DIDÁTICA DA MATEMÁTICA A Profa. Maria Lucia Panossian
KAUANE DOS SANTOS RODRIGUES
RESENHA
Vídeo: MATHIAS, Carlos. Matemática Humanista e BNCC: um encontro possível. Youtube,
18 de outro de 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=od4eIopM5wc. Acesso em: 22 de agosto de 2023.
O vídeo se inicia com o apresentador, Carlos Matias, mencionando que está
abordando o tema da Matemática Humanista e sua relação com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ele explica que a Matemática Humanista é uma filosofia da Matemática que surge como ocorrência à Matemática absolutista e se concentra em ver a Matemática como uma construção cultural. É discutido como essa filosofia difere das abordagens tradicionais e como ela impacta o ensino, aprendizagem, currículo e avaliação. É mencionado figuras importantes no desenvolvimento da filosofia humanista da Matemática, como Helbert Herz e Alvin White. Ele enfatiza que essa abordagem regular a Matemática como uma atividade humana, criada e compartilhada por grupos culturais ao longo do tempo. Destaca a importância da diversidade de práticas matemáticas e como isso influencia a maneira como ensinamos, aprendemos e avaliamos a matemática. O apresentador também fala sobre a perspectiva de ensino centrado no estudante, em que os alunos estão envolvidos na construção do conhecimento matemático. Ele contrasta essa abordagem com a visão tradicional de ensino, onde o professor desempenha um papel mais central e a matemática é vista como algo externo aos alunos. Também menciona sua intenção de explorar como a filosofia humanista da matemática se relaciona com a BNCC, especialmente em relação aos objetivos curriculares e à avaliação. É abordado a produção de materiais didáticos e sistemas educacionais baseados em competências e na BNCC no contexto brasileiro. Ele destaca que grupos extraídos de materiais didáticos e sistemas educacionais apostilados com foco na aplicação de testes. Menciona-se que havia uma grande expectativa em relação à BNCC, mas ressalta que ela foi alvo de críticas por não abordar questões críticas como a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a diversidade cultural. Também é discutido a quantidade de habilidades presentes na BNCC (1567 habilidades), o que leva à impossibilidade de serem todas abordadas em sala de aula. Ele ressalta que o sistema educacional brasileiro tem se concentrado nas avaliações em larga escala, transformando as escolas em palcos de treinamento para os testes, causando estresse e exaustão nos professores. Ele critica a falta de espaço para projetos, interdisciplinaridade e autonomia docente, enfatizando a necessidade de personalização e sensibilidade nas práticas educacionais. É apontado diferenças entre a abordagem da BNCC, que busca medir habilidades mensuráveis, e a abordagem da matemática humanista, que promove aprendizagens complexas e contextualizadas, estimula projetos e autorregulação dos estudantes. Ao final do vídeo, destaca-se a importância da abordagem da resolução de problemas na educação matemática e a necessidade de compensar a forma como os problemas são envolvidos na escola. Ele enfatiza que os problemas não devem ser vistos apenas como aplicações de conceitos matemáticos, mas sim como situações que propõem desequilíbrios, desafiam os alunos e os convidam a buscar aprendizagens significativas. O palestrante critica a abordagem tradicional em que os problemas são definidos de forma artificial e superficial, com o objetivo de jogar habilidades específicas ensinadas em sala de aula. Ele ressalta a importância de trazer complexidade para a sala de aula, fazendo com que os problemas sejam mais representativos da realidade e incentivem a reflexão crítica.