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PROJUDI - Processo: 0022153-74.2017.8.16.0013 - Ref. mov. 222.

1 - Assinado digitalmente por Mauricio de Santa Cruz Arruda


23/01/2018: JUNTADA DE PETIÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
A
Arruda
Osman de Santa Cruz Arruda
Glaucio Antonio Pereira
Glaucio Antonio Pereira Filho
Pedro O. Gomes de Oliveira
OAB/PR 4.242
OAB/PR 27.218
OAB/PR 35.229
OAB/PR 45.563
Marcel Bento Amaral OAB/PR 64.851
Advogados Associados Maurício de Santa Cruz Arruda OAB/PR 28.225

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJYYE 5QK8L Y9HRR LJKDD


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO
JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER, COMARCA DE CURITIBA.

Autos n.º 0022153-74.2017.8.16.0013

ANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS,

já qualificada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa


Excelência, por meio de seus advogados que esta subscrevem, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS, na forma abaixo articulada:

R: Carlos Augusto Cornelsen, nº 262, Bom Retiro CEP 80.520-560 PABX (041) 30760333 Curitiba - Paraná. 1
PROJUDI - Processo: 0022153-74.2017.8.16.0013 - Ref. mov. 222.1 - Assinado digitalmente por Mauricio de Santa Cruz Arruda
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Glaucio Antonio Pereira
Glaucio Antonio Pereira Filho
Pedro O. Gomes de Oliveira
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DOS FATOS

O suporte fático da imputação se resume na circunstância


que em data de 08 de setembro do corrente ano, no interior da residência
localizada na Rua João Reffo, 1330, em Santa Felicidade, nesta Capital, PR, o
acusado com evidente animus necandi, desferiu golpes de faca contra Joice
Mara Miranda Penteado, sua companheira, causando-lhe a morte.

DA IMPUTAÇÃO

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público pela


prática do delito de homicídio, previsto no artigo 121, § 2º inciso I, III, IV e VI,
§ 2º-A, inciso I, do Código Penal.

DAS ALEGAÇÕES DA DEFESA

Nada há que se discutir com referência a autoria e a


materialidade.

O acusado espontaneamente confessou que se utilizando de


uma arma branca, desferiu golpes contra a vítima, causando-lhe ferimentos e
consequente morte, tudo conforme descreve o laudo de exame de necropsia.

Segundo a instrução criminal, o casal vinha convivendo


durante alguns meses, sob o mesmo teto, tudo no sentido de se estabelecer uma
união estável. Ele, solteiro e, ela, separada do sr. Mario Lídio.

Neste interregno a vítima Joice, veio revelar um


temperamento e um estranho caráter, passando continuamente a hostilizar o
acusado com inaceitáveis agressões verbais e, inclusive, de práticas de ameaças
físicas, sempre comparando-o em suas atitudes com seu ex-marido de quem
recentemente havia se separado.

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Tais provocações insidiosas com comparações humilhantes
com seu ex-marido, inclusive, subestimando-o no manto sexual sobre sua
virilidade, foram minando o íntimo do acusado a um clima inimaginável de
tortura mental, exigindo-lhe o máximo de tolerância e paciência.

Na data do evento, agredido consciente e injustamente pela


vítima, que esbravejando disse-lhe em tom provocativo que momentos antes
estivera com o seu ex-marido e que o acusado se tratava de um frouxo, pois,
nem homem era e, ainda, que jamais poderia considerá-lo como o homem de sua
vida, pois, incompetente e inapto para formar uma família promissora.

Adentrou assim, propositalmente, com tais reprovações


agressivas atingindo o âmago do acusado. Em rápidas lembranças pretéritas, este
programou com ela um plano de vida, aceitando-a, inclusive, nas suas precárias
condições de vida e objetivando a construção de um lar sólido, consistente e
com promessas de um futuro promissor e feliz.

Aconteceu, naquela trágica noite que a vítima, relegando


todo um projeto familiar de coexistência com o mesmo, prosseguiu nesta
ocasião, com agressões verbais e físicas imerecidas. O acusado, assim, sentindo-
se ultrajado em sua honra e dominado por uma emoção incontida, num assomo
psicologicamente incontrolável, defendeu-se.

No momento, embora ultrajado anteriormente, inclusive,


muitas vezes em tom de deboche chamado por Joice pelo nome seu ex-marido,
Mario Lídio, e, ainda, diante de inconfessáveis explicações de suas saídas às
sextas-feiras para encontrar-se com o mesmo, procurou relevar tais situações
para não conturbar a harmonia entre ambos, mesmo sentindo-se aviltado em sua
honra e dignidade.

O acusado diante desta fatalidade vem sofrendo


intensamente, se encontrando extremamente arrependido, disposto a se
penitenciar e desculpar-se perante a família da vítima.

DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Em data de 01.12.2017 foi realizada a audiência de


instrução e julgamento, quando foram ouvidas (06) seis testemunhas de
acusação, (06) seis testemunhas de defesa e interrogado o acusado.
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Destaca-se que inexistem testemunhas presenciais ao dia do
fato.

Do contexto probatório ficou claro que o acusado logo após


o ocorrido, saiu de sua residência, ligou para seu amigo do trabalho José Alberto
Fernandes de Oliveira noticiando os fatos e se dirigiu para o local onde se
encontrava o seu pai Samuel, em São Francisco do Sul, Praia de Enseada, Santa
Catarina, ocasião em que procurado pela Autoridade Policial e se entregou
espontaneamente, sem qualquer resistência.

Das testemunhas de acusação verifica-se que José Alberto


informou “Que nunca viu discussão entre eles. Que não parecia que eles
brigavam, inclusive ele a chamava de 'meu amor', e os dois pareciam
adolescentes. Que a menina também se dava muito bem com ele, e estava
sempre junto com ele. Que eles pareciam bem apaixonados.”...

Já a esposa do José, Valquiria, disse “que nenhum deles


nunca demonstrou ciúmes exagerados. Que André já reclamara de ciúmes do ex-
marido dela. Que ele achava que Lidio ligava muito para a vítima por causa da
menina. Que ele nunca relatou nenhum fato específico, como de Joice ter saído
com o ex-marido sem ele. Que ele nunca relatou que precisou sair de casa para
que Lidio pudesse ficar com Joice. Que André nunca demonstrou ser agressivo.”

O ex-marido da vítima, Mario Lídio Vodonis, disse


resumidamente que não presenciou os fatos, “Que estavam separados havia
aproximadamente nove meses; ...Que ela arrumou esse namorado, e quando eles
decidiram morar juntos, o declarante ajudou a levar a mudança dela para a casa
deles. ...Que inclusive, tratava André bem para que ele tratasse bem sua filha.
Que nunca se sentiu intimidado por André.

Os policiais Manoel e Leonardo narraram o local do crime e


descreveram o que viram após os fatos.

Por outro lado à irmã da vítima, Vilcemara disse “Que ela


(vítima) estava envolvida com André havia quatro meses. Que não fazia nem um
mês que eles estavam morando juntos. Que vira André duas vezes, mas nunca
chegou a falar com ele. Que sua irmã nunca reclamou de atitudes violentas de
André ou mostrou sinais de que tivesse algo errado em casa. Que nunca chegou
a conversar com ela sobre o envolvimento dela com ele.”
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Das testemunhas de defesa, tanto pai do acusado como sua
mãe foram taxativos ao afirmar a boa educação que o acusado teve durante
todos estes anos, não se tratando de uma pessoa violenta, agressiva, e que pelo
contrário sempre foi solicito, atencioso e muito prestativo, não sendo capaz de
fazer mal a ninguém, sendo o ocorrido algo surpreendente.

Pelo depoimento do pai, Sr. Samuel verifica-se “que no dia


dos fatos, estava em São Francisco do Sul, na praia de Enseada. Que foi passar
uns dias lá, pois era feriado. Que sua esposa ligou para o telefone de sua filha
dizendo que tinha policiais na casa da família e que tinha acontecido uma
tragédia. Que ela passou o telefone para os policiais, que lhe perguntaram se
André estava consigo. Que até então, André não tinha chegado. Que depois, o
policial lhe narrou que isso tinha acontecido, que André tinha feito a tragédia
com a moça, e perguntou se o declarante estava sabendo. Que o policial lhe
disse que André provavelmente logo chegaria até o declarante. Que enquanto
estava falando com o policial, André chegou, chorando muito e dizendo que
tinha feito uma bobagem. Que perguntou o que ele tinha feito e ele lhe relatou o
que tinha acontecido. Que ele disse que ficou muito nervoso, que ela o ofendera
e destratara muito, que lhe subira o sangue, ele não aguentara e fizera essa
bobagem. Que ele disse que estava muito arrependido do que fizera. Que ele
disse que iria se entregar e que fora até lá somente para abraçar o declarante.
Que o policial ao telefone lhe disse que a polícia de Santa Catarina estava
chegando ao local. Que respondeu que estariam aguardando a polícia e que
André não sairia dali. Que André disse que só cometeu o crime porque ela o
xingara, destratara e humilhara muito, dizendo que o ex-marido era melhor que
ele, e afirmou que foi um caso isolado, uma tragédia, o que aconteceu. Que
quando a polícia chegou, ele entrou na viatura, e não foi necessário o uso de
algemas. Que ele ficou na DHPP. Que André sempre foi uma pessoa bem-
educada. Que ele é bem relacionado. Que ele teve um relacionamento antes e
uns três meses depois ele conheceu Joice. Que no início do relacionamento com
Joice, parecia estar indo bem, mas quando souberam que ela tivera um outro
relacionamento e que eles se comunicavam, não gostaram disso. Que tentaram
abrir os olhos dele várias vezes para o fato de que não daria certo, uma vez que
ela tinha relação com esse ex-marido. Que uma vez ela foi a sua casa, e quando
tocava o telefone, ela ia atender e era ele, perguntando dela. Que André não
gostava disso e ficava muito revoltado. Que ela também ficava brava com ele.
Que estavam prevendo que o relacionamento não daria certo por causa dessa
relação que ela tinha com o ex-marido, e tentaram abrir os olhos dele. Que às
vezes, ela ficava revoltada com André porque ele não a deixava atender
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telefonemas do ex-marido. Que tudo isso foi dificultando a relação deles. Que
antes, eles moravam em uma casa que era de Lidio, e André era sempre
humilhado quando ele ia lá, dizendo que a casa dele, e questionava por que
André jogava tocos de cigarro no chão, sendo que nem o cachorro dele fazia
isso. Que de tanta humilhação que sofreu, André alugou uma casa, comprou
móveis e se mudou para lá com ela, para tentar refazer uma nova vida, uma nova
relação. Que não deu certo. Que foi lá com sua esposa pela última vez no dia 06
de setembro, e se decepcionaram com a casa, com a maneira que ele estava
vivendo. Que tentaram abrir os olhos dele. Que ele conheceu outros amigos que
não tinham nada a ver com os amigos que ele tinha quando morava consigo.
Que Joice tinha uma filha, mas nem sabiam se era desse tal de Lidio. Que André
gostava muito da menina. Que a tratava como se fosse filha dele. Que era uma
relação que não tinha futuro. Que já previam que não tinha futuro pela relação e
pelo que ela dizia para ele quando recebia ligação desse Lidio. Que ficaram
muito decepcionados com essa relação dos dois”.

As demais testemunhas de defesa abonaram a conduta do


acusado, dizendo que já o conhecem a muitos anos e que não se trata de pessoa
agressiva, tendo inclusive testemunhado uma antiga namorada do acusado que
relatou o seu caráter não agressivo e que se trata de uma pessoa de bem.

Do Interrogatório do acusado.

O acusado em Juízo disse o seguinte:

“que tinha parado de usar cocaína aproximadamente um mês antes dos fatos.
Que conheceu Joice em maio, e conversaram pelo WhatsApp, sendo que disse a
ela que tinha acabado de sair de um relacionamento, e ela lhe disse que tinha
saído do casamento com Lidio havia um ano. Que no final de maio,
conheceram-se pessoalmente, tendo ido jantar com a filha dela em um
restaurante. Que mesmo antes de se conhecerem, chamavam um ao outro de
'amor' no WhatsApp. Que naquela noite, dormiu na casa dela. Que no dia
seguinte, já foi morar com ela. Que continuaram a relação. Que o ex-marido dela
sempre ligava para ela. Que ela lhe falava que quando ela estava sozinha, ele
não ia atrás dela, mas quando descobria que ela estava com alguém, ele
começava a perturbar a vida dela. Que ela sempre deixou isso claro para si. Que
ela disse que era passado e que ela estava decidida, então continuaram a relação.
Que um dia, viu que ela estava estranha e lhe perguntou o que estava
acontecendo. Que ela disse que mentira quando lhe dissera que fazia um ano que
não estava mais com o ex-marido, e que quando tinha saído consigo pela
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primeira vez, fazia uma semana que não tinha mais contato com ele. Que não
ficou bravo. Que ela disse que ele ficava ligando para ela, que ele não a deixava
em paz, e que ele colocava a filha de ambos como pretexto para saber de sua
vida. Que a casa em que estavam morando era dele. Que ele não gostava da
presença do declarante na casa dele. Que uma vez, ele quis brigar consigo,
porque o declarante fumava. Que no final do primeiro mês, saiu com Joice e ela
lhe disse que estava muito confusa e que queria que ele pegasse suas coisas e
saísse da casa dela. Que aceitou e saiu, chorando muito. Que voltou para a casa
de seus pais. Que isso foi num sábado. Que Helena não queria que o declarante
saísse de casa. Que no domingo depois do almoço, Joice lhe telefonou. Que se
encontraram e ela lhe contou que quando o declarante saiu da casa dela, ela foi
até a casa de Lidio e passou a noite com ele, sendo que percebeu que ele não
mudaria e decidiu ficar consigo. Que na mesma hora, concordou e voltaram.
Que levou suas coisas novamente para a casa dela. Que no final do segundo
mês, a história voltou a se repetir. Que o ex-marido dela mandava mensagens
todo dia, e chegou a mandar um vídeo do pai dela bêbado, pois o pai dela
morava com ele. Que no final do segundo mês, ela disse que tinha que voltar
para ele por causa da situação de seu pai. Que ela disse que não queria lhe dar
falsas esperanças e que queria ficar com ele. Que mais uma vez, despediu-se da
filha dela e foi embora. Que sempre respeitava quando ela lhe mandava sair da
casa dela. Que ela fez a mesma coisa. Que isso foi numa sexta-feira e ela lhe
telefonou no dia seguinte, dizendo que o homem que ela queria não era Lidio,
mas o declarante. Que foram três vezes assim. Que sempre voltava. Que Lidio
ligava embriagado chamando-a de amor. Que na terceira vez em que aconteceu,
decidiu que tinha que se amar e ter seu brio também. Que saiu mais uma vez da
casa dela, decidido a não aturar mais essa incerteza dela, mas a amava muito.
Que depois disso, ela fez uma chamada de vídeo para o declarante, sendo que
durante essa chamada, estava na casa de Lidio. Que se encontraram e novamente
ela lhe disse as mesmas coisas da vez anterior, chamando Lidio de porco e
dizendo que ele não servia para ela, inclusive. Que ela chegou a pedir de joelhos
para voltarem. Que se reconciliaram ali mesmo. Que deu só uma condição para
que voltassem, que foi que saíssem da casa onde ela estava morando, que era do
ex-marido dela. Que disse que jamais negaria que ele buscasse a filha deles. Que
alugou uma casa de uma amiga e comprou alguns móveis. Que Lidio ia buscar a
filha e parava o carro em frente ao terreno. Que chegou a conversar com ele
algumas vezes. Que muitas vezes, Joice continuou chamando o ex-marido de
amor na sua frente. Que às vezes, quando saíam para passear, ela o chamava de
Lidio. Que isso aconteceu várias vezes. Que mudaram-se para a nova casa. Que
deixava seu carro, que era mais confortável, com ela, para ela levar Helena à
creche, e usava o carro dela para ir trabalhar.Que sempre a deixava fazer as
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coisas dela, nunca a impediu de fazer as coisas. Que no dia 07 de setembro,
saíram com uma amiga de Joice e Helena, e foram ao parque Barigui. Que falou
alguma coisa engraçada, ela riu, beijou-o e disse 'Lidio, eu te amo muito'. Que
pediu para ela parar de chamá-lo de Lidio. Que ela ficou chateada consigo e
disse que sempre diziam a ela que o declarante nunca cresceria. Que como não
tinha mais clima, voltaram para casa. Que chegaram e conversaram
tranquilamente. Que ela reclamou pois Lidio ficava ligando. Que dormiram na
mesma cama, sem discussão nenhuma. Que o dia seguinte também foi feriado,
mas trabalhou. Que de madrugada, Helena tinha tossido e espirrado muito. Que
foi trabalhar, sendo que chegou ao trabalho por volta de 10h, mas ficou muito
preocupado com Helena. Que disse a seu gerente que precisaria levá-la ao
médico e voltou para casa. Que ligou para um amigo de nome Adriano e pediu
que ele fosse até a casa e conversasse com Joice. Que ele foi, e quando o
declarante chegou ele já estava lá. Que ele ficou um bom tempo na casa. Que
então ele foi trabalhar. Que o declarante e Joice não estavam se tratando com
tanto amor, por causa do que tinha acontecido, mas não estavam se destratando
nem nada do tipo. Que decidiu levar o carro de Joice para lavar próximo à casa.
Que quando voltou, viu o carro de Mario Lidio. Que achou normal, e que ele
tinha ido buscar Helena. Que pelo que viu, a relação entre eles parecia um pouco
íntima demais para o momento, com abraços. Que Helena estava brincando do
lado. Que se aproximou, achando estranho, e eles nem se importaram,
continuaram. Que quando ela viu que o declarante estava chegando, entrou. Que
cumprimentou Lidio, e ele levou a filha embora. Que quando entrou em casa,
perguntou o que estava acontecendo. Que não sabe o que aconteceu, o que ele
falou para ela ou se eles tinham discutido. Que ela perguntou o que o declarante
estava fazendo ali e disse para não chamá-la de amor pois não era seu amor. Que
foi uma agressão que não esperava. Que ficou nervoso. Que perguntou o que
tinha feito. Que ela disse que ia ligar para a mãe e que não o queria ali. Que não
tinha feito nada a ela. Que obedeceu, mais uma vez. Que saiu. Que fumou um
cigarro e chorou muito. Que quando voltou para dentro de casa, ela ouviu e lhe
disse que já estava arrumando suas coisas para que fosse embora, e disse para
sumir dali.Que ela estava no quarto. Que estava indo em direção ao quarto e
pegou uma faca que usavam para apertar parafusos do guarda-roupas. Que
entrou no quarto e ela começou a jogar suas coisas, suas roupas e calçados, em
sua direção. Que ela estava com uma faca na mão direita e jogando as coisas
com a esquerda. Que disse que iria embora. Que ela o xingou, usando palavras
de baixo calão, e chamou-o de corno. Que ela disse que o declarante não era um
por cento do homem que o ex-marido dela era, e que o declarante não era capaz
de satisfazê-la sexualmente como ele fazia. Que levantou as mãos e pediu para
ela parar. Que ela foi para cima de si com a faca. Que pegou a faca da mão dela
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e acabou desferindo os golpes. Que quando ela caiu, ela ainda continuou a
ofendê-lo. Que o primeiro golpe que desferiu foi no pescoço. Que foi com a
ponta da faca, mas meio que passou. Que depois, viu que ela estava ali. Que foi
correndo até a cozinha. Que tirou a camiseta para colocar no pescoço dela. Que
ela não caiu no primeiro golpe. Que ela colocou a mão no ferimento e continuou
xingando-o. Que pediu que ela parasse. Que no segundo golpe, ela caiu. Que
enquanto ela não parou de xingá-lo, não parou de golpeá-la. Que colocou a
camiseta sobre o pescoço dela, pegou o pulso dela e disse que a salvaria. Que
pediu para ela acordar. Que queria tirar aquele sangue do corpo. Que tomou
banho e pegou as coisas. Que isso foi próximo às 17h. Que viu na hora que ela
tinha morrido. Que não é médico, mas pegou o pulso dela e a chacoalhou. Que
após o banho, pegou as coisas que ela tinha jogado contra si, alguns tênis, e foi
embora. Que ligou para seu amigo quando estava próximo a Santa Catarina. Que
pegou um congestionamento muito grande. Que quando saiu da casa, foi até o
lava-car buscar o carro. Que mandou mensagem para Lidio por volta de 18h.
Que ele estava lhe mandando mensagens e lhe telefonando. Que fez isso apenas
para ele não chegar com Helena e se deparar com aquela cena. Que enquanto
estava indo para Santa Catarina, ligou para seu amigo. Que não foi até lá para
fugir. Que foi apenas explicar a seu pai o que tinha ocorrido e se entregar. Que
se entregou lá mesmo. Que a polícia militar catarinense o tratou muito bem, mas
os policiais civis do Paraná o ameaçaram. Que não ofereceu nenhuma resistência
à prisão. Que tentou explicar o que aconteceu. Que eles o ameaçaram desde o
momento em que chegaram. Que lhe perguntaram se não tinha vergonha do que
tinha feito, pois aquilo não era uma cena de crime, era uma cena de tragédia, de
filme de terror. Que explicou o que tinha acontecido da mesma forma que
durante a audiência, mas os policiais não acreditaram pela forma que o local
estava e lhe disseram o que falaria em seu depoimento. Que não se recorda de
todo o seu depoimento. Que quando chegou à DHPP, a escrivã o olhava com
uma cara de revolta e ódio. Que depois que lhe disseram o que tinha que falar, o
filmaram. Que ficou com tanto medo de que se não fizesse o que mandaram, sua
situação pioraria muito. Que lhe perguntaram se usara drogas, e disse que fazia
um mês que tinha parado. Que falou o que realmente tinha acontecido. Que a
versão que apresentou na delegacia não é verdade, pois foi coagido. Que eles lhe
diziam que se não falasse aquilo, sua situação, que já estava ruim, pioraria
muito. Que os investigadores iam até o lugar em que ficou preso durante a noite
e o chamavam de matador de mulher. Que foi deixado sem almoço. Que isso foi
depois de seu interrogatório. Que seu advogado ia lá e o declarante tentava
explicar para ele, mas não tinha como porque ficava um policial civil bem do
lado dele. Que sempre foi um rapaz idôneo e nunca tocou num fio de cabelo de
uma mulher. Que foi criado numa religião evangélica. Que se arrepende de tudo
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o que fez, dessa tragédia que aconteceu. Que tem muita saudade de Helena. Que
infelizmente fez isso. Que aquele seu depoimento era de um André pressionado
e amedrontado. Que nenhum juiz ou promotor o ameaçou. Que esteve em uma
audiência de custódia. Que foi questionado quanto a ter sofrido ameaças no
momento de seu interrogatório em sede policial. Que respondeu que não, pois
depois voltaria para lá, e ficou coagido. Que falou que não tinham lhe batido.
Que o juiz apenas lhe perguntou se algum policial lhe bateu. Que nega ter dado
golpes na vítima quando ela estava no chão. Que não se recorda quantos golpes
deu. Que não se recorda do jeito que matou sua própria esposa. Que se não se
engana, foram de cindo a seis facadas. Que foram no pescoço. Que não se
recorda se teve no peito ou em outros lugares. Que se recorda de golpes no
pescoço. Que realmente, teve um golpe no glúteo. Que não se recorda porque foi
dado esse golpe no glúteo. Que estava na hora da raiva e do desespero, sendo
xingado e humilhado. Que estava sob o efeito da raiva por tudo que fizera por
ela, pela filha dela, até mesmo pelos amigos dela. Que fez muita coisa, mais do
que o ex-marido dela. Que pelo menos, soube tratá-la com educação, nunca
jogou panelas nela, nunca chegou bêbado em casa, ameaçando-a. Que deu
facadas nela no dia do crime”

Assim, encerrou-se a primeira fase do rito escalonado do


Tribunal do Júri.

DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

Pelo contexto probatório cabe à defesa argumentar sobre a


absolvição sumária, tendo em vista a tese noticiada no interrogatório do acusado
de que no momento do fato delituoso, a vítima investiu contra o mesmo, não
somente com palavras, mas, também, fisicamente, empunhando uma faca e
levando-o naquele momento a utilizar-se dos meios necessários para neutralizá-
la e defender-se.

Neste sentido orienta a jurisprudência pátria.

HOMICÍDIO - DENÚNCIA - COMPROVAÇÃO DE QUE


O ACUSADO AGIU EM LEGÍTIMA DEFESA -
DESPRONÚNCIA. Demonstrado nos autos que o réu
agiu em legítima defesa, há que se proceder à sua
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absolvição sumária. (Processo 1.0000.00.228363-8/001 -
JOSÉ ANTONINO BAÍA BORGES). TJMG.

Neste sentido, na busca da verdade real, o quadro que se


apresenta com referência a motivação e o desfecho fatídico se encontra descalço
de elementos probatórios a levar o acusado para o e. Tribunal do Júri. Bom
lembrar que o fato em si é daqueles ocorrido no interior de uma residência, sem
testemunhas, prevalecendo assim no princípio da valoração das provas, na
devida observação da versão do acusado.

Neste sentido colaciona-se abaixo o seguinte julgado:


“Às palavras do réu deve ser dado um crédito se, na
ausência de testemunhas visuais do fato, nenhuma outra
prova existe nos autos que contrarie” (TJMT – AC – Rel.
Míltom Figueiredo Ferreira Mendes – RT 452/440).

Ademais vale registrar que o acusado é primário, de


excelentes antecedentes, sem quaisquer registros de crime, mormente desta
natureza e, pelo contrário, sua ex-convivente Adriane Kleina, em Juízo (mov.
180.24), teceu elogiosos comentários sobre a sua índole tida como socialmente
fidalga e exemplar.

Concluindo, a defesa entende como imperativa a absolvição


sumária do acusado, vez que comprovada a excludente criminal tipificada no
artigo 25 do Código Penal.

DA DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO

O Ministério Público em suas alegações finais, tanto quanto


a defesa admitem a comprovação da autoria e da materialidade.

Ao admitir a convalidação das qualificadoras arguidas na


denúncia, quais sejam: motivo torpe, emprego de meio cruel, de recurso que
dificultou a defesa da vítima e, por derradeiro, feminicídio (caracterizado pela
violência doméstica e familiar), traça um verdadeiro “pot-pourri” judicial,
visando o ajustamento de uma tipificação criminal delirantemente severa e de
extrema desproporcionalidade.
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Diante deste emaranhado interpretativo de qualificadoras
vale tecer as seguintes considerações:

1- Da qualificadora do motivo torpe.

Segundo a doutrina, torpe significa desonesto, vergonhoso.


Torpe é relacionado como motivo para várias coisas, como crimes, homicídios,
suicídios. Torpe é algo nojento, indecente, infame e impudico.

Torpe também pode ser considerado ignóbil, que


significa algo ou alguém desprezível, vil, repugnante ou insignificante.

Assim, diante do presente caso, verifica-se a inexistência


deste sentimento, desta elementar a considerar que o crime foi praticado com
torpeza.

Matar alguém, por si só, é um crime tipificado em nosso


ordenamento jurídico e que admite excludentes de ilicitude, escusas, quando
praticado sob o manto, por exemplo, da legitima defesa. In casu, os motivos
ensejadores do delito foram comprovadamente advindos de uma discussão entre
o acusado e a vítima, que atentaram a dogmas sérios da moralidade e que,
infelizmente, resultaram na atitude extrema.

Impõe-se assim, o afastamento da qualificadora consistente


no motivo torpe, sob o argumento da vingança, pois que comprovadamente
existiu imediatamente antes do fato delituoso, uma discussão entre as partes,
com ofensas perpetradas pela vítima. Não se trata, portanto, de vingança, e
nenhum indício colhido na fase pré-processual ou judicial sustentam a tese de
que o acusado visava se vingar de sua companheira.

Ao contrário, repita-se, as provas colhidas na instrução,


revelam que havia um interesse comum em construir uma sólida unidade
familiar.

A jurisprudência assim nos orienta:

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO


DUPLAMENTE QUALIFICADO. PLEITO DE
EXCLUSÃO DAS QUALIFICADORAS.
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ACOLHIMENTO. VINGANÇA QUE, POR SI SÓ, NÃO
CONFIGURA MOTIVO TORPE. INDÍCIOS DE QUE A
ACUSADA ATROPELOU A VÍTIMA MOTIVADA
PELO FATO DE QUE, MOMENTOS ANTES, ELA
TERIA REALIZADO UM ROUBO NO
ESTABELECIMENTO COMERCIAL PERTENCENTE A
SUA FAMÍLIA. MOTIVO QUE NÃO SE MOSTRA
IGNOBIL OU REPUGNANTE. RECURSO QUE
DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA.
AFASTAMENTO. INEXISTÊNCIA DE INDICATIVOS
DE QUE A ACUSADA AGIU COM O PROPÓSITO DE
SURPREENDÊ-LA. RECURSO PROVIDO. (TJPR –
Autos Recurso em sentido estrito nº 1682042-3, 1ª Câmara
Criminal, Des. Rel. Macedo Pacheco, data do julgamento
14/12/2017, DJ 2177 11/01/2018).

2- Da qualificadora do meio cruel.

A doutrina e a jurisprudência evidencia que o meio cruel


está presente quando o agente procura impingir à vítima sofrimento
desnecessário.

No presente caso, em se tratando da vítima de uma pessoa


querida do acusado, este jamais planejou tirar-lhe a sua vida. A justificativa
plausível para o caso é o natural estado de cegueira em que a pessoa se encontra
momentaneamente, fora de si, e em completo estado de torpor, sem conseguir
medir o que estava acontecendo.

Saliente-se que é pacífico na doutrina e na jurisprudência,


que o ato realizado em estado emocional abalado (como indiscutivelmente no
presente caso) inexiste a possibilidade de aferir valoração para abalizar com
precisão as ofensas.

Saliente-se, ainda, que apenas o número de golpes, não é


suficiente, de per si, para tipificar a qualificadora do meio cruel. Neste sentido:

"PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 121,


§ 2º, III, DO CP. MEIO CRUEL. REITERADOS
GOLPES. EXCLUSÃO DE QUALIFICADORA
MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. II - O meio
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cruel, previsto no art. 121, §2º, III, do CP, é aquele em
que o agente, ao praticar o delito, provoca um maior
sofrimento à vítima. Vale dizer, quando se leva à efeito o
crime com evidente instinto de maldade, objetivando
impor à vítima um sofrimento desnecessário. Dessa
maneira, a multiplicidade de atos executórios (in casu,
reiteração de facadas), por si só, não configura a
qualificadora do meio cruel. Recurso desprovido." (REsp
743.110/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA
TURMA, julgado em 15/12/2005, DJ 27/03/2006, p. 322)

Ademais, existe prova a nos guiar no sentido de que um


único golpe na vítima seria fatal, inexistindo elemento apto a direcionar que a
vítima tenha sofrido para além da circunstância objetiva do delito.

Finalizando, não há evidência de que o ato praticado tenha


imposto uma judiaria implacável a vítima, sendo manifestamente improcedente
referida qualificadora, motivo pelo qual pleiteia a defesa que seja a mesma
afastada em caso de eventual decisão de pronúncia.

3- Da qualificadora referente ao emprego de recurso


que dificultou a defesa da vítima.

Sobre este aspecto, vale considerar que a vítima teve a sua


cota parte no fatídico episódio. Pois, segundo a instrução a vítima já sabia do
ciúmes que o acusado nutria em relação ao seu ex-marido.

Por outro lado, a discussão momentos antes dos fatos leva a


crer que a vítima logo após proferir impropérios contra o acusado, e de forma
agressiva indo para cima dele, sabia que alguma reação iria ter, portando aos
moldes de uma luta corporal, vê-se como natural que a força bruta seja
condutora dos resultados do confronto.

Neste sentido é a jurisprudência do Paraná, que nos orienta


quanto a tipificação desta qualificadora, mediante emprego de surpresa e recurso
que dificultou a defesa da vítima, em casos que já existiam animosidades entre a
vítima e o acusado, o que torna o evento violento, previsível. Senão vejamos:

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JUÍZO ÚNICO DA COMARCA DE MANOEL RIBAS
APELANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO APELADO:
ISAIAS VIEIRA RELATOR CONV.: NAOR R. DE
MACEDO NETO APELAÇÃO CRIME. TRIBUNAL DO
JÚRI. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO.
IMPRONÚNCIA. INSURGÊNCIA MINISTERIAL.
PROVA DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS
SUFICIENTES DE AUTORIA QUE PERMITEM JUÍZO
DE FUNDADA SUSPEITA (ART. 413, CPP). DECISÃO
QUE ENCERRA MERO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.
PRONÚNCIA QUE SE IMPÕE. QUALIFICADORAS.
MOTIVO FÚTIL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS A
DEMONSTRAR A FUTILIDADE DA CONDUTA, TAL
COMO DESCRITO NA DENÚNCIA. RECURSO QUE
IMPOSSIBILITOU A DEFESA DA VÍTIMA. PRÉVIA
ANIMOSIDADE ENTRE O RÉU E A VÍTIMA QUE
AFASTA A SURPRESA DA CONDUTA. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. ( TJPR, 1ª Câmara
Criminal, 1555705-6 (Acórdão), Relator Naor R. de Macedo
Neto, julgamento 19/10/2017, DJ: 2147 09/11/2017.

“ Vivendo acusado e vítima às turras, com frequentes


discussões e agressões, não configura, em caso de homicídio,
a qualificadora da surpresa, por se tratar, nas circunstâncias,
de evento previsível” (TJSP – AC – Rel. Silva Leite – RT
576/343)

“Se existiam desavenças anteriores entre acusado e vítima,


que discutiram antes do homicídio, não se pode falar em
surpresa ou recurso que tornou impossível a defesa do
ofendido” (TJSP – Rec. –Rel. Diwaldo Sampaio – RT
587/296)

4- Do feminicídio

A nova redação do art. 121 incluído pela Lei 13.104/2015,


positiva em seu inciso VI, que feminicídio é o crime de matar uma mulher por
razões da condição de sexo feminino.

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No sentido doutrinário, há de se elencar qual seria a
motivação do legislador ao inserir como elemento apto a qualificar o delito o
crime cometido contra a mulher.

Naturalmente, no âmbito da violência doméstica, pairam


inúmeros casos em que o agressor apenas se coloca nesta condição, pelo fato de
que se aproveita de uma relação de superioridade (física, financeira, etc.) e
impõe uma condição inferior à vítima.

No presente caso, jamais houve qualquer relato de agressão


(no sentido de violência doméstica) por parte do acusado em relação à vítima, ou
a qualquer outra companheira. Não é possível, portanto, alegar que o acusado
praticou o delito para se sobrepor à vítima, em uma condição machista de
superioridade.

Ficou demonstrado, isso sim, durante a instrução processual,


um profundo arrependimento e amor que o mesmo nutria pela vítima, e
infelizmente, esta, em atitude reprovável em qualquer nível moral e social,
utilizou e agressões e ofensas pesadas e injustas contra o mesmo.
Mesmo em um término de relacionamento, deve-se manter o
respeito, sempre, o que no caso em tela, não ocorreu por parte da vítima.

Não se está, jamais justificando qualquer atitude, mas a


vontade do legislador, não foi aplicar automaticamente a condição de
feminicídio para qualquer delito de natureza passional.

Aqui vale ressaltar que o fatídico episódio só ocorreu pelo


real enfrentamento entre sexos opostos, numa mistura de amor e ódio,
resultando sim no pior.

Pelo exposto, à comprovada falta de elementos que


direcionem para a ocorrência da qualificadora do feminicídio, pleiteia a defesa
seja a mesma afastada.

DA DESNECESSÁRIA PRISÃO DO ACUSADO APÓS A INSTRUÇÃO

Inicialmente vale considerar que o acusado é primário, de


excelentes antecedentes criminais, de família conservadora e voltada ao
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trabalho, tanto assim que o mesmo vinha exercendo suas atividades por muitos
anos no setor de importação e exportação, diga-se, de extrema responsabilidade,
na Corretora de Valores Dourada, com sede nesta Capital, nunca existindo
qualquer mácula em sua atuação, ao contrário, sempre respeitado pelos colegas e
pela Direção da Empresa.

Conclui-se, portanto, que nesta fase processual,


ultrapassaram os motivos iniciais ensejadores do decreto prisional, sendo este
episódio fato isolado em sua vida, o que nos da a certeza de que em liberdade,
jamais incidirá nos pressupostos ensejadores da prisão preventiva, previstos nos
art. 311 e 312 do Código de Processo Penal.

A defesa, por estes motivos e com todo respeito entende que


nesta nova fase, inexistem argumentos para a manutenção do decreto da medida
excepcional.

Concluindo, a defesa, nesta oportunidade, pleiteia perante


Vossa Excelência, a reconsideração da medida extrema, constritiva de liberdade,
entendendo prejudicados todos os pressupostos fundamentais da prisão
preventiva.

Ademais, há que se considerar também, que se concedida à


liberdade ao acusado, a admissão de novos fatos, jamais poderá impedir uma
nova decretação.

Pelo exposto, requer-se seja revogado o decreto de prisão


preventiva, ante a desnecessidade da segregação cautelar.

DOS PEDIDOS

Do que precede, além do que será certamente suprido por


Vossa Excelência, bem como, confiante na Justiça que sempre orientou as
decisões desse ínclito Juízo, o acusado André Luiz de Medeiros requer:

1)- que seja julgada improcedente a presente Ação Penal,


para o efeito de absolvê-lo sumariamente, por estar devidamente comprovado
pelas provas constantes nos presentes Autos, de que o mesmo na ocasião,
defendendo-se de uma injusta agressão física e verbal, agiu sob a égide da
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OAB/PR 4.242
OAB/PR 27.218
OAB/PR 35.229
OAB/PR 45.563
Marcel Bento Amaral OAB/PR 64.851
Advogados Associados Maurício de Santa Cruz Arruda OAB/PR 28.225

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJYYE 5QK8L Y9HRR LJKDD


excludente de criminalidade da legitima defesa, prevista no artigo 25, do Código
Penal;

Caso, entretanto, não seja esse o Douto entendimento de


Vossa Excelência, alternativamente, requer-se:

2)- seja julgada parcialmente procedente a presente Ação


Penal, para o efeito de considerar o crime como homicídio simples, ou seja,
previsto no artigo 121, “caput”, do Código Penal, posto que, pelo contingente
probatório apurado, em momento algum configuram as qualificadoras
constantes no pleito do Ministério Público, previstas no parágrafo 2º, inciso I,
III, IV, VI e § 2º-A, inciso I do mesmo estatuto repressivo.

ITA SPERATUR JUSTITIA !

Termos em que,
Pede deferimento.

Curitiba, 23 de janeiro de 2018.

OSMAN DE SANTA CRUZ ARRUDA


OAB/PR 4.242

MAURICIO DE SANTA CRUZ ARRUDA


OAB/PR – 28.225

R: Carlos Augusto Cornelsen, nº 262, Bom Retiro CEP 80.520-560 PABX (041) 30760333 Curitiba - Paraná. 18

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