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MÁRCIO MARANO ANDRÉ SILVA SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO

e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816


OAB/MG n. 146.322
ANDRÉ SILVA
ADVOGADOS CAROLINA MAIA SOARES ÍTALO BORGES FLORÊNCIO DE
ASSOCIADOS S/S SILVA PAULA
OAB/MG n. 187.427 OAB/MG n. 168.542

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A)


DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO N.: 1991435-44.2021.8.13.0000


RECORRENTE: MUNICÍPIO DE FRONTEIRA
RECORRIDA: ENGEPOL ENGENHARIA PAVIMENTAÇÃO E OBRAS LTDA

O MUNICÍPIO DE FRONTEIRA, pessoa


jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob
o n. 18.449.140/0001-07, sediada na Avenida Minas Gerais,
n. 110, Centro, Município de Fronteira/MG, CEP 38.230-000,
local em que recebe as intimações e notificações de praxe,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fulcro no artigo 105, III, alíneas “a” e “c” da
Constituição Federal e artigo 1.029 e seguintes do Código
de Processo Civil, interpor o presente

RECURSO ESPECIAL

em face do Acórdão publicado, e sobre o qual foi intimado


o Recorrente aos 21/02/2022, que manteve o resultado, por
unanimidade, entendendo pela impossibilidade de alteração
dos consectários legais de sentença transitada em julgado,
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consoante os fundamentos fáticos e jurídicos que logo


serão aduzidos.

Requer, portanto, seja o presente


recurso recebido, processado e admitido, determinando-se
sua remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para
apreciação e julgamento.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Frutal/MG, 05 de abril de 2022.

ANDRÉ SILVA DE SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO


OAB/GO n.º 37.243 OAB/MG n.º 99.816
OAB/MG n.° 146.322

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COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

AGRAVO DE INSTRUMENTO N.: 1991435-44.2021.8.13.0000


RECORRENTE: MUNICÍPIO DE FRONTEIRA
RECORRIDA: ENGEPOL ENGENHARIA PAVIMENTAÇÃO E OBRAS LTDA

RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL

Egrégia Turma,

Doutos Ministros,

Eminente Relator.

I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

I.I) DO CABIMENTO

Da análise dos autos restaram as


seguintes conclusões:

1. O acórdão recorrido foi julgado em


última instância pelo Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais;

2. O acórdão proferido, data venia,


contrariou o disposto no artigo 1º-F,
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da Lei Federal nº 9.494/1997, com


redação conferida pela Lei Federal nº
11.960/2009, bem com deu interpretação
divergente àquela prevista em acórdãos
paradigmas proferidos por outros
tribunais, notadamente o Recurso
Especial nº 1.492.221, no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça em sede da
sistemática de Recursos Repetitivos.

Isto posto, à luz do artigo 105, III,


alíneas “a” e “c” da Constituição Federal e, também, do
artigo 1.029, II, do Código de Processo Civil, é cabível o
presente Recurso Especial para alcançar o fim desejado,
qual seja: a reforma do acórdão.

I.II) DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso é tempestivo vez que


o prazo para interpor Recurso Especial, conforme a
legislação processual vigente, é de 15 dias úteis (art.
1.003, § 5º do CPC), devidamente dobrado, nos termos do
art. 183, caput, do CPC, salientando-se tratar de processo
com trâmite pelo meio eletrônico, de cujo acórdão foi
intimado o Município aos 21/02/2022, conforme abaixo:

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Além disso, importante salientar o


Calendário do e. TJMG
(https://www8.tjmg.jus.br/servicos/gj/calendario/):

Levando-se em consideração os dias


úteis, a teor da legislação de regência, tem-se que o
prazo final para interposição do Recurso Especial é dia
07/04/2022.

Do v. acórdão recorrido, o qual manteve


o julgamento anterior, interpõe-se o presente Recurso
Especial, tempestivamente.
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I.III) DO PREPARO

Tratando-se de Recurso Especial


interposto pela Fazenda Pública do Município de Fronteira,
tem-se a desnecessidade de recolhimento de preparo, pois o
Município é isento do pagamento de tal verba, conforme Lei
Estadual nº 14.939/2003, art. 10, I, a saber: “Art. 10.
São isentos do pagamento de custas: I - a União, o Estado
de Minas Gerais e seus Municípios e as respectivas
autarquias e fundações; [...]”.

Além disso, o Provimento Conjunto nº


75/2018, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(http://www8.tjmg.jus.br/institucional/at/pdf/vc00752018.p
df) possui disposição em sentido convergente, nos termos
do seu art. 50, caput, abaixo:

Art. 50. A Fazenda Pública não se


sujeita ao adiantamento das custas
judiciais, da taxa judiciária e das
despesas processuais devidas no curso
do processo, ressalvada a despesa
processual relativa à verba
indenizatória de transporte, cumulada
com a praça de pedágio e o transporte
fluvial.
Parágrafo único. Nos mandados de
interesse dos órgãos da Administração
Direta do Estado de Minas Gerais, do
Ministério Público e da Defensoria
Pública, o adiantamento da verba
indenizatória de transporte e do
reembolso dos dispêndios com praça de
pedágio e transporte fluvial será
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realizado pelo TJMG, conforme disposto


nos arts. 47 a 49 deste Provimento
Conjunto. (Grifamos)

Dessa maneira, tal aspecto também se


encontra devidamente preenchido.

I.IV) DO PREQUESTIONAMENTO

Exige-se, para acolhimento de Recurso


Especial, que a matéria tenha sido prequestionada. Este
requisito foi cumprido, já que, no acórdão recorrido, o
competente Tribunal a quo se manifestou exaustivamente
sobre os dois aspectos suscitados, ou seja, a (in)
possibilidade de alteração dos consectários legais
envolvendo juros de mora e correção monetária.

Em julgamento sobre a matéria, por


unanimidade, os julgadores decidiram pela impossibilidade
de alteração dos referidos desdobramentos legais, ante
óbice encontrado na existência de coisa julgada.

Portanto, há prequestionamento, uma


vez que o tema concernente à matéria controversa foi
debatido no Tribunal a quo, inclusive com referência
explícita aos dispositivos legais questionados.

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II – SÍNTESE DO OCORRIDO

Inicialmente, é imprescindível apontar


a síntese do recente histórico processual, no qual
ocorreram os seguintes atos processuais:

1) Manifestação do Município de
Fronteira com o objetivo de arguir
matéria de ordem pública acerca dos
juros de mora e do índice de correção
monetária, conforme Recurso
Extraordinário n.º 870.947 (fls.
782/794);
2) Juntada de cálculos pelo Município de
Fronteira/MG totalizando R$
20.274.832,28, datado de 28/01/2019
(fls. 808/820);
3) Cálculo da Contadoria do Juízo,
totalizando R$ 38.093.638,13, apurado
aos 28/11/2019 (fls. 948/949);
4) Após discussão intermediária sobre
honorários de uma causídica, nova
manifestação do Município de
Fronteira reforçando a tese
anteriormente exposta (fls.
1.081/1.083), com posterior decisão
determinando a intimação do Executado

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(fl. 1.097), cujo contraditório foi


exercido (fls. 1.098/1.099).

Diante disso, foi prolatada decisão


(fls. 1.103/1.104), com destaque para os trechos a seguir
e que pertinem ao presente recurso:

1. Trata-se de Impugnação aos Cálculos


apresentada pelo MUNICÍPIO DE FRONTEIRA
através da qual se insurge contra os
cálculos realizados pela contadoria do
juízo, sob o argumento que a correção
monetária aplicada se deu de forma
equivocada sem observar o estabelecido
pelo tema 905 do STJ (ff. 1.081/1.083).

É a síntese. Decido.

Depreende-se do feito que a contadoria


do juízo apresentou os cálculos (ff.
948/949v), devidamente apurados com
base no que restou decidido nos
embargos à execução (autos n°
0271.13.012772-0 – ff. 966/977),
apurando como devido à parte exequente
o importe de R$ 38.093.638,13 (trinta e
oito milhões, noventa e três mil,
seiscentos e trinta e oito reais e
treze centavos).

Em petição de ff. 962/964 a parte


exequente concordou com os cálculos da
Contadoria.

Por sua vez, o executado – Município de


Fronteira – impugnou os cálculos.

No caso, entendo que não merece


acolhida a impugnação da parte

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executada, haja vista que os cálculos


da contadoria observou adequadamente os
parâmetros do título judicial (ff.
655/660 e ff. 683/696) e o que restou
decidido nos embargos à execução (autos
n° 0271.13.012772-0 – ff. 966/977),
cobertos pelo manto da coisa julgada,
razão pela qual permanece hígida a
correção de acordo com a tabela da
Corregedoria Geral de Justiça e os
juros de mora aplicados para a apuração
do quantum debeatur, não havendo que se
falar em aplicação de legislação ou
entendimento.

Neste sentido já se manifestou o e.


Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À


EXECUÇÃO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
MEMÓRIA DE CÁLCULO. EXCESSO DE
LIQUIDAÇÃO. INEXISTÊNCIA. PLANILHA
APRESENTADA PELO EMENTA: APELAÇÃO
CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. ALEGAÇÃO DE
EXCESSO NOS CÁLCULOS. ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA. JUROS DE MORA. ÍNDICES
DEFINIDOS NA SENTENÇA. TRÂNSITO EM
JULGADO. APLICAÇÃO NA EXECUÇÃO DA LEI
N. 9.494/97. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA À
COISA JULGADA. SENTENÇA CONFIRMADA.
Restou demonstrado que o título
judicial deliberou expressamente sobre
os índices que devem ser aplicados a
título de juros de mora e correção
monetária. Portanto, não se mostra
possível aplicar a regra contida no
art. 1º-F da Lei 9.494/97 na execução
do julgado, porquanto a sentença
encontra-se revestida pela eficácia da
coisa julgada que, segundo definição
trazida pelos artigos 467 do Código de
Processo Civil/1973, a torna imutável e

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indiscutível. Recurso conhecido e não


provido. (TJMG – Apelação Cível
1.0116.12.003758-9/001, Relator(a):
Des.(a) Gilson Soares Lemes, 8ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 27/03/2017,
publicação da súmula em 04/04/2017)

Ademais, a parte executada sequer fez


acompanhar a sua impugnação com
planilha de cálculos dos valores que
entendesse devido ou lado técnico
demonstrando eventuais incorreções.

Na hipótese, a insurgência da parte


executada não é apta para desconstituir
os cálculos realizados pela contadora
do juízo, sendo que a sua insatisfação
se trata de inconformismo.

Assim, não havendo irregularidades ou


vícios nos cálculos da contadoria do
juízo, pois condizente com o título
judicial, não vejo razões para não
acolher-lhe.

Nesse diapasão, REJEITO a impugnação do


executado (ff. 1.081/1.083) e HOMOLOGO
os cálculos da contadoria do juízo (ff.
948/949v) e fixo o crédito da parte
exequente em R$ 38.093.638,13 (trinta e
oito milhões, noventa e três mil,
seiscentos e trinta e oito reais e
treze centavos).

Intimem-se as partes da presente


decisão. Grifos no original)

Diante disso, o Município de Fronteira


interpôs Embargos de Declaração, com os seguintes pedidos:

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a) A juntada, recebimento e
processamento dos presentes Embargos de
Declaração;
b) Que seja, excepcionalmente,
deferido efeito suspensivo ao presente
ou tutela provisória de urgência, para
que não seja expedido qualquer
precatório até a resolução definitiva
da questão sobre o valor correto em
debate;
c) Que seja conferido o devido
contraditório à parte adversa;
d) O acolhimento dos Embargos de
Declaração, com provimento para o fim
de sanar as omissões apontadas
(destacadamente acerca da manifestação
expressa sobre o Tema 905 do STJ), e
para que os parâmetros de juros de mora
e de índices de correção monetária
adotados nestes autos para os cálculos
pertinentes sejam os fixados pelo STJ
(Superior Tribunal de Justiça), em sede
de Recursos Repetitivos, conforme seu
Tema 905, em alinhamento com a
jurisprudência do STF (Supremo Tribunal
Federal) e jurisprudência atual do e.
TJMG, conforme memória de cálculo
devidamente atualizada totalizando a
quantia de R$ 30.343.244,62, inclusive,
se necessário, com a elaboração de
perícia contábil, sob pena de
gravíssima contrariedade à ordem
jurídica vigente e em manifesto
prejuízo ao erário público.

Saliente-se que os referidos Embargos


de Declaração foram acompanhados de detalhadíssima memória
de cálculo discriminada dos valores apontados no pedido,
bem como se amparou em jurisprudência do STF, STJ, TJMG e
outros tribunais.
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Apesar disso, o juízo negou provimento


aos Embargos de Declaração nos seguintes termos:

Vistos etc.,

1. Trata-se de Embargos Declaratórios


opostos pelo MUNICÍPIO DE FRONTEIRA em
face da decisão de ff. 1.103/1.104v
proferida por este juízo que rejeitou a
impugnação e homologou os cálculos
realizados pela contadoria do juízo.

Manifestação do embargado nas ff.


1.155/1.160.

É o relatório. Fundamento e Decido.

Os embargos declaratórios são cabíveis


para sanar obscuridade, contradição ou
omissão: a primeira é vício que não
permite o entendimento da decisão; a
segunda ocorre quando os fundamentos da
decisão não coincidem com a conclusão;
a última, quando determinada questão
básica deixa de ser enfrentada e
decidida.

Compulsando detidamente os autos, vê-se


que não houve, tecnicamente, qualquer
omissão, obscuridade ou contradição
arguida no julgado, contrariando
frontalmente o objetivo do instituto,
que é, como cediço, o de complementar a
decisão.

No caso, a decisão proferida por este


juízo contém a devida fundamentação e
motivação necessárias, tendo sido
apresentado os argumentos relevantes
que corroboram a conclusão a que chegou
este juízo.
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Efetivamente, dos termos do recurso,


conclui-se que, na verdade, a pretensão
do embargante é a reforma da decisão
tendo em vista seu inconformismo, razão
pela qual a sua rejeição impõe-se.

Ante o exposto, conheço dos embargos


declaratórios para, no mérito,
REJEITAR-LHE, mantendo a decisão
atacada por seus próprios e jurídicos
termos.

2. INDEFIRO o pedido de concessão de


efeito suspensivo/tutela provisória de
urgência formulado pelo ora embargante,
haja vista que, conforme constou na
decisão proferida por este juízo (ff.
1.103/1.104v), a expedição de
precatório apenas ocorrerá após a
preclusão da decisão proferida, motivo
pelo qual não subiste o risco apontado
pelo peticionário e no qual fundamentou
o seu pedido de concessão de efeito
suspensivo, haja vista que a eficácia
da decisão proferida está condicionada
a sua preclusão.

Intimem-se. Cumpra-se. (Grifos no


original)

Interposto Agravo de Instrumento, forte


no Tema 905 do Superior Tribunal de Justiça, a este foi
negado provimento, com o seguinte dispositivo:

Ressalto, por fim, que o pedido posto


em contraminuta (envolvendo expedição
de precatório) não merece ser
analisado, visto que a via eleita é
inadequada para se objetive a reforma

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da decisão de primeiro grau naquilo que


foi contrário aos interesses da parte
agravada.
Com essas considerações, NEGO
PROVIMENTO AO RECURSO.
Custas ex lege.

Diante disso, interpuseram-se Embargos


de Declaração, novamente com amparo no Tema 905, mormente
na natureza jurídica dos juros e da correção monetária,
decidindo-se da seguinte forma:

Saliente-se que o inconformismo quanto


à interpretação dada aos fatos e à
pretensão inaugural (inclusive aos
limites do pedido inicial), embora
compreensível, não autoriza a revisão
do acórdão em sede de embargos de
declaração.
Assim, se a parte não se conformou com
o entendimento adotado pela Turma
Julgadora, a hipótese é de interposição
de recurso próprio para conduzir à
possível revaloração jurídica dos fatos
delineados no acórdão combatido, o que
não se admite em sede de embargos
declaratórios.
Ademais, já decidiu o Colendo STJ que:
“O julgador não está obrigado a
responder a todas as questões
suscitadas pelas partes, quando já
tenha encontrado motivo suficiente para
proferir a decisão. A prescrição
trazida pelo art. 489 do CPC/2015 veio
confirmar a jurisprudência já
sedimentada pelo Colendo Superior
Tribunal de Justiça, sendo dever do
julgador apenas enfrentar as questões
capazes de infirmar a conclusão adotada

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OAB/MG n. 187.427 OAB/MG n. 168.542

na decisão recorrida. (EDcl no MS


21.315/DF, Rel. Ministra DIVA MALERBI
(DESEMBARGADORA CONVOCADA TRF 3ª
REGIÃO), PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
08/06/2016, DJe 15/06/2016)”.
Com essas considerações, ausentes as
hipóteses legais, NÃO ACOLHO OS
EMBARGOS.

De maneira objetiva, a Fazenda Pública


sustenta a possibilidade de adequações, a fim de cumprir o
artigo 1º-F, da Lei Federal nº 9.494/1997, com redação
conferida pela Lei Federal nº 11.960/2009, no que diz
respeito à taxa de juros aplicável, e não menos importante
o índice de correção monetária adequado, de acordo com a
interpretação firmada especialmente no Recurso Especial nº
1.492.221, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça em
sede da sistemática de Recursos Repetitivos.

Em que pese o natural respeito e


habitual acatamento às ordens judiciais, com a máxima
vênia, mas a decisão recorrida carece de adequação à ordem
jurídica, uma vez que possuidora de vícios a legitimar a
interposição do presente Recurso Especial.

É o resumo do ocorrido.

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III – DO DIREITO

III.I) DA CONTRARIEDADE E NEGATIVA DE


VIGÊNCIA À LEI FEDERAL – ART. 105, III, “a”, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A) DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 1º-F DA LEI


FEDERAL Nº 9.494/1997

No caso dos autos, o v. acórdão


recorrido determinou a manutenção do quanto decidido pelo
pelo juízo a quo, no tocante aos juros de mora e correção
monetária, em evidente prejuízo à Fazenda Pública
Municipal, conforme teores dos próprios acórdãos em Agravo
de Instrumento e posterior Embargos de Declaração, a
saber:

Ocorre que o julgamento do Supremo


Tribunal Federal acima destacado, assim
como o julgamento do Superior Tribunal
de Justiça, é posterior ao trânsito em
julgado do acórdão exequendo, pelo que
não há amparo legal que,
excepcionalmente, viabilize a alteração
do índice de atualização do débito no
caso em tela (interpretação do art.
535, §§ 5º e 7º, do CPC/15).

Some-se a isso que, na espécie, não


houve determinação de incidência do
art. 1º-F, da Lei 9.494/97, com redação
dada pela Lei 11.960/09 (cuja
inconstitucionalidade foi parcialmente
reconhecida pelo Pretório Excelso) ou

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do IPCA-E, inexistindo, também por esse


motivo, razão para alteração dos
critérios de atualização do débito.

Porém, a questão é de clara aplicação


do artigo 1º-F, da Lei Federal nº 9.494/1997, com redação
conferida pela Lei Federal nº 11.960/2009, legislação
federal à qual foi negada vigência, que possui o seguinte
teor, colhido diretamente do endereço eletrônico da
Presidência da República
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9494.htm):

Art. 1º-F. Nas condenações impostas à


Fazenda Pública, independentemente de
sua natureza e para fins de atualização
monetária, remuneração do capital e
compensação da mora, haverá a
incidência uma única vez, até o efetivo
pagamento, dos índices oficiais de
remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança. (Redação dada
pela Lei nº 11.960, de 2009) (Vide ADIN
5348 - Decisão do STF declaração
parcial de inconstitucionalidade)

Assim, o decisum recorrido acabou por


negar vigência e também contrariar o artigo 1º-F, da Lei
Federal nº 9.494/1997, com redação conferida pela Lei
Federal nº 11.960/2009, pois manteve juros de mora de 1%
ao mês e correção monetária inadequada, enquanto deveria
fixar juros de mora conforme a caderneta de poupança e
correção monetária adequada, atualmente adotando-se o
índice IPCA-E, por todo o período de vigência posterior à

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Lei nº. 11.960/09.

III.II) DA INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE DO


ACÓRDÃO RECORRIDO ÀQUELA PROFERIDA POR OUTROS TRIBUNAIS –
ART.105, III, “c” da CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Outrossim, o v. acórdão recorrido ao


confirmar a decisão do juízo de piso que manteve
consectários legais inadequados ao caso concreto, deu
interpretação divergente a julgados de outros tribunais,
inclusive do próprio Superior Tribunal de Justiça, os
quais entendem que a tese aqui exposta, ou seja, de
aplicação imediata do artigo 1º-F, da Lei Federal nº
9.494/1997, com redação conferida pela Lei Federal nº
11.960/2009, com incidência de juros de mora
correspondentes à caderneta de poupança e correção
monetária pelo IPCA-E. Senão vejamos julgados do Tribunal
de Justiça de São Paulo, Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios e do Tribunal Regional Federal
da 1ª Região, salientando-se que se encontram
integralmente em arquivos anexados:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Indenização por


apossamento administrativo - Devolução
dos Autos em cumprimento do artigo
1.040, II do CPC – Observância do
decidido no REsp 1.495.146/MG, de
02.03.2018 pelo STJ (Tema 905) e RE
870.947/SE pelo STF (Tema 810) – Adoção
do IPCA-E para a correção monetária do
débito e juros de 0,5% ao mês até a
vigência da Lei nº 11.960/09 aplicável
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para os processos em curso, após, juros


pelos índices previstos no artigo 1º-F
da Lei nº 9.494/97 – Acórdão alterado
para adequação.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2204025-
48.2017.8.26.0000; Relator (a): Marrey
Uint; Órgão Julgador: 3ª Câmara de
Direito Público; Foro de Guarulhos - 2ª
Vara Cível; Data do Julgamento:
19/05/2021; Data de Registro:
19/05/2021) (Grifamos)

PRELIMINARES Matéria não consta do rol


legal (art. 1.015 do CPC). Não
conhecimento. Descabimento. Discussão
sobre correção monetária e juros.
Matéria de ordem pública. Preclusão.
Inocorrência. Precedentes. Preliminares
afastadas. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Indenização por perdas e danos
decorrentes de inadimplemento
contratual contra o Município de
Guararapes. Correção monetária. A
modulação efetuada pelo Pretório
Excelso quanto às ADIs nos 4.357 e
4.425 convalidou os precatórios
expedidos ou pagos até 25.03.15. Ofício
requisitório expedido em 06.03.15, sem
aplicação da Lei nº 11.960/09. Não há
falar em convalidação de norma
inconstitucional por modulação, no
caso. Juros. Incidência da Lei nº
11.960/09. Cumprimento do decidido pelo
Eg. STF no julgamento da Repercussão
Geral, Tema 810, Rel. Min. LUIZ FUX,
bem como pelo C. STJ no Recurso
Repetitivo, Tema 905, Rel. Min. MAURO
CAMPBELL MARQUES. Afasto as
preliminares. Recurso provido, em
parte.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2033288-
70.2021.8.26.0000; Relator (a):

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e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816
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Evaristo dos Santos; Órgão Julgador: 6ª


Câmara de Direito Público; Foro de
Guararapes - 1ª Vara; Data do
Julgamento: 19/05/2021; Data de
Registro: 19/05/2021) (Grifamos)

APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA.


IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
ADMINISTRATIVO. REAJUSTE DE SERVIDORES.
PLANO COLLOR. COMPENSAÇÃO. AUMENTOS
POSTERIORES. CONCESSÃO ANTERIOR À
SENTENÇA DE MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE.
COISA JULGADA. BASE DE CÁLCULO.
VENCIMENTO NA ÉPOCA DA VIOLAÇÃO AO
DIREITO. CORREÇÃO MONETÁRIA. FAZENDA
PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI 9.494/97.
INCONSTITUCIONALIDADE. CORREÇÃO
MONETÁRIA. STJ REsp: 1.495.146/MG e STF
RE 807.947. IPCA-E. APELAÇÃO CONHECIDA
E DESPROVIDA. REMESSA DE OFÍCIO
CONHECIDA E DESPROVIDA. 1. É possível a
compensação, na fase de cumprimento de
sentença, dos reajustes posteriores à
março/90 com o índice de 84,32%
concedido aos servidores públicos
distritais. Contudo, os aumentos devem
ser supervenientes a sentença, na forma
do art. 475-L, VI, CPC/73 e art. 525,
§1º, VII, CPC/2015, porque aqueles
anteriores e existentes ao seu tempo,
deveriam ser alegados na fase
cognitiva. 2. A base de cálculo do
valor da perda salarial decorrente do
expurgo inflacionário de 84,32% (Plano
Collor I) é o vencimento auferido mês a
mês, a partir daquele em que o índice
foi suprimido. 3. Por ocasião do
julgamento do RE 870947, a Colenda
Suprema Corte se debruçou agora sobre a
sujeição dos processos e condenações
judiciais em curso ao art. 1º-F, da Lei
9.494/97, com a redação dada pela Lei

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11.960/09, quando fixou a tese, por


simetria, de que os juros legais serão
os remuneratórios para a caderneta de
poupança, mas a correção monetária deve
ser apurada pelo índice oficial adotado
pelas autoridades monetárias, de modo a
preservar o direito de propriedade e a
mera recomposição do valor nominal da
moeda. Enfim, aplica-se o IPCA-E sobre
os débitos judiciais da fazenda
pública, salvo quanto aos de natureza
tributária. 4. APELAÇÃO CONHECIDA E
DESPROVIDA. REMESSA DE OFÍCIO CONHECIDA
E DESPROVIDA.
(TJDFT. Acórdão 1330606,
00161519320158070018, Relator: LUÍS
GUSTAVO B. DE OLIVEIRA, 4ª Turma
Cível, data de julgamento: 25/3/2021,
publicado no DJE: 15/4/2021. Pág.: Sem
Página Cadastrada.) (Grifamos)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. IPCA-
E. TESE FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. RE 870.947/SE. REPERCUSSÃO
GERAL. MODULAÇÃO DOS EFEITOS NÃO
EFETUADA. APLICABILIDADE IMEDIATA. 1. O
pleno do Supremo Tribunal Federal, em
sede de repercussão geral, no
julgamento do RE 870.947/SE, cujos
efeitos da decisão não foram modulados
por ocasião dos embargos de declaração
opostos, quanto às condenações oriundas
de relação jurídica não tributária,
pacificou o entendimento de que a
fixação dos juros moratórios segundo o
índice de remuneração da caderneta de
poupança é constitucional, devendo ser
aplicado o quanto disposto no art. 1º-F
da Lei n. 9.494/97, com a redação dada
pela Lei n. 11.960/09, ao passo que
elegeu o IPCA-E como melhor índice a

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refletir a inflação acumulada do


período, ante a inconstitucionalidade
da utilização da taxa básica de
remuneração da poupança, por impor
restrição desproporcional ao direito de
propriedade, não podendo, portanto,
servir de parâmetro para a atualização
monetária das condenações judiciais
impostas à Fazenda Pública. 2. "A
Primeira Seção do STJ, no julgamento do
REsp 1.112.746/DF, afirmou que os juros
de mora e a correção monetária são
obrigações de trato sucessivo, que se
renovam mês a mês, devendo, portanto,
ser aplicada no mês de regência a
legislação vigente. Por essa razão,
fixou-se o entendimento de que a lei
nova superveniente que altera o regime
dos juros moratórios deve ser aplicada
imediatamente a todos os processos,
abarcando inclusive aqueles em que já
houve o trânsito em julgado e estejam
em fase de execução. Não há, pois,
nesses casos, que falar em violação da
coisa julgada" (EDcl no AgRg no REsp
1.210.516/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 15/09/2015, DJe 25/09/2015).
3. Hipótese em que a correção monetária
deve observar o regramento estabelecido
pelo Supremo Tribunal Federal, em sede
de repercussão geral, no julgamento do
RE 870.947/SE, com aplicação do IPCA-E
como índice de correção monetária a
partir da vigência da Lei n.
11.960/2009. 4. O título judicial
subjacente fixou os consectários legais
consoante as diretrizes do Manual de
Cálculos da Justiça Federal, não
havendo que se cogitar, portanto, em
eventual violação à coisa julgada. 5.
Agravo de instrumento desprovido.

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(AG 1023071-19.2018.4.01.0000,
DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO LUIZ DE
SOUSA, TRF1 - SEGUNDA TURMA, PJe
04/03/2021 PAG.) (Grifamos)

Não menos importante, seguem teores de


julgados do Superior Tribunal de Justiça que respaldam a
tese aqui defendida:

ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 2/STJ.


PROCESSUAL CIVIL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO.
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA.
ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/1997. RE Nº
870947/SE. RESP Nº 1.492.221/PR.
1. Os juros de mora devem incidir da
seguinte forma: (a) percentual de 1% ao
mês (capitalização simples), nos termos
do art. 3º Decreto nº 2.322/87, no
período anterior à 24/08/2001, data de
publicação da Medida Provisória nº
2.180-35, que acresceu o art. 1º-F à
Lei nº 9.494/97; (b) percentual de 0,5%
ao mês, a partir da MP nº 2.180-35/2001
até o advento da Lei n.º 11.960, de
30/06/2009, que deu nova redação ao
art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, e, após,
(c) em correspondência com os juros
aplicados à caderneta de poupança,
consoante a regra do art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com redação dada pela Lei
nº 11.960/2009.
2. Quanto à atualização monetária,
afastada a incidência do art. 1º-F da
Lei 9.494/1997, com redação dada pela
Lei 11.960/2009, uma vez o índice ali
definido "não se qualifica como medida
adequada a capturar a variação de
preços da economia". Incidente os
índices previstos no Manual de Cálculos
da Justiça Federal, com destaque para a
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incidência do IPCA-E a partir de


janeiro/2001 (consoante julgado, pela
Primeira Seção, em 22 de fevereiro de
2018, no REsp nº 1.492.221/PR, de minha
relatoria, pelo rito dos recursos
repetitivos).
3. Recurso especial parcialmente
provido.
(REsp 1325170/SP, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 01/12/2020, DJe 07/12/2020)
(Grifamos)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO 02/STJ. DISCUSSÃO SOBRE
A APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI
9.494/97 (COM REDAÇÃO DADA PELA LEI
11.960/2009) ÀS CONDENAÇÕES IMPOSTAS À
FAZENDA PÚBLICA. CASO CONCRETO QUE É
RELATIVO A INDÉBITO TRIBUTÁRIO. TESES
JURÍDICAS FIXADAS.
1. Correção monetária: o art. 1º-F da
Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), para fins de correção
monetária, não é aplicável nas
condenações judiciais impostas à
Fazenda Pública, independentemente de
sua natureza.
1.1Impossibilidade de fixação
apriorística da taxa de correção
monetária.
No presente julgamento, o
estabelecimento de índices que devem
ser aplicados a título de correção
monetária não implica pré-fixação (ou
fixação apriorística) de taxa de
atualização monetária. Do contrário, a
decisão baseia-se em índices que,
atualmente, refletem a correção
monetária ocorrida no período
correspondente. Nesse contexto, em

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relação às situações futuras, a


aplicação dos índices em comento,
sobretudo o INPC e o IPCA-E, é legítima
enquanto tais índices sejam capazes de
captar o fenômeno inflacionário.
1.2 Não cabimento de modulação dos
efeitos da decisão.
A modulação dos efeitos da decisão que
declarou inconstitucional a atualização
monetária dos débitos da Fazenda
Pública com base no índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança,
no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
objetivou reconhecer a validade dos
precatórios expedidos ou pagos até 25
de março de 2015, impedindo, desse
modo, a rediscussão do débito baseada
na aplicação de índices diversos.
Assim, mostra-se descabida a modulação
em relação aos casos em que não ocorreu
expedição ou pagamento de precatório.
2. Juros de mora: o art. 1º-F da Lei
9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), na parte em que
estabelece a incidência de juros de
mora nos débitos da Fazenda Pública com
base no índice oficial de remuneração
da caderneta de poupança, aplica-se às
condenações impostas à Fazenda Pública,
excepcionadas as condenações oriundas
de relação jurídico-tributária.
3. Índices aplicáveis a depender da
natureza da condenação.
3.1 Condenações judiciais de natureza
administrativa em geral.
As condenações judiciais de natureza
administrativa em geral, sujeitam-se
aos seguintes encargos: (a) até
dezembro/2002: juros de mora de 0,5% ao
mês; correção monetária de acordo com
os índices previstos no Manual de
Cálculos da Justiça Federal, com

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e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816
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ANDRÉ SILVA
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destaque para a incidência do IPCA-E a


partir de janeiro/2001; (b) no período
posterior à vigência do CC/2002 e
anterior à vigência da Lei 11.960/2009:
juros de mora correspondentes à taxa
Selic, vedada a cumulação com qualquer
outro índice; (c) período posterior à
vigência da Lei 11.960/2009: juros de
mora segundo o índice de remuneração da
caderneta de poupança; correção
monetária com base no IPCA-E.
3.1.1 Condenações judiciais referentes
a servidores e empregados públicos.
As condenações judiciais referentes a
servidores e empregados públicos,
sujeitam-se aos seguintes encargos: (a)
até julho/2001: juros de mora: 1% ao
mês (capitalização simples); correção
monetária: índices previstos no Manual
de Cálculos da Justiça Federal, com
destaque para a incidência do IPCA-E a
partir de janeiro/2001; (b) agosto/2001
a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao
mês; correção monetária: IPCA-E; (c) a
partir de julho/2009: juros de mora:
remuneração oficial da caderneta de
poupança; correção monetária: IPCA-E.
3.1.2 Condenações judiciais referentes
a desapropriações diretas e indiretas.
No âmbito das condenações judiciais
referentes a desapropriações diretas e
indiretas existem regras específicas,
no que concerne aos juros moratórios e
compensatórios, razão pela qual não se
justifica a incidência do art. 1º-F da
Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), nem para compensação da
mora nem para remuneração do capital.
3.2 Condenações judiciais de natureza
previdenciária.
As condenações impostas à Fazenda
Pública de natureza previdenciária

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sujeitam-se à incidência do INPC, para


fins de correção monetária, no que se
refere ao período posterior à vigência
da Lei 11.430/2006, que incluiu o art.
41-A na Lei 8.213/91. Quanto aos juros
de mora, incidem segundo a remuneração
oficial da caderneta de poupança (art.
1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada
pela Lei n. 11.960/2009).
3.3 Condenações judiciais de natureza
tributária.
A correção monetária e a taxa de juros
de mora incidentes na repetição de
indébitos tributários devem
corresponder às utilizadas na cobrança
de tributo pago em atraso. Não havendo
disposição legal específica, os juros
de mora são calculados à taxa de 1% ao
mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada
a regra isonômica e havendo previsão na
legislação da entidade tributante, é
legítima a utilização da taxa Selic,
sendo vedada sua cumulação com
quaisquer outros índices.
4. Preservação da coisa julgada.
Não obstante os índices estabelecidos
para atualização monetária e
compensação da mora, de acordo com a
natureza da condenação imposta à
Fazenda Pública, cumpre ressalvar
eventual coisa julgada que tenha
determinado a aplicação de índices
diversos, cuja
constitucionalidade/legalidade há de
ser aferida no caso concreto. SOLUÇÃO
DO CASO CONCRETO.
5. Em se tratando de dívida de natureza
tributária, não é possível a incidência
do art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com
redação dada pela Lei 11.960/2009) -
nem para atualização monetária nem para
compensação da mora -, razão pela qual

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não se justifica a reforma do acórdão


recorrido.
6. Recurso especial não provido.
Acórdão sujeito ao regime previsto no
art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, c/c
o art. 256-N e seguintes do RISTJ.
(REsp 1495146/MG, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 22/02/2018, DJe 02/03/2018)
(Grifamos)

De um cotejo analítico entre o acórdão recorrido e


os inúmeros julgados paradigmas, verifica-se que o
entendimento aqui defendido, qual seja, da aplicação
imediata do artigo 1º-F, da Lei Federal nº 9.494/1997, com
redação conferida pela Lei Federal nº 11.960/2009, com
incidência de juros de mora correspondentes à caderneta de
poupança e correção monetária pelo IPCA-E, merece acolhida
e, portanto, consequentemente, com a necessária reforma do
acórdão recorrido.
Além disso, cumpre salientar que a matéria sobre
juros e correção monetária é de ordem pública, alegável a
qualquer tempo, inclusive de ofício, e devendo ser sempre
observada, também conforme Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.


EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS DE MORA.
CORREÇÃO MONETÁRIA. MATÉRIAS DE ORDEM
PÚBLICA. NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO
IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO. COISA
JULGADA. NÃO VIOLAÇÃO.
1. É firme o entendimento nesta Corte,
no sentido de que "a aplicação de juros
e correção monetária pode ser alegada
na instância ordinária a qualquer

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tempo, podendo, inclusive, ser


conhecida de ofício. A decisão nesse
sentido não caracteriza julgamento
extra petita, tampouco conduz à
interpretação de ocorrência de
preclusão consumativa, porquanto tais
institutos são meros consectários
legais da condenação" (AgInt no REsp
1353317/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 3/8/2017, DJe
9/8/2017).
2. No que diz respeito aos juros de
mora, a Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça assentou a
compreensão de que a alteração do
artigo 1º-F da Lei 9.494/1997,
introduzida pela Medida Provisória
2.180-35/2001, tem aplicação imediata
aos processos em curso, incidindo o
princípio do tempus regit actum.
3. Ainda na linha de nossa
jurisprudência, "A Primeira Seção do
STJ, no julgamento do REsp
1.112.746/DF, afirmou que os juros de
mora e a correção monetária são
obrigações de trato sucessivo, que se
renovam mês a mês, devendo, portanto,
ser aplicadas no mês de regência a
legislação vigente. Por essa razão,
fixou-se o entendimento de que a lei
nova superveniente que altera o regime
dos juros moratórios deve ser aplicada
imediatamente a todos os processos,
abarcando inclusive aqueles em que já
houve o trânsito em julgado e estejam
em fase de execução. Não há, pois,
nesses casos, que falar em violação da
coisa julgada." (EDcl no AgRg no REsp
1.210.516/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 15/9/2015, DJe 25/9/2015).
4. Agravo interno não provido.

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(AgInt no AREsp 1696441/RS, Rel.


Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 23/02/2021, DJe 26/02/2021)
(Grifamos)

Tal aspecto reforça o entendimento aqui


exposto e que foi negligenciado no acórdão recorrido, qual
seja, de que os consectários legais pertinentes à
condenação podem ser revistos até mesmo de ofício e a
qualquer momento.

Inclusive, em caso bastante semelhante,


deu-se provimento monocrático ao Recurso Especial do
Município de Fronteira, autuado sob nº 1982994 / MG,
conforme se observa do quanto decidido abaixo:

Trata-se de Recurso Especial interposto


(art. 105, III, "a" e "c", da
Constituição da República) contra
acórdão assim ementado (fl. 193, e-
STJ):

APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO -


PEDIDO DE CONCESSÃO DE EFEITO
SUSPENSIVO AO RECURSO - INDEFERIDO -
EXCESSO DE EXECUÇÃO - CONSECTÁRIOS
LEGAIS - ALTERAÇÃO DE SENTENÇA
TRANSITADA EM JULGADO - IMPOSSIBILIDADE
- OFENSA À ÇOISA JULGADA - LAUDO
PERICIAL - ALEGAÇÃO DE ERRO NOS
CÁLCULOS - PRECLUSÃO - MANUTENÇÃO DOS
VALORES – RECURSO NÃO PROVIDO.

Aponta a parte recorrente, em Recurso


Especial, além de divergência
jurisprudencial, violação ao art. 1º-F
da Lei Federal 9.494/1997. Defende:
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Nessa esteira, os cálculos apresentados


foram realizados de forma equivocada,
pois utiliza-se de juros de mora no
patamar de 1% (um por cento) ao mês,
contrariando legislação pertinente ao
caso, a qual determina que nas
condenações impostas à Fazenda Pública
para pagamento de verbas
remuneratórias, os juros de mora,
haverá incidência uma única vez, até o
efetivo pagamento, dos índices oficiais
de remuneração básica e juros aplicados
à caderneta de poupança.
Sendo a matéria de ordem pública e a
norma disciplinadora cogente, deve-se
aplicar a legislação específica acerca
dos juros moratórios em processos
contra a Fazenda Pública, os quais
deverão ser observados os índices
oficiais de remuneração básica, e juros
aplicados à caderneta de poupança,
devendo ser realizada a revisão dos
cálculos, a fim de incidir
corretamente, juros de mora de nos
termos do art. 1°-F, da Lei 9.494/97.

Decido.

Os autos foram recebidos neste Gabinete


em 25 de fevereiro de 2022.
A irresignação merece prosperar.

O Supremo Tribunal Federal no


julgamento do RE 870.947 RG/SE, sob a
sistemática da Repercussão Geral,
apreciando a constitucionalidade do
art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a
redação dada pela Lei 11.960/2009,
firmou as seguintes teses:
I - O art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997,
com a redação dada pela Lei

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11.960/2009, na parte em que disciplina


os juros moratórios aplicáveis a
condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre
débitos oriundos de relação jurídico-
tributária, aos quais devem ser
aplicados os mesmos juros de mora pelos
quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito tributário, em respeito ao
princípio constitucional da isonomia
(CRFB, art. 5º, caput); quanto às
condenações oriundas de relação
jurídica não tributária, a fixação dos
juros moratórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança é
constitucional, permanecendo hígido,
nesta extensão, o disposto no art. 1º-F
da Lei 9.494/1997 com a redação dada
pela Lei 11.960/2009;
II - O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com
a redação dada pela Lei 11.960/2009, na
parte em que disciplina a atualização
monetária das condenações impostas à
Fazenda Pública segundo a remuneração
oficial da caderneta de poupança,
revela-se inconstitucional ao impor
restrição desproporcional ao direito de
propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma
vez que não se qualifica como medida
adequada a capturar a variação de
preços da economia, sendo inidônea a
promover os fins a que se destina.
O julgado foi assim ementado:

DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS
MORATÓRIOS INCIDENTE SOBRE CONDENAÇÕES
JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F
DA LEI Nº 9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA
PELA LEI Nº 11.960/09. IMPOSSIBILIDADE
JURÍDICA DA UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE DE
REMUNERAÇÃO DA CADERNETA DE POUPANÇA

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COMO CRITÉRIO DE CORREÇÃO MONETÁRIA.


VIOLAÇÃO AO DIREITO FUNDAMENTAL DE
PROPRIEDADE (CRFB, ART. 5º, XXII).
INADEQUAÇÃO MANIFESTA ENTRE MEIOS E
FINS. INCONSTITUCIONALIDADE DA
UTILIZAÇÃO DO RENDIMENTO DA CADERNETA
DE POUPANÇA COMO ÍNDICE DEFINIDOR DOS
JUROS MORATÓRIOS DE CONDENAÇÕES
IMPOSTAS À FAZENDA PÚBLICA, QUANDO
ORIUNDAS DE RELAÇÕES JURÍDICO-
TRIBUTÁRIAS.
DISCRIMINAÇÃO ARBITRÁRIA E VIOLAÇÃO À
ISONOMIA ENTRE DEVEDOR PÚBLICO E
DEVEDOR PRIVADO (CRFB, ART. 5º, CAPUT).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO PARCIALMENTE
PROVIDO. 1. O princípio constitucional
da isonomia (CRFB, art. 5º, caput), no
seu núcleo essencial, revela que o art.
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação
dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em
que disciplina os juros moratórios
aplicáveis a condenações da Fazenda
Pública, é inconstitucional ao incidir
sobre débitos oriundos de relação
jurídico tributária, os quais devem
observar os mesmos juros de mora pelos
quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito; nas hipóteses de relação
jurídica diversa da tributária, a
fixação dos juros moratórios segundo o
índice de remuneração da caderneta de
poupança é constitucional, permanecendo
hígido, nesta extensão, o disposto
legal supramencionado. 2. O direito
fundamental de propriedade (CRFB, art.
5º, XXII) repugna o disposto no art.
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação
dada pela Lei nº 11.960/09, porquanto a
atualização monetária das condenações
impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de
poupança não se qualifica como medida

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adequada a capturar a variação de


preços da economia, sendo inidônea a
promover os fins a que se destina. 3. A
correção monetária tem como escopo
preservar o poder aquisitivo da moeda
diante da sua desvalorização nominal
provocada pela inflação. É que a moeda
fiduciária, enquanto instrumento de
troca, só tem valor na medida em que
capaz de ser transformada em bens e
serviços. A inflação, por representar o
aumento persistente e generalizado do
nível de preços, distorce, no tempo, a
correspondência entre valores real e
nominal (cf. MANKIW, N.G.
Macroeconomia. Rio de Janeiro, LTC
2010, p. 94; DORNBUSH, R.; FISCHER, S.
e STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo:
McGraw-Hill do Brasil, 2009, p. 10;
BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo:
Prentice Hall, 2006, p. 29). 4. A
correção monetária e a inflação, posto
fenômenos econômicos conexos, exigem,
por imperativo de adequação lógica, que
os instrumentos destinados a realizar a
primeira sejam capazes de capturar a
segunda, razão pela qual os índices de
correção monetária devem consubstanciar
autênticos índices de preços. 5.
Recurso extraordinário parcialmente
provido.
(RE 870.947, Relator(a): Min. LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2017,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL –
MÉRITO DJe-262 DIVULG 17-11-2017 PUBLIC
20-11-2017)

E não foi outro o teor do acórdão


recorrido, que decidiu que, a partir de
julho de 2009, quando entrou em vigor a
Lei 11.960/2009, incidem, para os juros
de mora, a remuneração oficial da

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caderneta de poupança e, para a


correção monetária, o IPCA-E.
O Superior Tribunal de Justiça, em
consonância com o entendimento do
Supremo Tribunal Federal, firmou o
entendimento de que o art. 1º-F da Lei
9.494/1997, modificado pela Medida
Provisória 2.180-35/2001 e,
posteriormente, pelo art. 5º da Lei
11.960/2009, tem natureza instrumental,
devendo ser aplicado aos processos em
tramitação, sem efeitos retroativos,
conforme se observa da seguinte ementa:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.


RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO.
VERBAS REMUNERATÓRIAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA E JUROS DE MORA DEVIDOS PELA
FAZENDA PÚBLICA. LEI 11.960/09, QUE
ALTEROU O ARTIGO 1º-F DA LEI 9.494/97.
NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA
AOS PROCESSOS EM CURSO QUANDO DA SUA
VIGÊNCIA. EFEITO RETROATIVO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. Cinge-se a controvérsia acerca da
possibilidade de aplicação imediata às
ações em curso da Lei 11.960/09, que
veio alterar a redação do artigo 1º-F
da Lei 9.494/97, para disciplinar os
critérios de correção monetária e de
juros de mora a serem observados nas
"condenações impostas à Fazenda
Pública, independentemente de sua
natureza", quais sejam, "os índices
oficiais de remuneração básica e juros
aplicados à caderneta de poupança".
2. A Corte Especial, em sessão de
18.06.2011, por ocasião do julgamento
dos EREsp n. 1.207.197/RS, entendeu por
bem alterar entendimento até então
adotado, firmando posição no sentido de
que a Lei 11.960/2009, a qual traz novo

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regramento concernente à atualização


monetária e aos juros de mora devidos
pela Fazenda Pública, deve ser
aplicada, de imediato, aos processos em
andamento, sem, contudo, retroagir a
período anterior à sua vigência.
3. Nesse mesmo sentido já se manifestou
o Supremo Tribunal Federal, ao decidir
que a Lei 9.494/97, alterada pela
Medida Provisória n. 2.180-35/2001, que
também tratava de consectário da
condenação (juros de mora), devia ser
aplicada imediatamente aos feitos em
curso.
4. Assim, os valores resultantes de
condenações proferidas contra a Fazenda
Pública após a entrada em vigor da Lei
11.960/09 devem observar os critérios
de atualização (correção monetária e
juros) nela disciplinados, enquanto
vigorarem. Por outro lado, no período
anterior, tais acessórios deverão
seguir os parâmetros definidos pela
legislação então vigente.
5. No caso concreto, merece prosperar a
insurgência da recorrente no que se
refere à incidência do art. 5º da Lei
n. 11.960/09 no período subsequente a
29/06/2009, data da edição da referida
lei, ante o princípio do tempus regit
actum.
6. Recurso afetado à Seção, por ser
representativo de controvérsia,
submetido ao regime do artigo 543-C do
CPC e da Resolução 8/STJ.
7 Cessam os efeitos previstos no artigo
543-C do CPC em relação ao Recurso
Especial Repetitivo n. 1.086.944/SP,
que se referia tão somente às
modificações legislativas impostas pela
MP 2.180-35/01, que acrescentou o art.

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e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816
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1º-F à Lei 9.494/97, alterada pela Lei


11.960/09, aqui tratada.
8. Recurso especial parcialmente
provido para determinar, ao presente
feito, a imediata aplicação do art. 5º
da Lei 11.960/09, a partir de sua
vigência, sem efeitos retroativos (REsp
1.205.946/SP, Rel. Ministro Benedito
Gonçalves, Corte Especial, DJe
2/2/2012).

Ocorre porém que, ao examinar a ADI


4.357/DF, Rel. Min. Ayres Britto, o
Supremo Tribunal Federal declarou a
inconstitucionalidade parcial, por
arrastamento, do art. 5º da Lei
11.960/2009, que deu nova redação ao
art. 1º-F da Lei 9.494/1997,
entendendo, assim, que, como a taxa
básica de remuneração da poupança não
mede a inflação acumulada do período,
não pode a mesma servir de parâmetro
para a correção monetária a ser
aplicada aos débitos da Fazenda
Pública.
Assim, à vista do entendimento firmado
pelo STF, a Primeira Seção desta Corte,
ao proceder o julgamento do REsp
1.270.439/PR sob o rito do art. 543-C
do CPC, Rel. Ministro Castro Meira,
estabeleceu que, nos casos em que a
condenação imposta à Fazenda Pública
não seja de natureza tributária, "os
juros moratórios devem ser calculados
com base no índice oficial de
remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança, nos termos da
regra do art. 1º-F da Lei 9.494/1997,
com redação da Lei 11.960/2009. Já a
correção monetária, por força da
declaração de inconstitucionalidade
parcial do art. 5º da Lei 11.960/2009,

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deverá ser calculada com base no IPCA,


índice que melhor reflete a inflação
acumulada do período". Eis a ementa do
citado precedente:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC E
RESOLUÇÃO STJ N.º 08/2008.
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO
FEDERAL. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS.
MEDIDA PROVISÓRIA N.º 2.225-45/2001.
PERÍODO DE 08.04.1998 A 05.09.2001.
MATÉRIA JÁ DECIDIDA NA SISTEMÁTICA DO
ART. 543-C DO CPC. POSSIBILIDADE EM
ABSTRATO. AUSÊNCIA DE INTERESSE
PROCESSUAL NO CASO CONCRETO.
RECONHECIMENTO ADMINISTRATIVO DO
DIREITO. AÇÃO DE COBRANÇA EM QUE SE
BUSCA APENAS O PAGAMENTO DAS PARCELAS
DE RETROATIVOS AINDA NÃO PAGAS.
1. Esta Corte já decidiu, por meio de
recurso especial representativo de
controvérsia (art. 543-C do CPC e
Resolução STJ nº 8/2008), que os
servidores públicos que exerceram cargo
em comissão ou função comissionada
entre abril de 1998 e setembro de 2001
fazem jus à incorporação de quintos
(REsp 1.261.020/CE, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, DJe
7.11.12).
2. No caso concreto, todavia, a União é
carecedora de interesse recursal no que
toca à pretensão de rediscutir a
legalidade da incorporação dos quintos,
pois esse direito foi reconhecido pela
própria Administração por meio de
processo que tramitou no CJF, já tendo
sido a parcela, inclusive, incorporada
aos vencimentos do autor.
PRESCRIÇÃO. RENÚNCIA. INTERRUPÇÃO.
REINÍCIO PELA METADE. ART. 9º DO

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DECRETO 20.910/32. SUSPENSÃO DO PRAZO


NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
ART. 4º DO DECRETO 20.910/32.
PRESCRIÇÃO NÃO VERIFICADA.
3. Nos termos do art. 1º do Decreto
20.910/32, as "dívidas passivas da
União, dos Estados e dos Municípios,
bem assim todo e qualquer direito ou
ação contra a Fazenda federal, estadual
ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos
contados da data do ato ou fato do qual
se originarem".
4. Pelo princípio da actio nata, o
direito de ação surge com a efetiva
lesão do direito tutelado, quando nasce
a pretensão a ser deduzida em juízo,
acaso resistida, nos exatos termos do
art. 189 do Novo Código Civil.
5. O ato administrativo de
reconhecimento do direito pelo devedor
importa (a) interrupção do prazo
prescricional, caso ainda esteja em
curso (art. 202, VI, do CC de 2002); ou
(b) sua renúncia, quando já se tenha
consumado (art. 191 do CC de 2002).
6. Interrompido o prazo, a prescrição
volta a correr pela metade (dois anos e
meio) a contar da data do ato que a
interrompeu ou do último ato ou termo
do respectivo processo, nos termos do
que dispõe o art. 9º do Decreto n.º
20.910/32.
Assim, tendo sido a prescrição
interrompida no curso de um processo
administrativo, o prazo prescricional
não volta a fluir de imediato, mas
apenas "do último ato ou termo do
processo", consoante dicção do art. 9º,
in fine, do Decreto 20.910/32.
7. O art. 4º do Decreto 20.910/32,
secundando a regra do art. 9º, fixa que

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a prescrição não corre durante o tempo


necessário para a Administração apurar
a dívida e individualizá-la a cada um
dos beneficiados pelo direito.
8. O prazo prescricional suspenso
somente volta a fluir, pela metade,
quando a Administração pratica algum
ato incompatível com o interesse de
saldar a dívida, quando se torna
inequívoca a sua mora.
9. No caso, o direito à incorporação
dos quintos surgiu com a edição da MP
n. 2.225-45/2001. Portanto, em 04 de
setembro de 2001, quando publicada a
MP, teve início o prazo prescricional
quinquenal do art. 1º do Decreto
20.910/32.
10. A prescrição foi interrompida em 17
de dezembro de 2004 com a decisão do
Ministro Presidente do CJF exarada nos
autos do Processo Administrativo n.º
2004.164940, reconhecendo o direito de
incorporação dos quintos aos servidores
da Justiça Federal.
11. Ocorre que este processo
administrativo ainda não foi concluído.
Assim, como ainda não encerrado o
processo no bojo do qual foi
interrompida a prescrição e tendo sido
pagas duas parcelas de retroativos, em
dezembro de 2004 e dezembro de 2006,
está suspenso o prazo prescricional,
que não voltou a correr pela metade,
nos termos dos art. 9º c/c art. 4º,
ambos do Decreto 20.910/32. Prescrição
não configurada.
VERBAS REMUNERATÓRIAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA E JUROS DEVIDOS PELA FAZENDA
PÚBLICA. LEI 11.960/09, QUE ALTEROU O
ARTIGO 1º-F DA LEI 9.494/97. DECLARAÇÃO
DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR
ARRASTAMENTO (ADIN 4.357/DF).

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12. O art. 1º-F da Lei 9.494/97, com


redação conferida pela Lei 11.960/2009,
que trouxe novo regramento para a
atualização monetária e juros devidos
pela Fazenda Pública, deve ser
aplicado, de imediato, aos processos em
andamento, sem, contudo, retroagir a
período anterior a sua vigência.
13. "Assim, os valores resultantes de
condenações proferidas contra a Fazenda
Pública após a entrada em vigor da Lei
11.960/09 devem observar os critérios
de atualização (correção monetária e
juros) nela disciplinados, enquanto
vigorarem. Por outro lado, no período
anterior, tais acessórios deverão
seguir os parâmetros definidos pela
legislação então vigente" (REsp
1.205.946/SP, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, Corte Especial, DJe 2.2.12).
14. O Supremo Tribunal Federal declarou
a inconstitucionalidade parcial, por
arrastamento, do art. 5º da Lei
11.960/09, que deu nova redação ao art.
1º-F da Lei 9.494/97, ao examinar a
ADIn 4.357/DF, Rel. Min. Ayres Britto.
15. A Suprema Corte declarou
inconstitucional a expressão "índice
oficial de remuneração básica da
caderneta de poupança" contida no § 12
do art. 100 da CF/88. Assim entendeu
porque a taxa básica de remuneração da
poupança não mede a inflação acumulada
do período e, portanto, não pode servir
de parâmetro para a correção monetária
a ser aplicada aos débitos da Fazenda
Pública.
16. Igualmente reconheceu a
inconstitucionalidade da expressão
"independentemente de sua natureza"
quando os débitos fazendários
ostentarem natureza tributária. Isso

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porque, quando credora a Fazenda de


dívida de natureza tributária, incidem
os juros pela taxa SELIC como
compensação pela mora, devendo esse
mesmo índice, por força do princípio da
equidade, ser aplicado quando for ela
devedora nas repetições de indébito
tributário.
17. Como o art. 1º-F da Lei 9.494/97,
com redação da Lei 11.960/09,
praticamente reproduz a norma do § 12
do art. 100 da CF/88, o Supremo
declarou a inconstitucionalidade
parcial, por arrastamento, desse
dispositivo legal.
18. Em virtude da declaração de
inconstitucionalidade parcial do art.
5º da Lei 11.960/09: (a) a correção
monetária das dívidas fazendárias deve
observar índices que reflitam a
inflação acumulada do período, a ela
não se aplicando os índices de
remuneração básica da caderneta de
poupança; e (b) os juros moratórios
serão equivalentes aos índices oficiais
de remuneração básica e juros
aplicáveis à caderneta de poupança,
exceto quando a dívida ostentar
natureza tributária, para as quais
prevalecerão as regras específicas.
19. O Relator da ADIn no Supremo, Min.
Ayres Britto, não especificou qual
deveria ser o índice de correção
monetária adotado. Todavia, há
importante referência no voto vista do
Min. Luiz Fux, quando Sua Excelência
aponta para o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística,
que ora se adota.
20. No caso concreto, como a condenação
imposta à Fazenda não é de natureza

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tributária – o crédito reclamado tem


origem na incorporação de quintos pelo
exercício de função de confiança entre
abril de 1998 e setembro de 2001 –, os
juros moratórios devem ser calculados
com base no índice oficial de
remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança, nos termos da
regra do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com
redação da Lei 11.960/09. Já a correção
monetária, por força da declaração de
inconstitucionalidade parcial do art.
5º da Lei 11.960/09, deverá ser
calculada com base no IPCA, índice que
melhor reflete a inflação acumulada do
período.
21. Recurso especial provido em parte.
Acórdão sujeito à sistemática do art.
543-C do CPC e da Resolução STJ n.º
08/2008.

Tem-se, portanto, que o cálculo da


correção monetária e dos juros
moratórios deve observar o seguinte
regramento:

1. No período compreendido entre a data


da citação da ação e a da edição da Lei
11.960/2009, há que incidir, quanto aos
juros de mora, o percentual de 6% ao
ano previsto na redação original do 1º-
F da Lei 9.494/1997, acrescentado pela
MP 2.180-35/2001; e, quanto à correção
monetária, o índice então utilizado
pelo Tribunal estadual.
2. Daí por diante, ou seja, após
29/6/2009, data da edição da Lei
11.960/2009, os juros moratórios devem
ser calculados nos mesmos moldes
aplicados à caderneta de poupança e a
correção monetária calculada com base
no IPCA.

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Dessarte, verifica-se que o Tribunal de


origem não decidiu em consonância com o
entendimento firmado pelo Excelso
Pretório no julgamento do RE 870.947
RG/SE.
Caso exista nos autos prévia fixação de
honorários de advogado pelas instâncias
de origem, determino a sua majoração,
em desfavor da parte recorrente, no
importe de 10% sobre o valor já
arbitrado, nos termos do art. 85, § 11,
do Código de Processo Civil,
observados, se aplicáveis, os limites
percentuais previstos nos §§ 2º e 3º do
referido dispositivo legal, bem como
eventual concessão da gratuidade da
justiça.
Por tudo isso, dou provimento ao
Recurso Especial.
Publique-se.
Intimem-se.

Brasília, 25 de fevereiro de 2022.


MINISTRO HERMAN BENJAMIN
Relator (G. n.)

Esse precedente, somado aos inúmeros


outros fatores e fundamentos já apontados, conclui a tese
de ser imprescindível o provimento recursal para
restauração da ordem jurídica aplicada ao caso concreto,
no que diz respeito à correção monetária e aos juros de
mora.

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IV – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, e tendo sido


atendidos todos os pressupostos de admissibilidade
recursal, o Recorrente requer aos Eminentes Ministros que:

a) seja recebido, processado e admitido


o presente Recurso Especial;

b) seja intimada a Recorrida para,


querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em
lei;

c) seja dado provimento ao Recurso


Especial para o fim de reformar o acórdão recorrido e
estipular adoção do índice IPCA-E a título de correção
monetária e de juros de mora conforme a caderneta de
poupança, desde a vigência da Lei Federal nº 11.960/2009,
que conferiu nova redação ao art 1º-F da Lei Federal nº
9.494/1997, e em atendimento ao Tema 905, do Superior
Tribunal de Justiça;

d) a condenação da parte adversa em


todos os ônus sucumbenciais, inclusive honorários
advocatícios sucumbenciais;

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e) a intimação de todos os advogados


constituídos nos autos pelo Recorrente acerca dos atos
processuais, sob pena de nulidade.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Frutal/MG, 05 de abril de 2022.

ANDRÉ SILVA DE SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO


OAB/GO n.º 37.243 OAB/MG n.º 99.816
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