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Introdução
Este projeto dá continuidade a projetos anteriores no sentido de oferecer aos alunos de
instrumento e composição do CMU USP um espaço de colaboração e de performance de
música de produção recente. Em suas versões anteriores o GruMa realizou diversas estreias,
19 dentre elas de jovens compositores alunos do CMU, trabalhou intensamente em
colaboração com o compositor Sérgio Kafejian (pós-doutorando Fapesp), na realização de
obras de Karlheinz Stockhausen e obras do próprio Kafejian especialmente escritas para o
grupo; colaboração com o compositor Gustavo Bonin (doutorando na USP) também na
criação de uma obra multi-mídia (que ainda está sendo realizada); realizou diversos concertos
em espaços internos e externos à USP; trabalhou projeto de performance de obras de
compositores como Dieter Schnebel e Georges Aperghis, sob coordenação de Ledice
Fernandez (pós doutoranda Fapesp) e mais recentemente com o jovem compositor Guilherme
Ribeiro, aluno do curso de Mestrado do CMU em estágio de pesquisa na Universidade Nova
de Lisboa e o compositor e doutorando Luzilei Aliel (PPGMUS-USP).
O projeto do GruMa prevê uma formação instrumental, de um lado tendo por referência os
ensembles heterogêneos formados no início do século XX, de outro a prática intermediada
por instrumentos digitais (computador, interfaces áudio-vídeo, live-electronics, live-
streaming) e que tem fundamento nas novas propostas temporais advindas da música
experimental dos anos 1950, como a notação livre e espacial e que tem em vista as restrições
que a prática musical sofreu durante o período de Pandemia Covid-19.
Formado por flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano, o Ensemble Pierrot, proposto do
Arnold Schoenberg na composição de seu Pierrot Lunaire, em 1913, reúne os instrumentos
que, no momento, o compositor alemão observava como os de maior versatilidade e presença
ao longo da história da música. A versatilidade se dá face a âmbito de tessitura, rapidez e
repertório solista e heterogeneidade de timbre. Ao longo do século XX, o Ensemble Pierrot
foi ampliado com o Ensemble História de um Soldado, com a formação instrumental
proposta por Igor Stravinsky (1882-1971). Formado por clarinete, fagote, trombone,
trompete, percussão violino e contrabaixo, o grupo proposto por Stravinsky veio
complementar o Ensemble Pierrot com a presença de dois instrumentos de metal e percussão,
além do contrabaixo, cujo repertório de tradição era totalmente distinto daquele clássico-
romântico proposto por Schoenberg.
Tais grupos abriram espaço para, a partir de formações heterogêneas, um novo enfoque no
equilíbrio dinâmico e possibilidades combinatórias de timbre extremamente distintos, o que
constitui atualmente um espaço aberto de experimentação de performance e criação musical.
É com base nestes modelos heterogêneos – os quais podem sempre ser expandidos, com a
presença da voz ou de instrumentos dedilhados como o violão, - e que estão na base de outras
duas obras chave do século XX, Le marteau sans maître (1954) de Pierre Boulez e Études
transcendantales (1982-85) de Brian Ferneyhough.
Importante observar que a presença de tais formações heterogêneas inspiraram ensembles
especializados em repertório de música atual como Ensemble InterContemporain (IRCAM-
Paris), Ensemble Modern (Freiburg), Musik Fabric (Köln), Ictus (Liège), L’itineraire (Paris),
Grupo Música Nova (UFRJ), Oficina Música Nova (UFMG), Camerata Aberta (Emesp-SP),
com espaço crescente de atuação nas mais importantes salas e séries de concertos no cenário
internacional.
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Tal experiência surge agora como base para um quarto momento de atividades relacionadas
ao projeto para o qual prevemos justamente ter o GruMa como espaço para repensar a
questão da situação de concerto, com realização e difusão da música contemporânea live-
streaming, com o novo desafio da prática musical coletiva em tempo e espaços remotos em
tempo diferido ou frente à latência dos sistemas de comunicação online.
É neste sentido que incorporamos para este novo projeto do grupo a prática mediada e
assistida por computador. Tal prática herdada do live-electronics dos anos 1990, também
implica na prática experimental de músicas com notações espaciais do tempo (notação não
medida) e notações abertas com proposições de improvisações. Tal aspecto tem sido
trabalhado tanto na versão do grupo em 2020 e 2021, face às imposições de distanciamento
devido à pandemia do Covid-19, como também na sua formação atual
Face a latência presente nas transmissões via streaming de dados, a ainda inadequação de
plataformas de webinars para atividades musicais, o tempo passa a ser um elemento
importante a ser trabalhado. Vale lembrar que a prática musical tradicional, de tempo estriado
(conforme definição de Pierre Boulez) implica na sincronicidade, o que torna a realização
musical em tempo real por streaming de dados impossível. No entanto, ao considerarmos o
chamado tempo liso, trabalhando com texturas sonoras contínuas e não medidas, voltamos a
poder contar com a prática em tempo real, visto o tratamento por texturas trabalhar com
aproximações as quais comportam o delay resultante de latência na transmissão de dados.
Durante o ano de 2020 e 21foi possível encontrar plataformas mais adequadas para a prática
musical remota, com o que temos trabalhado com maior constância com as plataformas
Sagora (desenvolvida pela Universidade Nacional de Quilmes, Argentina -
https://www.sagora.org/index-en.html) e Sonobus (https://sonobus.net/). Ambos são
aplicativos de áudio ponto-a-ponto que permitem prática musical e possuem dispositivos de
sincronia a partir de cálculo de latência, módulo de reverb e filtros para correção do sinal
recebido e permitem assim prática musical razoável com pequena latência mas em tempo
real.
Nesta nova proposta, as atividades do GruMa estarão em grande parte associadas às da
disciplina Laboratório de Criação e Performance Contemporânea (disciplina oferecida às
segundas-feiras, das 17h às 19h), com apresentações musicais dos resultados de estudo
realizadas em novembro de 2020 e junho e novembro de 2021, assim como novas
apresentações previstas para junho e novembro de 2022; bem como outras mostras ao longo
do semestre, mas sempre tendo objetivo formativo aos alunos, seja na experiência de trabalho
com novo repertório (e questões de técnicas implicadas nesta prática), seja na experiência de
difusão deste repertório em situações de concerto bastante distintas daquelas das práticas
tradicionais da música (concertos em espaços expositivos, uso de dispositivos eletroacústicos
de transformação e difusão de áudio, etc).
Mesmo em uma situação de mais controle da pandemia de Covid-19 que vivemos atualmente
o Gruma ainda reteve algumas práticas de atividades on-line e a utilização de certos
programas para manipulação sonora, pois nos parece que essas práticas vieram para ficar,
espacialmente se considerarmos o tipo de atividade que o Gruma desenvolve que é a pesquisa
de novas formas de execução e difusão da música de concerto.
A difusão de tais trabalhos acontece atualmente também em canal do Gruma e do Laboratório
de Criação e Performance Contemporânea no YouTube:
https://www.youtube.com/channel/UCBXaFLFgbJY-qKBSHykKlnA
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2. Finalidade e relevância, com bibliografia fundamental
Bibliografia como a citada abaixo darão suporte para as atividades do GruMa, pois oferecem
resultados de pesquisas sobre obras contemporâneas, estudos sobre técnica estendida e
compilação de obras bem como os novos paradigmas de realização e compreensão da prática
musical na atualidade.
3. Resultados anteriores
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Fapesp 2015/20579-9 PD Ledice Fernandes A permeabilidade entre três disciplinas artísticas
e a questão do gesto instrumental enquanto movimento coreográfico e signo teatral.
Fapesp 2015/20236-4 PD Sérgio Kafejian As técnicas estendidas e os novos paradigmas de
agenciamento do material sonoro
Fapesp 2019/03051-1 MS José Pereira Neto : A voz como pensamento maquínico na
composição musical.
Fapesp 2018/14790-7 MS Pedro Yugo Sano Mani A notação musical como representação de
solfejos
Fapesp 2020/02326-4 DR Gustavo Bonin Música e outras linguagens: por uma enunciação
musical tensiva e seus modos de contato.
Fapesp 2016/01610-5 IC Guilherme Ribeiro A técnica estendida enquanto matéria-prima da
criação musical.
Fapesp 2019/21881-1 Lucia Nogueira Esteves Instrumentação como novidade: Análises das
obras It's Gonna Rain e 2x5 do compositor Steve Reich.
Capes. Dr. Luzilei Aliel Sonoridade efêmera – um olhar crítico-artístico sobre a ontologia dos
materiais imprevistos e emergentes.
No último período, mesmo sob as imposições da Covid-19, foram realizadas obras de jovens
compositores do CMU, de compositores brasileiros e compositores referência para a música
pós 1970. O Gruma participou de forma remota e por envio de vídeo de diversos eventos
nacionais e internacionais com projetos colaborativos destacando-se:
1. trabalho aprovado para os congressos anuais da ANPPOM 2022,
Desde o segundo semestre de 2021 o compositor Gustavo Bonin vem realizando um trabalho
de criação coletiva com os bolsistas do GruMA na elaboração de uma obra que envolva a
interação com outras formas artísticas.
No que diz respeito ao estudo de repertório estão sendo trabalhados desde o segundo
semestre de 2021 as seguintes obras:
Les Moutons de Panurge de Fredrik Rzewski; Arteira de José Neto; Noctu de Kaija
Saariaho; Impro Livre de Geroge Ferreira; Suite em Mi menor de J. S. Bach em versão
para marimba, entre outras.
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3. colocar o aluno em contato com novos paradigmas de criação e escuta musical, com
novas propostas nos domínios harmônicos, rítmicos e texturais;
4. colocar o aluno instrumentista em contato com novas técnicas de performance
assistida por dispositivos eletrônicos e digitais (a prática do live-electronics e live-
streaming) tanto através de proposições práticas quanto do estudo conceitual relativo
ao tema;
5. preparar os alunos para novas situações de performance que prevejam a apresentação
em espaços alternativos, implicando uso da espacialidade de difusão instrumental e
tempo livre não medido (escrita e pensamento espacial do tempo musical);
6. oferecer aos alunos a possibilidade de trabalho colaborativo com compositores já
formados e que estejam desenvolvendo projetos de Pós-doutoramento, Pesquisador
Colaborador ou que esteja cursando o PPG-Música da USP;
7. abrir campo de trabalho e diálogo que permita ao aluno trânsito internacional
sobretudo em instituições conveniadas em projetos atuais ou futuros e que são
referências na prática musical contemporânea;
8. colocar o aluno em contato com as novas técnicas instrumentais, compreendidas no
que tem sido denominado como “extended techniques” e “expanded sonorities”
através de experiência com transformação de áudio em tempo real;
9. apresentar aos estudantes bases teóricas e conceituais necessárias à prática da nova
música;
10. colocar os alunos em contato com as mais variadas práticas instrumentais e práticas
históricas, com convite a instrumentistas com prática em música de culturas
tradicionais e historicamente fundadas.
O projeto visa assim a dar continuidade aos resultados obtidos pelo “Laboratório de Música
Contemporânea: Performance e Criação” e na disciplina “Performance e Criação
Contemporânea” ora oferecida no CMU-USP, de modo intensivo compreendendo atividades
de:
1. dois ensaios semanais (um deles em concomitância com as atividades da disciplina
Laboratório de Criação de Performance Contemporânea, segundas feiras das 17h às
20h e o outro em horários a serem definidos conforme formações de subgrupos)
compreendendo a volta das atividades presenciais.
2. encontros mensais de tutoria e orientação (presencial ou à distância conforme
determinações futuras da OMS),
3. encontro com instrumentistas brasileiros atuantes no domínio da chamada música
contemporânea ou música atual (em palestras virtuais ou presenciais);
4. estudos analíticos relativo a repertório contemporâneo, técnicas instrumentais, novos
aspectos da performance musical, tendo por base as características da Iniciação
Científica;
5. estímulo a projetos de mobilidade nacional e internacional.
Tendo em vista não apenas registro de resultados e processos, o projeto visa também
atividade de gravação com ensaios a serem realizados no âmbito de estúdio de gravação,
utilizando expertise e suporte atualmente disponíveis no CMU através do LAMI (Laboratório
de Música e Informática). Importante salientar que a experiência de estúdio é totalmente
diversa daquela de sala de concerto, visto aspectos como: (a) heterogeneidade da difusão
compreendida em cada instrumento musical, (b) situação de registro em que o microfone
opera destacado e transformando aspectos de sonoridade que não são facilmente notáveis em
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situação de sala de concerto, (c) especificidades de captação quando trabalhando com
técnicas instrumentais estendidas e novas sonoridades e live-streaming, (d) aspectos próprios
da gravação de material de obras realizadas em live-electronics com transformação de áudio
em tempo real (aspectos de captação/microfonação que compreendem problemas de
realimentação e de retorno).
O projeto será aberto à participação de alunos do curso de graduação em música da ECA-
USP bem como a colaboração de alunos e pesquisadores atuantes no Programa de Pós-
Graduação, compreendendo-se limitações impostas pelas políticas de bolsas de pesquisa das
agências de fomento (quando se tratar de participante já bolsista).
Objetivos artísticos e de difusão
Embora com ênfase principal em seus objetivos pedagógicos e formativos, o projeto também
tem importante foco na difusão musical da produção artística do CMU-USP e de
compositores brasileiros contemporâneos cujos trabalhos impliquem questões práticas de
inovação na prática musical e seus modos de difusão.
O espaço de concerto não é o único espaço atual de performance e difusão musical.
Experiências como as de ensaios abertos, ensaios guiados, oficinas com público leigo e
jovens, são internacionalmente divulgados e constituem novos modos de apresentação de
resultados de pesquisa no domínio da criação e performance. Neste sentido, destacamos que o
conteúdo de tais atividades implicam:
1. apresentação das novas técnicas instrumentais;
2. apresentação de obras musicais multiplataformas, presencial e digital;
3. oficinas abertas de criação e performance;
4. ensaios abertos em espaços de exposição e bibliotecas (que contemplem a
possibilidade de atividades musicais);
5. participação em eventos nacionais e internacionais voltados à música contemporânea
(bienais, festivais e outros eventos);
6. divulgação de resultados de trabalhos em eventos acadêmicos, como o congresso
anual da Anppom, com ênfase em participação no Grupo de trabalho Colaboração
Criação-Performance.
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Serão estimuladas neste caso as atividades colaborativas compositor-intérprete como
importante aspecto de formação e inovação.
Suporte técnico administrativo e orçamento:
O projeto visa assim contemplar alunos do curso de Graduação que possam desempenhar as
funções de:
• 10 instrumentistas bolsistas (compreendendo-se as possibilidades combinatórias do
Ensemble Pierrot, História de um Soldado e Marteau sans maitre). Obs: Embora tenhamos
chegado a resultados com apenas 8 bolsistas, em 2019, salientamos que o número não é
suficiente, pois os trabalhos que acabamos realizando contaram também com a colaboração
de outros estudantes não bolsistas.
• 1 técnico estagiário em registro áudio visual, edição digital e manutenção de página/blog
internet.
(As bolsas visam a permanência dos alunos no curso compreendidas as atividades de ensaio,
workshops/concertos, estudos individuais e desenvolvimento de projeto relativo a repertório)
Carga horária
estagiários músicos
(1) dois ensaios semanais de duas horas cada (sendo um deles em horário específico
relacionado à disciplina Laboratório de Criação Musical Contemporânea);
(2) uma hora semanal de estudo programado (conceitual e prático) orientado;
(3) duas horas semanais de estudo individual do repertório;
(4) dezesseis horas mensais para apresentações (concertos, workshops) e/ou gravações;
(5) uma hora semanal de orientação de projeto individual de pesquisa relativo a obra
específica do repertório contemporâneo.
total de 10 horas semanais
estagiários técnicos
(1) pesquisa em bibliotecas e outros arquivos para partituras e material bibliográfico;
(2) trabalho de produção: agendamento de concertos e atividades de extensão;
(3) edição de partituras;
(4) edição de material áudio visual em estúdio do LAMI;
(5) agendamento de salas para ensaios no CMU e espaços externos.
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4. sistema de captação e conversão analógico-digital para transmissão em live-
streaming.
5. espaço para edição de áudio, imagens, manutenção de página/blog e uploads;
6. disponibilidade de espaço no LAMI-CMU para atividades de ensaios orientados à
gravações e gravações;
7. o projeto também conta com suporte de equipamentos adquiridos em diversos
projetos Fapesp de bolsistas compositores e instrumentistas que tem atuado junto com
o grupo bem como pelo projeto Fapesp 2016/08036-2 coordenador pelo Prof. Silvio
Ferraz: 1 piano disklavier, equipamento de difusão e captação de áudio, computador
IMac, softwares de tratamento e difusão de áudio em tempo real (Max/Msp e Hoa),
conjunto de percussão de gongos chineses e tailandeses, conversor de sinal de áudio
analógico-digital.
BOCK, H.. New techniques for bass clarinet. Rotterdam: H.Bock. 1989.
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https://meet.jit.si/
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