uma paisagem. Ouça com os
estudantes a música escrita por Fernando Brant e Lô Borges chamada “Paisagem da janela”.
Se possível, disponibilize a letra para os estudantes. Disponível em: <https://www.letras.mus.
br/milton-nascimento/47443/>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Após a escuta, peça para os estudantes desenharem a paisagem descrita. Depois monte
uma roda de discussão para questionar a paisagem. Questione os estudantes sobre que tipo de
paisagem é descrita, se ela possui elementos construídos pelo ser humano e se possui elemen-
tos naturais. Pergunte a eles: com a descrição da paisagem é possível compreender o tamanho
da cidade? Que sons poderiam ser associados a essa paisagem? Que cheiros e texturas você
consegue descrever depois de ouvir a música? A música combina com a paisagem descrita?

86
Encaminhamento
Transformações nas paisagens didático
As paisagens estão 1. Aproveite o momento para

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


questionar os estudantes sobre
sempre se transformando,
as transformações no seu espa-
seja pela ação do ser ço de vivência, como a sua casa,
humano, seja pela ação o seu bairro e o seu município. Se
da natureza. Pense na possível pesquise previamente fo-
paisagem do lugar onde tografias de paisagens da sua ci-
dade em diferentes tempos para
você vive. Será que ela 2. apresentar para a turma. Relem-
é a mesma de cem anos bre com os estudantes o tema
atrás? Provavelmente, do crescimento das cidades e as
ela já passou por muitas transformações na paisagem que
estão associadas com este fenô-
transformações.
meno.
Para entender como 1.  Espera-se que os estudan-
essas transformações 3. tes percebam as transformações
ocorrem, observe que ocorreram na paisagem re-
as imagens ao lado presentada. Apesar de na primei-
ra imagem prevalecer elementos
com atenção. naturais, é possível observar a
presença de uma estrada de ter-
ra que foi construída pelo ser hu-
mano. Na segunda imagem, já é
1 No quadro abaixo, descreva o que você vê na paisagem 1, bem possível perceber que a vegetação
foi retirada para dar lugar a ativi-
como as transformações que ocorreram nas paisagens 2 e 3.
dades humanas, como as cercas,
as casas e mais estradas. Na últi-
ma imagem é possível perceber a
Paisagem 1 Nesta paisagem predominam os elementos da natureza, como a alteração total da paisagem pela
grama, as árvores, as nuvens e as águas. ação antrópica, com a supressão
total da vegetação e a presença
de diversos elementos construí-
Paisagem 2 Parte da vegetação foi retirada para dar lugar a plantações, dos pelo ser humano.
construções e estradas.

Paisagem 3 Praticamente todos os elementos da natureza desapareceram e


deram lugar a construções humanas.

63

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 63 12/08/21 20:50

Atividade complementar
Peça para os estudantes se reunirem em grupos de quatro pessoas para discutir as conse-
quências da alteração na paisagem. Eles devem anotar suas conclusões em uma folha para
compartilhar com os outros grupos no final da atividade.

87
Encaminhamento
didático
2 As transformações na paisagem foram geradas pela ação
Espera-se que os estudantes
percebam que as primeiras mo-
humana. Na sua opinião, por que o ser humano transforma
dificações humanas na paisagem as paisagens?
aconteceram há milhares de anos.
Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: o ser humano transforma as paisagens para
Existem registros da atividade de
agricultura que remetem ao neo- atender suas necessidades. Para isso, extrai recursos da natureza, desmata, constrói
lítico, em algumas partes do mun-
do. Questione os estudantes sobre casas, edifícios, estradas etc.
as primeiras alterações na paisa-
gem, o que eles imaginam que Observe a seguir um exemplo de intensa transformação na
motivou esse fenômeno. Quais paisagem ao longo do tempo:
foram as primeiras atividades pra-
1.

MARIO FONTENELL/ARQUIVO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL


ticadas e como aconteceu o desen-
volvimento que resultou nas cida-
des atuais.
1.  Espera-se que os estu-
dantes percebam que as alte-
rações humanas na paisagem
foram provocadas pela necessi-
dade de moradia, a busca por
alimentos, e depois outras ne-
cessidades que foram surgindo,
como o comércio e o acesso a Brasília, DF, 1958.
todos os tipos de serviço.
2.

ROSALBA MATTA-MACHADO/SHUTTERSTOCK
Brasília, DF, 2019.

64

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 64 12/08/21 20:51

Atividade complementar
As alterações na paisagem podem ser mais bem percebidas com fotos comparativas de
antes e depois. Na internet, existem alguns sites que disponibilizam esse tipo de material.
Peça para os estudantes formarem duplas para pesquisar imagens que retratem o antes
e depois de algum lugar específico. Oriente os estudantes na escolha de imagens que apre-
sentem o mesmo ângulo, para melhorar o efeito comparativo.
As duplas devem descrever em seu caderno as alterações que ocorreram, na paisagem,
de uma foto para a outra, e quantos anos transcorreram.

88
Encaminhamento
didático
1 De quando é a foto 1? E a foto 2? Quantas décadas se
É importante ressaltar que
passaram entre uma foto e outra? Brasília foi uma cidade planeja-
A foto 1 é de 1958. A foto 2 é de 2019. Entre uma foto e a outra se passaram da e construída com o propósito
de ser a capital do país. O motivo
aproximadamente 6 décadas. que levou o então presidente Jus-
celino Kubitschek a fazer isso foi
transferir a capital do Rio de Janei-
ro para o interior do Brasil, onde
2 Descreva as transformações que ocorreram na paisagem. ela estaria mais protegida em caso
de guerra e ajudaria no processo
Houve redução das áreas verdes, que deram lugar a prédios, rodovias, entre outras de ocupação do interior do país.
Apesar de Brasília ter sido uma
construções humanas. cidade planejada, muitas variáveis
não foram consideradas; o projeto
de construção não levou em con-
ta a habitação dos trabalhadores
envolvidos no processo, que fo-
ram alocados em barracões em
péssimas condições. A falta de es-
As paisagens são transformadas para atender as necessidades tradas e aeroportos também foi
da população, como moradia, produção de alimento e produção de um fator que contribuiu para o
bens de consumo. aumento dos custos.
1.  Espera-se que os estudan-
Atividades como o corte de árvores, desmatamento para
tes percebam que a diferença en-
a criação de animais, construção de edifícios e lançamento de tre uma fotografia e a outra é de
poluentes no ar, rios e mares são alguns exemplos da interferência 61 anos.
2.  Espera-se que os estudantes
humana na paisagem.
percebam que houve a construção
Ao longo do tempo, o desenvolvimento de novas tecnologias de prédios, ruas e avenidas, além
permitiu ao ser humano gerar transformações mais intensas na da construção de um lago. Também
paisagem, em período de tempo cada vez menor. ocorreu o crescimento da vegeta-
ção em alguns lugares.
Mas nem todas as modificações nas paisagens são resultado
da ação humana. Algumas transformações também ocorrem de
forma natural devido às interferências da própria natureza, como as
chuvas que alagam as cidades, as geadas que destroem plantações,
terremotos que derrubam construções entre outros.
Vamos ver se você entendeu?
65

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 65 12/08/21 20:51

Atividade complementar
Peça para os estudantes analisarem novamente as fotografias para responderem as ques-
tões:
1. Quais são as finalidades primordiais da alteração da paisagem?
Espera-se que os estudantes respondam que as finalidades primordiais são a moradia e
a produção de alimentos.
2. Na atualidade, as cidades continuam atendendo a essas necessidades?
Espera-se que os estudantes respondam que as cidades atendem à necessidade de mo-
radia, porém muitas vezes não ocorre a produção de alimentos na área urbana.

89
Encaminhamento
didático
1 Identifique quais paisagens foram transformadas pela ação
Converse com os estudantes
sobre como as transformações
humana e quais foram transformadas pela ação da natureza.
humanas podem estar relaciona- A. Ação do ser humano. B. Ação da natureza.
das com as transformações cau-

ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK

RONALDO ALMEIDA/SHUTTERSTOCK
sadas pela natureza. Nas cidades,
as impermeabilizações dos solos
com a construção de prédios e
ruas podem contribuir para os ala-
gamentos, devido às chuvas. No
caso dos terremotos, eles agem
tanto nas paisagens antrópicas
como nas paisagens naturais, mas
é nas cidades que podemos perce- Céu acinzentado pela camada de Alagamento após chuva forte no
ber as maiores alterações. poluição, São Paulo, SP, 2020. município de Guarani, MG, 2020.
No Brasil, a ação humana in-
terfere diretamente nas chuvas. C. Ação do ser humano. D. Ação da natureza.
Quanto maior o desmatamento,

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK

ARDA SAVASCIOGULLARI/SHUTTERSTOCK
menor é a quantidade de chu-
vas. Isso causa secas que preju-
dicam o abastecimento de água
das cidades. Na atualidade mui-
to se fala do aquecimento global
como consequência das ações an-
trópicas, como o desmatamento
e a emissão de gases poluentes
Descarte inadequado de lixo próximo ao
que contribuem para acelerar o porto de barcos da feira de São Joaquim, Prédio destruído após forte terremoto,
efeito estufa. Salvador, BA, 2020. Turquia, 2020.
O ritmo de alterações do meio
ambiente ultrapassou a capacida- VOCÊ SABIA?
de de regeneração natural do pla-
neta, colocando a sobrevivência
Muitas cidades têm centros históricos bastante preservados. Espaços que
da espécie humana em risco. Mui- contam, por meio da arquitetura antiga de suas construções, muito da história
tos países participam de encon- do lugar e do modo de vida das pessoas que viviam ali. Os centros históricos
tros para discutir soluções para contam-nos um pouco sobre como a cidade se originou e nos permitem
esse tipo de problema. perceber como ela cresceu, quando comparamos com outros distritos.
Podemos dizer que os centros históricos são como museus a céu aberto, em
que conseguimos fazer uma pequena e breve viagem no tempo, por meio de
sua paisagem, que nos permite imaginar como seria a vida nesse lugar.

66

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 66 12/08/21 20:51

Sugestão para o professor


A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização intergovernamental que
foi criada para promover a cooperação internacional. Um dos seus objetivos é promover o
desenvolvimento sustentável e econômico. Na reportagem “A ONU e o meio ambiente”, é
possível obter informações sobre as conferências mundiais que ocorreram ao longo do tempo
para discutir questões ligadas à preservação do meio ambiente. Disponível em: <https://brasil.
un.org/pt-br/91223-onu-e-o-meio-ambiente>. Acesso em: 13 ago. 2021.

90
Encaminhamento
Leia, a seguir, o texto que conta um pouco sobre um importante didático
centro histórico do nosso país. Professor, oriente os estudan-
tes a olharem atentamente para
O Pelourinho, centro histórico de Salvador a fotografia do Pelourinho. Peça
para eles descreverem a arquitetu-
O Pelourinho é um bairro do centro histórico de Salvador, capital do estado ra retratada, o calçamento da rua,
da Bahia, no Nordeste. A cidade de Salvador foi fundada ali em 1549. e qual é a atividade relacionada às
O nome Pelourinho remete à história da escravidão no país, pois essa era pessoas retratadas na fotografia.
uma forma de violência imposta à população africana escravizada no Brasil.
Explique que a cidade de Salvador
No período da escravidão, os escravos eram amarrados em uma coluna de
foi a primeira capital do Brasil, e
pedra (pelourinho) em que eram castigados em público. Hoje, o local onde
reflete na sua arquitetura o perío-
ocorriam esses castigos é conhecido justamente como Pelourinho.
do colonial em que foi construída.
Apesar de ser tombado pela

LUCIANOSPAGNO RIBEIRO/SHUTTERSTOCK
Unesco como patrimônio históri-
co, o centro de Salvador apresen-
ta um elevado índice de violência,
e alguns de seus casarões apre-
sentam problemas estruturais.
O processo de revitalização des-
se espaço gera polêmicas, uma
vez que expulsa a população que
ali estava em favor das atividades
turísticas que ali se estabelecem.
Muitas cidades perderam as
características do passado em seu
processo de modernização, uma
vez que sua localização privilegia-
da as torna atrativas como sede
de empresas e pela concentração
de serviços e meios de transpor-
te público. Nas grandes capitais, o
Pelourinho, Salvador, BA, 2020. centro se tornou o local de mora-
dia da população de rua, que não
1 Com a ajuda dos seus familiares, faça uma pesquisa na internet tem condições financeiras para
de fotos de outros centros históricos do Brasil. Registre tudo o arcar com os altos custos de alu-
que descobrir em seu caderno e leve ao menos uma fotografia guel praticados nas grandes me-
trópoles.
do local pesquisado. Depois, em sala de aula, faça dupla com 1.  Oriente os estudantes a
um colega. Mostre a ele a fotografia do centro histórico e conte escolher apenas um centro his-
tudo o que você descobriu sobre ele. tórico para realizar a pesquisa
mais aprofundada.
67

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 67 12/08/21 20:51

Atividade complementar
Peça para os estudantes realizarem uma pesquisa sobre a presença de elementos histó-
ricos na sua cidade, a sua origem e função. Eles devem registrar as suas descobertas no ca-
derno e apresentar para os colegas.

91
Abertura do capítulo
O objetivo deste capítulo é
fazer com que os estudantes en-
tendam que a paisagem pode ser
constituída de elementos naturais
e elementos culturais. Eles de-
8 Paisagem natural e
paisagem cultural
vem diferenciar esses elementos
e compreender que existem pai-
sagens naturais e paisagens cultu-
rais, e como a interação com o ser As paisagens podem ser formadas por diferentes tipos de elementos:
humano altera essas paisagens, elementos naturais e elementos culturais (ou humanizados).
além de compreender a utilização
de matérias-primas na confecção
Os elementos naturais são aqueles que foram criados pela ação da
de produtos. As unidades temáti- natureza, como as árvores, os rios e as nuvens. Já os elementos culturais são
cas trabalhadas serão “Conexões aqueles construídos pelo ser humano. Podemos citar, como exemplo, as casas,
e escalas” e “Mundo do traba- prédios, rodovias e plantações.
lho”, e os objetos de conheci-
A arborização das ruas e praças 1.

ERICA CATARINA PONTES/SHUTTERSTOCK


mento serão “Paisagens naturais
e antrópicas em transformação” e é um exemplo disso. Se a árvore já
“Matéria-prima e indústria”. existia naquele local e não foi alterada
Ao longo do capítulo, serão no período da construção da rua, ela é
desenvolvidos os seguintes con- de caráter natural. Porém, se as árvores
teúdos:
foram deslocadas com o intuito de serem
• Compreender os elementos
plantadas na rua ou em uma praça, elas
que compõem uma paisagem
natural e uma paisagem cul- se tornam elementos culturais.
tural. Vamos ver se você entendeu?
• Entender os impactos das ativi- Observe as imagens a seguir: Vista do Rio Negro, AM, 2019.

dades humanas na paisagem. 3.

SPUTNIK 360/SHUTTERSTOCK
2.
• Perceber a relação entre a extra- BRASTOCK/SHUTTERSTOCK

ção da matéria-prima e a trans-


formação no produto final.

Região litorânea de Fortaleza, CE, 2019. Vista aérea do município de Goiânia, GO, 2021.

68

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 68 12/08/21 20:51

Encaminhamento didático
Oriente os estudantes a observar atentamente as fotografias. Peça para eles observarem
as informações contidas na legenda para localizar as imagens no mapa do Brasil. Aproveite
para questionar sobre a paisagem em que a escola está inserida; ela possui elementos cul-
turais? Quais são eles? Existem elementos naturais?
Pesquise previamente paisagens que tenham mais elementos naturais e que tenham mais
elementos culturais no município, para que o estudante perceba esses elementos em seu
espaço de vivência. Se possível, agende uma visita ao jardim botânico, parque ou unidade
de conservação presente no município. Se a escola estiver em um ambiente rural, organize
uma visita ao centro da cidade.

92
Atividade complementar
Escute com os estudantes
a música “Canoa, canoa”, de
Fernando Brant e Nelson Ângelo.
Se possível disponibilize a letra
para os estudantes acompanharem
junto com a música. Peça para eles
1 Em quais imagens predominam os elementos naturais? apontarem os elementos naturais
E em qual delas predominam os elementos culturais? descritos na canção. Disponível em:
<https://www.letras.mus.br/milton-
Na imagem 1 há predominância de elementos naturais. nascimento/808217/>. Acesso em:
Já nas imagens 2 e 3, predominam os elementos culturais. 13 ago. 2021.
Agora escute a música “Tudo
vale a pena”, de Fernanda Abreu e
Pedro Luís. Se possível disponibilize
a letra para os estudantes
acompanharem junto com a
2 Preencha a tabela abaixo com exemplos de elementos culturais e música. Peça para os estudantes
elementos naturais que você observou nas fotografias. apontarem os elementos culturais
presentes na canção. Disponível
em: <https://www.letras.mus.br/
Elementos naturais Elementos culturais fernanda-abreu/109190/>. Acesso
em: 13 ago. 2021.
Árvores, rio, mar, areia, nuvens. Prédios, casas, rodovias. Oriente os estudantes a de-
senharem as duas paisagens re-
tratadas em cada música. Depois
monte uma exposição no mural
da classe para exibir os resultados.

Os elementos que formam as paisagens determinam se elas são


naturais ou culturais.
As paisagens naturais são aquelas que não sofreram nenhuma
intervenção humana. Atualmente, existem pouquíssimas paisagens
como essas, visto que quase todos os lugares do nosso planeta já
foram de algum modo modificados. Já as paisagens culturais, ou
antrópicas, são aquelas que foram modificadas e construídas pela
ação humana.
69

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 69 12/08/21 20:51

Encaminhamento didático
1.  Converse com os estudantes sobre a presença do mar como elemento natural na se-
gunda fotografia e sobre a possibilidade de a área verde presente na terceira fotografia ser
tanto uma paisagem natural como uma paisagem cultural. Se aquela área já existia e foi pre-
servada ou se ela foi plantada pelo ser humano.
2.  O estudante pode indicar o lago e o parque presentes na terceira fotografia como
elementos culturais.

93
Encaminhamento
didático
3 Observe novamente as fotos da página 68. Quais das fotografias
3.  Converse com os estudan-
representam paisagens naturais? E quais representam paisagens
tes sobre a perspectiva da segun-
da fotografia. Se uma pessoa es- culturais?
tivesse sentada na areia, olhando Apenas a fotografia 1 representa uma paisagem natural, pois não sofreu nenhuma
para o mar, que tipo de paisagem

FOTO:
ela veria? E se ela estivesse virada intervenção humana. As fotografias 2 e 3 representam paisagens culturais.
de costas para o mar?
Converse com os estudantes
sobre o sistema capitalista de pro-
dução e consumo, que tem como Impactos das atividades humanas na paisagem
objetivo o lucro, em detrimento
da preservação. Atualmente, as Para produzir alimentos e produtos que fazem parte do nosso
empresas vêm adotando formas dia a dia, o ser humano precisa de matéria-prima, isto é, elementos
de produção mais sustentáveis extraídos da natureza e transformados em outros produtos.
para se adequar às novas normas Contudo, ao extrair os elementos naturais, o ser humano gera
impostas e visando um público
mais consciente.
profundas transformações nas paisagens. Observe:

DANILO VERPA/FOLHAPRESS

SERGINHO PIREZ/SHUTTERSTOCK
Atividade complementar
A animação Wall-E retrata um
futuro em que o planeta foi des-
truído pelos seres humanos e só
sobraram as máquinas e as ba-
ratas. Assista com a sala à ani-
mação para discutir sobre como
a interferência humana altera a
paisagem e os impactos negati- Mina de ferro em Canaã dos Carajás, PA, 2019. Área desmatada para a criação de bovinos, MS, 2020.
vos da forma de produção atual.

LOURENCOLF/SHUTTERSTOCK
Direção de Andrew Stanton,
2008, duração: 1h37.

Plantação de algodão, MS, 2019.

70

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 70 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


O documentário O sal da Terra retrata a jornada do fotógrafo brasileiro Sebastião Salga-
do no registro de civilizações remotas do planeta. Dirigido por Juliano Salgado e codirigido
por Wim Wenders, 2014, duração: 1h50.

94
Encaminhamento
Depois de observar as imagens, forme dupla com um colega e, didático
juntos, respondam as questões: Converse com os estudantes
sobre o comércio mundial e so-
1 Quais transformações o ser humano gerou em cada uma das bre o papel de países em desen-
paisagens? Com qual objetivo essas paisagens foram transformadas? volvimento na exportação de pro-
dutos primários. O Brasil ocupa o
Espera-se que o estudante identifique a mudança da paisagem e de seus componentes, primeiro lugar na exportação de
como o desmatamento, a diminuição da diversidade de plantas e animais. As paisagens carne bovina, o segundo lugar
na exportação de minério de fer-
foram transformadas com o objetivo de obter recursos (matéria-prima) para a produção ro, e é considerado um dos cinco
maiores produtores de algodão na
de alimentos e produtos que são essenciais para o ser humano. atualidade, no mundo.
1.  Questione os estudantes
2 As atividades humanas que você observou foram desenvolvidas sobre que produtos são produzi-
no campo ou na cidade? dos por cada uma das atividades
representadas nas fotografias.
Foram desenvolvidas no campo. 2.  Espera-se que os estudan-
tes respondam que as atividades
3 Escreva, no espaço abaixo, produtos que você acredita humanas observadas nas foto-
que podem ser produzidos a partir dos elementos naturais grafias acontecem no campo,
representados nas fotografias. porém a atividade de mineração
muitas vezes acontece em limi-
FERRO: Resposta aberta (materiais para construção) tes urbanos.
3.  Espera-se que os estudan-
MADEIRA: Resposta aberta (móveis) tes respondam com produtos pre-
sentes no seu cotidiano, como ja-
ALGODÃO: Resposta aberta (tecido) nelas, panelas, mesas e cadeiras,
roupas e produtos de higiene.
44 Agora,
Agora, liste
liste três
três objetos
objetos ou
ou produtos
produtos queque fazem
fazem parte
parte do
do seu
seu dia
dia aa dia.
dia. 4.  Espera-se que os estudan-
Então,
Então, com
com aa ajuda
ajuda de
de um
um familiar,
familiar, faça
faça uma
uma pesquisa
pesquisa na na internet
internet ee tes percebam a ligação de produ-
descubra
descubra qual
qual matéria-prima
matéria-prima foi
foi utilizada
utilizada para
para aa sua
sua fabricação.
fabricação. tos cotidianos com as atividades
Resposta
Respostaaberta.
aberta. extrativistas.

Produto/Objeto Matéria-prima

71

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 71 12/08/21 20:52

95
Encaminhamento
didático Apesar de muitas transformações nas paisagens oferecerem
Professor, para ampliar a dis- melhorias para as pessoas, outras podem causar problemas para
cussão sobre os impactos da o ambiente e até mesmo para os seres humanos.
ação humana nas paisagens,
cite exemplos de impactos am- 5 Observe novamente as transformações das paisagens nas
bientais gerados por atividades
fotografias da página 70. Então converse com os colegas
econômicas. Converse com os es-
tudantes sobre os acidentes am- sobre a seguinte questão: será que essas modificações geram
bientais que ocorreram nas cida- impactos negativos na natureza. Espera-se que o estudante identifique
des de Mariana e Brumadinho, os impactos negativos decorrentes da intervenção humana no meio ambiente, como o
desmatamento, o empobrecimento do solo e até mesmo a extinção de espécies.
em Minas Gerais, provocados As principais atividades responsáveis por transformar as
pelo rompimento de barragens
de rejeitos de minério. Se possível
paisagens do campo são a agricultura, a pecuária, a mineração e o
mostre para os estudantes foto- extrativismo. Essas atividades geram impactos negativos na natureza,
grafias do antes e depois destes como desmatamento, degradação do solo, desaparecimento
acidentes. de espécies animais e vegetais, contaminação das águas.
5.  Oriente os estudantes a
descreverem os impactos negati- 6 Assim como no campo, na cidade também podemos observar diversos
vos destas atividades. Questione-
-os sobre as atividades desenvolvi-
problemas relacionados à transformação das paisagens. Veja:
das em seu município e como elas

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


modificam a paisagem. C B
6.  Converse com os estudan-
tes sobre os tipos de poluição exis-
tentes, como a poluição do ar, a
poluição das águas e a poluição
sonora, e como as cidades con-
centram esse tipo de impacto.

72

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 72 12/08/21 20:52

Atividade complementar
Peça para os estudantes formarem grupos de três pessoas para realizar uma pesquisa sobre
as atividades que ocorrem no campo. A pesquisa deve conter o tipo de atividade envolvida, os
maiores impactos e sugestões de como eles podem agir para diminuir os impactos causados.
Com a pesquisa concluída, forme uma roda para os grupos apresentarem suas conclu-
sões para a turma.

96
Encaminhamento
didático
77 Relacione
Relacione as
as imagens
imagens ao
ao problema
problema ambiental
ambiental correspondente:
correspondente:
7.  Espera-se que os estudan-
A.
A. Poluição
Poluição da
da água.
água. tes relacionem as imagens com a
poluição emitida.
B.
B. Poluição
Poluição sonora.
sonora. 8.  Espera-se que os estudan-
C.
C. Poluição
Poluição atmosférica.
atmosférica. tes percebam que é possível re-
duzir estes impactos. No caso
da poluição do ar, existem ener-
88 ÉÉ possível
possível evitar
evitar ou
ou reduzir
reduzir os
os impactos
impactos ambientais
ambientais gias alternativas para a queima
representados
representados nasnas imagens?
imagens? Discuta
Discuta com
com os
os colegas
colegas sobre
sobre do carvão, como a energia so-
possíveis
possíveis soluções
soluções para
para esses
esses problemas.
problemas. lar e as hidrelétricas, ou a uti-
lização de filtros de ar antes da
99 Pesquise
Pesquise em
em revistas,
revistas, jornais
jornais ou
ou sites
sites da
da internet
internet fotos
fotos emissão de gases poluentes, e
que
que mostrem
mostrem problemas
problemas ambientais
ambientais gerados
gerados pelas
pelas também há a possibilidade de
fazer a compensação, preser-
transformações
transformações humanas
humanas nas nas paisagens.
paisagens. Recorte
Recorte ee cole
cole vando ou reflorestando outras
as
as imagens
imagens no
no espaço
espaço abaixo.
abaixo. áreas. No caso da poluição das
águas, pode-se realizar o trata-
mento desses efluentes antes de
eles desaguarem nos cursos de
água existentes. A poluição so-
nora pode ser reduzida com es-
capamentos em carros e motos
que não emitam barulhos altos,
e a conscientização da popula-
ção para não buzinar e não ouvir
música alta, porém a cidade con-
centra atividades ruidosas que
são difíceis de solucionar, como
as construções, e há o barulho
das sirenes.
9.  Oriente os estudantes a
mostrarem exemplos diversos
de problemas ambientais. Quan-
to mais diversificado o exercício,
mais rico em informações ele será.

73

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 73 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


A revista Veja São Paulo publicou a reportagem “Como limpar nossos rios? Uma seleção
de ideias e planos bem-sucedidos”, escrita por Sérgio Quintella, que discute os problemas
enfrentados na despoluição do rio Tietê e do rio Pinheiros, localizados na cidade de São Paulo.
Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/rios-tiete-pinheiros-poluicao-futuro/>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
A revista Exame publicou a matéria “Sete tecnologias incríveis para limpar a água”, escrita
por Vanessa Daraya, que mostra pesquisas pelo mundo que visam criar soluções tecnológicas
para a limpeza da água. Disponível em: <https://exame.com/tecnologia/7-tecnologias-incriveis-
para-limpar-a-agua/>. Acesso em: 13 ago. 2021.

97
Ampliando
conhecimento
Oriente os estudantes na rea-
lização desta pesquisa. Se possí-
vel pesquise previamente fotos
históricas do seu município para
disponibilizar os links de acesso
As diferentes paisagens do seu município
para a classe. Se não encontrar o Converse com seus familiares e realize uma pesquisa
material na internet, tente agen- sobre a paisagem da rua ou do bairro onde você mora.
dar uma visita ao museu da cida-
Como era essa paisagem anos atrás? Vocês conseguem
de para pesquisar em seu acervo.
Caso não encontre material refe- identificar pequenas ou grandes mudanças nessa
rente ao seu município, expanda paisagem? Quais mudanças ocorreram na paisagem? Ela
a área de busca para o seu estado. foi transformada pela ação do ser humano ou da natureza?
Selecione fotos da internet ou do acervo pessoal dos
Sugestão para o seus familiares para exemplificar essas mudanças. Utilize,
professor também, a tabela abaixo para registrar os elementos
A grande maioria das encontrados em sua pesquisa. Compartilhe com os colegas
transformações que ocorreram
as suas descobertas.
nos últimos anos foi de elementos
naturais da paisagem para
elementos culturais. Se possível Elementos naturais Elementos culturais
Fotos
apresente para a sala alguma da paisagem da paisagem
área que estava degradada e
foi recuperada. O fotógrafo
Sebastião Salgado possui uma
propriedade rural no Espírito
Santo que pode ser considerada Foto mais antiga
um exemplo de recuperação de
área degradada. Disponível em:
<https://institutominere.com.
br/blog/instituto-de-sebastiao-
salgado-ja-recuperou-2000-
nascentes-no-vale-do-rio-doce>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
Na Coreia do Sul, o rio
Cheonggyecheon, que corta
Foto mais recente
a capital Seul, passou por um
processo de revitalização que
transformou completamente
a paisagem e a forma como as
pessoas aproveitam este espaço. 74
Leia a reportagem disponível no
site Arroio Dilúvio, onde todo
PNLD2023-GEO3U3LA.indd 74 12/08/21 20:52
esse processo foi documentado
com fotos. Disponível em: <http://
www.ufrgs.br/arroiodiluvio/a-
bacia-hidrografica/imagens-de-
seul>. Acesso em: 13 ago. 2021.

98
lo
ítu

9
Cap
Abertura do capítulo
Povos e comunidades O objetivo deste capítulo é
fazer o estudante compreender
tradicionais do Brasil o que são as comunidades tra-
dicionais e como seu modo de
vida está relacionado com os re-
cursos naturais do ambiente que
ocupam. O estudante também
deve analisar um mapa sobre a
Ao longo desta unidade, você deve ter percebido que as atividades
distribuição de comunidades qui-
humanas são responsáveis por gerar diversos impactos negativos na lombolas e realizar a leitura dos
paisagem. Mas será que é possível viver em harmonia com o ambiente? elementos que o compõem. As
Sim! Existem os povos e as comunidades tradicionais. unidades temáticas trabalhadas
Povos e comunidades tradicionais são aqueles que possuem serão “O sujeito e seu lugar no
mundo” e “Formas de represen-
modo de vida cultural próprio, diferente do restante da sociedade. tação e pensamento espacial”, e
Essas populações dependem diretamente dos elementos naturais os objetos de conhecimento serão
para preservar sua cultura e seu estilo de vida. Seus conhecimentos “A cidade e o campo: aproxima-
sobre a natureza, práticas, hábitos e costumes são transmitidos de ções e diferenças” e “Represen-
tações cartográficas”.
geração a geração.
A partir dos conteúdos desse
As comunidades tradicionais são exemplos de povos que capítulo, espera-se alcançar os se-
vivem em harmonia com a natureza, preservando o meio guintes objetivos:
ambiente para que os recursos necessários para sua sobrevivência • Entender o que são comuni-
não se esgotem. Observe a seguir a imagem de dois povos dades tradicionais.
tradicionais do Brasil. • Compreender o modo de vida
indígena.
BRUNO KALSS/SHUTERSTOCK

JOSE VITOR CAMILO/SHUTTERSTOCK


• Apreender o que são comuni-
dades quilombolas, seu modo
de vida e sua distribuição no
território brasileiro.
• Realizar leitura de mapa e
compreender os elementos
que o compõem.

Morador de comunidade quilombola concertando • Compreender quem são os


Aldeia indígena no Alto Paraíso, GO, 2019. um barco Chapada Diamantina, BA, 2019. caiçaras e os ribeirinhos e o
que os difere.
1 Você consegue identificar quais são esses povos? Como você acha
que é o estilo de vida deles? É semelhante ou diferente do seu?
Resposta pessoal.
75

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 75 12/08/21 20:52

Encaminhamento didático
Apesar de viverem em harmonia com a natureza, estes povos também alteram a paisa-
gem, porém eles têm o cuidado de realizar o manejo sustentável dos seus recursos. O ma-
nejo sustentável é uma forma de extrair da natureza somente o necessário e racionalizar a
retirada destes recursos. Se for necessária a retirada de uma árvore por mês, eles realizam
um rodízio para não acabar com o recurso de uma única área.
Estas comunidades, muitas vezes, sofrem com a falta de recursos financeiros e são mar-
ginalizadas, além de sofrerem ameaças ao seu modo de vida pela não demarcação de seu
território tradicional, constantemente ameaçado pelo avanço da fronteira agrícola, a mine-
ração e a especulação imobiliária.

99
Encaminhamento
didático No Brasil, existe uma lei que protege os povos e comunidades
A constituição é o conjun- tradicionais, afirmando o seguinte:
to de normas de caráter jurídi-
co que rege um país. Cada país Povos e comunidades tradicionais: grupos culturalmente diferenciados
possui uma constituição própria, e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de
que estipula o que é permitido e organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais
o que é proibido. Apesar de não como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral
ser uma leitura fácil, é importante e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
o conhecimento destas leis para
transmitidos pela tradição.
formar seres humanos mais cons-
cientes e ativos na sociedade. Sua Planalto. Decreto Federal nº6.040. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
principal função é estruturar e ga- ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm#:~:text=Decreto%20n%C2%BA%20
6040&text=DECRETO%20N%C2%BA%206.040%2C%20DE%207,que%20lhe%20
rantir um sistema constitucional confere%20o%20art> Acesso em: 01/08/2021.
pluralístico, com a garantia dos
direitos e deveres individuais e co- 1 Segundo o trecho do decreto federal, qual é a definição de
letivos.
povos e comunidades tradicionais?
1.  Converse com os estudan-
Grupos culturalmente diferenciados, que possuem formas próprias de organização
tes sobre o significado de “grupos social, ocupação dos territórios e uso dos recursos naturais.
culturalmente diferenciados”. Isso
2 Em sua opinião, por que esse decreto federal que protege os
significa que eles partilham uma
cultura que está atrelada ao seu povos tradicionais é importante?
Apesar de ser uma resposta pessoal, coordene a discussão para destacar os aspectos
modo de vida, a sua gastronomia, histórico-culturais e de preservação do meio ambiente.
o seu modo de trabalho e com
suas tradições. Modos de vida indígena
2.  Atualmente os povos tra- Os povos indígenas aprenderam, com seus antepassados,
dicionais vêm sofrendo ameaças modos particulares de morar e construir suas moradias em aldeias,
em seus territórios. Os indígenas
lutam contra o garimpo ilegal,
e de obter comida pela caça, coleta de frutas e outros alimentos, e
o desmatamento de suas terras a pesca.
para áreas de pastagem e para o
plantio da soja. Os quilombolas 1 Converse com os colegas sobre a seguinte questão: como você
lutam contra a invasão de suas acha que seria viver em meio à natureza?
terras pelo agronegócio e a es-
peculação imobiliária. Os ribeiri- As comunidades indígenas vivem em harmonia com o meio
nhos sofrem com a contaminação ambiente, pois retiram da natureza apenas o que precisam para
de suas águas, e os caiçaras estão sobreviver. Para muitos desses povos, suas terras e a natureza são
sendo expulsos de suas terras pela
especulação imobiliária.
elementos sagrados que precisam ser tratados com cuidado e
1.  Espera-se que os estudan- respeito. Assim, garantir o direito dos indígenas à terra também é
tes respondam que teriam uma uma forma de conservar o meio ambiente.
vida mais simples e conectada
com a natureza, mas sofreriam 76
com a falta dos bens e serviços
disponíveis nos centros urbanos. PNLD2023-GEO3U3LA.indd 76 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


A Escola de Formação em Direitos Humanos de Minas Gerais elaborou o livro Proteção,
promoção e reparação dos direitos das comunidades tradicionais. Disponível em: <https://
social.mg.gov.br/images/Direitos_humanos/Cadernos_Direitos_Humanos/Livro13.pdf>. Acesso
em: 13 ago. 2021.

100
Encaminhamento
Embora existam terras indígenas distribuídas por todo o país, didático
mais da metade dos povos indígenas no Brasil vive na região Explique para os estudantes
da floresta Amazônica. Muitos deles possuem terras indígenas que antes da chegada dos portu-
gueses a população indígena es-
reconhecidas e protegidas pelo governo brasileiro, mas há ainda
tava distribuída por todo o terri-
muitos indígenas que reivindicam o seu direito à terra, para tório do Brasil, mas o avanço da
que possam desenvolver sua cultura e garantir sua subsistência, colonização expulsou estes po-
respeitando a natureza. vos de suas terras originárias. A
Região Amazônica concentra a
2 De acordo com o texto, por que reconhecer o direito dos população restante, pois ainda é
indígenas à terra é importante para a conservação do meio a região menos explorada e me-
nos ocupada do Brasil. As dificul-
ambiente? dades encontradas para acessar
Porque os povos indígenas formam comunidades sustentáveis, que retiram da este território são muitas, desde
a presença da floresta Amazônica
natureza apenas o que precisam, garantindo, assim, a sua preservação. ao grande número de rios e áreas
alagadas. O meio de transporte
principal desta região são os bar-
cos e aviões.
2.  Converse com os estu-
dantes sobre o direito de ocu-
3 Por que os povos indígenas reivindicam o seu direito à terra? parem a terra que pertenceu aos
seus ancestrais e sobre o modo
Para que possam desenvolver sua cultura e garantir sua subsistência,
de vida integrado com a natu-
respeitando a natureza. reza que essa população desen-
volveu ao longo de milhares de
anos de práticas.
3.  Os povos indígenas rei-
vindicam seu direito a terra, pois
muitos desses territórios ainda se
4 Assim como os povos indígenas, você e sua família já se encontram em disputa com os
sentiram em risco de perder o direito ao lugar onde vivem? setores de mineração e do agro-
Como foi se sentir assim? Se não, como você se sentiria caso negócio. A preservação do seu
habitat está intimamente ligada
isso acontecesse? à manutenção do seu modo de
Resposta pessoal. vida.
4.  Os motivos que podem le-
var ao risco de perder o direito
de morar em seu local de ori-
gem são a falta de dinheiro, a
desocupação exigida pela pre-
77 feitura (no caso de obras públi-
cas) e a especulação imobiliária,
PNLD2023-GEO3U3LA.indd 77 12/08/21 20:52 entre outros.

Sugestão para o professor


O filme Xingu, dirigido por Cao Hamburguer, retrata a jornada dos irmãos Villas-Bôas
pelo Brasil Central e seu encontro com diversas tribos indígenas. Direção: Cao Hamburguer,
2012, duração: 1h42.

101
Você sabia?
A língua portuguesa falada no
VOCÊ SABIA?
Brasil difere muito da língua por-
tuguesa falada em Portugal e em Você sabia que no nosso dia a dia utilizamos várias palavras de origem indígena?
outros lugares; ela foi formada a Sem dúvida, você já usou algumas delas. Podemos citar como exemplo as
partir da junção das culturas indí- palavras jacaré, urubu, caipira, capim, mingau, cacau, paçoca, pamonha.
gena, negra e portuguesa. Mui- Além destas, existem muitas outras palavras que fazem parte do nosso
tas palavras presentes no nosso
vocabulário. Vamos descobrir quais são? Com a ajuda dos seus familiares,
cotidiano têm origem indígena.
O nome de muitas cidades brasi-
faça uma pesquisa na internet sobre outras palavras de origem indígena.
leiras tem origem indígena e faz
referência a características de lu- Conhecendo lendas indígenas
gares já habitados por essa popu-
As lendas indígenas brasileiras são marcadas por histórias
lação antes da chegada dos por-
tugueses. que tratam da natureza e da origem das coisas, sempre cercadas
Peça para os estudantes pres- de elementos místicos. Hoje vamos conhecer uma lenda que fala
tarem atenção no jeito de contar sobre uma ameaça que quase esmagou a terra.
a história. Questione-os se essa
narrativa se assemelha às histó-
rias que eles estão acostumados O céu ameaça a Terra
a ler e ouvir. Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentam-se à
noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados,
Sugestão para o mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu
professor quase esmagou a Terra.
O Museu da Língua Portuguesa Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos
foi reconstruído depois de um
tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ter sido o fim do
grande incêndio que atingiu o
prédio em 2015. Ele conta com mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para
exposições interativas e contém ver seu azul.
curiosidades sobre a nossa língua. Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou
Disponível em: <https://www. a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e
museudalinguaportuguesa.org.br/>. crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo
Acesso em: 13 ago. 2021.
das árvores ou para dentro das tocas. Só coqueiros e mamoeiros
seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra.
Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o
céu com as mãos...
Nisso, um menino de cinco anos pegou algumas penas de nambu, “mawir”,
na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens
não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas.

78

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 78 12/08/21 20:52

Atividade complementar
Separe a sala em duplas. Cada dupla deve pesquisar uma lenda do folclore brasileiro para
apresentar para os seus colegas. A apresentação deve ser feita em cartolina e deve conter a
origem da lenda, a história contada e ilustrações.
Disponha os estudantes em roda para a apresentação dos trabalhos. Enquanto um estu-
dante da dupla conta a história para os seus colegas, o outro estudante deve enriquecer o
relato com sons e ilustrações. Se possível dê exemplos de contadores de história para enri-
quecer o repertório dos estudantes.

102
Encaminhamento
didático
Converse com os estudantes
sobre a organização social das
tribos indígenas. Nas aldeias não
existem classes sociais, e todos
são tratados da mesma forma.
O trabalho é executado por to-
dos, mas há distinção de idade e
sexo. O pajé exerce a função de
sacerdote; ele é o intermediário
entre o mundo espiritual e a tri-
bo; ele também exerce a função
de curandeiro, pois conhece as er-
vas que curam doenças. O chefe
da tribo é o cacique; é dele o pa-
TOFU ILUSTRAS

pel de guiar e orientar os outros


integrantes da aldeia.
A educação das crianças é prá-
Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste. tica, e eles aprendem olhando os
O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com mais velhos na execução das tare-
plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada flechada do garotinho, o céu subia um fas. Em muitas tribos, quando as
bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje. crianças atingem os treze ou ca-
torze anos, é realizado um ritual
Antes de o céu subir para bem longe, os ikolens podiam deixar a Terra e ir morar
de passagem para a vida adulta.
no alto. Iam sempre que ficavam aborrecidos com alguém, ou brigavam entre si, Oriente os estudantes na reali-
e subiam por uma escada de cipó. Gorá, o criador da humanidade, cansou de ver zação da atividade pedida. Muitas
tanta gente indo embora e cortou o cipó, para a Terra não se esvaziar demais. palavras presentes no texto não
MINDLIN, Betty. Revista Prosa, Verso e Arte. Disponível em: <https://www. podem ser encontradas nos dicio-
revistaprosaversoearte.com/3-contos-indigenas-para-mostrar-outra-visao-de-mundo-as- nários, nem numa busca pela in-
criancas/> Acesso em: 1/08/2021. ternet. Converse com eles sobre
esta possibilidade e peça para eles
1 Reúna a sua família e leia novamente a lenda indígena “O céu anotarem as palavras que não en-
contrarem o significado para dis-
ameaça a Terra”. cutir com a classe e descobrir jun-
tos o que elas significam.
2 Grife as palavras, no texto, que você não conhece. Pesquise o
seu significado e anote os resultados no caderno.

3 Identifique o povo indígena citado no texto e faça uma pesquisa


sobre ele.
79

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 79 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


O documentário Piripkura retrata a busca pelos últimos indígenas da tribo piripkura no
Mato Grosso que conseguiram escapar de um atentado que matou grande parte dos seus
parentes. Direção de Mariana Oliva, Bruno Jorge, Renata Terra, 2017, duração: 1h22.

103
Encaminhamento
didático Comunidades quilombolas
O reconhecimento das ter- Outra importante comunidade tradicional brasileira é formada
ras pertencentes às comunida-
pelos quilombolas. Você já ouviu falar deles?
des quilombolas é muito impor-
tante para a manutenção deste Os quilombolas são remanescentes de negros que foram
meio de vida e o resgate cultural escravizados no passado, durante a colonização do nosso país.
de suas tradições. Esses povos resistiram à escravidão e fugiram para refúgios que
O plantio de mandioca, bana- eram chamados de quilombos, por isso receberam esse nome.
na, feijão, arroz, cana e hortaliças
é uma das atividades principais
Assim como ocorre com as populações indígenas, os
destas comunidades. A mandio- quilombolas vivem uma vida mais harmônica com a natureza.
ca é processada de forma arte- No Brasil, estima-se a existência de mais de três mil comunidades
sanal para a produção de farinha quilombolas, dispersas por diferentes estados, que reivindicam
e de goma, utilizada na confec-
o direito à propriedade da terra onde vivem e da qual tiram sua
ção do beiju. A grande maioria
dos alimentos produzidos pela co- subsistência. As comunidades quilombolas também preservam
munidade serve para o consumo sua cultura, com celebrações, artesanato e culinária.
próprio; o excedente é comercia-

CADU DE CASTRO/PULSAR IMAGENS

CADU DE CASTRO/PULSAR IMAGENS


lizado em feiras e nas proximida-
des do quilombo. A troca de mão
de obra entre os membros da co-
munidade é frequente e pode ser
acompanhada de festejos no fi-
nal do dia.
A cultura quilombola é muito
rica e preserva elementos da cul-
tura africana, como o tambor, a
música, as danças e alguns aspec-
tos da religião.
Crianças e adolescentes dançando carimbó no Casas de madeira na comunidade quilombola
Instituto Laurinda Amazônia, na comunidade de Uxizal, Mocajuba, PA, 2020.
quilombola de Mangabeira, município de
Mocajuba, PA, 2020..

1 Você já tinha ouvido falar dos quilombos? Pesquise mais na


internet a respeito e depois converse mais com a turma sobre:
a) A história de formação dos quilombos.
b) Como é o modo de vida atual das comunidades quilombolas.
c) Como é a relação dos quilombolas com a natureza.
80

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 80 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


O livro Torto arado, de Itamar Vieira Junior, é um romance que retrata a vida de uma fa-
mília logo após o fim da escravidão e as dificuldades encontradas por esta população. São
Paulo: Todavia, 2019. 264 p.
O documentário Inventário cultural de quilombos do Vale do Ribeira, parte 1, produzido
pelo Instituto Socioambiental, retrata o modo de vida destas comunidades. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=dS7kSj3VzhI&ab_channel=InstitutoSocioambiental>.
Acesso em: 13 ago. 2021.

104
Encaminhamento
didático
2 Você percebe alguma semelhança entre o estilo de vida dos
2.  Converse com os estudan-
quilombolas e o dos povos indígenas?
Espera-se que os estudantes respondam que, assim como os povos indígenas, os quilombolas tes sobre as diferenças culturais
vivem em contato direto com a natureza, extraindo apenas os recursos necessários para que existem entre essas duas po-
preservar sua cultura e garantir a sua sobrevivência. pulações. Apesar de ambas es-
Atualmente, existem diversos quilombos distribuídos por tabelecerem um modo de vida
todo o Brasil. Observe na tabela abaixo os estados com a maior integrado com a natureza, a or-
ganização social, os costumes e a
concentração de comunidades quilombolas. religião são diferentes.
Brasil: comunidades remanescentes Oriente os estudantes na leitu-
de quilombolas por estado ra do mapa. Peça para eles anali-
sarem atentamente todos os ele-

CATCHA DESIGN
RR
245 653 mentos que o compõem, como
AP

EQUADOR
o título, a legenda e as siglas, e
138
números que aparecem dentro do
AM mapa.
CE
PA MA RN
3.  Espera-se que os estudan-
PI PB
AC PE tes percebam que as siglas pre-
AL
RO TO SE sentes no mapa são abreviaturas
BA
MT dos nomes dos estados que es-
DF tão representados. E os números
718
GO
MG
representam o número de comu-
OCEANO ES OCEANO nidades quilombolas por estado.
PACÍFICO MS ATLÂNTICO
Comunidade de SP
Se eles tiverem dificuldade para
RJ
Quilombos
remanescentes
TRÓPICO
DE CAPR
ICÓRNIO responder esta questão, aponte
PR
718 a 653 275
The Intercept. Disponível
para eles o título do mapa para
275
OCEANO a 245
SC
PACÍFICO
138 a 122 em: <https://theintercept. facilitar a interpretação.
86 a 22 RS com/2017/05/12/em-pleno-
13 a 8 seculo-xxi-quilombolas-ainda-tem-
122
0 0 420 km que-lutar-por-direitos-basicos/>.
50º Acesso em: 8 jun. 2021.

Observe o mapa e responda as perguntas:

3 Você sabe o que representam as siglas presentes no mapa?


E os números?
As siglas representam os estados brasileiros, e os números representam a quantidade

de quilombos por estado.

81

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Sugestão para o professor


O documentário Inventário cultural de quilombos do Vale do Ribeira, parte 2, produzido
pelo Instituto Socioambiental, retrata o modo de vida destas comunidades. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=qGgkzwYG4aA&ab_channel=InstitutoSocioambiental>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
O filme Ganga Zumba retrata a história do líder do quilombo dos Palmares. Direção de
Cacá Diegues, 1964, duração: 1h40.

105
Encaminhamento
didático
4 Observe as cores no mapa. Como essas cores foram utilizadas?
4.  Esta questão pretende tra-
O que elas demonstram?
balhar com a interpretação dos
elementos que compõem o mapa. As cores mais escuras representam maior concentração dessas comunidades, e as
A gradação de cores é muito uti-
lizada para ajudar na visualização cores mais claras representam concentrações menores dessas comunidades.
de quantidades.
5.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que os estados que
foram pintados com cores mais 5 Onde é possível observar a maior concentração de comunidades
fortes representam uma maior quilombolas? E a menor?
concentração de comunidades
quilombolas. A cor cinza é utiliza- A maior concentração está na Bahia (718), e a menor, na Amazônia (8)
da para representar a ausência de
e em Rondônia (8).
dados sobre aquele estado. As co-
res mais claras representam uma
menor concentração. 6 Você deve ter percebido que cada comunidade tradicional
6.  Espera-se que os estudan- tem seus próprios hábitos, costumes e culturas. Com base nos
tes utilizem o espaço em branco seus conhecimentos e no que você estudou até o momento,
da página para desenhar algum
faça um desenho no espaço abaixo representando o estilo
aspecto cultural destas comuni-
dades. A cultura abrange uma de vida de algum desses povos.
série de características, como a
alimentação, a moradia, o ha-
bitat e os modos de realizar de-
terminadas tarefas. Oriente os
estudantes sobre todas as carac-
terísticas que contemplam estes
modos de vida para enriquecer
o repertório deles.

82

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Atividade complementar:
Assista com a classe ao documentário Nossa cultura: Comunidades quilombolas, produzido
pelo Governo da Bahia. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3w6lKY-
OnfU&ab_channel=GovernodaBahia>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Depois de assistirem ao documentário, forme uma roda de discussão com os estudantes
sobre as descobertas e curiosidades do vídeo.

106
Ampliando
conhecimento
Uma das formas mais presen-
tes da cultura no nosso cotidiano
é a alimentação. A comida típica
de uma população está intima-
A culinária da resistência cultural mente ligada ao modo de vida
desta comunidade. Quando tra-
A resistência quilombola insinua-se çamos a história dos ingredientes
na culinária presentes na comida cotidiana,
podemos estabelecer sua origem
Frango caipira com mamão verde. Farofa de taioba com e a forma com que este alimento
ora-pro-nóbis. Carne de jaca verde. Farofa de ostras. chegou até nós, evidenciando os
fluxos migratórios que acontece-
Suco de pupunha. Café com garapa. Essas e outras iguarias
ram ao longo do tempo.
gastronômicas quilombolas tradicionais da região do Vale A culinária brasileira é marca-
do Ribeira integram o livro Quilombo na cozinha, lançado da pela influência dos indígenas,
domingo (27/08) num almoço com a presença de quilombolas dos negros e dos portugueses.
Atualmente, com a globalização,
e outras 120 pessoas, em São Paulo. Estavam representadas
temos acesso a todos os tipos de
cinco comunidades quilombolas do Vale do Ribeira: quilombos ingredientes presentes no mundo,
André Lopes, Ivaporunduva, Sapatu, Mandira e São Pedro. mas a comida do cotidiano ainda
[...] “O livro de receitas é bom pra restaurar a nossa cultura guarda a memória destes povos
na sua composição.
e ajudar a desenvolver várias receitas da nossa comunidade”,
Quando viajamos para outras
diz Maurício Pupo, liderança do quilombo André Lopes, no regiões, sempre podemos nos
município de Eldorado. surpreender com a comida tradi-
cional de cada local. Esta varia-
Outras palavras. A resistência quilombola na culinária. Disponível em: <https://
ção tem origem nas diferenças
outraspalavras.net/blog/e-a-resistencia-quilombola-chega-a-culinaria/> Acesso em:
de recursos naturais disponíveis
2/08/2021.
em cada região e o processo de
ocupação daquele determinado
1 No texto anterior, você leu sobre um livro de território.
receitas de comunidades quilombolas, que serve
para preservar a memória do povo. E na sua casa, há
alguma receita que guarde a memória da sua família?
Pesquise em casa e traga a receita na aula seguinte.
Conte aos seus colegas por que essa
receita é importante para a sua família.
83

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 83 12/08/21 20:53

Atividade complementar
Peça para os estudantes escolherem sua comida preferida para pesquisar a origem de
seus ingredientes e de que forma eles chegaram ao território brasileiro.
Organize uma roda de conversa para eles revelarem suas descobertas. Se possível aponte
em um mapa-múndi o que os estudantes forem relatando.

107
Encaminhamento
didático Povos que vivem das águas: caiçaras
As comunidades tradicionais e ribeirinhos
são formadas por grupos de pes-
soas que compartilham uma cul-
Além das comunidades indígenas e quilombolas, há no
tura diferenciada, e seu modo de Brasil uma série de outras populações que são classificadas
vida está intimamente relaciona- como comunidades tradicionais, que se organizam para
do com o território. Esse modo de preservar a sua identidade cultural coletiva e a memória dos
vida é constituído por técnicas e
antepassados. Entre todas estas, destacamos os povos que
tradições que são transmitidas de
geração em geração. vivem das águas salgadas e doces: os caiçaras e os ribeirinhos.
Começando pelos indígenas,

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK
que já habitavam o território do
Brasil, muitos outros povos de-
senvolveram uma relação única
Caiçaras puxando redes de
com o território que ocuparam, pesca em Salvador, BA, 2021..
como no caso dos quilombolas, Os caiçaras são os povos
seringueiros, quebradeiras de co- tradicionais que habitam o litoral
co-de-babaçu, caiçaras, jangadei- brasileiro. Essas comunidades são
ros, ribeirinhos, sertanejos, casta- formadas por uma população
miscigenada, que carrega
nheiros, comunidades de fundo
herança dos indígenas, negros,
de pasto, faxinalenses, marisquei- africanos e europeus. Para esse
ras, pescadores artesanais, varjei- povo, a relação com a natureza
ros, praieiros, ciganos, açorianos, é fundamental. Sua subsistência
campeiros, vazanteiros, pantanei- vem principalmente do mar, por
ros, catingueiros, entre outros. meio da pesca.
As formas de utilizar e se rela-
JAMES DAVIS PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK

cionar com o meio ambiente va-


riam de acordo com a localização
da comunidade tradicional e os
recursos de que ela dispõe. Uma Moradias de ribeirinhos nas
delas é o extrativismo, em que a margens do Rio Madeira, Humaitá,
AM, 2019.. Os povos ribeirinhos são
comunidade coleta em ambientes
aqueles que vivem à beira dos rios e
naturais produtos de maneira sus- também dependem das águas para
tentável. a sua sobrevivência, principalmente
Apesar de ocuparem estes com a pesca artesanal. A região
territórios há muito tempo, ainda amazônica abriga uma boa parte
hoje acontecem muitos conflitos das comunidades ribeirinhas.
Por causa disso, os ribeirinhos
para que se tenha a demarcação
acumulam grandes saberes sobre a
das terras registrada e respeita- floresta e suas riquezas.
da. Além dos problemas encon-
trados para legitimar estes ter-
ritórios, as condições históricas 84
deixaram esta população com
pouco acesso a políticas públi- PNLD2023-GEO3U3LA.indd 84 12/08/21 20:53

cas de desenvolvimento, com o


agravamento de serem alvos de
discriminação e ameaças.
Uma das formas de combater
estes preconceitos e reconhecer
os direitos destes povos é conhe-
cê-los e valorizá-los como agen-
tes ativos da nossa história e da
preservação do meio ambiente.

108
Descobrindo a ciência
1 A partir do que você observou nas fotografias, responda: e a tecnologia
qual é a principal diferença entre os caiçaras e os ribeirinhos? Escreva na lousa uma lista con-
tendo a relação de todas as comu-
Os caiçaras vivem no litoral e dependem do mar para a sua sobrevivência. Já os nidades tradicionais do Brasil.
Peça para os estudantes for-
ribeirinhos vivem às margens dos rios e dependem destes para a sua sobrevivência. marem grupos de trabalho e es-
colherem um desses povos para
pesquisar. Organize de forma que
cada grupo escolha uma comuni-
dade diferente das outras.
O objetivo da pesquisa é criar
uma apresentação para os cole-
gas, que deve conter: a origem
Descobrindo a ciência e a tecnologia desta comunidade, quais são as
principais características culturais
Ciência e saberes indígenas que eles partilham, como esta co-
munidade se relaciona com a na-
Quando falamos em ciência, geralmente pensamos na tureza, caracterizar a paisagem
imagem do cientista em um laboratório. No entanto, você sabia onde a comunidade escolhida
que a ciência também é praticada no cotidiano de diferentes está inserida, se ela possui direi-
tos sobre o território que ocupa,
povos? Entre os povos indígenas, por exemplo, há uma série de qual é a situação atual desta po-
conhecimentos passados de geração em geração. pulação e qual é a principal difi-
Os povos indígenas possuem saberes tradicionais de sua culdade que ela enfrenta.
Oriente os estudantes a uti-
experiência cotidiana de contato com a natureza. Um desses
lizarem mapas e fotos desta
saberes são os chamados “remédios do mato”. Você já tinha população, da paisagem e de
ouvido falar neles? Os remédios do mato são feitos com plantas algum objeto, alimento ou téc-
que possuem substâncias eficazes no tratamento de dores e nicas produzidos por eles. Se
houver recursos audiovisuais, é
doenças. Podemos citar como exemplo a sálvia, uma planta necessária a combinação prévia
muito utilizada no combate de vírus e bactérias. Outro exemplo com o professor para que ele
é a babosa, que é eficaz no tratamento de gripe, inflamação, possa disponibilizar este recurso.
Organize a sala em roda para
gastrite, queimaduras. a apresentação dos grupos. Um
• Faça uma pesquisa e descubra outros remédios do mato de cada vez eles devem apresen-
tar o seu trabalho para os cole-
utilizados pelos povos indígenas. Registre em seu caderno gas. É importante dividir o tem-
o nome da planta e para que ela é utilizada. Depois, po entre os grupos e separar um
compartilhe sua descoberta com os colegas. momento para a troca de curio-
sidades e dúvidas.
85

PNLD2023-GEO3U3LA.indd 85 12/08/21 20:53

109
Apresentação da
Unidade
Esta unidade pretende traba-
lhar com o consumo consciente
e formas de praticá-lo, como o
descarte adequado dos resíduos
sólidos, a redução do consumo,
a reutilização do que já temos e
a reciclagem como destino final
do que pretendemos jogar fora.
Pretende-se que os estudantes
compreendam a importância dos
recursos hídricos, sua utilização
em atividades humanas e formas
mais sustentáveis do uso da água. O MEIO AMBIENTE E A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA
Esta unidade também vai expli-

GUILHERME GAENSLY/INSTITUTO MOREIRA SALLES:

MAURÍCIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS


car como é feita a utilização da
água para a geração de energia
e a importância do saneamento
básico, para garantir uma maior
qualidade de vida para a popula-
ção, bem como diminuir a polui-
ção dos cursos de água. O estu-
dante vai ser apresentado para as
principais bacias hidrográficas do
Brasil e a importância destes cur-
sos de água para o país.
Para tanto o estudante deve
conhecer previamente os impac-
tos das atividades humanas na pai-
sagem.

Rio Tietê, São Paulo, SP, 1905. Rio Tietê, São Paulo, SP, 2020.

Anteriormente, vimos que as atividades humanas são responsáveis


por modificar as paisagens, gerando impactos negativos sobre elas.
Um dos problemas que afetam as paisagens é a produção do lixo e
a poluição dos rios. Nesta unidade, vamos estudar justamente sobre
esses assuntos! Juntos, vamos identificar esses problemas e refletir
sobre possíveis soluções para cada um deles.
86

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 86 12/08/21 20:50


Objetivos da Unidade
• Compreender o que é consumo consciente.
• Analisar a melhor forma de destinar os resíduos sólidos.
• Entender como reduzir, reciclar e reutilizar pode contribuir para a sustentabilidade.
• Compreender como utilizamos a água no nosso cotidiano.
• Entender os diferentes usos da água nas atividades humanas.
• Pensar em maneiras mais sustentáveis de utilizar a água.
• Analisar como a falta de água afeta a vida das pessoas.
• Compreender como funciona o sistema de geração de energia pela água.
• Entender a importância do saneamento básico.
• Compreender a importância da preservação das águas.
• Entender as principais bacias hidrográficas brasileiras.
• Analisar os mapas das bacias hidrográficas brasileiras.
• Aprender formas sustentáveis de utilizar a água.
110
Encaminhamento
didático
Oriente os estudantes a obser-
varem atentamente as fotografias
presentes na Abertura da Unida-
de. Converse com os estudantes
sobre a formação das cidades ao
redor de cursos de águas, e como
esta característica era importante
para a fixação da população nes-
tes locais.
1.  Espera-se que os estudan-
tes percebem que as fotografias
retratam o mesmo cenário com
uma diferença de mais de um sé-
culo entre si. É importante que os
estudantes percebam o impacto
das atividades humanas sobre os
recursos hídricos.
1 As fotografias retratam o mesmo rio? Que rio é esse?
As duas fotografias retratam o rio Tietê. 2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que o rio Tietê já foi
2 A forma como as pessoas usam esse rio nos dias atuais é
utilizado para atividades recrea-
a mesma do passado? Explique. Não, pois no passado as águas eram utilizadas para tivas, como o clube de regatas
atividades recreativas. Agora, devido à poluição, as pessoas não têm mais a mesma relação com o rio.
presente na primeira fotografia.
3 Houve algum problema ambiental? Qual das imagens mostra isso? Atualmente o rio é extremamente
Sim, a poluição das águas. Podemos observar esse problema na segunda fotografia.
poluído e é utilizado como um es-
goto a céu aberto. Algumas inicia-
tivas estão sendo feitas para lim-
par o rio Tietê, porém a falta de
NESTA UNIDADE, VOCÊ VAI ESTUDAR saneamento em alguns bairros na
proximidade do rio torna esta ta-
• O DESTINO DO LIXO. refa muito difícil.
3.  Espera-se que os estudan-
• OS 3RS DA SUSTENTABILIDADE. tes percebam que a poluição das
• A IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS. águas é um grande problema am-
• A USINA HIDRELÉTRICA. biental, e que este fato está evi-
denciado na fotografia que mostra
• A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS.
o rio Tietê nos dias atuais.
• OS RIOS BRASILEIROS.

87

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 87 12/08/21 20:50


Na BNCC Unidades temáticas:
Habilidades: EF03GE06 / EF03GE08 / • Formas de representação do
pensamento espacial.
EF03GE09 / EF03GE10
• Natureza, ambiente e qualidade de vida.
Competências gerais: 1, 2, 6, 7, 10;
Objetos de conhecimento:
Competências de • Representações cartográficas.
Ciências Humanas: 2, 3, 5, 6, 7; • Produção, circulação e consumo.
• Impactos das atividades humanas.
Competências de
Geografia: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7.

111
Abertura do capítulo
O objetivo desse capítulo é fa-
zer com que o estudante perceba
a relação da produção do lixo no
seu cotidiano com os problemas
enfrentados pelo meio ambiente
10 Conservação
do meio ambiente
e de que maneira uma mudança
de pequenas atitudes pode con-
tribuir para a melhoria no pla-
neta. A unidade temática traba- Você já parou para

TOFU ILUSTRAS
lhada é “Natureza, ambiente e
pensar que todos os
qualidade de vida”, e o objeto
de conhecimento é “Produção, produtos que consumimos,
circulação e consumo”. desde os alimentos até
A partir dos conteúdos desse as nossas roupas, foram
capítulo, espera-se alcançar os se- fabricados a partir de
guintes objetivos: algum recurso da natureza?
• Compreender o que é consu- Quanto mais produtos são
mo consciente. fabricados, mais recursos
• Analisar a melhor forma de são utilizados. Por esse
destinar os resíduos sólidos. motivo, é muito importante
• Entender como reduzir, reci- praticarmos o consumo
clar e reutilizar pode contribuir consciente. Isso quer dizer que devemos comprar produtos e consumir
com a sustentabilidade. somente aquilo que realmente é necessário em nossas vidas.
No mundo em que vivemos, há um grande incentivo ao
Encaminhamento consumo. Muitas vezes, compramos algo sem necessidade. Muitos
didático desses produtos têm uma durabilidade curta. Um exemplo disso é
Converse com os estudantes o aparelho celular. É muito comum as pessoas comprarem celulares
sobre os padrões de consumo no mais modernos, antes mesmo de os antigos pararem de funcionar.
mundo. O sistema capitalista se O problema é que todo produto que consumimos, mais cedo ou
baseia na lógica de crescimento mais tarde, acaba sendo descartado e virando lixo.
infinito, mas para que isso fosse
possível, a Terra teria que ter re-
cursos infinitos também, o que VOCÊ SABIA?
não ocorre. Os produtos eletrônicos descartados por não terem mais utilidade são classificados
Alguns países, como os Esta- como lixo eletrônico. Em 2019, o Brasil foi o quinto país que mais produziu esse
dos Unidos, têm um nível de con-
tipo de lixo, ficando atrás da China, EUA, Índia e Japão. No Brasil, foram geradas
sumo muito maior do que países
2.143 toneladas, segundo o relatório The Global E-waste Monitor 2020.
que estão em desenvolvimento.
Se todo o planeta tivesse esse
mesmo ritmo de consumo do nor- 88
te-americano, seriam necessários
mais de quatro planetas para dar PNLD2023-GEO3U4LA.indd 88 12/08/21 20:50
conta dos recursos usados.
Atualmente consumimos Sugestão para o professor
muito mais recursos naturais do A BBC News produziu a reportagem “O país da África que se tornou um ‘cemitério
que a capacidade regenerativa de eletrônicos’”. A matéria fala sobre o descarte de lixo eletrônico em Acra, capital de
do planeta e corremos o risco de Gana. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160109_lixao_
não deixar recursos para as próxi- eletronicos_ab>. Acesso em: 13 ago. 2021.
mas gerações, se não modificar-
mos a nossa forma de produzir
e consumir.

112
Encaminhamento
didático
1.  Espera-se que os estudan-
tes percebam como o lixo está
presente em seu espaço de vi-
vência. Muitas vezes estamos tão
Para conservar e cuidar do meio ambiente, é muito importante inseridos nesta realidade que não
tentar reduzir a quantidade de lixo que produzimos diariamente e percebemos os problemas presen-
também dar o destino certo a esses resíduos. Será que esses cuidados tes no nosso cotidiano.
são tomados na comunidade onde você vive? Pense nos lugares pelos 2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que o lixo presente
quais você costuma passar e responda as questões a seguir: nas ruas é carregado pelas chuvas
para a rede de esgoto, podendo
1 Ao andar pelas ruas, é comum encontrar lixo nas calçadas entupir as bocas de lobo, e ele
ou em terrenos? também pode ser carregado di-
reto para os cursos de água pre-
Resposta pessoal.
sentes no município.
3.  Espera-se que os estudan-
2 Você já observou o que acontece com a sujeira que se acumula tes façam uma análise sobre como
nas ruas quando chove? é realizado o descarte do lixo na
sua residência.
Espera-se que o estudante relate os impactos negativos da presença do lixo, como o
4.  Espera-se que os estudan-
entupimento de boca de lobo e até mesmo as enchentes. tes reflitam sobre o descarte do
lixo no ambiente escolar. Se a es-
cola possui um destino adequado
3 Como é feito o descarte do lixo em sua residência? para os resíduos e se o grupo es-
Resposta pessoal. colar respeita este espaço.
5.  Realizar uma campanha
para a conservação da limpeza e
o descarte correto do lixo na es-
4 Na escola em que você estuda, há problemas com o lixo? cola requer um projeto bem es-
As pessoas respeitam o espaço e jogam o lixo em seu devido lugar? truturado. A primeira etapa é um
processo de conscientização dos
Resposta pessoal. estudantes para essa questão tão
importante. É necessário disponibi-
lizar recipientes separados e identi-
ficados para receber os diferentes
5 Vamos fazer uma campanha pela conservação da limpeza e o tipos de resíduos. E por último, é
descarte correto do lixo na escola? Converse com a sua professora preciso conversar com algum pres-
tador de serviço que recolha o ma-
e organize um projeto a esse respeito com seus colegas.
terial reciclado na escola. Se a es-
cola possuir uma área verde, vale
89 a pena pensar na coleta do lixo or-
gânico para realizar uma compos-
PNLD2023-GEO3U4LA.indd 89 12/08/21 20:50 teira, que pode ser utilizada no fu-
turo para a adubação das plantas
presentes na escola.

113
Encaminhamento
didático O destino do lixo
Oriente os estudantes a obser- Você já parou para pensar em qual é o destino do lixo que
varem atentamente as imagens
produzimos diariamente em nossas casas? Para onde ele vai?
presentes. A primeira imagem re-
presenta um lixão, onde é possível O que é feito com ele? Tudo irá depender de como é feito o
observar pela imagem a contami- descarte. Nosso lixo pode acabar em aterros sanitários, lixões ou em
nação das águas subterrâneas e a centros de reciclagem. Vamos conhecer um pouco mais sobre esses
emissão de poluentes para a at- lugares? Para iniciar esta conversa, observe as imagens abaixo e
mosfera. A segunda imagem re-
trata um aterro sanitário, onde depois responda as perguntas em seu caderno.
é possível observar uma manta

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


protetora, que impede a conta-
minação das águas subterrâneas,
a queima dos gases poluentes e o
tratamento do chorume.
1.  Espera-se que os estudan-
tes percebam, observando a ima-
gem e as informações contidas
nela, a diferença entre um local
apropriado para o descarte do lixo
e um local inadequado.
2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que o local mais
adequado para receber o lixo é o
aterro sanitário, que foi prepara-
do para esta função.
1 Observe e compare as imagens do lixão e do aterro sanitário.
Qual é a diferença entre eles?
Nos lixões, não há uma preparação para receber os resíduos. Isso gera vários problemas,

como a poluição do ar, do solo e das águas subterrâneas. Já os aterros sanitários são

preparados para receber o lixo, tomando-se os cuidados necessários para reduzir os

problemas ambientais.

2 Qual desses dois espaços você imagina ser o mais adequado


para o descarte do lixo?
O aterro sanitário.

90

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 90 12/08/21 20:50

Atividade complementar
Assista com a classe ao filme curta-metragem Ilha das flores, dirigido por Jorge Furtado.
O filme narra a trajetória de um tomate do plantio até o lixo. Apesar de ter sido gravado no
ano de 1989, os problemas retratados seguem atuais. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=bVjhNaX57iA&ab_channel=PauloSpachi>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Após a exibição do filme, faça uma roda com os estudantes para discutir o que mais cha-
mou a atenção deles e as curiosidades.
Peça para os estudantes realizarem uma pesquisa sobre qual é o destino do lixo no seu
município. Eles devem elaborar uma narrativa inspirada no filme, contando a história de al-
gum produto que eles jogaram no lixo recentemente.

114
Encaminhamento
Veja algumas das principais características dos lixões didático
e aterros sanitários: O lixão é a área onde é de-
Lixão: espaço sem preparo para positado o lixo sem planejamen-

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK
receber resíduos sólidos. O chorume to e sem medidas protetivas para
o meio ambiente. Apesar de ser
não tem isolamento e penetra no solo,
considerado crime ambiental, es-
assim como o gás metano, originado tima-se que mais da metade dos
a partir da decomposição de matéria municípios brasileiros ainda dire-
orgânica. O lixão compromete a ciona os seus resíduos sólidos para
água que bebemos e atrai diversas estes locais.
No Brasil, o Programa Nacio-
pragas urbanas, como ratos e moscas, Lixão em Alagoinhas, BA, 2019.
Atualmente, a abertura de lixões é proibida nal Lixão Zero, do governo fede-
colocando em risco as pessoas que no Brasil. Os que ainda existem estão em ral, tem como objetivo eliminar os
vivem e trabalham ao redor. processo de desativação. lixões existentes e apoiar os muni-
Aterro: espaço previamente cípios em busca de soluções mais

JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK:
preparado para receber resíduos. Existe adequadas para este problema.
a preocupação com o destino do Os aterros sanitários são pla-
nejados para receber os resíduos
chorume, a impermeabilização do solo, sólidos de forma que não conta-
a captação do gás metano, que pode ser minem o solo e as águas subterrâ-
utilizado como fonte de energia, entre neas. Eles possuem uma camada
outros. Esses locais contam com um protetora impermeável que não
time de profissionais responsáveis por Aterro sanitário em Salvador, BA, 2019. permite a contaminação do solo e
Cerca de 73% do lixo produzido no Brasil do lençol freático. Os aterros tam-
acompanhar e monitorar as atividades. tem como destino os aterros sanitários. bém são preparados para captar
os gases liberados no processo de
GLOSSÁRIO decomposição, assim evitando a
poluição do ar. O planejamento
Resíduo sólido: todo objeto, material ou substância descartada resultante dos aterros deve levar em conta o
das atividades humanas. escoamento das águas das chuvas
Chorume: líquido que se origina da decomposição de matéria orgânica. para que não entrem em contato
Matéria orgânica: resíduos de recursos de origem vegetal ou animal. com os resíduos.
Segundo as normas vigentes,
a vida útil de um aterro é de no
3 Você deve ter percebido que, quando comparados ao lixão, mínimo dez anos, após esse ciclo,
ele deve ser fechado e monitora-
os aterros são a melhor opção. Mas será que existem outras
do por mais dez anos.
formas de descartar os resíduos que produzimos de maneira 3.  Espera-se que os estudan-
mais segura? Ou será que a melhor opção realmente é o aterro? tes percebam que existem outras
Compartilhe suas ideias com os colegas. formas de descarte dos resíduos,
Espera-se que os estudantes citem os centros de reciclagem como o como a coleta seletiva para a re-
destino mais adequado para o lixo. 91 ciclagem e a composteira para o
lixo orgânico.
PNLD2023-GEO3U4LA.indd 91 12/08/21 20:50

Sugestão para o professor


A Agência Brasil produziu a reportagem “Quase metade dos municípios ainda despeja
resíduos em lixões”, onde apresenta dados sobre a situação do lixo no Brasil. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-08/quase-metade-dos-municipios-ainda-
despeja-residuos-em-lixoes>. Acesso em: 13 ago. 2021.
O site Observatório dos Lixões possui informações sobre os tipos de disposição do lixo
nos municípios brasileiros. Disponível em: <http://www.lixoes.cnm.org.br/>. Acesso em:
13 ago. 2021.

115
Encaminhamento
didático O destino ideal para o lixo são os centros de reciclagem. Neles,
Apesar da reciclagem ser a os resíduos que descartamos são transformados em novos produtos.
melhor opção como destino dos Com isso, temos a redução da quantidade de lixo, da poluição e
resíduos sólidos, o Brasil recicla do uso dos recursos naturais. Outros benefícios são a geração de
apenas 2,1% de todo o lixo co-
emprego e a complementação da renda familiar.
letado, segundo os dados do Sis-
tema Nacional de Informações 4 Na rua onde você mora, há um serviço de coleta de lixo reciclável?
sobre Saneamento. Uma das di-
ficuldades enfrentadas se encon-
Se sim, você costuma separar o lixo reciclável? Se não, gostaria de
tra na coleta seletiva, que atende ter esse serviço disponível?
somente 41,4% da população.
Resposta pessoal
Estes dados não contemplam o
serviço de catadores e das coope-
rativas que não possuem vínculos
com as prefeituras.
3Rs da sustentabilidade

EMERSON KOBAIYASHI/SHUTTERSTOCK
As latas de alumínio são o ma-
terial mais reciclado no Brasil, com Você já ouviu falar dos 3Rs da
quase 98% das latas recicladas, o sustentabilidade? Trata-se de ações
que colocou o Brasil no primeiro que visam diminuir os problemas
lugar do ranking nesta categoria.
Este fenômeno só é possível atra-
ambientais gerados pela produção
vés da atuação dos catadores de do lixo: reduzir, reciclar e reutilizar.
materiais reciclados, que encon- Veja ao lado um exemplo de
tram na coleta desse tipo de ma- ação que contribui para a redução Sebo em São Paulo, SP, 2019.
terial uma fonte de renda. Os sebos são lojas que vendem livros usados por
do lixo: valores mais baixos em relação aos livros novos.
4.  Converse com os estudan-
tes sobre a possibilidade de ado-
tar a reciclagem em sua residên- 1 Você já escutou o termo sebo?
cia. Quanto mais gente estiver Resposta pessoal
disposta a reciclar, mais fácil fica
para organizar a coleta desses re- 2 Qual é a finalidade desse espaço?
síduos. Se possível, se informe an-
tes sobre onde fica o centro de Oferecer um preço mais acessível e valorizar a reutilização dos materiais
reciclagem mais próximo do seu
município para disponibilizar as ao invés de descartá-los após o uso.
informações para a classe.
3 Em sua opinião, esse é um recurso interessante? Por quê?
1.  Espera-se que os estudan-
tes percebam o que significa sebo Resposta pessoal
apenas observando a fotografia
presente na página.
2.  Os sebos são livrarias que
compram e vendem livros usa- 92
dos; este espaço é importante,
pois oferece um preço mais ba- PNLD2023-GEO3U4LA.indd 92 12/08/21 20:50

rato e também possui um acervo


de livros raros, que já saíram de
circulação e deixaram de ser pu-
blicados pela editora.
3.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que este recurso é
importante na democratização do
saber, pois possibilita que pessoas
de baixa renda tenham acesso a
informação e conhecimento.

116
Encaminhamento
Os 3Rs da sustentabilidade (reduzir, reutilizar e reciclar) didático
englobam a utilização de modo inteligente de recursos naturais, Os 3Rs da sustentabilidade são
a constante preocupação com a saúde ambiental do planeta e um conjunto de ações, que foi su-
gerido na Conferência da Terra,
as possíveis formas de fazer a diferença, visando, assim, uma
que ocorreu na cidade do Rio de
relação mais harmônica entre consumidor e meio ambiente. Vamos Janeiro em 1992.
conhecer um pouco mais sobre os 3Rs? Reduzir significa praticar o
consumo de forma mais conscien-
• Reduzir: comprar de acordo com as nossas necessidades
te. Além de comprar somente o
para evitar desperdícios. O consumo consciente é necessário, é importante pensar
importante para o meio ambiente e para o bom também no processo de produ-
funcionamento das finanças domésticas. ção dos produtos que consumi-
mos. Atualmente existem empre-
• Reutilizar: observar o que temos que poderia ser utilizado sas que se preocupam com o meio
para outros fins e doar aquilo de que já não necessitamos ambiente e certificam ambiental-
mais. Ao jogarmos algo no lixo, estamos também mente a sua linha de produção.
A reutilização é uma forma
desperdiçando a energia que foi usada na fabricação. de diminuir o que jogamos fora
Reutilizando, geramos economia doméstica e colaboramos e aproveitar o que já temos, de
para o desenvolvimento sustentável do planeta. maneira criativa para novas fun-
ções. Como os potes de conserva
• Reciclar: separar o lixo reciclável (plástico, metal, vidro, para guardar alimentos e as gar-
papel) do lixo orgânico. O reciclável deve ser encaminhado rafas pet para armazenar líquidos,
para empresas ou cooperativas de trabalhadores de entre outros.
A reciclagem, além de gerar
reciclagem. Essa iniciativa gera renda e emprego, e o lixo
empregos e renda, é uma forma
não levará anos ou séculos para ser decomposto. de economizar recursos naturais,
que ainda não foram extraídos,
4 Copie a tabela abaixo em seu caderno e preencha com ações de transformando materiais usados
redução, reutilização e reciclagem que você pode adotar no seu em novos.
dia a dia para reduzir a produção de lixo. Resposta pessoal 4.  Espera-se que os estudan-
tes preencham a tabela com ações
que podem ser praticadas no seu
Reduzir Reutilizar Reciclar cotidiano.

93

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 93 12/08/21 20:50

Sugestão para o professor


O documentário Oceanos de plástico, retrata a poluição dos oceanos pelo plástico. Dire-
ção: Craig Leeson. Duração: 1h42.

117
Ampliando
conhecimento
Converse com os estudantes
sobre como os estudantes de Ara-
guaína, no Tocantins, utilizaram
os 3Rs para produzir brinquedos
usando materiais recicláveis.
Brinquedos recicláveis
Uma das formas mais efica- Veja agora o projeto que estudantes da cidade de Araguaína,
zes de aprendizado das crianças no Tocantins, realizaram em sua escola, produzindo brinquedos
é brincar. Ao utilizar materiais re- com a reutilização de materiais recicláveis.
ciclados, ela não só ajuda o meio
ambiente como também estimula
seu processo criativo, a coordena- Estudantes utilizam o lixo para fazer brinquedos
ção motora e o raciocínio lógico. em Araguaína
Um robô feito de latas, um sofá usando garrafas de refrigerante,
Atividade complementar um trenzinho feito de potes e tampinhas de plástico. Estes foram
Peça para os estudantes cons- alguns dos brinquedos feitos por estudantes de uma escola estadual
truírem uma maquete da esco-
durante uma feira de ciências em Araguaína, norte do Tocantins. Os
la utilizando material reciclável.
estudantes utilizaram objetos que poderiam ser jogados no lixo para
Oriente os estudantes a juntarem
este tipo de material para realizar fazer brinquedos e ajudar o meio ambiente.
a atividade. A estudante Kawanny Vitória, de dez anos, conta como foi o
processo de criação para fazer um sofá que utilizou somente garrafas
PET. “A gente recortou as garrafas e isolou todas com uma fita para
formar o sofá com essas garrafas PET que poderiam ser jogadas fora
e poluir o ambiente por muito tempo”, afirma.
G1-GLOBO. Estudantes utilizam o lixo para fazer brinquedo em Araguaína. Disponível
em: <http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2014/12/estudantes-utilizam-o-lixo-
para-fazer-brinquedos-em-araguaina.html> Acesso em: 2/08/2021.

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


94

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 94 12/08/21 20:50

Sugestão para o professor


O documentário Lixo extraordinário retrata o trabalho do artista plástico Vik Muniz no
aterro sanitário Jardim Gramacho. Direção: Lucy Walker. Duração: 1h40.

118
A partir do texto anterior, responda as questões a a seguir Encaminhamento
em seu caderno: didático
1.  Espera-se que os estudan-
1 O que você achou dessa proposta de criação de brinquedos tes gostem da criação de brinque-
dos com materiais reciclados, pois
aproveitando materiais que seriam jogados fora? Resposta pessoal.
eles possibilitam brincadeiras no-
vas e sem custo, além de estimu-
2 Seria possível construir um projeto parecido com esse na
lar o consumo consciente.
sua escola? Converse com sua professora a respeito. 2.  Professor, pesquise previa-
Resposta pessoal. mente na internet exemplos de
Agora vamos aprender a produzir um brinquedo a partir brinquedos que podem ser cons-
de materiais reutilizáveis. truídos pelos estudantes. Oriente
os estudantes a recolher os ma-
teriais recicláveis necessários com
Materiais necessários: duas garrafas PET, barbante, quatro
antecedência para realizar esta
argolas de plástico ou dois rolos vazios de papel higiênico atividade.
divididos em dois e encapados com fita adesiva, tesoura, durex
colorido ou fitas adesivas.

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


2. Encaixe as duas partes superiores da
garrafa com os gargalos virados para o
lado de fora.
1. Corte duas garrafas
pet ao meio.

4. Retire as tampas e passe os barbantes


3. Decore a garrafa com por dentro da garrafa (o comprimento
fita adesiva colorida. depende de quanto você consegue
abrir os braços). Prenda argolas nas
extremidades do barbante (elas também
podem ser feitas com as garrafas pet)

5. Divirta-se!

95

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 95 12/08/21 20:51

Atividade complementar
Oriente os estudantes a pesquisar parquinhos que utilizaram material reciclável. Peça para
eles escolherem uma foto de um brinquedo de que mais gostaram para apresentar para a sala.
Se possível, converse com a coordenação, para produzir as melhores ideias na escola. Esta
atividade pode ser realizada em conjunto com o grupo escolar e pode transformar positiva-
mente o ambiente da escola, além de ajudar a preservar o meio ambiente.

119
Abertura do capítulo
O objetivo deste capítulo é
promover uma reflexão sobre os
diversos usos da água nas ativida-
des humanas e quais impactos es-
tão relacionados com este tipo de
11 Como cuidar bem
das nossas águas
consumo. Pretende-se criar uma A água é um recurso fundamental, e nós precisamos dela para
análise sobre formas mais cons-
viver. Usamos a água em muitas situações do dia a dia. A maior
cientes de utilizar este recurso, de
maneira que ele não falte para as parte vem dos rios e serve para abastecer a população. A água
futuras gerações. A unidade te- também é utilizada nas atividades industriais, na irrigação das
mática trabalhada será “Natureza, plantas e na criação de animais.
ambiente e qualidade de vida”, e
o objeto de conhecimento é “Im-
pactos das atividades humanas”. 1 Em quais momentos você utiliza a água no seu dia a dia?
Espera-se que o estudante relate a necessidade da água em diferentes momentos e
A partir dos conteúdos desse demandas do seu dia, desde lavar uma fruta para comer quanto para cuidar de sua higiene.
capítulo, espera-se alcançar os se-
guintes objetivos: 2 A água é um recurso importante da natureza? Justifique
• Compreender como utiliza- sua resposta.
Espera-se que o estudante relate ser um elemento essencial para a sobrevivência.
mos a água no nosso cotidia-
no. 3 Marque um X nas imagens que representam situações
• Entender os diferentes usos da de desperdício.
água nas atividades humanas.

ILUSTRAÇÕES: TOFU ILUSTRAS


X
• Pensar em maneiras mais sus-
tentáveis de utilizar a água.
• Analisar como a falta de água
afeta a vida das pessoas.
• Compreender como funciona
o sistema de geração de ener-
gia pela água.
• Entender a importância do sa-
neamento básico. X

96

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 96 12/08/21 20:51

Encaminhamento didático
A água é o que possibilitou que a vida fosse criada no nosso planeta. Ela é a fonte de
toda a vida e é um dos componentes principais do corpo humano. Para manter todo o siste-
ma corporal funcionando, é necessário consumir de dois a três litros de água por dia. Além
de bebermos água no nosso cotidiano, muitas atividades essenciais necessitam deste tipo
de recurso, como a higiene básica e a nossa alimentação.
No nosso planeta, a água atua no equilíbrio da temperatura: em locais com a presença
de árvores, a evapotranspiração atua como um regulador de temperatura, a variação climá-
tica é menor entre o dia e a noite. Em locais desérticos, a diferença de temperatura entre o
dia e a noite é bem maior. Esse equilíbrio de temperatura, aliado à presença de fontes de
água doce, favorece a ocupação humana.

120
Encaminhamento
didático
Oriente os estudantes na leitu-
ra do gráfico: a parte circular cor-
Os diferentes usos da água responde à porcentagem utilizada
A água é um recurso essencial em nossas vidas. Sem ela, não seria em cada atividade.
possível desenvolver nossas atividades, tampouco existiria vida na Terra. A agricultura convencional
praticada nos dias de hoje é vol-
A superfície do nosso planeta é coberta, principalmente, por
tada para a exportação, e nem
água. Por esse motivo, é muito comum ouvir a expressão: Terra, sempre de gêneros alimentícios
planeta água. Para que você possa ter uma ideia, cerca de 71% da para os seres humanos. No Brasil,
superfície terrestre é coberto por esse recurso. o plantio de soja representa uma
grande parcela deste setor. A soja
De toda a água existente no planeta, 97% está nos oceanos em
é exportada para a fabricação de
forma de água salgada, imprópria para o consumo, 2% encontra-se ração para a pecuária. Além do
nas geleiras do Ártico e da Antártida, e 1% encontra-se em rios, imenso consumo de água, a soja é
lagos, represas, entre outros. a grande responsável pela expan-
Você já parou para pensar em quais atividades humanas mais são da fronteira agrícola em áreas
do cerrado e da Amazônia, co-
consomem água? Para descobrir a resposta, observe a imagem
locando em riscos esses biomas.
abaixo e depois responda as questões em seu caderno. Converse com os estudantes
sobre os riscos ao meio ambiente

TOFU ILUSTRAS
Termelétricas
Irrigação 0,3% provocado por cada uma das ati-
67,2% vidades evidenciadas no gráfico.
Abastecimento 1.  Espera-se que os estudan-
urbano tes observem que a atividade que
Abastecimento 8,7% mais consome água é a agricul-
animal
11,1% Mineração tura.
0,8% 2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que a agricultura
Abastecimento Indústria utiliza muita água no processo
rural 9,5% de irrigação.
2,4% 3.  Espera-se que os estudan-
tes analisem que o consumo do-
1 Qual das atividades mais consome água? méstico é muito pouco, compara-
do com o consumo somado das
2 Na sua opinião, quais são os motivos para esse alto consumo outras atividades. É importante
de água? evidenciar a importância do con-
sumo consciente em todos os ti-
3 Será que apenas reduzir o consumo doméstico da água é pos de atividade.
suficiente? Por quê?
97

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 97 12/08/21 20:51

Sugestão para o professor


O filme A lei da água – Novo código florestal, dirigido por André D’Elia, reúne uma série
de relatos sobre o uso da água ao longo do tempo, e as mudanças provocadas pelo novo
código florestal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jgq_SXU1qzc&ab_
channel=O2PlayFilmes>. Acesso em: 13 ago. 2021.

121
Encaminhamento
didático Após observar o gráfico, você deve ter percebido que a
Converse com os estudantes atividade humana que mais consome água é a agricultura. Para
sobre a quantidade de água uti- produzir os alimentos, assim como outros produtos que consumimos
lizada na produção dos produtos no dia a dia, são utilizadas grandes quantidades de água. A água
que consumimos no nosso coti-
diano. Praticar o consumo cons-
que consumimos, mas não vemos, é chamada de água virtual.
ciente também se refere à refle- Veja, na imagem abaixo, a quantidade de água virtual utilizada na
xão de todo o processo produtivo produção de alguns alimentos e objetos:
dos produtos, bem como o des-

TOFU ILUSTRAS
carte adequado das embalagens.
A produção de carne bovina é um
dos grandes inimigos da preser-
vação ambiental. Muitas florestas
são queimadas e substituídas por
pastagens e plantações de soja, Carne bovina 1 Carro
para a produção de ração. Além 1kg
disso, o gado ocasiona a compac-
tação do solo, e em alguns locais
ocorre o processo de desertifica-
ção.
Nossos hábitos alimentares ti-
veram uma grande mudança nos 20.700 14.800
últimos séculos; a grande maio- litros litros
ria das pessoas obtém os seus
alimentos cotidianos nas feiras Queijo 1 Camiseta
e supermercados. Atualmente, 1kg de algodão
existe um grande apelo dos am-
bientalistas para reduzir o consu-
mo da carne na dieta cotidiana,
como uma solução para preservar
o meio ambiente.
Converse com os estudantes
sobre a possibilidade de realizar 5.000 2.700
mudanças na alimentação, como litros litros
uma forma de praticar o consumo
consciente.
1.  Oriente os estudantes a es-
colher um item que tenha infor- 1 Investigue com sua família a quantidade de água utilizada
mações disponíveis na internet. para fabricar um item de sua escolha do cotidiano. Registre
os resultados no seu caderno. Resposta pessoal.
98

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 98 12/08/21 20:51

Sugestão para o professor


O documentário Cowspiracy: O segredo da sustentabilidade retrata a relação da pecuá-
ria com o uso desmedido dos recursos naturais. Direção: Kip Andersen e Keegan Kuhn. Du-
ração: 1h31.
O vídeo produzido pela BBC “A crise que deixou cataratas do Iguaçu irreconhecíveis e
ameaça país de falta d’água e apagão”, relaciona o desmatamento e o uso da água para a
agricultura com a falta de água que acontece nas cataratas do Iguaçu. Disponível em: <https://
www.bbc.com/portuguese/topics/ckdxnd3yn61t>. Acesso em: 13 ago. 2021.

122
Encaminhamento
Uso consciente da água na agricultura didático
Se a água é fundamental para a vida e a agricultura consome A agricultura é a atividade que
mais consome água no mundo, e
uma quantidade grande de água, o que fazer, então, para aproveitar
o desperdício nesse setor é absur-
melhor esse recurso tão precioso? Há algumas formas de garantir do. Se 10% da água utilizada na
um uso mais racional da água, conforme podemos ver nas três agricultura fosse poupado, daria
medidas representadas nas fotos a seguir: para suprir a demanda da popu-
lação mundial duas vezes.

ANDRE STEFANO/FOTOARENA

ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS


O uso de cisternas é uma al-
ternativa para armazenar a água
das chuvas nos períodos mais
chuvosos e utilizá-la nos perío-
dos mais secos. Essa solução aju-
da muitas pessoas que vivem na
região semiárida do Brasil. O go-
verno federal possui um progra-
ma que contempla a população
de baixa renda desta região.
Um dos sistemas mais eficazes
para economizar água com a irri-
gação é o gotejamento. Este sis-
tema libera a quantidade mínima
de água necessária para o cresci-
mento das plantas. Uma rede de
canos com pequenos furos des-
Uso de cisternas Gotejamento peja a água diretamente no solo.
Cisterna no Município de Redenção, CE, Irrigação por gotejamento em plantação de
2020. As cisternas são reservatórios que tomate, Araguari, MG, 2020. Uma técnica que
conseguem armazenar água da chuva utiliza gotejamento com fluxo constante e pode
para o ano inteiro, e seu uso já ajudou a economizar até 50% da água e ter resultado
enfrentar a seca. semelhante ao da irrigação tradicional.

VOCÊ SABIA?
De acordo com a ONU, no Brasil, o consumo de água por pessoa chega, em
média, a 200 litros por dia:
25% utilizados para tomar banho, lavar as mãos e escovar os dentes.
33% utilizados em descarga de banheiro.
27% utilizados para cozinhar e beber.
15% utilizados para as demais atividades.

99

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123
Encaminhamento
didático Falta de água
Converse com os estudantes Apesar da grande disponibilidade de água no nosso país, muitas
sobre a falta de chuvas na região
nordeste e como esse fenômeno regiões são afetadas pela seca devido a suas características climáticas.
pode ser explicado pelas suas ca- É o caso, por exemplo, do sertão nordestino, marcado pelas
racterísticas geográficas. A área se temperaturas elevadas e longos períodos sem chuva. Entretanto,
localiza em uma depressão, que
fica entre planaltos, o que impe- mesmo áreas que apresentam maior disponibilidade de água já
de a circulação das massas de ar enfrentaram problemas relacionados à falta desse recurso. Problemas
úmidas, além de se localizar pró- como esse estão relacionados a má gestão e desperdício de água.
ximo à linha do Equador, que é a
zona que mais recebe a luz do sol Para entender um pouco mais sobre esse problema, leia o texto abaixo:
do planeta.
O projeto de transposição do Estudo recente da Agência Nacional de Águas (ANA) mostrou que, de 2003 a
rio São Francisco foi pensado para 2016, 48 milhões de pessoas foram afetadas por secas ou estiagens no Brasil.
levar água para esta região. Ele Ao todo, foram registrados 4.824 eventos de seca com danos humanos. Somente
prevê a construção de mais de no ano passado, 18 milhões de habitantes do país foram afetados pela escassez
700 km de canais feitos de con- hídrica. Desse total, 84% viviam na Região Nordeste.
creto para conectar o rio São Fran-
Agência Brasil. Falta de água no país é tema do programa Diálogo Brasil. Disponível em:
cisco às bacias hidrográficas do
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2017-12/falta-de-agua-no-pais-e-tema-de-
nordeste setentrional. As maiores
hoje-do-programa-dialogo-brasil> Acesso em: 1/08/2021.
críticas ao projeto se referem aos
impactos causados na bacia origi-
nal do rio, que pode sofrer com a A partir do texto anterior, responda:
queda da vazão e impossibilitar o
abastecimento e a circulação na- 1 Quantas pessoas foram afetadas pela escassez hídrica (falta
quela região. de água), por causa das secas ou estiagens, entre os anos
1.  Espera-se que os estudan-
tes respondam que, com base no de 2003 e 2016?
texto, 48 milhões de pessoas fo-
48 milhões de pessoas.
ram afetadas pela falta de água
entre os anos de 2003 e 2016.
2.  Espera-se que os estudan- 2 E no ano de 2016?
tes percebam que o texto foi es-
18 milhões de habitantes.
crito em 2017, então, quando fala
que 18 milhões de habitantes do
país foram afetados pela falta de 3 De acordo com a notícia, em qual região brasileira vivia maior
água no ano passado, ele está se parte da população afetada pela escassez de água?
referindo ao ano de 2016.
Na região Nordeste.

100

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Sugestão para o professor


A reportagem “Com mais de 90% da transposição concluída, impactos ambientais no rio
São Francisco ainda são incertos”, escrita por Filipe Domingues no G1, contém informações
sobre o estado da obra e como funciona o sistema de transposição. Disponível em: <https://
g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/12/21/com-mais-de-90percent-da-
transposicao-concluida-impactos-ambientais-no-rio-sao-francisco-ainda-sao-incertos.ghtml>.
Acesso em: 13 ago. 2021.

124
Encaminhamento
Água e energia didático
O Brasil possui muitos rios, que podem ser aproveitados na O Brasil possui uma enorme
quantidade de usinas hidrelétri-
construção de usinas hidrelétricas, onde se produz energia elétrica a
cas, que são a maior fonte de
partir da força das águas. Um aspecto interessante das hidrelétricas é energia utilizada no país. Apesar
que elas não emitem gases poluentes de ser considerada uma energia
Observe a imagem abaixo e descubra como as hidrelétricas limpa, a construção deste tipo de
funcionam: sistema acarreta muitos impactos
ambientais nas bacias hidrográ-
ficas em que estão inseridas. A

TOFU ILUSTRAS
barragem para armazenar a água
necessária para o funcionamento
Casa de força das turbinas é um obstáculo ins-
Reservatório
transponível para os peixes que
Linhas de
Canal transmissão habitam aqueles rios, prejudican-
de energia do as populações ribeirinhas es-
tabelecidas na região.
Os reservatórios produzidos
pelas barragens alagam uma área
que antes era ocupada por pes-
Duto Turbina Gerador Rio soas e animais, causando a expul-
são dessa população e o compro-
1 A partir da observação da imagem, explique com suas palavras metimento do seu modo de vida.
1.  Oriente os estudantes na
como funciona uma usina hidrelétrica. leitura da ilustração do funciona-
A água do rio é represada e conduzida para canais onde estão localizadas mento das usinas hidrelétricas. Es-
pera-se que eles percebam que a
grandes turbinas. A força das águas gira as turbinas, produzindo energia elétrica. força da água movimenta a tur-
bina, gerando energia.
2.  Se não houver hidrelétricas
no município, expanda a área de
2 Faça uma pesquisa e descubra se há alguma hidrelétrica no pesquisa para o estado onde a es-
município onde você mora. Descubra também se a energia que cola está inserida.
você consome vem de alguma hidrelétrica. Registre o resultado
da pesquisa no espaço abaixo.
Resposta pessoal.

101

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 101 12/08/21 20:51

Sugestão para o professor


No site do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) você encontra informações
sobre a luta destes povos pelos seus direitos e seu modo de vida. Disponível em: <https://
mab.org.br/>. Acesso em: 13 ago. 2021.

125
Encaminhamento
didático Da falta ao desperdício
Oriente os estudantes a ob- A partir do que você já aprendeu sobre a falta de água no país,
servar as charges atentamente.
observe a tirinha e descreva, a seguir, o que consegue notar nela.
Aponte os elementos que carac-
terizam a região em que os per-

ARIONAURO CARTUNS
sonagens estão inseridos. Como
a presença de cactos e o material
de construção da casa na primeira
ilustração e a presença de prédios
no fundo da segunda ilustração.
1.  Espera-se que os estudan-
tes observem que, na primeira
ilustração, ocorre a escassez de
água e o sonho do personagem é
a chuva. Na segunda ilustração, o
personagem mora numa zona ur-
bana e desperdiça a água lavando
o quintal; percebe-se que ele não
está preocupado com o desperdí-
cio, pois fala ao telefone tranqui-
lamente.
2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que o desperdício 1 De que modo as pessoas na ilustração se relacionam com a
de água acontece em diversas ati- água no lugar onde vivem?
vidades cotidianas.
3.  Espera-se que os estudan- O primeiro personagem sofre com a falta de água. Já o segundo personagem
tes reflitam que a economia de
tem grande disponibilidade desse recurso, mas desperdiça.
água é importante para a preser-
vação do meio ambiente e para
garantir o acesso a este recurso 2 Você já presenciou alguma cena de desperdício de água?
para as próximas gerações. Escreva no espaço abaixo e depois compartilhe com os colegas.
Converse com os estudantes
Resposta pessoal.
sobre atitudes cotidianas, que
podem economizar água. Peça
para eles conversarem em casa
para adotar as medidas que fo-
ram discutidas.
3 Por que é importante economizar água?
Resposta pessoal.

102

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126
Ampliando
conhecimento
O saneamento básico é um
direito assegurado por lei nos
centros urbanos, apesar disso,
quase metade da população não
Saneamento básico tem acesso ao serviço de esgoto
Você já ouviu falar sobre saneamento básico? e mais de 16% da população não
O saneamento básico engloba uma série de medidas, como tem acesso a água tratada.
O acesso ao saneamento bási-
garantir o fornecimento de água potável tratada à população,
co melhora a qualidade de vida da
a garantia de esgotamento sanitário e coleta de lixo. população e a saúde. A coleta do
Saneamento básico é também cuidar do meio ambiente, pois, esgoto também favorece o meio
com a coleta e o tratamento do esgoto, deixa-se de poluir os ambiente, pois deixa de despejar
rios. Leia os dois textos a seguir sobre as condições os dejetos diretamente nos cur-
sos de águas.
de saneamento básico do Brasil.
1.  Espera-se que os estudan-
tes interpretem o texto e respon-
Lei exige medidas rápidas dos novos prefeitos dam que 37 em cada 100 brasi-
para o saneamento básico leiros não possuem ao menos um
dos serviços de saneamento.
De acordo com a síntese de indicadores sociais do IBGE (edição de 2019),
2.  Espera-se que os estudan-
37 de cada 100 brasileiros residem em domicílio onde falta ao menos um dos
tes percebam que a situação entre
serviços de saneamento básico: coleta de lixo, abastecimento de água potável
por rede de abastecimento ou esgotamento sanitário por rede coletora.
os mais pobres é ainda mais gra-
Entre os mais pobres, a situação é pior: seis de cada dez não contam com ao
ve, pois 6 em cada 10 brasileiros
menos um desses três serviços em casa. não possuem acesso ao menos a
um dos serviços de saneamento.
Agência Brasil. Lei exige medidas rápidas dos novos prefeitos para o saneamento 3.  Espera-se que os estudan-
básico. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/eleicoes-2020/
tes observem que o descarte ina-
noticia/2020-11/lei-exige-medidas-rapidas-dos-novos-prefeitos-para-o-
saneamento-basico> Acesso em: 25/03/2021. dequado de resíduos pode preju-
dicar os rios e a água subterrânea.
1 De cada 100 brasileiros, quantos não contam com pelo Com a chegada das chuvas, este
material é carregado para os cur-
menos um dos serviços de saneamento básico? 37 em cada
100 brasileiros não possuem ao menos um dos serviços de saneamento básico. sos de água, e a decomposição
2 Entre os mais pobres, a situação é pior ou melhor? deste material pode infiltrar no
A situação é pior, pois seis em cada dez brasileiros pobres não possuem ao solo e contaminar o lençol freá-
menos um dos três serviços citados de saneamento básico. tico.
3 Na sua opinião, como o descarte inadequado do lixo
de uma cidade pode prejudicar os rios e a saúde da
população? No período das chuvas, a água arrasta o lixo para as galerias
pluviais, provocando inundações e trazendo doenças como
a leptospirose e a diarreia.
103

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 103 12/08/21 20:51

Atividade complementar
Oriente os estudantes a pesquisarem a situação do saneamento de suas casas. Eles devem
pesquisar se a sua moradia possui acesso a água potável e à rede de esgotos.

127
Encaminhamento
didático Precisamos tratar melhor a água que nos mantém vivos!
1.  Espera-se que os estudan- Observe o quadrinho a seguir e responda as questões.
tes percebam que o personagem

ARIONAURO CARTUNS
da charge está construindo um
cano que liga a casa dele com o
rio, despejando o esgoto direta-
mente, sem nenhum tipo de tra-
tamento.
2.  Espera-se que os estu-
dantes percebam que as conse-
quências para o meio ambien-
te podem ser desastrosas, como
a poluição das águas, a extin-
ção das espécies presentes ali, o
mau cheiro e a inutilização desta
água pelas pessoas, que se en-
contram abaixo do local do des-
pejo de esgoto.

1 Qual problema a tirinha aponta?


A poluição do rio com esgoto.

2 Em sua opinião, quais podem ser as consequências para o rio


e para a vida das pessoas?
Resposta pessoal.

104

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Sugestão para o professor


A reportagem “Raio X do saneamento no Brasil: 16% não têm água tratada e 47% não
têm acesso à rede de esgoto”, escrita por Clara Velasco para o G1, retrata a situação do
saneamento no país. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/
raio-x-do-saneamento-no-brasil-16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-
acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml>. Acesso em: 13 ago. 2021.
A comédia Saneamento Básico, o filme retrata a história de moradores de uma cidade
pequena do Brasil, que gostariam de realizar uma obra de saneamento, mas a prefeitura só
tinha verba para a área cultural, então eles resolvem criar um filme para realizar a obra. Di-
reção de Jorge Furtado. Duração: 1h52.

128
12 Os rios e suas águas

Na unidade anterior, você aprendeu que as comunidades


Abertura do capítulo
O objetivo desse capítulo é fa-
zer com que o estudante entenda
que a conservação e o uso cons-
ciente da água podem colaborar
para a permanência deste recur-
so. O estudante também deve
tradicionais possuem uma relação mais harmônica com o meio entender quais são as principais
ambiente, e que, por isso, a demarcação dos seus territórios é bacias hidrográficas brasileiras e
fundamental para a conservação da natureza. Com base nisso, sua localização no mapa. As uni-
observe a tirinha e responda à questão a seguir: dades temáticas trabalhadas são
“Formas de representação e pen-

ARIONAURO CARTUNS
samento espacial”, e “Natureza,
ambiente e qualidade de vida”, e
os objetos de conhecimento são
“Representações cartográficas” e
“Impactos das atividades huma-
nas”.
A partir dos conteúdos desse
capítulo, espera-se alcançar os se-
guintes objetivos:
• Compreender a importância
da preservação das águas.
1 Segundo os indígenas, por que cuidar dos rios e demais cursos • Entender as principais bacias
de água é importante? Porque dos rios é que os indígenas tiram a água para beber,
cozinhar e tomar banho. Além disso, é dos rios que eles hidrográficas brasileiras.
tiram uma parte de sua alimentação, por meio da pesca.
2 Você sabe de onde vem a água que chega à torneira da sua • Analisar os mapas das bacias
casa? Em grupo, pesquise, com o auxílio do professor, onde fica hidrográficas brasileiras.
esse reservatório de água, e calcule, com o auxílio de um mapa • Aprender formas sustentáveis
digital na internet, a distância desse reservatório para a sua casa de utilizar a água.
ou escola. Ele está próximo ou distante?
VOCÊ SABIA?
A água que chega à sua torneira vem dos mananciais, fontes de água doce
(superficial ou subterrânea) utilizadas para o abastecimento da população. Os rios,
lagos, açudes e represas são exemplos disso. Os mananciais são importantes pois
possibilitam o abastecimento de água para as cidades e áreas da zona rural e são a
principal fonte de abastecimento para os reservatórios de água. Cada cidade possui
um reservatório específico de água para o abastecimento da população.

105

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Encaminhamento didático
Relembre com os estudantes o que eles aprenderam na unidade anterior do livro, sobre
o modo de vida integrado das populações tradicionais com a natureza. Peça para eles ob-
servarem com atenção a ilustração, para identificar que comunidade tradicional está sendo
representada na tirinha.
1.  Os indígenas tem um modo de vida integrado com a natureza, os rios são conside-
rados sagrados, pois eles fornecem a água para beber, cozinhar e tomar banhos, e muitas
vezes os indígenas utilizam o rio para o deslocamento.
2.  Converse com os estudantes sobre a possibilidade de algumas casas terem poços ar-
tesianos ou utilizarem a água de nascentes. Oriente os estudantes a pesquisar qual é o sis-
tema de tratamento da água utilizado.

129
Encaminhamento
didático Rios brasileiros
Professor, pesquise previa-
mente imagens do rio São Fran- Rio São Francisco
cisco, para mostrar para a clas- Mais popular e carinhosamente conhecido pelo apelido Velho
se. Inclua mapas da transposição, Chico, o rio São Francisco tem grande importância econômica e
para os estudantes entenderem a ambiental para a Região Nordeste do país. Ele nasce em Minas Gerais,
dimensão dessa obra. na Serra da Canastra, e corta a Região Nordeste, atravessando cinco
O rio São Francisco é um dos
estados e centenas de municípios, desaguando no mar no estado de
rios mais importantes do Brasil,
ele atravessa áreas de clima seco,
Alagoas. Veja, no mapa abaixo, os estados pelos quais o rio passa:
levando água para estas regiões. 1 Observe o mapa e responda: por quais estados o rio
Foram construídos canais de abas-
tecimento que têm como função
São Francisco passa?
levar a água para as áreas mais Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais.
castigadas pela seca. Ao longo do
ADVTP/SHUTTERSTOCK
seu percurso foram instaladas seis Bacia do Rio São Francisco
usinas hidrelétricas.

CATCHA DESIGN
PA
Atualmente, o rio sofre com a MA
RN
poluição das suas águas pela mi- CE

neração, com os rejeitos das ci- PI


PB

dades, que se localizam nas suas PERNAMBUCO

margens, pela indústria e pela 10° Repr. de


Sobradinho
ALAGOAS
TO
agricultura, que além de retirar

CO
SERGIPE

CIS
a mata ciliar, que protege o rio,

O FRAN
nte
Corre
também utiliza agrotóxicos, que BAHIA


nha
ha OCEANO
contaminam as suas águas. DF Ca
ri n
ATLÂNTICO
1.  Espera-se que os estudan- ar

P
ac
atu
tes observem o mapa e leiam o

R.
GO Repr.

das
Três
MINAS
texto da página para responder
Marias

Velha
GERAIS

Pa
essa questão. Os estados pelos

s
rao
20°
ES

pe
quais ele passa estão escritos no
ba
SP 0 235 km

mapa. RJ
Bacia do Rio São Francisco
40°

Rio São Francisco, Alagoas, 2019. IBGE e ANA. Disponível em: <https://cdn.agenciapeixevivo.org.
br/media/2019/06/Produto-13-Plano-de-Trabalho-Comunicacao-
CBHSF-ABRIL-2018.pdf> Acesso em: 1/08/2021.

Atualmente, o rio São Francisco tem sido ameaçado por uma série de
problemas ambientais, como o assoreamento, que ocorre quando, por causa
do desmatamento e da erosão do solo, acumulam-se sedimentos no leito
dos rios, diminuindo o fluxo das águas. Outro grave problema é a poluição.
106

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 106 12/08/21 20:51

Atividade complementar
Escute a música “Riacho do navio”, escrita por Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Se possível
disponibilize a letra para os estudantes acompanharem e analisarem. Disponível em: <https://
www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47101/>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Peça para os estudantes associarem o que entenderam sobre a letra da música ao texto
lido e expor através de um desenho ou apresentação.

130
Encaminhamento
Rio Paraná didático
O rio Paraná, por sua vez, tem importância fundamental para o país. Situado Pesquise previamente ima-
ao sul do país, ele abriga a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que gera energia elétrica a gens das bacias hidrográficas
partir da força de suas águas. O rio Paraná divide os estados de São Paulo, Mato do Paraná e do Amazonas para
Grosso do Sul e Paraná e demarca a fronteira do Brasil com o Paraguai. compartilhar com a classe. É in-
teressante apresentar imagens de
MAILA FACCHINI/SHUTTERSTOCK:

Bacia do Rio Paraná atividades econômicas praticadas

CATCHA DESIGN
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RO BRASIL BA em suas margens.
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A bacia hidrográfica do rio
BOLÍVIA
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temente nas regiões Sul e Sudes-

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base em: ECOA.
Disponível em: que contribui para o desenvolvi-
URUGUAI <https://ecoa.org. mento de usinas hidrelétricas no
ARGENTINA br/bacia-do-rio-
Rio Paraná na fronteira entre Brasil e 0 450 km
parana/> Acesso seu curso.
Bacia do Rio Paraná
Paraguai, 2019. 50° em: 1/08/2021. Por se localizar na área mais
populosa do país, as suas águas
Rio Amazonas
são muito utilizadas na agricultu-
O rio Amazonas, na Região Norte, é o rio mais extenso do país e um dos ra e na indústria, o que ocasiona
maiores do mundo, com 6.400 quilômetros de extensão. Em volume de água, ele impactos como a poluição de suas
é o maior rio do mundo – nenhum outro rio tem tanta água! Ele atravessa outros águas e o assoreamento.
países da América do Sul e nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. A bacia hidrográfica do Ama-
zonas é uma das mais extensas
TATSIANA HENDZEL/SHUTTERSTOCK

Bacia do Rio Amazonas do mundo e abrange mais de sete


CATCHA DESIGN

OCEANO
VENEZUELA ATLÂNTICO países da América do Sul. Ela se
Guiana
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Francesa encontra em uma planície fluvial,
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e seu rio apresenta meandros.
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GROSSO
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territorio/18305- uma grande variedade de peixes,
BOLÍVIA
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rios-do-brasil. que são fonte de alimento e de
Pescadores no Rio Amazonas, 0 410 km html> Acesso em:
AM, 2019. Bacia do Rio Amazonas
70° MS 1/08/2021. renda para estas populações.

107

PNLD2023-GEO3U4LA.indd 107 12/08/21 20:52

Sugestão para o professor


A reportagem “Corrida do ouro ilegal desencadeia ataques a povos indígenas na Amazônia”,
escrita por Scott Wallace para a National Geographic, retrata as ameaças atuais que estão
acontecendo na região amazônica. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/
cultura/2021/07/corrida-do-ouro-ilegal-desencadeia-ataques-a-povos-indigenas-na-amazonia>.
Acesso em: 13 ago. 2021.

131
Encaminhamento
didático A partir dos textos anteriores sobre importantes rios
Oriente os estudantes a reler brasileiros, responda:
as páginas anteriores com bas-
tante atenção para responder 1 Qual rio é o mais extenso do país?
as questões.
Aproveite o momento para ti- Rio Amazonas.
rar as dúvidas sobre o conteúdo
apresentado. Questione os estu- 2 Qual rio abriga a Usina Hidrelétrica de Itaipu?
dantes sobre as dificuldades en-
Rio Paraná.
contradas na leitura dos mapas e
para entender o conceito de ba-
cias hidrográficas. Apresente para 3 Qual rio atravessa a Região Nordeste do Brasil?
a turma o mapa das bacias hidro- Rio São Francisco.
gráficas brasileiras e cite os nomes
das que não foram apresentadas
no livro, como a bacia hidrográ-
4 Em que país da América do Sul nasce o rio Amazonas?
fica do Tocantins-Araguaia, a ba- Peru.
cia hidrográfica do Parnaíba, a
bacia hidrográfica do Uruguai, a
5 Em que estado brasileiro nasce o rio São Francisco?
bacia hidrográfica do Paraguai, a
bacia hidrográfica Atlântico Nor- Minas Gerais.
deste Oriental, a bacia hidrográ-
fica Atlântico Nordeste Ociden- 6 Qual é o apelido do rio São Francisco?
tal, a bacia hidrográfica Atlântico
Leste, a bacia hidrográfica Atlân- Velho Chico.
tico Sudeste e bacia hidrográfica
Atlântico Sul. 7 Faça uma pesquisa e descubra quais rios passam pela
Unidade Federativa em que você vive. Registre o resultado
no espaço abaixo.

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Sugestão para o professor


O site do IBGE Educa disponibiliza o mapa das bacias hidrográficas brasileiras. Disponível
em: <https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/territorio/18305-rios-do-brasil.html>.
Acesso em: 13 ago. 2021.

132
Ampliando
conhecimento
O uso sustentável da água é
um tema importante para viabi-
lizar a ocupação humana no pla-
Uso sustentável da água neta. Relembre com os estudantes
as atividades que consomem água
Apesar de o Brasil ser servido de importantes rios de e os métodos apresentados para
água doce, há de se tomar cuidado, pois mesmo com reduzir esse consumo.
essa abundância, os casos de seca e falta de água têm Apesar de a atividade huma-
sido cada vez mais recorrentes em diferentes partes do na não ser a que mais consome
água, algumas atitudes podem
país. Muitos brasileiros já precisaram passar por rodízios
contribuir para a preservação des-
de água, ficando muitas vezes por vários dias sem água te recurso. Cite para os alunos al-
encanada para beber, cozinhar e tomar banho. E se a água guns exemplos como fechar a tor-
é tão importante assim, por que não tratar bem dela e neira quando estiver escovando
economizá-la para tê-la sempre? os dentes, tomar banhos rápidos,
varrer o quintal ao invés de jogar
Há diferentes possibilidades de garantir um uso água, ensaboar toda a louça an-
sustentável da água. A seguir, apresentamos algumas delas; tes de enxaguar, usar sempre a
você já as conhecia ou tinha ouvido falar a respeito? máquina de lavar cheia e reuti-
lizar a água para lavar o quintal,
Captação das águas da chuva entre outros.
Nesse processo de coleta de água da chuva, normalmente A captação da água da chu-
utiliza-se uma superfície como o telhado. A água da chuva não va é realizada por uma superfí-
é ideal para o consumo, porém pode ser utilizada para outras cie inclinada e deve ser coletada
por uma calha, que direciona a
finalidades, como lavar o quintal, lavar as roupas, lavar o carro,
água para algum compartimento,
dar descarga etc. como um tonel de plástico ou um
Água de reúso tanque construído de alvenaria.
Existem técnicas de purifica-
Trata-se de reutilizar a água que já foi usada para outro fim, ção das águas cinza (água utiliza-
como o banho ou a lavagem de roupa ou algum espaço. Essa da no banho e nas torneiras), que
água é utilizada apenas para fins não potáveis. Muitos prédios envolvem plantas e filtros naturais
modernos utilizam-se de água de banho e lavagem de roupas para purificar essa água e devol-
para as descargas do banheiro, por exemplo. As estações de vê-la para a terra de forma ade-
quada. Pesquise previamente ima-
tratamento de esgoto de muitas cidades também produzem
gens deste tipo de sistema para
água de reúso que pode servir para lavar as ruas, para o apresentar para os estudantes.
desenvolvimento de atividades industriais, entre outras. O reúso
da água ajuda a economizar e preservar a água dos rios.
109

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Atividade complementar
Peça para os estudantes levantarem atitudes que colaboram para o uso consciente da água.
Escreva na lousa as atitudes que foram levantadas e converse com eles sobre a possibilidade
de realizar uma campanha na escola, para conscientizar as outras turmas e os funcionários.
Os estudantes devem elaborar cartazes para serem espalhados pelos murais presentes na
escola.

133
Encaminhamento
didático A partir da leitura do texto da página anterior, responda as
1.  Espera-se que os estudan- questões a seguir.
tes observem que a água que cai
no telhado pode ser captada por 1 Como ocorre a principal forma de captação da água das chuvas?
meio de calhas e armazenada em
Principalmente pela captação da água dos telhados.
um recipiente adequado.
2.  Espera-se que os estudan-
tes percebam que a água de reúso
é uma água que já foi utilizada em
outra função, como na máquina
2 O que é a água de reúso?
de lavar, e pode ser armazenada A água usada para um determinado fim que é reutilizada para outro.
para ser utilizada em alguma ati-
vidade que não precise de água
potável, como em descargas de
banheiro e na lavagem de quintal. 3 Do que você aprendeu até aqui, em sua opinião, qual é a
Converse com os estudantes
sobre a prevenção como a melhor importância de garantir um uso sustentável da água?
maneira de se manter um rio lim- Resposta pessoal.
po. Como o descarte do lixo nos
lugares certos, a rede de esgoto
nas cidades ou as fossas sépticas Descobrindo a ciência e a tecnologia
na área rural, e uma fiscalização
eficiente das fábricas e indústrias, A despoluição dos rios

MAURÎCIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS:


que descartam efluentes nos rios.
Se os rios são tão importantes
para a nossa vida, a ciência e
a tecnologia podem contribuir
de diversas formas para a
despoluição dos rios contaminados
ou para evitar que eles sejam
contaminados. Você aprendeu,
nesta unidade, que a despoluição
de um rio não é um processo fácil,
pois pode levar anos ou mesmo
décadas. Porém, afinal, como se
pode despoluir um rio com base Afluente do rio Tietê poluído por lixo e descarga
na ciência e na tecnologia? irregular de esgoto doméstico em São Paulo, SP, 2019.

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Descobrindo a ciência e a tecnologia


A matéria “Vendedor cria barreira ecológica para retirar lixo e salvar rio em que aprendeu
a nadar na infância”, escrita por Vinicius Lemos para a BBC News, relata a história de Diego
Saldanha, que criou com as próprias mãos uma tecnologia para ajudar a limpar o rio que passa
nos fundos da sua casa. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49009566>.
Acesso em: 13 ago. 2021.
A reportagem “Brasil testa tecnologia australiana de despoluição de águas”, escrita por
Alana Gandra para a Agência Brasil, fala sobre o uso de tecnologia para acelerar o processo
de limpeza das águas. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-06/
tecnologia-australiana-de-despoluicao-de-aguas-pode-ser-aplicada-no-brasil>. Acesso em:
13 ago. 2021.

134
Encaminhamento
Como se despolui um rio? didático
Há uma série de técnicas para isso, e tudo depende do tipo de rio e da sua Auxilie os estudantes na leitu-
localização. Há por exemplo a flotação, que usa uma espécie de espuma ra do texto. Muitas palavras são
desconhecidas e precisam ser
para arrastar impurezas para a superfície, facilitando sua remoção; ou
mais bem conceituadas. Se pos-
ainda o uso de lodo ativado, que gruda em poluentes e vai para o fundo do sível, busque exemplos visuais na
rio, sendo retirado em seguida; além do gradeamento, que é uma espécie internet antes da aula para ajudar
de peneira usada para remover objetos grandes de um rio. na explicação.
A técnica mais eficiente, no entanto, é a prevenção. Uma vez que se isole Faça uma revisão da matéria
e trate o esgoto que iria parar dentro dos rios, o próprio fluxo de água estudada ao longo do ano, para
garantir que os estudantes se re-
tende a fazer uma limpeza. Aí, usa-se um dos métodos acima para acelerar
cordem da matéria e respondam
o processo. O problema é que isso só é simples de se fazer na teoria, as questões solicitadas.
especialmente nas grandes cidades brasileiras, que é onde se concentra a a) Espera-se que os estudan-
maior parte dos rios poluídos. tes recordem o que foi trabalhado
UOL. Lavando a Água. Disponível em: <https://www.uol.com.br/tilt/noticias/ na primeira Unidade deste livro e
redacao/2020/09/22/lavando-a-agua-como-seria-se-jogassemos-sabao-para-despoluir-os-rios. respondam que os espaços públi-
htm> Acesso em: 1/08/2021. cos pertencem a todos e os espa-
ços privados pertencem a alguém.
Você aprendeu, com o texto anterior, como se faz para despoluir b) Espera-se que os estudan-
um rio. E na sua casa, como você faz para garantir que a água que tes lembrem o que foi estudado
na segunda Unidade e respondam
você bebe seja limpa e pura? Você possui um filtro? Sabe como ele
que a cidade é onde existe uma
funciona? Você sabia que o filtro é uma tecnologia que pode ser maior quantidade de construções
baseada em um processo químico ou físico? humanas, serviços e pessoas, já o
campo é onde predominam ele-
Fim da jornada mentos naturais da paisagem e se
concentram atividades relaciona-
Encerramos aqui a jornada de estudos de Geografia do 3o ano. das ao primeiro setor.
Responda em seu caderno e depois compartilhe com os colegas o c) Espera-se que os estudan-
que você aprendeu neste ano sobre os seguintes temas: tes relembrem o que estudaram
na terceira Unidade e respondam
a) Diferencie os espaços públicos dos privados. que as paisagens naturais são
b) Quais são as principais diferenças entre o campo e a cidade? constituídas por elementos que
não foram alterados pelo ser hu-
c) Qual é a diferença entre paisagem natural e paisagem cultural? mano, já as paisagens culturais
d) Por que a demarcação das terras das comunidades tradicionais, são compostas por elementos
construídos ou modificados pela
como as indígenas e quilombolas, é importante? humanidade.
e) Por que é importante conservar o meio ambiente e os rios? d) Espera-se que os estudan-
tes recordem o que foi estudado
111 na terceira unidade e respondam
que a demarcação das terras des-
PNLD2023-GEO3U4LA.indd 111 12/08/21 20:52 tas populações é importante, pois
Encerramento do volume a terra pertence a elas por direito,
Ao fim do volume, retomamos as questões da primeira avaliação diagnóstica, agora com o e as comunidades tradicionais são
aprofundamento, a partir de como as temáticas foram discutidas ao longo do livro. Conduza aliadas da preservação do meio
parte da discussão oralmente e parte por meio da escrita, a fim de também avaliar aspectos ambiente.
do processo de alfabetização. Compare essas respostas com as anteriores, levantadas como e) Espera-se que os estudan-
avaliação diagnóstica no início do ano letivo. Como os estudantes avançaram em termos das: tes respondam que preservar o
1.  Competências Gerais e Específicas (BNCC) e Habilidades de Geografia; meio ambiente e os rios é fun-
2.  Conhecimento das temáticas abordadas no livro; damental para garantir as condi-
3.  Na Temática Contemporânea Transversal; ções necessárias para o desenvol-
4.  Nos seguintes componentes essenciais para a alfabetização: vimento das próximas gerações
a) oralidade; b) compreensão de textos; c) produção escrita; d) fluência em leitura oral.

135
ÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGR

AB’SABER, Aziz Nacib. Os domínios HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação e


de natureza no Brasil: potencialidades construção do conhecimento. Educação
paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.  e Realidade, v. 16, n. 2, pp. 53-58, Porto
O autor aborda as grandes paisagens brasileiras e Alegre, 1991. Disponível em: <https://
sua diversidade.
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CALLAI, Helena Copetti. Educação geográfica view/3057>. Acesso em: 5 ago. 2021.
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<https://scielo.conicyt.cl/pdf/rgeong/ MARSHALL, T. H. Cidadania e classe social.
n70/0718-3402-rgeong-70-00009.pdf>. Brasília: Ministério do Interior. Fundação
Acesso em: 5 ago. 2021. Projeto Rondon, 1988.
Discute o ensino de Geografia para uma formação
Discute o conceito histórico de cidadania.
cidadã.

CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o OLIVEIRA, Cêurio de. Curso de Cartografia
mundo: a geografia nos anos iniciais do Ensino Moderna. Rio de Janeiro: IBGE, 2008. 
Discute a história e a noção de cartografia
Fundamental. Cadernos Cedes, vol. 25, n. 66, moderna.
p. 227-247, maio/ago. 2005. Disponível em:
<https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/ ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia
a06v2566.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2021. do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2001. 
Debate a Geografia como uma leitura específica do Importantes debates sobre natureza, ambiente,
mundo. território, paisagem e geopolítica.

CARNEIRO, Sônia. Importância educacional da SANTOS, Milton. A natureza do espaço:


Geografia. Educar em Revista, n. 9, pp. 121-125, técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
1993.  Hucitec, 1996. 
A importância da geografia para uma prática cidadã. M. Santos discute o espaço geográfico sob
diferentes aspectos.
CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um
conceito chave da Geografia. In: CASTRO, SANTOS, Milton. Metamorfoses do
I. E.; GOMES, P. C.; CORRÊA, R. L. (Orgs.) espaço habitado: fundamentos teórico
Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: e metodológico da geografia. São Paulo:
Bertrand Brasil, 2000. p.15-47.  Hucitec, 1988.
O conceito de Espaço na Geografia é abordado a Discute o papel da geografia no mundo
partir de diferentes correntes teóricas. contemporâneo, a partir de conceitos chaves
da geografia.
HARVEY, David. O espaço como palavra-
chave. Em Pauta, Rio de Janeiro, v.13, n.35,
SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos
p.126-52, 2015. Disponível em: <https://
fundamentais da Pesquisa Socioespacial. Rio
www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
revistaempauta/article/view/18625>. de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013, p.235-60. 
Acesso em: 5 ago. 2021. O autor discute a categoria espaço, a partir das
Discute a categoria ”espaço“ de forma ampla. relações sociais.
112

PNLD2023-GEO3FILA.indd 112 12/08/21 20:49

136

Você também pode gostar