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O preconceito linguístico como fator de discriminação social

Na obra “Cidadãos de Papel”, do escritor Gilberto Freire, é narrado que, embora o país
tenha um conjunto de leis bastantes consistentes, elas se atêm, em forma geral, ao
plano teórico. Diante disso, a realidade da ficção assemelha-se ao Brasil atual, haja
vista que, apesar de ser crime, o preconceito linguístico ainda é algo a ser recorrente na
nossa sociedade. Esse cenário se dá em razão da discriminação enraizada nas diferentes
regiões da nação e a falta de políticas eficientes a fim de encerrar a problemática.

Sob esse viés, é importante ressaltar que há uma implicância entre a elite com o jeito
de alguns grupos sociais falarem, constituem eles os pobres, marginais e nordestinos.
Gírias e modos de falar da região nordeste são motivos de piada para muitos, por
analogia, casos de agressão por conta de preconceito linguístico com pessoas dessa
localidade que migram para o sul do país se tornou comum. Por tanto, é notória a
necessidade de intervenção estatal urgente.
Outrossim, é fulcral pontuar que, mesmo que já tenha leis que buscam penalizar a
pessoa que humilhe ou desrespeite outrem por sua raça ou cor, a mesma não é efetiva
e é sem reconhecimento. Bem como Bauman, sociólogo conhecido pelo termo
“instituição zumbie”, reforça a ideia de instituições que, apesar de manterem a
essência, perderam a função social. Dessa forma, tal teoria pode ser associada no
âmbito brasileiro com a ineficácia do Estado de criar políticas e leis a fim de erradicar
essa situação adversa de preconceito na sociedade.
Assim, medidas são necessárias para conter o avanço desse empecilho na sociedade.
Com intuito de mitigar o preconceito linguístico, cabe ao Governo Federal, cuja função
é manter a harmonia social, por meio da criação de leis, penalizar qualquer tipo de
discriminação por raça à altura, além de palestras em escolas com finalidade de
conscientizar desde pequeno que há outras culturas no mundo, e todas devem ser
respeitadas. Então, somente assim, a realidade de "Cidadãos de papel” será diferente
da nossa.

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