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1.

Tarefa raciocínio
2. Contar uma história – 4. Conversação e Narração
Menina de 12 anos ‘espalha’ livros por cidade do
interior da Bahia

Clara Beatriz Dourado, 12 anos, tem um sonho: tornar a leitura acessível a todos, e assim
contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva. Há cerca de dois anos, ela deu o primeiro
passo e criou uma casinha de livros, instalada na praça Requintes, em Irecê, na Bahia, cidade
onde reside. Hoje, já são 7 casinhas, por onde já passaram mais de 6 mil livros.

Tudo começou em 2017, quando Clara avistou uma casinha de livros durante uma viagem a
Salvador. “Naquele momento, parei e refleti sobre como aqui na minha cidade não tinha
nenhuma ação de incentivo à leitura”, lembra.

Um ano depois, a menina viu sua ideia finalmente ganhar forma. “Demorei muito tempo para
convencer meus pais. Eles falavam que não daria certo, que as pessoas iriam vandalizar. Mas ao
longo do tempo, eles foram entendendo e resolveram me dar apoio.” A família, então,
encomendou a primeira casinha em uma madeireira da cidade, e assim nasceu o projeto
“Casinha de Livros”.

A proposta é que a pessoa escolha um livro, leve para casa – ou leia na própria praça – e após a
conclusão da leitura, retorne à casinha para devolvê-lo e leve outro para contribuir. “Meu
objetivo é fazer os livros circularem e torná-los mais acessíveis. Por esse motivo, as casinhas
ficam em praças públicas da cidade.”

Desde o início do projeto, Clara já recebeu muitos retornos positivos. “Recebo muitas
mensagens. Às vezes, vou até as casinhas e converso com as pessoas. Ao longo desses dois
anos, tive a oportunidade de conhecer muita gente diferente.”

Valdiclea Silva, líder de uma comunidade quilombola de Lagoa das Batatas, em Ibititá, na Bahia,
é uma delas. “Ela entrou em contato comigo e disse que onde mora, há muita dificuldade de
acesso à leitura. Após algumas conversas, resolvemos inaugurar uma casinha por lá.”

Diferentemente das demais casinhas, que se sustentam por meio de doações, a casinha
quilombola nasceu a partir de uma “vaquinha” na internet. “Com isso, conseguimos comprar
muitos livros sobre a história dos quilombolas. Vandiclea se emocionou. Foi uma experiência
inesquecível.”

Atualmente, mais duas casinhas estão prestes a ser instaladas – desta vez, na Ilha de Marajó, no
Pará. Aos poucos, ela pretende expandir o projeto para todo o Brasil.

“Meus pais sempre me incentivaram a ter gosto pela leitura, e é gratificante poder fazer isso por
outras pessoas”, afirma Clara. Além da coletânea completa de Harry Potter, a garota já leu obras
mais densas.

“Gosto de ler livros sobre a Segunda Guerra Mundial, como Diário de Anne Frank, Os meninos
que enganavam os nazistas e O menino do pijama listrado”, diz.

Para ela, é difícil escolher um preferido. “Gosto muito do livro que conta a história da Malala
[jovem paquistanesa que se tornou símbolo da luta das mulheres pelo direito à educação].
Inclusive, me inspirei nele para realizar o projeto.”
“Outro que eu adoro é Mulheres incríveis que mudaram o mundo. Nele, me chamou a atenção a
história de uma mulher que ajudou a criar o primeiro computador de todos os tempos. Eu não
sabia disso, e acho que muita gente também não”, completa.

Clara enxerga a importância da leitura em muitos níveis. “Você aprende a falar melhor, escrever
melhor, conhece novas palavras, estimula a imaginação, e além de tudo, se diverte.”

Na esperança de ajudar ainda mais pessoas, ela compartilha dicas valiosas para aqueles que
querem desenvolver o hábito de ler.

“Da mesma forma como em um filme ou série, você tem que encontrar um gênero com o qual
se identifique. Também é importante ler o quanto se sentir à vontade, e claro, nunca por
obrigação – como algumas escolas propõem. Por último, vale estabelecer algumas metas, como
ler dez páginas por dia, e aos poucos, ir aumentando. Grandes objetivos são alcançados com
pequenos esforços diários.”
3. Descrição de uma imagem
4. Desenho
5. Criar história

6. Escova de dente

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