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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 5

ASPECTOS GERAIS .................................................................................. 6

3.1 Fogo ..................................................................................................... 6

3.2 Explosões ............................................................................................. 7

3.2.1 Explosões de nuvens de pó ........................................................... 9

NORMAS E REGULAMENTAÇÕES......................................................... 10

4.1 Norma Regulamentadora nº 20 (NR-20) ............................................ 12

INSTALAÇÕES CONTRA INCÊNDIOS .................................................... 13

5.1 Sistema de segurança contra incêndio............................................... 15

5.2 Segurança contra o fogo .................................................................... 18

PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PPCI) .......................... 20

6.1 Equipamentos de segurança contra incêndio ..................................... 21

6.1.1 Extintores ..................................................................................... 21

6.1.2 Alarme de incêndio ....................................................................... 23

6.1.3 Hidrante e mangotinhos ............................................................... 25

6.1.4 Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos


(Sprinklers) 26

6.1.5 Iluminação de emergência ........................................................... 28

6.1.6 Sinalização de emergência .......................................................... 29

6.2 Normas de segurança ........................................................................ 29

6.3 Plano de Emergência ......................................................................... 30

6.4 Reserva Técnica de água para combate a incêndio........................... 34

REDUÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS E


EXPLOSÕES ............................................................................................................ 36
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 41

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Fonte: diariodepernambuco.com.br

Os sistemas de combate a incêndio são elementos cada vez mais presentes


nas novas edificações, nas reformas de construções e nas indústrias.
As normas e os documentos informativos são confusos e, não raro, apontam
para direções e soluções diferentes, que resultam em grande movimentação nessa
área, tanto na parte de atualização das normas e recomendações, como na
capacitação dos profissionais para compreensão das demandas a fim de tornar as
edificações mais seguras (CONTERATO, 2017).
Em virtude das propriedades químicas ou físicas, algumas substâncias
demonstram grande perigo devido a possibilidade de ocorrência de algum dano ao
serem expostas a determinadas condições ou em contato com outras. Entre esses
danos mais preocupantes, estão o incêndio e as explosões.
Diante disso, existem aspectos que devem ser analisados para um
gerenciamento eficaz dos riscos de incêndio e explosões em plantas industriais.

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3 ASPECTOS GERAIS

3.1 Fogo

Fonte: maisumonline.com.br

No fogo o que se tem é uma combustão, ou seja, uma reação química de


oxidação, autossustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. Para que
isso ocorra é necessário a união de quatro elementos essenciais ao fogo, quais sejam:
calor, combustível, comburente e reação em cadeia (LOPES, 2007).
O combustível pode ser sólido, líquido ou gasoso, mas vapores e líquidos são
em geral mais facilmente levados à ignição. Em geral, o fogo forma-se pela combustão
na presença de oxigênio. Ocorre a combustão sempre na fase vapor, os líquidos são
volatilizados e os sólidos são decompostos em vapor antes da combustão. Quando o
combustível, o oxidante (comburente) e uma fonte de ignição estão presentes em
níveis suficientes, então acontecerá o fogo.
O calor é uma forma de energia gerada da transformação de outra energia,
através de processos físicos ou químicos, que faz com que haja aumento de
temperatura.

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O comburente é o elemento que propicia vida as chamas intensificando a
combustão. O gás mais comum no desempenho deste papel é o oxigênio, porém não
é o único, existindo outros gases.
Por fim, a reação em cadeia nada mais é do que a queima autossustentável.
Da junção desses três elementos, é gerada uma reação química. Quando o
calor emitido pelas chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas
menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiam outra vez calor
para o combustível, produzindo um ciclo contínuo.
Portanto, pode-se dizer que os três elementos essenciais para formação do
fogo são o calor, combustível e o oxigênio, sendo chamado de “Triângulo do fogo”.
Assim, o fogo é um processo químico e não ocorrerá se: não estiver combustível
presente, ou estando sendo em pequena quantidade; não estiver presente o oxigênio,
ou em quantidade insuficiente; e se a fonte de ignição (calor) não é energética o
suficiente para iniciar o fogo (LOPES, 2007).

3.2 Explosões

Fonte: trt.net.tr

A explosão resulta de uma liberação de energia rápida o suficiente para que se


tenha um acúmulo de energia no local da explosão. Essa energia é então disseminada
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por uma variedade de mecanismos, incluindo a formação de ondas de pressão,
projéteis, radiação térmica e energia acústica.
Os danos da explosão se relacionam pela dissipação de energia. Se uma
explosão ocorre num gás, a energia causa a rápida expansão de mesmo, focando as
vizinhanças e iniciando uma onda de pressão que move rapidamente para fora do
centro de explosão. A onda de pressão contém energia que resulta em danificar as
vizinhanças.
O comportamento de explosões depende de uma grande variedade de
parâmetros que afetam significativamente as explosões, quais sejam: temperatura
ambiente; pressão ambiente; composição do material explosivo; propriedades físicas
do material explosivo; natureza da fonte de ignição: tipo, energia e duração; geometria
das vizinhanças: confinamento ou não; quantidade de material combustível;
turbulência de material combustível; tempo antes da ignição; e taxa no qual o material
combustível é liberado.
Quanto a energia química, podemos conceituar a explosão como um processo
químico exotérmico que, quando ocorre a volume constante, resulta numa elevação
rápida e significante da pressão. Porém, se focarmos no ruído emitido, a explosão
pode ser caracterizada como uma deflagração acompanhada de um grande ruído,
devido a uma onda de pressão.
As explosões podem ser químicas, que são aquelas provocadas através de
reações químicas; mecânicas pneumáticas, através de gases sob pressão; mecânicas
hidráulicas, através de líquidos sobre pressão; mecânicas físicas, por ruptura
provocadas pela fissão de um átomo, por exemplo, um bombardeio.
O grau de subdivisão de um sólido é que determina a probabilidade de uma
explosão e que uma maneira usual dessa medida é através da área superficial
específica, que permite ver exatamente quanta área superficial existe por unidade de
massa.
Portanto, tem-se uma maneira conveniente de aferir celeremente a área
superficial específica baseando-se no diâmetro e nas características básicas da
partícula. Essencialmente, quanto maior a área superficial específica maior perigo se
tem de um pó estar envolvido numa explosão, embora partículas muito pequenas
podem se aglomerar e assim reduzindo a possibilidade de explosão do pó.

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3.2.1 Explosões de nuvens de pó

Nos últimos 20 anos, explosões na indústria do pó causaram centenas de


mortes e milhões de dólares em danos. No entanto, eles são considerados a fonte de
menor risco de incêndio na indústria. Explosões de pós podem ocorrer durante o
processo de produção de pós combustíveis e podem ser causadas por qualquer fonte
de energia, incluindo faíscas, fricção e materiais incandescentes. É improvável que
uma explosão de pó cause uma explosão porque o processo de combustão de
partículas sólidas é relativamente lento (LOPES, 2007).
Para que ocorra uma explosão com pó são necessários alguns requisitos, tais
como:
. Mistura de pó e ar sob forma de nuvem que se caracteriza pela quantidade de
material em suspensão dentro da faixa de exclusividade, suas características e
condições ambientais.
. Fonte de Energia de Ativação - qualquer elemento do sistema que possa
causar uma centelha que se situe dentro dos padrões de inflamabilidade e energia de
ativação, ou ainda de cargas eletrostáticas inerentes do processo de produção ou de
elementos do transporte pneumáticos, como motores e faiscamentos por atrito entre
partes metálicas, rotor e carcaça de ventilador.
. Presença de Oxigênio - em concentração mínima para a combustão total da
massa de pó.
. Grau de Concentração - é a quantidade de material em suspensão em gr/m3,
dentro de uma faixa passível de explodir. Definida como Limites de Explosividade
superior e inferior abaixo ou acima do qual não ocorre explosão.
. Umidade - quanto maior a umidade do material bem como a do ar mais difícil
se torna a deflagração do mesmo, pois a água residual ao evaporar, empobrece o
ambiente, deslocando o oxigênio existente. Quanto mais seco, porém, mais suscetível
fica.
. Granulometria - quanto mais fina, maior o poder de deflagração do pó e maior
a velocidade da mesma. Materiais compactos, de grande massa e de pouca superfície
específica não são passíveis de explosão, mas sim de incêndio, podendo queimar por
diversas horas, e de difícil extinção.

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As explosões de pó podem ser primárias e secundárias. Chamamos de
primárias aquelas explosões de pó que se iniciam dentro de um equipamento (tais
como moinhos, misturadores, telas, secadores, ciclones, funis, filtros, elevadores,
silos, dutos de aspiração, e sistemas de transporte pneumático).
As explosões secundárias são causadas (em se tratando de pós) quando pós
depositados são perturbados pela explosão primária e forma uma segunda nuvem de
pós que então entra em ignição pelo calor liberado pela explosão primária. O problema
é que pequenas quantidades de pó depositado ocupam um espaço pequeno, mas
quando perturbados podem facilmente formar nuvens perigosas (LOPES, 2007).

4 NORMAS E REGULAMENTAÇÕES

No Brasil, até meados de 1970, não existia legislação específica acerca dos
incêndios que eram vistos como um problema que ficava a cargo dos Corpos de
Bombeiros. As regulamentações eram poucas e podiam ser encontradas em códigos
de obras de cada município. Regulamentações específicas só foram criadas depois
de ter sobrevindo incêndios de grandes proporções que deixaram muitas vítimas,
como ocorreu em São Paulo, no edifício Joelma, em fevereiro de 1974.
O órgão responsável pela elaboração, atualização e disseminação das normas
técnicas é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é signatária da
Organization for International Standardization (ISO), entidade responsável pela
compatibilização de normas internacionais, ou seja, que podem ser aplicadas em
diferentes países. Por isso existem no Brasil as normas NBR ISO, que podem ser
apenas traduções fieis ou conterem discretas adaptações à realidade brasileira.
Em meados de 1960, uma comissão especial de estudos ligada à ABNT,
formada por estudiosos de diferentes segmentos da segurança contra incêndio,
oferecia suporte técnico à elaboração das leis de segurança contra incêndio. Essa
comissão é responsável pela elaboração dos documentos técnicos que são
precursores das normas técnicas que conhecemos atualmente.
Em 1970, a comissão especial de estudos foi reconhecida como permanente e
recebeu o nome de CBPI – Comissão Brasileira de Prevenção de Incêndio. Em 1987,
essa instituição ocupava o 24° do Comitê da ABNT e passou a se chamar Comitê
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Brasileiro de Segurança Contra Incêndio. No mesmo ano, instalou sua sede no prédio
do Corpo de Bombeiros de Estado de São Paulo, na Praça da Sé.
A primeira especificação técnica sobre segurança contra incêndio de que se
tem registro é a EB 132:1961 – Especificação Técnica – Portas corta-fogo de madeira
revestida de metal, substituída pela norma ABNT NBR 11711, em 1992.
A cada grande incêndio, fazia-se mais notável a necessidade e urgência de se
ampliar a obrigatoriedade da adoção de medidas de segurança contra incêndio.
Entretanto, as referências nacionais não eram suficientes. Assim, foram trazidas as
normas internacionais e estrangeiras, que serviram de referência a instruções
técnicas, leis, decretos, decreto-lei, portarias, diretrizes técnicas e outros tantos
documentos regulamentadores.
O conhecimento sobre esse acervo é essencial ao profissional de segurança.
Ele deve ser capaz de discernir as diferenças e a hierarquia das normas e
regulamentações, em função da instância e do local de sua atuação. Embora nem
todas elas sejam compatíveis entre si, todas são legítimas e devem ser obedecidas.
Ressalta-se, ainda, que não há qualquer tipo de restrição ao fato das grandes
empresas, com alto nível de risco em seus processos, como a Petrobrás, por exemplo,
definirem internamente suas normas de segurança para minimizar as ocorrências e
consequências de falhas em seus sistemas. Também não há obrigatoriedade das
indústrias do álcool combustível, que têm riscos similares, compartilharem tais regras.
No caso de incêndios florestais, a regulamentação oficial é de competência dos
órgãos federais Ibama e ICMBio.
Hoje não existe qualquer regulamentação ou norma que exerça o papel de um
código nacional de segurança contra incêndio. Por essa razão, além das normas
brasileiras, algumas regulamentações específicas têm a incumbência de garantir o
atendimento às exigências de segurança contra incêndio. Por esse motivo é que as
exigências se concentram, principalmente, em instância estadual, e elas são
elaboradas pelos Corpos de Bombeiros Militares.
Somente no ano de 2017 foi aprovada uma legislação federal sobre incêndio,
a Lei Federal nº. 13.425, de 30 de março de 2017, que estabelece diretrizes gerais
sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e desastres em estabelecimentos,
edificações e áreas de reunião de público. Essa Lei altera as Leis nº. 8.078, de 11 de

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setembro de 1990, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e dá outras
providências (BRASIL, 2017).

4.1 Norma Regulamentadora nº 20 (NR-20)

A Norma Regulamentadora nº 20 (NR-20) tem como objetivo estabelecer os


requisitos mínimos para a gestão de segurança e saúde no trabalho contra os fatores
de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos
combustíveis.
A nova NR-20 adicionou diversos aspectos para que as atividades que
envolvam substâncias inflamáveis sejam realizadas com o menor risco possível à
saúde e à segurança dos trabalhadores.
A NR-20 aumentou as formas de como será a abordagem dos riscos e permitiu
que os requisitos mínimos relacionados sejam utilizados de acordo com a percepção
de uma equipe multiprofissional coordenada por um profissional habilitado. Tal
processo pode ser chamado de gerenciamento dos riscos e deve ser documentado
através de um Prontuário da Instalação que será formado pelo projeto da instalação,
pelos procedimentos de operação, pelos planos de inspeção e manutenção, pelas
análises de riscos e de acidentes, pela comprovação de que treinamentos foram
realizados e pelas estratégias de ação em situação de emergência que podem incluir
prevenção e controle de vazamentos, incêndios e explosões.
O novo texto da NR-20 também menciona que os aspectos de segurança
estejam incorporados ao projeto da instalação e que estes sejam elaborados
atendendo todas as determinações legais e considerando as normas de boas práticas.
Paralelamente, a construção ou a montagem da instalação precisam ser fiéis ao
projeto e devem ser seguidas por inspeções e testem que garantam condições
seguras de operação.
Tem previsão também na referida norma, os aspectos operacionais que
envolvam uma instalação que armazena ou manipula substâncias inflamáveis,
precisando esta de controle adequado de todos os procedimentos rotineiros ou
eventuais, devendo estes conter todas as informações necessárias para a execução

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das tarefas de forma segura e ser constantemente revisados e repassados através de
treinamentos aos empregados e terceirizados.
A realização destes procedimentos sem graves desvios também submete-se
diretamente ao planejamento da inspeção e da manutenção de cada componente da
instalação, ao longo de sua vida útil até a desativação.
A NR-20 estabeleceu que os aspectos de segurança devem estar presentes
desde o projeto da instalação. A prevenção tem início na definição do layout do
processamento de uma substancia inflamável.
Cada estrutura projetada possui uma probabilidade de falha e um potencial de
dano que são característicos da sua função no processo e da quantidade de
substancia envolvida, portanto a distribuição dessas estruturas deve ser realizada
procurando evitar que a ocorrência de um evento possa atingir outras estruturas da
planta industrial e causar vários eventos.
Desse modo, é fundamental verificar quais eventos poderão ser
desencadeados com a ocorrência das falhas mais prováveis e estimar os potenciais
danos, de forma que seja possível especificar sistemas capazes e com eficácia para
prevenir e combater incêndios e explosões.

5 INSTALAÇÕES CONTRA INCÊNDIOS

Os sistemas de prevenção de incêndio são soluções aplicadas tanto no projeto


da edificação, nas rotas de fuga e na compartimentação vertical e horizontal, por
exemplo, quanto no uso de elementos específicos como extintores, entre outros. Os
projetos dos sistemas de prevenção de incêndios são representados por meio de
vistas e isométricos.
Kaneshiro (2006), divide os sistemas de proteção contra incêndio em sistemas
preventivos e defensivos. Os preventivos consideram aspectos estruturais,
tecnológicos e organizacionais, enquanto os sistemas defensivos envolvem o
combate ao fogo e as ações de resgate.
Alguns elementos, como extintores, hidrantes e portas corta-fogo, são
utilizados nos projetos de prevenção e combate a incêndios.

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Vale ressaltar alguns sistemas de combate ao incêndio, como os extintores
portáteis, que podem ser à base de água ou de agentes gasosos. No Brasil, o uso de
extintores é regulado pela NBR 15808 — Extintores de incêndio portáteis — e pela
NBR 15809 — Extintores de incêndio sobre rodas.

Fonte: Kaneshiro, 2006

Os projetos de edificações e as edificações já existentes precisam se adequar


às normas de segurança contra incêndio, de modo a prover espaços de prevenção.
Neste sentido, em relação aos espaços para sistemas de prevenção de incêndio em
edificações, Andrade (apud Seito et al., 2018) trazem alguns requisitos funcionais que
devem ser previstos no projeto, tais espaços devem:

a) dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;


b) ocorrido o princípio de incêndio, dificultar a ocorrência da inflamação
generalizada do ambiente;
c) possibilitar a extinção do incêndio no ambiente de origem, antes que a
inflamação generalizada ocorra;
d) instalada a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio,
dificultar a propagação para outros ambientes;
e) permitir a fuga dos usuários do edifício;
f) dificultar a propagação do incêndio para edifícios adjacentes;
g) manter o edifício íntegro, sem danos, sem ruína parcial e/ou total;
h) permitir operações de natureza de combate ao fogo e de
resgate/salvamento de vítimas.

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Ainda segundo preleciona Segundo Seito et al. (2008), um projeto de
arquitetura, sob a visão de segurança contra incêndio, deve presumir a inclusão de
medidas de proteção passivas, com a finalidade de evitar que um incêndio se inicie
ou se alastre, uma vez iniciado. Entre as medidas passivas, os autores consideram
alguns elementos específicos dos projetos, como o pavimento de descargas e os
subsolos, a circulação interna, a compartimentação e as especificações de materiais
de revestimento e acabamento.

5.1 Sistema de segurança contra incêndio

Fonte: seucondominio.com.br

Para Metzker Oliveira (2007), faz-se necessário implementar, para todo o tipo
de edificação, a segurança contra incêndio, possibilitando uma maior probabilidade
de evitar perdas humanas e econômicas. Para isso, vários aspectos devem ser
levados em conta, tais como: a criação de regulamentações e normalizações;
educação das pessoas em segurança contra incêndios; aplicação dos conceitos do
sistema global de segurança contra incêndio nos projetos arquitetônicos das
edificações, um uso e manutenção dos sistemas de combate a incêndio, fiscalização
e as práticas do uso de planos de escape da edificação, formação de brigadas,
pesquisas e estatísticas, entre outros.
Ualfrido del Carlo (2008) destaca que os conceitos na área de segurança contra
incêndio ainda não estão plenamente incorporados aos profissionais de projeto e
construção de edifícios.
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Segundo Seito et al. (2008) os incêndios apresentam, em sua evolução, três
fases características: fase inicial, a fase de inflamação generalizada e a fase de
extinção. Na fase inicial, o incêndio se restringe a um foco representado pela
combustão do primeiro objeto ignizado. A seguir vem a fase de inflamação
generalizada, com a elevação acentuada da temperatura devido ao envolvimento
simultâneo de grande quantidade de materiais combustíveis. Depois de
aproximadamente 80% dos materiais combustíveis já terem sido consumidos pelo
fogo, o incêndio chega à sua fase de extinção.
As medidas para segurança contra incêndio nas edificações podem ser
divididas em: medidas de precaução/prevenção que são aquelas que se destinam a
prevenir a ocorrência do início do incêndio, isto é, controlar o risco do início da
combustão; e medidas de proteção que são as estabelecidas para proteger a vida
humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do incêndio que já se desenvolve.
Existem ainda, as medidas de proteção contra incêndio, que são disposições
de segurança e que podem ser divididas em ativas e passivas.
As ativas podem ser entendidas como aquelas que, em face da ocorrência do
incêndio, o sistema instalado na edificação responde aos estímulos provocados pelo
fogo de forma manual ou automática, por exemplo: sistema de proteção por hidrantes
e mangotinhos; sistema de proteção por chuveiros automáticos (ou sprinklers);
sistema de proteção por extintores de incêndio; sistema de alarme de incêndio;
sistema de sinalização de emergência; e sistema de iluminação de emergência, que
serão estudados mais adiante.
Essas medidas constituem-se, basicamente, nas instalações prediais, ou seja,
instalações hidráulicas destinadas ao combate do incêndio como os sistemas de
hidrantes e instalações elétricas destinadas à iluminação de emergência, bombas de
incêndio e geradores, entre outros. Tais medidas também devem ser consideradas no
projeto arquitetônico, pois interagem de maneira decisiva tanto na circulação interna
do edifício como na distribuição de seus ambientes.
As medidas passivas podem ser entendidas como aquelas em que o sistema
instalado na edificação não reage ativamente aos estímulos do incêndio, contudo
procura manter a integridade da estrutura pelo máximo de tempo possível, evitando
seu colapso, até que os ocupantes possam ser retirados da edificação com

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segurança, obtendo as seguintes características: limitação do crescimento do
incêndio; restrição da propagação do incêndio; evitar a propagação do incêndio em
edificações adjacentes; coibir o colapso estrutural; garantir a evacuação segura da
edificação; agilizar as ações de combate a incêndio e resgate de pessoas.
Tais medidas têm, ainda, a capacidade de influenciar as definições de materiais
(principalmente de acabamento) a serem utilizados na distribuição e disposição dos
espaços, na composição da fachada, na circulação interna, vertical e horizontal, na
implantação do edifício, no lote e nos acessos imediatos. Portanto, com um
conhecimento amplo dessas definições, o projeto arquitetônico pode ser pensado, já
na sua essência, levando-se em conta os aspectos de segurança contra incêndio,
principalmente nos edifícios que assumem proporções avantajadas ou que
apresentem características que definem risco elevado.
Se considerarmos que a segurança está intimamente ligada à probabilidade de
risco de ocorrência de eventos que propiciam perigo às pessoas e aos bens, podemos
concluir então que ela pode ser alcançada através da isenção de tais riscos. Como a
exclusão total de riscos, na prática, é algo ilusório, pode-se compreender a segurança
contra incêndios como um conjunto de variados níveis de proteção.
O nível de segurança contra incêndio atingido para um edifício está ligado de
modo direto ao controle das categorias de risco, tanto no processo produtivo como em
sua utilização.
Para Berto (1991), os requisitos funcionais a serem atendidos pelo edifício para
que ele se torne seguro do ponto de vista da segurança contra incêndio estão
associados à sequência das etapas de desenvolvimento de um incêndio.
Ainda segundo preleciona Berto (1991), uma vez que sabemos sobre o
desenvolvimento de um incêndio e como os elementos do sistema global
(subsistemas) se associam a cada etapa deste, os requisitos funcionais a serem
atendidos pelo edifício consistem em resolver os tópicos abordados em cada
elemento, com as ações propostas a seguir:
• dificultar a ocorrência do princípio de incêndio;
• ocorrido o princípio do incêndio, dificultar a ocorrência da inflamação
generalizada dos materiais combustíveis presentes no ambiente;

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• possibilitar a extinção do incêndio no ambiente de origem, antes que a
inflamação generalizada ocorra;
• instalada a inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio,
dificultar sua propagação para os outros ambientes;
• permitir a fuga dos usuários do edifício;
• manter o edifício íntegro, sem danos, sem ruína parcial e/ou total;
• propiciar operações de combate ao fogo e de resgate de vítimas.
A segurança contra incêndio deve ser considerada desde o estudo inicial, pela
concepção do anteprojeto, pelo projeto executivo e pela construção, operação e
manutenção do local. Não sendo reconhecida em qualquer uma das etapas, o edifício
ficará passível a riscos de inconveniências funcionais, gastos excessivos e níveis de
segurança inadequados.
Tudo o que foi calculado em projeto deve ser levado em conta quando da
construção do prédio, garantindo tanto a confiabilidade como a efetividade
anteriormente prevista. Deve-se, ainda, evidenciar que boa parte dos problemas
relacionados à proteção contra incêndio ocorre durante a fase de operação do edifício
e necessita da caracterização do tipo de usuário e das regulamentações compulsórias
existentes.
Os elementos de precaução contra o início do incêndio e a limitação de sua
propagação entre edifícios compõem-se unicamente de medidas passivas de
proteção. Já o elemento evacuação segura do edifício apresenta as medidas de
proteção ativa, a fim de assegurar as rotas de fuga, sendo estas medidas de proteção
passiva.
Os elementos rapidez, eficiência e segurança das operações de combate e
resgate são prejudicados quando não são satisfatórios; a provisão de equipamentos
de combate, o acesso seguro da brigada no interior do edifício e o acesso externo ao
edifício também constituem as medidas passivas.

5.2 Segurança contra o fogo

A ação contra o tem que atingir a três critérios: garantir a incolumidade das
pessoas; assegurar a proteção dos bens; permitir a recuperação da edificação.

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Ao nos referirmos a garantia da incolumidade da população fixa e flutuante da
edificação, é fundamental levarmos em conta uma proposta relativa ao tempo em que
essa condição deve ser mantida. Isso engloba as considerações a respeito da
edificação e da sua localização e do percurso do posto de bombeiros mais próximo
até o local, bem como das facilidades de acesso até lá.
Dessa forma, temos um condicionamento ao trânsito, as características da rua
ou de logradouro em que a edificação se situa – largura, declividade, tipo e condição
da pavimentação, redes aéreas e de postes e abastecimento de água – para que
ocorra uma operação mais correta e eficiente dos meios de combate e salvamento.
Durante esse período, deve ser afastado o risco de colapso estrutural da
edificação e de suas partes, ou seja, cada componente da edificação deve
permanecer intacto no que se refere a sua capacidade de atender às funções para as
quais foram projetadas.
A legislação urbanística também tem de ser levada em consideração no que se
refere à transmissão do calor por convecção e radiação e da propagação direta do
fogo aos edifícios vizinhos, o que acarreta necessariamente uma definição de medidas
de limitação desses efeitos, tais como recuos laterais e de fundo, larguras de ruas etc.
É necessário garantir que o edifício tenha circulação interna vertical e horizontal
para que, em caso de resgate, todas as pessoas possam aguardá-lo sem risco, pois
é preciso garantir condições mínimas de sobrevivência até a extinção do fogo.
Enfim, os acessos externos devem ser localizados em pontos ao alcance das
escadas de bombeiros, e este requisito envolve localização oportuna das escadas
internas. O heliporto no topo do edifício nem sempre é solução possível ou
conveniente, mas é válida quando for possível proporcionar o acesso desde os
pavimentos inferiores.

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6 PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PPCI)

Fonte: skop.com.br

O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é um conjunto de projetos e


ações que visam a proteger os ocupantes de espaços físicos contra possíveis sinistros
gerados pelo fogo. Os grandes objetivos do PPCI são adequar as instalações para
seu correto uso; instalar equipamentos de segurança coletiva para tornar o ambiente
o mais seguro possível; e facilitar a evacuação em caso de emergências
(CONTERATO, 2017).
O PPCI é regulado por Resoluções Técnicas emitidas pelo Corpo de Bombeiros
Militar e são divididos em: Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros
(CLCB); Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio (PSPCI); Plano de
Prevenção Contra Incêndio (PPCI).
O CLCB é destinado a edificações com área menor ou igual a 200 m² e até dois
pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio e que não possuam
central de GLP ou manuseio ou depósito de líquidos combustíveis e inflamáveis.
Já o PSPCI destina-se a edificações que possuam área menor ou igual a 750
m² e até 3 pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio.
Por fim, o PPCI é exigido para edificações com área construída superior a
750m², ou que possuam mais de 3 pavimentos, possuam central de GLP, que sejam
20
locais de reunião de público, que armazenem ou comercializem líquidos inflamáveis e
combustíveis e que se enquadrem como alto risco de incêndio.
O principal objetivo da PPCI é manter a segurança das pessoas que
frequentam esses espaços, garantindo a saída e a desocupação em caso de possível
incêndio.
O Corpo de Bombeiros deverá fazer a visita ao local e conferir se todas as
exigências estão de acordo, para então emitir um alvará, que terá validade
estabelecida conforme a situação.

6.1 Equipamentos de segurança contra incêndio

Os principais elementos que constituem o PPCI são: extintores; alarme de


incêndio; hidrante e mangotinhos; sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros
automáticos (Sprinklers); iluminação de emergência e sinalização de emergência;

6.1.1 Extintores

Fonte: workmedicina.com.br

De acordo com a ABNT NBR 12693:2013 – sistemas de proteção por extintores


de incêndio, um extintor é um aparelho manual utilizado com a finalidade de combater

21
princípios e focos de fogo que contém um determinado agente extintor para certos
tipos de incêndios. Os extintores devem ficar em locais de fácil acesso, onde não
sejam bloqueados pelo fogo, e possuir a devida sinalização, para facilitar sua
identificação (CONTERATO, 2017).
Um incêndio pode ser causado por diversos materiais e por isso, para cada tipo
de material que virá a queimar existe um tipo de extintor.
Para saber qual tipo certo de extintor a ser utilizado, necessário se faz ter
conhecimento acerca da natureza do fogo:
Fogo classe A: envolve materiais combustíveis sólidos, como madeiras,
tecidos, borrachas, plásticos e outras fibras orgânicas que queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos.
Fogo classe B: aquele que envolve líquidos, gases inflamáveis, combustíveis,
plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em
superfície.
Fogo classe C: incêndio em equipamentos elétricos energizados. A extinção
deve ser feita por agente extintor que não conduza eletricidade.
Fogo classe D: classe que tem como combustível os metais pirofóricos, como
magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio,
sódio, urânio e zircônio.
Por fim, o fogo classe K é aquele que envolve óleos, gordura animal e vegetal.
Deste modo, os extintores são classificados de acordo com o agente extintor
que ele possui. Os principais tipos de extintores são: com carga de água; com carga
de gás carbônico; com carga de pó químico B/C; com carga de pó químico A/B/C; e
com espuma mecânica.
O extintor com carga de água tem como princípio o resfriamento, agindo em
materiais como madeira, borrachas, tecidos, fibras e papeis. Sendo mais indicado
para incêndios em classe A e proibido em incêndios de classe B e C.
Já o extintor com carga de gás carbônico, é recomendado para incêndios de
classe B e C. Seu princípio de extinção é por abafamento e resfriamento, agindo em
materiais combustíveis, equipamentos elétricos e líquidos inflamáveis.
O extintor com carga de pó químico B/C, age através de reações químicas,
sendo indicado, portanto, para incêndios de classe B e C, enquanto o de pó químico

22
A/B/C tem seu princípio de extinção através de reações químicas e abafamento,
podendo ser usado em incêndios dos três tipos de materiais.
Por fim, o extintor com espuma mecânica é indicado para incêndios de classe
A e B, sendo proibido seu uso em classe C.
A quantificação e a localização das Unidades Extintoras (UE) devem respeitar
as normas da ABNT NBR 12693:2013.
O extintor tem que ser instalado: de forma visível para que todos os usuários
fiquem cientes da sua localização; protegido contra intempéries e danos físicos em
potencial; em lugar onde haja menor possibilidade de que o fogo bloqueie seu acesso;
não ser instalado em escadas; de forma que sua remoção não seja impedida por
suporte, base ou etc.; de maneira que não fique bloqueado por pilhas de mercadorias,
matérias primas ou qualquer outro material; e que esteja junto ao acesso dos riscos.

6.1.2 Alarme de incêndio

Fonte: intelbras.com

A função básica do sistema de alarme de incêndio é detectar o fogo em estágio


inicial, com a finalidade de viabilizar a evacuação dos ocupantes do ambiente, de
forma segura e rápida evitando assim acidentes mais graves, perdas do patrimônio e
principalmente perdas de vidas.

23
A tecnologia dos alarmes de incêndio vem crescendo no mercado de
prevenção, pois tem se revelado um grande aliado na proteção de vidas e na
diminuição de perdas materiais de uma maneira muito competente. A proteção
adequada de certa área ou equipamento só será aceitável após um estudo detalhado
de todas as particularidades, visando o emprego dos componentes e sistemas mais
eficazes para cada caso concreto.
Os três elementos básicos dentro do sistema de alarme de incêndio são: a
detecção, o processamento e o aviso.
A detecção é a parte do sistema que constata o incêndio. Aqui pode-se
considerar os detectores (fumaça, calor, temperatura, chama, gás, etc) ou
acionadores manuais ou botoeiras (tipo soco, tipo quebra de vidro, pressão, alavanca,
etc).
A escolha do tipo e local que serão instalados os detectores deve ser realizada
baseando-se nas características mais plausíveis de um princípio de incêndio e do
julgamento técnico, levando em consideração alguns parâmetros, tais como:
temperaturas típicas e máximas da região; produção de fumaça ou chama; forma e
altura do teto; aumento da temperatura; ventilação do ambiente; materiais existentes
nas áreas protegidas; entre outras especificidades de cada instalação de acordo com
os requisitos técnicos dos equipamentos (STEIN, 2019).
Os principais tipos de detectores são os de fumaça, os de temperatura, e os de
chama, podendo ser isolados ou em linha.
Os detectores de temperatura são utilizados para monitoração de ambientes
onde hajam materiais, cuja característica no início da combustão é gerar muito calor
e pouca fumaça.
Por fim, os detectores de chamas devem ser instalados em ambientes onde se
identificar detectar um surgimento de uma chama e sua instalação necessita ser feita
de modo que seu campo de visão não seja bloqueado por obstáculos, para certificar
a detecção do foco de incêndio na área por ele protegida.
O processamento é quando se capta o sinal dos diversos dispositivos que
enviam o aviso de alerta até o painel/central de incêndio.
Por fim, a central de alarme de incêndio fará o aviso, e ativará o sistema através
de sinalização sonora e visual, com o propósito de advertir os ocupantes do local e

24
acionar dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas específicos (se
existirem).

6.1.3 Hidrante e mangotinhos

Fonte: asteck.com.br

São equipamentos de combate a incêndio impostos exclusivamente em locais


que disponham de alto grau de risco e área igual ou maior que 750m². É um tipo de
tomada de água, que pertence a um sistema fixo de comando, que serve como
suplemento alimentar das linhas de mangueiras que serão utilizadas para combater
ou controlar os princípios de incêndio.
Geralmente são instalados em prédios residenciais, industriais e comerciais e
valem-se de um sistema completo de tubulação, mangueira semirrígida, reservatório
d’água, válvula de abertura rápida, esguicho e abrigo (caixa).
Os hidrantes e mangotinhos têm que ser distribuídos de modo que qualquer
ponto da área a ser protegida seja auferido por um ou dois esguichos, levando em
conta o comprimento das mangueiras e seu trajeto real, desconsiderando o alcance
do jato de água.
Os mangotinhos, contam com saída simples de água, dotada de válvulas de
abertura rápida, mangueira semirrígida, esguicho regulável e demais acessórios.

25
Deve ser enrolado em “oito” ou em camadas nos carretéis e pode ser acionado por
apenas uma pessoa. Seu abrigo deve ser de chapa metálica e dispor de ventilação
(CARVALHO JÚNIOR, 2017).
No que se refere aos hidrantes, existem alguns equipamentos básicos que os
continuem, como reservatório, sistema de bombas, válvulas (principais: retenção e
gaveta), coluna de incêndio, abrigo ou caixas de incêndio e sistema de alarmes. No
caso de mangotinhos, os abrigos possuem válvula de esfera para sistemas de
mangotinhos, um carretel de mangotinho e um esguicho regulável na ponta.
Para Stein (apud Nogueira, 2019), a principal diferença entre hidrante e
mangotinho é que o sistema deste fica constantemente montado, pressurizado e
acoplado à canalização, de modo que seu uso é imediato e ele pode ser utilizado por
uma pessoa com pouca experiência. Entretanto, não é aplicável em qualquer
edificação, sendo permitido em edifícios de risco pequeno, como edifícios
residenciais, e, nesses casos, seu uso é insuperável.

6.1.4 Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos (Sprinklers)

Fonte: gcbrazil.com.br

Os sprinklers, também conhecidos como chuveiros automáticos, formam o


sistema mais eficiente no controle de propagação do fogo. Eles são ativados

26
automaticamente após identificarem princípios de fumaça e fogo, e uma das suas
principais vantagens é o combate ao incêndio direto no foco de origem. Seu
acionamento é automático e simultâneo com o sistema de alarme o que aumenta sua
eficiência (CONTERATO, 2017).
Esse é um sistema hidráulico semelhante a uma instalação predial, isto é,
constituído de reservatório, colunas, ramais e sub-ramais, em cuja extremidade existe,
como obturador do líquido, uma ampola contendo um gás ou líquido altamente
expansível e sensível ao calor. Uma vez iniciado o incêndio, a elevação da
temperatura faz romper a ampola, e, como consequência, inicia-se com rapidez o
espargimento de água, como se fosse um chuveiro, ao mesmo tempo que soa um
dispositivo de alarme (CREDER, 2017).
A norma ABNT NBR 10897:2014 cobre o dimensionamento dos chuveiros
automáticos, considerando o tipo de edificação e seu grau de risco para indicar o
tempo mínimo de operação do sistema, as pressões e vazões nos chuveiros.
Acerca da localização dos chuveiros, a norma delibera o que se segue:
 Para ocupações de riscos leve e ordinário, as distâncias entre ramais e
chuveiros nos ramais não devem exceder 4,60m;
 Para ocupações de riscos extraordinário e pesado, as distâncias entre
ramais e entre chuveiros nos ramais não devem exceder 3,70m;
 A distância das paredes até os chuveiros não deve exceder a metade da
distância entre os chuveiros nos ramais ou entre os ramais;
 Em ocupações de risco leve com dependências de, no máximo, 75m² de
área, a distância entre a parede e o chuveiro pode chegar até 2,70 m, desde
que seja respeitada a área máxima de cobertura permitida por chuveiro;
 A distância mínima entre chuveiros deve ser de 1,80 m, para evitar que a
atuação de um chuveiro não venha a retardar a atuação do adjacente. Caso
a redução desta distância seja necessária, devem ser utilizados anteparos
de material não combustível entre os chuveiros, com medidas de, no
mínimo, 0,20 m de largura por 0,15 m de altura, com topo entre 0,05 e 0,08
m acima do defletor do chuveiro.
Dessa forma, uma edificação segura apresenta baixa probabilidade de início
de incêndio e alta probabilidade de fuga dos ocupantes/moradores, além de

27
considerar as propriedades vizinhas quanto à possibilidade de risco e a rápida
extinção do foco inicial. A instalação predial de segurança contra incêndio é um
assunto bastante complexo, visto que depende de uma classificação rigorosa quanto
aos riscos de incêndio (STEIN, 2019).

6.1.5 Iluminação de emergência

Fonte: solucoesindustriais.com.br

A iluminação de emergência é necessária para garantir a viabilidade da


evacuação rápida de um local, mantendo a segurança das pessoas na edificação
durante a falta de energia e algum sinistro e para evitar acidentes. Permite também, o
controle visual de áreas abandonadas para localização e remoção de feridos, por
exemplo. A iluminação de emergência é exigida em todas as classificações de risco.
Seu funcionamento acontece automaticamente quando ocorre falta de energia,
pois possui uma bateria em seu interior que garante a iluminação enquanto houver
carga.

28
6.1.6 Sinalização de emergência

Fonte: f9.com.br

Esse tipo de equipamento facilita e orienta os caminhos seguros a percorrer


para evacuar uma área de risco por meio de placas que podem ser luminosas ou
fotoluminescentes.
Objetivam a redução dos riscos de ocorrência de incêndios, alerta acerca de
seus riscos e facilita a localização de equipamentos, sendo exigida em todas as
classificações de riscos e de acordo com os equipamentos instalados.

6.2 Normas de segurança

Para elaboração de um PPCI é aconselhável que o projetista tome


conhecimento acerca de possíveis exigências especificas e de novas publicações e
orientações junto ao Corpo de Bombeiros, para que não seja surpreendido ao ter o
seu projeto negado perante este órgão.
As diretrizes gerais para a utilização de cada sistema de prevenção são
normatizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que busca
estabelecer um padrão em relação à fabricação e à instalação de produtos e
equipamentos de incêndio.
São as normas da ABNT que determinam a maneira correta de executar o
projeto, bem como os tipos de materiais próprios para serem usados com a finalidade

29
de proteção da população. Todo e qualquer projeto só é aceito pelo Corpo de
Bombeiros se estiver de acordo com as normas exigidas.

6.3 Plano de Emergência

Fonte: kiper.com.br

A NBR 15219 estabelece os requisitos mínimos para a elaboração,


implantação, manutenção e revisão de um plano de emergência contra incêndio que
deve ser elaborado por um profissional habilitado.
Primeiramente, ao desenvolver o plano os riscos e capacidades da ação
deverão ser avaliados, sendo necessário coletar informações importantes para a
elaboração do plano no que diz respeito a sincronia com políticas e programas
internos pré-existentes; cooperação com grupos externos; atendimento aos códigos e
regulamentos existentes; identificação de pontos críticos no processo ou em alguns
serviços; identificação dos recursos humanos e materiais; identificação dos recursos
externos que poderão ser necessários; análise da cobertura do seguro; e análise de
vulnerabilidade e classificação das emergências com base em avaliação de
probabilidade dos eventos e os seus impactos potenciais.
Deverão ser lançados procedimentos específicos para várias situações como
falta de água ou energia elétrica, inundações, acidentes de trânsito, ameaça de
30
bomba, sempre de modo coerente e proporcional às ameaças e vulnerabilidades
locais. Numa situação de emergência, o coordenador deverá ter rápido acesso a
variadas informações e por isso o plano deve contar com alguns documentos de apoio,
como por exemplo, plantas e mapas das instalações indicando todos os aspectos que
poderão ser necessários ao controle da situação: posição dos hidrantes, linhas de gás
e combustíveis, rotas de fuga, áreas restritas, localização de produtos tóxicos e de
bens de alto valor.
Deverão ser revisadas as minutas elaboradas e programar simulados, onde a
resposta à emergência pode ser avaliada com emprego de teatralização, jogos de
mesa, programas de computadores ou dinâmicas em salas de aula. Em seguida, cabe
designar pessoas ou um departamento para realização do programa de treinamentos
referente ao plano de emergências e de simulacros, onde a resposta à emergência
deve ser simulada com profissionais do setor em atividades de campo e com todos os
recursos disponíveis para uma situação real de emergência.
À coordenação com organizações externas cabe incorporar os meios e formas
de comunicação e relato de emergências às exigências legais da região e estabelecer
um protocolo para que o auxílio de órgãos externos ocorra com eficiência e rapidez,
também é recomendável a criação de uma metodologia para fornecimento de
informações à população através dos meios de comunicação disponíveis.
A versão final do plano deve ser aprovada pelo mais alto nível da chefia
administrativa e deve ser distribuída, mediante a confirmação de seu recebimento,
para: o nível mais alto da chefia administrativa; os gerentes de todos os setores; os
membros-chave do gerenciamento de resposta a emergências; a matriz da empresa;
e órgãos de emergência da comunidade.
Será necessário ainda, informar aos empregados sobre a aprovação do plano
de emergência e a programação de treinamentos.
Todo o plano de emergência é criado baseado em cenários e pode haver
dificuldade de adaptação quando estiver numa situação real de emergência, portanto
para ser executado de forma eficiente ele dependerá da capacidade de resposta
desenvolvida através da realização das recomendações feitas durante a análise de
vulnerabilidade e dos treinamentos.

31
O plano de emergência deve ser sempre atualizado e acompanhar as
mudanças nos processos e na cultura de segurança, propiciando a realização do teste
dos procedimentos em novos cenários e o envolvimento do maior número possível de
pessoas. Este envolvimento pode considerar algum tipo de avaliação realizada pelos
empregados sobre os treinamentos recebidos e as medidas adotadas em algum
simulado, fomentando o espaço para sugestões e a detecção de eventuais falhas nos
procedimentos.
Não obstante conversas e os diálogos periódicos com os empregados acerca
dos procedimentos de emergência serem bastante úteis para integral o plano à cultura
da empresa, os treinamentos para o uso de equipamentos pelas equipes de resposta,
treinamentos de evacuação e exercícios em escala real são imprescindíveis para
lograr êxito em uma situação real de emergência. Portanto, o plano deve conter um
programa de treinamentos para o período de um ano. Sendo avaliado, revisado e
renovado no final do período. O programa deve especificar quem será treinado, quem
será treinador, os tipos de treinamento que serão desenvolvidos, quando e onde
ocorrerão, bem como a forma que será avaliada e documentada.
Através destes treinamentos, cada empregado deverá adquirir conhecimentos
sobre o seu papel e sua responsabilidade, os perigos que estão expostos, as ações
para proteção de sua saúde, as ações que deverão tomadas quando houver sinais de
alerta e como utilizar equipamentos de proteção que poderão ser fornecidos para sua
sobrevivência.
Recomenda-se que seja feita, pelo menos, uma auditoria formal no plano de
emergência por ano.
Numa situação real de emergência é necessária a presença de uma ou mais
pessoas capazes de assumir o comando das operações e gerenciar as ações
previstas no plano. A pessoa apta a assumir a posição de Comandante do Incidente
(CI), ao ter conhecimento de um evento diferente das condições normais de operação,
deverá apresentar-se no local estipulado como Central de Operações para
Emergências (COE) e executar as seguintes ações:
 Informar que está assumindo o comando e solicitar todas as informações
disponíveis;
 Avaliar a situação e designar as ações que cada integrante da Equipe de
Gerenciamento da Emergência (EGE) deverá realizar;
32
 Estabelecer comunicação com todos que poderão auxiliar na a redução de
consequências;
 Identificar a estratégia adequada e designar as primeiras ações de
combate e as respectivas equipes que irão executá-las;
 Designar o local para onde serão direcionados os funcionários evacuados
e onde será realizado o primeiro atendimento aos feridos;
 Analisar e avaliar a efetividade das primeiras ações de combate e, se
necessário, definir outras ações que possam ser mais eficazes conforme
a evolução do cenário;
 Se a emergência for controlada, encerrar o comando e iniciar o protocolo
para retomar as atividades normais. Se a emergência se prolongar, o
comando poderá ser transferido para outras pessoas com a mesma
capacidade de dar continuidade ao gerenciamento da resposta à
emergência.
A EGE é responsável por monitorar o quadro geral da situação e manter o CI
informado para a tomada de decisões necessárias para o controle da emergência.
O COE deve ser um local previsto no plano de emergências como uma área de
fácil acesso e que provavelmente não estaria envolvida em um incidente. Contudo,
cabe a previsão de um local alternativo para o caso do primeiro local não ser utilizável.
O local ideal deverá contar com equipamento de comunicação, materiais de consulta,
diários de atividade, e todo o material necessário para responder rapidamente e
apropriadamente a uma emergência.
O isolamento da cena do incidente deverá ser iniciado logo após a descoberta
da emergência pelo próprio descobridor, desde que este se posicione em um local
que não coloque sua saúde em risco e que o viabilize evitar o acesso de pessoas que
não estão treinadas e adequadamente protegidas para as ações de combate e
controle do sinistro.
Geralmente, o comando das operações deve ser passado para a autoridade
pública presente no local junto a um relatório completo da situação, onde deve
consignar quais estruturas estão sendo utilizadas para a resposta e como as ações
estão sendo coordenadas, com o escopo de evitar confusões e otimizar a resposta
externa.

33
6.4 Reserva Técnica de água para combate a incêndio

Os projetos de edificação e as edificações já existentes precisam se adequar


às normas de segurança contra incêndio, de modo a promover espaços de prevenção.
De acordo com Seito et al. (2008), esses espaços trazem alguns requisitos funcionais
que devem ser previstos no projeto. Nesse sentido, tais espaços devem: dificultar a
ocorrência do princípio de incêndio; ocorrido o princípio de incêndio, dificultar a
ocorrência da inflamação generalizada do ambiente; possibilitar a extinção do incêndio
no ambiente de origem, antes que a inflamação generalizada ocorra; instalada a
inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio, dificultar a programação
para outros ambientes; permitir a fuga de usuários do edifício; dificultar a propagação
do incêndio para edifícios adjacentes; manter o edifício íntegro, sem danos, sem ruína
parcial e/ou total; permitir operações de natureza de combate ao fogo e de
resgate/salvamento de vítimas.
Kaneshiro (2006) menciona que os sistemas de proteção contra incêndio
podem ser divididos em: sistemas preventivos, que englobam aspectos estruturais,
tecnológicos e organizacionais, e sistemas defensivos, que englobam o combate ao
fogo e o resgate.
Segundo a IN 007/DAT/CBMSCO (i.e., norma que estabelece e padroniza
critérios de concepção e dimensionamento do sistema hidráulico preventivo [SHP]), o
sistema hidráulico preventivo é constituído por uma rede de tubulações que conduz a
água de uma reserva técnica de incêndio (RTI), por meio da gravidade ou pela
interposição de bombas, permitindo o combate do princípio de incêndio através da
abertura de hidrante para o emprego de mangueiras e esguichos e/ou o emprego do
mangotinho (SANTA CATARINA, 2017).
Para todo sistema hidráulico preventivo, deve ser dimensionada uma RTI, que
é um volume de água destinado exclusivamente ao combate ao fogo, podendo ser por
reservatório superior ou inferior, cuja definição pode ser feita pelo projeto arquitetônico
ou pelo próprio plano de prevenção contra incêndio (PPCI).
É fundamental que, em caso de sinistros, haja um sistema de detecção precoce
efetivamente capaz de reagir nos primeiros momentos e que disponha dos meios
necessários para a atuação no sentido de eliminar o problema (KANESHIRO, 2006).

34
Creder (2017) menciona que a água é o principal meio de combate a incêndios,
por ser de fácil utilização e poder ser armazenada em quantidades razoáveis nos
próprios reservatórios gerais do prédio/edificação. A água destinada ao combate a
incêndio será acumulada em reservatório elevado, preferencialmente, ou, então, em
reservatório subterrâneo, e sua localização deverá ser acessível ao Corpo de
Bombeiros (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Não é permitida a utilização de reserva de incêndio pelo emprego conjugado
de reservatórios subterrâneos e elevado. Se a opção escolhida for o reservatório
superior, a reserva de incêndio calculada deverá ser acrescida à destinada ao
consumo, sendo que a capacidade armazenada deve ser suficiente para garantir o
funcionamento simultâneo, por gravidade, dos dois hidrantes localizados em
condições mais desfavoráveis (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Stein (apud Macintyre, 2017) descreve que, ao se iniciar um projeto de
instalação contra incêndio, deve-se ter sempre em mente que a principal condição
para o êxito na extinção do fogo é a rapidez com que a instalação entra em
funcionamento. Isso pressupõe, evidentemente, que a instalação tenha sido bem
projetada e executada, permitindo um fácil e efetivo funcionamento.
A instalação de combate a incêndio com o emprego de água pode ser realizada
por sistema sob comando, hidrante ou tomada de incêndio, hidrante de passeio,
hidrante urbano ou de coluna, descritos a seguir (MACINTYRE, 2017).
O sistema sob comando é aquele em que o afluxo de água ao local do incêndio
é atingido mediante manobra de registros localizados em abrigos e caixas de incêndio.
Os registros abrem e fecham os hidrantes — também chamados de tomadas de
incêndio — e autorizam a utilização das mangueiras com seus devidos esguichos e
requintes. Em estabelecimentos fabris com armamentos e em conjuntos habitacionais,
a rede de abastecimento de água deve alimentar hidrantes de coluna nos passeios,
distanciados de 90 em 90 m, de modo a possibilitar o combate direto ao incêndio com
a adaptação de mangueiras (se a pressão for suficiente), ou ligação à bomba do carro-
pipa do Corpo de Bombeiros (CB).
Hidrante ou tomada de incêndio: é o ponto de tomada d’água provido de
registro de manobra e união tipo engate rápido. No interior dos prédios, é colocado na
caixa de incêndio, juntamente com a mangueira e o esguicho. As caixas de incêndio

35
são colocadas na prumada da tubulação de incêndio em quantidade e locais que
assegurem a chance de combate ao incêndio em qualquer lugar do pavimento onde
se encontram, usando mangueiras de até 30 m de comprimento.
Hidrante de passeio (também conhecido como hidrante de recalque): é um
dispositivo instalado na canalização preventiva de incêndio, que se destina à ligação
da mangueira da bomba do carro do CB, que permitirá o recalque d’água da
canalização pública para dentro do prédio, de modo que os bombeiros possam ligar
suas mangueiras nos hidrantes das caixas de incêndio.
Por fim, o hidrante urbano ou de coluna: é ligado à rede de abastecimento da
municipalidade. Permite a ligação direta das mangueiras do CB ou do mangote de
aspiração da bomba do carro do CB. Sua instalação é uma atribuição do órgão
competente do município encarregado pelo abastecimento de água.

7 REDUÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DE GRANDES INCÊNDIOS E


EXPLOSÕES

A redução de consequências de um grande acidente industrial ampliado


envolvendo fogo está associada à estratégia de incêndio adotada pela empresa, que
deve prever ações efetivas para os cenários mais prováveis de acidente. As ações
somente serão efetivas se a instalação oferecer suporte para a execução das mesmas
(Pannoni e Silva, 2008).
Se o sistema de detecção identificar o vazamento de substâncias inflamáveis,
a primeira medida é emitir um alarme inicial para que nenhuma fonte de ignição se
aproxime do local, e aqueles que não estão envolvidos no controle do vazamento
devem ficar longe da área afetada pela fonte de explosão. Em seguida, medidas de
controle de vazamento devem ser tomadas.
Além do aviso inicial para manter as pessoas longe do local, a habilidade e os
métodos de combate a incêndio também devem ser avaliados rapidamente para
reduzir as consequências. Esta avaliação pode concluir que a supressão direta de
chamas é ineficiente e esforços devem ser feitos para resfriar estruturas próximas,
pois nem sempre o vazamento será detectado antes da ignição da substância.

36
Em um incêndio envolvendo gás ou vapor inflamável, os dois primeiros estágios
são muito rápidos e o controle do ambiente externo dependerá da quantidade de
mistura disponível. Neste caso, um sistema automático de extinção de incêndios (com
duche ou canhão) irá dar uma resposta rápida, dando tempo à mobilização do Corpo
de Bombeiros e do Corpo de Bombeiros, aumentando as possibilidades de controlo
da situação e reduzindo as consequências.
Os alarmes de situações perigosas podem ser realizados por indicadores
sonoros e visuais. Embora seja necessário que todos os trabalhadores compreendam
facilmente o sistema, o alarme pode ser acionado em duas etapas: a etapa
intermediária é para mobilizar a atenção e indicar que algumas medidas de segurança
devem ser tomadas; em geral, para indicar que se trata de uma situação de perigo
confirmada, Evacuação e plano de emergência devem ser ativados (Araújo e Silva,
2008).
Considerando que a detecção de vazamento será monitorada pela central, esta
decidirá se deve disparar um alarme intermediário com base nos parâmetros do sinal
recebido. Em alguns casos, se o sinal indicar que a concentração de gás ou vapor
está muito próxima do limite explosivo inferior, um alarme intermediário deve ser
disparado automaticamente. Em outros casos, se o sinal indicar que a concentração
de gás ou vapor é maior do que o esperado, mas não há perigo imediato de explosão,
o alarme só pode ser acionado após análise da área do sensor para verificar a
situação real.
Deve-se ter cuidado para garantir que o alarme seja sempre acionado quando
houver um risco real, porque uma série contínua de alarmes falsos pode fazer com
que os trabalhadores ignorem o alarme caso seja necessário evacuar.
Uma vez que o vazamento seja confirmado e uma atmosfera explosiva possa
ser formada, as medidas que devem ser tomadas antes que a fonte de ignição seja
encontrada devem ser avaliadas rapidamente. Que podem ser:
a) Interromper o vazamento é uma ação muito eficaz, mas nem sempre é
possível ou fácil de ser executada, dependendo da origem do mesmo. O
controle do vazamento poderá ser dado com o fechamento de válvulas, que
deverá ser acompanhado pela interrupção segura das etapas anteriores do

37
processo. Em outras situações onde há dificuldades na paralisação do
processo, o fluxo deverá ser desviado.
b) Destinar a substância vazada para um local seguro (se for um líquido) ou
diluí-la (se for um gás) são meios de controle em situações em que o
cessamento do vazamento não ocorre rapidamente. Poderá ser uma ação
que antecede a anterior, em situações em que o acesso à fonte do
vazamento somente será possível se a atmosfera oferecer condições. Em
caso de líquidos, a bacia de contenção poderá concentrar o líquido próximo
a fonte de vazamento, portanto recomenda-se que uma inclinação que
direcione o líquido para longe de tanques. Em caso de gases mais densos
que o ar, haverá mais dificuldades em efetuar a diluição, portanto
recomenda-se que a área não ofereça obstáculos físicos para a ventilação
e nem tenha cavidades.
Antes da ignição, um alarme geral só deve ser disparado quando a
concentração da substância atingir um valor que possa causar danos à saúde se
inalada, ou quando uma atmosfera explosiva tiver uma possibilidade razoável de
encontrar uma fonte de ignição na área onde está localizada. No centro de vigilância,
os recursos devem estar disponíveis para acionar automaticamente alarmes regulares
quando um princípio de incêndio é detectado em qualquer setor instalado.
Considerando que eventualmente ocorra uma falha no sistema de detecção de
vazamentos ou que um incêndio seja causado por uma situação que não envolve as
substâncias inflamáveis que estão sendo processadas no ambiente, caberá prover a
instalação de um sistema que seja capaz de indicar este cenário ou acionar
automaticamente o sistema de extinção de incêndio (Araújo e Silva, 2008).
Apesar de inúmeras sustâncias utilizadas atualmente para a extinção de
incêndios, a proporção dos eventos estudados inviabiliza a utilização de outra
substância que não seja a água, devido à relação custo-benefício. A água é um
excelente agente extintor, pois proporciona resfriamento, abafamento e emulsificação
(Gonçalves, Guimarães e Oliveira, 2008).
Para o combate a grandes incêndios com água, é necessário que a instalação
possua um sistema adequadamente projetado para esta finalidade, conforme visto
anteriormente.

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Em ambientes fechados, o combate ao incêndio pode ser dado pelo
acionamento de chuveiros automáticos, enquanto em ambientes abertos, o combate
pode ser realizado através de canhões monitores.
O chuveiro automático é um dispositivo com um sensor térmico que, ao atingir
uma determinada temperatura, permite que uma válvula seja aberta e libere água em
uma área específica. De acordo com a NBR 10897, os sistemas de chuveiros
automáticos podem ser classificados como sistema de tubo molhado; sistema de tubo
seco; sistema de ação prévia; e sistema dilúvio.
No sistema de tubo molhado os chuveiros automáticos estão conectados aos
ramais de uma tubulação fixa contendo água sob pressão.
Já nos sistemas de tubo seco os chuveiros automáticos estão conectados aos
ramais de uma tubulação fixa contendo ar comprimido ou nitrogênio sob pressão.
Quando o gás é liberado, uma válvula libera a água do reservatório para a tubulação.
O sistema de ação prévia é idêntico ao de tubo seco, acrescentando somente
uma válvula especial (acionada por detector de incêndio muito sensível) que permite
a liberação da água na tubulação mesmo sem o acionamento de um chuveiro.
Por fim, no sistema dilúvio os chuveiros são abertos (que não elementos
termos-sensíveis) e estão conectados aos ramais de uma tubulação seca. Uma
válvula instalada na entrada da rede de tubulação é acionada pelo sistema de
detecção de incêndio e permite a entrada de água na rede e o seu descarregamento
através dos chuveiros abertos. Em casos especiais, o acionamento da válvula-dilúvio
pode ser feito por meio de um sistema de detecção de gases específicos.
Para o combate de incêndios com substâncias inflamáveis em áreas abertas,
utilizam-se sistemas de resfriamento com aspersores e canhões-monitores.
Aspersores são esguichos instalados no topo de tanques e, quando acionados, devem
liberar água (ou espuma) suficiente para formar uma lâmina junto à superfície das
paredes. Canhões monitores são esguicho que oferecem recursos mecânicos para
facilitar o controle da grande vazão de água que proporcionam. Normalmente, são
operados com pressões de 560 kPa (80 psi) para jatos sólidos e a 700 kPa (100psi)
para jatos de neblina, podendo variar conforme o fabricante. A vazão utilizada
geralmente está acima de 1200 lpm, podendo chegar até a 19000 lpm. A NBR 7505
recomenda que deve haver pelo menos dois canhões monitores posicionados de tal

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forma que a o lançamento seja de duas posições distintas e que estes podem ser fixos
ou portáteis. Quando utilizados para proteção de uma bacia de contenção, devem ser
instalados externamente ao dique (SEITO, 2008).
Além de equipamentos adequadamente projetados, instalados e mantidos em
condições para seu uso a qualquer instante, o combate somente será eficiente se
houver pessoal treinado para operá-los de forma rápida e eficiente. Desta forma, a
existência de brigadas é de extrema importância na redução das consequências de
grandes acidentes, pois serão os responsáveis pela organização da evacuação, do
primeiro combate às chamas e do resfriamento de estruturas (Camillo Jr. e Leite,
2008).
Embora a NBR 14276 defina os requisitos mínimos para a composição,
formação, implantação e recuperação da brigada de incêndio e considerando todos
os aspectos relacionados aos riscos de produção, ocupação, armazenamento e
instalação, o pessoal responsável pelo treinamento de cada brigada determinará o
que os brigadistas devem aceitar treinos específicos. Tal treinamento deve ser
especificado e detalhado no plano de treinamento da brigada, e quando a autoridade
competente realizar a inspeção, esta deve ser prestada para esclarecimento e
orientação.
Caso a atividade seja de alto risco, a NBR 14608 recomenda que o
empreendimento também seja equipado com bombeiros civis profissionais. Para
determinar o número necessário para cada turno, o tipo de construção, o risco a ser
protegido e a área total da construção devem ser considerados. Esses profissionais
podem ser funcionários da própria empresa ou funcionários de empresas terceirizadas
profissionais e devem ter responsabilidades especiais para fornecer proteção contra
incêndio e serviços de resposta a emergências. O curso de qualificação para
bombeiros civis profissionais deve ter 56 horas de trabalho, 40 horas de tempo teórico
e 16 horas de exercícios práticos, sendo 28 horas de recuperação por ano.

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