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CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA – 8º.

PERÍODO -
DIURNODISCIPLINA: A PRÁTICA DE AULA NA SALA DE AULA

Prof. Elder Morais

Maria Fernanda Vieira Costa


Luiz Gustavo Cordeiro Lima

Texto sobre os artigos apresentados em sala de aula:


 Educação Financeira e Educação Matemática Crítica na escola:
articulando conhecimentos no Ensino Médio
Acreditamos que a Educação Financeira ao ser trabalhada numa perspectiva
crítica, pode potencializar o ensino de Matemática nas escolas, pois além de
mobilizar vários conhecimentos matemáticos pode possibilitar discussões de
questões do cotidiano, além disso, pode favorecer o ensino numa perspectiva
interdisciplinar, nesse contexto buscamos analisar a implementação do
programa desenvolvido pela Estratégia Nacional de Educação Financeira
(ENEF) para o Ensino Médio nas escolas, bem como suas contribuições para o
desenvolvimento de cidadãos mais críticos frente a situações que envolvem
finanças e que exigem o conhecimento matemático.
Vivemos em uma sociedade capitalista que influencia mudanças frequentes no
mundo, sejam elas econômicas, sociais e culturais. As pessoas estão expostas
a propagandas, merchandisings que despertam o interesse pela aquisição de
bens materiais, compras e vendas, sempre alimentando a necessidade do ter. O
Brasil é um país com grande desigualdade social e economia instável, assim a
falta de planejamento econômico pode prejudicar o orçamento familiar.
Além disso, de acordo com Saito (2007), o extenso período de inflação
comprometeu a capacidade da população brasileira de planejamento
econômico-financeiro de longo prazo.
A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) é uma mobilização
multisetorial em torno da promoção de ações de educação financeira no Brasil
(ENEF, 2009) foi instituída pelo Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010 e
tem por objetivo promover a educação financeira e previdenciária e contribuir
para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro
nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores.
Para Britto (2012), a participação de bancos em iniciativas de projetos financeiros
precisa ser motivo de preocupação, pois, bancos não vendem sonhos e sim
produtos financeiros.
Para Losano (2013), não concordamos que a educação financeira deva ser
trabalhada apenas nas aulas de matemática. Consideramos, a Educação
Financeira numa perspectiva critica, ou seja, que favoreça uma educação em
que cada indivíduo-consumidor tome suas decisões e produza seus significados
em suas ações de consumo, buscando exercitar a criticidade. A Educação
Financeira através de uma perspectiva crítica, que considera que além de
aspectos econômicos, a Educação Financeira nas escolas precisa estar
preocupada com os contextos sociais, culturais e políticos que o tema pode
desenvolver.
A matemática surge a partir da necessidade que o homem encontra em seu dia-
a-dia e pode ser usada na resolução dos mais variados problemas, auxiliando
no processo de tomada de decisões, assim, seus conhecimentos precisam estar
voltados para a prática no cotidiano dos alunos, os quais estão inseridos em
contextos sociais, políticos, culturais e também econômicos.
De acordo Miranda (2012), na educação matemática há uma zona de conforto,
na qual os conteúdos matemáticos já vêm prontos para serem utilizados,
condicionando o ensino àqueles conteúdos, e o que é pior, alienando docentes
e futuros docentes a uma única metodologia de ensino, tradicional, baseada no
escute, leia, decore e repita.
 A Modelagem Matemática e a Educação Crítica
No âmbito da Educação Matemática e das aulas de Matemática discussões
sobre este papel da escola aparecem pautadas nos domínios da Educação
Matemática Crítica, sobre a qual Skovsmose (2001), destaca alguns interesses:
(1) preparar os alunos para o exercício consciente da cidadania;
(2) estabelecer a matemática como um instrumento para analisar características
críticas de relevância social;
(3) considerar os interesses dos alunos;
(4) considerar conflitos culturais e sociais nos quais a escolaridade se dá;
(5) refletir sobre a matemática e seus usos;
(6) estimular a comunicação em sala de aula, uma vez que as inter-relações
oferecem uma base para a vida democrática. Neste trabalho, com a expectativa
de atender interesses enunciados por Skovsmose para as aulas de Matemática.
Na Educação Matemática (EM) existem diversas tendências para o processo de
ensino e aprendizagem da matemática, dentre as quais se aborda, neste
trabalho, a Modelagem Matemática (MM). Essa escolha se deu devido à
quantidade ascendente de trabalhos publicados, como resultado de pesquisas e
produções científicas.
Silveira (2007), em Biembengut (2009) e em Araújo (2010). Esses pesquisadores
apresentam, por exemplo, a partir da realização de mapeamentos, os principais
focos de pesquisas em MM na EM brasileira, assim como um panorama das
atividades de MM desenvolvidas no Brasil.
Segundo Biembengut (2009), aplicações da Modelagem no ensino da
matemática no Brasil surgiram com base em ideias e trabalhos de Paulo Freire
e de Ubiratan D'Ambrosio, entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1980.
São pesquisadores que valorizam aspectos sociais em sala de aula.
Meyer, Caldeira e Malheiros (2011) sugerem um esquema que descreve o
processo de desenvolvimento das atividades de MM. Nesse processo,
inicialmente os estudantes podem discutir entre eles, com a mediação do
professor, sobre quais temas gostariam de trabalhar, podendo ser escolhido um
tema relativo a seus cotidianos, ou à realidade de alguma comunidade próxima,
ou talvez um tema polêmico que esteja em evidência e sendo discutido local,
regional ou nacionalmente.
 Conclusão
Diante a leitura dos artigos e a discussão em sala de aula, tivemos um grande
conhecimento sobre a educação financeira e a modelagem matemática
juntamente com a educação crítica. Como principal autor temos o Skovsmose,
que teve como objetivo a educação matemática crítica como parte de uma
tentativa democrática em uma sociedade altamente tecnológica.
Segundo Borba e Skovsmose (2008), o avanço da tecnologia permitiu que a
matemática adquirisse o poder de projetar a realidade, moldando o futuro. Cada
vez mais, os modelos matemáticos são utilizados como base para a tomada de
decisões. Sendo assim, a matemática tem um poder político e social cada vez
mais maior, embora não limitado. Em uma sociedade onde a matemática está
tão presente, é possível afirmar que o seu aprendizado tem um espaço
considerável na construção da cidadania.
Ao estudar um pouco mais afundo da Educação Critica segundo Skovsmose, ele
identifica três vertentes didático-pedagógicas predominantes: estruturalismo,
pragmatismo e orientação ao processo.
1) Estruturalismo: o conhecimento dos estudantes deve ser construído a
partir de estruturas e conteúdos definidos independentemente dos alunos.
Com relação à Matemática, sua estrutura conceitual constitui o currículo
que é linearmente repassado dos alunos.
2) Pragmatismo: entende-se que a essência da Matemática está em suas
aplicações, portanto, fora das estruturas matemáticas, sendo uma
vertente orientada de problemas.
3) Orientação ao processo: a essência da Matemática está nos processos
de pensamento, na capacidade da reinvenção. Compreendendo a
Matemática como uma atividade humana, valoriza os processos de
pensamento que conduzem aos conceitos matemáticos.
Diante de tal exposto vemos o quanto é grande a importância de se trabalhar a
educação crítica nas aulas de matemática, pois traz aos alunos uma visão
diferente e crítica de tudo ao seu redor, ajudando ainda na ampliação de normas
interdisciplinares, considerando que é um tema em que é aberta vários tipos de
discussões, com as mais variadas áreas do conhecimento.
Referências
SILVA, I.T. Educação Financeira e Educação Matemática Crítica na escola:
articulando
conhecimento no Ensino Médio.
ALMEIDA, L.M.W e SILVA, André. Por uma Educação Matemática Crítica: A
modelagem matemática como uma alternativa.
MESQUITA, N.M.. Modelagem Matemática: Abordagens na educação básica na
perspectiva da educação matemática crítica.

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