Resposta A Acusacao FEMINICIDIO

PROJUDI - Processo: 0022153-74.2017.8.16.0013 - Ref. mov. 87.
1 - Assinado digitalmente por Mauricio de Santa Cruz Arruda

26/10/2017: JUNTADA DE PETIÇÃO DE APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO E/OU DEFESA PRELIMINAR. Arq: Petição
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
A
Arruda
Osman de Santa Cruz Arruda - OAB/PR
Glaucio Antonio Pereira
Glaucio Antonio Pereira Filho
Pedro O. Gomes de Oliveira
– OAB/PR
– OAB/PR
OAB/ PR
4.242
27.218
35.229
45.563
Maurício de Santa Cruz Arruda - OAB/PR 28.225
Advogados Associados
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ84U FJAT3 A3KQS F5BKK

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO
JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER, COMARCA DE CURITIBA.
Autos n.º 0022153-74.2017.8.16.0013
ANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS,
já qualificada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa

Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, apresentar Resposta
à Acusação, na forma abaixo articulada:
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela

prática do delito de homicídio, previsto no artigo 121, § 2º inciso I, III, IV e VI,
§ 2º-A, inciso I, do Código Penal.
O suporte fático da imputação se resume na circunstância

que em data de 08 de setembro do corrente ano, no interior da residência
localizada na Rua João Reffo, 1330, em Santa Felicidade, nesta Capital, PR, o
acusado com evidente animus necandi, desferiu golpes de faca contra Joice
Mara Miranda Penteado, sua companheira, casando-lhe a morte.
Nada há que se discutir com referência a autoria e a

materialidade.
O acusado espontaneamente confessou que utilizando de

uma arma branca, desferiu golpes contra a vítima, a qual falece em decorrência,
conforme laudo do IML.
R: Carlos Augusto Cornelsen, nº 262, Bom Retiro CEP 80.520-560 PABX (041) 30760333 Curitiba - Paraná. 1
PROJUDI - Processo: 0022153-74.2017.8.16.0013 - Ref. mov. 87.1 - Assinado digitalmente por Mauricio de Santa Cruz Arruda
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Segundo notícias, o casal vinha convivendo durante alguns
meses, inclusive, ultimamente, sob o mesmo teto.
Neste lapso temporal a vítima Joice, revelando um

temperamento e caráter estranho ao que o acusado a conheceu, passou
continuamente a hostilizá-lo com inaceitáveis agressões verbais e, inclusive, de
práticas de ameaças físicas, sempre comparando-o em suas atitudes com seu ex-
marido de quem recentemente havia se separado.
Tais provocações insidiosas com comparações humilhantes

com seu ex-marido, inclusive subestimando-o no manto sexual sobre sua
virilidade, foram minando o íntimo do acusado a um clima inimaginável de
tortura mental exigindo-lhe o máximo de tolerância e paciência.
Na data do evento, agredido consciente e injustamente pela

vítima, que esbravejando disse-lhe em tom provocativo que momentos antes
estivera com o seu ex-marido e que o acusado se tratava de um frouxo, pois,
nem homem era e, ainda, que jamais poderia considerá-lo como o homem de sua
vida, pois, incompetente e inapto para formar uma família promissora.
Adentrou, assim, no âmago do domínio incontrolável do

acusado. Em rápidas lembranças pretéritas, o acusado programou com ela um
plano de vida, aceitando-a, inclusive, nas suas precárias condições de vida e
objetivando a construção de um lar sólido, consistente e com promessas de um
futuro promissor e feliz.
Aconteceu naquela trágica noite, que a vítima, relegando

todo um projeto de coexistência familiar com o mesmo, prosseguiu nesta
ocasião, com agressões verbais e imerecidas. O acusado, assim, ultrajado em sua
honra e dominado por uma emoção incontida, num assomo incontrolável de ira,
pela injustiça psicológica e gratuita praticada pela vítima, este, descontrolado e
inconsciente com o momento presente, inopinadamente, golpeou-a,
circunstância que se arrepende amargamente.
No momento, embora ultrajado anteriormente, inclusive,

muitas vezes em tom de deboche chamado por Joice pelo nome seu ex-marido,
Mario Lídio, e, ainda diante de inconfessáveis explicações de suas saídas às
sextas-feiras para encontrar-se com o mesmo, procurou relevar tais situações
para não conturbar a harmonia entre ambos, mesmo sentindo-se aviltado em sua
honra e dignidade.
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Diante disso tudo, está extremamente arrependido e disposto
a se penitenciar e desculpar-se perante a família da vítima.
Vale registrar que após o evento, o acusado, em estado de

desespero, sabendo que sua família se encontrava em Enseada, SC, para passar
uma semana de lazer, resolveu imediatamente se deslocar até lá para desabafar
com seu pai Samuel, o qual persuadiu-o, após acalmar-se, a se entregar perante
as autoridades policiais.
E assim, na máxima coincidência ali compareceu a

Autoridade Policial, e, que, sem qualquer contestação ou resistência, o mesmo
entregou-se pacificamente, sendo após encaminhado a esta Capital, sem
qualquer registro incidental, inclusive, dispensado do uso de algema.
Por outro lado, é importante frisar que o Auto de Prisão em

Flagrante, foi elaborado ao arrepio da Lei, circunstância esta reconhecida pelo
próprio Magistrado.
De, consequência, o MM Juiz “a quo” houve por bem em

decretar da prisão preventiva, “com o intuito de resguardar a ordem pública,
resguardar a aplicação da lei penal e a escorreita instrução penal, nos termos
do artigo 312 do CPP”.
Argumenta no decreto prisional que a motivação decorreu

por ciúme do ex-marido e em total descontrole veio a praticar o delito. Descarta
a possibilidade de tecer considerações sobre a gravidade do crime, enfatizando
que a constrição tem como escopo o designo de preservar os valores sociais
elevados de segurança e ordem pública, viabilizar a regular colheita das provas e
a incidência plena da ordem social.
En passant, vale considerar que a Ação Penal já está

instaurada, inexistindo nenhum óbice a regular colheita das provas e, também,
nenhuma ocorrência de incidência que pudesse perturbar a ordem social.
A defesa, por estes motivos e com todo respeito entende

como insuficiente os argumentos para a decretação da medida excepcional,
admitindo que os mesmos se esvaem na esfera da generalidade, e sem a
motivação necessária, pois não especifica em momento algum a premente
necessidade de mantê-lo na custódia cautelar.
A
Arruda
– OAB/PR
– OAB/PR
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Vale considerar que o acusado é primário, de excelentes
antecedentes criminais, de família conservadora e voltada ao trabalho, tanto
assim que o mesmo vinha exercendo suas atividades por muitos anos no setor de
importação e exportação, diga-se, de extrema responsabilidade, na Corretora de
Valores Dourada, com sede nesta Capital, nunca existindo qualquer mácula em
sua atuação, ao contrário, sempre respeitado pelos colegas e pela Direção da
Empresa.
Concluindo, a defesa, nesta oportunidade, pleiteia perante

Vossa Excelência, a reconsideração da medida extrema, constritiva de liberdade,
entendendo prejudicado os pressupostos fundamentais da prisão preventiva,
admitido sob o compromisso de comparecer a todos os atos do processo e dar
conta de suas atividades pessoais, pois que, violados pelo acusado tais
princípios, a medida se imporá a todo o momento.
Finalmente, pleiteia-se por todos os meios de provas em

direito permitidos, principalmente pela prova testemunhal abaixo arrolada:
ROL DE TESTEMUNHAS DE DEFESA
Informantes:
1- SAMUEL JOSÉ DE MEDEIROS, brasileiro, casado, RG nº 1.698.493-0 PR,

residente na Rua Alberto Pereira Jorge, 242, Seminário, Curitiba, PR.
2- ODETE KOTSAN DE MEDEIROS, brasileiro, casado, RG nº 1.698.493-0

PR, residente na Rua Alberto Pereira Jorge, 242, Seminário, Curitiba, PR.
Testemunhas:
1-IVONNE BRUNETTI, brasileia, casada, portadora do RG nº 225.716,

residente na Rua Major Alberto Pereira Jorge, 242, Seminário, Curitiba, PR.
2- PASTOR ALCEU ROBERTO BRAGA, brasileiro, residente na Rua

Maranhão, 1115, Água Verde, Curitiba, PR.
A
Arruda
– OAB/PR
– OAB/PR
OAB/ PR
4.242
27.218
35.229
45.563

3- ADRIANE KLEINA, brasileira, casada, RG nº 7.215.886-5 PR, residente na
Rua Clodomiro Avelleda, 65, Campina do Siqueira, Curitiba, PR.
4- FRANCISCO JOSÉ OLENKA, brasileiro, casado, RG nº 8.380.674-5 PR,

residente na Rua Major Alberto Pereira Jorge, nº 242, casa 04, Seminário,
Curitiba, PR.
5- RONALDO BRUNETTI DE FARIAS, brasileiro, casado, RG nº 2.084.577-5

PR, residente na Rua Major Alberto Pereira Jorge, 242, Seminário, Curitiba, PR.
6- JULIANA DE TAL, brasileira, solteira, residente nesta Capital, testemunha

imprescindível, que está sendo providenciado sua localização e endereço.
Termos em que,
Pede deferimento.
Curitiba, 26 de outubro de 2017.
OSMAN DE SANTA CRUZ ARRUDA

OAB/PR 4242
MAURICIO DE SANTA CRUZ ARRUDA

OAB/PR – 28.225

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ANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS,

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O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela

O suporte fático da imputação se resume na circunstância

Nada há que se discutir com referência a autoria e a

O acusado espontaneamente confessou que utilizando de

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Neste lapso temporal a vítima Joice, revelando um

Tais provocações insidiosas com comparações humilhantes

Na data do evento, agredido consciente e injustamente pela

Adentrou, assim, no âmago do domínio incontrolável do

Aconteceu naquela trágica noite, que a vítima, relegando

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Argumenta no decreto prisional que a motivação decorreu

En passant, vale considerar que a Ação Penal já está

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Concluindo, a defesa, nesta oportunidade, pleiteia perante

Finalmente, pleiteia-se por todos os meios de provas em

ROL DE TESTEMUNHAS DE DEFESA

1- SAMUEL JOSÉ DE MEDEIROS, brasileiro, casado, RG nº 1.698.493-0 PR,

2- ODETE KOTSAN DE MEDEIROS, brasileiro, casado, RG nº 1.698.493-0

1-IVONNE BRUNETTI, brasileia, casada, portadora do RG nº 225.716,

2- PASTOR ALCEU ROBERTO BRAGA, brasileiro, residente na Rua

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ84U FJAT3 A3KQS F5BKK

4- FRANCISCO JOSÉ OLENKA, brasileiro, casado, RG nº 8.380.674-5 PR,

5- RONALDO BRUNETTI DE FARIAS, brasileiro, casado, RG nº 2.084.577-5

6- JULIANA DE TAL, brasileira, solteira, residente nesta Capital, testemunha

Curitiba, 26 de outubro de 2017.

OSMAN DE SANTA CRUZ ARRUDA

MAURICIO DE SANTA CRUZ ARRUDA

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