Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi desenvolver be- As frutas se constituem em fonte de vitaminas, mi-
bidas mistas à base de manga, maracujá e caju adicionadas nerais e carboidratos solúveis, sendo que algumas possuem
de prebióticos, na forma “pronto para beber”. Foram ava- teor mais elevado de um ou de outro nutriente. A manga
liadas três formulações de bebidas mistas, com diferentes (Mangifera indica, L.) destaca-se como uma rica fonte
ingredientes prebióticos (inulina padrão, inulina HP e fru- de carotenoides e carboidratos. 3 O maracujá (Passiflora
to-oligossacarídeos) e uma formulação sem adição de pre- edulis Sims) é considerado uma boa fonte de vitamina
bióticos. As formulações foram submetidas à caracteriza- C, cálcio e fósforo. 26 O pedúnculo de caju (Anacardium
ção química e físico-química (pH, acidez, sólidos solúveis, occidentale L.) é rico em vitamina C, 10 além de ser fonte de
açúcares, relação sólidos solúveis totais e acidez titulável, carotenoides e compostos fenólicos. 29 Além das proprie-
vitamina C, carotenoides, polifenóis totais e cor) e avalia- dades nutricionais dos sucos de frutas, tem sido estudada
ção sensorial de aceitação (doçura, sabor, impressão global também a elaboração de bebidas funcionais a base de frutas
e intenção de compra). Os teores de açúcares, vitamina C, pela adição de outros componentes alimentares como são
polifenóis totais e a cor diferiram significativamente entre
os agentes prebióticos.
as formulações estudadas, enquanto que o mesmo não foi
Atualmente, os grupos biologicamente ativos mais
observado para pH, acidez e carotenoides totais. A formu-
conhecidos, que agem como ingredientes funcionais, são:
lação contendo inulina padrão apresentou maior aceitação
fibras solúveis e insolúveis, flavonoides, carotenoides, fito-
sensorial quando comparadas às demais formulações.
esteróis, fitoestanóis, ácidos graxos (ômega 3 e ômega 6),
PALAVRAS-CHAVE: Frutas tropicais; bebida; prebióticos e probióticos. 2
prebiótico; aceitabilidade. Prebióticos são componentes alimentares não dige-
ríveis, que estimulam a atividade bifidogênica, ou seja, o
crescimento e/ou ação de algumas bactérias presentes no
INTRODUÇÃO intestino, recebendo atenção considerável pelos benefícios
à saúde que conferem aos hospedeiros, 13 como estimulação
O hábito do consumo de sucos de frutas industria-
do sistema imunológico, produção de vitamina B, inibição
lizados vem aumentando em todo o mundo, devido a vá-
rios aspectos, como a busca pela saúde, preocupação com de microrganismos patogênicos, redução dos níveis de co-
o consumo de alimentos saudáveis, praticidade oferecida lesterol sanguíneo e prevenção de câncer. 32 Atualmente,
pelos produtos, substituição ao consumo de bebidas carbo- existe uma grande variedade de substâncias prebióticas dis-
natadas e valor nutritivo. 16 poníveis comercialmente, como os carboidratos derivados
Segundo Fernandes 9 e IBRAF, 14 a produção de su- da lactose (lactulose e lactitol), inulina e fruto-oligossaca-
cos de frutas no cenário do agronegócio nacional e inter- rídeos (FOS). Além das propriedades prebióticas, a inulina
nacional é vista como uma das atividades mais promisso- e o FOS têm sido também usados na indústria alimentícia
ras do ramo alimentar, sendo o Brasil considerado um dos para substituir gordura ou açúcar e reduzir as calorias dos
maiores produtores mundiais de frutas tropicais. alimentos. 2, 28
197
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
Diante da procura dos consumidores por alimentos vitamina C foi determinado pelo método titulométrico ba-
mais saudáveis, capazes de trazer benefícios à saúde, e dos seado na redução do indicador 2,6-diclorofenolindofenol
efeitos benéficos dos sucos de frutas e dos prebióticos, este pelo ácido ascórbico, 22 sendo os resultados expressos em
trabalho objetivou desenvolver bebidas mistas de man- mg de ácido ascórbico/100mL de amostra. A relação sóli-
ga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos, na forma dos solúveis totais por acidez titulável foi obtida através
“pronto para beber”. do quociente entre as duas análises. 4 As medidas da cor
objetiva foram realizadas com as amostras colocadas em
placas de Petri, em quantidades suficientes para cobrir a
MATERIAL E MÉTODOS base da placa. As leituras foram obtidas a partir da emissão
de um feixe de luz da lente do espectofotômetro, medidos
Matéria-Prima por reflectância, com o uso do colorímetro Konica Minolta
Spectrophotometer CM – 3500d. Os resultados foram ex-
Foram utilizadas polpas comerciais de manga e pressos de acordo com as coordenadas CIE lab que inclui
caju, polpa de maracujá, água potável, sacarose e três di- as variáveis L*, C* e h. Os carotenoides totais foram deter-
ferentes prebióticos: inulina padrão (Clariant-Brasil), inu- minados conforme metodologia descrita por Higby. 12 Os
lina HP (Clariant-Brasil), que possui um alto grau de po- polifenóis extraíveis totais foram determinados de acordo
limerização, isto é, não hidrolisa tão facilmente quanto à com a metodologia descrita por Reicher et al., 25 usando
inulina padrão, e fruto-oligossacarídeos (Clariant-Brasil). o reagente Folin-Ciocalteu e o ácido tânico como padrão,
A inulina HP possui uma maior estabilidade, porém, seu sendo a leitura feita em espectrofotômetro a 760nm. Os
poder de doçura é menor que o da inulina padrão e dos açúcares redutores e totais foram feitos conforme Miller, 20
fruto-oligossacarídeos. usando ácido 3,5-dinitro-salicílico (DNS), sendo os resulta-
dos expressos em g/100g de amostra. As análises químicas
Formulações e físico-químicas foram realizadas em triplicata em todas
as formulações para caracterização de cada amostra.
Foram elaboradas três formulações de bebidas mis-
Avaliação sensorial
tas, sendo que para cada bebida foi adicionado um tipo de
prebiótico e uma quarta bebida foi utilizada como padrão, Para a caracterização da equipe, na ficha de ava-
ou seja, não possuia prebiótico. O teor de inulina e FOS foi liação havia um questionário de coleta de dados de faixa
fixado em 4g/100mL, estando de acordo com os valores etária, sexo e escolaridade. Os testes foram realizados em
permitidos pela legislação para alimentos líquidos, míni- Laboratório de Análise Sensorial, com 80 provadores não-
mo de 1,5g/200mL. 7 O teor de sólidos solúveis totais foi treinados, sendo 16 homens e 64 mulheres. A maioria dos
fixado em 11º Brix, ajustados com sacarose, e o teor da provadores era jovem, ou seja, com um alto potencial de
mistura de polpas, em 35%, sendo o mínimo estabelecido consumo, tendo em vista o aumento crescente do consumo
pela legislação5 de alimentos com propriedades funcionais por parte desse
As bebidas foram elaboradas com 21% de polpa de grupo. A análise contou com 79% provadores com a faixa
manga, 7% de maracujá e 7% de caju. Após a formulação, de idade menor que 25 anos, 19% entre 25 a 35 anos, e
as bebidas foram submetidas a tratamento térmico (90ºC apenas 2% entre 36 e 50 anos.
por 1 minuto), no intuito de estender a vida útil dos pro- A análise sensorial foi realizada através do delinea-
mento de blocos completos balanceados 17 com codificação
dutos, envasadas a quente (hot-fill) em garrafas de vidro
aleatória de três dígitos. O teste foi conduzido em cabine
(300mL) e fechadas com tampas metálicas. Logo em segui-
individual, sob luz branca, e as amostras foram apresenta-
da, foram resfriadas (35ºC) por aspersão de água clorada das de forma sequencial. Os provadores receberam 30mL
(100ppm), rotuladas e armazenadas a temperatura ambien- de cada amostra à temperatura entre 10 e 12ºC, em taças
te (28ºC± 2ºC) em ausência de luz. de vidro. Os provadores avaliaram a doçura, o sabor e a
impressão global das amostras utilizando escala hedônica
Avaliação química e físico-química estruturada de nove pontos, na qual os extremos representa-
vam “gostei extremamente” (9) e “desgostei extremamen-
Foram realizadas as seguintes análises: pH, determi- te” (1) e o centro “não gostei nem desgostei” (5), 23 e a
nado através de leitura direta, em potenciômetro de marca intenção de compra utilizando escala hedônica estruturada
WTW, modelo 330i/SET, calibrado a cada utilização, com de cinco pontos, na qual os extremos representavam “certa-
soluções tampão de pH 4,0 e 7,0 conforme AOAC; 1 sólidos mente compraria” (5) e “certamente não compraria” (1). 19
solúveis totais realizado por refratometria com unidade de
medida em °Brix, em refratômetro marca ATAGO, com es- Análise estatística
cala variando de 0 a 90°Brix, conforme Brasil; 6 acidez total
titulável realizada por titulometria, segundo metodologia Os resultados obtidos para as análises químicas,
Brasil, 6 utilizando-se solução de NaOH 0,1mol/L e fenolf- físico-químicas e sensoriais foram submetidos à análise de
taleína (1%) como indicador, sendo o resultado expresso variância (ANOVA), seguida de Teste de Tukey, a 5% de
em g de ácido cítrico/100mL de amostra. O conteúdo de significância, através do Software Statistica 7.0.
198
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
Tabela 1 – Caracterização química e físico-química das formulações da bebida mista de manga, maracujá e caju.
Formulação
Análise 1 2 3 4
pH 3,62ª ± 0 3,63ª ± 0 3,62ª ± 0,01 3,63ª ± 0
Acidez titulável (%) 0,37ª ± 0 0,37ª ± 0 0,37ª ± 0,01 0,37ª ± 0
Relação ºBrix/acidez 30,29ª ± 0,15 39,00b ± 0,28 39,69b ± 0,91 39,99b ± 0,12
Açúcar total (%) 8,41ª ± 0,59 9,61ª ± 0,93 11,49b ± 0,17 12,03b ± 0,80
Açúcar redutor (%) 4,68ª ± 0,11 4,89ª ± 0,03 5,31b ± 0,11 6,13b ± 0,14
Vitamina C (mg/100g) 40,67ª ± 1,96 42,26ª ± 0,79 39,08b ± 1,45 44,04ª ± 1,51
Polifenóis totais (mg/100g) 62,59c ± 2,02 51,70a ± 0,50 53,42ab ± 1,41 57,00b ± 1,59
Carotenoides totais (mg/100mL) 0,63ª ± 0,08 0,59ª ± 0,03 0,60ª ± 0,04 0,59ª ± 0,03
L 39,10b ± 0,03 39,92ª ± 0,10 39,87ª ± 0,06 37,13b ± 0,14
Cor c 13,04ª ± 0,28 13,73b ± 0,09 13,45ab ± 0,12 11,26c ± 0,15
h 94,07ª ± 0,46 94,25ª ± 0,26 96,35b ± 0,29 92,68c ± 0,41
* Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra na mesma linha, não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey. 1 - be-
bida controle (sacarose); 2 - bebida prebiótica (inulina HP); 3 - bebida prebiótica (FOS); 4 - bebida prebiótica (inulina
padrão).
199
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
estar associada à temperatura de armazenamento relativa- Para o parâmetro c, os resultados obtidos variaram
mente alta, exposição da bebida à luz na embalagem de vi- de 11,26 a 13,73, cores não muito fortes, e para o parâmetro
dro, reações de oxidação devido ao oxigênio presente no h, 92,68 a 96,35, valores característicos da coloração ama-
interior da embalagem. O processamento e armazenamento rela. Para o parâmetro c, a formulação 4 diferiu das demais
prolongados promovem oxidação enzimática e química dos e as formulações 1 e 2 não apresentaram diferença para a
compostos fenólicos, contribuindo para a sua redução. 15 formulação 3. Já para o parâmetro de cor h, as formulações
Matsuura et al. 18 desenvolveram néctares mistos de mara- 1 e 2 não apresentaram diferença significativa entre si.
cujá, mamão e acerola, obtendo para a vitamina C teores A formulação 4 apresentou menores valores para
variando de 52,4 a 64,9mg/100g, resultados próximos aos todos os parâmetros de cor analisados, quando comparada
obtidos neste estudo. as demais formulações. Para os parâmetros L e c, a formu-
Não foram observadas diferenças significativas en- lação 2 foi a que apresentou maiores valores. A diferença
tre as formulações estudadas para carotenoides totais, o que pode ser justificada pela opacidade que cada elemento con-
era esperado, tendo em vista que as formulações continham fere ao produto final, devido a sua diferente composição
os mesmos teores de polpa. Prado 24 analisou bebidas mistas ou processamento, visto que as formulações eram iguais,
a base de polpa de caju e obteve para o teor de carotenoi- com a diferença somente do prebiótico adicionado. Prado,
des totais resultados variando de 16,74 a 29,48μg/100mL,
24
analisando bebidas formuladas a base de polpa de caju,
resultados próximos aos obtidos neste estudo para a formu- obteve para os parâmetros L, c e h resultados de 46,22;
lação 1, que não possuía adição de prebióticos. 50,11 e 81,97 respectivamente.
O parâmetro L (luminosidade) variou de 37,13 a
Análise Sensorial
39,92. Levando em consideração que a escala da lumino-
sidade varia de 0 a 100, os resultados obtidos nesse estudo Para os atributos doçura, sabor e impressão global
podem ser considerados baixos. As formulações 1 e 4 não observaram-se uma tendência das formulações de se com-
apresentaram diferença significativa, assim como as formu- portarem semelhantemente, estando uma porcentagem
lações 2 e 3, a 5% de significância pelo teste de Tukey. maior acima da nota 7,0, representando o termo hedônico
Dessa forma, a adição de inulina HP ou frutoligossacaríde- “gostei moderadamente”, na região de aprovação do produ-
os pode estar relacionada com a mudança de luminosidade to, para todas as formulações estudadas.
do produto. Para este parâmetro, a inulina padrão pode ser Morzelle et al. 21 desenvolveram néctar misto à base
adicionada à bebida sem alteração das características do de ata e maracujá, obtendo ótima aceitação sensorial por
produto original (controle). parte dos consumidores, com escore médio 8, representan-
A variável c* (chroma) representa o grau de con- do na escala hedônica estruturada de nove pontos o termo
centração ou pureza de uma cor, podendo ser dita como a “gostei muito”.
intensidade da mesma, e quando essa variável assume va- A formulação 4 obteve a maior nota de aceitação
lores próximos a 0, tem-se cores neutras (cinza) e quando para o atributo doçura quando comparada às demais formu-
assume valores próximos a 60, tem-se cores vívidas. Já o lações. Para este atributo, as formulações 1, 3 e 4 não di-
ângulo Hue (h) pode variar de 0° a 360°, sendo 0° o ângulo feriram entre si a 5% de significância, pelo teste de Tukey.
correspondente à cor vermelha, 90° à cor amarela, 180° ao Das formulações analisadas, a 4 também apresentou maior
verde e 270° ao azul. relação entre sólidos solúveis totais (º Brix) e acidez total
FIGURA 1 – Médias das respostas da avaliação comparativa de aceitação entre as bebidas mistas de
manga, maracujá e caju contendo prebióticos. 1 - bebida controle (sacarose); 2 - bebida prebiótica (inu-
lina HP); 3 - bebida prebiótica (FOS); 4 - bebida prebiótica (inulina padrão).
200
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
titulável. Dessa forma, a formulação contendo inulina HP Os resultados obtidos para a intenção de compra
apresentou maior doçura, salientando que há diferenças nos podem ser observados na Tabela 2. A formulação 4 apre-
teores de doçura dos prebióticos utilizados neste estudo. sentou maior nota de aceitação quando comparada às de-
Em relação ao sabor e impressão global, as formula- mais, diferindo das mesmas ao nível de 5% de significân-
ções 2 e 4 obtiveram as maiores notas de aceitação, situan- cia, confirmando a maior aceitação desta formulação pelos
do-se entre os termos hedônicos “gostei moderadamente” e provadores.
“gostei muito”. Para o atributo sabor, a análise de variância Observa-se que 31% dos provadores afirmaram que
mostrou existir diferença significativa entre a formulação 4 possivelmente comprariam a bebida mista sem adição de
e as demais formulações, ao nível de 5% de significância, e prebióticos (1). Para as formulações contendo FOS (3),
para a impressão global mostrou existir diferença significa- inulina HP (2) e inulina padrão (4), 22%, 17% e 33% dos
tiva entre a formulação 4 e as formulações 2 e 1. A inulina provadores, respectivamente, afirmaram que certamente
padrão pode então ser adicionada à bebida mista de caju, comprariam esses produtos, caso estivessem disponíveis no
manga e maracujá, conferindo modificações favoráveis a mercado. Observa-se que a formulação 4 apresentou maior
aceitação sensorial do produto. intenção de compra por parte dos consumidores quando
Em estudo realizado por Freitas & Jackix, 11 foi ela- comparada as demais formulações estudadas (Figura 2),
borado um néctar misto de cenoura e laranja adicionado provavelmente pelo maior poder de doçura conferido aos
de fruto-oligossacarídeos (FOS). Na avaliação sensorial, fruto-oligossacarídeos.
para o atributo impressão global, obtiveram notas variando É interessante a adição de prebióticos na bebida
entre os termos “desgostei ligeiramente” e “gostei mode- mista de caju, manga e maracujá, com o objetivo de incre-
radamente”, indicando que o produto não obteve uma boa mentar o produto com uma fibra solúvel, que fornecerá ao
aceitação por parte dos provadores. Silveira et al. 30 formu- consumidor benefícios à saúde e aumento da expectativa de
laram uma bebida à base de flocos de abóbora com inulina vida. Além disso, a adição de inulina HP na bebida mista de
e aplicaram testes sensoriais, obtendo uma aceitação em caju, manga e maracujá, aumentou a aceitação do produto
torno de 70%. elaborado, para a concentração utilizada neste estudo.
FIGURA 2 - Histograma de frequência dos valores atribuídos à intenção de compra das be-
bidas mistas de manga, maracujá e caju. 1 - bebida controle (sacarose); 2 - bebida prebiótica
(inulina HP); 3 - bebida prebiótica (FOS); 4 - bebida prebiótica (inulina padrão).
201
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
202
ABREU, D. A.; SILVA, L. M. R.; LIMA, A. S.; MAIA, G. A.; FIGUEIREDO, R. W.; SOUSA, P. H. M. Desenvolvimento de bebidas mistas à base
de manga, maracujá e caju adicionadas de prebióticos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 2, p. 197-203, abr./jun. 2011.
15. KAUR, C.; KAPOOR, H. C. Anti-oxidant activity 25. REICHER, F.; SIERAKOWSKI, M. R.; CORRÊA, J.
and total phenolic – the millenniun’s health. Food Sci. B. C. Determinação espectrofotométrica de taninos pelo
Technol., v. 36, n. 7, p. 703 -725, 2001. reativo, fosfotúngstico-fosfomomolíbdico. Braz. Arch.
16. LIMA, A. S. et al. Desenvolvimento de bebida mista à Biol. Technol., v. 24, n. 4, p. 401-411, 1981.
base de água de coco e suco de acerola. Ciênc. Tecnol. 26. SANDI, D. et al. Correlações entre características
Aliment., v. 28, n. 3, p. 683-690, 2008.
físico-químicas e sensoriais em suco de maracujá-
17. MACFIE, H. J. et al. Designs to balance the effect of amarelo (Passiflora edulis var. flavicarpa) durante o
order of presentation and first-order carry-over effects in armazenamento. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 23, n. 3,
hall tests. J. Sens. Stud., v. 4, n. 2, p. 129-148, 1989. p. 355-361, 2003.
18. MATSUURA, F. C. A. U. et al. sensory acceptance of 27. SILVA, A. S. S. et al. Frutooligossacarídeos: fibras
mixed nectar of papaya, passion fruit and acerola. Sci.
alimentares ativas. B. CEPPA, v. 25, n. 2, p. 295-304,
Agric., v. 61, n. 6, p. 604-608, 2004.
2007.
19. MEILGAARD, M.; CIVILLE, G. V.; CARR, B. T.
Sensory evaluation technology. 2nd ed. Boca Raton: 28. SILVA, F. V. G. et al. Avaliação da estabilidade de bebida
CRC, 1988. 105p. mista elaborada com água de coco e suco de maracujá.
Acta. Sci. Technol., v. 28, n. 2, p. 191-197, 2006.
20. MILLER, G. L. Use of dinitrosalicilic acid reagent for
determination of reducing sugar. Anal. Biochem., v. 31, 29. SILVA, R. A. et al. Néctar de caju adoçado com mel de
n. 3, p. 426-428, 1959. abelha: desenvolvimento e estabilidade. Ciênc. Tecnol.
21. MORZELLE, M. C. et al. Agregação de valor a frutos Aliment., v. 28, n. 2, p. 348-354, 2008.
de ata através do desenvolvimento de néctar misto 30. SILVEIRA, K. C. et al. Bebida à base de flocos de
de maracujá (Passiflora edulis Sims) e ata (Annona abóbora com inulina: características prebióticas e
squamosa L.). Alim. Nutr., v. 20, n. 3, p. 389-393, aceitabilidade. Rev. Nutr., v. 21, n. 3, p. 267-276,
2009. 2008.
22. PEARSON, D. Tecnicas de laboratorio para el
31. SOUSA, P. H. M. et al. Mixed tropical fruit nectars with
analises de alimentos. Zaragoza: Acribia, 1976. 331p.
added energy components. Int. J. Food Sci. Technol.,
23. PERYAM, D. R.; PILGRIM, P. J. Hedonic scale method v. 42, n. 11, p. 1290-1296, 2007.
for measuring food preferences. Food Technol., v. 11,
n. 9, p. 9-14, 1957. 32. WANG, Y. Prebiotics: present and future in food
science and technology. Food Res. Int., v. 42, n. 1,
24. PRADO, G. M. Elaboração e estabilidade de bebidas
p. 8-12, 2009.
formuladas a base de polpa de caju Anacardium
occidentale, L.) e mel de abelha (Apis mellifera).
2010. 92f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Recebido em: 31/10/2010
Alimentos) – Departamento de Tecnologia de Alimentos,
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010. Aprovado em: 22/03/2011
203
Copyright of Brazilian Journal of Food & Nutrition / Alimentos e Nutrição is the property of Faculdade de
Ciencias Farmaceuticas, UNESP and its content may not be copied or emailed to multiple sites or posted to a
listserv without the copyright holder's express written permission. However, users may print, download, or
email articles for individual use.
Copyright of Brazilian Journal of Food & Nutrition / Alimentos e Nutrição is the property of Faculdade de
Ciencias Farmaceuticas, UNESP and its content may not be copied or emailed to multiple sites or posted to a
listserv without the copyright holder's express written permission. However, users may print, download, or
email articles for individual use.