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Revista Adusp Julho 1998

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
COMPROMISSO SOCIAL OU SOLIDARIEDADE?
Ana Luiza Lima Sousa
Beth Cruz/Abril Imagens

Primeira equipe do Projeto Rondon, 1967.

onceituar a exten- sob as mais diversas definições, justificativa para atividades da aca-

C
são universitária com tentativas diferentes de criar demia que não encontram guarida
ainda é um desafio limites para sua prática. Algumas no espaço da graduação e da pes-
nos dias de hoje. vezes tem sido usada, mesmo sem quisa. Permanece aquela idéia de
Ela tem surgido, ao um entendimento claro dos que a que tudo o que não for pesquisa e
longo da História executam, a pretexto de servir de não for ensino, deve ser extensão.

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Uma forma de conceituar por ex- sofrer as determinações desta cria- As atividades de extensão, que
clusão, sem a necessidade de um ção. Ela sempre está a serviço de al- poderiam ser o instrumento me-
esforço maior para elaborar idéias. guém; seja no ensino, na pesquisa diador da universidade para am-
Não se pode negar que existe ou na extensão, ela sempre mantém pliar seu compromisso social, tem
uma construção teórica sobre o as- um compromisso com algum grupo se caracterizado pela desvincula-
sunto no meio da universidade bra- de seu meio social. ção das necessidades objetivas das
sileira (Gurgel, 1986; Fagundes, A extensão universitária é um classes subalternas e pela perma-
1985; Fórum Nacional de Pró-reito- instrumento mediador que deve nente vinculação com os interesses
res de Extensão, 1990 a e b; Fávero, propiciar o vínculo mútuo e dialé- das classes dominantes. E entendi-
1980, Toaldo, 1977). No Manoel Novaes/Abril Imagens
da dessa forma, como o
entanto, são embriões que instrumento mediador
têm sido pouco divulga- que pode catalisar as re-
dos e sua disseminação lações entre universidade
ainda não é suficiente pa- e sociedade, ela ainda ca-
ra provocar alterações nas rece de maior elucidação.
práticas existentes. É ne-
cessário estimular e possi- Construção de
bilitar discussões que au- eixos teóricos
xiliem na elucidação de
tão grande mistério: o que O que pode ser afirma-
é extensão universitária? do com certeza é que exis-
A extensão já foi apre- te uma concepção sobre
sentada como a projeção extensão universitária que
da universidade ao meio, vem sendo construída his-
ou como uma abertura toricamente. Trata-se de
desta para a comunidade, uma construção que
ou ainda como instrumen- acompanha as idas e vin-
to de formação humana das do movimento históri-
do acadêmico e prestação co do país. É possível per-
de serviços à comunidade. ceber claramente os sujei-
Trata-se de uma função da tos evidentes em cada mo-
Universidade, ao lado do mento de uma situação
ensino e da pesquisa, e social determinada e o ei-
que deve servir como ins- xo teórico em construção.
trumento para que sejam Primeiramente passa-
alcançados os objetivos, não só pe- tico entre universidade e socieda- se por um período de importação
dagógicos, mas também sociais, po- de, demonstrando que a existência de idéias, quando a difusão do co-
líticos e culturais da existência da de ambas não pode ocorrer isola- nhecimento através de cursos li-
universidade na sociedade. damente. “O conceito de media- vres e Universidades Populares
A universidade assume seu com- ção indica que nada é isolado” era a única prática identificada co-
promisso com a sociedade mediati- (Cury, 1985:43). Entendemos que mo extensionista. A articulação da
zada pelas atividades extensionistas. esta sociedade é formada pela universidade/sociedade era enten-
São estas relações sociais que vão existência e convivência dos seres dida como a difusão do conheci-
determinar o modelo de universida- humanos e que não devemos pos- mento produzido, como um meca-
de que se cria e ao mesmo tempo tulá-la como uma abstração. nismo de erudição das massas.

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Um segundo eixo surge exata- dades carentes, procurando não Universidade solidária
mente no momento em que tam- só desenvolvê-las materialmente,
bém é possível identificar a pre- mas também provê-las de recur- Aparentemente estamos viven-
sença hegemônica de um interlo- sos intelectuais e ideológicos ca- do um momento de fortalecimen-
cutor assumindo a extensão como pazes de promover a superação to da extensão universitária, tendo
prática própria e com idéias per- de seu estado de miséria. Já a a própria universidade como inter-
ceptíveis sobre qual concepção prestação de serviços entendida locutora. Esta é uma função que
orienta sua prática extensionista. pelo Estado assumia sua face imi- está sendo vista como uma chance
Foi um eixo utilizado amplamente nentemente assistencialista. O le- de recuperação social das universi-
pelo movimento estudantil, no ma do Projeto Rondon corporifi- dades. Justamente por isso, o mo-
qual a extensão universitária era ca bem a idéia desenvolvimentista mento é oportuno para que sejam
vista como uma prática político- que se apresentava naquele mo- levantadas questões e discutidas
cultural-ideológica. Esse eixo mento: “integrar para não entre- novas propostas. A apresentação
também foi assumido posterior- gar” (Cassimiro, 1986). de qualquer elucidação mágica pa-
mente, com nítidas diferencia- Atualmente assiste-se à tenta- ra questões ainda não formuladas
ções, pelo Estado e mesmo pelas tiva de formação de um novo ei- seria uma temeridade, mas a uni-
Instituições de Ensino Superior xo. A prestação de serviços não versidade não pode se dar o direi-
(IES). No entanto, o Estado via a tem sido abandonada como práti- to de ficar à margem desse exercí-
prática extensionista esvaziada de ca extensionista, mesmo quando cio de construção.
qualquer conteúdo político. as IES assumem a direção da ex- O que estamos presenciando
O terceiro eixo, utilizado prio- tensão universitária, a partir da no atual momento histórico da ex-
ritariamente pelo Estado durante década de 80 (Fórum, 1990 a/b). tensão universitária é uma tentati-
o período repressivo, foi a exten- O que tem sido proposto é uma va, partindo do Estado, mais pre-
são universitária vista como pres- ampliação desse modelo, com a cisamente da Comunidade Solidá-
tação de serviços, caracterizada extensão operacionalizada atra- ria, do Ministério da Educação e
pela assistência às comunidades vés da prestação de serviços, mas do Conselho de Reitores das Uni-
carentes. E essa questão vem sen- agora voltada para a venda des- versidades Brasileiras, com parti-
do um eixo sustentador da exten- ses serviços. Discute-se a impor- cipação de empresas privadas,
são por muito tempo, significando tância e a necessidade de as uni- prefeituras e forças armadas, de
para muitos, ainda hoje, ser essa versidades encontrarem parceiros reavivar o que já existiu outrora
sua exclusiva atribuição. Apesar do lado de fora de seus muros e como Universidade Popular,
das críticas que pode sofrer esse assumirem juntos a mesma mis- UNE-Volante e Projeto Rondon,
tipo de serviço, ele foi fortemente são social. agora como o nome de Universi-
justificado no contexto histórico E é justamente nesse momento dade Solidária, sendo que, a partir
que o sustentou e, mesmo hoje, que se pode perceber uma inter- de 1998, o Projeto Móvel de Cul-
poderíamos reconhecer sua ne- ferência externa na construção tura e Meio Ambiente deverá ser
cessidade. Mesmo com a presen- histórica da extensão universitá- agregado à nova edição do Uni-
ça do movimento estudantil nas ria. Existe por parte da academia versidade Solidária.
atividades extensionistas, pode-se uma manifestação de fortaleci- Há um resgate de idéias planta-
perceber que a prestação de ser- mento dessa função. É possível das pela UNE com o Centro Po-
viços também era considerada identificar a direção que se pre- pular de Cultura (CPC) (Barcel-
uma estratégia da extensão. A di- tende tomar, pois a questão da los, 1994) e a Universidade Volan-
ferença talvez residisse na tentati- prestação de serviços torna-se o te (UNE-Volante) (Gurgel, 1986).
va de fazer desta prática uma as- fulcro das discussões extensionis- É preciso reavivar na memória tais
sistência voltada para as comuni- tas nessa década. movimentos e o que eles significa-

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ram na história da universidade Compromisso da universidade ferença nossas universidades têm


brasileira. Inicialmente deve-se re- provocado nas regiões onde têm
gistrar que eram iniciativas dire- A prestação de serviços tem sido seus campi instalados? Por que não
cionadas tanto para a politização uma das formas encontradas, histo- produzimos impacto sobre a popu-
estudantil quanto para a organiza- ricamente, pelas Instituições de En- lação que está ao nosso lado, que
ção de movimentos populares. sino Superior para responder a esse está ao alcance de nossos olhos?
Eram movimentos voltados para a compromisso. Trata-se de uma es- Até por uma questão estratégi-
promoção popular e atrelados às tratégia que deve ser rediscutida ca, poderíamos estar participando
condições políticas e culturais vivi- para perder seu caráter assistencia- muito mais, caso estivéssemos tra-
das pelo país. A preservação e a lista e imediatista. Em muitos casos balhando com as nossas próprias
difusão da cultura popular eram ela tem sido desenvolvida à revelia comunidades. A solidariedade,
consideradas como pontos funda- da própria comunidade assistida, nesse caso, é justamente o vínculo
mentais, assim como a conscienti- demonstrando pedantismo de uma recíproco entre a universidade e a
zação das massa em relação às academia que ainda se julga deten- sociedade com as devidas relações
condições sócio-econômicas e po- tora de saberes superiores àqueles de responsabilidade. A construção
líticas em que viviam (Paiva, produzidos fora dela. Talvez, a pos- desse vínculo dentro de períodos
1985). Esse foi um momento his- sibilidade de desenvolvimento de interrompidos, e em situações sem
tórico em que a extensão universi- ações em parceria entre universida- o reforço da continuidade e da
tária esteve fundamentalmente de e sociedade possa trazer luz so- permanência, não parece uma ta-
nas mãos dos estudantes e sua pre- bre essa dificuldade. refa possível e a história já tem nos
sença na sociedade marcou-se O ressurgimento do Projeto mostrado que tipo de frutos isso
principalmente pelas ações volta- Rondon nos anos 90 deveria estar pode produzir.
das para a cultura e a educação, provocando dentro das universida-
com conteúdos políticos. des movimentos claros de posicio- Papel da extensão universitária
Em um certo ponto da história namento e não a simples adesão
da extensão universitária, alguns como vem acontecendo. Diante do exposto, podemos
sinais indicavam que a venda de A base desse Projeto é o envio observar que a extensão universitá-
serviços seria o novo caminho a de alunos para as regiões Norte e ria vem sendo utilizada tanto como
ser trilhado. No entanto, a acade- Nordeste, consideradas reservató- um instrumento de alienação como
mia parece ter dificuldade para rios de carências, para onde vão le- de emancipação.
navegar nos mares comerciais e var informações básicas de saúde, A extensão universitária, en-
aparentemente o que está aconte- saneamento e educação, orientan- quanto instrumento de alienação
cendo é mesmo um regresso à do a população de 195 municípios tem servido para manter o status
prestação de serviços per si. Nesse (Nogueira, 1997). quo e a hegemonia de uma classe.
eixo em construção, permanece Discutir o compromisso da uni- Apresenta-se, neste caso, não como
clara a dificuldade de participação versidade com a sociedade não ex- uma “prática social”, mas como um
dos segmentos da academia – alu- clui essas regiões. No entanto, co- fetichismo dentro da universidade.
nos, professores e servidores. O mo justificar levar nossos alunos Toma-se a extensão como um “fato
compromisso social da universida- para tão longe se ao nosso lado es- independente da dinâmica do real”
de é reconhecido e tomado como tamos convivendo com concentra- e a naturaliza. A partir do momen-
responsabilidade por muitos. No ções de carentes tão grandes quan- to em que uma concepção sobre a
entanto, a forma de assumir esse to e que, apesar de gritarem ao extensão universitária passa a ser
compromisso e o produto que po- nosso lado, desconhecemos e não assumida pelos sujeitos de sua prá-
de gerar ainda carece de desenhos interferimos ou oferecemos qual- tica, definem-se os caminhos que
mais nítidos. quer tipo de participação. Que di- podem ser trilhados. Mas isso signi-

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fica também a possibilidade da pro- rá significar a asfixia da universi- Como um dos aparelhos forma-
dução de um conhecimento que es- dade, mesmo com a prática do dores, a universidade deve reco-
teja atendendo às demandas e ex- ensino e da pesquisa. nhecer que a educação não lhe
pectativas das próprias regiões on- É este o papel histórico da ex- pertence unicamente, e que seu
de a academia sobrevive, sem a ne- tensão: aproximar a universidade papel é abrir o horizonte intelec-
cessidade de importação única de da sociedade. Ser o instrumento de tual do estudante, colocando con-
idéias e modelos estrangeiros. Seria resgate destas possibilidades. A uni- teúdos que tornem a educação um
a universidade atuando dentro dos versidade, como já afirmamos, é ao instrumento não só para a vida,
“limites das possibilidades reais”, mesmo tempo determinada pelas mas para a transformação da vida
atuando sobre o possível Ademir Zé/Somma/Abril Imagens e da sociedade.
dentro do socialmente Participar desse res-
justo na construção de gate da cidadania é
uma cultura própria obrigação da academia.
(Guadilla, 1987:75). E a extensão pode ser o
A extensão universi- instrumento viabiliza-
tária, ao longo de sua dor dessa participação.
história, está presa en- A posição assumida pe-
tre dois caminhos que la universidade, através
se contradizem. Obser- de sua postura crítica e
vamos os diferentes de sua qualidade, pode
momentos em que ora estar contribuindo, via
assumia uma ou outra extensão, para esse res-
direção, na dependên- gate não só entre os in-
cia dos sujeitos de sua divíduos, mas também
prática. Em uma dire- para si própria.
ção ela deve buscar a A universidade está
superação de si mesma, sendo convocada a as-
através de sua prática, e sumir seu lugar na so-
conseqüentemente ciedade, sem perder de
rompendo com sua pró- vista a perspectiva críti-
pria concepção e ser- ca que deve caracteri-
vindo efetivamente co- zá-la. Ela, como instru-
mo instrumento articu- mento de elaboração
lador que produz trans- dos “intelectuais de di-
formações tanto intra versos níveis”, precisa
quanto extra muros da de um modo orgânico,
universidade; na outra direção ela condições sociais e determinante colocar-se a serviço da sociedade
também pode ser um instrumento delas. Não existe, pois, uma posição sem favorecer a manutenção da
articulador, mas alienante, servin- de suposta neutralidade que a torne hegemonia de uma classe em detri-
do a interesses de determinadas protegida das cobranças. A mais mento da sobrevivência das de-
classes hegemônicas no sentido frágil hipótese sobre essa possibili- mais. A universidade precisa imis-
de manutenção e continuidade, dade já teria como conseqüência cuir-se “ativamente na vida práti-
sem rupturas com o real. Neste uma universidade asséptica e esté- ca” como construtora e organiza-
caso, ela também pode alcançar ril, ou seja uma instituição longe de dora de uma nova sociedade
sua superação, mas o preço pode- ser educativa e/ou transformadora. (Gramsci, 1989:3-10).

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Historicamente, a universidade partida, portanto, para a elabora- mia”. Os que conseguem, no en-
tem buscado se proteger da crise ção do conhecimento são os ho- tanto, romper os muros, por os pés
que envolve toda a sociedade. É te- mens, em sua atividade, em seu – e a cabeça – para fora, deixando
merosa do envolvimento e de suas trabalho, no interior das relações entrar o ar fresco da realidade nos
conseqüências. Ela tem se assusta- sociais que eles geram. E a univer- pulmões, têm descoberto que é no
do com os acontecimentos e mu- sidade não pode pensar em si mes- movimento, no provisório, no caos,
danças do final deste século. Só ma como instituição formadora, se na dinâmica jamais “enquadrada”
que este susto não tem sido utiliza- ignora o ambiente social na forma- das relações concretas, que se
do como alavanca para rupturas. O ção dos profissionais. transforma a Sociedade, que se faz
medo parece impedir o movimen- E é como práxis revolucionária a revolução” (Kunzer, 1992:22).
to. Devemos reconhecer toda nossa que entendemos o papel da exten- Ao cumprir o seu papel, a ex-
ortodoxia se pretendemos romper são hoje. É esta sua responsabili- tensão estará atingindo sua possi-
com o velho e assumir característi- dade. Só desta forma a universida- bilidade máxima, e será superada
cas de contemporaneidade. Disso de poderá ser aceita como instru- por si mesma. Quando a universi-
depende nosso destino. Assumir mento transformador do real, dade for capaz de se libertar das
que vivemos um momento de crise, quando estiver atuando sobre as amarras que lhe foram criadas e
de modo generalizado, pode ser mudanças das circunstâncias, mas pela crítica, conseguir ver além de
positivo na medida em que isso sig- também sendo transformada pelas si mesma, as questões da extensão
nifica o início do questionamento mesmas circunstâncias. Não deve- universitária deixarão de existir,
dos paradigmas que temos recebi- mos nos esquecer de que “o pró- pois não mais serão necessárias. A
do. Estaremos construindo outro prio educador tem de ser educa- extensão tem um caráter de provi-
paradigma, e isso não é um proces- do” (Marx & Engels, 1984:108). soriedade; ela não é perene e nem
so cumulativo, mas uma construção “O espaço de produção efetiva mesmo inerente à universidade. O
nova, fundamentada em diferentes do conhecimento é a práxis, onde que justifica sua presença é sua re-
elementos, no caso, nossos elemen- se supera o saber pedante e se pro- levância social. Ela deverá superar
tos regionais (Guadilla, 1987:143). duz o saber revolucionário. E a is- a si mesma pela sua própria práxis.
O movimento que a universida- to, uma boa parte da Universidade Esta nova postura da universi-
de deve fazer, utilizando-se da ex- resiste; boa parte de seus profissio- dade a colocará como fator inigua-
tensão como mediadora desta ação, nais são fruto do velho princípio lável para o desenvolvimento só-
precisa começar dentro de si mes- educativo, intelectuais de grande cio-econômico e sociocultural para
ma e arriscar-se também fora de cultura ou especialistas, sem serem o seu meio ambiente. Questões co-
seus muros. Suas funções, já ampla- dirigentes, no sentido gramsciano mo financiamento, autonomia e
mente reconhecidas, de produção e (político + especialista). Os espa- existência democrática das IES se-
disseminação do conhecimento, ços de articulação com o movimen- rão respondidas através da práxis
precisam do oxigênio de uma práxis to do real, como os estágios, a pes- dessas instituições. A sua relevân-
revolucionária. Ela precisa estar vi- quisa e a Extensão, acabam sendo cia do ponto de vista da sociedade
gilante quanto à sua função política atividades marginais. Cair na vida, que a sustenta será sentida não só
de transformação das condições so- penetrar no caos, no buraco negro pela presença material, mas tam-
ciais de dominação. das relações sociais concretas, on- bém pela repercussão do cumpri-
A práxis revolucionária é o fun- de as explicações não são suficien- mento de suas funções de uma for-
damento e a finalidade do conheci- tes, onde o conhecimento é frágil, ma socializadora.
mento. Um conhecimento que o onde a competência formal não
Ana Luiza Lima Sousa é Professora
homem produz ao produzir as con- serve, é uma aventura que a pou-
Assistente da Faculdade de Enfer-
dições necessárias à sua existência, cos atrai. É mais confortável o úte- magem da Universidade Federal de
através do trabalho. O ponto de ro morno e seguro da “mãe acade- Goiás.

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