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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO SENAC EM MINAS GERAIS

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DIRETOR REGIONAL


Lázaro Luiz Gonzaga Luciano de Assis Fagundes

ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO ILUSTRAÇÕES


Fernando Cézar Pinto Evalberto Fidêncio Miranda
Sérgio Soares Vilela

REVISÃO LINGÜÍSTICA E CAPA


TRATAMENTO METODOLÓGICO Alex de Souza Carvalho
Fabiana Guimarães Coelho GMP/SEMD - Setor de Material Didático
GMP /SEMD - Setor de Material Didático
PROJETO GRÁFICO
EDITORAÇÃO Celso Olegário Martins
Rosimary Araújo da Silva GMP /SEMD - Setor de Material Didático
GMP/SEMD - Setor de Material Didático

Reimpressão 2013

SENAC.DR.MG. Fundamentos e técnicas de ergonomia /


Fernando Cézar Pinto. Belo Horizonte: SENAC MINAS/SEMD,
2008. 35p. Inclui bibliografia.

SAÚDE; ERGONOMIA; TRANSPORTE MANUAL DE CARGAS;


MOBILIÁRIOS; CONDIÇÕES AMBIENTAIS; ORGANIZAÇÃO;
APOSTILA.
Referência bibliográfica conforme as normas adotadas pelo Sistema de Informações
Bibliográficas do SENAC.

SENAC/DR. MG. 2008


Rua Tupinambás, 1086 - Centro
CEP 30.120 - 070 – Belo Horizonte - Minas Gerais
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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Sumário
Introdução, 5
Histórico, 5

Ergonomia, 7
Biomecânica, 8
Antropometria, 8
Definição de trabalho e tarefa, 9
Norma Regulamentadora nº 17, 9

Levantamento, transporte e descarga individual de


materiais, 10
Técnicas para levantamento manual de cargas, 11

Mobiliários dos postos de trabalho, 17


O uso do computador e suas implicações, 17
Conseqüências da má postura, 18
L.E.R, 18
DORT, 19
Exercícios indicados para prevenção da L.E.R: mãos e punhos, 19
Dicas gerais para uma boa postura, 22

Condições ambientais de trabalho, 28


Iluminação, 30

Organização do trabalho, 31

Conclusão, 32

Referências Bibliográficas, 33

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

INTRODUÇÃO

O objetivo desta cartilha é abordar os temas relacionados à ergo-


nomia nos ambientes de trabalho, tendo como base as legisla-
ções pertinentes. Foi utilizada como metodologia de trabalho a
pesquisa de diversos artigos e Leis sobre o tema ergonomia. O
desenvolvimento sobre o tema tem como abordagem principal a
observação e análise ergonômica, bem como sugestões técnicas
de prevenção de doenças geradas a partir de um ambiente não
ergonômico.

HISTÓRICO

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era feita


pelos artesãos com a utilização de apenas algumas ferramentas.
Os artesãos eram, muitas vezes, proprietários da matéria-prima e
comercializavam o produto final do seu trabalho manual.

Após a Revolução Industrial os trabalhadores se defrontaram


com uma nova perspectiva de trabalho e com um novo mecanis-
mo de produção. Este novo processo ficou conhecido por maqui-
nofatura. A era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando
o trabalho humano e uma nova relação entre capital e trabalho
se impôs. Novas relações entre nações se estabeleceram, e surgiu
o fenômeno da cultura de massa.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Esse momento de transformação, da mudança da matriz energé-


tica (passagem da energia humana, hidráulica e animal para
energia motriz), foi o ponto culminante de uma evolução tecno-
lógica, social e econômica, que se processou na Europa, espa-
lhando-se pelo mundo. As fábricas passaram a concentrar cente-
nas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em
troca de um salário, alterando completamente a maneira de viver
das populações dos países que se industrializaram. As cidades
atraíram camponeses e artesãos e tornaram-se maiores e mais
importantes.

No Brasil, apesar do processo industrial tardio, na primeira meta-


de do Século XX as mudanças já eram percebidas. No governo
de Getúlio Vargas o processo industrial se intensificou com a
criação da CSN (Companhia Siderúgica Nacional) e a FNM (Fábri-
ca de Motores Nacionais). Destaca-se, neste período, a implan-
tação de uma ampla legislação trabalhista, entrando em vigor a
CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

A partir da segunda metade do Século XX o Brasil rural cedeu lu-


gar ao Brasil industrial. No governo de Juscelino Kubitschek a
expansão industrial continuou; foram construídas rodovias para
dar suporte às indústrias automobilísticas instaladas e às siderúr-
gicas. Também foram construídas duas grandes usinas hidrelé-
tricas – Furnas e Três Marias. A produção de petróleo foi aumen-
tada e, conseqüentemente, a economia ficou atrelada à ativida-
de industrial.

Mas esta nova realidade trouxe conseqüências à saúde e à quali-


dade de vida dos trabalhadores. É neste novo cenário que se
concentra esta cartilha, tendo como foco principal os aspectos
ergonômicos no ambiente de trabalho – suas causas e conse-
qüências, e, em especial, a prevenção.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

ERGONOMIA

Conforme a Associação Internacional de Ergonomia (Internatio-


nal Ergonomics Association), de 2000, ergonomia (ou fatores hu-
manos) é a disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre seres humanos e outros elementos de um siste-
ma. Também é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e
métodos a serem projetados com o objetivo de otimizar o bem-
estar humano e o desempenho geral de um sistema.

Por abordar temas complexos – como antropometria, biomecâ-


nica, engenharia, fisiologia e psicologia – a ergonomia tem como
característica a interdisciplinaridade, pois, para a aplicação da
disciplina, diversas áreas de conhecimento lhe dão sustentação.
Segundo Romélio, para a realização dos seus objetivos, a ergo-
nomia estuda uma diversidade de fatores: o homem e suas ca-
racterísticas físicas, fisiológicas e psicológicas; a máquina, que
constitui todas as ferramentas, o mobiliário, os equipamentos e
as instalações; o ambiente, que contempla a temperatura, os ruí-
dos, as vibrações, a luz e as cores.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

BIOMECÂNICA

Hay (1978), citado por Barbosa 2007, descreve a Biomecânica


como sendo a ciência que estuda as forças internas e externas
que atuam no corpo humano e os efeitos produzidos por essas
forças. Segundo Barbosa (2007), o objeto de estudo da Biome-
cânica é o sistema gestual, isto é, o movimento. Esse estudo do
sistema gestual consiste na análise da interação do corpo, que
realiza a ação, com o meio envolvente.

Dentre os diversos campos de atuação da Biomecânica, destaca-


se a área ocupacional. A Biomecânica ocupacional estuda a inte-
ração do trabalhador com seu meio de trabalho, no domínio
antropométrico, mecânico e aspectos do envolvimento.

ANTROPOMETRIA

Se a preocupação da Ergonomia é a adaptação do homem à


máquina, nada é mais certo do que ter o próprio homem como
fonte de estudo para a análise ergonômica. Diante disto, a
Antropometria se torna fundamental para este desenvolvimento.
Segundo Couto (1995), a antropometria trata das medidas físi-
cas do corpo humano. Sua origem remonta à antigüidade, pois
egípcios e gregos já observavam e estudavam a relação das di-
versas partes do corpo.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Uma das aplicações das medidas antropométricas na ergonomia


é no dimensionamento do espaço de trabalho e no desenvolvi-
mento de produtos industrializados, como mobiliário, máquinas,
ferramentas, dentre outros.

DEFINIÇÃO DE TRABALHO E TAREFA

Segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa, trabalho signi-


fica exercício físico, mental ou intelectual para fazer ou conseguir
alguma coisa. Ainda segundo o mesmo Minidicionário, tarefa
significa obra, trabalho.

NORMA REGULAMENTADORA Nº 17

A Lei nº 6.514/77 traz as Normas Regulamentadoras referentes à


segurança e medicina do trabalho. A norma regulamentadora
que trata o tema Ergonomia é a NR-17. Tendo como base esta
norma, abordaremos em nossa cartilha os temas relacionados à
ergonomia.

A NR-17 (item 17.1) visa a estabelecer parâmetros que permitam


a adaptação das condições de trabalho às características psicofi-
siológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máxi-
mo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

LEVANTAMENTO, TRANSPORTE E
DESCARGA INDIVIDUAL DE MATERIAIS

O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho


mais antigas e comuns, sendo responsável por um grande núme-
ro de lesões e acidentes do trabalho. Estas lesões, em sua grande
maioria, afetam a coluna vertebral, mas também podem causar
outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal e a lombal-
gia. Esta última pode aparecer por excesso de esforço ou como
resultado de esforços repetitivos.

Conforme a NR-17, transporte manual de cargas designa todo


transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por
um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a depo-
sição da carga.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

TÉCNICAS PARA LEVANTAMENTO MANUAL DE CARGAS

O levantamento manual de cargas exige precauções, pois, na


maioria das vezes a desobediência a certas regras provoca dores
lombares e entorses. Siga as regras conforme ilustrações abaixo:

Posicione-se próximo à car-


ga com os pés abertos,
para manter o equilíbrio.

Abaixe-se e mantenha a
cabeça e as costas em linha
reta.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Segure firmemente a carga


usando as palmas das mãos.

Levante-se usando somente


as pernas, mantendo os bra-
ços esticados sustentando a
carga.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Aproxime bem a carga de seu


corpo...

... mantendo-a centralizada entre


as pernas.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Não cometa os erros a seguir, evitando esforços nas costas ou no


estômago:

Dobrar as costas.

Ficar muito longe


da carga.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Erguer a carga pelo


lado do corpo.

Manter as pernas fixas


no chão e virar o corpo
com a carga.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Escorar a carga na per-


na ou no joelho.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

Antes de levantar e transportar uma carga, verifique:


1. O peso da mesma.
2. Se possui pontas ou rebarbas.
3. Se há necessidade do uso de luvas, aventais, etc.
4. Se o caminho a ser percorrido está desimpedido.

Se tudo estiver certo, então levante a carga flexionando as per-


nas, nunca dobrando as costas.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

MOBILIÁRIO DOS POSTOS DE TRABALHO

Segundo Linden (1999), uma das tendências futuras para os


mobiliários é que estes sejam capazes de garantir a economia de
espaço, sendo personalizados e reguláveis. Cabe destacar que a
NR-17 estabelece alguns critérios para disposição dos mobiliá-
rios, tais como altura e característica da superfície de trabalho
compatíveis com o tipo de atividade, fácil alcance e visualização,
com características dimensionais para posicionamento e movi-
mentação adequadas ao trabalhador, dentre outros.

A mesma norma regulamentadora observa que, para atividades


que necessitam também da utilização dos pés, além dos requisi-
tos já descritos, os pedais e demais comandos para acionamento
pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibili-
tem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diver-
sas partes do corpo do trabalhador, em função das caracterís-
ticas e peculiaridades do trabalho a ser executado.

O USO DO COMPUTADOR E SUAS IMPLICAÇÕES

O computador tornou-se fundamental no processo produtivo a


partir do Século XX. O efeito da globalização, que propiciou o
aumento da competitividade do mercado, desencadeou a busca
por novas tecnologias. Nesse contexto o computador ganhou
papel de destaque.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

A utilização do computador, além de outros fatores, reduz os


custos de produção, diminui a força de trabalho, melhora a
qualidade, o produto e os serviços, aumenta o tempo produtivo.
Contudo, a falta de critérios na utilização desse equipamento
tem gerado enormes danos à saúde dos trabalhadores.

CONSEQÜÊNCIAS DA MÁ POSTURA
• Dor no pescoço;

• dor nas costas;

• dor nos braços e antebraços;

• dor nas mãos;

• sensação de cansaço;

• doenças ocupacionais (L.E.R / D.O.R.T).

L.E.R.

As Lesões por Esforços Repetitivos (L.E.R) dos membros superio-


res atribuídas ao trabalho são hoje as mais freqüentes doenças
do trabalho nos países precoces ou tardiamente industrializados.
Conforme a Fundacentro, a L.E.R. é o resultado do desequilíbrio
entre as exigências das tarefas e as margens deixadas pela
organização do trabalho para que o trabalhador, na realização
de suas tarefas, mobilize as suas capacidades dentro das suas
possibilidades.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

D.O.R.T

As Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (D.O.R.T.)


são uma “síndrome clínica” caracterizada por dor crônica acom-
panhada, ou não, por alterações objetivas, que se manifesta
principalmente no pescoço, na cintura escapular e /ou nos mem-
bros superiores, em decorrência do trabalho.

EXERCÍCIOS INDICADOS PARA PREVENÇÃO DA L.E.R: MÃOS E


PUNHOS

Abra as mãos e encoste as palmas


em "posição de rezar". Com os de-
dos juntos, flexione os punhos e
comprima uma mão contra a outra
(em frente ao peito).

Aperte dedo contra dedo, alon-


gando-os um por um (polegar
contra polegar, indicador contra
indicador e assim por diante). Po-
de ser feito com todos os dedos
ao mesmo tempo.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Cruze o dedo com de-


do (gancho) e puxe
alternando-os.
Ex.: polegar com mé-
dio, anular com míni-
mo. A variedade fica a
critério da pessoa.

Feche bem as mãos como se estivesse


segurando algo com força...

Estique bem os dedos. Abra os dedos afastando-os o máximo


possível. Feche os dedos, apertando-os com a mão esticada
(ligeiro apoio na mesa).

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Faça “ondas” com os dedos.

Balance as mãos.

Gire os punhos em círculo,


com as mãos soltas,
nos sentidos horário e anti-
horário.

Fonte: http://areaseg.com/ler/ufpr/. Acesso em 23 de abril de 2008.


Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

DICAS GERAIS PARA UMA BOA POSTURA

Manter o topo da tela ao nível dos olhos e


distante cerca de um comprimento de
braço.

Manter a cabeça e o pescoço em posição


reta e ombros relaxados.

Manter a região lombar (costas) apoiada


no encosto da cadeira ou em um suporte
para as costas.

Manter o antebraço, os punhos e as mãos


em linha reta (posição neutra do punho)
em relação ao teclado.

Manter o cotovelo junto ao corpo.

Manter um espaço entre a dobra do joelho


e a extremidade final da cadeira. Manter
ângulo igual ou superior a 90º para as
dobras dos joelhos e do quadril.

Manter os pés apoiados no chão, ou,


quando recomendado, usar descanso para
Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda os pés.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

ERRADO!

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

45 a 70cm

Antebraço, punhos
e mãos em linha
reta.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Torcer o pescoço.

ERRADO!

Monitor muito baixo.

ERRADO!

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Monitor muito alto.

ERRADO!

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

ERRADO!

Ilustrador: Sérgio Soares Vilela

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

ERRADO!
Ilustrador: Sérgio Soares Vilela

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO

Ao se realizar uma análise das condições ambientais de trabalho,


deve-se, em primeiro momento, observar a adequação das ca-
racterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores à natureza do
trabalho a ser executado.

O item 17.5.2 da NR-17 destaca que nos locais de trabalho onde


são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes – por exemplo: salas de controle, laborató-
rios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos,
dentre outros – são recomendadas as seguintes condições de
conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR
10152, Norma Brasileira registrada no INMETRO. Aqui
os níveis de ruído devem ser entendidos não como
aqueles passíveis de provocar lesões no aparelho audi-
tivo, tal como a perda auditiva, mas como a pertur-
bação passível de prejuízo ao bom desempenho da
tarefa. O item 17.5.2.1 da NR-17 descreve que para as
atividades que possuam as características definidas no
subitem 17.5.2 da mesma norma, mas não apresentam
equivalência ou correlação com aquelas relacionadas
na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de
conforto será de até 65 dB (A), e a curva de avaliação
de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. Os níveis
de ruído não estabelecidos pela NR-17 devem ser
consultados em outra Norma Regulamentadora da

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Portaria 3.214/78 – a NR-15, anexos 1 e 2 – e serão


tratados como agentes insalubres. A NR-9, da mesma
Portaria, destaca que para os níveis de ruído acima de 80
dB (nível de ação) devem ser iniciadas ações preventivas.

Ilustrador: Evalberto Fidêncio Miranda

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC;


c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40%.

A climatização dos locais de trabalho onde há solicitação intelec-


tual e atenção constante freqüentemente é obtida pelo sistema de
ar-condicionado. Tendo em vista a preocupação mundial com a
qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e a am-
pla e crescente utilização de sistemas de ar condicionado, são
apresentadas, na Portaria nº 3523/GM da ANVISA, as medidas a
serem tomadas quanto à saúde, ao bem-estar, ao conforto, à
produtividade e ao absenteísmo dos ocupantes dos ambientes cli-
matizados e a sua inter-relação com a variável qualidade de vida.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

Essa Portaria destaca a importância de implantação do PMOC


(Plano de Manutenção, Operação e Controle) dos equipamentos
climatizadores. Em complemento à Portaria 3523/GM a Resolu-
ção nº 9/2003, também da ANVISA, determina a publicação de
Orientação Técnica elaborada por Grupo Técnico Assessor, sobre
Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes
climatizados artificialmente, de uso público e coletivo, estabele-
cendo critérios que informem a população sobre a qualidade do
ar interior em ambientes climatizados artificialmente, cujo dese-
quilíbrio pode causar agravos à saúde dos seus ocupantes.

ILUMINAÇÃO

Iluminância é o limite da razão do fluxo luminoso recebido pela


superfície em torno de um ponto considerado, para a área da
superfície quando esta tende para o zero.

Conforme o item 17.5.3.3 da NR-17, os níveis mínimos de


iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os
valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasi-
leira registrada no INMETRO. Esta norma estabelece os valores de
iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação
artificial em interiores, onde se realizem atividades de comércio,
indústria, ensino, esporte e outras.

A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem


17.5.3.3 da NR-17 deve ser feita no campo de trabalho onde se
realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do
ângulo de incidência.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Conforme a NR-17, a organização do trabalho deve ser adequa-


da às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.

Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº


17 (2002), o elevado índice de aposentadoria por invalidez em
função dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Traba-
lho (D.O.R.T.) tem sua origem na forma como o trabalho é orga-
nizado. Assim, a ordem em que o ambiente de trabalho é or-
ganizado é de suma importância para a realização das atividades.

Para isto, é necessária uma análise prévia do ambiente de


trabalho, realizada por uma equipe multidisciplinar – engenhei-
ros, ergonomistas, médicos, técnicos, dentre outros. É muito
importante conhecer a hierarquia da empresa, o processo produ-
tivo, os instrumentos e as ferramentas. Também é muito impor-
tante entender o objetivo e o produto final.

Segundo a NR-17, item 17.6.2, a organização do trabalho deve


levar em consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

CONCLUSÃO

A inadequada organização do trabalho tem gerado um dos


grandes problemas de saúde ocupacional: lesões e dores no cor-
po. Os afastamentos do trabalho elevam os custos das empresas,
e uma parte substancial desses custos recai sobre o Ministério da
Previdência Social – um grave problema enfrentado pelo País.

Segundo a Previdência Social, dados preliminares, houve aumen-


to significativo das doenças ocupacionais no Brasil. No ano de
2003 foram registrados 23.853 casos de doenças ocupacionais,
e no ano de 2005 o número subiu para 30.334.

Um Laudo Ergonômico correto auxilia na identificação de


situações inadequadas de trabalho, fatores de risco ocupacional,
contribuindo na redução dos índices de doenças ocupacionais,
minimizando custos e otimizando o processo produtivo. O con-
forto físico da interação do ser humano com o posto de trabalho
depende de um levantamento ergonômico adequado.

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AÑEZ, Ciro Romelio Rodriguez. Antropometria na ergonomia.


Disponível:http://www.eps.ufsc.br/ergon/revista/artigos/Antro_na
_Ergo.PDF. (Acessado em 23/04/2008).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413.


Iluminância de interiores.

BARBOSA, Tiago. Introdução à Biomecânica. Departamento de


Ciências do Desporto e Educação Física, 2007.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 3214/78.


60º Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2007.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de aplicação


da Norma Regulamentadora nº 17. 2 ed. Brasília: SIT, 2002.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspe-


ção do Trabalho. Departamento de Segurança e Saúde no Traba-
lho. Coordenação de Normalização Brasília, 03 de setembro de
2001. Nota Técnica 060 / 2001.
Disponível:http://www.mte.gov.br/seg_sau/comissoes_cne_notat
ecnica.pdf. (Acessado em 23/04/2008).

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Fundamentos e Técnicas de Ergonomia

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho:


manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: ERGO
Editora, 1995.

LINDEN, Júlio Carlos de Souza Van der. Identificação dos itens de


demanda ergonômica em escritório informatizado. Dissertação
de Mestrado em Engenharia de Produção - Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, UFRGS, Porto Alegre.
Ano: 1999. Dissertação Mestrado Profissionalizante

MINIDICIONÁRIO da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia


Melhoramentos, 1997.

SALIBA, Tuffi Messias. Insalubridade e periculosidade: aspectos


técnicos e práticos. São Paulo: LTr Editora, 2007.

Sites consultados:

www.ufpr.br
www.mte.gov.br
www.fundacentro.gov.br
www.anvisa.gov.br
www.previdencia.gov.br

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