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Português

Praticar para falar

› Declamar um poema

A vida e o génio de Camões inspiraram vários poetas, como é o caso de Almada Negreiros.
Atenta no seu poema "Luís, o poeta, salva a nado o poema".

› Faz uma leitura expressiva do poema "Luís, o poeta, salva a nado o poema", de
Almada Negreiros.

Segue estes passos:

› lê atentamente o poema, de modo a compreenderes o seu conteúdo;


› prepara a declamação, lendo várias vezes o poema em voz alta;
› declama o poema para os teus familiares ou amigos.

Não te esqueças de:

› seres expressivo para cativares o teu público;


› fazer as pausas corretas, de acordo com a pontuação do poema;
› respeitar o ritmo e a métrica presentes no poema.

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Português
Luís, o poeta, salva a nado o poema, de Almada Negreiros

Era uma vez na mão o livro 75 me hão de achar.


um português há de salvar. A vida morta
de Portugal. 40 Nada que nada aqui a boiar
O nome Luís sempre a nadar mas não o livro
5 há de bastar livro perdido se há de molhar.
toda a nação no alto mar. 80 Estas palavras
ouviu falar. – Mar ignorante vão alegrar
Estala a guerra 45 que queres roubar? a minha gente
E Portugal a minha vida de um só pensar.
10 chama Luís ou este cantar? À nossa terra
para embarcar. A vida é minha 85 irão parar
Na guerra andou ta posso dar lá toda a gente
a guerrear 50 mas este livro há de gostar.
e perde um olho há de ficar. Só uma coisa
15 por Portugal. Estas palavras vão olvidar:
Livre da morte hão de durar 90 o seu autor
pôs-se a contar por minha vida aqui a nadar.
o que sabia 55 quero jurar. É fado nosso
de Portugal. Tira-me as forças é nacional
20 Dias e dias podes matar não há portugueses
grande pensar a minha alma 95 há Portugal.
juntou Luís sabe voar. Saudades tenho
a recordar. 60 Sou português mil e sem par
Ficou um livro de Portugal saudade é vida
25 ao terminar depois de morto sem se lograr.
muito importante não vou mudar. 100 A minha vida
para estudar. Sou português vai acabar
Ia num barco 65 de Portugal mas estes versos
ia no mar acaba a vida hão de gravar.
30 e a tormenta e sigo igual. O livro é este
vá d'estalar. Meu corpo é Terra 105 é este o cantar
Mais do que a vida de Portugal assim se pensa
há de guardar 70 e morto é ilha em Portugal.
o barco a pique no alto mar. Depois de pronto
35 Luís a nadar. Há portugueses faltava dar
Fora da água a navegar 110 a minha vida
Um braço no ar por sobre as ondas para o salvar.

NEGREIROS, Almada – "Luís, o poeta, salva a nado o poema". In Obras Completas – Poesia (A partir de: Metas
Curriculares de Português – Caderno de Apoio – Poesia 9.º Ano. pp.65-67).

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