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Evolução histórica da

Segurança social em
Portugal
UFCD: 8534 - SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL
DULCE PINHEIRO

Por Haissa Lopes


Indice

01
INTRODUÇÃO
02
DÉCADA DE 70
03
DÉCADA DE 80

04
DÉCADA DE 90
05
DIAS ATUAIS
06
CURIOSIDADES
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende
compreender a evolução da
Segurança social da década de
70 aos dias de hoje. Apesar da
análise ser feita na década de
70 é importante frisar que foi
em 1935, que se deve a
criação da Previdência Social,
e terminou em 1974, com o fim
do Estado Novo.
Do fracasso dos Seguros Sociais Obrigatórios
à criação da Previdência Social
Para melhor compreender o sistema de protecção social criado pelo Estado Novo, designado
por Previdência Social, é necessário recuar a 1919 e analisar a experiência do sistema de
seguros sociais obrigatórios que a Primeira República legislou. Em resumo temos 3 pontos a
ser considerados:

O sistema de Em 1919, esta Durante a ditadura


Previdência Social legislação foi revista no militar que antecedeu o
surgiu da necessidade conjunto de leis que Estado Novo as
de estabelecer criavam os seguros principais medidas em
instrumentos de sociais obrigatórios de matéria de protecção
protecção social para os doença, invalidez, social foram: a revisão
trabalhadores no fim da velhice, e sobrevivência. da legislação de 1896
monarquia. A primeira Os moviemntos em sobre as associações de
iniciativa foi sobre outros países e a socorros mútuos e a
seguro de acidentes de primeira guerra mundial criação da Caixa Geral
trabalho teve grande importâcia. de Aposentações
ANTES DEPOIS
DO ESTADO NOVO
A realidade tornou difícil a Foi na primeira metade dos
realização do sistema de anos 70 que ocorreu uma
previdência nos moldes em mudança qualitativa na
que foi desenhado. Até protecção social em
1940 tinham sido criadas Portugal, porém a
apenas nove Caixas integração do período do
Sindicais de Previdência. Estado Novo no processo
O Estado começou de criação de um sistema
progressivamente a intervir. de segurança social em
De 1940 até 1974, Portugal contraria a ideia
mudanças na Assistência que defende que apenas
Social trouxeram não só após o 25 de Abril de 1974
alterações nas estruturas se começou a construir um
administrativas, mas sistema de segurança
também inovações nos social.
princípios e na acção social
do Estado
Anos 70
Em Portugal, os mecanismos de proteção
social foram estabelecidos de forma gradual e
só em 1975 ficou completo o esquema de
proteção dos riscos sociais tradicionais.
Nomeadamente na configuração do sistema
português de segurança social só será
desenvolvido a partir de 1974.
A década de 70, marcada por uma profunda recessão
económica que se segue ao choque petrolífero de 1973,
irá exigir novas prioridades à política económica, tais
como o combate à estagnação económica e à inflação.

Em 1970, foi regulamentado o regime especial de


previdência dos trabalhadores rurais.
Em 1972 é publicado o Decreto-Lei nº 391,
concedendo proteção aos trabalhadores agrícolas,
silvícolas e pecuários que se encontrassem numa
situação de carência por invalidez ou velhice,
abrangendo, de imediato, os trabalhadores
inscritos nas Casas do Povo e, posteriormente, os
trabalhadores não inscritos e os produtores.
É COM A REVOLUÇÃO DE ABRIL QUE
OS TRABALHADORES SÃO
CONVIDADOS A INTERVIR NO SISTEMA
PÚBLICO DE SEGURANÇA SOCIAL E
SÃO TOMADAS MEDIDAS EM RELAÇÃO
ÀS PESSOAS ABRANGIDAS E ÀS
PRESTAÇÕES ASSEGURADAS.
1974
Criação da Pensão Social (sendo três anos depois expandida)
Que passa a abranger todas as pessoas com mais de 65 anos que não estivessem
a exercer uma atividade remunerada nem se encontrassem abrangidas pelo
sistema de previdência e, as pessoas com algum tipo de invalidez que tivessem
mais de 14 anos e não possuíssem direito ao subsídio vitalício ou a qualquer
outro subsídio. Decreto-Lei n.º 203/74, de 15 de Maio
Política social:
a) Criação de um salário mínimo, generalizando-o progressivamente aos
vários sectores do mundo do trabalho;
...
d) Adopção de novas providências de protecção na invalidez, na
incapacidade e na velhice, em especial aos órfãos, diminuídos e mutilados
de guerra;
e) Definição de uma política de protecção da maternidade e da primeira
infância;
f) Aperfeiçoamento dos esquemas de seguro contra acidentes de trabalho e
doenças profissionais;
...
h) Substituição progressiva dos sistemas de previdência e assistência por
um sistema integrado de Segurança Social ;
i) Criação de novos esquemas de abono de família;"
1977
Em 1977 cria-se uma nova estrutura orgânica da Segurança Social: criação do
IGFSS
No ano de 1977 iniciou-se a transição das instituições de previdência e
assistência para um sistema unificado de segurança social. Esse ano marcou o
início de um período de alterações da estrutura orgânica do setor da proteção
social, através de uma nova estrutura organizativa que seria implementada de
forma gradual.
APÓS ESTA FASE HISTÓRICA, E ATÉ À
APROVAÇÃO DA PRIMEIRA LEI DE BASES
EM 1984, SALIENTA-SE A CRIAÇÃO DO
SEGURO SOCIAL VOLUNTÁRIO, ALTERAÇÕES
AO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO,
ALTERAÇÕES AO REGIME DE PENSÕES DE
INVALIDEZ E VELHICE, ENTRE OUTRAS
ALTERAÇÕES NAS PRESTAÇÕES
FAMILIARES.
Anos 80
A segunda fase de organização da
segurança social (1980-1983) e a
nova lei da segurança social
(1984): última peça na construção
do sistema de segurança social
A proposta de elaboração de uma lei de bases da
segurança social surgiu pela primeira vez, em 1980, no
programa de governo do VI Governo Constitucional. Em
1980, o programa de governo estabelecia a intenção de
criar “condições para a elaboração de uma Lei de
Bases da Segurança Social e para a harmonização da
nossa legislação com a vigente no quadro da CEE
1984
A primeira Lei de Bases da Segurança Social surge 1984 com a Lei 28/84 de 14
de Agosto. A Lei de Bases define a macro estrutura da Segurança Social. Nela se
definem as prestações sociais, quem tem direito a elas, os princípios, a
administração do sistema, o campo material, o financiamento, os regimes de
protecção social, as garantias e contencioso, a organização e participação e as
iniciativas particulares.
1985
O Decreto-Lei n.º 20/85, de 17 de Janeiro, introduz o subsídio de desemprego
que varia, quer em termos de período de acesso ao mesmo, quer em termos de
valor, tendo em conta o número de anos de trabalho, o número de anos de
contribuições e as remunerações de trabalho perdidas, do trabalhador em
causa. Paralelamente, foi criado o subsídio social de desemprego, incorporado
no regime não contributivo, que abrange os trabalhadores que não podem
usufruir da prestação referida anteriormente
1986
Relativamente ao tema da invalidez e velhice, uma das medidas mais
importantes foi a criação da Taxa Social Única (TSU), em 1986. Esta assumiu o
valor total de 35,5%, abrangendo as contribuições pagas pelos trabalhadores e
pelas entidades patronais, bem como uma taxa para proteção em caso de
doença profissional.
1988
No que diz respeito à proteção em caso de doença, foi publicado o Decreto-Lei
nº 132/88, de 20 de Abril, clarificando os direitos a ser reconhecidos, os
métodos e prazos para o pagamento das respetivas prestações. O Decreto-Lei nº
154/88, de 29 de Abril, veio reforçar a regulamentação da proteção dos
trabalhadores, do regime geral, em caso de maternidade, paternidade, adoção e
assistência de descendentes menores.
É implementado o regime da pensão unificada que previa abranger os
trabalhadores afetos ao sistema de Segurança Social e ao sistema de proteção
social da função pública7 .
1989
Em 1989, para além da regulamentação dos regimes profissionais
complementares, foram tomadas várias medidas na área da ação social. Neste
âmbito, foram regularizadas atividades de apoio ocupacional aos deficientes
graves, foi novamente, regulamentado o regime do licenciamento,
funcionamento e fiscalização dos estabelecimentos com fins lucrativos e foram
aprovadas as normas reguladoras dos centros de atividades de tempos livres e
das creches
Anos 90
1990 E 1991
A década de 90 começa com a instituição do 14.º mês de pensão, pago
anualmente, no mês de Julho, aos pensionistas dos regimes de Segurança Social
Em 1991 é implementado o regime jurídico da pré-reforma que consiste num
acordo entre o trabalhador e a entidade patronal, em que o primeiro, tendo
idade igual ou superior a 55 anos, aceita trabalhar menos horas ou mesmo
deixar de trabalhar, ficando a receber um montante igual ou superior a 25% da
última remuneração, sem nunca ultrapassar o valor da mesma. Ainda nesse
ano, ocorreu a reformulação do regime jurídico da constituição dos fundos de
pensões.
1992
Em 1992, é criado o sistema de verificação de incapacidades temporárias.
1993
O ano de 1993 ficou marcado por uma importante reforma na Segurança Social
definida por quatro diplomas publicados todos no dia 25 de Setembro.
O Decreto-Lei n.º 326/93 inseriu, novamente, o método da desagregação da
taxa contributiva global, que descreve o tipo de eventualidade e o respetivo
custo atuarial, deixando de existir a TSU.
O segundo diploma (Decreto-Lei n.º 327/93) veio garantir a inclusão dos
membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas, e entidades
equiparadas, no regime dos trabalhadores por conta de outrem, incluindo os
que exercem funções de gerência ou de administração
Outro dos diplomas (Decreto-Lei n.º 328/93) refere-se ao regime de
Segurança Social dos trabalhadores independentes.
O quarto e último, diploma, que marcou o ano de 1993, corresponde ao
Decreto-Lei nº 329/93 e apresenta uma reformulação no regime de
pensões de invalidez e velhice. Duas alterações que importa referir são a
uniformização da idade de acesso à pensão de velhice, que se fixou nos
65 anos, tanto para homens como para mulheres, e o alargamento do
prazo de garantia para acesso às pensões, que aumentou 5 anos
comparativamente aos 10 anteriormente regulamentados.
1996
Em 1996, é criado o Rendimento Mínimo Garantido (RMG), com a finalidade
de assegurar aos indivíduos e aos seus agregados familiares, a satisfação
das suas necessidades básicas, bem como auxiliar na sua integração social e
profissional.
1997
É apresentada uma nova legislação relativamente ao licenciamento e à
fiscalização dos vários estabelecimentos de apoio social12 e é criado o
subsídio familiar a crianças e jovens, substituindo as prestações de abono de
família e os subsídios de aleitação e nascimento, medida que reflete a nova
política de encargos familiares
1998
Com a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, é permitido o acesso à proteção
social facultativa, como incentivo ao voluntariado, através da integração no
seguro social voluntário. No ano de 1998 foi criado o Fundo de
Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) que se apoia em
medidas de financiamento da Segurança Social mais flexíveis e numa gestão
do património em regime de capitalização.
1999
Em 1999, é prolongado o período de concessão das prestações de
desemprego e é criado o subsídio de desemprego parcial, de forma a dar
uma melhor proteção aos trabalhadores de grupos etários mais elevados.
Ainda em 1999, foi implementado o complemento por dependência que se
destina aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência do regime
geral de Segurança Social, bem como aos do regime não contributivo e
semelhantes que se apresentem num cenário de dependência
No final do ano, foram publicados dois despachos, o Despacho Conjunto nº
891/99, de 18 de Outubro que promovia a intervenção precoce através da
aprovação de uma série de medidas reguladoras do apoio integrado a
crianças com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento, e
o Despacho Normativo nº 62/99, de 12 de Novembro, que regulamentava o
serviço de apoio domiciliário, definindo as condições da sua implantação,
localização, instalação e funcionamento.
Anos 2000
2000
É precisamente no dia 8 de Agosto de 2000, que é publicada a Lei nº
17/2000, que apresenta a segunda lei de bases do Sistema de Solidariedade
e Segurança Social.
Contudo, esta lei viria a ser revogada pouco tempo depois, uma vez que a
20 de Dezembro de 2002, é publicada a Lei n.º 32/2002. O sistema
apresenta uma organização diferente, passando a ser constituído por três
componentes: o sistema público de Segurança Social, o sistema de ação
social e o sistema complementar.
Criação das 18 delegações distritais (Portarias n.º 410 a 427/2000, de
17/07).
2001
Em matéria de prestações familiares, aperfeiçoa-se a técnica da
diferenciação positiva em função dos rendimentos das famílias, e a
componente redistributiva na atribuição das prestações, mediante um
ajustamento no critério da fixação dos escalões de rendimentos. É criado um
novo escalão para beneficiar de forma mais eficaz as famílias cujos
rendimentos se situam entre uma remuneração e meia e quatro
remunerações mínimas mensais.
Na prossecução do reforço da proteção social conferida aos cidadãos mais
desfavorecidos, é criado um complemento extraordinário de solidariedade,
para os beneficiários das pensões sociais de invalidez e de velhice do regime
não contributivo e de regimes equiparados, cujas condições de atribuição
são definidas pelo (Decreto-Lei n.º 208/2001, de 27 de julho).
Para apoiar as crianças e suas famílias, é lançado o Programa de Apoio à
Primeira Infância (Despacho n.º 6 802/2001, de 3 de abril) e adotado o
modelo experimental de financiamento centrado na família para cobrir as
despesas inerentes à frequência em creche (Despacho n.º 15 139/2001 (2.ª
série), de 20 de julho).
Estabelece o Decreto-Lei n.º 331/2001, de 20 de dezembro:
subsistema de proteção social de cidadania - financiamento exclusivo por
transferências do orçamento do Estado
subsistema de proteção à família e medidas especiais relacionadas com
políticas ativas de emprego e formação profissional - financiamento de
forma tripartida, através:
das cotizações dos trabalhadores
das contribuições das entidades empregadoras
da consignação de receitas fiscais
subsistema previdencial - financiamento de forma bipartida, através:
das cotizações dos trabalhadores
das contribuições das entidades empregadoras.
2002
A autonomização do subsistema de proteção familiar previsto na Lei n.º
32/2002, de 20 de dezembro, reflete uma alteração profunda na
conceptualização do modelo de proteção em causa, ao qual foi conferida
uma identidade própria, caracterizada essencialmente pela diferenciação e
seletividade na atribuição das prestações sociais à generalidade das pessoas
residentes em território nacional.
O Decreto-Lei n.º 35/2002, de 19 de fevereiro, introduz uma mudança de
vulto no sistema em vigor. Estabelecem-se, pela primeira vez, mecanismos
redistributivos no âmbito da protecção de base profissional. Com efeito,
a fórmula de cálculo, em especial no que concerne à taxa de formação global
das pensões, passa a obedecer, também ela, ao princípio da diferenciação
positiva, aplicando-se taxas regressivas de formação da pensão a diferentes
escalões de rendimentos.
2003
É criado o rendimento social de inserção em substituição do rendimento
mínimo garantido (Lei n.º 13/2003, de 21 de maio).
A desaceleração económica que conduz a um significativo aumento no
desemprego está na base do Programa de Emprego e Proteção Social
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 84/2003, de 24 de abril, que estabelece
medidas de proteção social de natureza temporária. Designadamente:

1. redução do prazo de garantia para acesso ao subsídio de desemprego


2. a majoração do montante do subsídio de desemprego e do subsídio social de
desemprego
3. o acesso à pensão de velhice de desempregados com idade igual ou superior
a 58 anos
Um novo regime para as prestações familiares (Decreto-Lei n.º 176/2003, de
2 de agosto). Reforçando diplomas anteriores, o abono de família para
crianças e jovens passa a constituir, efetivamente, um direito próprio das
crianças e jovens residentes em território nacional, deixando de estar
subordinado a condicionalismos que lhes eram alheios, designadamente os
que se referem à carreira contributiva dos beneficiários seus ascendentes.

É, ainda, alargado o âmbito de aplicação do subsídio de funeral aos


beneficiários do regime de solidariedade.
2004 E 2005
O regime jurídico de proteção social na eventualidade doença é revisto,
através da integração global das normas de proteção dos beneficiários do
regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, dos trabalhadores
independentes e do regime de inscrição facultativa; da prevenção e reforço
dos mecanismos efetivos de combate à fraude no acesso ao subsídio de
doença; e da introdução de melhorias significativas ao nível de proteção das
doenças de longa duração através da flexibilização de prazos de garantia e
de percentagens de cálculo
Programa para a Inclusão e Desenvolvimento que se concretiza através da
concessão de apoios a projetos que respondam a problemas de natureza
multidimensional, de um território ou de um grupo, em áreas de intervenção
diversificadas e com um período alargado de execução
2005
Consagrada a possibilidade da licença por maternidade e por paternidade,
mediante a opção do trabalhador, poder ser alargado para 150 dias, nos
termos da regulamentação do Código do Trabalho, o Decreto-Lei n.º
77/2005, de 13 de abril, fixa que, nessa situação, o montante diário dos
subsídios de maternidade e de paternidade é igual a 80% da remuneração
de referência.
2006
Em 2006, é estabelecido um novo quadro legal de reparação da
eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem.
Com base na experiência do funcionamento da Rede Mais, é criada a Rede
Nacional de Cuidados Continuados Integrados, no âmbito dos Ministérios
da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social, constituída por unidades
e equipas de cuidados continuados de saúde, e/ou apoio social, e de
cuidados e ações paliativas, com origem nos serviços comunitários de
proximidade, abrangendo os hospitais, os centros de saúde, os serviços
distritais e locais da Segurança Social, a Rede Solidária e as autarquias
O indexante dos apoios sociais é instituído pela Lei n.º 53-B/2006, de 29 de
dezembro, que fixa, igualmente, as regras da sua actualização. As pensões e
algumas das outras prestações do sistema de Segurança Social passam a ser
atualizadas em função do montante do indexante dos apoios sociais.
Na área do apoio à deficiência, é regulamentado o exercício das atividades
socialmente úteis, bem como as condições de atribuição das compensações
monetárias aos utentes dos centros de atividades ocupacionais.
São lançados o Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais
(Portaria n.º 426/2006, de 2 de maio) e o Programa de Apoio ao
Investimento em Equipamentos Sociais (Portaria n.º 869/2006, de 29 de
agosto)
2007
Em 2007, é aprovada uma nova Lei de Bases, definida pela Lei n.º 4/2007,
de 16 de Janeiro. O sistema de Segurança Social volta a ser constituído por
três sistemas: o sistema de proteção social de cidadania, o sistema
previdencial e o sistema complementar.
A Lei n.º 52/2007, de 31 de agosto, adapta o regime da Caixa Geral de
Aposentações ao regime geral da Segurança Social em matéria de
aposentação e cálculo de pensões aos subscritores da Caixa Geral de
Aposentações inscritos até 31 de agosto de 1993.
No que respeita à proteção em caso de desemprego, foram alteradas as
regras de acesso à pensão antecipada. Estas alterações surgem com o
intuito de promover a continuação dos trabalhadores na vida ativa, numa
altura em que se começa a verificar o aumento da esperança média de vida.
O regime jurídico de proteção social em caso de doença foi também alvo de
uma revisão.
Numa tentativa de combater, a que parecia ser a maior causa da
insustentabilidade do sistema, o envelhecimento demográfico da população
portuguesa, foi introduzido um fator de sustentabilidade na determinação
do valor das pensões. Estas também foram sujeitas a alterações nas suas
regras de cálculo, passando a ser calculadas com base na média ponderada
de toda a carreira contributiva
É, ainda, aprovado um novo regime de licenciamento e fiscalização da
prestação de serviços e dos estabelecimentos de apoio social (Decreto-Lei n.º
64/2007, de 14 de março) por:
-sociedades ou empresários em nome individual
-instituições particulares de solidariedade social ou instituições legalmente
equiparadas
-entidades privadas.
2008
Numa ótica de reforço da proteção aos núcleos familiares potencialmente
mais fragilizados do ponto de vista económico, como é o caso das famílias
monoparentais, é instituída uma medida de reforço da proteção social na
monoparentalidade concretizada na majoração do abono de família para
crianças e jovens.
A condição de recursos é definida em função dos rendimentos mensais per
capita do agregado familiar que não podem ultrapassar 80 % do indexante
dos apoios sociais (IAS), conforme o Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de
junho.
É estabelecido o regime de execução do acolhimento familiar (Decreto-Lei n.º
11/2008, de 17 de janeiro) e de outras medidas de promoção dos direitos e de
proteção das crianças e jovens em perigo a executar em meio natural de vida
(Decreto-Lei n.º 12/2008, de 17 de janeiro):
apoio junto dos pais ou de outro familiar
confiança a pessoa idónea
apoio para a autonomia de vida.
2009
É adotado um regime transitório e excecional de acesso ao subsídio de
desemprego, concretizado na redução do prazo de garantia a vigorar
durante 2010 (Decreto-Lei n.º 324/2009, de 29 de dezembro).
A proteção na parentalidade no âmbito da eventualidade de maternidade,
paternidade e adoção do sistema previdencial e do subsistema de proteção
familiar é definida pelo Decreto-Lei n.º 91/2009.
Posteriormente, a Lei n.º 90/2009, de 31 de agosto, vem aprovar o regime
especial de proteção na invalidez para pessoas que sofrem de diversas
doenças incapacitantes.
É criado, sob coordenação conjunta dos Ministérios do Trabalho e da
Solidariedade Social, da Saúde e da Educação, o sistema nacional de
intervenção precoce na infância, com vista a garantir condições de
desenvolvimento das crianças dos 0 aos 6 anos com funções ou estruturas
do corpo que limitam o crescimento pessoal e social, e a sua participação nas
atividades típicas para a idade, bem como das crianças com risco grave de
atraso no desenvolvimento (Decreto-Lei n.º 281/2009, de 6 de outubro).
O Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança
Social é aprovado pela Lei n.º 110/2009 de 16 de setembro, tendo entrado
em vigor em 1 de janeiro de 2011.
2013
A Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro, na redação dada pela Lei n.º 83-A/2013,
de 30 de dezembro, é a que aprova as bases gerais do sistema de Segurança
Social atualmente em vigor.
Numa nova rearrumação, o sistema de Segurança Social volta a ser
composto por 3 sistemas:
proteção social de cidadania
previdencial
complementar.
2017
Só a partir de 2017 é que seriam calculadas as pensões, tendo em conta
toda a carreira contributiva. Esta meta justificava-se, na altura como hoje,
para atenuar os baixos salários que a generalidade dos trabalhadores
auferiam no início das suas carreiras contributivas bem como os efeitos das
curtas carreiras contributivas, dada a juventude do sistema público de
Segurança Social em Portugal.
Dias atuais
Podemos afirmar que o percurso de desenvolvimento e consolidação do
sistema de proteção social em Portugal foi consequência do processo
político, ou seja, das escolhas políticas que em cada momento determinaram
o rumo a seguir. No entanto, as transformações económicas, sociais e
demográficas da sociedade portuguesa não podem ser ignoradas como
fatores que contribuíram para o trajeto do sistema de proteção social e para
as suas principais mudanças e adaptações, no decurso do período histórico
analisado. Este aspeto justifica um aprofundamento em futuras investigações.
Curiosidades
Embora o conceito de segurança social não fosse uma
ideia americana, o termo “segurança social” foi
cunhado pela primeira vez por um americano, Abraham
“Abe” Epstein, um líder nacional no movimento da
segurança social na primeira metade do século XX.

Abe Epstein foi director de investigação da Comissão


de Pensões de Velhice da Pennyslvania de 1918 a 1927.
Em 1923 promoveu a adopção de uma lei de
assistência à velhice, e definitivamente não queria
“segurança social”

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