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Educação Matemática com as Escolas da Educação Básica: interfaces entre pesquisas e salas de aula

E AGORA, O QUE FAZER? TRABALHANDO A TOMADA DE


DECISÃO EM AMBIENTES DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA
ESCOLAR
Ivail Muniz Junior

Resumo
As pesquisas sobre Educação Financeira Escolar têm ganhado importância nos últimos anos no
Brasil e no Mundo, em especial para a Educação Matemática. Nessa área, tais pesquisas buscam
conectar a sala de aula de matemática com temas econômicos e financeiros, sendo a tomada de
decisão um dos mais importantes. O objetivo deste minicurso é discutir com os participantes a
tomada de decisão em situações econômico financeiras nas aulas de matemática. A partir de
concepções da Psicologia econômica, de Daniel Kahneman, Richard Thaler, dentre outros; da
perspectiva da Educação Financeira Escolar sob a ótica do convite à reflexão, da dualidade, da
conexão didática e da lente multidisciplinar, de Muniz, e do conceito de trocas intertemporais de
Eduardo Giannetti, abordaremos situações envolvendo planejamento financeiro e orçamento
doméstico, cultura da poupança, Investimentos, Previdência, consumismo e endividamento. O
minicurso abordará situações atuais, a partir de tarefas que têm sido aplicadas e testadas com
alunos de Ensino Fundamental e Médio, seguida de uma discussão sobre a geração de Ambientes
de Educação Financeira Escolar que propiciem uma aprendizagem crítica, cidadã, emancipatória
e libertadora.

Palavras-chave: Tomada de decisão, Ambientes de Educação Financeira Escolar; Matemática


Financeira; Psicologia Econômica.

1. Introdução
As pesquisas sobre Educação Financeira Escolar (EFE)1 têm ganhado
importância nos últimos anos no Brasil e no Mundo (OCDE, 2003; SAITO, 2008,
MOTTA & ROLIM 2014; BCB, 2014; XIAO, 2008; XU & ZIA, 2012; ATKINSON &
MESSY, 2013; APREA et al, 2016; MUNIZ, 2016a). Para a área de Educação
Matemática, tais pesquisas buscam, geralmente, conectar a sala de aula de matemática
com temas econômicos e financeiros, dentre eles os de natureza fiscal e tributária.
Apesar desse crescimento, os estudos específicos sobre a tomada de decisão em
Ambientes de Educação Financeira Escolar (AEFE)2 são poucos, conforme podemos ver

1
O termo Educação Financeira Escolar (EFE) foi apresentado por Silva e Powell em 2013, para delimitar que tipo de
educação financeira deveria se voltar para a escola, em especial, a sala de aula de matemática. Usamos esse termo
também nesse sentido, ainda que nossa concepção de EFE tenha algumas diferenças das apresentadas pelos autores,
conforme apresentado nesse parágrafo e ao longo do texto.
2
Usaremos o termo Ambientes de Educação Financeira Escolar (AEFE) para representar os momentos de interação
entre pessoas quando analisam situações econômico financeiras, em espaços escolares, visando ou envolvendo o ensino
aprendizagem, como também visando a pesquisa acadêmica, em especial a educacional. Assim ambiente não se refere
a lugares, a espaços escolares, a ambientes físicos e sim a momentos de interação. É para a atividade (Leontiev, 1984)
de produzir significados a partir das situações econômico financeiras abordadas que compõe cada tarefa, que fizemos
nossa análise. Reforçamos que as atividades ocorrem em AEFE, e são nesses ambientes que a tomada de decisão é
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em Campos (2013) e Muniz (2016a). Além disso, identificamos que os estudos da
Psicologia Econômica sobre tomada de decisão, incluindo as envolvendo trocas
intertemporais3, não costumam ser levados em consideração na fundamentação teórica e
nem na metodologia de análise nas pesquisas relacionadas com Educação Financeira
Escolar, sendo uma exceção o trabalho de Muniz (2016a).
Além da carência de estudos nessa área, os livros didáticos também não tratam
do assunto como deveriam, na medida em que praticamente não apresentam problemas,
exercícios, ou de uma maneira geral, tarefas que convidem os estudantes a pensarem a
tomada de decisão em situações financeiras (MATOS, 2019). Temos ainda que, apesar
dos documentos oficiais reguladores da Educação Básica, como os PCNs4, e a própria
BNCC, além da matriz do ENEM apontarem e recomendarem fortemente que se
desenvolva habilidades relacionadas à tomada de decisão, eles não dizem como e nem
quando se fazer isso.
Assim, o objetivo deste minicurso é discutir com os participantes a tomada de
decisão em situações econômico financeiras. A partir de concepções da psicologia
econômica, de Daniel Kahneman, Richard Thaler, dentre outros e da perspectiva da
Educação Financeira Escolar sob a ótica do convite à reflexão, da dualidade, da conexão
didática e da lente multidisciplinar, de Muniz, e da ideia envolvendo trocas intertemporais
de Giannetti, abordaremos situações envolvendo planejamento financeiro e orçamento
doméstico, cultura da poupança, Investimentos, Previdência, consumismo e
endividamento.

2. Educação Financeira Escolar


Alguns grupos em universidades brasileiras vêm desenvolvendo pesquisas,
encontros e congressos foram e continuam sendo realizados, sequencias didáticas e
diversas dissertações a nível de graduação e pós-graduação foram defendidas com foco

investigada. Não é a tomada de decisão na rua, no supermercado, nas lojas, nas concessionárias, ou em outros
momentos, mas sim a tomada de decisão por estudantes de ensino médio nos AEFE criados nos encontros.
3
Sinteticamente, as trocas intertemporais são escolhas dentre opções situadas em diferentes momentos no
tempo, que estão associadas a sacrifícios e benefícios. Usufruir de um benefício agora, para fazer um ou
mais sacrifícios depois, como por exemplo, comprar um pacote de viagens hoje para pagar depois em
algumas parcelas, é um dos muitos exemplos de trocas intertemporais. Essa noção vem da perspectiva de
Eduardo Giannetti (2005).
4
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs de Matemática enfatizam a participação crítica e a
autonomia dos alunos na construção da cidadania. Sinalizam “a importância do estabelecimento de
conexões da Matemática com os conteúdos relacionados aos Temas Transversais: Ética, Pluralidade
Cultural, Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Consumo, uma das marcas destes
parâmetros” (BRASIL, 1998).
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em Educação Financeira. De acordo com Rolim & Motta (2014), um crescente número
de trabalhos busca discutir situações econômico-financeiras na escola, especialmente
como tema transversal à Educação Matemática.
Neste contexto, a Educação Financeira Escolar (EFE) se constitui como um
conjunto de ações que convidam os estudantes à reflexão sobre situações econômicas,
financeiras e sociais, financeiras, a partir de diferentes lentes, estimulando que pensem
em suas ações diante do consumo, poupança, financiamentos e investimento, e avaliem
possíveis consequências de possíveis decisões tomadas, considerando tanto os aspectos
matemáticos envolvidos nessas situações, quanto os aspectos não matemáticos, tais como
classificados por Muniz (2016a) em aspectos financeiros, econômicos, culturais, sociais
e comportamentais.
Assim, na dinâmica desse processo de se educar financeiramente os estudantes,
temas como orçamento doméstico, planejamento financeiro, investimentos, inflação,
impostos, tributos, sustentabilidade e consumismo são discussões emergentes, com
muitas possibilidades dentro das aulas de matemática.
As situações econômico-financeiras devem ser abordadas a partir de atividades
que levem os estudantes à reflexão, de modo que avaliem o problema a partir de suas
experiências individuais e tomem suas próprias decisões. Assim, em nosso trabalho a
educação financeira é um convite à reflexão, com conexão didática (ou seja, há
intencionalidade de ensino no contexto da sala de aula de matemática), usando uma lente
multidisciplinar, e numa perspectiva dual em que a educação financeira e o ensino de
matemática se complementam mutuamente. Dessa forma, o objetivo não é estipular
regras no trato com o dinheiro ou determinar quais estratégias os educandos devem
utilizar perante tais situações, mas estimular o pensamento crítico, de modo que cada
indivíduo possa desenvolver sua capacidade argumentativa e suas próprias estratégias de
ação (MUNIZ, 2016b).

3. Tomada de decisão
Quando pensamos em tomada de decisão, sabemos que os indivíduos fazem isso
o tempo todo, tendo ou não consciência. São muitos os contextos em que os julgamentos
e escolhas acontecem, incluindo os de natureza pessoal, familiar, acadêmica e
profissional. Contudo, nem sempre parece que estamos no comando. Podemos ser
impulsivos ou reflexivos demais, deixando em alguns casos que a emoção nos guie e, em
outros, ficamos paralisados pela incerteza. Tomamos decisões importantes mobilizando
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nossa capacidade lógica, a partir de ferramentas analíticas, incluindo as que envolvem
Matemática, e em outros casos, tomamos uma decisão que nos agrada, quase que de forma
instantânea, perguntando como isso foi possível. Temos, portanto, um processo
complexo, que pode envolver a consciência ou não, conforme apontam Ferreira (2008);
Kahneman (2012), dentre outros.
Desta maneira, temos aspectos matemáticos e não matemáticos que podem ser
mobilizados na hora de tomarmos decisões. No contexto escolar, ao mesmo tempo que a
abordagem de conteúdos matemáticos tais como progressões aritméticas e geométricas,
porcentagem, proporcionalidade, funções exponenciais podem contribuir para a análise e
tomada de decisão em SEF, temos também que os aspectos comportamentais, culturais,
dentre outros, ou seja, não matemáticos, podem ser os determinantes nesse processo de
escolha.
Considerando tais aspectos não matemáticos, a Psicologia Econômica entra aqui
para nos ajudar a entender de forma mais ampla a tomada de decisão humana. Mas o que
essa área tem a ver com situações financeiras que aparentemente, parecem ser apenas
problemas de matemática financeira?
Os psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky, e a partir deles outros
pesquisadores, identificaram que os seres humanos, ao tomar decisões das mais variadas
e fazerem julgamentos sob incerteza, costumam utilizar alguns atalhos mentais
denominado como heurísticas5 e tendências (vieses) que levam os indivíduos a se
desviarem das decisões que seriam as tomadas segundo um processo exclusivamente
racional, ou seja, baseado exclusivamente na compreensão e utilização de toda
informação disponível e orientado à otimização dos resultados financeiros.
Um exemplo dos desvios que as pessoas sistematicamente tomam são os efeitos
de enquadramento. Os efeitos de enquadramento (KAHNEMAN, 2012) influenciam
nossas decisões de acordo com a semântica na qual as opções são apresentadas. Por
exemplo, apresentar um preço de tabela de mil reais com desconto à vista de 10%, ou a
alternativa de duas vezes “sem juros” de 500 reais costuma ser considerado mais atrativo,
do que apresentar o preço do mesmo produto como 900 à vista e um parcelamento em
duas vezes de 500 reais. As duas situações são equivalentes do ponto de vista econômico,
mas são enquadradas como diferentes pelos consumidores, incluindo alunos de Ensino

5
Nesse texto, a partir da perspectiva do psicólogo Daniel Kahneman, vamos considerar heurística como
sendo um procedimento simples que a ajuda a encontrar respostas adequadas, ainda que geralmente
imperfeitas, para perguntas difíceis. A palavra vem da mesma raiz de heureca. (Kahneman, 2012, p. 127)
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Médio. Em síntese, a forma como uma situação é apresentada pode interferir fortemente
na tomada de decisão das pessoas, ainda que as opções sejam financeiramente
equivalentes.
Assim, essa área nos forneceu possibilidades de compreensão de significados não
matemáticos produzidos pelos estudantes, referentes aos efeitos de formulação
(Kahneman, 2012, p.549) das opções de compra e sobre o que disseram sobre as taxas de
juros embutidas nas opções de compra, as quais são intencionalmente apresentadas como
benefícios e não como perdas aos consumidores.
Reforçamos, portanto, que o estudo do comportamento humano por pesquisadores
dessa área denominada Psicologia Econômica, aqui recortado e utilizado de forma bem
simples, é de fundamental importância para uma EFE que, de fato, trate das decisões
humanas como de fato elas costumam ser, ou seja, caracterizadas por processos
complexos, repletos de atalhos mentais, ora baseadas na consciência, ora não, que se
misturam com processos analíticos e deliberados, em que os aspectos matemáticos são
levados em consideração.
.
4. Tarefas – Alguns exemplos
Buscamos com as tarefas desse minicurso discutir a tomada de decisão nos
Ambientes de Educação Financeira Escolar. Chamamos de tarefa nesse texto qualquer
ferramenta de mediação para o ensino e aprendizagem de matemática, usada pelo professor para
demonstrar e ou construir interativamente ideias, predominantemente (mas não exclusivamente)
matemáticas, assim como para pedir aos alunos para fazerem algo (WATSON et al, 2013). Em
nosso caso especial cada tarefa é uma ferramenta de mediação composta de uma situação
econômico financeira a partir da qual são realizadas uma série de perguntas que convidam os
participantes a analisarem as SEF que envolvam predominantemente a tomada de decisão sob
diversos aspectos, dentre eles os aspectos matemáticos, financeiros, econômicos, sociais e
culturais, e de uma forma mais geral, os aspectos comportamentais (MUNIZ, 2016a).
Apresentaremos abaixo quatro tarefas, dentre um conjunto de sete tarefas que
serão discutidas no minicurso com os participantes.

Tarefa 1.
A inflação em um país foi de 8% em 2017 e de 10% em 2018. Os funcionários de uma empresa
receberam uma proposta de aumento de 18% para corrigir essas perdas. Você aceitaria essa
proposta? Ela realmente corrige as perdas acumuladas nos dois anos? Você apresentaria uma
contraproposta, e como argumentaria para defende-la?
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Tarefa 2.
Você tem duas possibilidades de fazer uma poupança.
Investir 200 reais por mês durante 20 anos
Investir 400 reais por mês durante 10 anos
Considere que o dinheiro renda 1% ao mês, rendendo sempre sobre o saldo acumulado da sua
poupança.
a) Qual a melhor decisão do seu ponto de vista? Justifique sua resposta.
b) O que isso tem a ver com a discussão atual (2019) sobre a reforma da previdência?

Tarefa 3.
Você precisa pagar o material didático que usará durante todo o ano letivo. O valor é de 1000
reais, e pode ser pago à vista com 10% de desconto ou parcelado em até cinco vezes sem juros,
no cartão ou no boleto bancário.
a) Qual a opção você escolheria, se as duas opções fossem possíveis para você?
b) Se porventura você não pudesse pagar à vista, mas pudesse pegar dinheiro emprestado
com alguém, qual seria a taxa máxima de juro que você aceitaria pagar?

Tarefa 4.6
Douglas é um estudante da 2ª série do Ensino Médio de um Colégio Estadual no Rio de
Janeiro. Ao assistir uma matéria no telejornal sobre a crise financeira no país, decidiu perguntar
aos pais quanto que gastavam com ele em um mês. Mesmo sem ter um emprego, ele pensou que
de alguma maneira poderia ajudar os pais com as despesas da casa. Os pais propuseram fazer um
orçamento com os valores dos gastos da família, somar tudo e depois dividir por cinco, pois
Douglas mora com os pais e dois irmãos menores de idade. No orçamento eles colocaram os
valores de alimentação, telefone, luz, plano de saúde, prestação do carro, cartão de crédito e
transporte e verificaram que a despesa total era de R$ 3.500,00. Ao fazer a divisão desse valor
pela quantidade dos membros da família, Douglas levou um susto, pois não fazia ideia de que
seus pais gastavam R$ 700,00 com ele por mês, aproximadamente. E você, sabe quanto custa por
mês? Utilize a tabela abaixo como referência e descubra quanto você custa por mês e depois
responda às questões:

Despesas
Descrição Valor
Alimentação
Luz

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Extraída de Santana (2019).
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Água
Telefone
Plano de saúde
Aluguel
Cartão de Crédito
Lazer
Educação
Transporte
Total

a) A partir dos dados que você preencheu, determine qual o custo mensal aproximado que a sua
família tem com você?

b) Em sua opinião, esse valor de custo individual é muito, pouco ou razoável? Justifique.

c) Se você pudesse ajudar a tua família na organização das despesas, o que mudaria?

d) Quais itens você tiraria ou acrescentaria na tabela a fim de melhorar o controle de gastos em
tua família?

5. Expectativas e considerações finais


Esse artigo apresentou uma proposta de um minicurso sobre tomada de decisão
em SEF na perspectiva da Educação Financeira Escolar, de Muniz (2016), em especial
aquela praticada a partir das muitas oportunidades que a sala de aula de matemática da
Educação Básica oferece, em especial no Ensino Médio. O minicurso será portanto um
convite à reflexão sobre atitudes e suas possíveis consequências.
Buscamos mostrar que as tarefas apresentadas permitem discutir a tomada de
decisão humana como ela realmente acontece: impregnada de aspectos matemáticos e não
matemáticos. Ou seja, assim como usamos aspectos matemáticos para comparar preços e
avaliar orçamentos, para nos ajudar a fazer nossas escolhas, também somos influenciados
ou levamos em consideração questões culturais e comportamentais na hora de tomar
decisão, ainda que em muitos casos nem tenhamos consciência disso. Assim, usaremos
uma lente multidisciplinar para fazer a leitura das SEF contidas nas tarefas.
A conexão didática será uma marca desse minicurso, à medida que discutiremos
conteúdos, formas, processos, objetivos, intenções, argumentos, significados produzidos
pelos estudantes, dentre outros aspectos do ensino e aprendizagem de matemática no
contexto da produção de Ambientes de Educação Financeira Escolar. A dualidade
também estará presente, no sentido de que o ensino de matemática e a educação financeira

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Educação Matemática com as Escolas da Educação Básica: interfaces entre pesquisas e salas de aula
são uma via de mão de dupla, que se realimentam dinamicamente para gerar
aprendizagens e habilidades de análise na hora de tomar decisões.
Nosso objetivo principal com esse minicurso é mostrar que a EFE pode ser um
excelente meio para convidarmos nossos alunos a pensarem sobre as SEF, analisando-as
sob diferentes perspectivas, incluindo as que envolvam aspectos matemáticos,
relacionando-as aos seus diferentes contextos e ampliando a chance de serem livres, nosso
objetivo maior, na busca por uma sociedade mais justa, mais próspera e menos desigual.

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