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M. Fátima Bonifácio
APOLOGIA DA HISTÓRIA
POLÍTICA |
Estudos sobre o século XIX português
Quetzal Editores
Lisboa/1999
Capa de Rogério Petinga
Livros Quetzal, S. A.
Rua da Rosa, 105 — 2.º Esq.
1200-382 Lisboa
Telefone 342 61 72
Telefax 342 61 73
E-mail: quetzalDip.pt
ISBN 972-564-383-6
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2 Tendo a maior parte dos textos reunidos neste livro sido redigidos ao longo
de 1996-97, apenas foi considerada bibliografia publicada até ao final de 1995.
3 Existem valiosos estudos sobre história das ideias e da cultura. Mas falta
quase por completo a averiguação de como a mudança nas ideias e na cultura influen-
ciava a vida política concreta.
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Agradeço muito particularmente a Maria Filomena Mónica e a
António Barreto o tempo e paciência que gastaram a ler e a criticar este
texto, que sem os seus comentários conteria muitas mais deficiências.
Introdução
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1 Para uma boa síntese crítica da história dos Annales, ver José Manuel Sobral,
«Uma leitura crítica da “história das mentalidades”», Análise Social, n.º 95, 1985.
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Impasses da história como ciência
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Alexandre e Rui Ramos, o género deixou de ser cultivado entre nós. E o que existe
em França, é uma Nova História política, que oportunamente comentarei.
58 Xavier Gil Pujol, «La historia politica de la Edad Moderna europea, hoy»,
in A Historia a debate, op. cit., vol. WI, pp. 195-208.
59 «Tentons Pexpérience», editorial de Annales, E.S.C., n.º 6, Nov.-Dez. 1989,
p. 1318.
60 Sobre a actual desorientação da sociologia, manifestada pela multiplicação
de paradigmas teóricos e pelo «desregramento» do método, veja-se José Machado
Pais, «Durkheim: das Regras do Método aos métodos desregrados», Lisboa, Análise
Social, n.º8 131/2, 1995.
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78 Karl Popper, 4 Sociedade Aberta e os Seus Inimigos, Lisboa, 1966, vol. II,
p. 261.
79 Gérard Noirel, «Pour une approche subjectiviste du social», Annales, E.S.C.,
n.º 6, Nov.-Dez. 1989, p. 1441.
80 Cir. por Gérard Noirel, ibidem, p. 1436.
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81 José Machado Pais, «Durkheim: das Regras do Método aos métodos des-
regrados», Lisboa, Análise Social, n.º 131/2, pgs. 247 e 241.
82 Gérard Noirel, op. cit.
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Os «retornos»
130 In The Past and the Present Revisited, Londres, Routledge & Kegan Paul,
1987 (1.º ed., 1981). Aqui se encontra igualmente republicado o artigo «The Re-
turn of Narrative».
131 Historia a debate, op. cit. Trata-se das actas do Congresso Internacional
celebrado de 7 a 11 de Julho de 1993 em Santiago de Compostela e publicadas em
1995. Três vols.: 1. Pasado Y futuro. II. Retorno del sujeto. III. Otros enfoques.
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134 Lawrence Stone, The Past and the Present Revisited, op. cit., p. 76.
135 Idem, ibidem, p. 85.
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esta, como diz ainda Aron, «apenas tem sentido para quem
não seja insensível àacção dos homens e ao enjeu das suas rivali-
dades»175.
16. Ora o desinteresse por aquela parte do passado dos
homens que é feita das suas acções constitui uma caracterís-
tica comum a toda a Nova História. Mas é na política, que
não só é acção por excelência como é o domínio onde essa acção
produz os efeitos imediatos mais visíveis e de maior alcance,
que aquele desinteresse mutila mais profundamente o passa-
do: imagine-se o que seria uma história do nosso tempo que
não contasse a queda do muro de Berlim e a desintegração do
império soviético. Enquanto a sociologia ou a psicologia não
nos explicam este bizarro desinteresse, veja-se no que ele mais
essencialmente e completamente se manifesta: na apreensão do
político como uma mera abertura, directa ou indirecta, para o
social. Para a história-ciência, a política é uma actividade cuja
história se resume numa «crónica» autojustificativa do Estado
ou das classes dominantes e na glorificação dos «grandes ho-
mens». O político, pelo contrário, «dilata-se à quase totalidade
dos campos da realidade colectiva», e a história que trata dele
tornou-se ««uma ciênca-encruzilhada»!76 que integrou o cine-
ma e a anedota nas suas fontes e fez seus os métodos e objectos
da «politologia», «sociologia», «direito público», «linguística»,
«lexicologia» e «psicologia social». Tornou-se, também, nada
menos do que uma «história total»!77! Na linguagem dos novos
historiadores, sabe-se o que isto quer dizer: uma história social
com base quantitativa. Para o comprovar, basta percorrer os seus
temas de eleição e atentar no que se espera que eles revelem.
Entre estes avulta o estudo dos partidos. Enquanto «foyer
de mediação política», permitiriam radiografar as «aspirações
difusas no corpo social» servindo, por isso, como «um rico es-
pelho da sociedade»!78. Indo pela via directamente sociológica,
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«A razão fundamental da deslocação, entre os “novos
historiadores”, do modo analítico para o descritivo,
reside numa mudança maior na atitude sobre o que é
o assunto central da história. E isto, por sua vez,
depende de assunções filosóficas prévias sobre o papel
da livre vontade humana na sua interacção com
as forças da Natureza.» 127
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198 Luis Bourdeau, L'Histoire et les historiens, Paris, 1888, cit. por Jacques
Ranciêre, Les mots de Phistoire, Paris, Seuil, 1992.
199 Paul Veyne, Foucault révolutionne lhistoire, Paris, Seuil, 1978.
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citar mais exemplos para provar que eles são inumeráveis, nem
é preciso provar que eles são inumeráveis para mostrar que em
história, ao contrário das ciências, não existe uma autoridade
que sancione o que está certo e o que está errado, que caucione
a verdade. «A história é anárquica, não autoritária (authoritati-
ve)»200, O que John Vincent quer dizer é que não existe em his-
tória uma opinião autorizada que não possa ser contrariada por
outra opinião autorizada. E é assim porque não está apenas em
causa a verificação empírica dos conhecimentos, mas o confron-
to das interpretações — que não podem, em rigor, ser verificadas
no sentido que a ciência por aí entende. «A história não conhe-
ce uma última palavra sobre nenhum assunto.»201 A «última
palavra», em história, é sempre e apenas a última por ordem
de chegada, a última antes da próxima; não significa um juízo
definitivo (ou temporariamente aceite como tal). Dá-se até o
paradoxo de que quanto melhor conhecido é um problema mais
variam as interpretações. Depois da última palavra sobre as ori-
gens da Primeira Guerra Mundial, ou sobre a natureza política
do Estado Novo, ficamos todos à espera da versão seguinte202.
Enquanto interpretação, a história é um exercício criativo
que nenhuma técnica e nenhum método descrevem ou definem
completamente. O que sobra, é poiesis. Há quem diga que até
mesmo as grandes ideias da sociologia surgiram a partir de «um
quadro de pensamento intuitivo ou artístico» e que os grandes
sociólogos «nunca cessaram de ser artistas»203. É o que explica
que as suas obras, ao contrário de um tratado de matemática,
possam ser lidas e relidas sem que nunca esgotemos os sentidos
que contêm. Como se verá de mais perto na terceira parte, nada
disto implica arbitrariedade ou irracionalidade. Há saberes não
científicos que nem por isso são menos dignos ou instrutivos
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pela Nova História mas que é afinal muito parecida com o que
nós próprios pensamos, vendo muito sensatamente na consti-
tuição política da sociedade e nos actos do governo a origem
das decisões que afectam de forma mais palpável a nossa exis-
tência colectiva e individual. Recusar esta evidência implica
sustentar o paradoxo de que toda a vida política não passa de
uma futilidade pateticamente absurda. Todavia a ciência social,
e portanto a história-ciência, desconfiam por definição da expe-
riência consciente dos indivíduos, tendendo a encará-los como
sonâmbulos perdidos num eterno jogo de sombras. Aqui reside,
segundo Himmelfarb, a diferença que essencialmente separa a
nova da velha história: «A nova história coloca-se fora da opinião
recebida — a opinião dos contemporâneos tal como de historia-
dores tradicionais — e dispõe-se a declará-la simplesmente falsa.
A velha coloca-se dentro da opinião recebida, procurando com-
preendê-la como os contemporâneos a compreenderam, tentan-
do descobrir porque é que eles acreditavam no que acreditavam»;
a velha história aspira a fornecer «uma interpretação fiel das ex-
periências deles»207. Muito simplesmente, toma os nossos ante-
passados tão a sério como nós nos tomamos a nós próprios.
E, na verdade, cabe perguntar em nome de que particular pri-
vilégio gnoseológico reclamaríamos para nós uma lucidez que
lhes negamos a eles208. Cumpre no entanto observar que não
há uma «opinião recebida», mas sim várias opiniões recebidas,
tantas quantas as diversas visões do mundo dos nossos antepas-
sados. À de José Estêvão era por certo muito distinta da de Costa
Cabral, como a deste divergia da de Palmela. Como historiadora,
cabe-me ser o mais fiel possível a cada uma delas, e considerá-
-las igualmente válidas, em pé de igualdade com a minha própria.
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210 Isaiah Berlin, «The Sciences and the Humanities», in Against the Cur-
rent, Oxford, Clarendon Press, 1989, p. 94.
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220 1, Berlin, «The Sciences and the Humanities», op. cit., p. 94.
221 Hannah Arendt, «Le concept d'histoire», in La crise de la culture, Paris,
Gallimard, 1972, p. 85.
222 Idem, ibidem, p. 86.
223 Idem, ibidem, p. 83.
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239 K. Popper, À Sociedade Aberta e os Seus Inimigos, op. cit. vol. 1, p. 257.
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240 Bernard Lepetit, Annales, E.S.C., n.º 5, Set./Out. 1993, pp. 1211--1213.
241 Trata-se, respectivamente, das teses da proto-industrialização de Peter
Kriedte e Hans Medick, e da tese do sistema mundialde I. Wallerstein.
242 K. Popper, op. cit, vol. 1, p. 261.
243 Idem, ibidem.
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cálculos não saem certos, fazer história requer mais do que uma
teoria da acção e supõe, por definição mesma, uma visão ex
post facto que os contemporâneos evidentemente não possuem.
Ainda que, idealmente, tivéssemos acesso aos processos men-
tais dos homens que agiram no passado, isso não nos permiti-
ria, por si só, apreender o alcance e o significado das suas acções.
Isso apenas nos tornaria seus contemporâneos e, como tal, far-
-nos-ia tão pouco sábios quanto eles foram pouco prescientes:
«para compreender o significado histórico de acontecimentos
no momento em que eles se dão, é necessário saber com que
acontecimentos posteriores eles serão relacionados» por futu-
ros historiadores?>7. Não pode existir uma história do presente
porque ela só pode ser feita depois de consumada. O que a
«distância» faculta ao historiador não é a apregoada objecti-
vidade de um olhar desapaixonado. G.H. Elliot nunca ocultou
a sua paixão por Olivares, e Duby afirma que a história apaixo-
nada é superior a uma história expurgada de emoções. O que
a distância faculta é um conhecimento daquilo que aconteceu
depois de algo já ter acontecido e que seria inacessível ao mais
presciente contemporâneo. Por aqui se vê que o historiador não
é um mero testemunho, e que por esta mesma e precisa razão
também não é um mero cronista. Através da narrativa, ele faz
mais e diverso de simplesmente descrever por ordem cronológi-
ca acontecimentos que ele estivesse a presencear: ele reordena
retrospectivamente os factos em função de uma lógica que lhe
é revelada a posteriori pelo conhecimento que possui tanto do
jogo contraditório dos actores como das obras emaranhadas
do acaso. «A história é uma descrição de acontecimentos ante-
riores sob a descrição de acontecimentos ulteriores, desconhe-
cidos dos actores dos primeiros.»258 Ninguém, no dia 6 de
Outubro de 1846, poderia ter afirmado com certeza que come-
çara ali a guerra civil da Patuleia. (Como ainda hoje se não
pode afirmar que o fim da carreira política de Cavaco Silva ficou
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«A história não pode romper todo o
laço com a narrativa sem perder,
ipso facto, o seu carácter
propriamente histórico.» (P. Ricoeur)
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312 «We have defined a story as a narrative of events arranged in their time-
sequence. A plot is also a narrative of events, the emphasis falling on causality.
[...] Ifitisin a story we say: And then? Ifit is in a plot we ask: Why?», E. M.
Foster, Aspects of the Novel, Penguin Books, 1974, p. 87.
313 A, Danto, op. cit, p. 143.
314 P Riceeur, op. cit., pp. 210-11.
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315 Aristóteles, Poética, Lisboa, Imprensa Nacional, 4.º ed., 1994, pr.
316 Idem, ibidem, p. 116.
317 Esta sequência pode ser discontínua. O segmento temporal dentro do qual
o acontecimento Al está relacionado com AS (por exemplo) constitui a «estrutura
temporal» dentro da qual ambos estão situados. Cf. A. Danto, op. cit., pp. 166-7.
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341 Rui Ramos, op. cit., p. 40. Na mesma página, o autor escreve, inter-
pretando Léo Strauss: «As ciências sociais são saberes especializados. Para com-
preender a sociedade, desmantelam-na em elementos, os quais são definidos
segundo princípios de relevância que não são os dessa sociedade. Ora este para-
digma científico, impede as ciências sociais de reconstruírem o seu objecto — pois
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29 Carta de Palmela para Linhares, 3.3.21, cit. por Valentim Alexandre, op.
cit., p. 528.
30 Oliveira Lima, op. cit, vol. 1, p. 1070.
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62 F Furet & M. Ouzouf, eds., The French Revolution and the Transfor-
mation of Modern Political Culture, 3 vols., Oxford, Perganon Press, 1985.
63 Hannah Arendt, Essai sur la révolution, Paris, Gallimard, 1967, Pso7
64 Isaiah Berlin, «Two Concepts of Liberty», in Four Essays on Liberty, Ox-
ford University Press, 1969.
65 Idem, ibidem.
66 T. Jefferson, cit. por H. Arendt, op. cit.
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79 Manifesto dos sublevados, cit. por D. José de Lacerda, op. cit., p. 562.
80 Discurso de 18.10.1844, transcrito por D. José de Lacerda, op. cit., p. 617.
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81 Discurso de 18. 10.1844, transcrito por D. José de Lacerda, op. cit., p. 642.
82 DCD, 1.6.1840, p. 80.
83 Discurso de 18.10.1 844, transcrito por D. José de Lacerda, op. cit., p. 615.
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fogo cruzado das facções, pela sedição dos militares, pela opo-
sição do Banco de Lisboa, pela guerra de O Estandarte, pela ronda
dos escândalos difamantes — que o conde de Tomar empreendeu
a luta frontal contra Saldanha que, contrariando as promessas
de amparo feitas em Junho de 49, o atacara nos Pares e andava
a espalhar a cizânia no exército. Demitiu o duque sucessiva-
mente de conselheiro de Estado, de vogal do Supremo Tribunal
de Justiça Militar e de ajudante-de-campo de D. Fernando. Salda-
nha esperou que a partida de Narváez, em Janeiro de 51, dissipas-
se a ameaça de uma intervenção espanhola, e em Abril decidiu
remover Costa Cabral pela força. No dia 7 saiu de Lisboa acom-
panhado do filho e dos ajudantes-de-ordens, e dirigiu-se para
Sintra e Mafra, por onde decidira iniciar o pronunciamento.
O aparecimento em campo do rei D. Fernando retardou as
adesões prometidas. Mas o próprio D. Fernando depressa re-
conheceu que a vitória de Saldanha, mais tarde ou mais cedo,
era inelutável. Durante a sua digressão forçada pela província,
o rei registou a frieza da população, observou o descontenta-
mento de funcionários e notáveis, e verificou a indisciplina da
tropa que ele próprio comandava. Convenceu-se de que o
conde de Tomar era insustentável e em 26 de Abril, com o pro-
nunciamento já triunfante no Porto, escreveu a D. Maria que
«toda esta família» (dos «Cabrais») deveria ser «banida do País»,
recomendando-lhe «instantemente» que procedesse com urgên-
cia à organização de um novo ministério88. Saldanha termina-
ra vitorioso, mas a Regeneração ainda não podia começar.
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* Uma primeira versão desta terceira parte do presente ensaio circulou como
working paper num seminário de História de Portugal realizado no 1.C.S. em
Fevereiro de 1997.
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PEA Reforma, de 13.12.51, cit. por J.M. Sardica, op. cit., p. 260.
28 Cunha Sotto Mayor, cit. por Marques Gomes, História de Portugal Popu-
lar e Ilustrada, de Pinheiro Chagas, vol. xII, p. 22. (Obra daqui em diante referida
simplesmente por História de Pinheiro Chagas).
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127 Cir. por Vítor Neto, História de Portugal, dir. José Mattoso, vol. v,
prado
128 Idem, ibidem, pp. 271-2.
129 Idem, ibidem, po 279:
130 Memórias do Marquês de Fronteira e Alorna, op. cit., p. 185 e p. 182.
131 Cf Vítor Neto, op. cit. p. 277.
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2,
Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
213
Apologia da História Política
17 ver tb. carta de Dias e Sousa para C. C. de 25.7.46, ANTT, ACC, Parte
Au inn ZTE
18 José Bernardo regressou a Lisboa em 17 de Abril de 47, e os dois irmãos
deixaram de se corresponder a partir de 21 de Junho seguinte. Cf. carta de João
Rebelo para €. C. de 12.7.47, ANTT, ACC, Parte A — 1, n.º 28.
19 Carta de B.M. Dias e Sousa para C. C. de 2.6.47, ANTT, ACC, Parte
al o o
20 Sobre a estratégia de Saldanha antes e depois do 5-6 de Outubro, ver
M. Fátima Bonifácio, História da Guerra Civil da Patuleia, Lisboa, 1993.
Mais tarde (14.2.48), Saldanha reiterou publicamente na Câmara dos Pares
que em 1846 tentara conservar Bonfim e Antas no comando das Divisões Mili-
tares, respectivamente, de Lisboa e do Porto. Cf. Carnota, Memoirs of Field-Mar-
shal The Duke of Saldanha, 2 vols., Londres, 1880, p. 217, II.
21 «Muita gente, mesmo cartista, está satisfeita com a intervenção», escreveu
João Rebelo a C. C. em 13.4.47. ANTT, ACC, Parte A — T, n.º 28.
22 Carta de António de Lacerda para C. C. de 1.6.47, ANTT, ACC, Parte
Ha Ea (O
214
Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
25 O Estandarte, 22.12.47.
«Pois bem: se a gente actual do Estandarte não é 4 que venceu as eleições de
1847, nem representa o partido cartista, nós emprazamos um ministério qualquer
para que empreenda umas eleições cartistas sem o nosso apoio.» O Estandarte,
2.8.49 (itálico no original).
24 0 Estandarte, 28.2.48.
25 No final de Março de 48 apareceu na Câmara de Deputados um pare-
cer da comissão eleitoral que questionava a constitucionalidade do art. 63.º da
Carta, o que era uma maneira indirecta de propor a revisão da mesma. Cf. O Es-
tandarte, 28.3.48. Dali a pouco, em princípios de Abril, Sá da Bandeira propu-
nha nos Pares que se formasse uma comissão encarregada de averiguar se «o País»
estava satisfeito com a execução da Carta no que tocava às suas disposições eleitorais.
Cf. O Estandarte, 3.4.48.
26 O Estandarte, de 6.3.48 e 9.3.48.
27 O Estandarte, de 15.2.48 e 17.2.48.
28 M. Pinheiro Chagas e J. Barbosa Colen, História de Portugal Popular e
Ilustrada, 14 vols., Lisboa, 1907, vol. XL, pp. 290-292. A rainha resolve a crise
ministerial (29.3.48) a favor de Saldanha e Tomar, aceitando a demissão do minis-
tro do Reino, Gorjão Henriques, que preconizava a dureza advogada pela facção
de Silva Cabral.
2
Apologia da História Política
216
Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
33 0 Popular, 21.8.48.
34 A Câmara do Porto era há vários anos dominada pela facção de José
Bernardo, e exprimia-se em O Defensor. Cf. carta de Lopes de Vasconcelos (gov.
civil do Porto) para C. C. de 19.12.49, ANTT, ACC, Parte À — 1, n.º 70.
35 O Estandarte, 26.7.48.
36 Esta colaboração informal era registada pela polícia do marquês de Frontei-
ra: «eu julgo que aqueles indivíduos já não são cartistas, e que estão todos unidos
com os patuleias». Carta do marquês de Fronteira para C. C., sem data (presumi-
velmente em princípios de 48), ANTT, ACC, Parte A-J, n.º 55. A mesma perver-
sa convergência entre «despeitados» (grupo de O Estandarte) e «revolucionários»
não escapava ao P.º Marcos, cf. carta para C. C. de 18.11.48. ANTT, ACC, Parte
A-I n.º 73.
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Apologia da História Política
218
Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
42 O Estandarte, 12.7.49.
43 Carta de B. M. Dias e Sousa paraiC; GC de 257.46 nois
44 Carnota, Memoirs ofField-Marshal The Duke of Saldanha, op. cit., vol. 1,
p. 250.
45 Acta do conselho de ministros de 18.6.49, ANTT, ACC, Parte B-— II,
n.º 29
Quo
Apologia da História Política
46 O Estandarte, 27.8.49.
47 Ibidem, 5.11.49.
48 Ibidem, 14.9.49.
49 Para um resumo da campanha de acusações movida na imprensa, e dos
debates havidos na Câmaras em Janeiro-Fevereiro de 1850, ver M. Pinheiro Cha-
gas e Barbosa Colen, op. cit., vol. XI, caps. XXVI e XXVII.
50 A interpelação pessoal do presidente do conselho iniciou-se na Câmara
dos Pares a 12.1.50, a pretexto da resposta ao discurso da Coroa. Ver excertos das
sessões de 12-18 de Janeiro de 1850 no Diário do Governo de 15.1.50 a 21.1.50.
Depois, a 1.2.50, Lavradio levanta nos Pares a questão do Affidavit, cf.
Diário do Governo de 5.2.50, tendo proposto a interpelação formal do presidente
do conselho, que foi agendada para 5.2.50 (Diário do Governo de 8.2.50).
220
Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
eo
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ópio
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Segunda ascensão e queda de Costa Cabral
7423.10.50.
75 Pinheiro Chagas e Barbosa Colen, op. cit., vol. x1, p. 531.
76 Carta de Saldanha para D. Maria, 16.12.49, ANTT, Cartório da Casa
Real, cx. 7323, m.10, cap. 162.
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23]
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158)
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236
Fontes:
a) MANUSCRITAS
Arquivo da família Costa Cabral (ANTT).
Arquivo da Casa Fronteira (ANTT).
Cartório da Casa Real (ANTT).
Arquivo Central das Secretarias de Estado do Ministério do Reino (ANTT).
Arquivo da Companhia Confiança (Banco de Portugal).
Colecção Carnotense (Reservados da BNL).
Correspondência Diplomática Luso-Britânica (PRO/Londres).
b) IMPRESSAS
Diário da Câmara dos Deputados.
Diário da Câmara dos Pares.
Diário do Governo.
Imprensa periódica.
Memórias, opúsculos e outras publicações da época.
co
aim, o “Neo
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e
sa ça
si
J
escivast quoente
2 JR
A REPUBLICANIZAÇÃO DA MONARQUIA
(1858-62)* *
“As principais ideias desenvolvidas neste estudo resultam de uma
investigação realizada em 1996 e circularam como working paper apresen-
tado num seminário de História de Portugal realizado no Instituto de
Ciências Sociais em Fevereiro de 1997.
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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Apologia da História Política
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A republicanização da monarquia (1858-62)
245
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l4 0 Português, 24.6.58.
59 Português, 17.7.58.
16 0 Português, 26.6.58.
17 Sessão de 22.6.58, DG 29.6.58.
I80 Português, 30.7.58.
246
A republicanização da monarquia (1858-62)
Do Português, 4.8.58.
20 Thidem, 4.8.58.
21 4 Revolução de Setembro, 22.8.58.
22 A Revolução de Setembro, 8.8.58.
23 À Revolução de Setembro, 1.9.58.
24 Alvarás de 9 de Fevereiro e 11 de Abril de 1857.
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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Apologia da História Política
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A republicanização da monarquia (1858-62)
36 0 Português, 14.8.58.
37 0 Português, 17.8.58.
38 O Português, 18.8.58.
39 DCD, 16.8.58.
40 Ibidem.
41 O Português, 19.8.58.
251
Apologia da História Política
Sm
H
253
Apologia da História Política
254
A republicanização da monarquia (1858-62)
255
Apologia da História Política
49 Asmodeu, 26.2.59.
500 Português, 9.9.58.
51 O Português, 15.10.58.
52 0 Português, 9.9.58.
530 Português, 26.9.58.
54 0 Português, 9.9.58.
550 Português, 26.9.58.
256
A republicanização da monarquia (1858-62)
56 0 Português, 21.11.58.
57 0 Português, 21.11.58.
58 0 Português, 14.10.58.
59 0 Português, 21.11.58.
267
Apologia da História Política
258
A republicanização da monarquia (1858-62)
259
Apologia da História Política
66 Asmodeu, 11.12.58.
67 À Revolução de Setembro, 30.9.58.
260
A republicanização da monarquia (1858-62)
261
Apologia da História Política
76 0 Português, 9.9.58.
77 Ibidem, 12.9.58.
78 A Revolução de Setembro, 10.9.58.
262
A republicanização da monarquia (1858-62)
263
Apologia da História Política
84 0 Português, 4.12.58.
264
HI
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267
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268
A republicanização da monarquia (1858-62)
96 DCD, 2.3.59.
97 Ibidem.
269
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38 DCD, 2.3.59.
99 DCD, 5.3.59.
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Puga
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IV
«Senão, não»109
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A republicanização da monarquia (1858-62)
120 Thidem.
121 Ibidem, 22.7.60.
122 Sobre os «mistérios» que rodearam a queda do gabinete Aguiar-Fontes
(Terceira morrera em Abril), ver as sessões da Câmara dos Pares de 2.7.60 e 5.7.60,
in Diário de Lisboa, 6.7.60 e 11.7.60.
123 O Português, 25.8.60.
27%
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A republicanização da monarquia (1858-62)
«ao ar livre»; foi «um grande progresso»; foi uma reunião «bela
e sublime»!29. O orador do dia foi «um ex-livreiro do Rossio»,
o sr. José Marques dos Santos. Elogiou as «virtudes cívicas e
liberais» do sr. marquês de Loulé e declarou o povo em indes-
trutível harmonia com um governo presidido por tão «ilustre
caudilho» ao qual disse, em essência, o seguinte:
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A ditadura do Borratém
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VI
DA,
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A republicanização da monarquia (1858-62)
públicas. Mas seria preciso desconhecer quem ele era para acre-
ditar que tivesse decidido sair de cena para sempre. Por trás da
cortina, Saldanha velava a Pátria e estava pronto a ocupar o palco
em salvador. É certo que pairava ou dizia pairar acima das fac-
ções, cioso da sua independência e convencido, como estava
desde os finais dos anos 30, de que os partidos eram um mal
desnecessário, uma criação ou produto supérfluo das paixões hu-
manas. Saldanha não via neles os elementos indispensáveis do
maquinismo representativo, do qual tinha uma visão mais sim-
plificada expressa na célebre exortação que dirigiu a D. Pedro V:
«Vossa Majestade e eu, sem as Cortes, faríamos a felicidade do
País!» Esta frase, que a história registou como uma anedota re-
veladora da ambição e incurável vaidade do marechal, na ver-
dade ecoava uma concepção política que, se em Portugal ainda
só antecipava o cesarismo que havia de seduzir a elite intelec-
tual para finais do século, em França era já a que inspirava a
«democracia» imperial de Napoleão III. Uma democracia sem
parlamentarismo e, portanto, liberta das engrenagens partidárias
que desvirtuavam o voto popular e usavam este como mera cau-
ção para as infindáveis intrigas políticas que não tinham outro
objectivo senão o de satisfazer a cupidez de clientelas inteira-
mente divorciadas das verdadeiras aspirações e reais necessidades
do povo. À experiência demonstrara que a democracia parla-
mentar era uma usurpação da soberania nacional; os partidos,
agremiações facciosas votadas à satisfação dos seus interesses par-
ticulares; e a representação eleitoral, uma burla da vontade popu-
lar. Era preciso desembaraçar o espaço entre o rei e o povo,
abri-lo à comunicação directa entre ambos, de modo a devolver
a este a palavra de que aquele seria o fiel intérprete e executor.
Não era propriamente uma ditadura o que a atitude de Sal-
danha permite imaginar que ele já nesta altura tivesse em mente.
Seria talvez algo de parecido com o autoritarismo do Segundo
Império: uma «democracia» plebiscitária ou uma «realeza ple-
beia e democrática»!89 fundada sobre a autoridade pessoal do
189 Daniel Halévy, La fin des notables, II: La République des Ducs, Paris,
1995, p. 110.
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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VII
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236 Expressão usada por Raymond Carr para qualificar este movimento em
Espanha. Spain, 1907-1974, Oxford, 1982, (2.º ed.), pp. 463-472.
237 Garry Wills, «The Vatican Monarchy», The New York Review ofBooks,
19.2.1998, p. 25.
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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Apologia da História Política
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A republicanização da monarquia (1858-62)
246 Garry Wills, op. cit., p. 24. A prática da «declaração infalível» vinha
do passado: mas aplicava-se apenas à clarificação de pontos importantes das Escri-
turas ou à definição de heresias. «Hitherto definitions de fide were grave necessi-
ties, not devotional outpourings.» Idem, ibidem.
247 Herculano, op. cit., p. 513.
248 Idem, ibidem, p. 526.
249 Owen Chadwick, The Secularization ofthe European Mind in the 19th
Century, CU.P., p. 118. '
250 Idem, ibidem.
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Apologia da História Política
251 Dofioso Cortés, cit. por M. Fátima Bonifácio, «Costa Cabral no Contex-
to do Liberalismo Doutrinário», Análise Social, n.º 123/4, 1993, pp. 1069-1080.
252 E Antero de Quental compreendeu que Roma tinha compreendido: ver
a sua «Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX contra a Chamada opinião
liberal», in Prosas Sócio-Políticas, ed. Joel Serrão, Lisboa, IN, 1982, pp. 171-193.
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Apologia da História Política
254 Cir. por Reis Torgal, História de Portugal, dir. José Mattoso, Lisboa,
Círculo de Leitores, 1993, p. 238. Não me parece que o autor deixe explicado o
que separava o jornal 4 Palavra (órgão do movimento católico na década de 70)
quer do catolicismo liberal quer do catolicismo legitimista.
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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VII
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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IX
Os tumultos do Natal de 61
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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O rescaldo dos tumultos
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XI
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A republicanização da monarquia (1858-62)
oo á
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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XII
A republicanização da monarquia
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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A republicanização da monarquia (1858-62)
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358
A republicanização da monarquia (1858-62)
559
Epílogo
360
A republicanização da monarquia (1858-62)
361
Apologia da História Política
362
Índice
TES
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Dada a desconfiança com que nos meios académicos geral-
mente se olha para a narrativa política, este livro abre com um
ensaio cujas intenções ficam expressas no título que lhe dei:
po da História Política».
Depois da «Apologia» vem um estudo
global sobre «O século xx em pers-
pectiva política», em que procuro
apresentar uma linha interpretativa
susceptível de conferir inteligibilidade
Cc 4 anoventa anos de constitucionalismo
monárquico marcados por endémica
desordem política. Os outros dois estudos aqui reunidos desenvolvem
episódios, temporalmente delimitados, da história mais ampla que deixo
resumida no primeiro. Trata-se de «A segunda ascenção e queda de Costa
Cabral (1847-51)», que se destina a explicar como se deu, & 0 que foi, a
Regeneração; e de «A republicanização da monarquia (1858-62)», que se
destina a revelar 0 aparecimento muito precoce do anticlericalismo como
matriz da ideologia republicana e estratégia de mobilização anti-dinástica.
M. Fátima Bonifácio