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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


INSTITUTO NACIONAL DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL
CENTRO POLIVALENTE DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

MANUAL
DE
H.S.A
(Higiene e segurança no
Ambiente)

1ª Versão
Luanda 2021
Curso Máquinas e Fluídos
Título H.S.A
CPFP Centro Polivalente De Formação Profissional
Formadores Emanuel Quilungo & Domingos Filipe
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Higiene e Segurança no Ambiente
História da toxicologia

A primeira fase desta história é a do descobrimento, que começou com o primeiro


contato do homem com a natureza e a descoberta de substâncias que podem ser
prejudiciais; depois veio a fase primitiva, onde se passaram a estudar as substâncias
tóxicas, na época denominada de venenos. Na fase moderna, foi onde praticamente
identificaram-se quimicamente cada uma destas substâncias, aumentando o
conhecimento e a sua utilização científica, além de destacar algumas formas de prevenção
por intoxicações acidentais.

Conceitos de toxicologia

Toxicologia está associada à palavra veneno, que vem do grego toxikon ou tóxico
e a palavra logos que quer dizer estudo ou tratado. Isso nos leva a um conceito básico que
é a “ciência que estuda os venenos”. Mas você sabe o que é veneno? Veneno é uma
substância que ocasiona danos ou alterações biológicas no organismo. Somente é possível
estabelecer o que é venenoso e o que não é venenoso, através da dosagem ou quantidade
da substância, o veneno é perigoso e, muitas vezes, mortal.

A partir deste conceito básico, poderemos entender mais sobre a toxicologia, e


vale ressaltar que ela se ocupa da natureza, dos mecanismos das ações tóxicas e da
avaliação das alterações biológicas produzidos pela exposição às substâncias químicas.
Simplificando, poderíamos dizer que seria então, uma ciência que se ocupa das
intoxicações e das substâncias químicas que a provocam.

Introdução

Para se chegar ao ponto em que estamos hoje, com o compromisso necessário, vidas
foram perdidas, mutiladas, graves conflitos aconteceram. Foi e é preciso muito empenho do
próprio trabalhador e de pessoas de todos os âmbitos sociais, sensíveis à causa.

Ao se voltar para a problemática que abrange a actividade laboral, o homem criou uma
área de trabalho denominada Segurança e Higiene do Trabalho.

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Acidente/Dano
Acontecimento não planeado que provoque a morte, um dano para a saúde, um
ferimento, um prejuízo ou outras perdas.

Dano para a saúde (provocado pelo trabalho).

Perda de saúde comprovadamente causada ou agravada pela actividade ou pelo


ambiente de trabalho de uma pessoa.

Evento desencadeador.

Evento que despoleta a sequência de acontecimentos que resultam num dano.

Prevenção.

Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de


medidas adoptadas em todas as fases da vida das empresas.

Acidente de Trabalho:
Conceito previdenciário: acidente de trabalho é qualquer ocorrência não
programada, inesperada, que interfere ou interrompe o processo normal de uma
atividade, trazendo como consequência, isolada ou simultânea, perda de tempo, dano
material ou lesões ao homem.

Conceito legal: Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do


trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte; ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho.

A diferença entre os dois conceitos reside no fato de que no conceito legal é


necessário haver apenas lesão física, enquanto que no conceito previdenciário são levados
em considerações, além das lesões físicas, a perda de tempo e de materiais.

Segurança do trabalho
Integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de
trabalho, tendo como principal campo de acção o reconhecimento e o controlo dos riscos
associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (materiais, equipamentos, e
modos operatórios).

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Higiene do trabalho

Integra um conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das


doenças profissionais, tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes
físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho. Assenta
fundamentalmente em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de
trabalho.
O que diz a lei? Sintetizando, diz que:

• O empregador é responsável pela segurança e pela protecção da saúde na


empresa;

• Os empregados devem colaborar respeitando a regulamentação e instruções de


segurança, adoptando procedimentos de trabalho seguros e comunicando quaisquer
situações de trabalho perigosas para a segurança e saúde.

Processos para controlar os riscos:

Medidas construtivas ou medidas de engenharia: Devem ser adoptadas na fase de


concepção e projecto. Actuam sobre os meios de trabalho (equipamentos, máquinas,
edifícios). Incluem-se aqui as medidas de protecção colectiva.

Medidas organizacionais: Dirigem-se ao sistema Homem - Equipamento -


Ambiente. Visam afastar o Homem dos riscos.

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Protecção individual: Actuam exclusivamente sobre o Homem, obrigando-o ao
uso de Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Devem ser tomadas como último
recurso.

Sugestões para fazer progressos

Ao encetar um processo de mudança, haverá momentos em que pensará, “porque


é que me meti nisto?”. Calma! Lembre-se do provérbio Chinês e tenha sempre em mente
que mudar comportamentos enraizados e mentalidades, nunca foi fácil.

Se vai liderar o processo, não se esqueça que:

• O resultado do trabalho de uma equipa é superior à soma das partes;

• Pequenos sucessos moralizam e motivam para as “grandes batalhas”;

• As pessoas “compram” benefícios concretos, não “compram” promessas.

Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de risco


Causa/Fenómeno capaz de provocar uma lesão ou dano para a saúde. É,
normalmente, medido em função da probabilidade e das consequências da ocorrência de
um acidente.

Situação perigosa

Toda a situação em que a pessoa é exposta a um ou mais riscos/fenómenos perigosos.

Análise de riscos

A análise de riscos, além de ser uma obrigação legal, é um dos mais poderosos
processos de promover uma atitude positiva relativamente à H.S.T. no seio das organizações,
porque:

• Contribui decisivamente para reduzir a probabilidade de acidente ou doença


profissional;

• Envolve várias pessoas na discussão sobre a segurança do local de trabalho;

• Contribui significativamente para a mudança de comportamentos;

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• Coloca-nos do lado correcto da lei. O processo é simples e, esquematicamente, pode
ser assim resumido:

Antes de lançar mãos à tarefa, não se esqueça que “4 olhos vêm mais que dois”.
Este é um trabalho de equipa.

Vejamos com mais detalhe cada uma destas etapas:

 Observar/Identificar riscos: Para facilitar os registos e, posteriormente, a definição


das medidas a adoptar, classifique os riscos de acordo com a sua natureza Física,
Química, Biológica ou Natural (ex.: riscos de origem biológica).

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Tabela nº 1 - Exemplos de agentes geradores de riscos

Segurança contra incêndios.

O que é um incêndio?

É uma reacção química rápida, entre uma substância combustível e o oxigénio,


acompanhada de libertação de calor, fumo e/ou chamas que se desenvolve de forma
descontrolada no tempo e no espaço.

Para a eclosão de um incêndio é necessária a interacção dos três elementos que


constituem o que se costuma designar como triângulo do fogo:

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A prevenção de incêndios faz-se por acção sobre cada um desses 3 elementos,
com o objectivo de reduzir a probabilidade de deflagração do incêndio.

No combate aos incêndios deve utilizar-se o agente extintor mais adequado à


classe de fogo que se pretende extinguir:

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Segurança eléctrica

Grosso modo, os riscos associados à utilização da electricidade dividem-se em


duas categorias: risco de danos pessoais e risco de incêndio e/ou explosão.

O primeiro está relacionado com a possibilidade de contacto com a corrente


eléctrica (choque eléctrico) e com os efeitos que produz no corpo humano ao travessá-lo,
em particular no sistema nervoso.

O segundo decorre do calor gerado pela passagem da corrente num condutor ou


das faíscas e/ou curto-circuitos produzidos no circuito e equipamentos.

Principais precauções para prevenir os riscos de acidente:

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Exposição Ao Ruído
Previna-se porque:

As consequências da exposição ao ruído no Homem são cumulativas, ou seja, os


efeitos causados pela exposição de ontem, somam-se aos de
hoje e amanhã e assim, progressivamente, o sistema
auditivo (e não só) vai-se deteriorando.

Segundo Lehman, os efeitos do ruído no Homem caracterizam-se


por:

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I: Efeitos psíquicos, sem excluir alguns efeitos fisiológicos
II: Efeitos psíquicos e fisiológicos, sobretudo ao sistema neurovegetativo
III: Lesões irreversíveis no sistema auditivo
IV: Danos irreversíveis na audição e nas células nervosas à superfície da pele.

Consequências:

 Fisiológicas – Lesões do aparelho auditivo, distúrbios gastrointestinais,


perturbações do sistema nervoso central, contracção dos vasos sanguíneos e dos
músculos do estômago.
 Psicológicas – Alteração do equilíbrio psicológico, irritabilidade em pessoas
tensas, agravamento de estados de angústia em pessoas depressivas.
 Outras – Dificuldades na comunicação oral, influência negativa na produtividade
e na qualidade dos produtos. A fadiga geral e a irritabilidade contribuem para a
ocorrência de acidentes.

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Prevenção da exposição ao ruído:

Diagrama de Hommel

O Diagrama de Hommel é uma simbologia internacional vinda dos Estados


Unidos através da Associação Nacional para Proteção contra Incêndio (National Fire
Protection Association – NFPA), conhecida através do código NFPA 704, ou como
diamante do perigo ou como diamante de risco.

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Figura: Diagrama de Hommel.

Este diagrama é em formato de um losango, apresenta quatro cores (branco, azul,


vermelho e amarelo), e cada cor representa um tipo de risco em graus que variam de 0 a
4 Figura acima.

A cor branca significa que a substância possui um risco específico ou proteção


pessoal (oxidante, ácido, alcalino, radioativo, tóxico, corrosivo, etc.), a cor azul um risco
à saúde ou risco de vida, a cor vermelha representa risco de fogo (inflamabilidade) e a
amarela, reatividade. Esse losango é facilmente identificado nos rótulos dos frascos, e o
trabalhador percebe rapidamente o risco que a substância apresenta pela cor e numeração
o grau de perigo conforme a figura.

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Figura: Exemplo de frascos com substâncias
químicas rotuladas com o diagrama
de Hommel, contendo o número que representa
o grau de cada risco.

Símbolos de risco à saúde

Vamos abordar os símbolos diretamente ligados a saúde e a toxicologia. Vale


ressaltar que estes símbolos seguem a Regulamentação da Comissão Europeia (CE) n.
1272/2008 que se aplica obrigatoriamente às substâncias a partir de 01 de dezembro de
2010.

A Organização Pan-Americana da Saúde traz o Sistema Globalmente


Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) que não é uma
regulamentação específica, mas apresenta instruções que ajuda na comunicação de
perigos químicos e para a rotulagem dos produtos. Esse sistema integra as três
organizações: OIT (Organização Internacional do Trabalho), OECD (Organization for
Economic Cooperation and Development) e UNCETDG (United National Committee of
Experts on the Transport of Dangerous Goods), também é conhecida como “Livro
Púrpura” (OPAS, 2013).

Em relação à saúde humana, o GHS apresenta os seguintes critérios: toxicidade


aguda, corrosão/irritação da pele, danos/irritação séria nos olhos, sensibilização
respiratória ou dérmica, carcinogenicidade, mutagenicidade em células germinativas,

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toxicidade à reprodução, toxicidade sistêmica em órgão alvo por exposição única,
toxicidade sistêmica em órgão alvo por exposição múltipla e perigoso por inalação.

Em relação ao meio ambiente são classificados em: perigoso para o ambiente


aquático, toxicidade aquática aguda e crônica, potencial de bioacumulação e
degradabilidade rápida (OPAS, 2013).

Figura: Símbolo para substância tóxica.

As substâncias químicas Tóxicas são representadas pela simbologia de uma


caveira conforme a Figura acima, mas quando a substância é extremamente tóxica esta
aparece com um T+ na gravura conforme a figura a baixo, isto tanto para as vias
respiratória, dérmica ou por ingestão, podendo provocar efeitos agudos, crônicos ou
letais. Alguns exemplos são os produtos agrotóxicos (herbicidas, pesticidas,...), veneno
para ratos, detergentes, desinfetantes, etc.

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Figura: Símbolo para substância extremamente tóxica.

Para as substâncias ou misturas químicas que são Nocivas é apresentado como símbolo
um X ou actualmente pela SGH conforme as Figuras a baixo.

Figura : Símbolo para substância nociva

As substâncias nocivas atingem por via respiratória, por ingestão ou pela pele e
causam irritação, por isso, às vezes são denominadas de irritantes e provocam efeitos
agudos, crônicos ou podem até ser letais. Dentro desta categoria estão também os efeitos
carcinogênicos e mutagênicos. Por exemplo: Diclorometano, Cloreto de Potássio (SGH,
2013). Para as substâncias ou misturas químicas que são nocivas é apresentado um "X"
ou atualmente pela SGH

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Figura: Símbolo para substância nociva segundo SGH.

Em relação a ser uma substância ou mistura IRRITANTE, que causa irritação/


sensibilização na pele, nos olhos e nas vias respiratórias ou por ingestão, uma simbologia
específica é utilizada, onde o ponto de interrogação indica perigo à saúde conforme a
figura.

Figura: Símbolo para substância irritante.

Para substâncias químicas Corrosivas, são aquelas que causam sérios danos nos
tecidos vivos, provocando queimaduras na pele, mucosa e olhos. Atingem também vários
tipos de materiais, por isso o uso adequado de equipamentos de proteção individual é
essencial. Exemplo de substância corrosivasão os ácidos ou álcalis, soda cáustica, etc.
conforme a figura

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Figura: Símbolo para substância corrosiva.

Não poderíamos deixar de apresentar também o símbolo para produtos químicos


que são tóxicos para o meio ambiente, neste caso, para a fauna, a flora e para organismos
aquáticos. São substâncias muito frequentemente encontradas na agricultura e nas
indústrias, como por exemplo, o mercúrio, o tetracloreto de carbono, etc.

Figura: Símbolo para substâncias perigosas ao meio ambiente.

Através desta aula, tivemos a oportunidade de conhecer os principais símbolos de


risco tanto para incêndio quanto para o que nos é de grande importância efeitos
toxicológicos.

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Também foi possível conhecer as normas europeias, o Sistema Globalmente
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos e a norma Brasileira
da ABNT, NBR 7500 que envolvem essas simbologias em rótulos, embalagens e ficha
técnica de substâncias químicas.

Principais Causas de Acidentes Devidos à Utilização de Máquinas

Os acidentes quando ocorrem são, regra geral, imputados ao operador que desempenha a
tarefa. No entanto as suas verdadeiras causas são, na maioria das vezes, originadas por
situações alheias ao trabalhador mais directo, tais como:

 Elementos de protecção em falta, inadequados ou danificados

 Desenho da máquina incorrecto (está pensado unicamente para o produto final e


não para a utilização por parte do trabalhador)

 Instalação e montagem da máquina precária (movimenta-se, vibra, etc.)

 Utilização inadequada da máquina (submeter a máquina a esforços para os quais


não está dimensionada ou utilizá-la para outros fins que não aqueles a que se
destina)

 Manutenção da máquina deficiente ou inexistente

 Ferramentas da máquina em mau estado, inadequadas ou gastas

 Erros de comando (inexistência de sinalização ou instruções dos comandos da


máquina)

 Arranque intempestivo da máquina

 Impossibilidade de paragem da máquina em condições de segurança (inexistência


ou deficiência de funcionamento dos sistemas de paragem de emergência)

Acidentes em hidraúlica (fluidos)

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O fluido a alta pressão injetado sob a pele, mesmo a pressões tão baixas quanto
100 psi, pode causar lesões incapacitantes ou mesmo a morte se não forem tratadas
prontamente.

Como exemplo Os operadores de equipamentos florestais e fora de estrada e os


técnicos de manutenção estão habituados a lidar com os perigos óbvios das serras
giratórias e da queda de galhos das árvores, mas podem estar menos familiarizados com
um perigo crítico que pode causar lesões incapacitantes ou morte.

Com equipamentos pesados, a maior ameaça provém de vazamentos hidráulicos


de alta pressão. Uma pequena ruptura, um furo em uma linha hidráulica ou uma falha de
conexão pode liberar um fluxo quase invisível de fluido hidráulico a uma pressão superior
a 200 bar.

Quando os técnicos ou operadores procuram vazamentos com as mãos ou


investigam algum problema desconhecido, eles podem sentir uma picada semelhante a
uma ferroada de inseto ou um corte causado por um fio afiado e, a princípio, não
considerar essa lesão como grave.

Alguns fluidos podem causar graves lesões na pele e a pressão pode causar
rapidamente inchaço no interior dos membros, levando a lesões dolorosas dos tendões,
artérias, nervos e músculos.

A ferida pode não parecer grave — apenas um corte ou uma marca vermelha –,
como se fosse uma picada de inseto. Os mecânicos têm marcas e arranhões em suas mãos,
e as vespas podem fazer ninho em máquinas localizadas em bosques ou florestas. No
entanto, após algumas horas, a lesão poderá causar dor excruciante e exigir cirurgia
imediata e especializada. Quanto mais o tratamento de emergência é adiado, maior é o
risco de lesões permanentes, como a perda dos dedos ou da mão, ou mesmo a morte.

O que acontece é que o fluido de alta pressão é injetado profundamente sob a pele,
alcançando a corrente sanguínea, os músculos e os tendões. Alguns fluidos podem causar
graves lesões na pele e a pressão pode causar rapidamente inchaço no interior dos
membros, levando a lesões dolorosas dos tendões, artérias, nervos e músculos.

O fluido hidráulico ou o combustível que entra na corrente cardíaca pode causar


rapidamente a morte, pois o corpo humano não tem nenhuma defesa contra essas
substâncias. Como se isso não fosse grave o suficiente, a ferida pode ser contaminada por
bactérias que causam infecções perigosas. Apenas uma cirurgia especializada realizada
logo após a lesão pode impedir incapacidade permanente.

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Todos aqueles que trabalham perto de máquinas hidráulicas precisam estar cientes
das precauções citadas a seguir.

 Use sempre equipamento de proteção pessoal (EPP), como óculos e luvas de


segurança, mas esteja ciente de que o fluido de alta pressão pode penetrar até
mesmo em pesadas luvas de solda.
 Nunca assuma que o sistema hidráulico da máquina foi despressurizado apenas
porque ela está desligada. As linhas e os acumuladores podem manter a pressão
residual durante semanas, ou mesmo meses, com o motor desligado.

Consulte o manual do operador para conhecer o procedimento específico de


despressurização da máquina. Lembre-se de que não existe uma maneira definitiva de
saber se um sistema está totalmente despressurizado, portanto, sempre tenha cuidado.

 Nunca use as mãos mesmo com luvas pesadas para tocar uma linha hidráulica ou
procurar vazamentos. Sempre use a extremidade de um objeto longo, como um
pedaço de papelão, madeira ou aço, no local onde suspeita-se existir um
vazamento para localizá-lo.

EPI´S
Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico
para o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPIs – Equipamentos de
Proteção Individual, que incluem óculos, protetores auriculares, máscaras, mangotes,
capacetes, luvas, botas, cintos de segurança, protetor solar e outros itens de proteção.
Esses acessórios são indispensáveis em fábricas e processos industriais em geral.

EPI para garantir a saúde e proteção.

O uso do EPI é fundamental para garantir a saúde e a proteção do trabalhador,


evitando consequências negativas em casos de acidentes de trabalho. Além disso,
o EPI também é usado para garantir que o profissional não será exposto a doenças
ocupacionais, que podem comprometer a capacidade de trabalho e de vida dos
profissionais durante e depois da fase ativa de trabalho.
Para que uma empresa possa conhecer todos os equipamentos de proteção
individual que devem ser fornecidos aos seus funcionários, é necessário elaborar um
estudo dos riscos ocupacionais. Esse tipo de trabalho facilita a identificação dos perigosos
dentro de uma planta industrial, por exemplo, e ajuda a empresa a reduzi-los ou
neutralizá-los.

Importância do EPI

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O EPI é importante para proteger os profissionais individualmente, reduzindo
qualquer tipo de ameaça ou risco para o trabalhador. O uso dos equipamentos de proteção
é determinado por uma norma técnica chamada NR 6, que estabelece que os EPIs sejam
fornecidos de forma gratuita ao trabalhador para o desempenho de suas funções dentro da
empresa.

É obrigação dos supervisores e da empresa garantir que os profissionais façam o


uso adequado dos equipamentos de proteção individual. Os EPIs devem ser utilizados
durante todo o expediente de trabalho, seguindo todas as determinações da organização.

EPI´S

No caso de equipamentos perdidos ou danificados, é responsabilidade da empresa


substituí-lo imediatamente. O uso adequado e responsável do EPI evita grandes
transtornos para o trabalhador e, também, para a empresa, além de garantir que as
atividades sejam desempenhadas com mais segurança e eficiência.
Os equipamentos de proteção individual devem ser mantidos em boas condições de uso
e precisam ter um Certificado de Aprovação do órgão competente para garantir que estão
em conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho. Empregados e
empregadores devem compreender a importância do uso de equipamentos de proteção no
dia a dia da empresa.

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Conduta no laboratório

O laboratório é um local de trabalho que acarreta alguns riscos, devendo portanto


ser encarado de uma forma séria e concentrada de modo a não haver lugar à ocorrência
de distracções que possam provocar acidentes.

Cabelos compridos

Sempre que tenha cabelos compridos, estes têm de estar amarrados.

Adornos

Não usar pulseiras, anéis e outros adornos que possam dificultar a limpeza da pele
e promover um maior tempo de contacto de produtos químicos agressivos com a pele.

Óculos de segurança

Utilizar sempre óculos de segurança de forma a proteger os olhos, sendo que o


uso de lentes de contacto não dispensa a utilização dos mesmos.

Luvas

Proteger as mão com luvas sempre que se manuseiem produtos químicos ou


quando se está a manusear material quente.

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Definição do fogo

O fogo é formado sempre que há combustão, ou seja, um processo de


desprendimento de calor e energia luminosa. Existem quatro elementos necessários para
iniciar uma combustão, conhecidos como "tetraedro do fogo", sendo eles:

Combustível: É todo elemento suscetível a entrar em combustão, que fornece


energia para a queima. Ex. Madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais, etc;

Comburente: É todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível,


é capaz de fazê-lo entrar em combustão, sendo o oxigênio o mais conhecido;

Temperatura de ignição (calor): Além do combustível e do comburente, é


necessária uma terceira condição para que a combustão possa ocorrer. Esta condição é a
temperatura de ignição, que é a temperatura acima da qual um combustível pode entrar
em combustão, ou seja, queimar;

Reação em cadeia: Sequência de reações que ocorrem durante o fogo,


produzindo sua própria energia de ativação (calor), enquanto há comburente e
combustível para queimar, dando continuidade à combustão.

Extintores de incêndio

Aplicação: No caso de incêndio.

Objectivo: Apagar ou controlar o incêndio até os bombeiros chegarem ao local.

Como utilizar: Retirar a cavilha de segurança e accionar o extintor. Não se


aproxime de imediato do foco de incêndio, deve fazê-lo progressivamente e
cautelosamente. Varra toda a superfície que está a arder dirigindo o jacto para a base das
chamas e nunca para o topo. Disperse o jacto lentamente por toda a superfície.

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Tipos de extintores e suas aplicações

Pó químico: Composto por 95% de bicarbonato de sódio e 5% de estearato de


potássio/magnésio. É indicado principalmente para incêndios de classe B (líquidos
inflamáveis), pois age por abafamento, quebrando a reação em cadeia e interrompendo o
processo de combustão. Pode ser utilizado também em incêndios de classe C
(equipamentos elétricos), pois não é condutor de eletricidade;

Gás carbônico (CO2): O extintor composto por dióxido de carbono é indicado


para incêndios de classe C, pois não conduz eletricidade. Além disso, pode ser utilizado
também em incêndios de classe B. Ele age por abafamento e por resfriamento em ação
secundária. É asfixiante, portanto, deve-se evitar o seu uso em ambientes pequenos;

Água (H2O): É indicado para incêndios de classe A (materiais sólidos em geral)


que queimam em profundidade e extensão, pois satura o material e não permite a
reignição. Age por resfriamento, e dependendo do caso, também por abafamento;

Espuma mecânica: É composto por detergente concentrado (LGE), sendo que a


espuma é gerada através da reação do batimento mecânico do LGE com a água e o
ar. indicado para incêndios de classe B, sendo também eficiente para a classe A. Age por
abafamento e por resfriamento de forma simultânea, fazendo com que a espuma gerada
sirva com uma espécie de manta. A espuma forma um filme aquoso na superfície do
combustível, dificultando a reignição do fogo;

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Extintor classe D: Assim como em incêndios da classe C, os incêndios de classe
D (metais pirofóricos) não podem ser extinguidos com água, já que esse tipo de substância
pode até mesmo agravar o incêndio. Portanto, a melhor forma de extinção é feita com os
extintores de classe D, que emitem um agente à base de cloreto de sódio (NaCl),
isolando o metal do oxigênio, o que leva ao resfriamento e à rápida extinção das chamas;

Extintor classe K: Indicado para combater incêndios de classe K (óleo de


cozinha). É composto por uma substância alcalina denominada Acetato de Potássio
diluída em água, que reage com a gordura saturada presente no óleo, e em altas
temperaturas, provoca uma reação chamada saponificação, formando uma espuma que
consegue abafar o fogo e conter os vapores e combustíveis quentes. É ideal para cozinhas
industriais e geralmente é fabricado em aço inoxidável.

Classes de incêndio
Classe A: Incêndio que ocorre em materiais sólidos combustíveis, que deixam
resíduos (cinzas), tais como: papel, madeira, tecido, algodão e borracha;

Classe B: Incêndio que geralmente ocorre em superfícies, não deixa resíduos e


acontece devido à queima de líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como
gasolina, querosene, álcool e tintas;

Classe C: Incêndio que ocorre em equipamentos elétricos energizados, tais como:


máquinas, quadros de força, transformadores, geradores, computadores e qualquer outro
equipamento em aplicações de energia elétrica;

Classe D: Incêndio que se propaga através de uma reação em cadeia durante a


combustão. Esta classe possui como principais combustíveis os metais pirofóricos:
magnésio, selênio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e urânio,
que podem entrar em combustão quando se encontram na forma de partículas finas, sem
que haja uma fonte clara de ignição;

Classe K: Incêndio envolvendo meios utilizados para cozinhar, como óleo,


gordura e banha, e que geralmente ocorre em equipamentos como fritadeiras, grelhas,
assadeiras e frigideiras. Neste caso, os combustíveis (líquidos ou sólidos) contém um
certo nível de gordura saturada, e devem ser combatidos com um agente extintor de base
alcalina.

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