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GUIA ICMS

EDUCACIONAL
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade

Parceiros
MARANHÃO. Secretaria de Estado da Educação,
ICMS Educacional: Recomendações para uma
Gestão Democrática por Equidade. Secretaria de
Estado da Educação. São Luís, 2023.
56p.:il.
1. Educação. 2. ICMS 3. Índice de
Desenvolvimento de Educação do Maranhão
(IDEMA). 4. Equidade.

CDD 379

Elaborada por Carise Fernanda Pinheiro Silva CRB-


13 n°785 SEDUC-MA
Carlos Orleans Brandão Júnior
Governador do Maranhão

Felipe Costa Camarão


Vice-Governador e Secretário de Estado da Educação

Anderson Flávio Lindoso Santana


Subsecretário de Estado da Educação

Nádya Christina Guimarães Dutra


Secretária Adjunta de Gestão da Rede do Ensino e da Aprendizagem

Francisca das Chagas dos Passos Silva


Patricia Maria de Mesquita Souza Lago
Assessoria do Gabinete da Secretária Adjunta de Gestão da Rede do Ensino e da
Aprendizagem

João Paulo Mendes de Lima


Superintendente de Planejamento da Rede e Regime de Colaboração

Daiane Lago Marinho Barboza


Supervisora do Regime de Colaboração

Coordenação de Elaboração
João Paulo Mendes de Lima (SEDUC)

Equipe Técnica de Elaboração


João Paulo Mendes de Lima (SEDUC)
Daiane Lago Marinho Barboza (SEDUC)
Hugo Leonardo Pinto da Conceição Brito (SEDUC)
Vicente Monteiro da Silva Neto (SEDUC)
José Anderson Araujo (ABC)
Rosangela dos Santos Rodrigues (SEDUC)
Revisão Textual
Luanderson Assunção Sousa (SEDUC)

Diagramação
José Paulo Araújo e Gih Siqueira (OboStudio/ABC)

Leitura Crítica por Instituição


Secretaria de Estado da Educação (Seduc)
Adelaide Diniz Coelho Neta
Márcia Thaís Soares Serra Pereira
Patrícia Maria de Mesquita Souza Lago
Francisca das Chagas dos Passos Silva
Nádya Christina Guimarães Dutra
Pedro de Alcantara Lima Filho
Saulo Antonio Formiga Rocha Junior

Associação Bem Comum (ABC)


Francisca Valdízia Bezerra Ribeiro
José Anderson Araujo
José Marques Batista
José Paulo Araújo

Federação dos Municípios Maranhense (Famem)


Janilson dos Santos Coelho - Prefeito Municipal de Presidente Médici

União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)


Aldaires Alves Guimarães Lopes - Dirigente Municipal de Educação de Lagoa do Mato
Jansen Muller Vieira César - Dirigente Municipal de Educação de Marajá do Sena
Marcony Wellython Oliveira Pinheiro - Presidente da UNDIME/MA e Dirigente
Municipal de Educação de Poção de Pedras
Maelio Cesar Freitas dos Santos - - Dirigente Municipal de Educação de Magalhães de
Almeida
Raimundo Nonato da Costa - Dirigente Municipal de Educação de Vargem Grande
Shirliane Monteiro De Lima Sampaio - Dirigente Municipal de Educação de Igarapé
Grande
SUMÁRIO

Apresentação ................................................................................................. 6
Introdução ..................................................................................................... 7
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de
Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS
...................................................................................................................... 9
Índice de Desenvolvimento da Educação do Maranhão (IDEMA)........................ 11
Índice de Desenvolvimento da Educação do Município no Ensino
Fundamental (IDEF) ......................................................................................... 13
Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDA) .......................................... 15
Proficiência Média Padronizada ................................................................. 16
Fator de Equidade Educacional .................................................................. 19
Taxa de participação ................................................................................. 22
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade (IDA)............... 27
Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos iniciais do
município (IDEF 5º ano) ................................................................................... 31
Proficiência Média Padronizada (NP) .......................................................... 33
Fator de Equidade Educacional (EQ) ............................................................
34
Taxa de Participação (TP) ...........................................................................
37
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade (IDEF 5º ano)
........................................................................................................................ 40
Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos finais do município
(IDEF 9º ano) ..................................................................................................... 42
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade (IDEF 9º ano)
....................................................................................................................... 45
Indicador de Rendimento (IR) do município no Ensino Fundamental ................. 47
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade (Indicador de
Rendimento) .................................................................................................... 53
Fator Socioeconômico (FSE) ............................................................................. 50
Recomendações para uma Gestão Democrática por Equidade (FSE).................. 53
Impacto financeiro da Emenda Constitucional no 108/2020 e da Lei no 11.815, de 26
de agosto de 2022 .......................................................................................... 54
Considerações Finais ...................................................................................... 56
Apresentação

Este material foi produzido pela Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a
União dos Dirigentes Municipais (Undime), Federação dos Municípios Maranhenses
(Famem) e ABC (Associação Bem Comum), com o intuito de subsidiar os gestores
municipais e equipes técnicas quanto às regras de distribuição da cota-parte do ICMS-
Educação para os municípios do território maranhense.

Além do detalhamento do modelo de cálculo da cota-parte municipal do ICMS da


Educação e do Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEMA), apresenta-se um
conjunto de recomendações à equipe gestora municipal, para desenvolvimento de
uma Gestão Democrática por Equidade em âmbito municipal que viabilize a melhoria
dos resultados educacionais, a promoção de maior equidade e, por conseguinte, o
aumento das receitas dos municípios.

As recomendações apresentadas nesta publicação não pretendem homogeneizar as


políticas educacionais dos municípios maranhenses, pois cada um deles possui suas
peculiaridades e estas devem ser sempre consideradas. O objetivo é apresentar, aos
prefeitos e equipes técnicas municipais, proposições de agenda, pautadas em fatores
de sucesso, identificados na literatura científica, baseados nas experiências práticas e
validados pela Undime, Famem e SEDUC, a fim de inspirar a implementação de
políticas locais, bem como promover a melhoria sistêmica da aprendizagem no
estado do Maranhão.

Por fim, destaca-se que a atuação em Regime de Colaboração, no âmbito do Pacto


pela Aprendizagem e da Política Educacional Escola Digna, é um pilar fundamental à
superação das desigualdades educacionais, em razão do compartilhamento de
responsabilidades entre o Estado e municípios, o que exige compromisso técnico e
político dos gestores públicos, em torno da atuação coordenada e colaborativa, na
formulação e na implementação de boas políticas.

6
Introdução

O direito à educação gratuita e de qualidade, com igualdade de condições para o


acesso, permanência e garantia de aprendizagem ao longo da escolarização,
tem apresentado melhorias no Maranhão e nos seus municípios. Contudo, tem-
se, ainda, como principal desafio, a promoção de aprendizagens equitativas e,
por conseguinte, a redução das desigualdades educacionais.

A alteração da política de distribuição do ICMS, promovida no âmbito da Lei nº


11.815, de 26 de agosto de 2022, com a inclusão de critérios educacionais para
distribuição dos repasses, se apresenta como um incentivo aos municípios para
o desenvolvimento de ações que fomentem a melhoria constante dos resultados
educacionais, conferindo maior eficiência à gestão pública educacional,
visibilidade aos resultados alcançados e, consequentemente, promovendo
melhoria da aprendizagem, aumento da equidade e das receitas municipais.

Em consonância com legislação descrita a seguir, faz-se necessário


compreender detalhadamente a realidade da educação municipal,
notadamente, após o período de fechamento das escolas em razão da Covid 19,
bem como os indicadores educacionais que compõem o ICMS-Educação, a fim
de subsidiar os gestores municipais, na implementação de Políticas Públicas
direcionadas à garantia das aprendizagens e a promoção de equidade e,
consequentemente, viabilizar o aumento da arrecadação municipal.

7
A cota-parte relativa aos resultados educacionais apresenta base legal,
conforme descrito no esquema abaixo:

8
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre a
Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS

O modelo de distribuição dos repasses dos recursos financeiros do ICMS,


associado aos indicadores educacionais, tem sido usado, no Ceará, desde 2009,
sendo apontado como um mecanismo fundamental para o bom desempenho da
educação cearense e para redução das desigualdades de aprendizagem pelos
seus municípios.

No Maranhão, a repartição da parcela do ICMS, pertencente aos municípios, em


consonância com o comando Constitucional (EC nº 108/2020), passará a vigorar
efetivamente em 2024, tendo, como um dos critérios, a pontuação do município
no Índice de Desenvolvimento da Educação do Maranhão (IDEMA).

Desse modo, o IDEMA 2023 dos municípios, calculado a partir dos resultados da
Avaliação Somativa do Seama de 2022, será a base para os repasses financeiros
do ano de 2024.

Portanto, o impacto dos resultados do Seama na arrecadação municipal ocorrerá


sempre após dois anos subsequentes, conforme demonstrado na tabela a seguir.

9
Tabela 1: Ciclo de Gestão, ano dos repasses financeiros aos municípios, ano de
referência do IDEMA e ano da edição do Seama para o cálculo dos 20% dos ICMS.

A análise da tabela acima evidencia a necessidade de assegurar os investimentos


permanentes na melhoria do IDEMA do município, objetivando garantir a
melhoria dos indicadores e, consequentemente, o aumento da arrecadação nos
ciclos de gestão subsequentes. Isto se torna ainda mais relevante quando
consideramos o cenário de reeleições no Maranhão.

O cálculo do IDEMA apresenta maior peso à aprendizagem dos estudantes


(proficiência em Língua Portuguesa e Matemática), atribuindo grande relevância
à alfabetização, por entender que esta é o início de uma trajetória bem-sucedida
de aprendizados e oportunidades.

10
Índice de Desenvolvimento da Educação do
Maranhão (IDEMA)

O Índice de Desenvolvimento da Educação do Maranhão (IDEMA) será calculado


com base nos resultados da avaliação somativa
do Sistema Estadual de Avaliação do Maranhão – Seama, considerando:
Proficiência média dos estudantes nas avaliações de Língua Portuguesa e
Matemática do 2º, 5º e 9º ano do Ensino Fundamental;
Equidade Educacional;
Participação na Avaliação;
Rendimento Escolar;
Variação dos resultados de desempenho nos ciclos de avaliação;
Fatores socioeconômicos do município.

O IDEMA de um determinado município (i), em determinado ano (t), será


composto pelos indicadores e proporções representados abaixo:

Onde:

corresponde ao Índice de Desenvolvimento da


Educação do município i no Ensino Fundamental;

corresponde ao Indicador de Rendimento do 1º ao


9º ano do Ensino Fundamental do município i ;

corresponde ao fator de aprendizagem,


considerando o Fator Socioeconômico do município i.
Acesse para saber mais.
11
A fórmula do IDEMA pode ser representada pelo seguinte infográfico:

12
Índice de Desenvolvimento da Educação do
Município no Ensino Fundamental (IDEF)
A qualidade dos processos de ensino e aprendizagem ao longo da
escolarização do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano), consolidada por meio
do Índice de Desenvolvimento da Educação do Município no Ensino
Fundamental (IDEF), tem impacto muito significativo no ICMS Municipal,
com proporção equivalente a 80% do indicador.

O IDEF é composto pelo Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDA),


pelo Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos iniciais do
município (IDEF 5º ano) e pelo Índice de Desenvolvimento do Ensino
Fundamental nos anos finais do município (IDEF 9º ano), ponderado com
2
pesos decrescentes nas proporções de 60% do indicador associados à
capacidade do município em promover a alfabetização dos estudantes; 30%
associados à qualidade dos processos de ensino aprendizagem no Ensino 2
Fundamental anos iniciais; e 10% relacionados à essa qualidade no ensino
fundamental anos finais, sendo assim ilustrado:

Índice de 60% 30% 10%


Desenvolvimento
Índice de Índice de Índice de
da Educação do
Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento
Município no Ensino
da Alfabetização do Ensino do Ensino
Fundamental Fundamental nos
(IDA) Fundamental nos
(IDEF) anos finais do
anos iniciais do
município. município
(IDEF 5º ano). (IDEF 9º ano).

80% do IDEMA

Acesse para saber mais.

13
O IDEF é expresso pela seguinte fórmula:

Onde:
corresponde ao Índice de Desenvolvimento da Alfabetização do município i;
corresponde ao Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos
anos iniciais do município i;
corresponde ao Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos
anos finais do município i;

14
Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDA)

É o indicador de qualidade da educação no ciclo de alfabetização do município i,


sendo um parâmetro para aferir se o aprendizado em Língua Portuguesa é
compatível com as expectativas de aprendizagem do 2º ano do Ensino
Fundamental. Estas são definidas pela matriz de referência do Seama. O IDA
permite identificar, portanto, se as habilidades essenciais à alfabetização estão
sendo garantidas aos estudantes.

O cálculo do Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDAi ) abrangerá, no


primeiro ano da implantação, o índice de desempenho da alfabetização do
município obtido pelos estudantes avaliados em 2022. A partir de 2023, será
considerada, como incentivo à permanente melhoria dos resultados, a variação
padronizada do índice de desempenho da alfabetização do município i em
relação ao ano anterior.

O Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDAi ) é obtido por meio de três


indicadores: Proficiência Média Padronizada em Língua Portuguesa ( ),
Fator de Equidade Educacional em Língua Portuguesa ( ) e Taxa de Participação
( ) na Avaliação. Tais indicadores serão detalhados a seguir:

15
Proficiência Média Padronizada

Pode ser compreendida como saberes estimados a partir das tarefas que o
estudante é capaz de realizar na resolução dos itens da avaliação do Seama. Será
medida considerando os conhecimentos e aptidões demonstrados, pelos
estudantes do Ensino Fundamental, no componente Língua Portuguesa, no caso
dos estudantes do 2º ano, e nos componentes Língua Portuguesa e Matemática,
no caso dos estudantes do 5º e 9º anos.

A padronização da proficiência média tem como objetivo tornar mais


compreensíveis os resultados de proficiência do Seama, transformando-os numa
escala de zero a dez, conforme exemplos abaixo.

Língua Portuguesa (SEAMA) - 2º ano EF - Rede pública

MUNICÍPIO 1 MUNICÍPIO 2 MUNICÍPIO 3


PROFICÊNCIA PROFICÊNCIA PROFICÊNCIA PROFICÊNCIA PROFICÊNCIA PROFICÊNCIA
MÉDIA NO SEAMA MÉDIA NO SEAMA MÉDIA NO SEAMA MÉDIA NO SEAMA MÉDIA NO SEAMA MÉDIA NO SEAMA

617 PADRONIZAÇÃO 5,1 507 PADRONIZAÇÃO


3,6 748 PADRONIZAÇÃO
6,8

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16
Para obter a proficiência média padronizada em Língua Portuguesa ( ), é
necessário fazer uso da seguinte fórmula:

Onde: é a proficiência média em Língua Portuguesa do município i,


calculada com base nos resultados da avaliação somativa do ano t.

são, respectivamente, os limites superiores e inferiores de


proficiência em Língua Portuguesa na Avaliação Somativa do Seama, realizada em
2021, definidos em nota técnica e expressos nas tabelas 2 e 3 abaixo:

17
SEAMA 2021 (Rede Pública): Proficiência média e
desvio padrão.

18
Fator de Equidade Educacional

A equidade educacional ocorre quando estudantes de diferentes status


socioeconômicos, gêneros ou origem familiar alcançam, ao longo do ciclo
de ensino, níveis semelhantes de resultado acadêmico nos domínios
cognitivos (OCDE, 2018).

Para a garantia de mais equidade, é imprescindível que todos os estudantes


recebam apoio pedagógico de acordo com suas especificidades. Esse
suporte deve tanto apoiá-los na superação de lacunas de aprendizagem
acumuladas durante sua trajetória escolar, quanto viabilizar o
desenvolvimento de habilidades necessárias à continuidade, com êxito, do
processo de escolarização.

Desse modo, destaca-se que o Fator de Equidade Educacional constitui-se


como um indicador de universalização do aprendizado e assume valor entre
0 a 1, a partir da distribuição dos estudantes em cada nível de desempenho.

“Equidade não significa que todos os estudantes obtenham


resultados educacionais iguais, mas que as diferenças entre os
resultados dos estudantes não estejam relacionadas a sua
origem ou a circunstâncias econômicas e sociais sobre as quais
os estudantes não tenham controle” (OCDE, 2018)

Acesse para saber mais.

19
Quanto maior o percentual de discentes no nível adequado e avançado,
maior será a equidade promovida pelo município, conforme expresso no
exemplo a seguir:

ÍNDICE DE EQUIDADE (EQ)


(0 a 1)

1,00

0,84

0,25

0,07

PADRÕES DE PROFICIÊNCIA NO SEAMA

ABAIXO DO BÁSICO

BÁSICO

ADEQUADO

AVANÇADO

20
O cálculo dessa medida de Equidade da Aprendizagem, no 2º ano do Ensino
Fundamental, considera os percentuais de estudantes avaliados nos níveis
de desempenho em Língua Portuguesa, com base na seguinte fórmula:

Onde:

são os percentuais de estudantes


avaliados nos níveis de desempenho abaixo do básico, básico adequado
e avançado, de aprendizado em Língua Portuguesa, no 2º ano do Ensino
Fundamental.

21
Taxa de participação
A taxa de participação (TP), por sua vez, é um elemento de incentivo à
participação na avaliação, funcionando como mobilizador das unidades escolares
a buscarem a participação máxima dos estudantes no dia da Avaliação Somativa
do Seama, conforme demonstrado no infográfico a seguir:

ÍNDICE DE EQUIDADE (EQ)


0 A 1

1,00

0,75

0,43

ALUNOS PRESENTES NA AVALIAÇÃO DO SEAMA

ALUNOS AUSENTES NA AVALIAÇÃO DO SEAMA

Acesse para saber mais.

22
A TP demonstra, também, o nível de adesão à avaliação, sendo uma
informação relevante para garantir que os resultados alcançados sejam
gerais e fidedignos.

Assim, a Taxa de Participação do Município i, na Avaliação Somativa do 2º


ano, assume valores de 0 e 1, definidos com base na seguinte fórmula:

Onde:

Estudante efetivo é o total de estudantes do município i, que participaram da


avaliação somativa na série avaliada no ano t;

Estudantes previstos o total de estudantes do município i, matriculados na série


avaliada no ano t.

Dessa forma, após a obtenção da Proficiência Média Padronizada em Língua


Portuguesa (NP), Fator de Equidade Educacional (EQ) e da Taxa de Participação
(TP) na Avaliação dos estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental, é possível
obter o Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDA).

23
Para o primeiro ano da implantação, não será considerada a variação
padronizada, sendo levado a efeito apenas o índice obtido na avaliação do ano de
2022. Desse modo, a fórmula a ser utilizada, exclusivamente no primeiro ano de
implantação, será:

Onde:

corresponde à nota padronizada de Língua Portuguesa dos estudantes do


2° ano do Ensino Fundamental.

corresponde à medida de Equidade da Aprendizagem no componente


curricular Língua Portuguesa;

corresponde à taxa de participação de estudantes matriculados no 2º ano


do Ensino Fundamental.

Nos anos subsequentes, ou seja, a partir de 2023, o Índice de Desenvolvimento da


Alfabetização (IDA), será calculado considerando a seguinte fórmula:

24
Onde:
é o índice de desempenho da alfabetização do município i;

é a variação padronizada do índice de desempenho da


alfabetização do município i em relação ao ano anterior.

Note que a variação padronizada do índice de desempenho da alfabetização do


município ( ), entre as duas edições, terá um peso de 50% no cálculo
do IDA, conforme demonstrado no infográfico abaixo que apresenta exemplos de
padronização do crescimento no IDE.

ÍNDICE DE AVANÇO
MUNICÍPIO 1 (Maior crescimento do estado) PADRONIZADO (0 a 10)
IDE 2022 IDE 2023 VARIAÇÃO 2023/2022

4,0 6,0 2,0 (50%) 10,0

MUNICÍPIO 2
IDE 2022 IDE 2023 VARIAÇÃO 2023/2022

21, 0, 0 0 3,5 1,5 (75%) 8,0

MUNICÍPIO 3
IDE 2022 IDE 2023 VARIAÇÃO 2023/2022
0,85
4,0 5,0 1,0 (25%) 7,5

MUNICÍPIO 216
IDE 2022 IDE 2023 VARIAÇÃO 2023/2022

51, 0, 0 0 4,0 -1,0 (-20%) 3,0

MUNICÍPIO 217 (Menor crescimento do estado)

IDE 2022 IDE 2023 VARIAÇÃO 2023/2022


0,85 -3,0 (-50%) 0,0
6,0 3,0
25
Retomando às fórmulas do Índice de
Desenvolvimento da Alfabetização (IDA):

26
Recomendações para uma Gestão Democrática
por Equidade

Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos iniciais


do município (IDA)

Neste cenário, é evidente a importância de alfabetizar 100% dos estudantes


na idade recomendada, ou seja, até, no máximo, o final do 2° ano do Ensino
Fundamental. Para tanto, recomendamos que os gestores públicos foquem
sistematicamente em:

Liderar e ser porta-voz ativo da agenda de alfabetização em todos os


níveis e oportunidades, durante todo mandato eletivo, incluindo o tema
da alfabetização no discurso institucional e na agenda pública e
assumindo a corresponsabilidade pela melhoria dos resultados na
localidade;

Desenvolver estratégias para garantir a legitimidade da política de


alfabetização em âmbito local, assegurando, inclusive, orçamento para
sua execução;

Promover a articulação entre os diversos atores locais para cooperação


com os avanços dos resultados de alfabetização em âmbito municipal,
promovendo engajamento pelo diálogo e confiança;

Prover a Secretaria Municipal de Educação da estrutura organizacional


necessária à operacionalização das ações do Pacto pela Aprendizagem, a
fim de garantir a execução das ações relacionadas à qualidade da
alfabetização, não permitindo que questões partidárias e/ou eleitorais
influenciem o processo de escolha dos gestores escolares;

27
Garantir que o(a) secretário(a) de Educação seja comprometido(a) e tenha
perfil adequado para liderar os esforços para melhoria dos resultados
educacionais do município, apoiando-o na definição de uma equipe
qualificada para a Semed;

Garantir a seleção, a formação e a alocação de professores com perfil de


alfabetizador para o 1º, 2º e 3º ano do Ciclo de alfabetização, interrompendo o
ciclo de alta rotatividade que prejudica a execução das ações pedagógicas e a
implementação de uma política de médio e longo prazo;

Realizar formação do estudante com o perfil de leitor literário, com garantia de


distribuição de kits de livros literários infanto-juvenis por estudantes ou
unidade de ensino e construção de bibliotecas escolares e salas de leitura nas
escolas públicas de Ensino Fundamental;

Promover a formação continuada de professores, prioritariamente, dos


professores alfabetizadores e daqueles que lecionam nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, bem como das equipes técnicas especializadas que
atuam nesta etapa;

Produzir e distribuir material didático pedagógico que dialogue com o


currículo organizado por competências e habilidades, como preconiza a Base
Nacional Comum Curricular e o Documento Curricular do Território
Maranhense;

Assegurar a participação dos estudantes nas avaliações do Seama e Fluência


Leitora, bem como realizar avaliações formativas próprias que contemplem as
recomendações metodológicas das avaliações em larga escala, a exemplo do
SEAMA e SAEB;

Definir mecanismos e ferramentas para acompanhamento do processo de


ensino e aprendizagem, estabelecendo instrumentos pedagógicos para
acompanhamento e monitoramento do perfil de fluência leitora e da
proficiência em Língua Portuguesa;

28
Promover melhoria e/ou adequação da infraestrutura escolar, de forma a
oferecer salas de aula confortáveis com ventilação ou climatização adequada,
banheiros, espaços de convivência, espaços de leitura ou bibliotecas e espaços
para formação continuada dos professores, priorizando, em todos os casos, as
escolas com mais índices de desigualdades;

Assegurar os recursos necessários e formação técnica para equipe de suporte


pedagógico, visando o acompanhamento do processo de ensino e
aprendizagem;

Definir metas com as equipes da Semed e equipes de gestão escolar


(coordenadores e diretores escolares) para promover engajamento coletivo,
objetivando o avanço da aprendizagem com equidade;

Realizar o acompanhamento e monitoramento dos indicadores educacionais


das unidades escolares envolvidas no cômputo geral do ICMS do município e
favorecer o compartilhamento de boas práticas experienciadas entre as
unidades escolares dentro do mesmo município, a fim de publicizar e apoiar
as escolas mais vulneráveis;

Identificar as escolas com práticas exitosas (escolas eficazes), isto é, aquelas


que promovam a alfabetização de todos os seus estudantes, considerando o
IDA, a fim de estabelecer parâmetros de referência para a rede municipal;

Desenvolver ações voltadas à valorização dos professores e das escolas com


boas práticas de alfabetização, realizando, inclusive, premiação financeira e
reconhecimento público (menções honrosas) e viabilizando a disseminação de
exemplos exitosos, de forma a inspirar outros atores a replicar projetos
pedagógicos e a inovar em suas realidades;
Desenvolver programas de mentoria para os gestores escolares, visando a
formação de equipes de gestão escolar para desenvolvimento de suas
atribuições, com foco na resolução de problemas e situações práticas do
cotidiano da escola e da localidade;

Alocar equipes adequadas, inclusive, coordenadores pedagógicos, e


disponibilizar os recursos necessários para sua atuação no acompanhamento,
avaliação e formação nas escolas

29
Fazer cumprir, no mínimo, os 200 dias letivos e as 800 horas-aulas, evitando
suspensão das aulas e interrupção do ano letivo por festividades, celebrações
e outros;
Promover o alinhamento do orçamento ao planejamento estratégico da
Semed, à melhoria dos indicadores educacionais do município e ao alcance
das metas do Plano de Educação, priorizando o aumento dos investimentos
públicos em educação, a fim de garantir a alfabetização e a aprendizagem de
todas as crianças.

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30
Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
nos anos iniciais do município (IDEF 5º ano).

O cálculo do Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos iniciais


(IDEF 5º) é semelhante ao Índice de Desenvolvimento da Alfabetização (IDA).
Contudo, neste caso, considerar-se-á os resultados de aprendizagem de Língua
Portuguesa e Matemática.

Dessa forma, calculamos a Proficiência Média Padronizada (NP), o Fator de


Equidade Educacional (EQ) e a Taxa de Participação (TP) na Avaliação dos
estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa (LP) e
Matemática (MT), usando a seguinte fórmula geral:

Acesse para saber mais.

31
Assim, para obter o Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos
anos iniciais do município (IDEF 5º ano), do município i, podemos calcular,
separadamente, o Índice de Aprendizagem em Língua Portuguesa ( )e
o Índice de Aprendizagem em Matemática ( ), ou seja:

Índice de Aprendizagem em Índice de Aprendizagem em


Língua Portuguesa Matemática

Onde: NP = Nota de Proficiência; EQ = Fator de Equidade e TP = Taxa de


participação

32
Proficiência Média Padronizada (NP)

A Proficiência Média Padronizada de Língua Portuguesa ( ) e Matemática


( ) corresponde à aprendizagem dos estudantes do 5° ano do Ensino
Fundamental nos dois componentes. É calculada por meio da padronização das
notas de proficiências, numa escala de 0 a 10 em cada componente, obtida da
seguinte forma:

Onde:

é a proficiência média em Língua Portuguesa e Matemática, do

município i, calculada com base nos resultados da avaliação somativa do ano t;

são, respectivamente, os limites superiores

e inferiores de proficiência em Língua Portuguesa e Matemática na Avaliação

Somativa do Seama realizada em 2019, definidos conforme tabelas 4 e 5 a seguir:

33
Tomando por base as informações acima, observe os seguintes exemplos de
Proficiência Média Padronizada (NP) de Língua Portuguesa e de Matemática.

34
Exemplos:
MUNICÍPIO 1 - 5º ANO EF

LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)


PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

171 PADRONIZAÇÃO
4,8 1 71 ,30 0 PADRONIZAÇÃO
4,7

MUNICÍPIO 2 - 5º ANO EF

LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)


PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

145 PADRONIZAÇÃO
3,8 1 51 ,40 0 4,0
PADRONIZAÇÃO

MUNICÍPIO 3 - 5º ANO EF

LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)


PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

221 PADRONIZAÇÃO
6,7 23
1 ,30 0
PADRONIZAÇÃO
7,1

35
Fator de Equidade Educacional (EQ)

O Fator de Equidade Educacional (EQ) assumirá um valor entre 0 e 1, a partir da


distribuição dos estudantes em cada nível de desempenho nos componentes
Língua Portuguesa e Matemática. Assim, a medida de Equidade da Aprendizagem
em Língua Portuguesa e Matemática, é calculada por meio das expressões abaixo:

Onde são os percentuais de

estudantes avaliados nos níveis de desempenho abaixo do básico, básico,

adequado e avançado de aprendizado, respectivamente, dos componentes

Língua Portuguesa e Matemática.

36
Taxa de Participação (TP)

A Taxa de Participação (TP), que é calculada numa escala de 0 a 1, é definida


como:

Onde estudantes efetivos são o total de estudantes que participaram da avaliação


somativa na etapa avaliada no ano t ; e estudantes previstos são o total de
estudantes matriculados na etapa avaliada no ano t.

Excepcionalmente no ano de implantação, não será considerada a variação


padronizada, sendo levado a efeito apenas o índice obtido na avaliação do ano de
2022.

Deste modo, a fórmula a ser utilizada exclusivamente no primeiro ano de


implantação, isto é, em 2022, será:

37
Nos anos subsequentes, ou seja, a partir de 2023, o Índice de Desenvolvimento do
Ensino Fundamental nos anos iniciais do município (IDE5i) será expresso pela
seguinte fórmula:

Onde:
corresponde ao Índice de Desempenho do Ensino Fundamental nos Anos
Iniciais do município i.
corresponde à Variação Padronizada do Índice de Desempenho do
Ensino Fundamental nos anos iniciais do município i em relação ao ano anterior.

38
Retomando as fórmulas de cálculo do Índice de
Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos
iniciais do município (IDEF 5º ano):

39
Recomendações para uma Gestão Democrática
por Equidade

Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos iniciais do


município (IDEF 5º ano)

Considerando as similitudes e os desafios comuns do 2º ano e do 5º ano do Ensino


Fundamental, aplica-se a esta etapa as recomendações anteriores, sendo necessário,
acrescentar:

Implementar estratégias voltadas à alfabetização e ao letramento em Matemática,


uma vez que a qualidade, a partir do 5º ano do Ensino Fundamental, contemplará a
média dos índices de qualidade em Língua Portuguesa e Matemática, considerando
as defasagens decorrentes do período de crise sanitária;

Identificar as escolas com práticas exitosas (escolas eficazes), isto é, que promovam
aprendizagem de todos os seus estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental,
considerando o IDEF 5º, a fim de estabelecer parâmetros de referência para a rede
municipal;

Promover a formação de lideranças (gestores escolares, coordenadores e equipes


técnicas) que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental;

Estabelecer incentivos e prêmios aos professores, gestores e escolas que entregam


resultados satisfatórios, tendo como referência o IDEF 5º, promovendo o
reconhecimento das experiências exitosas e a replicação das boas práticas;

Analisar criticamente os resultados educacionais dos municípios, escolas e


estudantes e promover a construção participativa de plano de ação da rede e de cada
unidade de ensino (com definição de metas e indicadores de monitoramento);

Promover ações voltadas à ruptura da cultura de naturalização do fracasso escolar e


enfrentamento das causas da distorção idade-série/ano;

Implementar a estratégia de Busca Ativa Escolar (https://buscaativaescolar.org.br)


para identificação das crianças ou adolescentes que estão fora da escola ou
infrequentes e adotar providências para garantia da matrícula e a permanência dos
mesmos na escola; 40
Mobilizar a comunidade escolar para garantia da participação de 100% dos
estudantes nas avaliações educacionais do Seama, realizando campanhas locais,
busca ativa dos estudantes, bem como realizando a articulação dos indicadores de
participação com a infrequência, o abandono e a evasão e, ainda, com as metas
estabelecidas para cada unidade de ensino;

Realizar o monitoramento permanente do conjunto de habilidades já consolidadas e


daquelas que ainda precisam ser desenvolvidas pelos estudantes, considerando
como ponto de partida os resultados do Seama;

Assegurar o planejamento de estratégias específicas para melhoria da aprendizagem


dos estudantes, implementando ações de recomposição das aprendizagens para
estudantes alocados nos dois primeiros padrões de desempenho. Para os demais
padrões, também deve-se reforçar o que já aprenderam para o avanço da jornada
escolar;

Implementar estratégias de reforço escolar ou recuperação/reposição das


aprendizagens, nos horários regulares ou no contraturno, para os estudantes do 4º e
5º ano do Ensino Fundamental, priorizando os estudantes com distorção idade-
série/ano, tão frequentes em áreas de maior vulnerabilidade;

Realizar oficinas de elaboração de ítens de Língua Portuguesa e Matemática com os


professores dos anos iniciais;

Alinhar os dados da avaliação e as orientações curriculares no sentido de garantir


que os objetivos de aprendizagem, expressos no currículo, sejam alcançados;

Promover a integração das escolas dos anos Iniciais e dos anos finais do Ensino
Fundamental, estimulando o desenvolvimento de atividades conjuntas entre os
estudantes e professores do 5º e do 6º ano, com vistas a amenizar os transtornos
causados nesta transição, e realizando, dentre outras: acolhimento dos estudantes;
realização de rodas de conversas com os estudantes e as famílias para
esclarecimentos sobre a nova etapa; recomposição de aprendizagens e
implementação de estratégias práticas para auxiliar os estudantes na gestão do tempo
e na organização da nova rotina.

Acesse para saber mais.

41
Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
nos anos finais do município (IDEF 9º ano).

O Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos finais do


município (IDEF 9º ano) apresenta cálculo similar ao do 5º ano, sendo necessário
considerar apenas os resultados dos estudantes desta etapa e, ainda, a média, o
desvio padrão, o limite superior e o limite inferior especificados na tabela 6 e 7,
ilustradas abaixo:

Acesse para saber mais.

42
Tomando por base as informações acima, observe os seguintes exemplos de
Proficiência média padronizada (NP) de Língua Portuguesa e de
Matemática.

MUNICÍPIO 1 - 9º ANO EF
LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)
PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

213 PADRONIZAÇÃO
4,6 210 PADRONIZAÇÃO
4,5

MUNICÍPIO 2 - 9º ANO EF

LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)


PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

184 PADRONIZAÇÃO
3,6 191 PADRONIZAÇÃO
3,8

MUNICÍPIO 3 - 9º ANO EF

LÍNGUA PORTUGUESA (SEAMA) MATEMÁTICA (SEAMA)


PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA PROEFICIÊNCIA PROEFICIÊNCIA MÉDIA
MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA MÉDIA NO SEAMA PADRONIZADA

242 PADRONIZAÇÃO
5,5 243 5,8
PADRONIZAÇÃO

43
Retomando as fórmulas de cálculo do Índice de
Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos
iniciais do município (IDEF 9º ano):

44
Recomendações para uma Gestão Democrática
por Equidade

Índice de Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos finais do


município (IDEF 9º ano)

Considerando as similitudes e os desafios comuns do 2º, 5º e 9º anos do Ensino


Fundamental, aplica-se a esta etapa de ensino as recomendações anteriores,
sendo necessário acrescentar:

Proporcionar percursos formativos diferenciados que contemplem as


características específicas dos estudantes adolescentes e das modalidades e
diversidades presentes no território maranhense, bem como favoreçam o
entendimento dos desafios da adolescência, dando especial atenção aos
grupos específicos mais vulneráveis;

Criar estratégias que estimulem os estudantes a desenvolverem competências


e habilidades voltadas para as áreas com maiores dificuldades acadêmicas,
como: Olimpíadas de Língua Portuguesa e de Matemática, Concursos de
redação, Gincanas culturais, Quiz educacionais interativos, entre outras
atividades;

Desenvolver ações que promovam acolhimento e o desenvolvimento do senso


de pertencimento, tendo como ponto de partida os desafios da adolescência e
as transições enfrentadas pelos estudantes do 9º ano;

Instituir formas de acompanhamento individualizado dos estudantes e/ou


tutoria, na expectativa de aproximar professores e estudantes em uma ação
mediadora do conhecimento por meio da construção de vínculos;

Firmar parcerias com instituições educativas para complementação ou


ampliação das oportunidades formativas dos estudantes que impulsionam o
desejo por dar prosseguimento em sua jornada acadêmica, apresentando as
perspectivas futuras (universidades, cursos profissionalizantes, programas de
bolsas e outros);

45
Organizar feiras, mostras e apresentações dos trabalhos produzidos pelos
estudantes, estimulando o protagonismo destes diante de familiares e da
comunidade do território;

Realizar atividades voltadas ao estímulo ao protagonismo juvenil, tais como


instituição de representantes de turma, grêmios, clubes de leitura e mentoria
estudantil, a fim de promover maior interação entre os estudantes de
diferentes turmas e anos;

Apoiar os estudantes em situação de reprovação, abandono ou infrequência,


gravidez na adolescência ou que vivenciam contextos de violência ou crimes,
que atuem em trabalhos informais ou que estejam vivenciando outras
situações sociais desfavoráveis;

Desenvolver estratégias de recuperação e recomposição das aprendizagens


não desenvolvidas até o 9º ano do Ensino Fundamental, tais como reforço
escolar, oferta de tempo integral, ampliação da jornada escolar ou
reagrupamentos temporários de estudantes por nível de aprendizagem (de 1 a
3 dias por semana), com foco no desenvolvimento das aprendizagens definidas
como prioritárias, tendo como parâmetro os resultados do Seama;

Realizar oficinas de elaboração de ítens de Língua Portuguesa e Matemática


com os professores dos anos finais;

Melhorar a infraestrutura de conectividade nas escolas, oferecendo formação


continuada para professores e gestores sobre o uso pedagógico de tecnologias
educacionais em sala de aula.

Na sequência, serão apresentados o Indicador de Rendimento (R) do município no


ensino fundamental e o Fator Socioeconômico que também compõem o Índice de
Desenvolvimento da Educação do Maranhão (IDEMA).

Acesse para saber mais.

46
Indicador de Rendimento (IR) do município no
Ensino Fundamental

O Indicador de Rendimento (IR) é produzido considerando o número de


estudantes aprovados ao final do ano letivo ao longo de todo o Ensino
Fundamental. As taxas de aprovação das redes de ensino são obtidas por meio do
Censo Escolar da Educação Básica, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), por meio do Educacenso.

Esse indicador se constituiu como um incentivo ao desenvolvimento de estratégias


voltadas à garantia da permanência dos estudantes na escola e ao enfrentamento
da cultura do fracasso escolar. Afinal, a reprovação e o abandono devem ser
enfrentados coletivamente, o que impacta positivamente na promoção de maior
equidade. Configura-se, ainda, como um mobilizador para o aprimoramento da
coleta do censo escolar, seja com o aperfeiçoamento dos processos de
recenseamento estudantil ou pela identificação e redução de inconsistências nos
dados de matrícula e na apuração do movimento e do rendimento escolar.

Acesse para saber mais.

47
O Indicador de Rendimento (IR) do município será calculado considerando os 9
(nove) anos do Ensino Fundamental, ou seja, do 1º ao 9º ano. Assim, Indicador
de Rendimento do município i no ano t ( ), no Ensino Fundamental, é
calculado pela seguinte expressão:

corresponde ao total de estudantes aprovados no município i no ano t;

corresponde aos anos de escolarização, podendo variar de 1 a 9, pois são

considerados todos os anos do Ensino Fundamental;

corresponde ao número de estudantes que concluíram o ano letivo nos anos do

Ensino Fundamental no município i no ano t.

Retomando as fórmulas de cálculo do Índice de


Desenvolvimento do Ensino Fundamental nos anos finais do
município (IDEF 9º ano):

48
Recomendações para uma Gestão Democrática
por Equidade

Indicador de Rendimento (R) do município no Ensino Fundamental

Promover uma educação inclusiva e equitativa de qualidade, promovendo


oportunidades de aprendizagem ao longo de todo o Ensino Fundamental e
atuando com prioridade na alfabetização;

Qualificar as equipes gestoras para inserção dos dados educacionais no


sistema do Educacenso;

Viabilizar que a formação inicial docente para atuação na Educação Infantil e


Ensino Fundamental e suas modalidades seja prioritariamente desempenhada
por servidores com formação inicial em Pedagogia ou Licenciatura Plena;

Garantir a alocação docente considerando adequação entre a formação inicial


docente e o componente curricular ministrado;

Desenvolver estratégias de apoio estudantil voltadas à garantia do acesso e


permanência, combatendo a cultura do fracasso escolar;

Monitorar as taxas de aprovação e abandono ao longo do Ensino


Fundamental, com vistas ao estabelecimento de estratégias de combate ao
fracasso escolar coletivo.

Realizar formação continuada dos profissionais da educação para apropriação


dos resultados educacionais do município, notadamente, do IDE e do IDEB;

Desenvolver estratégias de recuperação e recomposição das aprendizagens


não desenvolvidas, tendo como parâmetro os percentuais de acerto por
habilidade do SEAMA.

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49
Fator Socioeconômico (FSE)
O Fator Socioeconômico auxilia na compreensão dos fatores associados à
aprendizagem dos estudantes, evidenciando a necessidade de os gestores
educacionais canalizarem investimento e atenção também para os fatores
extraescolares, isto é, para o enfrentamento dos aspectos sociodemográficos e
econômicos que impactam na aprendizagem dos estudantes, sobre os quais eles
não tem controle.

Desse modo, o FSE permite a ampliação da discussão da qualidade educacional e


da equidade, fenômenos multidimensionais, possibilitando, ainda, a
compreensão da realidade social dos estudantes, escolas e redes de ensino e,
consequentemente, apoiando as equipes técnicas na implementação, no
monitoramento e na avaliação de políticas públicas de superação das
desigualdades educacionais.

O Fator Socioeconômico será obtido por meio de um questionário aplicado aos


estudantes do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental, juntamente com a Avaliação
Somativa. Esses questionários coletam informações econômicas e culturais da
família, formação dos pais/responsáveis e outras questões que impactam nos
resultados de proficiência dos estudantes.

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50
O FSEit do município i pode será calculado da seguinte forma:

O Fator de Equidade Educacional assumirá um valor entre de 0 e


1, a partir da distribuição dos estudantes em cada nível de desempenho como já
mencionado anteriormente.

O 𝐼𝑁𝑆𝐸it é o indicador que representa o nível socioeconômico do município i no


ano t; min {𝐼𝑁𝑆𝐸it}, por sua vez, representa o menor valor desse indicador,
registrado entre todos os municípios do Estado.

O Indicador Socioeconômico será obtido considerando o último resultado do


Seama ou, na ausência deste, o resultado do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), disponível até a data de geração do
Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado do Maranhão (IDEMA).

51
Retomando as fórmulas de cálculo do Fator
Socioeconômico (FSE):

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52
Recomendações para uma Gestão Democrática
por Equidade

Fator Socioeconômico (FSE)


A garantia de aprendizagem a todos os estudantes, inclusive para aqueles em situação de
mais vulnerabilidade (negros ou pardos, localizados em zonas rurais, deficientes,
indígenas, grupos minoritários em geral e oriundos de familias de menor, pouca ou
nenhuma renda), é o maior desafio das redes públicas atuais.
Como recomendações estratégicas que afetam a equidade, sugerimos:

Lotar os professores com melhores desempenho em escolas que atendem os


estudantes mais vulneráveis, oferecendo, inclusive, bonificações para incentivo de
permanência (ajuda para deslocamento, adicional de insalubridade, entre outros);

Oferecer tempo integral ou jornada ampliada, priorizando as escolas e estudantes


com fator socioeconômico mais desafiadores;

Priorizar famílias em situação de vulnerabilidade na concessão de programas e


assistências implementadas em nível municipal;

Montar sistemas articulados de reforço escolar, ou seja, estabelecer estratégias


estruturadas de aceleração em turmas e com metodologias específicas, priorizando
os estudantes com distorção idade-série/ano, tão frequentes em áreas de maior
vulnerabilidade;

Promover a integração entre as políticas de educação, saúde e assistência, dando a


máxima convergência a elas:
- visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde podem ser aproveitadas
para identificação e combate ao abandono escolar;
- Os serviços de segurança podem auxiliar na proteção
do patrimônio das escolas, na garantia da segurança no
entorno delas e na conscientização dos estudantes sobre
os temas relacionados à segurança pública;
- a vinculação de programas municipais de assistência
à frequência escolar pode favorecer a frequência e a
permanência dos estudantes na escola.
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53
Impacto financeiro da Emenda Constitucional nº
108/2020 e da Lei nº 11.815, de 26 de agosto de 2022

A Emenda Constitucional no 108, de 26 de agosto de 2020, além de promover o


aprimoramento dos mecanismos do Fundeb, apresentou novos mecanismos de
cooperação federativa. Dentre estes, destaca-se a ênfase à equidade e à qualidade
da educação para distribuição de pelo menos 10% (dez por cento) da cota
municipal do ICMS.

O Maranhão, em consonância com o mandamento constitucional e em


cumprimento às condicionalidades da Lei 14.113/2020, estabeleceu que esse
percentual corresponderia a 20% (vinte por cento), o que o torna o estado
brasileiro com maior percentual de ICMS vinculado à educação.

Na análise simulada da Secretaria de Estado da Educação, o rateio, a partir de


critérios educacionais, ou seja, do Índice de Desenvolvimento Educacional do
Maranhão (IDEMA), promoverá uma distribuição mais equitativa das receitas,
especialmente, nos municípios de pequeno porte.

Dessa forma, a Lei nº 11.815, de 26 de agosto de 2022, ao tempo que oportuniza a


ampliação das receitas municipais decorrentes de ICMS, exige que os municípios
maranhenses ampliem os esforços para garantir a melhoria permanente dos
indicadores educacionais, assegurando, por exemplo, a qualificação dos
profissionais da educação, a instituição de mecanismos de monitoramento e de
avaliação da aprendizagem dos estudantes, tendo, como foco estratégico, a
Educação Infantil e a Alfabetização.

Acesse para saber mais.

54
Considerações Finais

A superação dos desafios educacionais dos municípios maranhenses, a promoção


de mais equidade e, necessariamente, a garantia da alfabetização de todas as
crianças, são premissas do Índice de Desenvolvimento da Educação do Maranhão
e do coeficiente de participação do município no Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços.

Neste sentido, importa assinalar que, somente com compromisso e liderança


institucional dos gestores públicos e o envolvimento das equipes escolares na
melhoria contínua dos processos de ensino, será possível garantir os direitos de
aprendizagem dos estudantes e favorecer a continuidade, com êxito, do processo
de escolarização.

Para tanto, faz-se necessário que todo o processo formativo dos estudantes seja
acompanhado por um monitoramento sistemático que, efetivamente, promova
educação com qualidade e equidade nas redes públicas de ensino do Estado do
Maranhão.

Desta forma, o material apresentado, elaborado coletivamente em parceria com


a Undime e Famem, objetiva dar o subsídio necessário aos gestores municipais e
equipes técnicas quanto às regras de distribuição da cota-parte do ICMS-Educação
para os municípios do território maranhense, instrumentalizando as redes a
galgar melhores resultados educacionais, promover maior equidade e aumentar
suas receitas.

As orientações assinaladas neste material, portanto, incentivam o


desenvolvimento de ações focadas na alfabetização e na qualidade do Ensino
Fundamental, traduzindo-se em elementos fundamentais para a qualificação da
gestão pedagógica, para a melhoria dos indicadores educacionais da localidade,
bem como para assegurar a oferta de uma educação gratuita e de qualidade, com
igualdade de condições de acesso e permanência, capaz de promover
aprendizagem ao longo de todo processo de escolarização.

55
REALIZAÇÃO

APOIO

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