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Recursos fototerapêuticos aplicados à estética

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Sumário

O ULTRA-SOM ...................................................................................................................... 3
Os tipos de Ondas ................................................................................................................. 3
Produção do Ultra-Som ......................................................................................................... 5
As Interfaces .......................................................................................................................... 8
Técnica de Aplicação ............................................................................................................. 9
Mecanismos de Interação .................................................................................................... 10
Modo de aplicação ............................................................................................................... 15
A Dose ................................................................................................................................. 17
LASER TERAPÊUTICO ....................................................................................................... 30
A física do laser ................................................................................................................... 30
A produção do laser ............................................................................................................. 32
A classificação de segurança............................................................................................... 35
Os tipos de lasers ................................................................................................................ 37
Efeitos fisiológicos ............................................................................................................... 37
Técnica de Aplicação ........................................................................................................... 40
Parâmetros .......................................................................................................................... 42
Indicações Terapêuticas ...................................................................................................... 45
Contra-Indicações Terapêuticas .......................................................................................... 52
REFERÊNCIA...................................................................................................................... 53

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O ULTRA-SOM

Este é um dos recursos mais utilizados na fisioterapia. No entanto, os


parâmetros geralmente utilizados com esse recurso, não são os parâmetros ideais.
Vamos fazer uma abordagem sobre esse tema da seguinte forma: veremos os
conceitos físicos que estão envolvidos com o funcionamento deste recurso, e em
seguida, veremos os mecanismos de interação, parâmetros e indicações.

Os tipos de Ondas

Classificação das Ondas


Podemos fazer várias classificações em relação às ondas. Vamos fazer duas:
quanto à origem e quanto à direção de oscilação. Vejamos:

- Quanto à origem: As ondas podem ser de origem mecânica ou


eletromagnética. As eletromagnéticas podem ser formadas a partir de uma corrente
passando por um condutor, esta corrente vai produzir um campo elétrico em torno do
condutor e este campo elétrico promoverá um campo magnético. Este tipo de onda
não precisa de um meio para se propagar, e seu efeito principal ao interagir com o
tecido biológico, é o efeito térmico. Veremos exemplos deste tipo de ondas no capítulo
sobre microondas e ondas curtas
As ondas mecânicas são originadas a partir de uma perturbação da matéria.
Se esta perturbação puder ser transmitida a outras partículas no meio em que se
encontra, então ela se propaga. Sendo assim, a propagação deste tipo de onda só
ocorre em um meio que contenha matéria. Sua interação com o tecido biológico
produz tanto efeito térmico, quanto vários efeitos atérmicos. Esse tipo de onda é a
utilizada no Ultra-Som.

- Quanto à direção das ondas: Agora vamos nos deter apenas às ondas
mecânicas, que é o objetivo deste capítulo. Estas ondas podem produzir perturbações

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de duas formas: de forma transversal e de forma longitudinal. A perturbação do tipo


transversal é o tipo de comportamento que ocorre, por exemplo, na oscilação de uma
corda, como vemos no desenho abaixo:

O tipo de propagação é longitudinal, mas a perturbação é transversal. A


pessoa que está segurando a corda do lado direito perceberá a energia quando a
onda chegar e fizer uma força na mão do mesmo, no sentido vertical, jogando-a para
cima ou para baixo.
A perturbação do tipo longitudinal é o tipo de comportamento que ocorre, por
exemplo, nas ondas sonoras, como ilustra a figura abaixo:

Este tipo de onda é a de nosso interesse, ou seja, as ondas sonoras. As ondas


sonoras podem ser divididas em três partes como vemos na figura abaixo:

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O som fica numa faixa cuja frequência situa-se aproximadamente entre 20 Hz


e 20 KHz. Esta faixa é a única que pode ser captada pelo ouvido humano. Abaixo dos
20 Hz fica o Infra-Som, e acima dos 20 KHz, localiza-se o UltraSom, que é a parte da
onda sonora que nos interessa neste texto.

Produção do Ultra-Som

A produção do som não é algo que precise de instrumentos especiais, até


mesmo uma régua vibrando numa frequência acima dos 20 Hz, já produz um som
perceptível pelo ouvido humano. No entanto, a produção do Ultra-Som, especialmente
na frequência de 1MHz e 3MHz (principais faixas de frequências utilizadas
terapeuticamente) pode ser obtida apenas a partir de um efeito chamado piezoelétrico.

Efeito Piezoelétrico
Este efeito é um fenômeno encontrado em alguns cristais que quando são
pressionados produzem uma corrente elétrica; e quando são submetidos a uma
corrente elétrica, produzem uma vibração na mesma frequência da corrente. Desta
forma, se submetermos um destes cristais a uma corrente de frequência de 1MHz, o
cristal vai produzir uma onda sonora na frequência de 1MHz, ou seja, vai produzir
Ultra-Som.
Logo abaixo estamos mostrando uma imagem de um destes cristais, e o
posicionamento deste no cabeçote do Ultra-Som.

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A figura da esquerda é a imagem do cristal, e a figura da direita é parte de um


cabeçote mostrando onde o cristal está localizado.

Características das Ondas


As ondas mecânicas têm largura de pulso, frequência, intensidade e modo de
pulsação. Destas características, o que nos interessa são: a frequência, que é mais
comum de 1 MHz e 3MHz; a intensidade, que varia geralmente de 0,1 a 1 W/cm2 ; e
o modo, que pode ser contínuo ou pulsátil.

Unidade de medida das ondas sonoras


As ondas sonoras podem ser avaliadas enquanto sua pressão, sua
intensidade e sua potência. A pressão das ondas sonoras é avaliada em Pascal ou
em Newtons/m2; a potência, que se refere à energia emitida pela fonte por unidade de
tempo, é dada em Joules/s ou Watts; a Intensidade ou dose refere-se à potência
emitida por unidade de área, é dada em Watts/cm2.
No uso do Ultra-som terapêutico, usamos apenas a dose, ou intensidade como
parâmetro de unidade de medida dos Ultra-Sons. Abaixo temos uma tabela mostrando
a relação entre a dose, potência e um exemplo.

dB Intensidade (10-12W/cm2) Exemplos


130 10 Máximo suportado

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120 1 Avião a jato


90 10-3 Trem
70 10-5 Motor de carro
30 10-9 Biblioteca
20 10-10 Sussurro
0 10-12 Mínimo perceptível a 1000 Hz

Atenuação do Ultra-Som
A atenuação é o fenômeno caracterizado pela diminuição da energia da onda
sonora. Esta diminuição da energia ocorre principalmente pelos seguintes motivos:
reflexão e absorção.
A absorção das ondas sonoras vai depender basicamente de dois fatores: um
é a frequência da onda sonora, e o outro é as características do tecido.
O uso da frequência do Ultra-som é muito amplo, no entanto, terapeuticamente
é muito comum utilizarmos apenas cabeçotes de 1MHz e 3MHz. Atualmente está se
tornando comum também o de 5MHz. Qual a relação entre a absorção e a frequência?
Sabemos que os corpos apresentam inércia, e que essa inércia é tão grande
quanto maior for sua massa. Sendo assim, se quisermos alterar o comportamento de
um corpo, temos que gastar energia para isso, e quanto maior for essa alteração,
maior tem que ser o gasto de energia. Existe um termo que define a resistência que a
massa oferece na tentativa de se opor ao movimento, que chamamos de reatância de
massa (Xm). Essa reatância (algo semelhante à resistência) é conhecida pela
seguinte fórmula: Xm = 2.p.f.m, sendo (f) a frequência e (m) a massa. Isso quer dizer
que quanto maior o movimento que quisermos dar à massa, maior será a reatância
dessa massa, consequentemente, maior terá que ser a energia absorvida para que
esse movimento seja possível. Em fim, se eu quiser que um corpo em vez de vibrar a
1Mhz vibre a 3Mhz, terei que gastar mais energia, ou seja, maior a absorção. Sendo
assim, quanto maior a frequência utilizada, maior será o poder de absorção e mais
intenso será o efeito superficial. Por isso, é verdadeira a frase: quanto maior a
frequência do Ultra-som, menor seu poder de penetração.

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O outro fator que influencia na absorção é a característica do tecido. Vejamos


a tabela abaixo:

Na tabela acima vemos que cada tecido tem a capacidade de absorver as


ondas sonoras de forma diferenciada, quanto maior for o coeficiente de absorção,
mais o tecido absorve. Desta forma, dependendo da quantidade de gordura, de
músculo, vasos etc., o Ultra-som atinge uma maior ou menor penetração.

As Interfaces
Podemos definir interface como sendo a barreira formada entre dois meios de
densidades diferentes. Quanto maior for essa diferença de densidade, maior será esta
barreira. É o que ocorre entre a água e o ar. Para o ultra-som, a barreira formada no
limite entre a água e o ar é tão intensa que pode chegar a 100% de reflexão. Veja na
tabela abaixo alguns exemplos:

Hoogland, 1986

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Fica claro, por exemplo, o motivo de não podermos utilizar o cabeçote do ultra-
som sem que o mesmo esteja acoplado ao tecido.
Embora o Gel utilizado para fazer a acoplagem entre o cabeçote e o tecido
tenha um coeficiente de absorção semelhante ao do óleo mineral, o óleo produz uma
interface maior.
Considera agora as seguintes figuras abaixo:

Será que mediante tantas interfaces, o ultra-som tem um poder tão grande de
penetração? Será que é possível utilizar o ultra-som para facilitar a quebra de fibrose
intra-articular?
Podemos considerar razoável que o poder de penetração do ultra-som de
3MHz seja bem significativo até uns 5mm (0,5cm) e que o de 1MHz até uns 15mm
(1,5cm). É claro que o alcance de ambos é bem maior, mas a perda de energia é
muito grande com o percurso.

Técnica de Aplicação
A técnica de aplicação do ultra-som terapêutico é outro fator de fundamental
importância para garantir que o resultado seja satisfatório. Tradicionalmente existem
três formas de aplicação do ultra-som: Com gel; Sub-aquático e Com bolsa de água.

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Aplicação com Gel


Esta técnica é a mais usada das três, não só por apresentar maior facilidade
de aplicação, como por ter uma indicação em um maior número de áreas do que as
outras técnicas. Esta técnica utiliza-se apenas do cabeçote e de gel, como substância
acopladora. É o que vemos na imagem logo abaixo:

A imagem acima mostra uma aplicação do ultra-som com gel, sobre a região
anterior do antebraço.
O gel utilizado é específico para essa aplicação. Outros tipos de contados não
são indicados. O óleo mineral pode até facilitar a aplicação, mas não faz uma boa
acoplagem, de forma que boa parte da energia do ultra-som é absorvida pelo óleo,
por isso observamos um aquecimento na pele. Já as pomadas e outros tipos de gel
podem trazer tanto gás em sua composição, que a perda de energia para esse meio
pode tornar a aplicação do ultra-som, ineficaz. Sendo assim, é aconselhável utilizar
gel específico para ultra-som.

Mecanismos de Interação
Considera-se que o ultra-som pode produzir efeitos fisiológicos tanto através
do efeito térmico quanto do efeito atérmico. O efeito térmico do ultra-som pode ser
significativo se utilizarmos um cabeçote com frequência alta (3Mhz ou 5Mhz), no

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entanto esse efeito é superficial. O efeito atérmico é o mais importante promovido pelo
ultra-som, e é promovido pelos seguintes fenômenos:

Ondas Estacionárias
As chamadas ondas estacionárias é um fenômeno que ocorre quando ondas
de mesmas características se encontram. Nas regiões destes encontros, a dose é
duplicada devido ao efeito de somação espacial.

A figura acima mostra o que acontece quando duas ondas de mesmas


características se encontram: duplica-se a dose mantendo-se, no entanto, a
frequência.
Esse efeito não deve ser utilizado, a não ser que o objetivo é lesão tecidual.
Então como fazemos para minimizá-lo? Basta que utilizemos o modo pulsátil em vez
do contínuo, que não paremos o cabeçote durante a aplicação, e que não utilizemos
doses elevadas, neste caso, quando houver a duplicação da dose, o resultado não
será muito alto.
O maior efeito das ondas estacionárias é a produção do efeito térmico e de
cavitações instáveis.

Cavitação

Este fenômeno pode ser descrito como a formação de cavidades na matéria


que contem gases em sua estrutura, todas as vezes que são submetidas a uma onda
mecânica.

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A formação das cavidades ocorre devido ao fato das ondas mecânicas


formarem regiões de pressão e descompressão de forma repetitiva. Sendo assim,
quando a onda faz pressão, ocorre uma aproximação das microbolhas de gás, que
acabam se fundindo devido à aproximação. Nos momentos de descompressão, essas
bolhas crescem formando as cavidades.
Existem dois tipos de cavidades: as estáveis e as instáveis. As estáveis são
aquelas que não estouram quando são submetidas novamente à pressão, enquanto
as instáveis são aquelas que acabam estourando. Temos uma figura abaixo que
mostra a formação da cavidade.

Este fenômeno tem sua importância na utilização sobre o tecido, pois as


cavitações estáveis juntas com outro fenômeno chamado ondas estacionárias,
aumentam o metabolismo. Já as cavitações instáveis devem ser evitadas já que
podem facilmente produzir lesão tecidual, no entanto, há quem as utilizem quando o
objetivo é quebra de fibrose no tecido epitelial, e alguns até as utilizam para quebra
de células de gorduras. Esses procedimentos (utilizar cavitação instáveis) não são
indicados e devem ser evitados.
Qual o mecanismo que deve ser utilizado para evitar a cavitação instável?
Basta evitar as ondas estacionárias e não usar doses muito altas.

Correntes Acústicas

Este fenômeno é caracterizado pela formação de ondas na superfícies dos


líquidos todas as vezes em que uma onda mecânica atinge essa superfície. Podemos
observar a presença destas ondas na figura abaixo.

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Esse fenômeno tem a capacidade de promover o aumento do metabolismo


celular, pois a formação de ondas produzida na superfície celular aumenta o
transporte através de membrana, facilita as reações químicas e consequente mente
aumenta o metabolismo e a função celular.

Micro Vibrações
As micro vibrações são vibrações produzidas na matéria devido a aplicação do
ultra-som. Estas vibrações são responsáveis pelo aumento da energia cinética, o que
contribui com um pouco do aumento da temperatura, e é responsável pela diminuição
da viscosidade do tecido e facilitação da quebra de fibrose. Abaixo vemos uma
imagem de um diapasão produzindo vibrações na água.

O ultra-som não é fibrinolítico se for utilizado com os parâmetros terapêuticos,


mas ele promove a desestruturação das fibras de colágeno, o que facilita uma quebra
através de uma intervenção como por exemplo numa massoterapia.

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A figura anterior é de um conjunto de fibras de colágeno. Essa estrutura é


bastante resistente e a atuação do ultra-som sobre elas (se for usado com parâmetros
terapêuticos), é a facilitação de uma manipulação. É por esse motivo que o termo
fibrinolítico se torna inadequado.

Aplicação Sub-aquática

Este é um método bastante vantajoso quando o objetivo é a aplicação do ultra-


som em extremidades. O primeiro procedimento é a fervura da água, com o objetivo
de retirar os gases presentes. A presença de gases na água é capaz de dificultar a
passagem do ultra-som de forma muito significativa. Após a fervura, deixa-se esfriar,
colocando-a em um recipiente grande o suficiente para caber a extremidade e o
manuseio do cabeçote do ultra-som. Não há necessidade de encostar o cabeçote na
pele, como fazemos com a técnica do gel, também não existe uma distância máxima
predeterminada, mas aconselho não ultrapassar os 2 cm. Não é que esse aumento
da distância vá diminuir a dose, mas vai ficar mais difícil manter o cabeçote
perpendicular ao tecido, e isso sim, é um fator que pode tornar a aplicação sem efeito.
Abaixo vemos uma imagem de uma aplicação subaquática

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Modo de aplicação

Temos dois modos de aplicação do ultra-som: o modo contínuo e o pulsátil.


Primeiro vamos ver o que significa cada um destes modos.

Modo contínuo Modo pulsátil

Essa é uma representação esquemática da onda sonora no modo pulsátil e no


modo contínuo. Fica claro que quando utilizamos no modo pulsátil, a quantidade de
energia cedida é menor do que no modo contínuo. Mas será que esse é o motivo de
utilizarmos este modo? Claro que não, se o objetivo é apenas diminuir a dose, então,

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baixamos a dose! Na realidade, o objetivo é diminuir as ondas estacionárias. Então,


de preferência, sempre vamos utilizar o modo pulsátil. Claro que existe exceções.
Mas podemos utilizar alguns critérios para decidirmos se vamos utilizar um ou
outro modo, vejamos:

Esta tabela tem o objetivo de dar um rumo racional à decisão de quando


devemos utilizar um determinado modo, notamos que quanto mais precisamos de
energia, mais optamos pelo modo contínuo. Mas e quanto à analgesia? A meu ver, o
ultra-som não produz analgesia. Nenhum artigo publicado a esse respeito tem
condição de concluir que o ultra-som é analgésico, também não há um mecanismo
que explique tal efeito.
E quanto ao aumento de calor profundo? Esse é outro efeito que não é obtido
de forma significativa em regiões profundas, se utilizarmos o ultra-som com os
parâmetros terapêuticos. Sendo assim, não comentarei esses efeitos do ultra-som,
pois é mais provável que estes não existam utilizando os parâmetros terapêuticos.
Na tabela acima não consta a profundidade, pois esse parâmetro está
relacionado com a frequência do cabeçote: 1MHz para regiões mais profundas e
3MHz para regiões mais superficiais. No entanto, quando o alvo encontra-se em
regiões profundas, é preferível utilizar o modo pulsátil, mesmo que para isso utilizemos
uma dose maior do que a indicada como parâmetro terapêutico, para compensar a
queda de energia. Se o alvo estiver na superfície, pode ser utilizado o contínuo ou o
pulsátil.

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A Dose
A dose no Ultra-Som é medida em Watts/cm2. Os equipamentos utilizados no
mercado oferecem na sua maioria uma dose que varia de 0,1 a 2 W/cm 2.
Como vamos encontrar a dose ideal para cada caso? Semelhante ao que foi
discutido anteriormente com o modo, vamos criar uma pequena tabela com algumas
considerações:

A tabela acima tem como objetivo sugerir a melhor dose diante dos objetivos
terapêuticos. No entanto, podemos utilizar doses maiores do que a sugerida: 1
W/Cm2, podemos chegar a 2W/Cm2. Doses como estas (1 a 2), devem ser evitadas
com o uso do Ultra-Som no modo contínuo, já que a possibilidade de ondas
estacionárias e cavitação instável são mais prováveis.
Observamos então que um outro fator que regula a dose é o modo. Se
estivermos usando o modo contínuo, nos limitamos a doses de até 1W/cm 2, mas no
modo pulsátil, podemos usar até 2 W/cm2.

Indicações Terapêuticas Sonoforerse ou Fonoforese.


A fonoforese é mais um dos vários métodos utilizados para aumentar a
penetração de drogas de uso tópico, sendo que neste caso o recurso utilizado é o
ultra-som.

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O mecanismo exato pelo qual essa técnica possa possibilitar esse aumento da
penetração de drogas, ainda não está claro, no entanto, sugere-se que esse efeito
deve-se às cavitações formadas na superfície da pele (principalmente da camada
córnea) pela passagem dos ultra-sons. Na realidade, considera-se que estas
cavitações provocam pequenas lesões ou aberturas na pele, o que facilitaria a
absorção. Há ainda quem justifique com a presença do calor. Uma outra informação
que pode ser considerada é que a absorção aumenta com o aumento da dose do
ultra-som, do tempo de tratamento e da concentração da droga. Há de ser
considerado, no entanto, que em doses elevadas e tempos de exposições
prolongados, são comuns ocorrerem queimaduras na pele.
Ou seja, a fonoforese pode ser utilizada como recurso para aumentar a
penetração e absorção de drogas tópicas, no entanto, essa propriedade ainda não é
consenso. Apenas 70% dos artigos concordam com esse efeito.

Transmissibilidade

Benson & McElnay, 1994

O que vemos acima na tabela é a transmissibilidade que algumas drogas


proporcionam ao ultra-som, comparando com a água. Notamos o aumento quando

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aumentamos a dose, ou quando usamos uma frequência maior. Mas qual a


importância de sabermos a transmissibilidade do material utilizado como meio de
acoplagem entre o cabeçote do ultra-som e o tecido? É que quanto menor a
transmissibilidade, menor a penetração do ultra-som.
Para exemplificar a utilização do ultra-som vamos examinar os resultados da
utilização da fonoforese, utilizando diclofenaco de sódio em tecido sadio.
Giovana de Cássia Rosim, em sua dissertação de mestrado pela USP/FMRP,
utilizou o seguinte procedimento para realizar uma aplicação com resultados
significativos:

Passo 1: medição da área a ser tratada, que


neste caso foi uma área de 15cm x 15 cm (255cm2).

Fotografia retirada da tese da autora

Passo 2: foi feita uma aplicação utilizando gel


comum para aplicação do ultra-som na frequência de 1
Mhz, uma dose de 0,5 W/cm2, e uma tempo de 5 min.
O objetivo desta etapa foi a de proporcionar um preparo
da pele para facilitar a penetração.

Fotografia retirada da tese da autora


Passo 2: após a etapa anterior foi aplicado 2,5g de Voltarem Emogel ® e
posteriormente espalhado em toda área alvo. O paciente só usou roupa após 1 hora
da aplicação.

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Após avaliação, constatou-se que esta metodologia é eficiente para facilitar a


penetração do diclofenaco de sódio.

O Ultra-som no Edema

É comum o uso do ultra-som como recurso para diminuição de edema, mas


qual o mecanismo que poderia justificar esse efeito fisiológico?
Existe um efeito que é atribuído ao ultra-som, chamado de tixotropia. Esse
efeito é conhecido como a propriedade de transformação de substâncias de texturas
consistente em texturas mais gelatinosas e vice-versa. No entanto, o efeito toxotrópico
provocado pelo ultra-som é caracterizado apenas pela diminuição da viscosidade dos
tecidos. Esse efeito deve-se de fato a um outro efeito chamado de Micromassagem.
Sendo assim, poderíamos então utilizar o ultra-som no edema, e com um
objetivo bem claro: diminuir a viscosidade do edema. Porem, não podemos deixar de
chamar a atenção para o fato de que o uso do ultra-som tem como objetivo único,
facilitar a intervenção de alguma técnica de drenagem, pois o uso apenas do ultra-
som não vai deslocar o edema para lugar nenhum.

Tipo de edema
Podemos encontrar edemas bem moles, iguais àqueles encontrados em uma
fase aguda de alguns traumas, como na entorse de tornozelo, e podemos encontrar
com consistências mais duras até muito duros como os encontrados em pacientes
com filariose (elefantíase). Independentemente da dureza do edema, o objetivo do

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uso do ultra-som é o mesmo: diminuição da viscosidade. Em função do objetivo e da


ação do ultra-som no edema, fica claro que não existe justificativa da utilização deste
recurso em edemas cujas consistências não podem se tornar menos viscosas.
Apenas seu uso em edemas de viscosidade alta, está justificado.

A imagem ao lado mostra um exemplo de edema bem duro


e de grande volume.

Parâmetros utilizados
Caso o edema tenha sua consistência elevada e seja indicado o uso do ultra-
som, quais os parâmetros: começando pela frequência, 1Mhz ou 3Mhz? Claro que
isso vai depender da espessura do edema. Em casos como o apresentado na imagem
anterior, onde a espessura do edema é grande, utilizaríamos a frequência de 1Mhz.
Em edemas pequenos e de espessura reduzida, utilizaríamos 3Mhz.
Qual o modo: pulsátil ou contínuo? Optem sempre pelo pulsátil, mas se a
textura do edema for muito consistente, pode-se usar o modo contínuo. Na realidade,
o uso destes modos já foi discutido anteriomente.
A dose também deve seguir o que já foi discutido no tópico sobre a dose do
ultra-som, ou seja, nos casos de edemas, a maioria teria como dose recomendada,
0,5 a 1 J/cm2.

O Ultra-som na Aderência Tendinosa


Sabemos que o tendão é uma estrutura bastante resistente, composta de
tecido conjuntivo, e são os meios de ligação entre o músculo e o osso. Outra
característica importante é que é uma estrutura pouco vascularizada e rica e fibras de
colágeno.
A figura abaixo mostra a imagem de tendões da mão.

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Quando há lesão nestes tendões, a restauração é feita em três fases:


A fase inflamatória, presente até o 7o dia e onde está presente o aumento da
irrigação sanguínea, presença de hematoma, edema e células inflamatórias.
A fase proliferativa, presente do 7o ao 20o dia, onde aparecem várias fibras de
colágenos e elásticas imaturas, além da angiosênese.
Por fim, a fase de remodelagem, caracterizada pela organização da matriz do
tendão, diminuição das células envolvidas em todo o processo. Quanto mais rápido
for esse processo, menores são as possibilidades de ocorrerem sequelas, como a
aderência do tendão.

A aderência

A aderência é uma condição bastante prejudicial, levando-se em conta que há


prejuízo para o deslizamento do tendão, limitando a amplitude articular e provocando
dor. Parece ainda não haver um consenso em relação aos mecanismos responsáveis
pelas aderências, mas Rosângela Lobato apresenta:

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Efeitos do Ultra-Som

Um efeito importante do ultra-som é a facilitação da quebra da fibrose,


responsável pela aderência. A quebra só ocorrerá de fato durante uma manipulação.
No entanto, os objetivos do uso do ultra-som são maiores e propõem: Melhorar a
vascularização local, diminuir a viscosidade e acelerar o reparo. Estas ações do ultra-
som promovem uma melhor qualidade final.
Os parâmetros a serem selecionados dependem de em que momento vamos
intervir. Se a fase ainda é subaguda, não vamos dar ênfase à quebra de fibrose, e
sim, ao aumento da velocidade do reparo. Já numa fase crônica, vamos direcionar
principalmente para facilitar a quebra dessas fibras.
Sendo assim, numa fase subaguda, os parâmetros são: dose 0,5W/cm2, modo
pulsátil, frequência depende da profundidade, mas geralmente fica em 1Mhz, já que
a maioria dos tendões são profundos.
Na fase crônica, seria indicado o modo contínuo, 1W/cm 2, e a frequência já
discutida.
Existem vários outros recursos importantes que podem ser utilizados neste
caso, como o laser, a crioterapia, o calor etc. Inclusive podem ser combinados com o
uso do ultra-som.

Esporão de Calcâneo

O Manual Merck dá o seguinte entendimento sobre o esporão: “Os esporões


do calcâneo são excrescências ósseas que se formam no calcâneo (osso do

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calcanhar) que podem ser causadas por uma tração excessiva desse osso pelos
tendões ou pela fáscia (o tecido conjuntivo aderido ao osso). A dor na parte inferior do
calcanhar pode ser causada por um esporão de calcâneo”.
Abaixo temos a imagem de esporões de calcâneo. Embora temos a figura de
uma radiografia, essa patologia só é detectada com esse método, quando já está em
estado avançado.

O que mais incomoda o paciente nesta patologia, é a dor que na maioria das
vezes só ocorre quando é feita uma pressão sobre a região plantar em direção ao
calcâneo. Pode também ocorrer uma reação inflamatória devido à presença do
esporão sobre os tecidos.
A ação sobre esse distúrbio é feita através de alongamentos, uso de órteses,
antiinflamatórios. O ultra-som é também um recurso que pode ser utilizado. Mas com
qual objetivo?

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Na realidade, o esporão quando já instalado, ou seja, quando pode ser visto


como uma proeminência óssea numa radiografia do calcâneo, não terá bom
prognóstico se for tratado só com a fisioterapia, geralmente há necessidade de uma
cirurgia. No entanto, quando ainda está no processo de formação, onde vemos numa
radiografia apenas uma região com densidade aumentada (indicativo de aumento de
fibras na região), pode ser completamente revertido, desde que se elimine a causa e
se use alguns procedimentos fisioterapêuticos.
É aí que entra o ultra-som, com os objetivos de facilitar o alongamento dos
tecidos da região plantar, aumentar a circulação local, aumentar o metabolismo e a
função celular.
Aconselho neste caso utilizar 1Mhz, já que consideramos uma região
profunda; o modo mais adequado seria o contínuo, mas se aplicar-mos o modo pulsátil
com uma dose de 1,5 ou 2 W/cm2, obteremos um melhor resultado. Um tempo de
aplicação de 5 min e suficiente. Embora a aplicação com gel seja eficiente, um melhor
resultado pode ser conseguido com o modo subaquático. Vale lembrar sempre: a
aplicação do ultra-som sem uma intervenção em seguida, não trás benefícios
significativos ao paciente. Este recurso serve apenas para facilitar uma posterior ação
do fisioterapeuta.

Hematomas

É definida como uma coleção de sangue, tanto em um órgão como em um


tecido. Existem causas diversas, como alterações hematológicas e traumas. Temos
abaixo, dois tipos característicos: um profundo (uma coleção de sangue devido a
lesões em vasos maiores), e um superficial, onde a lesão geralmente é de pequenos
vasos.

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A reversão dos hematomas são geralmente espontâneas, mas em alguns


casos, quando se trata de hematomas com grandes coleções de sangue ou em locais
de difícil drenagem fisiológica, pode ser necessário submeter o paciente à cirurgia.
Um exemplo é mostrado na figura abaixo, onde vemos um caso especial de
hematoma denominado de hemartrose durante uma drenagem.

Quando esta drenagem não é feita totalmente de forma espontânea, é comum


a conversão do hematoma em abscesso, o que vai exigir uma pequena cirurgia. É aí
que o Ultra-Som terapêutico tem sua importância.
O que podemos fazer para facilitar a reabsorção é: aumentar a circulação local,
diminuir a viscosidade do hematoma, acelerar a ação das células que estão

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promovendo reabsorvendo o hematoma. Isso pode ser conseguido com o uso do ultra-
som.
A respeito dos parâmetros temos o seguinte: a frequência será de 1Mhz, se o
hematoma for profundo ou volumoso; e será de 3Mhz, se for superficial. O modo será
o pulsátil, no entanto, se o hematoma estiver bastante duro, é preferível o modo
contínuo. A dose será de 0,5W/Cm2, mas no hematoma já duro, usamos 1W/Cm2.
A pós a aplicação que terá duração dependendo da área (já discutido em
parâmetros do Ultra-som), ainda podemos aplicar calor ou fazermos alguma
manipulação.

Contra-Indicações Terapêuticas

Sobre o Plexo

O uso do ultra-som sobre o plexo, realmente pode


trazer algum prejuízo, visto que o coeficiente de absorção
do sistema nervoso é maior do que em outros sentidos. No
entanto, para que houvesse um efeito intenso sobre o plexo,
teríamos que fazer uma aplicação diretamente sobre ele.
Não haverá prejuízo para o tecido nervoso se apenas houver passagens do cabeçote
ele.
Ao lado vemos as áreas onde encontramos tecidos nervosos em grandes
quantidades, exatamente localizado nos plexos. Abaixo temos uma imagem mais real
do tecido nervoso da região dorsal.

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Sobre uma região na fase aguda de uma lesão.

Na fase aguda de uma lesão, vamos encontrar uma reação inflamatória aguda,
caracterizada por fenômenos vasculares-exsudativos (vasodilatação, edema
inflamatório, emigração de células), promovendo o chamado sinais flogísticos: dor,
calor, rubor e comprometimento da função.
Se considerarmos um quadro e origem não infecciosa, esse quadro só vai
continuar (levando a uma inflamação crônica), se não for sanada a causa. Sendo
assim, o ultra-som que é contra-indicado numa fase aguda, pode passar a ser indicado
na fase crônica mesmo com reação inflamatória (do tipo crônica).

Vemos na figura seguinte uma reação inflamatória aguda devido a uma lesão
recente (aguda).

Fazer uso do ultra-som nesta fase apenas vai aumentar o quadro flogistico,
visto que o ultra-som aumenta o metabolismo, irrigação, a função das células e diminui
a viscosidade dos tecidos e líquidos, facilitando o edema e extravasamento de
sangue.
Chamo a atenção, no entanto, que em uma reação inflamatória crônica o ultra-
som pode ser utilizado caso a causa possa ser dirimida com seu uso.

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Sobre Placas de metal.

No caso de implante metálico, o ultra-som não pode ter suas ondas


direcionadas para o local do implante. É claro que se houver um implante metálico na
porção proximal do braço, não há problema algum de utilizar o ultra-som na porção
distal.

O problema do implante é que quando as ondas atingem a placa de metal,


ocorrem ondas estacionárias, devido à grande interface formada entre o metal e os
tecidos adjacentes.

Sobre problemas vasculares.

O ultra-som em problemas vasculares pode ser bem ruim para o


paciente. Vamos ver uma condição: paciente com varizes.

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Neste caso, o ultra-som sobre estes vasos, pode facilitar a fragmentação de


algum coágulo e provocar um acidente vascular posteriormente. A figura abaixo
mostra um exemplo.

LASER TERAPÊUTICO

A física do laser

O laser é conhecido em várias áreas da saúde, como ocorre na oftalmologia,


na odontologia, na dermatologia e na angiologia. Mas seu uso extrapola as áreas da
saúde, e podemos vê-lo nas indústrias automobilísticas, em shows e temos vários
outros exemplos do uso do laser.

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Mas o que é o laser? A palavra laser significa Light Amplification by Stimulated


Emission of Radiatio, ou seja Amplificação da luz por emissão estimulada da luz.
Na realidade, o laser é uma forma especial de produzir luz para que esta luz
não perca suas propriedades durante seu trajeto até o alvo. Mas antes de discutimos
sobre o laser, vamos conhecer primeiro o Maser.
Maser é um sistema bem parecido com o laser, no entanto, funciona com
radiações no espectro das microondas. O nome deriva da expressão inglesa
Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation: amplificação de
microondas por emissão estimulada de radiação.
Em seguida, temos uma imagem de um bulbo responsável pela produção de
Maser.

Fica claro então que podemos promover condições em que a energia utilizada
para produção de determinadas radiações pode ser mantida durante seu trajeto, e
que, dependendo do tipo de radiação, esse mecanismo receber um nome: no caso
das microondas, é Maser, e no caso da luz, é o Laser.
Como curiosidade, temos em seguida, uma foto do cientista Charles Townes
ao lado do primeiro equipamento de Maser, e que foi o precursor do Laser.

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A produção do laser

Propriedades

O laser é uma radiação cuja tonalidade de cor poder ser: vermelho, verde, rubi,
infravermelho ou qualquer outro tipo de luz. No entanto, só pode ter uma cor, ou seja,
não existe laser colorido.
A produção funciona da seguinte forma: temos um bulbo espelhado que reflete
100% da luz, exceto em uma das extremidades, que reflete mais ou menos 99% da
luz. Sempre que a luz incide totalmente perpendicular ao espelho que reflete 99%, a
luz passa por esse espelho. Em seguida vemos um bulbo permitindo a saída de laser
vermelho pelo espelho.

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A radiação que é produzida dentro do bulbo ocorre através da excitação de


átomos, estes átomos estão em estado gasoso, e são eles que dão a cor ao laser: o
gás HeNe, por exemplo, produz um laser terapêutico de com vermelha. Todo esse
mecanismo de produção da radiação ocorre através da excitação dos átomos: o gás
dentro do bulbo é estimulado, e excitado, em seguida esses átomos produzem fótons
com as características do átomo que os produziu, e assim, todos têm a mesma cor.
A luz que sai do bulbo precisa ter algumas características para ser laser:
Monocromaticidade, coerência e colimação.

- Quanto Monocromaticidade
Quando falamos em cor, na verdade falamos numa faixa do espectro
eletromagnético, ou seja, vermelho vai desde o vermelho claro até o vermelho escuro,
e assim ocorre com as outras cores, como vemos na imagem abaixo.

Com o laser, essa variação da cor dentro do espectro, não pode ocorrer. O
motivo é que a radiação varia de velocidade conforme sua energia, ou comprimento
de onda, de forma que o vermelho tem maior velocidade do que o verde, e o verde do

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que o azul, e assim por diante. Se o laser fosse composto por mais de um
comprimento de onda, aconteceria o que ocorre com o arco-íris. Ver imagem abaixo:

Para que esse fenômeno não ocorra com o laser, ele tem que ser
monocromático, ou seja, se for vermelho, tem que ser um único tom do vermelho. Por
exemplo: 632,8nm. Assim o laser se mantém em linha reta.

- Quanto à Coerência:
A luz é composta por fótons, e para que esta luz seja chamada de coerente, é
preciso que todos os fótons que compõem a luz, estejam em fase, ou seja, estejam
coincidindo crista com crista e depressão com depressão de cada foto. Além disso, é
necessário que todos estejam no mesmo plano, ou polarizados. Assim haverá um
efeito chamado somação espacial, que amplificará a luz. A imagem abaixo ilustra um
feixe colimado.

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- Quanto à Colimação:
A colimação é uma das propriedades que tem que estar presente no laser, e
consiste no fato de os raios permanecerem paralelos e unidos durante todo o seu
trajeto.
Este fenômeno pode ser conseguido porque só os feixes de luz totalmente
perpendiculares ao espelho do tubo que produz o laser, podem ultrapassar o espelho.

A classificação de segurança

O uso do laser deve ser cuidadoso, já que alguns tipos


podem promover lesões severas no organismo. Ao lado temos a
imagem do símbolo indicativo de radiação laser, e em seguida
temos uma tabela utilizada para informar as características dos
vários tipos de laser em relação à potência.

Tabela: Classificação no Padrão IEC 60825-1:2001

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Classe Risco Laser AEL


1 Não perigosos mesmo para Potência muito baixa 40µW
longas exposições e com o uso ou encapsulados
de
instrumentos óticos de aumento
1M Potencialmente perigosos aos Potência muito baixa, 40µW
olhos se observados por meio de colimado e de diâmetro
instrumentos óticos grande ou altamente
divergente
2 Seguros para exposições não Potência baixa e visível 1mW
intencionais e observações não
prolongadas (<0,25s)
2M Potencialmente perigosos aos Potência baixa, visível, 1mW
olhos se observados por meio de colimado e de diâmetro
instrumentos óticos grande ou altamente
divergente
3R Seguros quando manipulados Potência baixa 200µW a
com cuidado e potencialmente 5mW
perigosos aos olhos se
observados por meio de
instrumentos óticos
3B Perigosos aos olhos nus quando Potência média 5mW a
observados diretamente (feixe e 500mW
reflexões especulares)
4 Perigosos para a pele e olhos, Potência alta >500mW
inclusive na observação de
reflexões difusas
Fonte: Handbook on Industrial Laser Safety, August 2001

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Como vemos, os lasers utilizados para Fisioterapia diferem dos outros tipos de
laser basicamente pela sua potência, sendo muito importante observar a Classe do
laser em nosso equipamento, antes de usar.

Os tipos de lasers

Podemos fazer uma classificação do laser em relação a sua cor: laser visível e
laser não visível. Esta classificação facilita a determinação do uso do laser, ou seja,
aqueles infravermelhos têm maior poder de penetração e os visíveis têm menor poder
de penetração. No entanto, essa classificação é bem geral. O ideal é que conheçamos
os tipos de laser utilizados na fisioterpia. Exemplos:

Ex. de laser visível

Ex. de laser invisível

Efeitos fisiológicos

- Os mecanismos de interação

São dois os mecanismos de interação do laser com os tecidos biológicos: O


térmico e o Atérmico.

- Efeitos térmicos:

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Dependendo da potência do laser, o efeito térmico, ou seja, o efeito produzido


pela presença de calor é bastante variado. Abaixo mostramos vários efeitos térmicos
do laser em função da temperatura que ele produz

Felizmente, não nos preocupamos com estes tipos de efeitos, pois eles não
estão presentes no laser utilizado na fisioterapia. Apenas aqueles utilizados na
Odontologia, Dermatologia, Oftalmologia e em cirurgias, é que têm o efeito térmico.

- Efeitos atérmicos:
Estes efeitos são os responsáveis pelos efeitos fisiológicos produzidos pelos
lasers utilizados na fisioterapia. Ou seja, devido à baixa potência dos equipamentos
utilizados, nenhum efeito térmico é encontrado.
Os efeitos fisiológicos encontrados com estes tipos de laser, tem seu
mecanismo de interação através das mitocôndrias. Em tese, a radiação laser ao atingir
as mitocôndrias, são absorvidas pela membrana, e devido ao seu alto poder
energético, é aproveitada no ciclo de Krebs e aumenta a produção de ATP na célula.

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Em função deste aumento de ATP, temos como efeito fisiológico associado, o


aumento do metabolismo, O aumento da função celular, e o aumento da multiplicação
celular.
Ainda é observado como efeito fisiológico, um aumento do número de fibras
de colágenos na região do tecido irradiado pelo laser.
Todos estes efeitos são consequência do aumento do metabolismo, e o
aumento do metabolismo não tem nada haver com aumento de temperatura.

- O poder de penetração
É de fundamental importância sabermos sobre o poder de penetração dos
lasers, já que este é o parâmetro que vai ser utilizado para que saibamos qual tipo de
laser escolher. Primeiro vejamos a figura abaixo:

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O que observamos é que os lasers com comprimento de onda abaixo de


700nm têm um poder de penetração pequeno, algo em torno de 2mm. É claro que
esta profundidade pode aumentar dependendo da técnica de aplicação. Já os lasers
com comprimento de onda acima de 700nm têm um poder de penetração maior, algo
em torno de 4mm.
Sendo assim, se nós escolhermos utilizar o laser como recurso para aumentar
a velocidade de cicatrização em uma ferida aberta, este laser terá um comprimento
de onda menor do que 700nm, ou seja, podemos utilizar o HeNe (vermelho). Se o
objetivo, no entanto, for acelerar um reparo de um ligamento lesionado (um ligamento
no joelho), vamos escolher utilizar um laser com comprimento de onda maior do que
700nm, como o laser AlGaAs (infravermelho).
É importante que fique claro que a escolha do tipo de laser depende
praticamente da profundidade do alvo: infravermelho para os alvos profundos e
vermelho para os alvos superficiais.

Técnica de Aplicação

A técnica de aplicação do laser é simples, e pode ser de duas formas: Pontual


e Varredura.
Pontual é a forma de aplicação em que a caneta de laser fica parada enquanto
o laser está sendo aplicado. Esta forma de aplicação garante uma maior
perpendicularidade dos raios, e como consequência, uma maior penetração. A técnica
pontual pode ainda ser aplicada com contato ou sem contato, mas com contato, a
profundidade é ainda maior, já que ao fazermos pressão com a caneta sobre o tecido,
diminuímos a distância entre a caneta e o alvo. Se não houver um fator que limite o
uso desta técnica, consideramos a técnica pontual como a melhor maneira de aplicar
o laser.
Varredura é a forma de aplicação em que a caneta de laser fica sendo
movimentada sobre a área onde se deseja aplicar o laser. Esta técnica apresenta
desvantagem em relação à anterior, pois como é mais difícil manter a
perpendicularidade da caneta com o tecido, ocorre muita reflexão e como

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consequência, a diminuição da penetração. No entanto, em caso de aplicação de


feridas abertas, onde não podemos fazer contato da caneta com a pele, esta técnica
é bastante interessante. Assim como na técnica anterior, podemos aplicar com
contato, ou sem contato, mas com contato não é uma boa opção. Em seguida, vemos
as figuras que ilustram as duas técnicas de aplicação mencionadas.

Técnica Pontual Técnica Varredura

Existe uma forma de aplicação do laser, que embora seja parado, não é
denominada de pontual, é o caso dos lasers de grandes áreas. Eles são bastante úteis
quando precisamos fazer uma aplicação em uma ferida aberta de área grande. No
entanto, esse tipo de laser só é eficiente quando ele não é produzido a partir de uma
lente divergente, pois neste caso, os raios não incidem perpendicular ao tecido. Em
seguida, temos um exemplo de laser de grande área que não é formado a partir de
uma lente divergente.

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Vamos discutir mais um pouco sobre a técnica de aplicação, mas precisamos


primeiro discutir um pouco sobre a dose.

Parâmetros

A Dose
A dosagem utilizada no laser passou por algumas modificações ao longo do
tempo, começando a ser indicada uma dose máxima de 32j/cm2, posteriormente
12j/cm2, e hoje é indicado que não se ultrapasse os 6j/cm2. As doses elevadas podem
eventualmente promover um aumento do metabolismo além do que seria indicado
terapeuticamente. É por esse mesmo motivo que o tempo de tratamento com o laser
também não deve ultrapassar mais do que trinta dias seguidos. Se for o caso, é
indicado um descanso de uns 10 dias ou mais para retomar o tratamento com o laser.
Existem algumas tabelas em que encontramos várias sugestões de doses em
função de alguns efeitos atribuídos ao laser. O quadro a seguir é um exemplo de uma
destas tabelas:

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Esta distribuição é complicada de entender, até porque alguns dos efeitos


atribuídos ao laser nesta tabela, não são comprovados. Sendo assim, vamos utilizar
outra tabela bem simples para determinar a dosagem adequada.

O objetivo desta nova tabela, é mostrar que em doses mais elevadas (4 a 6


J/cm2), é possível obter todos os efeitos fisiológicos do laser. No entanto, alguns
efeitos podem ser obtidos com doses menores (1 a 3 J/cm 2). Como a indicação é
utilizar o mínimo de dose possível, só usaremos as doses maiores se o objetivo for
aumento de depósito de fibras de colágeno.

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Diferentemente da tabela anterior, não foi mostrado nesta, qual a dose para:
dor, reação inflamatória, e circulação. Na realidade o laser não tem estas indicações
comprovadas. O que pode ocorrer é que por uma ação indireta, o efeito pode surgir.
Vejamos: um paciente tem epicondilite, e como consequência, ele sente dor. Ao
aplicar o laser, vai ser promovido o aumento da velocidade do reparo, e com isso, a
quantidade de substâncias mediadoras da reação inflamatória irá diminuir. Devido à
diminuição destas substâncias, a dor diminui. Neste caso o laser teve também um
efeito analgésico, mas isto não atribui ao laser o poder de ser analgésico, já que as
causas da dor são distintas e não são amenizadas pelo laser.

- A Aplicação em uma área


Já vimos que a dose depende do objetivo, portanto, para obter aumento de
depósitos de fibras de colágeno em determinada área, utilizamos de 4 a 6 J/cm 2.
Vejamos porem que a dose determinada é para aplicar em uma área de 1cm2. Se, no
entanto, quisermos aplicar no ligamento colateral lateral do joelho e a área tem
aproximadamente 3cm2, como mostra a figura abaixo?

O que devemos fazer é aplicar três vezes a dose que determinamos; uma em
cada cm2.

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- O Modo Contínuo e o Pulsátil


Podemos trabalhar com dois modos do laser: o contínuo e o pulsátil. Mas qual
a diferença no efeito fisiológico? Na realidade, não há diferença. É claro que o laser
no modo pulsátil transfere menos energia que o modo contínuo, no entanto, se
determinarmos que vamos usar uma dose de 1 J/cm 2 no modo contínuo, a dose
transferida seria a mesma que se usássemos o modo pulsátil, já que geralmente os
equipamentos de laser compensam essa perda de energia aumentando o tempo de
aplicação. Por exemplo: se regularmos o equipamento para aplicar 1 J/cm 2 no modo
contínuo, vamos supor que ele passasse 10 segundos. Se alterássemos para o modo
pulsátil, esse tempo iria aumentar automaticamente até que fosse de fato aplicado
também 1 J/cm2. Por este motivo, não há diferença de efeito fisiológico.
Mas existe um fator importante: quanto mais lenta for a aplicação do laser no
tecido, maior é o aproveitamento da energia pelas células. Este fenômeno faz com
que o melhor modo de aplicação seja o pulsátil.
Já estamos convencidos que o modo pulsátil é a melhor forma de aplicação do
laser, mas existe uma condição em que vamos preferir o modo contínuo: é o caso de
uma aplicação no leito de uma ferida aberta, usando o modo de varredura. Se nós
usarmos o modo pulsátil, não iremos fazer uma aplicação uniforme na área da ferida.
Sendo assim, o modo contínuo se sai melhor, e é por ele que optamos.

Indicações Terapêuticas

- Úlceras
A pele, tecido que apresenta bastantes funções, se for submetido à perda de
nutrição, oxigenação e umidade (condição mantida pelo sistema vascular), pode
apresentar o aparecimento de lesões denominadas úlceras. Uma causa bastante
frequente é o decúbito prolongado. Isto dificulta a irrigação sanguínea, e como
consequência promove a formação da úlcera. Neste caso, os principais locais de
encontro são as regiões sacra, o calcâneo e a região dorsal. Aqui estamos mostrando
um exemplo de formação de uma úlcera de decúbito:

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O paciente pressiona o tecido por tempo prolongado, proporcionando as


condições necessárias para a formação da úlcera.

A irrigação local diminui e aparecem quatro estágios, mostrados a seguir:


Pode-se observar inicialmente um tecido em condições precárias, lesão do tecido
cutâneo e subcutâneo, tecido muscular e finalmente ósseo

O tratamento é variado, a medicina utiliza-se de vasodilatadores, analgésicos,


anti-inflamatórios, antibióticos etc. Como mais um recurso, podemos utilizar também
o laser.
O objetivo do laser é acelerar a função das células que estão promovendo o
reparo tecidual, estimular a angiogênese, promover o aumento de tecido conjuntivo e
acelerar a multiplicação celular.
Vamos aplicar uma técnica para reparar uma úlcera. Esta técnica não é única,
mas é uma técnica que tem dado resultado e pode ser utilizada com êxito:

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Primeiro a ferida deve estar livre de


infecção e deve ser limpa para garantir o
acesso da radiação ao tecido sadio.

Em seguida, fazemos a aplicação do


laser Infravermelho na borda da ferida,
utilizando uma dose de 1J/cm2. Fazendo a
aplicação em pontos de 1cm de distância um
do outro

Após a aplicação do laser infravermelho,


fazemos a aplicação com laser vermelho no
leito da ferida. A aplicação é feita na dose de
4J/cm2. Em modo varredura.

A aplicação feita com infravermelho é de forma pontual com contato. O objetivo


é alcançar a maior profundidade possível e com isso estimular as células de todas as
camadas a se multiplicarem e fecharem a ferida, da borda para o cento. Já a aplicação
feita com o laser vermelho, e em modo varredura, já que não é possível aplicar a
caneta em cima da ferida, tem o objetivo de estimular apenas a camada superficial do
leito da feria a se multiplicar e fechar a ferida de dentro para fora.

- Lesão Ligamentar

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Os ligamentos, estruturas fundamentais para dar estabilidade entre dois ossos


articulares, são bastante resistentes. No entanto, quando são submetidos a forças de
tração muito intensas, podem romper (totalmente ou parcialmente).
A figura abaixo mostra um tipo de lesão ligamentar no tornozelo, LTFA. Que
geralmente está acompanhada dos seguintes sinais: equimose, inchaço, aumento da
sensibilidade, dor ao movimento ou à palpação, instabilidade e outros.

O tratamento nestes casos depende do grau da lesão, mas no momento da


lesão, deve ser aplicado crioterapia, e evitar atividades esportivas.
O laser também é um recurso que pode ser utilizado nestes casos, no entanto,
o uso deste recurso não pode ser feito na fase aguda da lesão, já que tem o efeito de
aumento de metabolismo celular, e de função celular, o que proporcionará um
aumento da reação inflamatória.
Já na fase de reparo, que pode durar uma, duas ou até oito semanas
(dependendo do grau da lesão), o laser tem como função, proporcionar o aumento
das fibras de colágeno no local da lesão, acelerando o reparo.

- Como é feita a aplicação:


Em primeiro lugar, vamos definir qual tipo de laser será o indicado: vermelho
ou infravermelho? A grande maioria dos ligamentos são profundos e como

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consequência, o infravermelho será o indicado. Em seguida, vamos definir a dose que


neste caso fica entre 4 e 6j/cm2, já que trata-se de reparo tecidual. Agora que modo
vamos utilizar? Lembre que sempre escolheremos o pulsátil para proporcionar uma
melhor absorção. Já a técnica de aplicação, será pontual com contato, para
proporcionar uma maior profundidade de aplicação.

Acima temos um exemplo de como poderíamos fazer a aplicação do laser no


paciente: vamos por exemplo considerar que a área a ser tratada pelo laser tenha
9cm2. Se determinamos que será aplicada uma dose de 6j/ cm 2, vamos aplicar 9
pontos de 6J cada um, a cada 1cm de distância um do outro.

- Laser na Hérnia de Disco

A hérnia de disco é um tipo de acometimento bastante comum principalmente


na coluna lombar, por ser a parte da coluna de maior sobrecarga. O principal quadro
clínico é a dor, que pode ser bem limitada à região lombossacra, ou pode ser
propagada, como ocorre nas ciatalgias. Além disto, podem aparecer outras dores e
espasmos musculares devido à postura antálgica adotada pelo paciente, ver exemplo
de postura abaixo:

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Qual a função do laser?

Algumas hérnias precisarão passar por uma cirurgia, mas outras serão
significativamente reduzidas através da ação da fisioterapia. No entanto, é preciso
que a hérnia seja de fato reduzida para que possamos utilizar o laser. É preciso que
o paciente restabeleça sua postura, diminua a dor, diminua a protrusão do disco, em
fim, é preciso que o paciente tenha passado por um tratamento bom o suficiente para
restabelecer a as atividades do paciente.
A ação do laser é a de fortalecer os ligamentos responsáveis pela estabilidade
e integridade da coluna. Não vão aplicar o laser na região lombar só porque se sabe
que naquela região existe uma hérnia de disco, pois assim, o laser não tem função
alguma. É preciso que o laser atinja a região do ligamento onde houve a protrusão do
disco, e assim, promover um reparo mais eficiente.

Técnica de Aplicação:
Aplicar o laser na hérnia de disco não é tão simples. Veja a figura abaixo:

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O laser precisará atravessar uma camada de musculatura bastante espessa, já


que o ligamento que precisa ser restaurado encontrasse do lado do corpo da vértebra.
A figura abaixo nos dá uma idéia do percurso que o laser precisará atravessar até
atingir o ligamento.

Sendo assim, será preciso que saibamos exatamente o local onde houve a
protrusão do disco, seja através da RM, da TC e mesmo da avaliação clínica, e que
tenhamos um conhecimento de anatomia para que possamos direcionar o laser
exatamente para o local da hérnia.
A aplicação do laser em toda região lombar, não traz benefício algum. Não
alivia a dor e não diminui edema, pois estes não são atributos do laser.

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Contra-Indicações Terapêuticas

Em primeiro lugar, deve-se ficar bem claro que estamos falando do laser
terapêutico, classe 3B, e como consequência, não há efeitos térmicos. Em hipótese
alguma, podemos utilizar um laser de classe maior, como os utilizados na
dermatologia ou oftalmologia, para fazer aplicações terapêuticas na fisioterapia.
Assim, também, não teremos nenhum benefício se utilizarmos lasers de potência mais
baixa, como os lasers presentes em apontadores.
Antes das contra-indicações, vamos falar de um cuidado: é sobre o uso dos
óculos. O uso dos óculos é importante, principalmente se a técnica de aplicação for
varredura. Não é que uma aplicação sem o uso dos óculos chegue a proporcionar
uma lesão irreversível nos olhos do terapeuta, no entanto, o uso contínuo de
aplicações sem os óculos pode levar a no mínimo, uma irritação severa da retina.
Uma das contra-indicações, como consequência, é a aplicação do laser sobre
os olhos. Não temos estudos mostrando quais as reais consequências deste
procedimento, mas pelo menos teoricamente, existe o risco de lesão. Outra contra-
indicação, é fazer a aplicação do laser em um tecido com presença de tumor.
Independente do tumor ser maligno ou benigno, pois nos dois casos, o laser tem a
propriedade de aumentar o metabolismo, e a multiplicação celular.
Sendo assim, devemos evitar a aplicação do laser até mesmo em regiões com
distrofia. Abaixo temos um exemplo te de tecido com lesões aparentemente
inofensivas, mas trata-se de um câncer de pele.

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Outra importante contra-indicação é a aplicação em úlceras, ou feridas sem a


certeza de que não está infectada. O laser tem um importante poder de aumentar a
multiplicação celular, inclusive sobre bactérias. Então não basta o debridamento, mas
a assepsia é fundamental. Ferida com infecção bacteriana tem que estar sob
antibiótico terapia.

Esta ferida acima está limpa, tratada com anticéptico e com boa aparência. O
laser proporcionará uma boa aceleração do reparo.
Também é contra-indicado o uso do laser nos processos onde está presente
uma reação inflamatória aguda. A única ação do laser neste caso é aumentar ainda
mais o processo inflamatório.

REFERÊNCIA

FONSECA, A.; PRISTA, N. L. Manual de terapêutica Dermatológica e cosmetologia.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.
AZULAY, D. R.; AZULAY, R. D. Dermatologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004.
PORTO, C. C. Semiologia médica 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
YAMAGUCHI, C. Procedimentos estéticos minimamente invasivos. ed. Santos, 2005.

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