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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO

VIVIANE MEDEIROS DE AMORIM


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NÓS
@VIVIANE.AMORIMM

Meu nome é Viviane Amorim sou graduada em História


pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e
bacharela em Direito pela Universidade Potiguar,

SOBRE NÓS
também sou especialista em Direito Público pela
Faculdade Legale e pós-graduanda em Direito Criminal
pelo Instituto de Estudos Juridicos – IEJUR. SOBRE
CONTEÚDO
MÓDULO 1 - INSS

CONTEÚDO
AULA 01 – SEGURIDADE SOCIAL
AULA 02 – PREVIDÊNCIA SOCIAL
AULA 03 – LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
SEGURIDADE
SOCIAL
1.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL

A previdência social nasce na Europa como uma forma do Estado amparar os trabalhadores,

na época da Revolução Industrial, tendo como países precursores a Inglaterra e a Alemanha.

Em virtude desse histórico tão rico, iniciaremos nossos estudos passando pelos principais

pontos.

A primeira Constituição brasileira – de 1824 -, durante o Império, não trata da previdência;

apenas trata dos “socorros púbicos”. É apenas com a Constituição Republicana de 1891 que

se menciona, pela primeira vez, a expressão “aposentadoria”, que era concedida a

funcionários públicos, em caso de invalidez permanente.

O ano de 1923 foi considerado o marco da previdência social no Brasil, porque foi nele

quando foi editado o Decreto- Legislativo n º 4.682/1923, chamado Lei Eloy Chaves, que

possui uma boa estrutura normativa e cria as Caixas de Aposentadoria e Pensão aos

empregados das empresas de estradas de ferro no Brasil.

Essas caixas de aposentadorias e pensões são vinculadas às empresas ferroviárias.

Embora seja considerada o marco da previdência social no Brasil, a Lei Eloy Chaves não é

considerada o primeiro ato normativo que se tem em termos de previdência no Brasil. Isso

porque em 1919, já tinha sido editado o Decreto-Legislativo n º 3.742/1919, que tratava do

seguro obrigatório de acidentes do trabalho.

Nos anos de 1920, outras caixas de aposentadorias foram criadas por outras empresas.
AULA 1

Na década de 1930, as CAPs (caixas de aposentadoria e pensões) são substituídas pelos

IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões). Qual é a diferença entre eles? As CAPs


1

estavam vinculadas diretamente às empresas (o Estado não administrava); enquanto que os

IAPs são administrados pelo Estado e são criados para proteger a categoria de
AULA

trabalhadores. O primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensão criado no Brasil foi o IAPM

(Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos), criado em junho de 1933. Os IAPs

duraram até a década de 50.

A Constituição brasileira de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice de fonte de

custeio da previdência: Estado, trabalhador e empregador. Foi também a primeira

Constituição a utilizar a palavra “Previdência”, sem o adjeto “social”.


Em 1960, cria-se a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), que unificou toda a legislação

securitária. Também na década de 60 é instituído o Fundo de Assistência e Previdência do

Trabalhador Rural (FUNRURAL), por meio da Lei 4.214/1963. E aí temos de forma separada a

previdência urbana x a previdência rural.

Em 1966, pelo Decreto-Lei 72/1966, os IAPs foram unificados no Instituto Nacional da

Previdência Social (INPS). Este decreto entra em vigor em janeiro de 1967. Assim, o INPS

passa a existir apenas em janeiro de 1967.

A legislação anterior, que tratava sobre o seguro contra acidente de trabalho, foi

substituída, em 1967, pela Lei 5.316/1967 – integrando o seguro de acidente de trabalho à

previdência social, fazendo, assim, desaparecer este seguro como ramo à parte.

Em 1971, foi criado o PRORURAL (Programa de Assistência ao Trabalhador Rural), de natureza

assistencial, cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, após 65 anos de

idade, equivalente a 50% do salário mínimo de maior valor no País.

Em 1977, é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) – assunto

bastante recorrente em provas, do qual faziam parte:

·INPS (Previdência Social);


·INAMPS (Assistência Médica);
·IAPAS (arrecadação, cobrança e fiscalização das contribuições previdenciárias);
·CEME (Central de Medicamentos);
·LBA (Legislação Brasileira de Assistência);
·Funabem (Fundação Nacional do bem-estar do menor); e
·DATAPREV (Empresa Pública de Processamento de Dados da Previdência Social).

Em 1988, é promulgada nossa atual Constituição, que reformula esse modelo na ordem

social. Pela primeira vez, na CF/88, há, em seu texto, o conceito de seguridade social. De

acordo com o caput do art.194 da CF, seguridade social é o conjunto integrado de ações de

iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos à Saúde,

à Previdência e à Assistência Social.

O modelo do SINPAS não vai mais corresponder à nova ordem constitucional, a exemplo do

INAMPS, que é extinto (em 1990), após o art.196 afirmar que a saúde é um direito de todos e

será assegurada pelo sistema do SUS.

A Lei 8.029/1990 criou o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), autarquia federal,

vinculada ao atual Ministério da Economia, por meio da fusão do INPS com o IAPAS. Quando

o INSS é criado, ele tinha a atribuição de arrecadar, cobrar e fiscalizar as contribuições

previdenciárias. O INSS vai perder essa atribuição em outubro em 2004, quando a

Secretaria da Receita Previdenciária foi criada e vinculada ao Ministério da Previdência

Social. Em 2007, esta Secretaria é extinta e a administração das contribuições

previdenciárias passa a ser da chamada “Super Receita” (Receita Federal do Brasil). Os

créditos, que antes eram considerados créditos do INSS, passam a ser créditos da União
De 1988 pra frente, já tivemos 3 reformas previdenciárias, além de muitas alterações por lei.

A primeira reforma foi feita pela Emenda Constituição n º 20 de 1998, que instituiu a

aposentadoria por tempo de contribuição, entre outras coisas (antes a aposentadoria era

por tempo de serviço; inclusive, se você verifica a Lei 8.213, ainda está lá a aposentadoria

por tempo de serviço, com regras anteriores à EC 20/98 – os arts.52 a 56 da Lei 8.213 não

iremos estudar!). Nasce, com a EC 20/98, o chamado “fator previdenciário” para cálculo da

aposentadoria.

Em 2003, tivemos a 2 ª Reforma Previdenciária por meio da EC n º 41/2003, a qual atinge

muito a previdência social dos servidores públicos, passando a permitir a instituição de

contribuição sobre aposentadorias e pensões nos regimes próprios de previdência. Os

servidores públicos ocupantes de cargos efetivos que ingressarem após a EC 41/2003

perdem o direito à paridade, ou seja, a manter o valor de sua aposentadoria ou pensão

igual à remuneração dos servidores ativos; e nem tem mais a chamada “integralidade”, que

significa que eles não vão mais se aposentar com o mesmo valor da remuneração que

vinham recebendo na ativa. É o fim da paridade e da integralidade do servidor público

efetivos amparados por regime próprio de previdência social.

Em 2012, com a Lei 12.618/12, a União, em observância ao disposto no art.40, §14, da CF,

institui o Plano de Previdência Complementar para os servidores públicos federais titulares

de cargo efetivo. Isso é muito importante, porque a partir do momento que entra em vigor o

Regime de Previdência Complementar para os seus servidores, quem ingressar a partir dali

no serviço público federal passa a ter a sua aposentadoria ou pensão por morte com valor

limitado ao teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), podendo, os servidores que

já estavam no serviço público, optarem por participar desse regime.

A LC 152/2015 regulamentou a aposentadoria compulsória do servidor público aos 75 anos

de idade. Antes, aposentava-se compulsoriamente aos 70 anos de idade.

Em 2017, tivemos a Reforma Trabalhista (Lei 13.467), que repercutiu na esfera previdenciária,

porque alterou artigos que dizem respeito às contribuições previdenciárias sobre parcelas

que são incluídas ou não na incidência da contribuição previdenciária.

Em 2019, tivemos a chamada Mini Reforma Previdenciária, porque tais mudanças foram

feitas por Medida Provisória, posteriormente convertida em lei. A Lei 13.846/2019 traz

alterações significativas para o sistema geral de previdência social (RGPS), como, por

exemplo, institui carência para concessão do auxílio reclusão.

No final de 2019, temos a nova grande reforma previdenciária trazida pela EC 103/2019, que

entra em vigor no dia 13 de novembro de 2019. Com a EC 103/2019:

·Extinguiu-se a chamada “aposentadoria por tempo de contribuição” e a “aposentadoria por

idade” à que deu lugar à Aposentadoria Programada/Voluntária, que leva em consideração

o critério etário (idade mínima) + tempo de contribuição;

·Alteração no cálculo dessa aposentadoria à a base de cálculo para o cálculo da

aposentadoria muda. Faz-se uma média de todos os salários de contribuição do segurado a

partir de julho de 1994.

·O cálculo da pensão por morte aos dependentes do segurado muda significativamente

(ainda iremos ver).


1.2. CONCEITO E ORGANIZAÇÃO

Anteriormente vimos que foi a CF/88 que utilizou pela primeira vez o termo “seguridade

social”.

CF, Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de


iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Obs: A seguridade social não contempla todos os direitos sociais previstos na CF, mas

apenas os 3 supra citados.

SAÚDE

SEGURIDADE PREVIDÊNCIA
SOCIAL SOCIAL

ASSISTÊNCIA
SOCIAL

A) SAÚDE

CF, Art. 196. A saúde é DIREITO DE TODOS e DEVER DO ESTADO, garantido mediante

políticas sociais e econômicas que visem à reedução do risco de doença e de outros

agravos e ao A CESSO UNIVERSAL e IGUALITÁRIO às ações e serviços para sua promoção,

proteção e recuperação.

“Direito de todos” + “acesso universal e igualitário” 🡪 a saúde deve ser oferecida pelo

Estado independentemente de contribuição à seguridade social. Antes da CF/88, a saúde

era prestada pelo INAMPS apenas àqueles que contribuíssem à seguridade social.

As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede R EGIONALIZADA e


HIERARQUIZADA, constituindo um sistema único (SUS).

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma REDE REGIONALIZADA E
HIERARQUIZADA e constituem um SISTEMA ÚNICO, organizado de acordo com as
seguintes diretrizes:
I - DESCENTRALIZAÇÃO, com direção única em cada esfera de governo;
II – ATENDIMENTO INTEGRAL, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III – PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE.
O SUS tem atribuições delineadas na CF e na Lei 8.080/1990.

CF, Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
I – CONTROLAR e FISCALIZAR procedimentos, produtos e substâncias de interesse
para a saúde e PARTICIPAR DA PRODUÇÃO de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – EXECUTAR as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III – ORDENAR a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - PARTICIPAR da formulação da política e da execução das ações de saneamento
básico;
V - INCREMENTAR, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação;
VI – FISCALIZAR E INSPECIONAR alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – PARTICIPAR DO CONTROLE E DA FISCALIZAÇÃO da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - COLABORAR na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

O SUS é o sistema responsável pelas ações e serviços públicos de saúde, mas poderá firmar

convênios ou contratos de direito público com instituições privadas – preferencialmente com

entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos - que vão atuar de forma complementar ao

SUS.

CF, Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


§1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§2º É VEDADA a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
§3º É VEDADA a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
ESTRANGEIROS na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

A CF determina que a União, os Estados, o DF e os Municípios devam aplicar, anualmente,


recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde.
B) ASSISTÊNCIA SOCIAL
CCF, Art. 203. A assistência social será prestada A QUEM DELA NECESSITAR,
INDEPENDENTEMENTE de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à FAMÍLIA, à MATERNIDADE, à INFÂNCIA, à ADOLESCÊNCIA e à VELHICE;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao MERCADO DE TRABALHO;
IV - a habilitação e reabilitação das PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a GARANTIA DE UM SALÁRIO MÍNIMO DE BENEFÍCIO MENSAL à PESSOA PORTADORA
DE DEFICIÊNCIA e ao IDOSO que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 🡪 é o BPC 🡪
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (Lei Orgânica da Assistência Social, arts.20 a
21-A).

SERÁ
PRESTADA A
SAÚDE
TODOS

INDEPENDENTE DE
CONTRIBUIÇÃO À
SEGURIDADE
SOCIAL
SERÁ PRESTADA
ASSISTÊNCIA A QUEM
SOCIAL NECESSITAR

CF, Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas
com RECURSOS DO ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL, previstos no art. 195, ALÉM
DE OUTRAS FONTES, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I – DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, cabendo a coordenação e as
NORMAS GERAIS à esfera FEDERAL e a coordenação e a EXECUÇÃO DOS
RESPECTIVOS PROGRAMAS às esferas ESTADUAL e MUNICIPAL, bem como a
entidades beneficentes e de assistência social;
II – PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único*. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal VINCULAR a programa
de apoio à inclusão e promoção social até 0,5% de sua receita tributária líquida,
VEDADA a aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou
ações apoiados.

Assim, os Estados e o DF poderão vincular até 0,5% de sua receita tributária líquida a

programa de apoio à inclusão e à promoção social

IMPORTANTE: exceção ao princípio da não afetação das receitas de impostos (art.167


da CF).
C) PREVIDÊNCIA SOCIAL

CF, Art. 201. A previdência social será organizada sob a formaREGIME GERAL DE
do

PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS), de CARÁTER CONTRIBUTIVO e de FILIAÇÃO


OBRIGATÓRIA, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial , e

atenderá, na forma da lei, a:

INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (AUXÍLIO POR INCAPACIDADE


I - cobertura dos eventos de

TEMPORÁRIA) ou PERMANENTE para o TRABALHO (APOSENTADORIA POR


INCAPACIDADE PERMANENTE AO TRABALHO)* e IDADE AVANÇADA (APOSENTADORIA
PROGRAMADA);
* nova redação 🡪 trocou-se “doença” e “invalidez” por “incapacidade temporária ou
permanente para o trabalho”.

II –PROTEÇÃO À MATERNIDADE, especialmente à gestante (SALÁRIO-MATERNIDADE);


III – PROTEÇÃO AO TRABALHADOR em situação de DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO

(SEGURO DESEMPREGO);
IV – SALÁRIO-FAMÍLIA e AUXÍLIO-RECLUSÃO para os dependentes dos segurados de

baixa renda;
V – PENSÃO POR MORTE do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e

dependentes, observado o disposto no § 2 º (A PENSÃO POR MORTE NO RGPS NÃO PODE

SER INFERIOR A UM SALÁRIO MÍNIMO).

SAÚDE

INDEPENDENTE DE
CONTRIBUIÇÃO À
SEGURIDADE
SOCIAL

SEGURIDADE ASSISTÊNCIA
SOCIAL SOCIAL

DEPENDENTE DE
PREVIDÊNCIA CONTRIBUIÇÃO À
SEGURIDADE
SOCIAL
SOCIAL

Sendo assim:

FILIAÇÃO PREVIDÊNCIA EQUILÍBRIO


OBRIGATÓRIA SOCIAL FINANCEIRO E
ATUARIAL

COBRE
DETERMINADOS
ACONTECIMENTOS
PREVIDÊNCIA COBRE
SOCIAL DETERMINADOS
ACONTECIMENTOS

Auxílio por incapacidade


temporária para o trabalho

PARCIAL

Incapacidade para o trabalho

TOTAL

Aposentadoria por incapacidade

Idade avançada Aposentadoria programada

Proteção à maternidade Salário maternidade

Desemprego involuntário Seguro desemprego

Salário familia

Dependentes do segurado
de baixa renda

Auxílio reclusão

Cônjuge, companheiro
Pensão por morte
e dependentes do segurado
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

CF, Art. 202. O REGIME DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, de CARÁTER COMPLEMENTAR e


organizado de FORMA AUTÔNOMA em relação ao regime geral de previdência social,
será FACULTATIVO, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado, e regulado por lei complementar (LC 109/2001).

FILIAÇÃO PREVIDÊNCIA AUTONOMIA EM


FACULTATIVA COMPLEMENTAR RELAÇÃO AO RGPS

REGULADA POR LEI


COMPLEMENTAR

Qualquer pessoa pode participar de um plano privado de previdência complementar, mesmo

que ela não esteja filiada ao RGPS.

CF, Art.202, §1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao
participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o PLENO
ACESSO ÀS INFORMAÇÕES relativas à gestão de seus respectivos planos.
§2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais
previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de
previdência privada NÃO INTEGRAM O CONTRATO DE TRABALHO dos participantes,
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, NÃO INTEGRAM A REMUNERAÇÃO
dos participantes, nos termos da lei.

Em regra, o que a empresa ao trabalhador - a título de contribuição para os planos de

benefício de previdência complementar – não integra o contrato, nem integra a

remuneração. Consequentemente, não vai integrar a base de cálculo da contribuição para

a previdência.

CF, Art.202, §3º É VEDADO o aporte de recursos a entidade de previdência


PRIVADA pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista
e outras entidades públicas, salvo na qualidade de PATROCINADOR,
situação na qual, EM HIPÓTESE ALGUMA, sua contribuição normal poderá
exceder a do segurado.
§4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto PATROCINADORES de planos de
benefícios previdenciários, e as entidades de previdência complementar (TANTO AS
ENTIDADES ABERTAS, QUANTO FECHADAS 🡪 MUDANÇA CAUSADA PELA EC 103/2019).

§5º A lei complementar de que trata o §4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas
PRIVADAS PERMISSIONÁRIAS ou CONCESSIONÁRIAS de prestação de SERVIÇOS
PÚBLICOS, quando PATROCINADORAS de planos de benefícios em entidades de
previdência complementar.

§6º Lei complementar estabelecerá os REQUISITOS para a designação dos MEMBROS


DAS DIRETORIAS das entidades FECHADAS de previdência complementar instituídas
pelos PATROCINADORES de que trata o §4º e disciplinará a inserção dos participantes
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de
discussão e deliberação.

1.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL

CF, Art.194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos (PRINCÍPIOS, conforme doutrina e
jurisprudência):
I - UNIVERSALIDADE da cobertura e do atendimento;
II – UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;
III – SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE na prestação dos benefícios e serviços;
IV - IRREDUTIBILIDADE do valor dos benefícios;
V - EQUIDADE na forma de participação no custeio;
VI – DIVERSIDADE NA BASE DE FINANCIAMENTO, identificando-se, em rubricas contábeis
específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde,
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência
social;
VII – CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO, mediante
GESTÃO QUADRIPARTITE, com participação dos TRABALHADORES, dos EMPREGADORES,
dos APOSENTADOS e do GOVERNO nos órgãos colegiados.

A) PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO


ATENDIMENTO

Visa cobrir todas as espécies de infortúnios sociais que possam ocorrer e atender a todos os

residentes no Brasil.

B) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS


BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS

Visa cobrir todas as espécies de infortúnios sociais que possam ocorrer e atender a todos os

residentes no BAs populações urbana e rural devem possuir os mesmos direitos a título de

seguridade social. Os segurados e dependentes urbanos e rurais devem ter o mesmo

tratamento.
C) PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE DOS
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

A seletividade propicia ao legislador estudar as carências sociais priorizando-as em relação

às demais, viabilizando a promoção da Seguridade Social factível. Cobrem-se as

necessidades mais essenciais e planeja-se, para o futuro, a cobertura das demais, visando

alcançar a Seguridade Social ideal.

A distributividade consagra que, após cada pessoa ter contribuído com o que podia, dá-se a

cada um de acordo com as suas necessidades. Exemplos: salário-família e auxílio-reclusão -

são concedidos em razão da baixa renda do segurado.

O auxílio-reclusão é devido ao dependente do segurado que é preso em regime fechado; e o

salário-família a algumas categorias de segurados, por terem filhos menores de 14 anos ou

inválidos, mas também por serem de baixa renda.

D) PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS


BENEFÍCIOS

Preceitua que não haverá nenhuma redução efetiva dos valores nominais dos benefícios (valor

nominal = valor numérico.

Em relação aos benefícios da previdência social, conforme art.201, §4º, da CF, há o princípio

da preservação do valor real; enquanto que o princípio da irredutibilidade do valor dos

benefícios (irredutibilidade do valor nominal) é aplicado à previdência social, assistência

social e saúde.

IRREDUTIBILIDADE Aplica-se apenas a PREVIDÊNCIA


DO VALOR REAL SOCIAL

Princípio da irredutibilidade do
valor real
(Art. 194, IV, CF)

IRREDUTIBILIDADE Aplica-se a SEGURIDADE SOCIAL


DO VALOR NOMINAL (saúde, assistência e previdência social)

Princípio da irredutibilidade do
valor dos benefícios
(Art. 201, §4º, CF)
NÃO HÁ VINCULAÇÃO DO VALOR DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO AO NÚMERO
DE SALÁRIOS MÍNIMOS, sendo esta, inclusive, a posição adotada pelo STF. O
que a CF assegura é a manutenção do poder aquisitivo do benefício
previdenciário, conforme critérios definidos em lei (lei ordinária define o índice
de reajuste do benefício, para que este mantenha o seu poder aquisitivo e,
assim, não perder o seu valor real).

E) PRINCÍPIO DA EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO


CUSTEIO

Está intimamente atrelado aos preceitos da igualdade e da capacidade contributiva.

Aqueles contribuintes que apresentarem maior capacidade contributiva para o sistema da

Seguridade Social arcarão com uma parcela maior de contribuição.

CF, Art.195, §9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
(CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DO EMPREGADOR) poderão ter ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS
em razão da ATIVIDADE ECONÔMICA, da UTILIZAÇÃO INTENSIVA DE MÃO DE OBRA, do
PORTE DA EMPRESA ou da CONDIÇÃO ESTRUTURAL DO MERCADO DE TRABALHO, sendo
também autorizada a ADOÇÃO DE BASES DE CÁLCULO DIFERENCIADAS apenas no caso
das alíneas "b" (QUANDO INCIDE SOBRE A RECEITA

F) PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO

Afirma que a base de financiamento do sistema de seguridade social não se concentrará em

uma só fonte de tributação, atingindo, em contrapartida, o maior número de pessoas capazes

de contribuir e a maior constância de entradas.

Isso pode ser verificado pelo disposto no art.195 da CF, que elenca a forma de financiamento

da seguridade social de forma direta e indireta por toda a sociedade.

CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por TODA A SOCIEDADE, de forma
DIRETA e INDIRETA, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
ORÇAMENETOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL e DOS MUNICÍPIOS, e
das seguintes CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS:
I – DO EMPREGADOR, DA EMPRESA e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – DO TRABALHADOR e dos DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, podendo ser
adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
Previdência Social;
III - sobre a RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS. 🡪 Ex: loterias.
IV – DO IMPORTADOR de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
F) PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO

Deriva dos princípios superiores atinentes à origem democrática do poder e à participação

popular. A Seguridade Social terá caráter democrático e descentralizado na administração,

mediante gestão quadripartite, com participação:

1.DOS TRABALHADORES;
2. DOS EMPREGADORES; ÓRGÃOS
3. DOS APOSENTADOS; COLEGIADOS
4. DO GOVERNO.
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
1. A PREVIDÊNCIA SOCIAL E A CONSTITUIÇÃO

Aprevidência social constitui um direito subjetivo do trabalhador, conforme art.6 º da CF.

CF, Art. 6º São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a PREVIDÊNCIA SOCIAL, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

A previdência social é tratada na CF em seu art.201 e é organizada sob a forma do Regime

Geral de Previdência Social. Vejamos:

CF, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS), de CARÁTER CONTRIBUTIVO e de FILIAÇÃO
OBRIGATÓRIA, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, na forma da lei, a:
I - cobertura dos eventos de INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (AUXÍLIO POR
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA) ou PERMANENTE para o TRABALHO (APOSENTADORIA
POR INCAPACIDADE PERMANENTE AO TRABALHO)* e IDADE AVANÇADA
(APOSENTADORIA PROGRAMADA);
* nova redação 🡪 trocou-se “doença” e “invalidez” por “incapacidade temporária ou
permanente para o trabalho”.
II – PROTEÇÃO À MATERNIDADE, especialmente à gestante (SALÁRIO-MATERNIDADE);
III – PROTEÇÃO AO TRABALHADOR em situação de DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO
(SEGURO DESEMPREGO);
AULA 2

IV – SALÁRIO-FAMÍLIA e AUXÍLIO-RECLUSÃO para os dependentes dos segurados de


baixa renda;
2

V – PENSÃO POR MORTE do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e


dependentes, observado o disposto no §2º (A PENSÃO POR MORTE NO RGPS NÃO PODE
SER INFERIOR A UM SALÁRIO MÍNIMO).
AULA

Deste dispositivo podemos concluir que a previdência social:


PREVIDÊNCIA
SOCIAL

É organizada sob a forma do Regime Geral de


Previdência Social: esse regime já fora instituído
por meio da Lei 8.213/91, abrangendo
trabalhadores rurais e urbanos num só sistema;

Tem caráter contributivo: significa que há a


compulsoriedade da contribuição para a Previdência
Social. O segurado da Previdência Social deverá pagar
contribuição para a manutenção do sistema
previdenciário.

Tem caráter contributivo: significa que há a compulsoriedade da


contribuição para a Previdência Social. O segurado da
Previdência Social deverá pagar contribuição para a
manutenção do sistema previdenciário.

É de filiação obrigatória: significa que aqueles que venham a


exercer atividade remunerada, de forma lícita, serão
obrigatoriamente filiados à Previdência Social.

Deve se buscar sempre o equilíbrio financeiro e atuarial: ou seja,


deve-se criar critérios para que o sistema previdenciário se
mantenha equilibrado financeira e atuarialmente.

Servidor que for filiado a Regime Próprio de Previdência Social NÃO pode se
filiar ao RGPS como segurado facultativo.

CF, Art.201, §5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na


qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio
de previdência.
Com a Reforma Previdenciária fruto da EC 103/2019, os eventos de doença e invalidez

foram substituídos, respectivamente, por incapacidade temporária e incapacidade

permanente para o trabalho.

Mas vamos ver outras alterações promovidas pela EC 102/2019:

- Aposentadorias ESPECIAIS:
A lei complementar poderá prever I DADE e TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO para a concessão

de aposentadorias do segurado com DEFICIÊNCIA e daquele que FICAR EXPOSTO

EFETIVAMENTE A AGENTES PREJUDICIAIS À SAÚDE (agentes químicos, físicos, biológicos ou

associação deles).

CF, Art.201, §1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para


concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de LEI COMPLEMENTAR, a
possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição DISTINTOS da regra
geral para concessão de aposentadoria EXCLUSIVAMENTE em favor dos segurados:
I – COM DEFICIÊNCIA, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
II - cujas atividades sejam exercidas com EFETIVA EXPOSIÇÃO a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais À SAÚDE, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação 🡪 ou seja, não pode
caracterizar determinada atividade como especial em razão da categoria
profissional ou ocupação. Isso já era vedado por lei; agora, está previsto na
Constituição.

- Aposentadoria programada (regra geral)

Antes da EC 103/2019, havia a possibilidade de o segurado se aposentar por idade (65

anos de idade para os homens; 60 anos, para as mulheres) OU por tempo de contribuição

(35 anos de contribuição para homens; 30 anos, para mulheres; esse tempo era reduzido em

5 anos para os professores que se dedicassem exclusivamente ao magistério na educação

infantil, no ensino fundamental e médio).

Com a EC 103/2019, essas duas aposentadorias distintas (por idade ou por tempo de

contribuição) foram substituídas pela chamada aposentadoria programada, que vai exigir,

cumulativamente, idade e tempo mínimo de contribuição.

A idade mínima na aposentadoria programada, para as mulheres, passa a ser de


62 anos.

A idade mínima na aposentadoria programada, para os homens, continua sendo


de 65 anos.

O tempo de contribuição vai ser definido em lei complementar (não há mais previsão na

CF).
CF, Art.201, §7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos
termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I - 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo
de contribuição (DEFINIDO EM LC);
II – 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se mulher, para os TRABALHADORES
RURAIS e para os que exerçam suas atividades em REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR,
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do §7º será REDUZIDO EM 5 ANOS,
para o PROFESSOR que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na EDUCAÇÃO INFANTIL e no ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO fixado em lei
complementar.

APOSENTADORIA PROGRAMADA
(IDADE MÍNIMA + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO)

GERAL HOMEM 65 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

GERAL MULHER 62 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

RURAL HOMEM 60 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

RURAL MULHER 55 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

PROFESSOR HOMEM 60 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

PROFESSOR MULHER 57 ANOS DEFINIDO EM LEI COMPLEMENTAR

Contribuição recíproca de tempo de contribuição

Contagem recíproca de tempo de contribuição é a possibilidade de se contar tempo de

contribuição do regime geral em um regime próprio de previdência social; ou mesmo de um

regime próprio para o regime geral de previdência social. Ainda: de um regime próprio para

outro regime próprio.

O §9º obteve uma melhor redação com a EC 102/2019. Mas a novidade mesmo veio no §9º-A.
CF, Art.201, §9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a CONTAGEM RECÍPROCA
do tempo de contribuição entre o Regime GERAL de Previdência Social e os regimes
PRÓPRIOS de previdência social, e destes entre si (ENTRE REGIMES PRÓPRIOS), observada
a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei.

§9º-A. O tempo de SERVIÇO MILITAR exercido nas atividades de que tratam os arts. 42,
142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime GERAL de Previdência Social ou a regime
PRÓPRIO de previdência social terão CONTAGEM RECÍPROCA para fins de INATIVAÇÃO
MILITAR ou APOSENTADORIA, e a compensação financeira será devida entre as receitas
de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais
regimes.

CF, Art.201, §14. É VEDADA a CONTAGEM DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO FICTÍCIO para


efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca.

- Possibilidade de benefícios não programados pelo setor privado

CF, Art.201, §10. Lei complementar poderá disciplinar a COBERTURA DE BENEFÍCIOS NÃO
PROGRAMADOS, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida
CONCORRENTEMENTE pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo SETOR PRIVADO.

- Regime de inclusão previdenciária

CF, Art.201, §12. Lei instituirá SISTEMA ESPECIAL DE INCLUSÃO PREVIDENCIÁRIA, com
ALÍQUOTAS diferenciadas, para atender aos TRABALHADORES DE BAIXA RENDA, inclusive
os que se encontram em situação de informalidade, e ÀQUELES SEM RENDA PRÓPRIA que
se dediquem exclusivamente ao TRABALHO DOMÉSTICO no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a FAMÍLAIS DE BAIXA RENDA. 🡪 Esta nova redação dada pela EC
103/2019 retira a possibilidade de se estabelecer períodos de carência diferentes. Este
regime de inclusão previdenciária já existe e está previsto no art.21, §2º, da Lei 8.212/91.
§13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o §12 terá valor de 1 salário-
mínimo.

- Acumulação de benefícios previdenciários

CF, Art.201, §15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a
acumulação de benefícios previdenciários.

- Aposentadoria compulsória no RGPS

CF, Art.201, §16. Os EMPREGADOS dos CONSÓRCIOS PÚBLICOS, das EMPRESAS PÚBLICAS,
das SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA e das SUAS SUBSIDIÁRIAS serão APOSENTADOS
COMPULSORIAMENTE, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao
atingir a idade máxima de que trata o inciso II do §1º do art. 40 (entendimento
majoritário da doutrina: 70 ANOS*), na forma estabelecida em lei.

* já que a LC que fala em 75 anos para aposentadoria compulsória se aplica aos servidores.
2. PRINCÍPIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Os princípios da previdência social encontram-se elencados no art.201 da CF e no art.2 º da Lei

8.213/91. Vejamos cada um deles.

CF ,Art.201, §2º Nenhum benefício que SUBSTITUA o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
VI - valor da renda mensal dos benefícios SUBSTITUTOS do salário-de-contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;

Isso significa que os benefícios que SUBSTITUEM o rendimento do trabalho – como, por
exemplo, a aposentadoria – não poderão ter valores inferiores ao salário mínimo.
Mas, CUIDADO! Há benefícios que não se prestam ao papel de substituir o rendimento do
trabalho e, nestes casos, não precisam respeitar esse princípio constitucional. Exemplos:
o salário-família, que é pago em valor bem inferior ao salário mínimo; e o auxílio-
acidente, que pode ser inferior a um salário mimo.

PRINCÍPIO DO VALOR MÍNIMO

CF Os salários de contribuição utilizados para o cálculo da renda mensal dos benefícios


deverão ser corrigidos monetariamente, conforme dispõem o art.201, §3º, da CF e o art.2º,
inc.IV, da Lei 8.213/91.

CF, Art.201, §3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de


benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente;

Para os cálculos dos benefícios, não se vai utilizar o valor nominal do salário de
contribuição, mas sim o valor atualizado/corrigido. Esses valores serão atualizados
aplicando-se os mesmos índices que teve o reajuste dos benefícios previdenciários. Qual
é o índice? O INPC, conforme art.29-B da Lei 8.213/91

PRINCÍPIO DA RECOMPOSIÇÃO
MONETÁRIA
CF, Art.201, §4º É assegurado o REAJUSTAMENTO dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o VALOR REAL, conforme critérios definidos em lei.

Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
V - IRREDUTIBILIDADED do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o PODER
AQUISITIVO;

Assim, os benefícios previdenciários deverão sofrer reajustes legais, de modo a


preservar-lhes o valor real. Deve ser mantido o seu poder aquisitivo (poder de compra).

ATENÇÃO! Este princípio não garante que os benefícios terão seu valor atrelado ao
número de salários mínimos. Lembre-se que o art.7º, inc.IV, da CF, VEDA a vinculação do
salário mínimo para qualquer fim (salvo exceções previstas na própria CF).

PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DO
VALOR REAL DOS BENEFÍCIOS

Em relação ao 13 º salário em relação às pessoas que recebem benefícios previdenciários, dispõe

a CF:

CF, Art.201, §6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o
valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

🡪 O chamado “abono anual” – que corresponde à gratificação natalina aos segurados e


dependentes – será o valor do benefício no mês de dezembro de cada ano. Se o benefício
do mês de dezembro é 2 mil reais, a gratificação natalina também será de 2 mil reais.

CF, Art.20Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e
objetivos:
I - universalidade de participação nos planos previdenciários;

A previdência social deverá permitir que todos possam dela participar como segurados,
desde que observados os requisitos previstos na CF e na lei do benefício.

Podem participar da Previdência Social aquelas pessoas que não estão exercendo
atividade remunerada que a qualificaria coo segurada obrigatória do RGPS, bem como
aquelas pessoas que não ocupam cargo efetivo que a possibilitaria ingressar no regime
próprio de previdência social. São os chamados segurados facultativos.

PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE
PARTICIPAÇÃO NOS PLANOS
PREVIDENCIÁRIOS
CF, Art.194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a

SEGURIDADE SOCIAL, com base nos seguintes objetivos (PRINCÍPIOS):


II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais ;

Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

As populações urbanas e rurais devem possuir os mesmos direitos a título de seguridade social.

Assim, os segurados e seus dependentes – sejam da área urbana ou rural – devem ter o mesmo

tratamento. Não há que se falar, portanto, em um sistema de previdência urbana e outro sistema

de previdência rural, uma vez que as populações urbanas e rurais estão filiadas ao Regime Geral

de Previdência Social (RGPS).

Esta norma atende, também, ao princípio da isonomia/igualdade em seu sentido material


(tratar igualmente aqueles que se encontrem em situações iguais, e desigualmente aqueles que

se encontrem em situações desiguais).

PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E
EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E
SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES
URBANAS E RURAIS

SCF,
CF, Art.194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a

Art.194, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
SEGURIDADE SOCIAL, com base nos seguintes objetivos (PRINCÍPIOS):
III - seletividade e distributividade na prestação dos BENEFÍCIOS e SERVIÇOS;

Lei 8.213/91, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
III - seletividade e distributividade na prestação dos BENEFÍCIOS;

ATENÇÃO! Perceba que, enquanto na CF, fala-se em “prestação dos benefícios e


SERVIÇOS”, na Lei 8.213, fala-se apenas em “BENEFÍCIOS”.

PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DA
DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO
DOS BENEFÍCIOS
3. REGIMES DE PREVIDÊNCIA

A previdência brasileira comporta 2 regimes básicos: o Regime Geral de Previdência Social

(RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência social dos servidores públicos (RPPS) – estes

últimos para os servidores de cargos efetivos e militares. Em paralelo a estes regimes, há o

Regime de Previdência Complementar (art.202, CF).

PREVIDÊNCIA
SOCIAL

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

A Lei 8.212/91 (que trata do custeio da seguridade social), em seu art.3 º dispõe que:

Lei 8.212/91, Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada,
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.

3.1. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS)

Então, qual são as características desse regime geral de previdência social? Tem caráter

contributivo e compulsório, porque a filiação é obrigatória. O RGPS, sob o ponto de vista

financeiro, é chamado de REPARTIÇÃO SIMPLES, pois o que se arrecada já é utilizado para

pagar os benefícios ativos.

🡪 Auxílio por incapacidade temporária (antigo

auxílio-doença);

🡪 Auxílio-acidente;

🡪 Aposentadoria por incapacidade permanente


SEGURADOS
(antiga aposentadoria por invalidez);

🡪 Aposentadorias programáveis;

🡪 Salário-família;

🡪 Salário-maternidade.
🡪 Pensão por morte;
DEPENDENTES
🡪 Auxílio-reclusão.

SEGURADO E 🡪 Serviço social;

DEPENDENTES 🡪 Reabilitação profissional.

Lei 8.212/91 (que trata do custeio da seguridade social), em seu art.3 º dispõe que:

Lei 8.212/91, Art. 3º A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada,
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente

3.2. REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS)

Quanto ao regime próprio de previdência social, não existe apenas sim. Existem vários. Antes

da EC 103/2019, a redação do caput do art.40 da CF dizia que a União, os Estados, o DF e os

Municípios poderiam criar regime próprio de previdência social para os seus servidores que

ocupassem cargo público efetivo. Após a EC 103/2019, o caput do art.40 da CF passou a ter a

seguinte redação:

CF, Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Perceba que a redação do art.40 da CF já começa com “o regime próprio”. Isso porque, com a

EC 103/2019, fica VEDADA a instituição de novos regimes próprios de previdência social. Ora,

se a União, os Estados e o DF já instituíram seus regimes próprios de previdência social, resta,

então, os Municípios que ainda não instituíram. Estes NÃO poderão mais instituir, porque o §22
do art.40 da CF tem a seguinte redação:

CF, Art.40, §22. VEDADA a instituição de novos regimes próprios de previdência social,
lei complementar FEDERAL estabelecerá, para os que JÁ EXISTAM, normas gerais de
organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
outros aspectos, sobre: (...)
O que se tem até essa lei complementar federal ser editada é a Lei 9.717/98, que trata das

normas gerais sobre regimes próprios. Mas esta lei é ordinária. Então, em relação ao que está

disposto na Lei 9.717/98 e que não ofenda a CF pós reforma, passou a ser recepcionado com

status de lei complementar.

Não pode haver, dentro de um mesmo ente, mais de um regime próprio e nem mais de uma

unidade gestora desse regime próprio de previdência social. Vejamos o §20 do art.40 da CF:

CF, Art.40, §20. É VEDADA a existência de mais de um regime próprio de previdência


social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios,
os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o §22.

Os regimes próprios que já existem foram instituídos mediante lei do respectivo ente federativo

e são aplicados apenas aos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos.

Obs: os servidores públicos que ocupam exclusivamente cargo em comissão, por ex,
estão abrangidos pelo RGPS.

Os regimes próprios devem assegurar os seguintes benefícios: aposentadoria e pensão por

morte. Têm caráter contributivo e são financiados com contribuições do ente federativo, dos

servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas.

Obs: No RPPS, não é vedada a incidência de contribuição previdenciária sobre


aposentadoria e pensão (essa vedação total ocorre apenas no RGPS).

Se o RPPS vai ser financiado com contribuição dos servidores ativos, o ente federativo, por meio

de lei vai exercer a sua competência tributária para instituir essa contribuição. O art.149 da CF

dispõe em seu §1º que:

CF, Art.149, §1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
meio de lei, CONTRIBUIÇÕES PARA CUSTEIO DE REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter
alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos
de aposentadoria e de pensões.
§1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos APOSENTADOS e
PENSIONISTAS poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de
pensões que SUPERE o salário-mínimo. 🡪 A contribuição de aposentados e pensionistas
incide sobre a parcela que supera o limite máximo estabelecido para os benefícios do
RGPS. O §1º-A dá possibilidade de fazer com que essa contribuição ordinária incida
sobre valor que supere o salário mínimo, em caso de déficit atuarial no RPPS.
§1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no §1º-A para equacionar o
deficit atuarial, é facultada a instituição de CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA, no âmbito
da UNIÃO, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o §1º-B deverá ser instituída
simultaneamente com OUTRAS MEDIDAS para equacionamento do deficit e vigorará por
período determinado, contado da data de sua instituição (NO MÁXIMO, ATÉ 20 ANOS).
3.3. REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Além dos regimes básicos da previdência brasileira, ainda há a possibilidade de qualquer

pessoa ingressar na previdência complementar, que é de natureza facultativa. Só entra quem

desejar.

C F, Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de


forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo,
baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado
por lei complementar.
§1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de
benefícios de entidades de previdência privada o PLENO ACESSO ÀS INFORMAÇÕES
relativas à gestão de seus respectivos planos.
§2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas
nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência
privada NÃO INTEGRAM O CONTRATO DE TRABALHO dos participantes, assim como, à
exceção dos benefícios concedidos, NÃO INTEGRAM A REMUNERAÇÃO dos participantes,
nos termos da lei.

Sob a ótica financeira, o regime de previdência complementar é de CAPITALIZAÇÃO, onde é

formado um fundo/uma reserva com as contribuições de cada participante para que, no futuro,

conceder o benefício contratado. Os benefícios são concedidos de acordo com a contribuição

realizada por cada participante.

REGIMES DE REPARTIÇÃO
RGPS E RPPS
SIMPLES

REGIME DE PREVIDÊNCIA
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO
COMPLEMENTAR

ENTIDADE
ABERTA

ENTIDADE
FECHADA
Em 2001, tivemos duas leis complementares – LC 108/2001 e LC 109/2001 – que passaram a

regulamentar a previdência complementar.

CF, Art.202, §3º É VEDADO o aporte de recursos a entidade de previdência PRIVADA pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na
qualidade de PATROCINADOR (EX: QUANDO A PRÓPRIA UNIÃO INSTITUI A PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR A SEUS PRÓPRIOS SERVIDORES), situação na qual, EM HIPÓTESE
ALGUMA, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. 🡪 CAI MUITO EM
PROVA!
§4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto PATROCINADORES de planos de
benefícios previdenciários, e as entidades de previdência complementar (TANTO AS
ENTIDADES ABERTAS, QUANTO FECHADAS 🡪 MUDANÇA CAUSADA PELA EC 103/2019).

§5º A lei complementar de que trata o §4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas
PRIVADAS PERMISSIONÁRIAS ou CONCESSIONÁRIAS de prestação de SERVIÇOS
PÚBLICOS, quando PATROCINADORAS de planos de benefícios em entidades de
previdência complementar.

§6º Lei complementar estabelecerá os REQUISITOS para a designação dos MEMBROS


DAS DIRETORIAS das entidades FECHADAS de previdência complementar instituídas
pelos PATROCINADORES de que trata o §4º e disciplinará a inserção dos participantes
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de
discussão e deliberação. 🡪 Enquanto a lei complementar não disciplina essa relação
entre os entes e as entidades de previdência complementar, os planos de previdência
complementar serão administrados apenas por entidades fechadas (até que isso seja
disciplinado).

No §14 do art.40 da CF, temos a determinação de que os entes federados que já tenham o seu

regime próprio devem instituir o regime de previdência complementar para os seus servidores

efetivos. Alguns, mesmo antes da EC 103/2019, já haviam instituído o regime de previdência

complementar; e os servidores que ingressaram na carreira a partir da vigência da lei

complementar passaram a ter os seus proventos de aposentadoria e pensão limitados ao teto

do RGPS. Aqueles entes que ainda não instituíram regime de previdência complementar terão o

prazo de 2 anos para instituir.

CF, art.40, §14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei
de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para
servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das
pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no §16.
LEGISLAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA
É o conjunto de normas e atos administrativos referentes ao funcionamento do sistema

securitário, abrangendo: leis (ordinárias, complementares ou delegadas), medidas

provisórias, tratados internacionais*, decretos e normas complementares**.

* Lei 8.212/91, Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de


que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que
versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como LEI ESPECIAL. Aplica-
se a lei especial em detrimento da lei geral.

** São atos expedidos pelas autoridades administrativas, pressupondo sempre a existência

da lei ou de outro ato legislativo a que estejam subordinados. Nesse grupo, encontram-se as

portarias, instruções normativas, as circulares, etc.

Quem tem competência para LEGISLAR em matéria de seguridade social e


previdência social?

CF, Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre:


XXIII – SEGURIDADE SOCIAL;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

CF, Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
CONCORRENTEMENTE sobre: 🡪 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE
XII – PREVIDÊNCIA SOCIAL, proteção e defesa da saúde;
AULA 3

Quando a competência legislativa é concorrente, cabe à União editar as normas gerais. É a

União quem legisla sobre o RGPS.


3

A Reforma Previdenciária, ocorrida por meio da EC 103/2019, trouxe nova


redação ao inciso XXI do art.22 da CF, outorgando competência privativa à
AULA

União para legislar sobre inatividade e pensões das polícias militares e corpos
de bombeiros militares.

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,


convocação, mobilização, INATIVIDADES e PENSÕES das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares;
1. FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Direito Previdenciário – como qualquer outro ramo do Direito – tem sua base assentada na

CF/88.

São fontes do Direito Previdenciário:

A CF/88;

as Emendas Constitucionais (vide a LC 103/2019, que recentemente promoveu a 3 º Reforma

Previdenciária);

as Leis Complementares, Ordinárias e Delegadas;

as Medidas Provisórias; os Decretos Legislativos; as Resoluções do Senado Federal;

os atos administrativos normativos; e

as jurisprudências dos Tribunais Superiores.

2. APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS

A) APLICAÇÃO DA LEI PREVIDENCIÁRIA NO TEMPO E NO


ESPAÇO

Em matéria previdenciária, aplica-se o princípio do tempus regit actum, ou seja, aplica-se a lei
vigente na data da ocorrência do fato.

Súmula 340-STJ: A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela

vigente na data do óbito do segurado.

Assim, se Fulano morreu em 1998 e a pensão por morte for requerida em 2020, vale a lei

vigente em 1998.

As normas previdenciárias são aplicadas a todos que vivem no território nacional, segundo o

princípio da territorialidade. Há situações, todavia, que a proteção previdenciária atinge

pessoas que estão FORA do território nacional* e ESTRANGEIROS que prestam serviço NO

Brasil**. Assim, o princípio da extraterritorialidade é aplicado como exceção.

* Exemplo: brasileiros civis que trabalham para a União, no exterior, em organismos oficiais

brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e

contratado (salvo se estiverem segurando na forma da legislação vigente do país de domicílio),

serão segurados do RGPS.

** Exemplo: estrangeiros que prestam serviços no Brasil, em missão diplomática ou em

repartição consular de carreira estrangeira, com residência permanente no Brasil.

B) INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIAS

Ao interpretar um texto normativo, o intérprete deve buscar, dentro das opções existentes,

aquela que seja a mais compatível com o caso concreto, não se limitando às situações

previstas pelo legislador quando da elaboração do texto.


Métodos de interpretação:

i) Quanto à origem:
a) Interpretação legislativa/legal/autêntica: ocorre quando o próprio Poder Legislativo elabora

uma nova lei que interpretará a lei anterior. A lei posterior vem para interpretar a anterior.

b) Interpretação jurisprudencial: feita pelo Poder Judiciário no exercício da jurisdição, com o

objetivo de aplicar as normas aos casos concretos, na solução das lides.

c) Interpretação administrativa: é realizada pela Administração Pública no exercício da função

administrativa.

d) Interpretação doutrinária: feita pelos estudiosos da Ciência Jurídica em seus trabalhos

doutrinários.

ii) Quanto ao meio:


a) Interpretação gramatical/literal/filosófica: à luz do próprio texto da norma sob exame,

busca-se o sentido da lei mediante a análise do significado das palavras utilizadas pelo

legislador.

b) Interpretação histórica/genética: o intérprete deve examinar os elementos, as circunstâncias

e as causas que implicaram na criação da lei. A análise que se faz é no sentido de saber o que

levou aquela lei a ser criada.

c) Interpretação teleológica ou finalística: feita mediante a apuração da finalidade objetivada

pela norma.

d) Interpretação sistemática: a interpretação se faz partindo do entendimento de que todas as

regras jurídicas devem ter, entre si, um nexo, pois são parte de um só sistema jurídico. A norma

deve ser interpretada considerando a sua existência dentro do ordenamento jurídico como um

todo.

iii) Quanto à finalidade:


a) Interpretação estrita: ocorre quando há concordância entre o significado das palavras com o

que pretende o legislador.

b) Interpretação restritiva: ocorre quando o texto é mais amplo do que a intenção da lei,

devendo o intérprete restringir o seu alcance.

c) Interpretação extensiva: ocorre quando o texto é mais restrito do que a intenção do

legislador, devendo o intérprete expandir o alcance da lei.

C) INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A integração é o meio de que se vale o aplicador da lei para tornar o sistema jurídico inteiro,

sem lacunas. É o que pode acontecer caso o intérprete verifique não existir uma regra jurídica

que se amolde especificamente para o caso concreto. Há uma lacuna na norma que precisa ser

preenchida.
Consiste na aplicação a um
determinado caso, para o qual
inexiste preceito expresso, de
norma legal prevista para uma
situação semelhante. Deve-se
procurar relação jurídica Atua como instrumento de
similar, para a qual exista realização concreta da justiça,
regramento jurídico em que a aplicação o rígida e
inflexível da regra legal escrita
repugnaria ao sentimento de
justiça da coletividade, que
cabe a ao aplicador da lei
ANALOGIA implementar. Esse deverá
utilizar o senso de justiça para
preencher a lacuna que se
encontra na lei.

EQUIDADE

São práticas reiteradas, de


longa data, pela sociedade e
aceitas como corretas.

Têm força normativa, desde


que não sejam contrárias à lei.

São aqueles que fornecem as


principais diretrizes do
COSTUMES ordenamento jurídico,
responsáveis pela fundação de
toda a construção jurídica. São
os princípios básicos que
orientam todos os ramos do
Direito.

PRINCÍPIOS
GERAIS
D) VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A vigência é a propriedade das regras jurídicas que estão prontas para propagar efeitos tão

longo aconteçam no mundo fático os eventos que elas descrevem.

A lei passa a estar em vigor quando completa todos os trâmites para a sua formação, estando,

portanto, pronta e acabada e, ainda, apta a irradiar seus efeitos. É a chamada aptidão da lei

para surtir os efeitos que lhe são próprios.

E) HIERARQUIA DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS

A hierarquia das normas é a ordem de graduação entre elas, de forma que a superior é

fundamento de validade da inferior. Segue a ordem hierárquica:

1.Normas constitucionais;
2. Leis complementares, ordinárias e delegadas;
tratados internacionais; medidas provisórias;
decretos legislativos e resoluções do Senado;
3. Decretos regulamentares;

4. Instruções normativas, portarias, ordens de serviço.

Caso as normas estejam no mesmo patamar hierárquico, prevalecerá a norma ESPECIAL em

relação à norma geral.

Também pode ser aplicado o princípio in dubio pro misero 🡪 caso haja conflito entre duas

normas da mesma hierarquia, na dúvida, utiliza-se a lei mais benéfica ao segurado.

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