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MÁRCIO MARANO ANDRÉ SILVA SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO

e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816


OAB/MG n. 146.322
ANDRÉ SILVA
ADVOGADOS CAROLINA MAIA SOARES ÍTALO BORGES FLORÊNCIO DE
ASSOCIADOS S/S SILVA PAULA
OAB/MG n. 187.427 OAB/MG n. 168.542

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A)


DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO N.: 1991435-44.2021.8.13.0000


RECORRENTE: MUNICÍPIO DE FRONTEIRA
RECORRIDA: ENGEPOL ENGENHARIA PAVIMENTAÇÃO E OBRAS LTDA

O MUNICÍPIO DE FRONTEIRA, pessoa


jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob
o n. 18.449.140/0001-07, sediada na Avenida Minas Gerais,
n. 110, Centro, Município de Fronteira/MG, CEP 38.230-000,
local em que recebe as intimações e notificações de praxe,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fulcro no art. 102, III, alínea “a”, da Constituição
Federal e art. 1.029 e 1.030, III, e seguintes do Código
de Processo Civil, interpor o presente

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM PEDIDO DE


SOBRESTAMENTO

em face do Acórdão que em Embargos de Declaração em Agravo


de Instrumento, que manteve a Decisão de piso, ao aplicar

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índice de correção monetária e taxa de juros em desacordo


quanto ao definido no Tema 810 do STF, bem como em razão
do surgimento do Tema 1170 do STF, versando sobre questão
atinente ao caso concreto dos autos, consoante os
fundamentos fáticos e jurídicos que logo serão aduzidos.

Requer, portanto, seja o presente


recurso recebido, processado e admitido, determinando-se
sua remessa ao Colendo Supremo Tribunal Federal para
apreciação e julgamento.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Frutal/MG, 05 de abril de 2022.

ANDRÉ SILVA DE SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO


OAB/GO n.º 37.243 OAB/MG n.º 99.816
OAB/MG n.° 146.322

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COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO N.: 1991435-44.2021.8.13.0000


RECORRENTE: MUNICÍPIO DE FRONTEIRA
RECORRIDA: ENGEPOL ENGENHARIA PAVIMENTAÇÃO E OBRAS LTDA

RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Egrégia Turma,

Doutos Ministros,

Eminente Relator.

I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

I.I) DO CABIMENTO

Da análise dos autos restaram as


seguintes conclusões:

1. O acórdão recorrido foi julgado em


última instância pelo Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais;

2. Em outro ponto, apesar de reconhecer


a existência do Tema 810 do Supremo
Tribunal Federal, deixou de aplica-lo
no caso concreto, e entendeu que:
“Ocorre que o julgamento do Supremo
Tribunal Federal acima
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destacado, assim como o julgamento do


Superior Tribunal de Justiça, é
posterior ao trânsito em julgado do
acórdão exequendo, pelo que não há
amparo legal que, excepcionalmente,
viabilize a alteração do índice de
atualização do débito no caso em tela
(interpretação do art. 535, §§ 5º e 7º,
do CPC/15).”

Isto posto, à luz do artigo 102, III,


alínea “a”, da Constituição Federal e, também, do
artigo 1.029, II, do Código de Processo Civil, é cabível o
presente Recurso Extraordinário para alcançar o fim
desejado, qual seja: a reforma do acórdão.

I.II) DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso é tempestivo vez que


o prazo para interpor Recurso Extraordinário, conforme a
legislação processual vigente, é de 15 dias úteis (art.
1.003, § 5º do CPC), devidamente dobrado, nos termos do
art. 183, caput, do CPC, salientando-se tratar de processo
com trâmite pelo meio eletrônico, de cujo acórdão foi
intimado o Município aos 21/02/2022, conforme abaixo:

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Além disso, importante salientar o


Calendário do e. TJMG
(https://www8.tjmg.jus.br/servicos/gj/calendario/):

Levando-se em consideração os dias


úteis, a teor da legislação de regência, tem-se que o
prazo final para interposição do Recurso Extraordinário é
dia 07/04/2022.

Do v. acórdão recorrido, o qual manteve


o julgamento anterior, interpõe-se o presente Recurso
Especial, tempestivamente.
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I.III) DO PREPARO

Tratando-se de Recurso Extraordinário


interposto pela Fazenda Pública do Município de Fronteira,
tem-se a desnecessidade de recolhimento de preparo, pois o
Município é isento do pagamento de tal verba, conforme Lei
Estadual nº 14.939/2003, artigo 10, I, a saber: “Art. 10.
São isentos do pagamento de custas: I - a União, o Estado
de Minas Gerais e seus Municípios e as respectivas
autarquias e fundações; [...]” (disponível em:
https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/compl
eta.html?tipo=LEI&num=14939&comp=&ano=2003).

Além disso, o Provimento Conjunto nº


75/2018, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(disponível em:
http://www8.tjmg.jus.br/institucional/at/pdf/vc00752018.pd
f) possui disposição em sentido convergente, nos termos do
seu art. 50, caput, abaixo:

Art. 50. A Fazenda Pública não se


sujeita ao adiantamento das custas
judiciais, da taxa judiciária e das
despesas processuais devidas no curso
do processo, ressalvada a despesa
processual relativa à verba
indenizatória de transporte, cumulada
com a praça de pedágio e o transporte
fluvial.
Parágrafo único. Nos mandados de
interesse dos órgãos da Administração
Direta do Estado de Minas Gerais, do
Ministério Público e da Defensoria
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Pública, o adiantamento da verba


indenizatória de transporte e do
reembolso dos dispêndios com praça de
pedágio e transporte fluvial será
realizado pelo TJMG, conforme disposto
nos arts. 47 a 49 deste Provimento
Conjunto. (G. n.)

Dessa maneira, tal aspecto também se


encontra devidamente preenchido.

I.IV) DO PREQUESTIONAMENTO

Exige-se, para acolhimento de Recurso


Extraordinário, que a matéria tenha sido prequestionada.
Este requisito foi cumprido, já que, no acórdão recorrido,
o competente Tribunal a quo se manifestou exaustivamente
sobre os aspectos suscitados, ou seja, sobre o item
apontados quando da demonstração do cabimento do presente
Recurso Extraordinário, mormente o envolvimento do Tema
810 do Supremo Tribunal Federal. Para melhor
esclarecimento, seguem listados abaixo excertos do acórdão
em Agravo de Instrumento, este mantido em acórdão de
Embargos de Declaração:

“[...] Por outro lado, importante


anotar que o Excelso Supremo Tribunal
Federal, quando do julgamento do
Recurso Extraordinário nº 870.947/SE
(Tema 810), em 20/09/2017, submetido ao
regramento da repercussão geral,
afastou a incidência do art. 1º-F da
Lei nº 9.494/97, com redação dada pela

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Lei nº 11.960/09, no que toca à


correção.
[...]
Ocorre que o julgamento do Supremo
Tribunal Federal acima destacado, assim
como o julgamento do Superior Tribunal
de Justiça, é posterior ao trânsito em
julgado do acórdão exequendo, pelo que
não há amparo legal que,
excepcionalmente, viabilize a alteração
do índice de atualização do débito no
caso em tela (interpretação do art.
535, §§ 5º e 7º, do CPC/15).” (Em sede
de acórdão em Agravo de Instrumento)

“Some-se a isso que, na espécie, não


houve determinação de incidência do
art. 1º-F, da Lei 9.494/97, com redação
dada pela Lei 11.960/09 (cuja
inconstitucionalidade foi parcialmente
reconhecida pelo Pretório Excelso) ou
do IPCA-E, inexistindo, também por esse
motivo, razão para alteração dos
critérios de atualização do débito.
Saliente-se que o inconformismo quanto
à interpretação dada aos fatos e à
pretensão inaugural (inclusive aos
limites do pedido inicial), embora
compreensível, não autoriza a revisão
do acórdão em sede de embargos de
declaração”. (Em sede de acórdão em
Embargos de Declaração)

Como visto, de maneira clara e


inequívoca, o órgão a quo decidiu por não aplicar o Tema
810 do STF em decorrência de entender não haveria
possibilidade de sua incidência no caso concreto diante de
uma necessidade de observar a coisa julgada, conforme
constante do decisum.

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Portanto, há prequestionamento, uma vez


que os temas concernentes às matérias controvertidas foram
debatidos no Tribunal a quo, inclusive com referência
explícita ao posicionamento questionado.

II – SÍNTESE DO OCORRIDO

Conforme salientado ainda no tópico


anterior, trata-se de controvérsia especificamente um
ponto: a aplicação do Tema 810 do STF ao caso concreto e
ao valor exequendo, na medida em que este foi afastado
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, violando
frontalmente o princípio da legalidade expressamente
disposto no art. 5º, II, da CRFB/1988, bem como a
competência do próprio Supremo Tribunal Federal, na medida
em que este definiu as diretrizes da matéria em escopo, no
âmbito de Recurso Extraordinário com repercussão geral
reconhecida, a gerar o Tema 810, a confrontar com o art.
102, III, “a”, também da CRFB/1988.

Assim, não concordando com os


fundamentos expostos no v. acórdão prolatado, viu-se o
Recorrente obrigado a interpor o presente Recurso
Extraordinário, tendo em vista tratar-se de questão de
JUSTIÇA.

É o resumo do ocorrido.

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III – DA REPERCUSSÃO GERAL

No âmbito do Recurso Extraordinário,


erige-se como requisito necessário para se conhecimento a
demonstração de repercussão geral sobre a matéria,
conforme assim dispõe a Constituição Federal:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal


Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
[...]
III - julgar, mediante recurso
extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a
decisão recorrida:
[...]
§ 3º No recurso extraordinário o
recorrente deverá demonstrar a
repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente
podendo recusá-lo pela manifestação de
dois terços de seus membros.”

E o Código de Processo Civil


regulamentou a matéria da seguinte forma:

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal,


em decisão irrecorrível, não conhecerá
do recurso extraordinário quando a
questão constitucional nele versada não
tiver repercussão geral, nos termos
deste artigo.
§ 1º Para efeito de repercussão geral,
será considerada a existência ou não de
questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico
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que ultrapassem os interesses


subjetivos do processo.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a
existência de repercussão geral para
apreciação exclusiva pelo Supremo
Tribunal Federal.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre
que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência
dominante do Supremo Tribunal Federal;
[...] (G. n.)

No caso presente, a repercussão geral


decorre da contrariedade do acórdão recorrido em relação
ao quanto decidido e definido pelo Tema 810 do STF,
conforme consta do repositório institucional do Supremo
Tribunal Federal (disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/ver
AndamentoProcesso.asp?incidente=4723934&numeroProcesso=870
947&classeProcesso=RE&numeroTema=810):

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Neste caso, a repercussão geral se


opera com base no art. 1.035, § 3º, I, na medida em que o
julgado impugnado contrariou jurisprudência dominante do
Supremo Tribunal Federal. Essa contrariedade ocorreu pela
circunstância de o Tribunal a quo ter rejeitado a
aplicação do Tema 810 e da jurisprudência já pacificada do
Supremo Tribunal Federal. Tal decorreu do julgado ao
considerar válidos os critérios definidos anteriormente em
título executivo judicial, este fixando critérios de juros
e correção monetária em relação jurídica contra a Fazenda
Pública Municipal, o que simultaneamente acabou por também
vulnerar o princípio da legalidade previsto expressamente
no art. 5º, II, e a competência dos Pretório Excelso ante
a contraridade frente à jurisprudência firmadada com
amparo no art. 102, III, “a”, da CRFB/1988.

IV – DA NECESSIDADE SOBRESTAMENTO EM RAZÃO


CONTROVÉRSIA DE CARÁTER REPETITIVO AINDA NÃO
DECIDIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

I.I) DA OCORRÊNCIA DO QUANTO PREVISTO


NO ART. 1.030, III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
EXISTÊNCIA DO TEMA 1170 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –
INCIDÊNCIA SOBRE O CASO CONCRETO

Diante das possíveis providências a


serem adotadas quando do recebimento do Recurso

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Extraordinário, destaca-se a seguinte disposição do Código


de Processo Civil, a saber:

Art. 1.030. Recebida a petição do


recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze)
dias, findo o qual os autos serão
conclusos ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal recorrido, que
deverá:
[...]
III – sobrestar o recurso que versar
sobre controvérsia de caráter
repetitivo ainda não decidida pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça, conforme
se trate de matéria constitucional ou
infraconstitucional;
[...]

E, amoldando-se a tal previsão, dentro


do contexto exposto nos tópicos acima, surgiu o novel Tema
1170, do Supremo Tribunal Federal, a saber:

RE 1317982 RG / ES - ESPÍRITO SANTO


REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE
Julgamento: 23/09/2021
Publicação: 27/10/2021
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-213 DIVULG 26-10-2021 PUBLIC 27-10-
2021
Partes

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RECTE.(S) : INSTITUTO
NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA
AGRÁRIA - INCRA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL
FEDERAL
RECDO.(A/S) : SINDICATO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO
DO ESPÍRITO SANTO - SINDSEP/ES E
OUTRO(A/S)
ADV.(A/S) : ANA IZABEL VIANA
GONSALVES
RECDO.(A/S) : SANDRA FERNANDES
FRANKLIN DA SILVA
RECDO.(A/S) : RUY GHIDINI
RECDO.(A/S) : REJANE MARIA
FERREIRA CUNHA
RECDO.(A/S) : ROSANGELA
BELCHIOR MOTTA
RECDO.(A/S) : SALVIMAR VIZEU
ALEXANDRE FERREIRA
Ementa
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL
CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. JUROS
MORATÓRIOS INCIDENTES SOBRE CONDENAÇÕES
JUDICIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. ARTIGO
1º-F DA LEI 9.494/1997, COM A REDAÇÃO
DADA PELA LEI 11.960/2009. RE 870.947.
TEMA 810 DA REPERCUSSÃO GERAL. GARANTIA
DA COISA JULGADA. JUÍZO NEGATIVO DE
RETRATAÇÃO NA ORIGEM. MULTIPLICIDADE DE
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. RELEVÂNCIA DA
QUESTÃO CONSTITUCIONAL. MANIFESTAÇÃO
PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
Decisão
Decisão: O Tribunal, por maioria,
reputou constitucional a questão,
vencidos os Ministros Alexandre de
Moraes, Rosa Weber, Cármen Lúcia e
Ricardo Lewandowski. O Tribunal, por
maioria, reconheceu a existência de
repercussão geral da questão
constitucional suscitada, vencidos os

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Ministros Alexandre de Moraes, Rosa


Weber, Cármen Lúcia e Ricardo
Lewandowski. Ministro LUIZ FUX Relator
Tema
1170 - Validade dos juros moratórios
aplicáveis nas condenações da Fazenda
Pública, em virtude da tese firmada no
RE 870.947 (Tema 810), na execução de
título judicial que tenha fixado
expressamente índice diverso.
Indexação
- VIDE EMENTA.
Legislação
LEG-FED CF ANO-1988
ART-00005 INC-00035 INC-00036
INC-00054
ART-00102 INC-00003 LET-A
ART-00105
INC-00003 LET-A
CF-1988 CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
LEG-FED LEI-009494 ANO-1997
ART-0001F
LEI ORDINÁRIA
LEG-FED LEI-011960 ANO-2009
LEI ORDINÁRIA
LEG-FED LEI-013105 ANO-2015
ART-01035 PAR-00001 ART-01042
CPC-2015 CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL
LEG-FED RGI ANO-1980
ART-00323
RISTF-1980 REGIMENTO
INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
LEG-FED SUMSTF-000279
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL -STF
LEG-FED SUMSTF-000733
SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL -STF
Observação
- Decisões mococráticas citadas:

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MÁRCIO MARANO ANDRÉ SILVA SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO
e OAB/GO n. 37.243 OAB/MG n. 99.816
OAB/MG n. 146.322
ANDRÉ SILVA
ADVOGADOS CAROLINA MAIA SOARES ÍTALO BORGES FLORÊNCIO DE
ASSOCIADOS S/S SILVA PAULA
OAB/MG n. 187.427 OAB/MG n. 168.542

(APLICAÇÃO, TESE, REPERCUSSÃO GERAL,


PROCESSO, TRÂNSITO EM JULGADO)
RE 1331940, ARE 1317431, RE 1314414,
ARE 1318458, RE 1219741, ARE 1315257,
ARE 1311556 AgR.
- Acórdão(s) citado(s) - outros
tribunais:
(ÍNDICE, CORREÇÃO MONETÁRIA, JUROS DE
MORA, CONDENAÇÃO, FAZENDA PÚBLICA)
(REsp 1495146, REsp 1492221, REsp
1495144)
- Veja Acordo de Cooperação Técnica
5/2021, firmado entre o Superior
Tribunal de Justiça e o Supremo
Tribunal Federal.
- Veja RE 870947 do STF.
Número de páginas: 14.
Análise: 11/11/2021, KBP. (G. n.)

Em consulta ao repositório
institucional eletrônico do Supremo Tribunal Federal
(https://portal.stf.jus.br/jurisprudenciaRepercussao/tema.
asp?num=1170) averiguou-se também o seguinte:

Ou seja, trata-se de Tema para o qual


converge exatamente o assunto debatido nos autos, qual

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seja, a aplicação de juros de mora e correção monetária,


tal como definido no julgamento no RE 810.947, Tema 810,
em execuções de títulos judiciais que tenham fixado
expressamente índice diverso.

Dessa maneira, torna-se imprescindível


o sobrestamento dos autos até o julgamento final do Tema
1170 do Supremo Tribunal Federal, para o fim de se
evitarem decisões conflitantes, bem como em atendimento à
expressa previsão legal.

V – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA PROVIMENTO DO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO

III.I) DA CONTRARIEDADE À CONSTITUIÇÃO


FEDERAL – ART. 102, III, “a”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A) DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE E DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –
DECISÃO QUE MANTEVE A COBRANÇA DE DÍVIDA CUJOS
CONSECTÁRIOS LEGAIS (JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA) VIOLAM O
ARTS. 5º, II, E 102, III, “A”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E
DIVERGEM DA JURISPRUDÊNCIA DEFINIDA NO TEMA 810 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

No ponto, insta ressaltar que os juros


de mora e a correção monetária apontados como corretos
pelo órgão julgador e constantes da decisão recorrida
estão no título executivo judicial, em desconformidade com
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o quanto decidido no Tema 810, do Supremo Tribunal


Federal. Isso ocorre pela notória infringência às
diretrizes do mencionado Tema, definida no bojo do Recurso
Extraordinário nº 870.947, no qual se delimitou que os
juros moratórios incidentes sobre condenações judiciais da
Fazenda Pública se dariam na forma do art. 1º-F da Lei
Federal nº 9.494/1997, com a redação dada pela Lei
11.960/2009, e a correção monetária se daria pelo IPCA-E.

Trata-se de clara afronta ao princípio


da legalidade, mormente a circunstância de haver previsão
constitucional dos conhecidos e exatos termos:

“Art. 5º Todos são iguais perante a


lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
[...]”

Dessa forma, tem-se clara violação ao


princípio da legalidade, a motivar o reconhecimento de
excessos de valores em razão deste ponto, e necessidade de
se adotar o entendimento jurisprudencial fixado no Tema nº
810 do Supremo Tribunal Federal, como já reiteradamente
defendido nesses autos, pois a questão foi assentada em
definitivo no âmbito de Recurso Extraordinário e, nesse

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sentido, foi definido que somente se aplica a TR como


índice de correção monetária dos débitos representados por
precatórios até 25/03/2015, a partir de quando o índice
aplicado deverá ser o IPCA-E (ADIs 4357 e 4425); nos
demais casos, a TR é inconstitucional e não deverá ser
utilizada como índice de correção monetária, fazendo-se
incidir o IPCA-E a partir da vigência da lei 11.960/09 (RE
870.947), como pode ser visto do julgado no âmbito do
referido RE:

Ementa: QUATRO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS DE FUNDAMENTAÇÃO
NO ACÓRDÃO EMBARGADO. REJEIÇÃO.
REQUERIMENTO DE MODULAÇÃO DE EFEITOS
INDEFERIDO. 1. O acórdão embargado
contém fundamentação apta e suficiente
a resolver todos os pontos do Recurso
Extraordinário. 2. Ausentes omissão,
contradição, obscuridade ou erro
material no julgado, não há razão para
qualquer reparo. 3. A respeito do
requerimento de modulação de efeitos do
acórdão, o art. 27 da Lei 9.868/1999
permite a estabilização de relações
sociais surgidas sob a vigência da
norma inconstitucional, com o propósito
de prestigiar a segurança jurídica e a
proteção da confiança legítima
depositada na validade de ato normativo
emanado do próprio Estado. 4. Há um
juízo de proporcionalidade em sentido
estrito envolvido nessa excepcional
técnica de julgamento. A preservação de
efeitos inconstitucionais ocorre quando
o seu desfazimento implica prejuízo ao
interesse protegido pela Constituição
em grau superior ao provocado pela

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própria norma questionada. Em regra,


não se admite o prolongamento da
vigência da norma sobre novos fatos ou
relações jurídicas, já posteriores à
pronúncia da inconstitucionalidade,
embora as razões de segurança jurídica
possam recomendar a modulação com esse
alcance, como registra a jurisprudência
da CORTE. 5. Em que pese o seu caráter
excepcional, a experiência demonstra
que é próprio do exercício da
Jurisdição Constitucional promover o
ajustamento de relações jurídicas
constituídas sob a vigência da
legislação invalidada, e essa CORTE tem
se mostrado sensível ao impacto de suas
decisões na realidade social subjacente
ao objeto de seus julgados. 6. Há um
ônus argumentativo de maior grau em se
pretender a preservação de efeitos
inconstitucionais, que não vislumbro
superado no caso em debate. Prolongar a
incidência da TR como critério de
correção monetária para o período entre
2009 e 2015 é incongruente com o
assentado pela CORTE no julgamento de
mérito deste RE 870.947 e das ADIs 4357
e 4425, pois virtualmente esvazia o
efeito prático desses pronunciamentos
para um universo expressivo de
destinatários da norma. 7. As razões de
segurança jurídica e interesse social
que se pretende prestigiar pela
modulação de efeitos, na espécie, são
inteiramente relacionadas ao interesse
fiscal das Fazendas Públicas devedoras,
o que não é suficiente para atribuir
efeitos a uma norma inconstitucional.
8. Embargos de declaração todos
rejeitados. Decisão anteriormente
proferida não modulada.

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(RE 870947 ED, Relator(a): LUIZ FUX,


Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE
MORAES, Tribunal Pleno, julgado em
03/10/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-019
DIVULG 31-01-2020 PUBLIC 03-02-2020)

A consequência disso é que o ao julgar


em desacordo com o quanto definido no Tema 810 do Pretório
Excelso, deixando-o de aplica-lo ao caso concreto, houve
nítida violação da competência do Tribunal Maior, mormente
a redação do art. 102, III, “a”, da Constituição Federal
do Brasil, que assim dispõe:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal


Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
[...]
III - julgar, mediante recurso
extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a
decisão recorrida:
[...]
a) contrariar dispositivo desta
Constituição;
[...]

Além disso, tal aqui exposto como


entendimento segue a linha já firmada pelo Supremo
Tribunal Federal, senão vejamos:

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO


DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 62/2009. SUPOSTA
OMISSÃO QUANTO AO ÍNDICE DE CORREÇÃO
MONETÁRIA DAS CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA
FAZENDA PÚBLICA (“PRECATÓRIOS NÃO
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EXPEDIDOS”). ALCANCE MATERIAL DA


DECISÃO DE MÉRITO. LIMITES DA
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR
ARRASTAMENTO DO ART. 1º-F DA LEI
9.494/1997 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI
11.960/2009. EXTENSÃO DO ACÓRDÃO
EMBARGADO. OMISSÃO INEXISTENTE.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. O
art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997 foi
declarado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, ao julgar as ADIs nº
4.357 e 4.425, apenas na parte em que o
texto legal estava logicamente
vinculado no art. 100, §12, da CRFB,
incluído pela EC nº 62/2009, o qual se
refere tão somente à atualização de
valores de requisitórios, não abarcando
as condenações judiciais da Fazenda
Pública. 2. A correção monetária nas
condenações judiciais da Fazenda
Pública seguem disciplinadas pelo art.
1º-F da Lei nº 9.494/1997, devendo-se
observar o índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança
como critério de cálculo; o IPCA-E deve
corrigir o crédito uma vez inscrito em
precatório. 3. Os juros moratórios nas
condenações judiciais da Fazenda
Pública seguem disciplinadas pelo art.
1º-F da Lei nº 9.494/1997, aplicando-
se-lhes o índice oficial de remuneração
da caderneta de poupança como critério
de cálculo, exceto no que diz respeito
às relações jurídico-tributárias, aos
quais devem seguir os mesmos critérios
pelos quais a Fazenda Pública remunera
o seu crédito. 4. Embargos de
declaração rejeitados.
(ADI 4357 QO-ED, Relator(a): LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, julgado em 09/12/2015,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-157 DIVULG 03-
08-2018 PUBLIC 06-08-2018) (G. n.)

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Nota-se que a afronta ao princípio da


legalidade é tão evidente que a questão que motivou todo o
debate jurídico originariamente no âmbito do STF sobre
juros e correção monetária foi justamente no âmbito de uma
Lei Federal (de aplicação nacional), qual seja, a de nº
9.494, art. 1º-F. E, nesse ponto, faz-se uma comparação
para demonstrar sustentação à tese aqui defendida: se os
critérios de juros e correção contra a Fazenda Pública
estão previstos em Lei Federal, o título executivo, ao
arrepio da própria Constituição Federal e ao princípio da
legalidade, não poderia definir referidos consectários de
maneira diversa. Não menos importante, dentro do papel de
protetor maior da Constituição da República e
uniformizador de sua interpretação no âmbito judicial, a
jurisprudência produzida pelo Pretório Excelso, após
repercussão geral reconhecida, no âmbito de Recurso
Extraordinário, não pode ser desrespeitada, pois, caso
contrário, ficará configurada a violação à própria
competência do Supremo Tribunal Federal. E tal espécie de
infringência ocorreu no caso concreto, com afronta ao art.
102, III, “a”, da CRFB/1988.

Portanto, verificam-se, de maneira


indubitável, graves antijuridicidades na decisão
recorrida, pois contra jurisprudência do STF em sede de
Tema 810 e ADIN, acerca dos juros de mora e índice de
correção monetária aplicáveis, violando os arts. 5º, II, e
102, III, “a”, da Constituição Federal.
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Logo, tendo em vista que o acórdão


recorrido seguiu caminho diverso, merece então adequação
jurídica, desde já se requerendo tal providência.

VI – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, e tendo sido


atendidos todos os pressupostos de admissibilidade
recursal, o Recorrente requer aos Eminentes Ministros que:

a) seja recebido, processado e admitido


o presente Recurso Extraordinário;

b) seja intimada a Recorrida para,


querendo, apresentar sua resposta, no prazo previsto em
lei;

c) com amparo no art. 1.030, III, do


Código de Processo Civil, seja deferido o sobrestamento do
feito até julgamento da controvérsia debatida no Tema 1170
no âmbito do Supremo Tribunal Federal;

d) seja dado provimento ao Recurso


Extraordinário para o fim de anular o acórdão recorrido e
julgar procedentes as pretensões do Recorrente, e
determinar a aplicação da taxa de juros de mora conforme
caderneta de poupança e índice de correção monetária

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conforme IPCA-E, em observância ao o Tema 810 do Supremo


Tribunal Federal;

e) A condenação da parte adversa em


todos os ônus sucumbenciais, inclusive honorários
advocatícios sucumbenciais;

f) A intimação de todos os advogados


constituídos nos autos pelo Recorrente acerca dos atos
processuais, sob pena de nulidade.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Frutal/MG, 05 de abril de 2022.

ANDRÉ SILVA DE SOUZA MÁRCIO MARTINS MARANO


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